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Páginas: 230f
1………………….2……. I. Título
Nome: ………………CRB/…………
UNIVERSIDADE - Campus ………
INTRODUÇÃO................................................................................................................................... 16
GLOSSÁRIO .....................................................................................................................................223
ANEXOS - INDICADORES DE SANEAMENTO DE CAPITAIS E OUTRAS CIDADES DO
BRASIL ............................................................................................................................................................227
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Mapa dos Antigos Impérios: África e Oriente Médio, 3500-60 a.C. ......... 20
Figura 2 - Mapa da Cidade de Roma, tempo do Império Romano. ......................... 22
Figura 3 – Túnel de esgoto da Cidade de Roma para o Rio Tibre ........................... 23
Figura 4 - Aqueduto da Cidade de Roma de abastecimento público. ...................... 24
Figura 5 – Poço de José, construído há mais de 1000 anos a.C............................. 25
Nota: ........................................................................................................................ 25
Figura 6 – Parte do Aqueduto das Águas Livres, cujas nascentes se localizavam a
58 quilômetros de Lisboa.......................................................................................... 26
Figura 7 – O Aqueduto Alviela tem 114 quilômetros de extensão, captando água das
nascentes do rio que leva o mesmo nome a nordeste da cidade de Lisboa ............ 27
Figura 8 - Mapa dos Antigos Impérios: Adaptado: Américas e Extremo Oriente.3500
a. C.-900 d.C. - Citado por Marriott (2016). .............................................................. 30
Figura 9 - Luiz Fhilippe de Orléans e Bragança, com Economista Sérgio Caimi e
Engenheira Janaína da Silva Caimi .......................................................................... 40
Figura 10 - Aguadeiros de Paranaguá/Aguadeiros de Curitiba. Obras de construção
do Reservatório do Alto São Francisco. Adaptado Schuster (1994) ......................... 44
Figura 11 - Reservatório do Alto São Francisco. Obra iniciada em 1904 e concluída
em 1906.................................................................................................................... 46
Figura 12 - Chafariz localizado hoje na Praça Zacarias em Curitiba ....................... 47
Figura 13 - Engenheiro Rebouças ........................................................................... 49
Figura 14 - Logomarca do DAE - PR – (1928). ........................................................ 52
Figura 15 - Ozires Stengbel Guimarães .................................................................. 60
Figura 16 - Presidente da Sanepar Carlos Afonso Teixeira de Freitas .................... 62
Figura 17 – Mapa do Compartimentos Geológicos do Paraná ................................ 65
Figura 18 – Mapa das Unidades Geológicas do Paraná ........................................ 66
Figura 19 – Mapa dos Tipos de solo nos limites municipais de Foz do Iguaçu ....... 67
Figura 20 – Mapa das Unidades Aquíferas do Estado do Paraná ........................... 68
Figura 21 – Mapa das Bacias Hidrográficas do estado do Paraná .......................... 69
Figura 22 – Mapa do Território Federal do Iguaçu em 1944, Capital do Iguaçu, atual
cidade de Laranjeiras do Sul, Pr. .............................................................................. 72
Figura 23 - Mapa da Cidade de Foz do Iguaçu da época. (final da década de 1960).
................................................................................................................................. 74
Figura 24 - Tampão de Poço de Visita do DAE, fabricado em ferro fundido (T50) .. 77
Figura 25 - Imagens 1 e 2. Construção da Estação de Tratamento de Água do rio
Tamanduá, ano de 1978. .......................................................................................... 84
Figura 26 – Filhos do Sr. Nelson Arlindo Maier ....................................................... 85
Figura 27- Barragem de Captação de Água do Rio Boyci (1971) ........................... 86
Figura 28 - Decantadores da ETA Boyci (1971) ....................................................... 87
Figura 29 - ETA (Estação de Tratamento de Água) do Rio Boyci e Casa de
máquinas, almoxarifado com alpendre nos fundos para armazenamento de tubos de
PVC. (1971) .............................................................................................................. 87
Figura 30 - Reservatório de água Elevado 200 m3, situado na Rua Almirante Barroso
esquina com a Rua Antônio Raposo. Ao lado um reservatório enterrado com
capacidade de 400 m3 e casa de bombas - 1971 ..................................................... 88
Figura 31 - Setor da Administração Central e do Atendimento ao Público
Personalizado, Situado a Rua Antônio Raposo número 693, esquina com a Rua
Almirante Barroso. Ano de 1971. Continua até os dias atuais sem muitas
modificações............................................................................................................. 88
Figura 32 - Placa da Inauguração das Obras de Saneamento de Foz do Iguaçu,
março de 1971.......................................................................................................... 92
Figura 33 - Barragem de nível Rio Tamanduá (1980). ............................................. 96
Figura 34 - Estação de Tratamento de Água do Rio Tamanduá (1980). .................. 96
Figura 35 - Placa da Inauguração da Captação, Adução, Tratamento de Água -
agosto de 1978. ........................................................................................................ 97
Figura 36 - foto Adutora de ferro fundido de 500mm. Obra de 1978. Instalada as
Margens da Br. 469, altura do chocolate caseiro. ..................................................... 99
Figura 37 - Vidal Maria de Souza - Funcionário Aposentado no Ano de 2011. ...... 108
Figura 38 - Inauguração do Sistema de Abastecimento de Água do Bairro Porto Belo
(1987) ...................................................................................................................... 114
Figura 39 - Foto de Sérgio Caimi - de 1989 – Sagaz, encarou o desafio e implantou
medidas para minimizar o problema de falta de água, as duras penas. .................. 115
Figura 40 - Foto da Estação de Tratamento do Tamanduá - Decantadores e Filtros.
................................................................................................................................ 118
Figura 41 - Foto do Chefe do Escritório Regional da Sanepar de Foz do Iguaçu
(Sérgio Caimi, dezembro de 1989) .......................................................................... 118
Figura 42 - Sérgio Caimi e Abel Baez. Hidrômetros fraudados em apenas um dia
(1988). .................................................................................................................... 120
Figura 43 - Identificação e eliminação de uma ligação direta (1988) ..................... 120
Figura 44 - Sérgio Caimi – Veículo Picape Fiat E 23 (1985). ................................. 121
Figura 45 - Wilson Hout, Departamento de Comunicação da Sanepar de Curitiba.
............................................................................................................................... 121
Figura 46 - Foto do panfleto entregue para os usuários da Sanepar de Foz do
Iguaçu (1989) ......................................................................................................... 122
Figura 47 - Vereador Alberto koebl (1991) ............................................................. 124
Figura 48 – Foto Roque Luiz Schornobay, participou de reunião na Câmara de
Vereadores para tratar o assunto da Falta de água em Foz do Iguaçu. 1987 ........ 125
Figura 49 - Prefeito Álvaro e Sergio Caimi visitando as obras de perfuração dos
poços artesianos .................................................................................................... 128
Figura 50 - Obra de ETA Vila C, Lago de Itaipu. 1990 - Acervo Sanepar............... 129
Figura 51 - Stenio Sales Jacob, Marco Antônio Cenovicz em visita as obras de
captação e estação de tratamento do complexo Vila C, Lago de Itaipu. (1991). .... 130
Figura 52 - Foto Stenio Sales Jacob Diretor Presidente da Sanepar, Engenheiro
Newlton de Abreu Sodré (Im memória) Superintendente Regional Oeste e Sérgio
Caimi Chefe do Escritório Regional de Foz do Iguaçu. Reunião de ajuste do
cronograma na execução da obra do Lago de Itaipu (1991). ................................. 131
Figura 53 - Foto Evento aconteceu no mês de abril do ano de 1992. ................... 132
Figura 54 – Foto do Diretor-Presidente da Sanepar Stenio Sales Jacob - Entrevista
sobre a falta de água e informações sobre recursos aplicados na construção do
complexo ETA Vila C. 03 de fevereiro de 1993. ..................................................... 133
Figura 55 - Foto Engenheiro Civil Jose Augusto Carlessi (1992)........................... 137
Figura 56 - Foto Prefeito Dobrandino Gustavo da Silva com o Presidente da
Sanepar à época, Norman de Paula Arruda. Inauguração de parte da estrutura de
captação de água no Lago de Itaipu. Ano de 1991. ............................................... 138
Figura 57 - Foto Posse do Primeiro Gerente Regional da Sanepar de Foz do Iguaçu
ano de 1994. Stenio Sales Jacob, Diretor Presidente, Carlessi, Engenheiro Mario
Baggio Diretor de Operações e o Diretor Técnico Engenheiro Marco Antônio
Cenovicz. ................................................................................................................ 138
Figura 58 - Foto Dobrandino Gustavo da Silva, Prefeito Municipal, Carlos Afonso
Teixeira de Freitas, Diretor-Presidente da Sanepar, Rogério Pinto Muniz, Diretor
Técnico da Sanepar. ............................................................................................... 142
Figura 59 - Foto Início das obras da Estação de Tratamento de Esgoto (9) - Boyci -
Final da Ra Marechal Deodoro - Ano 1993 - Diretor-Presidente da Sanepar Carlos
Afonso Teixeira de Freitas, Engenheiro José Augusto Carlessi e o Fiscal de Obras
Ermínio Gotardo. .................................................................................................... 144
Figura 60 - Foto Construção da Obra ETE Beira Rio. 1997 - Acervo Sanepar ...... 145
Figura 61 - Foto Obras de Ampliação do Sistema de Coleta de Esgoto em Foz do
Iguaçu. .................................................................................................................... 145
Figura 62 - Foto Inauguração do Sistema de Abastecimento de Água de Foz do
Iguaçu. Governador Jaime Lerner, Prefeito Harry Daijó, Carlos Afonso Teixeira de
Freitas, Diretor Presidente da Sanepar - Ano 1998 – Etapa final. .......................... 149
Figura 63 - Foto Estrutura fixa da Captação de água Bruta, Decantadores e Calha
Parshal. Lago de Itaipu. (1998). ............................................................................. 149
Figura 64 - Foto Gerente Edgard Faust Filho em reunião de preparação e
conscientização sobre a implantação do Certificado ISO - 14.001 - ...................... 155
Figura 65 - Foto Unidade Móvel de Atendimento - Ano 1998 - Atendente Neri
Vitoriano Corrêa ..................................................................................................... 157
Figura 66 - Foto Captação de Água Rio Tamanduá - a Montante da ETA. ............ 166
Figura 67 - Foto Prefeito Sâmis da Silva e Sérgio Caimi, assinam o contrato de
parceria entre a Sanepar e a Prefeitura Municipal de Foz do Iguaçu. Implantação da
estrutura do Saneamento Rural da Vila Aparecidinha - Ano, março de 2004 ......... 168
Figura 68- Foto Inauguração da Estação de Tratamento de Esgoto de Três Lagoas.
