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CDU 005.8
DE PROJETOS
'
AS MELHORES PRATICAS
3 a
E D I Ç Ã O
Tradução:
Christiane de Brito Andrei
Revisão técnica:
Fábio Giordani
Mestre e,n Administração e Negócios pela PUCRS
Professor nos programas de pós-graduação da ESPM e da PUCRS
Certificado PMP® e voluntário do PMI-RS desde 2009
Gerente de Projetos e Programas na Deli
Versão impressa
desta obra: 2017
~~
bookman
2017
Obra originalmente publ icada sob o título
Proiect Management - Best Practices: Achieving Global Excellence, 3'd Edition
ISBN 9781118657010
Ali Rights Reserved . This translation published under license ,vith the origina l publisher
John Wi ley & Sons, lnc.
Copyright ©2014,John Wiley & Sons, Inc.
Editoração: Techbooks
IMPRESSO NO BRASIL
PRINTED IN BRAZIL
À minha esposa, }o Ellyn,
q11e tne mostro11 que a excelência
pode ser alcançada no
casa,nento, na família e na vida,
a/é,n de no trabalho.
Esta página foi deixada em branco intencionalmente.
Prefácio
Por cerca de 50 anos, a gestão de projetos foi vista con10 un1 processo interessante,
n1as desnecessário para a sobrevivência da empresa. As en1p resas insistian1 en1 in-
vestir em alguns cursos de t reinamento apenas para que seu pessoal tivesse acesso a
conhecimentos básicos sobre p lanejamento e criação de cronogran1as. A gestão de
projetos era considerada uma an1eaça a h ierarquias já estabelecidas, e em muitas
empresas só era utilizada de forn1a parcial. Esta in1plementação irresoluta ocorreu
sin1plesn1ente para acaln1ar os ânimos do pessoa l de níveis n1ais baixos ou interme-
diários, a lém de clientes selecionados.
Durante estes 50 anos, fizemos todo o possível para evitar que a excelência em
gestão de projetos fosse alcançada. Só falávan1os da boca para fora sobre empode-
ran1ento, trabalho em equipe e confiança. Acun1ulávamos informações porque o
controle da informação era um poder. Colocávan1os interesses pessoais e funcionais
à frente dos interesses da empresa e n1antínhamos a falsa crença de que o tempo era
un1 luxo em vez de un1a restrição.
Em meados da década de 1990, essa n1entalidade começou a naufragar, em
grande parte devido a duas recessões econômicas nos Estados Unidos. As empresas
enfrentavam severas pressões competitivas para criar produtos de alta qua lidade
em p razos cada vez n1enores, e a in1portância de desenvo lver un1 relacionan1ento
de confiança de longo prazo con1 os clientes chegara à tona. As partes interessadas
estavan1 forçando as en1presas a muda r para n1elhor. A sobrevivência da empresa,
então, passou a ser a grande preocupação.
Hoje, as empresas muda ram pa ra melhor. A confiança entr e os clientes e os
fornecedores nunca foi tão grande. Novos produtos estão sendo desenvolvidos a
um ritmo jamais visto. A gestão de projetos se to rnou uma arma con1petitiva du-
rante a licitação con1petitiva. Algun1as empresas assinan1 contratos exclusivos de-
vido à fé do cliente na sua capacidade de entregar un1 fluxo contínuo de projetos
bem-sucedidos usando uma metodologia de gestão de projetos. Todos esses fatores
permitiram que un1a enorme variedade de empresas atingisse un1 grau de excelência
em gestão de projetos. As decisões empresariais agora tên1 mais prioridade do que
decisões pessoais.
Pa lavras que eram lugar-comun1 há dez anos hoje assumem novos significados.
Mudanças não são mais vistas con10 algo totalmente ruim; hoje, mudanças impli-
cam n1elhorias contínuas. Conflitos não são mais vistos con10 a lgo negativo; se bem
gerenciados, confl itos podem ser benéficos. A gestão de projetos não é mais vista
como um sisten1a totalmente interno à organização; agora é un1a arma competitiva
que t raz ao cliente níveis mais altos de qualidade e n1aiores oportunidades de valor
agregado.
vi ii Prefácio
As empresas tidas como excelentes no passado podem não n1a is ser vistas con10
excelentes hoje, especia lmente no que d iz respeito à gestão de projetos. Conside-
re, por exemplo, o livro ln Search of Excellence, escrito por Tom Peters e Robert
\Vaterman em 1982 (publ icado pela Harper & Ro,v, Nova York). Quantas das
en1presas ali exa ltadas ainda são consideradas excelentes? Quantas dessas empre-
sas ganharan1 o prestigioso Malcolm Baldrige National Quality Award? Quantas
ganhadoras do p rêmio a inda protagonizam o rol da excelência? A excelência en1
gestão de projetos é uma jornada sen1 fim. As empresas que relutam em investir en1
melhorias contínuas em en1 gestão de projetos logo se encontram com baixas taxas
de satisfação entre os clientes.
O que faz a diferença entre os prin1ei ros 50 anos da gestão de projetos e os
últimos dez é a abrangência da sua imp len1entação. Passamos mais de 30 anos
exa ltando as ferramentas quantitativas e con1portan1entais da gestão de projetos.
Enfatizavam-se un1 conhecin1ento básico e habilidades prin1árias, e a especialização
na área era limitada a poucos. Entretanto, ao longo dos últimos dez anos, passou-se
a primar pela in1p lementação macro da gestão de projetos, em toda a en1presa. A
questão estratégica n1ais in1portante hoje é con10 colocar 30 anos de teoria que es-
tavam nas mãos de poucos em prática en1 toda a corporação. É a implementação da
gestão de projetos em toda a en1presa que constitui a gestão avançada de projetos.
Tópicos como análise de valor agregado, liderança situacional e controle de custos
e n1udanças hoje fazem parte dos cursos básicos de gestão de projetos, n1as há 15
anos eram considerados avançados. Hoje, con10 implen1entá-la, quais são suas me-
todologias en1presariais e con10 trabalhar con1 as partes interessadas constituem os
tópicos avançados da gestão de projetos aplicada.
Este livro aborda os pontos mais avançados necessários para implen1entar a
gestão de projetos e atingir sua excelência. O texto contém inún1eras citações de
profissiona is da área que con1pararam e confrontaram as n1elhores práticas en1
gestão de projetos e estão atualmente implen1entando esses processos nas suas pró-
prias en1presas. Fornecidas por vários CEOs, presidentes, COOs, C!Os, CFOs, VPs
sên ior, VPs, VPs globais, gerentes gerais, diretores de PMO, etc, as citações são ines-
tin1áveis por most raren1 como esses líderes pensan1 e o run10 que suas empresas
estão ton1ando. Essas en1p resas alcançaran1 certo grau de excelência en1 gestão de
projetos, e o que é realn1ente notável é o fato de que isso aconteceu en1 menos de
. .
cinco ou seis anos.
As n1elhores p ráticas na implen1entação serão o fut uro da gestão de projetos no
sécu lo XXI. As en1presas criaram bibliotecas de n1elhores práticas, e muitas são usa-
das durante licitações como um d iferencial competitivo . As n1elhores práticas en1
gestão de projetos hoje são consideradas propriedade intelectual. Não se alcança a
excelência sin1plesmente desenvolvendo un1a metodologia de gestão de projetos: é o
modo con10 a n1etodo logia é usada repetidas vezes que cria a excelência e um fluxo
de projetos gerenciado con1 sucesso.
As práticas e n1etodologias de gestão de projetos são construídas em torno da
cultura das en1presas e determ inando o que é preciso pa ra que as pessoas traba-
lhen1 juntas, solucionen1 problen1as e tomem decisões. Con10 cada empresa ten1
sua própria cu ltura, é compreensível que cada uma tenha um nún1ero diferente de
fases de ciclo de vida, diferentes pontos de decisão e d iferentes critérios de sucesso.
Nenhuma abordagem única serve a todas as empresas, o motivo pelo qual este livro
discute diversas empresas, en1 d iferentes indústrias, de diferentes tan1anhos e en1 d i-
Prefácio ix
ferentes continentes. Esperamos que, depois de ter lido este livro, você tenha ideias
sobre a como suas atividades de gestão de projetos podem n1el ho rar.
As empresas que são discutidas neste livro incluem:
3M Indra
ABB Johnson Contrais
Alcatel-Lucent Key Plastics
Alstom Kodak
Americ.an Greetings KONE
AT &T maxIT-VCS
Aviva MCI
Babcock & \Vilcox Medical Mutual
Bendix Microsoft
Boeing Minnesota Power & Light
Cassidian Motorola
Chrysler NASA
Chubb Nea l and Massy Holdings, Ltd.
Churchill Downs Nortel
Comau NXP
Computer Associares Ohio Bell
Cooper Standard Orange Switzerland
csc Our Lady of Lourdes
Deli Regiona l Medical Ctr.
Deloitte Philips
Department of Defense Repsol
DFCU Financial Roadway Express
Dow Chemic.al Rockwell Auto1nation
DTE Energy SAP
EDS Sherwin Willia1ns
Eli Li lly Siemens
Enakta SigmaPM
Eric.sson Sla lom
Fluor Star All iance
Ford Tech Mahindra Limited
General Motors Tecn icas Reunidas
Goodyea r Teradyne
Harris Thiokol
Hewlett-Packard Tokio Marine
Hitachi Visteon
Holcim Wartsilii
IBM Westfield Group
ILLUMINAT World Wildlife Fund
Zurich North Americ.a
x Prefácio
Harold Kerzner
lnternationa l Institute for Learning, Inc.
2014
Sumário
Capítulo 17 Efe ito das fusões e a q uis ições na gestão de p rojetos 728
17.0 Introdução 728
17.1 Planejamento para o crescimento 728
17.2 Cadeia de va lor agregado da gestão de projetos 729
17.3 Tomada de decisões pré-aquisição 732
17.4 Proprietários e inqui linos 737
17.5 Melhores práticas: estudo de caso da Johnson Contrais, lnc. 738
17.6 Resultados da integração 742
17.7 Estratégias da cadeia de valor 744
17.8 Fracasso e reestruturação 746
Índice 749
Compreendendo as
melhores práticas
1.0 Introdução
A gestão de projetos evoluiu de u1n conjunto de processos recomendável para uma me-
todologia tida como obrigatória para a sobrevivência da empresa. As empresas agora
estão percebendo que todo o seu negócio, inclusive a maioria das atividades rotineiras,
pode ser compreendido co1no uma série de projetos. Di to de forma simples, estamos
gerenciando nosso negócio por meio de projetos.
A gestão de projetos hoje é vista tanto como u1n processo de gestão de projetos
quanto como um processo de negócios. Portanto, espera-se que os gerentes de projetos
tomem decisões de negócios, a lém de decisões de projeto. A necessidade de alcançar
a excelência na gestão de projetos hoje é muito evidente em quase todos os negócios.
À medida que a relativa importância da gestão de projetos passa a permear cada
faceta do negócio, acumula-se conheci1nento sobre suas melhores práticas. Algumas
empresas veem esse conhecimento como propriedade intelectua l a ser guardada a
qua lquer custo nas cúpulas da empresa. Outras comparti lha1n -no na esperança de des-
cobrir outras melhores práticas. Hoje as empresas preferem real izar um planeja1nento
estratégico para a gestão de projetos devido aos benefícios e à sua contribuição para
um valor sustentável dos negócios.
U1n dos benefícios de realizar um planejamento estratégico para a gestão de pro-
jetos é que ele normalmente traz à tona a necessidade de identificar e reter as melhores
práticas. Infel izmente, isso não é fácil de ser efetivado. Um dos motivos dessa difi-
culdade, como vere1nos mais adiante neste capítulo, é que as empresas não estão de
acordo quanto à definição do que seriam "melhores práticas", além de não compreen-
derem que melhores práticas levam a melhorias contínuas, que, por sua vez, levam à
adoção de novas melhores práticas. Muitas empresas também não reconhecem o valor
e os benefícios que podem decorrer das melhores práticas.
Atualmente, os gerentes de projetos estão adotando melhores práticas tanto nas
atividades da gestão de projetos quanto nas atividades de negócios. O motivo é sim-
ples: as melhores práticas são propriedade intelectua l que incentiva as empresas a ter
um dese1npenho cada vez ma is alto. As melhores práticas levam a um maior valor de
negócio, uma maior concretização de benefícios e 1nelhores ativ idades de gerencia-
mento de benefícios. A gestão de projetos e o pensamento empresarial não são mais
atividades separadas.
2 Gestão de projetos
1
1.1 Wãrtsilã
Gerenciamento de benefícios em projetos de desenvolvimento
operacional na Wãrtsilã
A \1v'ãrtsi la possui uma forte tr adição em negócios baseados em projetos e práticas de
gerenciamento. Assiin, estabeleceu-se um escritório para gerencia r os projetos de toda
a empresa em 2007 com o intuito de fortalecer ainda mais essa competência dentro do
grupo e de desenvolver uma cu ltura de gestão de projetos e seus processos, competên-
cias e ferramentas.
Hoje, as estruturas e as formas de trabalhar com gestão de projetos tornara1n-se
u1na parte fundamental do pensamento empresaria l da Wãrtsi lã. O modelo de pro-
cesso empresarial passou gradua lmente de um processo u1n tanto desordenado a um
modelo harmonizado que perm ite a implementação de diret rizes, terminologia e a l-
vos unificados. A empresa abordou a implementação dessas práticas a partir de dois
aspectos diferentes, mas igua lmente importantes. Em primeiro lugar, apresentou-se e
implementou-se uma ferramenta de gestão de projetos que fornece, entre outras coi-
sas, um p lanejamento mais eficiente dos recursos e do cronograma da etnpresa. Em
segundo lugar, a organ ização foi incentivada a participar ativamente de t reinamentos
profissionais e programas de certificação em gestão de projetos.
À medida que tais processos foram tomando forma e amadurecendo, a ênfase foi
passando gradualmente para o gerenciamento de benefícios em projetos de desen-
volvimento operaciona l. A in iciativa de aprimorar os processos de gerencia1nento de
benefícios decorre da missão do escritório de projetos (Project Management Office -
PMO) de desenvolvimento operacional da Wãrtsilii, que é garantir sinergias entre as
unidades empresariais que possibilitaria1n que empresas transformassem sua ambição
estratégica em operações cotidianas. Isso seria alcançado propiciando gerenciamento
e experiência em termos de gestão de 1nudanças, processos empresaria is e desenvolvi-
mento de aplicativos.
Na gestão de projetos tradicional, os projetos geralmente são 1nedidos segundo
o rçamento, cronograma, escopo ou qualidade. O gerenciamento de benefícios como
u1n conceito, no entanto, prioriza ma is o valor real que os projetos são capazes de
gerar para o cliente final. Em outras palavras, o sucesso do projeto não é 1nedido
somente segundo tempo ou dinheiro; a medida de seu sucesso vem do usuário fina l:
a solução atendeu às necessidades do usuário? Como o conceito de valor é bastante
vago, é de suma importância que os benefícios tenham 1nétr icas e medidas concre-
tas. Isso envolve ta 1nbém os chamados benefícios intangíveis. Embora não possam ser
quantificados financeiramente, eles têm de ser medidos. U1n out ro aspecto importante
no planejamento de benefícios é criar uma base válida com a qual se possam compa-
rar os resultados: e1n vez de compará-los apenas co1n uma situação habitua l de BAU
(bttsiness as us11al), os resu ltados obtidos co1n as medidas de concretização de benefí-
cios devem ser comparados com cenários alternativos (" Este resultado poderia ter sido
alcançado de outra maneira?" ).
Em desenvolvimento operacional, a saída do projeto pode ser, por exemplo, uma
ferramenta de TI criada para aprimorar o planejamento de recursos . A parte mais cru-
cial, no entanto, é fazer essa saída se tornar um resultado do projeto. Isso significa que
a saída do projeto (nesse caso, uma ferramenta de TI) deve se tornar pa rte do 1nodo
1
M.arerial fomecido pelo Wãrrsilã Projecr X'1anagemen.r Office (\VPMO). Direfros autorais de \Vártsilã Cor·
porarion, ©2013. Reproduzido com permissão.
Capítulo 1 Compreendendo as melhores práticas 3
de t rabalhar do usuário fina l. Para que isso aconteça, o planejamento de benefício te1n
que levar em consideração dois aspectos Ílnportantes:
1. O que o usuário final quer e do que ele precisa?
2. O que precisa mudar para que isso aconteça?
Com uma gestão adequada das expectativas do usuário fina l e de mudanças, po-
de-se evitar o risco de a saída do projeto se tornar "apenas 1nais um item da caixa de
ferramentas".
O sistema de gerenciamento de benefícios deve, resumida1nente, consistir nos se-
guintes elementos:
• Identificar o direcionador do projeto: Precisamos realmente desse investimento?
Quem mais irá se beneficiar dele?
• Identificar os benefícios essenciais: Quais são os benefícios e quando eles ocorre-
rão? Qual é sua proximidade (Qua l é a probabilidade de que aconteça?)
• Estimar os benefícios: Definir uma base clara para as 1nedidas perm ite-nos defi-
nir métr icas claras (que se aplicam a todo o portfólio de projetos) e oferece-nos
consistência em todas as fases do ciclo de vida, desde o início do projeto à concre-
tização dos benefícios. A pergunta crucial que te1nos que fazer é: Essas métr icas
toleram mudanças no a 1nbiente empresarial?
• Associar os benefícios à mudança: Como a organização precisa mudar para que
venha a possibilitar a concretização dos benefícios? Como podemos possibilitar
essa 1nudança? Planejar a implementação e ajustá-la às mudanças ambientais em-
presariais (mudanças organizacionais, mudanças na situação do mercado, etc.).
• Q uem é responsável p elo benefício? Definir uma pessoa/organização responsável
pela concretização dos benefícios.
• Monitorar os benefícios: Mon itorar seu desempenho com as métricas estabeleci-
das, apri1norando-as, se necessário, em direção à meta estabelecida e reconhecer
os riscos de maneira proativa.
• Fazer un1a avaliação pós-projeto: Garantir uma implementação be1n -sucedida
comun icando a saída do projeto e promovendo-a honestamente. Imagine-se na
posição do usuário final: você gostaria de usar esta ferramenta?
• Aprender com seus erros: Garantir que os pontos fortes e fracos do projeto seja,n
igua lmente t rabalhados. Concentrar-se na comunicação honesta e na aprendiza-
gem, e não na determinação de culpados. O nível executivo deve ser um exe1nplo
a ser seguido.
O problen1a com o gerencian1ento "por cima da cerca" era que o cl iente não
tinha qualquer ponto de contato para fazer perguntas. A fi ltragem de info rn1ações
desperd içava un1 tempo precioso tanto para o cl iente quanto para a empresa con-
t ratada. Os clientes que qu isessem informações em primeira n1ão tinham de procu-
rar o gerente que estivesse de posse da bola. Para projetos pequenos, era fácil. Entre-
tanto, à medida que cresciam e ficavam mais complexos, a dificuldade aun1entava.
Nessa época, foram identificadas 1nuito poucas mel ho res práticas. Quando elas
existiam, permanecia tn dentro de determinada área funciona l e nunca eram compar-
tilhadas com o restante da etnpresa. Tomar decisões subótÍlnas na gestão de projetos
era a norma.
Depois da Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos entraratn na Guerra Fria.
Para vencer uma Guerra Fria, há que se competir na corrida armamentista e rapida-
mente constru ir armas de dest ruição em massa. O vitorioso nesses casos será aquele
que puder retaliar o in imigo com força suficiente para o bl iterá-lo. O desenvolvimento
de armas de destruição em massa cotnpreendia projetos muito grandes, que envolviam
potencialmente milhares de prestadores de serviços.
A corrida arman1entista deixou claro que o tradicional uso de gerenciamento
"por cima da cerca" não seria aceitável pa ra o Departan1ento de Defesa dos EUA
(DoD - Departn1ent of Defese) para projetos con10 o bombardeiro B-52, o n1íssil
balístico intercontinental Minuteman ou o submarino Polaris. O governo queria
un1 ponto de contato único, a saber, um gerente que tivesse responsabilidade total
por todas as fases do projeto. Além disso, o governo queria que o gerente de projeto
tivesse domínio tecnológico en1 vez de apenas um conhecimento superficia l, o que
obrigava o gerente de projeto a ser um engenheiro, de preferência con1 um diplon1a
avançado en1 algum ramo da tecnologia. O uso da gestão de projetos se tornou,
então, ob rigatório para a lguns dos s istemas n1enores de armas como os aviões de
caça ou tanques de guerra. A Administração Nacional da Aeronáutica e do Espaço
(NASA, Nationa l Aeronautics and Space Adn1inistr ation) detern1inou o uso da ges-
tão de projetos para todas as atividades relacionadas ao programa espacial.
Projetos nos setores aeroespacia l e de defesa estavam tendo sobrecustos acima
de 200 -300%. Culpava-se erronea tnente a implementação inadequada da gestão de
projetos quando, na verdade, o verdadeiro problema era a incapacidade de se fazerem
previsões em tecnologia, resu ltando na ocorrência de inúmeras oscilações no escopo.
Previsões tecnológicas são extretnamente difíceis para projetos que podem durar de
10 a 20 anos.
No fim da década de 1950 e no início da década de 1960, os setores aeroespacial e
de defesa nos EUA estavam usando gerenciamento em praticamente todos os projetos,
e estavam pressionando seus fornecedores a usá-lo também. A gestão de projetos es-
tava crescendo, mas a um ritmo relativa1nente lento, exceto pelos setores aeroespacial
e de defesa.
Devido ao vasto número de empresas contratadas e subcont ratadas, o governo
dos EUA precisava de padronização, especia lmente no processo de planejamento e na
d ivulgação de informações. O governo estabeleceu utn modelo de planejamento e con-
t role de ciclo de vida e um sistema de monitoramento de custos e criou um grupo de
auditores de gestão de projetos para ga rantir que seu dinheiro estivesse sendo gasto de
acordo com o planejado. Essas práticas tinham de ser usadas em todos os programas
governamentais que ultrapassassem certo va lor em dólares. O setor privado enxergava
essas práticas cotno um custo excessivo e não viam qualquer valor prático na gestão
de projetos.
Capítulo 1 Compreendendo as melhores práticas 5
Nos primeiros anos da gestão de projetos, como 1nu itas empresas não viam nela
qualquer va lor, havia muitos ma l-entend idos em relação à sua prática. Alguns deles
incluíatn :
• A gestão de projetos é uma ferramenta de determinação do progresso de proje-
tos co1no a técn ica de programa, ava liação e revisão/tnétodo do caminho crítico
(PERT/CPM, program evaluation and review techniqttelcritical-path method).
• A gestão de projetos se aplica sotnente a projetos de gr ande porte.
• A gestão de projetos é criada apenas para projetos governamentais.
• Os gerentes de projeto têm de ser engenheiros e, de preferência, ter d iplon1as
avançados.
• Os gerentes de projeto precisam de um " domínio de tecnologia" para terem êxi to.
• O sucesso do p rojeto é medido em termos exclusivamente técnicos. (Funcionou?)
fato de que as suas lin1itações eran1 muito aparentes, enquanto suas vantagens não eram
con1pletamente reconhecíveis. A gestão de projetos exige reestruturação organizacional.
A questão, é claro, é "Que grau de reestruturação?". Os executivos evitavan1 o assunto
por medo de que mudanças "revolucionárias" tivessem que ser feitas na organização.
A reestruturação da gestão de projetos permitiu que as empresas:
• real izassem tarefas que não podiam ser tratadas de forma eficiente pela estrutura
tradiciona l;
• rea lizassen1 atividades ún icas com uma interrupção mín ima dos negócios roei-
.
netros.
O segundo ite1n implica que a gestão de projetos é uma estrutura de gerencia-
mento " temporária" e, portanto, causa u1na perturbação organizacional mínima. Os
principais problemas identificados por esses gerentes que tentavam se adaptar ao novo
siste1na giravam, todos, em torno de recursos e de conflitos de autoridade.
Uma out ra grande preocupação era que a gestão de projetos exigia que os gerentes
de nível mais a lto renunciassem a pa rte de sua autoridade por meio da delegação de
tarefas a gerentes intermed iários. Em diversas situações, os gerentes intennediários
logo ocupavam as posições de poder, mais do que os gerentes de nível ma is alto.
A gestão de projetos se tornou u1na necessidade para muitas e1npresas à medida
e1n que elas se expandiam e1n múltiplas linhas de produto, das quais 1nuitas não eram
sim ilares, e que as complexidades organizacionais cresciam. Esse crescimento pode ser
at ribuído a:
• Avanços tecnológicos a ritmos impressionantes
• Maior investimento em pesquisa e desenvolvimento (P&D)
• Disponibilização de 1na is informações
• Diininuição dos ciclos de vida de projetos
Para satisfazer as exigências impostas por esses quatro fatores, a gerência foi" for-
çada" a u1na reest ruturação organizacional; a fonna organizacional t radicional que
sobrevivia há décadas era inadequada para integrar atividades at ravés de diferentes
"impérios" funcionais.
Por volta de 1970, o ambiente começou a mudar rapidamente. As empresas nos
setores aeroespacial, de defesa e de const rução foram pioneiras na implementação da
gestão de projetos, e outras indústrias logo as acompanharam, a lgutnas com grande
relutância. A NASA e o DoD "forçara1n" empresas subcontratadas a aceitarem ages-
tão de projetos.
Pelo fato de as estruturas organizacionais correntes não sere1n capazes de aco-
modar a ampla variedade de tarefas inter-relacionadas necessárias para a conclusão
bem-sucedida de projetos, a necessidade de seu gerenciamento tornou-se aparente.
Em geral, isso primeira1nente é identificado por gerentes de nível ma is baixo ou in-
tennediário, que acha1n impossível cont rolar seus recursos de forma eficiente para
as d iversas atividades dentro de sua área organ izaciona l. Mu itas vezes, os gerentes
intermed iários sentem mais o impacto de um ambiente em modificação do que os
executivos de nível mais a lto.
Uma vez que a necessidade de 1nudança tenha sido identificada, a gerência inter-
mediária tem de convencer a alta gerência de que ela realmente é importante. Se a alta
gerência não conseguir reconhecer os problemas com o cont role de recursos, então a
gestão de projetos não será adotada, pelo menos formalmente. A aceitação informal,
ent retanto, é outra história.
À medida que a gestão de projetos se desenvolveu, alguns fatores essenciais para
o sucesso da imple1nentação foram reconhecidos. O principal fator foi o papel do ge-
Capítulo 1 Compreendendo as melhores práticas 7
rente de projeto, que passou a ser o ponto foca l da responsabilidade integrativa, cuja
necessidade foi primeiramente identificada em complexos projetos de P&D. A tecno-
logia de P&D desfez os limi tes que existiam ent re os setores. Aqueles que já fora tn
mercados e canais de distribuição estáveis hoje se encontram em um estado de fluxo.
O ambiente industr ial é turbulento e e.ada vez mais difíci l de se prever. Muitos fatos
complexos sobre 1nercados, métodos de produção, custos e potenciais científicos estão
relacionados a decisões de investimento em P&D.
Todos esses valores se combinaram, produzindo uma "dor-de-cabeça gerencia l"
tamanho família. Simplesmente há decisões cruciais demais a serem totnadas para ser
possível que todas elas sejam processadas e resolvidas no alto da organização por 1neio
de uma hierarquia de linha comum. Elas têm de ser integradas de algu,na outra forma .
Confiar ao gerente de projeto a responsabi lidade dessa integração gerou os se-
guintes resultados:
• Responsabilidade total do projeto assumida por u1na ún ica pessoa
• Funcionários dedicados a projetos em vez de a funções
• Exigência única de coordenação ent re diferentes interfaces funcionais
• Utilização adequada de planejamento e contr ole integr ados
Sem a gestão de projetos, esses quatro elementos terian1 de ser rea lizados por exe-
cutivos, e é questionável se essas atividades deveriam ou não fazer parte da descriç.ão
de função de um executivo. Utn executivo de uma corporação da Fortune 500 declarou
que estava gastando 70 horas por sen1ana trabalhando tanto con10 executivo quan to
como gerente de projetos, e que sentia que não estava dando seu n1elhor en1 nenhum dos
dois trabal hos. Durante uma apresentação para a equ ipe de funcionários, o executivo
decla rou o que esperava da organização após a in1plen1entação da gestão de projetos:
• Transferir a tomada de decisões para níveis 1na is baixos da organizaç.ã o
• Eliminar a necessidade de comitês de soluções
• Confiar nas decisões de colegas de trabalho
Os executivos que decidiram acei tar a gestão de projetos logo descobriram as
vantagens da nova técn ica:
• Fáci l adaptação a um atnbiente em constantes mudanças
• Capacidade de lidar com u1na atividade multid isciplinar dentro de um período
especificado
• Fluxo de trabal ho horizontal, a lém de vertical
• Maior orientação aos problemas dos cl ientes
• Mais fácil identificação de responsabilidades nas atividades
• Utn processo multidisciplinar de totnada de decisões
• Inovação no design organ izacional
À medida que a gestão de projetos se desenvolveu, as melhores práticas se to rna-
ram itnportantes, sendo aprendidas tanto com sucessos quanto com fracassos. Nos
pri tnei ros anos da prática, o setor privado preferiu aprender melhores práticas cotn
os sucessos. O governo, no entanto, preferiu aprender melhores práticas com os insu -
cessos. Quando o governo finalmente optou por aprender com os sucessos, o conheci-
mento das melhores práticas passou a vir de seus relacionamentos com empresas con-
tratadas e subcontratadas. Algumas dessas melhores práticas que foram provenientes
do governo incluíam:
• O uso de fases de ciclo de vida
• Padronização e consistência
8 Gestão de projetos
orientadas a projetos, mas funciona tn como se o fossem. Elas hoje vendem soluções
aos seus clientes em vez de produtos. É quase impossível vender soluções completas
aos clientes sem ter práticas superiores de gestão de projetos, porque o que você está
vendendo é, na verdade, sua experiência em gestão de projetos.
Há duas situações em que a competitividade se torna a força mot riz: projetos
internos e projetos externos (cliente externo). Internamente, as empresas encontram
dificu ldades quando percebem que grande parte do traba lho pode ser terceirizado
por menos do que custaria real izá-lo dentr o da empresa. Externamente, as empresas
encont ram dificuldade quando não são 1na is competitivas em preço ou qualidade ou
simplesmente não conseguem aumentar sua participação de mercado.
A compreensão por parte dos executivos é a força 1not riz naquelas organizações
que possuem u1na estr utura rígida e tradiciona l e que realizam atividades rotineiras e
repetitivas. Essas organizações são bastante resistentes a mudanças, a 1nenos que estas
sejam determinadas pelos executivos. Essa força motr iz pode existir em conjunção
com qualquer out ra das forças 1not rizes.
O desenvolvimento de novos produtos é a força motriz daquelas organizações que
investem fortemente em atividades de P&D. Dado que apenas um pequeno percentual
dos projetos de P&D chega a ser comercia lizado de modo que seus custos possam ser
recuperados, a gestão de projetos se torna uma necessidade. Ela pode ser usada como
um sistema de aviso precoce de que um projeto deve ser cancelado.
A eficiência e a eficácia, como forças motrizes, podem existir em conjunção cotn
qua isquer outras forças motrizes. Elas assu1nem suma importância para pequenas em-
presas que estão passando por dificuldades inicia is devido ao crescimento. A gestão de
projetos pode ser usada para ajudá-las a pennanecer competitivas durante períodos de
crescimento e para auxiliá-las a determinar restrições de capacidade.
Devido à inter-relação dessas forças, algu1nas pessoas argumentam que a única
verdadeira força motr iz é a sobrevivência. Isso é ilustrado na Figura 1- 1. Quando a
1O Gestão de projetos
Desenvolvimento de _ _ __ Expectativas
novos produtos dos clientes
Compreensão por
parte dos executivos
Figura 1- 1 O s componentes da sobrevivência. Fonte: Reimpresso de H. Kerzner, ln Search
of Excel/ence in Project Management, Hoboken, NJ: Wiley, 1998, p. 51.
Competitividade ,b;;;;;;;;;;;;;;;:::==============!
Rápida Lenta
Velocidade da maturidade
Tratava -se de uma empresa baseada em projetos e fazia sentido recorrer à gestão de projetos
como uma ferramenta de melhoria contínua. As principais questões que também levaram
a empresa a usá-la eram questões gerencia is recorrentes relati,•as a tempo/custo/qualidade,
questões de produtividade de equipes e questões de satisfação do cliente.
A Tabela 1-2 ilust ra essa necessidade.
A velocidade com que as empresas alcançam certo grau de maturidade em gestão
de projetos gera lmente se baseia no grau de importância que elas atribuem às forças
motrizes. Isso é ilustrado de maneira genérica na Figura 1- 2. Organizações que não
são orientadas a projetos e organizações híbridas amadurecem rapidamente se u1n
aumento da eficiência e da eficácia for necessário internamente. A competitividade é
o cam inho mais lento, pois esse tipo de organização não reconhece que a gestão de
projetos afete sua posição competitiva diretamente. Para organizações orientadas a
projetos, o caminho é inverso. Competitividade é o nome do jogo, e o veículo usado
para vencê-lo é a gestão de projetos.
U1na vez que a organização perceba a necessidade de implementá-la, ela entra na
segunda fase do ciclo de vida da Tabela 1-1, a aceitação pela gerência executiva. Ages-
tão de projetos não pode ser implementada a curto prazo sem apoio executivo. Alé1n
do mais, esse apoio tem que ser visível a todos.
A fase do terceiro ciclo de vida é a aceitação pela gerência de área. É improvável
que qua lquer gerente de área apoie ativamente a sua implementação sem primeiro
reconhecer o 1nesmo suporte vindo de camadas hierárquicas superiores. Mesmo um
mín imo apoio pela gerência de área t raria problemas para a gestão de projetos se1n
. .
apoio executivo.
A qua rta fase do ciclo de vida é a fase de crescimento, na qua l a organização se
compromete com o desenvolvitnento das ferramentas corporativas para a gestão de
projetos. Isso inclui os processos e a metodologia de gestão para o planejamento, a
12 Gestão de projetos
Custos de gerenciamento
\'"
- - - - -~ lucros extras
devido à melhor
gestão do projeto
l
$
\ Fixo
? Tempo - -.
J H. Kerz.ner, Advanced Project Management: Be$t Practices on lmplementation, Hoboken, NJ: \-Viley, 2004,
p. 273.
• lbid.
' lbid.
14 Gestão de projetos
Ao longo dos últimos 15 a nos, uma transformação contínua se tornou a principal ca-
racterística da IBM - e um fator essencia l de nosso sucesso. Mudanças eficientes e trans-
formação de TI contínuas não são coisas que simplesmente acontecem; elas têm de ser pos-
sibilitadas por gerentes de projeto extremamente habilidosos. Nossos gerentes de projetos
ana lisam processos, habilitados pela TI, de uma forma que nos permite inovar e eliminar
passos desnecessários, simplificar e a utomatizar. Eles nos ajudam a nos tornarmos mais
eficazes e eficientes reunindo os recursos certos para co locar as co isas em prática - dentro
do prazo e do o rçamento previstos. Eles são inestimáveis para que continuemos a progredir
em nossa jorna da de transformação. (Linda S. Sanford, vice-presidente sênior, Enterprise
Transformation, IBM Corporation)'
Os gerentes de projetos são um elemento c rucia l de nosso modelo e11d-to-e11d de de-
senvolvimento e execução de negócios. Nosso objetivo é ter sólidas práticas de gestão de
projetos implementadas de modo a garantir ma io r previsibilidade em s uporte aos nossos
produtos e ofertas. Como equipe, eles nos ajudam a enxergar desafios a ntes q ue eles se
tornem problemas críticos e a garantir que cumpramos nossos co mpro missos com a STG
e os clientes ... Continua mos nosso foco em gestão de projetos co mo um rumo de carreira
para funcioná rios de grande potencial e incentivamos fortemente nossos gerentes de projeto
a obterem certificações, não somente do PMI, mas também da IBM... A gestão de projetos
e11d-to-e11d tem que se enra izar na malha de nosso negócio. (Rod Ad kins, vice-presidente
sênior d o G rupo de Sistemas e Tecnologia [STG] da IBN1)7
Em prestadores líderes de serviços de software de TI, a gestão de projetos evoluiu e ama-
dureceu de um processo complexo para identifica r e atender às exigências exclusivas dos
cl ientes à aplicação de um conjunto central de melho res práticas comprovadas e de segunda
geração que foram captadas e são a presentadas ao cliente como paco tes-pad rão. Eles ge-
ram um sucesso reprodutível e retornos ma is rápidos para o cliente. Eles também oferecem
ao cliente e ao gestor do projeto a capacidade de a dota r uma abordagem em etapas para
desenvolver no cl iente uma visão abrangente de gerenciamento de TI. (Dave Yusuf, vice-
-presidente sênior e PMO global, Computer Associates Services)
O sucesso da gestão de projetos é crucial pa ra nós por dois motivos:
• Primeiro, ao definirmos e implementarmos soluções de PLM (producl lifecyde 111a11age-
me11t, gerenciamento do ciclo d e vida d o produto), ajudamos os clientes a simplificarem
todo o seu ciclo de vida de produtos em todas as suas unidades funciona is. Isso pode
to rna r q ualquer grande projeto de PLM um empreend imento intricado e a té mesmo
complexo. Para fazer jus ao ma ntra de nossa e mpresa de q ue "nunca deixamos um
cliente fracassar", uma gestão de projetos robusta e confiável geralmente é o compo-
nente mais im porta nte que fornecemos, a lém da plataforma de PLM propria mente dita;
a co mbinação dos dois permite que nossos clientes alcancem os benefícios co merciais
pelos quais estão se empenhando ao investir na PLM.
• Segundo, a própria Siemens é um de nossos ma iores clientes. Essa é uma g rande opor-
tunidade e, ao mesmo tempo, um grande desafio. Manter os objetivos e o escopo de um
projeto sob co ntrole com nosso cliente " interno" é tão desafiador q ua nto com nossos
clientes externos; ainda assim, é essencia l que mantenha mos linhas de desenvolvimento
e nossos progra mas de implementação no caminho certo. Nossa tarefa é continuar a
desenvolver e implementa r com sucesso a primeira e única plataforma e11d-to-e11d de
software industrial. Essa plataforma a brangente cobre todo o ciclo de vida do produ-
to, desde o seu desenvolvimento até manu fatura, planejamento, controle do chão da
fábrica e inclusive gerenciamento da manutenção, co nsertos e revisão do produto em
q uestão. Consequentemente, a gestão de projetos eficiente é vital para o nosso sucesso.
(Dr. Helmuth Ludwig, presidente, Siemens PLM Software)
6
Harold Ken.ner, Project Management Best Practices: Achieving Global Exce/lence, 2nd edirion, John \Viley
and IIL Co-publishers, 2010, p. 13.
7
lbid; p. 13.
16 Gestão de projetos
ilH. Kerzner, Besr Practices in Project Ma11agement: Achieving Global Exce/Jence, Hoboken, NJ: Wiley,
2006, p. 17.
Capítulo 1 Compreendendo as melhores práticas 17
• lbid ., p . 67.
'º Ibid., p. 184.
18 Gestão de projetos
Gerenciamento
Classificação Revalidação
Publicação
Utilização
atividades de mel hores práticas, como mostra a Figura 1-4, e a ma ioria das empresas
que reconhece o va lor da identificação das melhores práticas segue todos esses passos.
Os processos respondem as nove perguntas a seguir:
• Qual é a definição de uma 1nelhor prática?
• Quem é responsável por identificar a 1nelhor prática, e onde a procuramos?
• Como validamos que algo seja u1na melhor prática?
• Há níveis ou categorias de 1nelhores práticas?
• Quem é responsável pela administ ração da 1nelhor prática, uma vez que ela tenha
sido aprovada?
• Com que frequência reavaliamos se algo continua sendo uma mel hor prática?
• Como as empresas usam as 1nelhores práticas, uma vez que elas tenha1n sido va-
lidadas?
• Co1no as grandes e1npresas se certificam de que todos sa ibam da existência das
mel hores práticas?
• Como nos certificamos de que os funcionários esteja1n usando as 1nelhores práti-
cas, e de forma adequada?
Cada uma dessas perguntas será abordada nas seções a seguir.
No entanto, uma vez que se comprova que essa ideia seja eficiente, normalmente
integramos a n1elhor prática aos nossos p rocessos, de n1odo que ela passe a ser uma
n1aneira-padrão de agir. Portanto, após a aceitação e o uso con1provado da ideia, a
n1el ho r expressão possiveln1ente seria uma "prática comprovada" em vez de un1a
"n1elhor prática". Esse é apenas um argumento q ue defende que o termo "n1elho-
res práticas" talvez seja apenas um n1odisn10 e deveria ser substituído por "práticas
comprovadas".
Um outro argumento é que a identificação de uma melhor prática pode levar
alguns a acred ita rem que estáva1nos realizando algumas atividades incorretamente
no passado, e talvez isso não tenha ocorrido. Ela pode ser simplestnente uma maneira
mais eficaz e eficiente de alcança r um resu ltado a ser ent regue ao cliente. Utna outra
questão é que algumas pessoas acreditam que as 1nelhores práticas impl icam que há
uma maneira única e exclusiva de realizar uma tarefa. Isso tambétn pode ser uma in-
terpretação falha.
Ta lvez no futuro a expressão "melhores práticas" seja substituída por "práticas
comprovadas" . Ent retanto, no restante deste livro, usaremos a expressão "melhores
práticas", mas o leitor deverá cotnpreender que out ros termos podem ser mais apro-
priados. Essa interpretação é necessária neste livro porque a maioria das empresas que
para ele contribuíram ainda usa a expressão "mel hores práticas".
À n1edida que a gestão de projetos se desenvolveu, desenvolveram-se tambén1 as
definições do que seria un1a melh or prática. Algumas defin ições são extremamente
complexas, enquanto out ras são relativamente simpl istas. Contudo, a aplicação de
ambos os tipos alcançam o n1esmo propós ito de p ron1over a excelência na gestão
de projetos en1 toda a en1p resa. As empresas têm de decidir a q ual p rofundidade
querem chegar en1 un1a n1elhor prática. Ela deve ser genérica e pern1anece r nos
níveis n1ais a ltos da hierarquia da empresa ou n1ais deta lhada, chegando a n íveis
n1ais ba ixos? Mel ho res p ráticas de nível n1a is alto podem não alcançar a eficiência
desejada, enquanto n1elhores práticas extremamente deta lhadas podem ter un1a
aplicabi lidade limitada.
Cada etnpresa pode ter sua própria defin ição sobre o que é uma 1nelhor prática, e
pode até 1nesmo haver padrões sobre a definiç.ã o de u1na melhor prática etn diferentes
setores. Algumas definições típicas de uma melhor prática:
• Algo que funcione
• Algo que funcione bem
• Algo que funcione bem e seja repetível
• Algo que leve a uma vantagem competitiva
• Algo que possa ser identificado em u1na proposta para gera r negócios
• Algo que nos d iferencie de nossos concorrentes
• Algo que mantenha a empresa longe de problemas e, caso haja problemas, a me-
lhor p rática auxil iará a empresa a sair da situação problemática
Cada empresa possu i sua própria definição. Parece haver quat ro principa is moti-
vos para identificar 1nelhores práticas:
• Aumento da eficácia
• Aumento da eficiência
• Padronização
• Consistência
Em cada uma das defin ições a seguir, você deve ser capaz de identificar qua l das
quat ro, ou que combinações delas, é o alvo da empresa:
20 Gestão de projetos
• Na Orange Switzerland, uma melhor prática é definida como uma forma de agir
baseada em experiências, comprovada e comum para atingir um objetivo."
• Temos melhores práticas que são detalhadas em nossas políticas/procedÍtnentos
e fluxos de trabalho. Essas são diretrizes e templates, bem co1no processos que
todos nós concordamos em seguir, além de serem métodos eficazes e eficientes
para todas as partes envolvidas. Além disso, quando fechamos (concluímos) um
projeto, conduzimos uma sessão formal sobre as lições aprendidas (envolvendo
o gerente do projeto, os pat rocinadores, a equipe centra l e outras partes afetadas
pelo projeto), que são armazenadas em u1n banco de dados coletivo e ana lisa-
das por toda a equipe. São essas lições aprendidas que, com efeito, criam nossas
melhores práticas. Compartilha1nos essas lições co1n outras organizações de as-
sistência méd ica e com os fornecedores para os quais somos referência. Todos
os nossos te,nplates, políticas/procedimentos e fluxos de trabalho são acessíveis
mediante solicitação e, quando necessário, organizamos reuniões para analisá-los
e explicá-los detalhadamente. (Nani Sadowski, antiga gerente do PMO da Halifax
12
Community Health Systems)
• Qualquer ferramenta, tetnplate ou atividade usada por um gerente de projeto que
tenha tido um impacto positivo nas áreas de conhecimento e/ou processo e/ou
a restrição t ripla do G1<ia PMBOK®. Um exe1nplo de uma melhor prática seria:
realizar avaliações de satisfação do cliente durante cada fase de um projeto per-
mi te que se façam ajustes durante o ciclo de vida do projeto, o que melhora o
resultado a ser entregue ao cliente e a gestão de projetos de 1nodo geral. (Isso seria
acompanhado de um template para uma pesquisa de satisfação do cliente.) (Porta-
-voz da AT&T)
• Gera lmente vemos como melhor prática qualquer atividade ou processo que me-
lhore determinada situação, elimine a necessidade de out ros 1nétodos mais traba-
lhosos ou melhore significativamente um processo existente. Cada 1nelhor prática
13
é uma entidade viva que está sujeita a revisões, emendas ou remoção.
• Para a Churchill Downs lnc., uma melhor prática é qualquer método ou processo
que comprovada1nente melhore os resultados desejados por meio de aplicações
práticas. Não aceita1nos padrões " industriais" ou "profissionais" como 1nelhores
práticas até que tenha1nos validado que o método ou processo funcione em nosso
ambiente corporativo.
11
H. Ker1J1er, Project Management Best Practices: Achieving Global Exce/Jence, Hoboken, NJ: \Viley, 2006,
p . 12.
12
l bid., p. 13.
u l bid.
Capítulo 1 Compreendendo as melhores práticas 21
• Sandra Kumoro,vski acredita que uma 1nelhor prática seja um método, tática ou
processo comprovado por meio da implementação e do uso testado com o intuito
de agregar benefícios específicos e mensuráveis e valor de longo prazo em termos
de melhores resultados no dese1npenho dos projetos, como: menores custos, ma ior
produtividade dos funcionários, melhor experiência do cliente (taxa de detenção)
e um maior número de novos projetos. As melhores práticas agregam va lor de
curto e de longo prazo para a organização.
Fu i responsável por fazer atua lizações das melhores práticas para todos os
funcionários. Logo após a sessão post mortem (reunião de lições aprendidas) e
depois de uma ideia ter sido confirmada como uma melhor prática, eu enviava
uma atualização via e-1nail a todos os funcionários. As melhores práticas típicas
incluíam:
• Distribuição da carga de trabalho e liderança de eq,lipe: Em uma equipe, são
igua lmente distribuídas entre o líder do projeto (consultor sênior) e um consul-
tor júnior que normalmente faria o trabalho pesado de anál ise sem participar
na co1nposição da estratégia propriamente dica. (Muitas vezes, o pessoa l júnior
tinha a sensaç.ã o de ser deixado de fora e de não ter cont ribuído para o sucesso
do projeto. Eles gera lmente se sentiam inferiores, e isso se tornava um grande
problema que dim inuía muito a produtividade da equipe. Ta l problema fazia
parte da descrição de cargo do est rategista sênior [eles eram responsáveis por
80% do pensamento estratégico de um projeto], que podia ser interpretado de
maneira diversa por diferentes pessoas.)
14
Comentários de Chuck .Millhollan, diretor de gerenciamento de programas, ChurchiJJ Downs ln.e.
u Comentários de Enrique Sevilla Jvlolina, PJvlP*, amigo diretor corporativo do P.M.0, ln.dra.
'' Comentários de Marc Hirshfield, PMP1\ diretor, escritório de gestão de projetos, maxlT-VCS.
17
Comentários de Heidi \-Vurcz, VP, Solucions Cenrer, maxíf.. VCS.
22 Gestão de projetos
Nível 4: >60%
Características
Nível 3: 40%-60%
da melhor
Nível 2: 20%-40%
prática ideal
Nível 1: 0%- 20%
Figura 1-5 Níveis das melhores práticas. Gada nível contém um percentual das caracterís-
ticas ideais.
• Padron ização gera resultados excelentes. Norma lmente, quanto ma is padron iza-
ção houver e1n uma metodologia de gestão de projetos, 1nelhores serão os resul-
tados.
• A maximização dos benefícios ocorre com uma metodologia baseada em templa-
tes, formu lários, diret rizes e listas de conferência em vez de em políticas e proce-
dimentos.
• As metodologias têm de ser atualizadas para que inclua1n os resultados da des-
coberta de melhores práticas. Quanto ma is frequentemente a metodologia for
atualizada, ma is rapidamente os benefícios serão percebidos.
Co1no d ito antes, as melhores práticas não precisam ser co1nplexas. Embora a i-
gu inas possam parecer simplistas e baseadas no senso comum, rememorá-las e usá-las
constantemente leva à excelência e à satisfação do cliente.
Uma outra maneira de identificar fontes de melhores práticas é a partir da defini-
ção de sucesso do projeto, fatores críticos de sucesso (CFSs, criticai success factors ) e
indicadores-chave de desempenho (KPis, key perfo rmance indicators). Ext rair melho-
res práticas a partir da definição de sucesso em um projeto pode ser difícil e enganoso,
especiahnente se tivermos uma má definição de sucesso.
Ao longo dos anos, muitas das mudanças que ocorreram na gestão de projetos
foram resultado do modo como defini1nos o sucesso de um projeto. Como um exem-
p lo, considere os seguintes eventos cronológicos que ocorreram ao longo das últimas
décadas:
• O s11cesso é tnedido pelas triplas restrições ou restrições de concorrência. As tri-
plas rest r ições são prazo, custo e desempenho (que inclui qua lidade, escopo e
desempenho técnico). Essa era a base da definição de sucesso durante o nascimen-
to da gestão de projetos. As restrições de concorrência incluem segurança, valor
estético, benefícios, nível de r isco aceitável, etc.
• A satisfação do cliente tatnbém precisa ser considerada . Gerenciar um projeto
dentro das triplas restrições é sempre uma boa ideia, 1nas o cliente tem de ficar
satisfeito co1n o resultado fina l. Uma contratada pode concluir um projeto dentro
das triplas restrições e ainda assim descobrir que o cl iente ficou insatisfeito com o
resultado final.
• Outros fatores (o·u fatores secundários) também têm de ser considerados. Eles
inclue1n usar o no1ne do cl iente como referência, a reputação e a i1nage1n corpora-
tiva, o cumprimento de regulamentações governamenta is, o alinhamento estraté-
gico, a superioridade técnica, a conduta ética e out ros fatores similares. Os fatores
Capítulo 1 Compreendendo as melhores práticas 25
11
Sandra Kumorowski é professora assistente de comunicação e marketing no Columbia College, Chicago;
cátedra de .Marketing e Communicaç.ão, Christopher & Dana Reeve Foundacion, Chicago; é também princi~
pai consultora empresarial e proprietária da Enakta LLC; P: 1- 224-715-5666; e-mail: sandrakum@sbcglobal.
ner1 skumorowski@colum.edu.
26 Gestão de projetos
Crescimento contínuo
Cliente feliz
Embora algumas defi nições de sucesso de projeto pareçam bastante simples, mui-
tas e1npresas desenvolveram a definição primária de sucesso de projeto. Na C hurchill
Do,vns Inc. (CDI), o sucesso é definido ma is rigorosamente do que na ma ioria das
e1npresas. Segundo C huck Millhollan, diretor de gerencia1nento de programa:
O sucesso de um projeto é definido em nossa cartilha de PMO da seguinte maneira:
Baseado nas informações da gerência execut iva da CDI, o PMO considera que um pro-
jeto foi bem-sucedido quando os seguintes fatores são verdadeiros:
a. Os objetivos de negócios foram predefinidos e os objeti,•os do projeto foram atingidos
o u excedidos.
b. Um prod uto de a lta qualidade é integralmente implementado e utilizado.
c. O projeto foi entregue no prazo o u antes e dentro dos alvos orçamentários.
Capítulo 1 Compreendendo a s melhores práticas 27
" Doug Bolz.man está com a HP/EDS há mais de 25 anos e acualmeme é membro da equipe de Capacitação
em Transformação Empresarial da HP, que objetiva melhorar os resultados entregues aos clientes do Geren·
ciamemo de Serviços de TI. Ames da fusão da HP, a EDS enviou uma parente em nome dos processos de Doug
incitulada "Sistema e .M.érodo para Identificar e Monitorar as Melhores Práticas de uma Empresa"' (System
and Method for ldentifying and Monitoring Best Practkes of an Enterprise). Desde 1995, Doug vinha ar·
quirerando e entregando aos clientes uma abordagem para instituir a 1T lnformation Library (ITIL• ) em seu
ambiente de operações de 11. Ao trabalhar com os cliemes, Doug utiliza sua estrutura IT Enterprise lvlanage·
menr (ITEM), juntamente com o guia Project Management Body o/ Knowledge {PMBOK") e o c iclo de vida
do IT Service !vlanagement (ITSM) para auxil iar o cliente ao longo de mudanças culrurais, organizacionais,
empresariais e operacionais. Doug possui um certificado de Especialista em ITIL, rendo desenvolvido on-line
o treinamento mL Foundarion Training para o mL Version 2 juntamente com as edições de 2007 e 201 1.
Os comentários de Doug se baseiam no relacionamento da HP com seus clientes, especialmente quando eles
estão rrarando do gerenciamento empresarial de um negócio como um todo, e não simplesmente do gerencia·
mento de suas partes constirurivas.
Capítulo 1 Compreendendo as melhores práticas 29
io H. Keru1er~ Project Ma11agement Best Practices: Achieving Global Exce/Jencet Hoboken, NJ: \Viley, 2006,
p. 26.
Capítulo 1 Compreendendo as melhores práticas 31
21
Ibid., p. 27.
32 Gestão de projetos
l2 lbid.
Capítulo 1 Compreendendo a s melhores prátic as 33
Antes de deixar esta seção, é necessário compreender quem descobre as mel hores
práticas. As 1n elhores p ráticas são descobertas pelas pessoas q ue realizatn o trabalho,
a saber, o gerente do projeto, a equi~e do projeto e possivelmente o gerente de á rea.
3
Segundo um porta-voz da M otorola:
A decisão quanto ao que é chamado de melhores práticas é tomada dentro da comunidade
que realiza a prática. As capacidades do processo geralmente são conhecidas e possuem
bases de referência. Para exigir o status de melhor prática, a prática o u processo p recisa
mostrar q ua ntitativamente melhorias signi ficativas em qualidade, eficácia, custo e/ou d ura-
ção de ciclo. A gerência da organização afetada e a gerência de processos têm de aprovar a
nova prática antes de s ua institucionalização.
u Ibid., p. 14 .
34 Gestão de projetos
Embora um semáforo com apenas t rês cores seja o mais comum, algumas em-
presas usam mais cores. O grupo de tecnologia de informação (TI) de um revendedor
usava u1n dashboard de oito cores para seus projetos. A cor amarela sign ificava que
a data fina l a lvo tinha passado e o projeto ainda não estava concluído . A cor roxa
significava que esse pacote de t raba lho estava passando por uma oscilação no escopo
e poderia causa r um impacto sobre a restrição tripla. Algumas pessoas confundem os
4
dashboards com os scorecards. Há uma diferença entre eles. Segundo Eckerson:2
• Os dashboards são 1necanismos de exibição visual usados em um sistema de men-
suração de desempenho de cunho operacional que mede o desempenho em com-
paração a a lvos e limites usando dados de " tempo certo".
• Os scorecards são representações visua is usados em um sistema de mensuração
de desempenho de cunho estratégico que registra graficamente o progresso em
direção ao atingimento de metas e o bjetivos estratégicos por meio da cotnparação
do desempenho com a lvos e limites.
Tanto os dashboards quanto os scorecards são mecanismos de exibição visual
de um sistema de 1nensuração do desempenho que expressa1n informações críticas.
