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SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL

OBTENÇÃO DO HIDROGÊNIO ATRAVÉS DA ELETRÓLISE

SÃO JOSÉ DOS PINHAIS/PR


1

2015
ALINE RAMOS SIQUEIRA

EVERTON ALEXANDRE FARIAS

JOÃO VITOR DANIEL FERREIRA

JULIO WILLIAM PAIONK

TALITA DO ROCIO AMÂNCIO

OBTENÇÃO DO HIDROGÊNIO ATRAVÉS DA ELETRÓLISE

Trabalho apresentado à disciplina de


Desenvolvimento de Projetos Mecânicos,
como requisito de conclusão do curso Técnico
em Mecânica, do SENAI-PR.

Orientadores:
Bsc. Angelo Antônio Leithold
Msc. Celso Prosdossimo
Bel. Renato Rosseti Costa

SENAI Costeira
SÃO JOSÉ DOS PINHAIS
2

2015
RESUMO

O objetivo deste projeto é desenvolver um reator eletrolítico que seja eficiente e


utilize água do mar na produção de hidrogênio com o propósito da independência do
petróleo e seus derivados. As fontes de energia, cada vez mais escassas,
encarecerão exponencialmente as fontes energéticas em um futuro não muito
distante. Assim, a procura por energias alternativas vem crescendo em escala
mundial. A possibilidade da construção de um reator eletrolítico com materiais
resistentes à corrosão deverá mostrar eficiência na remoção do Hidrogênio para
mostrar a eficiência energética e demonstrar a responsabilidade ambiental
empregada ao processo. Foram pesquisados reservatórios apropriados, para que
não ocorra vazamento e explosão durante o processo e armazenamento do gás,
além de sistemas de compressão do mesmo. A energia solar e a rede elétrica são
pontos vitais para o processo. É esperado que esta pesquisa contribua para o
desenvolvimento de novos projetos, que por sua vez, propiciem à redução do
consumo de energia e a diminuição de poluentes emitidos pela queima de
combustíveis fósseis.

Palavras Chaves: Hidrogênio. Eletrólise. Energia Solar. Compressão. Água


salgada.
3

LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 – DIAGRAMA DA FUNÇÃO GLOBAL.......................................................30
FIGURA 2 – ESTRUTURA FUNCIONAL....................................................................31
FIGURA 3 – PRIMEIRA CONCEPÇÃO......................................................................34
FIGURA 4 – SEGUNDA CONCEPÇÃO......................................................................35
FIGURA 5 – CROQUI DO PROJETO.........................................................................36
FIGURA 6 – PROJETO FINAL....................................................................................38
FIGURA 7 – BATERIA ESTACIONARIA....................................................................39
FIGURA 8 – ELETRODOS PARA A ELETRÓLISE....................................................40
FIGURA 9 – ELETROLISADOR..................................................................................41
FIGURA 10 – CAIXA D’ÁGUA....................................................................................42
FIGURA 11 – COMPRESSOR DE DIAFRAGMA ......................................................43
FIGURA 12 – CILINDRO.............................................................................................44
FIGURA 13 – CIRCUITO ELÉTRICO DO REATOR...................................................46
FIGURA 14 – CIRCUITO ELÉTRICO DO COMPRESSOR........................................46
FIGURA 15 – CIRCUITO ELÉTERICO DA PLACA SOLAR.......................................47
FIGURA 16 – CIRCUITO ELÈTRICO DA PLACA SOLAR EM FUNCIONAMENTO. 47
FIGURA 17 – DIAGRAMA DE ISHIKAWA .................................................................48
4

LISTA DE TABELAS
TABELA 1 - Poder calorífico de diferentes combustíveis...........................................16
TABELA 2 – Especificações do Compressor..............................................................43
TABELA 3 – Especificações do Cilindro.....................................................................45
TABELA 4 – Severidade ........................................................................................... 50
TABELA 5 – Ocorrência..............................................................................................50
TABELA 6 – Detecção.................................................................................................50
TABELA 7- FMEA .......................................................................................................51
TABELA 8 – Custos.....................................................................................................55
TABELA 9 – Equações................................................................................................61
5

LISTA DE QUADROS
QUADRO 1 – Placas Solares......................................................................................18
QUADRO 2- Controlador de carga..............................................................................19
QUADRO 3 – Baterias.................................................................................................20
QUADRO 4 – Carregadores de baterias.....................................................................21
QUADRO 5 – Caixas d’água.......................................................................................22
QUADRO 6 – Filtros de entrada de água...................................................................23
QUADRO 7 – Eletrolisador..........................................................................................24
QUADRO 8 – Motores Elétricos..................................................................................25
QUADRO 9 – Compressores......................................................................................26
QUADRO 10 – Cilindros..............................................................................................27
QUADRO 11 – Reguladores de pressão....................................................................28
QUADRO 12 – Sensores de nível de água.................................................................29
QUADRO 13 – Matriz Morfológica..............................................................................32
QUADRO 14 – Plano de Manutenção........................................................................49
QUADRO 15 – Componentes ....................................................................................55
6

LISTA DE GRÁFICOS
GRAFICO 1 – Quantidade por tempo.........................................................................57
7

LISTA DE ABREVIAÇÕES E SIGLAS

°C = grau Celsius

A = Área

bar = Unidade de pressão

h = Altura

H2 = Hidrogênio

l = Litro

g = Grama

ml = Mililitro

m = Metro

O2 = Oxigênio

Q = Vazão

r = Raio

t = Tempo

V = Volts

V = Volume

= 3,1415925635...

