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MÁQUINAS SÍNCRONAS

FEEVALE

Aula 14 – Geradores Síncronos de Pólos Lisos

Prof. Ronaldo Antonio Guisso

1º Semestre de 2023
1. G.S. de Pólos Lisos – Análise em Regime Permanente
1.1 Aspectos gerais
• M.S. de pólos lisos tem entreferro praticamente constante.
➢ Essencialmente torque de excitação.

• O modelo da M.S. de pólos lisos pode ser extraído através da análise:


➢ Do comportamento da máquina a vazio.
➢ Do comportamento da máquina sob carga.
➢ Das perdas.
1. G.S. de Pólos Lisos – Análise em Regime Permanente
1.2 Operação em Vazio
• Representação apenas da fase “a”.

if  H

HB

B 

Fonte: Máquinas Síncronas – Notas de Aula – Prof. Carlos A. Castro – UNICAMP.

 = t  Posição Inst. do rotor.


a ( ) = M cos( )  Fluxo sobre eixo fase" a".

a ( = t ) = M cos(t )  Fluxo em função do tempo.


1. G.S. de Pólos Lisos – Análise em Regime Permanente
1.2 Operação em Vazio
• Tensão induzida – Lei de Faraday e Lenz.

d d
e f = − N a (t ) (1) e f (t ) = − N (a ( = t ) = M cos(t )) (2)
dt dt

e f (t ) = Vp sen(t ) (3)
1. G.S. de Pólos Lisos – Análise em Regime Permanente
1.2 Operação em Vazio
• Tensão alternada senoidal por meio de um alternador
trifásico.
1. G.S. de Pólos Lisos – Análise em Regime Permanente
1.3 Operação sob carga
• Presença de corrente nos enrolamentos da armadura.

ia = I p cos(t ) 
 

ib = I p cos(t − 120 ) Sist. Equilibrado (4)
 
ic = I p cos(t + 120 ) 
• Conseqüentemente produz-se FMM - (Ni).
Fa = Fp cos(t ) 
 

Fb = Fp cos(t − 120 ) Sist. Equilibrado
(5)

Fc = Fp cos(t + 120 ) 

• FMM resultante.
3
Fra = Fp (6) Constante
2
1. G.S. de Pólos Lisos – Análise em Regime Permanente
1.4 Diagrama Fasorial
• A “Fra” se refere à força magnetomotriz de reação da armadura.

• A “Fra” corresponde a um campo girante de amplitude constante


no entreferro;

• “Fra” gira a velocidade síncrona, portanto se encontra


estacionária em relação ao campo do rotor.

• A tensão terminal do gerador é dada pela combinação do campo


girante da “Fra” com o campo do rotor.
1. G.S. de Pólos Lisos – Análise em Regime Permanente
1.4 Diagrama Fasorial

• Corrente de campo produz Φf.

Φra • Φf Induz Ef (-90º).

• Ia produz Fra e Φra (em fase).


Φf Φt Ef
• Φra induz Era (-90º)
Era
Et
• Φf + Φra= Φt no entreferro
Ia
• Ef + Era = Et
1. G.S. de Pólos Lisos – Análise em Regime Permanente
1.5 Representação das Perdas

• As perdas em máquinas síncronas podem ser classificadas:


• Perdas ôhmicas
• Modeladas com um resistência (Ra).
• Dispersão de fluxo de armadura
• Modeladas com uma reatância de dispersão (xl)

Fonte: Máquinas Síncronas – Notas de Aula – Prof. Carlos A. Castro – UNICAMP.

• Perdas mecânicas (atrito, ventilação)


• Modeladas externamente ao circuito equivalente.
1. G.S. de Pólos Lisos – Análise em Regime Permanente
1.6 Circuito Equivalente
•Do diagrama fasorial visto anteriormente (slide (8)), tem-se:

Et = E f + Era (7)

• Observa-se que:
•“Ia” está adiantada de 90º em relação à “Era”.
•Ou, ainda, Ia está atrasada de 90º em relação à “-Era”.
•É como se “-Era” fosse aplicada a uma reatância e “Ia” fosse a corrente que
sua pela reatância (1). Deste modo:

Et = E f − (− Era ) (8)

Et = E f − jxra I a (9)

Modelo típico de um fonte ideal à montante de sua impedância interna.


1. G.S. de Pólos Lisos – Análise em Regime Permanente
1.6 Circuito Equivalente
• Considerando as perdas, o circuito equivalente de uma M.S. de pólos
lisos é dado por:

• Diagrama Fasorial: Fonte: Máquinas Síncronas – Notas de Aula – Prof. Carlos A. Castro – UNICAMP.

Fonte: Máquinas Síncronas – Notas de Aula – Prof. Carlos A. Castro – UNICAMP.

• O modelo acima represente o modela clássico das M.S., em regime


permanente.
1. G.S. de Pólos Lisos – Análise em Regime Permanente
1.6 Diagrama Fasoriais
Exemplo 1
• Um alternador trifásico de 1000 kVA, ligação estrela, tem uma
resistência de armadura de 2 ohms por fase e uma reatância de
armadura síncrona de 20 ohms por fase. Encontre a tensão gerada por
fase (e a regulação de tensão), a plena carga, para que a tensão de linha
de saída seja 4600 V quando:
• Fator de potência 0,75 em atraso
• Fator de potência unitário
• Fator de potência 0,75 em avanço
• Fator de potência 0,4 em avanço
• Desenhe os respectivos diagramas fasoriais
2. Ensaios - G.S. de Pólos Lisos
2.1- Resistência da Armadura
2. Ensaios - G.S. de Pólos Lisos
2.2- Impedância Síncrona
• Procedimentos:
• Ensaio a vazio: obtém-se a curva de magnetização excitando
independentemente o alternador, e acionando-o à velocidade síncrona.
• Ensaio de curto-circuito: ligam-se amperímetros para ler as correntes de
linha. A corrente de campo é inicialmente ajustada em zero, e o alternador
é acionado à velocidade síncrona. Faz-se a leitura de pares de correntes,
corrente de excitação versus corrente da armadura em curto-circuito,
obtendo uma curva linear.
2. Ensaios - G.S. de Pólos Lisos
2.2- Impedância Síncrona

