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FACULDADE DE TECNOLOGIA – FT
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA
LABORATÓRIO DE FENÔMENOS DE TRANSPORTES
MANAUS - 2017
i
1
IGOR MORAES BEZERRA CALIXTO – 21456321
SAMIR DO NASCIMENTO BESSA – 21201044
SAMYRA SOUSA ROCHA – 21100536
YAN MONTEIRO DA SILVA – 21353298
MANAUS – 2017
ii
2
RESUMO
3iii
SUMÁRIO
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS ........................................................................................... 1
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ...................................................................................... 2
2.1.Perda De Carga Distruibuida ......................................................................................... 3
3. MATERIAIS E MÉTODO.................................................................................................. 5
3.1.Materiais ........................................................................................................................ 5
3.2. Métodos.........................................................................................................................5
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO. ....................................................................................... 6
4.1.Análise da perda de carga distribuída em tubulação lisa ½”..........................................6
4.2.Análise da perda de carga distribuída em tubulação lisa ¾”........................................11
4.3.Análise da perda de carga distribuída em tubulação rugosa ¾”...................................16
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS. ........................................................................................... 21
6. ANEXOS..............................................................................................................................22
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS. ............................................................................. 23
iv
4
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS.
Qualquer fluido real em escoamento tende a resistir ao movimento devido a
viscosidade do fluido, provocando uma transferência de momento para a parede do canal que
constringe o escoamento. De maneira análoga, um fluido ideal possui viscosidade nula e,
portanto, não ocorrerá tensão de cisalhamento e a transferência de momento para a parede do
canal (FOUST et al, 2012).
Durante o escoamento de um fluido real, o trabalho realizado contra o atrito do fluido
resultará na dissipação de energia, de modo que a energia, em forma de pressão, em um ponto
“X” é maior que no ponto mais adiante “X+1”. A energia mecânica dissipada pelo atrito em
forma de calor pode ser absorvida pelo próprio fluido, consequentemente, boa parte do trabalho
realizado pelo fluido não será transferido para as vizinhanças (FOUST et al, 2012).
A energia perdida pela unidade de peso de fluido durante o escoamento é chamada de
perda de carga e pode-se ser classificada em dois tipos. O primeiro é a perda de carga
distribuída, ela ocorre ao longo de condutos retos com secção transversal constante, sem
variação no diâmetro, devido ao atrito das partículas do fluido entre si. Neste caso, a perda de
carga somente será significativa quando houver tubulações relativamente longas, devido à
perda distribuída que ocorre ao longo dos mesmos. O segundo tipo é a perda de carga local ou
singulares, ela ocorre quando o fluido sofre perturbações abruptas durante seu escoamento.
Essas perturbações podem ser válvulas, mudanças de direção, alargamentos abruptos,
obstruções parciais entre outros. Essas perturbações são comumente chamadas de
singularidades (BRUNETTI, 2008).
A perda de carga local pode ser transformada em um equivalente de comprimento, ou
seja, a perda de carga causada por uma válvula é equivalente a um comprimento de tubulação
fictício de secção constante de mesmo diâmetro que produz a mesma perda de carga. Na
prática, esses comprimentos equivalentes são tabelados para cada singularidade, por exemplo,
uma válvula de gaveta de duas polegadas é equivalente a 0,335 m de tubulação (BRUNETTI,
2008; MALONEY, 2008).
O atrito entre o fluido e a parede do canal é influenciado pelo material utilizado na
confecção da tubulação. Independente do material, todos os condutos apresentam asperezas em
suas superfícies internas, em geral, essas asperezas não são uniformes, mas apresentam uma
distribuição aleatória na sua disposição e altura (BRUNETTI, 2008). O objetivo deste relatório
é estudar como a perda de carga varia de acordo com o aumento da vazão para diferentes
diâmetros e singularidades.
