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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO

RIO GRANDE DO SUL – CAMPUS ERECHIM


CURSO SUPERIOR DE ENGENHARIA MECÂNICA

CLEBER PIZZATTO DALLEGRAVE

PROJETO DE UMA BANCADA DIDÁTICA DE REFRIGERAÇÃO POR


ABSORÇÃO

Erechim
Mês, Ano
CLEBER PIZZATTO DALLEGRAVE

PROJETO DE UMA BANCADA DIDÁTICA DE REFRIGERAÇÃO POR


ABSORÇÃO

Trabalho de conclusão de curso realizado


no campus Erechim do Instituto Federal
de Educação, Ciência e Tecnologia do
Rio Grande do Sul, como parte dos
requisitos para a obtenção do título de
Bacharel em Engenharia Mecânica.

Orientador: Prof. Dr. Airton


Campanhola Bortoluzzi

Erechim
Mês, Ano
Dedico este trabalho ...... Texto Arial, espaçamento simples, sempre alinhado
na parte inferior da margem direita. Deve
ser alinhada do meio da mancha gráfica
para a margem direita (8,0 cm)
AGRADECIMENTOS

Texto em Arial, Tamanho 12, Espaçamento 1,5 entre linhas, Justificado,


Tabulação 1,25 cm. Deixar espaço 1 linha entre parágrafos.
5

Epígrafe
(Autor)
RESUMO

O resumo consiste em uma exposição objetiva do trabalho, identificando o tema


principal e sua justificativa, os procedimentos empregados para seu
desenvolvimento, os resultados obtidos e conclusão sucinta (aproximadamente 250
palavras e uma página).

Palavras-Chave: (inserir de 3 a 5 palavras para classificar o trabalho, separadas por


ponto) .
7

ABSTRACT

O resumo consiste em uma exposição objetiva do trabalho, identificando o tema


principal e sua justificativa, os procedimentos empregados para seu
desenvolvimento, os resultados obtidos e conclusão sucinta (aproximadamente 250
palavras e uma página).

Key-words: (inserir de 3 a 5 palavras para classificar o trabalho.


8

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Inserir legenda da Figura 1........................................................................15

Figura 2 - Inserir legenda da Figura 2........................................................................16

Figura 3 - Inserir legenda da Figura 3........................................................................20

Figura 4 - Inserir legenda da Figura 4 .......................................................................21

Figura 5 - Inserir legenda da Figura 5 .......................................................................22


9

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Inserir legenda da Tabela 1 .....................................................................16

Tabela 2 - Inserir legenda da Tabela 2.....................................................................16

Tabela 3 - Inserir legenda da Tabela 3 .....................................................................20

Tabela 4 - Inserir legenda da Tabela 4 .....................................................................21

Tabela 5 - Inserir legenda da Tabela 5 .....................................................................22


10

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Inserir legenda do Quadro 1 ...................................................................16

Quadro 2 - Inserir legenda do Quadro 2....................................................................16

Quadro 3 - Inserir legenda do Quadro 3....................................................................20

Quadro 4 - Inserir legenda do Quadro 4 ...................................................................21

Quadro 5 - Inserir legenda do Quadro 5 ...................................................................22


11

LISTA DE SÍMBOLOS

A Área m2
Ca Número de átomos na superfície do substrato m-3
DL Coeficiente de difusão do líquido m2/s
Tf Temperatura de fusão ºC
12

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO....................................................................................15
1.1 Considerações Gerais.......................................................................................15

2 OBJETIVOS........................................................................................18
2.1 Objetivo Geral.................................................................................................... 18

3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA...............................................................19
3.1 Sub-Título 1 do Capítulo X................................................................................19
3.1.1 Sub-Título 2 do Sub-título X.1...........................................................................19
3.1.1.1 Sub-Título 3 do Sub-título X.X.1...................................................................19
3.1.2 Sub-Título 2 do Sub-título X.1...........................................................................20
3.1.3 Sub-Título 2 do Sub-título X.1...........................................................................20
3.1.3.1 Sub-Título 3 Sub-Título X.X.1.......................................................................20
3.2. Sub-Título 2 do Capítulo X...............................................................................20

4 MATERIAIS E MÉTODOS..................................................................21
4.1 Sub-título 1 do Capítulo X.................................................................................21

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES........................................................22
5.1 Sub-título 1 do Capítulo X.................................................................................22

6 CONCLUSÕES...................................................................................23
7 PROPOSTAS PARA TRABALHOS FUTUROS.................................24
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................25
ANEXOS.................................................................................................32
APÊNDICES...........................................................................................33
13

1 INTRODUÇÃO

Diante do cenário atual de preservação ambiental e consumo racional de


energia, a refrigeração por absorção vem sendo foco de vários estudos por oferecer
benefícios relacionados a fontes alternativas de energia e por não usar produtos
nocivos ao meio ambiente (CARVALHO et al., 2006).

O interesse do homem pela refrigeração se iniciou com o intuito de atender a


um desejo: resfriar alimentos e bebidas para aprimorar seu paladar. A exemplo
disso, as civilizações egípcias descobriram uma forma de arrefecer a água, por meio
da retirada de calor por evaporação. Para isso, através de um recipiente de barro
semiporoso, a água passava para o meio externo, retirando energia interna do fluido.
No decurso dos tempos, engenheiros e pesquisadores concentravam seus trabalhos
na busca em desenvolver novas soluções para as lacunas existentes da época.
Nesse viés, em 1823, Michael Faraday, conseguiu produzir “frio” através da
evaporação da amônia que foi absorvida em nitrato de prata (SOUZA, 2015).

O campo de atuação da refrigeração, atualmente, estendeu sua importância,


tornando sua utilização indispensável. Os sistemas de refrigeração propiciam a
conservação de alimentos e medicamentos e, também, proporcionam condições de
conforto para as pessoas realizarem suas atividades (BUENO, 2015).

Conforme Carvalho (2010), o ciclo de refrigeração por absorção consiste,


basicamente, em fornecer calor proveniente de uma fonte térmica ao gerador, onde
está depositado um par refrigerante-absorvente. Ao atingir a temperatura de
vaporização, o refrigerante se separa da solução e vai para o condensador e o
absorvente, que está a alta pressão e temperatura, passa por uma válvula de
redução sendo dirigido ao absorvedor. No condensador, o calor é removido do
refrigerante, fazendo-o retornar à fase líquida. O refrigerante, a temperatura e
pressão elevadas, passa por uma válvula de expansão, ocorrendo uma queda de
14

pressão. Então, é no evaporador que o calor do meio é removido, fazendo o


refrigerante retornar à fase vapor e, posteriormente, é encaminhado ao absorvedor,
sendo absorvido pelo absorvente. A solução é bombeada ao gerador e o ciclo se
inicia novamente.

Embora o sistema por compressão de vapor seja mais difundido, questões


ambientais e energéticas atuais demandam inovações em projetos de refrigeração,
que tenham como pontos principais o baixo consumo energético e menor impacto ao
meio ambiente. Porém, quando comparados aos sistemas de compressão a vapor,
os sistemas de refrigeração por absorção têm um menor desempenho, ou seja,
possuem um coeficiente de performance (COP) inferior, além de ter um custo de
implementação mais elevado. O COP de uma máquina de absorção, de simples
efeito, é de aproximadamente 0,7. Já o COP de uma máquina de refrigeração por
compressão, de mesma capacidade, pode alcançar um valor de 3,0. Não obstante,
estima-se que o custo de implementação de um sistema convencional seja de 20 a
30% menor do que um sistema de refrigeração por absorção (SOUZA, 2015).

Entretanto, os sistemas por absorção necessitam de uma fonte de calor para


seu acionamento, permitindo aproveitar diversas fontes de energia, tais como calor
residual proveniente de processos industriais, de queima de combustíveis fósseis,
vapor a elevada temperatura, calor de exaustão de máquinas térmicas, diferentes
tipos de gases como gás natural, gás liquefeito de petróleo (GLP), biogás, gás de
síntese ou mesmo energia solar (GUIMARÃES, 2011). Ademais, outra vantagem
desses sistemas está atrelada à preservação ambiental, pois seu princípio de
funcionamento não utiliza o fluido cloro-flúor-carbono (CFC) ou outros fluidos
refrigerantes sintéticos nocivos à camada de ozônio ou que contribuem para o
aquecimento global, além de ser um sistema mais silencioso e isento de vibração
(CARVALHO et al., 2006).

Empresas como TRANE®, CARRIER® e YORK® nos Estados Unidos da


América (EUA), juntamente às empresas japonesas, detêm alta tecnologia neste
setor, conforme Cortez e Larson (1997) apud Chaves (2009), sendo que a Coréia do
Sul, a China e a Índia são países fundamentais para a distribuição desses
equipamentos. Ainda, há na Europa um mercado em expansão com sistema
modular de ar condicionado por absorção, com o par amônia-água, fabricado pela
15

ROBUR®. Os módulos têm, individualmente, capacidade de 17,4 kW, conforme


Napoleão (2003) apud Chaves (2009).

Nesse sentido, busca-se o desenvolvimento de novas tecnologias visando o


aumento do desempenho destas máquinas e o melhor aproveitamento energético,
de modo a tornar a utilização da refrigeração por absorção mais viável do ponto de
vista econômico e ambiental (GUIMARÃES, 2011).

Em suma, identifica-se a necessidade de desenvolver uma bancada didática


com o objetivo de elucidar o processo de refrigeração por absorção, possibilitando
uma análise energética através de diferentes fontes de calor. Assim, por meio de um
modelo matemático é capaz de prever o comportamento do absorvedor e gerador a
partir de dados de entrada. Isso faz com que o profissional tenha maior
compreensão quanto ao dimensionamento, operação e capacidade do sistema.
Ainda, é possível observar de imediato quais são as variáveis que têm maior
relevância sobre o sistema, afim de se buscar a máxima eficiência energética. Não
obstante, a inserção do aluno na pesquisa aplicada ao desenvolvimento de um
equipamento, que tem por finalidade melhoria na forma de aprendizagem,
proporciona benefícios ao IFRS Campus Erechim.
16

2 OBJETIVOS

Neste capítulo são tratados o objetivo geral deste trabalho e os objetivos


específicos que são requisitos necessários para alcançar o objetivo geral.

