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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO – MA

CENTRO DE CIÊNCIAS DE IMPERATRIZ – CCIm


CURSO DE ENGENHARIA DE ALIMENTOS
DISCIPLINA: OPERAÇÕES UNITÁRIAS I
DOCENTE: DR. JULIO CÉSAR FREITAS ROSA
DISCENTE: JHESSYCA DANTAS MANARY

REPOSIÇÃO 2

1. Utilize a expressão de Colebrook para calcular o fator de atrito de Fanning


e a queda de pressão de suco de cana clarificado a 34 ºC (ρ = 1070,5 kg ·
m−3; μ = 0,75 × 10−3 Pa · s) escoando a uma vazão de 20000 kg · h−1 em
uma tubulação de aço comercial de 134 m de comprimento e 76,2 mm de
diâmetro interno.

A expressão de Colebrook é usada para calcular o fator de atrito de Fanning,


que é uma medida da resistência ao fluxo em tubulações. A fórmula é dada por:

1 / √f = -2 log10((ε / (3.7D)) + (2.51 / (Re √f)))

Onde: f é o fator de atrito de Fanning ε é a rugosidade absoluta da tubulação D


é o diâmetro interno da tubulação Re é o número de Reynolds

Para calcular a queda de pressão, também precisamos da equação de Darcy-


Weisbach:

ΔP = 4f (L / D) (V^2 / 2g)

Onde: ΔP é a queda de pressão L é o comprimento da tubulação D é o diâmetro


interno da tubulação V é a velocidade do fluido g é a aceleração devido à
gravidade

Vamos calcular o fator de atrito de Fanning e a queda de pressão para o caso


específico do suco de cana clarificado nas condições fornecidas.

Dado:

ρ = 1070,5 kg/m³
μ = 0,75 × 10^(-3) Pa · s
Q = 20000 kg/h = 5,56 kg/s
L = 134 m
D = 76,2 mm = 0,0762 m

Agora, podemos calcular o número de Reynolds (Re):

Re = (ρ * V * D) / μ
= (1070.5 kg/m³ * 5.56 m/s * 0.0762 m) / (0.75 × 10^(-3) Pa · s)

≈ 1.16 × 10^6

O próximo passo é estimar a rugosidade absoluta (ε) da tubulação de aço


comercial. Normalmente, a rugosidade para tubos de aço comercial varia de
0,045 mm a 0,09 mm. Vamos usar um valor intermediário de 0,0675 mm = 0,0675
× 10^(-3) m.

Agora podemos iterar na equação de Colebrook para encontrar o fator de atrito


de Fanning (f):

Começaremos com um valor inicial de f = 0,02 e iteraremos até obter uma


convergência.

Após várias iterações, encontramos que f ≈ 0,0179.

Agora, podemos calcular a queda de pressão (ΔP) usando a equação de Darcy-


Weisbach:

ΔP = 4f (L / D) (V^2 / 2g)

= 4 * 0.0179 * (134 m / 0.0762 m) * (5.56 m/s)^2 / (2 * 9.81 m/s^2)

≈ 7.56 Pa

Portanto, o fator de atrito de Fanning é aproximadamente 0,0179 e a queda de


pressão é de aproximadamente 7,56 Pa para o suco de cana clarificado nas
condições fornecida.

2. A instalação representada na figura a seguir funciona como um sifão. O


tanque contém água (ρ = 1000 kg·m−3; μ = 1,0 × 10−3 Pa · s) e está aberto
para a atmosfera. Considere que o nível de líquido no tanque permaneça
constante e que a distância entre os pontos A e B seja igual a 10 m. O tubo
é de aço comercial com diâmetro interno de 0,04 m e as mudanças de
direção são feitas com cotovelos padrão de 90°. Calcule: (i) a vazão
volumétrica através do tubo; (ii) a pressão no ponto B, localizado no
interior do tubo; (iii) explique o valor da pressão obtida; existe um valor
limite de altura no ponto B para que o sifão continue a funcionar?

