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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS


PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM QUÍMICA

Cinética Química

Belém – PA
2018
0. Conteúdo
1. Introdução

2. Concentração e Velocidade de Reação

3. Lei de Velocidade e Ordem de Reação

4. Relação Entre a Concentração do Reagente e o Tempo


4.1. Reação de Ordem Zero e o Tempo de Meia-Vida
4.2. Reação de Primeira Ordem e o Tempo de Meia-Vida
4.3. Reação de Segunda Ordem e o Tempo de Meia-Vida

5.0. Energia de Ativação e a Dependência das Constantes de


Velocidade em Relação à Temperatura

6.0. Mecanismos de Reação

7.0. Catalisadores
7.1. Catalisador Homogêneo
7.1. Catalisador Heterogêneo
7.1. Catalisador Enzimático
0. Objetivos
• Abordar as relações e leis que regem as reações
químicas.

• Entender como determinar as velocidades nas quais


as reações ocorrem.

• Considerar os fatores que controlam as velocidades


das reações.

• Compreender como os catalisadores aceleram as


reações.
1. Introdução

Teoria das Utiliza Cinética


Colisões Química
Estuda

Velocidade Permanece constante em Estado de


Para explicar de Reação Equilíbrio
Caracterizado pela

É função da Constante de
Temperatura
Equilíbrio
Expresso
em termo
Concentração de
Se usa em
Leis de
Velocidade
Indica
Ordem de
Catalisador
Reação
1. Introdução

 Lagartixas são répteis de sangue quente e ágeis, ou seja, as reações que ocorrem em seu
corpo é influenciada pela Temperatura, porém quando eles entram em contato com água
gelada, as reações tornam-se mais lenta e, consequentemente eles ficam lentos, como os
répteis de sangue frio, como as rãs, logo eles ficam fáceis de serem capturados.
1. Concentração e Velocidade de Reação
 A cinética química responde a pergunta a cerca da velocidade de
uma reação.
 Como as reações envolvem a quebra e a formação de ligações, as
respectivas velocidades dependem da natureza dos reagentes
em si.

Cor; Volume; Massa; Pressão; pH; Índice de refração, Densidade; etc.

10-15 s 1s 109 s 1015 s


(30 anos) (30 milhões de anos)

Escalas em Tempo
2. Concentração e Velocidade de Reação
Equação Geral. Reagentes → Produtos
Velocidade dos Reagente, Velocidade dos Produtos, Vp;
∆[A] ∆[B]
𝑽𝒓 = − 𝑽𝒑 =
∆𝑡 ∆𝑡
Para evitar ambiguidade associadas aos registros da velocidade de
reação, utiliza-se a “velocidade média única” de uma reação, sem
especificar as espécies, logo para uma reação genérica balanceada;
𝟏∆ 𝐀 𝟏∆ 𝐁 𝟏∆ 𝐂 𝟏∆ 𝐃
𝐚𝐀 + 𝐛𝐁 → 𝐜𝐂 + 𝐝𝐃 𝐕 =− =− = =
𝐚 ∆𝐭 𝐛 ∆𝒕 𝐜 ∆𝒕 𝐝 ∆𝒕
2. Concentração e Velocidade de Reação
𝐇𝐂𝐎𝟐 𝐇 𝐚𝐪 + 𝐁𝐫𝟐 𝐚𝐪 → 𝟐𝐇 + 𝐚𝐪 + 𝟐𝐁𝐫 − 𝐚𝐪 + 𝐂𝐎𝟐 (𝐠)
Sem cor Vermelho Sem cor

O Espectrômetro

Fonte Fenda Monocromador Amostra Detector Computador

∆ 𝑩𝒓𝟐 𝑩𝒓𝟐 𝒇𝒊𝒏𝒂𝒍 − 𝑩𝒓𝟐 𝒊𝒏𝒊𝒄𝒊𝒂𝒍


𝐕𝐦 = − =−
∆𝒕 𝒕𝒇𝒊𝒏𝒂𝒍 − 𝒕𝒊𝒏𝒊𝒄𝒊𝒂𝒍
𝟏𝐝 𝐀 𝟏𝐝 𝐁 𝟏𝐝 𝐂 𝟏𝐝 𝐃
𝐚𝐀 + 𝐛𝐁 → 𝐜𝐂 + 𝐝𝐃 𝐕 =− =− = =
𝐚 𝐝𝐭 𝐛 𝐝𝒕 𝐜 𝐝𝒕 𝐝 𝐝𝒕
2. Concentração e Velocidade de Reação
Métodos para Determinar Concentrações em uma Mistura
O Cromatógrafo de Gás

