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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

CENTRO DE TECNOLOGIA E RECURSOS NATURAIS


UNIDADE ACADÊMICA DE ENGENHARIA CIVIL DISCIPLINA:
FENÔMENOS DE TRANSPORTE EXPERIMENTAL
PROFESSORES: VALTERLIN DA SILVA SANTOS
TÉCNICOS: EDMILSON / HAROLDO

ALUNA: Raquel Gomes Nogueira TURMA: 01 .

EXPERIMENTO 7 – PERDA DE CARGA LINEAR OU DISTRIBUÍDA

A) OBJETIVOS:

1. Determinar o fator de atrito e a rugosidade absoluta do tubo de aço galvanizado com idades
diferentes;
B) FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA:

A perda de carga em sistemas de fluidos é um fenômeno essencial a ser compreendido e


quantificado em diversas aplicações industriais, desde o transporte de água em sistemas de
abastecimento até o fluxo de gases em dutos de ventilação. A perda de carga pode ocorrer de
duas formas principais: perda de carga linear e perda de carga distribuída. A perda de carga
linear ocorre devido ao atrito ao longo de um trecho de tubulação retilíneo, enquanto a perda
de carga distribuída ocorre devido a outros fatores, como mudanças de diâmetro ou
obstruções no fluxo.

O fator de atrito, um parâmetro fundamental na análise da perda de carga linear, descreve a


resistência ao escoamento do fluido no interior do tubo. Sua determinação depende, em parte,
da rugosidade absoluta do tubo, que representa as irregularidades da superfície interna da
tubulação. Quanto maior a rugosidade absoluta, maior será a resistência ao escoamento e,
consequentemente, maior será o valor do fator de atrito.

Um fator importante na caracterização do escoamento é o número de Reynolds, que relaciona


as forças de inércia e as forças viscosas no fluido. O número de Reynolds é definido como o
produto da velocidade média do fluido pelo diâmetro hidráulico dividido pela viscosidade
cinemática. É uma medida crucial para determinar se o escoamento é laminar ou turbulento.
No escoamento laminar, o número de Reynolds é menor que um limite crítico, enquanto no
escoamento turbulento, o número de Reynolds é maior que esse limite crítico.

A expressão da continuidade, baseada no princípio de conservação da massa, estabelece que a


vazão de um fluido em um sistema fechado é constante ao longo do escoamento, desde que
não haja adição ou remoção de massa no sistema. Essa expressão é frequentemente utilizada
para relacionar a velocidade média do fluido com a área da seção transversal do tubo.

Neste relatório experimental, o objetivo principal é determinar o fator de atrito e a rugosidade


absoluta em tubos de aço galvanizado com idades diferentes, utilizando medidas de perda de
carga linear ou distribuída. Será realizado um estudo comparativo entre os diferentes tubos,
visando analisar a influência da idade do tubo na rugosidade absoluta e, por consequência, no
fator de atrito. Além disso, serão calculados os números de Reynolds para cada condição de
escoamento, a fim de identificar se o escoamento é laminar ou turbulento.

Com base nos resultados obtidos, será possível avaliar o desempenho hidráulico dos tubos de
aço galvanizado em diferentes idades, fornecendo informações importantes para o projeto e a
operação eficiente de sistemas de transporte de fluidos.

C) MATERIAIS UTILIZADOS:

Caixa Nível constante, Painel Piezômetros, Balde aferido, cronômetro.


D) PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS:

Após a realização dos procedimentos necessários, duas medições piezométricas separadas


foram obtidas de tubos de aço galvanizado de idades variadas. A primeira leitura data de
1989, enquanto a segunda é de 2004. Essas medições foram feitas calculando as alturas
piezométricas em pontos específicos distantes 1 metro. Adicionalmente,

A medição das vazões foi feita através de um cano coletor de esgoto de PVC conectado a
uma mangueira transparente. A coleta da altura do líquido foi medida durante 15 segundos. E
com base nos dados coletados, foi possível montar a Tabela 01, que apresenta as vazões para
os tubos de diferentes idades, como mostradas abaixo:

Tabela 01 – Vazão medida na tubulação de 1989


T (ºC) H (cm) t (s) V (ml) = 772 + 165,4·H 𝑄𝑚𝑒𝑑𝑖𝑑𝑜 (𝑚 /s)
3

Medida 1 25 10,2 15 788,87 5,259133 x 10


−5

Medida 2 25 10,2 15 788,87 5,259133 x 10


−5

Média 5,259133 x 10−5


T – temperatura; H – leitura do balde; V – volume da água; t – tempo; Q - vazão

Tabela 02 – Vazão medida na tubulação de 2004


T (ºC) H (cm) t (s) V (ml) = 772 + 165,4·H 𝑄𝑚𝑒𝑑𝑖𝑑𝑜 (𝑚 /s)
3

Medida 1 25 21,1 15 806,90 5,3793290 x 10


−5

Medida 2 25 21,1 15 806,90 5,3793290 x 10


−5

Média 5,3793290 x 10−5


T – temperatura; H – leitura do balde; V – volume da água; t – tempo; Q - vazão

Tabela 03 - Leitura dos piezômetros


Tubulação ℎ1 (mmca) ℎ2 (mmca) ℎ3( mmca) ℎ4 (mmca)

