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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

CENTRO DE TECNOLOGIA E RECURSOS NATURAIS


UNIDADE ACADÊMICA DE ENGENHARIA CIVIL
DISCIPLINA: FENÔMENOS DE TRANSPORTE EXPERIMENTAL
PROFESSORES: VALTERLIN DA SILVA SANTOS
TÉCNICOS: EDMILSON / ISMAEL

ALUNO: André Luís Alves Castelo Branco Turma: 02

EXPERIMENTO 5- PERDA DE CARGA DISTRIBUÍDA

A) OBJETIVOS:
Determinar o fator de atrito e a rugosidade absoluta do tubo de aço galvanizado com
idades diferentes;

B)FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA:
Sempre que um líquido escoa no interior de um tubo de um ponto para outro, haverá uma
certa perda de energia denominada perda de pressão ou perda de carga. Esta perda de
energia é devida ao atrito com as paredes do tubo e devida à viscosidade do líquido em
escoamento. Quanto maior for a rugosidade da parede da tubulação, isto é, a altura das
asperezas, e também quanto maior for a viscosidade do fluido, maior será a turbulência do
escoamento e, logo, maior será a perda de carga
Atualmente a expressão mais precisa e usada universalmente para análise de escoamento
em tubos, que foi proposta em 1845, é a conhecida equação de Darcy-Weisbach:
8𝑓𝐿𝑄 2
ℎ𝑓 =
π2 𝑔 ∗ 𝐷 5

• hf = perda de carga ao longo do comprimento da tubulação (mca)


• f = fator de atrito (adimensional)
• L = comprimento da tubulação (m)
• Q = vazão (m3/s)
• D = diâmetro interno da tubulação (m)
• g = aceleração da gravidade local (m/s2)
• π = 3,1415...

Mas somente em 1939, quase 100 anos depois, é que se estabeleceu definitivamente o
fator de atrito f, através da equação de Colebrook-White:

Na prática, em termos específicos, a análise do escoamento em tubos basicamente


envolve três grandezas a se calcular:

• o diâmetro
• a vazão (ou velocidade)
• a perda de carga
C)MATERIAIS UTILIZADOS:
Caixa Nível constante, Painel Piezômetros, Balde aferido, cronômetro.

D) PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS:

O experimento se sucede da seguinte maneira:


Com a caixa de nivel constante que mantém o seu nível, liga-se as torneiras que estão
conectadas em tubos de aço galvanizado de idades diferentes para medir as cargas de
pressão em diferente pontos dessas tubulações e anota-se em tabela. Após isso,
escolhe-se 2 ou três medidas para calcular a vazão média nos tubos. Para isso é
necessário que por um tempo fixo pegue um certo volume graduado e calcule as
vazões e tire sua média aritmética pela equação Q=V(m³)/t(s). E após isso faz-se os
cálculos necessários para chegar à conclusões.

Tabela 01 – Vazão medida


Tubo de 2004 T (ºC) H (cm) t (s) V (ml) = 772 + 165,4·H Qmedido (m3/s)
Medida 1 25 21,2 15 4278,48 2,85 ∗ 10−4
Medida 2 25 21 15 4245,4 2,83 ∗ 10−4
Média 2,84∗ 10−4
T – temperatura; H – leitura do balde; V – volume da água; t
– tempo; Q – vazão

A=πD²/4= 2,55*10−4 m²
Como Q=A*v, temos que v no tubo de 2004 foi de 1,116m/s

Tubo de 1989 T (ºC) H (cm) t (s) V (ml) = 772 + 165,4·H Qmedido (m3/s)
Medida 1 25 10 15 2426 1,617 ∗ 10−4
Medida 2 25 10 15 2426 1,617 ∗ 10−4
Média 1,62∗ 10−4

Como Q=A*v, temos que v no tubo de 1989 foi de 0,639m/s

Tabela 02 - Leitura dos piezômetros


Tubulação H1 (mm) H2 (mm) H3 (mm) H4 (mm)
1989 1256 705 471 312
2004 1123 900 653 415
Valores de referência para o cálculo de perda de carga, fator de atrito e
rugosidade absoluta equivalente.
Aceleração da gravidade(Campina Grande): 9,7796m/s²
Diâmetro do tubo: 18 mm=0,018m
Comprimento entre as seções:
L1-2 (mm) L2-3 (mm) L3-4 (mm)
1000 1000 1000
As equações que serão usadas são:

𝐿 (𝑖 − 𝑗) 𝑣2 𝑃𝑖 𝑃𝑗
𝑓∗( )∗( )= −
𝐷 2𝑔 γ γ
Onde L (i-j) é o comprimento de um valor i até um valor j. Pi é a pressão no
ponto i e Pj é a pressão no ponto j.