Alíquota
Orifício de injeção
Detector
Cromatograma

Coluna

Fonte de Gás
Forno
carreador
2.1 Velocidade de Reação e Equilíbrio Químico

𝐍𝟐 𝐎𝟒 (𝒈) ⇌ 𝟐𝐍𝐎𝟐 (𝒈)

NO2
N2O4

A amostra de Ao aquecer, o N2O4 torna-se um As cores param de mudar, o equilíbrio atingiu:


N2O4 congelado gás e se dissocia parcialmente velocidade da reação N2O4 (g) → 2 NO2 (g) =
é quase incolor para formar NO2 (g) castanho Velocidade da Reação 2 NO2 (g) → N2O4 (g)
2.2 Velocidade de Reação e Equilíbrio Químico
𝐤𝐝
𝐍𝟐 𝐎𝟒 𝐠 ⇌
𝐤
𝟐𝐍𝐎𝟐 (𝐠)
𝐢
2
Vd = k d N2 O4 Vi = k i NO2
Equilíbrio, não variação microscópica, logo Vi = k i , assim,

𝐤𝐢 𝐍𝐎𝟐 𝟐
= = 𝐤 𝐞𝐪
𝐤𝐝 𝐍𝟐 𝐎𝟒

𝐍𝐎𝟐 𝐤 𝐝 𝐍𝟐 𝐎𝟒
Concentração

𝐍𝟐 𝐎𝟒 Velocidade Equilíbrio
alcançado
𝐤 𝐢 𝐍𝐎𝟐 𝟐
Equilíbrio (velocidade
alcançado são iguais)
0 0
tempo tempo
3. Concentração e Velocidade de Reação
Lei de Velocidade e Ordem de Reação

𝐕𝐞𝐥𝐨𝐜𝐢𝐝𝐚𝐝𝐞, 𝐕 = 𝐤 𝐀 𝐧

onde k é uma constante de proporcionalidade chamada constante de


velocidade e n é a ordem de reação. O valor de n (geralmente um inteiro)
determina como a velocidade depende da concentração do reagente:

• Se n = 0, a reação é de ordem zero e a taxa é independente da


concentração de A.

• Se n = 1, a reação é de primeira ordem e a taxa é diretamente


proporcional à concentração de A.

• Se n = 2, a reação é de segunda ordem e a taxa é proporcional ao


quadrado da concentração de A.

Embora outras ordens sejam possíveis, incluindo ordens não integrantes


(ou fracionadas), essas três são as mais comuns.

𝒏
𝒙𝒏 𝒙 𝑳𝒆𝒎𝒃𝒓𝒆 𝒒𝒖𝒆
𝑳𝒆𝒎𝒃𝒓𝒆 𝒒𝒖𝒆 𝒏 = 𝒍𝒐𝒈𝒙𝒏 = 𝒏 𝒍𝒐𝒈𝒙
𝒚 𝒚
3. Concentração e Velocidade de Reação
As três ordens de reação comuns (n=0, 1, e 2)
3. Determinando a Ordem de uma Reação
𝐧
𝐕𝐞𝐥𝐨𝐜𝐢𝐝𝐚𝐝𝐞 𝟐 𝐤 𝐀 𝟐 𝐧
𝐀 → 𝐏𝐫𝐨𝐝𝐮𝐭𝐨 = 𝐧
𝐕=𝐤𝐀
𝐕𝐞𝐥𝐨𝐜𝐢𝐝𝐚𝐝𝐞 𝟏 𝐤 𝐀 𝟏

Reação de Ordem Zero (n =0) Reação de 1ª Ordem (n =1) Reação de 2ª Ordem (n =0)