Roberto Requião, Governador do Estado do Paraná, Paulo Macdonald Guhisi,
Prefeito Municipal e Stenio Sales Jacob, Diretor Presidente da Sanepar. ............. 172
Figura 69 - Foto Tubo de 60mm de material PEAD – Polietileno de alta densidade,
aplicado no projeto Vila A. ...................................................................................... 178
Figura 70 - Foto Equipamento (Tatuzão) utilizado para a implantação de rede de
água em PEAD por cravação de toda a quadra, (processo não destrutivo). .......... 178
Figura 71 - Foto Reator ETE Ouro Verde, Balão de armazenamento do Gás Metano
e a Casinha onde funciona o complexo produtivo de energia elétrica. ................... 180
Figura 72 - Fotos Estrutura de Algumas Obras de Reservatórios e ETE Existente no
Ano de 2010. Acervo – SANEPAR – GRFI ............................................................. 184
Figura 73 – Esquema de proteção do Rio ............................................................. 193
Figura 74 - Foto Complexo atual da Estação de Tratamento de Água Vila C -
Refugio Biológico de Itaipu. Crédito Labanca - GRFI – 2018 ................................. 195
Figura 75 - Foto Complexo da Captação de água Fixa e Flutuante do Lago de Itaipu
- Rio Paraná ........................................................................................................... 195
Figura 76 - Foto Visão geral do Mapa do Cadastro de Cobertura de Redes de Água.
............................................................................................................................... 202
Figura 77 - Foto Emissário instalado no leito do Rio M’Boyci, localizado na baixada
da Rua Belarmino de Mendonça. ........................................................................... 204
Figura 78 - Mapa: Visão geral do mapa da cidade de foz do Iguaçu, quanto a
cobertura com redes de esgotos, estações elevatórias e as estações de tratamento
de esgoto. ............................................................................................................... 206
Figura 79 - Foto Vista aérea do complexo da Estação de Tratamento de Esgoto 09 -
Iate Clube – ............................................................................................................ 206
Figura 80 - Foto Reatores da ETE 9 e os Leitos de Secagem do Lodo de Esgoto -
Corpo Receptor Rio Paraná ................................................................................... 207
Figura 81 - Foto Vista aérea da Estação de Tratamento de Esgoto 5 - Jupira, com
vista da Ponte Internacional da Amizade e Ciudad del Leste – Micro Centro e Leitos
de secagem do Lodo do Esgoto, Emissário do Lançamento do Efluente Tratado EM
PEAD 300m. Corpo Receptor Rio Paraná. ............................................................. 207
Figura 82 - Foto Vista aérea da Estação de Tratamento de Esgoto 2 - Ouro Verde -
Shalon. Reator, Leito de Secagem, Casa de Geração de Energia Elétrica através do
Gás Metano, Balão de Armazenamento do Gás, Barracão da Estocagem e cura do
Biosólido (lodo) higienizado e calado. .................................................................... 208
Figura 8 - Foto Vista aérea da Estação de Tratamento de Esgoto 5, Beira Rio - Rio
Paraná, Localizada no final da Av. Beira Rio, Centro velho da cidade. .................. 208
Figura 84 - Foto Vista aérea da Estação de Tratamento de Esgoto Três Lagoas .. 209
Figura 85: Maquete Esquemática do Interior de um Ralf....................................... 209
LISTA DE TABELAS
INTRODUÇÃO
Ressalto que não se trata de uma publicação de cunho técnico. Nem será a
minha pretensão de apresentar uma perfeita e completa cronologia dos fatos. Mas,
os principais acontecimentos políticos e de resolução dos problemas vividos na área
por seus habitantes, já que não se pratica ações concretas na área de saneamento
sem o envolvimento de nossos políticos e gestores afins. Espero que a leitura desse
livro traga conhecimentos aqueles que buscam conhecer o alicerce estruturante do
sistema (água e esgoto), visando sempre o bem estar da população e o equilíbrio do
meio ambiente em que vivemos. Assim, me sentirei gratificado.
(Sérgio Caimi)
18
“Louvado seja, meu Senhor, pela irmã água, que me é útil e humilde
e precioso e casta”. (O Cântico do Irmão Sol – São Francisco de
Assis).
“Nós somos aquilo que fazemos repetidamente. Por isso a
excelência não é um ato, mas sim um hábito”. (Aristóteles).
Mundial da Saúde e o Fundo das Nações Unidas para a infância (UNICEF), dados
divulgados também no ano de 2017.
Figura 1 - Mapa dos Antigos Impérios: África e Oriente Médio, 3500-60 a.C.
Fonte: Adaptado de Emma Marriott (2016, p. 200).
Tribos indo-europeias que por volta do ano 500 a.C. habitavam o sudoeste da
Alemanha, o noroeste da França, os celtas eram cavaleiros habilidosos e viveram
originalmente na região do mar Cáspio. Os mais antigos registros arqueológicos que
se conhecem - túmulos de chefes em Hallstatt, Áustria - datam de 700 (a.C.) E, mais
ou menos 400 (a.C.), tribos celtas entraram na Itália, estabelecendo-se no vale do
rio Pó. Ao mesmo tempo, outras tribos celtas rumavam para o sul, invadindo a
França e a Espanha. A leste, penetraram a Anatólia (onde fundaram a Galácia), e a
oeste, as Ilhas Britânicas. Em sua maior parte, eram povos agrícolas que
desenvolveram o arado puxado a bois em vez de equipamentos manuais e viviam
em aldeias bem definidas e sobretudo historiadores encontraram vestígios de obras
de canalização de água bruta do rio para o centro das comunidades, mas,
efetivamente não se sabe como funcionava na realidade a distribuição.
O nome significa (O Maior Esgoto). Conforme sua tradição, sua construção foi
iniciada por volta de 600 a.C pelo rei Lucius Arquinius Priscus. Esta obra pública foi
projetada por engenheiros Etruscos e grandes quantidade de mão de obra das
classes pobres de Roma. Embora hoje só se observa a parte enterrada, túneis
embaixo de Roma, estudos indicam que originalmente era um dreno aberto, formado
pela canalização de riachos das três colinas vechinhas, através do Fórum e depois
para o Tiber. Este dreno a céu aberto foi sendo coberto gradualmente, à medida que
o espaço dentro da cidade foi ganhando valor.
1
A Cloaca Máxima era protegida, conforme a mitologia pela deusa Cloacina. A saída no rio
Tiber é ainda visível perto da ponte Rotto, e perto da Ponte Palatino. Há uma escala que
conduz a Cloaca Máxima perto da Basílica Julia no Fórum.
23
2
O poço ainda pode ser visto no Cairo. A água era elevada mecanicamente de uma profundidade de 90 metros
até a superfície, utilizando-se duas juntas de animais, uma delas operando em uma câmara intermediária, a 45
metros de profundidade e a outra à superfície do solo.
26
Figura 7 – O Aqueduto Alviela tem 114 quilômetros de extensão, captando água das
nascentes do rio que leva o mesmo nome a nordeste da cidade de Lisboa
Figura 8 - Mapa dos Antigos Impérios: Adaptado: Américas e Extremo Oriente.3500 a. C.-
900 d.C. - Citado por Marriott (2016).
Dois mil anos antes de Cristo, entre os persas, havia leis que proibiam o
lançamento de excretas nos rios, no livro sagrado Zenda Vesta, Zoroastro prescreve
abluções diárias para saúde e higiene. Na história dos sumérios, entre 5 mil e 4 mil
a.C., diz a lenda que, sobre todos os deuses, reinava Enkri, isto é, a “Água
Primordial”, resultando desse deus Apson, as “Águas Doces”, e Tiamant, as “Águas
Salgadas”.