ABNT = Associação Brasileira de Normas Técnicas

FMEA = Failure Mode and Effect Analysis

MTE = Ministério do Trabalho e Emprego

NR = Norma Regulamentadora

RPM = Rotação por minuto


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SUMÁRIO
1 INDTRODUÇÃO.......................................................................................................10
1.1 OBJETIVOS..........................................................................................................10
1.1.1 Objetivo Geral.....................................................................................................10
1.1.2 Objetivos Específicos.........................................................................................11
1.2 JUSTIFICATIVA....................................................................................................11
2 REFERENCIAL TEÓRICO......................................................................................12
2.1 DESCRIÇÃO DO PROBLEMA..............................................................................12
2.2 FUNDAMENTAÇÕES TEÓRICAS........................................................................13
2.2.1 Segurança..........................................................................................................17
2.2.2 Padrões..............................................................................................................18
2.3 PESQUISAS DE MERCADO................................................................................18
2.3.1 Placa Solar.........................................................................................................18
2.3.2 Controlador de Carga.........................................................................................19
2.3.3 Baterias..............................................................................................................20
2.3.4 Carregadores de Bateria....................................................................................21
2.3.5 Caixas d’água.....................................................................................................22
2.3.6 Filtros de entrada de água.................................................................................23
2.3.7 Eletrolisador........................................................................................................24
2.3.8 Motores Elétricos................................................................................................25
2.3.9 Compressores....................................................................................................26
2.3.10 Cilindros............................................................................................................27
2.3.11 Reguladores de Pressão..................................................................................28
2.3.12 Sensores de nível de água...............................................................................29
3 DESEVOLVIMENTO................................................................................................30
3.1 ESTRUTURA FUNCIONAL...................................................................................30
3.2 MATRIZ MORFOLÓGICA.....................................................................................31
3.3 ARQUITETURA DAS CONCEPÇÕES.................................................................32
3.3.1 Primeira Concepção...........................................................................................33
3.3.2 Segunda Concepção..........................................................................................34
3.3.3 Terceira concepção............................................................................................35
3.3.4 O Projeto............................................................................................................36
3.4 DESCRIÇÕES DO PROJETO..............................................................................37
9

3.4.1 Plano de Manutenção........................................................................................47


3.4.2 Custos de Componentes e Materiais.................................................................52
3.4.3 Experimento.......................................................................................................55
3.5 CÁLCULOS...........................................................................................................56
3.5.1 Equações............................................................................................................56
3.5.2 Calculo Algébrico................................................................................................58
4 ANÁLISE DE RESULTADOS..................................................................................62
5 CONCLUSÃO..........................................................................................................64
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFÍCAS...........................................................................65
APÊNDICES................................................................................................................67
ANEXO 1.....................................................................................................................72
ANEXO 2.....................................................................................................................74
ANEXO 3.....................................................................................................................81
ANEXO 4.....................................................................................................................82
10

1 INTRODUÇÃO

Atualmente os processos mais comumente utilizados para a geração de


energia são as Hidrelétricas e as Fósseis (petróleo), devido às perspectivas de um
prazo relativamente curto para o esgotamento das reservas de petróleo em nível
mundial, há a necessidade urgente de reestruturação da matriz energética. Devido a
isso a utilização da energia solar vem crescendo em escala mundial (MME, 2010).
A busca por meios alternativos para a produção de energia e meios distintos
para combustíveis renováveis é um escopo de estudo atual. Entre os meios
possíveis para combustíveis renováveis, a utilização do Hidrogênio vem ganhando
destaque. Além de ser bastante utilizado na indústria química, petroquímica e
alimentícia, possui também um grande potencial energético. O gás HHO, ou gás de
Brown, nome dado ao gás hidrogênio e oxigênio, produzido em um mesmo reator
eletrolítico, pode ser usado como matriz energética, melhorando a eficiência e
reduzindo o consumo de energia (AL-ROUSAN, 2010).
O presente trabalho demonstra a obtenção do Hidrogênio de forma limpa e
sustentável, independente do petróleo e realiza a geração de energia elétrica a partir
de energia renovável, sendo que tal energia é utilizada como fonte de alimentação
do sistema, e ainda, é de suma importância o uso para a obtenção do gás.
E devido a dificuldade do Hidrogênio gasoso se manter estável, o H 2 na
presença de O2 se torna uma mistura altamente explosiva em altas temperaturas ou
em alta pressão, é estudado um possível método de compressão do Hidrogênio de
forma eficiente, segura e economicamente viável (BACH, 2013).

1.1 OBJETIVOS

1.1.1 Objetivo Geral

Estudar a captação e o armazenamento do Hidrogênio oriundo do processo


eletrolítico de forma limpa e sustentável.
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1.1.2 Objetivos Específicos

 Estudar reatores eletrolíticos e sua mecânica;


 Pesquisar métodos mecânicos de bombeamento e compressão segura do
Hidrogênio;
 Estudar os vasos de pressão para o seu armazenamento e a sua resistência
à compressão;

1.2 JUSTIFICATIVA

O aumento da poluição atmosférica vem crescendo exponencialmente desde


a Revolução Industrial, assim, a pesquisa de fontes de energias alternativas vem
aumentando em ritmo acelerado em escala mundial. As faltas de incentivos à
pesquisa no Brasil causam atraso tecnológico em relação a outros países, em que
as pesquisas avançam em todas as instituições, sejam de ensino, de pesquisas, ou
mesmo industriais.
O Hidrogênio é estudado como meio de geração de energia desde 1806 por
François Isaac de Rivaz. Porém, somente a partir da crise petrolífera, na década de
70, após a segunda Grande Guerra que levou a um maior interesse para pesquisas
sobre fontes alternativas de matrizes energéticas (OPEC, 1973-1974). Colocando o
Hidrogênio como matriz energética, chama a atenção de tal combustível como fonte
de energia renovável. Sua obtenção pode ser de diversas formas, como por
exemplo, eletrólise da água, vapor reformado dentre outras.
O presente trabalho procura demonstrar a captação e compressão do
Hidrogênio de forma segura e que a sua principal limitação quanto sua utilização
como fonte energética é de fato manter sua estabilidade durante o processo. Assim,
foram identificadas possíveis soluções, visando agilidade, custo benefício e
segurança, seguindo conforme as normas demonstradas nas NR16 e NR32 que
padroniza todo projeto ou operação perigosa.
12

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 DESCRIÇÃO DO PROBLEMA

A partir da análise do processo de combustível fóssil, sabe-se que


atualmente 80% da matriz energética mundial correspondem à queima de
combustível fóssil, acarretando em um aumento da poluição para o meio ambiente
(BP, 2007). Por esse motivo, foi desenvolvido o processo de eletrólise a partir da
água do mar como fonte sustentável, ambientalmente viável e limpo. (GUARIREIRO,
2011). Pois como citado por AZUAGA (2010), O desenvolvimento depende
indubitavelmente de energia por muito tempo, em quantidades cada vez maiores.