1989 1253 700 469 311

2004 1085 866 618 397

O método utilizado para calcular o fator de atrito foi o método de perda de carga. Este
método consiste em multiplicar o valor da perda de carga pelo dobro da aceleração da
gravidade e do diâmetro do tubo. Este produto é então dividido pelo comprimento da seção
do tubo e o quadrado da velocidade do líquido que flui através dele.
O índice de rugosidade é determinado pela combinação do valor do fator de atrito com o
número de Reynolds. Para calcular isso, multiplique o fator de atrito pelo diâmetro
hidráulico, que leva em consideração o diâmetro do tubo e sua rugosidade dividido pelo
produto do número de Reynolds pelo quadrado do fator de atrito podendo ser realizado por
meio de um processo iterativo. Esse processo é comumente executado por meio do uso da
equação de Colebrook-White ou outras correlações derivadas empiricamente disponíveis.

E) RESULTADOS:

Tabela 04 – Resultados experimentais da Tubulação 1989


𝐿1−2 𝐿2−2 𝐿3−4 Média 𝐿1−4

hf (mca) 0,553 0,231 0,157 0,314 0,941

f 0,0456 0,0190 0,0129 0,0258 0,0775

ε1 (mm) 0,0684 0,0035 0,00059 0,024 0,0119

ε2 (mm) 0,0025 0,0044 0,0053 0,0041 0,0037

hf – perda de carga; f – fator de atrito; ε1 – rugosidade absoluta (Equação de escoamento turbulento


rugoso); ε2 – rugosidade absoluta (Equação de Colebrook-White)

Tabela 05 – Resultados experimentais da Tubulação 2004


𝐿1−2 𝐿2−2 𝐿3−4 Média 𝐿1−4

hf (mca) 0,217 0,248 0,221 0,229 0,688

f 0,017 0,019 0,017 0,018 0,018

ε1 (mm) 0,0022 0,0035 0,0022 0,0026 0,0028

ε2 (mm) 0,0045 0,0042 0,0045 0,0044 0,0043

hf – perda de carga; f – fator de atrito; ε1 – rugosidade absoluta (Equação de escoamento turbulento


rugoso); ε2 – rugosidade absoluta (Equação de Colebrook-White)
F) CONCLUSÕES:

1. Houve diferença entre o f calculado para o tubo de 2004 e o outro de 1989? Se houve,
comente se for maior ou menor. A que atribui esta diferença?

Os valores de f calculados para os tubos de 2004 e 1989 mostraram uma notável disparidade,
com a variação sendo mais pronunciada na última versão. Com o passar do tempo, o conduto
sofre uma redução da área disponível para escoamento de água devido ao acúmulo de
depósitos nos cantos e recantos da superfície. Este fenômeno é aparente quando a substituição
ou reparo dos tubos se torna necessário. Uma camada de detritos pode ser observada nas
paredes internas, que se agarram aos dedos quando inseridos no conduto.

2. O fator de atrito entre o trecho 1-4 é equivalente aos dos trechos 1-2, 2-3, 3-4? Caso
contrário, o que pode ser atribuído a essa discrepância?

Durante a tubulação de 1989, os valores do fator de atrito e do índice de rugosidade eram


quase idênticos em todo o seu comprimento. No entanto, tal consistência não está presente
em tubulações mais antigas. Com o passar do tempo, o fator de atrito sofre uma diminuição
de valor, enquanto o índice de rugosidade sofre um aumento, à medida que o curso da água se
estende. Uma observação intrigante a ser feita é que o fator de atrito coletivo de um tubo é
quase equivalente à soma do fator de atrito de cada seção individual. Assim, se a rugosidade
do tubo aumentar, torna-se imperativo diminuir o fator de atrito de forma a manter este valor
médio.

3. Poderíamos utilizar a média da rugosidade de cada trecho como valor da rugosidade


do trecho 1-4? Justifique sua resposta.

Os resultados obtidos da equação de rugosidade para tubos foram inconsistentes em ambos os


tubos, levando a uma diferença significativa entre a média e os resultados da seção 1-4. Por
outro lado, os dados coletados da rugosidade dos tubos lisos nos forneceram resultados mais
confiáveis ​e consistentes.

G) REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

DE OLIVEIRA, D.; RITA COSTENARO PARIZI, A.; CIBELE SOARES, F. PERDA


DE CARGA EM ACESSÓRIO CONECTOR. Anais do Salão Internacional de Ensino,
Pesquisa e Extensão, v. 11, n. 2, Acesso em 18 de julho de 2023.

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