2.1 Objetivo Geral

Projetar uma bancada didática de refrigeração por absorção.

2.2 Objetivos Específicos

 Equacionar os balanços de massa e energia de cada componente do


sistema;
 Calcular a perda de carga e a transferência de calor;
 Projetar os componentes do sistema de refrigeração para a bancada;
 Especificar os materiais e componentes para construção e montagem
da bancada;
 Estimar o custo da bancada;
 Elaborar procedimentos práticos que permitam analisar a eficiência
energética do sistema.
17

3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Após a introdução e a definição dos objetivos desse trabalho, é apresentado


neste capítulo uma revisão bibliográfica a fim de servir como base para sustentar a
compreensão desse trabalho. Destarte, será exposto um breve histórico; os
sistemas de refrigeração por compressão de vapor e por absorção, onde, para este
último, tem-se uma descrição geral do ciclo (funcionamento), seu coeficiente de
performance (COP), o sistema Electrolux que é baseado nesse princípio e uma
comparação entre ambos sistemas de refrigeração; trocadores de calor, com ênfase
no chiller; pares de fluidos de trabalho, mais atentamente nos dois principais (água –
amônia e água – brometo de lítio) e, por fim, as fontes alternativas de energia.

3.1 Histórico e Estado da Arte

O sistema pioneiro de refrigeração por absorção foi idealizado por Sir John
Leslie, no ano de 1810. O funcionamento desse equipamento era baseado na
solução água-ácido sulfúrico. Aproximadamente 40 anos mais tarde, Faraday fez
experimentos liquefazendo diversos gases, sendo que um deles era a amônia, a
qual, ao ser liquefeita, quebrou o paradigma de que ela apenas existia como um gás
CORTEZ (1998).
De acordo com Stoecker (1985), durante a guerra civil americana, o francês
Ferdinand Carré patenteou um sistema de absorção. Em 1922, os estudantes
Baltzar Von Platem e Carl Gustav Munters desenvolveram em seu trabalho de
conclusão de curso de engenharia uma máquina de refrigeração por absorção que,
tempos depois, foi adquirido pela empresa Electrolux. Esse sistema funcionava
utilizando como solução água e amônia e o efeito de termo sifão.
Os reflexos dos estudos de Faraday inspiraram empresários americanos na
década de 30. A partir de seus estudos, eles desenvolveram sistemas de
18

refrigeração para fins domésticos, os quais ficaram conhecidos como “Icy-ball”,


Crosley Corp, “Superflex”, Perfection Stove, “Trukold”, Montgomery Word, conforme
Torreira (1979). Por conseguinte, em 1945, a Carrier Corporation comercializou sua
primeira unidade com carga térmica de 150 TR (cerca de 530 kW), além de outras
unidades de 100 TR (cerca de 250 kW) e 350 TR (cerca de 850 kW), no ano de
1950, afirma Variani (2001). Ainda, em 1950, começou a ser instalados em
caminhões frigoríficos o sistema de refrigeração por absorção.
Embora esse princípio tenha sido usado desde as primeiras civilizações, entre
os anos de 60 e 70, em decorrência da crise da crise do petróleo, houve um
significativo aumento de estudos relacionados à refrigeração por absorção,
caracterizando o período denominado de “Idade de Ouro da Absorção”. Outro
evento de grande expressão que contribuiu para o desenvolvimento do sistema de
refrigeração por absorção foi o Protocolo de Montreal, o qual tratou de substâncias
que destroem a camada de ozônio (BURGETT et al., 1999).
A Tabela 1 expõe, de forma sucinta, os principais estudos relacionados ao
sistema de refrigeração por absorção. Ainda, é importante destacar que esses
estudos utilizam em seus experimentos vapor de amônia como fluido.

Tabela 1 – Resumo dos principais estudos envolvendo refrigeração por absorção.

Ano Autor Resumo


Construiu e avaliou uma unidade de refrigeração por
1981 Medeiros
absorção, utilizando como fonte de energia solar.
Sresnewsk Modelou matematicamente as variantes possíveis do
1983
y sistema de refrigeração por absorção.
Detalhou o funcionamento dos sistemas de absorção,
1985 Stoecker usando como solução de trabalho brometo de lítio e
água.
Desenvolveu uma metodologia para determinação de
1986 Maia
parâmetros do sistema por absorção com energia solar.
Comparou os diversos sistemas de refrigeração,
1995 Gordon
incluindo o de absorção.
Publicou livro com vários exemplos de sistemas por
1998 Klein absorção com o uso de amônia e faz menção ao uso do
software E.E.S..
1998 NG et al. Apresentaram uma equação válida para sistemas de
refrigeração por absorção utilizando o conceito de
19

temperatura média de processo, avaliando as


irreversibilidades internas.
Publicou um livro que aborda a termodinâmica envolvida
1998 Threlkeld
em misturas binárias por absorção com amônia e água.
Apresentou tese de doutorado avaliando energia e
2001 Varani
exergia em sistema de refrigeração por absorção.
Apresentou tese de doutorado, determinando as
propriedades termodinâmicas de misturas amônias e
2003 Napoleão
água para aplicação em processos de refrigeração por
absorção.
Fonte: CARVALHO, 2010.

Um conjunto de trabalho está sendo desenvolvido acerca dos processos de


transferência de calor que ocorrem nos ciclos de absorção. Andberg e Vliet (1983)
desenvolveram um modelo para o processo de absorção em filme de solução de
água-brometo de lítio que tinha como objetivo estudar o projeto de um absorvedor
para sistema de refrigeração por absorção de um ponto de vista teórico e permitir a
simulação do desempenho do absorvedor. De acordo com esse trabalho, as
variáveis mais importantes que determinam o processo de absorção são o fluxo
mássico de solução, a concentração da solução de entrada, a pressão de absorção
e a temperatura na parede. Medrano et al. (2002) estudaram sobre a absorção de
vapor d’água em um filme de água-brometo de lítio escoando em tubo vertical sob
condições de resfriamento a ar. A meta do estudo era elaborar uma solução para um
dos empecilhos mais expressivos de um absorvedor de pequeno porte, o qual
necessita de uma grande área de troca de calor, elevando o custo e o tamanho do
equipamento. Pereira (2006) realizou um estudo experimental do sistema ROBUR ®,
obtendo pontos experimentais decorrentes da medição da vazão e a temperatura
para os produtos água fria e água quente. Com os desempenhos demonstrados
determinaram os pontos ótimos das vazões para as taxas máximas de frio e calor
produzido.
Abreu (1994) abordou a problemática do transporte de carga frigorificada, sob
a ótica da eficiência energética da unidade frigorífica. Em seu estudo, foi analisada a
tecnologia de frigorificação empregada do ponto de vista econômico do sistema,
eficiência energética e efeitos da atual tecnologia sobre o meio ambiente. Ademais,
Abreu (1994) desenvolveu um projeto preliminar de uma unidade de refrigeração por
20

absorção, que foi comparado com as unidades por compressão a vapor, mostrando
que o sistema de refrigeração por absorção pode ser viável em muitas aplicações
onde não se dispõe de energia térmica ou mecânica. Silva (2007) avaliou o ciclo de
refrigeração por absorção com solução de brometo de lítio-água utilizando biogás de
aterro sanitário e misturas com gás natural. Os resultados obtidos mostraram a
viabilidade energética do sistema utilizando no gerador biogás, gás natural e suas
misturas quando comparada com equipamentos que utilizam combustíveis
tradicionais para acionamento dos equipamentos.
Com os avanços da tecnologia e da computação, os modelos atuais se
baseiam na simulação numérica computacional, conjuntamente às equações de
estado para obter as propriedades dos fluidos, afirma Menna (2008). Leite (2016) fez
a modelagem térmica e simulou, através de métodos numéricos, o absorvedor e o
gerador de um sistema de refrigeração por absorção, operado com o par amônia-
água, para ser utilizado em controle e otimização. Araújo (2010) desenvolveu dois
modelos matemáticos utilizados na simulação de um sistema de refrigeração por
absorção, um para simulação em regime permanente e outro para regime transiente.
Para tanto, o sistema foi implementado no software Engineering Equation Solver
(EES). Arun, et al. (2000) estudaram o desempenho de um sistema de refrigeração
por absorção de duplo efeito com LiBr. De acordo com os estudos realizados, o
sistema de duplo efeito contribuiu para melhorar a performance do ciclo,
especialmente com fontes de altas temperaturas. Agnew e Talbi (2002) realizaram
uma simulação do ciclo combinado Diesel-absorção, através do calor proveniente
dos gases de combustão em um sistema de refrigeração por absorção de simples
efeito. Neste trabalho, o efeito do refrigerante foi utilizado para melhorar o
desempenho do turbo-compressor de um motor diesel, tornando o motor mais
eficiente e, assim, reduzindo o consumo de combustível. Carvalho et al. (2006)
descrevem em seu trabalho, o modelamento e simulação computacional de chillers
de absorção comerciais a água-brometo de lítio, empregados em ar condicionado de
edifícios comerciais, baseando-se nos princípios de conservação de energia, junto
às correlações da transferência de calor e massa. Os resultados da simulação foram
obtidos considerando a condição de operação em carga parcial em 8760 horas do
ano. Menna (2008) realizou a simulação e o projeto de sistemas de refrigeração por
absorção, com o intuito de estudar sua eficiência. Para isso, Menna (2008) criou um
21

programa computacional, em linguagem FORTRAM, que auxilia no projeto e na


simulação de sistemas similares. Com os resultados obtidos identificou-se que o
sistema de refrigeração por absorção possui boa capacidade de refrigeração e baixo
custo operacional em relação aos sistemas por compressão convencionais. Brandão
(2015) desenvolveu uma ferramenta do tipo solver voltada ao projeto térmico de um
ciclo de refrigeração por absorção água-amônia para as condições climáticas do Rio
de Janeiro. Essa ferramenta fornece análises energéticas e exergéticas do sistema a
partir dos dados de entrada desejado, baseada na segunda Lei da Termodinâmica.

