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Máquinas Navais I – FENAV – ITEC – UFPA 2010

Dimensionamento de Tubulações
INTRODUÇÃO
Sabe-se que os fluidos, quando escoam ao longo de dispositivos (tubulações, válvulas, conexões,
órgãos de máquinas etc.), cedem energia para vencer as resistências que se oferecem ao seu
escoamento, devidas à atração molecular no próprio fluido, e as resistências próprias aos referidos
dispositivos. Esta energia despendida pelo fluido para que possa escoar entre duas seções
consideradas, chama-se Perda de Carga entre as duas seções e representamo-la pela letra J ou por
ΔH.
É imprescindível calcular-se a perda de carga, ou seja, a perda de energia, quando se tem qualquer
problema de instalação de bombeamento, como, aliás, praticamente em todas as questões de
escoamento de fluidos.
Não pretendemos nestas notas de aula realizar o estudo das perdas de carga nos moldes e nas
proporções normalmente estudadas nos compêndios de Mecânica dos Fluidos ou de Hidráulica.
Nosso objetivo é apenas recordar algumas noções básicas, a fim de que a utilização das fórmulas,
dos ábacos e diagramas aqui apresentados se faça com maior proveito.

1. REVISÃO

1.1. VISCOSIDADE
A coesão molecular é a causa do atrito interno, isto é, da resistência ao deslocamento de camadas
de moléculas líquidas umas sobre as outras e que se chama viscosidade.
Consideremos uma superfície plana P sobre a qual existe líquido numa espessura y=aa', cujas
moléculas admitamos dispostas em camadas e que, para simplicidade de desenho, representamos
por planos paralelos P', P" e P'".
Suponhamos uma placa plana com superfície de área S, situada no plano P"', a uma altura y =aa'
acima do plano P.
Chamemos de V a velocidade do movimento de translação do plano S em relação ao plano P, e de F
a força tangencial capaz de deslocar o plano S.

Figura 1 - Representação gráfica para conceituação de viscosidade

Esta força F, de cisalhamento, é diretamente proporcional à área S, à velocidade V e a uma


grandeza  e inversamente proporcional à distância y do plano P"' ao plano fixo P. Assim
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Consideram-se as seguintes unidades:

Isaac Newton, que estabeleceu a expressão acima, designou a grandeza , que é um coeficiente de
proporcionalidade, por coeficiente de viscosidade dinâmica ou absoluta. Podemos escrever

é a tensão de cisalhamento no fluido


(força por unidade de área).

é o gradiente de velocidade, ou variação da


velocidade ao longo da altura y. Chama-se
também de taxa de cisalhamento.

Finalmente

é o coeficiente de viscosidade absoluta


(dynamic viscosity), relação entre a tensão
cisalhante e a taxa de cisalhamento.

1.1.1. Unidades

A unidade técnica de viscosidade absoluta de um fluido, no sistema MKS, é a força resistente ao


movimento de uma superfície de 1 m2, com a velocidade de 1 m ∙ s-1, em relação a uma superfície
paralela a 1 m de distância, com o fluido em apreço compreendido entre ambas. A unidade é dada
em

e não é prática para ser empregada.


No sistema C.G.S., a unidade é o Poise (em homenagem ao Físico J. Poiseuille).

Quando a força  = 1 dina, aplicada à superfície de 1 cm2 e afastada 1 cm de uma outra por camadas
de moléculas líquidas, comunicar a esta superfície uma velocidade de 1 cm por segundo, teremos
um "poise".
Na prática usa-se o centipoise, que vale a centésima parte de 1 poise.
No sistema inglês, a unidade é o Reyn, em homenagem a Osborne Reynolds, expressa em
Ib∙s∙sq∙ft-1 (libra × segundo por pé quadrado). A unidade prática é o "Newton" (1 milésimo de Reyn),
e que não deve ser confundido com o "Newton", unidade de força no Sistema Internacional.
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No Sistema Internacional (SI) temos o Newton∙s∙m-2.

1.1.2. Viscosidade Cinemática (kinematic viscosity)

Nas aplicações correntes da técnica emprega-se a viscosidade cinemática  , expressa pelo


quociente do coeficiente de viscosidade absoluta  pela massa específica do fluido (massa da
unidade de volume) 𝜌 = 𝛾 𝑔, sendo  = peso específico.

A unidade técnica de viscosidade cinemática é

No sistema inglês, a viscosidade é dada em ft2∙s-1 (sq∙ft/s) = 0,093 m2∙s-1.


Empregam-se também na prática unidades empíricas de viscosidade cinemática. Como a
viscosidade traduz de certo modo uma resistência ao escoamento, pode ser expressa e
empiricamente medida pelo tempo que leva o líquido para escoar pelo gargalo de um frasco de
dimensões preestabelecidas, ou seja, pelo tempo no qual escoa um dado volume. Assim, o grau de
viscosidade tem o nome do idealizador do frasco, ou viscosímetro, e a unidade em unidades de
tempo é puramente convencional.
Nos Estados Unidos usa-se o Saybolt Seconds Universal (SSU), para viscosidades médias, e o
Seconds Saybolt Furol (SSF), para viscosidades altas.
Na Grã-Bretanha usa-se o Redwood Standard Seconds (RSS), e o Redwood Admiralty para
viscosidades altas.
No continente europeu usam-se graus Engler (E°) ou "segundos Engler".
Na indústria de automóveis, a viscosidade dos óleos é dada em unidades SAE (Society of
Automotive Engineers).
No sistema físico (cm∙g∙s), as unidades são o stoke e o centistoke.

A viscosidade varia sensivelmente com a temperatura. A Tabela 1 abaixo apresenta valores da


viscosidade da água para várias temperaturas.

1
MACINTYRE, A.J. Bombas e Instalações de Bombeamento, pp 639. 2 ed. LTC, rio de Janeiro, 1997.
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Na prática usa-se  = 1,01 x 10-6 m2∙s-1 para o caso da água dita fria.
Nos líquidos newtonianos, que são aqueles aos quais se pode aplicar a equação de Newton, a
viscosidade cinemática não é afetada pela agitação. É o caso da água e dos óleos minerais.
Se a viscosidade diminui quando a agitação aumenta, mantendo-se constante a temperatura, o
líquido é chamado tixotrófico. É o caso de gorduras, melaços, colas, asfaltes, compostos de celulose
etc.
Se a viscosidade aumentar com a agitação, mantida constante a temperatura, o líquido é chamado
dilatante. Exemplo: Certas argamassas de argila.
A caracterização da natureza do produto a bombear é fundamental para o equacionamento do
problema de bombeamento.
A viscosidade aumenta com a pressão para os óleos, enquanto que, para a água, diminui.
No caso dos óleos, e de muitos líquidos, a viscosidade diminui com o aumento da temperatura.
O gráfico 2 abaixo possibilita a conversão das viscosidades expressas em centistokes, graus Engler,
Redwood e Saybolt entre si.