“A energia é indispensável à sobrevivência diária. O desenvolvimento futuro


depende indubitavelmente de que se disponha de energia por muito tempo,
em quantidades provavelmente cada vez maiores, e de fontes seguras,
confiáveis e adequadas ao meio ambiente [...] Atualmente, a energia
necessária a esses serviços provém de combustíveis (petróleo, gás, carvão,
fontes nucleares, madeira e outras fontes primárias – solar, eólica ou
hidráulica) que não têm utilidade até serem convertidos nos serviços de
energia dos quais o homem precisa, por meio de máquinas ou de outros
tipos de equipamentos, como motores, turbinas e fogões. No entanto, existe
o desperdício de grandes quantidades de energia primária devido ao
planejamento inadequado ou ao funcionamento ineficiente do equipamento
usado para converter a energia nos serviços necessários. As atuais fontes
primárias de energia são quase todas não renováveis: gás natural, petróleo,
carvão, turfa e minerais nucleares. Há também fontes renováveis, como
madeira, vegetais, fontes geotérmicas, quedas d'água, energia solar e
eólica, entre outras. [...] “ (AZUAGA, 2010).

Após tais análises, a procura por fontes renováveis, em óbvia escala


crescente, acabou por direcionar também as pesquisas para o uso de gás
hidrogênio como fonte energética. Todavia, um dos problemas encontrados no
Hidrogênio é o armazenamento em um tanque de alta pressão que ocupe a menor
área, o menor peso e o menor custo. (BACH, 2013):
Com o passar do tempo e a carência de estudos sobre o gás no Brasil, o
Hidrogênio continua sendo considerado perigoso, pois sua característica de
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dispersão no ar é elevada devido a sua baixa densidade, e a facilidade de


combustão comparada aos combustíveis convencionais ao contato com o O 2 é
maior.
Porém, as dúvidas sobre como se obter o Hidrogênio de forma limpa
aparecem. O Brasil faz pouca utilização de fontes renováveis de energia. Entretanto,
a maioria dos métodos para a retirada do Hidrogênio ainda continuam sendo
dependentes dos combustíveis fósseis como citado por CARNIELETTO (2011):

“Em se falando de H2, para sua produção e distribuição há que se


considerarem todas as suas formas de obtenção, dando-se ênfase ao uso
das energias renováveis. Entre as formas vislumbradas de produção de H2
estão: eletrólise, fotólise, eletrólise do vapor, decomposição termoquímica
(que é o processo foto eletroquímico de decomposição da água), reforma ou
gaseificação do petróleo ou do carvão, reforma do etanol ou metanol,
reforma catalítica ou craqueamento térmico do gás natural, gaseificação da
biomassa, fermentação ou foto decomposição de compostos orgânicos de
oxidação parcial de hidrocarbonetos. Entretanto, maioria destes métodos
ainda continua sendo dependente dos combustíveis fósseis. Resta, contudo,
a eletrólise da água para obter H2 e oxigênio (O2). A eletrólise é atualmente
responsável por, aproximadamente, 4% da produção mundial de H2,
podendo ou não ser dependente do petróleo [32]. Mais um fator de
motivação para a geração de H2 e O2 por eletrólise da água em nosso país
deve-se a pouca utilização das fontes renováveis de energia e à dimensão
do Brasil, fazendo com que o sistema energético brasileiro seja susceptível
às falhas e possíveis faltas de energia. Assim sendo, a busca por
alternativas para melhorar a qualidade da energia e a sua expansão
coordenada movimentam os centros de pesquisa em universidades e
empresas no Brasil e no mundo.” (CARNIELETTO, 2011)

2.2 FUNDAMENTAÇÕES TEÓRICAS

O trabalho é realizado com base em pesquisas sobre fontes de energias


alternativas, renováveis e não renováveis. Toda a energia renovável vem através de
recursos naturais e reabastecidos naturalmente, por exemplo, energia fornecida
através do aproveitamento da chuva, do sol, do vento e das marés. Dentre as
energias não renováveis, provindas de recursos naturais, mas com fontes limitadas,
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tem-se, por exemplo, a energia retirada através da queima de combustíveis fósseis


na indústria petroquímica.
A indústria petroquímica acabou por se tornar uma das principais fontes de
energia da atualidade. Muito disso, deve-se a ascensão do uso de combustíveis
fósseis no século XX, como bem relatado por CANUTO (2002):

“A moderna era do petróleo teve início em meados do século XIX, quando


um norte-americano conhecido como Coronel Drake encontrou petróleo a
cerca de 20 metros de profundidade no oeste da Pensilvânia, utilizando uma
máquina perfuratriz para a construção do poço. Os principais objetivos eram
então a obtenção de querosene e lubrificantes. Nessa época, a gasolina
resultante da destilação era lançada aos rios (prática comum na época) ou
queimados, ou então misturados no querosene, por ser um explosivo
perigoso. Entretanto, a grande revolução do petróleo ocorreu com a
invenção dos motores de combustão interna e a produção de automóveis
em grande escala, que deram à gasolina (obtida a partir do refino do
petróleo) uma utilidade mais nobre.” (CANUTO 2002).

Outra das principais fontes de energia utilizadas na atualidade é o Etanol, que


se trata de um composto orgânico obtido através da fermentação de açúcares, da
quais, geralmente são provindos da cana de açúcar. Observa-se que no caso do
combustível fóssil, a matéria prima é obviamente finita, e no caso do Etanol, o
mesmo pode ser considerado como energia renovável, mesmo que a altos custos.
CARDOSO (2012) aponta ainda que:

“Foi constatado que a grande maioria dos insumos energéticos utilizados na


produção de energia em grande escala possui reservas finitas. Estes
aumentos de demanda agregados às limitações das reservas fizeram com
que as perspectivas de duração das fontes de energia predominantes se
tornassem reduzidas. [...]. A preocupação em se preservar o meio ambiente
para as gerações futuras, discutindo-se questões tais como o aquecimento
global e as emissões de carbono, passou a ser um tópico de destaque em
qualquer projeto de geração de energia. Além dos aspectos quantitativos e
ambientais existem também fatores econômicos que impactam diretamente
no setor energético, com foco na indústria de petróleo.” (CARDOSO, 2012).

A energia considerada renovável, como citado acima, vem dos recursos


naturais e fonte ilimitada, como por exemplo, o sol e o biogás. A energia utilizada no
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projeto será a solar, que pode ser aproveita através de placas solares. Onde o
campo a ser estudado no Brasil sobre essa tecnologia vem crescendo a cada ano,
pois os danos causados ao meio ambiente provindo dos combustíveis fósseis cria
um cenário preocupante ao próximo século, como citado por NASCIMENTO (2004).