1 ε 2,51
= −2log ( + )
√𝑓 3,71D 𝑅𝑒√𝑓
(Turbulento)
E o número de Reynolds é:
ρ𝑣𝐷
𝑅𝑒 =
μ

Água
Temperatura
Massa específica (kg/m³) Viscosidade absoluta (Ns/m²)
20 ºC 998,0 1,002×10-3
25 ºC 997,0 0,891×10-3
30 ºC 996,0 0,798×10-3
35 ºC 994,0 0,720×10-3
40 ºC 992,1 0,653×10-3
Fonte: Çengel e Cimbala (2012)

Como a temperatura foi de 25°C temos: ρ=997kg/m³ μ= 0,891*10^-3 Ns/m²


E)RESULTADOS:

Preencha a Tabela 03 abaixo.

Tabela 03 – Resultados experimentais


Tubulação 1989 Tubulação 2004
L1-2 L2-3 L3-4 L1-4 L1-2 L2-3 L3-4 L1-4
hf (m) 0,551 0,234 0,159 0,944 0,223 0,247 0,238 0,708
f 0,4751 0,2018 0,1371 0,2713 0,063 0,0698 0,06728 0,0667
ε (mm) 0,01255 51,19 ∗ 0,00295 0,007298 65 ∗ 10−5 −5
82,7 ∗ 10 76 ∗ 10 −5
74,49 ∗ 10−5
10−4
hf – perda de carga; f – fator de atrito; ε – rugosidade absoluta equivalente

No tubo de 2004 o número de Reynolds foi de 22477,82. Já no tubo de 1989 o número


de Reynolds foi de 12870,36
F) CONCLUSÕES:
1)Houve diferença entre o f calculado para o tubo de 2004 e o outro de 1989?
Se houve, comente se for maior ou menor. A que atribui esta diferença?

Houve sim diferença entre os valores de f no tubo de 1989 e no tubo de 2004. O


tubo de 1989 apresenta maiores fatores de atrito comparando-se trecho a
trecho. Mostrando uma grande discrepância. Essa diferença está relacionada ao
tempo de fabricação e uso das diferentes tubulações ao longo dos anos que
serviam para a passagem de água, que por mais baixa a sua viscosidade, ela
ainda gera atrito com os condutos por onde passam, e ao longo do tempo esse
atrito geraria mais rugosidade na superfície interna, aumentando mais e mais
esse fator de atrito.

2) O fator de atrito entre o trecho 1-4 é equivalente aos dos trechos 1-2, 2-3, 3-4?
Caso contrário, oque pode ser atribuído essa discrepância?

Não é equivalente em si, pois as somas não se aproximam do fator de atrito do


trecho geral, pois entre cada trecho há uma rugosidade calculada diferente entre si
nos trechos analisados. Porém as médias aritméticas dos 3 trechos dos tubos
analisados se aproximam com um erro percentual de 0,01%, significando uma
proximidade significativa.

3) Poderíamos utilizar a média da rugosidade de cada trecho como valor da


rugosidade do trecho 1-4? Justifique sua resposta.
Poderíamos, pois a média aritmética das rugosidades dos três trechos se aproxima
bastante da calculada no trecho geral de 1-4. Porém uma análise mais cuidadosa
pode ajudar, pois poderíamos perder algumas informações a respeito da rugosidade
em grandes trechos, influenciando nos cálculos.

G) REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
BRUNETTI, F. Mecânica dos Fluidos - 2ª edição rev. São Paulo: Pearson Prentice Hall,
2008.
STREETER, VICTOR; WYLIE, E. BENJAMIN. Mecânica dos fluidos. 7. ed. São Paulo:
McGraw Hill do Brasil, 1982.

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