A água, como não podia deixar de ser, é citada inúmeras vezes na Bíblia. O
Gênesis 2:10 fala: “E saía um rio de Édem para regar o jardim; e dali se dividia e se
tornava em 4 braços” Também no Gênesis 2:5, 6:10 e em Jó 14:9, ressalta-se a
importância da água para a vegetação. Em Jô 8:11 e Isaias 1:30, é enfatizada a
grande quantidade de água que exigem certas plantas.
habitantes, é o país que mais apresenta o menor resultado, e que fatalmente terá
sérios problemas de abastecimento de água potável no ano de 2050.
No Brasil, boa parte da população não tem acesso à água potável. Segundo a
Secretaria de Recursos Hídricos e do Meio Ambiente, o território brasileiro contém
cerca de 12% de água doce do planeta. O país detém em torno de 2000 mil
microbacias espalhadas em 12 regiões hidrográficas, como a Amazônia por
exemplo.
1) A falta de planejamento;
Não se pode escrever sobre saneamento básico, sem antes de tudo, entender
um pouco da história do Brasil, a partir da chegada da Família Real que fugiram de
Portugal devido a invasão das tropas de Napoleão Bonaparte em 1808, naquele ano
marcante para o Brasil.
Ao ler a partir do ano de 2009, 2012 e 2014 e agora relendo as três obras que
considero as mais importantes sobre história do Brasil, (1808, 1822 e 1889), do
autor Laurentino Gomes, paranaense de Maringá nascido no ano de 1956, jornalista
e formado pela Universidade Federal do Paraná, com pós-graduação em
Administração pela Universidade de São Paulo e cursos nas universidades de
Cambridge, na Inglaterra, e Vanderbilt, nos Estados Unidos. Laurentino narra que D.
João VI foi o único soberano europeu a colocar os pés em terras americanas em
mais de quatro séculos, e foi quem transformou uma colônia em um país
independente. No entanto, seu reinado no Brasil padece de um relativo
esquecimento. A fuga da família real para o Rio de Janeiro ocorreu num dos
momentos mais apaixonantes e revolucionários do Brasil, de Portugal e do Mundo.
Guerras napoleônicas, revoluções republicanas e escravidão formaram o caldo no
qual se deu a mudança da corte portuguesa e sua instalação no Brasil. O Propósito
do livro 1808 de Gomes, foi resgatar e contar de forma acessível a história da corte
portuguesa no Brasil e devolver seus protagonistas à dimensão mais correta
possível dos papéis que desempenharam há mais de duzentos anos. Como vimos
nas narrativas, esses personagens podem ser, sim, inacreditavelmente caricatos,
mas isso é algo que se poderia dizer de todos os governantes que os seguiram,
inclusive alguns muito atuais. (...)
36
2.2 SALVADOR
nada menos do que 850.000 escravos africanos tinham passado pelo porto do Rio
no século XVIII, o que representava pouco menos da metade de todos os negros
cativos trazidos para o Brasil nesse período.
Em sua obra 1889 (p. 70-71), Gomes descreve que entre 1872 e 1895 nas
grandes capitais, a paisagem urbana se transformara completo. Em algumas delas,
as ruas centrais eram iluminadas por lampiões a gás, mais eficientes do que as
antigas lanternas a óleo de baleia, de manutenção difícil e funcionamento incerto.
Também foram instaladas redes de tráfego urbano em Salvador, Rio de Janeiro, São
Luiz, Recife, Campinas e São Paulo. Em 1887, sete linhas de bonde transportavam
38
1,5 milhão de passageiros por ano na capital paulista. O Rio de Janeiro era a vitrine
de todas as mudanças. A cidade recebera arborização em 1820, calçamento com
paralelepípedos em 1853, iluminação a gás em 1854, bondes puxados a burro em
1859, rede de esgoto em 1862, abastecimento domiciliar de água em 1874, com
caixas de água importadas da França e instaladas nas principais capitais, conforme
relato de Alemão Koseritz, citado por Gomes. Euclides da Cunha, engenheiro e
escritor, ativista republicano em 1889 e autor de Os Sertões, uma das mais
importantes obras literárias brasileiras que tive a oportunidade de ler no ano de
1978. “Certa vez definiu o Brasil como “o único caso histórico de uma nacionalidade
feita por uma teoria política”. Segundo ele, as instituições nacionais construídas no
Império baseavam-se em conceitos políticos e filosóficos importados de fora, que
pouco tinham a ver com a realidade observada nas ruas e nos campos de um
território ermo, pobre e atrasado. O Brasil da teoria era diferente do Brasil da
prática”.
justificativa do governo federal de que era incompatível com a Lei das Concessões.
Em 1995, a Lei de Concessão nº 8.987 regulamentou o artigo 175 da Constituição
Federal, que previu a concessão de serviços públicos e autorizou a outorga desses
serviços. Foram tentadas estratégias de privatização com outros Projetos de Lei
para o saneamento, como o PLS 266 que buscava transferir a titularidade dos
serviços para o Estado, com um inter-relacionamento entre União, Estados, Distrito
Federal e Municípios.
A Fonte Velha viu o passar dos anos. O manancial, rico de início, começou a
dar sinais de exaustão. Viu a cidade crescer e suas águas não eram mais
suficientes. Em outubro de 1908, poucos meses depois de inaugurado o Sistema de
captação, reservação e distribuição de água de Curitiba, o prefeito parnanguara
Caetano Munhoz da Rocha, assinou a Lei 147, autorizando o Poder Executivo a
(chamar concorrentes neste Estado, no de São Paulo e Rio de Janeiro, pelo espaço
de 60 dias para estabelecer nesta cidade os serviços de abastecimento de água e
rede de esgotos).
Figura 11 - Reservatório do Alto São Francisco. Obra iniciada em 1904 e concluída em 1906
Por aqui nada disso acontecia. Mas, de qualquer forma era preciso melhorar o
deficiente sistema de fornecimento de água, primeiramente. Mais tarde, haveria de
se pensar também em termos de esgoto sanitário. Em 1861 o presidente da
Província, José Francisco Cardoso, relata o empenho de verba para a construção do
Chafariz da Capital. Não era apenas, a capital a querer o seu chafariz. Em outas
cidades provinciais, nos anos de 1868, 1870 e 1874 foram erguidos chafarizes em
Ponta Grossa, Antonina, Paranaguá e Guaratuba. E foi por aí que começou a
história do primeiro encanamento de água do Paraná, não de ferro, mas de cobre.
Em Curitiba, conta Benedito Nicolau dos Santos ao proferir uma palestra no Círculo
de Estudos Bandeirantes, no dia 29 de março de 1943 em homenagem aos 250
anos da fundação da cidade: (“as águas dos chafarizes das Praças da Ordem e 19
de dezembro), de aproveitamento público, mesmo nas épocas anormais das secas
de longa estiagem, não eram muito estimadas por apresentarem mau sabor e
trazerem suspeitas de contatos e infiltrações com despeja do caseiro do mais alto
47
nível. Revela ainda Benedito Nicolau dos Santos que (o engenheiro Rebouças,
Antônio Rebouças Filho, ao passar em companhia do Presidente da Província,
Venâncio Lisboa, bem junto da fonte, notou, provou da água que dali surgia aos
borbotões e corria com abundância, valeta abaixo à procura do (rio) Ivo. Veio-lhe,
então, a ideia de aproveitamento daquele manancial para suprir de água a
população da cidade. Também naquela época, (rara a casa que não possuísse o seu
poço de serventia, algumas até de água superior, sob o ponto de vista de pureza, às
da bica e dos retros citados chafarizes)”.
1870 e com ele surgiu o primeiro encanamento de água para abastecimento público
do Paraná. Daria certo a pretensão daquele engenheiro negro? Mais do que isso
sua decisão entrou para a história do Saneamento.
.
Figura 13 - Engenheiro Rebouças
Serviços de água e Esgoto a serem criadas por Decretos foram as de Ponta Grossa
(1934), Jacarezinho em 1938, Cambará (1941) e Irati e Morretes em 1942.
Pelo teor da Lei, percebe-se que, após os momentos de indefinições dos anos
anteriores, o Estado resolveu assumir oficialmente os serviços de saneamento
básico no Paraná. A partir de então, quando do surgimento de uma nova cidade, já
se sabia ou se propunha que os serviços de abastecimento de água e esgotos
estariam sob a tutela do Governo estadual, o que de fato aconteceu.
3.8 AGEPAR
para o setor. De acordo com Schuster (1994, p.146-152) ainda em 63, era a intenção
do governo do Estado promover, futuramente, a transferência dos serviços de água
e de esgotos sob sua jurisdição às administrações municipais, associadas ou não à
Agepar, ou então incorporadas a esta. Fosse ou não um projeto rigorosamente
pesado, na verdade muitos prefeitos, principalmente de municípios de menor porte,
achavam que cada coisa deveria vir no seu devido tempo e que, essa
municipalização dos serviços de água e de esgotos sanitários deveria ficar para as
“calendas gregas” (postergado).