1
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Onde:
P = pressão total
P1 = pressão no ponto 1
P2 = pressão no ponto 2
v = velocidade
g = aceleração da gravidade
z = cota
ρ = densidade
2
Considerando um tubo com diâmetro constante, alocado horizontalmente a
equação 1 pode ser simplificada para:
𝑃 = 𝑃1 − 𝑃2 (2)
A perda de carga pode ser maior ou menor dependendo da configuração do
encanamento, do tipo de tubo (liso ou rugoso), da viscosidade ou de algum outro parâmetro,
sendo que todos esses fatores são de grande relevância na elaboração de um projeto. Desta
forma, pode-se distinguir a perda de carga num sistema em dois tipos: perda de carga
distribuída e perda de carga localizada ou singular.
Como o foco nesta prática, está voltado para a perda de carga distribuída, deve-se levar
em consideração que esta perda ocorre devido ao atrito gerado entre o fluido e um trecho reto
da tubulação (conforme já observado pela Figura 1).
Segundo STREETER (1978), “A experiência mostra que é verdade para o escoamento
turbulento:
1. A perda de carga varia diretamente com o comprimento do tubo;
2. A perda de carga varia quase que proporcionalmente ao quadrado da velocidade;
3. A perda de carga varia quase que inversamente ao diâmetro;
4. A perda de carga depende da rugosidade interior dos tubos;
5. A perda de carga depende das propriedades do fluido, massa específica e
viscosidade;
6. A perda de carga é independente da pressão.”
Ou seja,
∆𝑝 = ∆𝑝(𝐷, 𝐿, 𝜖, 𝑣, 𝜇, 𝜌) (3)
Onde:
D = diâmetro;
L = comprimento;
ε = rugosidade;
v = velocidade;
ρ = densidade;
μ = viscosidade.
3
Confirmando as afirmações acima, pode-se utilizar a equação de Darcy-Weisbach
𝐿 𝑣2
(equação 4) para calcular a perda de carga nos condutos: ℎ𝑓 = 𝑓. 𝐷 . 2𝑔 (4)
Sendo,
hf = perda de carga no seção;
f = fator de atrito;
v = velocidade média.
Assim, pode-se entender que a perda de carga distribuída é influenciada pelo fator de atrito
da tubulação, uma vez que quão mais resistente um duto estiver ao escoamento do fluido, mais
energia será gasta para o seu transporte de um ponto a outro. Assim, é extremamente importante
avaliar os tipos de tubulação, as distâncias, o tipo de fluido em um projeto de dutos na indústria,
uma vez que, dependendo do tipo de escolha, pode-se obter um resultado mais eficaz e com
menor perdas no processo de escoamento do fluido.
Além disso, entende-se que o parâmetro rugosidade, representado pela letra grega ε, mostra
o grau de resistência ao escoamento do fluido e por este critério é possível diferenciar os tubos
em lisos e rugosos. Na teoria, sabe-se que os tubos mais rugosos apresentam maior perda de
carga, uma vez que maior quantidade de energia será dispendida para escoar o fluido de
trabalho.
Outro parâmetro essencial para a avaliação das perdas de cargas distribuídas é a velocidade
de escoamento do fluido. Sabe-se que quão mais rápido um fluido escoar, mais energia
dispendida no processo será necessária. Por consequência, maiores as perdas de cargas.
Por fim, outros parâmetros importantes são o comprimento da tubulação (L) e o diâmetro
do duto (D). Sabe-se que se aumentarmos a distância de projeto de deslocamento do fluido de
trabalho, maiores as perdas de cargas, uma vez que o fluido deve vencer uma distância maior
para chegar ao ponto de destino. Além disso, sabe-se que o diâmetro da tubulação interfere
inversamente à perda de carga.
4
3. MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 Materiais
Os principais materiais utilizados nesta prática estão elencados a seguir:
Bancada Tubular de Mecânica dos Fluidos – Labtrix
Piezômetro
Mangueiras
Água
3.2 Métodos
Fonte: www.labtrix.com.br
5
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO.
Percebe-se, através dos dados mostrados na tabela, que conforme aumentamos a vazão,
a queda de pressão também aumenta. Sabemos que a perda de carga distribuída é diretamente
proporcional ao quadrado da velocidade, assim é esperado que quando se aumenta a vazão
6
volumétrica operacional, também temos um aumento significativo da queda de pressão ΔP e
por consequência da perda de carga distribuída.