1.2. NÚMERO DE REYNOLDS


A resistência que os fluidos oferecem ao escoamento é um fenômeno de inércia-viscosidade e é
caracterizada pelo número de Reynolds (Re), que exprime a relação entre as forças de inércia e as
forças de atrito interno (forças de cisalhamento) atuantes durante o escoamento.

É um número adimensional.

2
Hero Hidroelétrica Ind. E Com. S.A.
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Na fórmula,
d = dimensão linear, característica do dispositivo onde se processa o escoamento (diâmetro interno
de uma tubulação, comprimento de uma pá de bomba axial etc.). [metros]
V = velocidade média na seção onde se escolheu a dimensão d. [m∙s-1]
 = coeficiente de viscosidade cinemática. [m2∙s-1]
A grande importância do número de Reynolds reside em que permite entre inúmeras outras
aplicações:
1o) Estabelecer a lei de analogia entre dois escoamentos;
2o) Caracterizar a natureza do escoamento;
3o) Calcular o coeficiente de perda de carga.
Quando os dispositivos de escoamento forem semelhantes, o regime do escoamento será o mesmo
sempre que o número de Reynolds for o mesmo. Isto é da maior importância para estudos e ensaios
de laboratório, quando se pode, por exemplo, usar ar ao invés de água, e água ao invés de outros
líquidos.
Suponhamos que tenhamos duas tubulações de igual diâmetro e com paredes de igual rugosidade,
um escoando água e outro, ar.
Para a água temos

e para o ar

Mas a viscosidade cinemática da água é 15 vezes maior que a do ar nas mesmas temperaturas, para
os valores usuais das temperaturas ambientes dos laboratórios. Quando a velocidade de
escoamento do ar for 15 vezes maior que a da água, o Re será o mesmo e, portanto, o coeficiente de
perdas de carga também o será. Em outras palavras, podemos realizar o escoamento usando ar,
desde que com velocidade 15 vezes maior do que se teria de empregar no caso da água.

1.2.1. Caracterização da Natureza do Escoamento

O escoamento permanente pode ser laminar ou turbulento. No escoamento laminar ou regime


laminar em um tubo cilíndrico, as extremidades dos vetores velocidades das partículas numa dada
seção de escoamento formam uma superfície parabólica, e a velocidade máxima se verifica para o
ponto no eixo do tubo. A velocidade máxima da corrente é cerca de 1,5 a 2 vezes a velocidade
média. Junto às paredes, a velocidade das partículas é praticamente nula (ver figura abaixo). O
regime de escoamento laminar ocorre nos tubos capilares, filtros de areia, movimento de água nos
aqüíferos subterrâneos, óleo em oleodutos, nos "labirintos" das bombas, entre eixo e bucha de
mancais, nos comandos oleodinâmicos etc.
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No escoamento turbulento, devido à natureza do movimento das partículas no escoamento em que


ocorrem deslocamentos transversais, produz-se uma distribuição mais uniforme das velocidades. As
velocidades aumentam muito rapidamente a partir da parede do tubo até uma distância relativamente
grande em relação ao eixo da tubulação.
A velocidade média é aproximadamente Vmédia = 0,84 • Vmáxima.
Mesmo no escoamento turbulento, junto às paredes ocorre um filme laminar, cuja espessura é muito
pequena e inversamente proporcional ao número de Reynolds.
É o regime que ocorre nas tubulações de água e órgãos de máquinas hidráulicas.
No regime laminar, o número de Reynolds é inferior a 2.320, isto é, Re < 2.320, e o valor 2.320 é o
chamado "Reynolds crítico". Muitos autores consideram o número 2.000 e não o valor acima, e assim
o faremos em alguns exercícios.
O regime turbulento se caracteriza pelo Re > 4.000. Entre esses dois limites temos a considerar o
regime crítico, no qual o escoamento tanto pode ser laminar quanto turbulento.
2.320 < Re < 4.000
A figura 3 abaixo permite obter-se o número de Reynolds quando se conhecem o líquido, a
temperatura do mesmo e o produto (V.d.).

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MACINTYRE, A.J. Bombas e Instalações de Bombeamento, pp 642. 2 ed. LTC, rio de Janeiro, 1997.
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2. RUGOSIDADE DOS TUBOS


As paredes internas de tubos apresentam rugosidade ou aspereza variável, que depende do material
de que são fabricadas e do tempo de uso.
A rugosidade absoluta é a altura média das saliências da rugosidade de uma superfície. É
geralmente medida em milímetros e se representa pela letra є. Quando as asperezas da parede são
menores que a espessura do filme laminar, diz-se que o tubo é liso. Será rugoso na hipótese
contrária.
A rugosidade relativa é o quociente da rugosidade absoluta pelo diâmetro interno do tubo, isto é,

Como na prática a rugosidade absoluta não é uniforme, utiliza-se um valor médio, que, para efeito de
cálculo da perda de carga, corresponderia a uma rugosidade uniforme. Esses valores médios
chamam-se rugosidades equivalentes ou efetivas.
Vemos alguns valores de rugosidades equivalentes no quadro 4 abaixo.

Material Rugosidade média mm Material Rugosidade média mm

Aço laminado novo 0,0015 Concreto alisado 0,3 - 0,8


Aço comercial laminado
0,046 Concreto centrifugado 0,07
usado ou ferro forjado
Aço galvanizado 0,15 Ferro fundido c/ incrustação 1,5 - 3
Aço soldado liso 0,1 Ferro fundido enferrujado 1 - 1,5

Aço rebitado 0,9 - 9 Ferro fundido novo 0,26 - 1

Aço ligeiramente Ferro fundido revestido c/


0,15 – 0,3 0,12 - 0,26
enferrujado asfalto
Aço enferrujado 0,4 – 0,6 Madeira aplainada 0,2 - 0,9

Aço muito enferrujado 0,9 – 2,4 Madeira bruta 1 - 2,5

Alvenaria de pedra fina 1 - 2,5 Polietileno 0,001


Alvenaria de pedra
8 - 15 PVC rígido 0,005
grosseira
Alvenaria de tijolo 5 Vidro 0,0015
Cobre 0,0015 Trefilado 0,0015

A superfície interna dos tubos se modifica com o uso pela ação da oxidação, corrosão, incrustação e
deposição de elementos em suspensão ou de sais dissolvidos.
A maior ou menor rugosidade com o tempo de uso depende da natureza do material do tubo e das
propriedades químicas do líquido e dos materiais que estejam em suspensão ou em dissolução.
Depende ainda da temperatura e da velocidade de escoamento.
Pode-se admitir que, geralmente, a rugosidade para tubos comerciais segue uma lei de variação
linear, como propuseram Colebrook e White, isto é,

