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CAPÍTULO - 7

Perda de Carga
Sistema Hidráulicos e Pneumáticos
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Perda de Carga

PERDA DE CARGA

7.1 PERDA DE CARGA EM SISTEMA HIDRÁULICO


Durante o escoamento do fluido através do sistema hidráulico, pode ocor-
rer uma perda de pressão que é devida a vários fatores. Todos esses fatores
entram no cálculo de perda de carga no sistema hidráulico que são:

L v2 . γ
∆ hid = f . .
D 2.10 9

onde, ∆ hid é a perda de carga em bar.


f é fator de fricção, encontrado no Anexo 1.
L é a soma do comprimento da tubulação mais o comprimento virtual dos
acessórios, ou seja,, L = Ltub + Lac, em cm.
D é o diâmetro interno da tubulação em cm.
v é velocidade de escoamento do fluido em cm/s.
γ é peso específico do fluido em kgf/cm2.
2.109 é fator de conversão de unidade.

O fator f é função do número de REYNOLDS, e seu valor e encontrado no


diagrama de MOODY. O número de REYNOLDS será calculado pela fórmula.

v.D
R =
ϑ

onde, R é o número de REYNOLDS, número puro.


v é a velocidade do fluido em cm/s.
D é o diâmetro interno do tubo em cm.
ϑ é a viscosidade cinemática do fluido em sotke (cm2/s). A velocidade
cinemática são encontrada em tabelas de fabricantes.

EXERCÍCIO 1:
Determinar a perdas de carga de um sistema hidráulico, onde são
dados os dados relacionados abaixo. Sabendo-se que o sistema deverá necessi-
tar de uma pressão de mínimo 205 bar e que a pressão fornecida pela bomba é
de 210 bar, a que conclusão se deve chegar após o cálculo da perda de carga
total.
! Vazão de 20 de l/min.
! Velocidade do fluido é de 457,20 cm/s.
! Comprimento da tubulação é de 1950 cm

! Fluido utilizado é SAE-10


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! Peso específico do fluido é 881,1 kfg/m3.


! Temperatura do fluido é 40oC.
! Rugosidade relativa é 0.002
! Acessórios e conexões:
- 3 cotovelos de 90o raio longo.
- 2 cotovelos de 45º.
- 5 curvas 90o raio longo.
- 2 tês da saída bilateral.
- 1 registro globo.
- 2 válvulas de controle direcional, esta válvula estima uma perda de
3,55 bar (RACINE).
- 2 válvulas de seqüência, esta válvula estima uma perda de 2,84 bar (RA-
CINE).
- 1 válvula de controle de vazão, esta válvula estima uma perda de 3,55
bar (RACINE).
- 1 válvula de retenção pilotada, esta válvula estima uma perda de 0,71
bar (RACINE).
-
Resolução:
1 - Determinação do diâmetro.

Q = 20 l / min = 20.000 cm 3 / min


v = 457,20 cm / s = 27.432 cm / min

20.000
D = 1,128 . = 0,963 cm = 9,63 mm
27.432

No Anexo 5, tomamos o D comercial igual 3/8 pol (9,525 mm).

2 - Determinação comprimento total da tubulação.


Entrando no Anexo 5, com o diâmetro e os acessórios e cone-
xões teremos.
Singularidades Qtde Comp. Unit. Compr. Total
Cotovelos de 90o raio longo 3 7.87 23.61
º
Cotovelos de 45 2 7.87 15.74
o
Curvas 90 raio longo. 5 7.87 39.35
Tês da saída bilateral 2 31.5 63.00
Registro globo 1 145.67
Total do Lac 334,59 in

Lac 334,59 x 2,54 = 849,86 cm


Ltub = 1.950,00 cm
TOTAL (L) = 2.799,86 cm

3 - Determinação do coeficiente “f”.

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Para calcularmos o valor de “f”, precisamos primeiro de encon-


tra o número de REYNOLDS (Anexo 3, viscosidade cinemática).

v.D 457,20 x 0,9525


R = = = 10.127.512 = 10 x 10 6
ϑ 4,3 x 10 5

Com o cálculo do número de REYNOLDS e como foi dada a rugosi-


dade relativa, entrando no Anexo 1, teremos:

f = 0,023

4 - Determinação da perda de carga total.


Aplicando a fórmula já conhecida, teremos:

2.799,86 x 457,20 x 881,1


∆ hid = 0,023 = 0,014 ba
0,9525 x 2.10 9

∆ total = ∆ hid + as perdas das válvulas da RACINE


= 0,014 + 7,1 + 5,7 + 3,6 + 0,7 = 17,1 bar

5 – Conclusão final.
Como a pressão da fonte é de 210 bar e a pressão de trabalho é
205 bar, e como a perda de carga total encontra foi de 17,1 bar, chega-se a
seguinte conclusão:

Pchega no equipamento = Pda fonte - ∆ hid


= 220 – 17,1 = 202,9 bar

Como o equipamento precisa de 205 bar para o funcionar satisfa-


toriamente, e como a pressão que chega no equipamento através da tubulação é
de 202,9 bar, chegamos a seguinte conclusão que o sistema é inviável, como
podemos ver a pressão que chegará ao equipamento será insuficiente para o bom
funcionamento do sistema.