A diferença prÍlnordia l entre eles é que os dashboards monitoram processos opera-
cionais como aqueles que são usados na gestão de projetos, enquanto os scorecards
registr a1n grafica1nente o progresso de metas táticas. A Tabela 1-6 e a descrição que a
acompanha 1nostram como Eckerson compara as características dos dashboards e dos
scorecards. 25
Dashboards: Dashboards são mais como os painéis de controle de um automóvel. Eles
perm item que os especialistas operacionais e seus supervisores monitorem eventos gerados
pelos principais processos de negócios. Mas ao contrário dos automóveis, os dashboards da
maioria das empresas não exibem os eventos em "tempo real ", no momento em que ocor-
rem; eles os exibem no "tempo certo", como os usuários precisam vê-los. Isso pode ser cada
segundo, minuto, hora, dia, semana ou mês dependendo do processo de negócios, de sua
volatilidade e de quão crítico ele é para a empresa. Entretanto, a maioria dos elementos de
um dashboard é a tua lizada intradiariamente, com a latência medida em minutos ou horas.
Em geral, dashboards exibem informações visua lmente, usando diagramas ou gráficos
simples, como contadores e medidores. Entretanto, os gráficos do dashboard geralmente
são atualizados no local, fazendo o gráfico "piscar" ou mudar de forma dinâmica. Ironica-
mente, as pessoas que mon itoram processos operacionais costumam achar o gla,nour visual
distrativo e preferem visualizar os dados em seu formato o riginal, como números ou texto,
talvez acompanh ados de gráficos visuais.
4
? W. \V. Eckerson, Performance Dashboards: Measudng, Monitoring and Managing )'our Business, Ho·
boken, NJ: \Viley, 2006, p. 293, 295. O Capítulo 12 apresenta uma excelente abordagem para criar relas de
dashboards.
?J lbid., p. 13.
Capítulo 1 Compreendendo as melhores práticas 35
26
Jbíd., p. 17-18.
36 Gestão de projetos
período. Por exe1nplo, um projeto para reduzir o número de erros no banco de da-
dos de um cliente pode usar um dashboard tático para exibir, 1non itorar e analisar
o progresso durante os 12 meses anteriores até, em 2007, ter atingido 99,9'% de
itens não defeituosos nos dados do cliente.
• Dashboards estratégicos 1non itora1n a execução de objetivos estratégicos e 1nui-
tas vezes são imple1nentados usando a abordagem de ind icadores ba lanceados
de desempenho (balanced scorecards), embora a gestão da qualidade total, o Seis
Sigma e outras metodologias ta 1nbém seja,n util izadas. O objetivo de u1n dashbo-
ard est ratégico é a linhar a organização e1n torno de objetivos est ratégicos e fazer
cada grupo caminhar na mesma direção. Para ta l, as organizações implementam
scorecards persona lizados para e.ada grupo da organização e, às vezes, para e.ada
indivíduo també1n. Esses scorecards "etn cascata", que normalmente são atua-
lizados semanal ou mensalmente, dão aos executivos uma ferramenta poderosa
para co1nun icar estratégias, obter maior visibilidade nas operações e identificar
os principais direcionadores de dese1npenho e valor de negócio. Os dashboards
estratégicos enfatizam o gerenciamento mais do que o 1non itoramento e a aná lise.
Há três passos críticos que precisan1 ser considerados ao usar os dashboards: (1) o
público-alvo do dashboard, (2) o tipo de dashboard a ser usado e (3) a frequência con1
que os dados serão atual izados. Alguns dashboards de projetos se concentram nos indi-
cadores-chave de desen1penho que faze1n parte da n1ensuração do va lor agregado. Es-
ses dashboards pode1n precisar ser atualizados diária ou se1nanalmente. Os dashboards
relacionados à saúde financeira da empresa poden1 ser atualizados sen1anal ou trin1es-
tralmente. As Figuras 1-7 e 1-8 mostram o tipo de informação que seria acompanhada
27
se1nanal ou trimestralmente para verificar a saúde financeira corporativa.
" J. Alexander, Performa11ce Dashboards and Anal)•Sis for Value Creatio11, Hoboken, NJ: \Viley, 2007, p.
87- 88. Reproduzido com permissão da John Wiley & Sons.
23
W. Eckerson, Performanc.e Dashl,oards: Measuriug.# Monitoring and Ma11agi11g Your Business, Hoboken,
NJ: \Viley, 2006, p. 294.
Previsibilidade
% Crescimento da receita Pendências Oo desempenho Modelo operacional HeaO Count
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senti do medir u1na atividade se os usuários não podem mudar o resultado. Eckerson
29
identifica 12 características de KP!s eficientes:
• Alinhados: Os KP!s estão se1npre al inhados com a est ratégia e os objetivos cor-
porativos.
• Próprios. Todo KPI é "próprio" de um indivíduo ou grupo no lado empresarial
(ou do projeto) que é responsável por seu resultado.
• Preditivos. Os KP!s medem os determ inantes de valor empresaria l [ou do projeto].
Assim, eles são os indicadores orientadores do desempenho desejado pela organi-
zaçao.
• Acionáveis. Os KP!s são populados com dados a tualizados e acionáveis, de modo
que os usuários possam intervir no sentido de melhorar o desempenho antes que
seja tarde demais.
• Pouco ntttnerosos. Os KP!s devem concentrar os usuários e1n algumas poucas ta-
refas de alto valor, e não dispersar sua atenção e energia em itens demais.
• Fáceis de co,npreender. Os KP!s devem ser diretos e fáceis de compreender, e não
baseados em índices complexos que os usuários não sabem como influenciar di-
retamente.
• Equilibrados e conectados. Os KP!s devem equ ilibrar e reforçar uns aos outros, e
não solapar uns aos outros e subotimizar processos.
• Estimttlam m11danças. O ato de medir um KPI deve estimular uma reação em ca-
deia de mudanças positivas na organização (ou projeto), principalmente quando é
monito rada pelo CEO (ou cl ientes ou patrocinadores).
• Padronizados. Os KP!s se baseia1n em definições, regras e cálcu los-padrão de
modo que eles possa1n ser integrados em dashboards por toda a organização.
• Direcionados a contextos. Os KP!s colocam o desempenho em contexto aplicando
alvos e limites a ele, de modo que os usuários possam aval iar seu progresso co1n
o passar do tempo.
• Reforçados com incentivos. As organizações podem amplia r o impacto dos KP!s
atrelando compensações ou incentivos a eles. Entretanto, eles devem fazê-lo co1n
cuidado, aplicando incentivos apenas a KP!s bem compreendidos e estáveis.
• Relevantes. Os KP!s perdem de seu impacto com o passar do tempo, então, têm de
ser periodicamente revisados e revigorados.
Há vários motivos pelos quais o uso de KP!s geralmente não tem êxito em proje-
tos, dentre eles:
• As pessoas acreditam que o aco1npanhamento de um KPI term ina no gerente de
pri1neiro nível hierárquico.
• As ações necessárias para regu lar indicações desfavoráveis estão alé1n do controle
dos funcionários que faze1n o monitoramento ou acompanha1nento.
• Os KP!s não estão relacionados às ações ou ao tr abal ho dos funcionários que
faze1n o monitoramento.
• O ritmo de mudança dos KP!s é lento demais, tornando-os, dessa forma, inade-
quados para gerenciar o trabalho cotidiano dos funcionários.
• As ações necessárias para corrigir KP!s desfavoráveis levam tempo demais.
• A 1nensuração dos KP!s não fornece dados ou informações suficientes para torná-
-los úteis.
• A etnpresa identifica KP!s demais, a ponto de a confusão reinar entre as pessoas
que real izam as 1nensurações.
Há a lguns anos, as únicas métr icas que algumas e1npresas utilizavam eram aquelas
identificadas como parte de um sistema de 1nensur ação de va lor agregado. As mét ricas
gera lmente se concentr avam apenas em prazo e custo e negl igenciava1n-se aquelas rela-
cionadas ao sucesso da e1npresa versus sucesso do projeto. Portanto, as métricas eram
as mesmas em cada projeto e as mesmas para cada fase do ciclo de vida . Hoje, podem
mudar de uma fase para outra e de projeto para projeto. A dificuldade, obviamente,
é decidir qua is utilizar. Deve-se tomar cuidado para que as métricas estabelecidas não
acabem por compara r "maçãs com la ranjas". Felizmente, há vários bons livros no
mercado que podem auxiliar na identificação apropriada de métricas significativas. 30
Selecionar os KPis corretos é fundamental. Pelo fato de u1n KPI ser uma forma de
mensuração, algumas pessoas acreditam que os KP!s devem ser atribuídos so1nente a
elementos tangíveis. Portanto, mu itos elementos intangíveis que seriam acompanha-
dos pelos KPis nunca são observados porque alguém acredita que tal mensuração
é impossível. Qualquer coisa pode ser med ida, independentemente do que a lgumas
pessoas pensam. Segundo Hubbard: 31
• Mensuração é um conjunto de observações que reduz a incerteza em que os resul-
tados são expressos como uma quantidade.
• Uma 1nera redução da incerteza, e não necessariamente sua eli1ninação, é suficien-
te para uma mensuração.
Portanto, podem-se estabelecer KPis mesmo para intangíveis, co1no os que serão
d iscutidos posteriormente, neste livro, no Capít ulo 16. Hubbard acredita que cinco
32
perguntas precisam ser feitas antes de estabelecermos KPis para mensuração:
• Qual é a decisão a que este (KPI) deve da r suporte?
• O que realmente está sendo medido (pelo KPI)?
• Qual é a importância do que está sendo med ido (e do KPI) para a decisão a ser
tomada?
• O que você sabe sobre ele agora?
• Qual é o va lor de continuar a medi-lo?
Hubbard também identifica quatro rressupostos úteis para mensuração que de-
3
ve1n ser considerados ao selecionar KP!s:
• Seu problema (ao selecionar um KPI) não é tão único quanto você pensa
• Você possui ma is dados do que pensa
• Você precisa de menos dados do que pensa
• Há uma mensuração úti l que é muito mais simples do que você pensa
Selecionar os KP!s corretos é essencial. Na n1aioria dos projetos, são necessá-
rios apenas alguns KP!s. As vezes, parecen1os selecionar KP!s demais e acabamos
com mais KP!s que nos fornecem pouco ou nenhum valor de informação, e o KPI
acaba sendo desnecessá rio ou inútil em nos auxiliar na ton1ada de decisões de un1
proieto.
30
Três livros que fornecem exemplos de identificação de métricas são: P. F. Rad e G. Levin, Metrics for Pro•
jec.t Management, Vienna, VA: Management Concepts, 2006; .M. Schnappere S. Rollins, Va/ue-Based Metrics
for lmproving Results, Fc. lauderdale, Fl: J. Ross Publishing, 2006; e D. \V. Hubbard, Horu To Measure
A1t)'thi11g; Hoboken, NJ: Wiley, 2007.
31
D. \V. Hubbard, HoruTo Meosure An)'thi11g, Hoboken, NJ: \Viley, 2007, p. 21.
32
lbid, p. 43.
" lbid, p. 31.
Capítulo 1 Compreendendo as melhores práticas 41
Às vezes, as empresas acreditam que as medi das que selecionar am são KPis qua n-
do, na verdade, são formas de 1nedidas de desem penho, mas não necessaria mente
34
KPis. David Parmenter discute três tipos de 1nedidas de desempenho:
• Ind icadores-chave de resultados (KRis, key results indicators) lhe d izem como
você se saiu em uma perspectiva
• Indicadores de desempenho (Pis, performance indicators) lhe dizem o que fazer
• KPis lhe dizem o que fazer para aumentar o desempenho drastica1nente
. 35
Parmenter acre d 1ta que:
O sucesso de uma estratégia de mudança depende muito de como ela é introduzida e im-
plementada, e m vez de ser algum mérito da estratégia p ropriamente d ita. O s ucesso no
desenvolvimento e na utilização de indicadores-chave de desempenho (KP!s) no trabalho é
determinado pela presença ou a usência de quatro peças fundamentais:
• Parceria com a equipe, sindicatos, p rincipais fornecedores e principais cl ientes
• Transferência de poder para a linha de frente da empresa
• Integração de atividades de mensuração, relatórios e melhorias do desempenh o
• Conexão entre as medidas de desempenho e a estratégia
Em u1n ambiente de projetos, as medidas de desempenho podem va riar de um pro -
jeto para o outro e de uma fase para out ra. A identificação dessas med idas é realizada
pela equipe do projeto, inc.luindo seu patr ocinador. As partes envolvidas no projeto
tam bém podem exercer influência. As 1nedidas de desempenho corporativo têm u1na
orientação fortemente fi nancera e podetn passar por mu ito poucas 1nudanças ao longo
do tempo. As medidas indicam a saúde fi nancei ra da corporação.
Estabelecer medidas de desempenho corporativo relacionadas a iniciativas estraté-
gicas ou o utras atividades simila res tem de ser tratado como um projeto e1n si, e ter o
suporte da equipe de gerência sênior (SMT, senior rnanagement team).
A atitude da SMT é crucia l - qualquer falta de compreensão, compromisso e prio-
rização desse importante processo dificultará seu sucesso. É comum que a equipe do
projeto e a SMT encaix em um projeto de KPI em torno de outras ativi dades concor-
rentes e menos importantes.
A SMT precisa estar cotnprometida co1n o projeto de KPI, para fazer com que
ele desça a té os níveis mais ba ixos da hiera rquia da organização. Se implementado de
forma apropriada, o projeto de KPI irá criar um ambiente d inâmico. Antes de poder
fazer isso, a SMT tetn de estar convencida do conceito. Isso fa rá com que o projeto de
KPI seja t ratado co1n prioridade máxitn a, o q ue pode significa r que a SMT pennita
que essas atividades concorrentes distratoras e menos importantes resolvam-se por si
36
mesmas.
projeto são bastante ativos em um projeto, é esperado que eles tomem a decisão final
sobre o que constitui uma melhor prática. Segu ndo um porta-voz da AT &T, a respon-
sabili dade por detenninar o que é uma melhor prática está nas mãos do:
Gerente de projeto, que mostra como aquela prática teve um impacto positivo em seu pro-
Jeto.
Embora isso seja bastante comum, há outros 1nétodos de val idação que podem
envolver um número significativo de pessoas. Às vezes, os gerentes de projeto podem
ser retirados de onde o trabalho está se desenvolvendo e podem não estar fam iliariza-
dos com as atividades que poderia1n levar à identi ficação de uma melhor prática. As
empresas que possuem um PMO dependem fortemente do suporte desse escritório,
pois as melhores práticas aprovadas são, posteriormente, incorporadas à metodologia,
e o PMO normalmente é o "guardião" da metodologia. Segundo Heidi Wurtz, VP,
Solutions Center da max!T-VCS:
O processo de manutenção e a tua lização da metodologia é definido hoje como uma função
de nosso Solutions Center, q ue oferece suporte à max!T-VCS integrada. A visão é gerenciar e
manter centralmente todas as metodologias, das habilidades centrais como a gestão de pro-
jetos, adoção por clínicos, etc., às metodologias especializadas como o ICD-10 e o Health
Analytics. Implementar novas tecnologias e processos (p. ex.: ICD-10) pode ter um impacto
fundamental sobre todos os processos clínicos e de ciclo de receitas de uma organização.
Fracassos de projetos podem resulta r em problemas de conformidade, atrasos e negações
em solicitações de pagamentos e declín ios significativos na produtividade. Agora, mais do
q ue nunca, é indispensável que as organizações tenham uma forte estrutura de projeto im-
plementada para servir de suporte a essa transformação. A maxIT-VCS se esforça para pre-
encher a lacuna entre os compromissos assumidos por fornecedores de TI da área de saúde
q uanto aos seus deliverab/es e a equipe existente por meio do desenvolvimento de soluções
adaptadas às necessidades da organização. Nosso processo de manutenção de metodologia
permite que o envolvimento de especialistas garanta a cons istência nas atualizações e no
gerenciamento de mudanças de metodologias. O plano é identificar um pequeno grupo de
especialistas para cada metodologia e convocá-los periodicamente para revisar conteúdos, o
(eedback dos usuários, as melhores práticas do setor, lições aprendidas internamente e con-
tribuições de novos materiais. Esse órgão tomará decisões quanto a atualizações, remoções,
s ubstituições o u adições às ferramentas de inclusão de conteúdos metodológicos. Almeja-
mos um componente interativo da metodologia baseada na web para facilitar o (eedback e
contribuições de usuários em campo.
Uma vez que a gerênci a da organização afetada in icia lmente tenha aprovado a
nova melhor prática, ela é encaminha da ao PMO ou à gerência de processos para
validação e, então, institucionalização. O PMO pode ter u1n conjunto separado de
listas de conferência para validar a melhor prática proposta. O PMO tatnbém precisa
definir se a melhor prática é ou não de propriedade exclusiva da empresa, pois isso
irá determ inar onde a melhor prática será a rmazenada e se será ou não comparti lhada
com clientes.
A melhor prática pode ser colocada na bibl ioteca de melhores práticas da empresa
ou, se apropriado, incorporada diretamente à lista de conferência de passagens de fa-
ses da e1npresa. De acordo com a complexidade do processo dessa lista de conferência
e da metodologia de gestão de projetos da empresa, o processo de incorporação pode
ocorrer imediata ou tritnestrahnente.
Segundo Chuck Millhollan, diretor de gerenciamento de programas da Churchill
Do,vns, Inc.:
Não rotulamos nossos processos o u métodos de " melhores práticas". Simplesmente apren-
demos com nossos erros e garantimos q ue esse aprendizado seja incorporado à nossa meto-
dologia, processos, templates, etc.
Capítulo 1 Compreendendo as melhores práticas 43
Algumas o rganizações possuem co1nitês não afi liados ao PMO, que têtn como
principa l função a avaliação de possíveis melhores práticas. Qualquer pessoa da em-
presa pode fornecer dados de possíveis melhores práticas ao comitê, e este rea liza a
análise. Os gerentes de projeto podem ser membros do comitê. Outras organizações
usam o PMO para rea lizar esse t rabalho. Esses comitês e o PMO na maioria das vezes
se reporta tn aos níveis sênior da gerência.
A 4• edição do G11ia PJ\1BOK® enfatiza a Ílnportância de envolver as partes inte-
ressadas e1n projetos. Esse envolvimento pode incluir também a decisão fina l sobre se
uma descoberta se trata ou não de uma 1nelhor prática. Segundo Chuck Millhollan,
diretor de gerenciamento de programas, Churchill Downs, Inc.:
Em última análise, a decisão final está nas mãos das partes interessadas, tanto internas
quanto externas. Uma outra maneira de colocar isso é que o PMO não toma a decisão sobre
se um método ou processo funciona. Procuramos ativamente obter (eedback das partes
interessadas em nossos projetos e usamos suas contribuições para determinar se nossos
processos são "melhores práticas" para a Churchill Downs lnc. As melhores práticas espe-
cíficas identificadas anteriormente, entre outras, foram aceitas fora do PMO como práticas
geralmente aceitas.
Um outro exem~lo de envolvimento das partes interessadas é dado por Enrique
Sevilla Molina, PMP , antigo diretor corporativo do PMO, Jndra:
Uma decisão é tomada pelo PN!O corporativo responsável, o gerente da unidade de negó-
cios, a autoridade do PMO loca l ou mesmo a autoridade competente, se for o caso. De-
pende do assunto e do escopo da tarefa. Algumas das melhores práticas de gerenciamento
foram estabelecidas no nível corporativo e incorporadas à metodologia de GP. Muitas delas
também foram incorporadas aos sistemas de informação de gestão de projetos e às ferra-
mentas de GP.
Aval iar se a lgo é ou não uma melhor prática não leva tempo, mas é un1a tarefa
complexa. O simples fato de a lguén1 acreditar que aquilo que está fazendo é uma
n1elhor prática não sign ifica que o seja de fato. Alguns PMOs estão atua ln1ente de-
senvolvendo templates e critérios para determinar se un1a atividade pode ou não se
qualificar con10 melhor prática. Alguns itens que estão incluídos no template poden1:
• ser transferíveis a muitos projetos;
• permitir u1n desempenho eficaz e eficiente que pode ser medido (i.e., pode servir
como uma mét rica);
• perm itir a mensuração de uma possível lucratividade usando a melhor prática
• possibilitar que uma atividade seja concluída em menos tempo e a um custo mais
baixo;
• agregar valor tanto para a empresa quanto para o cliente;
• ser capazes de nos diferenciar dos outros.
Uma empresa apresentou duas características exclusivas e1n seu template de me-
lhores práticas:
• Ajudar a evitar fracassos
• No caso de crise, ajudar a sa ir da situação crítica
Os executivos precisam perceber que essas práticas são, na verdade, propriedade
intelectual que beneficia toda a organização. Se a melhor prática puder ser quanti-
ficada, então normaln1ente é n1ais fácil convencer a gerência sênior quanto ao seu
valor.
44 Gestão de projetos
MELHORIA CONTINUA
Novos conhecimentos
1
o
Conhecimentos internos
1 1
~
Conhecimentos externos
1
• Lições aprendidas • Benchmarking
• Experiência • Publicações
• História • Seminários e simpósios
• Bancos de dados internos • Bancos de dados externos
Alta
l Individuais
_. ....
.;,.._---
Especificas de projetos
Específicas da empresa
Padrões do setor
Alta
i Individuais
__.. ...........
Especfficas de projetos
Execução da
t
estratégia
Espectticas da empresa
Formulação
Padrões do setor da estraté ia
Padrões profissionais (PMI)
Baixa
Quantidade ---+
Normahnente há trê.s tipos de decisões que podem ser totnadas durante o processo
de revisão:
• Manter a 1nelhor prática co1no está até o próximo p rocesso de revisão
• Atual izar a 1nelhor prática e continuar utilizando-a até o próxitno processo de
revisa o
• Retirar a melhor prática de serviço
para a produção. Nossa empresa não ficaria feliz em entregar esse template a todos que
q uiserem comprar um livro por US$85. Algumas melhores práticas são de conhecimento co-
mum, e certamente compartilharíamos essas informações. Mas vemos o te,nplate de riscos
de transição como um conhecimento confidencial, que não deve ser compartilhado.
37
E. Wenger, R. M.cDermocr e \V. M.. Snyder~ Odavar;ng Communit;es o/ Practk.e: A Cuide to Managing
Knowledge, Cambridge, M.A: Harvard Business School Press, Cambridge, MA, 2002.
Capítulo 1 Compreendendo as melhores práticas 49
• Comece com uma "semente" - você precisa de pelo menos uma figura de liderança mui-
to extrovertida e carismática. Procuramos pessoas que não sejam apenas especialistas
na áreas, mas que sejam quase fanáticas em sua dedicação ao desenvolvimento e ao
amadurecimento da gestão de projetos.
• Plante-a no lugar certo - você precisa garantir que a CoP não interfira excessivamente
com o tempo normal de trabalho o u pessoal. Geralmente, fazemos nossas sessões em
to m o do horário de almoço, oferecendo uma refeição.
• De vez em quando, é necessário ;'podar os galhos " da CoP para que ela cresça forte. Os
grupos podem se desenvolver em direções que não promovem realmente o tema central
da CoP e, nesse caso, é uma boa ideia arrancá-los para evitar dissoluções.
• Quando membros deixarem o grupo, não entre em pânico, é apenas uma questão sazo-
nal. As pessoas vêm e vão quando seu trabalho muda, a pressão de seus projetos muda,
etc. Elas voltarão...
• A CoP precisa produzir mais "sementes" que possam ser plantadas em outros lugares e,
assim, criar uma comunidade de comunidades interligadas. No caso da NXP, criamos
uma sólida equipe central nos últimos anos com comunidades ativas que compartilham
e aprendem umas com as outras em I Odiferentes locais em todo o mundo.
Não faz senti do assi milar as melhores práticas se os funcionários não as conhe-
cem. O problema, como identificamos acima, é como comun icar essas informações
aos funcionários, especialmente em empresas 1nu ltinacionais de grande porte. Algu1nas
das técnicas incluem:
• Sites
• Bibliotecas de melhores práticas
• Comunidade de práticas
• Boletins informativos
• E-mai ls
• Seminários via internet
• Transferência de funcionários
• Estudos de casos
A Norte) Net\vorks se esforça para garantir comunicações oportundas e consis-
tentes a todos os gerentes de projetos em todo o mundo para ajudar a promover u1n
sucesso continuado na aplicação de processos globais de gestão de projetos. Exemplos
dos vários 1nétodos de co1nunicação usados pela Norte) incluem:
• O PM Newsflash (Boletim informativo de G P) é publ icado mensahnente para
facilita r as comunicações ent re a organização de gestão de projetos e suas áreas
funcionais relacionadas.
• São feitas sessões de comunicação de gestão de projetos periodica1nente, com u1n
forte foco em promover treinamentos, revisões de mét ricas, atua lizações de pro-
cessos e tetnplates, entre outros.
• Boletins de divulgaç.ã o são uti lizados para comunicar informações urgentes.
• Estabeleceu-se um repositório cent ralizado para os gerentes de projetos pro move-
rem o fácil acesso e o compartilhamento de informações relacionadas à gestão de
· 38
proJetos.
Os con1entári os da Norte) deixam claro que as me lhores práticas hoje po-
dem pern1ear todas as unidades de negócios de uma en1presa, especia lme nte as
n1u ltinacionais.
" H. Kerzner, Project Managemenr Best Pmctices: Ad,;eving GJol,al Excellence, Hoboken, NJ: \-Viley, 2006,
p. 18.
50 Gestão de projetos
Um dos motivos disso é que agora vemos todas as atividades de uma e1npresa
como u1na série de projetos. Portanto, esta mos gerenciando nosso negócio a partir de
pro jetos. Dado esse fato, hoje estão surgindo mel hores práticas em gestão de projetos
por toda a empresa.
Publicar as melhores práticas em algum fo rmato parece ser o 1nétodo preferido de
comunicação. Na Ind ra, Enr ique Sevilla Mol ina, PMP®, a ntigo diretor corporativo do
PMO, afirma:
As melhores práticas são p ublicadas no nível corporativo e no nível co rrespondente dentro
da unidade de negócios afetada . Cursos e treinamentos regulares também estão sendo ofe-
recidos para gerentes de projetos recém-nomeados, e o uso das melhores práticas é revisado
period icamente e verificado pelas equipes de audito ria interna. Além disso, as ferramentas
corpo rativas de GP automatizam as aplicações de melhores práticas a projetos, já que elas
se tornam exigências para os sistemas de informação do GP.
Segundo um porta-voz da AT & T:
Definimos uma melhor prática como q ua lquer ferramenta, template ou a tividade q ue tenha
tido um impacto positivo sobre a tripla restrição e/or qualquer p rocesso ou área de conhe-
cimento do Guia PMBOK"'. Perm itimos q ue o gerente de projetos ind ivid ua l determine se
está ou não diante de uma melhor prática baseados nesses critérios. Comunicamos isso por
meio de um boletim mensal de gestão de projetos e realçamos uma melhor prática do mês
para nossa comunidade de gestão de projetos.
Uma out ra Ílnportância estratégica das mel hores práticas em gestâo de projetos
pode ser o bservada nos comentários a baixo, feitos por Suza nne Z ale, diretora de ope-
39
rações da He,vlett-Packard e antiga gerente global de programas da EDS:
Di recionados pela economia mund ia l, o número de projeto s internacion ais o u globais de
grande escala tende a au mentar. Os gerentes de projeto q ue não tê m experiência g lobal
cost uma m trata r esses projetos g loba is como p rojetos n aciona is d e gran de porte. En-
tretanto , eles são completa mente d iferentes. É muito ma is importante nesses casos q ue
haja uma es trutura mais robusta de gestão de projetos. Planeja r com antecedência torna-
-se extremamente importante com uma perspectiva globa l. Como exemplo, estabelecer
uma equ ipe que te nha conhecimento das regiões geográficas relevantes para o projeto
é crucia l para seu sucesso. Os gerentes de projeto tam bém têm de saber como operar
nessas á reas geográficas. É essencial também que todos os membros da equipe do projeto
sejam treinados e co mpreenda m a mesma metodologia geral de gestão de projetos. A
globalização e a tecnologia tornam ainda ma is importante uma prática sólida da gestão
de p rojetos.
Os comentários de Suzanne Zale ilustram a Ílnportância de identificar melhores
práticas e1n projetos globais . Até o fi nal desta década, esse pode muito bem ter se tor-
nado o fut uro das melhores práticas.
39
Harold Kerzn.er, Advanced Project Management: Best Prac.r;ce.s on lmplementation, 2nd edfrion, Hoboken,
NJ: \Viley, 2004; p.2 1
Capítulo 1 Compreendendo as melhores práticas 51
a garantir o uso de uma melhor prática, mas pode não ter a autoridade para garantir
seu uso. O PMO pode precisar buscar o auxílio do líder do PMO, do patrocinador do
projeto ou de várias partes interessadas para garantir seu uso.
Quando as melhores práticas são usadas como armas co1npetitivas e anunciadas a
possíveis clientes cotno parte de uma licitação, a equipe de marketing e vendas precisa
compreender as melhores práticas e expl icar seu uso aos clientes. Ao cont rário de há
1 Oanos, hoje a equ ipe de marketing e vendas possui uma boa compreensão da gestão
de projetos e das melhores práticas que o acompanham.
Alta
i
.,
Individuais
Específicas de projetos
Bibliotecas
"'
~ ~
de melhores
'j;1 Específicas da empresa
!li? . práticas
=
g Padrões do setor 1
<.>
Padrões profissionais (PMI)
Baixa L - - - - - - - - - - --== :..._
Quantidade -
TRANSFERtNCIA OE CONHECIMENTO:
• INTRANET
• SEMINÁRIOS
ARMAZENA· • ESTUDOS OE CASOS
MENTO
• OUTROS
BIBLIOTECA
DE MELHORES
PRÁTICAS
GESTÃO
OE PROJETOS
Avanços
tecnológicos MELHORIAS CONTiNUAS
a inda eram consideradas como melhores práticas. Algumas já tinham deixado de sê-
-lo, out ras precisava1n ser atua lizadas e out ras, ainda, tinham de ser substituídas por
melhores práticas mais recentes.
'ºO material sobre a HP foi fornecido por Doug Bolzman, arquiteto consultor, PMP• , especialisr.a em mL•
na HP.
Capítulo 1 Compreendendo as melhores práticas 55
O Diretoria do componente
Patrocinadores<'
EQuipe ele liderança
Arquitetos Responsável pela
Conselho : Proprietário elo direção, desenvolvimento
!Se deSign componente
e execução do
Gerente de componente
componente
Descrição
Potencialidades Regras e direcionadores formais do cliente que são necessários
Requisitos para gerenciar as operações da perspectiva empresarial,
Padrões multiplataformas, multífornecedores e integrada
Métricas
Terminologia
9 Design
Pessoas
(Cargas. qualificações. treinamento) Todos os designs oferecidos pelo
Ptoc-essos fornecedor ao cliente são medidos
(fluxogramas, instIUções de trabalho) em relação aos atributos
Ferramentas
declarados e terão de estar em
(Modelo de dados, aplicativos. templates)
Impactos sobre o componente
conformidade com eles
nos fornece flexibi lidade para combinar designs de potencialidades de modo a atender
as necessidades do cliente. Se o cliente possui padrões governamentais, como a Sarba-
nes-Oxley, ou padrões setoria is, como os do setor fannacêutico, pode1nos identificar
os designs que fora1n criados para seguir esses padrões.
41
1.21 DTE Energy
E,n 2002, a organ ização Information Technology Services (ITS) na DTE Energy ini-
ciou u1n esforço para identifica r e documentar melhores práticas para a gestão de pro-
jetos. Nossa intenção era publicar, co1nun icar e garantir que essas 1nelhores práticas
fossem adotadas em toda a cultura da empresa.
Acreditávamos que essa abordage1n levaria a oportun idades de melhorias contí-
nuas, resultando em software de soluções empresariais de mais a lta qual idade, mais
rápidos e menos caros.
Em vez de descrever o estado ideal da gestão de projetos como podíamos imaginá-
-lo, decidimos descrever o estado corrente, do modo como estava sendo praticado
pelos gerentes de projeto na organização. O objetivo era estabelecer um conjunto-base
de padrões que sabíamos que os gerentes de projeto conseguiriam cumprir, pois já os
estávamos praticando.
41
O material sobre a DTE Energy foi fornecido por Joseph C. Thomas, PJvt~ , gerente de projetos sên.ior; e
Sceve Baker, PM~ , CCP, anal ista principal de organização de processos e habilidades.
58 Gestão de projetos
,;;
11 Ili< ~ I."" - l°"' tl<i>
• Oyfaif'.d Artifucts
• LA@çydf!YU
• AttifaSls aod Proctsua
• M!lntts
lse-'.ed .:l
• S!arclar'ds aM Guiotbnes
• Ars:hlttl\llH iod Jogh
cam na gestão de projetos e, na ma ioria das vezes, ela é percebida como um obstácu lo
à criatividade. No entanto, é importante dizer que o 1nodo como as contas de clientes
e projetos são gerenciadas é bastante consistente com a metodologia de gestão de pro-
jetos. O problema, porém, é que os planeja dores de contas não fazem uso da d isciplina
da gestão de projetos para aprimorar processos e fazer os projetos terem um desem-
penho melhor. Não há relação formal entre a gestão de projetos e o gerencia1nento de
contas na categoria de propaganda e marketing.
Quando apresentei a gestão de projetos à 1ninha empresa de executivos da propa-
ganda como u1na forma de melhorar nosso negócio, levei algum tetnpo para fazê-los
acreditar nisso.
A seguir, conto a história de como consegui.
Havia sete principais áreas em que o uso de gestão de projetos como uma melho-
ria contínua de instrumentos era aparente:
1. Gerenciamento do relacionamento com o cliente (CRM, Client Relationship
Management)
2. Saúde/dinâmica das equipes
3. Qualidade/criatividade dos projetos
4. Custos/orçamento dos projetos
5. Escopo/prazo dos projetos
6. Gerenciamento de portfólio de projetos
7. Cultura da empresa
A mudança necessária pode ser vista na Figura 1- 17.
SISTEMA DE NOVOSISTEMA DE
COMUNICAÇÃO ATUAL COMUNICAÇÃO
CEO
CEO Equipe de wndas
1 ouvem a
mesma
Equipe de vendas/ Consultor mensagem
Gerência Equipe de
júnior
gerência
! Consultor
sénior
Consultor sênior
!
Consultor júnior
Classificação de Resultado/
prioridade Área Ação Benefício Medida
1. Gerenciamento do 1. Estabelecer u m • Relacionamentos • Pesquisa do cliente
relacionamento com contato pessoaJ com de longo prazo • Retenção de clien-
o cliente o cliente (adicionar com o cliente tes/taxa de retorno
MOTIVO:VOLTA DO custos de viagens ao • Ganhar credibili· de clientes
CLI ENTE/REPETI· contrato) em projetos dade • Taxa de recomen·
ÇÃO DE VENDAS mais longos, comple· • Mais projetos dação
xos e que ofereçam • Aumento da boa • Número de pro·
novas oportunidades reputação da em- jetos de navas/
2. A primorar a fase de presa antigos clientes
planejamento por mês/ano
3. Temp/afe de escopo.'
contrato
4 . Template post mortem
5. Marcar reuniões com
pautas padronizadas e
deixar todos trabalha·
rem na declaração do
escopo
2. Saúde/dinâmica da 1. Designar 3 pessoas • Maior colaboração • Resultados da ava-
equipe a cada projeto (3ª na equipe liação post mortem
MOTIVO: RELACIO- para balanço/controle) • Menos estresse e (consultor júnior
NAMENTOS 2. Distribuição da carga problemas avalia abertamente
de trabalho a 40/60 • Consultores júnior o consultor sênior
(em vez de 20/80 a sentem-se mais e vice-versa?)
consuttores sénior/ valorizados • Pesquisa de Satis-
júnior) • Maior responsabili· fação Ponderada
3. Novas responsabili· dade delegada aos do Funcionário -
dades de GP consuttores sénior WESS (Weighted
4. Redefinição das fun- Employee Satis-
ções correntes taction Swvey)
3. CriaUvidade 1. Padronizar proces· • Mais tempo para • Grande ideia em
MOTIVO: LIMITADO sos de planejamento criar cada projeto
POR2, 4e5 de projetos por meio • Menos tempo para • Ideias acionáveis
da padronização da se preocupar em cada projeto
estrutura do projeto
2. Ater•se a funções
bem definidas (todos
sabem o que fazer)
(continua)
66 Gestão de projetos
2.0 Introdução
Por quase 40 anos, a gestão de projetos esteve presente em relativamente poucos
setores, como aeroespacia l, de defesa e de constr ução. Esses setores eram orientados a
projetos e implementavam-na principahnente para atender as solicitações dos clientes.
A gestão de projetos era considerada interessante, mas acessória. Por consequência, as
melhores práticas em gestão de projetos nunca rea lmente foram consideradas impor-
tantes.
Nas duas últimas décadas, a gestão de projetos evoluiu, to rnando-se um processo
obrigatório pa ra a sobrevivência da empresa no longo prazo. Atualmente, é u1na ne-
cessidade, e não um luxo. Ela permeia todos os aspectos de uma empresa. As empresas
hoje gerenciam seus negócios por 1neio de projetos. A gestão de projetos se tomou
uma forte arma de vantagem competitiva. O conheci1nento adqui rido por 1neio dela é
tratado como propriedade intelectual, e os escri tórios de projeto foram criados para
serem seus guard iões, reportando-se à alta gerência e recebendo a tarefa de identificar
as melhores práticas em gestão de projetos.
Assim como com qualquer nova atividade de gestão de p rojetos, os benefícios
são acompan hados por desvantagens e possíveis proble1nas . Alguns são pequenos e
fáceis de corrigir, mas outros são dores de cabeça enormes, que fazem os executivos
passarem noites em claro. A maioria das dores de cabeça emana ou de uma má com-
preensão dos benefícios da gestão de projetos, ou de expectativas altas demais. Outros
problemas ocorrem quando uma atividade na verdade não é uma 1nelhor prática e
acaba por acarretar resu ltados negativos.
Alta
necessidade Riscos para o cliente
Satisfação
do cliente
Essas boas intenções logo se transformaram e1n problemas. Para most rar seu
apoio à excelência e1n gestão de projetos, os gerentes de projeto recebiam au1nentos
salaria is de 14%, enquanto os membros das equipes dos projetos e os gerentes de área
recebia1n de 3 a 4'Yo . Depois de dois anos da implementação do gerente de projetos
como cargo de carreira, todos estavam tentando se tornar um e trilhar o 1nesmo ca-
minho, inclusive gerentes de área importantes co1n conhecimento especia lizado. Todos
achavam que "a grama era mais verde" no quinta l do gerente de projetos do que em
seu próprio quinta l. Os gerentes de área co1n habi lidades essencia is estavam ameaçan-
do pedir demissão da empresa se não tivessem a chance de se tornar gerentes de pro-
jeto. A empresa fina lmente corrigiu o problema dizendo a todos da empresa que cada
p lano de carreira da empresa oferecia as mesmas oportunidades de crescimento. O
grande diferencial em aumentos salariais desapareceu e foi substituído por um p lano
mais equitativo. Entretanto, já era tarde dema is. Os 1ne1nbros de equipes e os gerentes
de área sentiam que os gerentes de projeto os exploravam, e o relacionamento profis-
sional entrou em crise. Os executivos agora estavam enfrentando a dor de cabeça de
ter de consertar os danos causados.
A Figura 2- 1 ilustra por que 1nuitas out ras dores de cabeça ocorrem. À medida
que a gestão de projetos cresce e evolui para uma arma competitiva, a organização é
pressionada a implementar melhores práticas, 1nuitas das quais necessita1n de caros
sistemas de controle interno para o gerenciamento de recursos, custos, cronogramas e
qual idade. Os sistemas de gestão de projetos têm de ser capazes de lidar com diversos
projetos simultaneamente. Da mes1na forma, obter a satisfação do cliente é algo con-
siderado co1no uma melhor prática e pode ter um preço alto. À medida que a impor-
tância de ambos aumenta, aumentam ta1nbém os riscos e as dores de cabeça. Manter a
paridade entre a satisfação do cl iente e os controles internos não é fácil. Gastar tempo
e dinheiro dema is com satisfação do cl iente pode levar a desastres financeiros em
determinados projetos. Gastar tempo demais em cont roles internos pode levar a uma
não competitividade.
i Despesas
planejadas -,._ $
o
>
da contratada $ Conclusão
;
.!!!
::,
do projeto
E
::,
<.>
o
ij "-- Plano de
(.)
pagamento do cliente
Tempo ---+
Figura 2- 2 Curva de despesas.
aborrecidos ao ouvir isso e precisa ra1n de uma expl icação. O vice-presidente executivo
colocou a Figura 2- 2 na tela e esclareceu que a empresa não mais aceitaria projetos
nos quais as margens de lucro fossem menores do que 4- 6% , porque assim estariam
financiando os projetos para seus clientes. A e1npresa estava funcionando como um
banqueiro para seus clientes. A rea lização de benefícios não estava sendo alcançada.
Para reduzir os custos das licitações, a etnpresa estava respondendo a solicitações de
propostas usando bancos de dados de estimativas e1n vez de mão de obra faseada. A
questão do fluxo de caixa não estava sendo identificada até depois de ser dado sinal
verde ao p rojeto.
Embora o financiamento do projeto ten ha se tornado uma prática aceitável, ele
comprime o lucro em mercados já alta1nente competitivos. Para manter as margens de
lucro, as empresas geralmente são forçadas a desconsiderar o que foi d ito ao cl iente
na proposta e designar recursos do projeto de acordo co1n o p lano de pagamento
do cliente em vez de com o cronograma original do projeto apresentado na propos-
ta. Embora isso possa levar a u1na lucratividade no curto prazo, gera lmente resulta
em cronogra1nas alongados, possíveis processos judiciais e insatisfação do cl iente. O
equilíbrio ent re satisfação do cliente, relacionamentos de longo prazo com o cl iente e
lucratividade está gerando uma enorme dor de cabeça. A melhor prática de criar um
sistema de EPM de alto nível pode levar a resultados negativos se a lucratividade não
puder ser mantida.
modo que a gerência sênior possa ter um quadro real ista dos recursos comprometidos
pelos 90 ou 180 dias seguintes. Isso pennite que a empresa determine que quantidade
adicional de tr abalho ela pode assum ir sem sobrecarregar a base de ,não de obra exis-
tente. Além disso, se for identificado um gargalo de recursos, deve ficar relativamente
claro quantos recursos adiciona is devem ser cont ratados e em que grupos funcionais.
Com a transformação do planejamento da capacidade de uma arte em uma ciên-
cia, os problemas com a obtenção de recursos qualificados para mudanças de escopo
não planejadas aumentam. A maxim ização dos lucros em determinado projeto pode
não ser do interesse da empresa, especia lmente se os recursos puderem ser usados mais
eficientemente em out ras partes da organização. As organizações hoje em dia têm me-
nos pessoal do que precisa tn, por acreditaretn que é melhor ter mais trabalho do que
pessoas em vez de ma is pessoas do que t raba lho. Os executivos têtn de encontrar uma
maneira de equi librar a necessidade de mais recursos adicionais com as 1nudanças de
escopo, a seleção de portfólios de projetos e a pressão sobre o relacionamento profis-
sional entre gerentes de projeto e gerentes de área . Como os executivos hoje conven-
cem os gerentes de projeto de que mudanças de escopo são desnecessárias e de que a
maxim ização de lucros deve ser esquecida?
Fornecer reconhecimento monetá rio e não 1nonetário é uma melhor prática con-
tanto que seja realizada de maneira equitativa. Deixar de fazê-lo pode destruir até
mesmo os melhores sistemas EPM além de uma cultura corporativa que levou anos
para ser desenvolvida.
Pode levar anos para se criar uma boa cu ltura de gestão de projetos, mas é pos-
sível que ela seja destruída rapidamente por meio dos caprichos pessoais da gerência.
Uma empresa empreendeu dois projetos de P&D de alto risco concomitante1nente.
Estabeleceu-se um prazo de doze meses para cada um deles, na esperança de que a l-
gu1n avanço tecnológico fosse surgir e, 1nesmo se surgisse, a1nbos os produtos teriam
u1na vida úti l de aproximadamente um ano antes de se tornare1n obsoletos.
Cada projeto teve um patrocinador designado dos níveis executivos . Na prin1eira
reunião de revisão de fase, ambos os gerentes de projeto recon1endaram que seus proje-
tos fossem cancelados. Os patrocinadores executivos, para manter as aparências, orde-
naram que os projetos continuassem até a revisão de fase seguinte em vez de cancelar os
projetos enquanto as perdas ainda eram pequenas Os executivos forçaran1 os projetos a
continuarem a se concretizarem. Os avanços tecnológicos fora1n feitos seis meses depois,
e não houve praticamente nenhuma venda con1 nenhun1 dos dois produtos. Só havia
un1a n1aneira de os patrocinadores executivos 1nanterem as aparências - pron1over an1-
bos os gerentes de projeto por tere1n desenvolvido con1 sucesso dois novos produtos e
então, culpar o marketing e vendas por sua incapacidade de encontrar clientes.
Cancelar projetos nunca é fácil. As pessoas gera lmente veem notícias ruins como
u1n fracasso pessoal, um sinal de fraqueza e uma mancha e1n sua carreira. Há que se
compreender que expor um fracasso não é sinal de fraqueza. A lição é clara: qualquer
executivo que sempre toma a decisão certa certamente não está tomando decisões
suficientes, e qua lquer empresa em que todos os projetos são concluídos co1n sucesso
não está trabalhando e1n projetos suficientes e não está aceitando um risco razoável.
Riscos políticos
E1n projetos grandes e co1nplexos, a política costuma ser tratada como um risco polí-
tico, especia lmente quando o projeto está sendo conduzido no país hospedeiro e está
sujeito a interferência governa1nental ou violência política. Os fatores que geralmente
são considerados como parte dos riscos políticos incluem:
• Mudanças políticas, como a eleição de um novo partido que chega ao poder
• Mudanças na política fiscal, na política trabalh ista ou na política de contratação
pública do país hospedeiro
• Nacional ização ou confisco indevido de ativos e/ou propriedade intelectual de u1n
proJeto
• Conflitos civis resultantes de u1n golpe, atos de terrorismo, sequest ros, pedidos de
resgate, assassinatos, guerras c1v1s e insurreições
• Mudanças significativas das taxas de inflaç.ã o resultando em políticas de conver-
são monetária desfavoráveis
• Problemas contratua is como cancelamento de licenças e falta de pagamentos
Tendemos a incluir muitos desses riscos no escopo dos fatores a 1nbientais da em-
presa que são de responsabil idade do patrocinador do projeto ou do com itê de gover-
nança. No entanto, quando o projeto está sendo conduzido no país do hospedeiro,
nonnalmente é o gerente de projeto que tem que lidar com os riscos políticos.
Quanto maior e n1ais complexo o projeto, maior o custo excedente e, quanto
n1aior o custo excedente, maior a probabilidade de intervenção política. Em alguns
países, como os Estados Un idos, passar o problema ad iante para camadas hierár-
quicas superiores sign ifica que o problen1a acabará nas mãos do pat rocinador do
projeto. Mas em outros países, especialmente en1 países de mercados en1ergentes, os
problemas podem ultrapassar o comitê de governança e envolver altos oficiais do
governo. Isso ocorre particularn1ente em megaprojetos que são suscetíveis a grandes
custos excedentes.
Todos esses são motivos que podem beneficiá-lo pessoalmente. Há ta tnbém a po-
lítica negativa, quando alguém se envolve em jogos políticos com a intenção de pre-
judicar outros, o que pode, por sua vez, acaba r por beneficiá-lo pessoa lmente. Alguns
exetnplos são:
• Querer ver o projeto fracassar
• Ter medo de 1nudanças e.aso o projeto seja bem-suced ido
• Querer prejudicar a i1nagem ou reputação de outra pessoa, especialmente se ela
representar um ent rave ao avanço de sua ca rreira
• Repreender as ideias dos outros para fortalecer sua posição
O comitê de governança
A política nos projetos nonnalmente acaba pressionando o com itê em un1a direção dife-
rente da declaração de trabalho (SOW, Statement of \Vork) original. Essa pressão pode
se originar en1 sua própria gerência sênior, en1 a lguns dos men1bros de sua equ ipe de
projeto, no cliente e até mesn10 em algun1as das partes interessadas. Cada parte deseja um
resultado leven1ente diferente, e o trabalho do c01nitê é tentar encontrar uma maneira de
agradar a todos.
Capítulo 2 Da melhor prática a uma enorme dor de cabeça 79
A solução 1nais simples parece ser a criação de utn com itê composto de gerentes
sênior de sua empresa, representantes da empresa do cliente e representantes de vários
grupos de partes interessadas. Aparentemente, pode-se deixar o comitê resolver todos
os conflitos entre si e dar uma orientação unificada para o projeto. Obter suporte de
uma camada hierárqu ica superior parece a coisa certa a se fazer. Infel izmente, a inda
existe a possibi lidade de que o comitê não consiga chegar a um acordo, e, 1nesmo que
eles pa reçam estar de acordo, certos metnbros do comi tê podetn ainda tentar fazer
politicagem "por trás dos bastidores". A existência do comitê de governança não eli-
mina a politicagem nos projetos. As pessoas que formam o cotn itê gera lmente fazetn
politicagem a fim de ampl iar sua base de poder.
A ma ioria das empresas possui fundos limitados disponíveis para projetos. O re-
sultado é uma concorrência no nível executivo por financiamento para o projeto, que
pode ser do interesse de uma área, mas não necessariamente de toda a empresa. Os
executivos podem fazer politicagem pa ra conseguir que seus projetos sejam aprovados
antes de todos os out ros, vendo isso como utn aumento de sua base de poder. Porétn,
o com itê de governança pode incluir executivos das áreas funciona is que perdera tn
a batalha por financiamento de projetos, e eles podem tentar exercer u1na influência
política negativa sobre o projeto, chegando ao ponto de torcer para o seu fracasso. O
resultado é o gerente de projeto ser designado e colocado em cena depois da aprova-
ção do projeto, nunca compreendendo totalmente, até o projeto já estar em uma fase
bastante avançada, a politicagetn que foi feita durante sua aprovação e início.
Amigos e inimigos
E,n geral é d ifícil identificar rapidamente quem são seus a tn igos e quem são seus ini-
migos. Nem todas as pessoas com intenções políticas são inimigos. Algumas podetn
estar fazendo pol iticagem por seu interesse. Portanto, é vantajoso identificar, se pos-
sível, qua is das pessoas que possuem interesses pessoa is são suas amigas e quais são
inimigas. Isso significa que você tem de se comunicar cotn elas, talvez mais informal
do que formahnente, para compreender suas intenções. Ana lisar a linguagetn corporal
geralmente é uma maneira de tentar adivinhar de modo prelim inar se alguétn é seu
amigo ou inÍlnigo. Uma forma possível de classificar as pessoas pode ser:
• Verdadeiros apoios: Pessoas que demonstram aberta tnente sua disposição a apoiar
você e sua posição no projeto.
• "Ern ci1na do muro": Pessoas que você acredita que irão apoiá-lo ao longo do can1i -
nho, contanto que você prove a elas que merece sua confiança e apoio. Talvez você
tenha de dedicar um tempo extra a mostrar-lhes sua posiç.ão e ganhar seu apoio.
• Verdadeiras incógnitas: Ao contrário dos que estão "em cima do muro", que po-
dem ser convencidos do seu modo de pensar e vi rar seus aliados, essas pessoas
são verdadeiras incógnitas. Elas podem ter segundas intenções que não são do seu
interesse, ,nas são relativamente caladas e podem ainda não ter expressado suas
preocupações. Essas pessoas podem representar uma séria a tneaça caso se opo-
nham à direção que o projeto está tomando.
• Verdadeiros initnigos: Pessoas que deixaram bem claro que provavelmente não
apoiarão suas ideias . Você cotnpreende sua posição e provavelmente está certo de
como elas responderiam a você e à d ireção que seu projeto está tomando.
80 Gestão de projetos
Atacar ou recuar
Quando as pessoas fazem policie.agem em projetos, há dois fatos que parecem ser
dados e.orno garantidos. Primeiro, essas pessoas provavelmente têm experiência em
pol iticagem e, segundo, elas esperam sair ganhando. Dependendo de quem o conflito
envolve, você terá de decidir se deve atacar agressivamente ou se deve recuar. Não to-
mar providência a lguma é uma forma de distancia1nento que certamente o fará perder
a bata lha.
A regra número um das bata lhas é reunir o máximo de informação possível sobre
seu inimigo. Por exemplo, como parte do gerenciamento dos relacionamentos com as
pa rtes interessadas, podemos 1napeá-las de acordo com a Figura 2- 3.
O 1napeamento das pa rtes interessadas é mais frequentemente exibido em uma
grade que compara seu poder e seu nível de interesse no projeto.
• Gerenciar de perto: Pessoas com um alto nível de poder e interesse, que podem
determinar o sucesso ou fracasso de seu projeto. Você precisa fazer o máximo
esforço para satisfazê-las. Esteja ciente de que há fatores que as fazem 1nudar de
quadrante rapidamente.
• Manter satisfeitas: Pessoas co1n alto nível de poder, mas menos interessadas, que
também podem determinar o sucesso ou fracasso de seu projeto. Você tem de fazer
certo esforço para satisfazê-las, mas não com u1n nível excessivo de deta lhes de
possa levar ao tédio ou a um tota l desinteresse. Elas podem não se envolver até a
conclusão do projeto e.star próxitna.
• Manter informadas: Pessoas co1n um poder li1nitado, 1nas com u1n grande inte-
resse no projeto. Elas podem funcionam como um sistema de alerta precoce na
abordagem de problemas e podem ser perspicazes para auxiliá-lo com a lgumas
questões técn icas. Essas são as partes interessadas que gera lmente oferecem opor-
tunidades ocultas.
• Apenas 1nonitorar: Essas são pessoas com poder limitado e que talvez não estejam
interessadas no projeto, a menos que ocorra un1 desastre. Forneça-lhes algun1as in-
formações, n1as não tão detalhadas ao ponto de fazê-las perder o interesse ou ficar
entediadas.
Quando você ent ra na ofensiva e ataca as pessoas que estão fazendo pol iticagem,
precisa ter não somente mun ição, mas também um apoio, se necessário. Tem de estar
preparado para most rar como as decisões políticas podem afetar as restrições ao pro-
jeto além das bases de referência que o aco1npanham. Dependendo do nível de poder e
influência de seu oponente, de acordo com a Figura 2- 3, você pode precisar que outras
pa rtes interessadas o ajudem a pleitear seu e.aso. É extrema1nente benéfico ter apoio
Manter Gerenciar
satisfeitas de perto
Apenas Manter
monitorar fnlonnadas
Baixo Alto
Nível de interesse das partes interessadas
no 1nesmo nível de posição de poder ou ma is alto do que as pessoas que estão fazendo
politicagem.
Nem todas as bata lhas políticas precisam ser vencidas. As pessoas que fazem po-
liticagetn e possuem grande quantidade de poder podem também ter a autoridade
para cancelar o projeto. Nesses casos, recuar pode ser a única opção viável. Se você
realmente deixar de fora as pessoas que estiverem fazendo jogadas de poder, a situação
pode se deteriorar a inda ma is. Sempre há a chance de que você tenha de t rabal har
com as mesmas pessoas no futuro. De qua lquer maneira, a melhor abordagem é tentar
compreender aqueles que estão fazendo politicagem, os motivos que os levam a tal, e
que grau de poder e influência eles têm sobre a decisão final.
pode ser ainda mais politicagem quando não se esperava, e amigos pode1n faci lmente
se tornar n11m1gos.
1
Os Sete Pecados Capitais
O tenno "Sete Pecados Capitais", também chamados de "Sete Pecados Mortais", "Ví-
cios Capita is" ou " Pecados Cardeais", é uma classificação de vícios objetáveis. Origi-
na lmente, faziam pa rte da ética cristã e são usados desde os pritnórdios da era cristã
para educar e instr uir fiéis quanto à tendência da humanidade decadente a cometer pe-
cados. A versão dos pecados reconhecida atuahnente engloba ira, ganância, preguiça,
soberba, luxúria, inveja e gula. Parte ou todos os pecados foram discutidos ao longo
das quatro últimas décadas a partir de d iferentes perspectivas nos escritos rel igiosos
do Cristianismo, Hinduísmo, Islam ismo, Budismo e Judaísmo. Ao longo dos anos,
os pecados foram mod ificados e d iscutidos por clero, filósofos, psicólogos, autores,
poetas e educadores.