4
FOX, R.W, McDONALD, A.T., PRITCHARD, P.J. Introdução à Mecânica dos Fluidos, pp 350. 6 ed. LTC,
Rio de Janeiro, 2006.
MACINTYRE, A.J. Bombas e Instalações de Bombeamento, pp 644. 2 ed. LTC, rio de Janeiro, 1997.
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onde

2.1. REDUÇÃO DA VAZÃO DEVIDA À RUGOSIDADE


O gráfico 5 abaixo mostra a redução da vazão em tubos de aço, para vários tipos de água, a saber:
1 – Casos extremos de águas pouco agressivas. Pequenos nódulos;
2 – Água filtrada não-arejada praticamente não-corrosiva. Leve incrustação geral;
3 – Água de poços ou água dura com pequena ação corrosiva. Maiores incrustações, com nódulos
até cerca de 12 mm de altura;
4 – Água de regiões pantanosas com vestígios de ferro e com matéria orgânica, levemente ácida.
Grandes incrustações até cerca de 25 mm de altura;
5 – Água ácida de rochas graníticas. Incrustações excessivas e tuberculizações;
6. Água extremamente corrosiva. Pequenos condutos para água doce, levemente ácida;
7 – Casos extremos de águas muito agressivas.

5
A. Price (Kempe's Engineers Year-Book. Morgan Brothers, Londres).
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3. PERDA DE CARGA EM TUBULAÇÕES


A perda de carga entre dois pontos de uma tubulação ou dispositivo de escoamento pode ser
definida como o abaixamento da linha energética entre os referidos pontos.
Se considerarmos uma tubulação, a perda de carga unitária J será o quociente da perda de carga H
entre dois pontos, a e b, da tubulação, pelo comprimento l entre esses pontos.

J é, portanto, a perda de carga unitária, expressa em coluna de líquido, por unidade de peso escoado
e por unidade de comprimento da tubulação. Depende do diâmetro da tubulação, da velocidade de
escoamento, de um fator de resistência ou coeficiente de atrito f, o qual, por sua vez, depende do
número de Reynolds (logo de V, d, ) e da rugosidade relativa є/d.
Darcy e Weisbach chegaram à expressão geral da perda de carga válida para qualquer líquido, que é
empregada no chamado Método moderno ou racional.

Podemos exprimir a perda de carga unitária em função da descarga, notando que

para tubos de seção circular, de modo que, no caso, teremos

A perda de carga ao longo da tubulação de comprimento l será

A determinação do fator de resistência l leva em consideração se o escoamento é laminar ou


turbulento.

3.1. ESCOAMENTO LAMINAR


O coeficiente f não depende da rugosidade da tubulação, mas apenas de número de Reynolds. Para
tubos circulares

É a equação de Poiseuille.

A perda da carga J no caso será dada por


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ou pela fórmula de Hagen-Poiseuille

3.2. ESCOAMENTO TURBULENTO


A determinação analítica da queda de pressão no escoamento turbulento é inviável. Devido a isto,
recorre-se a resultados experimentais, que mostram que a queda de pressão causada pelo atrito em
um tubo horizontal de área constante no escoamento turbulento completamente desenvolvido
depende do diâmetro d, do comprimento l, da rugosidade do tubo є, da velocidade média do
escoamento 𝑉 e da viscosidade cinemática do fluido .
O fator de atrito f é determinado experimentalmente, baseado nos resultados dos estudos de Blasius,
Colebrook, White e Nikuradse e na análise matemática de Prandtl e Karman e apresentados como
solução rápida e com razoável precisão para muitas aplicações práticas como os conhecidos
diagramas de Moody e de Hunter-Rouse.
O procedimento para se determinar a perda de carga em um escoamento completamente
desenvolvido sob condições conhecidas é o seguinte:
a) Calcula-se o número de Reynolds, Re;
b) Obtém-se o valor da rugosidade, є;
c) Faz-se a leitura do fator de atrito, f, da curva apropriada nos diagrama de Moody ou Hunter-Rouse
para os valores determinados de Re e є/d;
d) Determina-se a perda de carga, J ou H.

3.2.1. Diagrama Universal de Moody 6

Apresenta em abscissas o número de Reynolds, Re, e, em ordenadas à esquerda, o coeficiente de


atrito f, ambos em escalas logarítmicas. Note-se que o limite do escoamento laminar é considerado
igual a 2.000 e, até este valor, 𝑓 = 64 𝑅𝑒 .

a) Para Re < 2.000, regime laminar, usa-se a reta A de Poiseuille;


b) Para Re compreendido entre 2.000 e 4.000, tem-se o regime instável ou crítico de transição do
laminar ao turbulento, e o fator de resistência oscila em torno de uma curva que pode ser
considerada independente da rugosidade. Temos a faixa B a utilizar;
c) Para Re > 4.000, o regime é turbulento e temos uma curva representativa de f para cada
viscosidade.
A linha D se aplica aos tubos lisos. A partir da curva E, para a direita, verifica-se que f não depende
mais de Re, mas apenas da rugosidade relativa є/d, e o regime é de turbulência plena ou completa.

Observando o diagrama de Moody podemos tirar as seguintes conclusões:


1) O fator de atrito decresce com o aumento do número de Reynolds enquanto o escoamento
permanecer laminar. Na transição, f aumenta bruscamente. No regime de escoamento turbulento, o
fator de atrito decresce gradualmente e, por fim, nivela-se em um valor constante para grandes
números de Reynolds;
2) A perda de energia real é J proporcional a f e V2;
3) Para um escoamento laminar � J∝V (porque 𝑓=64/𝑅𝑒 𝑒 Re ∝ V );
e) Na região de transição existe um rápido crescimento de J;
f) Para a zona inteiramente rugosa, J ∝� V2 (porque 𝑓≈𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒) e para o restante da região
turbulenta, J aumenta a uma taxa que varia entre V e V2;
g) A perda de carga sempre aumenta com a vazão mássica, e mais rapidamente quando o
escoamento é turbulento.

6
Moody, L. F., ―Friction Factors for Pipe Flow‖, Transactions of the ASME, 66, 8, November 1944, PP. 671-684.
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3.2.2. Diagrama de Hunter-Rouse

É muito empregado por permitir a solução rápida de vários problemas de escoamento em


tubulações.
O número de Reynolds acha-se indicado no eixo superior das abscissas em escala logarítmica, com
entradas curvilíneas. No eixo inferior das abscissas acham-se, também em escala logarítmica, os
valores 𝑅𝑒 𝑓.
As curvas representativas do regime turbulento são traçadas para valores de d/є (e não de є/d ), de
20 a infinito, correspondendo este último aos tubos lisos.