LEI N. 4878
Data: 19 de junho de 1964
Autoriza o Poder Executivo a alterar o nome da Companhia de Água
e Esgotos do Paraná - AGEPAR, para Companhia de Saneamento
do Paraná - SANEPAR.
A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO PARANÁ,
DECRETOU E EU SANCIONO A SEGUINTE LEI:
Art. 1 - Fica o Poder Executivo autorizado a alterar o nome da
Companhia de Água e Esgotos do Paraná - AGEPAR, constituída na
forma da Lei n. 4684, de 23 de janeiro de 1963, para Companhia de
Saneamento do Paraná - SANEPAR.
Art. 2 - Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação,
revogadas as disposições em contrário.
Palácio do Governo em Curitiba, em 19 de junho de 1964
(aa) Ney Braga
Alípio Ayres de Carvalho
Felipe Aristides Simão Ref. prot. 9962-64-PG - 22275
Publicado no D.O.E. n. 89, de 20 de junho de 1964.
De acordo com Schuster pág. 156, “que a Sanepar tinha como função não
substituir o DAE, mas sucedê-lo. Como autarquia, o DAE não mais preenchia as
necessidades do Estado. Assumindo o Governo do Paraná, Ney Braga considerou
57
A Sanepar é uma empresa que deu certo e é uma das primeiras do País. É
uma grande vitória, pode-se dizer, pois afinal de contas, foi uma empresa criada
pequena e que teve sucesso. Acrescenta Schuster, que a Sanepar sempre foi
tomada como modelo de empresa pois, foi uma das primeiras de saneamento básico
do País e desde que foi criada serviu de modelo para outras empresas de
saneamento. Inclusive a CAEMA (Companhia de água e Esgotos do Maranhão) foi
criada com subsídios colhidos na Sanepar.
“As prefeituras eram muito pobres, tinham pouca arrecadação e se nós não
suportássemos com o Estado a construção de obras, era difícil que algum município
pudesse ter água. Os maiores, sim, mas os pequenos, nunca”. (Ex-governador Ney
Braga).
Nem por isso os recursos deixaram de ser obtidos, através de convênios com
órgãos do Governo Federal, que na época tinha seus olhos voltados para a
municipalização. Em 1966, o número de financiamentos, inclusive com recursos do
FAE, chegou a 22, enquanto que outras 60 prefeituras procuravam se enquadrar na
política de ação do governo para os serviços de água e esgotos, relata SCHSTER -
Sanepar Ano 30, Resgate da Memória do Saneamento Básico do Paraná, (pág.
150). Mais tarde, mais precisamente a 23 de março de 1972 a Sanepar aderiu ao
Planasa (Plano Nacional de Saneamento), através do extinto Banco Nacional da
Habitação. Objetivando justamente a preservação da saúde e a garantia do bem-
estar da população brasileira, o Planasa tinha entre as suas metas:
Decreto 1.194
O governador do Estado do Paraná, usando das atribuições que lhe
confere o artigo 47, item XVII, da Constituição Estadual, o disposto
na Lei n. 6.684, de 23 de janeiro de 1963, do Decreto-Lei federal n.
60
Decreta:
Art. 1 - Fica a Companhia de Saneamento do Paraná, Sanepar,
incumbida da exploração, manutenção e operação dos sistemas de
abastecimento de água e de coleta de esgotos sanitários das
seguintes cidades, ora sob a responsabilidade do Departamento de
Água e Esgotos: Cambará, Campo Mourão, Castro, Cornélio
Procópio, Curitiba, Foz do Iguaçu, Irati, Lapa, Palmeira, Piraí do Sul,
Piraquara, Rio Negro, Santo Antônio da Platina, São José dos
Pinhais e Siqueira Campos.
Foz do Iguaçu está inserida na meso região oeste, cujo substrato rochoso é
formado por rochas ígneas básicas de Formação Serra Geral, composta por
basaltos maciços e amigdaloides, afaníticos, cinzentos e pretos, raramente
andesitos, e intercalações de arenitos finos. Essas rochas têm baixo índice de
vulnerabilidade à denudação, com alta resistência a intemperismo e erosão.
O solo da região tem predomínio de latossolos nas áreas com cotas mais
elevadas e nitossolos nas margens dos cursos d’água. Além disso, possui pequena
porção de gleissolos também.
Figura 19 – Mapa dos Tipos de solo nos limites municipais de Foz do Iguaçu
Fonte: Adaptado ITCG
4.2 HIDROGEOLOGIA
De acordo com o Instituto das águas do Paraná, o aquífero Serra Geral Norte
compreende as rochas basálticas da formação Serra Geral, com uma área de
afloramento de aproximadamente 102.000 km², subdividida em Unidade Serra Geral
Norte (aproximadamente 64.000 km²) e Serra Geral Sul (38.000 km²).
4.3 HDROGRAFIA
RIO IGUAÇU: Rio que nasce próximo à Curitiba e segue próximo à divisa
com o estado de Santa Catarina até o sul do município de Foz do Iguaçu. Neste
trecho de jusante, sua bacia é denominada Baixo Iguaçu e compreende os seguintes
afluentes de destaque: Rio Tamanduá, Rio Tamanduazinho, Rio Carimã, Rio São
João, além dos cursos d’água do Parque Nacional.
RIO PARANÁ: Rio formado pelo Rio Tietê, Rio Paranaíba, Rio Grande e
Paranapanema cuja bacia abrange grande parte dos estados de São Paulo; Minas
Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás e Paraná. Neste trecho, a bacia é
denominada Paraná III e compreende os seguintes afluentes de destaque: Rio
Mathias Almada, Rio M’Boicy, Rio Pomba-Cuê, Rio Guabiroba, entre outros. A
Barragem do Itaipu, a norte do município, represa o Rio Paraná formando o Lago da
Itaipu.
evoluiu segundo o ritmo ditado por esta economia extrativa, completando com isso
os dois primeiros ciclos econômicos do município, com início em 1870 e término no
ano de 1970. (CAIMI, 2000).
Figura 22 – Mapa do Território Federal do Iguaçu em 1944, Capital do Iguaçu, atual cidade
de Laranjeiras do Sul, Pr.
Fonte: Perci Lima (p. 157)
73
4.6 DÉCADA DE 60
“Fui nomeado Pelo DAE, como o primeiro chefe para administrar a água e o
esgoto da cidade de Foz do Iguaçu e construímos (Estado) em parceria com a
Prefeitura, muitas redes de água e fundamentalmente as primeiras redes e ligações
de coleta dos esgotos domiciliar e comercial. Rede de água com tubos de ferro
fundido e de esgoto com manilha de barro, era o material padrão que tinha no
mercado, e os dejetos lançados in natura para o rio Boyci e Paraná, dependendo da
topografia do terreno, bem como os poços de visitas em alvenaria e tampão padrão
em ferro fundido, sendo uma cada esquina, para facilitar a manutenção e
desobstrução, caso as redes viessem sofrer entupimentos por descarte de objetos
estranhos em seu interior. Já naquele tempo A rede de coleta era implantada no
meio da rua, devido que o DEA, não possuía fartos recursos, já que dependia de
numerário do caixa do governo do estado, e naquele tempo quase não havia
dinheiro para investir e realizar a manutenção nessa área de água e esgoto”.
IVO KALICHEVSKI
Parque Nacional do Iguaçu, área de mata virgem, Sanga Funda próximo do Rio São
João. De Guarapuava até aqui, a viagem da caravana durou cerca de 30 dias,
abrindo picada na mata, continha dois carretões puxado por cavalos, onde em um
eram transportados os alimentos e no outro as ferramentas da época. Quando
encontravam um rio que possibilitava a passagem a viagem continuava, mas, ao se
depararem com águas altas em função de chuvas intensas, era necessário montar
acampamento próximo da margem e esperar o nível da água baixar. A construção de
casas e benfeitorias foi feita com madeira de lei da própria floresta. A árvore era
derrubada, descascada e serrada com serrote utilizando-se de força braçal. Tal
madeira servia de alicerce dentre outras aplicações. A tora, de acordo com o
comprimento era instalada sobre madeira roliça de tamanho menor, cavado um túnel
sobre ela e com o serrote grande um se postava embaixo e o outro em cima,
possibilitando produzir a tábua como planejaram. Naquela época não havia pregos
compridos, o recurso foi fazer a armação com encaixe na própria madeira e a
cobertura era preparada de tabuinha de cedro. Em 1952 o governo federal legalizou
as terras nessa região. Mais tarde no ano de 1965 a família adquiriu propriedade já
na Av. Jorge Schimmelpfeng. Depois, seu pai Casemiro abriu um comércio (60-70)
Casa Nossa Senhora Aparecida, na estrada para as cataratas, atual Av. Cataratas,
esquina com a Rua Irlanda Kalichevski, onde hoje funciona as Organizações
Kalichevski - Assessoria Contábil e a Cantina (casa de madeira construída pelo seu
Casemiro), consta o restaurante o Empório com Arte.