Tabela 2 – Parâmetros utilizados em trabalhos similares.

Ortigos Ortigos Cardos


Sannomi Preter
a a Jakob et al. Guimarãe o
Autor e ano
a (2009) (2009) (2002) s (2011)
(2007) (2007) (2012)

Temperatur
a 40 - 40 40 45 45 40
absorvedor
Temperatur
a
40 37 40 40 45 30 27
condensad
or
Temperatur
a -10 5 -10 -10 5 6 -10
evaporador
Temperatur
87 - 87 87 127 80
a gerador
Potência
fornecida
86,98 29,92 28,73 28,72 5,2 0,1363 100
ao gerador
(kW)
Capacidad
e de
refrigeraçã
17,58 3,41 2,5 0,108 55,46
o do
evaporador
(kW)
Taxa de
calor
retirado do 19,81 18,6 16,88 16,88 2,8 0,112,7 93,24
condensad
or (kW)
Taxa de 85 28,91 28,76 0,0148 4 0,1315 62,22
22

calor
retirado do
absorvedor
(kW)
COP 0,2015 0,5875 0,612 0,6121 0,5546
Vazão
mássica
0,1 0,07
Bomba
(kg/s)
Fonte: O Autor.

Outrossim, na busca em contribuir para a formação de profissionais cada vez


mais qualificados, trabalhos vêm sendo elaborados visando o desenvolvimento de
bancadas didáticas com o objetivo de elucidar o processo de refrigeração por
absorção. Queiroz (2013) apresenta em seu trabalho o desenvolvimento e a
construção de uma bancada didática para sistema de refrigeração por absorção
doméstico. Para executar o trabalho foi necessária a aquisição de um frigobar
Consul Junior, além de materiais e componentes para a confecção. Com a bancada
finalizada, foi possível observar o funcionamento do sistema de refrigeração por
absorção. Goulart (2008) elaborou um estudo teórico e construiu uma bancada
didática capaz de fornecer dados práticos para o estudo do desempenho térmico de
um sistema de refrigeração por absorção. Ao variar a vazão de água que escoa pelo
trocador de calor, obtém-se as temperaturas de entrada e de saída. Tagliaferro
(2008) descreve em seu estudo tecnologias existentes para a refrigeração, propondo
um sistema que opera com uma solução de água-amônia. Por isso, Tagliaferro
(2008) construiu um protótipo para simular um ciclo frigorífico por absorção para fins
didáticos, não necessitando de energia elétrica para o funcionamento do
equipamento.
Nesse cenário, o objetivo deste trabalho é fornecer um estudo que sirva de
base para a constução de uma bancada didática de refrigeração por absorção,
permitindo maior compreensão e visualização do sistema proposto.

3.2 Sistema de Refrigeração por Compressão a Vapor


23

A fim de se ter uma maior compreensão sobre o sistema de refrigeração por


absorção, é interessante primeiro conhecer o ciclo de refrigeração por compressão a
vapor.

O sistema de refrigeração por compressão a vapor é o mais utilizado em


equipamentos frigoríficos. “Neste sistema, o vapor é comprimido, condensado, tendo
posteriormente sua pressão diminuída de modo que o fluido possa evaporar a baixa
pressão” (STROBEL, 2011).

O funcionamento desse ciclo ocorre de acordo com o ciclo termodinâmico,


que é constituído por evaporador, condensador, compressor e válvula de expansão.
A Figura 1 ilustra um esquema básico com seus componentes principais.

Figura 1 – Esquema de um ciclo de compressão a vapor com seus principais componentes.

Fonte: GUIMARÃES (2011).

No processo 1→2 o fluido refrigerante procedente do evaporador à pressão


de vaporização e título igual a 1 (x=1) é encaminhado ao condensador para ser
comprimido até alcançar a pressão de condensação. Então, ao deixar o compressor,
o fluido está superaquecido e com temperatura superior à temperatura de
condensação. Posteriormente, no condensador, processo 2→3, o calor do fluido
refrigerante é rejeitado ao ambiente à pressão constante, sendo condensado até
24

atingir a fase de líquido saturado. No processo 3→4, o fluido ao passar pela válvula
de expansão, expande-se adiabaticamente até atingir a pressão de vaporização.
Chegando no evaporador, processo 4→1, o fluido refrigerante entra como mistura
saturada e absorve o calor do espaço a ser refrigerado, a pressão e temperatura
constantes, atingindo a fase de vapor com título igual a 1, onde não há variação da
temperatura do fluido refrigerante, apenas do título (GUIMARÃES, 2011).

3.3 Sistema de Refrigeração por Absorção

Os sistemas de refrigeração por absorção são sistemas de refrigeração


operados a calor, onde um fluido absorvente na fase líquida absorve um fluido
refrigerante na forma de vapor. Esses ciclos operados a calor são assim
denominados porque a energia responsável por operar o ciclo é majoritariamente
térmica. (0.word)

Devido a questões econômicas e ambientais, os sistemas de refrigeração por


absorção vêm se mostrando como boas alternativas para resolver esse impasse.
Nesse sistema, o compressor, é substituído pelo conjunto gerador-absorvedor, que
podem ser acionados por meio de energias renováveis.

3.3.1 Descrição do Ciclo

Segundo Ortigosa (2007), o ciclo de refrigeração por absorção pode ser


dividido em duas partes: alta pressão e baixa pressão. A alta pressão é obtida por
meio de uma bomba, a qual requer uma pequena quantidade de energia para sua
operação. A pressão baixa é conseguida através de válvulas de expansão.

Conforme Palmieri (2013), o gerador recebe a energia térmica de uma fonte


externa de calor. Em seu interior ocorre o desprendimento do par refrigerante-
absorvente. O refrigerante, em forma de vapor em alta pressão, segue para o
condensador. A solução líquida, também chamada de mistura pobre porque contém
25

pequena quantidade do refrigerante, retorna ao absorvedor. Como se encontra com


elevada temperatura e pressão, antes de chegar ao absorvedor, a mistura pobre
passa pelo trocador de calor e pela válvula de expansão, que tem a função de
manter a diferença de pressão entre o gerador e o absorvedor.

O vapor ao chegar no condensador troca calor com o meio externo, e volta


para a fase líquida à temperatura de condensação. O refrigerante líquido a alta
pressão passa por uma válvula de expansão, ocorrendo uma redução da pressão
devido a evaporação de uma pequena quantidade do refrigerante e, em seguida,
entra no evaporador. No evaporador, o refrigerante líquido, a uma baixa pressão e a
uma baixa temperatura, absorve o calor do meio interno e ocorre mudança de fase
do refrigerante do estado líquido para o gasoso. (GUIMARÃES, 2011)

No absorvedor, vapor de baixa pressão do evaporador é absorvido pela


solução líquida (mistura pobre). Posteriormente, a bomba recebe o líquido do
absorvedor, aumenta sua pressão e entrega ao gerador (CARVALHO, 2010).

Figura 2 - Processos de (a) absorção produzindo o efeito de refrigeração e (b) dessorção de


refrigerante necessitando de uma fonte de calor

Fonte - OLIVEIRA JUNIOR et al (2004).

Durante o processo de absorção ocorre a transferência de calor para uma


região de temperatura intermediária e no processo de dessorção ocorre a concessão
de calor para o ciclo, por meio de uma fonte de calor de alta temperatura, conforme
é representado na Figura 2 (GUIMARÃES, 2011).
26

Figura 3 - Princípio geral de um sistema de refrigeração por absorção.

Fonte - STOECKER, 1985.

Como é representado na Figura 3, identifica-se no sistema que há duas


entradas de calor, no gerador e no evaporador e dois rejeitos térmicos no
condensador e no absorvedor (GUIMARÃES, 2011).

Ainda, os sistemas de absorção são classificados sistemas intermitentes e


sistemas contínuos. Os sistemas de absorção intermitente são convenientes em
locais que não tem gás ou eletricidade como fonte de energia. O processo continua
até que acabe o combustível que o alimenta. Já os sistemas de refrigeração
contínuos são assim chamados por serem sistemas que refrigeram continuamente
através do uso de controladores automáticos.

[http://www.fem.unicamp.br/~em672/Absorcao_Alan_Andre.html]

3.3.2 Coeficiente de Performance do Ciclo de Absorção


27

O coeficiente de performance (COP), é um parâmetro balizador, o qual


determina a eficiência do sistema. Nesse viés, Stoeker (2002, p.23) afirma que “no
caso dos ciclos frigoríficos, o objetivo é produzir um efeito de refrigeração, ao passo
que o trabalho líquido representa aquela quantidade que deve se pagar”.

Portanto, o COP do ciclo de absorção é a relação entre a taxa de refrigeração


e a taxa de adição de calor ao gerador, conforme Equação 1:

efeitode resfriamento Q f
COP= = (1)
entrada de trabalho W liq

3.3.3 Sistema Electrolux

Em 1922, a empresa Electrolux se inseriu definitivamente no mercado de


eletrodomésticos após a aquisição da patente dos estudantes suecos Baltzar Von
Platem e Carl Gustav Munters.

Por ser empregado em refrigeradores domésticos, esse sistema é o mais


popular entre os sistemas de refrigeração por absorção. A base do funcionamento
desse sistema é a Lei das Pressões Parciais ou Lei de Dalton, que enuncia que “a
pressão total de uma mistura de gases ideais é igual à soma das
pressões parciais dos componentes da mistura” (MASTERTON et al.,
2012).

Conforme Abreu (1999), no sistema Electrolux são empregados 3 fluidos: um


refrigerante, geralmente amônia; um absorvente, geralmente água e um gás inerte,
geralmente hidrogênio. Existem 3 fluxos de fluido: fluxo de vapor, fluxo de soluções
de água e amônia e fluxo de gás inerte.