3.2.3. Expressões Matemáticas para o Cálculo de f

Através de ajustes de dados experimentais, várias expressões matemáticas foram criadas para o
cálculo do fator de atrito visando se evitar o uso do método gráfico. É curioso notar que, desde a
fórmula proposta por Chézy para o cálculo da perda de carga até nossos dias, surgiram inúmeras
outras. José M. de Azevedo Netto, e seu livro Manual de Hidráulica, Cap. 14, enumera mais de cem
autores de fórmulas, o que revela a importância da questão.
Dentre essas, a mais usual é a de Colebrook 7, cuja resolução para f é promovida por iterações.

𝜖
1 𝑑 2,51
= −2 log +
𝑓 0,5 3,7 𝑅𝑒 × 𝑓 0,5

7
Colebrook, C. F., ―Turbulent Flow in Pipes, with Particular Reference to the Transition Region between the
Smooth and Rough Pipe Laws‖. Journal of the Institution of Civil Engineers, London, 11, 1938-39, PP. 133-156.
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Para acelerar o processo de iteração, Miller 8 sugere que a estimativa inicial seja dada pela seguinte
expressão

𝜖 −2
𝑑 5,74
𝑓0 = 0,25 log + 0,9
3,7 𝑅𝑒

Também é comum, para o caso de escoamento turbulento em tubos lisos, a utilização da


correlação de Blasius, válida para 𝑅𝑒≤105, dada por

Observação:

O gráfico 9 abaixo nos permite obter, para tubos de materiais diversos, os valores de coeficiente de
perda de carga f, conforme os diâmetros e a rugosidade, para o caso da água.

8
Miller, R. W., Flow Measurement Engineering Handbook, 3 ed. New York:McGraw-Hill, 1996.
9
MACINTYRE, A.J. Bombas e Instalações de Bombeamento, pp 653. 2 ed. LTC, rio de Janeiro, 1997.
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3.3. PERDAS DE CARGA LOCALIZADAS


O escoamento em uma tubulação pode exigir a passagem do fluido através de uma variedade de
acessórios, curvas ou mudanças súbitas de área, que originam perdas de cargas adicionais
relativamente menores se o sistema incluir longos trechos retos de tubo de seção constante por
causarem turbulência, alterarem a velocidade, mudarem a direção, aumentarem o atrito e
provocarem choques das partículas. Ao ser calculada a perda de carga de uma tubulação, deve-se,
portanto, adicionar à perda de carga normal, isto é, ao longo da tubulação, as perdas de carga
correspondentes a cada uma das peças, conexões e válvulas.
A perda de carga localizada (J) pode ser determinada através de um dos dois métodos descritos a
seguir:

3.3.1. Método Direto

Nesse método a perda de carga localizada é determinada através da seguinte fórmula:

Na expressão acima, K é um coeficiente experimental tabelado para cada tipo de acidente ou


variações de um mesmo tipo de acidente. Esse valor de K é obtido do fabricante do acessório e, para
um mesmo acessório, admite variações para fabricantes diferentes. Com o avanço da tecnologia é
de se admitir valores de K menores, para um mesmo acessório, com um fluido escoando nas
mesmas condições. Esse avanço pode ser tanto no acabamento superficial ou material quanto na
hidrodinâmica (forma interna) do acessório. Como

𝑙 𝑉2 𝑉2
𝐽=𝑓 =𝐾
𝑑 2𝑔 2𝑔

obtemos
𝑙
𝐾=𝑓
𝑑
ou seja, K é um valor representativo de influência do coeficiente de atrito, do comprimento e do
diâmetro, embora em certos casos ele possa ser constante mesmo com um desses valores variando.
A seguir são dados valores médios de K para os principais acidentes.

a) Entrada – A perda de carga da saída do fluido de um reservatório e entrada na tubulação


depende da forma geométrica escolhida.
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b) Saída 10 – Na saída de um fluido de uma tubulação, não importa a forma ou tipo de sistema, isto é,
para qualquer saída K = 1.

c) Reduções, Orifício e Ampliações11,12 – Os valores de K para reduções bruscas, orifícios e


ampliações bruscas são apresentados na figura abaixo. No caso de reduções ou ampliações
graduais utilizam-se, normalmente, os valores conservativos para mudanças bruscas. Entretanto,
aqueles interessados em valores mais reais podem utilizar as fórmulas elaboradas que podem ser
encontradas na literatura 13.

10
Flow on fluids through valves, fittings and pipe, Technical Paper NQ 410M, Crane Co.
11
SIMPSON, L.L. Process piping: functional design, Chemical Engineering, 14 de abril de 1969.
12
SIMPSON, LL. e WEIRICK, M.R., Desining plant piping, Chemical Engineering, 3 de abril de 1978.
13
Flow on fluids through valves, fittings and pipe, Technical Paper NQ 410M, Crane Co.
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d) Válvulas Globo, Borboleta e em Ângulo - Os valores de K para válvulas globo, válvulas


borboleta e válvulas em ângulo, respectivamente, são apresentadas nas figuras a seguir.

Válvulas Globo

Válvulas Borboleta

Valores de fF para tubos comerciais de aço em regime completamente turbulento.

Válvulas em Ângulo
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e) Válvulas de Bloqueio – Mesmo caso que as válvulas globo. Os valores de K são mostrados na
figura abaixo para cada tipo de válvula de bloqueio.

OBSERVAÇÃO:
–––––– 14
............15

No caso da válvula macho, o fator K pode ser obtido das características geométricas de construção 15
ou em função do ângulo de bloqueio 16.

f) Válvulas de retenção – As válvulas de retenção são acessórios colocados na linha de descarga


das bombas com a finalidade de evitar o impacto causado pela inversão de sentido do escoamento,
uma vez cessada a atuação da bomba, o que poderia mesmo inverter o sentido de rotação da
mesma, fazendo com que ela trabalhasse como uma turbina hidráulica. A figura abaixo mostra os
valores de K para válvulas de retenção tipo portinhola.

14
Pipe friction manual, Nova York, Hydraulic Institute, 3a edição, 1961.
15
Flow on fluids through valves, fittings and pipe, Technical Paper N 410M, Crane Co.
16
GIBSON, AH. Hydraulic and its applications, Londres, Constable, 5 edição, 1952.
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g) Válvulas de Pé

h) Joelhos, Retornos e T’s

OBSERVAÇÃO:
............ 17
–––––– 18
– – – – 19
17
Flow on fluids through valves, fittings and pipe, Technical Paper NQ 410M, Crane Co.
18
Pipe friction manual, Nova York, Hydraulic Institute, 3a edição, 1961.
19
MILLER, D.S. Internal Flow, Inglaterra, British Hydromechanics Research Association, Cranfield, 1971.
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A perda de carga em curvas pode ser calculada pela fórmula

ou

onde c é um coeficiente que depende de R, l e d. Para curvas inteiriças temos, para vários valores
de  e R/d,os valores indicados abaixo para c.
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Tratando-se de uma curva construída com trechos retos com ângulo a de 10 a 22°30',
deve-se fazer uma correção aumentando os valores encontrados na tabela anterior na medida
indicada na tabela mostrada a seguir.