Uma breve descrição dos Sete Pecados Capitais aparece na Ta bela 2- 1. Cada um
dos pecados pode estar relacionado a um animal, uma cor específica e mesmo a uma
punição no inferno por cometê-lo.
Em um ambiente de projetos, qualquer um desses pecados, ou todos eles, pode
fazer pessoas racionais tomarem decisões irraciona is, e isso pode ocorrer e1n qualquer
nível dentr o da hierarqu ia organizacional. E1n alguns níveis, a existência dos pecados
pode ter u1n maior impacto sobre o desempenho de projetos do que em outros. Se um
pecado é aparente no início de um projeto, más decisões to1nadas na fase inicial po-
dem ter consequências negativas em todas as fases posteriores.
Inveja
• "A inveja é a arte de conta r as bênçãos dos outros em vez de suas próprias ." (Ha-
rold Coffin)
• " Inveja é ignorância. Imitação é suicídio." (Ra lph Wa ldo Emerson)
• "Quando os homens estão tomados pela inveja, menosprezam tudo, tanto o que é
ruim quanto o que é bom." (Publ ius Cornel ius Tacitus)
Inveja é o desejo de possuir o que os outros possuem. Ressentimentos ocorrem quan-
do alguéin não possu i qualidades superiores de um outro, como status, riqueza, sorte,
dotes físicos, características, habilidades ou posição. A inveja pode levar alguén1 a infligir
sofrimento a outra pessoa e a tentar desfazer a vantagen1 de outra pessoa ou impedir que
ela obtenha a vantagen1. A inveja tan1bé1n pode afetar o relacionamento entre pessoas,
con10 quando alguém ignora uma pessoa de que1n sente inveja. A inveja gera lmente é
sinôn imo de ciún1e, amargura, ganância, desdén1 e ressentin1ento.
A inveja pode ser ma ligna ou benigna. A 1naligna apresenta todas as característi-
cas que acabamos de 1nencionar. A benigna pode ser u1na força motivacional positiva
se encorajar as pessoas a agirem de 1naneira favorável para que os desejos sejam al-
cançados. A inveja benigna normahnente existe na base da hierarquia organizaciona l,
enquanto a inveja mal igna aparece no topo.
As quatro situações a seguir ilustram como a inveja pode levar a desastres no
contexto de projetos:
Situação 1: Fracasso devido a problemas reorganizacionais. Uma etnpresa possu i qua-
tro divisões, cada uma liderada por um vice-presidente sênior. No passado, a maioria
dos projetos permanecia integra lmente dentro de uma única divisão. Cada divisão
possuía sua própria metodologia de gestão de projetos, e o nútnero de projetos bem-
-suced idos superava significativamente o número de fracassos. À medida que o 1ner-
cado começou a mudar, a empresa começou a t raba lhar em projetos que exigiam que
mais de uma divisão t rabalhasse junta no mesmo projeto. Usar d iferentes metodolo-
gias etn utn mesmo projeto se mostrou uma tarefa impossível.
O presidente determinou que deveria haver uma ún ica metodologia, e que todas
as divisões teriam de usá-la para gerenciar projetos. A empresa criou um PMO, e o
presidente designou a utn dos vice-presidentes o cont role do PMO. Funcionários de
cada u1na das t rês divisões foram designados ao PMO na base de um acordo para o
desenvolvimento da metodologia singular.
As pessoas do PMO pareciam t rabalhar ben1 juntas, n1as os quatro vice-presidentes
exigiran1 ter a autoridade final sobre a adoção da metodologia singulaL Cada u1n deles
acreditava que a abordage1n de gestão de projetos usada em sua divisão deveria ser a
força n1otriz para a criação de u1na metodologia singular. Independentemente do design
criado pelo PMO, cada vice-presidente de1nonstrava inveja e ressenti tnento, encontran-
do problemas nas ideias dos out ros, sofrendo da síndron1e do " isso não fo i inventado
aqui". Enquanto isso estava acontecendo, o nún1ero de projetos que fracassaran1 cotne-
çou a aumentar, devido à fa lta de estrutura para sua execução.
Ficou óbvio também para os quatro vice-presidentes que quem quer que, entre
eles, tivesse o cont role do PMO, passaria a ser mais poderoso do que os out ros três,
devido ao controle sobre toda a propriedade intelectual da gestão de projetos. Infor-
mação é poder, e a inveja pelo controle das infonnações tinha afetado a capacidade de
gerenciar e cont rolar projetos eficientetnente. Finalmente, o presidente entrou em cena
e perm itiu que cada vice-presidente tivesse um PMO. Entretanto, os PMOs tinham de
ser interl igados. Isso ajudou um pouco, mas mesmo depois de terem concordado com
uma metodologia comum, cada PMO tentou seduzir os outros PMOs a seguirem seu
modo de pensar e, como esperado, mudanças contínuas ficavam sendo int roduzidas na
metodologia, e os projetos ainda sofriam uma falta de direção. A inveja itnpedia que se
tomassem decisões que eram do interesse de toda a empresa.
Situação 2: Fracasso devido a r ecompensas. Acreditando que um sistema eficiente de
recompensas/bônus motivaria as equ ipes de projeto, a gerência sên ior anunciou que
seria1n dados bônus a cada equipe baseados na lucratividade de seus projetos. A etn -
presa sobrevivia à base de licitações para ganhar contratos, e a maioria dos projetos
estava na casa dos milhões de dólares. Os gerentes de projeto rapidamente aprenderam
que grandes bônus podian1 ser oferecidos se as estimativas de custo do projeto fossem
bastante infladas durante o processo de licitação e os contratos pudessem ser fechados.
Dessa maneira, os lucros reais de alguna contratos poderian1 exceder as metas de lucros.
Embora a empresa tenha perdido alguns contratos que esperava ter fechado de-
vido aos custos inflados, alguns dos bônus dados aos gerentes de projeto no final
dos contratos tinham tamanhos similares aos bônus dados a alguns dos executivos.
Muitos dos executivos, então, passaram a sentir inveja das pessoas abaixo deles que
estavam recebendo bônus tão altos. Devido à inveja, os executivos, então, mudara tn
86 Gestão de projetos
a política de bônus, e parte do fundo dos bônus seria distribuída ent re os executivos,
mesmo que estes não estivessem agindo como pat rocinadores de projeto. Os bônus
dados aos traba lhadores e aos gerentes de projeto foram, então, significativa1nente
reduzidos. Alguns dos traba lhadores, consequentemente, passaram a sabotar alguns
dos projetos só para não verem os executivos receberem bônus que eram concedidos
à custa dos trabalhadores.
Situação 3 : Fraca sso d evido a sabotagens. Paul era d iretor de operaçôes de uma
en1presa de médio porte. A sua en1presa estava no processo de estabelecer un1 PMO
que se reporta ria diretamente ao diretor executivo (CEO). Paul queria desespera-
damente a nova pos ição de d iretor do PMO, acreditando que ela seria un1 passo
adiante na di reção de um d ia se tornar vice-presidente. O maior concorrente de Paul
para o cargo de d iretor do PMO era Brenda, uma veterana com 22 anos de empresa
e considerada a melhor gerente de projetos. Devido às habi lidades de tomada de
decisôes de Brenda, ela quase sen1pre recebia autoridade total pa ra tomar decisôes
en1 seus proJetos.
Quando Brenda foi designada ao seu último projeto, Paul solicitou e obteve a po-
sição de patrocinador de projeto. Paul ficou cotn inveja das habil idades e da sorte de
Brenda e acred itava que, se pudesse sabotar o projeto dela sem se prejudicar durante
o processo, poderia facilmente ser nomeado diretor do PMO. Pau l impôs lim ites à
autonomia de Brenda e exigiu que, como patrocinador, toda e qualquer decisão impor-
tante tivesse que ter sua aprovação. Pau l continuamente forçava Brenda a selecionar
a lternativas não ótimas quando algumas decisôes tinham de ser tomadas. O projeto de
Brenda foi quase utn desastre, e Paul, posteriormente, foi nomeado diretor do PMO.
A inveja pode nos forçar a causar sofrimento aos outros pra conseguirmos o que
queremos. Pau l conseguiu sua promoção, mas os trabalhadores e Brenda sabiam o que
ele tinha feito. O relacionamento profissiona l de Pau l com os especial istas funcionais
no assunto se deteriorou.
Situação 4: Fracasso no relacio namento. Jerry e dois de seus am igos moravam perto
uns dos outros e entraram para a empresa exatamente ao mestno tempo; Jerry traba-
lhava em gestão de projetos, e os outros dois, etn engenharia. Eles formaram um grupo
de ca rona sol idária e iam e voltavam juntos do t rabalho todos os dias. O três também
socializavam fora do trabalho.
Dois anos depois de entrar para a empresa, Jerry tinha recebido sua segunda pro-
moção, enquanto os outros dois não tinham recebido nenhu1na. Os out ros dois traba-
lhadores ficara tn com inveja do sucesso de Jerry a ponto de pararem de socia lizar e de
dar caronas para ele. A inveja se tomou tão forte que os dois chegavam até a se recusar
a trabalhar nos projetos de Jerry. Os trabalhadores nunca demonstraram visivelmente
sua inveja de Jerry, mas suas açôes falavam mais alto e deixavam bem claro como eles
realmente se sentiam.
cionais se eles pudessem conseguir que pelo menos 50% do software estivesse opera-
ciona l no dia 1Q de outubro e 70'% ou mais até l Qde novembro . O CIO sabia que seu
bônus corporativo de fim de ano estava parcialmente at relado à implementaç.ã o desse
projeto, e com 70% do software operacional, seu bônus seria sign ificativo. Quando o
projeto foi finalmente concluído, em fevereiro, o comitê executivo o considerou co1no
um fracasso parcial devido aos US$5 mi lhôes em custos excedentes e o gerente de pro-
jeto foi repreendido. Entretanto, o CIO recebeu seu bônus.
Situação 7: Fracasso devido à filtragem de inforn1ações. A gerência sênior de uma
agência governamental estabeleceu u1na cultura em que más notícias seria filtradas
à medida que fossem su bindo pela hiera rqu ia organizacional. Perm itir que 1nás no-
tícias chegassem ao topo seria um convite à fúria e à revolta do topo em relação aos
projetos. Portanto, no 1no1nento em que as informações chegavam ao topo, grande
pa rte das 1nás notícias já tinham desaparecido, e os riscos associados ao projeto eram
ocultados. O resultado de um projeto foi exatamente como os especialistas em riscos
técnicos previram: sete astronautas foram 1nortos quando a espaçonave Challenger
2
explodiu durante a decolagem. Houve out ros fatores, também, que levaram a esse
desastre. Durante uma reunião do comitê do Congresso para analisar a causa da fata-
lidade, o co1nitê perguntou a um especia lista no assunto: "Por que você não explicou
para a gerência sênior quais eram os riscos?". O especia lista afirmou, "Eu não me re-
porto adminstr ativamente à gerência sên ior. Minha responsabilidade era informar isso
ao 1neu chefe e ele, por sua vez, deveria ter informado seus superiores".
Situação 8: Fracasso devido a uma crença coletiva. U1na crença coletiva é um dese-
jo ardente e, muitas vezes, cego de realizações - independente1nente do custo e das
consequências. Quando existe uma crença coletiva, especiahnente nos níveis mais altos
da gerência, organ izações racionais co1neçam a tomar decisões irracionais, e qualquer
desvio da crença coletiva é recebido com raiva. As pessoas que questionam a crença
coletiva ou desafiam o progresso são afastadas do projeto ou severamente repreendi-
das. Para tr aba lhar nesses projetos, deve-se suprimir a raiva e nadar a favor da maré,
independentemente do resu ltado. Esses projetos podem ser sucessos técnicos, 1nas fra-
cassos financeiros, nunca cumprindo integralmente a estratégia corporativa.
3
Um bom exemplo disso é o Projeto Iridium , que fo i um projeto de 11 anos de
duração que at rasou a data de lançamento do serviço em um 1nês. O serviço era uma
rede de 66 satél ites circulando a Terra, que perm itia que se falasse com qualquer pes-
soa em qualquer lugar. As atividades de gestão de projetos realizadas pela Motorola e
pela Iridium LLP era1n ext raordinárias, especialmente se considerarmos que o projeto
resultou e1n mais de mi l patentes e 25 milhões de linhas de código de software. Tecni-
ca1nente, o projeto fo i um sucesso, mas financeira 1nente, foi um desast re, invocando a
raiva quando se tornou aparente que eles não conseguiriam os número de assinantes
do serviço de que necessitavam para chega r ao ponto de equilíbrio. Durante todo o
p rojeto, a ameaça de u1na severa raiva dos superiores, alé1n da existência da crença
coletiva, tornou quase impossível para as pessoas questionar as projeções sobre o nú-
mero de assinantes.
A raiva não precisa ser de1nonstr ada para prejudicar um projeto. A 1nera ameaça
implícita ou o medo da raiva pode limitar o desempenho de uma equipe significativa-
mente.
i Para informações adicionais sobre esse caso, ver Harold Kerzner, Project Ma11agement Case Studfos, 4th
Edirion, Hoboken, NJ: \Viley, 2013; "Case Scudy: 11,e Space Shunle Challenger Disaster·, p. 447-496.
3
Para informações adicionais, yer Harold Kerz.ner, Project Management Case Studies, 4ch Edicion, Hoboken,
NJ: Wiley, 2013; "Case Scudy: l11e Rise, Fall and Resurreccion of Iridium; A Projecr lvlanagemenr Perspec·
rive", p.327- 366.
Capítulo 2 Da melhor prática a uma enorme dor de cabeça 89
Orgulho
• "Um homem orgu lhoso setnpre acha que coisas e pessoas estão abaixo dele; e, é
claro, ao olhar para baix o, não consegue ver nada que está aci1na de si 1nesmo."
(C.S. Le,vis)
• "Os cegos não podem ver - os o rgulhosos não querem." (Provérbio russo)
• "A va idade e o orgulho são duas coisas diferentes, embora as pa lavras muitas ve-
zes sejam usadas como sinônimos. Uma pessoa pode sentir orgu lho se1n ser vaido-
sa. O orgu lho está mais relacionado à nossa opinião sobre nós mesmos; a vaidade,
ao que gostaríamos que os outros pensassem de nós." Uane Austen)
• "Raramente somos orgulhosos quando estamos sozinhos." (Voltaire)
Orgulho é uma emoção interna que leva à satisfação pessoal ou ao alcance de
objetivos pessoa is. O orgulho pode ser uma virtude ou simplesn1ente an1or próprio
ou um senso inflado de suas realizaçôes, o que leva a en1oçôe.s estin1ulantes. O orgu-
lho pode ter tanto conotaçôes negativas quanto positivas. En1 um sentido negativo,
o orgulho pode nos fazer inflar nossas rea lizaçôes. Em un1 sentido positivo, pode
ser um apego às ações dos outros ou um sentin1ento de satisfação e pertencin1ento,
con10 o orgulho naciona l ou émico, ou de ser membro de un1a equ ipe ou um projeto
importante.
O orgulho gera lmente é visto como u1na virtude. O o rgulho inflado pode resultar
em um d istanciamento da verdade, o que às vezes vem acompanhado de autogratifica-
ção. Os antônimos de orgulho são humi ldade e culpa.
Aqui temos alguns exe1nplos de como o orgulho pode afetar um projeto:
Situ ação 9: Fracasso devido à especialização excessiva . Peter era um dos engenheiros
mais experientes da empresa. Sua especialização técnica estava à frente da de todos.
Pediram que ele solucionasse um problema em um projeto. Embora houvesse diversas
opções possíveis, Peter escolheu a opção mais cara, resu ltando na adição de recursos
desnecessários. Peter afirmou que sua solução era a única viável, e o gerente de projeto
concordou relutantemente. Peter via esse projeto como uma forma de 1nelhorar sua
reputação na empresa, independentemente do impacto causado sobre o projeto. Os
recursos desnecessários aumentara1n, e o custo final do produto a ser entregue subiu
significativa1nente. Isso tambétn inflou a autoestima de Peter.
Situação 10: Fracasso devido ao patrocinador errado. Nancy era diretora de marke-
ting. Seu superior, o vice-presidente de marketing, tinha solicitado o desenvolvi1nento
de um projeto de TI bastante sofisticado para a Divisão de Marketing. Era de costume
para o departa1nento de T I agir como o patrocinador do projeto em todos os projetos
de T I, uma vez que eles tivessem sido aprovados. Nancy sabia que seu projeto chama-
ria a atenção dos níveis mais a ltos da gerência. Nancy nunca tinha trabalhado como
pat rocinadora de um projeto antes, mas acreditava que, se pudesse ser a patrocinadora
desse projeto, sua identificação com ele poderia aca rretar uma promoção.
A campanha de Nancy para se tornar a patrocinada foi u1n sucesso. Infeliz1nente,
havia inú1neros proble1nas de TI que tinha1n de ser resolvidos no nível do patroci-
nador e, devido à falta de especia lização de Nancy em TI, ela tinha tomado diversas
decisôes erradas. O projeto acabou se atrasando e ult rapassando o orça1nento, porque
muitas das decisões de Nancy tiveram de ser mudadas em fases posteriores do projeto.
A luta de Nancy por orgulho acabou tendo resultados negativos.
Ganância (Avareza)
• "A ambição não passa de avareza em pernas-de-pau e mascarada." (Wa lter Savage
Landor)
90 Gestão de projetos
Preguiça
• "Nada me irrita ma is do que a preguiça crôn ica dos outros. Veja bem, refiro-me
apenas à preguiça menta l. A preguiça física pode ser divina." (El izabet h Huxley)
• "Explicamos nossa pregu iça sob o pretexto de dificuldade." (Marcus Fabius Quin-
tilian )
• "O e1npenho supera dificuldades, a preguiça as cria." (Benjamin Franklin)
• "A preguiça e o si lêncio são as virtudes do idiota." (Benjamin Franklin )
• "Tudo é fácil para o determinado; tudo é difícil para o preguiçoso." (Benjamin
Franklin)
A pregu iça é o ato de estar física, mental e/ou emociona lmente inativo e geral-
mente é caracterizada pela ociosidade. Ela pode resultar em u1n ext remo desperdício
no uso eficiente de pessoas, objetos, habilidades, informações e até mesmo tempo. A
preguiça geralmente nos força a superestimar a d ificuldade da tarefa.
A seguir, temos exemplos de como a preguiça pode afetar projetos:
Situação 14: Fracasso devido à preguiça. Becky foi encarregada de um projeto de um
ano de duração que era relativamente fácil de ser realizado e de baixo r isco. Ao nego-
ciar co1n os gerentes de área para decidir quanto ao pessoal que se envolveria no pro-
jeto, Becky superestimou a complexidade e o risco do projeto, de 1nodo que pudesse
sol icitar as pessoas mais experientes. Isso certamente facilitaria o t rabalho dela. Os
gerentes de área não tinha1n certeza de que as estimativas de Becky sobre risco e com-
plexidade eram válidas, mas decidiram que seria 1nelhor atender às suas solicitações
do que oferecer recursos 1nedíocres e descobrir, posteriormente, que ela estava certa.
Não sobrou 1nuito para Becky fazer no projeto. Os especia listas no assunto fi -
zeram tudo sozinhos. Finalmente, o pessoal experiente do projeto de Becky relatou
aos seus gerentes de área que recursos de remuneração mais baixos deveriam ter sido
designados. Embora o projeto de Becky tenha sido considerado um sucesso e Becky
não tenha tido muito o que fazer, os outros projetos que realmente poderiam ter se be-
92 Gestão de projetos
neficiado cotn recursos mais expressivos sofreratn com isso. A preguiça normalmente
beneficia um único indivíduo à custa do bem comum.
Situação 15: Fracasso devido ao padrão sindical. Uma empresa possuía um poderoso sin-
dicato que desencorajava novos trabalhadores que estavan1 ansiosos para mostrar aqui lo
de que eram capazes produzindo mais unidades do que o padrão acordado pelo sindica-
to. Pediu-se aos novos trabalhadores que diminuíssem seu ritmo e desfrutassem da vida.
A empresa logo se tornou não competitiva no mercado, e sua base de negócios
começou a se deteriorar. A gerência sênior, então, disse ao sindicato que ou os padrões
tinham de ser atual izados, ou as pessoas perderiatn seus empregos. O sindicato man-
teve sua complacência e se recusou a mexer nos padrões. Quando a gerência ameaçou
terceirizar grande parte do trabalho e demitiu pessoa l, os traba lhadores sindicalizados
entraram em greve.
O pessoal da gerência e os traba lhadores não sindical izados começaram a fazer o
t rabalho que anteriormente era feito pelos trabalhadores sindica lizados. Ele.s produ-
ziram 70'% do trabalho utilizando 10% da quantidade de trabalhadores de antes. O
pessoal do departamento de recursos humanos estava operando furadeiras e fechos,
e os vendedores estavam traba lhando na linha de montagetn. A gerência agora tinha
utn quadro claro do que o pecado da preguiça tinha feito com a empresa todos aqueles
anos. A gerência não tinha nenhuma intenção de negociar um fim para a greve. O sin-
dicato acabou cedendo e voltando ao trabalho. Entretanto, mais de 160 dos trabalha-
dores sindica lizados foratn demitidos depois de os novos padrões terem sido adotados.
A empresa voltara a ser competitiva.
Luxú ria
• "A luxúria está para as outras paixões assitn cotno o fluido nervoso está para a
vida; é a base de todas elas: ambição, crueldade, avareza, vingança, todas se fun-
datnentam na luxúria." (Marquês de $ade)
• "De todas as paixões mundanas, a luxúria é a mais intensa. Todas as out ras pare-
cem seguir seus trilhos." (Buda)
• "A sociedade enlouquece as pessoas com luxúria e cha,na isso de propaganda."
Uohn Lahr)
• "Seu insaciável desejo por poder só se igua la à sua incurável impotência em exer-
cê-lo." (Winston Churchill)
• "O inferno possui três portões: a luxúria, a raiva e a ganância." (Bhagavad Gita)
• "Não é o poder propriamente d ito, mas a legitimação do desejo por poder que
corrompe de maneira absoluta." (Richard Howard Stafford Crossman)
• "A luxúria tem tamanho domínio sobre a humanidade que mais parece que é a
riqueza do homem que o possui, e não o homem que possui sua riqueza." (Plínio,
o Velho)
A luxúria é a etnoção ou sentimento de intenso desejo físico. Embora norma l-
mente seja descrita em utn contexto sexual, ela também pode se manifestar como um
forte desejo por poder, conhecimento ou cont role. Ela pode levar a grande ânsia ou
entusiasmo, especia lmente se atender à necessidade de agradar os sentidos.
A segu ir, veremos dois exemplos de como a luxúria pode afetar os projetos:
Situação 16: Fracasso devido ao desejo por poder. Ralph estava eufórico para ser de-
signado como gerente de projeto em utn novo projeto que tinha sido ganho através
de licitação. A chance de seu cliente querer fazer novos traba lhos com eles era ext re-
mamente a lta . Aquela era a chance para Ra lph se tornar mais poderoso do que os
out ros gerentes de projeto e possivelmente ser protnovido e passar a ter seu próprio
escritório. Ter seu próprio escritório com janelas amplas era sinal de poder e prestígio.
Capítulo 2 Da melhor prática a uma enorme dor de cabeça 93
Para que isso acontecesse, Ralph precisava lentamente transformar seu projeto e1n u1n
império de recursos, independente1nente das consequências.
No final do contrato inicia l, Ralph tinha n1ais recursos designados ao projeto em
período integral do que o planejado durante o início do projeto. Havia um excesso de
funcionários sign ificativo, e isso causava un1 efeito adverso sobre os lucros. No entanto,
Ralph explicou aos seus superiores que isso levaria a lucros mais altos no futuro.
Quando o segundo cont rato surgiu, Ralph a rgumentou que precisava de ainda
mais recursos, e que era necessária uma estrutura organizacional baseada em projetos,
com ele na liderança. A empresa concordou. A estrutura baseada em projetos permitiu
que todos os tra balhadores de meio exped iente fossem designados ao projeto de Ralph
em tempo integral. Já no meio do projeto, a empresa foi notificada de que haveria
novos contratos, mas que todos eles seriam fechados na base da licitação. O poder de
Ralph agora atingira seu ápice.
Infel izmente, devido à necessidade de sustentar seu império, a lucratividade do
cont rato de repetição que Ralph estava terminando ia toda para paga r os salários dos
trabalhadores. Mais uma vez, Ralph argu1nentou que lucros significativos estavam por
vir. Durante a licitação pelo novo tra balho co1n a antiga cliente, os superiores de Ralph
aumentaram significativamente o preço da proposta. Infelimente, agora a e1npresa se
torna ra não competitiva. Ralph e pa rte do império que ele tinha const ruído fora 1n
demitidos. O desejo de poder fez co1n que seu poder, que tinha levado dois anos para
se de.sen volver, desa parecesse em um dia.
Situação 17: Fracasso devido ao desejo de poder - r evis itado. Este projeto seria a
pri1neira chance que Kathy teria de trabalhar como patrocinadora de projeto. Kat hy
acreditava que seu desejo de poder floresceria se ela m icrogerenciasse a equipe de pro-
jeto e exigisse tomar toda e qua lquer decisão. A gerência sênior certamente perceberia
isso. Pelo menos é o que ela pensava...
Kat hy tinha razão quanto à gerência sênior ter visto que ela estava tomando todas
as decisões. Infel izmente, os especialistas designados ao projeto, além do gerente de
projeto, sabiam que Kathy tinha um conhecimento muito lim itado em relação a algu-
mas das decisões técnicas que precisavam ser to 1nadas no projeto. Eles também esta-
vam insatisfeitos co1n o fato de estarem sendo 1n icrogerenciados. Muitas das decisões
de Kathy estavam erradas, e a equ ipe sabia d isso, mas deram prosseguimento às ideias
ruins mesmo assi1n, se1n questioná-las . A gerência também viu as más decisões que
Kathy tinha tomado e acabou afastando-a da posição de patrocinadora de projeto.
Gula
• "Glutão: alguéin que e.ava seu túmulo com os próprios dentes." (Provérbio francês)
• "A gula é a fonte de todas as nossas e1úermidades e a fonte de todas as nossas
doenças. Assim como u1na la 1nparina se apaga por excesso de óleo e o fogo é ex-
tinto por excesso de co1nbustível, a saúde natural do corpo é destruída por u1na
dieta sem moderação." (Robert Burton)
• "O avarento e o glutão representam duas facetas de um abut re; um esconde suas
posses e o outro as conso1ne escond ido." Uosh Billings)
• "A gula é u1na fuga en1ocional, sinal de que algo está nos comendo." (Peter De Vries)
• "A gula mata mais do que a espada." (George Herbert)
A gula gera lmente é definida no contexto de comida, co1n termos como "deglutir"
ou "devorar". Vemos a glutonaria como um consumo excessivo de comida. Em u1n
ambiente empresarial, a glutonaria é o desejo de consu1n ir ma is do que o necessário. é
extravagância ou desperdício.
94 Gestão de projetos
O exemplo a seguir mostra co1no a glutonaria pode levar tanto ao sucesso quanto
ao fracasso.
Situação 18: Sucesso devido à gula por recursos. Jerry era um dos diretores de produ-
ção que se reportava ao vice-presidente de produção. Quando a tecnologia começou a
mudar, o pessoal da produção recon heceu a necessidade de criar vários novos depar-
tamentos para tirar proveito de novas tecnologias. Jerry era sedendo por recursos. Ele
convenceu o vice-presidente de produção de que esses novos departa1nentos deveriam
ficar sob seu controle. Pelos dois anos seguintes, todos os novos departa1nentos es-
tavam sob a supervisão de Jerry, que agora controlava mais de 75'% dos recursos da
Divisão de Produção.
Quando o vice-presidente de produção se aposentou, Jerry foi promovido a vice-
presidente. A primeira providência de Jerry foi desfazer o i1npério que ele tinha criado
para que ninguém jamais pudesse se tornar tão poderoso quanto ele se tornara. Aos
o lhos de Jerry, ele agora tinha controle sobre todos os recursos, independentemente de
se eles se encont ravam na Divisão de Produção.
Aqui, p intan1os um quadro deso lado r de como os Sete Pecados Capita is poden1
ter um impacto negativo sobre os projetos. Do ponto de vista dos projetos, alguns
dos pecados estão intiman1ente relacionados e não podem ser facilmente separados
e d iscutidos como os psicólogos e filósofos nos fazem crer. Isso pode ser percebido
nas situações que apresentamos anterio rn1ente, por exemplo, quando o desejo de
contro le de amplos recursos pode ser considerado uma forma de luxú ria, gula ou
avareza.
É verdade que, em algumas situações, os pecados podem produzir resultados posi-
tivos. Eles podem nos forçar a nos tornarmos mais determinados, correr riscos, aceitar
novos desafios e agregar valor para a e1npresa . Nossa fascinação com o orgulho e a
luxúria pode nos ajudar a virar a mesa de um projeto problemático e t ransfonná-lo
em um sucesso, de modo que tenhamos o reconhecimento de toda a corporação. A
ganância de querer um grande bônus pode, da mesma fonna, nos encorajar a tornar
nosso projeto bem-sucedido. O r isco dos vícios é que eles muito provavelmente po-
dem ter um efeito negativo em nossa capacidade de nos estabelecermos com base em
nossas habilidades interpressoais e nossos relacionamentos com as equipes de projeto
e departamentos funcionais.
Então, devemos treinar os gerentes de projeto e os 1nembros de equipe e1n como
identificar e controlar os pecados? Talvez não, contanto que estejam surgindo resulta-
dos benéficos. Mais uma vez, todos sucumbimos a alguns ou todos esses pecados, mas
e1n diferentes graus.
A Igreja Católica Romana reconhece sete virtudes, que correspondem inversamen-
te a cada um dos Sete Pecados Capitais. Elas são apresentadas na Tabela 2- 2.
4
2.15 Os dez perigos dos projetos
Introdução
As metodologias, aulas e livros de gestão de projetos são adequados para explica r os
mecanismos de ad1n inistr ação de projetos e as ferra 1nentas usadas para tal. É essencial
compreender esses 1necanismos, mas é a experiência que distingue os gerentes bem-su-
cedidos dos outros. Mais especificamente, é a soma de todas as experiências negativas
que os gerentes de projeto enfrentam em suas carreiras que lhes ensina o que não deve
ser feito. Como Vernon La,v explica,"A experiência é um professor rígido, pois dá o
teste primei ro e a aula depois".
Em meus muitos anos de experiência em gestão de projetos, já encontrei diversas
áreas que consistentemente fazem os projetos passarem por dificuldades. Chamo-as de
"perigos" dos projetos, já que são essas coisas que fazem os projetos se tornarem pro-
blemáticos. Norma lmente se t ratam de coisas que, u1na vez reconhecidas, são difíceis
de consertar de maneira simples.
Esta seção discutirá os 1 O perigos dos projetos e proporá algu1nas formas de reme-
d iá-los. Certamente há outros perigos por aí, mas estes são os mais comuns e que têm
o maior impacto de acordo com minha experiência.
Os dez perigos
A seguir, veremos os 1 O perigos com uma descrição de cada u1n e alguns sinto 1nas que
indicam que eles podem estar à espreita .
1. Falta de manutenção de documentação: Geralmente, quando os projetos es-
tão pressionados pelo tempo, a primeira coisa que é eliminada é a documentação. Às
vezes, a documentação não é feita mesmo quando os projetos têm tempo. Quando a
documentação é criada apropriadamente, à medida que os projetos continuam a pro-
gredir, é uma raridade vê-la ser mantida.
Sintomas
• Documentos exigidos que não correspondem ao que foi produzido
• Documentos técnicos que não podetn ser usados para 1nanter a tecnologia, por
estarem desatualizados
• Ausência de documentação sobre que decisões foram tomadas e por que elas
foram tomadas
• Ausência de tri lhas de auditoria das mudanças rea lizadas
Isso é um problema pelo fato de a documentação fornecer a possibi lidade de
um gerenciamento ético e responsável do projeto. Com isso, quero dizer que os
projetos futuros e as pessoas que forem responsáveis pela 1nanutenção do proje-
to após sua conclusão precisam da documentação para compreender o q11e foi
criado, por q11e foi criado e como fo i criado. Caso cont rário, eles acabam ca indo
' Esta seção foi escrita por Kerry R. \Vills, PM.r1', diretor de gerenciamento de portfólios, Divisão de Soluções
de lnfraesrrurura. The Hanford. ©2005 por Kerry R. \Vills. Reproduzido com permissão de Kerry R. Wills.
Capítulo 2 Da melhor prática a uma enorme dor de cabeça 99
nas mes1nas armadilhas que aconteceram antes - nesse caso, "aquele que ignora a
história documentada está fadado a repeti-la".
2. O fenômeno do acúmulo : "O que é isto debaixo do tapete?" é un1a pergunta que
se faz frequenten1ente perto do fim de um projeto. O trabalho principal sempre recebe
o foco prin1ário de u1n projeto, mas são aquelas coisas que fica1n pela tangente que são
esquecidas ou "deixadas para depo is" até chegarem ao ponto de se tornare1n várias
pilhas de coisas (que são varridas para debaixo do tapete) que precisan1 ser resolvidas.
Chamo isso do "fenôn1eno do acú1nulo" porque os n1embros de equipe o veen1 como
u1n fenô1neno de todo aquele trabalho "ext ra" que de repente aparece no final.
Sintomas
• Qua lquer trabalho que seja identificado como "faremos isso depois", mas que
não apareça em nenhu1n plano
• Registros crescentes (problemas, defeitos, etc. )
• Suposiç.ã o de que a docu1nentação será feita no final
Não há espaço para nenhum "depois" na maioria dos p lanos de projeto, e,
portanto, esses itens ou são deixados de lado ou há uma corrida enlouquecida no
final para terminar o trabalho.
3 . Falta de qualidade na fonte: Os 1nembros da equipe de projeto nem sempre
adotam o mantra "qualidade na fonte". Às vezes há uma mentalidade de que "algu1na
out ra pessoa encontrará os erros" em vez de uma mental idade de garantia da qualida-
de. Os gerentes de projeto nem sempre têm a possibilidade de revisar todo o trabalho,
então, dependem dos membros de sua equipe. Portanto, os membros da equipe pre-
cisa1n ter o ônus de garantir que qua lquer coisa que leve o no1ne deles represente seu
melhor traba lho.
Sintomas
• Entregar t raba lhos co1n erros antes de revisá-los
• Desenvolver código sem testá-lo
• Não se importar com a apresentação do t rabalho
Há vários estudos que most ram que problemas relacionados à falta de qua li-
dade na fonte têm um custo exponencial quando descobertos em fases posteriores
do projeto.
4. Pessoas erradas envolvidas: As funções dos membros de uma equipe de projeto
exige1n uma boa correspondência entre habi lidades e responsabilidades. Às vezes, o
conjunto de habi lidades de uma pessoa não se encaixa bem na função lhe foi designa-
da. A ética profissional é tão i1nportante quanto habil idades.
Sintomas
• Mostrar as mes1nas coisas repetidas vezes aos 1nembros da equ ipe
• Deixar consistentemente de cumprir prazos
• Produzir consistentemente uma má qua lidade
Como gerentes de projeto, todos temos nossos recursos. Não encont rar u1n
bom ajuste para os me1nbros da equipe resultará e1n ter de trabalhar ma is pesado
do que o necessário e afetará todos os outros membros da equipe que tivere1n
de recuperar o tempo perdido. Há também uma questão motivacional e1n jogo:
Quando os membros de equ ipe estão dese1npenhando as funções erradas, eles
podem não se sentir desafiados ou podem sentir que não estão t rabalhando de
acordo com seu potencial. Isso faz com que essas pessoas não se esforcem ao
100 Gestão de projetos
Sintomas
• Necessidade de fazer mudanças em t raba lhos já concluídos
• Constantes mudanças de escopo por parte do cliente
• Falta de co1nprometimento da equipe com as estÍlnativas
• Falta de assumir responsabi lidade por decisões
Não envolver as pessoas certas desde o início de um projeto sempre resulta
em mudanças no t rabalho. Não envolver os me1nbros da equipe e1n decisões e
estimativas faz eles sentirem que não possuem controle sobre o seu trabalho ou os
resultados do projeto.
6. Não ter o patrocínio apropriado: Os projetos precisam de patrocín io dos execu-
tivos internos e do cliente para serem be1n -sucedidos. Os pat rocinadores atuam co1no
agentes de "desempate" e elimina1n a politicagem organizacional/obstáculos que este-
jam entravando o projeto.
Sintomas
• Suporte inapropriado de d iferentes áreas da organização e das partes interessa-
das do lado do cliente
• Problemas levam muito tempo para serem resolvidos
• Decisões não são tomadas eficientemente
Não ter o patrocínio apropriado pode fazer com que os projetos fiquem "em-
pacados". Além disso, quando um esforço de mudanças é envolvido, não ter o
pat rocínio apropriado pode fazer co1n que os funcionários afetados não consigam
apoiar um projeto (i.e., não repassar as mensagens do alto da organização para
as "massas,,).
7. Falta de rigor nos pr ocessos: Quase toda empresa usa uma metodologia para
implementar projetos. O sucesso dela depende da quantidade de rigor usado. Mu itas
vezes, não se adere aos processos, e os projetos fracassam.
Sintomas
• Deliverables incompletos/inexistentes
• Inconsistências dentro do projeto
• Falta de co1npreensão do quadro geral do projeto
• Falta de processos repetíveis ("reinventar a roda" desnecessariamente)
Os processos são tão val iosos quanto a rigidez a eles aplicada. Em a lgumas
empresas, usa -se um número excessivo de metodologias de gestão de projetos.
Algu1nas são necessárias devido à variedade da natureza do trabalho, 1nas as prá-
ticas e princípios fundamenta is da gestão de projetos (e até mesmo ferramentas,
i.e., usar Project versus Excel) poderiam facilmente ser padronizadas, mas não o
são. Quando um gerente tem de t ransferir um projeto para out ro gerente, cria-se
uma camada ext ra de complexidade, pois as duas pessoas não estão usando uma
linguagem co1nu1n entre si (é co1no tentar interpretar o cód igo de uma outra pes-
soa quando elas não seguiram os padrões que você tem usado).
Capítulo 2 Da melhor prática a uma enorme dor de cabeça 101
Sintomas
• Falta de conhecimento sobre o que precisa ser feito e para quando
• Desrespeito às datas
• Falta de responsabilidade pelos deliverables
• Deliverables são esquecidos
Não ter um p lano comunitário resulta em não ter uma comunidade informada.
Ter um plano e metas compartilhadas ajuda a const ruir uma coesão e ma ior com-
preensão sobre como o trabalho de cada indivíduo se encaixa no todo.
9. Não planejar retrabalho: As técnicas de estimação geralmente se focalizam no
tempo que leva para criar unidades de traba lho. O que normalmente é deixado de fora
é o tempo gasto em retrabalho. Isso significa traba lho que foi feito incorretamente e
precisa ser corrigido, em oposição ao gerenciamento de escopo. Quando o ret rabalho
é necessário, ou ele ocorre no tempo destinado a out ro t raba lho, que agora fica atrasa-
do, ou é deixado para depois (ver "perigo" 2).
Sintomas
• Desrespeito às datas
• Má qualidade
Nunca suponha que a lgo será feito correta1nente logo da primeira vez.
1O. Datas não passam de números: O cronogra1na é o 1naior determinante do su-
cesso de um projeto. Fico surpreso com o número de pessoas que pensa em datas como
"sugestões" e não co1no prazos. Devido a interdependências entre projetos, uma data
desrespeitada no início pode ter um efeito em cadeia pelo restante do projeto.
Sintomas
• Desrespeito constante às datas
• Itens deixados em aberto por longos períodos de tempo
• Deliverables incompletos/inexistentes
• Falta de um senso de urgência por parte da equipe de projeto
Se1n estrutura no que tange ao gerenciamento de datas, o sucesso exige muito
ma is esforço. Uma out ra questão em jogo aqui é a da comunicação - essas datas
precisam ser comunicadas claramente, e as pessoas precisam concordar que esse é
seu objetivo. Além disso, elas têm de co1npreender o que está no caminho crítico e
o que possu i uma folga em termos de tempo; então, se perdem te1npo e1n u1n ite1n
que está no caminho crítico, sabe1n que haverá um impacto sobre o projeto ou
sobre algum outro projeto dentro do mesmo programa.
Possíveis remédios
Ao analisar os "perigos" , observei que eles estão todos inter-relacionados. Por exen1plo,
não ter rigor nos processos (n" 7) pode resultar e1n não ter u1n p lano con1partilhado
(n" 8), o que pode fazer com que as pessoas não se importem com datas (n" 10), e assiin
por diante. (Ver Figura 2-4.) Percebi també1n que havia algu1nas fonnas de ren1ediar
102 Gestão de projetos
Ausência de um
plano comunitário 1--...::::::s.lõoiiteieni'iõínmiie:;;nõoiido~ac~úÍnmnuiii1oil
ILOatas-1=:;_::,=-~
não importam
esses perigos. A dica aqui é resolvê-los proativamente etn vez de reagir a eles, pois, na
hora en1 que você percebe que há um perigo, seu projeto já apresenta problemas.
Gerenciamento proativo Gerenciamento proativo significa gastar a quantidade
de tempo apropriada logo no início para mini1n izar o nú1nero de "incêndios" que de-
verão ser apagados depois. O gerenciamento proativo inclui as seguintes ações:
• Criar um plano detalhado.
• Sempre observar o plano para ver o que e.stá por vir e se preparar para tal:
• Pensar sobre o t raba lho que está por vir e analisar todos os proble1nas que po-
dem vir a surgir. Imagino a equipe como um corredor de maratona e é minha
tarefa "esvaziar a rua" diante deles para que eles possam continuar correndo.
• Estabelecer uma logística. Algo tão trivial quanto não reservar uma sala de reu-
nião com antecedência pode acarretar u1n atraso no cronograma.
• Recrutar as pessoas apropriadas para que elas esteja1n prontas quando o traba-
lho chegar.
• Conhecer a programação de férias do pessoal.
• Constante replanejamento à medida que informações se disponibilizam.
• Compreender o que está acontecendo com o projeto. Vejo tantos gerentes de pro-
jeto traba lhando no modo " torre de 1narfim" quando descobrem coisas sobre os
SEUS projetos pela primeira vez em um relatório de status. A essa a ltura, já se
passou uma semana sem que o gerente do projeto estivesse ciente dos problemas.
Sempre surgirão proble1nas inesperados, mas o gerenciamento proativo pode aju-
dar a mitigar aqueles que são cont roláveis. Isso pode ser t ratado como um investi-
mento de tempo, no sentido de que você gastará mais tempo (e d inheiro) reagindo a
problemas do que se focal izando em garantir que o processo seja seguido apropria-
da1nente. Isso é d ifícil para alguns gerentes de projeto, porque exige a capacidade de
sempre olhar adiante e1n relação ao e.stado corrente do projeto em vez de se foca lizar
apenas no problema do d ia. Um elemento-chave do gerenciamento proativo é ter a
capacidade de tomar decisões eficiente1nente.
" Faça as coisas no decorrer do trabalho" Agora que você não está reagindo a "in-
cêndios", pode fazer os membros de equipe se concentrarem e1n 1nanter seu trabalho
continuamente. Isso significa 1nanter-se focado em todos os aspectos do traba lho cor-
rente e pensar em suas implicações. As características desse modo de trabalho incluem:
Capítulo 2 Da melhor prática a uma enorme dor de cabeça 103
• Documentar o trabalho enquanto está sendo realizado, e não no final. Tenho cer-
teza de que isso suscitará a reação instintiva de "não reinos tempo para isso", 1nas
rea lmente acredito (e já provei) que docu1nentar ao longo do processo consome
muito menos tempo do que fazê-lo no final.
• Pensar nas implicações quando houver mudanças no projeto. Por exemplo, se um
docu1nento mudar, o proprietário desse documento deve pensar e1n qua isquer ou-
tros deliverables que podem ser afetados pela mudança e comunicá-la à pessoa
apropriada.
• Verificar todo o seu trabalho antes de repassá-lo aos outros.
• Usar o processo/plano como diretriz para que trabalho tem que ser feito. Já vi isso
ser cha1nado de "colocar o plano em prática".
O resultado dessa técnica será uma distribu ição mais uniforme de tr abalho ao
longo da duração do projeto e m inimização de picos no final. Em vez de a notória
"marcha da morte", o pior caso seria considerado uma "desconfortável maratona".
Empoderar a equipe Os gerentes de projeto têm de perceber que as estruturas do
projeto lembram uma pirâ1nide invertida na qua l o gerente de projeto trabalha PARA
a equipe. São os 1nembros da equipe que realiza1n o trabalho do projeto, então a fun-
ção primordial do gerente de projeto é apoiá-los e cuidar dos obstáculos que possa1n
impedi-los de concluir seu trabalho. Isso inclui:
• Envolver membros de equipe no planejamento de projeto, de modo que eles não
possam dizer que a única coisa que a gerência fez foi lhes dar u1n prazo final.
• Perguntar aos membros de equipe como as coisas estão caminhando, e então
tomar providências em relação às suas preocupações. Pedir feedback e não fazer
nada a respeito é pior do que nem perguntar nada, pois sugere uma expectativa
de que as preocupações serão abordadas.
• Celebrar os sucessos da equipe com os me1nbros de equipe.
• Ser honesto com os membros de equipe.
Sou um grande fã de W. Ed,vards Deming, que revolucionou a indústria manu-
fatureira. Seus 14 princípios de gerenciamento giram em tomo do e1npoderamento
da equipe e se aplicam muito bem a projetos. Alguns princípios selecionados estão
registrados na Tabela 2- 3 cotn minha opinião sobre como eles estão relacionados à
gestão de projetos.
O empodera tnento da equipe permite que o gerente de projeto cotnpartilhe in-
formações com os membros de equ ipe e perm ite também que estes sintam que têtn
controle sobre seu próprio trabalho. O resultado é que e.ada um se torna responsável
pelo projeto.
Resultados dos remédios Os resultados da apl icação desses remédios aos perigos
são exibidos na Tabela 2-4. Cha,no m inha visão sobre a nova 1naneira de fazer as
coisas de "estado at raente", uma vez que ela leva a um estado que leva as pessoas ao
sucesso.
Conclusão
Priorizar o gerenciamento proativo, 1nanter o t rabal ho em andamento e empoderar
suas equipes são o segredo de gerenciar um projeto bem-sucedido. Não há nada nesta
seção que já não tenha sido escrito ou d ito mi l vezes. Nada deve soar novo para utn
gerente de projetos. Ainda assim, continua1nos vendo os perigos abundando aqui e ali.
Isso me leva à conclusão de que é a aplicação desses conceitos que é o desafio. Percebo
que, depois de ler um bom artigo ou assistir a um curso de gestão, fico mu ito entusias-
mado para experimentar as novas técnicas, ,nas, ao primeiro sinal de problemas, volto
para ,n inha zona de conforto. Portanto, proponho que haja utn quarto remédio para
os perigos - ser consciente. Isso não é nada alétn de estar ciente do que está acontecen-
do e como você está gerenciando seu projeto.
Venho para o traba lho todas as manhãs um pouco mais cedo do que o resto da
equipe para poder ter meu momento etn silêncio e pensar no t rabalho que precisa ser
feito (não somente naquele dia, ,nas nos próximos dias também). Também lembro a
mÍtn 1nesmo de entrar no modo "pare e pense". Uma série excelente que aborda essa
técnica são os livros sobre " inteligência emocional", de Daniel Goleman.
Sempre haverá perigos rondando o seu projeto, mas se você estiver consciente de-
les pode identificá-los quando estiverem entrando em cena e pode ser capaz de evitar
que eles levem seus projetos ao caos. Boa sorte!
Referências
Deming, W. E. 0111 o( the Crisis: Quality, Productivity a11d Competítive Positio11, Cambridge:
Cambridge Uni,,ersity Press, 1982, 1986.
Gleman, D. \'(lorki11g with Emotio11al l11tellige11ce, New York: Bantam Books, 1998.
Jornada rumo à excelência
3.0 Introdução
Toda e1npresa possui suas próprias forças, ou forças motrizes, como d iscutimos no
Capítulo 1, que a forçam a embarcar em uma jornada rumo à excelência em gestão de
projetos. Algumas empresas co1npletam essa jornada em dois ou três anos, enquanto
out ras levam uma década ou 1na is . Neste capítulo, discutire1nos as abordagens adota-
das por diversas empresas. Cada u1na delas escolheu um cam inho diferente, mas todas
alcançaram certo grau de excelência em gestão de projetos.
Algumas empresas en1barcan1 nessa jornada a pedido de seus próprios funcioná-
rios, enquanto outr as são forçadas pelas ações de concorrentes e clientes. De qual-
quer n1aneira, há fo rças n1otr izes que propagam a busca da excelência em gestão de
proJetos.
As fo rças motrizes que levam à excelência, co1no discutido anteriormente, in-
cluem:
• Projetos de capital
• Expectativas do cliente
• Competitividade
• Compreensão por parte dos executivos
• Desenvolvimento de novos produtos
• Eficiência e eficácia
Até mesmo a menor organização manufatu reira pode gastar milhões de dólares a
cada ano em projetos de capita l. Sem boas estimativas, um bom controle de custos e
um bo1n contro le de cronogramas, eles podem comprometer o fluxo de caixa da o rga-
nização, forçando-a a dem itir trabalhadores pelo fato de equipamentos de capital não
estare1n disponíveis ou não estarem devidamente instalados, e irritando o cliente co1n
atrasos na entrega de produtos ou serviços. Em organizações e empresas manufaturei-
ras não o rientadas a projetos, os projetos de capita l constitue1n as forças motrizes que
as leva1n à maturidade.
As expecta tivas dos clientes podem ser uma outra força mot riz. Atualmente, os
clientes esperam não apenas que o fornecedor entregue um produto ou serviço de qua-
lidade, mas também que exerça essa atividade com práticas sólidas de gestão de p ro -
jetos. Tais práticas incluem a e1nissão eficiente e periódica de relatórios de status eco-
municações com o cliente que sejam eficientes de modo geral. Não deveria surpreender
o fato de que empresas co1n propostas de baixo custo talvez não ganhem licitações de
cont ratos devido a práticas precárias de gestão de projetos em projetos empreend idos
anteriormente para o cliente.
Capítulo 3 Jornada rumo à excelência 107
A tercei ra força 1not riz comum por trás da gestão de pro jetos é a cotnpetitividade.
Etnpresas como a IBM e a He,vlett-Packa rd veem a gestão de projetos como uma a rma
competitiva. Empresas orientadas a projetos que sobrevivetn na base de contratos (i.e.,
fonte de renditnentos) com empresas externas fazem propaganda de suas habilidades
por interméd io de cada proposta feita . A diferença entre ganhar ou perder um contra-
to pode muito bem depender do histórico de sucessos e fracassos nesse item.
A fo rn1a mais comun1 de con1petitividade é a concorrência entre d uas ou n1ais
empresas pelo mesn10 traba lho . Muitos contra tos já fo ram gan hos con1 base no
desempenho prévio de uma empresa em gestão de p rojetos, supon do que todos os
outr os fatores sejam iguais. Não é incon1um hoje que as empresas façan1 contrata-
ção de fornecedor único devido ao valor atribuído à capacidade da empresa con-
t ratada de ter um bon1 desempenho . Un1 subconj unto desse tipo de competitividade
é quando u ma en1presa descobre que tercei rizar é n1ais barato do q ue usar seus
próprios recu rsos internos devido à matu ridade dos sistemas de gestão de p rojetos
da empresa contratada. Isso pode faciln1ente resultar em den1 issões, funcionários
insatisfeitos e baixo mora l. Isso cria un1 am biente de rivalidade interna e pode impe-
dir que uma o rganização implemente a gestão de p rojetos com sucesso e an1adureça
sua abordagem.
Utna qua rta força motriz que leva à excelência é a adesão dos executivos. Um su-
porte visível e participativo por pa rte dos executivos pode reduzi r o impacto de muitos
obstáculos. Ent re os típicos o bstáculos que podem ser superados por meio do suporte
executivo estão:
• Gerentes de área que não apoiam o projeto
• Funcioná rios que não apoia tn o projeto
• Funcioná rios que acredita m que a gestão de projetos não passa de uma moda
• Funcioná rios que não cotnpreendem cotno a empresa irá se beneficiar
• Funcioná rios que não cotnpreendem as expecta tivas do cliente
• Funcioná rios que não cotnpreendem as decisões dos executivos
Uma outr a força motriz por trás da gestão de projetos é o desenvolvitnento de
novos produtos. Ele pode levar 1neses ou anos e pode mui to bem ser a principal fonte
de renda da empresa por muitos anos ad iante. O p rocesso de desenvolvimento de no-
vos produtos engloba o tempo necessário para desenvolver, comercializa r e introduzi r
novos produtos no mercado. Ao aplicar os pri ncípios da gestão de projetos ao desen-
volvi1nento de novos produtos, uma empresa pode prod uzir mais em um período de
tempo mais curto e com custos inferiores e utn nível de qualidade potencia lmente alto
e, ainda assitn, satisfazer as necessidades do cliente.
Em certos setores, o desenvolvin1ento de novos produtos torna-se necessá rio à
so brevivência, pois pode gerar u m grande fluxo de receita para os anos segui ntes.
Pratican1ente todas as en1presas estão envolvidas, de uma maneira ou de o utra, no
desenvolvimento de novos produtos, n1as o n1aior in1pacto pode estar nos fornece-
dores dos setores aeroespacial e de defesa. Para eles, o desenvolvimento de novos
produtos e a satisfação do cliente podem levar a cont ratos de vá rios anos, talvez por
20 anos ou n1ais . Con1 o aperfeiçoamento de prod utos, a duração pode se estender
ai nda n1ais.
Os clientes só aceitarão pagar preços razoáveis. Portanto, qualquer metodologia
para o desenvolvi mento de novos produtos deve ser integrada a um sistema eficiente
de gerenciamento e contro le de custos. As empresas contrata das dos setores aeroespa-
cial e de defesa se tomaram especialistas em sistemas de mensur ação de valor agrega-
do. Os sobrecustos de que geralmente ouvimos falar nos projetos de desenvolvimen-
108 Gestão de projetos
Eficiência e Projetos
eficácía de capital
Desenvolvimento
de novos produtos
Compreensão por
parte dos executivos "-- Competitividade
de seu plano estratégico de uma 1naneira que faça sentido e que seja exequível pa ra os
out ros. Gera lmente, os planos são cheios de termos conceituais que não estão ligados
às realidades cotidianas da equipe que supostamente irá realizá-los.
Superficialmente, pode pa recer que os projetos de execução de planejamento es-
tratégico podem se t ratados como qualquer outr o projeto. Entretanto, se o lharmos
para as áreas de conhecimento do G11ia PJ\1BOK®, podetnos ver agumas diferenças
significativas que são, em grande parte, atribuídas ao comprimento do p ro jeto. Algu-
mas dessas diferenças são apresentadas na Tabela 3- 1.
Derrubando mitos
Quando olhamos para as Tabelas 3- 2 e 3- 3 e ve1nos todas as vantagens, deve1nos nos
perguntar: " Por que ainda há resistência à aceitação da gestão de projetos, especia l-
mente para os p ro jetos de execução de planejamento estratégico?". A resposta é bem
clara; a inda há mitos sobre o uso da gestão de projetos para ativi dades relacionadas
ao planejamento estratégico.
fáceis de medir e divu lgar, embora elas possam não oferecer um quadro muito claro
sobre a saúde do projeto. Apenas prazo e custos não podem prever o sucesso de um
projeto ou se o valor desejado terá sido almejado na conclusão do projeto. Isso é par-
ticularmente válido para projetos de execução de planejamento estratégico.
Atualmente, há sem inários no mercado de traba lho sobre técnicas de mensuração.
Há também livros didáticos sobre técnicas de mensuração que discutem que qualquer
coisa pode ser medida se você si tnplesmente compreender as informações que estão à
sua disposição. O resultado foi a criação de mét ricas adicionais para a gestão de pro-
jetos. Acredita-se que devamos considerar as seguintes 1nétricas cent rais nos projetos
de hoje:
• Tempo (prazos)
• Custos
• Recursos
• Escopo
• Qualidade
• Itens de ação (pendências)
Essas métricas centra is se apl icam a todos os projetos, mas há que se adicionar
out ras, baseadas em tamanho, natureza, escopo e importância do projeto. Como os
projetos de implementação do p laneja tnento est ratégico podem ter longa duração,
podem ocorrer mudanças significativas. Portanto, precisamos permitir que as mét ricas
mudem no decorrer do projeto. Estabelecer um conjunto de mét ricas centra is que pos-
sam ser usadas em cada projeto pode ser difíci l.
priorização. Decidiu-se, então, que apenas 20 projetos de cada vez seriam priorizados.