Para um curto circuito: Vf = 0 → Egf = ZsIa

Egf
Zs = (10) X s = Z s 2 − Ra 2 (11)
Ia
Exemplo 2
• Um alternador trifásico de 110 kVA, 1100 V, ligação em estrela, foi
testado de acordo com o procedimento indicado para a obtenção da
impedância síncrona. Os dados obtidos foram os seguintes:

Ensaio de resist. CC Ensaio a vazio Ensaio de curto-circuito


V (entre linhas) = 6Vcc Icampo = 12,5Acc Icampo = 12,5Acc
I (linha) = 10Acc Egf (entre linhas) = 420Vca Ia (linha) = Inominal

• Determinar:
➢ Resistência da armadura, reatância e impedância síncrona por fase
3. Característica Potência x Ângulo
3.1 Potência Ativa
• Considerando o diagrama fasorial da M.S. - Pólos Lisos:

Et = E f − (ra + jxs ) I a (12)

Forma Polar

Et = E f  − ra I a  − xs I a (90 −  ) (13)

Forma Retangular (14)


Et = E f cos( ) + jE f sin( ) − ra I a cos( ) + jra I a sin( ) − xs I a cos(90º − ) − jxs I a sin(90º − )
3. Característica Potência x Ângulo de Carga.
3.1 Potência Ativa
• Tomando a parte imaginária da equação na retangular e considerando
que ra<< Xs (desprezando a resistência), tem-se:
zero zero

Et = E f cos( ) + jE f sin( ) − ra I a cos( ) + jra I a sin( ) − xs I a cos(90º − ) − jxs I a sin(90º − )

(15)
Ef
0 = E f sin( ) − xs I a sin(90º − ) (16) I a cos( ) = sen ( ) (17)
xs
• Multiplicando ambos os lados da Eq. (17) por Et, obtém-se:

Et E f
E I a cos( ) = sen ( ) (18)
t   xs
P
Fonte: Máquinas Síncronas – Notas de Aula – Prof. Carlos A. Castro – UNICAMP.

• Sendo que “P” se refere à POTÊNCIA ATIVA fornecida pela gerador


3. Característica Potência x Ângulo de Carga.
3.1 Potência Ativa
• Da Eq (18), obtém-se a curva Pxδ (potência-ângulo).
➢ δ = 90º - limite de estabilidade estática

Fonte: Máquinas Síncronas – Notas de Aula – Prof. Carlos A. Castro – UNICAMP.


3. Característica Potência x Ângulo de Carga.
3.2 Potência Reativa
• Tomando-se a parte real da Eq. (14), obtém-se o comportamento (Q x δ).
zero (19)
Et = E f cos( ) + jE f sin( ) − ra I a cos( ) + jra I a sin( ) − xs I a cos(90º − ) − jxs I a sin(90º − )

Ef Ef
Et = E f cos( ) − xs I a cos(90º − ) (16) I a sen ( ) = cos( ) − (20)
xs xs

• Multiplicando ambos os lados da Eq. (20) por Et, obtém-se

Et E f E t2 Et
E I a sen ( ) = cos( ) − (21) Q= ( E f cos( ) − Et )
t   xs xs xs
(22)
Q

• Sendo que “Q” se refere à POTÊNCIA REATIVA fornecida pela gerador.


3. Característica Potência x Ângulo de Carga.
3.2 Potência Reativa
• De modo geral os geradores síncronos operam com δ até 30º.
Exemplo 3
• Exemplo 5.6 – FitzGerald p.269 – Um gerador síncrono, trifásico, 13,8 kV com
Xs=1,35 p.u. e conectado a um sistema externo (Figura 1), cuja reatância
equivalente (Xeq) é 0,23 p.u. e a tensão corresponde a 1 p.u.
• a) Encontre a máxima potência que pode ser fornecida pelo gerador ao circuito
externo, se a tensão interna da máquina é mantida constante é igual a 1 p.u.
• b) Considerando que o gerador seja equipada com um regulador automático de
tensão, o qual controla a corrente de campo de modo a manter constante a tensão
terminal. Neste caso, se despachada a potência nominal do gerador, calcule o
correspondente ângulo de carga, bem como a tensão interna em p.u.
• c) Para o item (b) determine a potência reativa fornecida.

Figura 1 – Sistema gerador barramento infinito.


Referências
• FITZGERALD, A. E. Máquinas Elétricas. São Paulo: McGraw-Hill,
1975.
• KOSOW, I. Máquinas Elétricas e Transformadores. São Paulo:
Globo, 1995.
• Rech C. Apresentações – Máquinas Elétricas de Corrente
Contínua. Ijuí: Unijuí, 2005.
• Rodrigues A. L., Apresentações Máquinas Eléctricas de
Corrente Contínua. Nova de Lisboa, Universidade Nova de
Lisboa, 2006.
• CHAPMAN, Stephen J. Electric machinery Fundamentals. New
York : McGraw-Hill ,1991.

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