Em tubulações de bombeamento a transição de dois trechos de diâmetros diferentes realiza-se com


peças de concordância troncônicas com ângulo de conicidade  pequeno.

𝑑2 2
Chamemos de n a relação
𝑑1
Para n compreendido entre 0,05 e 0,5 temos, para o coeficiente de perda de carga  na redução
com estreitamento suave:

e a perda de carga é

Se  /2 é menor que 15° considera-se desprezível a perda.


No alargamento suave os valores são dados por

Pode-se, com boa aproximação, calcular as perdas antes citadas pela fórmula

sendo K=0,30 no alargamento e K=0,15 no estreitamento. Deve-se usar para V o valor no trecho de
menor diâmetro.
Os valores de K variam conforme o sentido de entrada e saída da água na derivação e o ângulo de
inserção, conforme se observa na figura a seguir.
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3.3.2. Método do Comprimento Equivalente

Este método consiste em fixar o valor do comprimento reto de tubulação que reproduziria, nas
mesmas condições, a mesma perda de carga que o acessório em questão. A Tabela 20 a seguir
apresenta os valores médios de comprimento equivalente para diversos tipos de acessórios.

Entradas e Saídas (1)

20
KERN, R. Practical piping design, McGraw-Hill Book Companv (reprintda Chemical Engineering).
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Reduções e Ampliações de Diâmetro

Obs.: Acrescentar esses comprimentos ao comprimento da tubulação de menor diâmetro.

Joelhos, Curvas e T’s

(3) Para joelhos e


curvas de 45°, dividir
os valores da tabela
por 2 e no caso de
180°, multiplicar por
2.
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Válvulas

Tendo obtido os comprimentos equivalentes dos n acessórios de uma tubulação, a perda de carga é
calculada como se a mesma fosse construída de um único trecho reto de comprimento le, tal que:
𝑛

𝑙𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝑙𝑟𝑒𝑡𝑜 + 𝑙𝑒
1
A perda de carga total J, envolvendo acessórios e tubulação, será então:

𝑙𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑉 2
𝐽=𝑓
𝑑 2𝑔

A figura a seguir apresenta um ábaco que permite a correlação entre K e le para acessórios operando
em zona completamente turbulenta em tubos schedule 40.
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Para a determinação rápida dos comprimentos equivalentes de tubulações para perdas de carga
localizadas, pode-se empregar o Diagrama da Crane Corporation (Flow of fluids through valves,
fittings and pipes), mostrado a seguir. Neste diagrama, ligando-se por uma reta o ponto da reta A,
correspondente à peça em questão, ao diâmetro indicado na reta B, obtém-se, na C, o comprimento
equivalente em metros. É bom notar que há uma apreciável discordância entre os valores das
perdas, apresentados nos catálogos dos fabricantes, para certas peças.
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Pode-se, também, utilizar a Tabela de Comprimentos Equivalentes a presentada na Norma Brasileira


para Instalações Prediais NBR-5626/82, para diâmetros até 350 mm, conforme figura abaixo.
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Quando o líquido está em repouso em um reservatório, a velocidade em sua superfície livre é


praticamente nula. Para que a unidade de peso de líquido adquira a velocidade V com a qual irá
escoar na tubulação, deverá fornecer ou ceder uma parcela de sua energia de posição para
transformá-la em energia cinética. Esta energia é chamada de "carga inicial" no reservatório, sendo
dada por

3.3.3. Método do Número de Diâmetros

Um outro método que pode ser utilizado para cálculo de perdas de carga acidentais é baseado na
divisão do comprimento equivalente pelo diâmetro em questão, resultando no número de diâmetros
que somados dão o comprimento equivalente, isto é,

𝑙
= 𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑑𝑖â𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜𝑠
𝑑

Existem tabelas, como a apresentada a seguir, que dão os valores l/d para várias peças.
Multiplicando-se o valor do número de diâmetros pelo valor do diâmetro, obtém-se o comprimento
equivalente. Este método é usado em programação para computadores.

3.4. TABELAS PARA CÁLCULOS DE PERDA DE CARGA


Uma alternativa para cálculo de perda de carga é através das tabelas produzidas pelo Hydraulic
Institute de Nova York. Os valores da perda de carga fornecidos nestas tabelas são para tubulações
novas, não sendo feita nenhuma correção levando em consideração o envelhecimento da tubulação.
Para instalações industriais é recomendável acrescentar 15% a esses valores. No texto de cada
tabela são apresentados os valores de conversão para o sistema métrico das unidades inglesas.
É interessante alertar que nas Tabelas 1 e 2 a perda de carga para água é dada em ft para cada 100
ft de comprimento enquanto que na Tabela 3, para perda de carga com produtos viscosos, o
resultado é fornecido em psi para cada 100 ft de comprimento. A conversão em perda de carga linear
pode ser feita usando a equação 𝐽 = 𝑃 𝛾 com unidades homogêneas.
Finalmente, cabe frisar que a perda de carga fornecida pela Tabela 3 considera fluido de densidade
igual a 1 (um). Para densidades diferentes, multiplicar o valor encontrado pela densidade do fluido
bombeado.
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Tabela 1 – Perda de carga para tubulações de aço schedule 40 bombeando água.


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Tabela 1 – Perda de carga para tubulações de aço schedule 40 bombeando água. (cont)
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Tabela 2 – Perda de carga para tubos de ferro revestidos de asfalto conduzindo água.
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Tabela 3 – Perda de carga para fluidos viscosos em tubulação de aço schedule 40.
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Tabela 3 – Perda de carga para fluidos viscosos em tubulação de aço schedule 40. (cont)
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Tabela 3 – Perda de carga para fluidos viscosos em tubulação de aço schedule 40. (cont)
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Tabela 3 – Perda de carga para fluidos viscosos em tubulação de aço schedule 40. (cont)
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4. SOLUÇÕES DE PROBLEMAS DE ESCOAMENTO EM TUBOS


Em geral, conhecemos a configuração do sistema de escoamento em tubo (tipo do material do tubo
e, portanto, a rugosidade do tubo, o número e tipo de cotovelos, válvulas e outros acessórios etc., e
variações de elevação), bem como o fluido (ρ e μ) com o qual lidaremos. Embora não sejam as
únicas possibilidades, o objetivo é solucionar os seguintes problemas.