Isso beneficiou muito o processo de seleção de equ ipes para os projetos, porque todos
agora escavam traba lhando a partir da mesma lista de prioridades.
Outro uso eficiente da gestão de projetos é fazer a anál ise de lacunas e o preenchi-
mento de lacunas. A análise de lacunas é usada para fortalecer a posição competitiva
de sua empresa ou para reduzir a posição competitiva de seus concorrentes reduzindo
lacunas. Projetos são estabelecidos para tirar proveito das melhores práticas e lições
aprend idas e1n outros projetos, através do que se pode diminuir lacunas. Essas lacunas
podem ser:
• A velocidade co1n que novos produtos são introduzidos (tempo de colocação no
mercado)
• Competitividade em termos de custos
• Competitividade em termos de qua lidade
• Introdução de novas tecnologias ou desempenho de produto
de apoio estratégico (SST, strategy s,,pport team). Para a SST funcionar de forma efi-
ciente, seus 1ne1nbros precisam estar dispostos a orientar e guiar o processo est ratégico
à 1nedida que ele se desenvolve. O desafio mais difícil para a SST é em projetos que
exigem mudanças organizaciona is. Existem obstáculos sign ificativos que têm que ser
superados. Os membros da SST ta tnbém têm de ser inovadores e agentes de mudan-
ças, capazes de ver o quadro gera l e pensar estrategicamente etn vez de operacional
ou taticamente. Eles devem abrir mão do pensa tnento de curto prazo e se focalizar no
futuro distante.
O principal objetivo da liderança est ratégica é tornar a organ ização mais est ra-
tegicamente produtiva e inventiva além de eficiente e eficaz. Os t raba lhadores devem
ser encorajados a seguir suas próprias ideias quando viável e oferecer feedback so-
bre inovações técnicas ou comportamentais que podem ser captadas através de lições
aprendidas ou 1nelhores práticas. As lições aprendidas ou melhores práticas perm item
que as empresas focal izem somente nas energias certas que ajudarão uma empresa a
lucrar no longo prazo.
Tradicionalmente, esperava-se que os gerentes de projetos captassem os conhe-
cimentos relacionados a p rojetos e os enviassem ao PMO para análise e a rn1azena-
mento. No entanto, com a liderança est ratégica, mais conhecimentos relacionados
aos negócios precisan1 ser captados e a limentados en1 um repositório corporativo de
conhecimentos.
organizacionais. Pode tan1bém haver um patr ocinado r de p rojeto dos níveis n1ais
sênior da gerência com conheci mentos especia lizados en1 gestão de m udanças orga-
. . .
n1zac1ona1s.
Por a nos, a lguns de nós gerenciamos pro jetos estratégicos sem perceber que está-
vamos fazendo isso e ta lvez não tenhamos reconhecido a possível necessi dade de u1n
estilo de liderança diferente. Porém, à med ida que o uso da gestão de projetos co1neça
a crescer em termos de sua aplicação a projetos de execução de planejamento estraté-
gico, pode1nos precisar realiza r mais pesquisas sobre as habilidades de lidera nça espe-
cíficas que são necessá rias. Estamos apenas dando os primei ros passos em termos de
aplicações de gestão de projetos est ratégica, mas esperamos que essa tendência assu1na
o cont role ao longo da próxima década ou 1nais.
1
O material sobre a Hirachi foi fornecido pelo PM Technical Commircee, Hirachi Lrd. €>2013 by Hirachi
Ltd. Reproduzido com permissão.
Elevar a qualidade do gerenciamento Reduzir a carga de trabalho e restringir
por meio da aplicação de metodologia desencaminhamentos realizando o trabalho
e modelos r: - - _ _ _ _ _ do gerente de projetos como uma equipe
1
Aequipe de gerenciamento (2) Gerenciamento por uma e ui e
de erenciamento 1
1
g
Gerente sénior
1
1
1 1
a,
'C
e,
1 "'a,E
CI. (1) Gerenciamento por erentes
= 1 de ro·etos su eriores ·--;;"'
"'a, Equipe do PMO Gerente de
e,
'C projetos 'C
g
gerentes de projetos superiores
-
e,
e
1 1 e
a,
"O
~
o
u
{!!.
1, Equipe compartilhada 1 "'
11 de tecnologia Equipe de desenvolvimento 1 t...
o
1 .,
~
::,
1 &l'
1 (5) Construir ambientes por meio
~
e
3
11 PMO de negócios, PMO de toda a empresa 1
do i t
.,.
o
>" Esclarecer sucesso/fracasso em termos gerais >" Aumentar a capacidade de usar integralmente
);:, Análise objetiva, e não subjetiva o conhecimento de sucessos/fracassos
•
----------------------------------- 1
....-
o
: :,
a.
:
-
1
1-··-
• cimentos do Gp 1, exemplos (BD
de exemplos) >"
captados e lições aprendidas
a terceiros
Informações para a busca
de conhecimentos
•
: <;
•
:
do PMO
Conteúdo da
-
e:
3
...
o
~
o(1)
1
1 pesquisa ffi;
•- - - - - - - - - - - - Passo 2: Captar conhecimentos ]- -----------· ..
::,
Q.
G)
(1)
• Atividades diretamente ligadas ao gerenciamento .,,o
!e
• Avaliação e decisão pelos responsáveis pela tomada de decisões
a.
(1) Implementação direta de cima para baixo (1)
"O
Govemança
(2) Nomear um avaliador para cada "ponto de decisão"
de passagem de fase -·ag
(1)
• Gerenciar sistemas
• Sistematizar • Ligação com projetos
• Aprimorar processos importantes • Verificações organizacionais
WBS do •
1 1 1
i
1 1 -~
o
: :,
projeto Suporte da gerência para manter a qualidade das informações Regras para a ..-
Código do projeto (precisão, atualização) • 1 1 condução de
e:
3
D-WBS gestão de ...
o
todo o Grupo Hitachi, o Com itê Técnico também conduz pesquisas periódicas sobre
a conscientização em relação às questões de fortalecimento da gestão de projetos em
cada unidade de negócios.
Dessa manei ra, há iniciativas e1n andamento que pretendem gerar sinergias no
Grupo Hitachi divulgando experiências especial izadas latera lmente em todas as unida-
des de negócios, identificando problemas comuns e estudando est ratégias de solução
por meio das atividades do Comitê Técn ico.
[8) Takeshi Yokota et ai., 'Tievelopment of a Risk Management System for Construction Pro-
jects", fournal o( the Society o( Project Ma11ageme11t 8(5), 36-41, 2006-10-15
(http://ci.nii .ac.j p/naid/110006278350).
A fim de oferecer suporte ao gerenciamento de riscos de um projeto de construção, de-
senvolvemos o sistema q ue usa a tecnologia de simulação de progresso e que suporta a
ava liação do problema de um projeto e a decisão de contramedidas para o problema.
Esse sistema caracteriza-se por ter uma lógica de sim ulação da avaliação de p rogressos
q ue avalia o progresso detalhado de cada trabalho de um projeto seria lmente, por sema-
na . Além d isso, tem também a capacidade de levar em consideração situações como a
mudança da eficiência de trabalho, e a umenta o número de trabalhadores, na lógica de
simulação. Esse sistema foi avaliado usando os dados de um projeto real, e a validade do
resultado da avaliação do projeto foi verificada usando as várias funções de um sistema.
[9) Takesh i Yokota et a i., "Upgrade of Risk Management Technique for IT System Develop-
ment Project" ,fo11r11al o( the Society o( Project Ma11age111e111 14(3), 25- 30, 2012-06-15
(http://ci.nii .ac.j p/naid/11000949 54 77).
Para oferecer s uporte à introdução eficiente de sistemas de TI, construímos um sistema
de suporte à aná lise de justificari,,as de negócios para o desenvolvimento de sistemas
de TI. Ele avalia os benefícios dos sistemas, efeitos de investimento, fatores de risco e a
justificativa dos sistemas de desenvolvimento. Usando essas informações, ele esclarece
a adeq uação e o nível de prioridade do investimento de desenvolvimento, e oferece
s uporte ao processo de gerenciamento de riscos da fase de desenvolvimento. Para es-
clarecer características de projetos com mais precisão, classificamos a pontuação de
risco considerando se os gerente de projetos podiam gerenciá-lo o u não. Ao aplicá-la
a projetos rea is, verificamos que essa técnica de classificação de risco é eficiente para a
gestão de projetos.
[10) Yosh inobu Uchida, ;'Development of the Risk Management System for Construction Pro-
jects", ProMAC2011, 2011.
Para oferecer suporte a projetos de construção, desenvolvemos um sistema de gerencia-
mento de riscos q ue identifica os riscos de um projeto e suporta decisões sobre contra-
medidas a eles. O sistema de gerenciamento de riscos possui um sistema de avaliação de
projetos, um registro de riscos e um porta l da web de gerenciamento de riscos. O sistema
de avaliação de projetos fornece uma lista de verificação adeq uada para um projeto e
suporta a avaliação de projeto. O registro de riscos fornece a planil ha e s uporta a iden-
tificação de riscos de projeto e o desenvolvimento de um planejamento de respostas. O
portal da ,veb de gerenciamento de riscos visualiza os resultados de avaliações por meio
do sistema de avaliação de projetos. Neste artigo, relatamos cada subsistema do sistema
de gerenciamento de riscos.
[ 11) Hisako Okada et a i., "An Approach to Advance Construction Management System for Lar-
gesca le Power Plant Projects",fournal o( the Society o( Project lvfa11ageme11t 15(1), 8- 13,
2013-02-15.
Projetos de construção de usinas de geração de energia são projetos complexos e de
grande escala, q ue envolvem mu itas partes interessadas. Para garantir a "q ualidade, os
prazos e os custos " desse enorme projeto, a Hitachi aplicou um sistema de TI à área
de construção. Seu ponto focal é ( I) a realização de um enorme controle consistente e
coordenado de projetos e (2) a realização de eficiência e q ua lidade crescentes da área de
construção, para reduzir riscos e custos. A partir da década de 1990, ele foi aplicado a
projetos reais e a lcançou certo efeito, mas novas melhorias estavam chegando ao lim ite
na abordagem centrada no gerenciamento e em sistemas. Logo, ao reconsiderar a ideia
fundamental de que "A construção é uma produção humana ", a Hitachi passou a con-
d uzir pesquisas em sistemas de gerenciamento de construções baseados na Abordagem
Centrada no Ser Humano, que se focaliza no usuário/lado humano, e conduziu pesqu isas
q ue refletem os resultados da gestão de projetos propriamente dita .
Capítulo 3 Jornada rumo à excelência 127
[12] Hideyuki Maeda et a i., "Visualization of Comm unication using the Team Activity Nlea-
suring System and lts Application to the Project Management", journal o( the Society o(
Project Ma11ageme11t 12(1), 5-10, 2010-02-15
{http://ci.nii.ac.jp/naid/110007 573280).
Com o avanço de tecnologias de sensor e de análise, desenvolveu-se um sistema q ue pode
automaticamente medir e visualizar a atividade de uma equipe. Aplicamos esse sistema a
um projeto de grande escala e medimos e analisamos experimentalmente as cond ições de
uma comunicação dentro dele. Como resultado, tivemos êxito em quantificar e visuali-
zar as condições das comunicações de um projeto. A análise q uantita tiva mostra q ue há
uma forte relação entre a prod utividade e o tempo gasto com comunicação face a face.
Ao monitorar continuamente o tempo desse tipo de comunicação, conseguimos ajudar a
expor os problemas de um projeto em uma fase inicia l. Isso nos ajudou a oferecer infor-
mações úteis ao gerente de projetos para solucionar esse problema exposto .
[13] Yosh inobu Uch ida et a i., "An approach of kn owledge extraction via empirical fail ure know-
ledge in project management" ,}01tr11al o( the Society o( Projeá Ma11ageme11t 12(4 ), 27- 32,
2010-08-15
{http:l/ci.nii.ac.jp/naid/110007880184 ).
Uma forma de tornar um projeto bem-sucedido é [ter] uma compreensão da essência de
experiências passadas. Para desenvolver um esquema para aprender com experiências
passadas, é importante acumular [os] valiosos conhecimentos da organização. Os co-
nhecimentos são extraídos por meio de análise e interpretação depois de as in formações
obtidas com a experiência serem mais uma vez ordenadas. No entanto, é difícil deduzir
conhecimentos objetivos e lucrativos de acordo com os seguintes fatores de obstrução.
( 1) É feita uma análise baseada em uma consciência superficial dos fatos ou em uma
consciência situacional local. (2) A consideração de ;'jogo de empurra ". Para solucionar
[esses] problemas, desenvolvemos um método analítico causal que inclui a visualização
da sequência de decisões para servir de suporte à extração de conhecimentos e um for-
mulário definido para compreender os conhecimentos. Avaliamos o método analítico e
o formulário de conhecimentos e mostramos a eficiência da extração de conhecimentos.
[14] Yoshinobu Uchida et a i., "Proposal for Risk Management Support Method Using Failure
Knowledge", jour11a/ o( the Society o( Project Ma11ageme11t 7 (6), 3-8, 2005-12-15
{http:l/ci.nii.ac.jp/naid/1100062783 74 ).
O fracasso de projetos influencia muito o desempenho corporativo. Muitas empresas de SI
precisam reconstruir a gestão de projetos. Trabalhamos na eliminação do projeto deficiente
e estamos pesquisando o método para usar os conhecimentos derivados do fracasso em
gestão de projetos com o objeti,•o de evitar que o mesmo fracasso se repita. Neste artigo, de-
finimos "Informações sobre riscos nos processos" (PIR, process in(ormation for risk), como
informações sobre riscos no processo correspondente, e propomos o método de usar in for-
mações no processo de gestão de projetos. As vantagens de nossa proposta são as seguin-
tes: (1) as PIR são extraídas do relatório periódico automaticamente. (2) Um caso passado
similar é apresentado como um caso de fracasso. (3) O membro do projeto delibera [sobre]
medidas baseadas no caso de fracasso. Acreditamos que nossa proposta possa suporta r [e,•i-
tar] que o projeto fracasse [devido à] mesma causa.
[15] Yoshinobu Uchida et a i. "Proposal of utilization of the failure experience in project mana-
gement", Proceedings o( 15h Natio11al Co11(ere11ce o(The Society o( Project Ma11ageme111,
2008, 140-143, 2008-03-14
(http://ci.nii.ac.jp/naid/ 110007 602790) .
Compreender a essência da experiência de fracasso e aprender lições com a experiência
de fracasso é importante para se criar conhecimento. Acreditamos que nossa organização
possa fortalecer a gestão de projetos aprendendo com experiências de fracasso de projetos
passados e compartilhando preceitos na organização. Para aprender com experiências de
fracasso, devemos utiliza r a experiência de fracasso em gestão de projetos.
128 Gestão de projetos
Nossa abordagem supõe a atividade de avaliação pelo escritó rio de gestão de pro-
jetos em um projeto contínuo. Pesquisamos sobre as atividades de ava liação atua is e
descobrimos os seguintes problemas:
1. Como [os assessores] devem compreender a situação do projeto? Nem todo assessor
tem capacidade de esclarecer todos os aspectos do projeto. Geralmente um assessor não
possui informações suficientes para verificar a eficiência de uma contramedida.
2. Como [os assessores) devem encontrar as informações de que o gerente de projetos
precisa no projeto?
Para solucionar [esses] problemas, definimos um formato para descrever a situação
do projeto e a estratégica de busca das informações de q ue o gerente de projetos precisa.
[16) Koji Okada et a i., "Applying Phase-Gate Management for Diverse BusinessTypes",]ournal
o( the Society o( Project Manageme11t 13 (6), 29- 34, 2011-12-15
(http://ci.nii .ac.j p/naid/110009425403).
A concorrência global foi se tornando cada vez mais d ifícil em todos os domínios de
negócios. A fim de eli minar projetos não lucrativos e aumenta r os lucros sob ta l situação,
estabelecemos uma iniciativa corporativa para implementar o gerenciamento de passa-
gens de fases, q ue produziu res ultados bem-suced idos na unidade de negócios principa l
e em todas as unidades de negócios, de maneira mais ampla. À primeira vista, o conceito
do "Gerenciamento de passagens de fases da Hitachi ", q ue é aplicável a diversos tipos
de empresas, foi esclarecido. Os possibilitadores fundamentais em comum, como ( 1)
guias de operação, (2) materia is de treinamento, (3) modelo de maturidade de passagem
de fase, (4) um guia de determinação de KPls e (5) o compartilhamento de conteúdos de
conhecimento são desenvolvidos/estabelecidos e providos de maneira ampla. Além disso,
dez unidades de negócio modelo foram selecionadas e receberam suporte tanto no desen-
volvimento de seus planos de ação de aperfeiçoamento do gerenciamento de passagens
de fases quanto na s ua realização. De acordo com os resultados, foram demonstradas
melh orias tanto nos níveis de maturidade das passagens de fases quanto em alguns KPls
de todas as unidades de negócios modelo selecionadas.
[17] Tomoyuki Aoki et a i., ;'The Case Study of Business Process Reengineering for EPC Project
Management", journal o( the Society o( Project Ma11ageme11t 14 (6), 5-10, 2012-12-15.
Na Hitachi Power Systems Company, o projeto de reengenharia de processos de negó-
cios BPR (Business Process Reengineering) chamado de "projeto D-WBS" foi iniciado
e m 2009, e estamos conduzindo a primeira fase desse projeto para ser concluída em
2013. No projeto 0-\'ilBS, gostaríamos de alcança r a melhoria da ca pacidade de ges-
tão de projetos por meio do desenvolvimento de uma plataforma-padrão de gestão que
[pode ser] usada entre nossos segmentos de negócios. O objetivo dessa plataforma é
um projeto de engenharia, aquisição e construção (EPC, E11gi11eering, Proc.urement and
Co11slr11ction) que construa uma usina de energia elétrica e sistemas médicos avançados.
Neste artigo, primeiramente apresenta mos um histórico e um panorama do proje-
to D-WBS. Então, explicamos nossa plataforma de gestão de projetos que consiste em
q uatro domínios: um sistema de código WBS, um sistema de TI, um padrão operaciona l
e um departa mento operacional. Explicamos também a metodologia do código 0-\'ilBS
para o planejamento do projeto EPC. Finalmente, gostaríamos de compartilhar nossa
abordagem de BPR.
[18] Kichie Matsuzaki, " Hitachi, Ltd. 100th Anniversa ry Series: Genealogy of the Pioneers (20)
lnheriting and Reforming the Heart of Monozukuri at Hitachi - Companywide Activit ies
toward Monozukuri", Hitachi Review 92(2), 136-143, 2010-02
(http://d igital.hitachihyoron.com/pd f/2010/02/2 O10_ 02_pioneers.pd f).
[19] Koji Okada et a i., "Challenge for Extracting Project Management Knowledge across
Business Units" , ]01,r11al o( the Society o( Project. Managemenl 10(3), 23- 28, 2008-06-15
(http://ci.nii .ac.j p/na id/110006950594).
Capítulo 3 Jornada rumo à excelência 129
A fim de evitar problemas com o projeto ou de repetir seus sucessos, as empresas têm de-
senvolvidos seus próprios Sistemas de Gerenciamento da Q ualidade (QMS, Qua/ity Ma-
11age,ne11t System) para a gestão de projetos. Embora essas atividades de aprimoramento
sejam rea lizadas em unidades de negócios individuais, os conhecimentos obtidos não
são compartilhados entre as diversas unidades de negócios. Neste artigo, descrevemos
a metodologia para extra ir e organizar os conhecimentos da gestão de projetos, o que
é desenvolvido por meio da sua prática real de extração e organ ização. Especialmente,
criamos conceitos fundamentais baseados em fato em com um, d iferenças e especia li-
dades. Além d isso, desenvolvemos uma ;'plan il ha de extração de conhecimentos ", uma
"planilh a de descrição de conhecimentos" e um "mapa de conhecimentos" como ferra-
mentas de suporte, além de um procedimento para extrair e organ izar conhecimentos,
por meio de três ciclos de prática real.
[20] Koji Okada et a i., "An Analysis Method for Extracting Project l essons learned wh ich are
Sharable across Business Un its",/011r11a/ o/ the Society o( Project Ma11ageme11t 12(6), 21-
26, 2010-12-15
(http:l/ci.nii.ac.jp/naid/11000859292 7) .
Desejam-se melhorias nas atividades de gestão de projetos em todos os dom ín ios de
negócios. Compartilhar as lições aprendidas com os projetos entre todas as unidades de
negócios pode ser uma maneira eficiente de melhorar as atividades de gestão de projetos
em uma empresa composta por várias un idades. A fim de compartilhar as lições aprendi-
das com projetos entre as unidades de negócios, levantamos 31 casos de fracasso em pro-
jetos de oito delas, reanalisamo-os e compilamos 50 lições aprend idas compartil háveis.
Além d isso, criamos um método de aná lise para extrair de projetos lições aprendidas
compartilháveis que reflitam a análise do know-how obtido a partir de ativ idades de
reanálise que foram de fato realizadas.
2
3.3 KONE: o desafio da gestão de projetos
O desafio do crescimento
O sucesso da KONE nos mercados de projetos de arranha-céus e projetos maiores des-
de o início da década de 2000 baseou-se em grandes inovações técnicas e 1na ior foco
corporativo e1n projetos maiores. A KONE estava investindo 1nu ito e1n competências
de vendas e de engen haria de vendas, utilizando nossa forte cadeia de suprimentos
global para entregas.
O que acompanha naturalmente um forte desempenho de venda é a necessidade
de uma fo rte execução. Esses novos mercados e projetos eram mais exigentes, e os
cl ientes tin ha expectativas diferentes do que antes. O negócio e seus cl ientes estava1n
empregando gerente de projetos profissiona is para realizar o tr aba lho, e precisavam
do mesmo de nós. Isso foi percebido em 2008, ao ana lisa r nosso desenvolvimento de
rentabil idade de projetos - estáva1nos perdendo nossa margem!
Isso ocorreu pelos seguintes motivos:
• Ausência de uma estr utu ra-padrão de gestão de projetos
• Inexistência de um padrão glo ba l para a função e a responsabil idade de um ge-
rente de projetos
• A gestão de projetos não era vista como u1na carreira desejada ou legítima
• A gestão de projetos entrava no processo de entrega tarde de1nais
2
©2013 by KONE. Reproduzido com permissão. Todos os direitos reserYados. O material sobre a KONE
foi fornecido por Sreve Gonzalez., diretor de projetos maiores, e Jyri Toiviain.en, diretor, desenvolvimento de
competência em GP, suporte à gestão de projetos de projetos maiores.
130 Gestão de projetos
Com base na d iscussão, todos têm a chance de atual izar seu p lano de ação indivi-
dual pa ra orientação e implementação de 1nelhores práticas no dia a dia de seu traba-
lho. Estabeleceu-se o Programa de Desenvolvimento de Gestão de Projetos da KONE
(PMDP, Proiect Management Development Progratn).
Fatores-chave de sucesso
Compreender o desafio - Claro, alvo comum
Pa ixão e motivação entre os 1nembros da equipe
Equipe excelente - GPs de área + especialistas - Vencendo juntos
Alvos desafiadores e tetnpo lim itado - é necessário u1na abordagem inovadora
Abordage1n prática para implementação rápida
Foco nos principa is tópicos - não tentar fazer tudo de uma vez só
Usar parceiros competentes
Divertir-se!
Real izações
Ma ior conscientização e1n relação à gestão de projetos na KONE
Aumento significativo da rentabil idade
Ma ior satisfação do cliente
Compreender o que é a gestão de projetos no a 1nbiente de negócios da KONE
Base a partir da qual desenvolver a gestão de projetos
Ser um parceiro profissional em negócios exigentes e crescentes para nossos clientes
Formulação
de estratégias
Objetivos de alto nível
Implementação usando
um escritório de
gestão de
projetos
PRODUTOS/SERVIÇOS
SOLUÇÕES
COMPETÊNCIA ESTRATÊGICA
VANTAGEM COMPETITIVA
PRODUTOS/SERVIÇOS
Trabalho fundamental
e melhores práticas =:::::::~ (FCSs)
com foco externo
SOLUÇÕES
Melhores práticas
e biblioteca de (KPls)
melhores práticas
com foco interno
COMPETÊNCIA ESTRATÉGICA
3
3.5 Goodyear
Quando as empresas embarcan1 em un1a jornada rumo à excelência em gestão de pro-
jetos, elas nonnaln1ente estabelece1n un1 escritório global de gestão de projetos a fi1n de
3
© 2013 by Goodyear. Reproduz.ido com permissão. Todos os direitos reservados. O material sobre a
Goodyear foi fornecido por Sherry Neuberr, VP do escritório global de gesrão de projetos; Andy \Veimer, Sr.
gerente do escritório de gestão de projetos da RDE&Q; Jayne Cole, gerente de competências empresariais
do escritório global de gestão de projetos; Alexis Rizopulos, gerente da seção de gestão do conhecimemo do
escritório global de gestão de projetos; e John Renner, gerente de projetos do escritório de gestão de projetos
da RDE&Q.
Capítulo 3 Jornada rumo à excelência 135
O processo
Um projeto é ind icado para consideração como escudo de caso por um representante
de uma das quatro un idades de negócio da empresa, normalmente por um patrocina-
dor de projeto ou liderança regional. O PMO analisa os projetos e decide se irão real i-
zar um estudo de caso basedo nos recursos e investÍlnentos necessários para identificar
os dados e o valor organ izacional das lições aprendidas co1n o projeto que devem ser
compartil hadas.
Uma vez que o estudo tenha sido aprovado, o processo de coleta começa entrevis-
tando as partes interessadas e contribuidores do projeto, estruturando as respostas em
aprend izados-chave e melhores práticas e então, recontando, na forma de narrativa,
os pontos fortes do ciclo de vida do projeto e os fatores críticos de sucesso. A crença
é a de que falar a respeito dos fatores críticos de sucesso do passado, docu1nentando-
· os e simulando-os, possa criar futuros sucessos. Na Goodyear, é grande o desejo de
aprender com o passado e co1npartilhar conhecimentos da empresa. A simulação é um
Capítulo 3 Jornada rumo à excelência 137
fator-chave para o sucesso desse processo. O " impulso" de futuros projetos é criado
pelo desejo de ser bem-sucedido como os projetos passados - e o desejo mais favorável
de não reaprender por experiência, mas pelo aprendizado dos out ros.
O gerente de projetos e os pat rocinadores são consu ltados ao preparar a lista de
ent revistados - que pode va riar de 20 a 100 membros de equipe, patrocinadores e
partes interessadas. Esses indivíduos são ent revistados individualmente - algo que às
vezes se estende por vários meses e vários continentes. Pede-se aos ent revistados que
contem uma história sobre a experiência de projeto 1na is positiva que já tivera tn, inde-
pendenemente do tipo ou localização do projeto. Depois, pede-se que eles descreva tn
seu papel no projeto em estudo. E, finahnente, pede-se que eles descrevam os fatores
que contr ibuíram para o estado atua l do projeto.
O resultado é um estudo de e.aso que conta a história do projeto desde seu início
a té o estado atual, focalizando-se em um principal tema ou lição aprendida .
Recomenda-se que estudos de e.aso sejam realizados itned iatamente após um p ro-
jeto (ou fase) ser concluído ou enquanto o projeto (ou fase) ainda está em andamen-
to. Isso ocorre principalmente porque, quando os mem bros de equ ipe terminam seu
trabal ho etn um projeto, eles passam rapidamente a novos projetos, dispersando-se, e
podem se esquecer de detalhes relevantes de seu projeto anterior.
Os benefícios
A Goodyear observou que o processo do estudo de caso é catá rtico para os entrevis-
tados. O processo permite que os membros de equipe tenham uma chance de refletir e
encerrar o p ro jeto. É também gr atificante o fato de uma outra pessoa poder aprender
simplesmente ao ler o estudo de caso. É tão simples que a transferência de conheci-
mento pode ser fáci l quando ded icamos um tempo a anotar as coisas. A pessoa que
levanta as informações tambétn está aprendendo e, dado que essa pessoa tipicamente é
um membro do PMO, ele aumenta sua capacidade de contr ibuir para outros projetos.
Um out ro benefício para a empresa e pa ra as pessoas envolvidas é a oportunidade de
mel horias de processo ou reforço das mel hores práticas em projetos e equipes de p ro-
jeto futuras. O estudo de caso perm ite que as equ ipes de projeto futuras tirem p roveito
daqui lo que já sabemos e reproduzam sucessos passados.
O estudo de caso de p rojeto da Goodyear é um fator crítico de sucesso na acele-
ração da jornada da Goodyear rumo à maturidade em gestão de projetos. Ele faz cotn
que associados da Goodyea r de todo o mundo aprenda tn uns com os outros. Permite
que as equipes de projeto celebrem seus sucessos e a comunidade de gestão de projetos
como um todo seja reconhecida e valorizada por sua contr ibuição para possibi lita r os
investimentos da etnpresa. E com essa apreciação pela aplic.aç.ã o de u1na a bordagetn
disciplinada da gestão de projetos, a Goodyear aumentou também a confiança da em-
presa em sua capacidade de executar grandes projetos.
4
Ver A Cuide to tl,e Project Management Body of Knowledge• , 4ch ed., Project Managemenr Insricure,
Newrown Square, PA, 2008, p . 79 .
.s Qualquer reprodução parcial ou rotai deste artigo deve mencionar o círulo e os créditos da W\VF além do
detentor dos direitos autorais. © cexc 2009 \VWF- W'orld \-Vide Fund For Narure (também conhecido como
World \Vildlife Fund, ou Fundo !vlun.dial para a Narurez.a, em português) . Todos os direitos reservados. O
material foi fornecido por \Vi]ljam Reidhead, !v1Sc, gerente, consultor de design e impacto (monimramenco),
Unidade de Esrrarégia de Conservação e Desempenho, \V\VF lnrernarional.
6
Os Padrões do Programa W\VF são esrricamence baseados nos Padrões Abertos para a Prática e Con~
servação (Open Standards for tl,e Prac.rice of Conservatfon), desenvolvidos pela Parceria de Medidas de
Conservação (Couseroatfon Mensures Partnership), uma parceria de 11 organizações de conservaç.ã o que
trabalham juncas em busca de melhores maneiras de projetar, gerenciar e medir os impactos de suas ações de
conservação (www.con.servarionmeasures.org) .
140 Gestão de projetos
Modelos conceituais
Um m odelo conceituai (também chamado de "árvore de proble1nas" ou "mapa da pro-
blemática" ) é um diagrama que representa um conjunto de supostas relações causais
ent re fatores que se acredita1n afetar um ou mais dos alvos de biodiversidade (espécies
ou habitats) que o projeto pretende conservar. Um bom modelo conceituai deve asso-
ciar explicitamente os alvos de biodiversidade às ameaças diretas que os afetam e às
ameaças e oportunidades indiretas que influenciam as ameaças diretas . Deve também
ressaltar as prem issas que foram adotadas sobre relações causais e indicar camin hos
por meio dos quais atividades estratégicas podem ser usadas para influenciar positiva-
mente essas relações. E,n resumo, um modelo conceitua i representa a situação presente
7
Para informações mais detalhadas sobre os Padrões de Programas da \\7\Xff, visite www.panda.org/scandards.
Capítulo 3 Jornada rumo à excelência 141
no local em que o projeto está sendo desenvolvido e fornece a base para determinar
onde as equ ipes de projeto podem intervir com atividades est ratégicas.
Observe que cada seta que conecta duas caixas na Figura 3- 9 indica causa lidade e
representa uma premissa que pode ser testada.
Cadeias de resultados
As equipes de projetos de conservação implen1entan1 estratégias que elas acreditam
que irão contribui r para conserva r a biodiversidade em seu local, n1as poden1 não
declarar formalmente suas premissas sobre exatamente como a estratégia levará à
redução da an1eaça e à conservação da biodiversidade. Na verdade, é provável que
elas tenham n1u itas pren1issas in1p lícitas - que podem até mesn10 diferir entre os
n1embros de equ ipe e parceiros de projetos - sobre como suas estratégias irão contr i-
bui r para alcançar a conservação. No entanto, se essas premissas não forem explici-
tadas, não poderão ser testadas, nem sua validade poderá ser determinada ao longo
do tempo .
Uma cadeia de resttltados é uma ferramenta que esclarece essas prem issas, u1n
diagrama que mapeia uma série de declarações causais que conectam fatores na fonna
de causa e consequência (se ... então ... ). As cadeias de resultados podem ajudar as
equipes a especificar e modelar suas teorias de mudança. Em algu1nas organizações,
as cadeias de resultados ta1nbém são chamadas de "modelos lógicos" ou "árvores de
soluções". As cadeias de resultados são const ruídas a partir do modelo conceitua i e,
como mostra a Figura 3- 10, são compostas por u1na estratégia (um grupo de ativida-
des), resultados desejados e o impacto último que esses resultados terão sobre o a lvo
de biodiversidade. Uma meta é uma declaração formal de u1n impacto desejado sobre
um alvo de biodiversidade e um objetivo é uma declaração formal de um resultado
desejado, frequentemente a redução de uma ameaça.
Dessa maneira, uma cadeia de resultados bem construída oferece ao projeto u1n
conjunto de atividades estratégicas a serem executadas no local, a lém de 1netas e ob-
jetivos, ou seja, um plano de ação de conservação. As cadeias de resultados tambétn
fornecem a base para planos financeiros/operacionais, a lém de formular indicadores
e monitorar e controlar planos. Além de elucidar premissas e desenvolver planos para
a execução de projetos, os modelos conceitua is e as cadeias de resultados são, ambos,
ferramentas úteis para monitorar e cont rolar durante a implementação de um projeto,
para avaliar impactos e para diagnosticar qualquer gargalo que possa surgir.
De nada adianta que as duas ferramentas aci1na caiam dentro dos planos de pla-
nejamento dos Padrões de Programas da WWF conhecidos como Defin ir e Projetar.
Esses passos também incluem out ras ferramentas para avaliar a via bilidade de alvos
de biod iversidade, para classificar ameaças à biodiversidade, para a análise de partes
interessadas, para avaliar r iscos, etc. Outros passos incluem melhores práticas de im-
plementação, de aná lise de resutados, de adaptação de planos e de comparti lhamento.
-
1- 1\)
-
limitada de da lel
proprietários ~ Desmatamento
ilegal por
Valor de çonservação de de terras proprietários G)
Conhecimento E"opo: (1)
zonas úmidas recoohecido
por leis estaduais
limltado das leis por
proprietários
1- Zonas úmldas e
habitat limitrofe à
.,,o
!e
Planlcie Costeira a.
Falta de priorlzaçlo de
çonservação de zonas úmidas
no planejamento estaduaVJocal
Fracasso na
implementação de políticas
estaduais/tocais
1JDesmatamento
para a ronstruçl[o ,-~
residencial ou
de infraestrutura
Ptrdi
,,,.,~
"'"'· - /
deSWan
Florestas
'
(1)
"O
-·ag
(1)
Demanda adjacentes às
por terras zonas úmidas
Demanda ,
- '
por lenha
Uso
recreativo -
Perturbação
da vegetaçlo
Colonlzaçlo
nativa
~Ervas daninhas
invasivas - /
Zonas úmidas'
,... por meio de rom inundaçl[o
sazonal
Falta de compreensão acelros
~Maior extração """'"'"' +-
de gerenciamento de deáguas 1-n4t1.igda;01M- / Processos
-
vegetação pelos subte rrâ neas Jlltltt'mil!BH de filtração
proprietários Demanda deágua
por água ,
População
crescente - Medidas
de eflc!ncla
de água
-
~ \!!!!) Mudanças
climáticas (redução
das chuvas)
1
Demanda
pos pastos
de verão - Capacidade limltada
para agricultura H
orgânica
AjJricultura
orgânica
limitada
~ Pesticidas ,-
da agricultura
Vegetação
L.EGENDA Classificação da ameaça rasteira
Aceitação social adjacenteàs
J
G Ameaça Ameaça • Muilo D Alta
das zonas úmldas \!!!!..1Sobrepaston, io zonas úmidas
direta
indin,ta ou ª"ª
OMrtunidade D Medlana D Mediana para pastoreio
' /
Figura 3-9 Exemplo (simplificado) de um modelo conceituai da Planície Costeira do Swan no sudeste da Austrália.
__, Ol!i 1.1
Proprietários
MelM>rias no
!reinados em BMPs ProprielâriOs
de ionas ó.mklas e lmplemenlam BMPs 1----, 9erenciamenlodas
nas propriedades zonas õmklas e na
Promoção das 1 vegetação margin.a1 vegetação margNlal
lerreSlre
mellores prâtcas de
'gerenc:iamenlO (BMPs ... b Rt<AIÇ30 <li
management practkes)e pltrda de nora
mecaniSmos de proteção
econservação 1 Proprietários dentes
dos incenl '°"
a mecaniSmos
de proteção 8
conservação
H Proprielários
reconhecem benelieiOs
de mecanismos de
proEçãoe conservação
H [01J;1z 1
Maior adoção
voluntâria de
mecanismos
de proteção
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Figura 3- 10 Exemplo (simplificado) de uma cadeia de resultados da Planície Costeira do Swan, no sudeste da Austrália. ..-
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144 Gestão de projetos
as pessoas que encomendam o pacote focal izam 1nais no nú tnero de recursos que o
pacote possui do que em quanto a empresa economizará com o uso do software.
Falácia 4: Precisan1os implementar a gestão de projetos em pequenos passos con1 u m
pequeno pr ojeto inaugural que todos possam acompanhar. Método errado! Isso fun-
ciona se o tempo não for uma restrição. A melhor aposta é usar um grande proje-
to cotno o projeto inaugura l. Um grande projeto ser bem-sucedido significa que os
mesmos processos podem funcionar em pequenos projetos, enquanto o inverso não é
necessariamente verdadeiro.
Em pequenos projetos inaugura is, algumas pessoas sempre discutetn contra a im-
plementação da gestão de projetos e encontram inúmeros exemplos de por que eles
não funcionarão. Usar um projeto grande geralmente encontra menos resistência, es-
peciahnente se a sua execução proceder sem grandes proble1nas.
Há riscos em usar um projeto grande como inaugural. Se o projeto enfrentar pro-
blemas devido a uma gestão de projetos mal implementada, podetn ocorrer danos
significativos à empresa. Existe um argumento válido a favor de começar com projetos
pequenos, mas a preferência do autor é por projetos maiores.
Falácia 5: Precisan1os acompanhar e d ivulgar os resultados do projeto inaugural. Ação
errada! Expor o sucesso de utn projeto beneficia somente aquele projeto, e não a em-
presa inteira. Esclarecer como a gestão de projetos fez um projeto ser betn -suced ido
beneficia toda a organização. As pessoas, então, irão compreender que a gestão de
projetos pode ser usada etn diversos projetos.
Falácia 6: Precisamos do apoio executivo. Quase verdadeiro! Precisamos de um apoio
executivo visível. As pessoas podem faci lmente diferenciar entre apoio genuíno e apoio
"da boca para fora". Os executivos devem servir de exemplo. Têm de presidir reuniões
para demonstrar seu apoio à gestão de projetos e estar presentes em várias reuniões de
equipes de projetos. Eles precisam manter u1na política de portas abertas para proble-
mas que ocorram durante a implementação da gestão de projetos.
Falácia 7: Precisamos de um curso de gestão de projetos para que nossos funcionários
possam se tornar PMPs®. Mais uma vez, quase verdadeiro! Aqui lo de que rea lmente
precisamos é u1na educação contínua em gestão de projetos. Tornar-se PMP®é apenas
o ponto de partida. Existe vida alétn do Guia PMBOK®. A educação contínua etn
gestão de projetos etn toda a organização é a 1naneira mais rápida de acelerar a matu-
ridade em gestão de projetos.
Nem é preciso mencionar que há um número significativamente maior do que o
que foi discutido aqui de falácias prontas para impedir sua imple1nentação da gestão
de projetos e postergar sua 1naturidade. O que é crucial é que sua organização a imple-
mente por meio de um plano bem pensado, que receba adesão e apoio de toda a orga-
nização. Falácias criam atrasos desnecessários. Identificar e superar pensamentos er-
rôneos pode ajudar a acelerar a maturidade na gestão de projetos de sua organizaç.ã o.
3.10 Motorola
"Em 2005 fará bem mais [BH2] de 30 anos que a Motorola tem usado a gestão de
8
projetos", segundo um porta-voz da Motorola. As forças que levaram a empresa a
reconhecer a necessidade de se tornar bem-sucedida em gestão de projetos foram "a
' H. KerZJler, Project Management Best Practices: Acbieving Global Excellence, Hoboken, NJ: \Viley, 2006, p. 88.
148 Gestão d e projetos
crescente complexidade dos projetos junta mente co1n problemas de qua lidade, des-
cumprimento de prazos e sobrecustos, o que levou a gerência sêni or a busca r uma
sol ução gerencia l alternativa ao q ue acontecia a nteriormente. A seguir, temos uma
crono logia do que a M otorola fez para chegar onde se encontra hoje além de alguns
dos problemas encontr ados:
• 1995: Contrata r um diretor de gestão de projetos
• 1996: Primeiro, contratar gerentes de projetos - definição de papéis forma is e transfe-
rência de responsabilidades para geração d o cronograma e aceitação do projeto
• 1998: Contro le de mudanças forma is instituído - liderado por gerente de projetos
• 1998: Passagens de fases implementadas em todos os projetos
• 2000: Implementação de ferramenta de controle do tempo
• 2001: Implementação de um acompanhamento de recursos mais formal
• 2002: Melhorias no planejamento e acompanhamento de recursos
• 2004: Contabilidade de custos de projetos
Inicialmente, o gerenciamento de progra mas era visto como uma atividade extra . Gerentes
de engenha ria relutavam em abrir mão do controle do programa e comunicação de status.
Foi somente por meio do comprometimento da gerência sênio r com práticas forma is de
gestão de projetos que foi criado um PMO e cargos e responsabilidades foram transferidos.
A aceitação tota l do gerenciamento d a engenha ria só ocorreu vários a nos depois de a gestão
de projetos ter demonstrado o valor de práticas estruturadas de gerenciamento de progra-
ma, o q ue resultou em entregas de produtos consistentemente dentro do prazo. Tais práticas
incluem a geração formal, integrada e completa do cronogra ma do projeto, oferecendo uma
s upervisão do projeto de forma independente e multifunciona l, comunicando o status do
programa de forma não tendenciosa, coordenando a resolução de problemas de modo mul-
ti funcional, além da identificação e gerenciamento d os riscos do programa. Posterio rmente,
as responsabilidades da gestão de projetos a umentaram, passando a incluir o utras á reas
impo rta ntes, como comunicações com o cl iente, controle de escopo e gestão de mudanças,
contenção de custos e planejamento de recursos.
O suporte executivo foi fornecido por meio do patrocínio do desenvolvimento d a fun-
ção de gerencia mento de progra ma. A estrutura de geração de relató rios da função foi cui-
d adosamente mantida dentro de uma área a propriada d a organização, garantindo indepen-
dência de influências indev idas de outras áreas funcionais, de modo que fossem oferecidos
s uporte e relatórios objetivos e independentes."
9
3.11 Texas lnstruments
Um problema crucia l enfrentado pelas empresas é se a 1n etodologia deve o u não ser
desenvolvida antes do esta beleci mento de uma cultura de gestão de projetos. As em-
presas gera lmente cometetn o erro fata l de acreditar que o desenvolvimento de uma
metodo logia de gestão de projetos é a solução pa ra seus problemas. Embora isso possa
ser verdade etn a lgumas circunstâ ncias, as etnpresas excelentes percebem que são as
pessoas que executa m as 1n etodologias e que as mel hores práticas em gestão de pro-
jetos podem ser alcançadas mais rap idamente se o foco forem as pessoas, e não as
ferramentas.
Uma fo rma de se tornar bom em gestão de projetos é desenvolver uma pirâmide
de sucesso co1n o mostra a Figura 3-11. Cada empresa possui sua própria abordagem
q uanto ao que deve ser incluído em uma pirâ mide de sucesso.
9
H. Keru1er, Advanced Project Management: Best Practices in lmplement.atfo11, Hoboken, NJ: \Viley, 2004,
p. 46-48.
Capítulo 3 Jornada rumo à excelência 149
Valor
•
Adesão da equipe
•
Gerência funcional
•
Apolo da gerência sênlor
PIRÂMIDE DO FACILITADORES
SUCESSO DA EQUIPE
GLOBAL
LOGÍSTICA
PLANEJAMENTO ACORDOS
DE PROJETOS OPERACIONAIS
1
3.12 Hewlett-Packard: reconhecendo a necessidade º
Desde 1992, a gerência da Hev.rlett-Packard totnou a decisão de prioriza r o desenvol-
vimento da maturidade e da excelência em gestão de projetos. Formou-se um novo
'º H. Kerz.ner, Project Ma11agement Best Practices: Achieving Glol,al Excellence, 2nd edicion, Hoboken~ NJ:
\Viley, 2010; p. 118.
Capítulo 3 Jornada rumo à excelência 151
para garantir que todas as bases sejam cobertas, compartilhando experiências e aprendendo
a melhorar o Método Global.
A Hewlett-Packard identifica claramente sua capacidade de gestão de projetos em
suas propostas, nas quais o material a seguir costuma ser incluído.
Processos e metodologia de GP
A HP Services usa processos r igorosos para gerenciar programas. O Roteiro de Pro-
grama fornece uma arqu itetura geral do ciclo de vida do projeto. Ele inclui o processo
de Aprovação e Revisão de Soluções e Oportun idades (SOAR, Solution and Oppor-
tunity Approval and Review), que aprova novos negócios, além de conduzir revisões
de progresso da implementação de forma a garantir a qualidade e resolver problemas
com rapidez.
A metodologia de gestão de projetos da HP Services usa as melhores práticas do
setor com o va lor agregado de nossa experiência implementada por meio de tecno-
logia baseada na web para pennitir atual izações rápidas e acesso em todo o mundo.
Ela possui mais de 20 mil web pages de informações disponíveis como suporte às
nossas equipes de projeto. A metodologia inclui u1n extenso conhecimento de bancos
de dados de gerenciamento, como lições aprendidas e experiência obtida em projetos
anteriores, que nossos gerentes de projetos podem usar como auxíl io à gestão de seus
próprios projetos.
soa precisa encontrar o ;'evento emocional significativo" para ela, que justifique o descon-
forto de mudar de comportamento, como começar a fazer exercícios, não comer à noite o u
mudar os tipos de alimentos ingeridos.
Para os clientes, define-se e analisa-se uma abordagem fundamental. Muitas vezes, o
cl iente tenta tomar atalhos, mas então percebe que cada passo fornece um valor funda-
mental para a jornada ma is longa. Para um cl iente, essa abordagem foi implementada há
sete anos, a inda está em vigor, gerou nove grandes liberações de seu a mbiente de gestão de
mudanças e enfrentou cinco grandes reorganizações corporativas.
A Figura 3- 13 reflete como o cliente precisa se transformar de uma d iretoria funcional
em uma matricial para estabelecer um a estrutura comum e como os programas são, então,
medidos em relação ao seu grau de conformidade com a estrutura .
Qua nto à gestão de p rojetos ser considerada uma profissão, Doug Bolzma n
contin ua:
Com o surgimento do PMI, a maioria d as empresas começou a reconhecer a gestão de p ro-
jetos como uma profissão e desenvolveu um plano de carreira para os gerentes de projetos.
N!elhorias nesse plano de carreira ocorrem com o ponto de entrada ("agendadores" do pro-
jeto) vindo de o utras partes d o negócio e o ponto de saída (gerentes d e programa) liderando
as unidades de negócio significativas. As pessoas que deixam a "família profissional" da
gestão de projetos ainda utilizam seu conhecimento e disciplinas para estabelecer e d irigir
outras partes da empresa.
A fim de aumentar as oportunidades para as pessoas que se encontram designadas para
a função de gerente de projetos, identificamos outras funções que o gerente de projetos pode
desempenhar ao cumprir seus compromissos. Identificamos várias funções para o desen-
volvimento de serviços de TI, como o gerente de componente, como ilustrado na figura da
Estrutura de Componente. A função de gerente de componente inclui a gestão de projetos,
mas também inclui uma função de designer, como design de processos. Um funcionário
que possa desempenhar ambas as funções simultaneamente irá gerar mais valor para a
organização do que aquele que puder desempenhar apenas uma função. Essa dualidade na
designação d e funções também oferece ao gerente maior oportunidade de aplicar outras
habilidades além do gerenciamento de escopo, de recursos e de comunicação, etc. que ele já
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u,
a,
G)
(1)
Programas da empresa
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Diretoria de a.
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gerenciamento 'O
Conselho
de design
de lançamentos -·ag
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Estabelecer o "ambiente" de gerenciamento de liberações da empresa
"
a!)é ja rl.!.eJJti
b ,188
c:J c:J c:Jc:J c:J
Executar/utilizar o
ambiente de gerenciamento
de liberações de seus
projetos/programas
c:J c:Jc:Jc:Jc:J
Estratégia de serviço • Determinar os impactos específicos que uma nova liberação de TI terá
sobre seu componente em termos de processos, ferramentas e papéis e
design de treinamentos.
• Determinar as habilidades necessárias e a experiência da equipe de design
de componente para uma liberação específica.
• Liderar a equipe de design de componente ao definir os casos de teste de
componente, planos e condições de aprovação/reprovação.
Design de serviço • Liderar a equipe de design de componente ao desenvolver e testar todas as
instalações, operações ou materiais de treinamento que sejam necessários
para as equipes de implementação ou para as equipes de operações.
• Supervisionar a equipe de testes de liberação durante a validação dos de-
signs do componente.
Transição de serviço • Ofereoer suporte à equipe de transição se a instalação do componente não
estiver procedendo como o desejado no local do cliente.
Produtos do trabalho
Descrição: Esta seção irá detalhar os deliverables ou produtos do trabalho produzidos
por essa função.
Deliverable Descrição
Planos de liberação A finalidade desse documento é registrar e comunicar com precisão o esco-
po, intenção, plano e cronograma para cada versão do componente.
Inventário de compo- A finalidade de se conduzir esse inventário é forneoer as informações neces-
nentes (ferramentas e sárias para compreender o ambiente atual do componente. Esse inventário
processos) fornece um único local para identificar todos os processos, ferramentas, métri-
cas, recursos e tomadores de decisões que atualmente formam o componente.
Treinamento necessário
Descrição: Esta seção irá deta lhar os cursos específicos que são necessários para essa
função.
Acesso a ferramentas
Descrição: Esta seção irá detalhar as ferramentas às qua is essa função exigirá acesso
para cumprir suas obrigações.
Qualificações
Todas as pessoas que assum irem as função de gerente de componente serão entrevista-
das e serão capazes de demonstrar suas qualificações para atender às necessidades da
liberação de cada versão.
• Praticante treinado e1n ciclo de vida do serviço !TIL (preferência pela certificação
da fundação ITIL - ou obtida nos t rês priineiros 1neses).
• 2-3 anos de experiência em gestão de projetos/programas ou experiência equiva-
lente em liderança de equipes ou certificação do PMI.
Habilidades
• Pessoa com automotivação e iniciativa, capaz e trabalhar sem supervisão direta.
• Forte comunicador, tanto oralmente quanto por escrito. Comunica informações
apropriadas para todos os níveis da organização. Ministra apresentações para o
nível executivo.
Essa lista é usada por diversas organizações para gerenciar as necessidades gerais
de recursos, equilíbrio de recursos e recruta1nento de recursos. Pelo fato de todas as
organizações usare1n a mesma lista, o gerenciamento de recursos se torna mais eficien-
te e preciso.
11
3.14 Cooper Standard
Melhores práticas na Cooper Standard
Bill Pumphrey (Presidente da Cooper Standard Norte-Americana e PMP®J identificou
a gestão de projetos como uma necessidade crucial para o sucesso da empresa. Iniciou
um projeto de implementação incluindo Melhores Práticas em GP. Para executar tal
projeto, contratou Dave Kandt para desenvolver uma est ratégia de Pessoas, Processos
e Est ruturas e imple1nentar a gestão de projetos na organ ização. O papel desempenha-
do por Bill era o de pat rocinador de projeto.
Dave Kandt t rouxe consigo t rês décadas de experiência e1n gestão de projetos
e e1n seu antigo cargo de vice-presidente de gestão de projetos no departamento de
melhoria contínua e qualidade na Johnson Controls. Dave tinha sido responsável pela
gestão de projetos em todos os grupos globa is de produtos e cl ientes com negócios,
insta lações e lançamentos de produtos em todas as regiões, inclu indo Europa, China,
sudeste asiático, Japão, Coreia, as Américas e regiões em expansão co1no Rússia e Tur-
quia. Ele gerenciou oito PMO nos vários grupos de produtos e clientes.
u O material sobre a Cooper Standard foi fornecido por Kriscin L. Handley, gerente sénior de recursos huma~
nos - Di,,isão da América do Norte. ©2013 by Cooper Standard. Reproduzido com permissão.
160 Gestão de projetos
Dave tinha sido responsável por siste1nas, organização e pessoal de gestão de pro-
jetos, dentre os quais:
• O sistema JCI de Gestão de Projetos (PLUS).
• A Academia de Gestão de Projetos (The Project Management Academy).
• Contratação e p lanos de carreira em gestão de projetos.
• O Programa de Desenvolvimento de Liderança e1n Gerenciamento de Programas
(PMLDP, Program Managetnent Leadership Developtnent Program) .
• Diretrizes e procedimentos sobre projetos globais de gerenciamento.
• Avaliação de habi lidades em gestão de projetos.
• Processo de planejamento da força de trabalho para Equipes de Desenvolvimento
Simultâneo.
• Relatórios padronizados e sistema de KPI em projetos globais.
• Processo de Melhorias Contínuas em Gestão de Projetos (Excelência na Execução
de Projetos).
Envio de
Eventos protótipos Envio da produção aos clientes
do cliente aos cl~ntes
Cotação
Design e
desenvolvimento
Protótipos de
ferramentas e
Testes de
verificação
Produção de
ferramentas e
Testes de
validação do
Otimização de
produtos e Produção
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"D
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equipamentos do design equipamentos produto processos
-
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Pontosde0
decisão
de final
de fase
PO
Inicio do
orçamento
0 0
Início do
programa
Liberação
do protótipo lnfclo llos testas
+0 +
Liberação para
produção
Ferramentas e
equipamentos
Processo oe
aprovação da peças Início da
produção
• Relatório
pós•lançamanto
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nas instalaçDes de produção (PPAP)
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Figura 3- 14 Padrão de lançamento da Cooper.
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162 Gestão de projetos
Facilitadores
Patrocinador O mais importante facilitador dessa inicia ti va fo i o papel de Bill
Pu1npluey como patrocinador e sua extensa compreensão sobre a gestão de projetos,
resu ltado do seu PMP® e de sua experiência na área. A 1nelhor prática em destaque
aqui é a importância de o líder ter real conhecimento e experiência co1no gerente de
projetos. Não é suficiente ter u1n executivo que acredite na gestão de projetos e apoie
a iniciativa. Para que ocorra 1n rea is melhorias em um período ótimo, o líder deve ter
sido u1n gerente de projetos. Isso deveria ser um pré-requisito para presidentes e líde-
res de companhias de qualquer lugar.
(atua lmente em desenvolvimento) . Podemos tra balha r intensamente para melhorar os negó-
cios que estão em produção atua lmente, mas se não prestarmos atenção no futuro, teremos
de "conserta r" os negócios repetidas vezes. Ficou claro qua ndo comecei que tínhamos um
excelente pessoal, processos e estrutu ra para lidar com o negócio atual, mas aquele o utro,
bem, não estava tão claro. Nosso negócio futuro será ma io r do que o negócio atual - cres-
cimento é a lgo bom! Mas precisáva mos agir rápido para estar à frente da onda que estava
por vir.