Na entrevista, Ivo mostrou-me o local onde seu Pai furou um poço com 20
metros de profundidade, após ser quebrada as pedras que apareceram na obra,
captando água de melhor qualidade, através de sistema manual (bomba de água a
manivela). A execução de redes de água e ligações chegou na Vila Yolanda no ano
de 1980, sistema já operado pela Sanepar. Assim como aconteceu em Curitiba e
outras cidades que eram operadas pelo Estado do Paraná através do Departamento
de Água e Esgoto, não foi diferente por aqui, a maioria dos servidores não aceitaram
assinar contrato com a nova empresa de saneamento e a direção resolveu transferi-
los para outros órgãos pertencente ao Estado. Os que detinham maior conhecimento
foram para a Agencia de Rendas, ou para a Coletoria do Estado e os que
executavam serviços braçal, foram para a Delegacia de Polícia Civil, passaram a
atuar como policiais armados, e a maioria assassinados em confronto com a
79
ANDRÉ CARDOSO
André Cardoso, morador antigo em Foz do Iguaçu, chegou por aqui no ano de
1952 junto com sua família que se estabeleceram na rua Marechal Deodoro número
368. Completou no mês de janeiro de 2019, 83 anos de idade e mora no mesmo
endereço, lembra-se muito bem e conta com riqueza de detalhes como iniciou os
trabalhos de saneamento básico em Foz do Iguaçu através do Departamento de
Água e Esgoto (DAE), braço do Governo do Estado do Paraná, no setor. Foi
funcionário por mais de 20 anos da empresa Enerluz na área de vendas de materiais
elétricos e hidráulicos de propriedade do Sr. Alfredo Keller. Acompanhou o
crescimento da cidade e lembra que Foz era uma cidade pequena, no início com
apenas três ruas, quando aqui chegamos, sendo Av. Brasil, Almirante Barroso e a
Rua Santos Dumont e as últimas duas não eram completas, quando chovia o
lamaçal se apresentava e não era fácil andar a pé. Desde a década de 50 existia
rede de água e esgoto apenas na Av. Brasil e nos órgãos públicos que estavam
localizados no marco zero da cidade, ou seja, Paço Municipal, Delegacia de Polícia,
Mesa de Rendas, Coletoria do Estado bem como a Igreja Matriz São João Batista.
nominal '50' mm, onde eu trabalhava. Não se lembra de pagar por boletos a despesa
de consumo de água mensal após a instalação da rede de distribuição pública, mas
acredita que a cobrança era feita através do carnê de IPTU. (O Sr. André faleceu
meses depois). Im memória.
“Em Foz do Iguaçu nesse tempo não tinha nada. Foi uma luta muito grande e
tínhamos que ir amealhando a coisa pública para conseguir pagar as contar do
pequeno município, já que por aqui o povo andava muito com bicicletas, pois ruas de
forma boa não existia, e com muita labuta fomos abrindo os acessos e estruturando
com uma infraestrutura mínima. O Estado do Paraná lançou o PRODOPAR, uma
linha de crédito e premiou nossa cidade com um bom valor, hoje seria em torno de
R$- 500.000.000,00 (quinhentos milhões de Reais), e a partir desse projeto foi
possível ampliar as redes de água e esgoto no centro, energia elétrica, abertura de
novas ruas, galerias de águas pluviais e telefonia, nas vilas próximas da Prefeitura.
Isso permitiu adequar a cidade para receber a Itaipu Binacional, que chegou para
construir a barragem no rio Paraná para produzir energia elétrica.
Nelson Arlindo Maier nasceu em Erechim (RS) e se mudou junto com seus
pais para a Cidade de Cascavel em 1958, década da imigração de descendentes
alemães e Italianos, que deixaram o Sul do Brasil e vieram morar no Oeste e
Sudoeste do Paraná. No ano de 1973, Nelson se mudou para Foz do Iguaçu para
trabalhar na construção civil em empresas da área como carpinteiro e no dia
03/02/1976, foi contratado pela Engepar - Construtora de Obras que detinha o
contrato para a implantação do novo complexo de água denominado Rio Tamanduá,
também na função de carpinteiro. Após o termino da obra, quando do início efetivo
da operação, foi contratado pela Sanepar no mês de março de 1978 na função de
Operador de Bombas.
84
“Orgulhoso de seu trabalho, teve um período que residiu em uma das casas
da Sanepar no pátio de ETA onde nasceram seus três filhos. “Criei meus Filhos com
o suor de meu trabalho diário e em escalas de revezamento durante 22 anos. Me
sinto grato que 2 (dois) deles seguiram a carreira do Pai. Edson Carlos Maier hoje
funcionário de carreira da Sanepar, está na função de Técnico Operacional,
86
Figura 30 - Reservatório de água Elevado 200 m3, situado na Rua Almirante Barroso
esquina com a Rua Antônio Raposo. Ao lado um reservatório enterrado com capacidade de
400 m3 e casa de bombas - 1971
4.9 DÉCADA DE 70
naquela região. Também recalcava para a Vila A de Itaipu, para o reservatório 1.500
m3 instalado na Av. 9 esquina com a Av. 3, e mais um reservatório elevado de 200
m3, fazia a distribuição de água por gravidade para a região Norte da Cidade.
Figura 36 - foto Adutora de ferro fundido de 500mm. Obra de 1978. Instalada as Margens da
Br. 469, altura do chocolate caseiro.
Nota: Existente - Crédito - Sérgio Caimi - maio de 2019. De aparência e cuidados não compatível
para uma rodovia federal, que transitam turistas para visitar as Cataratas do Iguaçu.
100
5.2 DÉCADA DE 80
Foi delegado também, a competência para fixar tarifas que permitiam a justa
remuneração do investimento, melhoramento e a expansão dos serviços que
asseguravam o equilibro econômico e financeiro do sistema explorado, nos termos
do Convênio firmado entre o Governo do Estado do Paraná e o BNH, de acordo com
o disposto nos incisos I e II do artigo 167, da Constituição Federal, entre outas
atribuições. Observa-se que para a época, a legislação vigente não exigia
tratamento do esgoto, apenas coletar e dar o destino final. No caso de Foz do
Iguaçu, era lançado diretamente no corpo receptor do Rio Boyci, afluente do Rio
Paraná.
Diretor-Presidente da Sanepar
O DESCONHECIDO (*)
SEBASTIÃO PEREIRA
3
SCHUSTER, Zair Olival Luiz. Extraídos de o Livro Sane folclore do Jornalista e Funcionário da
Sanepar. 1. Edição, 1994.
105
para o trabalho nem veículos apropriados, era bicicleta mesmo. Fazíamos qualquer
tipo de intervenção nas redes e ramais na picareta, pá e na enxada. O material de
redes de água tubos e conexões eram soldáveis e de esgoto só existiam manilhas
de barro. Quando vinha uma máquina cedida pela Prefeitura para ajudar na
manutenção de redes de água e esgoto em locais de difícil acesso ou redes antigas
com profundidade fora dos padrões a gente ficava muito contente, era uma beleza,
somente orientava o operador da retroescavadeira. Quando recebemos lá por 1980
as varetas de ferro com engate cada uma média 1,50 mts., podendo ser alçada, de
um poço de visita a outro que a distância padrão é de 80 mts., para desobstrução de
uma rede de esgoto ou ramais, aí já ficou mais fácil, não fazíamos muita força. Mas,
o mais difícil era a população sofrer com falta de água e num calor de 40 graus. Por
volta do ano de 1986 recebemos uma máquina retroescavadeira, aí melhorou muito
e eu fui o primeiro operador. Mais tarde a Sanepar inovou e adquiriu os caminhões
retro, ou seja, caminhão para transporte de materiais diversos e adaptado com um
conjunto que operava como retroescavadeira também”. “Os registros de
reclamações sobre manutenção eram apontados em um pedaço de papel sem
muitas informações e nós tínhamos dificuldades muitas vezes de encontrar o
endereço do problema. Computador nosso pessoal da área comercial não sabia que
bicho era e tinham até medo. No escritório também os documentos eram
preenchidos à mão ou escritos com máquinas de escrever Facitt ou Olivett”.
SEBASTIÃO PRIMILA
Com a problemática não restava outra alternativa senão buscar outra fonte de
captação. Nesse período a Sanepar iniciou os projetos para captação e estação de
tratamento com ponto mais favorável, em função do crescimento dos bairros para a
região leste e norte (Projeto Vila C de Itaipu, Lago Itaipu no Rio Paraná) com
recursos na ordem de CR$ 15.000.000,00 (Quinze milhões de Cruzeiros), o que
aumentaria dos 450 litros por segundo para 729 l/s. O Projeto técnico foi concluído
no ano de 1988 e o pedido de financiamento da obra encaminhado para a Caixa
Econômica Federal e também foi incluído no Programa Mínimo do Banco Mundial.