No fluxo de vapor, uma solução rica, por conter elevada concentração de


amônia, é aquecida e, consequentemente, libera vapor de amônia, sendo esse
retificado. Em um tubo ascendente e sinuoso ocorre a retificação, fazendo com que
a água presente no vapor seja condensada e retorna ao gerador de vapor. Por
28

conseguinte, no condensador, o vapor de amônia passa à fase líquida. Ao invés de


passar por uma válvula de expansão, o vapor de amônia passa por um sifão,
impedindo o fluxo retrógrado do gás inerte para o condensador. O gás é, então,
expandido no evaporador e, saindo do evaporador, uma solução pobre absorve a
amônia, resultando na formação de uma solução rica (ABREU, 1999).

Ainda, de acordo com Abreu (1999), um termo sifão movimenta o fluxo de


soluções água-amônia. Assim, chega no gerador uma solução rica em amônia
proveniente do absorvedor, a qual havia passado por um trocador de calor em
contracorrente com uma solução pobre. No trocador de calor ocorre o pré-
aquecimento da solução rica e, em contrapartida, a solução pobre é pré-resfriada.
Por gravidade, a solução pobre volta ao absorvedor, enquanto que o vapor separado
no gerador segue o caminho descrito no fluxo de vapor.

O gás inerte resfriado no evaporador desce devido ao aumento de sua


densidade. Então, o processo de absorção que ocorre no absorvedor aquece o gás
inerte, fazendo-o retornar ao evaporador (ABREU, 1999).

Figura 4 - Sistema Electrolux de refrigeração por absorção.

Fonte: ABREU (1999).


29

3.3.4 Comparação entre os Sistemas de Compressão a Vapor e Absorção

O ciclo de refrigeração por absorção é similar em certos aspectos ao ciclo


de refrigeração por compressão a vapor. A Figura 5 ilustra o sistema de
compressão, no lado direito e o sistema de absorção, no lado esquerdo.
Percebe-se que os componentes do evaporador, do condensador e a válvula
de expansão são comuns em ambos os ciclos (GUIMARÃES, 2011).

Figura 5 - Comparação entre os ciclos por compressão e por absorção

Fonte - OLIVEIRA JUNIOR et al. (2004).

A forma de elevar a pressão é a diferença mais evidente entre sistemas de


refrigeração por compressão a vapor e o de absorção. No ciclo de compressão a
vapor, o compressor é o responsável por aumentar os níveis de pressão e
temperatura na saída do evaporador até chegar à entrada do condensador,
enquanto que no ciclo de absorção, essa função é executada pelo conjunto
absorvedor-bomba-gerador. Com efeito, esses processos são decorrentes da
transferência de calor associadas no gerador e absorvedor. Logo, evidencia-se que
o ciclo de compressão é um ciclo que consome trabalho e o ciclo de absorção
consome essencialmente calor (CARVALHO, 2010).
30

Na verdade, existe a necessidade de fornecer trabalho uma quantidade de


trabalho nos ciclos de refrigeração por absorção para acionar a bomba de
recirculação. Porém, essa quantidade de trabalho é muito pequena comparada
àquela requerida no ciclo de refrigeração por compressão a vapor. (0.word).

3.4 Trocadores de Calor

Em diversas aplicações de engenharia ocorre o processo de troca de calor


entre dois fluidos que estão a diferentes temperaturas e separados por uma parede
sólida. Para tanto, o equipamento utilizado para esse processo é denominado
trocador de calor. Esses equipamentos podem ser encontrados no aquecimento de
ambientes e no condicionamento de ar, na produção de potência, na recuperação de
calor em processos e no processamento químico (INCROPERA et al., 2008).

Os trocadores de calor são classificados de acordo com a configuração do


escoamento e do tipo de construção. Na configuração cocorrente, ou seja, paralela,
apresentado na Figura 6, os fluidos quente e frio entram na mesma extremidade,
escoam no mesmo sentido e saem do equipamento pela mesma extremidade.
Enquanto que na configuração contracorrente, apresentado na Figura 7, os fluidos
entram em extremidades opostas, escoam em sentidos opostos e, deixam o
equipamento em extremidades opostas. Em ambas configurações, o a construção
dos trocadores de calor é com tubos concêntricos (INCROPERA et al., 2008).
31

Figura 6 – (a) Trocador de calor em cocorrente e (b) perfil de temperatura de trocador de calor em
cocorrente.

(a) (b)

Fonte: ÇENGEL e GHAJAR (2012).

Figura 7 -(a) Trocador de calor em contracorrente e (b) perfil de temperatura de trocador de calor em
contracorrente.

(a) (b)

Fonte: ÇENGEL e GHAJAR (2012).

Alternativamente, os fluidos podem escoar em movimento cruzado, onde um


fluido escoa perpendicularmente a outro. Ademais, o escoamento cruzado pode ser
classificado em escoamento sem mistura e com mistura. O escoamento cruzado
sem mistura é quando as placas (aletas) induzem o escoamento do fluido entre elas,
evitando que ele se mova na direção paralela aos tubos. Já o escoamento cruzado
sem mistura é quando o fluido está livre para se deslocar na direção paralela aos
tubos (ÇENGEL; GHAJAR, 2012).
32

Figura 8 - Trocadores de calor de correntes cruzadas. (a) Aletado com os dois fluidos não-misturados.
(b) Um fluido com mistura e outro fluido sem mistura.

Fonte: ÇENGEL e GHAJAR (2012).

Segundo Çengel e Ghajar (2012), os trocadores de calor podem ser


modelados como dispositivos de escoamento permanente, pois funcionam por
longos períodos de tempo sem ocorrer alterações em suas condições de
funcionamento.

3.4.1 Unidades de Absorção Comerciais

Na implementação de um sistema de absorção industrial, o condensador e o


gerador são instalados em um mesmo vaso uma vez que operam a uma mesma
pressão. Da mesma forma, o evaporador e o absorvedor são instalados em um
mesmo vaso quando operam a uma mesma pressão. (0.word)
33

Figura 1 - Arranjo de componentes em uma unidade de absorção comercial.

Fonte: (0.word).

O funcionamento do chiller de absorção é baseado no ciclo


termodinâmico da refrigeração por absorção. Assim, os efeitos da absorção e
evaporação se desencadeiam quando há a comunicação das fases líquida e gasosa
de uma substância, as quais estão a temperaturas e pressões de vapor diferentes.
Há dois tipos de chillers de absorção: chiller de absorção de queima direta e chiller
de absorção de queima indireta. (LANDINI JUNIOR; SANT’ANA, 2014)

Nos sistemas de queima direta, o calor necessário ao processo é obtido


através da queima direta de um combustível. Nos sistemas de queima indireta, o
calor necessário ao processo é concebido por meio de vapor de baixa pressão ou
água quente, por exemplo.

Geralmente, a temperatura de ativação do gerador de um chiller de absorção


varia de 80ºC a 200ºC. Todavia, eles podem funcionar com temperaturas inferiores,
34

porém sua capacidade de refrigeração diminui. Segundo Souza (2015), se a


temperatura de ativação de um chiller de absorção for 116ºC e ele for ativado com a
temperatura de 93ºC, a capacidade de refrigeração pode diminuir em 50%.

Atualmente, há em diversos países fabricantes de chillers de absorção para


as mais variadas aplicações. A Tabela 3 apresenta as características de alguns
equipamentos e seus fabricantes.

Tabela 3 - Fabricantes e características de chillers de absorção.

Ciclo N° Temperatura
Capacidade
de de
Fabricante País Fluídos (kW) COP Aplicação
efeitos ativação
AGO Alemanha Simples NH3-H2O 50 0,61 95 Refrigeração
Ar
Broad China Duplo H2O-LiBr 16 a 23 1,20 160
condicionado

Simples
Cooltec
Ar
USA NH3-H2O 17,6 a 35 0,68 -
GAX condicionado

Ar
Climatewell Suécia - H2O-LiCl 10 0,68 110
condicionado
EAW Ar
Alemanha Simples H2O-LiBr 15 a 30 0,75 90
Wergcall condicionado
Refrigeração
e Ar
Pink Áustria Simples NH3-H2O 10 a 12 0,63 85
condicionado
Rinnai Ar
Japão Duplo H2O-LiBr 6,7 1,20 -
Osaka condicionado
17,7 0,70 Refrigeração
e Ar
Robur Itália Simples NH3-H2O 12,8 0,53 -
condicionado
Ar
Rotartica Espanha Simples H2O-LiBr 4,5 0,67 90
condicionado
Solarice Alemanha Simples NH3-H2O 25 a 40 0,60 80 Refrigeração
Sonnenklim Ar
Alemanha Simples H2O-LiBr 10 0,78 75
a condicionado
Ar
Termax Índia Simples H2O-LiBr 17,5 a 35 0,70 90
condicionado
Ar
Simples 17,6 a 35 0,70 80
condicionado
Yazaki Japão H2O-LiBr Ar
Duplo 28 0,85 -
condicionado
35

Fonte: LABUS (2011).

3.4.2 O Coeficiente Global de Transferência de Calor

O coeficiente global é definido em função da resistência térmica total à


transferência de calor entre dois fluidos, afirma (ÇENGEL; GHAJAR, 2012).
Normalmente, em um trocador de calor é empregado dois fluidos, os quais são
separados por uma parede sólida. Dessa forma, o calor é transferido por convecção
do fluido quente para a parede sólida, posteriormente da parede sólida para o fluido
frio por condução e, novamente, da parede sólida para o fluido frio por convecção,
conforme está representado na Figura 9.

Figura 9 - Transferência de calor associada a um trocador de calor de tubo duplo.

Fonte: ÇENGEL e GHAJAR (2012).

Nesse viés, as resistências à condução e à convecção em tubos e paredes


planas podem ser determinadas pelas seguintes equações:

 A resistência à condução em um cilindro pode ser expressa pela equação:


36

r0
)
ln ⁡(
ri (2)
Rcond =
2 πkL

 A resistência à condução em uma placa plana pode ser expressa como:

L
Rcond = (3)
kA

 A resistência à convecção em um cilindro pode ser expressa como:

1
Rconv = (4)
2 π r 0 Lh

 A resistência à convecção em uma placa plana pode ser expressa como:

1
Rcond = (5)
hA

onde ro é o raio externo do tubo, ri é o raio interno do tubo, L é o comprimento do


tubo ou largura da parede, k é a condutividade térmica e h é o coeficiente de
convecção.