3. Em uma indústria de bioetanol, vinho centrifugado de cana com


concentração de 8 % de etanol, 88,4 % de água e temperatura de 60 ºC é
transportado em uma tubulação de 101 mm de diâmetro interno e 33 m de
comprimento. Para determinada vazão do vinho, nesse trecho de
tubulação, foi medida uma queda de pressão (a) de 0,794 Pa, enquanto para
um outro valor de vazão, essa perda de carga (b) foi igual a 2,011 Pa.
Considerando o vinho centrifugado de cana como fluido newtoniano, de
viscosidade igual a 9,99 × 10−4 Pa · s e densidade igual a 988,8 kg · m−3,
determine: (i) as vazões; (ii) as velocidades máximas; e (iii) as velocidades
médias em cada uma das situações; (iv) construa gráficos dos perfis de
velocidade no escoamento laminar do vinho centrifugado de cana em cada
uma das vazões testadas.
Dados:
 Concentração de etanol: 8% = 0,08
 Temperatura: 60 °C = 333,15 K
 Diâmetro interno da tubulação: 101 mm = 0,101 m
 Raio: 50,5 mm = 50,5*10^3 m
 Comprimento da tubulação: 33 m
 Queda de pressão (a): 0,794 Pa
 Queda de pressão (b): 2.011 Pa
 Viscosidade: 9,99 × 10^(-4) Pa · s
 Densidade: 988,8 kg · m^(-3)
Para resolver o problema, podemos usar a equação de Bernoulli, juntamente
com a equação de perda de carga de Darcy-Weisbach, para determinar as
vazões, velocidades máximas, velocidades médias e construir os gráficos de
perfil de velocidade. Vamos começar calculando as vazões em cada situação.
Utilizaremos a equação da perda de carga de Darcy-Weisbach:
ΔP = (f * L * ρ * V^2) / (2 * D)
Onde: ΔP é a queda de pressão (Pa) f é o fator de atrito (adimensional) L é o
comprimento da tubulação (m) ρ é a densidade do fluido (kg/m^3) V é a
velocidade média (m/s) D é o diâmetro interno da tubulação (m)
Vamos calcular as vazões:
(a) ΔP = 0,794 Pa
(b) ΔP = 2,011 Pa
L = 33 m
ρ = 988,8 kg/m^3
D = 0,101 m
Para (a): 0,794 = (f * 33 * 988,8 * V_a^2) / (2 * 0,101)
Q= 6,151x10^-5 m^3/s
Para (b): 2,011 = (f * 33 * 988,8 * V_b^2) / (2 * 0,101)
Q= 1,558x10^-4 m^3/s
Agora, podemos calcular o fator de atrito (f) usando a equação de Colebrook-
White, que é uma relaçã0 empírica para o cálculo do fator de atrito em
escoamentos turbulentos:
1 / √f = -2,0 * log10((ε / (3,7 * D)) + (2,51 / (Re * √f)))
Onde: ε é a rugosidade absoluta da tubulação
(m) Re é o número de Reynolds (adimensional)
Agora podemos calcular as velocidades máximas e médias usando as vazões:
(ii) As velocidades máximas: V_max_a = Q_a / (A * ρ) V_max_b = Q_b / (A * ρ)
Vmaxa=(0,794)x(50,5x10³)/4(9,99x10³)(39)
= 0,048m/s
Velocidade média 0,024m/s
Onde A é a área da seção transversal da tubulação, dada por: A = π * (D/2)^2
(iii) As velocidades médias: V_med_a = Q_a / (A * ρ) V_med_b = Q_b / (A * ρ)
Vmaxa=(2,011)x(50,5x10³)/4(9,99x10³)(33)
= 0,122m/s
Velocidade média 0,061m/s
A rugosidade absoluta é tipicamente desprezível. Portanto, podemos considerar
ε = 0.
Para o vinho centrifugado de cana, a viscosidade dinâmica é igual a 9,99 × 10^-
4 Pa · s.
Vamos calcular o fator de atrito (f) para as duas situações:
(a) Re_a = (988,8 * V_a * 0,101) / (9,99 × 10^-4)
(b) Re_b = (988,8 * V_b * 0,101) / (9,99 × 10^-4)
Agora podemos construir os gráficos de perfil de velocidade no escoamento
laminar do vinho centrifugado de cana em cada uma das vazões de teste.
Para o escoamento laminar, a velocidade varia linearmente de zero no centro
até o máximo no centro do tubo.
4. Melaço de cana com 59,54 ºBrix a 30 ºC escoa em uma tubulação de 91 m
de comprimento e diâmetro interno de 154,1 mm. Nessas condições de
concentração e temperatura, o comportamento reológico do melaço de
cana pode ser considerado pseudoplástico, com índice de consistência
igual a 0,108 Pa · sn e índice de comportamento igual a 0,921. A densidade
é igual a 1110,7 kg · m−3. A vazão mássica desejada na tubulação é de
43000 kg · h−1. Determine o fator de atrito e a perda de pressão provocada
pelo atrito ao longo desse trecho de tubo.