Velocidade Inicial Velocidade Inicial Velocidade Inicial


[A] (M) [A] (M) [A] (M)
(M/s) (M/s) (M/s)
0,1 0,015 0,1 0,015 0,1 0,015

0,2 0,015 0,2 0,030 0,2 0,060

0,4 0,15 0,4 0,060 0,4 0,240

0,015 k[0,2]n2 0,03 k[0,2]n2 0,06 k[0,2]n2


= = =
0,015 k[0,1]1n 0,015 k[0,1]1n 0,015 k[0,1]1n
k[0,2]n2 k[0,2]n2
k[0,2]n2 2= n =2
𝑛
4= 𝑛
1= n =2
𝑛 𝑛=0 k[0,1]1 n =2 𝑛=2
k[0,1]1 k[0,1]1
log 1 = log(2𝑛 ) log 2 = log(2𝑛 )
0,3 = nlog(2) log 4 = log(2𝑛 )
0 = nlog(2) 0 = n 0,3 0,6 = nlog(2)
0,3 = n 0,3
0 0,3 0,6
𝑛= =0 𝑛= =1 0,6 = n 0,3 𝑛 = =2
0,3 0,3 0,3
3. Determinando a Ordem de uma Reação
𝐧
𝐕𝐞𝐥𝐨𝐜𝐢𝐝𝐚𝐝𝐞 𝟐 𝐤 𝐀 𝟐 𝐱 𝐲
𝐚𝐀 + 𝐛𝐁 → 𝐜𝐂 + 𝐝𝐃 =
𝐕𝐞𝐥𝐨𝐜𝐢𝐝𝐚𝐝𝐞 𝟏 𝐤 𝐀 𝐧 𝐕=𝐤𝐀 𝐀
𝟏
Exemplo. Considere a reação entre o dióxido de nitrogênio e o monóxido de carbono:
𝐍𝐎𝟐 𝐠 + 𝐂𝐎 𝐠 → 𝐍𝐎(𝐠) + 𝐂𝐎𝟐 (𝐠). A velocidade (taxa) inicial da reação é medida em
várias concentrações diferentes dos reagentes, e os resultados tabelados são
mostrados abaixo. A partir dos dados, determine: (a) a lei de velocidade da reação (b)
a constante de velocidade (k) para a reação.
3. Lei de Velocidade e Ordem de Reação
A lei de velocidade exprime a relação da velocidade de reação com a
constante de velocidade e com as concentrações dos reagentes.

A ordem de uma reação é a potência aplicada à concentração das


espécies na lei de velocidade, sendo que a ordem total é a soma das
ordem das espécies. Por exemplo.

Exemplo. A velocidade inicial de uma reação A + B → C foi medida para


várias concentrações iniciais de A e B, e os resultados são como seguem:
Número do
[A] (mol/L) [B] (mol/L) Velocidade inicial (mol L-1 s-1)
experimentos
1 0,100 0,100 4,0x10-5
2 0,100 0,200 4,0x10-5
3 0,200 0,100 16,0x10-5
3. Lei de Velocidade e Ordem de Reação
Usando esses dados, determine a lei de velocidade para a
reação.
Resolução: Supondo que a Velocidade = k[A]x.[B]y
𝑉𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 3 16,0x10−5
= =4
𝑉𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 1 4,0x10−5
𝑉𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 2 4,0x10−5
= =1 k[0,200mol L−1 s−1]x k[0,100mol L−1 s−1]y
𝑉𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 1 4,0x10−5 4= = 2x
k[0,100mol L s ] k[0,100mol L s ]
−1 −1 x −1 −1 y

k[0,100mol L−1 s−1]x k[0,200mol L−1 s−1]y


1= = 2𝑦 4 = 2x ∴ x = 2
k[0,100mol L s ] k[0,100mol L s ]
−1 −1 x −1 −1 y

1 = 2y ∴ y = 0 Velocidade = k[A]2.[B]0

Conclusões:
A ordem de uma reação não depende dos coeficientes
estequiométricos da reação global balanceada, e sim das
concentrações e da velocidade de reação dos reagentes
4.0 Relação entre a Concentração do Reagente e o Tempo
A lei de velocidade permite calcular a velocidade e a concentração
em qualquer instante e com as reações progridem de diferente
modos, ou seja, dependem de vários fatores como, concentração;
temperatura, estado físico dos reagente ou mesmo de um
catalisador, falamos de reações que se desenvolvem de várias
formas, ou seja, de várias ordenes.

Ordem de
Reação

Ordem Ordem
1ª Ordem 2ª Ordem
Zero Fracionária
4.1 Reação de Ordem Zero
Integração:
Reação Geral: A → Produtos 𝐀𝐟 𝐭𝐟
∆𝐀 =− 𝐤∆𝐭
(1) Lei de Velocidade: 𝑉 = 𝑘[𝐴]0 𝐀𝐢 𝐭𝐢

∆[𝐴] 𝐀 𝐟 − 𝐀 𝐢 = −𝐤𝐭
(2) Velocidade da Reação: 𝑉 = −
∆𝑡
𝐀 𝐟 = −𝐤𝐭 + 𝐀 𝐢
Combinado (1) e (2), Temos:
∆𝐀 Como [𝐴]0 = 1
− = 𝐤[𝐀]𝟎
∆𝐭
∆𝐀
Logo: =𝐊
∆𝐭
∆𝑨
Assim temos: − = 𝒌 𝒙(−𝟏)
∆𝒕