Da Lei de Fourier, tem-se:

1
R= (6)
U.A

Desta maneira, pode-se chegar ao coeficiente global de transferência de calor


U, que, para o trocador de calor com dois fluidos, fluido quente q e fluido frio f:

1 1 1
= = (7)
UA U f A f U q A q

A Tabela 4 mostra valores representativos do coeficiente global de


transferência de calor U. Esses valores variam de 10 a 10.000 W/m²K devido às
diferentes condutividades térmicas associadas aos fluidos.

Tabela 4 - Valores representativos do coeficiente global de transferência de calor em trocadores de


calor.
37

Tipo de trocador de calor U, W/m2-K


Água-água 850-1.700
Água-óleo 100-350
Água-gasolina ou querosene 300-1.000
Aquecedores de água de
1.000-8.500
alimentação
Vapor-óleo combustível leve 200-400
Vapor-óleo combustível pesado 50-200
Condensador de vapor 1.000-6.000
Condensador de freon (resfriado a
300-1.000
água)
Condensador de amônia (resfriado a
800-1.400
água)
Condensador de álcool (resfriado a
250-700
água)
Gás-gás 10-40
30-60
Água-ar em tubos aletados (água nos
400-850
tubos)
30-300
400-4.000
Vapor-ar em tubos aletados

Fonte: ÇENGEL e GHAJAR (2012).

3.4.3 Análise de trocadores de Calor

Eventualmente, ocorre a necessidade de escolha de um trocador de calor que


permita alcançar a mudança na temperatura especificada no escoamento ou prever
as temperaturas de saída dos escoamentos dos fluidos quente e frio. Para isso,
existem métodos mais adequados para realizar essas análises, sendo,
respectivamente, o método da diferença de temperatura média logarítmica (DTML) e
o método da efetividade – NUT (INCROPERA, 2008).

Para análise dos trocadores de calor Çengel e Ghajar (2012) apontam


algumas idealizações:
38

A vazão mássica de cada fluido permanece constante, e as propriedades do


fluido como temperatura e velocidade em qualquer entrada ou saída,
permanecem as mesmas. Além disso, os escoamentos sofrem pouca ou
nenhuma alteração em suas velocidades e elevações e, portanto, as
mudanças de energia cinética e potencial são insignificantes. O calor
específico de um fluido, em geral, muda com a temperatura. Mas em uma
faixa de temperatura especificada, o calor específico pode ser tratado como
constante para um valor médio com pouca perda de precisão. A condução
de calor axial ao longo do tubo geralmente é insignificante e pode ser
considerada desprezível. Por último, considera-se que a superfície externa
do trocador de calor é perfeitamente isolada, de modo que não haja perda
de calor para o meio envolvente, e qualquer transferência de calor ocorre
apenas entre os dois fluidos (ÇENGEL; GHAJAR, 2012).

De acordo com a primeira Lei da Termodinâmica, a taxa de transferência de


calor do fluido quente deve ser igual à taxa de transferência de calor do fluido frio:

Q̇= ṁc p (T sai −T ent ) (8)

Q̇= ṁc p (T sai −T ent ) (9)

onde cp é o calor específico, T sai e T sai são as temperaturas de saída e T sai e T sai são
as temperaturas de entrada. Ver eq. Çengel pg. 640

Contudo, no evaporador e no condensador um dos fluidos passa por um


processo de mudança de fase, ocorrendo um caso especial de trocadores de calor
e, para isso, a taxa de transferência de calor é expressa como:

Q̇= ṁh fg (10)

onde ṁ é a taxa de evaporação ou condensação do fluido e hfg é a entalpia de


vaporização do líquido na pressão ou na temperatura especificada.

Ainda, de acordo com Çengel; Ghajar (2012), a taxa de transferência de calor


pode ser expressa semelhantemente à Lei de Newton do resfriamento como:
39

Q̇=UA ∆ T (11)

3.4.3.1 Método da Diferença de Temperatura Média Logarítmica (DTML)

Ao longo de um trocador de calor, a diferença de temperaturas entre os


fluidos quente e frio não é constante, conforme Incropera (2008). A diferença média
de temperatura depende do arranjo do fluxo e do tipo de construção do trocador de
calor.

Conforme é apresentado na Figura 10, essa diferença de temperatura é


grande na entrada do trocador de calor em escoamento paralelo e vai diminuindo
exponencialmente em direção à saída, aproximando assintoticamente de zero.
Ainda, observa-se que a temperatura do fluido frio aumenta, enquanto que a
temperatura do fluido quente diminui ao longo do trocador de calor, sendo que a
temperatura do fluido frio nunca ultrapassará a temperatura do fluido quente,
independentemente de quanto comprido seja o trocador de calor (INCROPERA,
2008).

Figura 10 - Variação da temperatura de um fluido em um trocador de calor de tubo duplo com


escoamento paralelo.

Fonte: BOHORQUEZ (2018).


40

Segundo Incropera (2008), a equação para a diferença de temperatura média


logarítmica ∆ T ml é descrita conforme a equação 12:

∆ T 2−∆ T 1 ∆ T 1−∆ T 2
∆ T ml= =
ln
( )
∆T2
∆T1
ln
( )
∆ T1
∆ T2
(12)

onde ∆ T 1 e ∆ T 2 são, respectivamente, as diferenças de temperatura entre os dois


fluidos na entrada e na saída do trocador de calor, dadas por:

∆ T 1=T q , e−T f ,e (13)

∆ T 2=T q , s−T f , s (14)

No caso dos trocadores de calor em contracorrente, a temperatura de saída


do fluido frio pode exceder a temperatura de saída do fluido quente. Ademais, para
as mesmas temperaturas de entrada e saída do fluido no trocador de calor, a
diferença da temperatura média logarítmica do trocador com escoamento em
contracorrente é maior do que àquela com escoamento paralelo. Por isso, para um
mesmo coeficiente global de transferência de calor, a área necessária para se obter
um determinado fluxo de calor em um trocador de calor em cocorrente deve ser
maior do que a área do trocador de calor em contracorrente (GUIMARÃES, 2011).

Figura 11 - Variação das temperaturas dos fluidos em um trocador de calor contracorrente de tubo
duplo.

Fonte: BOHORQUEZ (2018)


41

Outrossim, pode-se utilizar relações similares de diferença de temperatura


para trocadores de calor de escoamento cruzado e de casco e tubos com
multipasses. Nesses casos, é conveniente relacionar a diferença de temperatura
equivalente com a diferença de temperatura média logarítmica para o escoamento
em contracorrente. Entretanto, é necessário inserir um fator de correção F em virtude
da complexidade das condições de escoamento. Esse fator de correção depende da
geometria do trocador de calor e das temperaturas de entrada e saída dos fluidos
quente e frio:

∆ T ml=F ∆ T ml ,CF (15)

onde ∆ T ml é a diferença de temperatura média logarítmica para o caso de um


trocador contracorrente com as mesmas temperaturas de entrada e saída (ÇENGEL;
GHAJAR, 2012).

3.4.3.2 Método da Efetividade-NUT

Através desse do método da efetividade-NUT é possível determinar o


desemprenho da transferência de calor de determinado trocador de calor, apenas
conhecendo suas temperaturas na entrada (ÇENGEL; GHAJAR, 2012). Incropera et
al. (2008) explicam que em determinados problemas de projeto de trocadores de
calor são especificadas as temperaturas de entrada dos fluidos e suas vazões, bem
como as temperaturas dos fluidos quente e frio que se deseja. Deste modo, o
problema de projeto consiste em especificar o trocador de calor e determinar sua
dimensão, ou seja, a área de troca de calor necessária para se atingir a temperatura
especificada para a saída.

Para empregar esse método é necessário determinar um parâmetro


adimensional chamado efetividade da transferência de calor ε, definido como:

Q̇ Taxade transfer ê nciade calor real


ε= = (16)
Q m á x Taxade transfer ê nciade calor m á xima poss í vel
42

A taxa real de transferência de calor num trocador de calor pode ser


encontrada através do balanço de energia dos fluidos quente e frio:

Q̇=C e ( T e , sai−T e ,ent )=C e ( T e ,sai −T e ,ent ) (17)

onde C e e C e são as taxas de capacidade calorífica dos fluidos quente e frio,


respectivamente.

A taxa de transferência de calor máxima possível no trocador de calor pode


ser determinada pela equação:

Q̇máx =C mín ( T e, sai −T e , ent ) (18)

onde C mín é o menor valor entre C e e C e.

Assim que a efetividade do trocador de calor for conhecida, a taxa real de


transferência de calor pode ser determinada pela equação:

Q̇=ε Q̇máx=¿ ε C mín (T q ,ent −T f ,ent )¿ (19)

A efetividade do trocador de calor depende da geometria do trocador de calor


e do tipo de escoamento (ÇENGEL; GHAJAR, 2012).

E, de acordo com Incropera et al. (2008) o número de unidades de


transferência (NUT) é um parâmetro adimensional que pode ser determinado por:

UA
NUT = (20)
Cmín

3.5 Análise da massa e da Energia dos Volumes de Controle

A conservação da massa é um dos princípios mais fundamentais da natureza.


A massa é conservada mesmo durante as reações químicas. Do mesmo modo que
a energia não pode ser criada e nem destruída durante um processo, a massa
43

também é uma propriedade que se conserva. Entretanto, massa m e energia E


podem ser convertidas entre si, conforme a fórmula proposta por Albert Einstein:

2
E=m c (21)

onde c = 2,9979 x 108 m/s é a velocidade da luz no vácuo. Assim, por meio dessa
equação, percebe-se que a massa de um sistema se altera quando há variação de
energia, conforme Çengel e Boles (2006).

Contudo, a variação da massa devido às interações de energia encontradas


na prática é muito pequena, não podendo ser detectada nem pelos dispositivos mais
sensíveis e extrapola a precisão de quase todos os cálculos de engenharia. Por isso
pode ser desprezada.

