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BOMBAS

- Renato Santos Flauzino -


CONCEITOS BÁSICOS DE PRESSÃO

P1,v1 P2,v2 P3,v3

A partir da física teórica, sem considerar o efeito


do atrito, e válido apenas para a pressão absoluta:
P.v=constante P1.v1 =P2.v2 =P3.v3
se v >v >v
2 1 3 P2<P1<P3
Nos cálculos práticos, usa-se a eq. de Bernouille
(que será (re)vista mais adiante).
REVISÃO DE CONCEITOS BÁSICOS

Velocidade (v)

Diâmetro externo Diâmetro interno


Espessura
Área de escoamento (interna) (A ou S) A = p . r2 = p . (d/2)2
Vazão volumétrica (Q) Q=v.A
Vazão mássica (w) w = r.Q
Livro base: FOX, Robert W.; MCDONALD, Alan T.
Introdução à mecânica dos fluídos. 4. ed.
SÉRIES PADRONIZADAS DE TUBOS
Existem várias séries padronizadas, para tubos de
diversos materiais, de acordo com normas nacionais ou
internacionais.
Uma delas, a mais comum para o aço comercial, muito
usado no bombeamento de água, é a “schedule” (sch).
Tabelas estão, por exemplo em:
BENNETT & MYERS; Fenômenos de
Transporte

TELLES, Pedro C. da S.; Tabelas e


Gráficos para Projeto de Tubulações

(essas 2 tabelas, baseadas nas


normas ANSI e ASME estão no
material anexo)
SÉRIES PADRONIZADAS DE TUBOS

Para os tubos da série schedule (sch) para aço


comercial:

Diâmetro externo Diâmetro interno


Espessura

Para um mesmo diâmetro nominal:


sch 10 sch 40 sch 80 XX
SÉRIES PADRONIZADAS DE TUBOS
BENNETT & MYERS;
Fenômenos de Transporte

Diâmetro externo Diâmetro interno


Espessura
SÉRIES PADRONIZADAS DE TUBOS
TELLES, Pedro C. da S.;
Tabelas e Gráficos para
Projeto de Tubulações
EXEMPLO 1

2m
Supondo que este tanque (cilíndrico) se
esvazie a uma taxa de 1 m/h, calcular:
a) a vazão volumétrica em m3/h;
b) a vazão volumétrica em m3/s;
c) a velocidade de escoamento no tubo de 1”
para tubos sch40;
d) a velocidade de escoamento no tubo de 1/8”
para tubos sch40;
e) a velocidade de escoamento no tubo de 1” 1” 1/8”
para tubos sch10;
f) a velocidade de escoamento no tubo de 1/8”
para tubos sch10.
EXEMPLO 1 - Respostas
2m
Supondo que este tanque (cilíndrico) se
esvazie a uma taxa de 1 m/h, calcular:
a) a vazão volumétrica em m3/h;
Q = 3,1416 m3/h
b) a vazão volumétrica em m3/s;
Q = 8,727 x 10-4 m3/s
c) a velocidade de escoamento no tubo de 1”
para tubos sch40; v = 1,566 m/s
d) a velocidade de escoamento no tubo de 1/8” 1” 1/8”
para tubos sch40; v = 23,459 m/s
e) a velocidade de escoamento no tubo de 1”
para tubos sch10; v = 1,432 m/s
f) a velocidade de escoamento no tubo de 1/8”
para tubos sch10. v = 18,411 m/s
BERNOUILLE (SEM VISCOSIDADE)
g.z + v2 + P = constante g.Dz + D v2 + DP = 0
2 r 2 r
piezométrica estática
cinemática
(ou dinâmica)
Exemplo 2: Calcular, usando a eq. de Bernouille, a
variação de pressão devida a 5 m de profundidade de
água a 20 oC (r = 998 kg/m3).
Resp.:DP = 48.902 Pa
Exemplo 3: Um tanque com água a 20 oC, possui um
furo lateral 5 m abaixo do nível superior do líquido. Com
que velocidade a água vazará por este furo?
Resp.: v ≈ 9,9 m/s
BERNOUILLE COM VISCOSIDADE
g.Dz + D v2 + DP + Lwf = 0 ou g.Dz + D v2 + DP + HL = 0
2 r 2 r

O valor de Lwf (ou HL) é calculado de acordo


com o regime de escoamento (Eqs 8.33 ou 8.34).

Para escoamento laminar, a Eq 8.33 fornece o


seu valor diretamente.
Para escoamento turbulento, a Eq 8.34
fornece o seu valor a partir de f, que pode ser
encontrado no “diagrama de Moody”.