7.2 PERDA DE CARGA SISTEMA PNEUMÁTICO


Para o dimensionamento de linhas longas, ou rede principal de distribui-
ção de ar comprimido, além de não adotar velocidades muito altas, deve-se
prever também as perdas de carga ao longo da linha, de modo que o projeto sa-
tisfaça todo os requisitos necessários. Esta perda de carga decorre do atrito
do ar contra as paredes da tubulação, e quanto mais longa for a linha maior
será a perda.

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Além de considerar o comprimento físico da tubulação, deve ser dedicada


especial atenção aos acessórios a serem instalados na linhas, pois pelas suas
características geométricas, dimensões, ou princípio de funcionamento, provo-
cam perdas localizadas maiores do que trechos de mesmo comprimento de tubula-
ção reta. Por isso, deve-se ser considerado a perda de carga no cominho mais
cumprido.
Para avaliar os comprimentos equivalentes de diversos acessórios, deve-
se consultar o Anexo 4, que fornece estes dados para regime tubulento, que é
o caso de rede de ar comprimido.
A fórmula a ser utilizada para o cálculo das perdas de carga será:

L . Q2
∆ pneum = 0,842 .
R . D5

onde ∆ pneum é a perda de carga em kgf/cm2.


L é o comprimento da tubulação reta mais o comprimento equivalente dos
acessórios., ou seja, L = Ltub + Laces. , em m.
Q é a vazão de ar em m3/min.
R é a relação de compressão para a pressão de trabalho(kgf/cm2), dada
pela Tabela 7.1
D é o diâmetro interno da tubulação em cm.

2
Pressão em kgf/cm 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 7,0 8,0 9,0 10,0
Relação de Compressão 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 7,0 8,0 9,0 10,0 11,0

TABELA 7.1

Também podemos encontrar as perdas de carga de um sistema pneumático


através do uso do Anexo 6.

EXERCÍCIO 2:
Determinar a perdas de carga de um sistema pneumático, conforme
Figura 7.1. O sistema deverá necessitar de uma pressão de mínimo 7 kgf/cm2 nas
ferramentas e a pressão fornecida pelo compressor é de 8 kgf/cm2. Que conclu-
são se deve chegar após o cálculo da perda de carga total.
Ferramentas:
! Chave de impacto, vazão de 20 l/s, quantidade 10, nível de utilização 0,3.
! Esmerilhadeira, vazão de 30 l/s, quantidade 4, nível de utilização 0,2.
! Furadeira, vazão de 32 l/s, quantidade 4, nível de utilização 0,6.
! Talha, vazão de 7.5 l/s, quantidade 8, nível de utilização 0,4.
! Bico de limpeza, vazão de 6 l/s, quantidade 2, nível de utilização 0,1.
! Desgastes, 10% do consumo total.
! Vazamento, 15% do consumo total.
! Expansão 40% do consumo total

Acessórios e conexões das tubulações:

Os acessórios e conexões estão representados na Figura a seguir:

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1
18 m

10 m 2m 1m
20 m

2m

15 m
7m

FIGURA 7.1

OBS:
- Na linha de distribuição e serviço existem similaridades entre o lado
esquerdo com o lado direito, ou seja o mesmo número de ferramentas e di-
mensões nos tubos.
- O símbolos representam os seguintes elementos:

Válvula de retenção

Válvula de esfera

Separador de condensado

- A perda de carga será considera até o ponto 1. Por ser o trecho que
provoca o maior perda.
- Após cada linha de serviço possui uma mangueira com 3 m, sendo que cada
metro de mangueira proporciona uma perda de 0,2 bar.

Resolução:
1 - Determinação do fluxo de ar total do sistema..
Ferramentas Fluxo l/s Qtde. N. Utiliz. Fluxo Total (l/s)

Chave de Impacto 20 10 0,3 60,0

Esmarilhadeira 30 4 0,2 24,0

Furadeira 32 8 0,6 153,6

Talha 7,5 4 0,4 12,0

Bico de limpeza 6 2 0,1 1,2

FLUXO 250,8 l/s


Fluxo 250,80 l/s
- Desgaste 250,8 x 0.10 = 25,08 l/s
- Vazamentos 250,8 x 0,10 = 25,08 L/S
- Expansão 250,8 x 0,35 = 87,78 l/s
FLUXO TOTAL 388,74 l/s

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O fluxo total do sistema pretendido será de aproximadamente


igual a 390 l/s (valor arredondado), pois no monograma que será consultada,
fica difícil encontrar o valor de 388,74 l/s. (0,39 m3/s)

3 - Determinação do diâmetro interno da tubulação principal.