Conforme Çengel e Boles (2006), nos sistemas fechados, utiliza-se o princípio


de conservação para que a massa de um sistema permaneça constante durante um
processo. Todavia, a massa pode ultrapassar fronteiras, onde deve-se observar a
quantidade de massa que entra e que sai do volume de controle.

3.5.1 Vazão Mássica e Vazão Volumétrica

Segundo Çengel e Boles (2006, p. 177), “A quantidade de massa que escoa


através de uma área por unidade de tempo é chamada de vazão mássica” e é
expressa pela equação, em kg/s:

ṁ=ρ V med A c (22)

onde ρ é a densidade do fluido, Vmed é a velocidade média de escoamento e Ac é a


área da seção transversal ao escoamento. “O volume de fluido escoando através de
uma área por unidade de tempo é chamado de vazão volumétrica” (ÇENGEL;
BOLES, 2006, p.178) e é definido pela equação, em m³/s:

V̇ =V med A c (23)
44

3.5.2 Princípio de Conservação da massa e Balanço de Massa e de Energia

O princípio de conservação da massa é definido como “A transferência líquida


de massa para ou de um volume de controle durante um intervalo de tempo ∆ t é
igual a variação líquida (aumento ou diminuição) da massa total dentro do volume de
controle durante ∆ t ”, conforme Çengel e Boles (2006, p. 178). Isto é

)( )
Variação Líquida da

( )(
Massa total que entra Massatotal que sai
massa dentro do
no Volume de Controle − do Volume de Controle =
Volume de Controle
durante ∆ t durante ∆t
durante ∆ t

Segundo Çengel e Boles (2006), durante um processo com regime


permanente, a quantidade total de massa contida dentro de um volume de controle é
constante com o decorrer do tempo. Deste modo, o princípio de conservação da
massa estabelece que a quantidade total de massa que entra em um volume de
controle é igual à quantidade total de massa que sai dele. Assim:

∑ ṁ=∑ ṁ (24)
e s

Da mesma forma, Çengel e Boles (2006, p. 58) expressa como princípio de


conservação de energia “A variação líquida (aumento ou diminuição) da energia total
do sistema durante um processo é igual à diferença entre a energia total que entra e
a energia total que sai do sistema durante esse processo”. Isto é:

( entrandono
Energia total
sistema )−( Energia total )=( Variação da )
saindo do sistema energia no sistema

3.6 Pares de Refrigerante e Absorvente

São ditos pares de refrigerante-absorvente as soluções formadas por duas


substâncias empregadas como fluido de trabalho em sistemas de refrigeração por
absorção. Há diversos pares de refrigerante-absorvente que podem ser utilizados
como fluido de trabalho. A escolha do par mais adequado para determinada
45

aplicação está relacionada às propriedades físicas, químicas, termodinâmicas e de


fatores práticos como facilidade de transporte e armazenamento, facilidade de
medição da quantidade para fins de carga e de manutenção (THRELKEKD, 1979).
Ademais, o desempenho dos sistemas de absorção está ligado à escolha apropriada
do par refrigerante-absorvente. Sobre as características dos fluidos que compõem
os pares de refrigerante-absorvente, Dossat (2001) explica que:

Os materiais constituintes do par refrigerante-absorvente devem satisfazer


alguns critérios: o absorvente deve ter uma grande afinidade com o vapor
do refrigerante e os dois devem ser mutuamente solúveis na gama exigida
pelas condições de funcionamento. Os dois fluidos devem ser estáveis,
seguros e não corrosivos. O absorvente deve ter uma volatilidade baixa,
para que o vapor de refrigerante que sai do gerador contenha pouco ou
nenhum absorvente e as pressões de trabalho devem ser baixas, de
preferência próximas às pressões atmosféricas (DOSSAT, 2001).

Na Tabela 5 contém algumas características dos fluidos de trabalho para


sistemas de absorção.

Tabela 5 - Características dos fluidos de trabalho para sistemas de absorção.

Refrigerante Absorvente Solução


Alto calor de vaporização Alta solubilidade com o
Baixo calor específico
e calor latente refrigerante
Baixa viscosidade Baixa viscosidade Baixa viscosidade
Afinidade química com o
Estabilidade química e Condutividade térmica
fluído refrigerante na fase
térmica elevada
de vapor
Seguro para o meio
Baixa volatilidade
ambiente
Não tóxico e inflamável Não tóxico e inflamável
Fonte: SOUZA (2015)
46

Dentre os diversos pares de fluidos de trabalho existentes no mercado, a


Tabela 6 apresenta os mais conhecidos. Contudo, Mascriss et al. (1964) apud
Chaves (2009) descreveram em torno de 40 compostos de refrigerantes e 200
absorventes disponíveis.

Tabela 6 - Pares mais conhecidos utilizados em sistemas de refrigeração por absorção.

Fluido Absorvente Fluido Refrigerante


Água Amônia (NH3)
Água Metil amina (CH3NH2)
Água Aminas alifáticas
Solução de brometo de lítio em água Água
Solução de cloreto de lítio em metanol Metanol (CH3OH)
Ácido sulfúrico (H2SO4) Água
Hidróxido de potássio (KOH) ou de sódio
Água
(NaOH) ou misturas
Sulfocianeto de amônia (NH4CNS) Amônia (NH3)
Tetracloroetano (C2H2Cl4) Cloreto de etila (C2H5CI)
Óleo de parafina Tolueno (C7H8), pentano (C5H12)
Glicol etílico (C2H4(OH) 2) Metil amina (CH3NH2)
Éter dimetílico de glicol tetraetílico Monoflúor-dicloro-metano (CHFCI2)
(CH3(OCH2CH2) 4OCH3) Diclorometano (CH2Cl2)
Nitrato de lítio Amônia
Fonte: CORTEZ (1998).

Dentre todos pares disponíveis, os mais difundidos são amônia-água e


brometo de lítio-água, de acordo com Silveira, (1994). A Tabela 7 faz um
comparativo entre os pares amônia-água e água-brometo de lítio.

Tabela 7 - Comparativo entre os pares de fluidos amônia-água e e água-brometo de lítio.

PROPRIEDADES AMÔNIA E ÁGUA ÁGUA E BROMETO DE LÍTIO


Propriedades dos Fluídos Refrigerantes
Calor latente Bom Excelente
Pressão de vapor Alta Baixa
Temperatura de
Excelente Aplicação limitada
congelamento
47

Baixa viscosidade Bom Bom


Propriedades dos Fluídos Absorventes
Baixa pressão de vapor Ruim Excelente
Baixa viscosidade Bom Bom
Propriedades da Mistura
Baixa toxidade Ruim Bom
Afinidade entre fluídos Boa Boa
Fonte: SOUZA (2015).

3.6.1 Amônia e Água

De acordo com Mühle (1985), o par de fluidos de melhor absorção é amônia-


água, pelo fato de ter como uma de suas características conseguir alcançar
temperaturas de evaporação baixas. Ainda, Carvalho (2010) complementa que é
possível operar com esse par em temperaturas negativas na escala Celsius. Devido
a amônia ser o fluido refrigerante, equipamentos com esse fluido podem atingir
temperaturas próximas de -55ºC, já que seu ponto de fusão é próximo de -78ºC.
Com o emprego de amônia é possível utilizar tubulações com menores diâmetros e
trocadores de calor mais compactos, pelo fato de que a amônia atinge elevadas
pressões de vapor.

Contudo, como a amônia é um fluido tóxico, seu uso requer atenção em locais
que não sejam bem ventilados. Os sistemas de refrigeração que utilizam a amônia
podem ter seus componentes instalados em locais distintos, os quais são
interligados por linhas de interconexão que não necessitam de isolamento e não
comprometem o rendimento do sistema (SOUZA, 2015).

3.6.2 Água e Brometo de Lítio


48

O emprego desse par de fluidos é mais comum em equipamentos de ar


condicionado de edifícios de grande porte. Porém, sua utilização está limitada a
sistemas que operam a temperaturas superiores a 3ºC, pois, como a água é o fluido
refrigerante, pode ocorrer o congelamento da água (cristalização) em temperaturas
inferiores. Ademais, sistemas que utilizam essa mistura são restritos, também, a
temperaturas muito elevadas, devido a cristalização do brometo de lítio, tendo em
vista que o brometo de lítio é um sal dissolvido em água e há uma temperatura
máxima determinada para o trabalho de cada concentração de sal (SOUZA, 2015).

Apesar de o par água-brometo de lítio ser corrosivo, a vida útil dos


equipamentos que operam com ele não é comprometida pela utilização dessa
mistura, pois a quantidade de oxigênio presente na mistura é pequena, não
contribuindo para a ocorrência desse fenômeno. Entretanto, há a possibilidade de
amenizar ainda mais esse problema através do uso de aditivos. A adição de iodeto
de lítio, por exemplo, melhora a solubilidade de sal, o que diminui o risco de
cristalização e, a adição de nitrato de lítio diminui o efeito corrosivo (SOUZA, 2015).

Embora haja limitações relacionadas à faixa de temperaturas de operação


com esse par de fluido, ele é bastante empregado no mercado devido ao rendimento
térmico satisfatório. O COP desses sistemas é geralmente mais elevado quando
comparado aos sistemas com o uso do par amônia-água. De acordo com
BALGHOUTHI et al (2008) têm equipamentos comercializados a partir de 35 kW e
com COP entre 0,7 e 1,2. O número de estágios do ciclo influencia no desempenho
do sistema, conforme é demonstrado na tabela abaixo.

Tabela 8 - Comparativo do COP e das temperaturas de ativação dos ciclos de absorção com água-
brometo de lítio.

TEMPERATURA DE
ESTÁGIO COP
ATIVAÇÃO
Simples efeito 06 a 0,8 De 85 a 120°C
Duplo efeito 1 a 1,2 Acima de 150°C
Triplo efeito 1,5 Acima de 200°C
Fonte: SOUZA (2015).
49

3.7 Fontes Alternativas de Energia


50

Umas das características que fazem o sistema de refrigeração por absorção


ser buscado é a possibilidade de operação com diversas fontes de energia,
sobretudo as energias renováveis. São inúmeras as fontes de energias disponíveis
no planeta. Segundo Fontes... (2015), essas fontes são classificadas em dois
grupos: as fontes de energias renováveis e as não renováveis.