Equações do livro: FOX, Robert W.; MCDONALD,


Alan T. Introdução à mecânica dos fluídos. 4. ed.
ESCOAMENTO LAMINAR
Exemplo 4: Água (m = 0,001 kg/m.s e r = 1.000 kg/m3)
escoa, por uma tubulação de 1 m de comprimento e 1
cm de diâmetro, com uma velocidade de 10 cm/s.

10 cm/s
1cm

1m
a) Qual a perda de carga esperada para este trecho?
b) Qual a variação na pressão interna esperada para
este trecho?
Exemplo 4:
Fórmulas:

Re = d.v.r
m

HL = 32.m.L.v (Eq. 8.33 do livro)


r.d2

Resultados:
a) HL= 0,032 m2/s2
b)DP = 32 Pa
ESCOAMENTO TURBULENTO
Exemplo 5:
Calcular a perda de carga para este escoamento com
água (m = 0,001 kg/m.s e r = 1.000 kg/m3), a uma vazão de
200 L/min em tubulação de aço comercial, 1 pol sch40.
Todas as entradas e saídas de tanque são em borda
viva. Os cotovelos são do tipo padrão de 90 graus.

Níveis
constantes

10 m 10 m

50 m
RESULTADO PARCIAL Exemplo 5:
Re ≈ 159.311 (turbulento)

Da Tabela 8.1 (do livro base):


e = 4,6x10-2 mm = 4,6x10-5 m

Então:
e/D= 4,6x10-5/0,02664 = 0,0017

Pode-se, então, consultar o diagrama de


Moody para encontrar o valor do f (fator de
atrito) usado na eq. 8.34 (do livro base).
HL (ou LWF) = f.L.v2 (Eq. de Darcy)
2.d
1.000 10.000 100.000 1.000.000 10.000.000
≈0,0239 e/D≈0,00173
e/D≈0,00173

Re≈159.311
PERDAS DE CARGA LOCALIZADAS
Método cinético (ou dos Ks):
HL = k.v2/2
ou

Borda Reentrante K=1


Viva K = 0,78
K = 0,5 Valores da
tabela 8.2 do
livro do Fox

Método comprimentos equivalentes:


Valores na
tabela 8.4 do
HL = f.LEQ.v2 HL = f.LEQ.v2 livro do Fox
2.d 2.d
BERNOUILLE
g.Dz + D v2 + DP + HL + W = 0
2 r

POTÊNCIA
Pot = W. w
Exemplo 6: Calcular, para este escoamento em tubulação
de aço comercial sch40 1”, com vazão de 100 L/min de água
(m = 0,001 kg/m.s e r = 1.000 kg/m3):
a) perda de carga distribuída;
b) perda de carga localizada (entradas e saídas em borda
viva, válvulas de gaveta abertas e cotovelos padrão de 90o);
c) altura manométrica da bomba
d) a potência que a bomba deve fornecer ao líquido;
e) aumento de pressão na bomba.

10 m 10 m

5m 5m

60 m
SELEÇÃO DE TUBULAÇÕES
(De acordo com:
Bomba Industriais - Falco & Ezequiel)
Escolher (chutar) velocidade para o escoamento.
Calcular área, encontrar tubos com área próxima e
obter as velocidades nos tubos.
Comparar as velocidades com os valores tabelados
e continuar até obter uma velocidade imediatamente
acima do indicado e outra imediatamente abaixo.
Para a sucção, usar essa velocidade imediatamente
abaixo do indicado. Para a descarga, usar qualquer
uma das duas (lembrar que o indicado é diferente
para sucção e para a descarga).
VELOCIDADES RECOMENDADAS
Para água:
DN Suc Desc DN Suc Desc DN Suc Desc
1 0,5 1 4 0,55 1,25 10 0,9 2
2 0,5 1,1 6 0,6 1,5 12 1,4 2,65
3 0,5 1,15 8 0,75 1,75 >12 1,5
Fonte: (Bomba Industriais - Falco & Ezequiel)

Exemplo 7: Para uma vazão de 10 L/min de água em


tubulação de aço comercial sch40, escolher:
a) diâmetro nominal da sucção da bomba;
b) diâmetro nominal da descarga da bomba.
SELEÇÃO DE BOMBA E MOTOR
Uma vez escolhido o diâmetro, calcular a altura
manométrica (H) e a potência (WHP).

A altura manométrica corresponde ao W do


Bernouille, mas sendo normalmente expressa em
metros (que significam metros de coluna de água).

