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UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS


DEPARTAMENTO DE QUÍMICA
ENGENHARIA QUÍMICA – ENQ 271

PRÁTICA 03 – DETERMINAÇÃO DO COEFICIENTE DE DESCARGA DO


TUBO DE VENTURI

1. INTRODUÇÃO
O Tubo de Venturi (Figura 1) consiste em uma curta garganta estreita entre duas
seções cônicas, instalado entre dois flanges em uma tubulação. O instrumento apresenta
uma redução da área da seção transversal do tubo por onde o fluido escoa, acelerando o
fluido e provocando uma queda de pressão, que é a variável diretamente medida. A
redução de área no tubo de Venturi é progressiva, suave, levando a uma menor perda de
carga quando comparada a outros medidores, como a placa de orifício e medidor de bocal.
A queda de pressão é temporária, sendo a recuperação de forma eficiente após a passagem
pelo instrumento de medição. Apesar de ser preciso, ele apresenta elevado custo.

Figura 1. Tubo de Venturi

Desta forma, as pressões são medidas na entrada e na saída do tubo, sendo a queda
de pressão utilizada no cálculo da vazão. Conhecendo as áreas das seções transversais e
aplicando-se as equações da continuidade (Equação 1) e Equação de Bernoulli (Equação
2), pode-se determinar a vazão na área de restrição.
𝜌𝑣1 𝐴1 = 𝜌𝑣2 𝐴2 (1)
𝑃1 𝑣12 𝑃2 𝑣22
+ + 𝑔𝑧1 = + + 𝑔𝑧2 (2)
𝜌 2 𝜌 2

em que P1 e P2 são as pressões (Pascal) na seção 1 e seção 2, respectivamente, ρ é a massa


específica do fluido do escoamento [kg/m³], g é a aceleração da gravidade (9,81 m²/s), v1
e v2 são as velocidades (m/s) na seção 1 e seção 2 respectivamente e z1 e z2 as alturas para
o tubo vertical (m).
As seguintes hipóteses simplificadoras são adotadas:
1) O escoamento é permanente.
2) O escoamento é incompressível.
3) O escoamento será tomado ao longo de uma linha de corrente.
4) Tubulação disposta horizontalmente: h1 e h2 é igual a zero.
Isolando v1 na Equação da Continuidade e substituindo na Equação 2, tem-se a
Equação 3, que descreve a velocidade v1:
2(𝑝1 −𝑝2 )
𝑣1 = (3)
√ 𝜌(𝐷41 −1)
𝐷4
2

A diferença de pressão (p1-p2) é obtida através de tomadas de pressão estática


medias montante e a jusante da obstrução, segundo a Equação 4.
𝑝1 − 𝑝2 = 𝜌𝑔∆ℎ (4)
em que Δh representa a diferença de altura vertical entre o tubo a montante e o tubo a
jusante da obstrução.
Desse modo, como a vazão volumétrica é definida pela Equação 5, e a vazão
mássica é definida pela Equação 6.
𝑄 = 𝑣1 ∗ 𝐴1 (5)
𝑚̇ = 𝜌 ∗ 𝑄 (6)
em que Q é a vazão (m³/s), v1 a velocidade (m/s) e A1 (m²) é área da seção transversal do
tubo, m a vazão mássica (kg/s), ρ a massa es do fluido escoando (kg/m³) e Q a vazão
volumétrica (m³/s).
Substituindo as Equações 3 e 4 na Equação 6, obtém-se a Equação 7 para vazão
mássica. Esta equação mostra que a vazão em massa é proporcional à raiz quadrada da
diferença de pressão que se dá entre as tomadas do medidor. Entretanto, a vazão mássica
calculada pela Equação 7 é maior que a vazão real, pois não considera a perda de carga.
Assim, o coeficiente C foi adicionado à Equação 7, obtendo-se a Equação 8. Este é um
fator de correção para a perda de carga. Seu valor é dependente do número de Reynolds
(Re) do escoamento, do tipo de medidor e dos diâmetros relativos deste e da tubulação.
√2𝑔√∆ℎ
𝑚̇ = 𝜌𝐴1 (7)
𝐷4
√( 14 −1)
𝐷2

√2𝑔√∆ℎ
𝑚̇ = 𝐶𝜌𝐴1 (8)
𝐷 4
√( 14 −1)
𝐷2

C é o coeficiente de descarga experimental, A1 área transversal da tubulação anterior à


seção de restrição, D1 e D2 o diâmetro da tubulação anterior e da seção de restrição,
respectivamente, Δh diferença de altura entre as tomadas de medida e ρ massa específica
do fluido que escoa.

2. OBJETIVOS
• Determinar o valor do coeficiente de descarga C do tubo de Venturi.

3. EQUIPAMENTOS E MATERIAIS
• Bancada de Hidráulica Volumétrica - H1D
• H5- Aparato Venturi Meter
• Água da rede
• Tomada 220 V
• Cronômetro
• Régua
• Termômetro

4. EXPERIMENTOS
1. Verifique se a bancada está ligada a uma tomada de 220 V.
2. Verifique se o reservatório está com água acima da marcação na tubulação de
derivação.
3. Registre a temperatura média da água da rede.
4. Registre os diâmetros das seções transversais.
5. Ligue a bomba com a chave de cor PRETA.
6. Abra a válvula de regulagem após a restrição de Venturi. Sugestão inicial de
abertura da válvula: 0,5 volta.
7. Abra a válvula de passagem (localizada na lateral do tanque). Sugestão de
abertura da válvula de passagem: sempre 1 volta.
8. Para esta mesma abertura de válvula, determine a vazão (como nas práticas anteriores)
e colete medidas de altura no tubo de ventura antes e após o estrangulamento: ponto C
(DC= 18,40 mm) e ponto E (DE=16,79 mm).
9. Registre os dados na tabela.
10. Calcule a vazão volumétrica, em litros/s.
11. Calcule a vazão mássica, em kg/s.
12. Calcule o número de Reynolds, para a tubulação de conexão.
13. Repita o experimento (para outros 3 ajustes da válvula), ou seja, refaça os passos de
6 a 12. Sugestão de ajuste da válvula: 0,5 volta, 0,75 voltas, 1 voltas e 1,25 voltas.
Dados:
Temperatura da água: ________
Massa específica da água: _____________(Descreva a fonte desta informação)

Preencha os dados na Tabela 1. Determine a vazão (em triplicata) para cada abertura de
válvula, e anote a altura manométrica antes e após o estrangulamento no tubo de Venturi.

Tabela 1. Dados de vazão, h1, h2 e Δh


Abertura Vazão (ΔV/ Δt) h1 h2 Δh
0,5 volta

0,75 volta

1,0 volta

1,25 volta
No relatório, apresente todos os cálculos efetuados. Após a obtenção dos dados,
determine o coeficiente de descarga deste tubo de Venturi. Para isso, plote √∆ℎ versus
𝑚̇, ajuste uma reta. Relacione o coeficiente linear da reta com a Equação 8 e determine o
coeficiente de descarga C. Discuta o valor do coeficiente encontrado.

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