Com os dados obtidos experimentalmente na tabela 1 para as perdas de pressão, pode-se
obter pela tabela a seguir as perdas de cargas, o fator de atrito “f” experimental e o Reynolds
para cada uma das vazões utilizadas. Segundo a NBR 5648 para disponibilização dos diâmetros
dos tubos de PVC, têm que para um tubo de ½”, chega-se ao diâmetro interno de D=21,2 mm-
2*2,5 mm = 16,2 mm. Assim, pode-se obter um valor de área igual a 2,061 x 10-4 m2. O
comprimento aproximado da tubulação é de 1,35m. A perda de carga, representada por h f, é
dada pela relação de ΔP por (ρ*g). A seguir, temos o conjunto de dados disponibilizados na
tabela.
Tabela 2: Dados calculados para o caso do tubo liso ½”
Q(m3/s) V(m/s) 𝐿
h=(𝐷 ∗ 2∗𝑔)
𝑉2 ΔP (Pa) ΔP
hf(m) = 𝜌∗𝑔 fexp Re
Através dos dados calculados para as perdas de cargas, percebe-se que para a maior
vazão operada (2600 L/min), tem-se uma perda de carga de 1,062 m, sendo este valor a carga
necessária que o fluido deve vencer para escoar de um ponto a outro na tubulação. Além disso,
pode-se observar um fator de atrito experimental muito baixo, sendo o maior valor encontrado
(1,295x10-5) para uma vazão de 1000 L/min. Já o número de Reynolds se encontra na faixa de
106, uma vez que este intervalo asseguraria um fator de atrito praticamente constante.
Para obter o gráfico linear da perda de carga distribuída versus vazão ao quadrado, deve-
se fazer um ajuste de curvas para hf = C2*Q2. Com o ajuste, se torna possível obter a constante
𝐿 1
C2 que corresponde ao fator f* 𝐷 * 𝐴2∗2∗𝑔 em estudo. Conhecendo todos as variáveis como
7
comprimento, diâmetro, área e aceleração da gravidade, é possível obter o fator de atrito geral
para a tubulação lisa ½”.
A seguir, é possível visualizar uma tabela com os dados disponíveis de perda de carga
distribuída e vazão.
Tabela 3: Dados experimentais para as perdas de cargas distribuídas e vazões.
ΔP Q(m3/s) Q2
hf(m) = 𝜌∗𝑔
1,2
1
Perda e carga (Hf) (m)
0,8
y = 28,052x - 0,1194
0,6 R² = 0,9668
0,4
0,2
0
0,01 0,015 0,02 0,025 0,03 0,035 0,04 0,045
Vazão Volumétrica (m^3/s)
8
o ajuste de curvas para a equação hf = C2*Q2. Percebe-se, a partir do ajuste, que a precisão foi
maior para o modelo uma vez que o R2 obtido foi bem próximo de 1,0.
Gráfico 2: Perda de carga distribuída em tubulação lisa ½”; hf x Q2
1,1
1
0,9
Perda de carga (hf) (m)
0,8
0,7 hf = 0,3679ln(Q^2) + 3,3449
0,6
R² = 0,9935
0,5
0,4
0,3
0,2
0,1
0
1,500E-04 3,500E-04 5,500E-04 7,500E-04 9,500E-04 1,150E-03 1,350E-03 1,550E-03 1,750E-03 1,950E-03
Vazão Volumétrica (Q2) (m6/s2)
9
Gráfico 3 - Fator de atrito x Reynolds
0,000014
0,000012
0,00001
Fator de atrito (f)
0,000008
0,000006
0,000004
0,000002
0
0 500000 1000000 1500000 2000000 2500000 3000000 3500000 4000000 4500000
Reynolds
possivelmente explicado pelos altos valores de Reynolds empregados (com elevadas vazões o
que aumentava por consequência a velocidade de escoamento e o fator h). Além disso, percebe-
se que o gráfico acima apresenta certa anormalidade na curva obtida pois não é uma curva com
ligeiro decréscimo com comportamento prática constante horizontalmente. No entanto,
entende-se que por trabalhar com baixos fatores de atrito, podemos inferir que a rugosidade
relativa deste tubo é próxima de zero.