Então, se escolhe a bomba mais adequada para


o processo, a partir da vazão desejada (Q) e da
altura manométrica (H).
altura manométrica (H) altura manométrica (H)

vazão (Q)
vazão (Q)

altura manométrica (H) altura manométrica (H)

vazão (Q)
vazão (Q)
ESCOLHA DA BOMBA
altura manométrica (H) altura manométrica (H)

vazão (Q)
vazão (Q)

altura manométrica (H) altura manométrica (H)

vazão (Q)
vazão (Q)
ESCOLHA DA BOMBA
ROTAÇÃO E MOTOR
Por padrão (para 60Hz), os motores elétricos
funcionam a 3.600 rpm ou a 1.800 rpm, ou um
pouco abaixo disso devido às perdas de atrito.

Entretanto, pode-se funcionar a qualquer rotação,


caso se tenha uma caixa de câmbio.
MAIS EXEMPLOS DE CARTAS DE ESCOLHA
Exemplo 8: Escolha a bomba mais adequada para
bombear água a 300 galões por minuto (gpm) e altura
manométrica de 70 metros, de acordo com as figuras a
seguir:
a) apêndice D.1 (3.500 rpm);
b) apêndice D.2 (1.750 rpm);
c) série EH (rotor semi-aberto), 1.750 rpm;
d) série EH, 3.500 rpm.
SELEÇÃO DE BOMBA E MOTOR
Então, após ter a bomba selecionada, encontra-
se o seu rendimento, nas condições operacionais,
através da sua curva característica.
Este rendimento será usado para se obter a
potência que deve ser fornecida à bomba
(potência do eixo ou BHP).
Encontra-se também, nesta curva, o valor do seu
NPSHR (Net Positive Succion Head).
Esse valor de NPSHR será importante para se
evitar que a bomba sofra um desgaste conhecido
como “cavitação”, que será visto mais adiante.
Escolha da bomba Curva da bomba
Escolha da bomba Curva da bomba
MAIS EXEMPLOS DE CURVAS DE BOMBAS
Exemplo 9: Encontre, nas figuras a seguir, o rendimento
e o NPSHR para a bomba:
a) da figura 21.17 a 1.750 rpm, com 50 m3/h e 15 m;
b) da figura 21.17 a 3.550 rpm, com 50 m3/h e 50 m;
c) EHF 150-25-3, com 350 m3/h e 8 m;
d)EHF 150-25-3, com 350 m3/h e 12 m;
e)EHF 150-25-3, com 350 m3/h e 15 m.
SELEÇÃO DO MOTOR
Encontrar o rendimento da bomba escolhida
através da sua curva, para obter o BHP.
Com o valor do BHP, calcular o MHP.
Norma API:
BHP (cv) fator WHP = BHP x h
<2 1,5
MHP = BHP x fator
3a5 1,3
6 a 10 1,25
11 a 25 1,15
>25 1,10
SELEÇÃO DO MOTOR
Tipo de Potência
Líquido WHP

Rendimento(h) WHP = BHP x h


Bomba BHP
Fator MHP = BHP x fator
Motor MHP

Motores normalmente disponíveis no mercado (HP):


½; ¾; 1; 1 ½; 2; 3; 5; 7 ½; 10; 12; 15; 20; 25; 30; 40;
50; 75; 100.
CAVITAÇÃO
Verificar se NPSH (Net Positive Succion Head)
atende ao necessário para evitar a cavitação na
bomba.
CAVITAÇÃO
p P

A pressão de vapor pode formar bolhas no seio


líquido se a P for baixa e implodir essas bolhas ao se
aumentar a P, o que pode causar essa erosão.
A possibilidade de cavitação exige cuidado na
sucção da bomba NPSH (Net Positive Succion Head).
Deve-se ter um NPSHD pelo menos 0,5 m ou
0,6 m maior que o NPSHR .
CAVITAÇÃO
CAVITAÇÃO
NPSHD = EB – PV (normalmente em m.c.a.)
r
EA = g.z1 + PEXT
r
EC
EC – EB= H
EA
ED EA – EB= HLs
H
EC – ED= HLd

EB EB= EA – HLs
Exemplo 10: Calcule o NPSHD para o exemplo 6, caso a
perda de carga entre o tanque de sucção e a bomba seja de
100 m2/s2 e a água esteja a 20 oC, com uma pressão externa
de 1 atm.

10 m (Exemplo 6): 10 m

5m 5m

60 m

Resp.: 9,9 m.
CAVITAÇÃO
Principais procedimentos para evitar a
cavitação na bomba:
•Minimizar valor de HLs (Lwfs).

•Usar bomba em nível mais baixo que o atual.

•Aumentar P com válvula na linha de descarga.

•Usar bomba submersa (exige proteção adequada).

•Pressurizar a alimentação (ou recircular na bomba).

•Resfriar a alimentação.
BOMBAS

- Renato Santos Flauzino -

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