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REDES DE AR COMPRIMIDO
A rede de distribuição do ar comprimido é composta por tubulações
que ligam o reservatório aos pontos de utilização. Para ter a eficiência
máxima na distribuição do ar comprimido é importante a definição de
um layout adequado que apresente a rede de distribuição principal, as
ramificações e os pontos de consumo. Assim, aumenta-se a
probabilidade de definir o tipo de rede de distribuição a ser implantada,
com o menor percurso e pontos de estrangulamento possíveis, a fim de
diminuir a perda de carga e os custos.

A instalação das tubulações deve ser feita em locais adequados para


facilitar o trabalho de manutenções periódicas, auxiliando a detecção de
vazamentos de ar. Pequenos vazamentos podem parecer insignificantes,
mas provocam expressivas perdas de pressão que consequentemente
reduzem a eficiência do sistema. Existem dois tipos principais de redes
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de distribuição: rede em circuito aberto e a rede em circuito fechado.
REDES EM CIRCUITO ABERTO
A rede em circuito aberto é aplicada quando se deseja alimentar pontos isolados ou com
maior distância da unidade de geração. Pelo fato do ar comprimido fluir em uma única
direção nesta configuração de rede de distribuição, os pontos de consumo dificilmente serão
alimentados uniformemente.
Devem ser montadas
com um declive de 1 a 2%,
na direção do fluxo.

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REDES EM CIRCUITO FECHADO
A configuração de rede mais aplicada no setor industrial é o sistema de rede em
circuito fechado. Nesse sistema, a rede de distribuição ocupa toda a extensão da fábrica,
fazendo com que ocorra uma distribuição uniforme de ar comprimido em todos os
sentidos, pelo fato do ar fluir nos dois sentidos. Esse sistema tem com vantagem a
instalação de novos pontos de consumo, que não foram previstos no projeto.
Partindo da tubulação principal, são instaladas as ligações em derivação. Quando o
consumo de ar é muito grande consegue-se mediante a esse tipo de montagem, uma
alimentação uniforme. O ar flui em ambas as direções.

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REDES EM CIRCUITO FECHADO
Rede combinada

Devido as ligações longitudinais e transversais das redes


combinadas, há a possibilidade de fornecimento de ar em
qualquer local.

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REDES EM CIRCUITO FECHADO
Rede combinada
Mediante válvulas de fechamento, existe a possibilidade de
bloquear determinadas linhas de ar comprimido quando as
mesmas não forem usadas ou quando for necessário pô-las fora
de serviço por razões de reparação ou manutenção.

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REDES DE DISTRIBUIÇÃO
Ao circular pela tubulação da rede o ar sofre o efeito da condensação, devido às
variações de temperatura ambiente, que ocorrem ao longo do dia. Para que a
condensação não prejudique o funcionamento dos equipamentos pneumáticos, ela é
retirada do sistema através de purgadores instalados na extremidade final das linhas
de alimentação.
A tubulação principal deve possuir uma inclinação de 0,5 a 2% do comprimento do
tubo no sentido do fluxo, para que eventuais condensações e impurezas presentes ao
longo da tubulação sejam recolhidas com maior facilidade, sendo eliminadas por
meio de drenos.

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REDES DE DISTRIBUIÇÃO - DIMENSIONAMENTO DAS TUBULAÇÕES

Dimensionamento da Linha Principal (tronco);


No dimensionamento da linha principal, devem ser considerados os seguintes itens:
Volume de ar(vazão)(Q): é a quantidade em m3 de ar por hora que será consumida da
rede pelos equipamentos pneumáticos. Variável: Q; unidade: m3/h.
Comprimento total da linha tronco(Lt): é a soma do comprimento linear da tubulação
da linha tronco(L1) mais o comprimento equivalente originado dos pontos de
estrangulamento (L2). Lt = L1 + L2; unidade:m.
Queda de pressão admissível (P): a pressão de um fluido, ao deslocar-se através de
uma tubulação, sofre gradual redução ao longo do comprimento, em função dos atritos
internos e dos possíveis estrangulamentos com (curvas, registros, tes, etc.) que existam
ao longo dela. Para o dimensionamento da tubulação, dever-se considerar a queda de
pressão, também conhecida como perda de carga que ocorre por atrito do ar com a
tubulação durante o fluxo. Os valores variam de 0,3 kgf/cm² para tubulações menores e
0,5 kgf/cm² para tubulações acima de 500 m de comprimento;
Pressão de regime(P): é a pressão na qual o ar se encontra armazenado no
reservatório(7 a 12 bar). Lembrando que a pressão de trabalho considerada econômica
industrialmente é de 6bar.
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REDES DE DISTRIBUIÇÃO - DIMENSIONAMENTO DAS TUBULAÇÕES