No início do ano de 1983, o MDB do Foz do Iguaçu era comandado por Altair
Ferraz da Silva como Presidente da Legenda e o experiente Contador Nadir
Rafagnin sob a batuta de Dobrandino Gustavo da Silva, onde o emedebista Roque
Luiz Schornobay, já nos primeiros meses de 1983, foi nomeado e se fixou como o
novo Chefe do Escritório Regional da Sanepar de Foz do Iguaçu, já com sua
estrutura operacional debilitada e com sinais de falta de água na cidade. Mas, o
novo comandante imprimiu um ritmo acelerado em sua gestão administrativa que
perdurou até dezembro de 1988.
Essa foi a manchete trazida pelo Jornal da época Nosso Tempo do dia 11 de
novembro de (1987, p. 10-11), por Juvêncio Mazzarollo, em uma entrevista com o
Chefe do Escritório, devido diversas áreas de cidade que se defrontavam
frequentemente com o problema pra abrir uma torneira e não encontrar água. A
Sanepar estava de calça curta e sem um horizonte para resolver definitivamente o
caso, sendo que nesse ano iniciou o que foi chamado pela população “A Sanepar
tem muito cano, para pouca água”.
“A água da Sanepar não está tão cara. A taxa mínima é de 10 mil litros por
mês (10m3) e custa hoje 79 cruzados, enquanto que no Rio Grande do Sul é de 115
e no Mato Grosso do Sul de 125 cruzados. Da para dizer que nossa água não é tão
cara – são apenas 12 cruzados por metro cúbico de água que levamos às
residências, quando seu custo real, em relação a taxa mínima é de (7,90 cruzados).
112
Pelo esgoto, onde a respectiva rede está instalada, o usuário paga 80% sobre o
valor do consumo de água”. O preço mínimo incide sobre a taxa mínima de consumo
de água, que é de 10 metros cúbico. Sobre cada metro cúbico consumido além da
taxa mínima, incide uma sobre taxa progressiva, que pode representar um
acréscimo de até 100%. É, o que se chama de “tarifação social”, onde o preço da
água aumenta proporcionalmente ao volume consumido. É, daí que a empresa tem
lucros para aplicar na ampliação de SUS serviços.
Em 1985, pós militarismo, teve eleição direta e o Prefeito eleito foi Dobrandino
Gustavo da Silva que conquistou o voto popular com seu discurso fácil e que o
povão entendia, prometendo resolver os graves problemas estruturais que se
apresentavam naquele ano. O mandato foi de 1986 - 1988, e de grandes avanços.
Popular, Silva descentralizava o governo municipal e realizava reuniões nos bairros
de Foz do Iguaçu, os mais populosos e que tinham problemas em diversos setores,
principalmente nas regiões denominadas na época, Porto Meira, Rincão São
Francisco, Três Lagoas, AKLP, Vila C, Vila Portes, Porto Belo, Jardim América entre
outras. Além de levar todos os Secretários e Diretores do Município, também
convidava e exigia a presença de um representante de todos os órgãos públicos
113
estaduais para sem delongas nem burocracia, encaminhar ali mesmo à noite as
demandas da população. A mais enfática queixa em todos os bairros era sobre o
abastecimento de água, pouco se falava em esgoto. Cansado das reclamações dos
moradores, chamou o Chefe da Sanepar de Foz do Iguaçu que ele mesmo havia
indicado para comandar a área, Roque Luiz Schornobay, para uma conversa em seu
espaçoso gabinete no Palácio das Cataratas, que deveras, não foi nada animadora
para o comandante da Sanepar. Em determinado momento, um pouco lacônico,
chamou seu chefe de gabinete e pediu uma ligação telefônica direto para o
Governador do Estado (1987 – 1991) que era Álvaro Dias de seu próprio partido
PMDB, pedindo-lhe as devidas providências para sanar as inconformidades em
saneamento e urgência do Estado em determinar que a Sanepar construísse a
captação no Lago de Itaipu. Atuando no cargo de Supervisor Comercial, acompanhei
a reunião e saímos do gabinete do Dino como o povo o chamava, com as orelhas
vermelhas, cenhos fechados e com os cabelos eriçados, mas, contentes com a ação
do Prefeito que não tinha meias palavras e com posicionamento sempre firme.
Figura 39 - Foto de Sérgio Caimi - de 1989 – Sagaz, encarou o desafio e implantou medidas
para minimizar o problema de falta de água, as duras penas.
No aquífero Serra Geral Sul, os poços nele perfurados, produziam uma média
entre 60/90 m3/h com profundidade que variava entre 150 a 200 metros. Podia
chegar até 300 m3/h, caso a profundidade do poço tubular chegasse em até 600/900
metros, atingindo o aquífero Guarani. Os usuários que decidiram perfurar tais poços,
não voltaram mais utilizar água da Sanepar, salvo aqueles que devido à proliferação
de poços no mesmo manancial subterrâneo, perdiam capacidade de produção vindo
a secar totalmente. Aquífero fraturado, as análises de laboratório referente à
condição da qualidade da água apresentavam características não apropriadas, não
116
muito precário e obsoleto. No verão de 1989 já se previa de 30.000 para 45.000 mil
litros por dia, um aumento na demanda de 50%, mas não havia recursos financeiros
e não se enxergava a luz no fim do túnel, senão, administrar o problema e aguardar
a solução com a implantação de nova estrutura mais moderna, era o que restava.
Figura 42 - Sérgio Caimi e Abel Baez. Hidrômetros fraudados em apenas um dia (1988).
Figura 46 - Foto do panfleto entregue para os usuários da Sanepar de Foz do Iguaçu (1989)
lamentava o Vereador. “É só ler nos jornais o que o chefe da Sanepar falou. Vai
racionar água ainda esse ano e disse claramente que não adianta esconder o
problema, tem que resolver de imediato, furar poços, buscar de outro ponto a
captação, mas tem que resolver, a população não aguenta mais”.
Figura 49 - Prefeito Álvaro e Sergio Caimi visitando as obras de perfuração dos poços
artesianos
Assinaram o TA 177/90,
Figura 51 - Stenio Sales Jacob, Marco Antônio Cenovicz em visita as obras de captação e
estação de tratamento do complexo Vila C, Lago de Itaipu. (1991).
131
Figura 52 - Foto Stenio Sales Jacob Diretor Presidente da Sanepar, Engenheiro Newlton de
Abreu Sodré (Im memória) Superintendente Regional Oeste e Sérgio Caimi Chefe do
Escritório Regional de Foz do Iguaçu. Reunião de ajuste do cronograma na execução da
obra do Lago de Itaipu (1991).
Figura 57 - Foto Posse do Primeiro Gerente Regional da Sanepar de Foz do Iguaçu ano de
1994. Stenio Sales Jacob, Diretor Presidente, Carlessi, Engenheiro Mario Baggio Diretor de
Operações e o Diretor Técnico Engenheiro Marco Antônio Cenovicz.
futuro novo Gerente. Uma do Engenheiro Carlessi e outa, cujo o nome não sabemos
até hoje. Stenio na sua sabedoria e competência, perguntou ao Prefeito quem ele
indicaria ou queria para gerenciar a Regional daquele dia em diante. Sabiamente o
Prefeito de pronto respondeu: “O Carlessi é Claro”. E assim se procedeu.
Com a nova estrutura, além do Gerente, foram abertas 3 (três) outras Chefias
formais. A Comercial, Divisão Administrativa e a Divisão Técnica de Engenharia. Eu
buscava a Divisão Comercial por ter conhecimento técnico, mas o time de Cascavel
rapidamente acertou a nomeação do Economista Paulo Roberto Dall’Stella. Paulo
Roberto, era uma pessoa que tinha uma alegria e o coração puro, homem justo, de
modo que ganhou minha confiança e convivemos muito bem os mais de dois anos
que trabalhamos juntos. Determinado, ele me presenteou com o Livro (O MAIOR
SUCESSO DO MUNDO), Bestseller do Escritor Og Mandino, fascinante obra onde
se apresenta como José, narrando a história de Zaqueu Ben Joshua do tempo de
Herodes.
DEDICATÓRIA
Amigo Sérgio
“Jamais procures ser diferente do que és, isto porque tu já és o maior sucesso
da tua família e dos teus amigos” – Abração, do seu Amigo Paulo Roberto.
(18/11/94).
TARIFA SOCIAL
Figura 58 - Foto Dobrandino Gustavo da Silva, Prefeito Municipal, Carlos Afonso Teixeira de
Freitas, Diretor-Presidente da Sanepar, Rogério Pinto Muniz, Diretor Técnico da Sanepar.
Figura 59 - Foto Início das obras da Estação de Tratamento de Esgoto (9) - Boyci - Final da
Ra Marechal Deodoro - Ano 1993 - Diretor-Presidente da Sanepar Carlos Afonso Teixeira de
Freitas, Engenheiro José Augusto Carlessi e o Fiscal de Obras Ermínio Gotardo.
145
Figura 60 - Foto Construção da Obra ETE Beira Rio. 1997 - Acervo Sanepar
Figura 63 - Foto Estrutura fixa da Captação de água Bruta, Decantadores e Calha Parshal.
Lago de Itaipu. (1998).