4.1. DADOS l, Q E d, DETERMINAR J


Estes tipos de problema são bastante diretos, já que a equação da energia possui apenas uma
variável desconhecida.
- A vazão leva ao número (ou números, caso existam variações no diâmetro) de Reynolds e,
portanto, ao fator (ou fatores) de atrito para o escoamento;
- Dados tabelados podem ser usados para os coeficientes e comprimentos equivalentes das perdas
menores;
- A equação da energia pode, então, ser usada diretamente para obter a perda de carga (queda de
pressão).

4.2. DADOS J, d E Q, DETERMINAR l


Estes tipos de problema também são diretos, já que a equação da energia possui apenas uma
variável desconhecida.
- A vazão leva ao número (ou números, caso existam variações no diâmetro) de Reynolds e,
portanto, ao fator (ou fatores) de atrito para o escoamento;
- Dados tabelados podem ser usados para os coeficientes e comprimentos equivalentes das perdas
menores;
- A equação da energia pode, então, ser rearranjada e resolvida diretamente para o comprimento do
tubo.

4.3. DADOS J, l E d, DETERMINAR Q


Estes tipos de problema requerem iterações manuais, já que a vazão ou a velocidade desconhecida
é necessária antes do número de Reynolds, fazendo com que o fator de atrito não possa ser
determinado diretamente.
- Resolvemos, primeiramente, a equação da energia para 𝑉 em termos das grandezas conhecidas e
do fator de atrito desconhecido f ;
- O processo iterativo começa com uma estimativa para f
- como є e d são conhecidos, a curva de rugosidade relativa є/d no diagrama de Moody também é
conhecida;
- toma-se um valor para Re na região completamente turbulenta do diagrama de Moody, se possível,
o máximo Re;
- o ponto de interseção do valor de Re na curva є/d fornece um valor de f correspondente;
- Com f determinado, calcula-se um 𝑉 ;
- Em seguida calcula-se um novo Re para se obter um novo valor de f ;
- Repete-se o processo iterativo 𝑓→𝑉 →𝑅𝑒→𝑓 até a convergência, ou seja, até que o valor do f
anterior iguale-se ou esteja bastante próximo do novo valor de f ;
- Com o valor de f determinado, calcula-se 𝑉 e Q.

4.4. DADOS J, l E Q, DETERMINAR d


Estes tipos de problema aparecem, por exemplo, quando projetamos um sistema bomba-tubulação e
desejamos escolher o melhor diâmetro do tubo – entendendo como melhor o diâmetro mínimo (para
custo mínimo da tubulação) que fornecerá a vazão de projeto. O diâmetro desconhecido é requerido
antes do número de Reynolds e da rugosidade relativa, fazendo com que o fator de atrito não possa
ser determinado diretamente.
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- Resolvemos, primeiramente, a equação da energia para d em termos das grandezas conhecidas e


do fator de atrito desconhecido f ;
- O processo iterativo começa com uma estimativa qualquer para f, já que e é conhecido e d não,
tornando desconhecida a curva de rugosidade relativa є/d no diagrama de Moody, além de Re;
- Com o valor estimado de f, determina-se d e em seguida Re e є/d;
- Com o valor de Re e a curva є/d determina-se um novo f no diagrama de Moody;
- Repete-se o processo iterativo 𝑓→d →𝑅𝑒 e є/d →𝑓 até a convergência, ou seja, até que o valor do f
anterior iguale-se ou esteja bastante próximo do novo valor de f ;
- Com o valor de f determinado, calcula-se d.

4.5. TUBULAÇÕES
Já vimos, na expressão do número de Reynolds, que é necessário saber o diâmetro da tubulação
para calculá-lo, assim como, que através da equação da continuidade podemos achar o diâmetro da
tubulação uma vez conhecidas a vazão e velocidade do fluido. Nos problemas de bombas ou de
escoamento de fluidos o diâmetro do tubo é muito importante.

4.5.1. Normas ANSI

Existem várias normas padronizando tubos para condução. A de maior interesse para o estudo de
bombas é a norma dimensional da ANSI (American National Standard Institute) fixando valores de
diâmetros comerciais e de espessuras de paredes para cada série (schedule) de tubos. As normas
que dão esta padronização são a ANSI.B.36.10 para tubos de aço carbono e aços de baixa liga e a
ANSI.B.36.19 para tubos de aço inoxidável, parcialmente reproduzidas na Tabela a seguir em
unidades métricas. É conveniente notar que até o diâmetro nominal de 12 in inclusive, esse diâmetro
não é nem o externo nem o interno. A partir de 14 in o diâmetro nominal corresponde ao diâmetro
externo. Para cada diâmetro nominal, o diâmetro externo é o mesmo, só alterando o diâmetro interno
em função da espessura ,de parede (série ou schedule). A série mais comum é a, 40, sendo também
usadas as séries 80 e 160 para tubos com até 2 in a fim de proporcionar certa resistência estrutural
própria.
As normas que tratam do projeto, flexibilidade, materiais, ligações, tensões, montagem, fabricação e
testes são as da ANSI.B.31. No caso de tubulações para refinarias de petróleo e indústrias químicas,
a norma específica é a ANSI.B.31.3 e para oleodutos ou gasodutos externos à refinaria, a
ANSI.B.31.4.
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5. ASSOCIAÇÃO DE TUBULAÇÕES
Sempre que encontramos um sistema com tubulações que apresentam variações no diâmetro no
decorrer de sua extensão, ou com ramificações, uma das maneiras de simplificar o problema é
encontrar uma tubulação que seja equivalente ao sistema em estudo. Podemos dizer que duas
tubulações são equivalentes quando são capazes de conduzir à mesma vazão sob a mesma perda
de carga.

5.1. TUBULAÇÕES EM SÉRIE


O problema consiste em determinar qual seria o comprimento l que deveria ter uma tubulação de
diâmetro prefixado d para ser equivalente a uma tubulação em série que constitui o nosso sistema
em estudo.