“A exploração intensa das reservas esgotáveis de combustíveis fósseis e os


danos causados ao meio ambiente apresentam um cenário preocupante
para o próximo século. Nesse contexto assume crucial importância a busca
de fontes alternativas de energias renováveis e não poluentes, como a solar
e a eólica. Vários países investem nas aplicações da energia solar,
analisando desde as características do fluxo de radiação solar que chega a
terra até a tecnologia necessária para viabilizar, em termos técnicos e
econômicos, o máximo aproveitamento dessa energia. O Brasil também
busca soluções para o futuro, elaborando estudos para avaliar a eficácia de
pequenos módulos solares, em regiões remotas e o mapeamento do
potencial energético solar existente no país, para estabelecer uma política
nacional ao setor. Para a complementação da energia hidrelétrica é
necessária uma fonte energética com várias características particulares:
limpa (não poluente), não escassa, distributiva e que possa ser usada em
residências, indústrias e em estabelecimentos comercias. Uma das que
possui todas essas características é a energia elétrica fotovoltaica.”
(NASCIMENTO, 2004)

E como citado anteriormente, o Biogás também entra na classificação das


energias renováveis, pois o ser humano nunca irá parar de produzir lixo ou esgotos,
porém, muitas pessoas confundem a questão das vantagens de produzir o biogás,
pelo fato da produção eminente do gás CO2, como citado por ROYA at all; (2011).

“Muitas vezes algumas pessoas podem confundir um pouco a questão das


vantagens de se produzir o biogás. Essas pessoas acreditam que esse
combustível não emite nenhum gás poluente. Na verdade, o Biogás é
também um emissor de Dióxido de Carbono (CO2) ou Gás Carbônico, como
é mais comumente conhecido. Quando essas pessoas descobrem essa
informação, acabam se decepcionando e pondo em dúvidas a real
vantagem de utilizar o biogás. O fato é que o CO2 é realmente um gás
causador de efeito estufa, no entanto é 20 vezes menos poluente do que o
gás Metano (CH4). Então a grande vantagem do biogás não é que ele não
seja poluente, e sim que é muito menos do que os combustíveis fósseis.”
(ROYA at all 2011)
16

Todos os exemplos citados acima têm suas propriedades únicas. Alguns


como combustíveis. O poder calorífico de cada elemento interfere no desempenho
do processo a ser realizado. Como o propósito deste projeto é a captação do
Hidrogênio e sua compressão de forma limpa, foi necessário observar o possível
elemento com a maior taxa calorífica para a geração de energia e que justifique a
escolha conforme a tabela 1.

Tabela 1 - Poder calorífico de diferentes combustíveis


Combustível Valor do Poder Ca- Valor do Poder Ca-
lorífico Superior (a lorífico Inferior (a
25°C e 1 atm) 25°C e 1 atm)
Hidrogênio 141,86 KJ/g 119,93 KJ/g
Metano 55,53 KJ/g 50,02 KJ/g
Propano 50,36 KJ/g 45,6 KJ/g
Gasolina 47,5 KJ/g 44,5 KJ/g
Gasóleo 44,8 KJ/g 42,5 KJ/g
Metanol 19,96 Kj/g 18,05 KJ/g
Fonte: Fernando Miguel e Fernando Antônio

O que se tem de conhecimento pelo Hidrogênio é a sua facilidade de


combustão, qualquer agente externo como calor ou faísca, pode gerar a ignição
instantânea do gás. Como visto na tabela 1 o Hidrogênio tem a mais alta energia por
sua unidade de peso. O Hidrogênio é o elemento mais leve e não tem o peso dos
átomos de carbono. A alta energia contida no Hidrogênio o classifica como o gás
com a massa de explosão a mais destrutiva e mais rápida, como citado pelos alunos
MIGUEL, ANTONIO (2005).

“O hidrogénio tem a mais alta energia por unidade de peso


comparativamente com qualquer combustível, uma vez que o hidrogénio é o
elemento mais leve e não tem os pesados átomos do carbono. É por esta
razão que o hidrogénio tem sido usado intensamente nos programas
espaciais onde o peso é crucial. Especificamente a quantidade de energia
libertada durante a reação do hidrogénio é cerca de 2,5 vezes do poder de
combustão de um hidrocarboneto (gasolina, gasóleo, metano, propano,
etc...). Assim, para satisfazer um consumo energético, a massa de
hidrogénio necessária é apenas aproximadamente uma terça parte da
massa de um hidrocarboneto (ver Tabela 1). A alta energia contida no
hidrogénio também implica que a energia de explosão do gás hidrogénio
seja aproximadamente 2,5 vezes a dos hidrocarbonetos normais. Logo, para
a mesma massa as explosões do gás hidrogénio são mais destrutivas e
mais rápidas. Embora o hidrogénio seja o combustível ideal para a maioria
17

das pilhas de células de combustível, existem atualmente poucas


infraestruturas a hidrogénio e este tem que ser produzido a partir de fontes
de energia primárias. O tipo de combustível primário usado e o
processamento do combustível, feito no local (no caso de produção de
energia estacionária) ou a bordo de (no caso de transporte) dependerá da
aplicação, da disponibilidade do combustível certo no local e do tipo exato
de pilha de célula de combustível.” (MIGUEL, ANTONIO, 2005)

Baseando-se nesses exemplos e debates obtidos dentro do grupo juntamente


com os orientadores, foi escolhido o Hidrogênio. O grupo chegou à conclusão de
que será necessária a produção de um sistema independe de combustíveis fósseis,
e energia elétrica, criando o sistema autossustentável para a produção do
Hidrogênio (Eletrólise) e sua compressão.
E para a realização do projeto de forma segura, foram analisadas as normas
regulamentadoras NR32 e NR16 que padroniza todo projeto de (Atividades ou
operações perigosas).

2.2.1 Segurança

Com a análise de normas regulamentadoras NR32 e NR16, teve-se o intuito


de padronizar o projeto, obtendo a segurança, parâmetros de armazenagem e
outros padrões de projeto.
Conforme o item 32.3.8.3 da NR32, os cilindros contendo gases inflamáveis,
tais como o Hidrogênio, devem ser armazenados a uma distância mínima de oito
metros dos gases oxidantes como oxigênio e óxido nitroso, ou armazenado através
de barreiras vedadas e resistentes ao fogo.
Segundo o item 16.5 da NR16 são consideradas atividades ou operações
perigosas às executadas com explosivos sujeitos a:
 Ação de agente externo, tais como, calor, umidade, centelhas, fogo,
fenômenos sísmicos, choque e atritos.
De acordo o item 16.6 da NR16 as operações de transporte de inflamáveis
líquidos ou gasosos liquefeitos, em quaisquer vasilhames e a granel, são
consideradas em condições de periculosidade, exclusão para o transporte em
pequenas quantidades, até o limite de 135 (cento e trinta e cinco) quilos para os
inflamáveis gasosos liquefeitos.
18

2.2.2 Padrões

Para que o projeto fosse executado, foi necessária a utilização de cálculos


tabelados, Normas Regulamentadoras, trabalhos como referências e a colaboração
dos orientadores.