Primeiro, tínhamos de melho rar os processos para q ue eles se to m assem bem cla ros em
termos de deliverables, p razos, matriz de responsabilidades RASIC, etc. - tínhamos de assu-
mir essa responsabilidade! Então, precisávamos de uma estrutura que suportasse o processo
e realçasse a importância d o gerencia mento de programas. Essa tinha de ser uma função se-
parada, reportando-se diretamente a mim. Fina lmente, precisávamos d e pessoas, as pessoas
certas, que pudéssemos treinar e posicionar para que identificas.sem e mitigassem riscos,
gerenciassem prioridades complexas, lidassem eficientemente com pessoas/clientes e nunca,
jamais temessem pedir ajuda . Ainda temos muito a fazer, mas a o rganização está vendo os
benefícios e sentindo o suporte que as pessoas, processos e estruturas podem trazer. Q ua ndo
o novo negócio fo r lançado, os custos históricos de "desperdícios" (custos de má qualidade,
fretes caros, atritos, etc.) melhorarão percepti velmente. Os cl ientes já veem o benefício e
estão começando a valorizar nossas co mpetências. Já podemos ver isso com nosso crescente
registro de ped idos. N o final das co ntas, é disso que se trata - um crescimento lucrativo que
beneficie todos nós na Cooper Standa rd Automotive."
Bill Pumphrey
Presidente da Cooper Standard, América do Norte
;, O gerencia mento de programas não é simplesmente uma ferramenta ou grupo de indiví-
d uos que se enco ntra em um departa mento funcional; em vez disso, é uma cultura que pre-
cisa ser a braçada de cima para ba ixo e alinh ada a seus clientes e forneced ores. N a Cooper
Standa rd, integramos as ferramentas de gerencia mento de programas dentro de nossa base
de suprimentos para reduzir o risco associado ao lançamento de novos programas, acelerar
o desenvolv imento de novas tecnologias e s ustenta r relações de longo prazo com fornece-
d ores estratégicos."
Ed Kiell
Diretor, Aquisição Global de Linhas de Produtos
;, O gerenciamento de programas se resume a criar um sistema eficiente dentro de um a orga-
nização que o riente as pessoas certas, falando a coisa certa na hora certa. Significa tam bém
criar um ambiente que se oriente ao sucesso em torno do que cha mo d os 4 Ps:
1. Pessoas (Peop/e)
2. Processos (Processes)
3 . Procedimentos (Proceditres)
4. Aquisições (P1trchases)"
Kevin Kreiner
Diretor, Desenvolvimento de Produtos de Engenharia
;'Como sabemos, a Cooper hoje está totalmente envolvida em um sistema de Gerencia men-
to de Progra mas que depende da 'da ta de requerimento d o programa' vers11s a Cooper do
passado, que dependia da 'data de início das vendas'. O que significa que... se nosso grupo
de vendas a inda não possui todas as a provações integra is de nossos clientes a linhadas, mas
o programa deve prosseguir para evita r a pressa depois, nossa gerência a provará que pros-
sigamos. Entretanto, as melho rias iniciais vistas são:
• O s progra mas são revisados antes do ponto de decisão 1 em reuniões mensais co m os
funcionários para garantir que a abertura do projeto esteja em dia.
• O processo de termo de a bertura impõe a necessidade de compreender o progra ma do
início ao fim. Dados detalhados do prazo, datas de passagens de fases, recursos da eq ui-
pe, finanças são anota dos e riscos são identifica dos.
• O envolvimento da gerênc ia é a chave para remover os o bstácul os e ma nter os pro -
gramas no caminho certo. Isso é visto semanalmente em reuniões de assuntos cruciais,
Capítulo 3 Jornada rumo à excelência 165
12
3.15 Naviair: dentro do prazo, dentro do orçamento
Como fazer de programas grandes e complexos um sucesso
Reconhecer o cenário
A provisão de serviços de navegação aérea na Europa é un1 dos últimos segn1entos do
mercado que não foi libera lizado em grande n1edida. A navegação aérea é - à exceção
da área da torre - ainda mn monopólio para os seus 37 provedores de serviços, e como
Siin1 Kallas, Vice-Presidente da Con1issão Europeia expressou em seu discurso inaugural
na conferência Single European Sky - the time for action (Um Único Céu Eu ropeu - é
hora de agir ), em Limassol en1 10 de outubro de 2012: "Estamos indo em direção a um
ambiente regu latório n1ais simples, coerente e baseado e1n un1a econom ia de n1ercado".
Em paralelo, esse setor é fortemente regulado da mesma maneira que os setores
ferroviário e médico. Novas demandas surgem à medida que as regulamentações da
União Europeia (UE), legislações nacionais e novos ou atualizados padrões da ICAO
(International Civil Aviation Organization) são continuamente Ílnplementados co1n
prazos rígidos a serem cumpridos. Investimentos significativos são fei tos a fi 1n de
a tender às exigências regulatórias. Ao 1nesmo tempo, o tráfego está estagnando e até
mesmo diminuindo no espaço aéreo dinamarquês devido ao 5° ano consecutivo de
recessão divulgado no primeiro trimestre de 2013. Isto é, há recursos limitados dispo-
níveis, a pa rtir do ponto de vista de um provedor de serviços, para atender a natureza
complexa e exigente do setor de aviação.
Com base no crescente nún1ero de regulan1entações da UE fornecidas pela Co1nissão
Europeia, há uma expectativa de que a provisão de serviços de navegação aérea na Eu -
ropa desenvolva maneiras n1ais eficientes de rea lizar o controle do tráfego aéreo. Nesse
contexto, a Naviair fonnou un1a cooperação chamada COOPANS com os provedores
de serviços de navegação aérea sueco, irlandês, austríaco e croata e o fornecedor francês
Thales. Essa cooperação con1partilha os custos e recursos necessários para o desenvol-
vimento, a Ílnplen1entação e a n1anutenç.ão de mn Siste1na de Gerenciamento de Tráfego
Aéreo (ATM, Air Traffic Management), que está em conforn1idade com as regulamenta-
ções existentes e futuras da UE. Até agora, o progra1na COOPANS foi n1uito be1n-suce-
dido e hoje está em operação en1 quatro países e e1n seis centrais de controle de tráfego
aéreo. A sétima central de controle, localizada em Zagreb, entrou em operação em 2014.
Nesse cenári o, há uma forte necessidade de sucesso. Recursos escassos e pressões
externas tornam esse empreendimento desafiador. Entretanto, quando o comparamos
a out ros segmentos de mercado similares, ficamos orgu lhosos de quão bem -suced idos
fomos ao rea liza r nossos programas e projetos. Não há espaço para fracassos, e na
Naviair atingimos uma taxa de quase 100% no que diz respeito a entregas dentro do
prazo - e dentro do orçamento.
12
©2013 by Na via ir. Reproduzido com permissão. Todos os direitos reservados. O material sobre a Naviair
foi fornecido por Jvlikael Ericsson, diretor de projetos de AT~l e Engenharia, Steen MyhreTaschner Erichsen,
diretor/escritório de gestão de projetos, projetos de AT~l e Engenharia (bacharel em engenharia elécrica) e
Michael \-Vibelius, gerência tática (mestre em planejamento e gerenciamento).
166 Gestão de projetos
Estabelecer confiança
O gerenciamento de mudanças muitas vezes não é priorizado ou não é levado em
consideração ao se realiza r um programa de grande porte. Muitas empresas já tiveram
experiências negativas com projetos anteriores e, portanto, a gerência simples1nente
não espera que suas organizações internas sejam capazes de dirigir um programa de
grande porte se1n grandes problemas. Na Dinamarca, análises de projetos de TI rea li-
zadas pelo governo revelaram que 75 % dos projetos não era entregue no prazo. Além
d isso, uma quantidade significativa dos projetos ultr apassava o orçamento, e 40 %
deles tiveram gastos muito acima do orçado.
Capítulo 3 Jornada rumo à excelência 167
ESlabelecer
confiança
Comunicar-se Planejar
com todos o sucesso
Reconhecer
o ceMrlo
Organizar e Gerenciar o
desempenho
produzir relatórios
e a cultura
Adaptar
processos
Quando um progra tna é iniciado na Na via ir, começa1nos garantindo que a organi-
zação se ocupe das mudanças que estão por vir. Perguntas sobre por que as mudanças
são necessárias são bem-vindas, além de discussões relativas a a lternativas. Isso auxilia
na destnistificação das mudanças na organização e é um importante passo inicial no
sentido de evitar que seja necessário investir tempo nisso em uma fase posterior, quan-
do as coisas não se possam mais ser mudadas ou quando as mudanças sejam acotnpa-
nhadas de grandes dificuldades e/ou despesas.
O tom deve ser encontrado, ao mesmo tempo em que se reconhece o fato de que
as dificuldades podem ser apontadas por pessoas com diferentes experiências e inte-
resses. Nesse contexto, é importante evitar reagir proa tiva mente e perm itir que grupos
com diferentes profissões expressem suas opiniões. Nossa experiência mostra que isso
torna o processo de mudança mais suave e pennite utn refinamento da direção a ser
tomada, a fi ,n de m itigar d iferentes riscos que, caso contrário, poderiam se transfor-
mar em proble1nas. Você deve se certificar de ouvir todas as partes da organização e
chegar a um consenso, mestno que ele mude um pouco o escopo. É muito fácil mudar
o escopo nessa fase em comparação a fazê-lo em fases posteriores do programa/pro-
jeto. A fim de garantir que todas as partes interessadas internas envolvidas tenham a
mesma compreensão das mudanças, a prÍtneira coisa a ser feita, antes que qualquer
pré-investigação do projeto seja realizada, é chegar a um acordo quanto a u1na estrutu-
ra de alto nível do projeto que forme os principa is benefícios e objetivos mensuráveis.
A estrutura de governança também precisa permitir que as diferentes partes in-
teressadas discutam e obtenham o nível apropriado de informação durante todas as
168 Gestão de projetos
Planejar o sucesso
Uma regra básica na Naviair é definir un1a data par a colocar o novo sistema en1
operação o mais rápido possível. Se possível, determinamos até mesmo uma hora
exata; no progran1a n1encionado acima, tín hamos tambén1 un1 relógio de contagen1
regressiva na página in icial da intranet da Naviair. É muito mais fácil se você ten1
coragen1 de definir un1a meta visível para a organ ização. O perigo, porém, é que a
data não pode ser mudada. Um jogador de tênis profissional como Roger Federer
não pensa en1 um possível fracasso quando entra na quadra, e você tem de fazer o
mesmo: ser profissional todos os d ias com um ún ico foco - estar dentro do prazo e
dentro do orçamento.
Se você conseguir fazer sua organização concordar com essa data, que é uma
meta alcançável, pode começa r a planeja r retroativamente. Se possui uma abordagem
determ inada por pontos de decisão de final de fase, o que é fortemente recomendá-
vel, você e suas equipes ficarão imed iatamente muito ocupados, 1nesmo que seja um
p rograma de vários anos de duração. Você deve sempre se lembrar de que, no início,
o prazo é uma estimativa qualificada. O cronogra tna irá melhorar gradualmente e
se tornar ma is deta lhado à medida que o progra tna for progredindo. Um gerente de
programa que é capaz de seguir o cronograma tetn muito a ganhar, e todo o trabalho
relacionado à revisão do cronograma é evitado. Quando o programa estiver pronto, o
cronograma será utn plano perfeito. Ent retanto, você nunca deve usar esse a rgumento
pa ra se enganar, adiando o planeja tnento. Contanto que a data operacional não mude,
os marcos podem ser ajustados, se necessário, o que geralmente ocorre com a maioria
dos programas.
O resu ltado esperado de atividades posteriores como verificação e validação,
t reinan1ento ou testes en1 tempo real devem ser abordados logo de início. Se sua
organ ização não estiver madura, muito provavelmente ela irá, por exen1p lo, argu-
menta r que o teinamento não pode ser planejado antes de o sistema esta r fisicamente
en1 operação. Esses a rgun1entos devem ser levados a sério devido ao fato de que eles
expressan1 que as partes interessadas não saben1 como proceder nessa fase inicial
do progran1a . Uma vez que as d iferentes partes da o rganização tenhan1 aprendido a
abordar os tópicos no nível certo, o t rabalho pode ser iniciado cedo, e as n1etas po-
den1 ser atingidas. Men1bros inexperientes do programa precisam receber o suporte
de un1 PMO ou simi lar, a fin1 de aprenderem con10 p lanejar as atividades antes de
entrar no modo de solução .
Capítulo 3 Jornada rumo à excelência 169
Porque Porque
Explicar, Estimular
discutir
Quem Uaul
Equipe de alto
Construir desempenho
confiança
(HPT)
Quem
O que Gerar
Escopo Como
Organização, resultados
termos de
referênci
Adaptar processos
A posição de gerente de programa é como "estar ent re a cruz e a espada" . Em bora
você esteja no topo de sua própria governança, você tem pessoas demais e instâncias
dema is com as qua is se relacionar. Você tem de lida r com o ambiente à medida que o
programa progride. Sua meta será afetada econo1nicamente, tecnologicamente e por
flutuações do mercado, mas gerahnente seu progr a1na ta 1nbém pode ser afetado politi-
ca1nente devido à cooperação ou alianças das quais ele pode fazer parte. Esses fatores
podem conferir maior co1nplexidade ao progra 1na.
O modelo de projeto da Naviair, que contém os processos de projeto e os templa-
tes que são usados para in icia r, executa r, entregar e concluir projetos, baseia-se nos
princípios PRINCE2 (PRojects IN Controlled Environments). No entanto, ele é adap-
tado à disposição, natureza e cenário organizacional de nossos projetos. Co1no tal, o
modelo de projeto da Navia ir é pragmático em sua natureza, com um fluxo documen-
tal ági l e uma est rutura de fases simples, com uma decisão muito clara (continuar/não
continuar) a ser tomada pelo grupo de liderança (favor consultar o princípio "Orga-
nizar e produzir relatórios") ent re duas fases. Os processos do projeto são claramente
ligados aos processos circundantes da empresa, co1no o processo orçamentário anual,
procedi1nentos de manutenção, etc.
Capítulo 3 Jornada rumo à excelência 171
Você pode direcionar sua comunicação aos diferentes fóruns de n1uitas maneiras e
não deve se limitar ao uso exclusivo de ferramentas de comunicação tradicionais. Um
gerente de programa be1n -sucedido terá de usar quase a metade de seu horário de traba-
lho para fazer co1nun icações e lobby, a fim de garantir o sucesso de seu programa. Um
gerente de programa que prioriza a comunicação corretamente nunca se recusa un1a pos-
sibilidade de apresentar seu programa e os valores de negócio a ele relacionados.
É uma boa prática de co1nun icação enviar artigos para publ icação en1 revistas, de-
finir un1 portal do projeto ao qual a organização interna tenha acesso, publicar notícias
tanto na internet quanto na intranet, organizar reuniões inaugurais e eventos de "portas
abertas" e, é claro, propiciar apresentações físicas sempre que houver possibil idade. Um
dos segredos da comunicação eficiente é variar os meios de con1t1nicação e encontrar
novas maneiras criativas de abordar as partes interessadas, como, por exemplo, dis-
posições para mercadores em que a n1ensagem central seja exibida, envolver a cantina,
transm itir entrevistas con1 pessoas in1portantes para o programa/projeto pelo porta l de
notícias ou colocar banners con1 as mensagens centrais en1 locais frequenten1ente visi -
tados, con10, por exen1plo, ao lado da máquina de café. Essa última ideia possi bilita um
formato mais informal de comunicação, já que a 1náqu ina de café e/ou locais sin1i lares
represen tam " zonas seguras", onde a con11111 icação flui livremente entre os funcioná-
rios. Um banner con1 un1a mensagen1 positiva pode levar a conversa en1 un1a direção
mais positiva ou sin1plesmente dar mais visibil idade à n1ensagen1 entre os funcionários.
Fonnatos de comunicação n1ais informais têm sido util izados com sucesso na Naviair.
Un1 exen1plo, entre n1uitos outros, é o café da manhã sen1ana l pro1novido pelo gerente
de projetos às sextas-feiras, no qual os funcionários se reúnem e discutem o progresso
do programa/projeto, enquanto desfrutam de deliciosos doces folhados e un1a xícara de
café/chá. Con10 nenhun1 gerente de a lto nível está presente nessas reuniões, preocupa-
ções e informações que, caso contrário não serian1 discutidas podem ser compartilhadas.
O mesmo ocorre e1n relação a run1ores que o gerente de projetos terá a oportunidade
de identificar e reagir a fin1 de evitar que o progresso e valores de negócio importantes
do programa/projeto sejan1 solapados. O gerente de projetos pode dar segu in1ento às
reun iões de café da manhã com u1n e-ma il informal de status para n1anter as pessoas
que não estavam presentes atualizadas sobre o progran1a/projeto e convidá-las a fazer
comentários, se tiverem qualquer informação extra ou contraditória.
A falta de comunicação e de informação faz as pessoas desenvolvere1n suas pró-
prias informações quando se encont ram na máquina de café. Isso gera preocupações
e ru1nores que precisam ser tratados seriamente, já que podem assumir a qualidade
de fatos. A cura simples para esse problema é atacar todos os rumores assim que são
ouvidos, e eles devem ser questionados para verificar se há algum fato por trás deles.
Geralmente não há fatos que confirmem rumores correntes. Ent retanto, se eles fore1n
baseados em fatos, uma solução precisa ser encontrada.
Você não deve se esquecer de celebrar qualquer marco importante que tenha sido
alcançado. Celebre de maneira aceitável e co1npatível com a cultura da empresa. A
cultura de algumas empresas não vê nenhu1n problema e1n oferecer jantares gratuitos
ou ingressos para a ópera enquanto a de outras não aceita isso por motivos fiscais ou
simplesmente porque "não é assim que deveria ser". Dar de presente um carrinho de
corrida não muito caro por u1n teste de aceitação aprovado pode ser uma forma de de-
monstrar gratidão por parte da organização. Na Naviair, reinos gerentes de progra1nas
que têin lindas coleções de Ferraris e Lamborghinis que são orgu lhosamente exibidas
em loca is muito visíveis de seus escritórios.
A coisa mais importante e eficiente que você poderia fazer em relação a projetos é
elogiar, dar créd ito e reconhecimento à equipe envolvida. O reconhecimento mais forte
que você poderia dar é comunicar a uma pessoa de um outro departa1nento.
174 Gestão de projetos
Resumo
Os seis princípios essenciais apresentados aqui são continuamente refinados de acor-
do co1n lições aprendidas, informações externas e à medida que o setor de provisão
de serviços de navegação aérea na Europa se desenvolve, de modo a maxim izar o
dese1npen ho dos projetos da Navia ir e a capacidade de ent regar dentro do prazo e do
o rçamento. A mensagem central é que temos de reconhecer o cenário e nos adaptar a
ele e perceber que estamos vivendo em um inundo dinâmico - não importa quão boas
suas 1nelhores práticas possam ser, elas podem se tornar coisa do passado se não seco-
locar o foco no desenvolvimento contínuo com uma disposição a mudar e se adaptar.
Fina lmente, como o finado dramaturgo irlandês, o socia lista e cofundador da London
School of Econo1nics, George Berna rd Sha,v, disse: "Quem não consegue mudar de
ideia, não consegue mudar coisa alguma".
13
O histórico da Key Plastics
A Key Plastics possui un1 forte legado como fornecedora auton1otiva Tier 1, oferecen-
do operações con1pletas de design, engenharia, manufatura e montagem para compo-
nentes de acaban1ento interior moldados por injeção, n1açanetas exteriores e compo-
nentes deba ixo do capô. A Key tem sido consistentemente reconhecida por fabricantes
de equipamentos originais (OEMs, Original Equip·m ent Manufacturers) globa ln1ente
pela habil idade de entregar um produto de valor excelente, a lta qua lidade e dentro do
prazo. H istorican1ente, a Key potencializou processos e ferran1entas de gerenciamento
de progran1as regionais. O processo da An1érica do Norte focaliza-se forten1ente em
acompanhar os requerimentos do planejan1ento avançado da qual idade do produto
(APQP, advanced product quality planning) e com un1a forte fase de design. A equipe
da Ásia-Pacífico potencia liza as ferramentas e processos con1provados do parceiro de
joint venture. A equipe europeia segue dois processos diferentes. Um se concentra na
n1anufatura e em uma forte fase de estin1ativa de custos e orçan1entos. Um segundo
processo europeu é equi librado, contendo elen1entos con1erciais, de design e n1anufa-
tura, programado para acontecer em torno das fases de construç.ã o. Ver Figura 3-18.
Em u1n esforço para alvancar as 1nelhores práticas globa lmente, a Key recente-
mente iniciou o esforço de criar um único processo global chamado de Processo de
Real ização de Produto da Key (KPRP, Key Product Realization Process) e implementar
uma única ferramenta global de colaboração de gestão de projetos chamada de enter-
Proj. Um comitê de liderança foi formado co1n os líderes do gerenciamento de progra-
mas global, além de membros da equipe funcional, para garantir que todas as áreas da
empresa fossem representadas no desenvolvitnento do novo processo.
O Processo ( KPRP)
A equipe concordou e1n usar o processo equilibrado da UE como uma linha de base
para o novo KPRP (Ver Figura 3-19). A equipe compartilhava "coisas que deram cer-
to" e "coisas que dera1n errado" no nível regiona l para determinar as melhores práti-
cas a serem captadas de cada um dos processos regiona is e incorporadas ao novo pro-
cesso. Alguns pontos que merecem ser ressa ltados no recém proposto KPRP incluem:
• Fase de "Planejamento de negócios": inicia o projeto no portfólio corporativo
fornecendo visibilidade global precoce a tentativas
• Fase de "Aquisição": focal izada em estimativas de custo detalhadas para fornecer
o melhor valor no produto por meio do envolvimento de membros das equipes
funcionais desde o início
• Fase de "Desenvolvimento e planejamento": centrada em fortes pontos de revisão
de design com a opção de uma versão especializada dessa fase usada somente para
u O material sobre a Key Plasrics foi fornecido por Darlene Taylor, diretora de TI e práticas de negócios
globais. Reproduz.ido com permissão.
1/ '" ,us11cs u .c. construção de fe"amenras
vers100: 11 / S1ah1s: 17.12.2012 ...
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Figura 3-18 Pl'ocesso alemão. (Dísticos não passíveis de edição toram mantidos conforme original.)
Capítulo 3 Jornada rumo à excelência 177
FASE3
Revisão SOP SOP+90
BET wo ... W-12 'Y
Fase de construçio Fase de Fase de
de protótipo construção construção
Serialização e lançamento
FASE 4
Revisão
BET
• Focalizado no cliente.: . Focalizado nos resultados a
Figura 3-19 Processo Global de Realização de Produto (KPRP).
A ferramenta (enterProj)
Regionalmente, as equipes de programa da Key potencializam diferentes conjuntos de
ferramentas localizados para gerenciar eficientemente os planos e a documentação dos
178 Gestão de projetos
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"' ©20 13 by ILLU!vUNAT. Reproduzido com pennissão. Todos os direitos reservados. O marerial desta seção
foi fornecido por Owen Field, gerente regional de serviços de gestão de projetos da ILLU/v!INAT.
180 Gestão de projetos
jetos (em oposição ao treina mento em ferramentas) será adicionado ao c urrículo existente.
Precisamos da r maior ênfase ao porquê da necessidade de registrar o prazos e status de
tarefas com precisão. Será feita uma tentativa de estende r o uso da gestão de projetos a
á reas não relacionadas ao desenvolvimento de aplicações, como a de comunicações em
rede e s uporte técn ico. A aplicabilidade de nossa metodologia existente para o desenvol-
vimento de aplicações cl iente-servidor e via internet será testada . Exploraremos também
eficiências adicionais como a entrada d ireta da informação de status de tarefas por mem-
bros individuais da eq uipe.
Hoje oferecemos serviços de gestão de projetos como uma opção em nossos acordos de
nível de serviço com nossos "clientes" corporati vos. Uma das histórias de sucesso envolveu
um projeto que tinh a por objetivo implementar uma nova identidade corporativa na q ua l
vários componentes de toda a corporação foram reunidos. O projeto conseguiu supera r as
barreiras departamentais e manter um cronograma dinâmico. O processo de definição de
tarefas e estimação de s uas durações resultou em uma melho r compreensão dos requeri-
mentos do projeto. Isso, por sua vez, gerou estimativas precisas que direcionaram decisões
significativas relativas ao escopo do projeto, levando em consideração as severas pressões
orçamentais. As decisões de projeto tendia m a se a ncorar em sólidas a ltemati,,as empresa-
riais, em vez de em mera intuiç.ão.
• O DoD estava concedendo cada vez mais contratos de custos ree1nbolsáveis (pa-
gamento pós-entrega).
• O DoD estava pressionando seus fornecedores a se reestruturarem, passando de
uma forma organizacional trad iciona l a uma fonna organ izaciona l orientada a
produtos.
• O DoD estava pressionando os fornecedores a reduzirem custos, especialmente os
custos indiretos.
• O DoD passara a exigir produtos de mais alta qual idade.
• O DoD passara a exigir em suas propostas que as empresas de1nonst rassem maior
qualidade nas práticas de gestão de projetos.
Para garantir a sobrevivência, a Defcon teve de se submeter às licitações de con-
t ratos com pagan1entos posteriores à entrega. Internamente, isso exigia duas mu-
danças cruciais. Primeiro, a organ ização tinha de passar de un1a gestão de projetos
inforn1a l para a fo rn1al. Segundo, a o rganização precisava aprender con10 usar e
relata r os indicadores de valor agregado. Pa ra ser vista favoravelmente pelo governo
na d isputa por um contr ato com pagamento posterior à entrega, uma empresa deve
ter seu sistema de controle/relatórios dos indicadores de valor agregado validado
pelo governo.
Um gerente de uma out ra empresas que estava passando por essas mesmas difi-
culdades fez os seguintes comentários sobre como a "sobrevivência" tinha forçado a
organização ascender mais rapida1nente à maturidade nos últimos 1O anos:
A gestão de projetos formal começou com a primeira grande concessão de um contrato do
governo. Uma das exigências contratuais determinava q ue se fizessem relatórios de custos
por itens em cada área e também das variâncias em níveis específicos de contratos. Obti-
vemos um sistema validado que nos deu a flexibilidade de enviar propostas em programas
governamentais em que a discriminação dos custos programados era um dos itens exigidos
na solicitação de proposta (RFP, request for proposal).
Tivemos uma experiência prévia em técnica de avaliação e revisão de programas (PERT,
program eval11atio11 a11d review tech11ique), estrutura analítica do projeto e programas de
organizaç.ã o. A administração também costumava operar de maneira estruturada por causa
da exigência de revisões nos programas de nossos cl ientes. Após a val idação do sistema,
em 1987, levou de seis meses a um ano para que treinássemos e desenvolvêssemos ade-
quadamente as habilidades ne.cessárias em contabi lidade gerencial de custos e supervisão
do pacote de trabalho. À medida que se progride em um programa, s urge a necessidade de
novos treinamentos e revisão nos requisitos da gestão de projetos juntamente com toda a
organização.
Visitamos outras empresas e d ivisões de nossa própria empresa que haviam tido expe-
riências anteriores em gestão de projetos. Encaminhamos pessoas para seminários e cursos
ministrados por especialistas da área. Conduzimos treinamentos internos e estabele.cemos
as políticas e os procedimentos para auxiliar os funcionários com o processo de gestão de
projetos. Mais tarde, compramos softwares para relatórios com o intuito de reduzir os cus-
tos da programação interna de sistemas.
Estabelecemos equipes exclusivas para um contrato/programa. Atualmente, temos um
programa de organização do escritório para os grandes projetos com capacidade de acom-
panhar e coordenar a informação para o gerenciamento interno e para os nossos clientes.
Ajustamos nossos sistemas e os relatórios de maneira a poder s uprir as necessidades tanto
dos cl ientes internos quanto dos externos.
A implementação de sistemas integrados pode fornecer dados em tempo mais oportuno.
Estes dados capacitarão a gerência a reagir de forma mais d inâmica na resolução de proble-
mas e na redução do impacto dos custos.
A gestão de projetos nos permitiu compreender melhor os custos e as variações por
contrato/programa. Ele fornece dados mai s pontuais e torna o acompanhamento da pro-
gramação, de questões de orçamento e do valor agregado mais flexível. A gestão de projetos
186 Gestão de projetos
nos deu ma ior visibilidade dos programas que são úteis na implementação de reduções de
custos e a perfeiçoamento dos processos. Ter um sistema validado nos permite permanecer
competitivos na licitação de projetos que exigem um sistema formal de controle dos custos
programados.
4.0 Introdução
No Capítulo 1, descrevemos as fases do ciclo de vida necessárias para alcançar a ma-
turidade e1n gestão de projetos. A quarta fase era a do crescimento, que inclui as se-
guintes etapas:
• Estabelecimento das fases do ciclo de vida
• Desenvolvimento de uma metodologia de gestão de projetos
• Funda1nentação da metodologia em um planeja1nento eficiente
• Miniinização de mudanças de escopo
• Seleção do software apropriado para servir de suporte à metodologia
A importância de uma boa metodologia não deve ser subestimada. Além de me-
lhorar o desempenho durante a execução do projeto, ela aumenta a confiança dos
clientes e melhora sua relação com a empresa. Boas metodologias também pode1n
levar a contratos exclusivos.
Criar uma metodologia funcional para a gestão de projetos não é tarefa simples.
Um dos maiores equívocos que se pode cometer é desenvolver uma metodologia dife-
rente para cada tipo de projeto. Out ro é deixar de integr ar a 1netodologia e as ferra-
mentas de gestão de projetos em um único processo, se possível. Quando as empresas
desenvolvem metodologias e ferramentas de gestão de projetos que se completa 1n,
surgem dois benefícios. Em primeiro lugar, o trabalho é realizado com menos mudan-
ças de escopo. E1n segundo lugar, os processos são planejados visando criar o menor
número possível de distúrbios nas atividades operaciona is que estão em andamento
na empresa.
Este capítulo discute os componentes da 1netodologia e de algu1nas das ferramen-
tas mais uti lizadas em gestão de projetos. Também são apresentados exe1nplos deta-
lhados de metodologias existentes.
1
H. Kerzner, Projec.r Nfanagemenr Best Practices: Acl,ieving Global Exallence, \-Viley, Hoboken, NJ, 2006,
p. 136.
Capítulo 4 Metodologias de gestão de projetos 19 1
realizadas, volta ao ponto de de.c isão 2, onde o estado ideal é revisado e novas funções são
determinadas.
Allan Dutch, profissiona l de gestão de projetos (PMP®), gerente de projetos sênio r
em engenharia de software, métodos e alocação de pessoal da DTE Energy, acredita
que:
O projeto de tecnologia da in formação (TI) da DTE Energy que exibe s ucesso e excelência
em gestão de projetos é aquele em que o gerente de projetos cond uz sua equipe da mesma
forma que um maestro rege s ua orquestra. O valor de negócio é demonstrável e reconhecido
pela unidade de negócio enquanto as interações com as organizações de apoio e os requisi-
tos de infraestrutura são coordenados suavemente e de acordo com o plano.
192 Gestão de projetos
.7 DTE Energy
1. Identificar o projeto e
-, 2. Formar equipe e 3. Aw/iar e analisar
ressaltar a$ opOftunidades refinar esoopo i---, realidade atual
que o projeto traz
J.
Ponto de decisão 4: Resultados 4. Definir resultados
• Revisar resultados do projeto 9. Reconhecer o lrabalho dasejados/estado ideal
• Garantir que haja mecanismos que da equipe, refletir e
comunicar ~ultados
sustentem os resultados !
• Planejar oomunicações a outros t S. Identificar lacunas e
departamento-s 8. Medir o progresso contramedidas do
do projeto e sustanta.r projeto
• Planejar evento de comemoração (se necessârio) seus objetwos
' /
7. T~tat. refinar e 6. Criar um plan~mestre
snj)lementar sduç~ para implarnentar
doproje1o SOIIJQÕ8S
Figura 4-3 Modelo de gestão de projetos com quatro pontos de decisão e nove passos.
----
/ EP fflPIOS -------- ---
dft orobltMH I
. """""'"'19
I
I
I
""''
• A..rnetnat a WI I
I
'---- --,---------
• Erros de contabiilJde
• Erros do lellOI' de mediljOr
1
I
I • lmpae,o orgrit.JeitWI
• op..-d1dede
•
L!J
'---, 1
Fo1111ar eq11i,e e reilUr escopo
• fSt.lbel!Cet pa!tOOIUdOf,
l'lltlliorla Nefllilcada
• Processo podetla ser
rellzado mais tapido.
l der e lt'll!fftl(o, de t'(llife
•
PrMlema .._tlkldo
• Termo d! abert.n do projeio
• Oiagrnas de atmdade
mais barato.lTlebM'
ffrraiaNIH e-,MlilkH
• Prooesoo fl:0 esa • Cliagr.wade KaM/ÃtYofe CIO' • Mlrtshop$ SODre o
cumprkldo req11.s1tos • DiagrnaSIPOC'
lnteroos ou exiemo:s t)'OQtllma de ~lldade SS
• • ldernllk3ç.1o de detptrdieos
Ferramentas especlllett
• Gdfleo9 de P.ireio
• Hi!logramas,
IJ.J Antillr e 1n1lb 1r m lid*
Ferrllfl'lentas comun,
11Ual .........
• Superpt~O
• De!ellos
• Ciplcldad! do processar
anàfSe de val"iaÇ.10'
• An&e de Modos e
• Mapeamento ae prOO!Ssos
• MIEM de e:wsas-raiZf
...._..
• TtabialOerti WBO
• Ttanspone
Beitos de Falha (fMf.A') d3(1rwnas de causa e e1l'i10
• &pera
• Diagrama de dlspersJOi • Gdflc($ St'qü!Aeiais
anàfSe de regress;Jo' • FOihas d! ...et1t1caçao
• Smls.bçati do cten1e
• An&e de confiabili:lJde • ,
• Plane!ifflMlo de expetinentot Ponto de decisão 1
'
L!.J Oellnlr 1ewll1dos desejadolfeslldt ldeal
• VOl do COl'$11midor (VOC)
'
. """""'"'19
• MlfSe dos poo1os rories. tacos.
q,onunldades e ame.çts lSWOl)
• PlltlO de negócios
L!J
•
Reconhecer o , ,11,. . dl eq11r,e,
rteeli' e com11n1ca, rewllados
· Miro
• Mhll'ieis balance3d3S
• COll'l!ll'IOOIÇ.10
. Ponto de decisão 4
Figura 4-4 Modelo de quatro pontos de decisão e nove passos e mapa do processo de seleção de
ferramentas.
194 Gestão de projetos
Organização
Com qua lquer projeto, você deve defin ir o que precisa ser a lcançado e decidir como
o projeto chegará a esses objetivos. Cada projeto começa com uma ideia, visão ou
oportunidade de negócio, um ponto de partida que ten1 de ser vinculado aos ob-
jetivos de negócio da organização. O termo de abertura do projeto é o al icerce do
projeto e forma o contrato com as partes envolvidas. Ele inclui un1a declaração das
necessidades do negócio, um acordo sobre o que o projeto se con1promete a produ-
zir, uma identificação das dependências do projeto, os papéis e responsabilidades dos
n1embros de equipe envolvidos, e os padrões de como o orçamento do projeto e a
gestão de projetos devem ser abordados. O tern10 de abertura do projeto define os
seus lin1ites.
196 Gestão de projetos
Planejamento
Uma vez que os li1n ites do projeto esteja tn definidos, devem-se levantar informações
suficientes para sustentar os a lvos e objetivos e pa ra limita r o risco e minimizar os
p roblemas. Esse componente da gestão de projetos deve gerar informações suficientes
pa ra estabelecer claramente os deliverables que precisam ser concluídos, defin ir as
tarefas específicas que garantirão a conclusão desses deliverables e esboçar o nível
apropriado de recursos. Cada deliverable influencia cada fase do projeto, se irá ou não
atingir seus alvos, orçamento, qualidade e prazo. Por uma questão de simpl icidade,
a lguns projetos adotam uma abordagem de quat ro fases:
• Proposta: in iciação e definição do projeto.
• Planejamento: planejamento do projeto e definição dos requisitos .
• Desenvolvimento: desenvolvimento dos requ isitos, testes e treina tnentos.
• lmple1nentação: implantaç.ã o dos requisitos desenvolvidos para a operação diária .
Cada fase contém pontos de revisão que ajudam a garantir que as expectativas de
cada projeto e deliverables de qual idade sejam alcançados. É itnportante identificar
os revisores do p rojeto o mais cedo possível para garantir o equ ilíbrio adequado do
envolvimento de especia listas no assunto e a gerência.
Gerenciamento
Durante todo o projeto, o gerenciamento e o controle do processo precisam ser manti-
dos. Essa é a oportunidade para o gerente de projeto e a equ ipe ava liarem o projeto, o
seu desempenho e cont rolarem o desenvolvitnento dos deliverables. Durante o projeto,
as seguintes áreas devem ser gerenciadas e controladas:
• Avaliar o progresso diário das ta refas e deliverables do projeto por meio da men-
suração de orçamento, qualidade e tempo de ciclo.
• Ajustar as tarefas e deliverables do projeto a cada d ia em resposta a variâncias e
problemas imediatos.
• Resolver proativamente os problemas e 1nudanç.as do projeto para controla r even-
tuais 1nudanças graduais no escopo.
• Ter como objetivo a satisfação do cliente.
• Estabelecer revisões periód icas e estruturadas dos deliverables.
• Estabelecer um arqu ivo cent ralizado de controle do projeto.
Dois mecanismos essenciais para gerenciar projetos co1n sucesso são procedimen-
tos sólidos de geração de relatórios de status e procedimentos de gerenciamento de
p roble1nas, p reocupações e mudanças. Os relatórios de status são necessários para
manter o curso e a saúde do projeto. O relatório de status deve incluir o seguinte:
• Realizações importantes até o 1no1nento
• Realizações planejadas para o período seguinte
• Resumo do progresso do projeto:
• Percentual de horas de t raba lho consum idas
• Percentual de custos orçamentários consumidos
• Percentual do prazo do projeto consumido
• Resumo dos custos do p rojeto (custos orçados vers,,s rea is)
• Problemas e preocupações do projeto
• Impacto sobre a qual idade do projeto
• Providências to1nadas pela gerência
Capítulo 4 Metodologias de gestão de projetos 197
2
J. Charvar, Project Management Metl,odologies, Hoboken, NJ: Wiley, 2003, p. 2.
198 Gestão de projetos
3
lbid., p. 4.
' lbid., p. 5.
' lbid., p. 66.
' lbid., p. 102- 104.
Capítulo 4 Metodologias de gestão de projetos 199
Metodologias leves
Complexidades tecnológicas cada vez maiores, at rasos nos projetos e 1nudanças nas
solicitações dos clientes geraram uma pequena revolução no mundo das metodologias
de desenvolvimento. Um tipo de metodologia totalmente novo - que é ági l e adaptável
e envolve o cliente em todas as partes do processo - está começando a surgir. Muitos
dos defensores de 1netodologias pesadas se opuseram à introdução dessas metodolo-
gias "leves" ou "ágeis" (Fo,vler, 2001 7) . Essas metodologias usam um estilo comunica-
tivo informa l. Ao contrário dos projetos que usam metodologias pesadas, os projetos
leves possuem apenas algumas poucas regras, práticas e documentos. Os projetos são
elaborados e construídos em discussões presencia is, reuniões e baseados no fluxo de
informações para os clientes. A diferença imediata do uso de metodologias leves é que
elas são muito 1nenos orientadas a docu1nentações, normahnente enfatizando u1na
quantidade menor de documentaç.ã o para o projeto.
Metodologias pesadas
As metodologias tradicionais de gestão de projetos (i.e., abordage1n CVDS, ou de ciclo
de vida de desenvolvin1ento de sistemas) são consideradas burocráticas ou de natureza
" preditiva" e resultaram en1 muitos projetos ma lsucedidos. Essas metodologias pesadas
estão se tornando n1enos popu lares. Elas são tão laboriosas que todo o ritmo do design,
desenvolvin1ento e in1plen1entação desacelera - e não se realiza nada. Os gerentes de
projeto tendem a prever cada n1arco porque querem prever cada detalhe técn ico (i.e.,
deta lhe de código de softiuare ou de engenharia). Isso leva os gerentes a começ.arem a
exigir muitos tipos de especificações, planos, relatórios, pontos de verificação e cronogra-
mas. As n1etodologias pesadas tentam planejar uma grande parte de um projeto em alto
nível de detalhamento por un1 longo período de ten1po. Isso funcionava bem até as coisas
con1eçaren1 a mudar, e os gerentes de projeto inerenten1ente tentan1 resistir a n1udanças.
As 1netodologias empresariais de gestão de projetos podem 1nel horar o proces-
so de planejamento, alé1n de oferecer certo grau de padronização e consistência. As
empresas chegaram à conclusão de que as metodologias empresariais de gestão de
projetos funcionam melhor se forem baseadas em templates e1n vez de em políticas e
procedimentos rígidos. O Intemational Institute for Learning criou u1na Metodologia
Un ificada para a Gestão de Projetos (UPMM"'', Unified Project Manag_ement Me-
thodology ), co1n templates classificados de acordo com o G11ia PMBOK"', 4• ed ição,
' 8
Areas de Conhecimento:
Comunicação:
Termo de abertura do projeto
Documento de procedi1nentos do projeto
H istórico de solicitações de mudanças no projeto
Relatório de status do projeto
Relatório de garantia de qua lidade do GP
Resu1no do gerenciamento de aquisições
H istórico de problemas do projeto
Plano de gestão de projetos
Relatório de desetnpenho do projeto
7
M. Fowler, The New Metodologia, l11oughrWorks, 2001. Disponível em: www.marcin.fowler.com/arcicles/
n.ewmechodology.hcml.
1
A U11ified Project Ma11agement Metl,odology (UPMM.n.1) é registrada, protegida pela lei de direfros aurorais
e de propriedade do Inremacion.al lnsricure for Leaming, Inc., e 2009; reproduzido com permissão.
200 Gestão de projetos
Custo:
Cronograma do projeto
Plano e registro de resposta a riscos
Estrutura analítica do projeto (EAP)
Pacote de trabalho
Documento de estimativas de custo
Orçamento do projeto
Lista de verificação do orçamento do projeto
Recursos humanos:
Termo de abertura do projeto
Estrutura analítica do projeto (EAP)
Plano de gerenciamento de comunicações
Diagra1na de organização do projeto
Diretório da equipe de projetos
Matriz de responsabilidades (MR)
Plano de gestão de projetos
Documento de procedimentos de projeto
Lista de verificação da reunião inaugural
Avaliação de desempenho da equipe de projetos
Avaliação de desempenho do gerente de projetos
Integração:
Panorama dos proceditnentos do projeto
Proposta de projeto
Plano de gerenciamento de comunicações
Plano de aquisições
Orçamento do projeto
Documento de procedimentos do projeto
Cronograma do projeto
Matriz de responsabilidades (MR)
Plano e registro de respostas a riscos
Declaração de escopo
Estrutura analítica do projeto (EAP)
Plano de gestão de projetos
Histórico de solicitações de mudanças no projeto
Histórico de problemas do projeto
Histórico de mudanças no plano de gestão de projetos
Relatório de desempenho do projeto
Documento de lições aprendidas
Feedback sobre o desempenho do projeto
Documento de aceitação de produto
Termo de abertura do projeto
Lista de verificação de avaliação de encerramento de processo
Relatório dos arquivos do projeto
Aquisições:
Termo de abertura do projeto
Declaração de escopo
Estrutura analítica do projeto (EAP)
Plano de aquisições
Lista de verificação do planejamento das aquisições
Capítulo 4 Metodologias de gestão de projetos 201
Qualidade:
Termo de abertura do projeto
Panorama dos procedimentos de projeto
Plano de qualidade no trabalho
Plano de gestão de projetos
Estrutura analítica do projeto (EAP)
Relatório de garantia da qua lidade em GP
Documento de lições aprendidas
Feedback sobre o desempenho doe projeto
Avaliação do desempenho da equipe de projeto
Documento de melhorias nos processos de GP
Riscos:
Plano de aquisições
Termo de abertura do projeto
Documento de procedi1nentos do projeto
Estrutura analítica do projeto (EAP)
Plano e registro de respostas a riscos
Escopo:
Declaração do escopo do projeto
Estrutura analítica do projeto (EAP)
Pacote de trabalho
Termo de abertura do projeto
Tempo:
Plani lha de estimação da duração das atividades
Documento de estimativas de custos
Plano e registro de respostas a riscos
Estrutura analítica do projeto (EAP)
Pacote de trabalho
Cronograma do projeto
Lista de verificação para revisões do cronograma do projeto
1 Linha do lampo - + 1
.,
Geração Critérios de Seleção do Planejamento
de ideia seleção de gerente de detalhado
projetos projeto
Estudo de Seleção Análise de
viabilidade do projeto custo-benefício
9
4.6 SAP
Pontos de decisão de controle de qualidade do projeto -
abordagem estruturada para garantir o sucesso do projeto
A qua lidade de um projeto é fundamenta l na ent rega de projetos da SAP; esse fato se
reflete na abordagem est ruturada do gerenciamento da qua lidade para a entrega de
sol uções da SAP - Qualidade Embutida (Q11ality Bt<ilt ln ). A base da abordagem de
qua lidade e1n projetos da SAP é a execução de pontos de decisão formais de qualidade
do projeto. Os pontos de decisão de qualidade são definidos na ASAP, metodologia
de entrega de projetos que a SAP e seus clientes e parceiros uti liza1n para o p laneja-
mento, gerenciamento e entrega de projetos. Cada tipo de projeto possui um nú1nero
predeterminado de pontos de decisão de qualidade executados em marcos essenciais
do projeto, como mostra a Figura 4-6.
A SAP acredita que os pontos de decisão de qualidade são essenciais para o suces-
so de qualquer projeto, independentemente da est ratégia de implementação - como
tradicional ou ági l. Os pontos de decisão de qualidade (P-Q) são integrados não
somente à nossa n1etodologia de ent rega, mas também são codificados em nossas
políticas de entrega e em nossos sisten1as internos. Os resultados de cada ponto de
decisão de qualidade são registrados no sistema de inforn1ação da gestão de projetos
da en1presa e são frequentemente revisados e divu lgados em relatórios. Un1a equipe
de qua lidade dedicada na SAP é encarregada do gerenciamento dos pontos de decisão
de qualidade, da revisão da saúde do projeto e do acon1panhan1ento junto ao gerente
de projeto, partes interessadas e liderança.
1 2 P-0 doASAP 3 4
e:l!..1 P-Q 2 ffil P-04 ffil f:Q_§ f:.01 V1rililõl~
Avallaçlo d:a AYallaçJo da AvallaçJo da Awallaçao da Awallaçlo da Awanaçao da Avallaçlo do agós iaícic
last de prepa,. tase de plano Unha de bast de contlguraçlo ta.se de preparação projeto das oi;ier~es
raçl o do projeto do projeto conftguraçao 11:nal reatlzaçlo 11:nal concluído
Preparação
do pro1eto
Plano do
pro1eto
. .
. Preparação
final ..
"
" '
Operações
Figura 4-6 Os pontos de decisão de qualidade do projeto são definidos no Plano de Gestão de
Projetos e são estabelecidos em etapas cruciais do ciclo de vida do projeto.
' ©20 13 by SAP. Todos os direitos resen•ados. Reproduzido com permissão. O material desta seção foi for·
n.ecido por Jan Musil, líder global da prácica de gestão de projetos da SAP Field Sen•ices, SAP America, lnc.
206 Gestão de projetos
o
o
•
+
,,..-
,._
&A
6 Suporte ao Operaçll~
Realização Inicio das
operações
o
o
o
A 1netodologia ASAP é projetada de uma forma que permite flexibi lidade e expan-
sibilidade de projetos menores, co1no serviços ind ividuais de consultoria à entrega de
implementações globais 1nais complexas em corporações multinacionais. Esse design
flexível nos permite uti lizar a metodologia como base para a criaç.ã o de todos os servi-
ços de consultoria. Cada serviço criado tira proveito da EAP comum da metodologia
ASAP a fim de definir claramente o t raba lho a ser real izado, pepéis e habilidades ne-
cessárias para prestar o serviço, além de detalhes sobre o recrutamento dos papéis na
, . .
propna organ1zaçao.
-
Essa abordagem nos ajuda a alcançar pontos comuns entre os serviços nas áreas
que não são a especialidade centrai dos proprietários do serviço (como a gerência do
projeto), di1ninui o custo de criação do serviço e simplifica o processo de adoção.
Graças ao uso da taxono1n ia comum baseada na ASAP na criação de serviços, os
projetos SAP podem ser montados a partir de serviços criados individualmente e entre-
gues segundo uma abordagem de "montagem a pedidos" em vez de serem criados des-
de o início para cada projeto. A SAP foi reconhecida pela Associação das Indústrias de
Serviços Tecnológicos (TSIA, Technology Services Industry Association) e1n 2012 por
sua abordagem inovadora na prestação de serviços com a abordagem SAP de Geren-
ciamento Avançado de Entregas, que se baseia em princípios de serviços modulares co-
muns que possam ser montados e reutil izados em diferentes projetos. Ver Figura 4-9.
Com essa abordagem, os clientes da SAP tiram proveito de serviços e conteúdos
pré-montados e d iminuem o custo de implementaç.ã o e a complexidade dos projetos,
min imizando os riscos dos projetos. Os serviços criados e soluções de rápida itnple-
mentação são usados nas etapas inicia is do projeto para estabelecer u1na solução de
linha de base que, posteriormente, é apri1norada em séries de montagens adicionais
usando as técnicas ágeis. Essa abordagem inovadora da entrega de projetos mudou
significativa1nente essa atividade e exige que nossos gerentes de projetos adaptem suas
habilidades a essa maneira inovadora de executar projetos. Um exemplo é que eles
precisam aprender como estrut urar e executar projetos com as técn icas interativas
ágeis para criar o design, configurar ou desenvolver as extensões específicas do cliente,
o que é substancialmente diferente da gestão de projetos t radicional, na qual a solução
é criada desde o início.
A metodologia comu1n e sua taxonomia é não so1nente um grande facilitador para
a ent rega de projetos, mas também ajudou a SAP a inovar o modo co1no as soluções
são entregues e implementadas.
208 Gestão de projetos
INÍCIO
quatro variantes com alto
... garantimos o prazo mais esforço de criação
previslvel e rápido até a obtenção
do valor de negócio
11..-.
b --
... entregamos a integração que o
negócio exige para começar e crescer
sem problemas
l
MODULARIZAÇÃO
duas partes (módulos)
configuráveis
' ....Lllil l
: .-
... escolhemos dentre um portfólio
de soluções prontas para o uso
•l
/ ' '
e opções de implementação e
preço RESULTADO
uma infinidade de variantes
passiveis com esforço mlnimo
•
...,
Cronograma@ execução - Plano nivet 2 com todos os pacotes de trabalho (PT) edependências entre eles
t
....- - ---+.: Marco importante 1 :
:
~ • PT 1 ~ _ ,: Marco importante 2
> ' e e PT3 '
- , , PT 2 "' . PT necessário para alcançar o
~
. >-
\
; PT necessário para
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•
~~
•',. MI 2 com dependências
++ alcançar o MI 1 com
dependências
.,l - •
:I
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,, ..................................... '
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!
--- Entrada :
- vÀ'
; • IPT 1
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Saída
1 ..-.,.,
....>
,PT
,,..,,.
2.,.1-.
~
:•
~
---·
:
:.
Entrada ;•
Saída interna
'
Saída -:., ÓSaída O' Saída
- - Hard links para entradas (Deliverables dos PT anteriores ou CFE)
············ So/t links para saídas (Deliverables dos PT)
1
4.8 Tecnicas Reunidas º
A estimativa a livros abertos (OBE, open book estímate) como uma
alternativa bem-sucedida de contrato para executar projetos no
setor de petróleo e gás
Introdução
E1n decorrência da taxa projetada do crescimento da demanda por enegia, a indústria
de petróleo e gás tem uma ampla variedade de desafios e oportunidades e1n diferentes
áreas. Devido a isso, o setor está prosseguindo, há vários anos, ao desenvolvimento de
novas instalações que, em muitos casos, se trata de 1negaprojetos.
Tipicamente, o cic.lo de vida completo de um projeto de e.apitai no setor de pe-
tróleo e gás foca liza-se nas etapas gerais que são apresentadas na Figura 4-11 . Com-
preender e gerenciar essas etapas é crucial para o sucesso de longo prazo do projeto.
O cont rato LSTK (Lump Sum Tttrn Key) e o cont rato por custos reembolsáveis
(cost-plus contract) são, a 1nbos, tipos prevalecentes na indústria de pet róleo e gás.
Dependendo do nível de risco que o cliente está disposto a aceitar, restrições orçamen-
tárias e competências centrais da organização do c.l iente irão determ inar que método
é o melhor para o projeto.
10
©2013 Tecnicas Reunidas. Reproduzido com permissão. Todos os direitos reservados. O material foi for-
necido por Felipe Revenga López. Felipe Revenga López é diretor de Operações da Tecnicas Reunidas desde
setembro de 2008. Ele entrou para a TR em 2002 como dfreror de projetos e lá acuou como patrocinador de
projetos de um grupo de projetos estratégicos internacionais. Tem ampla experiência em projetos EPC.. LSTK
e OBE-LSTK nas Unidades de Produção de Petróleo e Gás, Refinaria, Petroquímica e Setor de Energia em
rodo o mundo. Ele é engenheiro industrial (especializado em substâncias químicas) fonnado pela School of
Industrial Engineers (ETSllM) e atualmente está concluindo o Programa de Doutorado em Engenharia de
Processos Químicos e Bioquímicos na Universidade Politécnica de Madrid (ETSIIM).
212 Gestão de projetos
"'
"O
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Q)
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-~a.
·--
2 14 Gestão de projetos
Equipamentos
Suprimentos
Instrumentos
TRANSPORTE
Parte elétrica
··• Direto
Obras civis
Subcontratos Suprimento de estruturas de aço
de construção Principal subempreiteira
(l.e., mecãnlca, elétrica, de
Instrumentos, etc.)
r-------------,L--1
Engenharla
Outros
Outros
Base de custo
• Um procedimento OBE é desenvolvido durante a etapa do cont rato e implementa-
do durante a fase de OBE do projeto. Todos os detalhes de como se preparar uma
OBE devem ser acordados e incluídos no contrato como u1n anexo.
• Pré-acordo de subsídios, aumento, condiciona1nento, subsídios para o projeto téc-
nico, excedentes e cortes e desperdícios.
• MTOs feitos com o software PDS, medidos em P&ID e gráficos de planos e es-
timativas. Todos os detalhes sobre procedimentos devem ser acordados antes da
assinatura do contrato OBE.
Ao executar projetos que serão convertidos, a TR desenvolve a OBE en1 parale-
lo com a execução normal do p rojeto, garantindo que ambas as atividades possan1
fluir sen1 interferências. Durante a fase de OBE, em casos específicos e se acordado
con1 o cliente, a TR pode adiantar a aqu isição dos principais equipamentos e in iciar
as negociações com suben1preiteiras para a construção. A execução dessas ativi-
dades com antecedência faci lita o cumprimento dos requisitos do cronograma do
proieto.
Essa fase de OBE do projeto é desenvolvida conjuntamente entre o cliente e a TR.
A OBE é totahnente t ransparente para o cl iente e a conversão em LSTK é faci lmente
acordada uma vez que o elemento risco/recompensa seja fixado.
Na Figura 4- 13, ve1nos os principais passos e atividades desenvolvidos para a l-
cançar as metas da OBE e para converter para a fase seguinte do projeto:
Capítulo 4 Metodologias de gestão de projetos 215
Contratos
Os típicos modelos de contrato sob a alternativa OBE são:
• U1n contrato, duas pa rtes: OBE e EPC. Preço da pa rte EPC a ser incluído na con-
versão.
• Dois contratos, u1n OBE e outro EPC: Ambos podem ser assinados no início ou
um no início e outro, na ocasião da conversão.
A metodologia de estimativa a livros abertos é incluída no contrato. Em caso de
não haver conversão:
I. A relação contratual desaparece, e tanto cliente quanto empreiteira quebram
seu compromisso. O cliente pode quebrar o contrato se não estiver interessa-
do. Consequências:
• Seis meses, nova LSTK. 2-3 meses 1nais avaliação das ofertas
• Repetir FEED com e1npreiteira diferente
216 Gestão de projetos
Vantagens
Um O BE + LSTK poderia otimizar toda a execução do projeto, especialmente em ter-
mos de custo e cronograma.
• Em termos de custo, cl iente e empreitei ra poderiam determinar juntos o custo do
projeto por 1neio de uma estimativa a livros abertos porque cl ientes e empreiteiras
chegaram a um acordo quanto a uma metodo logia de estimativa, as condições de
conversão, como os fatores multiplicativos são acordadas, etc. e, além disso, clien-
tes e e1npreitei ras possue1n t ransparência e confiança mútuas. Esse modelo resulta
em um custo preciso porque evitam-se contingências desnecessárias.