Pela equação de Colebrook implícita, pode-se calcular a rugosidade relativa usando a
1 𝜀 2,51
equação a seguir: = -0,86*ln(𝐷∗3,7 + ). Para isso, por motivos de simplificação de
√𝑓 𝑅𝑒∗√𝑓
cálculos, usar-se-á para a faixa de fator de atrito experimental “f” e Reynolds “Re” calculados,
uma média desses valores obtidos na tabela 2 para o tubo liso ½”, sendo obtido portanto os
valores fMÉDIO = 8,7402x10-6 e Re=2,493x106. Dessa forma, admitindo-se D=16,2 mm, chega-
se a uma rugosidade relativa de 𝜀 = 2,042x10-5.
10
4.2. Análise da perda de carga distribuída em tubulação lisa ¾”.
11
tubulação lisa ½”, têm-se queda de pressão de 10388 Pa, enquanto no caso acima temos uma
queda menor de 4753 Pa apenas.
Com os dados obtidos experimentalmente na tabela 5 para as perdas de pressão, pode-
se obter pela tabela a seguir as perdas de cargas, o fator de atrito “f” experimental e o Reynolds
para cada uma das vazões utilizadas. Segundo a NBR 5648 para disponibilização dos diâmetros
dos tubos de PVC, têm que para um tubo de ¾ ”, chega-se ao diâmetro interno de D=26,4 mm-
2*2,6 mm = 21,2 mm. Assim, pode-se obter um valor de área igual a 3,53 x 10-4 m2. O
comprimento aproximado da tubulação é de 1,35m. A perda de carga, representada por hf, é
dada pela relação de ΔP por (ρ*g). A seguir, temos o conjunto de dados disponibilizados na
tabela.
Tabela 6: Dados calculados para o caso do tubo liso ¾ ”
Q(m3/s) V(m/s) 𝐿
h=(𝐷 ∗ 2∗𝑔)
𝑉2 ΔP (Pa) ΔP
hf(m) = 𝜌∗𝑔 fexp Re
Através dos dados calculados para as perdas de cargas, percebe-se que para a maior
vazão operada (2600 L/min), tem-se uma perda de carga de 0,485 m, sendo este valor a carga
necessária que o fluido deve vencer para escoar de um ponto a outro na tubulação. Além disso,
pode-se observar um fator de atrito experimental muito baixo, sendo o maior valor encontrado
(1,194x10-5) para uma vazão de 800 L/min. Já o número de Reynolds se encontra na faixa de
106, uma vez que este intervalo asseguraria um fator de atrito praticamente constante.
Para obter o gráfico linear da perda de carga distribuída versus vazão ao quadrado, deve-
se fazer um ajuste de curvas para hf = C2*Q2. Com o ajuste, se torna possível obter a constante
𝐿 1
C2 que corresponde ao fator f* 𝐷 * 𝐴2∗2∗𝑔 em estudo. Conhecendo todos as variáveis como
12
comprimento, diâmetro, área e aceleração da gravidade, é possível obter o fator de atrito geral
para a tubulação lisa ¾ ”.
A seguir, é possível visualizar uma tabela com os dados disponíveis de perda de carga
distribuída e vazão.
Tabela 7: Dados experimentais para as perdas de cargas distribuídas e vazões
ΔP Q(m3/s) Q2
hf(m) = 𝜌∗𝑔
0,5
Perda de carga (Hf) (m)
y = 0,0215e71,228x
0,4 R² = 0,9909
0,3
0,2
0,1
0
0 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05
Vazão Volumétrica (m3/s)
13
Assim, deve-se fazer o ajuste para a equação hf = C2*Q2. A seguir, é possível observar o ajuste
de curvas para a equação hf = C2*Q2. Percebe-se, a partir do ajuste, que a precisão foi maior
para o modelo uma vez que o R2 obtido foi bem próximo de 1,0.