2.3 PESQUISAS DE MERCADO

De acordo com os problemas encontrados no projeto, foram pesquisadas


algumas soluções já existentes no mercado. Com base nas pesquisas realizadas,
não foi encontrado nenhum método, produto ou sistema com a mesma resolução,
porém, há equipamentos semelhantes disponíveis, como são apresentados nos
quadros de forma sucinta os principais concorrentes diretos que foram encontrados.

2.3.1 Placa Solar

Quadro 1: Placas solares


Fonte: Os autores
19

2.3.2 Controlador de Carga

Quadro 2: Controladores de carga


Fonte: Os autores
20

2.3.3 Baterias

Quadro 3: Baterias
Fonte: Os autores
21

2.3.4 Carregadores de Bateria

Quadro 4: Carregador de Bateria


Fonte: Os autores
22

2.3.5 Caixas d’água

Quadro 5: Caixa d’água


Fonte: Os autores
23

2.3.6 Filtros de entrada de água

Quadro 6: Filtros
Fonte: Os autores
24

2.3.7 Eletrolisador

Quadro 7: Eletrolisador
Fonte: Os autores
25

2.3.8 Motores Elétricos

Quadro 8: Motores Elétricos


Fonte: Os autores
26

2.3.9 Compressores

Quadro 9: Compressores e Bomba


Fonte: Os autores
27

2.3.10 Cilindros

Quadro 10: Cilindros


Fonte: Os autores
28

2.3.11 Reguladores de Pressão

Quadro 11: Reguladores de Hidrogênio


Fonte: Os autores
29

2.3.12 Sensores de nível de água

Quadro 12: Sensores de nível da água


Fonte: Os autores
30

3 DESENVOLVIMENTO

3.1 ESTRUTURA FUNCIONAL

Essa etapa define a Estrutura Funcional, a qual desenvolve a função principal


e as demais funções do projeto, determinando as concepções obtidas durante o
processo. Através de estudos e experimentos, foi possível identificar que esse
processo é desenvolvido de forma sustentável, assim não prejudicando o meio
ambiente.
A função global do projeto é o reator, onde ocorre a quebra das moléculas da
água do mar, separando o Hidrogênio do Oxigênio a partir da eletrólise. Com essa
definição a função global é representa de forma simplificada na 1.

Figura 1: Diagrama da função global.


Fonte: Os autores.

Com a definição da função global foi possível realizar a estrutura


funcional, a qual desenvolve as soluções a cumprir as tais funções. Assim a figura 6
mostra as cadeias de funções que atuam nos fluxos de energia, eletrólise e controle,
compondo o sistema estrutural/funcional do processo da quebra de moléculas do
Hidrogênio e Oxigênio.
31

Figura 2: Estrutura Funcional


Fonte: Os autores
32

3.2 MATRIZ MORFOLÓGICA

A Matriz Morfológica mostra todas as estruturas de funções que foram


geradas no projeto, do qual serão desenvolvidas as propostas a serem avaliadas. As
propostas são combinações de princípios de algumas soluções para cumprir o que
foi indicado pelas Estruturas das Funções, como mostra no Quadro 1:

Quadro 13: Matriz Morfológica Fonte: Os autores


33

3.3 ARQUITETURA DAS CONCEPÇÕES

Concepções são os conceitos ou ideias primárias que passam por ajustes até
chegar à concepção final, ou seja, chegar a um ponto de conclusão.

3.3.1 Primeira concepção

Depois de realizada a pesquisa de mercado, desenvolveram-se distintas idei-


as de soluções que pudessem solucionar o problema encontrado pela produção e
compressão do Hidrogênio.
Nas primeiras discussões sobre o assunto, acreditava-se que o Hidrogênio
poderia ser usado diretamente como combustível, saindo diretamente do reator para
o tanque do carro.
No princípio da ideia o sistema de produção de Hidrogênio conteria um siste-
ma de acumulação de energia elétrica através de baterias, o sistema de abasteci-
mento para a produção era em tanques com água e bicabornato de sódio, com su-
porte para os reatores e sua armazenagem em cilindros de aço diretamente conec-
tado na parte inferior ao reator.
O sistema provido de uma fonte de energia (bateria) alimenta os reatores,
executando o processo eletrolítico, separando o Hidrogênio do oxigênio, após o
processo os gases são direcionados aos tanques. A solução para a captação desses
gases são as hastes dos reatores possuírem um involucro acoplado as mangueiras
transportadoras, que seriam ligadas aos tanques conforme Figura 3.
34

Figura 3: Primeira Concepção


Fonte: Os autores

Analisando o sistema, foi percebido que o mesmo não seria totalmente viável
e autossustentável. Primeiramente, o sistema possuía um ciclo finito, onde após um
tempo a energia acaba, a água potável como fator fundamental para o processo está
escassa e o Hidrogênio é um gás que não pode ser armazenado em tanques de aço
devido a sua baixa densidade. Não haveria a compressão do gás, e os cilindros
estavam mal posicionados.
35

3.3.2 Segunda concepção

Com a ideia descartada, surgiu uma segunda solução, também voltado à


eletrólise, a armazenagem do Hidrogênio e o descarte do Oxigênio na atmosfera,
contendo como abastecimento de energia, placas solares fotovoltaicas, a troca da
água potável por água salgada, os reatores interconectados por vasos
comunicantes, o melhor posicionamento do cilindro de Hidrogênio para a facilidade
do escape do gás, a compressão feita pelo motor bomba, à utilização de válvulas
Anti retorno para a segurança da compressão e a utilização de cilindro de alumínio
com fibras de carbono para o armazenamento do gás, conforme mostra a figura 8.