• Por outr o lado, esse 1nodelo resulta em vantagem no cronograma porque o pe-
ríodo de licitação é reduzido ou substituído por uma fase de negociação da con-
versão; uma fase de EPC é reduzida devido a todos os t rabalhos desenvolvidos
durante a fase prolongada de FEED e conversão. Uma representação da vantagem
no cronograma é apresentada na Figu ra 4-14:
Em resumo, as vantagens no custo e no cronogr ama são:
Resumo
A estÍlnativa a livros abertos (OBE) p rovou ser u1na alternativa de cont rato bem-
-suced ida para executa r projetos no setor de pet róleo e gás porque alinha cliente e
empreiteira com os alvos do projeto. Ambos sentem-se motivados a buscar a melhor
estitnativa de custo possível, ou o 1nelhor custo-alvo possível para o projeto e, ao mes-
mo tempo, o cronograma é otim izado .
Co1no foi mencionado na int rodução, no setor de petró leo e gás, a maioria dos
p rojetos atua is pode ser classificada como megaprojetos, em que tam bém há mu itos
riscos associados, em u1n mercado a ltamente va lorizado co1n um grande volume de
t rabalho real izado por empreitei ras, subempreiteiras, etc. Empregando u1na alternati-
va OBE, os clientes podem gerenciar melhor seus r iscos por meio de uma abordagem
Capítulo 4 Metodologias de gestão de projetos 21 7
LSTK
Adjudicação de contrato Adjudicação de contrato
• FEED
conversão
+EPCLSTK -
Definição de preço:
maior precisão dos custos .. Preço Justo:
contingências mlnímízadas
Vida do projeto
de maior cooperação, na qual os riscos são reduzidos durante UJna estimativa precisa
e, então, abraçados, em vez de totalmente transferidos às empreiteiras. Dessa 1naneira,
os resultados dos projetos podetn melhorar.
A Tecnicas Reunidas desenvolveu e converteu com êxito 100% de projetos OBE
em projetos LSTK-EPC.
Siglas
• Cliente: sign ifica o proprietário da empresa de pet róleo e gás
• Empreiteira: empresa afi liada responsável pela realização dos serviços de enge-
nharia, aquisição e const rução
• EPC (Engineering, Proc11retnent and Construction): tipo de cont rato típico do se-
tor de const rução de instalações industria is, compreendendo a prestação de servi-
ços de engenharia, aquisição de 1nateriais e construção
• FEED: Front-End Engineering Design significa engenharia básica ou de pré-de-
talhamento que é conduzida após a conclusão do Projeto Conceituai ou Estudo
de Viabilidade. Nessa etapa, antes do início do EPC, vários estudos são real iza-
dos para solucionar questões técnicas e fazer uma estimativa geral do custo de
. .
1nvest1mento
• Contrato LS (L11mp S11m Contract): implica que a empreiteira concorda em reali-
zar um projeto específico por um preço fixo
• Cont rato LSTK: Contrato LS + todos os siste1nas entregues ao cliente prontos
para entrar em operação
• MTOS (Material take-offs): listas de materiais da parte elét rica, tubulações e ins-
trumentação
• OBE: a esti1nativa a livros abertos (OBE, Open Book Estimate) ou esti1nativa de
custo a livros abertos (OBCE, Open Book Cost Estitnate)
• PDS: software usado para projetar instalações industriais por meio de uma ativi-
dade de engenharia multidisciplinar
• P&ID (Process & Instr11ment Diagrams): diagramas de processos e instru1nentos
• TR: Tecnicas Reunidas
218 Gestão de projetos
11
As o utras cirações desra seção foram fornecidas pelo Dr. Sreve Lyons, gerente de projetos de aplicações da
Teradyne, uma fabricante de bens de capital do seror elecrônico, e adaptadas de sua metodo logia de gestão de
projeros e programas. O material é reproduzido com permissão da Teradyne.
Capítulo 4 Metodologias de gestão de projetos 219
Execução do projeto
r '\
\: )
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Avaliação do projeto
A e
• N . de T.: A versão 4 do Guia PMBOK* possui nove áreas de conhecimento, sendo que a versão 5 coma com
1Oáreas de conhecimento .
Capítulo 4 Metodologias de gestão de projetos 221
TABELA 4-2 Equivalência dos deliverables de cada fase aos processos do Guia PMBO,e,
Grupos de processo do Guia Áreas de conhecimento dos
Descrição PMBO,e, processos do Guia PMBO~
Desenvolvimento de conceitos Iniciação Integração
Planejamento Escopo
Custo
Recursos humanos
Planejamento de projetos e pro- Planejamento Integração
dutos Monitoramento e controle Escopo
Tempo
Custo
Qualidade
Recursos humanos
Comunicações
Riscos
Aquisições
Design detalhado e desenvolvi- Execução Integração
mento Monitoramento e controle Escopo
Tempo
Custo
Qualidade
Recursos humanos
Comunicações
Riscos
Teste e verificação de produtos Execução Integração
Monitoramento e controle Escopo
Tempo
Custo
Qualidade
Recursos humanos
Comunicações
Riscos
Re/ease e ramp-up de produtos Encerramento Integração
Aquisições
12
Para mais informações sobre as fGP, os leitores devem consultar o livro de C. Manello, Value Projec.t
Management.
Capítulo 4 Metodologias de gestão de projetos 223
• Vendedores
'
gestão de projetos, mas não deve ser vista como um substituto para bons processos.
Carl Ma nello afirma:
Como cons ultor, tive a oportunidade [dej trabalhar com muitas empresas e o bservar
muitos exemplos de implementações de ferramentas de suporte à gestão de projetos: tanto
s ucessos q uanto fracassos. As fases do ciclo de vida dos projetos bem-sucedidos de imple-
mentação da gestão de projetos norma lmente são as mesmas, mas não acho que seja pos-
s ível, nesse sent ido, aplicar facilmente um modelo repetível de estrutura de prazos à cro-
nologia específica de uma empresa. Por exemplo, a implementação nacional de um pacote
de so(Jware conhecido como a ferramenta de registro durante o programa de substituição
financeira de um grande fabricante do setor aéreo - englobando vá rios anos e incluindo
mais de 800 recursos que trabalham em regime de tempo integral ou parcial - não foi igua l
à implementação na d ivisão de engen ha ria de um grande fabricante de telefones celula res.
Cada im plementação é diferente. O q ue é transferível, porém, é o processo por meio do
q ual uma organização aborda como c hegar às práticas-pad rão. Deve-se começa r com a
ava liação de onde a organização se encontra em termos de suas capacidades (tirando pro-
veito da fGP), determina r como definição, construção e im plementação de processos irão
s ustenta r o c rescimento, para então selecionar conjuntos de ferramentas de suporte e, só
então, a nalisá-las, personalizá-las e implementá-las. É essencia l q ue o processo preceda as
(erranzentas.
executados de maneira diferente a cada projeto, podem ser "pulados" o u podem ser imple-
mentados em variados graus de detalhamento. Em um de meus antigos empregadores, criei
um modelo de ciclo de vida de GP e fiz seu marketing interno chamando-o "Aplicando com
flexibilidade um processo rigoroso". A frase de marketing foi desenvolvida não somente
para ajudar a vender o conceito de um novo processo, mas também para ajudar a ilustrar a
diferença essencial entre um modelo e uma metodologia. O processo do modelo era projeta-
do e construído com uma quantidade significa tiva de detalhes (p.ex.: passos do projeto, de-
liverables, métricas, processos de aprovação). Entretanto, o rigor da implementação variava
dependendo do tipo de projeto, além de seu tamanho, importância, etc. Projetos de grandes
proporções tinham de aderir ao ciclo de vida do GP nos mínimos deta lhes, enquanto proje-
tos peq uenos tinham a flexibilidade de om itir partes específicas da abordagem. Nem todos
os projetos são criados da mesma forma.
Em um de meus a nt igos cl ientes, há uma metodologia exaustiva definida e em vigor,
que emprega d iversos te11,plates, inúmeros processos e múltiplas equipes de governança,
cada qual responsável por diferentes partes do processo. O desafio dessa implementação de
metodologia é sua in flexibilidade. Os gerentes de projeto passam tempo demais tentando se
movimenta r no processo e são distraídos ou não conseguem se focalizar em suas atividades
de GP. Eles passam mais tempo realizando trabalhos relacionados a processos de gestão de
projetos do q ue agregando valor aos seus projetos. Isso, por sua vez, força o cliente a con-
tratar mais pessoas para realizar as atividades da ;'gestão de projetos" (ter a lg uns gerentes
de projeto para gerencia r o projeto e o utros para garantir o cumprimento da metodologia),
aumentando, dessa forma, o tempo ded icado à gestão de projetos. Não se pode provar q ue
esse tempo extra tenha um impacto direto sobre o projeto ou benefícios financeiros e, na
verdade, erode q ua lquer benefício inicial que os programas a legavam ser capazes de realizar.
Da mesma forma, há uma ins uficiência de treinamento, orientação, documentação o u o utro
supo rte disponível q ue ajude os gerentes de projetos a se movimentar ao longo do rigoroso
processo. Eles não somente passam uma quantidade exagerada de tempo cumprindo aquilo
que compreendem, mas também precisam sair pela organização em busca do escritório de
governança certo para lhes aj udar sobre o q ue devem fazer. Se o programa de substituição
de sistema de toda a empresa não se sair bem, a metodologia de gestão de projetos propria-
mente d ita (que deveria estar facilitando seu sucesso) certamente será um dos principais
elementos de seu fracasso.
e1n T I de hoje em dia, o conceito de "pacote ún ico" não funciona. Qualquer que seja a
metodologia criada, ela precisa ter flexi bilidade de modo que seja possível que o clien-
te a personalize. Ao fazê-lo, pode ser mel hor focalizar-se em processos do que em fases,
ou possivehnente uma abordagem de modelos que co1nbine os melhores recursos de
cada. Carl Manello afirma que:
Embora o ciclo de vida da gestão de projetos seja paralelo ao CVDS, eles são separados e
d istintos (especialmente porque muitos projetos não têm nada a ver com TI o u com ;'siste-
mas"). Com a lgumas exceções específicas a certos cl ientes, as fases-padrão são:
1. Conceitualização do projeto - onde o projeto come.ça a tomar forma (normalmente um
p rocesso informal não estruturado)
2. Iniciação do projeto - uma iniciativa aprovada dá in ício à sua jornada e começa a seguir
o rigor do ciclo de vida
3. Análise e design - começa-se a decompor o escopo do projeto naquilo q ue será reali-
zado
4. Desenvolvimentoffestesílmplementação - fases CVDS padrão, mas adaptadas a proje-
tos que não são de TI, como necessário
5. Encerramento/Seguimento - finalização do "projeto" e início da "manutenção contí-
nua" (q uando necessário)
6. Acompanhamento da rea lização de benefícios - a fase lamentavelmente negligenciada
onde comprovamos a realização dos benefícios pretendidos na fase de conceitualização
Durante uma de minhas vidas corporativas, ajudei a definir um ciclo de vida de gestão
de projetos que se baseava em seis fases centrais (ver Figura 4-17). Como um modelo, as
fases devem ser ma leáveis às necessidades da situação. Nosso PMO fazia parte da função
de Governança de TI, que era, primordia lmente, o braço financeiro da TI. O equ ivalente
ao CFO da TI queria garantir q ue permitíssemos que processos suficientemente detalhados
possibilitassem a a tivação (ou início admin istrativo) de um projeto. A ativação representava
determinar os b11ckets de rastreamento de prazos e os buckets financeiros, além de estabe-
lecer acordos quanto ao nível de serviço. Da mesma forma, adicionamos a fase de garantia
e teste de q ualidade, pois aquela era uma organização recém-formada q ue se foca lizava
nessas funções, e a TI queria garantir s ua proeminência nas mentes das equipes de projeto.
Finalmente, para ajudar a "apagar" os a nos de problemas de implementação, criei uma fase
separada para ela. Essa fase detalhava os papéis, responsabilidades, deliverables e pontos
de verificação associados que nos permitiriam gerencia r um projeto até depois de s ua data
de entrada em operação. Como discutido acima, cada iniciativa fluía por esse modelo de
maneira "flexível", aproveitando partes q ue faziam sent ido de acordo com a natureza do
pro1eto.
13
4.1 3 Expandindo as fases do ciclo de vida
Historicamente, definimos a primeira fase de um projeto como a fase de iniciação.
Essa fase incluía tr azer o gerente de projetos a bordo, ent regando a ele um orçamento
e u1n cronogra1na, e dizendo-lhe para co1neçar a execução do projeto. Hoje, há uma
fase p ré-iniciação que Russ Archibald e seus colegas chamam de incu bação do projeto/
fase de viabi lidade. Nessa fase, analisamos os benefícios do p rojeto, o valor esperado
na concl usão, se há recursos suficientes e qual ificados disponíveis e a relativa impor-
tância de um p rojeto em comparação a outros projetos que pode1n esta r na fi la. É
possível que o projeto jamais chegue à fase de iniciação.
u Russell D. Archibald, lvano Di Filippo e Daniele Oi Filippo escreveram um excelente arrigo sobre esse as·
sumo, "The Six-Phase Comprehensive Projecr Life Cycle M.odel lnduding the Projecr lncubacion/Feasibility
Phase and rhe Posr-Projecr Evaluarion Phase.,. O arcigo foi publicado no PM \Vorld Joumal em dezembro
de 2012.
G ·e1 • Relatório de status • Controle de mudanças no projeto
overnança Oe oro1 os • Gerenciamento de problemas
Cone aitua lizaç:llo Garantia da Acompanhamento
do aroleto I Iniciação do projeto Anjlise e design Ativar Desenvolvimento qualidade ! Encerramento/
Implementação seguimento da reallzaçfo
(Processo de
parceiro de J Comitê de
Revisão e testes de benefícios
(Processo
&'
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negócios) priorização
governança de TI
de finanças ~ -
Parc<!lro d negócios
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Comitê~..
Subcomltê de
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Avaliação
impacto ISP/ASP
TI do grupo
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Gs11ndamento 11 / arquitetura (D
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228 Gestão de projetos
2. Aprovação e priorização
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1. Caso de negócio ~ -
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Oocumen10s de supol1e
13. Relalórlos de slatut 11 . Lições aprendidas õ
14, Minutas de reuniões :1'
15. Plano de comunicações
. : 12. Mensuração de
- ~~ i benefícios (D
liil
Cirçulo dos
P.tddockde apresentaçao g_
vencedores o
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8. Aprovação da TI 1O. Aprovação do patrocinador
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9. Passagem à produção/
NOTA 1.&u f apenas tanabb1011e01 de ie.ni,lite.s. faça o do1U1f01ddos ranp111unecessáto:s e srtte-<isern ,eudilco~
Implementação pa.a awll.l~s e_.ecNieas do pa,)elo. a.
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NOTA 2. Lentue-se. p•a pr4«os !lll:I\Odos, tlça o IJ,Ofotdde seusdocta'l'll!moscom~os N imu apr<,t1.1dldoa,1e111ode "O
eposW!iO SN1!Pan1 do p,<tf lO • h"-"fll'4«tsJ..ydertl'/.c:omMetnttas~ .2.
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Figura 4-1 8 A metodologia da Churchill Downs, lnc. (O
230 Gestão de projetos
Sim, o processo foi cuidadosamente pa trocinado desde o início po r exe.c utivos sênio r e
acompanhado de perto até s ua tota l implementação em todas as á reas da empresa.
Os p rincipais marcos d o processo foram, aproximadamente:
• Decisão sobre a estratégia da gestão de projetos ................... meados da década de 1990
• Definição e documentação da metodologia ............. meados ao fim da d écada de 1990
• Definição e preparação das ferramentas ................................... .fim da década de 1990
• Início d o processo de treinamento ........................................................................ 2000
• Gestão de riscos no n ível departamenta l ............................................................... 2002
• Início d o treinamento para certificação de PMPs" ................................................ 2004
• Processo de gestão de riscos definido no nível corporativo ................................... 2007
• Início d a definição de processos de gerenciamento de programas e portfólios ....... 2008
Uma metodologia de GP foi desenvolvid a no início da década de 1990 e forma lizada
durante essa década. Poste riorme nte, ela foi atualizada para acompanha r a evolução
da empresa e do setor e está sendo usada como modelo para desen volver e manter os
sistemas de informações da gestão de projetos (SIGP) e para treinar os G Ps em toda a
e mpresa.
A metodologia baseia-se no ciclo de vida do projeto e é estruturada nas duas etapas e
seis fases a seguir, a presentadas na Figura 4-19:
Etapa pré-contratual
Fase 1. Iniciação
Fase 2. Desenvolvimento do conceito, criação de ofertas e propostas
Fase 3. Negociação da oferta
Etapa contratual
Fase 4. Planejamento do projeto
Fase 5. Execução, monitoramento e contro le
Fase 6. Encerramento
As etapas pré-contratua l e contratual são a mbas pa rte do projeto e de seu c iclo de vida.
A maioria dos problemas q ue a pa rece durante a vida de um projeto se origina d urante s ua
definição e na negociação de seus objetivos, conteúdos e escopo rea lizada com o cl iente. Um
gerenciamento a propriado da eta pa pré-co ntratua l é a melhor maneira de evita r pro blemas
posteriores.
No fina l de cada fase há um resultado específico q ue permite q ue se tome uma decisão-
-chave, focalizando e d irecionando as ações da fase seguinte e reduzindo, assim, os riscos e
incertezas iniciais do projeto.
A decisão nas etapas e fases era uma decisão baseada principa lmente nas necessidades
de nosso ciclo-padrão da concepção e desenvolvimento de um projeto, e ta mbém nos tipos
mais sign ificativos de projetos com os quais nos envolvemos.
Os processos de gestão de riscos são integrados à metodologia e às ferramentas corpo-
rativas de G P. Um processo inicia l de identificação de riscos é realizado durante a fase de
proposta, seguido por um plano completo de gestão d e riscos du rante a fase de planejamen-
to da etapa contratual, e os subseq uentes processos de monitoramento durante a fase de
execução do projeto. A avaliação da qua lidade e os processos de co nt role de mudanças são
considerados os principa is processos de suporte da metodologia.
No início, muitas corporações provavelmente não irão querer investir em melhorar in-
fraestruturas de GP como a fGP. "Há projetos verdadeiros com benefícios de peso a serem
realizados, em vez disso." Porém, depois que essas mesmas organizações começam a en-
frentar problemas, compreender suas fraquezas e a necessidade de melhoria na gestão de
projetos básica, elas começam a se focalizar nessas melhorias.
O investi1nento tardio nas capacidades de gestão de projetos é apenas um de mui-
tos erros. Um outro erro comum, que pode ocorrer até mesmo com as melhores em-
presas, é não tratá-la como uma profissão. Em algumas empresas, essa é uma atividade
de tempo parcial a ser rea lizada além da função principal de um funcionário. As opor-
tunidades de subir na carreira estão atreladas à funç.ã o principa l, e não à gestão de
projetos. Em outras etnpresas, a gestão de projetos pode ser considerada meramente
co1no uma habi lidade especializada no uso de ferra1nentas de geração de cronogra1nas.
Carl Manello continua:
Embora o PM! tenha feito um trabalho incrível, especialmente nos últimos 10 anos, de-
fendendo a gestão de projetos como uma habilidade especializada que deve ser entregue a
profissionais, acho que muitas empresas ainda acreditam que a gestão de projetos é uma
habilidade, e não uma profissão. Seja em organizações de marketing ou de engenharia,
geralmente se aloca algum funcionário aleatório para a função de gerente de projetos, in-
dependentemente de sua formação, nível de habilidade demonstrado ou capacidade como
gerente de projetos. Essa falta de atenção à gestão de projetos como profissão talvez seja um
dos fatores que contribuem para que projetos em todo o mundo continuem a ter um mau
desempenho. Muitos projetos não possuem à sua frente gerentes de projetos qualificados.
gestão de projetos nas décadas de 1970 e 1980. Surgiu um grande número de pacotes
para mainframe que combinavam técn icas de geração de cronogramas com capa-
cidades de planejamento e estin1ativa. A estimativa, então, podia inclu ir bancos de
dados históricos nos quais armazenávan1os os arquivos de memória do mainfra,ne.
Os progran1as de computador também se mostraram úteis na alocação de recursos.
As lições aprendidas com projetos anteriores tan1bém poderian1 ser armazenadas
em arquivos históricos. Isso melhorou o planejamento futuro além dos processos de
estimação.
O inconveniente era que os pacotes de software de gestão de projetos para tnain-
frames eram muito caros e difíceis de usar, e foram considerados 1nais apropriados
para projetos maiores nos setores aeroespacial, de defesa e de grandes construções.
Para empresas de pequeno e 1nédio porte, os benefícios não justificavam o investimen-
to.
O uso eficiente de software de gestão de projetos de qualquer tipo exige que as
equipes e os gerentes de projetos primeiro compreendatn os princípios da gestão de
projetos. Muitas vezes, u1na organização compra um pacote para mainframe sem t rei-
nar seus funcionários em como usá-lo no contexto da gestão de projetos.
Por exemplo, em 1986, um grande hospita l de renome nacional adquiriu um pa-
cote de software para mainframe no va lor de US$130 mi l. Os funcionários do depar-
tamento de siste1nas de informação do hospital foram inst ruídos a usar o pacote para
o planejamento e relatórios de status de todos os projetos. Menos de 10% dos fun-
cionários da organização recebeu a lgum treinamento em gestão de projetos. Treinar
pessoas no uso de software sem antes treiná-las nos princípios da gestão de projetos
provou ser um verdadeiro desast re. O moral da organização chegou ao fundo do poço
e, finalmente, todos pararam de usar o caro software.
De 1nodo geral, os pacotes de software para mainframe são mais difíceis de imple-
mentar e usar do que pacotes menores, de computadores pessoais. Por que motivo?
Os pacotes para mainfra,ne exigem que todos usem o mesmo pacote, geralmente da
mesma forma. U1n estudo post mortetn realizado no hospital identificou as seguintes
dificuldades comuns durante a imple1nentação de seu pacote para mainframe:
• Os gerentes de níveis mais altos às vezes não gostavan1 da real idade dos resultados.
• Os gerentes de níveis 1nais a ltos não usavam os pacotes para planejamento, orça -
mento e tomada de decisões.
• Planejadores de projetos que trabalhava1n co1n planeja1nento cotid ianamente às
,.. ,, . .
vezes nao usavam os pacotes em seus propnos proJetos.
• Alguns gerentes de níveis mais altos às vezes não demonstravam suporte e com-
. .
prometimento com o treinamento.
• Não havia relatórios claros e concisos.
• Pacotes para mainfrarne nem sen1pre propiciavan1 o repasse imed iato de infor-
mações.
• O hospita l não possuía padrões de gestão de projetos em vigor antes da i1nple-
mentação do novo software.
• A i1nple1nentação realçou a inexperiência de a lguns gerentes intermed iários em
planeja1nento de projetos e na aplicação de habi lidades organizacionais.
• Nem o ambiente de negócios ne1n a est rutura organizacional oferecia1n suporte à
gestão de projetos/necessidades de planejamento do hospital.
• Eram necessários recursos suficientes/extensos (funcionários, equipamentos, etc.).
• A entidade de negócios não determinou a extensão e o uso apropriado dos siste-
. .
mas na organ1zaçao.
236 Gestão de projetos
•
D
Estudos de viabilidade
Áreas de deficiência D
• Lições aprendidas
• Análises de custo-benefício • Biblioteca de
• Definição de critérios melhores práticas
• Premissas definidas • Análises de fracassos
• Critérios de avaliação
• Gestão de riscos
• Software comportamental
Figura 4-20 Software de gestão de projetos.
238 Gestão de projetos
._L I._ ,
Tempo gasto
Custos incorridos
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
Percentual concluído
14
IDP ou SPI é o índice de desempenho de prazo (sdtedule performance index ) e IDC ou CP) é o índice de
desempenho do custo (cosr performance índex). SPI e CPI identificam as tendências ou direções em que custo
e cronograma estão apontando. Dura me o IJriefing dos executivos sobre o status do projeto, geralmente o SPI
e o CPI são os dois primeiros números discucidos.
Capítulo 4 Metodologias de gestão de projetos 239
100,0%
-+- linha de base
90,0%
-- Plano
80,0% -+-Real
o 70,0%
:!e!
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o
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-
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Cl.
40,0%
30,0%
20,0%
10,0%
0,0%
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26
Semanas
Status
Deliverables Cronograma Orçamento Despesas gerais
o o o o
Legenda: O No alvo @ Em risco • Em perigo
Indicadores-chave
Escopo Entrega Custo Pessoal
~
u O material foi fornecido pelo escritório de gestão de projetos da \Vãrcsilã (\VPMO). Direitos aurorais da
Wãrtsilã Corporacion 2013. Reproduzido com permissão.
240 Gestão de projetos
Esclarecimentos/
respostas
Satyam SSU Qualidade -
Corporate Relatório Garantia da qualidade total (TOA)
dePPM
Monijorar/revisar e gerar relatórios
Revisão e suporte sobre o projeto
Conformidade de processos e suporte
Equipes de projeto para
. - - - - - ' melhorias/entrega ao cliente
Requisitos Entrega
Cliente Cliente
Modelos
de soluções
Modelos de
tecnologia
Problemas de um projeto
Os problemas do projeto precisam ser comparados ao conjunto predefinido de cate-
gorias e subcategorias. Quando o status de ISC for diferente de "ext remamente satis-
feito", os gerentes de projetos precisam especificar os problemas do projeto usado as
categorias e subcategorias.
É obrigatório para utn projeto ter no mínitno um problema etn aberto que seja a
causa provável de insatisfação do cliente quando o status de ISC do projeto for "insa-
tisfeito".
Projetos em que o status de ISC é "satisfeito" ou "extremamente satisfeito" tam-
bém podem ter proble1nas que ou têm um potencia l de afetar a satisfação do cl iente ou
são questões internas que precisam ser acotnpanhadas até sua resolução.
Um projeto que tenha o status de ISC como " insatisfeito" não terá permissão para
passa r para "satisfeito" ou "extrema tnente satisfeito" sem todas as questões que estão
etn aberto seretn resolvidas (Figura 4- 30).
Motivos do projeto
Em casos em que o status de ISC é "extremamente satisfeito" e/ou "satisfeito", os
gerentes de projeto precisarão informar os motivos do projeto que os ajudaram a
"satisfazer" o cl iente. Na mesma tela de "satisfação do cliente", o gerente de projetos
precisa informar os motivos do projeto dentre as opções que estão listadas. Dependen-
do da seleção, será ativado o campo dos motivos.
Capítulo 4 Metodologias de gestão de projetos 24 7
J
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248 Gestão de projetos
.
Q)
.
6
'
Dados não registrados
Insatisfeito
Satisfeito
o Extremamente satisfeito
Parãmetro/
Extremamente satisfeito Satisfeito Insatisfeito
Interpretação
Escopo Escopo cumprido com Escopo cumprido com níveis Escopo não cumprido
soluções/serviços de aceitáveis de desempenho
valor de negócio superior das soluções/serviços
16
A definiç.ão da sigla PRO PS é em sueco. Pa ra fins de simplificação, será referida assim em rodo este livro.
Capítulo 4 Metodologias de gestão de projetos 25 1
17
€>2013 lndra. Reproduzido com permissão. Todos os direitos reservados. O material sobre a Indra foi for·
necido por Alfredo Vázquez Díaz, profissional de gestão de projetos (PM~) e dfreror do escritório de gestão
de projetos corporativos.
Capítulo 4 Metodologias de gestão de projetos 253
G)
Etapa do pré-contrato Etapa do contrato (1)
!!l
•• •• ""e.
o
Fase 1 •• Fase 2 •• Fase 3 Fase 4 Fase 5 Fase 6 (1)
•• •• "O
•• ••
•• •• .2.
(1)
•• ••
••
••
••
••
g
• •
Iniciação Preparação
da proposla
• •••
••
Execução e
Planejamento monitoramento/controle
Apoio à
proposta
Encerramento
11
©2013 by Repsol. Reproduzido com pennissão. Todos os direitos reservados. O material sobre a Repsol
foi fomecido por Jose !vlanuel Boccardo, execucivo de desenvolvimento técnico na Divisão de Gerenciamen~
to, Divisão de Gerenciamento Executivo da Repsol Exploração e Produção.
256 Gestão de projetos
Um processo impulsionado por decisões baseadas em riscos: •Nem mais, nem menos, na hora certa".
Criação de vai MaterlaJIZa o de valor
Ponto de decisão 1
....
Ponto de decisão 2
....
Ponto de Encerramento do
decisão 3/flD (Final projeto e lições
•identificar uma oportunidade de negócio" lnvestment Declsion) aprendidas
Continuar/Não continuar
Seiec,onar e amadurecer o conceito ótimo
Gerenciamento HSE
Gestl o de riscos
40
--
o~
o
....- 20
""
,1/l
u
e ,,
..,
....
o
'l3.
·;:: o
>
- 20
Um processo Impulsionado por decisões baseadas em riscos: "Nem mais. nem meno'!., na hora certa"
......
Ponto de decisão t
......
Ponto de decisão 2
......
Ponto de Encerramento
decisão 3/DFt do projeto e
Continuar/Não continuar lições aprendidas
• • •
2:
Voltar no ciclo
.ar.a.:'
. Voltar no cicto2: •
'Jt.. continuar
2:
Voltar no ciclo
.,,.a.:'
.
! '-... :a:~..
.ar.a.:''1;_,contlnuar
:a: ~ ..
'1;_,continuar
Figura 4-34
-
Cancelar/Arquivar
, ,
,
,,
-·.
,
,,
, --,
,
'•
,', ,,' •
,, ' '
•'
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Projeto
Criação de valor
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,
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,, '
(D
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VISUALIZAÇÃO CJIIICÉITUAl.11AÇÃO o
ldentWicar uma
oportunidade de negócio
S1llclo1w I amadurecer
o COIClbO 611mo
.,
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a.
   ..... (D
(O
.-o,,
(D
Ponto de decisão 1 Ponto de decisão 2 Ponto de decisão 3/DFI Encerramento <J>
(Decisão Final de lnveS11mento) a entrega do
Continuar/Não continuar projeto a.
(D
"O
EncerramenlO e entrega do projelO .2.
~
<J>
Figura 4- 35 GIF>° e o processo de qualidade para a tomada de decisões.
~
(D
260 Gestão de projetos
Políticas
---i[ Nível O: corporativo J
e normas
Gerenciamento
- ---< Nível 1: tomada de decisões
da qualidade (operadora e seus parceiros)
técnica
Garantia da qualidade
Planeja- Nível 2: projeto
mento da :-- --- --- --- --- --- --- --
qualidade : Controle de qualidade
--i (equipe do projeto)
do projeto :
'
Garantia da qualidade
Planejamento Nível 3: empresas
da qualidade - contratadas/fornecedores
do projeto Controle de qualidade
+ Incerteza - Incerteza
VISUALIZAÇÃO
Estimação de custo
Classe 5
Â
  E.nce,ramento
Ponto de deci são 1 Ponto de deci são 2 Ponto de decisão 3 e entrega
••·- ·- ·-
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DA Continuar/
Não continuar
............................
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do projeto
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Alinhamento do negócio g_
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Relatório de revisão técnica <J>
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Resultados da avaliação de risco <J>
Controle de Quali dade Pontos de decisão
(RT1 , RT2, RT3) 1, 2, 3
a.
(D
Resullados da análise
"O
técnica/económica (VPN~RR)
.2.
~
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Figur a 4- 37 Modelo GIP e o processo de tomada de decisões.
...
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a,
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a,
1\)
g
Estimação de custo
Classe 5
• ##
....____ #
Não continuar
_____________ _
... ••• • • • -~
---· -------
....... ~--------
...
Posltívos: Negativos:
• Identificar oportunidades mais cedo • Incertezas técnicas ao especificar
• Cumprir os compromissos equipamentos e materiais
contratuais • Alta probabilidade de retrabalho
• Identificar o mercado de venda • Possível alto nível de incerteza ao
• Acelerar a contratação e as desenvolver estimativas de custos
aquisições para garantir os prazos e cronograma
do projeto (cronograma)
• Acelerar receitas
Efeitos positivos
l(' n· • Incertezas quanto ao valor do projeto
Possível fracasso do projeto
Ações em resposta
;::i.: Efeitos negativos
Figura 4-39 GIPº tomando decisões com informações de projetos com baixa maturidade.
ProJeto
Oportunidades, Incorporação Apresentação aos
Incertezas e análise . Açl!es em resposta ao PGPde novas guardll!es de pontos
de riscos açl!es de resposta de decisão
• Técnicas (especlflcaçl!es, pesquisa,
produção, etc.)
• Jurfdlcas
• Fiscais
• Polltlcas
• Contextuais
• Estimativas de custos e cronograma
• Plano de proJeto
• Análise de valor
--------------------· ---------- - - - -- --
Equipe de especlallstas multldlsclpllnar
Integrada
Revlsl!es técnicas Revisar e endossar
(~Aprov
--ação ~ J
Figura 4-40 Processo da GIPº para tomada de decisões com informações de projetos com baixa
maturidade.
264 Gestão de projetos
Consideração
• Desenvolver um caso de negócio e proposta de projeto de alto nível para justi-
ficar o financia 1nento SAI para a execução das atividades das fases de iniciação
e viabilidade.
Iniciação
• Refinar o documento de caso de negócio (DCN) de a lto nível criado na fase
de consideração, transformando-o em u1n conjunto de requ isitos do cliente
suficiente para a equipe de projeto criar conceitos de soluções, requisitos de
produtos e documentos de requisitos funcionais na fase de viabilidade. (Ver Fi-
gura 4-42.)
Viabilidade
• Ava liar conceitos de soluções pa ra abordar os requ isitos do cl iente da fase de
1111c1aç.ao.
• Definir os requisitos de produto e os requisitos funcionais.
• Completar todo o p lanejamento do projeto e a geração do cronograma para
atualizar o plano de projeto, incluindo todas as atividades e recursos necessários
para concluir as fases de execuç.ã o, liberação e encerramento do projeto.
• Desenvolver um DCN que justifique o investimento necessário pa ra executar o
plano de projeto do conceito de solução escolhido. (Ver Figur a 4-43.)
19 1
E..çca seç.ão sobre a Rockwell Aucomarion foi fornecida por James C. Brown, PgMP, PNLP \ OP.M.3 AC,
tvlPNL, CIPM, CSP, CSS!vlBB, antigo diretor do escritório de gerenciamento de programas empresariais da
A&S; Karen \-Xfojala, gerente de planejamenro de negócios; e X1acr Sribora, gerente de empreendimemos
enxutos.
Capítulo 4 Metodologias de gestão de projetos 265
- -- --
1 l
oeee
LIBERAÇÃO l ENCERRAMENTO l
A A. '1. A
Figura 4-41 Processo de DPC: conceitos fundamentais.
"Continuar")
• Requisitos do cliente de
Principais atividades (amostra) referência
• Voz do cliente (VDC. voice oi custome,j • Plano e cronograma do
projeto atualizados
• Pontos fortes, fracos, oportunidades e
ameaças (análise SWOT)
• Avaliar oportunidades de propriedade Intelectual (PI)
Execução
• Desenvolver o p roduto o u serviço de acordo cotn as especificações dos requi·
sitos funciona is (ERF) de referência que fo ram feitas na fase de viabi lidade;
rea liza r as revisões necessá rias; fazer 1nuda nças aprovadas nos requisitos e/ou
design à med ida que o projeto progr ide.
Liberação
• Fi nalizar todos os testes, certificação e o utras documentações de verificação de
produtos.
• Montar e valida r a produção piloto.
• Abr ir para entrada de pedidos e executar o lança mento cotnercial.
Encerramento
• Posicionar o produto pa ra transição pa ra engenharia de continuaç.ã o/ma nuten·
ção; "faxina" da docutnentação, post mortems, lições aprend idas e retenção de
registros, e completar roda as tra nsações financeiras.
Nosso objetivo era atingir un1 modelo rápido e repetível, que consistentemente
resultasse en1 sa ídas de alta qual idade. Um grande objetivo da equipe que produzi u
esse novo processo era levar os negócios de produtos a serem mais disciplinados no
modo de abraçar a inovação ao decidir quais propostas de projetos serian1 fina ncia-
das e quais não seria m. Havia, também, n1uitos exemplos de projetos que recebi an1
apo io e fi na nciamento da gerência sem atender a un1 conjunto de critérios mínin1os
que resulta riam em un1a probabi lidade mais alta de sucesso con1ercial. As propostas
Capítulo 4 Metodologias de gestão de projetos 267
Voltar
4.28 Sherwin-Williams
Há várias fo nnas de uma empresa desenvolver uma metodologia de gestão de proje-
tos. A terceirização do processo de desenvolvimento pode ser proveitosa. Algumas em-
presas possuem 1netodologias padronizadas (templates) que podetn ser usadas como
base para o desenvolvimento de sua própria metodologia. Isso pode ser vantajoso
se a metodologia de modelos tiver flexibilidade suficiente para ser adaptada à sua
organização. Por outro lado, essa abordagem pode apresentar a desvantagem de o
resultado final não se adequar às necessidades de sua organização ou à cultura de sua
empresa. A cont ratação de consultores externos pode melhorar u1n pouco a situação,
mas os resultados finais ainda podem ser igualmente desfavoráveis, bem co1no mais
dispendiosos. Essa abordagem pode exigir a pennanência de terceiros e1n sua folha de
pagamento por um longo período, de forma que possam compreender completamente
a sua cultura e seu jeito de fazer negócios.
A comparação do desempenho co1n o de outras empresas, ou bench,narking, pode
ser eficiente, mas, até esse processo estar concluído, a empresa teria tempo de começar
a desenvolver sua própria metodologia. Um out ro problema cotn esse tipo de cotnpa-
ração é que podemos não ser capazes de obter todas as informações de que necessita-
mos ou as infonnações de apoio para fazer com que a metodologia funcione.
As empresas que desenvolvem sua própria metodologia intema1nente parecem ter
mais sucesso, especialmente se incorporam suas próprias melhores práticas e lições
aprend idas a partir de outras atividades. Isso ocorreu na 1na ioria das empresas descri-
tas neste livro.
As infonnações abaixo foram fornecidas pela Sherwin-Williams Company.
Histórico da empresa
A Shenvin-Will ia1ns Company trabalha com o desenvolvimento, produção, dist ribui-
ção e venda de tintas, revestimentos e produtos afins para clientes de nível profis-
siona l, industrial, co1nercial e de varejo, nas Américas do Norte e do Sul, no Reino
Unido, Europa, China e Índia. A empresa opera em quatro segmentos: lojas de tintas,
consum idor, América Latina e acabamentos globa is. O seg1nento de lojas de tintas
vende tintas, revestimentos e produtos relacionados a clientes que são usuários finais.
Esse segmento comercializa e vende tintas e revestimentos arquitetônicos, produtos
para uso no setor industrial e marinho além de acabamentos e itens relacionados a fa-
bricantes de equipamentos originais. Em 31 de deze1nbro de 2008, operava 3.346 lojas
de tintas. O segmento do consum idor desenvolve, produz e dist ribui uma variedade
de tintas, revestimentos e produtos afins para terceiros e para o segmento de lojas de
tintas. Os segmentos da América Latina e de acabamentos globais desenvolvem, licen-
ciam, produzem, dist ribuem e vendem tintas e revestimentos arquitetônicos, produtos
industriais e marinhos, acabamentos automotivos e produtos para repintura, além de
revestimentos e produtos afins para fabricantes de equipa tnentos origina is. Esses seg-
mentos ta1nbém licenciam certas tecnologias e patentes além de d istribuíre1n os pro-
dutos da marca Shenvin-Will iams por 1neio de uma rede de 541 filiais operadas pela
empresa, dirigirem as equipes de venda e enviaretn representantes de vendas externos
a varejistas, negociantes, empreiteiros, licenciadas e outras distribu idoras terceirizadas.
A empresa foi fundada em 1866 e está sed iada em Cleveland, Ohio.
O departamento de Tecnologia da Informação (TI) corporativa da Sherwin-\Villiams
Company presta serviços compa rtilhados de suporte às três divisões operacionais que
formam a organização, co1no descrito acima .
270 Gestão de projetos
termos corretos, mas, a inda assim, o PMO o u falhará, o u será apenas uma fração do que
poderia ser. A equipe de funcionários e a gerência têm dificuldades em apreciar a força e os
melh ores resultados de um projeto gerenciado profissionalmente. Até q ue tenham se envol-
vido, a té q ue tenham sentido, a té que vejam os resultados, a d istinção entre gerenciar um
projeto e gestão de projetos será apenas semântica .
A diferença entre gerenciar projetos e a gestão de projetos p rofissional é como a diferen-
ça entre a travessar um lago em um caiaque ou em uma lancha . Ambos o levarão até o o utro
lado do lago, mas ir de caiaq ue é um processo longo e doloroso. Como as pessoas poderão
saber a diferença se você nunca lhes oferecer uma carona em sua lancha?
O estudo de caso da Telecom de 2002 foi uma ;;carona" desse tipo. Apesar de o foco
da discussão ter sido a rticular o mecanismo do processo do PMO, a verdadeira história é
a melhoria d ireta na rentabilidade por ação que resultou dessa inicia tiva bem-suced ida.
Além disso, houve uma preocupação legítima da empresa com o possível impacto q ue essa
mudança poderia causar para nossos clientes internos e externos, caso a lgo desse errado
d urante a transição. A gestão de projetos profissiona l q ue foi empregada deu a todos um
o timismo cauteloso necessário para segui r adiante, e os resultados fizeram a eq uipe de fun-
cionários e a gerência passarem a "ter fé" no processo.
Projeto por p rojeto, sucesso por sucesso, uma transição cultura l está em processo. De-
monstramos, com os melhores resultados devido à gestão de projetos profissiona l, q ue so-
mos capazes de prestar serviços a um p úblico mais amplo e de assumir projetos fora do
ramo da TI, onde o PMO teve início.
Ao nos mantermos focados nos res ultados dos negócios, ao nos mantermos próximos
de nossos cl ientes para que possamos compreender bem suas necessidades e ao constan -
temente nos desafiarmos a aprimorar nossos processos s ubjacentes, os serviços de nosso
PtvlO estão amadurecendo mais e ma is a cada d ia, o que torna a jornada d ivertida para
todos.
Introdução
Os ana listas da indúst ria acred itam que apenas um quarto de todos os projeto de TI
seja ent regue dentro do prazo, e menos a inda dent ro do orça mento. Em resposta a esse
p ro blem a, surgira tn várias abordagens de gestão de projetos cujo pri ncipa l objetivo é
ga ra ntir o sucesso do projeto.
Com o advento da reforma do sistema de saúde, a Medica l Mutual buscou refor-
çar sua estratégia para entrega r u1n a com binação de sistetn a de benefícios, gerencia-
mento de saúde e outr os serviços com o intuito de otim izar o valor investido no setor
de saúde. A fim de ajudar a alca nçar esse objetivo, aj ustamos nossa fi losofia de gestão
de projetos de TI de modo que encontrássemos o equilíbrio adequado entre os requisi-
tos metodo lógicos rigorosos e as rea lidades de contenção das despesas ad tninistr ativas
gerais do projeto.
?o O material desta seção foi retirado de A. \-VaHen e D. Halicki, Medical Mutual - Project Management Meets
Hea/1/,care Reform: Bringi11g the Right Amoimt o/ Discipline to a Project. © 2013 Medical Mutual. Todos os
direitos reservados. Reproduz.ido com permissão.
Capítulo 4 Metodologias de gestão de projetos 273
Concluir cada grande projeto com uma apresentação aberta das lições
aprendidas, dos resultados para compartilhar experiências ganhas,
demonstrar novas tecnologias e real izar o encerramento oficial
Muitas organizações passa1n apressadamente pela fase de conclusão do projeto para
podere1n iniciar a tarefa segu inte. Entretanto, dedicar um te1npo para docu1nentar
integralmente todas as rea lizações, questões ext raordinárias, deliverables ad iados e
lições aprendidas é um exercício válido que dá o devido crédito ao que foi concluído
com êxito, reduz mal-entendido quanto a qualquer omissão e faci lita transições para
projetos de seguimento. Trimestralmente e utilizando tecnologia webcast, a gerência
de TI e funcionários de liderança se reúnem para ver apresentações sobre as Lições
Aprendidas em projetos recentes e essas apresentações são mantidas para futuras con-
sultas, quando necessário.
Conclusão
U1n dos motivos mais comuns pelos quais os projetos perdem o controle é o fato de
os gerentes de projetos operarem reativa1nente em vez de prever possíveis obstácu los.
Quando o obstácu lo finalmente surge, eles hesitam em tomar decisões eficientes, o
que geralmente resulta em situações que podem destruir um projeto. A experiência da
Medical Mutua l mostra que as melhores práticas aciina ajuda1n a estiinular um am-
biente mais proativo em parceria com o cliente, resultando na entrega mais consistente
de projetos bem-sucedidos. Além d isso, essa abordagem alcança um equi líbrio que
exige despesas gera is mínimas, obtendo, ao mesmo tempo, benefícios máximos.
276 Gestão de projetos
21
4.30 Holcim
A Holci1n é uma das fornecedoras líderes mundia is de cimento e agregados (pedras
britadas, areia e cascalho) além de outras atividades como concreto pré-1n isturado e
asfalto, incluindo serviços. O Holcim Group detém interesses majoritários e minoritá-
rios e1n mais de 70 países em todos os continentes. A indústria de cimento é intensiva
em termos de capital, exigindo investimentos de longo prazo. Executar projetos com
segurança, dentro dos custos esperados e atingindo as 1netas de prazo e qualidade é
crucial para o sucesso financeiro de longo prazo dessas empresas. Devido à estrutura
da empresa e aos limitados recursos disponíveis, os projetos são iniciados e executados
localmente, co1n uma organ ização de suporte cent ral que fornece o know-how em
conceitos tecnológicos, planejamento e controle de qual idade.
i, €>2013 by Holcim. Reproduz.ido com permissão. Todos os direitos reservados. O material desta seção foi
fornecido por Roberto Nores, líder do escritório de gestão de projetos CAPEX, Hokim Technology Ltd. -
Hokim Group.
Capítulo 4 Metodologias de gestão de projetos 277
Resultados alcançados
Em 1999, o Comitê Executivo da Holcim t ransformou a AGP em um padrão mundial
para suas operações. Hoje em dia, as metodologias específicas AGP e CAPEX de ges-
tão de projetos são a linguagem comum no Grupo. A 1na ioria dos 1nais de 5 m il geren-
tes de projetos em todo o mundo faz uso dessas abordagens, adaptando-as à natureza
de cada projeto individual.
~ Projeto ::::----
Planejar Realizar
-<:::: ~
Iniciação Planejamento Execução Encerramento
Conceber Definir Executar Concluir
• N. de T.: A versão 4 do Guia PMBO~ possui nove áreas de conhecimento, e a versão S coma com 10 delas.
280 Gestão de projetos
Gerenciamento Estabelecimento
de aquisições do projeto
Plano de Processo de
Gerenciamento de apresentação
comunicações
comunicações de alto nivel do projeto
Gestão Avaliação de
riscos de
de riscos
....
o
'D,
:w Gerenciameoto
alto nível
Determinação
..-..• de escopo
do escopo de
alto nivel
li
... Gerenciameoto Iniciar formulârio
de satisfação do
Coletar
as tições
da qualidade cliente para a equipe aprendidas
Anâlisede
Gerenciameoto
custo-beneficio
de custos de aho nivel
Gerenciameoto Geração de
cronograma
do tempo de aho nivel
Processo de Termode
Gerenciameoto
priorização abertura
da integração oorporativa do projeto
.
' Tempo '.
Figura 4-46 Atividades da fase de iniciação.
vidades detalhadas necessárias para a realização dos deliverables dessa atividade. Por
exe1n plo, a atividade de "Processo de Iniciação do Pro jeto" na Figur a 4-46 está listada
sob Gerenciamento de Recursos Hu1na nos. As atividades deta lhadas são apresentadas
pelo fluxograma da Figura 4-47. Templates e exemp los fictícios ta1n bém fo ra 1n de-
senvolvidos e estão acessíveis em u1na pasta elet rônica pad rão do projeto. Foi imp le-
mentado também um processo de mel horia contínua para a metodologia. Melhorias
de processo incluem o desenvolvimento de 1nétr icas de sucesso do projeto, revisôes
de projeto forma lizadas e a definição de pontos de integração com outr os processos
[p.ex.: ciclo de vida de desenvolvi mento de software (CVDS), governança de a rquite-
tura e pla nejamento de portfól io]. Co1n o passar do tempo, gerentes de projetos ex-
perientes foram recrutados de o utras organizaçôes pa ra complementa r os gerentes de
projetos desenvolvidos internamente. Pa ra apoiar seu desenvolvimento profissional,
estabeleceu-se, em 2006, um fórum de gerentes de pro jetos. Essa reunião, que ocorre a
cada duas semanas, permite que os gerentes de p ro jetos comparti lhem mel hores práti-
cas e liçôes aprendidas com seus colegas de trabalho. Uma t rajetória da experiência em
gestão de projetos foi documenta da em 2007 pa ra identificar experiências e competên-
cias fundamentais que influencia1n a tr ajetória de ca rreira de um gerente de p ro jetos
e defi ne o ca minho de entrada, de passagem e de saída pelos " tr il hos" da trajetória da
ca rreira em gestão de projetos (ver Figura 4-48 ).
A função ganhou aceitação por 1neio da ent rega bem-suced ida de projetos. Um
apo io maior de todos os níveis da organização é evidente pelo fato de 1nais clientes
Capítulo 4 Metodologias de gestão de projetos 281
GP formalmente
designado ao
projeto - PGM (Program
Manager) agenda --+
reunião
inaugural
Executar as
atividades do
processo de
iniciação do
projeto
1-l
Revisar
resultados do
início do projeto
com PGM
- Prosseguir para
as atividades
de planejamento
formal do projeto
"TolhQs" dQ aerencjamento de D
Competências
fundamentais
"Papéis
alimentadores" Experiências fundamentais
Habilidades
técnicas
solicitare1n parcerias co1n equipes lideradas por gerentes de projetos. Ter colocado as
peças fundamentais corretas no lugar certo criou a fundação necessária para seguir
adiante. Atualmente, o \Vesúield está tendo ma is sucesso na entrega e resultados me-
lhores de maneira geral com importantes iniciativas de negócios. Esses resultados va li-
dam o va lor da gestão de projetos. A jornada rumo à excelência em gestão de projetos
continua no Westfield Insurance.
4.32 Hewlett-Packard
Doug Bolzman, arquiteto consultor, profissiona l de gestão de projetos (PMP®), espe-
cialista em !TIL®na Hev.rlett-Packard, discute a base para uma metodologia de gestão
de projetos:
Muitos clientes têm uma n1etodologia de gestão de projetos e, alén1 d isso, a
n1aioria das en1presas apresenta várias metodologias que incluem disciplinas de
gestão de projetos. A HP teve êxito em integrar o método de GP definitivo en1 ou-
tras n1etodologias para permitir a promoção dos padrões e ferran1entas de GP sem
duplicação.
Para o gerenciamento do ambiente de TI de uma empresa, desenvolvemos u1na
estr utura de interface com o cl iente chamada de Gerenciamento da Tecnologia da In-
formaç.ã o Empresaria l (ITEM, Information Technology Enterprise lvfanagement). Essa
282 Gestão de projetos
estrutura auxi lia o cliente a 1napear sua d ireção estratégica em liberações exequíveis. A
ITEM é uma estrutura pré-integrada de três modelos e uma metodologia, como ilustra
a Figura 4-4 9.
Antes da liberação do ITIL® edição 2007, identificamos uma lacuna para geren-
ciar o cic.lo de vida de um serviço e desenvolvemos o que chamamos, na época, de Me-
todologia de Gerenciamento de Liberação, que engloba quat ro Etapas (Planejamento,
Integração, Implementação e Operações). Cada Etapa é constituída de Fases -Ativida-
des - Tarefas. Isso é 1nostrado na Tabela 4-4.
Desde então, o ITIL® introduziu a abordagem do ciclo de vida nas edições de 2007
e 2011. Suas etapas, Estra tégia de Serviço, Design de Serviço, Transição de Serviço,
Operação de Serviço e Operação Contínua de Serviço são equiva lentes quase exatos
de nossas etapas MGL. Desde a implantação em 2007, mantivemos grande parte de
nossos colaterais, uma vez que as novas edições do ITIL® não fornecia1n uma estr utura
ana lítica abrangente. Simplesmente associamos nossa EAP aos objetivos e conteúdos
gerais da estr utura do e.ido de vida ITIL®. Isso é uma ilustração de como desenvolve-
mos continuamente nossas práticas e de como continua1nente apl icamos os avanços
da indúst ria ao nosso trabalho.
Basicamente, usamos a regra 9x9, como mostra a Figura 4-50. Se houver ma is
de nove fases em uma etapa e mais de nove atividades e1n cada fase (um tota l de 81
unidades de t rabalho), então o escopo se tomará grande demais, e nosso esquema de
numeração se tomará instável.
"OQUE"
oModelo de Gerenciamento de Infraestrutura tMGI ou.
em Inglês, IMM, tnwstruc111Ce Manaaement MQde/1 descreve
sistematicamente tudo do ambiente de TI que precisa ser gerenciado.
"QUEM"
oModelo de
"QUANDO" Governança de TI...
o Modelo de
Maturidade de TI...
Q] Q!] [!!!:)!!!) [?J
DQBEJô
iiii Define uma
matrÍZ de
Mede o progresso que os governança
clientes estão fazendo ao
colaborativa
estabelecer e alcançar que inclui todos os
metas relativas à maturidade
papéis necessários em um
de seu ambiente de TI. ambiente de TI empresarial.
"COMO"
AMetodotooia de Gerenciamento de Liberacao (MGL ou. em Jnotes. RMM.
Re/ease Manaaemenl MethodO!QQ'à descreve como liberar qualquer tipo de modificação
em um ambiente de TI de produção de forma estruturada e previsível.
Figura 4-49 Uma abordagem integrada para o mapeamento da fase de Atividade de uma
solução integrada.
Capítulo 4 Metodologias de gestão de projetos 283
Etapa Descrição
Planejamento O ambiente que é utilizado para estabelecer e gerenciar a visão e a direção estratégica do
ambiente de TI da empresa e definir proativamente o conteúdo e o cronograma de todas
as liberações de TI. A finalidade é oferecer um meio comum para o cliente e os presta-
dores de serviços planejarem o ambiente de TI da empresa de maneira clara e precisa e
gerenciar todos os aspectos do planejamento, estimando uma liberação e estabelecendo
expectativas apropriadas para o cliente sobre o que cada liberação irá entregar
Integração O ambiente que é utilizado para finalizar o design da liberação de uma infraestrutura pla-
nejada e realizar todos os testes e validações junto ao cliente, preparando a liberação para
ser implementada na comunidade do usuário. A finalidade é fornecer um meio comum
para o cliente e prestadores de serviços para validarem de forma clara e precisa a segu-
rança, precisão e conteúdo de cada liberação e finalizar todo o desenvolvimento, além de
fomecer ao diente um quadro claro e preciso do resultado da liberação e de estabelecer
expectativas apropriadas quanto à implementação e às atividades operacionais, custos e
cronogramas
Implementação O processo que é utilizado para implementar novas liberações do design de TI da empresa
(componentes de negócios, de suporte e técnico) para determinado ambiente-alvo. A fina-
lidade é fomecer um meio comum para o cliente e prestadores de serviços para agenda-
rem, implementarem e fazerem a conversão para a produção do ambiente atualizado
Operações O ambiente de produção que é utilizado para sustentar e manter os componentes de TI e
os itens configuráveis que fazem parte do ambiente de TI da empresa. A finalidade é ofere-
cer um ambiente de TI estável que é exigido pelos usuários de TI para servir de suporte a
seus papéis e responsabilidades dentro da empresa
Descrição:
Ahierarquia sequencial de eventos caso não haja necessidade
de desvio. Isso demonstra o mais alto percentual de
... 1000 .._2000 ... 3000 ocorrência quando o processo é executado. Aprincipal
Nome Nome Nome Intenção deste gráfico é demonstrar as tarefas subordinadas
da rase da fase da fase
a cada atividade
... 1100 .._2100 ... 3100 Val or:
Nome da Nome da Nome da • Cada elemento de trabalho pode ser ldentíllcado eassociado
a!Mdadt atividade a!Mdadt externa ou Internamente ao componente
• Todasas atividades são divididas em tarefas (Justmcado)
... 1200 .._2200 ... 3200
Nome da Nome da
• To dos os trabalhos são representados uma vez apenas
Nome da
a!Mdadt atividade alivldadt (mesmo que seja executado multas vezes)
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TERMO DE ABERTURA: Versão Da1a: ClD
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IV. Planejamento
A fase de Planejamento estabelece o estado desejado da mudança com uma ênfase no
(re) design técn ico, c ultural e de processos. Os gerentes de projetos recebem d iversas fer-
ramentas para auxili ar com o planejamento geral do projeto. Uma delas é o "Template
do Plano de Projeto" (Figura 4- 53). O template contém uma metodologia-padrão de pla-
nejamento para Projetos de Serviços de Atendimento ao Cliente. Ele fornece também aos
gerentes um padrão de tempos de folga e de atraso para certas tarefas intensivas em termos
de recursos. Cada gerente de projetos persona liza o template de acordo com sua iniciativa.