150
Tabela 3 -- Água
Nível de Atendimento com Água 99%
População Urbana 266.800
Número de Ligações de Água 60.529
Extensão de Redes de Distribuição (metros) 1.019.136
Estações de Tratamento de Água 2
Capacidade de Tratamento ETA Vila C 800 l/s
Capacidade de Tratamento ETA Tamanduá 350 l/s
Capacidade de Reservação (m3) 25.740
Poços Tubulares Profundos 3
Fonte: Sanepar de Foz do Iguaçu.
Tabela 4 - Esgoto
Número de Ligações de Esgoto 23.798
Nível de Atendimento com Coleta de Esgoto 45%
Índice de Tratamento dos Esgotos Coletados 98%
Extensão de Rede Coletora (metros) 309.608
Estações de Tratamento de Esgoto Concluídas 4 (a quinta em execução) 3 lagoas.
Capacidade de Tratamento 670 l/s
Elevatórias de Esgoto (Transposição de Bacia) 10
Nível de Tratamento dos Efluentes 97,77
Fonte: Sanepar Foz do Iguaçu ano de 2002.
Corpo de Auditores
Executar as auditorias ambientais internas
ambientais interno
Compromisso
Resultados Imediatos
Figura 65 - Foto Unidade Móvel de Atendimento - Ano 1998 - Atendente Neri Vitoriano
Corrêa
.Além dos dados da situação à época (05/02), o diagnóstico apontou que com
relação ao abastecimento de água potável ainda não ter alcançado 100% de
cobertura por que algumas áreas foram consideradas pelo município invadidas e
que a legislação não permitia a instalação da infraestrutura adequada para o
atendimento regular, indicando que o nível de atendimento à população já havia
atingido 99%, um total de 266.800 pessoas com 60.529 ligações prediais de água e
uma extensão de rede de distribuição com mais de um milhão de metros lineares.
2 - Em Andamento R$ - 2.870.640,00
Nas propriedades A matéria orgânica é suporte e fonte de alimento para a flora e fauna
biológicas do solo edáfica, cuja atividade influi diretamente na nutrição das plantas.
Se de um lado o manancial do Rio Paraná, está bem protegido por mata ciliar
e forte cultura de cuidados pelos municípios que margeiam o Lago de Itaipu, com um
programa ambiental bem definido pela empresa Binacional, com uma bela estrutura
166
Nas eleições gerais no ano de 2002, foi eleito novamente para um segundo
mandato, Roberto Requião (2003 - 2006) que assumiu o Governo em janeiro de
2003 e reeleito nas eleições do ano de 2006 para cumprimento de seu terceiro
mandato como governador do Estado do Paraná (2007 - 2010). Houve troca de
comando na Sanepar, retornando como Diretor-Presidente Dr. Stenio Sales Jacob,
homem determinado em trabalhar em prol do Saneamento Ambiental e da qualidade
de vida aos paranaenses. A meta estabelecida no início do mandato era
universalizar em 100% os domicílios paranaenses onde a Sanepar detinha contratos
de concessão e chegar a 70% em esgotos coletados com tratamento de modernas
tecnologias que a empresa já dispunha. Assumiu a Gerência Regional de Foz do
Iguaçu, funcionário de Carreira, Administrador de Empresas Robinson Gonçalves
que atuou de 2003 a 2004. Mais tarde foi indicado e gerenciou a URLI- (Unidade
Regional do Litoral Paranaense) por aproximadamente 10 anos.
Figura 67 - Foto Prefeito Sâmis da Silva e Sérgio Caimi, assinam o contrato de parceria
entre a Sanepar e a Prefeitura Municipal de Foz do Iguaçu. Implantação da estrutura do
Saneamento Rural da Vila Aparecidinha - Ano, março de 2004
169
Fórmula de cálculo.
“A” com rastreamento através do número de série, para ser testado na Sanepar de
Foz do Iguaçu. Ao me apresentar o projeto, autorizei a compra do material pela
Unidade de Receita de Foz do Iguaçu de um número de pares expressivos que
fosse suficiente para a colocação nos cavaletes com suspeitas de fraudes, podendo
então acompanhar o volume medido e a integridade física do cavalete e do lacre,
que apenas serrando seria possível viola-lo, devido seu travamento ser com pinos
de aço e não de plástico.
A conclusão final foi de que era viável em relação a redução dos volumes
perdidos, homologar o material de PEAD, para ser aplicado em substituições de
redes de PVC antigas, embora o custo de aquisição e de implantação tenha se
apresentado superior ao planejado, porém, com o passar dos anos identificam-se de
alguma forma compensatórias na aplicação de produtos químicos e de energia
elétrica no sistema, assim como um menor voluma de água retirado do manancial
disponível em operação.
Figura 69 - Foto Tubo de 60mm de material PEAD – Polietileno de alta densidade, aplicado
no projeto Vila A.
Figura 71 - Foto Reator ETE Ouro Verde, Balão de armazenamento do Gás Metano e a
Casinha onde funciona o complexo produtivo de energia elétrica.
(4) Observa-se na tabela acima que, o resultado líquido no período foi US$ -
58.733.266,52 e os investimentos corresponderam em US$ - 84.834.315,69.
182
CONTRATO Nº 108/2014
OBJETO.
A tabela abaixo mostra que no período de 2011 - 2018, (Oito anos) a Cidade
de Foz do Iguaçu recebeu em estrutura para água, US$- 18.000.000,00, (Dezoito
milhões de Dólares) e em esgoto pouco mais de US$-28.000.000,00 (Vinte e oito
milhões de Dólares) que somados com recursos para administração e outras
rubricas alcançou um montante de US$- 50.693.478,63 (cinquenta milhões,
seiscentos e noventa e três mil, quatrocentos e setenta e oito dólares e sessenta e
três centavos). Esse montante permitiu assegurar 100% da população com água
tradada e elevou o índice de coleta de esgoto para 77,55% das habitações. O
número de ligações de água atingiu 87.877 e de esgoto 65.168. Muito embora os
valores investidos foram cerca de 50% maior do que na década anterior (2001-2010)
10 anos, o crescimento em ligações de água praticamente foi o mesmo 123.60%, e
as ligações de esgoto cresceram 16.782 no período, contra 21.985 na década
anterior. O percentual de cobertura de esgoto na cidade, foi de 6,03%, contra
34.12% no período anterior (27.006 ligações).
ÁGUA
Figura 75 - Foto Complexo da Captação de água Fixa e Flutuante do Lago de Itaipu - Rio
Paraná
Fonte: Crédito Labanca - GRFI (2018)
196
Microbiológicos:
. algas/cianobactérias - mensal
. Ter uma renda familiar de até 2 salários mínimos (Federal) por família ou ´
salário mínimo por pessoa quando a residência possuir mais do que 4 habitantes;
. Consumir até 10 mil litros (10m3) de água por mês ou 2.500 litros quando
mais que 4 habitantes.
ESGOTO
da ETE Ouro Verde, além do que não requer amplo espaço físico e pode ir sendo
ampliado com a construção de reatores novos de acordo com a necessidade. (2018)
Figura 77 - Foto Emissário instalado no leito do Rio M’Boyci, localizado na baixada da Rua
Belarmino de Mendonça.
Crédito: Sérgio Caimi - maio de 2019.
Quadro 6 – Outorga de Lançamentos, Volume anual m3/h e Vazão Máxima m3/h, das
Estações de Tratamento de Esgotos de Foz do Iguaçu.
ETE 02 ETE 03 Beira ETE 05 ETE 08 Três ETE 09 Iate
Instalação
Ouro Verde Rio Jupira Lagoas Clube
Número da Portaria N.
N. 1432 N. 718 N. 1434 N.1433
Outorga 2589/2019
Figura 78 - Mapa: Visão geral do mapa da cidade de foz do Iguaçu, quanto a cobertura com
redes de esgotos, estações elevatórias e as estações de tratamento de esgoto.
Figura 81 - Foto Vista aérea da Estação de Tratamento de Esgoto 5 - Jupira, com vista da
Ponte Internacional da Amizade e Ciudad del Leste – Micro Centro e Leitos de secagem do
Lodo do Esgoto, Emissário do Lançamento do Efluente Tratado EM PEAD 300m. Corpo
Receptor Rio Paraná.
Nota: Crédito - Labanca/GRFI - 2019
208
Figura 82 - Foto Vista aérea da Estação de Tratamento de Esgoto 2 - Ouro Verde - Shalon.
Reator, Leito de Secagem, Casa de Geração de Energia Elétrica através do Gás Metano,
Balão de Armazenamento do Gás, Barracão da Estocagem e cura do Biosólido (lodo)
higienizado e calado.
Figura 8 - Foto Vista aérea da Estação de Tratamento de Esgoto 5, Beira Rio - Rio Paraná,
Localizada no final da Av. Beira Rio, Centro velho da cidade.
Fonte: Crédito: Labanca/GRFI – 2019
209
04 – Parede Defletora;
09 – Abertura de Inspeção;
10 – Escada de Acesso;
11 – Saída do Efluente e,
No tocante ao consumo por habitante, Foz do Iguaçu aparece com 3,67 M3/
mês, seguida por Londrina 3,48 m3/mês, Maringá 3,18 m3, Cascavel 2,90 m3,
Guarapuava com 2,72 m3 e Ponta grossa com o menor consumo com 2,44 m3 mês.