As energias não-renováveis são aquelas que têm, teoricamente, seus


recursos limitados de acordo com a disponibilidade existente no planeta.
Atualmente, as tecnologias difundidas, na grande maioria, são operadas por
energias não-renováveis, porém, elas possuem um elevado impacto ambiental. A
exemplo desse tipo de energia, tem-se energia do petróleo, energia do carvão,
energia do gás natural, energia do urânio (FONTES... 2015).

Por outro lado, as energias renováveis são aquelas em que sua utilização é
renovável, ou seja, são disponibilizadas na natureza de forma cíclica. A inserção
dessas energias nas políticas energéticas dos países tornou-se imprescindível,
devido ao papel fundamental para a sustentabilidade do sistema energético
(COSTA; PRATES, 2018).

Embora seja notável o crescimento de investimentos na ampliação da


participação das fontes renováveis de energia na matriz energética, a parcela à
geração de energia ainda é pouco expressiva. Sendo que, conforme ocorre o
esgotamento desses recursos ao longo do tempo, os custos de produção aumentam
(COSTA; PRATES, 2018).

Duas fontes atrativas de energia que se destacam devido a sua viabilidade e


por suas características são a energia solar e o biogás.

3.7.1 Energia Solar

A energia solar é a energia proveniente do sol, e é indiretamente fonte para


várias outras formas de energia, como a eólica, energias dos oceanos e a biomassa
(ENERGIAS RENOVÁVEIS: BREVES CONCEITOS, 2006). Além disso, conforme
51

Martins, Pereira e Echer (2014), a radiação solar constitui a principal força motriz
para processos térmicos, dinâmicos e químicos em nosso planeta.

É através do fenômeno de transferência de calor, conhecido por radiação que


a energia solar chega à superfície da Terra, tendo como principal característica a
radiância. Sobre a radiação, Martins, Pereira e Echer (2014) dizem o seguinte:

A principal característica de um campo de radiação é a radiância (ou


intensidade de radiação). Essa grandeza se refere à quantidade de energia
radiante num intervalo unitário de comprimento de onda que atravessa uma
unidade de área tomada perpendicularmente à direção considerada, na
unidade de tempo. Conhecendo-se a radiância pode-se determinar outra
grandeza muito importante no estudo da radiação atmosférica: a densidade
de fluxo de radiação. Esta grandeza integrada, em todo espectro,
representa a quantidade de energia radiante que passa através de um plano
na unidade de tempo e de área.

A densidade de fluxo de energia solar, E, é expressa nas unidades de


Wm-². Um parâmetro usado para caracterizar a entrada de radiação solar é
a constante solar, definida como a irradiância solar no topo da atmosfera
(E∞). Seu valor, aproximadamente 1367 Wm−2, pode ser estimado dividindo-
se a emitância total do Sol pela área de uma esfera cujo raio seja igual à
distância média entre a Terra e o Sol (MARTINS; PEREIRA; ECHER, 2014).

Não obstante, efeitos astronômicos influenciam na irradiância incidente na


atmosférica terrestre, sobretudo aqueles relacionados à órbita terrestre em volta do
Sol. Ainda, os fenômenos que ocorrem na fonte de energia (manchas solares,
erupções solares, variações de temperatura na atmosfera solar), bem como o
comprimento de onda, estão diretamente ligados à intensidade de radiação. Além do
mais, outros fatores associados à interação da radiação eletromagnética com os
constituintes da atmosfera da Terra contribuem à irradiância.

Ao passar pela atmosfera, processos de reflexão e absorção ocasionados por


partículas e moléculas de gases atmosféricos influenciam na transmitância
atmosférica, que é definida pela razão entre a irradiância solar na superfície terrestre
e no topo da atmosfera.
52

Na Figura 12 pode-se observar os processos de interação da radiação solar


com a atmosfera terrestre, conforme explica Martins, Pereira e Echer (2014):

As nuvens, a superfície do planeta, os gases e partículas atmosféricas


refletem cerca de 30% da radiação incidente no topo da atmosfera. Os 70%
restantes são absorvidos produzindo aquecimento do sistema e causando
evaporação de água (calor latente) ou convecção (calor sensível). A
absorção da radiação solar é seletiva, sendo o vapor d’água, o ozônio (O3)
e o dióxido de carbono (CO2) os principais agentes absorvedores. A energia
absorvida pelo sistema Terra-Atmosfera é reemitida na faixa do
infravermelho do espectro de radiação eletromagnética sendo que 6% são
provenientes da superfície e 64% tem origem em nuvens e constituintes
atmosféricos (MARTINS; PEREIRA; ECHER, 2014).

Figura 12 - processos de interação da radiação solar com a atmosfera terrestre

Fonte: MARTINS; PEREIRA; ECHER (2014)

Especificidades como clima quente e alto índice de insolação ao longo do ano


são fundamentais para se ter bons índices de incidência da irradiação solar. Na
53

região Nordeste do Brasil, mais precisamente no semiárido, os índices têm valores


de 1.752 a 2.190 kWh/m², por ano de radiação incidente. (ENERGIAS
RENOVÁVEIS: BREVES CONCEITOS, 2006)

3.7.2 Biogás

O biogás é uma mistura gasosa combustível, resultado da fermentação


anaeróbica de resíduos orgânicos como dejetos de animais, lixo doméstico, resíduos
agrícolas, efluentes industriais e plantas aquáticas. Quando a digestão anaeróbica é
feita por biodigestores, a mistura gasosa produzida pode ser usada como
combustível com alto poder calorífico, isento de produção de gases tóxicos durante
a queima e o resido decorrente do processo é um bom biofertilizante (PECORA,
2006).

O biogás é composto por, aproximadamente, 35% de dióxido de carbono, 5%


de uma mistura de hidrogênio, nitrogênio, amônia, ácido sulfídrico, monóxido de
carbono, aminas voláteis e oxigênio e 60% de metano, onde, o metano pode variar
de 40% a 80% devido a fatores como pressão e temperatura durante a fermentação
(PECORA, 2006).

O processo de queima do biogás é prejudicado quando há substâncias não


combustíveis, como a água e o dióxido de carbono, que absorvem parte da energia
gerada no processo de combustão (ALVES, 2000).
54

Figura 13 - Poder calorífico do biogás relacionado à porcentagem em volume de metano.

Fonte: ETSU (1996) apud ALVES (2000).

Evidencia-se na Figura 13 que o poder calorífico está diretamente relacionado


com a presença de metano na composição do biogás. Sendo assim, quanto maior
forem as proporções de contaminantes compostas na mistura, menor é o poder
calorífico. Segundo Pecora (2006), o poder calorífico do biogás bruto é de cerca de
6 kWh/m³ - aproximadamente 0,5 litro de óleo diesel, e o do gás purificado 9,5
kWh/m³.

A umidade é um fator que influencia diretamente no processo de combustão


do biogás, afetando a temperatura de chama, limites de inflamabilidade, diminuição
do poder calorífico e taxa ar-combustível do biogás e, assim como nos gases puros,
a temperatura e pressão também impactam nas características do biogás (PECORA,
2006).

Para efeito de comparação, a Tabela 8 apresenta a equivalência de 1 m³ de


biogás com outros tipos de combustíveis.

Tabela 9 - Equivalência energética do biogás com diferentes tipos de combustíveis.

Combustível Quantidade equivalente a 1 Nm3 de


55

biogás
Carvão Vegetal 0,8 kg
Lenha 1,5 kg
Óleo Diesel 0,55 L
Querosene 0,58 L
Gasolina Amarela 0,61 L
GLP (Gás Liquefeito de Petróleo) 0,45 L
kWh 1,43
Álcool Carburante 0,80 L
Carvão Mineral 0,74 kg
Fonte: CARDOSO FILHO (2001) apud PECORA (2006).
56

4 MATERIAIS E MÉTODOS

Este capítulo trata da descrição dos materiais e dos métodos utilizados para a
concepção deste trabalho.

4.1 Modelagem do Sistema de Refrigeração por Absorção

A modelagem matemática do sistema de refrigeração por absorção faz uso de


balanços de massa e energia para equacionar cada componente do sistema,
levando em consideração as propriedades dos fluidos refrigerante e absorventes e
as equações relacionadas às taxas de transferência de calor e de massa. Realizam-
se balanços com o objetivo de determinar as quantidades de energia a serem
trocadas ou as mudanças de estados a serem geradas em cada elemento do
sistema. Os valores encontrados serão posteriormente empregados como condições
de projeto para os componentes.

Na modelagem matemática do sistema é necessário assumir algumas


hipóteses simplificadoras. De acordo com Menna (2008), essas hipóteses não
representam erros significativos e simplificam algumas das análises realizadas. As
hipóteses assumidas nesse trabalho são:

 Somente fluido refrigerante puro flui no condensador e no evaporador;


 A perda de carga devida ao fluxo nas tubulações e recipientes é nula;
 Não há superaquecimento na saída do evaporador (o estado do fluido
refrigerante na saída do evaporador é o de vapor saturado, na temperatura de
evaporação);
 Os dispositivos de expansão operam adiabaticamente;
 A bomba opera isentropicamente;
57

 As pressões dentro dos componentes são constantes;


 O sistema opera em regime permanente.

Figura 12 - Fluxograma de um sistema de absorção.

Fonte: Adaptado de [aula 5].

4.1.1 Evaporador

Para análise do evaporador é adotado um volume de controle no


equipamento e em regime permanente. Ademais, para facilitar a visualização são
referenciados pontos. A Figura 17 representa um esquema representativo de um
Evaporador de um sistema de absorção.
58

Figura 13 - Representação do Evaporador de um sistema de refrigeração por absorção.

Fonte: Adaptado de [aula 5].

O balanço de massa do evaporador, conforme representado na Figura 16 é


expresso como:

ṁ9= m˙10 (25)

onde ṁ9 é o fluxo mássico do refrigerante no ponto 9 e m˙10 é o fluxo mássico do


refrigerante no ponto 10, em kg/s.