Como a velocidade na linha principal varia de 6 a 8 m/s, con-
forme INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS de MACINTYRE.
Tomando a velocidade na linha de pressão 8 m/s, teremos:

Q 23.4
D = 14,56 x = 14.56 x ≈ 9 cm
R.v 8 x8

3 – Determinação do comprimento equivalente da tubulação principal


e da perda de carga.
No Anexo 4, entrando com o diâmetro comercial (100 mm)e os
acessórios e conexões nesta tubulação teremos:

Singularidades Qtde Comp. Unit. Compr. Total


Válvula de retenção 1 8 8.0

Válvula de esfera 1 1.3 1,3


Curva R=d. 2 1.6 3.2
Conexão T 1 6.0 6.0

Total (Lac) 18.5


Comprimento da tubulação (Ltubo) 24,0
Comprimento equivalente total (L) 42.5 m

42.5 x (0,39 x 60) 2


∆ principal = 0,842 . ≅ 0.2 kgf / cm 2
10 5

Como a perda de carga foi superior a perda admissível (linha


principal + linha de distribuição é permitida uma perda no máximo de 0,07
bar).
Neste caso tomaremos uma nova tubulação com diâmetro de 200
mm, e aplicando o mesmo procedimento anterior, teremos uma perda de carga
abaixo da perda de carga admissível:

61 x (0,39 x 60) 2
∆ principal = 0,842 . ≅ 0.01 kgf / cm 2
20 5

4 – Determinação do comprimento equivalente da tubulação distri-


buição e da perda de carga.
Como a velocidade na linha principal varia de 8 a 10 m/s, con-
forme INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS de MACINTYRE.
Tomando a velocidade na linha de pressão 10 m/s, teremos:

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Q 23.4
D = 14,56 x = 14.56 x ≅ 8 cm
R.v 8 x10

No Anexo 4, entrando com o diâmetro estimando de 80 mm e os


acessórios e conexões nesta tubulação teremos:
Como existem similaridade entre os lados na área de consumo, a
vazão será de 0,195 m3/s, teremos os seguintes comprimentos:

Singularidades Qtde Comp. Unit. Compr. Total


Redução 1 20.0 20.0
Válvula angular 3 12.0 36.0
Curva R=d. 2 1.3 2.6
Conexão T 1 4.8 4.8
Total (Lac) 45.4 m
Comprimento da tubulação (Ltubo) 48,0 m
Comprimento equivalente total (L) 93.4 m

93.4 x (0,195 x 60) 2


∆ distribuição = 0,842 . ≅ 0,3 kgf / cm 2
85

Como a perda de carga foi superior a perda admissível (linha


principal + linha de distribuição é permitida uma perda no máximo de 0,07
bar).
Neste caso tomaremos uma nova tubulação com diâmetro de 150
mm, e aplicando o mesmo procedimento anterior, teremos uma perda de carga
abaixo da perda de carga admissível:

131.4 x (0,195 x 60) 2


∆ distribuição = 0,842 . ≅ 0,02 kgf / cm 2
15 5

A perda de carga nas tubulações principal e distribuição foi


igual a 0,03 kfg.cm2, inferior a perda permissível.

5 – Determinação do comprimento equivalente da tubulação de ser-


viço e da perda de carga.
Nesta tubulação como não existem uma velocidade recomendada, arbi-
traremos um diâmetro de:

D = 100 mm

No Anexo 4, entrando com o diâmetro estimando de 100 mm e os


acessórios e conexões nesta tubulação teremos:

Como existem similaridade entre os lados na área de consumo, a


vazão será de 0,195 m3/s, teremos os seguintes comprimentos:

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Singularidades Qtde Comp. Unit. 2.5


Conexão T 1 6.0 6.0
Redução 1 2.5 2.5
Curva R=d 1 1.6 1.6
Válvula de esfera 1 1.3 1.3
Total (Lac) 11.4 m
Comprimento da tubulação (Ltubo) 3.0 m
Comprimento equivalente total (L) 14.4 m

14.4 x (0,195 x 60) 2


∆ serviço = 0,842 . = 0.02 kgf / cm 2
10 5

A perda de carga na tubulação serviço é inferior a perda per-


missível, que é de 0,03 bar. Neste caso, não é preciso alterar nada na tubu-
lações serviço.

6 – Determinação do comprimento equivalente da tubulação acessóri-


os para linha de serviços e da perda de carga.
Nesta tubulação usaremos mangueiras com 3 metros de comprimentos,
por ser um tubulação flexível proporcionando os movimentos das ferramentas
que vão existir na execução dos serviços.
A vazão será a mesma da tubulação de distribuição, ou seja,
0,195 m3/s

Tubo flexível Comp. (m) Perda p/metro ∆aces (bar)


Mangueira 3 0.2 0.6

7 – Perda total no sistema


A perda total neste sistema será a soma de todas as perdas nas
tubulações, onde esta perda será:

∆ total = ∆ principal + ∆ distribuição + ∆ serviço + ∆ acess


= 0,01 + 0,02 + 0,02 + 0,6 = 0,65 kgf / cm 2

7.3 UTILIZAÇÃO DO NOMOGRAMA


Para encontramos a perda de carga de um sistema pneumáticos, que tenha
um Fluxo de ar de 174 l/s, Pressão Manométrica de 7 bar, o comprimento total
da tubulação de 154 m e o diâmetro interno da tubulação de 80 mm. O encontro
da perda de carga total do sistema fica ilustrado o procedimentos para encon-
trar o mesmo.

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