Figura 4: Segunda Concepção


Fonte: Os autores

Porem foi encontrado erros de cálculos devido a utilização indevida das


placas solares, onde foram disponíveis em nível inferior ao necessitado. O reator
seria feito de acrílico assim gerando danos ao equipamento devido seu peso e o seu
cilindro conteria carbono, isto é, o Hidrogênio mesmo em contato com o carbono na
forma de material sólido juntamente com o aço, poderia gerar o metanol.
36

3.3.3 Terceira concepção

A terceira concepção baseia-se no sistema que é composto por placas


solares dimensionadas de acordo com a carga de trabalho, um reator eletrolítico
possuindo mais placas com áreas maiores, um compressor de diafragma devido sua
propriedade de comprimir por diferencial de área e não aquecer o gás durante o
processo de armazenagem, válvulas Anti retorno, e um cilindro especial, aço SAE
4130, sendo feita uma fina camada de esmalte para impedir do Hidrogênio esvaia
pelo cilindro. E o sistema de descarte da escória do sistema Eletrolítico a Hidroxila
HO+, poderá ser vendido ou doado a empresas a fins da produção de sal. A figura 9
é o croqui que mostra todos os componentes divididos para cada área designada no
processo.

3.3.4 O Projeto

Para o desenvolvimento desta concepção foi levado em conta os problemas


encontrados anteriormente, no qual trariam riscos principalmente em sua estrutura, a
possibilidade de haver uma explosão e a necessidade de compressão do gás.
Após um levantamento das possíveis soluções para o projeto, foi
desenvolvida a quarta concepção. O sistema de captação solar será reaproveitado
da terceira concepção, juntamente com o reator eletrolítico, o compressor foi
alterada, de parafuso para compressor de diafragma, devido sua propriedade de
comprimir o Hidrogênio na pressão necessária e não gerar centelhas. Será utilizado
um motor elétrico devido à necessidade do compressor não possuir fonte de energia
própria. Para a segurança do gás e do sistema será utilizado válvulas Anti retorno,
gerando a impossibilidade de o gás retornar ao compressor e um cilindro especial
para o armazenamento do Hidrogênio de aço 4130.
37

Figura 5: Croqui do projeto


Fonte: Os autores.
38

3.4 DESCRIÇÕES DO PROJETO

A fonte de abastecimento (Água do mar) chega à empresa através de


tubulações, sendo filtrada para utilização. Em seguida, é transferida em um
recipiente onde será armazenado. Depois de realizado esse processo, a água é
redirecionada para o reator eletrolítico que possuí um sensor de nível que
interrompe o processo assim que a água acabe. O reator iniciara o processo da
Eletrólise através de seus eletrodos Cátodo e o Ânodo, após o processo químico, o
gás hidrogênio é transferido para o compressor movido por um motor elétrico com
potência de 40cv através de mangueiras condutoras para o escape do gás. Em
seguida o hidrogênio e transferido para um cilindro com capacidade de 0,05m³ até a
pressão máxima de 200bar. Para que seja possível a remoção do hidrogênio da
água salgada, o processo eletrolítico necessita de corrente elétrica, as baterias são
responsáveis por esta tarefa, e para a utilização da bateria para realizar o processo,
39

necessita de carga, esta carga será transferida pelas placas solares fotovoltaicas e
utiliza-se 400m² destas placas voltaicas para gerar toda a carga necessária pra o
projeto inteiro, no qual é a principal fonte de energia do processo. Para os dias em
que não haja insolação suficiente para realização do processo eletrolítico, optou-se
por utilizar energia elétrica convencional, que será disposta através do carregador de
bateria conectado a tomada. Para a melhor compreensão do sistema todos os
desenhos foram padronizados seguindo as normas da ABNT, NBR 6158 e NBR
10647. E para o entendimento de todos o projeto é divido em 4 partes fundamentais
para o processo, visando ser simples e direto.

Captação de energia solar:

A célula solar é um dispositivo que converte a luz em energia elétrica usando


o efeito fotoelétrico. O efeito fotoelétrico é a emissão de elétrons por um material,
geralmente metálico, quando exposto a uma radiação eletromagnética (como a luz)
de frequência suficientemente alta, que depende do material. (BERNARD, 2013).
O abastecimento da placa fotovoltaica ocorre através da energia solar, as
placas compõem células de silício, que são interligadas por metais condutores. Para
o processo serão utilizado 400m² de placas fotovoltaica, que deve ser pra realizar
todo processo exigido pelo sistema e conseguir manter estável o fornecimento desta
energia.

Figura 6: Placa solar fotovoltaica


Fonte: Os autores
40

Armazenagem da energia solar para as baterias:

Após a captação da energia solar, a placa fotovoltaica irá transformar esta


energia em energia elétrica, isto é, transpondo a bateria toda a carga adquirida do
seu processo. A utilização de baterias estacionaria que define sua utilização
juntamente com seu carregamento possibilita o melhor rendimento para o sistema. A
energia disponível na bateria será direcionada a dois eletrodos, sendo um de carga
positiva e o outro de carga negativa para a realização do processo químico
(Eletrólise).

Figura 7: Bateria estacionaria


Fonte: Os autores

A energização dos eletrodos

A energia armazenada na bateria irá ser direcionada aos eletrodos para a


realização do processo químico, os eletrodos serão do material aço inox, devido à
utilização da água salgada, a suas medias respectivas são 6m de altura sendo
apenas 1,5m de rosca e o seu diâmetro será de 40 mm, as placas metálicas
utilizadas é de suma importância devido a área em contato com água, isto é,
aumentando a eficiência do processo onde a área da placa é indubitavelmente
relacionado a eficiência. O eletrodo negativo será o Ânodo e o positivo será o
Cátodo.
41

Imagem 8: Eletrodo para eletrólise


Fonte: Os autores
42

Eletrolisador

O Eletrolisador será o recipiente para a água salgada e os eletrodos para o


processo da eletrólise, onde seu material de fabricação será de PVC, seu formato
será em “U” para facilitar a captação do gás separada e de forma segura. Suas
medidas são 6 metros de altura, 250 mm de diâmetro para cada entrada dos
eletrodos juntamente com as placas de aço inox, e 1,50 metros de largura, assim
com esses dados poderá ser possível identificar seu volume que será de 662,679
Litros como mostra a figura 13.

Figura 9: Eletrolisador
Fonte: Os autores
43

O reabastecimento do Eletrolisador

O reabastecimento irá acontecer após o termino de cada processo


eletroquímico, onde a água estará armazenada em uma caixa d’água a uma altura
equivalente a 7 metros. Sua capacidade será de 10.000 Litros, seu material é de
Fibra de vidro e o tempo necessário para o seu preenchimento completo é de 10
horas, porem como será utilizado para a eletrólise, à água que será utilizada é
reabastecida simultaneamente. Isto é, um sistema puramente estacionário.