Sabemos que

como
𝜋 𝑑2 4𝑄
𝑄 = 𝑆×𝑉 = ×𝑉 ⇒𝑉 =
4 𝜋 𝑑2

então
𝑙 4𝑄 𝜋𝑑 2 8 𝑄2
𝐽=𝑓 = 2 𝑓×𝑙 5
𝑑 2𝑔 𝜋 𝑔 𝑑

fazendo
8
𝐶=
𝜋2 𝑔

vamos obter
𝑄2
𝐽 =𝐶𝑓𝑙
𝑑5

Aplicando a definição de tubulações equivalentes ao sistema de tubulações em série

𝐽 = 𝐽1 + 𝐽2
𝑄 = 𝑄1 = 𝑄2
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então
𝑄2 𝑄12 𝑄22
𝐶𝑓𝑙 = 𝐶𝑓 𝑙
1 1 5 + 𝐶𝑓 𝑙
2 2 5
𝑑5 𝑑1 𝑑2

𝑓𝑙 𝑓1 𝑙1 𝑓2 𝑙2
= +
𝑑5 𝑑15 𝑑25

Para resolver esta equação é necessário, inicialmente, determinar os coeficientes de atrito (f).
Entretanto, uma solução aproximada, para fins estimativos, pode ser desenvolvida se os diâmetros
envolvidos d1, e d2 forem do mesmo material e de dimensões próximas. Neste caso, a variação do
valor de f é menos sensível, principalmente se o escoamento for do tipo completamente turbulento.
Neste caso, o diâmetro d é fixado como sendo igual a d1 ou d2 ou a média aritmética entre eles. Este
procedimento reforça a nossa consideração de que f = f1 = f2. Então, temos:

𝑙 𝑙1 𝑙2
5
= 5+ 5
𝑑 𝑑1 𝑑2

ou, de forma generalizada


𝑛
𝑙 𝑙𝑖
=
𝑑5 𝑑𝑖5
1

Como conhecemos os valores de li e di, fixamos o valor de d e estimamos o valor de l através da


equação acima.

5.2. TUBULAÇÕES EM PARALELO


Analogamente ao anterior, este problema consiste em determinar o comprimento l da tubulação
equivalente, de diâmetro d prefixado, para ser equivalente ao feixe de tubulações em paralelo, em
consideração.

As equações que podemos levantar para o problema, são

𝐽 = 𝐽1 = 𝐽2 = 𝐽3

𝑄 = 𝑄1 + 𝑄2 + 𝑄3
como
𝑄2
𝐽 =𝐶𝑓𝑙
𝑑5
então
𝐽 × 𝑑5
𝑄=
𝑓×𝐶×𝑙
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e, analogamente,

𝐽1 × 𝑑15
𝑄1 =
𝑓1 × 𝐶 × 𝑙1

𝐽2 × 𝑑25
𝑄2 =
𝑓2 × 𝐶 × 𝑙2

𝐽3 × 𝑑35
𝑄3 =
𝑓3 × 𝐶 × 𝑙3

Fazendo as substituições, obtemos

𝑑5 𝑑15 𝑑25 𝑑35


= + +
𝑓×𝑙 𝑓1 × 𝑙1 𝑓2 × 𝑙2 𝑓3 × 𝑙3

Neste caso, teríamos que supor uma distribuição inicial de vazões ou valores para os coeficientes de
atrito e posteriormente verificar a solução por um processo iterativo. Fazendo considerações
análogas àquelas desenvolvidas no estudo de tubulações em série, uma solução aproximada para
fins estimativos seria supor:
𝑓 = 𝑓1 = 𝑓2 = 𝑓3
então
𝑑5 𝑑15 𝑑25 𝑑35
= + +
𝑙 𝑙1 𝑙2 𝑙3

ou, generalizando,
𝑛
𝑑5 𝑑𝑖5
=
𝑙 𝑙𝑖
1

Como conhecemos os valores de di e li fixamos um valor para d e obtemos o correspondente valor do


comprimento equivalente l. Também aqui a escolha do diâmetro d igual a um dos diâmetros di reforça
a aproximação.

5.3. ANÁLISE DE REDES DE TUBULAÇÕES


Uma extensão do problema de tubulações em paralelo é um sistema em rede similar ao ilustrado na
figura abaixo.
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Em um sistema como este é praticamente impossível determinar, à primeira vista, o sentido do fluxo
nos diversos ramais. Entretanto, não importando a complexidade da rede, as seguintes equações
básicas devem ser obedecidas:

a) a soma dos fluxos que entram em cada junção é igual à soma dos fluxos que saem da junção,
isto é:
𝑚𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎 𝑛𝑑𝑜 = 𝑚𝑠𝑎𝑖𝑛𝑑𝑜

Para fluidos incompressíveis:


𝑄𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑛𝑑𝑜 = 𝑄𝑠𝑎𝑖𝑛𝑑𝑜

b) a perda de carga em qualquer linha de tubulação é dada por:


𝑙 𝑉2 8 𝑙
𝐽=𝑓 = 𝑓 2 5 𝑄2
𝑑 2𝑔 𝜋 𝑔𝑑

c) a soma algébrica das perdas de carga em volta de qualquer circuito fechado deve ser zero.
𝐽=0

Logicamente, alguma convenção deve ser adotada com relação aos sinais da perda de carga. Se o
sentido do fluxo na tubulação é na direção dos ponteiros do relógio, a perda de carga é considerada
positiva. É considerada negativa se o fluxo é em sentido oposto.
Assim sendo, o seguinte método pode ser usado na solução de redes:

a) Inspecionar o sistema e adotar uma distribuição de fluxo que atenda à condição (a);
b) Calcular a perda de carga em cada linha de tubulação;
c) Verificar se 𝐽 = 0 todos os circuitos fechados.

Dificilmente a condição(c) será atendida em primeira instância. A solução então é determinar a


correção (ΔQ) a ser feita nas vazões previamente supostas.
Na determinação de ΔQ, o seguinte procedimento 21 pode ser utilizado:

𝑄 = 𝑄0 + ∆𝑄

onde
Q – vazão real
Q0 – vazão assumida anteriormente
ΔQ – correção de vazão

A perda de carga pode ser escrita como

𝐽 = 𝑐 × 𝑄 2 = 𝑐 𝑄0 + ∆𝑄 2
= 𝑐 𝑄02 + 2𝑄0 ∆𝑄 + ∆𝑄 2

onde c é uma constante para cada linha.