Em Foz do Iguaçu cada morador consome entre todas as atividades diárias uma
média de 122,33 litros de água por dia, enquanto que a média no Paraná gira em
torno de 80 litros/dia como é o caso de Ponta Grossa com 81 litros pessoa dia. Essa
variação está relacionada com o clima de cada região, sendo que em Foz do Iguaçu
e Londrina as temperaturas no verão ultrapassam os 40 graus centigrados, fazendo
com que a população consuma mais água durante o dia. Para elaboração de
projetos futuros trabalha-se com um consumo que varia de 160 a 170 litros por
dia/habitante, visando ter segurança e dimensionamento de toda a estrutura,
possibilitando uma reserva de produção de água considerável.
CASCAVEL
FOZ DO IGUAÇU
Nem Jesus Cristo, Senhor Nosso, esteve uma hora, em toda sua
vida, sem dor e sofrimento. “Convinha disse ele --- que Cristo
sofresse e ressurgisse dos mortos, e assim entrasse na sua glória”
(Lc 24,26).
Mais valerá o desprezo das riquezas que todos os tesouros da terra.
(Tomás Kempis).
correspondendo pouco mais US$- 1.200.000,00 (Um milhão e duzentos mil dólares).
Com essa obra, mais crescimento vegetativo o percentual de atendimento chegou
em 80%, contra a meta de atingir 87% até o final do ano de 2020, e 90% para o ano
de 2022. Isso posto, fica claro que dificilmente a Companhia de Saneamento do
Paraná – Sanepar, irá atender também a meta estabelecida no decorrer desse ano
de 2022, de acordo com a cláusula quinta do contrato assinado entre as partes no
ano de 2014. Completando mais de cinco anos no poder como Prefeito em meados
do ano de 2022, o governo de Chico Brasileiro demonstra desinteresse em lutar para
a universalização do setor de saneamento.
Além da falta de interesse político para dotar Foz do Iguaçu em uma cidade
referência em saneamento, outra situação vem atrapalhando os atuais gestores.
Ainda no Governo Beto Richa foi implantado uma Gerencia Geral em Cascavel
centralizando todo o poder de decisão, prejudicando o planejamento estratégico da
Sanepar de Foz do Iguaçu e no ano de 2021, foi criado uma Gerência Comercial
também na cidade de Cascavel, perdendo ainda mais poder. Em uma reestruturação
no organograma da empresa, aboliu-se a Coordenação de Meio Ambiente e a
Coordenação do Núcleo Jurídico que foi implantado com muito sofrimento quando
de minha gestão (2005 – 2010). Enfim, a tendência é que o poder fique centralizado
eternamente em Cascavel em detrimento da unidade de Foz do Iguaçu. Isto porque,
os Cascavelenses sempre torceram o nariz para os Hermanos da terra das cataratas
e das três fronteiras. Quando por muitos anos a Gerencia Regional de Foz do Iguaçu
esteve ligada diretamente com todas as Diretorias em Curitiba, foram aportados
217
O autor:
SÉRGIO CAIMI
BIBLIOGRAFIA SELECIONADA
ÁSIA, Rodolfo F. Alves Pena em. Escassez de Água no Oriente Médio: A importância
geopolítica da água no Oriente Médio vem alcançando elevadas dimensões ao longo
das últimas décadas. Mundo Educação. São Paulo: 2018 f. 2. Disponível em:
<HTTPS://mundoeducação.bol.uol.com.br/geografia/escassez de Água no Oriente
Médio e na África>.
BIBLIA SAGRADA. Ave Maria, velho e o novo testamento. Tradução dos originais
grego, hebraico e aramaico mediante versão dos Monges Beneditinos de Maredsous
(Bélgica) e organizado por Equipe editorial Ave-Maria. São Paulo. 2.224p.
CAIMI, Janaina Silva da. Estudo de Caso; uma alternativa ambiental para o destino
final do resíduo gerado no desarenador da estação de tratamento de esgoto da
Sanepar. Foz do Iguaçu, 2004. 64p.
KEMPIS, Tomás de. Imitação de Cristo. Rio de Janeiro: Paumape Limitada, 1979.
239p.
LIMA, Perci. Foz do Iguaçu e sua História. Foz do Iguaçu Paraná. 2001, 192p.
LIMA, Perci. Foz do Iguaçu: no contexto da história. Foz do Iguaçu PR: ed. do
autor, 2010. 286p.
MANDINO, Og. O maior sucesso do mundo. Rio de Janeiro: Record, 1981. 152p.
MARIOT, Emma. História do Mundo. 8. ed. Rio de Janeiro: Valentina, 2016. 200p.
SANARE. Revista Técnica da Sanepar, Curitiba, v. 14, n.14, edições n.9, 10. 1998,
Jul./Dez. 2.000.
SIENTIFICAN, American Brasil, Edição Especial n.14, São Paulo: Segmento, 2018.
Disponível em: <http://www2.uol.com.br/scaim/reportagens/o>.
223
GLOSSÁRIO
Andesitos Sul-
-Tipo de Rocha magmática, cujo nome deriva dos andes, montanhas.
Alatina
Etológico
Geométrico
Jurássico - Período compreendido entre -208 e – 144 milhões de anos. (a que sucede).
Jusante - O sentido da correnteza num corpo de água (da nascente para a foz).
Proterozoica
- 2,5 bilhões e 542 milhões de anos. Metade do tempo de existência da Terra.
Superior
PV - Poço de Visita
TA – Termo Aditivo
Terras Devolutas - Originalmente eram terras da União não ocupadas (ou abandonadas).
226
Toleítico - É uma rocha com características gerais idênticas aos basaltos alcalinos.
INDICE DE TARIF
%
ATEND. %TO ATEND. PERDAS % A QUEM
CAPITALE POP. ESGOTO
TAL COM COM - MÉDIA OPERA O
OU CIDADE TOTAL TRATAD
ÁGUA ESGOTO Distribuiçã – R$- SISTEMA
O
o M3
São Paulo 12.106.920 99,30 96,30 61,84 35,48 3,86 Sabesp
Curitiba – Pr 1.908.359 100 99,99 93,99 39,46 4,33 Sanepar
Goiânia 1.466.105 99,62 92,52 68,77 22,53 5,55 Saneago
Palmas -TO 286.787 97,43 83,55 60,37 13,05 5,10 Saneatins
Campo
874.210 98,48 80,60 58,85 19,42 5,29 AG
Grande - Ms
Belo
Horizonte - 2.523.794 94,43 91,90 76,36 37,36 4,02 Copasa
Mg
Porto Alegre 1.438.941 100 90,23 50,37 24,98 3,97 Damae
Brasília 3.039.444 98,71 85,10 84,42 35,21 4,75 Caesb
Boa Vista 332.020 97,73 62,53 75,42 40,18 5,50 Caer
Salvador 2.953.986 89,30 78,88 100 53,07 4,30 Embasa
Rio de Cedae/Fabz
6.520.266 99,16 85,98 46,00 25,36 4,59
Janeiro o
Florianópoli
485.838 100 62,98 46,31 39,35 5,42 Casan
s
Vitória 363..140 92,32 76,48 74,73 33,21 3,91 Cesan
Cuiabá 590.118 98,12 53,52 29,27 59,22 4,05 Cab-Cuiabá
Aracaju 650.106 99,60 49,43 54,44 33,45 5,17 Deso
Olinda 390.771 96,74 45,13 52,53 62,70 3,44 Compesa
Maceió 1.029.129 91,62 30,91 31,45 39,01 3,51 Casal
Vila Velha 480.388 99,80 50,34 50,78 39,01 3,51 Cesan
Fortaleza 2.627.482 81,37 50,72 56,04 42,64 3,34 Gagece
Recife 1.633.697 85,85 42,60 74,41 61,16 4,24 Compesa
Natal 885.180 93,66 36,78 41,53 54,22 4,33 Caern
São Luiz 1.091.868 82,23 48,73 15,77 62,70 4,02 Caema
Teresina 850.198 94,31 18,40 15,85 47,54 3,37 Agespisa
Macapá 474.706 41,50 10,17 18,74 66,25 2,73 Caesa
Santarém 296.302 52,19 4,27 1,11 46,99 2,16 Cosapa/Pms
Manaus 2130260 89,26 12,25 47,57 44,15 5,63 MA
Porto Velho 519.436 31,78 4,58 2,55 70,88 4,66 Caerd
Fonte: Relatório do Siságua/esgoto – ano DE 2017
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Dizem que antes de um rio entrar no mar, ele treme de medo. Olha pra traz
para toda jornada que percorreu pelo longo caminho sinuoso que trilhou
através de florestas e povoados, e vê a sua frente um oceano tão vasto, que
estar nele nada mais é do que desaparecer para sempre, mas não há outra
maneira. O rio não pode voltar. Voltar é impossível na existência. O rio
precisa arriscar e entrar no oceano. Somente ao entrar no oceano o medo
irá desaparecer, porque apenas então o rio saberá que não se trata de
desaparecer no oceano, mas de tornar-se oceano. (OSHO, citado por Khalil
GIBRAN).