Figura 10: Caixa d’água


Fonte: Os autores
44

Captação do gás H2- (Hidrogênio)

O processo eletroquímico irá produzir o H 2- necessário para o projeto. A


captação desse gás será através de um compressor ideal para o processo, onde foi
buscado as melhores especificações do trabalho a ser realizado. Foram observadas
as seguintes características, a pressão máxima atingida pelo compressor, o calor
gerado durante o processo, e a eficiência para a compressão. Devido à dificuldade
do Hidrogênio se manter estável, pois a facilidade de ignição é muita alta foi
apontado o melhor componente, que será o Compressor de Diafragma, que funciona
sobre o diferencial de área, não gerando calor nem centelhas no seu interior por não
ter atrito e alcançar a pressão necessária para o projeto.

Figura 11: Compressor de Diafragma


Fonte: Os autores
45

Tabela 2: Especificações do Compressor

EXPECIFICAÇÕES DO COMPRESSOR

Pressão máxima de trabalho 6000 psi


Tamanho Máximo do Motor 1.5 hp
Montagem Em Linha Vertical
Materiais de lado Processo de construção: SS
Cárter Ferro fundido
Biela Alumínio
Rolamento Aço ferramenta
Deslocação máxima 0,17 ft3 / min
Faixa de velocidade rpm 155-185
Temperatura máxima de descarga 450 °F 235°C
Curso Comprimento 1,45 em
Processo Flanges de conexão 0,25 a 0,25 pol.
Pistão de Intervalo 0,4 a 1.2In
Diâmetro no moente 0,5
Principal tipo de rolamento Bola
Mancal Tipo Crank Pin De agulha
Fonte: SUNDYNE, 2014

Armazenamento do gás Hidrogênio

A compressão do gás será realizada pelo compressor de diafragma, este gás


será armazenado em cilindro sob alta pressão, precisamente 120 bar para a
segurança de todos. Na saída do compressor existe um resfriamento por respingo
do próprio componente, assim aumentando a segurança durante o processo. Esse
compressor trabalha na locomoção máxima do pistão interno de 0,17 ft³/min,
trazendo a media ft para metros, fica, 0.0283 m³/min na velocidade de 155 rpm a
185 rpm. O cilindro a ser preenchido pelo gás H2-, será um cilindro especial feito de
aço SAE 4130, esmaltado e um tratamento térmico para beneficiar o aço e com
válvula padrão ABNT 218-2, vazio, rosca interna do gargalo tipo 3/4” NGT.
46

Figura 12 : Cilindro
Fonte: Os Autores
Tabela 3: Especificações do Cilindro

Especificações do cilindro aço SAE 4130


Códigos 235.050.209
Capacidade (LTS) 50 litros
Dimensão (mm) 235x1390
Peso (Kg) 57
Pressão (BAR) 200
Norma ISSO 9809-1
Fonte: Os autores
47

Circuito elétrico:

A base de alimentação para o reator acontecerá através da placa


fotovoltaica, a qual enviara a energia para um controlador de carga, em seguida a
energia é transferida para uma bateria 24V a qual é ligada nas hastes do reator.
Para que ocorra esse processo foi utilizado um circuito elétrico como mostra a figura
13.
Para o processo de compressão do hidrogênio provindo da eletrolise utiliza-se
um compressor, que é movimentado por um motor elétrico, que tem como fonte a
energia vinda das placas fotovoltaicas. Esse processo é demonstrado através da
figura 14.

Figura 13: Circuito elétrico do reator.


Fonte: Os autores.
48

Figura 14: Circuito elétrico do compressor.


Fonte: Os autores.

O funcionamento da placa fotovoltaica é demonstrado através das figuras 15


e 16:

Figura 15: Circuito elétrico da placa solar.


Fonte: Os autores.

Figura 16: Circuito elétrico da placa solar em funcionamento.


Fonte: Os autores.
49

O circuito demonstrado acima mostra a captação dos fótons da energia solar,


assim transformando em energia elétrica. Essa energia passa para um regulador
onde tem como função regular a carga absorvida para carregar a bateria, depois a
energia da bateria vai para o reator onde ocorre a separação das moléculas de
Hidrogênio e Oxigênio.

3.4.1 Plano de Manutenção

De acordo com o diagrama de Ishikawa com base na figura 17 foi possível


detectar, os efeitos e as causas durante o processo de produção, através dos efeitos
encontrados no sistema teria como causa o atraso do armazenamento do gás.

Figura 17: Diagrama de Ishikawa


Fonte: Os autores.

A Manutenção Preventiva é o método utilizado para realizar a manutenção de


objetos dentro do sistema. Prevendo os possíveis riscos e danos que possam ser
causados no processo durante a produção, algumas intervenções previstas,
50

preparadas e programadas, consistem em inspeções sistemáticas, ajustes,


conservação e eliminação de defeitos, visando a evitar falhas. É realizado com base
em cronogramas ou com índice de funcionamento da máquina ou equipamento, o
período de verificações vem indicado pelo fabricante. No quadro a baixo explica
quais componentes serão revisados.

Plano de Manutenção 0001


LOCAL / SETOR PRODUÇÃO
EQUIPAMENTO PROCESSO ELETROLÍTICO
EXECUTOR MANUTENTOR
MANUTENÇÃO PREVENTIVA
DESCRIÇÃO DURAÇÃO Periocidade
01 Limpeza do reator (recipiente) 7min Diariamente
Cabeamento de fonte de
02 5min Semanalmente
energia
03 Verificar compressor 10min Mensalmente
04 Cilindro de gás 5min Diariamente
05 Duto de ar flexível 5min Semanalmente
06 Motor elétrico 10min Mensalmente
07 Controlador de carga 10min Mensalmente
DOCUMENTOS
DESCRIÇÃO
01 Descritivo do circuito elétrico
OBSERVAÇÕES
Verificar fonte de energia
Quadro 14: Plano de manutenção.
Fonte: Os autores.

FMEA:

Essa ferramenta tem o objetivo de avaliar e minimizar risco por meio de


analises, diminuindo erros e aumentando a qualidade nos procedimentos. Com a
detecção de possíveis falhas ocorrentes no sistema será utilizada a tabela de
manutenção FMEA, determinando o tipo e o efeito das falhas potenciais, trazendo
recomendações e implantando medidas solucionando melhorias para processo,
como demonstrado na tabela 8.

Segundo a tabela 5 a Severidade avalia a situação na operação que sente o


efeito potencial da falha. Na tabela 6 a Ocorrência classifica a probabilidade de a
51

falha acontecer. De acordo com a tabela 7 a Detecção classifica qual é a


probabilidade de se detectar o modo de falha. (KRÖEFF 2010).