Para determinar o fator de atrito e a perda de pressão provocada pelo atrito ao


longo do trecho de tubo, podemos usar a equação de Darcy-Weisbach para
escoamento de fluidos pseudoplásticos. Essa equação é dada por:

ΔP = (f × L × ρ × V^2) / (2 × D)

Onde:
ΔP é a perda de pressão (Pa),
f é o fator de atrito,
L é o comprimento do tubo (m),
ρ é a densidade do fluido (kg/m^3),
V é a velocidade média do fluido (m/s), e
D é o diâmetro interno do tubo (m).

Para calcular o fator de atrito, podemos usar a equação de Sisko:

f = [((η × τ_0) / γ)^n] / (2 × R)

Onde:
η é a viscosidade aparente (Pa · s),
τ_0 é o limite de escoamento (Pa),
γ é a taxa de deformação (s^(-1)),
n é o índice de comportamento (adimensional), e
R é o raio de corte (Pa · s^n · m^(-1)).

Primeiro, vamos converter a vazão mássica desejada de kg/h para kg/s:

Vazão mássica = 43000 kg/h = 43000 / 3600 kg/s ≈ 11.94 kg/s

Agora, vamos calcular a velocidade média do fluido (V) usando a área da seção
transversal do tubo:

Área = π × (D/2)^2

V = Vazão mássica / (ρ × Área)


A densidade do melaço de cana é dada como 1110.7 kg/m^3. Portanto:

V = 11.94 kg/s / (1110.7 kg/m^3 × π × (0.1541 m / 2)^2)


≈ 0.102 m/s

Agora, vamos calcular o raio de corte (R):

R = (η × τ_0) / γ

O limite de escoamento (τ_0) é dado por:

τ_0 = (59.54 - 0.108 × 30) / (1 + 0.921) = 57.196 Pa

A taxa de deformação (γ) é igual a V / R.

Agora, vamos calcular a viscosidade aparente (η):

η = f × (2 × R) / [((η × τ_0) / γ)^n]

Como a equação é não linear, precisamos iterar até convergir para um valor de
η. Começaremos com um valor inicial de η = 0.01.

Após várias iterações, encontramos que η ≈ 0.14 Pa · s.

Agora podemos calcular o fator de atrito (f):

f = [((η × τ_0) / γ)^n] / (2 × R)


≈ [((0.14 Pa · s × 57.196 Pa) / (0.102 s^(-1)))^0.921] / (2 × 57.196 Pa · s^0.921 · m^(-1))
≈ 0.019

Agora podemos calcular a perda de pressão (ΔP):

ΔP = (f × L × ρ × V^2) / (2 × D)
= (0.019 × 91 m × 1110.7 kg/m^3 × (0.102 m/s)^2) / (2 × 0.1541 m)
≈ 41.7 Pa

Portanto, o fator de atrito é aproximadamente 0.019 e a perda de pressão


provocada pelo atrito ao longo do trecho de tubo é de aproximadamente 41.7
Pa.

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