Gráfico 5: Perda de carga distribuída em tubulação lisa ¾”
0,595
0,56 hf = 0,0534e1240,5Q^2
0,525
0,49 R² = 0,9857
0,455
0,42
Perda de carga (hf) (m)
0,385
0,35
0,315
0,28
0,245
0,21
0,175
0,14
0,105
0,07
0,035
0
0,000E+002,000E-04 4,000E-04 6,000E-04 8,000E-04 1,000E-03 1,200E-03 1,400E-03 1,600E-03 1,800E-03 2,000E-03
Vazão Volumétrica (Q2) (m6/s2)
14
Gráfico 6 - Fator de atrito x Reynolds - Caso 2
0,000025
0,00002
Fator de atrito (f)
0,000015
0,00001
0,000005
0
0 500000 1000000 1500000 2000000 2500000 3000000 3500000
Reynolds
possivelmente explicado pelos altos valores de Reynolds empregados (com elevadas vazões o
que aumentava por consequência a velocidade de escoamento e o fator h). Além disso, percebe-
se que o gráfico acima apresenta certa anormalidade na curva obtida pois não é uma curva com
ligeiro decréscimo com comportamento praticamente constante horizontalmente. Somente na
faixa entre 1,5x106 e 2x106, a curva se apresenta com traços constantes. Porém podemos inferir
que como a faixa de atrito trabalhada é muito baixa, pode-se concluir que a rugosidade relativa
deste tubo também é praticamente nula. Experimentalmente, justifica-se este baixo valor obtido
de fator de atrito por causa da pequena queda de pressão obtida pelo sistema. Possíveis soluções
práticas seriam a redução da vazão de escoamento para diminuir o fator “h” ou a redução do
comprimento da tubulação.
Pela equação de Colebrook implícita, pode-se calcular a rugosidade relativa usando a
1 𝜀 2,51
equação a seguir: = -0,86*ln(𝐷∗3,7 + ). Para isso, por motivos de simplificação de
√𝑓 𝑅𝑒∗√𝑓
cálculos, usar-se-á para a faixa de fator de atrito experimental “f” e Reynolds “Re” calculados,
uma média desses valores obtidos na tabela 5 para o tubo liso ¾”, sendo obtido portanto os
valores fMÉDIO = 9,6896x10-6 e Re=1,9065x106. Dessa forma, admitindo-se D=21,2 mm, chega-
se a uma rugosidade relativa de 𝜀 = 3,317x10-5, maior que no caso 1, uma vez que o diâmetro
da tubulação aumenta, aumentando a perda de carga e a rugosidade do sistema.
15
4.3. Análise da perda de carga distribuída em tubulação rugosa ¾”.
16
dada pela relação de ΔP por (ρ*g). A seguir, temos o conjunto de dados disponibilizados na
tabela.
Tabela 10: Dados calculados para o caso do tubo rugoso 3/4”
Q(m /s)3
V(m/s) 𝐿
h=(𝐷 ∗ 2∗𝑔)
𝑉2 ΔP (Pa) ΔP
hf(m) = 𝜌∗𝑔 fexp Re
Através dos dados calculados para as perdas de cargas, percebe-se que para a maior
vazão operada (2600 L/min), tem-se uma perda de carga de 0,762 m, sendo este valor a carga
necessária que o fluido deve vencer para escoar de um ponto a outro na tubulação. Além disso,
pode-se observar um fator de atrito experimental muito baixo, sendo o maior valor encontrado
(2,17x10-5) para uma vazão de 800 L/min. É possível perceber que o fator de atrito para o tubo
rugoso é maior do que nos outros casos pois as resistências presentes para o escoamento do
fluido são maiores. Já o número de Reynolds se encontra na faixa de 106, uma vez que este
intervalo asseguraria um fator de atrito praticamente constante.
Para obter o gráfico linear da perda de carga distribuída versus vazão ao quadrado, deve-
se fazer um ajuste de curvas para hf = C2*Q2. Com o ajuste, se torna possível obter a constante
𝐿 1
C2 que corresponde ao fator f* 𝐷 * 𝐴2∗2∗𝑔 em estudo. Conhecendo todos as variáveis como
comprimento, diâmetro, área e aceleração da gravidade, é possível obter o fator de atrito geral
para a tubulação rugosa 3/4”.
A seguir, é possível visualizar uma tabela com os dados disponíveis de perda de carga
distribuída e vazão.