Tabela 4: Severidade
SEVERIDADE
Índice Tipo de Severidade
1 Mínima
2e3 Pequena
4á6 Moderada
7e8 Alta
9 e 10 Muito Alta
Fonte: GEPEQ- José Carlos.

Tabela 5: Ocorrência

OCORRÊNCIA
Índice Tipo de Ocorrência
1 Remota
2e3 Pequena
4á6 Moderada
7e8 Alta
9 e 10 Muito Alta
Fonte: GEPEQ- José Carlos.

Tabela 6: Detecção
DETECÇÃO
Índice Tipo de Detecção
1e2 Muito Grande
3e4 Grande
5e6 Moderada
7e8 Pequena
9 e 10 Muito Pequena
Fonte: GEPEQ- José Carlos.
52

Tabela 7: FMEA

Fonte: Os Autores.
53

3.4.2 Custos de Componentes e Materiais

Quadro 15: Componentes.


Fonte: Os autores
.
54

Continuação do Quadro 15:

Quadro 15: Componentes


Fonte: Os autores
55

Continuação do Quadro 15:

Quadro15: Componentes
Fonte: Os autores
56

Tabela 8: Tabela de custo.

Fonte: Os autores.
57

3.4.3 Experimento

Os componentes utilizados no experimento foram:


 Dois eletrodos com placas metálicas de aço inoxidável de
6 mm de Diâmetro;
 Dois canos de PVC com 34 cm de altura e 10 cm de
diâmetro;
 Dois joelhos de PVC com 10 cm de diâmetro;
 Sete litros de água com 500 gramas de sal;
 Fonte de 12 Volts e;
 Bateria de 12 Volts.
Com esses materiais foi possível realizar o experimento. O resultado
encontrado foi em que a cada minuto tem-se 4 ml de hidrogênio, como mostra o
gráfico a seguir.

Gráfico 1: Quantidade por tempo.


Fonte: Os autores.
58

3.5 CÁLCULOS

Os cálculos a seguir foram realizados através das medidas do protótipo do


reator.

3.5.1 Equações

Fórmula do volume de um cilindro:

Volume é a quantidade de espaço ocupado por um corpo e tem sua unidade


de tamanho em cúbicos.

(1)

V = Volume [m³];
r = Raio do cilindro [m];
h = Altura [m].

Fórmula de vazão:

Vasão é o volume de determinado fluido, que passa por uma seção de um


duto livre ou forçado, por uma unidade de tempo.

(2)

Q = Vazão [ml/min];
V = Volume [m³];
T = Tempo [min].

Fórmula da área:
59

Área é o conceito matemático que pode ser definido com a quantidade de


espaço da superfície de um objeto.

(3)

A = Área [m²];
r² = Raio da circunferência [m].

3.5.2 Cálculo algébrico

Cálculo referente à equação (1), utilizado para descobrir o volume total do


protótipo do reator.

r = 0,05 m
ht = 1,1 m

Sabendo que:

Então:
60

Conforme o experimento feito o tempo que leva para encher um copo de 60


ml de hidrogênio é de 15 minutos como mostra o gráfico 1 página 56. Com essa
informação podemos encontrar quanto tempo leva para obter um litro de hidrogênio
e assim sucessivamente.

Sabendo que:

Utilizando a regra de três simples obtém-se:

Como o protótipo tem 8,63 l o tempo que levara para consumir toda a água e
retirar o hidrogênio será de:

Utilizando a regra de três simples obtém-se:


61

Cálculo referente à equação (2), utilizado pra descobrir a vazão do protótipo


do reator.

O tempo que leva para consumir 1 l é de 250 min, então sua vazão é de:

V = 1000 ml
T = 250 ml

O tempo que leva para consumir 8.630 ml é de 2.157,5 min, então sua vazão
é de:

V = 8.630 ml
T = 2.157,5 min
62

Através dos cálculos utilizados no protótipo foi possível utilizar os mesmos


para desenvolver o restante dos cálculos, pois o reator é o mesmo que o protótipo
só em escala maior.
O reator tem 13.500 mm de comprimento e 250 mm de diâmetro, com essas
informações e utilizando a equação (1) é possível encontrar o volume.

r = 0,125 mm
h = 13,5 mm

Tabela 9: Equações
Fonte: Os autores
63

4 ANÁLISE DE RESULTADOS

Analisando os objetivos alcançados no projeto, percebe-se que através da


mecânica consegue-se realizar um projeto sustentável e alternativo, a eletrólise a
partir da água do mar traz benefícios para a população, pois sua obtenção ocorre
através de energia limpa. Esse projeto tem o objetivo captar e comprimir o
Hidrogênio de forma limpa e segura.

Quadro 16: Análise de Resultados


Fonte: Os autores

Ao comparar a obtenção do Hidrogênio com os demais combustíveis, sabe-se


que o Hidrogênio é uma fonte alternativa que pode ser obtida de varias formas,
como por exemplo, por meio de gás natural, gaseificação de biomassa, etc. Essas
formas de obtenção do Hidrogênio tem um custo consideravelmente inferior aos
64

meio alternativos como, por exemplo, energia solar e eólica como também é
prejudiciais ao meio ambiente.
O projeto visa à utilização de energia alternativa evitando danos ao meio ambiente,
porém com a carência de estudos na área, o custo para um processo de tal
magnitude tende a ser elevado, devido à alta tecnologia empregada.
65

5 CONCLUSÃO

O objetivo geral desse trabalho foi estudar o processo de compressão do Hi-


drogênio, levando em consideração segurança, fontes alternativas e principalmente
um projeto autossustentável, além de extrair conhecimento teórico. Dentre as melho-
rias propostas estão, o abastecimento do processo através da água do mar e a utili-
zação de energia solar e elétrica como fonte de alimentação. Esse projeto demons-
tra a compressão do Hidrogênio para motores a explosão, com a utilização de um
compressor compatível, trazendo velocidade e agilidade no processo como benefício
para a empresa.
Então, com análise nos objetivos do projeto e a pesquisa de mercado,
conclui-se que não foi atingido o planejado ao longo deste trabalho, devido a
carência de estudos na área tecnológica referente ao processo e o custo elevado
para sua produção.
66

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2015
68

APÊNDICES
69
70
71
72
73

ANEXO 1
74
75

ANEXO 2
76
77
78
79
80
81
82

ANEXO 3
83

ANEXO 4
84

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