O Te,nplate do Plano de Projeto contém:
• Principais atividades de projetos
• Elementos de plano de projetos (atividades comuns, datas de início e fim, e recursos
designados)
• Marcos de a lto nível
V. VNI.Execução/Controle
As mudanças reais em p rocessos e procedimentos, codificação técnica e ;'corre.ções de cur-
sos" necessárias ocorrem durante as fases de "Execução e Controle". Se for necessária uma
mudança no projeto que esteja relacionada a escopo, prazo o u recursos financeiros, o geren-
te de projetos preenche um formulário de ;'Solicitação de Mudança " (Figura 4- 54). Além
disso, o gerente de projetos fornece um status a cada duas semanas, usado para preenche o
"Quadro de Desempenho do Projeto" (Figura 4-55).
O Quadro de Desempenho do Projeto acompanha:
• Informações do projeto
• Nome e ID do projeto
• Nome do gerente de projetos
• Percentua l concluído
• Conclusão de fase (aprovações nos pontos de decisão)
• Problemas
VI. Encerramento
Durante a fase de "Encerramento" , o gerente de projetos classifica os deliverables reais do
projeto em relação ao plano. O projeto é formalmente fechado quando os a lvos desejados
são atingidos. O gerente de p rojetos conclui o "Relatório de Encerramento do Projeto"
como parte do processo de encerramento.
O Relatório de Encerramento contém:
• Resumo do projeto
• Objetivos alcançados
• Objetivos não alcançados
• Medidas/Métricas
• Lições aprendidas
• Outras ações
Cada fase do Processo Comum de Gestão de Projetos term ina com uma "Ap rovação no
ponto de decisão" pelo patrocinador do projeto. Se aprovado, ele passa forma lmente para
a fase seguinte. Quando apropriado, cada unidade de negócios conco rda em implementar
projetos utilizando essa abordagem com um. Embora o p rocesso seja o mesmo em toda a
DTE Energy, os procedimentos de gestão de projetos são adaptados às necessidades de cada
depa rtamento o u organização específica .
288 Gestão de projetos
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de mudanç a
Acomp anhamento de informações - a ser p reenchido pelo Escritório de Gerenciamento de Projetos (PM O)
Analise de impactos Sim u Não u Data de revisão:
adicional - necessária?
Revisor:
Problemas/Preocupações com a solicitação de mudança:
Aprovação pelo p atrocinador - a ser preenchido pelo Escritá io de Gerenciamento de Projetos (PM O)
Aprovada O Rejeitada O 1 Data de aprovação:
Motivo:
Anexos: Favor anexar: (a) estimativa de custos revisada; (b) cronograma proposto, se necessário.
APROVAÇÕES
Gerente de projetos
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Capítulo 4 Metodologias de gestão de projetos 291
22
4.34 Alstom
Introdu ção
O contexto e o ambiente dos projetos de siste1nas integrados se tornaram cada vez
mais desafiadores devido à sua estr utura globa l e complexa. A integração do projeto
é um processo-chave necessário para auxiliar o a linhamento das partes interessadas e
para gerencia r eficientemente um projeto em várias dimensões. Na gestão de projetos
moderna, essas dimensões incluem, a lém de qualidade, custos e prazos (QCP), aspec-
tos financeiros, ambientais, políticos, de saúde e de segurança.
Foco no cliente
As metodologias do Ciclo V estão sendo cada vez 1na is empregadas na gestão de pro-
jetos para garantir uma realização eficiente dos projetos. Os setores mi litar e aero-
espacial foram os que iniciara1n a implementação desse modelo de gerenciamento,
construindo complexos sistemas integrados baseados e1n produtos e tecnologias ino-
vadoras.
O ciclo do projeto (ver Figura 4-56) auxilia com o processo de t ransformar os
requisitos do cliente (Entrada) em valoresldeliverables esperados (Saída). Isso corres-
ponde ta1nbém à construção de sistemas integrados no ciclo de projeto de projetos
industria is. Esse ciclo do projeto pode ser sustentado por u1na metodologia do Ciclo V.
A i1nplementação do Ciclo V refo rça o papel do cliente em um ciclo de projeto
ao relembrar continuamente tanto dos requisitos inicia is quanto do valor final espe-
rado. Monitorar pontos de verificação, chamados de pontos de decisão, aumenta a
visibilidade e o envolvimento do cl iente durante a execução e a va lidação do projeto.
Consequentemente, a aplicação da metodologia do Ciclo V ajuda as equipes de proje-
to e as organizações a serem 1na is focalizadas no cliente.
21
© 2013 by Alsrom. Reproduzido com permissão. Todos os di reitos reservados. M.arerial fornecido por
Lahcen Zeggoud~gerente de programas do Grupo Alsrom.
292 Gestão de projetos
Ciclo do projeto
Entrada Salda do ciclo do Salda (valor
(requlsílos projeto = Entrada x esperado pelo
do cliente) Processo de Transformação cliente)
Ciclo V
Passos dos
ciclos do
produto
merciais, mas também pode estar relacionado ao progresso físico, como validação do
design, aprovação dos principais ped idos de cotnpra, aceitação de relatórios de testes
de fá brica. Alguns desses marcos e datas importantes são usados pa ra decla ra r receitas
o u, como marcos de pagamentos junto a clientes ou fornecedores.
Os marcos M1 a M6, 1nost rados na Figura 4-57, correspondem a eventos cruciais
nos qua is decisões-chave precisam ser tomadas. Esses marcos geral mente são incl uídos
no caminho crítico do projeto . O 1nonitora 1nento de marcos do Ciclo V melhora a
solidez e a consistência do progresso físico.
LEGENDA·
RPFEsp Seis pontos RPFV RPfEsp: revtslo de passagem ele 1-a.se
de decisão de especmcaço.es
RPfP: revisão de passagem de ta.se
RPFP prellmlnar
RPfC: revisão de passagem de fase crfllca
RPFQ RPfO: revisão de p:a.ssagem de fase de
qu:alldade
RP C RPfV: revisão de passagem de ta.se de
valldação
RPfEnc: revlslo de passagem ele 1-a.se
de encerramento
M1 M2 M3 M4 MS M6
alocados às partes interessadas do p ro jeto. Uma sincronização "de cima para baixo"
se aplica aos po ntos de decisão de especificações/requ isitos (lado esquerdo do Ciclo
V) e un1a abordagem " de ba ixo para cin1a " se ap lica aos pontos de decisão de mon-
tagem e validação (lado d ireito do Ciclo V). As especificações do projeto precisan1
ser "congeladas" com o cliente em uma revisão de passagem de fase de especificações
(RPFEsp) a ntes de "congelar" as especificações do pacote de traba lho com as partes
interessadas (RPFEsp-sub). O pacote de trabalho do subsistem a é validado (RPFVa l-
Ciclo do sistema
(projeto)
Tecnologia Produto
"não congelada" "não congelado"
RPFVal-p
RPFEsp-p
Projeto
(sistema)
RPFVal-sub
RPFEsp-sub Pacote de trabalho
(subsistema)
RPFVal-comp
Pacote de trabalho
RPFEsp-comp (componente
Figura 4-60 Processo de sincronização dos Ciclos V por meio do alinhamento de pontos
de decisão.
Capítulo 4 Metodologias de gestão de projetos 295
Regra áurea: u1n gerente de projetos adequadamente qualificado deve ser designa-
do pela organ ização e ser ativamente envolvido durante a preparação da proposta e a
negociação do contrato.
Objetivo: Estimular a cooperação ativa dos responsáveis pela proposta e pela exe-
cução do projeto, a fim de aumentar a transparência e a t ransferência sem perdas da
fase de in iciação à fase de p lanejamento.
Regra áurea : A responsabilidade pela gestão de projetos, baseada nas linhas de
base relacionadas no cont rato e no termo de abertura do projeto (p .ex.: custo, escopo
e cronograma, acordos de pré-financiamento, classificação final do projeto), deve ser
passada adiante oficialmente da equipe de negociações à equipe do projeto dentro de,
no máximo, 10 dias úteis após a assinatura do cont rato.
Obj etivo: Transferência rápida, conjunto completo de documentos d isponíveis,
objetivo de longo prazo é um período de tempo fixo. Estando dentro desses 1O dias,
fica provado que a equipe de proposta forneceu u1na qual idade adequada.
Regra áurea: O gerente de projetos estabelecerá um p lano de projeto integrado
formal, real ista e mensurável durante a fase de planejamento de projeto, até no má-
x imo t rês meses após a assinatura do contrato. Uma linha de base de mensuração do
desempenho (custos, escopo e cronograma ) será estabelecida, em relação à qual o
progresso do projeto será 1ned ido e registrado e1n relatórios mensais.
Objetivo: Garantir o p lanejamento integrado incluindo o cronograma do projeto,
marcos importantes e marcos menores, marcos/depedências, planejamento de custos,
p lanejamento de recursos e linhas de base. Estabelecer o gerenciamento de va lor agre-
gado como a base para 1non itorar e acompanhar o planejamento do projeto baseado
e1n uma linha de base inicia l.
Regra Áurea: O gerente de proposta (antes da assinatura do contrato) e, poste-
riormente, o gerente de projetos (na execução do projeto) é proprietário dos riscos
e oportunidades do projeto e garante que eles sejam gerenciados proativamente. o
engenheiro-chefe oferece suporte a essa tarefa assum indo responsabi lidade pelos riscos
e oportunidades técnicas.
Objetivo: Garantir o gerencia1nento adequado de r iscos e oportun idades dentro
dos projetos seguindo as regras e regulamentações definidas na iniciação do projeto.
Regra á urea: o escopo e os objetivos do projeto deven1 ser gerenciados con1
foco nos requ isitos dos clientes, e um gerenciamento de requ isitos ded icado deve
ser estabelecido a fim de evitar mudanças no escopo. Além disso, a gestão de mu-
danças e configurações deve estar totalmente en1 funcionamento antes da execução
do projeto.
Objetivo: Aumentar o gerenciamento de requ isitos para evitar produtos de qual i-
dade enganosa e não conformidades. É necessário um forte foco sobre os requisitos do
cliente além da defin ição do escopo e objetivos do projeto ao longo de todo o seu ciclo
de vida. Aumentar a aceitação dos requ isitos do projeto pelo cliente desde o início
para evitar futuros mal-entendidos.
Regra áur ea: O gerente de projetos estabelecerá comunicações (forma lizadas do
Plano de Co1nunicação do Projeto) para facilitar o trabalho como uma equipe de pro-
jeto integrada e garantir u1n ótimo fluxo de informações dentro da equipe.
Objetivo: Todos os membros da equipe do projeto conhecem seus meios de comu-
nicação e suas interfaces internas ou externas. Os relatórios são claramente estabeleci-
dos e de fáci l acesso a qualquer parte interessada no projeto.
Capítulo 4 Metodologias de gestão de projetos 297
O comportamento humano
Cada projeto que está enfrentando dificu ldades possui cenários e alternativas muito
d iferentes. O processo de recuperação depende de sua experiência e capacidade de
encont rar soluções. Depende tan1bén1 de seu grau de influência sobre as d iferen-
tes partes interessadas pa ra fazê-las chega r a um acordo quanto a un1a visão na
qual todas reconhecem que o "jogo" pode ser vencido. Para soluções bem-sucedidas
baseadas nas diferentes contr ibu ições dos n1embros de equipe, o gerente de projetos
p recisa saber como extr air o n1elhor deles ou influenciá-los a a lcançar o que é espe-
rado pelo líder.
No entanto, antes de você começar a identificar e avaliar d iferentes alternativas,
seria bom considerar alguns diferentes aspectos relacionados ao comportamento hu-
mano que influencia1n fortemente o resultado. Para simplificar, não fala remos sobre
politicagem, hierarquia, conhecimento ou outros aspectos que influencia1n o compor-
tamento humano, mas sugerimos que você pelo menos compreenda clara1nente que
tipo de empresa e equipe você possui. Podemos tentar compreendê-las por meio do
estudo da maturidade organizacional.
Você possui uma equipe madura? A empresa é igualmente madura em gestão de
projetos?
Algumas melhores práticas que voc ê deve sempre tentar c olocar em prática:
• A maturidade organizacional de un1a emp resa e/ou equ ipe afeta diretamente
os resultados, então, quanto n1ais n1adura e profissional for sua equipe, n1e-
lhor será sua capacidade de recuperar programas em vias de fracassar. A me-
lhor p rática é primeiro analisar profundamente a maturidade da empresa e dos
n1en1bros da equ ipe de projetos; com os resultados em mãos, você será capaz de
identificar lacunas, prob lemas e condições que talvez exijam mudanças. Após a
análise, e con1 o relatório de maturidade nas n1ãos, será necessário preparar un1
plano de recuperação e n1ostrar aos patrocinadores do p rojeto uma justificativa
que prove por que algun1as p rovidências importantes deven1 ser tomadas urgen-
ten1ente. Ao trabalhar em o rgan izações n1atricia is, podemos enfrentar dificul-
dades importantes en1 termos de recu rsos que não fazem parte d iretamente de
nossa estrutura organizacional de projetos e que poden1 ter diferentes interesses
no resu ltado do projeto.
Depende, mais uma vez, da maturidade de sua empresa e da equipe e de seu grau de
compromisso cotn o projeto. Membros de equipe realmente comprometidos se foca li-
zam na comunicação. A co1nunicação tem de fluir naturahnente.
Ao fa lar sobre processos e trabalho, a flexibil idade é importante. Por outro lado, é
preciso haver discipl ina para realizar as principa is atividades. Novatnente, a estrutura
da equipe organizacional, seus departamentos e os interesses dos fornecedores podetn
ter um enorme impacto para que ocorram coisas boas ou ru ins.
O comportamento humano é provavelmente mais desafiador do que a aplicação
na experiência técn ica necessária.
O estudo da maturidade da organização e da equipe pode apontar para uma for-
ma mais segura de proceder. Como um desempenho mais rápido e melhor deve ser
implementado com rapidez, você não pode falhar novamente; as ações precisam ser
eficientes.
colocado em prática antes. Desafie os membros de sua equipe; peça-lhes sua opi-
nião e pergunte como vocês poderiam começar a t rabalhar de formas diferentes.
Dessa forma, você estará desenvolvendo o sentimento de adesão.
• Você provavelmente está procurando vitórias imediatas, mas logo perceberá que
algumas melhores práticas que a equipe tentou aplicar foram úteis, enquanto ou-
tras não foram muito bem recebidas. Substitua ou adote melhores práticas que
nunca foram adotadas e que não necessaria1nente sejam aplicáveis ao seu projeto
por outras com as quais você possa ter resu ltados satisfatórios rapidamente. A
rápida identificação do que está funcionando e do que não está dando muito certo
é essencial para recuperar o tempo perd ido.
A recuperação bem-sucedida de projetos ruins pode ser uma experiência incrível,
e, quando você possu i uma equipe que tem a mental idade adequada, ela pode con-
tribu ir significativamente com o aumento da maturidade da empresa e da equipe de
projetos. Pode1n -se alcançar excelentes resultados em futuros projetos evitando que
eles entrem em situações críticas que possam levar ao fracasso.
Processos integrados
5.0 Introdução
As empresas que se tornaram extremamente bem-suced idas em gestão de projetos o
fizeram utilizando um planejamento estratégico. Essas empresas não cree1n que o im-
portante é competir; optam por superar o desempenho de suas concorrentes. Fazer
isso continua1nente exige processos e metodologias que promovam o sucesso cont í-
nuo, e não apenas esporádico.
A Figura 5-1 mostra o hexágono da excelência. Os seis componentes identifica-
dos no hexágono são as áreas e1n que as empresas excelentes em gestão de projetos
superam suas concorrentes. Cada uma dessas áreas será discut ida nos Capítulos 5-10.
Começaremos com os processos integrados.
Excelência
Gestão
informal de
projetos
Figura 5-1 Seis componentes da excelência. Fonte: Reimpresso de H. Kerzner: ln Search of Exce-
lence in Project Management, Hoboken, NJ: Wiley, 1998, p. 14.
302 Gestão de projetos
Processos do
Guia PMBO/('
Gestão de
projetos l Gestão da
qualidade total
Gestão de Gestão da
projetos qualidade total
Engenharia Outros
simultânea processos
1
H. Kerzner, Advanced Project Management: Best pracr;ces 0 11 lmplementation, Hoboken, NJ: \Viley, 2000,
p. 188.
Capítulo 5 Processos integrados 305
Gestão de Gestão da
projetos qualidade total
2
lbid.
306 Gestão de projetos
Gerenciamento de projetos
Gestão Gestão da
de riscos qualidade total
Gerenciamento Engenharia
de mudanças simultânea
' Material fornecido por Kaci,leen Ca,•anaugh, Pl\1r• , Líder do PMO da Zurich - ZNA.
Capítulo 5 Processos integrados 307
• Eric Alan Johnson, diretor adjunto de Programas de Contratos da Sarellire Concrol Nerwork, AFSCN, e
vencedor do Prêmio Kerzner 2006 de Gerente de Projetos do Ano; e Jeffrey Alan Neal, Faixa Prera/especialis·
ra e palesrranre em gestão enxura, métodos quanricarivos, na Universiry o f Colorado, Colorado Springs, EUA.
Capítulo 5 Processos integrados 31 1
de projetos. A aná lise de dados é todo um campo em si mesmo. Inúmeros li vros e artigos já
abordaram o problema de como avaliar dados, mas o principal objetivo permanece. O ob-
jetivo da a nálise de dados é transforma r dados em informações utilizáveis nas quais possam
ser baseadas as decisões de um projeto.
Os métodos de aná lise de dados são específicos ao tipo de dad o e às perguntas para as
qua is se buscam respostas. O primeiro passo (d epois de os dados terem sido levantados)
é usar técnicas descritivas para o bter um q uadro geral dos dados. Esse quadro gera l deve
incluir uma medida de tendência central (i.e., média) e uma medida de va riação como o
desvio-padrão. Além disso, ferramentas gráficas como histogramas e diagramas de Pa reto
são uma forma útil de resumir e exibir informações. Testes de signi ficânc ia e o desenvol-
vimento de interva los de confiança são úteis para determina r se os resulta dos da aná lise
são estatisticamente significa tivos e para estima r a pro babilidade de se obter um resulta do
similar.
No monitoramento contínuo dos processos, no rmalmente se utilizam gráficos de con-
trole para ava lia r o estado de estabilidade dos processos e para determina r se a va riação
é significativa o suficiente para garantir ma io res investigações. Além disso, os gráficos de
controle fornecem uma base para determinar se o tipo de variação tem uma causa espe.c ia l
ou co mum. Essa distinção é essencial na determinação das ações corretivas apropriadas que
podem precisar ser realizadas.
A fim de fornecer uma base para a identificação de possíveis causas-raiz para pro -
b lemas de desempenho de projetos, ferramentas como a Aná li se de Modos e Efeitos de
Fa lhas e o diagrama da espinha de peixe (ta mbém conhecido como diagrama de Ishkawa)
podem ser usadas para inic ia r e docume nta r o processo de pensamento organizado pa ra
sepa ra r as principa is ca usas de não conformidades de causas que a penas co ntribuem para
as mesmas.
Se os dados atenderem à condição estatítica necessária, testes co mo a Análise de Va-
riância (ANOVA) e aná lise de regressão podem ser extrema mente úteis na quantificação e
previsão do desempenho de processos e projetos. Como a ANOVA (o Modelo Linear Geral)
pode ser usada para testar diferenças méd ias de do is o u mais fatores ou níveis, ela pode ser
utilizada para identificar impo rtantes variáveis independentes para muitas variáveis depen-
dentes do projeto. Diversos modelos de regressão (linear simples, linear múltiplo e biná-
rio) podem ser usados para q uantificar os d iferentes efeitos de variáveis independentes em
va riáveis dependentes que são cruciais para o s ucesso do projeto.
Em resumo, essa fase usa dados para conduzir uma investigação profunda e abrangente
das ca usas-raiz que foram responsáveis pelo problema na execução do projeto e os efeitos
sobre o projeto se as mesmas forem deixadas sem co rreção.
A fase seguinte envolve a co rreção e melho ria do processo, abordando a causa-raiz iden-
tificada na fase anterior. Trata-se de ações corretivas (conserta r o problema que você está
enfrentando) e ações preventivas (certificar-se de que o problema ou algum problema simi-
la r não volte a ocorrer). Então, uma vez que a causa-raiz tenha sido identificada, as ações
corretivas e preventivas de melhoria d os processos podem ser levadas a a bordar a execução
do projeto a tua l e a prevenir a reocorrência desse problema específico em projetos futuros.
A fim de garantir que os projetos a tua is não sofram com o problema q ue foi identificad o
recentemente e que projetos futuros evitem cometer os erros do passado, implementa-se um
plano de controle para monitorar e co ntrolar os projetos. O ciclo se repete para todos os
problemas da gestão de projetos.
O monitoramento d o status e d as métricas do projeto junta mente com sua anál ise e
correção é um processo contínuo e constitui a fase Cont ro la r d o projeto . Durante essa fase,
as princi pa is med idas instituídas durante a fase de Iniciação são usadas para rastrear o
desempenho do projeto em relação aos requisitos. Quando a causa-raiz de cada problema
do projeto é analisada, essa causa-raiz e as ações corretivas e preventivas subsequentes en-
tram em um banco de dados de "lições a prend idas". Isso permite que sejam to madas ações
consistentes de resolução de problemas. O banco de dados ta mbém é usado pa ra identificar
possíveis riscos de projetos e instituir ações de mitigação a priori.
312 Gestão de projetos
Para a bordar esses riscos técnicos, são necessárias estratégias eficientes de gestão
de riscos baseadas na previsão técnica. A pri ncípio, pode parecer que tomar a gestão
de r iscos pa rte integral do planejamento de pro jetos deve ser relativamente fáci l. Basta
identificar e t ratar dos fatores de risco antes de eles saíre1n do contr ole. Infeliz1n ente, o
provável é que o contr ário seja a norma, pelo menos em um futuro previsível.
Dura nte a nos, as emp resas só falavam da gestão de riscos da boca para fo ra e
achavam q ue simplesmente tinha1n de conviver com ele. M uito pouco se publicou so-
bre como desenvolver um processo estr uturado de gestão de riscos. O desastre com a
espaçonave Challenger, em janeiro de 1986, despertou todos e1n relação à importância
5
de u1n a gestão de riscos eficiente.
Hoje a gestão de riscos se tornou tão importa nte que as e1n presas estão estabe-
lecendo organizações de gestão de riscos separadas dent ro da empresa . Entretanto,
muitas empresas tê1n usado un idades funcionais de gestão de riscos há anos, e ainda
assim esse conceito tem passado despercebido. A seguir temos um pa norama da meto·
dologia de gerenciamento de progr ama do departa1n ento de gestão de riscos de uma
e1n presa 1n a nufatureira internacional sediada em Ohio, EUA. Esse departa1n ento está
em operação há aproxiin adamente 2 5 anos.
O departa mento de gestão de riscos é parte da disciplina financeira da empresa e, em última
análise, reporta-se ao tesoureiro, q ue se reporta ao d iretor financeiro (CFO). O objetivo ge-
ra l do depa rta mento é coordenar a proteção dos a tivos da empresa . O meio principal para
se alcança r esse objetivo é eliminar o u reduzir as perdas potenciais po r meio de progra mas
de prevenção. O depa rtamento funciona de forma muito alinhada com o depa rtamento
interno de saúde e segurança. Além d isso, ele utiliza especia listas externos em controle de
perdas para auxiliar as divisões da empresa na prevenção de perdas.
Um método empregado pela empresa para assegurar o envolvimento de toda a corpo-
ração no processo de gestão de riscos é responsabilizar suas d ivisões po r q ualquer perda
até determ inado nível de retenção segurado pelas pró prias d ivisões. Se houver uma perda
significativa, a divisão tem de absorver a perda e seu impacto em s ua margem de lucro final.
Isso envolve direta mente as d ivisões tanto na prevenção de perdas quanto no gerenciamento
de pedidos de indenização. Q uando ocorre um pedido de indenização, a gestão de riscos
mantém co ntato regular co m o pessoal da divisão para estabelecer protocolo sobre o pedido
e uma resolução final.
A empresa não compra seguros acima dos níveis de retenção designados. Assim como
com os pedidos de indenização do cliente, os prêmios de seguro são a locados às suas d i-
visões. Esses prêmios são ca lculados com base no volume de vendas e histórico de perdas
dos pedidos de indenização, sendo o percentual mais significativo a locado para este último.
Cada uma das loca lizações da empresa precisa manter um p la no de co ntinuidade de
negócios. Esse plano é revisado pela gerência de riscos e é auditado pelos depa rta mentos
internos de audito ria e de saúde ambienta l e segurança.
A gestão de riscos é uma parte integrante das o perações da corporação, como eviden-
ciado por seu envolvimento no processo de diligência prévia para aquisições o u desinvesti-
mentos. É envolvida no início do processo, e não no fim, e forne.ce um relatório por escrito
detalhado das descobertas, a lém de uma apresentação oral para a gerência do grupo.
O serviço de a tendimento ao cl iente faz pa rte do esta tuto social da empresa. Os clientes
atendidos pela gestão de riscos são as divisões da empresa. O estilo de gerenciamento do
departamento co m seus clientes é o de construção de um consenso e não de imposição. Isso
é exemplificado pelo fato de a empresa usar vários ad ministradores externos terceirizados
(TPAs, third-party administrators), em estados em que a empresa possui seguro próprio.
Administrativamente, seria mu ito mais fácil utilizar um único T PA nacional. Entretanto,
usar TPAs regionais fortes co m escritó rios em estados nos q ua is as divisões operam oferece
5
O escudo de caso "l11e Space Shuttle Challenger Disaster·· aparece em H. Kerzner, Project Management
Case Studies, 4th ed. Hoboken, NJ: Wiley, 20 13, p. 447.
Capítulo 5 Processos integrados 315
às divisõ es uma assistência especia lizada em leis estaduais es pecíficas. Essa abordagem fun-
cionou muito bem para essa empresa, que reconhece a necessidade de conhecimentos sobre
as leis de cada es tado individual.
A importância da gestão de riscos hoje é evidente em todo o mundo. Seus princí-
pios podem ser apl icados a todos os aspectos de um negócio, não apenas a projetos.
Quando uma empresa começa a usar práticas de gestão de r iscos, ela sempre consegue
identificar outras aplicações para ta is processos.
Para empresas multinaciona is que são voltadas a projetos, a gestão de riscos tem
suma importância. Nem todas as empresas, especia lmente em países não desenvol-
vidos, compreendem a gestão de r iscos ou a sua importância. Esses países às vezes a
veem como uma despesa de excesso de gerenciamento em um projeto.
Considere o segu inte cenário: à medida que sua organização va i melhorando e1n
gestão de projetos, seus clientes começam a lhe dar mais e ma is tr abalho . Você está
consegu indo contratos para projetos turnkey, ou projetos de solução completa. Antes,
tudo o que você tinha de fazer era ent regar o produto dentro do prazo e pronto. Agora
você tam bém é responsável pela instalação e o início das operações, às vezes até mes-
mo pelos serviços contínuos de a tendimento ao cliente. Co,no os clientes não usa1n
mais seus próprios recursos no projeto, eles se preocupam menos com como você está
lidando com seu sistema de gestão de projetos.
Como alternativa, você poderia estar tr aba lhando para clientes do terceiro mundo
que a inda não desenvolvera1n seus próprios siste1nas. Cem por cento do risco desses
projetos é seu, especialmente à medida que os projetos vão se tornando mais comple-
xos (ver Figura 5- 6). Bem-vindo ao século XXI!
Un1a subcontr atada recebeu um contr ato para instalar componentes nas novas
instalações de um cliente. A construção das insta lações seria concluída até determi-
nada data específica. Depois da conclusão da construção, a contratada instalaria os
equipan1entos, realizaria testes e, então, daria início às operações. A subcontr atada
não poderia faturar produtos ou serviços até depois de um início ben1-sucedido das
operações. Havia também uma cláusula que previa uma multa para entrega com
atraso.
A contratada ent regou os componentes ao cliente dentro do prazo, mas os con1-
ponentes foram colocados en1 un1 armazém porque a construção das instalações esta-
va atrasada . A contr atada agora tinha un1 problema de fluxo de caixa e um possível
pagan1ento de multa devido a dependências externas que se encontravan1 no cam inho
crítico. Em outras pa lavras, o cronograma da contratada estava sendo controlado
pelas ações de terceiros. Se o gerente de projetos tivesse feito a gestão de riscos de
negócios en1 vez de apenas a gestão de riscos técn ica, esses riscos poderiam ter sido
reduzidos.
Inexperiente
Conhecimento
do clíente
' O material foi fornecido pelo escritório de gestão de projetos da Wãrtsilã (\VPMO). Direitos aurorais da
\Vánsilã Corporarion 2013. Reproduzido com permissão.
Capítulo 5 Processos integrados 317
Tendo isso em vista, está sendo implementado um banco de dados de lições aprend idas
para que todo esse conhecimento e experiência possam ser compartilhados.
Vin1os que o conhecin1ento e a experiência desempenhan1 un1 in1portante papel
na gestão de riscos, incertezas e outros fatores en1 projetos. Ent retanto, gestão de
riscos proativa é a lgo que nen1 sempre é fácil de implementar, já que depende das
percepções de tantas pessoas diferentes a seu respeito. É necessária muita comunica-
ção para que se possa ter un1a compreensão comun1 do que a organização precisa em
relação a riscos e incertezas, além de uma clara con1preensão dos possíveis benefícios
que eles t razem para a o rganização. A gestão de riscos proativa não envolve ape-
nas identifica r, classifica r e quantifica r os riscos; trata-se de muito ma is. A uti lização
desse processo envolve ter a maturidade para usar a experiência e o conhecin1ento
adqu iridos para evitar que riscos cheguem a ocorrer, a lém da confiança para tomar as
ações necessá rias para ser capaz de incentivar o desenvolvimento de oportunidades
pos1ttvas.
Uma equ ipe de p rojetos precisa de u1na ferramenta de gestão de r iscos de proje-
tos na qua l os eventos futuros, tanto os previstos quanto os imprevistos, possam ser
aco1npanhados continuamente. Uma ferramenta de processos de gestão de riscos não
precisa necessariamente ser complexa. O aspecto mais i1nportante é a forma como ela
é utilizada na organização. Ve1nos que, nesse caso, a afirmaç.ão: "quanto ,nais súnples,
melhor" descreve 1nui to bem o que é necessário.
O processo proativo de gestão de riscos colocado em uso na Wiirtsila consiste e1n
três fases diferentes (Figura 5- 7). Primeiro, deve-se fazer a classificação de um projeto
para defin ir a sua complexidade. Daí em diante, os processos de risco propriamente
ditos serão gerenciados como um processo contínuo durante todo o ciclo de vida do
projeto. Além d isso, devem -se registra r as lições aprendidas sobre r iscos em que as
ações tomadas diferiram significativamente da resposta p lanejada. Na Wiirtsila, imple-
mentamos todo esse processo em uma ferramenta de gestão de projetos comum usada
por todas as equipes e a gerência.
O processo de classificação fornecerá informações importantes para os passos da
identificação de riscos. A intenção do processo é incentivar os gerentes de projetos a
pensarem no projeto e tanto definirem onde se encontra a complexidade do projeto
quanto fornecerem informações para a identificação do processo de gestão de riscos.
Eles têm de descrever o projeto de um ponto de vista objetivo. Um dos principais valo-
res agregados que a classificação de projeto traz para a gestão de projetos é definir os
recursos necessários para a alocação de recursos.
O processo de gestão de riscos fundamentahnente depende do fato de ser um
processo contínuo. Todos os mesmos elementos que foram usados no processo de
classificação são imple1nentados nesse processo. O processo tradicional de gestão de
riscos descrito no Guia PMBOK® (2008 ) foi usado como a base para o novo processo
de gestão de riscos.
Para que u1n processo proativo de gestão de riscos seja bem -suced ido, é vital que
a equipe de projeto tire tota l proveito dele. O desconhecimento de riscos e incertezas
causa grandes proble1nas à gestão de projetos quando eles se materializa1n inesperada-
mente e se tornam problemas nocivos.
É preciso que se crie um bo1n sistema de comunicação a fim de iinplementar u1n
processo uniforme de gestão de riscos entre as equipes de projetos. Além disso, deve-se
oferecer treinamento sobre como usar o processo de gestão de riscos para melhorar a
compreensão de como o processo de r iscos proativo pode ser util izado e para que se
compreenda por que ele é tão importante.
318 Gestão de projetos
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Capítulo 5 Processos integrados 319
7
5.8 ILLUMINAT: gestão de riscos eficiente
A ILLUMINAT (Trinidad & Tobago) Ltd. é umas das provedoras líderes de produtos
e serviços de Informação, Comunicações e Tecnologia (ICT) e1n Trinidad e Tobago
(T&T) e na Região do Grande Caribe. A ILLUMINAT faz parte do grupo de empresas
Neal and Massy, um conglomerado que opera na maioria dos países de língua inglesa
do Caribe. Grande parte dos negócios da ILLUMINAT com seus clientes externos é
gerenciada por meio de projetos que usam uma metodologia padronizada de gestão de
projetos, na qual foi estabelecido u1n PMO e o uso da metodologia, tetnplates, ferra-
mentas e processos do PMO é fo rtemente encorajado em toda a organização. Segundo
a KPMG (1997) e a Nieto-Rod riguez e Evrard (2004), a capacidade organizacional
de gestão de projetos é vista cada vez ma is como uma chave para a vantagem compe-
titiva e, portanto, como algo em cujo desenvolvimento vale a pena investir. A gestão
de riscos (GR) é um componente-chave de u1na gestão de projetos eficiente e, como
tal, é uma das abordagens usadas para oferecer suporte aos objetivos estratégicos da
organ1zaçao.-
Contexto empresarial
A Figura 5-8 representa o contexto empresarial no qual a ILLUMINAT opera e que
afeta a estratégia usada para integrar as abordagens de gestão de riscos de portfólio,
progra1nas e projetos co1n a estr atégia geral da organização.
O conceito de GR é embutido na ILLUMINAT, onde sua apl icação é evidenciada
nos níveis de gerenciamento de portfólios, programas e projetos em toda a organiza-
ção. As est ruturas de governança em vigor para um GR eficiente incluem as seguintes
dimensões centra is, como mostra a Figura 5-9:
7
Informações fornecidas pela Sra. Kerdell Brereron, gerente da unidade de gestão de projetos de serviços da
ILLUMINAT (Trinidad & Tobago) ltd.
320 Gestão de projetos
• Programas
• Projetos
• Sistemas
• Infraestrutura
• Plano de continuidade de negócio (recursos humanos e físicos)
• Recursos da ILLUMINAT
• Clientes
• Fornecedores
• Alianças estratégicas (parcerias de negócios, afiliações a indústrias, etc.)
Essas pri ncipa is dimensões são usadas para avalia r os riscos e1n oportuni dades de
negócios dos pro jetos desde o início. A avaliação inclui riscos a viabilidade comercial,
viabilidade técnica e capacidade orga ni zacional, entre outros. Os ambientes externo
e interno tam bém são levados e1n consideração, e todos os riscos são agredados e
revisados de modo holístico a fim de informar as decisões finais pa ra o portfólio da
ILLUMINAT.
Etapa: Pós-programa/projeto
Após a conclusão do programa/projeto, os clientes respondem a questionários que
visam a identificar sua satisfação geral com os serviços da ILLUMINAT, além de qual-
quer área para melhorias. Isso é feito por 1neio de Pesquisas de Satisfação do Cliente e
Pesquisas de Avaliação de Impacto de Projetos. O feedback dessas pesquisas é, então,
ana lisado e, quando aplicável e viável, usado pela organização para mel horar as áreas
relevantes identificadas.
Lições aprendidas
A ILLUMINAT é uma o rganização baseada en1 conhecimento, na qual um dos ob-
jetivos é auxiliar os clientes em tornar seus negócios bem-sucedidos. Para alcançar
isso, un1a gestão de r iscos eficiente e a aplicação de lições aprendidas relacionadas
a riscos na implen1entação de p rogramas e projetos do portfólio são componentes-
-chave.
Consequentemente, como parte da govemança gera l da gestão de riscos, revisam-
-se os programas/projetos e observam-se denominadores comuns nas abordagens usa-
das e na eficiência dos resultados. Essas observações são, então, usadas para melhorias
de processos na organização (p.ex.: definição de p rocessos padronizados robustos e
critérios para avaliar parceiros de negócios estratégicos).
Conclusão
A gestão de riscos está enraizada na cultura organizaciona l da ILLUMINAT e foi re-
conhecida como uma das est ratégias-chave para garantir a conclusão de progra1nas/
Capítulo 5 Processos integrados 323
projetos bem-sucedidos. Isso é demonstr ado pelos pensa1nentos expressos pelo CEO
da ILLUMINAT 's CEO, o Sr. David Belgrave:
Acho que (a gestão de riscos) é algo muito positivo. Ela garante que demos atenção sufi-
ciente a um projeto a ntes de entrarmos nele, incluindo o fato de q ue podemos decidir não
entrar no projeto, na pior das hipóteses. No míni mo, porém, avalia mos o risco do projeto,
propomos ações de mitigação, certificamo-nos de da r o grau de atenção e rigor necessários
para garantir o s ucesso do projeto. Essa ação afeta o tempo, o d inheiro, o número e tipo
de recursos necessários e, em última a nálise, o serviço de atend imento ao cliente. Todo o
processo de Avaliação de Riscos ao abordar projetos possibilita um trabalho ma is profissio-
nal e mais lucrativo, no fim das contas. Por meio das técnicas que ut il izamos na gestão de
projetos, conseguimos prever alguns dos problemas bem antes de eles acontecerem e tomar
ações corretivas para manter um programa/projeto no caminho previsto, e esse é um enor-
me benefício para a organização.
Assi m, considera-se que as a bordagens de gestão de riscos utilizadas na ILLUMI-
NAT agreguem valor ao gerenciamento eficiente e eficaz do portfó lio de projetos, e,
por meio da aprendizage1n contínua, podem ser feitas 1nelhorias nessas abordagens a
fi 1n de alca nçar os objetivos est ratégicos da organização e garantir u1n dese1npenho de
crescimento.
1
Material fornecido por Alfredo Vázque2 Díaz, PNlP*, diretor do P!v10 corporativo.
324 Gestão de projetos
Na fase de planejamento:
car precocemente riscos propensos a se tornarem proble1nas e evitar que eles apareçam
e1n futuros projetos.
Nem todos os problemas são iguais ou afetam a organ ização da mesma manei-
ra. Seu impacto depende do tamanho ou volu1ne do projeto, sua visibilidade interna
ou externa, sua complexidade, variâncias em relação à previsão econômica in icial, o
tempo necessário para colocá-lo no caminho certo ou seu impacto sobre a imagem da
e1npresa.
Tendo feito todas essas considerações antecipadamente, decidiinos foca lizar nos-
sos esforços nos projetos com problemas 1na is críticos. Esses são considerados projetos
que exigem supervisão de perto e, para eles, é essencial identificar a fonte do problema,
seus efeitos imediatos e o prosseguimento do p lano de ação. Para possibilitar isso,
criamos uma nova funcionalidade em nosso Siste1na de Informaçôes da Gestão de
Projetos (SIGP) chamado Registro de Proble1nas. Ta l registro está embutido em nosso
módulo de Gerenciamento de Proble1nas do SIGP.
O Registro de Problemas funciona da seguinte maneira: quando um PMO ou um
usuário responsável pelo controle do projeto analisa um projeto e detecta que ele está
com sérios problemas, o gerente de projetos precisa preencher informações deta lhadas
no módulo de Regist ro de Problemas. Isso pode ser d isparado automaticamente por
meio de um alerta vermelho no SIGP. (Ver Figura 5- 12.)
O gerente de projetos deve descrever os problemas existentes em seu projeto, os
p lanos de ação para lidar com eles e o alvo de recuperação que precisa ser atingido
para trazer o projeto de volta ao caminho certo. Tendo realizado isso, e para evitar que
essa seja uma representação estática do projeto, espera-se que o gerente de projetos
atua lize as informações a cada período de relatório a partir desse momento, indicando
atua lizaçôes do plano de ação e o status do projeto em relação aos alvos in iciais.
O que pretendemos conseguir com o Registro de Problemas? Queremos foca lizar
nossa atenção e nossos esforços em:
• Detectar quais proble1nas surgira1n de riscos anteriormente identificados e quais
não surgiram
• Obter u1na classificação e tipificação homogêneas dos projetos que tinham sido
seriamente afetado por problemas
Capítulo 5 Processos integrados 325
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Figura 5- 12 Monitoramento de riscos de projetos no SIGP da Indra.
Gerente de programas
• Ded icar tempo à avaliaç.ã o e à gestão de riscos vai cont ra a cultura de ação de
muitas corporações. Citando um executivo, "A gestão de riscos não cria ativos".
• A gerência sente que a aprendizagem pode/deve ser feita no 1nercado.
Gerente de projetos
• Há uma aversão natural ent re os desenvolvedores a se focalizar no lado negativo.
• Rea lçar riscos é cont raintuitivo para as equipes de desenvolvimento que querem
promover a oportun idade ao competir por financiamento para o DNP.
9
D. J. Dunham, "Risk Jvlanagement: The Program Manager's Perspecr:ive.,, in P. Bell iveau, A. Griffin e S.
Somermeyer, Tl,e PDMA Toolbook for New Prod11ct Deve/opm ent, Hoboken, NJ: \Viley, 2002, p. 3 82.
Capítulo 5 Processos integrados 327
ciamente de tempo, gestão de riscos e outras áreas de conhecimento. Gregory Git hens
acredita que o modo como lidamos cotn a gestão de r iscos pode ser um indicador de
maturidade organizacional:'º
Algumas empresas têm maior capacidade de gerenciar riscos, e essas são as mais
consistentes em seu crescimento e lucratividade. Ta lvez o teste mais simples para exa-
minar a maturidade da gestão de riscos seja exa1ninar o nível de autoridade dada ao
gerente de programas [projetos] de DNP [Desenvolvi1nento de Novos Produtos]: se
a autoridade for alta, a organização provavelmente está se posicionando bem para
gerenciar riscos; se a autoridade for ba ixa, então a organizaç.ã o pode estar com a visão
ofuscada. Um outro teste é o uso de listas de verific.aç.ão: se 1narcar o que foi feito em
uma lista de verificação for a única resposta da etnpresa aos riscos, a maturidade o rga-
nizacional é ba ixa. A gestão de riscos fornece [uma] excelente lente por meio da qual
aval iar a capacidade de uma empresa de integrar e equilibrar a intenção estratégica
com as operações.
Muitas empresas ignoram a gestão de riscos porque ainda não viram necessidade
de empreendê-la. Elas percebem sua indúst ria como estável e se foca lizam primordial-
mente em suas riva is competitivas e em seus desafios operacionais. Ao abordar riscos
no nível do projeto, você encoraja a organização a deixar vir à tona novas preocupa-
ções estratégicas.
As principais empresas de DNP possuem uma sofisticada capacidade de gestão de
riscos e " agendam" utn plano de projeto, prestam atenção aos detalhes do escopo do
produto e ao escopo do projeto, usam ferramentas de gestão de riscos, como simula-
ções computacionais e negociações baseadas etn princípios, e documentam seus planos
e premissas. Essas empresas mais maduras são aquelas que consideram os riscos ao
estabelecer as linhas de base e os cont ratos de projetos. Por exetnplo, a Norte) usa utn
conceito chamado "fora dos limites" (011t o/ bottnds ) que dá aos gerentes de progra tna
de DNP a liberdade para fazer trade-o ffs entre tempo, desempenho, custo e outros
fatores. A anál ise e gestão de riscos é u1na importante ferramenta.
Empresas menos maduras normalmente estabelecem uma data li1nite e prestam
atenção a pouco mais do que isso (e, na minha experiência, isso representa a maioria
das empresas). As empresas que usam a regra de decisão de "Respeitar a data de lan -
çamento" caem em uma espécie de aceitação passiva - ocultando os riscos em vez de
gerenciá-los. Remediar situações emergencia is, o que é vulgarmente conhecido como
"apagar incêndios", e gerenciamento de crises caracterizam sua cultura organ izacio-
nal, e seu desempenho estratégico é inconsistente. Essas empresas são como o persona-
gem mitológico Ícaro: voam a lto, mas logo caem, pois ignoraram eventos arriscados
faci lmente reconhecíveis.
10
G. D. Githens, "How to Assess and Manage Risk in NPD: ATeam-Based Approac-h", in P. Belliveau, A. Griffin,
a nd S. Somermeyer, The PDMA Toolbook for New Product Development, Hoboken, NJ: Wiley, 2002, p. 208.
328 Gestão de projetos
11
As informações desta seção sobre como a Boeing pode caracterizar riscos no projeto de uma nova aeronave
representam a opinião do autor e não necessariamente a opinião oficial da 8-0eing.
Capítulo 5 Processos integrados 329
com menos pessoal, parece prático implementá-la como parte da reengenharia. Ainda
não se tem certeza de que o downsizing executado ao mes1no tempo em que a imple-
mentaç.ã o da gestão de projetos funcione, ,nas as organ izações orientadas a projetos
parecem considerar essa opção bem-sucedida.
O custeio do ciclo de vida foi usado pela primeira vez em organizações militares.
Dito de forma simples, ele exige que as decisões tomadas durante o processo de P&D
sejam ava liadas em relação ao custo do ciclo de vida tota l do sistema. Os custos do
ciclo de vida são o custo tota l da organização para a propriedade e aquisiç.ã o do pro-
duto ao longo de toda a sua vida.
5.15 Hewlett-Packard
O gerencian1ento da tecnologia de informação en1presarial (ITEM, infor,nation
technology enterprise manage1nent) integra todas as disciplinas da gestão de p roje-
tos, juntamente com outras disciplinas de TI con10 engen haria, testes e escritórios
modelo . Mu itos projetos con1eçam com um tern10 de abertura e un1 escopo que
fazem un1 gerente de p rojetos ver o t raba lho con1 o in ício definitivo e un1 fin1 de-
finitivo . (Ver Figura 5- 13 .) Se isso se aplicar às etapas relativas de uma liberação,
eles sin1plesn1ente estendem os grupos de processos de gestão de projetos por toda
a liberação. Isso faz os fornecedores do projeto tentarem con1preender se o design
e a construção fazen1 parte da execução ou se a inljlementação do projeto é a
execução do projeto. Como afirn1a o Guia PMBOK , os grupos de processos de
gestão de projetos devem ser repetidos para cada etapa de liberação. Isso promove
outras estratégias de gestão de projetos, con10 o planejamento em ondas sucessivas
e o equ ilíbrio de recu rsos. Com essa visão da estrutura, outras capacidades poden1
ser aplicadas a cada etapa, juntamente com as capacidades da gestão de p rojetos
(Figura 5- 14).
\
Processos de Processos Processos de
lanejamento de execução encerrament
6.0 Introdução
Ta lvez a característica mais sign ificativa das empresas excelentes en1 gestão de pro-
jetos seja a sua cultura. A implen1entação bem-sucedida da gestão de projetos cria
un1a o rganização e uma cult ura que podem n1udar depressa segundo as demandas
de cada projeto e ainda assim se adapta r rapidan1ente a um an1b iente d inâmico e
em constante n1udança, calvez ao mesmo tempo. As en1presas bem-sucedidas preci-
sam lida r com mudanças em ten1po real e conviver com a possível desordem que as
acompanham.
Mudanças são inevitáveis nas organizações o rientadas a projetos. Como cais, as
empresas excelentes perceberam que o sucesso competitivo pode ser alcançado somen-
te se a organização tiver uma cultu ra que promova o comportamento necessá rio. As
culturas corporativas não podem ser mudadas da noite para o dia. Norma lmente são
necessários anos. Além disso, se apenas um executivo se recusar a apoia r uma cultura
de gestão de projetos potencialmente boa, o resultado pode ser desastroso.
No a lvorecer da gestão de projetos, uma pequena empresa aeroespacial teve de
desenvolver u1na cultura de gestão de projetos para conseguir sobreviver. A mudança
foi rápida. Infelizmente, o vice-presidente de engenharia se recusou a aderir à nova
cultura. Antes da aceitá-la, a base de poder da organização era a engenharia. Todas
as decisões era1n ou instigadas, ou aprovadas pela engenharia. Como a organização
poderia fazer seu vice-presidente aderir à nova cultura?
O presidente percebeu o problema, mas passa por cima dele na busca de uma
solução prática. Livrar-se do vice-presidente poderia ser u1na alternativa, mas impra-
ticável devido aos seus sucessos anteriores e ao seu know-how técnico. A corporação
recebeu um projeto de dois anos que era estrategicamente importante para a e1npresa.
O vice-presidente foi, então, temporariamente designado como gerente do projeto e
removido de seu cargo de vice-presidência de engenharia. Na conclusão do projeto, o
vice-presidente foi designado a preencher o cargo recém -criado de vice-presidente de
gestão de projetos.
levar anos para que se estabeleça a base para que uma boa cultura exista, mas uma
boa cu ltura pode ser destruída rapidamente por meio dos caprichos pessoais de um
executivo que se recuse a apoiar a gestão de projetos.
As culturas de gestão de projetos podetn existir em uma estrutura organizacional.
A velocidade com que a cultura amadurece, no entanto, pode depender do ta1nanho
da empresa, do tamanho e da natureza dos projetos e do seu tipo de clientes, sejam
eles internos ou externos. A gestão de projetos é u1na cultura, e não políticas e proce-
d imentos. Consequentemente, pode não ser possível reproduzir ou fazer o benchmark
de u1na cutura de gestão de projetos. O que funciona bem em uma empresa pode não
funcionar igualmente betn em outra.
Boas culturas corporativas ta1nbém podem estimular 1nelhores relações co1n o
cliente, especialmente com cl ientes externos. Como exe1nplo, uma empresa desenvol-
veu uma cu ltura de sempre ser honesta ao relatar os resultados de testes realizados
para clientes externos. Os clientes, por sua vez, começara1n a tratar a empresa contra-
tada como u1na parceira e co1npartilhavam rotineiramente informações proprietárias,
de modo que cl iente e contratada pudessem se ajudar mutuamente.
Em etnpresas excelentes, o processo de gestão de projetos evolui em uma cultura
comporta1nental baseada em relatórios de múltiplos chefes. Não se pode ignorar a
importância desses relatórios. Existe u1na crença errônea de que a gestão de projetos
pode ser reproduzida de uma empresa para out ra. Benchmarking é o processo de con-
tinuamente se medir e se comparar a uma organização que se encontra em qualquer
lugar do mundo a fim de obter informações que ajudarão a sua organ ização a melho-
rar seu desempenho e sua posição competitiva. O benchmarking competitivo é aquele
no qual se faz o benchmark do desempenho organizacional em relação ao desempenho
de organizações concorrentes. O bench,narking processual é o bench,narking de pro-
cessos discretos em relação a organizações que são líderes nesses processos.
Como uma cultura de gestão de projetos é uma cultura co1nportamenta l, o ben-
chmarking funciona melhor se compararmos as melhores práticas, que são métodos
operacionais, de liderança ou de gerenciamento que levam a um desempenho superior.
Devido à forte influência comportamental, é quase impossível t ransferir uma cultura
de gestão de projetos de uma empresa para outra. Como mencionado anteriormente,
o que funciona betn em uma empresa pode não ser apropriado ou benéfico e1n termos
de custos em outra e1npresa.
Culturas fortes podem se formar quando a gestão de projetos é vista como uma
profissão e apo iada pela gerência sênior. Un1a cultura forte tan1bén1 pode ser vista
como u1n prin1ordial diferencial de negócios. Culturas fortes podem priorizar un1a
a bordage1n de gestão de projetos formal ou inforn1al. Entretanto, com a forn1ação de
qualquer cultura, há se1npre algumas barreiras que têm que ser superadas.
Segundo um porta-voz da AT&T:
A gestão de projetos é apoiada no sentido de o gerente de projetos ser visto como um pro-
fissiona l com habilidades específicas e responsabilidades a serem realizadas como parte da
equipe de projetos. Ele pode escolher sua eq uipe e tem controle completo sobre a a locação
orçamentária? Não. Isso é impraticável em uma grande empresa com muitos projetos que
competem por financiamento e es pecialistas em várias organizações funcionais.
Nem sempre se faz um termo de abertura do projeto q ue nomeia um indivíduo como
gerente de projetos (GP), mas ser designado como gerente de projetos lhe confere o poder
q ue acompanha esse cargo. Em nossa passagem da informalidade a uma maior formalidade,
normalmente se inicia com o planejamento de projeto e o gerenciamento do tempo, e o
gerenciamento de escopo entra em cena um pouco mais tarde.
Capítulo 6 Cultu ra 335
O GP tinha apoio, mas havia barreiras. A maior foi convencer a gerência de que eles
não precisam contin uar gerenciando todos os p rojetos. Eles podem gerenciar os gerentes
de projeto e deixá-los gerenciar os projetos. Uma coisa que ajuda nesse sentido é mudar os
GPs de lugar, de modo q ue eles estejam no mesmo grupo de trabalho, em vez de espalhados
pelas equipes em toda a empresa, e fazer com q ue eles sejam supervisionados por um forte
defensor da gestão de projetos. Uma outra coisa que ajudou foi a execução da missão pelo
PN!COE para melhorar as capacidades de gestão de projetos por toda a empresa, inclusive
influenciando a cultura corporativa q ue serve de suporte a ela .
Nosso sucesso é atribuível a uma visão de liderança que levou a criar uma o rganização
ded icada à gestão de projetos e uma cultura que reconhece o va lo r da gestão de p rojetos
para a empresa. Nossa visão: estabelecer uma d isciplina global de gestão de projetos de má-
xima q ua lidade, criada para maximiza r a experiência do cliente e a umentar a lucratividade
para a AT& T.
Em boas cultu ras, o papel e as respo nsa bilidades do gerente de projetos são cla-
ramente identificados. São também reconhecidos pela gerência executiva e compreen-
didos por todos os me1nbros da e1npresa. Segundo Enrique Sevilla Molina, antigo
diretor do PMO corporativo da Ind ra :
Com base no histórico de nossa empresa e nas práticas q ue colocamos em vigor para ge-
renciar nossos projetos, descobrimos que o cargo de gerente de projetos constitui um fator-
-chave para o sucesso do p rojeto. Nossa teoria e prática de gestão de projetos foram criadas
para oferecer apoio tota l ao gerente de projetos ao tomar decisões e, consequentemente,
para lhe dar responsabilidade total pela definição e execução do projeto.
Acred itamos que ele não seja o único que está à frente do projeto ou que lida com o
orçamento o u o c ro nograma, mas aq uele que ;'compreende e enxerga seus projetos como
se estivesse à frente de seu próprio negócio", como nosso CEO costumava dizer, com uma
abordagem integrada ao seu t rabalho.
Nossa cultura prio riza o apoio aos gerentes de projetos em seu trabalho, aj udando-os
nos processos de tomada de decisões e fornecendo-lhes as ferramentas e o t reinamento ne-
cessários para q ue eles realizem seu trabalho. Essa abordagem permite, até certo ponto, p ro-
cessos formais que não sejam tão rígidos. Isso faz com que a responsabilidade e a iniciativa
do gerente de projetos seja exposta, mas sempre cumprindo com a estrutura e o conjunto de
regras q ue permitem sólidos relatórios contábeis e de resultados.