Considerando ΔQ desprezível em relação a Q0, vem:

𝐽 = 𝑐 𝑄02 + 2𝑄0 ∆𝑄

Para cada circuito fechado,


𝐽 = 𝑐𝑄02 + ∆𝑄 2 𝑐 𝑄0 = 0

21
DAUGHERTY, R.L. e FRANZINI, J.B. Fluid mechanics and engineering applications, McGraw-Hill Book Company.
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então, ΔQ para cada circuito pode ser calculado por

− 𝑐 𝑄02 − 𝐽
𝑄= =
2𝑐 𝑄0 2 𝐽 𝑄0

É interessante notar que o numerador da equação acima corresponde a uma soma algébrica com a
convenção de sinais adotada no item (c) da presente discussão, enquanto que o denominador
corresponde a uma soma aritmética.
O sinal negativo indica que se houver um excesso de perda de carga na direção do ponteiro dos
relógios, ΔQ deve ser subtraído dos valores Q0 previamente assumidos nesta direção no circuito, e
somado aos Q0 na direção contrária dos ponteiros do relógio. Se ΔQ for positivo, o contrário deve ser
feito.
Após cada circuito ter sido corrigido para os novos valores de Q = Q0 ± ΔQ, provavelmente o 𝐽
ainda será diferente de zero devido à dupla correção que sofreram as linhas que pertencem a dois
circuitos fechados. Neste caso, um processo iterativo tem seguimento até o ponto onde as correções
ΔQ se tornam desprezíveis

5.4. DETERMINAÇÃO DO DIÂMETRO DE TUBULAÇÕES


Uma determinação definitiva do diâmetro de uma tubulação depende fundamentalmente do critério
de análise utilizado. Assim sendo, em tubulações de descarga, o critério normalmente utilizado é
econômico, enquanto que para tubulações de sucção, tendo em vista o pequeno comprimento e o
problema de cavitação, o critério é o de propiciar uma boa condição de sucção. Entretanto, é
necessário alertar que, eventualmente, critérios outros, como por exemplo limitar a velocidade para
evitar erosão excessiva, podem ser prioritários.

5.4.1. Estimativa do Diâmetro da Tubulação de Sucção

De acordo com a equação de continuidade, podemos escrever

𝑄
𝑑 = 1128
𝑉

Desta forma, se para determinada vazão de operação fixarmos o valor da velocidade adequada, a
equação acima dará uma estimativa do diâmetro de tubulação a ser utilizado. A Tabela 22 a seguir
serve a este propósito fornecendo valores de velocidade recomendada para tubulações de sucção
operando com água, óleos leves, líquidos saturados e líquidos viscosos.

22
Pumping Manual, Inglaterra, Trade and Technical Press Ltda.
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O diâmetro calculado através da equação deve ser aproximado para o diâmetro comercial
imediatamente superior.

5.4.2. Estimativa do Diâmetro da Tubulação de Descarga

Conforme dito anteriormente, o critério para tubulações de descarga é normalmente econômico visto
que, para uma dada vazão, um problema de análise de alternativas se configura desta forma:

a) Se o diâmetro (d) aumenta, a velocidade (V) diminui para uma determinada vazão (Q), a perda de
carga (J) diminui e, conseqüentemente, a potência consumida devido ao atrito (Pot) fricção diminui,
assim como os custos operacionais.

4𝑄 𝑙 𝑉2
𝑑 ↑⇒ 𝑉 = ↓⇒ 𝐽 = 𝑓 ↓⇒ 𝑃𝑜𝑡 𝑓𝑟𝑖𝑐 çã𝑜 =𝛾𝑄𝐽↓
𝜋 𝑑2 𝑑 2𝑔

b) Por outro lado, se o diâmetro (d) aumenta, o investimento inicial na linha aumenta.

Da discussão anterior fica claro que o diâmetro econômico será aquele que minimizar a soma dos
custos inicial e operacional. Entretanto vamos, inicialmente, analisar uma situação mais simples de
linha de descarga de pequeno porte. Neste caso, a pura adoção de velocidades recomendadas
através da prática como aparece na Tabela 23 abaixo oferece oportunidade para uma eficaz
determinação do diâmetro de descarga para uma determinada vazão (Q) através da Equação
anteriormente mostrada, aproximando ao diâmetro comercial mais próximo.

Esta solução simples pode não ser suficiente para a determinação do diâmetro em uma linha de
médio ou grande porte. Neste caso, tomaríamos esta solução como ponto de partida e
compararíamos o custo total desta alternativa com os custos totais dos diâmetros comerciais
imediatamente superior e inferior ao diâmetro comercial da solução simplificada. Nesta comparação
o leitor terá que fazer uso das equações e/ou tabelas de matemática financeira para calcular o valor
atual das quantias que serão desembolsadas a titulo de custo operacional, em épocas
predeterminadas, ao longo da vida útil da instalação. O custo total de cada alternativa seria então a
soma do custo inicial e do valor atual do custo operacional. Em instalações de grande porte, como
oleodutos, este estudo de alternativas pode ser feito de forma mais precisa através da inclusão de
outros custos, além do custo inicial da tubulação e do custo operacional, tais como: custo de

23
Pumping Manual, Inglaterra, Trade and Technical Press Ltda.
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manutenção, custo de isolamento térmico (se houver), custo inicial de bomba e acionador, custo
inicial de acessórios etc.
Normalmente a análise das três alternativas acima citadas apontará o diâmetro econômico.
Entretanto, uma solução mais geral seria construir um gráfico tal qual ilustrado na figura abaixo e
verificar o diâmetro correspondente ao ponto de mínimo da curva do custo total.

Eventualmente, podemos nos deparar com a necessidade de realizar um estudo de alternativas


básicas para uma instalação da qual conhecemos apenas o comprimento total. Neste caso, a
construção de uma série de gráficos utilizando o diâmetro da instalação como parâmetro, tal qual
ilustrado na figura abaixo, ofereceria a oportunidade de analisar a situação
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4. MISCELÂNEA DE DIAGRAMAS E TABELAS


Nomograma para a obtenção da perda de carga (segundo Hútte — edição 26) para tubos usados com roscas de gás. Para tubos novos
com roscas de gás, os valores das perdas devem ser multiplicados por 0,7.
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Escoamento em tubulações de aço soldado. (Diagrama do Eng.° Armando Lencastre.)


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Escoamento em tubulações de ferro fundido novo (Diagrama do Eng.° Armando Lencastre.)


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Velocidades recomendadas na aspiração e no recalque (m/s)


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Diagrama da Companhia Hansen Industrial para cálculo de perdas de carga em tubulações de PVC
rígido, para instalações prediais, série A
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Determinação do Número de Reynolds, Re, para água a 15 oC


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Diagrama para o cálculo das tubulações pela fórmula de Williams-Hasen. (Cia. Ferro Brasileiro S.A.)
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Diagrama baseado na fórmula de Williams-Hasen para C = 100, de autoria do Prof. José Augusto
Martins, da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Para C ≠100, multiplicar a perda de
carga pelo valor de K correspondente
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Diagrama para encanamentos de aço galvanizado para água fria. Fórmula de Fair-Whipple-Hsiao
(Autoria de Murillo S. de Pinho).
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Encanamento de cobre ou de latão. Fórmula de Fair-Whipple-Hsiao (Q = 55,9340,571×D2,714).


(Diagrama de Murillo S. de Pinho.)
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Escoamento em tubulações de plástico —PVC. (Diagrama do Eng.° Armando Lencastre.)


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Escoamento em tubulações de fibrocimento. (Diagrama do Eng." Armando Lencastre.)

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