∆ 𝐀 = −𝐤∆𝐭
4.1 Reação de Ordem Zero

A concentração do reagente em uma (b) A taxa de uma reação de ordem zero é


reação de ordem zero cai a uma independente da concentração do reagente e
velocidade constante até que o reagente permanece constante até que todo o reagente tenha
esteja exaurido. sido consumido, quando a taxa cai abruptamente para
zero.
4.1 Reação de Ordem Zero e o Tempo de Meia-Vida

A → Produtos

Considerando [A]t = 1/2[A]0 e t = t1/2; Assim temos:

1 A f = −kt + A i
Af= A i e t = t1
2 2

Af Af
− A i = −kt 1 x(−1) Temos: − + A i = kt 1
2 2
2 2

− A f+2 A i Ai
kt 1 = Logo t1 =
2 2 2 2k
4.1 Reação de Ordem Zero e o Tempo de Meia-Vida
Por exemplo, a sublimação é normalmente de ordem zero porque apenas
moléculas na superfície de uma substância podem sublimar, e a concentração
das moléculas de superfície não muda à medida que a quantidade de
substância que sublima diminui.

Quando uma camada de partículas


sublima, a próxima camada é
exposta.

O número de partículas
disponíveis para sublimar
permanece constante.
4.1 Reação de Ordem Zero e o Tempo de Meia-Vida
Exemplo. Síntese da amônia
𝟏𝟏𝟑𝟎𝑲
𝟐𝐍𝐇𝟑 𝐠 𝑵𝟐 𝒈 + 𝟑𝑯𝟐 (𝐠)
Catalisado por Pt

𝟎
𝐕𝐞𝐥𝐨𝐜𝐢𝐝𝐚𝐞 = 𝐤 𝐍𝐇𝟑 =𝐤
À medida que as moléculas de NH3 na
superfície se decompõem, elas são
A maioria das moléculas de NH3 substituídas por moléculas da fase gasosa, de
estão na fase gasosa acima da modo que o número de moléculas NH3 na
superfície e são incapazes de reagir. superfície permanece constante.

Como somente as moléculas de NH3 na superfície reagem sob estas condições,


a velocidade de reação é independente da concentração total de NH3.
4.1 Reação de Primeira Ordem
É uma reação cuja velocidade depende da concentração do reagente
elevada a potência unitária. Por exemplo:
Reação Geral: A → Produtos
∆𝐀 𝑽 𝑴/𝒔
𝐕 =− Como 𝐕 = 𝒌[𝑨] 𝒌= = = 𝒔−𝟏
∆𝐭 [𝐀] 𝐌
∆𝐀 ∆𝐀 ∆𝐀
− = 𝐤[𝐀] − = 𝐤∆𝐭 𝐱 (−𝟏) = −𝐤∆𝐭
∆𝐭 𝐀 𝐀
Integrando entre t = 0, t = t, [A] = [A]0
e [A] = [A]t ,obtém-se
[𝑨]𝒕 𝒕
[𝑨]𝒕
𝒅 =− 𝐤𝐝𝐭 𝐥𝐧 𝐀 𝒕 − 𝒍𝒏 𝐀 𝟎 = −𝒌𝒕
[𝑨]𝟎 [𝑨]𝟎 𝟎

𝐀𝒕
𝐥𝐧 = −𝒌𝒕 Ou 𝐀 𝒕 = 𝐀 𝟎 𝒆−𝒌𝒕
𝐀𝟎

𝟏 𝐀 𝒕
𝐭 = 𝒍𝒏
𝒌 𝐀 𝒐
4.1 Reação de Primeira Ordem
A → Produtos

O gráfico da concentração de um
reagente em uma reação de
primeira ordem é um decaimento
exponencial (Gráfico).

Quanto maior a velocidade da


constante, mais rápida a
diminuição da mesma
concentração inicial.

𝟏 𝐀𝒕
𝐭 = 𝒍𝒏
𝒌 𝐀𝒐
4.1 Reação de Primeira Ordem e o Tempo de Meia-Vida
A → Produtos 𝐥𝐧 𝐀 𝒕 − 𝒍𝒏 𝐀 𝟎 = −𝒌𝒕
Considerando [A]t = 1/2[A]0 e t = t1/2;
Assim temos:
𝟏
𝐀𝒕= 𝐀 𝟎 𝒕 = 𝒕𝟏/𝟐
𝟐
Para reação de 1ª ordem:
𝐥𝐧 𝐀 𝒕 = 𝒍𝒏 𝐀 𝟎 − 𝒌𝒕
𝟏
𝟏 𝐀𝒕 𝟏 𝟐 𝐀𝟎
𝐭 = 𝒍𝒏 𝒕𝟏/𝟐 = 𝒍𝒏
𝒌 𝐀𝟎 𝒌 𝐀𝟎
𝟏 𝐀 𝟎𝟐 𝟏
𝒕𝟏/𝟐 = 𝒍𝒏 𝒕𝟏/𝟐 = 𝒍𝒏𝟐
𝒌 𝐀 𝟎𝟏 𝒌