O diâmetro mínimo da tubulação principal de ar comprimido, pode ser obtido pela Equação
1. O diâmetro das linhas de alimentação também pode ser encontrado aplicando a mesma
equação. Mas, para isso, deve-se ajustar os valores das variáveis vazão e comprimento total.
Onde:
d = Diâmetro interno da tubulação, (mm);
Q = Volume de ar corrente: Vazão total das máquinas + Futura ampliação, (m³/h);
Lt = Comprimento total da linha: Somatório do comprimento linear da tubulação e
do comprimento equivalente originado das singularidades (tês, curvas, registros,
etc.), ( m);
P = Queda de pressão admitida: Perda de carga em função dos atritos internos da
tubulação e singularidades, (kgf/cm²);
P = Pressão de regime: Pressão do ar armazenado no reservatório, (kgf/cm²).

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REDES DE
DISTRIBUI
ÇÃO -
DIMENSI
ONAMEN
TO DAS
TUBULAÇ
ÕES

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REDES DE DISTRIBUIÇÃO - DIMENSIONAMENTO DAS TUBULAÇÕES

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REDES DE DISTRIBUIÇÃO - DIMENSIONAMENTO DAS TUBULAÇÕES

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REDES DE DISTRIBUIÇÃO - DIMENSIONAMENTO DAS TUBULAÇÕES

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REDES DE DISTRIBUIÇÃO - DIMENSIONAMENTO DAS TUBULAÇÕES

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REDES DE DISTRIBUIÇÃO - DIMENSIONAMENTO DAS TUBULAÇÕES

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REDES DE DISTRIBUIÇÃO - DIMENSIONAMENTO DAS TUBULAÇÕES
EXEMPLO PRÁTICO:
Determinar a linha principal (tronco) de alimentação de ar comprimido de uma fábrica que
possui os seguintes dados:
Comprimento de tubulação linear(retilíneo): 300m;
Perda de carga admitida: 0,3kgf/cm2;
Pressão de regime: 9kgf/cm2;
Volume de ar corrente – Vazão: 300 m3/h;
Aumento de capacidade da fábrica para os próximos 10 anos 60%.
Singularidades na linha:
11 tês roscados com fluxo em ramal;
01válvulas roscadas tipo gaveta;
06 curvas de raio 90;
,

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REDES DE DISTRIBUIÇÃO - DIMENSIONAMENTO DAS TUBULAÇÕES
EXEMPLO PRÁTICO:
, . .( . , ) , . , . .( ) , .
= =
, . , .

,
= =
,
7,00535573 = 70,0535mm.
Consultando a tabela A5 => diâmetro de 3”.

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REDES DE DISTRIBUIÇÃO - DIMENSIONAMENTO DAS TUBULAÇÕES
EXEMPLO PRÁTICO:
Consultando a tabela A5 => diâmetro de 3”. Sendo o valor inicial para determinação das
perdas nas singularidades, consultando as tabelas A6, temos:

Singularidade Qte Comp. equiv. Total


Tês roscados com fluxo em ramal 11 5,2 57,2
Válvulas roscadas tipo gaveta 01 0,58 0,58
Curvas de raio 90 06 1,2 7,2
Comprimento equivalente (L2) 64,98 m

O comprimento da Linha Principal (tronco) Lt, será:


Lt = L1 + L2 = 300 + 64,98 = 364,98m. Recalculando com a fórmula do diâmetro:
, . .( ) , . ,
= 10 . 7,285506 = 72,8550mm
,
Como o tubo de 3” é de 77,9 mm sendo maior que o diâmetro calculado, portanto o tubo
de diâmetro de 3” atende.

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REDES DE DISTRIBUIÇÃO - DIMENSIONAMENTO DAS TUBULAÇÕES
EXEMPLO PRÁTICO:
Considerando agora a Linha secundária do projeto com as seguintes características:

Singularidades:
01 Cotovelo 90;
03 Tês roscado fluxo pelo ramal;
01 Curva longa Roscada 90;
01 Válvula tipo gaveta roscada;
11m Comprimento linear da linha secundária. 19
REDES DE DISTRIBUIÇÃO - DIMENSIONAMENTO DAS TUBULAÇÕES
EXEMPLO PRÁTICO:
Considerando agora a Linha secundária do projeto com as seguintes características:
11m Comprimento linear da linha secundária.
Perda de carga admitida: 0,3kgf/cm2;
Pressão de regime: 9kgf/cm2;
Volume de ar corrente total da fábrica – Vazão: 300 m3/h;
Aumento de capacidade da fábrica para os próximos 10 anos 60%.
Cálculo do volume de ar na linha secundária: Q2= Qt/10 = 480/10 = 48 m3/h.
Calculando o diâmetro da tubulação inicial:
, . . , . , . . , .
∆ .
= , .
=