17
Tabela 11: Dados experimentais para as perdas de cargas distribuídas e vazões
ΔP Q(m3/s) Q2
hf(m) = 𝜌∗𝑔
Através dos dados dispostos na tabela 11, é possível obter os gráficos para hf x Q e
também hf x Q2 através do ajuste de curvas.
Gráfico 7- Hf x Q - Caso 3
0,9
0,8
Perda de carga (Hf) (m)
0,7
0,6
0,5
0,4
y = 23,063x - 0,2807
0,3 R² = 0,9688
0,2
0,1
0
0 0,005 0,01 0,015 0,02 0,025 0,03 0,035 0,04 0,045 0,05
Vazão Volumétrica (m^3/s)
18
Gráfico 8: Análise da perda de carga distribuída em tubulação rugosa ¾”
0,85
0,8 hf = 407,56Q2 + 0,0082
0,75
0,7
R² = 0,9921
0,65
0,6
0,55
Perda de carga (hf) (m)
0,5
0,45
0,4
0,35
0,3
0,25
0,2
0,15
0,1
0,05
0
0,000E+00 2,000E-04 4,000E-04 6,000E-04 8,000E-04 1,000E-03 1,200E-03 1,400E-03 1,600E-03 1,800E-03 2,000E-03
Vazão Volumétrica (Q2) (m6/s2)
19
Gráfico 9 - Fator de atrito x Reynolds - Caso 3
0,000025
0,00002
Fator de atrito (f)
0,000015
0,00001
0,000005
0
0 500000 1000000 1500000 2000000 2500000 3000000 3500000
Reynolds (Re)
sendo possivelmente explicado pelos altos valores de Reynolds empregados (com elevadas
vazões o que aumentava por consequência a velocidade de escoamento e o fator h). Além disso,
percebe-se que o gráfico acima apresenta certa anormalidade na curva obtida pois não é uma
curva com ligeiro decréscimo com comportamento praticamente constante horizontalmente.
Percebe-se que a curva obtida pelo gráfico se aproxima de uma senoidal, o que não confere
semelhança ao comportamento obtido pela curva no diagrama de Moody. Possíveis soluções
práticas seriam a redução da vazão de escoamento para diminuir o fator “h” ou a redução do
comprimento da tubulação.
Pela equação de Colebrook implícita, pode-se calcular a rugosidade relativa usando a
1 𝜀 2,51
equação a seguir: = -0,86*ln(𝐷∗3,7 + ). Para isso, por motivos de simplificação de
√𝑓 𝑅𝑒∗√𝑓
cálculos, usar-se-á para a faixa de fator de atrito experimental “f” e Reynolds “Re” calculados,
uma média desses valores obtidos na tabela 10 para o tubo rugoso ¾ ”, sendo obtidos portanto
os valores fMÉDIO = 1,639x10-5 e Re=1,9065x106. Dessa forma, admitindo-se D=21,2 mm,
chega-se a uma rugosidade relativa de 𝜀 = 2,551x10-5.
20
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS.
Em geral, os resultados apresentados comprovaram cientificamente as relações
existentes entre perda de carga, vazão, regime de sistema, fator de atrito e comprimento
equivalente.
Tanto para o tubo liso quanto para o rugoso os valores de Reynolds comprovam um
regime de sistema turbulento. Da mesma forma, tanto para perda de carga distribuída quanto
para localizada, o aumento da vazão no sistema acarreta um aumento da perda de carga. A
perda de carga é maior na tubulação rugosa. O fator de atrito teve um range maior de variação
com Reynolds para o tubo rugoso. Dentre as equações utilizadas para obtenção da rugosidade
relativa, a equação de Swamee-Jain se mostrou mais exata em relação aos valores obtidos pelo
Diagrama de Moody. Por último, o comprimento equivalente no cotovelo foi comprovado
experimentalmente como sendo maior que o comprimento equivalente na curva.
21
6. ANEXOS.
22
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.
BRUNETTI, F. Mecânica dos Fluidos. Pearson Prentice Hall, segunda edição revisada, 2008.
STREETER, V. L. Mecânica dos fluidos. McGraw Hill do Brasil. São Paulo, 1978.
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