𝟎, 𝟔𝟗𝟑
𝒕𝟏/𝟐 =
𝒌
4.1 Reação de Primeira Ordem e o Tempo de Meia-Vida
Exemplo. Em 1989, um adolescente em Ohio foi envenenado pela
respiração de vapores do mercúrio derramado. O nível de mercúrio em sua
urina, que é proporcional à sua concentração em seu corpo, foi de 1,54 mg
L-1. O Mercúrio (II) é eliminado do corpo por um processo de primeiro
ordem que tem uma meia-vida de 6 dias (6 d). Qual seria a concentração de
mercúrio (II) na urina do paciente em miligramas por litro após 30 dias se
não fossem tomadas medidas terapêuticas?
4.1 Reação de Primeira Ordem e o Tempo de Meia-Vida
Exemplo: A decomposição do N2O3 para formar NO2 e NO é uma reação
de primeira ordem, e sua constante de velocidade é igual a 5×10-3 s-1.
Considerando uma reação que no início tem [N2O3] = 1,4 molL-1, qual será
o tempo decorrido até que a concentração diminua para 0,35 mol L-1?
Resposta:𝒕 = 278 𝑠.

Resolução:

Dados fornecidos: ln A = A 𝑖 − 𝑘𝑡
𝑓

K = 5×10-3 s-1
ln 0,35 = ln1,4 − 5,0x10−3 𝒕
[N2O3]0 = 1,4 molL-1
𝒕 = 278 𝑠
[N2O3]f = 0,35 molL-1

t=?
4.2 Reação de Segunda Ordem
É uma reação cuja velocidade depende da concentração do reagente
elevada ao quadro ou das concentrações de dois reagentes
diferentes, cada uma delas elevado à unidade. Por exemplo:
Reação Geral: A → Produtos Ou 2A → Produtos
2
Integrando
(1) Lei de Velocidade: V = k[A]
∆[A] Af
d A tf
(2) Velocidade da Reação: V=− =− kdt
∆t [A]2
Ai ti
Combinado (1) e (2), Temos:
∆A ∆A 1 1
− = k[A]2 ∴ − = k∆t − + = −kt
∆t [A]2 Af Ai

Assim temos:
ou

∆A 1 1
− 2
= k∆t x(−1) − + = −kt x(−1)
[A] Af Ai

∆A 1 1
= −k∆t − = kt
[A]2 Af Ai
4.2 Reação de Segunda Ordem e Tempo de Meia-Vida
2A → Produtos
Considerando [A]t = 1/2[A]0 e t = t1/2;
Assim temos:
𝟏
𝐀𝐟= 𝐀 𝐢 e
𝟐
𝟏 𝟏
𝐭 = 𝐭𝟏 − = 𝐤𝐭
𝟐 𝐀𝐟 𝐀𝐢

𝟏 𝟏
− = 𝐤𝐭 𝟏
𝐀𝐢 𝐀𝐢 𝟐
𝟐
𝟐 𝟏 𝟏
− = 𝐤𝐭 𝟏
𝟏 𝐀𝐢 𝐀𝐢 𝟐

𝟏
𝐭𝟏 =
𝟐 𝐤[𝐀]𝐢
4.2 Reação de Segunda Ordem e Tempo de Meia-Vida
Exemplo: Os átomos de iodo combinam-se para formar iodo molecular em fase
gasosa de acordo com:𝐈 𝐠 + 𝐈 𝐠 → 𝐈𝟐 𝐠 . Esta reação segue uma cinética de
segunda ordem e possui uma constante de velocidade elevada de 7,0x109 M.s a
23 ºC. (a) Calcule a concentração de I após 2,0 minutos do início da reação,
sabendo que a sua concentração inicial é de 0,086 M. (b) Calcule o tempo de
meia-vida da reação quando as concentrações iniciais de I são 0,60 M e 0,42M.
− −
Resposta: (a) 𝐴 𝑓 = 1,2.10 12 𝑀; (b) t 1 2 = 3,4.10 10 𝑠.