,
,
= = 15,4271mm
Consultando a tabela:
ds = ½’’ = 15,8mm
Recalculando:

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REDES DE DISTRIBUIÇÃO - DIMENSIONAMENTO DAS TUBULAÇÕES
EXEMPLO PRÁTICO:
ds = ½’’ = 15,8mm
Recalculando com as singularidades:

Singularidade ½” Qte Comp. equiv. Total


Tês roscados com fluxo em ramal 03 1,3 3,9
Válvulas roscadas tipo gaveta 01 0,17 0,17
Curvas de raio 90 01 0,67 0,67
Cotovelo 90 01 1,1 1,1
Comprimento equivalente ramal secundário (L2s) 5,84
Calculando o comprimento total da linha secundária:
Lts = L1s + L2s = 11 + 5,84 = 16,84m.
, . . , . , . . , . ,
= =
∆ . , .

,
= 16,7986mm, portanto o diâmetro de ½” não atende.
,
Adotando o diâmetro de ¾” ou 21,00 mm.
Verificando as singularidades para ¾”
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REDES DE DISTRIBUIÇÃO - DIMENSIONAMENTO DAS TUBULAÇÕES
EXEMPLO PRÁTICO:
Verificando as singularidades para ¾”
Recalculando com as singularidades:

Singularidade ¾” Qte Comp. equiv. Total


Tês roscados com fluxo em ramal 03 1,6 4,8
Válvulas roscadas tipo gaveta 01 0,20 0,2
Curvas de raio 90 01 0,7 0,7
Cotovelo 90 01 1,3 1,3
Comprimento equivalente ramal secundário (L2s) 7,0
Recalculando o comprimento total da linha secundária:
Lts = L1s + L2s = 11 + 7,0 = 18,0m.
, . . , . , . . , .
= =
∆ . , .

,
= 17,0239, portanto o diâmetro de 3/4” atende.
,
Adotando o diâmetro de ¾” ou 21,00 mm para o ramal secundário.
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REDES DE DISTRIBUIÇÃO - DIMENSIONAMENTO DAS TUBULAÇÕES
EXEMPLO PRÁTICO:
Considerando agora a Linha de alimentação com as seguintes características:

Singularidades:
01 Tê roscado fluxo pelo ramal;
01 Curva longa Roscada 180;
01 Válvula tipo gaveta roscada;
5m Comprimento linear da linha secundária.
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REDES DE DISTRIBUIÇÃO - DIMENSIONAMENTO DAS TUBULAÇÕES
EXEMPLO PRÁTICO:
Considerando agora a Linha de alimentação com as seguintes características:
5m Comprimento linear da linha secundária.
Perda de carga admitida: 0,3kgf/cm2;
Pressão de regime: 9kgf/cm2;
Volume de ar corrente total da fábrica – Vazão: 300 m3/h;
Volume de ar corrente da linha secundária – Vazão: 48 m3/h;
Aumento de capacidade da fábrica para os próximos 10 anos 60%.
Cálculo do volume de ar na linha secundária: Q3= Q2/3 = 48/3 = 16 m3/h.
Calculando o diâmetro da tubulação inicial:
, . . , . , . . , .
= =
∆ . , .

,
= = 8,7753mm
,
Consultando a tabela:
da=1/4” = 9,2mm.
Mas como não tem singularidade
Para esta tubulação e somente com
½”, vamos adotar este valor.
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REDES DE DISTRIBUIÇÃO - DIMENSIONAMENTO DAS TUBULAÇÕES
EXEMPLO PRÁTICO:
da = ½’’ = 15,8mm
Recalculando com as singularidades:

Singularidade ½” Qte Comp. equiv. Total


Tês roscados com fluxo em ramal 01 1,3 1,3
Válvulas roscadas tipo gaveta 01 0,17 0,17
Curvas de raio 180 01 1,1 1,1
Comprimento equivalente ramal de alimentação (L2a) 2,57

Calculando o comprimento total da linha de alimentação:


Lta = L1a + L2a = 5 + 2,57 = 7,57m.
, . . , . , . . , . ,
= =
∆ . , .

,
= 9,5343mm, portanto o diâmetro de ½” atende.
,
Adotando o diâmetro para o ramal de alimentação de 1/2” ou 15,8 mm.

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