Aplicando o balanço de energia no Evaporador, obtém-se:

ṁ9 h9 +Qevap =m˙10 h10 (26)

onde h 9 é a entalpia do fluido refrigerante no ponto 9 e h10 é a entalpia do fluido


refrigerante no ponto 10, em kJ/kg e Qevap é a carga térmica do evaporador, em kW.

Conhecidas as entalpias nos pontos 9 e 10 é possível determinar o fluxo de


massa do fluido refrigerante através do evaporador, através do balanço de energia
apresentado na equação 26. Isto é:

˙
Qevap
˙ =
m evap (27)
∆ hevap
59

onde mevap fluxo mássico do fluido refrigerante no evaporador, em kg/s e ∆ hevap


diferença de entalpia entre os pontos 9 e 10 da Figura 17.

Dessa forma, para o dimensionamento do Evaporador, é necessário ter


definido o valor da carga térmica a ser retirada do sistema a ser refrigerado.

4.1.2 Absorvedor

No absorvedor ocorre a absorção do vapor à baixa pressão proveniente do


evaporador pela solução fraca que retorna do gerador. O resultado dessa absorção
é uma solução rica que será bombeada até o gerador, tendo sua pressão elevada.
Por estar conectado ao evaporador, o absorvedor trabalha à pressão de
evaporação.

Para sua modelagem é analisado como um elemento de duplo efeito: o da


absorção do vapor pela solução (processo de transferência de massa) e o do
arrefecimento da mistura (processo de transferência de calor). A quantidade de
vapor que entra no absorvedor é determinada através de um balanço de energia no
evaporador, conforme a equação (27). A massa de vapor que sai do evaporador é a
mesma que alimenta o absorvedor e é absorvida pela solução pobre (FLORIDES et
al., 2003).

Figura 14 - Representação do Absorvedor de um sistema de refrigeração por absorção.

Fonte: Adaptado de [aula 5].


60

Efetuando-se o balanço de massa no absorvedor, chega-se em:

ṁ6 + m˙10=ṁ1 (28)

onde ṁ1 é o fluxo mássico do fluido refrigerante no ponto 1, ṁ6 é o fluxo mássico do
fluido refrigerante no ponto 6 e m˙10 é o fluxo mássico do fluido refrigerante no ponto
10, em kg/s.

O balanço de energia no absorvedor fica:

ṁ 1 h1+ Q̇|¿|=ṁ h + m˙
6 6
h ¿
10 10
(30)

onde h1 é a entalpia do fluido refrigerante no ponto 1 e h6 é a entalpia do fluido


refrigerante no ponto 6, em kJ/kg e Q̇|¿|¿ é a carga térmica a ser retirada do
absorvedor.

4.1.3 Gerador

Através da adição de calor no gerador é feita a separação do vapor do fluido


refrigerante da solução absorvente, a alta pressão.

Figura 15 - Representação do Gerador de um sistema de refrigeração por absorção.

Fonte: Adaptado de [aula 5].


61

Por meio de um balanço de massa aplicado no gerador, chega-se em:

ṁ3=ṁ7 + ṁ4 (33)

onde, ṁ3 é o fluxo mássico do fluido refrigerante no ponto 3, ṁ4 é o fluxo mássico do
fluido refrigerante no ponto 4 e ṁ7 é o fluxo mássico do fluido refrigerante no ponto 7,
em kg/s.

Através do balanço de energia no gerador é possível obter a quantidade de


energia que deve ser fornecida à solução:

Q ger=ṁ7 h7 + ṁ4 h 4−ṁ3 h3 (35)

onde Q ger é a quantidade de calor a ser inserida no gerador, em kW; h3 é a entalpia


no ponto 3, h 4 é a entalpia no ponto 4 e h7 é a entalpia no ponto 7, em kJ/kg.

4.1.4 Condensador

Na saída do gerador, tem-se vapor saturado do fluido refrigerante, à alta


pressão. Esse vapor será condensado através do condensador e encaminhado ao
evaporador. O condensador de um sistema de refrigeração é o componente que
está em contato direto com o ambiente aonde o calor proveniente do evaporador é
rejeitado (MENNA, 2008).
62

Figura 20 - Representação do Condensador de um sistema de refrigeração por absorção.

Fonte: Adaptado de [aula 5].

Por meio de um balanço de massa aplicado no absorvedor, obtém-se:

ṁ7= ṁ8 (36)

onde ṁ8 é o fluxo mássico de amônia no ponto 8, em kg/s.

Com o balanço de energia do condensador, obtém-se a quantidade de


energia que deve ser dissipada para o ambiente:

Qcond =ṁ7 h 7−ṁ8 h8 (37)

onde h 8 é a entalpia no ponto 8, em kJ/kg e Qcond é a quantidade de calor dissipada


no condensador, em kW.

4.1.5 Dispositivos de expansão

Nos sistemas de refrigeração por absorção há, basicamente, duas pressões


distintas conhecidas como alta pressão e baixa pressão. Destarte, o fluido
refrigerante ao sair do condensador à alta pressão e entrar no evaporador submetido
à baixa pressão, o que também acontece com a solução fraca ao sair do gerador e
63

entrar no absorvedor, é rebaixar a pressão dos fluidos. Para isso, geralmente se


recorre ao uso de uma válvula de expansão (CARVALHO, 2010).

Características como viscosidade e massa específica são bastantes


expressivas no processo de escoamento de uma massa fluida. Por isso, os
dispositivos de expansão são projetados de acordo com o fluido que será usado
para operar o sistema. Semelhantemente às bombas, a seleção desses dispositivos
é feita em função do diferencial de pressão e da vazão (MENNA, 2008).

Figura 6 - Válvula de expansão do refrigerante.

Fonte: Adaptado de [aula 5].

O dispositivo empregado entre o condensador e o evaporador é chamado de


válvula de expansão do refrigerante, o qual tem efeito direto na área de produção de
“frio”.

Aplicando-se o balanço de massa no dispositivo, chega-se em:

ṁ8= ṁ9 (38)

Da mesma forma, com balanço de energia aplicado no dispositivo encontra-


se:

ṁ8 h8= ṁ9 h9 (39)


64

O dispositivo que conecta o trocador de calor ao absorvedor é chamado de


válvula de expansão da solução, pois não tem efeito direto na produção de “frio”.

Figura 7 - Dispositivo de expansão da solução.

Fonte: Adaptado de [aula 5].

Aplicando-se o balanço de massa no dispositivo, chega-se em:

ṁ5=ṁ6 (40)

onde ṁ5 é o fluxo mássico de amônia no ponto 5, em kg/s.

Da mesma forma, com balanço de energia aplicado no dispositivo encontra-


se:

ṁ5 h5=ṁ6 h6 (41)

onde h5 é a entalpia no ponto 5, em kJ/kg.

4.1.6 Trocador de Calor

Figura 8 – Trocador de calor.


65

Fonte: Adaptado de [aula 5].

A efetividade do trocador de calor é definida como a razão da transferência de


calor atual pela máxima transferência de calor possível, logo:

T 3−T 4
ε= (99)
T 1 −T 2

onde as diferenças de temperatura nos pontos 1–2 e 3-4 são consideradas iguais:

T 3−T 4=T 1−T 2 (89)

Os balanços de massa podem ser expressos como:

ṁ1=ṁ2 (78)

ṁ3=ṁ4 (79)

onde ṁ2 é o fluxo mássico do fluido refrigerante no ponto 2, em kg/s.

O balanço de energia é determinado por:

ṁ1 h1+ ṁ3 h3 =ṁ2 h2 + ṁ4 h 4 (90)

onde h2 é a entalpia no ponto 2, em kJ/kg.


66

4.1.7 Bomba de Recirculação

A bomba de recirculação é responsável por levar a solução do absorvedor ao


gerador para que o ciclo de refrigeração de absorção se inicie novamente. Essa é a
principal diferença entre o sistema de refrigeração por compressão e o sistema de
refrigeração por absorção, onde no sistema de compressão o equipamento
responsável pela circulação e elevação de pressão é o compressor. A bomba é
especificada de acordo com a diferença de pressão que ela deve fornecer ao fluido e
a vazão a ser bombeada.

Figura 9 – Bomba de recirculação.

Fonte: Adaptado de [aula 5].

O balanço de massa na bomba é:

ṁ1=m˙10 (90)

O balanço de energia na bomba é:

h1=h10+ W B (91)

onde W B é o trabalho fornecido pela bomba.

Todavia, o trabalho real da bomba deve levar em consideração o seu


rendimento, sendo assim:

WB
W B ,real = (92)
ηB

onde W B ,real é o trabalho real da bomba e η B é o rendimento da bomba.


67

4.1.8 COP

O coeficiente de performance é definido pela relação entre a taxa de calor


absorvido (Q̇|¿|¿ ) pela energia total despendida para seu funcionamento. Tendo em
vista que no sistema de refrigeração por absorção a potência elétrica da bomba é
muito menor em relação à emergia térmica fornecida, pode-se desprezar o consumo
de energia da bomba para se realizar o cálculo do COP [105]. Assim:

Q̇ evap
COP= (93)
Q̇ ger +W B ,real

Como W B ,real <<Q̇ ger, obtém-se:

Q̇ evap
COP= (94)
Q̇ger
68

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Os resultados obtidos na realização deste trabalho e algumas ponderações


são descritas nesse capítulo.

5.1 Kldck ????


69

6 CONCLUSÕES

Capítulo dedicado à descrição das conclusões do trabalho. O objetivo desse


capítulo é fornecer todas as conclusões necessárias para validar os objetivos gerais
e específicos.
70

7 PROPOSTAS PARA TRABALHOS FUTUROS

Capítulo dedicado às sugestões e/ou propostas para trabalhos futuros.


71

8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Livro STOEKER.
[24].
[26]
[2]
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em: 16 ago. 2018.
76

ANEXOS

Inserir informações que achar necessário, e que não merecem mérito de


estarem inseridas no corpo do trabalho.
77

APÊNDICES

Inserir informações que achar necessário, e que não merecem mérito de


estarem inseridas no corpo do trabalho.

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