Resolvendo:
(a) Dados: (b) Dados:
1
A i = 0,086 M 1 1 𝑡1 =? t1 =
= kt + 2 2 k[A]i
k = 7.109 M. s Af 𝐴𝑖
60s k = 7.109 M. s
t = 2min.
1min 𝐴 i = 1,2.10
− 12
𝑀
𝐴 𝑓 =?
1 60𝑠 1 1
= 7.109 𝑀. 𝑠 . 2𝑚𝑖𝑛. + t1 = −
Af 1𝑚𝑖𝑛 0,086 M
2 7.109 𝑀. 𝑠 . (1,2.10 12 𝑀)
− 12
𝐴 𝑓 = 1,2.10 𝑀 − 10
t1 = 3,4.10 𝑠
2
5.1 Relação entre a Concentração do Reagente e o Tempo
Tal como na Teoria Cinética dos Gases, a Teoria das Colisões da Cinética
Química diz que:

números de colissões
Velociade ∝
segundo
A A B
A B
B

4
Possibilidades 8
Possibilidades 16
Possibilidades

Duplicando as concentrações de A ou B, duplica-se as colisões dos


produtos AB, logo:

V ∝= 𝐤 𝐀 𝐁
5.1 Relação entre a Concentração do Reagente e o Tempo
K = constante de velocidade
p = Fração de colisões com orientação −Ea /RT
apropriada para a reação
Z = Frequência de colisões
𝑘 = 𝑝𝑍𝑒
Ea = Energia de ativação Fração de colisões
R = Constate dos gases (R= 8,3245 KJ/mol) com energia suficiente
T = Temperatura (K)
para a reação
Svante
Arrhenius
(1859- 1927)
Químico sueco
5.1 Relação entre a Concentração do Reagente e o Tempo
Temperatura e Velocidade: Energia de Ativação
Perfil de Energia para conversão da isonitrila de metila
(H3CNC) ao seu siómero acetronitrila H3CCN

Baixa T1 Distribuição de Energia Térmica


À medida que a temperatura aumenta, a
Alta T2
Fração de Moléculas

fração de moléculas com energia


suficiente para vencer a barreira de
energia de ativação também aumenta.

T2 > T1 Ea

Energia
14.5 Variação da Concentração com o Tempo
Temperatura e Velocidade: Determinando a Energia de Ativação

Ea Ea
lnk1 = lnA − e lnk 2 = lnA − Subtraindo lnk2 de lnk1, temos:
RT1 RT2

Ea Ea Ea 1 1
lnk1 − lnk 2 = lnA − − lnA − ou lnk1 − lnk 2 = −
RT1 RT2 R T2 T1
k1 Ea T1 − T2 Invertendo e T1 . T2 k2
ln = fazendo o Ea = 2,303R . log
k2 R T2 . T1 T1 − T1 k1
logaritmos
Ea
𝐥𝐧 𝐤 = − + 𝐥𝐧 𝐀
RT

𝒚 = 𝒎𝒙 + 𝒃

As grandezas Ea e A são conhecidas como parâmetros de Arrhenius


14.5 Variação da Concentração com o Tempo
Exemplo: A constante de velocidade de uma reação de primeira ordem é 3,46x10-2
s-1 a 298K. Qual será a constante de velocidade a 350 K se a energia de ativação

para a reação for de 50,2 kJ m\ol-1?: Resposta: Ea = 50,2 x103 J mol 1 ; K 2 =
0,702 𝑠 −1 .
Resolvendo:
T1 = 298 K K1 Ea 1 1
−1 ln = −
K1 = 3,46x10 − 2 s K2 R T2 T1
T2 = 350 K
−1 −
R = 8,314 J K mol 1
K 2 =? −1 −1
Ea = 50,2 kJ mol = 50,2 x103 J mol
−2 −1 −
3,46x10 s 50,2 x103 J mol 1 298 K − 350K
ln = − −
K2 8,314 J K 1mol 1 298 K . (350K)

−2 −1
3,46x10
−2 −1
s 3,46x10 s K 2 = 0,702 𝑠 −1
ln = −3,01 = 𝑒 −3,01
K2 K2
5.1 Relação entre a Concentração do Reagente e o Tempo
Temperatura e Velocidade: Energia de Ativação
5.1 Relação entre a Concentração do Reagente e o Tempo
Exemplo. Energias de Ativação e Velocidades de Reação Considere uma série de
reações com esses perfis de energia:
Energia Potencial

Caminho da Reação Caminho da Reação Caminho da Reação

Classifique as reações de mais lento para mais rápido supondo que elas têm
quase o mesmo valor para o fator de frequência A.

Solução
Quanto menor a energia de ativação, mais rápida a reação. O valor de E não afeta
a velocidade. Assim, a ordem da reação mais lenta para a mais rápida é 2 <3 <1.
7.0 Mecanismo de Reação
Degradação do ozônio (O3) pelo monóxido de nitrogênio (NO)
𝐎𝟑 𝐠 → 𝐎𝟐 𝐠 + 𝐎 (𝐠)
𝐍𝐎 𝒈 + 𝐎𝟑 𝐠 → 𝐍𝐎𝟐 𝐠 + 𝑶𝟐 (𝒈)
𝐍𝐎𝟐 𝐠 + 𝐎 𝒈 → 𝐍𝐎 𝐠 + 𝑶𝟐 (𝒈)

𝟐𝐎𝟑 𝐠 → 𝟑𝑶𝟐 𝐠 𝟐
𝐕 = 𝐤 𝐎𝟑

Tabela. Etapas elementares e suas Leis de Velocidade


Molecularidade Etapa Elementar Lei de Velocidade
Unimolecular 𝐴 → 𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜𝑠 𝑉𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 = 𝑘[𝐴]
Bimolecular 𝐴 + 𝐴 → 𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜𝑠 𝑉𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 = 𝑘[𝐴]𝟐
Bimolecular 𝐴 + 𝐵 → 𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜𝑠 𝑉𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 = 𝑘 𝐴 [𝐵]
Termolecular 𝐴 + 𝐴 + 𝐴 → 𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜𝑠 𝑉𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 = 𝑘[𝐴]𝟑
Termolecular 𝐴 + 𝐴 + 𝑩 → 𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜𝑠 𝑉𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 = 𝑘[𝐴]𝟐 [𝐵]
Termolecular 𝐴 + 𝐵 + 𝐶 → 𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜𝑠 𝑉𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 = 𝑘 𝐴 𝐵 [𝐶]
7.0 Mecanismo de Reação

A etapa de limitante na velocidade de reação em um mecanismo de


reação limita a velocidade geral da reação; Assim como a seção mais
estreita de uma rodovia limita a velocidade na qual os carros pode
passar.
8.0 Catalisador
Catalisador: substância que faz variar a velocidade de uma reação química.

Catálise

Homogênea Heterogênea

Produtos

Reagentes

Catalisador na mesma Fase Catalisador em Fase


do reagente diferente do reagente
8.1 Catálise Homogênea
O catalisador se encontra na mesma fase que os reagentes; por exemplo:

Adição de NaBr
catalisa a mistura da
reação após a
adição

H2O (aq) em
solução ácida

𝟐 𝑩𝒓− 𝒂𝒒 + 𝑯𝟐 𝑶𝟐 𝒂𝒒 + 𝟐𝑯+ 𝒂𝒒 → 𝟐𝑩𝒓𝟐 𝒂𝒒 + 𝑯𝟐 𝑶 𝒍 + 𝒎𝒂𝒓𝒓𝒐𝒎

𝟐𝐁𝐫𝟐 𝐚𝐪 + 𝟐𝐇𝟐 𝐎𝟐 𝐚𝐪 → 𝟐 𝐁𝐫 − 𝐚𝐪 + 𝟐 𝐇 + 𝐚𝐪 + 𝐎𝟐 𝐠 (bolha sem cor)


8.1 Catálise Homogênea
𝟐𝐇𝟐 𝐎𝟐 𝐚𝐪 → 𝟐𝐇𝟐 𝐎 𝒍 + 𝐎𝟐 𝐠

𝟐 𝐁𝐫 − 𝐚𝐪 + 𝐇𝟐 𝐎𝟐 𝐚𝐪 + 𝟐𝐇 + 𝐚𝐪 → 𝟐𝐁𝐫𝟐 𝐚𝐪 + 𝐇𝟐 𝑶 𝒍

𝟐𝐁𝐫𝟐 𝐚𝐪 + 𝟐𝐇𝟐 𝐎𝟐 𝐚𝐪 → 𝟐 𝐁𝐫 − 𝐚𝐪 + 𝟐 𝐇 + 𝐚𝐪 + 𝐎𝟐 𝐠

𝟐𝐇𝟐 𝐎𝟐 𝐚𝐪 → 𝟐𝐇𝟐 𝐎 𝐥 + 𝐎𝟐 𝐠

𝟐𝐇𝟐 𝐎𝟐 𝐚𝐪 + 𝟐 𝐁𝐫 − 𝐚𝐪 + 𝟐𝐇+ 𝐚𝐪 → 𝟐𝐇𝟐 𝐎 𝐥 + 𝐎𝟐 𝐠 + 𝟐 𝐁𝐫 − 𝐚𝐪 + 𝟐 𝐇 + 𝐚𝐪

Reação Não Catalisada

Reação Catalisada
𝟐𝑯𝟐 𝑶𝟐 𝒂𝒒 +
Energia Potencial

𝟐𝑩𝒓− 𝒂𝒒 +
𝟐𝑯+ 𝒂𝒒

𝟐𝐇𝟐 𝐎 𝒍 + 𝐎𝟐 𝐠
𝟐𝐇𝟐 𝐎 𝐥 + 𝐎𝟐 𝐠 + 𝐁𝐫𝟐 + 𝟐𝐁𝐫 − 𝐚𝐪 +
Intermediário 𝟐𝐇 + 𝐚𝐪

Caminho da Reação
8.2 Catálise Heterogênea
O catalisador se encontra em fase diferente dos reagentes; por exemplo:
𝐂𝟐 𝐇𝟒 𝒈 + 𝐇𝟐 𝒈 → 𝐂𝟐 𝐇𝟔 (𝒈) ∆𝑯° = −𝟏𝟑𝟕 𝐊𝐉/𝐦𝐨𝐥
Etileno Etano

Hidrogênio

Carbono

H2 e C2H4 adsorvido na Quebra da ligação H-H,


1 superfície do metal 2 átomos de H migram através
da superfície metálica
Um H livre se liga ao C2H4
4 para formar C2H5 (grupo
etil) intermediário

Segundo H livre se liga ao Etano, C2H6, é liberado


4 C2H5, intermediário para 5 da superfície metálica
formar C2H6
8.2 Catálise Heterogênea

Química no Trabalho – Conversores Catalíticos

𝑶𝟐
𝐂𝐎, 𝐂𝐱 𝐇𝐲 𝒈 𝐂𝐎𝟐 + 𝐇𝟐 𝐎 𝐍𝐎, 𝐍𝐎𝟐 → 𝐍𝟐

Catalisador de metal
impregnado em alumina de
superfície elevada "favo de mel"
8.3 Catálise Enzimática
Enzimas são catalisadores biológicos que funcionam modificando moléculas de
substrato para promover a reação.

Catalise presente no fígado de


bovino rapidamente converte H2O2
em água e O2

Gás O2

Fígado de carne moída H2O2 e H2O


8.3 Catálise Enzimática
8.3 Catálise Enzimática
8.3 Catálise Enzimática
8.3 Catálise Enzimática

https://www.rcsb.org/pdb/home/home.do

Amilases são enzimas que são


catalisadoras da hidrólise da
amilopectina, da amilose e do
glicogênio em maltose e dextrinas. Na
saliva encontra-se uma forma de alfa-
amilase denominada ptialina e no
pâncreas, a amilase pancreática.
9.0 Revisão
1d A 1d B 1d C 1d D Definição da velocidade de reação
V =− =− = = em termos dos componentes da
a dt b d𝑡 c d𝑡 d d𝑡 equação química balanceada aA +
bB → cC + dD
𝑥 𝑦
V =k𝐴 𝐵 Forma geral de uma lei de velocidade para a reação A + B
→ produtos
𝐴 𝑡 A forma integrada de uma lei de velocidade de primeira
ln = −kt
𝐴 0 ordem para a reação A → produtos
0,693
𝑡1 = Relacionando a meia-vida e a constante de velocidade para
2 𝑘 uma reação de primeira ordem
1 1 A forma integrada de uma lei de velocidade de segunda
= kt + ordem para a reação A→ products
𝐴𝑡 𝐴0

𝐾 = 𝐴𝑒 −𝐸𝑎 /𝑅𝑇 A equação de Arrhenius, que expressa como a constante de


velocidade depende da temperatura

𝐸𝑎
𝑙𝑛𝐾 = − + 𝑙𝑛𝐴
𝑅𝑇 Forma logarítmica da equação de Arrhenius
10 Referências
Atkins, P.; Jones, L. Princípio de Química: Questionando a Vida Moderna e o Meio
Ambiente, 5° ed. Porto Alegre: Brookman, 2014, cap. 14, ps. 561-610.

McMurry, J. E.; Fay, R. C. Robinson, J. K. Chemistry, 7ª Pearson, 2016, cap. 13, ps.
491-552.

Chang, R.; Goldsby, K. A. Química, 11° ed. Porto Alegre: AMGH, 2013, cap. 13, p.
564-611.

Brown, T. L.; LeMay, H. E. Química: A Ciência Central, 13° ed. São Paulo: Prentice
Hall, 2015, cap. 14, ps. 574-612.

Maham, B. M.; Myers, R. J. Química: Um Curso Universitário, 4° ed. São Paulo:


Blucher, 1995, cap. 9, ps. 233-260.

Maia, D. T.; Bianchi, J. C. A. Química Geral: Fundamentos, São Paulo: Pearson


Prentice Hall, 2007, cap. 12, ps. 314-338.

Souza, A. A.; Farias, R.F. Cinética Química: Teorias e Práticas, 2ª ed. Campinas-SP,
ed. Átomos, 2013

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