Podemos dizer que gestão de projetos sempre teve apoio durante as d iferentes etapas
de evolução da empresa, e em todas as suas diferentes unidades de negócios, embora
a lgumas áreas tenham sido mais relutantes em implementar mudanças em sua forma esta -
belecida de realizar o traba lho. Uma das principais barrei ras ou obstáculos é a capacidade
de usa r os mesmos conceitos de gestão de projetos com diferentes tipos de projetos e
produtos.
Ainda é uma grande preocupação em nossos programas de treinamento tentar explicar
como a estrutura e a metodologia se aplicam a projetos com um a lto grau de definição no
escopo e a projetos com um grau de definição menor (projetos d ifusos).
que metas, objetivos e valores da empresa sejam bem compreend idos por todos os
membros da equipe de projetos.
A gestão de projetos be1n -sucedida pode florescer en1 qualquer estrutura, indepen-
dentemente de quão terrível essa estrutura pareç.a ser no papel, 1nas a cultura da organi-
zaç.ão precisa sustentar os quatro pilares fundan1enta is da gestão de projetos:
• Cooperação
• Trabalho em equ ipe
• Confiança
• Comunicação eficiente
Boeing
A gestão de projetos bem-sucedida pode ocorrer en1 qualquer estr utura, independen-
temente de quão insuficiente a estrutura pareça ser no papel, se a cu ltura da organi-
1
Eric Alanjohnson, diretor de programas e encarregado de comraros na Sarellire Comrol Nerwork, AFSCN,
e vencedor do prêmio Kerzner 2006 de melhor gerente de projetos do ano; e Jeffrey Alan Neal, Faixa Prera/
especialista e palestrante em gestão enxuta, métodos quantitativos na Unjversiry of Colorado, em Colorado
Springs, EUA.
338 Gestão de projetos
TABELA 6-1 Mudanças devido ao projeto do novo modelo de aeronave Boeing 777
Projetos anteriores
Situação de novas aeronaves Boeing 777
Comunicações executivas Sigiloso Aberto
Fluxo de comunicações Vertical Horizontal
Processo de pensamento Bidimensional Tridimensional
Tomada de decisões Centralizado Descentralizado
Empoderamento Gerentes Até os trabalhadores da fábrica
Gerentes de projetos Gerentes Até os não gerentes
Resolução de problemas (a forma de) Individual Equipe
Revisões de desempenho (dos gerentes) De via única Via de mão tripla
Foco de problemas de recursos hum.anos Fraco Forte
Estilo de reuniões Sigiloso Aberto
Envolvimento do cliente Muito baixo Muito alto
Valores centrais Resultado/qualidade final Liderança/participação/satisfação
do cliente
Velocidade das decisões Lenta Rápida
Custeio do ciclo de vida Mínima Extensa
Flexibilidade de design Mínima Extensa
' O estudo de caso do Boeing 777, " Phil Condir and che Boeing 777: From Design and Development to
Produccion and Sales'", aparece em H. Kerzner, Project Management Case Studies, 4ch Ed irion, Hoboken,
NJ: Wiley, 2013, p. 97. As informações apresentadas na Tabela 6-1 representam a interpretação de Harold
Kerzner de algumas das mudanças que ocorreram e não são, necessariamente, a opinião oficial da Boeing.
Capítulo 6 Cultura 339
estar na esca la de pagamento da gerência, mas recebe o direito de assinar ava liações
de resultados.
O segundo proble1na é detenninar que método de ava liação deve ser empregado
para funcionários sindical izados. Esse é provavelmente o problema ma is sério, e o
júri não chegou ainda a nenhuma conclusão quanto ao que funcionará e ao que não
funcionará. Um 1notivo pelo qua l os executivos relutam u1n pouco a implementar a
administração sa larial que afeta a gestão de projetos é o envolvimento do sindicato.
Isso muda o quadro drasticamente, especialmente se uma pessoa de um projeto decidir
que um trabalhador sindicalizado é considerado digno de uma promoção, enquanto,
na verdade, seu gerente de área diz: "Não, essa decisão tem que se basear em um cri-
tério do sindicato". Nada é preto no branco nessa questão, e a maioria das empresas
ainda nem chegou a abordá-la.
• Duplicação de esforços
• Pouca ou nenhu1na informação obtida por meio da "voz do cl iente" sobre suas
necessidades/vontades
• Capacidade limitada de pessoa l de apoio
• Falta de direcionamento da gerência
• Ausência de um executivo convicto para o programa/projeto
• Reuniões 1nal dirigidas
• As pessoas não cooperam com facil idade
• As pessoas se ofendem quando são solicitadas a realizar o trabalho que se espera
que rea lizem, quando tudo o que seus gerentes procuram fazer é desenvolver um
produto de a lta qualidade
• Algu1nas tarefas têm duração desconhecida
• Pessoas que querem se envolver ,nas não possuem as habilidades necessárias para
solucionar o problema
• Dependências: certificar-se de que quando as especificações 1nudare1n, outras coi-
sas que dependem delas também mudetn
• Lidar com a resolução de problemas de emergência sem prejudicar o trabalho
programado
• Superposição de tarefas (três liberações ao mesmo tempo)
• Não ter o pessoa l correto designado às equipes
• Desaparecitnento do apoio da gerência
• O t rabalho começar a "poucos dias do prazo fina l", em vez de "o mais rápido
possível"
• Proteção do seu "domínio" entre funcionários de níveis não gerenciais
• Inexistência da gestão de riscos
• Mudança gradual do escopo do projeto (mudanças incrementa is que são vistas
como "pequenas" no momento em que ocorrem, mas que, sotnadas, representam
grandes incrementos)
• Comunicações ineficientes com atividades de outros países
• Responsabil idades vagas/mudando toda hora (de quem é a responsabi lidade?)
As empresas grandes tendem a favorecer as "ilhas" de gestão de projetos em vez
de uma cu ltura que abranja toda a empresa. Entretanto, há situações etn que uma
empresa precisa desenvolver uma cultura em toda a empresa se quiser pennanecer
competitiva. Às vezes é simplesmente para pennanecer sendo a ma ior concorrente;
outras vezes, é para se tornar uma empresa global.
3
Material fornecido por Alfredo Vázquez Díaz, PMP'", diretor, PMO, lndra.
Capítulo 6 Cultura 341
de negócios e esti1nulando que se produzam resultados que atenderão aos objetivos das
unidades de negócios (lucratividade, eficiência de custos, desenvolvi1nento de recursos,
produtividade, etc.) Os funda1nentos da gestão de projetos são exibidos na Figura 6- 1.
O PMO corporativo oferece suporte a em torno de 3.300 gerentes de projetos que
precisam de d ireções, missões, estratégias e metodologias claras, além de um conjunto
comum de ferra1nentas e procedimentos para desenvolver seu t rabalho . Somos res-
ponsáveis por desenvolver e atua lizar a IPMM, a Metodologia de Gestão de Projetos
Corporativa. Co1n base nesse desenvolviinento, os requ isitos para atua lizar o SIGP da
empresa são definidos e implementados. Oferece-se suporte contínuo tanto às unida-
des de negócio quanto aos gerentes de projetos individuais, em termos de treinamento
e instrução, networking informal e participação em di ferentes iniciativas relacionadas
à gestão de projetos que são exigidas pelas unidades de negócios. Nosso objetivo final
é const ruir e consolidar uma cultura de gestão de projetos forte e reconhecível na ln-
dra, independentemente da unidade, da área geográfica ou do setor de negócio em que
a gestão de projetos é realizada.
Em 2005, começamos um programa interno de certificação de profissionais de
gestão de projetos (PMP®) para um pequeno grupo de gerentes sênior de programas e
projetos e gerentes de unidsades de negócios. Esse programa de certificação passou a
ser real izado anualmente desde então, e se tornou uma das iniciativas mais procuradas
pelos gerentes de projetos. Os gerentes de negócios cuidadosamente selecionam os
cand idatos que participa1n do programa.
Ao todo, 1na is de 950 profissionais já passaram pelo processo de treinamento de
PMP®. Alcança1nos objetivo de contar de ter concedido 500 certificações de PMP®
até o fim de 2012. Hoje, já contamos com 558 PMPs® e temos e1n torno de outras 40
pessoas aguardando para fazer o teste.
Esses números não teriam sign ificado sem um contexto. Para nós, tê-los alcan-
çado significa que uma grande proporção dos profissionais mais experientes e talen-
Metodologia de GP da lndra
(IPMM) e Instruções
SIGP Metodologia e
Negocla-GEP/ padrões de gestão
Gestiona de projetos
• Desenvolvimento
e atualização da
' metodologia de
GP corporativa
tosos da lndra é ben1 treinada nas melhores práticas de gestão de projetos. Levando
en1 consideração gue nossa metodologia de gestão de projetos, a IPMM, é a linhada
ao Guia PA1BOK"', poderíamos intuir que um PMP®certificado poderia rapidamente
espalhar o conhecimento e a experiência nas melhores práticas de gestão de projetos
en1 sua área de influência, seja ela seu p rogran1a, projeto ou sua unidade de negócios.
Essa é uma n1anei ra que funciona quando se t rata de estabelecer uma forte cu ltura de
gestão de projetos en1 todas as filiais de un1a empresa. (Ver Figura 6- 2.)
Começamos em 2008 con1 a colaboração de PMPs®como instrutores internos que
repassavan1 o conteúdo do curso Gestão de projetos na Indra, criado pelo PMO Cor-
porativo. Esse curso expl ica a Metodologia IPMM e os sistemas de inforn1aç.ão do GP.
Graç.as a essa iniciativa, estamos treinando nosso jessoal no padrão PMBOK®e, ao
mesmo ten1po, a experiência do instrutor de PMP é usada para adaptar a gestão de
projetos ao nosso contexto, usando projetos e serviços que a Indra oferece aos seus
clientes co1no exemplos de tre inamento. Na verdade, essa colaboração ten1 sido un1
sucesso, com resultados positivos para todos os participantes envolvidos:
• PMPs®contri buem para criar Uina cultura de gestão de projetos n1elhor, difundindo
as n1elhores práticas na empresa e tambén1 obtendo Unidades de Desenvolvin1ento
Profissional (PDUs, Professional Development Units ) para n1anter sua certificação.
• Os trainees se conectam diretamente com o conteúdo, sem nenhuma interpretação
que um instrutor externo poderia oferecer, já que o professor é u1n PMP®que sabe
muito bem que problemas precisa1n ser abordados em relação ao gerenciamento
de um projeto e1n nossa empresa.
• Os departamentos de treinamento de RH ta1nbém saem ganhando, pois podem
investir dinheiro e1n out ras áre.as que poderiam precisar de instrutores externos.
• O PMO corporativo, que supervisiona e apoia a consistência da mensagem que
está sendo passada no processo de treina1nento.
No fim das contas, é a lndra como um todo que se beneficia, pois o conteúdo
desse curso de gestão de projetos fo i colocado no formato de e-learning, t raduzido
* *
Difusão dos Suporte às
conhecimentos sobre GP empresas locais
• Ministrado anualmente
• Desde 2005 • +550 PMPs'" certificados
• Selecionado pelo PMO • 40 GPs com testes pendentes
• E também Centros • +70 GPs iniciando seu processo
Registrados de de treinamento
Treinamento (REPs) • +950 GPs treinados
GESTIONA 1
Master Plan
ltshows.ln an lntepatedplan:
Tl'le scope ot me project
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+
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Budget
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Figura 6-3 Curso Gestão de proíetos na lndra na plataforma de e-leaming.
6.6 maxlT-VCS
Quando você t rabalha em sua própria empresa, geralmente pode se dar ao luxo de
dedicar tempo a mudar a cu ltura da empresa para que ela passe a apoiar ma is a gestão
de projetos. No entanto, quando você tra balha como consu ltor e precisa real izar 1ni-
344 Gestão de projetos
PMPnet
My Trirnning
~ IIUl'l~lfflfffl
'°""'9'C.~~
......
( : ~ M:IO\ll)!'I$ ~f>Jl!il
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Figura 6-4
-
"PMPnet'' na ferramenta Sharíng Knowtedge.
~pmp
lagres e1n u1n cl iente que tem uma cultura que se recusa a apoiar a gestão de projetos,
a vida pode ser bem d ifícil. Marc Hirshfield, PMP®, diretor do escritório de gestão de
projetos na maxIT-VCS, afirma:
Como consultor de gestão de projetos trabalhando no estabelecimento de um clie nte, a
cultura da empresa muitas vezes não apoia a gestão de projetos. Normalmente, a reação
inicia l a um GP é o ceticismo, até que um GP lidere uma equipe de projeto e implemente
um projeto bem-sucedido. Q uando percebem a importância da gestão de projetos, in-
cl uindo um plano de trabalho bem definido, relatórios de status, lista de problemas, etc.,
mudam de opinião. Na ma ioria dos casos, a cultura permite que a gestão de projetos
funcione de maneira informal. Entretanto, uma GP pode ser bem-sucedida com uma in-
trodução gradual de ma is metodologias formais a um projeto que criem padrões para
projetos futuros.
Uma barreira cultural específica à aceitação pela organização da função de gestão
de projetos é a percepção de que ta l função consome tempo demais, exige deta lhes
excessivos e que o uso das metodologias e ferramentas de gestão de projetos sobre-
carregam o projeto. Com ênfase excessiva sobre a ferra 1nenta, essa percepção pode se
tomar uma rea lidade. Os projetos funcionam mel hor, e são mais aceitos pela gerência,
se o gerente de projetos focalizar a comunicação como o objetivo, co1n a ferramenta
usada si1nples1nente co1no uma maneira de manter grandes quantidades de tarefas
organizadas e aco1npanhadas em subpartes gerenciáveis.
Um outro grande desafio cultural em nossa indústria é o aumento gradual do es-
copo. As principais partes interessadas, incluindo a gerência, podem solicitar um novo
escopo para o projeto, o que o coloca em risco. U1na forma de superar esse desafio é
ter o documento de escopo preparado e aprovado antes de o projeto começar. Se qual-
quer pessoa tentar au1nentar o escopo, o gerente de projetos pode lembrar o grupo do
Capítulo 6 Cultura 345
MIDAS STARTNOW
GDU 1a rM$1on
MIDAS significa metodologia para o desenvolvimento,
personalização e serviços usada na lndra
••
LISTAGENS I PAPÉIS-PERFIS I PLANEJAMENTOS I FERRAMENTAS I PADRÕES I RECURSOS
-- --
Gerenciamento de escopo
~.....,.......
3.3
V.tlldaçto
t
Marco de
V.tlldaç-.11)
e entrerp
"'"°
d!IIÍCIO
t
Tecnologia e suporte t
plano original (declaração de escopo) e de como adiciona r mais tr aba lho afetaria o
orçamento e a linha do tempo.
A falta de compromisso das principais partes interessadas ta tnbém é utn desafio
cultura l em nossa indústria. Às vezes, as pessoas queretn ser incluídas no processo de
tomada de decisõe.s, mas não desejam estar presentes nas reuniões. Isso causa atrasos
desnecessários, o que pode afeta r a conclusão do projeto. Uma 1naneira de superar esse
desafio é se encont rar com as principais parte.s interessadas e lhes pedir pessoalmente
que estejam presente.s nas reuniões, verifiquetn suas agendas com antecedência para
garantir que estejam disponíveis ou organiza r encontros setnana is para revisar todas
as decisões e obter sua aprovação antes de prosseguir com o projeto. E1nbora isso
possa ser um t raba lho ext ra para o gestor de projetos, ga rantirá que atrasos desneces-
sários sejam evitados e que se ofereça o suporte necessário.
Acreditamos que algu1nas organizações que nos empregam tenham hoje uma ex-
pectativa de que tenha ,nos certificação de gerente de projetos, o que implica maior
conscientização e maior desejo por gerentes de projetos profissiona is. Essa documen-
tação geralmente é sol icitada como parte de uma solicitação de proposta.
Como p rofissionais de projetos, percebemos a importância de gerenciar o projeto
de um cliente levando em consideração a sua cultura: considerando seus processos de
tomada de decisões, sua govemança forma vers11s informal e o gerenciamento de reu-
niões, a cultura de comunicação, etc. Um bom gerente de projetos é capaz de adaptar
346 Gestão de projetos
4
6.7 DFCU Financial
Com US$3,4 bi lhões em ativos, a DFCU Financia l é a ma ior cooperativa de crédito
de Mich igan, EUA, e está ent re as 40 maiores do país. Com um aumento de 318,7%
na receita líquida desde 2000, a DFCU Financial nunca foi tão bem-sucedida, e a im-
p lementação eficiente de projetos desempenho um importante papel nisso. Na raiz de
sua história de sucesso, há u1na lição de como promover o que há de melhor em sua
cu ltura corporativa. A história ta 1nbém serve de prova de que se manter fiel a valores
cent rais é u1na forma garantida de sustentar o sucesso no longo prazo.
• ©2013 por DFCU Financial. Reproduzido com permissão. Todos os direitos reservados.
Capítulo 6 Cultura 347
Com a nomeação de um novo presidente no final do ano 2000, a equ ipe executiva
da DFCU Financial co1neçou a 1nudar. Não levou muito tempo para que a nova equ ipe
avaliasse o "balanço patrimonial cultural". Do lado dos débitos, enfrentávamos diver-
sos desafios culturais que afetavam diretamente o sucesso dos projetos:
• Falta de responsabilização pela execução dos projetos
• Planeja1nento estratégico e priorização tática ruins
• Projetos cont rolados quase que exclusivamente pelo departa1nento de TI
• Gestão de projetos extremamente burocrática
• Empoderamento limitado
Do lado positivo, nosso maior ponto forte ainda era nossa forte cultura de servi-
ços. Com a tarefa de analisar a proposição de valor da empresa no mercado, a antiga
vice-presidente sênior de marketing, Lee Ann Mares, fez as seguintes observações:
Por meio das histórias que s urgiram em grupos de foco com membros e funcionários, ficou
muito claro q ue o legado dessa organ ização era seus serviços extraordinários. Confirmar
que a marca DFCU cuidava de serviços foi a parte fácil. Tornar essa generalidade acessível
e acionável era difícil. Como se quebra um conceito como serviços proe,ninentes em coisas
com as q uais as pessoas possam se identificar em seu trabalho cotidiano? Criamos três
princípios orientadores extremamente claros: faç.a-os "ganhar o dia"; simplifique as coisas;
e seja um especialista. O interessante foi que essas regras simples não só nos deram uma
linguagem comum, mas também nos ajudaram a exigir mais de nós mesmos em muitos
aspectos. Então, trabalhamos com os funcionários de área de toda a organ ização para
elaborar a inda mais os princípios. O resultado foi uma lista de 13 Ações de Marca (Brand
Actions) - coisas q ue cada um de nós pode fazer para prestar um serviço extraordinário
(Tabela 6- 2).
Embora estivéssemos ocupados defin indo nossa marca, estáva1nos, obviamente,
executando projetos. Desde 2000, tínhamos melhorado nossa eficiência operacional
por meio de inúmeros projetos de mel horias de processos. Substituímos diversos de
nossos principa is subsistemas. Lançamos novos produtos e serviços e abrimos novas
fi liais. Tornamo-nos cada vez melhor na execução de projetos, devido, e1n grande par-
te, a várias mudanças específicas que fizemos no modo como lidávamos com projetos.
Quando observamos ma is de perto o que essas mudanças sign ificavam, ficou claro sua
forte congruência com nossos Princípios Orientadores e Ações de Marca. Por mais
simples que possa parecer, torna1no-nos melhores em gestão de projetos 1nantendo-nos
fiéis à nossa marca.
TABELA 6-3 Lista de cabeçalhos dos relatórios de projetos corporativos da DFCU Financial
todo ano. Ao longo do ano, gerentes ind ividuais ad icionariam novos projetos à nossa
lista. Gera lmente, muitos desses projetos tinham pouco a ver com o que estávamos
realmente tentando alcançar em termos estr atégicos. Tínhamos mais projetos do que
poderíamos rea lizar eficientemente e, honestamente, 1nuitas vezes priorizávamos pro-
jetos com base na conveniência para o departamento de TI, em vez de no que seria
melhor para a organização e nossos membros." Focal izar nas principais iniciativas
possibilitava dizer "não" para pro jetos de baixa prioridade que não agregava1n valor
ou que simples1nente não eram do interesse de nossos membros. E o novo parâmetro
para medir o sucesso de um projeto era não meramente se a parte de TI do projeto
estava concluída, mas si1n se o projeto tinha cumprido seus objetivos mais amplos e
cont ribuído para o sucesso da empresa co1no um todo.
sua responsabi lidade soar o ala nne. Grande parte do medo estava relacionado a não
querer causar problemas aos outros. Esta tnos tentando tornar confortável para as
pessoas levantar questões. Se o rei está nu, queremos que a lguém se man ifeste ! Para
fazer as pessoas visualizarem a obrigação que têm de se manifestarem, peço que elas
imaginem estar andando de trem e que elas acham que sabem de algo que poderia co-
locar a viagem etn perigo. Elas têtn a obrigação de puxar a corda e parar o tretn. Isso
não tem sido fácil para as pessoas, ,nas esta1nos fazendo progressos diários".
Resultado Classificação
Média nacional Média regional Concorrentes Concorrentes
Mét rica DFCU das concorrentes' das concorrentes' nacionais regionais
Retorno sobre 1,94% 0,42% 0,77% 1 1
ativos
Retorno sobre 13,98% 4,23% 7,19% 2 2
capital próprio
Índice de eficiência 49,57% 65,41% 69,31% 5 3
capital/Ativos 13,91% 9,82% 10,69% 2 9
Total de ativos US$2,0 Bi US$3,4Bi US$1 ,0 Bi 39 5
1
Cinquenta maiores cooperativas de crédito medidas pelo total de ativos.
2
Cooperativas de crédito com pelo menos US$500 milhões em total de ativos nos estados do Michigan, Pensitvânia, Ohio,
Indiana, Illinois, Wisconsin e Minnesota, EUA.
352 Gestão de projetos
Devido ao seu escopo, o projeto de conversão de sistema foi o único projeto cor-
porativo comissionado e1n 2006, e toda a atenção estava sendo voltada para ele. Não
era uma tarefa fácil, portanto, entregar a mensagem de que o projeto estava passando
por problemas. "Mark estava ciente de estáva1nos tendo dificuldades quando nos sen-
tamos para discutir se teríamos uma conversão suave em outubro», comenta o princi-
pal executivo de informação, Vince Pittiglio. "Já tinha precisado da r 1nás notícias antes
para outros chefes, mas a conversa que tive com Mark foi 1nuito diferente de todas as
anteriores." Nosso objetivo declarado com essa conversão era praticamente não cau-
sar nenhum dano. Todos concordamos que não podíamos fazer nossos membros ou
nossos funcionários passar pelo mesmo tipo de conversão pelo qua l tínhamos passado
e1n julho de 2000. Precisávamos fazer o melhor possível. Segundo Pittigl io, "Explicitei
os principais problemas que estávamos enfrentando e o fato de que nenhum de nós no
projeto acreditava que eles poderiam ser resolvidos até a data de outubro. Se manti-
véssemos a data original, acreditávamos que afetaríamos negativamente a experiência
dos 1nembros". Mas nosso CEO, Mark Shobe, foi muito claro - ele insistiu que esse
projeto fosse uma experiência de qual idade tanto para os membros quanto para os
funcionários, co1no todos tínhamos concordado desde o início, e ele estava d isposto
a ad iar a data e coloca r out ras iniciativas em suspenso pa ra garantir o sucesso da
conversão. A equipe do projeto concordou com u1na data revisada para a conversão
no início de junho de 2007. Segundo a gerente de projetos e vice-presidente sênior de
conversão, Ma rtha Peters, "E1nbora a equipe continuasse a enfrentar dificuldades com
o fornecedor, trabalha ,nos pesado e fizemos nosso traba lho sem maiores problemas.
Fez uma verdadeira diferença saber que os principa is executivos e o conselho d iretor
tinham levado nosso feedback a sério. No final das contas, nenhum problema grandio-
so aconteceu para nossos me1nbros e funcionários, exatamente como quería1nos que
fosse. Foi uma decisão difícil adiar a conversão, uma decisão que muitas empresas não
estão dispostas a toma r. Mas foi uma decisão acertada - nós realmente tentamos nos
manter fiéis à nossa marca."
Cootdenador de
Dono de negócios projetos cotpOtat!YOS
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lorrnulàl'o de
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Figura 6-6 Processo de iniciação de projetos na DFCU Financial.
que precisávamos de um pouco 1nais de d isciplina nesse processo. Em out ros anos,
defendíamos independentemente nossos projetos na hora da aprovação do orça1nento
com os líderes de nossas divisões. Se tivéssemos aprovação orçamental, víamos nosso
projeto como fazendo 'parte da lista'. Quando chegava a hora de realmente executá-lo,
no entanto, geralmente tínhamos problemas com o recrutamento de todos os recursos
das diferentes áreas que precisavam ser envolvidas, especialmente os do TI".
O novo processo cont ribuiu não somente com a clareza relativa aos projetos cor-
porativos, mas com o t rabalho em equipe também. Como Schornhorst tinha refleti-
do no final de 2008, " Revisamos os projetos solicitados para 2009 usando o novo
processo. Embora não tenhamos dado conta cotnpletamente do acúmulo de projetos
criado pela conversão de sistetna, ta tnbém temos um outro projeto que provavelmente
tomará a ma ioria dos recursos em 2009. Isso não é boa notícia para áreas cujos pro-
jetos a inda não foram abordados. O que é interessante, porém, é como houve pouca
contenção quando revisamos a súmula de 2009 - e tivemos de colocar mu itas coisas
importante 'em banho maria'. Acho que quando você faz todos revisarem os fatos
simultaneamente, é mais fáci l obter um conjunto de prioridades que faz sentido para
a organização e que se apoiam mutuamente independente de seus interesses pessoais.
Isso ajuda a despertar o melhor de cada um de nós."
executiva decidiram permanecer como uma cooperativa de crédito, ,nas buscar outros
caminhos para o cresci tnento . Com essa fina lidade, no início de 2009, o consel ho
d iretor apresentou uma proposta aos membros da DFCU para voto sobre uma fusão
com a cooperativa de crédito CapCom, que possuída nove fi liais nas áreas centro-sul
e oeste de M ichigan, EUA. Segundo o antigo principal executivo operacional, Jerry
Brandman, "Consideramos 1nu itas opções diferentes para abordar nossa visão est ra-
tégica de crescimento e expansão de nossos membros - de fusões a várias estratégias
internas de crescimento. Apesar de nós, na indústria de cooperativas de crédi to estar-
mos atuahnente enfrentado os mesmos desafios que out ras instit uições financeiras,
tambétn somos uma indústria fa ,nosa pela qua lidade de nossos serviços. E aqu i na
DFCU Financial nós não somente falamos sobre serviços - nós os prestamos. Nossos
funcionários são fel izes e entusiasmados. Tratam nossos membros 1nu ito bem. Fomos
classificadas entre as 101 melhores melhores empresas para se t rabalhar no sudeste de
M ichigan por cinco anos consecutivos, baseado em feedback de nossos funcionários. E
temos utn programa de member shops que nos mostr a como nosso serviço se cotnpara
aos benchmarks da indústria. Nosso desetnpenho foi, consistentemente, do ma is alto
nível de serviço em relação às nossas concorrentes. A fusão com a CapCom e a passa-
gem a um charter comunitário nos propiciará o crescimento de que precisamos para
garantir um futuro promissor para nossos membros e funcionários. Isso nos permitirá
d ifundir a marca DFCU para outr as áreas geográficas. Acreditamos que essa proposta
será at raente para nossos mem bros e será betn -sucedida. Acreditamos que as pessoas
quei ram fazer parte de nossa organização."
E tên1 bons motivos para isso. Tan1bém no início de 2009, a DFCU Financial pagou
utn dividendo de patrocínio de US$17 mi lhões aos seus men1bros pelo terceiro ano
consecutivo, son1ando utn total de 1nais de US$50 mil hões desde o começo, durante utn
dos piores cenários econômicos a afetar a Motor City etn décadas. Segundo Keri Boyd,
vice-presidente sênior de 1narketing na época, "Como estamos co tnprometidos en1 per-
manecer sendo u1na cooperativa de crédito, procuramos 1naneiras de melhorar nossa
proposição de valor aos membros existentes e atra ir novos membros. O dividendo de
patrocínio é a pedra fundamental de nossa abordagem para expandir o negócio co1no
u1na cooperativa de crédito". Con10 resumiu Mark Shobe, "O conselho diretor e eu
não quería1nos começar a fazer os paga1nentos até tennos a certeza de que podería1nos
sustentá-lo ao longo dos anos. Exigiu utn traba lho pesado, a lgu1nas decisões difíceis,
u1na excelente execução de projetos e diligência en1 nossas operações cotidianas para
estar na posição de compartilhar nosso sucesso con1 nossos n1en1bros. A verdade é que
a força 1notriz por trás de nosso sucesso é nosso con1prometi1nento coletivo com nossa
1narca." Então, con1 un1 cronograma de projetos acordados para 2009, u1na possível
fusão se aproxin1ando no horizonte e alguns n1en1bros muito, n1uito satisfeitos, con10 o
1napa da DFCU está funcionando? "Muito ben1, obrigado!", responde Mark.
exercício fonna l de lições aprendidas ao sair da fusão com a CapC01n, pude reutilizar
os elementos que funcionaran1 e me focal izar nas áreas que precisavam ser fortalecidas.
Por sermos uma empresa pequena, não possuímos recursos dedicados de gestão de
projetos. Espera-se que os gerentes da linha de frente e das un idades de negócios de re-
taguarda e suas equipes participem como membros de equipe de projeto, e geralmente
sirvam como gerentes de projetos. Em nossos projetos de fusão, todos os gerentes são
responsáveis por tadas as tarefas de integração que estão relacionadas à sua un idade
de negócios. Eles são essencialmente o gerente de projetos de sua área funcional. Os
gerentes cujas operações estão fortemente acopladas ao sistema computacional central
têm a inda 1naior responsabilidade de garantir que os dados do sistema que está sendo
abandonado seja convertido de forma segura e correta ao siste1na sobrevivente. É u1n
conjunto de responsabilidades hercúleo.
Uma das lições aprend idas com a fusão com a CapCom é que essas responsa-
bi lidades não estava1n claras para todos, então, tínhamos d iferentes graus de cum-
pri1nento da 1netodologia do projeto. Pelo mesmo motivo, todos aprendemos juntos
nessa primeira fusão quais eram as principa is peças daquele processo e como elas se
encaix ava1n umas às outras. Para desenvolver o que aprendemos com a CapCom, tra-
balhei com a equ ipe executiva para desenvolver um termo de abertura do projeto que
explicasse seu escopo, objetivos, estrutura e responsabilidades dos participantes e para
realizar uma revisão desse documento na reunião inaugural. Então, para tornar esse
projeto de grande escala ma is gerenciável para os gerentes das unidades de negócios,
reuni o pequeno conjunto de ferramentas que todos teriam de utilizar - nosso banco
de dados usual de projetos no Lotus Notes, um tetnplate com u1na lista de tarefas sim-
ples em Excel e um template co1n um relatório de status simples - e articu lei claramen-
te as regras de envolvimento: 1) as ferramentas deveriam ser usadas proativa1nente, 2)
as listas de tarefas e os relatórios de status precisavam ser postados por prazo fina l no
banco de dados e 3) o gerente de projetos de cada área tinha de revisar seu relatório
por escrito, postando-o em cada reunião de projeto com toda a equipe. Disponibil izei-
-me totahnente a qualquer pessoa que precisasse de ajuda com a utilização das ferra-
mentas e fiquei feliz em ver até que ponto aumentamos a competência de nossa gestão
de projetos por 1neio desse projeto.
Os requ isitos 1netodológicos e o conjunto de ferramentas que insistimos que os lí-
deres e os participantes do projeto usasse1n para o projeto da Mid\Vest valeram muito
a pena para nós, e não só para aquele projeto de fusão.
acontecendo quase que despercebido e1n meio a uma fusão. Estava na hora de pisar no
freio. Segundo Steven Schuhnan, vice-presidente sênior de desenvolvimento de fil iais,
"Lá estava eu, recé1n-promovido a VP sênior e min ha primeira grande ta refa era me
livrar de nossos CDMs. Nada demais, certo? De uma hora para out ra, vários outros
gerentes começam a me encher de perguntas - já pensou no impacto sobre os proce-
d imentos? As unidades estão tota lmente amortizadas? O departamento de instalações
irá reformar o gabinete dos caixas - eles têm orçamento para isso? Precisamos remo-
ver os CDMs do sistema? E assim por diante. Senti que estava fazendo a coisa certa,
mas ficou claro para mim que, para fazer aqui lo imed iatamente, eu precisava seguir
nossos protocolos normais de gestão de projetos. Lições aprendidas!".
O projeto de desi1nplementação dos CDM foi um divisor de águas para nós em
d iversos aspectos. Era absolutamente a coisa certa a se fazer e provavelmente não
era muito aconselhável ad iar por muito ma is te1npo. Ao 1nesmo tempo, todos nós,
gerentes de unidades de negócios tínhamos inúmeros projetos tanto de grande quanto
de pequena escala em nossas listas de afazeres e, alguns deles, exatamente como esse,
tinham realmente de prosseguir - apesar da fusão. Então, para o benefício de todas as
partes envolvidas, realmente precisávamos forçar nossa metodologia de projeto e nos-
so conjunto de ferra 1nentas a ser utilizado por um público muito 1na is amplo. Sendo
assim, demos ao Steven as ferramentas de que ele precisava para realizar esse projeto,
e então passamos 2011 não somente term inando a fusão da M id\Vest, mas também
implementando algumas melhorias no modo como gerenciamos projetos e nos comu-
nicamos a respeito deles. Embora ainda utilizássemos bancos de dados dedicados para
projetos de grande escala como fusões, d isponibilizamos o banco de dados de projetos
corporativos em Lotus Notes, que contém tetnplates de projetos e oferece u1n lugar
para postar documentos para todos os projetos ativos (ver Figura 6- 7). No final de
2011, também introduzimos u1n Processo de Mudanças Empresaria is formal criado
para garantir que evitássemos um out ro projeto surpresa como a desimplementação
dos CDMs. O processo é leve em termos burocráticos e exige que os gerentes das
un idades de negócios iniciem a conversa determinando como prioridade um banco
de dados de suporte que descreva o problema que precisam resolver ou o projeto que
acreditam que precise se envolver. Temos u1n pequeno comitê empresarial de mudan-
ças, formado por representantes de cada divisão, que revisa as prioridades toda sema-
na para melhor compreender o escopo de cada in iciativa e determinar que á reas preci-
sam ser envolvidas. Em alguns casos, as prioridades de mudança empresarial passam
à estatura de projeto corporativo, sujeitos aos nossos protocolos formais de gestão de
projetos. Na maioria dos casos, porém, as iniciativas empresa riais de mudanças pros-
segue1n como projetos de pequena esca la que são traba lhados à medida que o tempo
> ATMADA.Comphdl'ICC
Current Proj•cts > ATM SelYICC Conlntcb
Meeting Topies > ATM Temunal OriYing
Meetlng Oat•• > Cnrpcnter & ~ r d Broncti Con81r'uctK>n
Project Requests > CETO
PMO S•cure > ECM Arcttrv'8 Con"'8t8ion
--
2013 Resource Planning
• • - .i..1..1.
"'&t<offill png,r,t, ontk cvtnt of •no!,,.,...,.
Figura 6-8 Documento de planejamento de recursos da DFCU Financial.
permitir, ao cont rário dos projetos corporativos aprovados e dos projetos recorrentes
necessários como atua lizações do sistema cent ral e relatórios fiscais. Juntamente cotn
essa mudança nos processos, criamos uma nova lista de projetos que resume todos
os projetos em andamento em qualquer dado momento e perm itimos que a gerência
compreenda não somente as prioridades dos projetos, mas onde os recursos de toda
a etnpresa estão cotnprometidos atua lmente (ver Figura 6- 8). A lista é liberada men-
salmente a toda a gerência, que é encorajada a dedicar um tempo a revisar o que está
na lista e cotnpartilhar com suas equipes aquilo que acharem apropriado. A intenção
da nova lista de projetos é garantir t ransparência sobre como os recursos estão sendo
implantados nos projetos e conscientizar sobre iniciativas que acabarão afetando os
funcionários e/ou membros.
E a marca continua
Tivemos um sucesso financeiro significativo ao longo dos últimos anos, e a equipe
executiva está mu ito focalizada em sustentar esse sucesso no longo prazo. A mar-
ca DFCU Financial nos orienta no que precisamos fazer e, em muitos casos, como e
quando precisamos fazê-lo. Nossa 1narca tem mu ito a ver cotn moldar o modo como
abordamos projetos, pois reflete como pensamos a nosso próprio respeito e o que que-
remos alcançar. Continuaremos a progredir como pudermos com nossa estratégia de
crescimento gerenciado. Nosso recétn -concluído estudo sobre a expansão informará
nossas decisões quanto a construir novas filiais e, embora o ambiente esteja 1nudan-
do, continuaremos procurando oportunidades de fusões. Ao mesmo tetnpo estamos
procurando cuidadosamente maneiras de melhorar, de levar nossos produtos, serviços
e processos ao próximo nível. Então, quando começarmos em 2013, teremos vários
projetos e iniciativas em andamento que tiveram seu ponto de partida na marca.
360 Gestão de projetos
resposta de voz interativa (IVR) e lançar o apl icativo de transações bancárias móveis.
Atualmente, estamos passando pelo processo de solicitação de propostas para substi-
tuir nosso canal de tr ansações bancárias via internet. Nosso alvo é que essas mudanças
sejam realizadas em 2014. Um requisito estratégico importante para todas essas ini-
ciativas é simplificar nossas soluções e facil itar nossas mudanças e melhorias. Para tal,
precisamos passar de nossas p lataformas, que hoje são extremamente personalizadas,
a soluções que nos permitam que nos adapte1nos ma is rapidamente a mudanças tecno-
lógicas e mercadológicas".
À medida que a DFCU Financial embarca no próximo trecho dessa jornada, o
mapa de orientação serve mais para polir nossa experiência, mel horando a qualidade
da prestação de serviços e sendo bem-sucedido e1n u1n mundo ági l e cada vez mais co-
nectado. E, como sempre, o "como" de nossa jornada será guiado por nosso interesse
e1n sustentar e ampliar nosso sucesso e em incentivar nossa 1narca a fazê-lo.
A ordem
O CEO emitiu uma ordem para que a metodologia Profserv fosse adotada por todos
os funcionários, inclusive a gerência sênior, que foi responsabilizada pelo sucesso de
sua execução. Emitiu-se u1na ordem similar para a adoção, e1n toda a empresa, de uma
abordagem-padrão para a gestão de projetos.
Capítulo 6 Cultura 363
A abordagem
Primeiramente, todos os gerentes, líderes de equipe e principais recursos de departa-
n1entos foran1 sensibilizados em relação a uma cu ltu ra de gestão de projetos e tan1-
bém foran1 instruídos quanto a que consequências podem su rgir quando tal cu ltura
não existe. As evidências se tornaram aparentes em un1a pesquisa feita com un1a
amostra de projetos importantes que foram executados sen1 uma metodologia de
gestão de projetos que demonstrasse claran1ente onde as coisas deran1 errado e o
impacto sobre o sucesso desses projetos. A resposta e o feedback dos funcionários
foran1 enormes, o que resu ltou em alguns funcionários ficaren1 ansiosos para che-
garem logo ao treinamento que estava por vir. A organ ização propriamente dita foi
reestruturada, adotando un1a abordagem baseada en1 equipes para a prestação de
serviços e, quando relevante, os papéis de supervisor e gerente foran1 renomeados
para " líder de equ ipe".
O escritório de projetos agora tinha redirecionado seu foco para um escritório de
gestão de projetos (PMO ) com a ordem de estabelecer e disponibilizar uma metodo-
logia e servir de repositório para disseminar informações sobre a gestão de projetos,
além de para amadurecer a cultura no curto e no longo prazo. A liderança da organi-
zação mostrou seu compro1neti1nento investindo no t reinamento da equipe e comple-
mentando a equ ipe existente cotn o recrutamento de gerentes de projetos experientes.
O sucesso
Os desafios da fusão de culturas mistas, departamentos fundidos, funções fund idas e
níveis variados de maturidade em gestão de projetos, ou a ausência de.sra agora tinha tn
sido a barcados em um único teste. O sucesso emergente foi recompensador quando
a abordagem baseada em equ ipes começou a ser colocada em prática. Hoje há u1na
abordagem padronizada para todo o ciclo de prestação de serviços desde o 1nomento
em que a empresa consegue a oportunidade até o momento em que implementa a so-
lução. Houve também evidência de um aumento dos negócios de repetição de clientes
existentes e a oportunidade de licitações com apenas um participante.
Recentemente, foi real izada u1na outra pesquisa com uma amost ra de projetos
similar à da primeira pesquisa, desta vez executando os projetos utilizando uma meto-
dologia de gestão de projetos. Os resultados fa laram por si só, cotnprovando o maior
sucesso dos projetos.
Conclusão
Adotar uma cu ltura de gestão de projetos e1n uma fusão pode parecer uma barreira
quase que intrasponível no início, mas ao segu ir mel hores práticas de adesão, envolvi-
mento e apoio da alta gerência, metade do trabalho já está feito. O resto se resume ao
PMO se manter visível por meio de mentoria, ensino e acesso às informações necessá-
rios e ao apoio a todas as sub-ramificações da organ ização até que a transferência da
cu ltura tenha sido embutida.
Nas palavras do então CEO:
Começando! A abordagem da adoção talvez seja o aspecto mais crítico de qualquer proces-
so de mudança. Discutivelmente mais crucial do que a mudança propriamente dita, a abor-
dagem deve ser pensada e implementada cuidadosamente. O que vem a seguir é o resultado
da devida deliberação por parte da gerência e do (eedback dos grupos de foco formados por
funcionários.
Alguns acreditam q ue adultos aceitem melhor novas abordagens quando eles compreen-
der o porquê delas. Portanto, começaríamos com sessões abrangendo toda a organização
sobre POR QUE.
Depois, prosseguiríamos com o CO!v!O.
6.10 Hewlett-Packard
Doug Bolzman, consultor em arquitetura, profissiona l de gestão de projetos (PMP®),
especial ista e1n !TIL® na HP, acredita que:
Em muitos casos, institu ir a gestão de projetos é uma pa rte capacitadora da mu-
dança cultural exigida por uma organização. Quando são necessárias grandes melho-
rias, a cu ltura é apritnorada por 1neio da instituição da ge.stão de projetos, e e.sra não
pode depender de haver uma cu ltura e1n vigor. Implementar liberações/projetos que
abarquem roda a empresa exige que a cu ltura leve a organização de um gerencia1nento
funcional a um gerenciamento 1natricial, faça a entrega deixar de ser centrada no pro-
jeto, passando a ser centrada em componentes e passe o planejamento do nível tático
(emocional) para o nível estratégico (analítico). Esse nível de mudança cu ltural precisa
ser identificado, projetado e imple1nentado.
Recentemente, t raba lhamos com o PMO de uma organização que estava primor-
dialmente gerenciando projetos ind ividuais, tin ha o dashboard típico em vigor para
comunicar o status, e representava basicamente u1na função admin istr ativa para a
organização. Oferecemo-lhe a oportunidade de ser um "PMO de primei ra classe", e
poderíamos ajudá-lo a implementar diversas 1nelhores práticas para permitir:
1. Direcionar o Mapa de Serviços de TI em termos de liberações para o cliente
a. Em relação ao cronograma das necessidades empresariais
b. Em relação à compatibilidade/ integração dos serviços/arquiteturas
2. Gerenciar/Integrar liberações de serviços de TI
a. Para cada equipe de Serviços/Entrega
b. Utilizando o ciclo de vida de gerenciamento de serviços
c. Gerenciar a integração e as dependências de cada liberação
3. Responsabilizar-se pelo Design e Implementação de solicitações de serviços
que fujam ao padrão
a. Projetos, entrada de membros, requisições, t ransferências de funcionários
b. Estabelecer uma previsão t ri1nestra l e abrir os Pedidos de Compra para
faturar as solicitações
4. Comunicar o status do serviço ao encarregado pelo serviço de TI e/ou ao
cliente
5. Estabelecer e medir ciclos de vida / políticas de serviços de TI
a. Estabelecer o ciclo de vida geral de gerenciamento de serviços e aprimorá-
-lo continuamente
b. Instituir consistência e1n co1no os serviços são prestados (i.e. Política de
Mudanças)
c. Trazer para o projeto provedores de serviços superiores pa ra garantir os
padrões apropriados para o cliente e padrões farmacêuticos
Con10 o PMO não "reconheceu" forn1a ln1ente o !TIL®, con10 uma melhor prá-
tica, eles negaram a oportunidade de avança r ou amadurecer seus serviços de gestão
de projetos e continuaram com suas próprias práticas administrativas. Eles tiveram a
oportun idade de ser uma força n1otriz significativa para sua empresa e p rover valor
no gerencian1ento de di reções gerais de TI, mas não queriam mudar, desejavam o
status quo.
366 Gestão de projetos
O cl iente seguinte com que trabalhamos tinha um PMO estabelecido cotn os mes-
mos parâ tnetros básicos de oferecer apoio aos projetos. Quando lhes apresentamos
essa oportunidade, eles pularam de a legria com o fato de que a lguétn estava disposto
a ajudá-los a serem 1na is va liosos para o negócio e sa ir do "modo administ rativo". En-
tão, a moral da história é a seguinte: as oportunidades estão d isponíveis (por meio da
promoção de mel hores práticas), e as pessoas que tiram proveito das mel hores práticas
são aquelas que desejam promover a excelência nos serviços.
Cultura
Uma cultura é um conjunto de crenças que as pessoas seguem. Cada empresa pode
ter sua própria cultura. Algumas empresas podem até mesmo ter 1núltiplas cu lturas.
Algumas culturas são fortes, enquanto outras são fracas. Em algumas nações dos mer-
cados etnergentes, há culturas naciona is que podem ser tão fortes que prescrevem as
culturas corporativas. Há inúmeros fatores que podem influenciar a cu ltura de uma
organização. Apenas os fatores que podem ter um impacto sobre a implementação e a
aceitaç.ã o da gestão de projetos serão discutidas aqu i. Entre eles, estão:
Capítulo 6 Cultura 367
Leis juridicamente impróprias: Nem todas as leis das nações de mercados e1nergen-
tes são vistas por outras nações como juridica1nente aceitáveis. Contudo, os gerentes
de projetos norte-a 1nericanos que esteja trabalhando e1n parceria con1 essas nações
precisan1 cumpri-las. Con10 exen1plo, contratos de aquisição podem ser adjudicados
não para o fornecedor ma is qualificado ou para aquele com oferta de n1enor custo, mas
para qualquer licitante que resida em uma cidade que apresente alto nível de desem-
prego. Como outro exe1nplo, algumas nações possuen1 leis que implican1 que subornos
sejan1 u1na prática aceitável ao adjudicar contratos. Alguns contratos ta1nbén1 poden1
ser adjudicados a parentes ou an1igos en1 vez de ao fornecedor mais qualificado.
Potencial de corrupçã.o: A corrupção pode existir e existe en1 alguns países e ten1
efeitos devastadores sobre os gerentes de projetos que se focalizam na tripla rest r i-
ção. Os gerentes de projetos tradicionalmente desenvolven1 un1 plano para cun1prir
os objetivos e a tr ipla restr ição. Eles também supõen1 que tudo será feito sistematica-
mente de n1aneira ordenada, o que pressupõe a ausência de corrupção. Em algumas
nações, no entanto, há indivíduos ou organ izações potencialmente corruptos que
fa rão todo o possível pa ra suspender o projeto ou desacelerá-lo, até que possan1
obter benefícios pessoais.
Status e politicagem
Status e pol iticagem prevalecen1 em todos os lugares e pode1n ter un1 impacto negativo
sobre a gestão de projetos. Em algumas nações dos n1ercados emergentes, status e políti-
ca chegan1 n1esn10 a sa botar a gestão de projetos e impedir seu perfeito funcionamento.
Fatores que podem afetar a gestão de projetos incluen1:
• Formalidades jurídicas e restrições governamentais
• Insegurança nos níveis executivos
• Consciência em relação a questões de status
• Obrigação socia l
• Política interna
• Dese1nprego e pobreza
• Atitude em relação aos trabal hadores
• Ineficiências
• Falta de dedicação em todos os níveis
• Falta de honestidade
Fonnalidades jurídicas e restrições governatnentais: Aqui nos Estados Unidos,
acreditamos que os funcionários com mau desempenho pode1n ser afastados do proje-
to ou até mesmo dem itidos. No entanto, em a lgu1nas nações de mercados emergentes,
os funcionários têm o direito de reter um emprego mes1no se seu desempenho for
aba ixo do padrão esperado. Ter um e1nprego e um pagamento periódico fixo é um
luxo. Há leis que determ inam clara1nente sob que condições um trabalhador pode ser
demitido, se u1na demissão for possível, em primeiro lugar.
Há leis ta1nbém que regulam o uso de horas ext ras. O uso de horas extras pode
não ser perm itido porque pagar a lguém pa ra t rabalha r fo ra de seu horário nonnal
pode acabar criando uma nova classe social. Portanto, as horas extras talvez não pos-
sam ser usadas como um meio de 1nanter ou acelerar um cronogra1na que esteja en-
frentando proble1nas.
Insegurança: Os executivos gerahnente sente1n mais insegurança do que os geren-
tes aba ixo deles, pois seus cargos podem ser o resultado de nomeações políticas. Dessa
forma, os gerentes de projetos podem ser vistos como as est relas do futuro e uma
ameaça aos executivos.
Capítulo 6 Cultura 369
Perm itir que gerentes de projetos que estão t rabalhando em projetos extremamen-
te be1n -sucedidos façam apresentações aos níveis 1nais a ltos de gerência no governo
pode ser um campo 1ninado. Se o projeto estiver enfrentando problemas, o gerente de
projetos pode ser forçado a fazer a apresentação. Os executivos têm 1nedo de gerentes
de projetos.
Consciência e,n relação a questões de status: Os executivos corporativos nas na-
ções de 1nercados emergentes são extrema1nente conscientes em relação a questões de
status. Eles têm um medo real de que a i1nplementação da gestão de projetos possa
forçá-los a perder seu status, contudo, se recusa1n a funcionar como pat rocinadores
ativos de projetos. O status geralmente é aco1npanhado por benefícios ext ras como
automóvel da empresa e outros privi légios especiais.
Obrigações sociais: Nas nações de mercados e1nergentes, as obrigações sociais
devido a crenças rel igiosas (e, possivehnente, crenças supersticiosas) e pol iticage1n
podem ser 1nais i1nportantes do que nas nações do primeiro mundo. As obrigações
sociais são maneiras de 1nanter a lianças co1n aquelas pessoas que colocaram um exe-
cutivo ou gerente de projetos no poder. Assim sendo, os gerentes de projetos podem
não ter permissão para interagir socilamente com certos grupos. Isso poderia ser visto
como uma ameaça à implementação da gestão de projetos.
Política interna: A política interna existe em todas as empresas do mundo. Antes
de os executivos considerare1n oferecer seu suporte a uma nova abordagem co1no a
gestão de projetos, eles se preocupam com se eles se tornarão mais fortes ou mais fra-
cos, se terão 1nais autoridade ou menos e se terão maiores ou menores chances de pro-
gresso na carreira. Esse é um dos 1notivos pelos quais apenas um pequeno percentual
de empresas em mercados emergentes possui PMOs. Qualquer executivo que consiga
o cont role do PMO poderia se tornar mais poderoso do que outros executivos. Nos
Estados Unidos, solucionamos esse problema pennitindo que vários executivos te-
nha1n seu próprio PMO, mas nos mercados emergentes, isso é visto como um excesso.
Desemprego e restrições governamentais: Praticamente todos os executivos com-
preende1n a gestão de projetos e os benefícios que a acompanham, contudo, permane-
cem em silêncio em vez de most rar seu apoio visivelmente. Um dos seus benefícios é
que ele pode tornar as organizações ma is eficientes ao ponto em que menos recursos
são necessários para realizar o t rabalho em questão. Isso pode ser u1na a 1neaça para
um executivo, pois, a 1nenos que se consigam mais t raba lhos, a eficiência pode resultar
em cortes de pessoal, na redução do poder e autoridade do executivo, no aumento
do nível de desemprego e, possivelmente, no aumento da pobreza na comunidade.
Portanto, o aumento da eficiência da gestão de projetos pode ser visto como algo
desfavorável.
Atitude em relação aos f1111cio11ários: Em algu1nas nações, os funcionários pode1n
ser vistos como pedras fundamenta is para a "construção de impérios". Contratar três
traba lhadores aba ixo da méd ia para fazer o mesmo traba lho de dois trabalhadores
médios é 1nelhor para essa fina lidade, porém, possivelmente à custa do orçamento
e cronograma do projeto. É verdade, no entanto, que encontrar recursos humanos
adequados pode ser difíci l, mas às vezes as empresas simplesmente não se esforçam o
suficiente e1n sua busca. Amigos e membros da fa 1nília pode1n ser contratados priori-
tariamente, independente de suas qua lificações. O problema se complica a inda mais
quando é preciso encontrar pessoas com experiência em gestão de projetos.
Ineficiências: Anteriormente, afirmamos que as empresas podem achar difíci l con-
tratar pessoas extremamente eficientes e1n gestão de projetos. Nem todas as pessoas
são eficientes. Algumas pessoas simplesmente não assumem u1n compro1n isso co1n seu
trabalho embora compreendam a gestão de projetos. Out ras podem se sentir frustra-
das quando percebe1n que não têm o 1nesmo poder, autoridade ou responsabil idade do
370 Gestão de projetos
que seus colegas em países do primeiro mundo. Às vezes, pessoas recém -cont ratadas
que querem ser eficientes são pressionadas por uma cultura a permanecerem ineficien-
tes, caso contrário, os colegas do indivíduo serão identificados como traba lhadores
ruins. A pressão de colegas existe e pode impedir que as pessoas demonstrem seu
verdadeiro potencial.
Falta de dedicação: É difícil 1notivar as pessoas quando elas acreditam que não
podem perder seu emprego. As pessoas simplesmente não se dedicam à tr ipla restrição.
Algumas preferem ver o cronograma se at rasar pelo fato de isso lhes dar a lgum grau
de segurança por u1n período de tempo 1naior. Há também uma falta de dedicação ao
encerramento do projeto. Quando um projeto começa a chegar em suas etapas finais,
os funcionários começam a procurar espaço em algum out ro projeto. Eles podem até
mesmo deixa r seu projeto atual prematuramente, antes de o tra balho ser concluído,
pa ra garantir emprego em a lgum out ro lugar.
Honestidade: As pessoas que traba lham em países de 1nercados e1nergentes têm
u1na tendência a esconder coisas de seus colegas de trabalho e gerentes de projetos,
especialmente más notícias, seja para manter seu prestígio, ou para reter seu poder e
auto ridade. Isso cria uma enorme barreira para os gerentes de projetos, que dependem
de informações na hora certa, sejam elas boas ou ruins, a fim de gerenciar o projeto
com sucesso. At rasos em relatórios podetn gerar um enorme desperdício de um tempo
va lioso quando ações corretivas poderiam ter sido to1nadas.
Outras barreiras
Há um número tão grande de outras barreiras que não é possível 1nencioná-las. En-
tretanto, algu1nas das mais importantes estão indicadas abaixo . Elas não são neces-
sariamente universais nas nações de mercados emergentes, e muitas delas podem ser
superadas.
• Ineficiências na conversão de 1noedas
• linpossibil idade de receber paga1nentos em dia
• C renças supersticiosas
372 Gestão de projetos
Recomendações
Embora tenhamos pintado um quadro bastante negativo, há grandes oportunidades
futuras nesses países. As nações de mercados emergentes possuem uma abundância de
talento que ainda está por ser cocahnente explorado. As verdadeiras capacidades des-
ses trabalhadores a inda são desconhecidas. As equipes virtuais de gestão de projetos
podem ser o ponto de partida para sua cocal implementação.
À medida que a gestão de projetos começa a crescer, os executivos sênior co-
meçam a reconhecer e aceitar os benefícios e ver sua base de negócios aumentar. As
parcerias e joint ventures que usam equipes virtuais se tornarão mais prevalecentes. As
barreiras que impedem o sucesso da implementação da gestão de projetos ainda exis-
tirão, mas começaremos a nos tornar especial istas em como viver e t rabalhar dentro
das barreiras e restrições impostas às equipes virtua is, que estão se tornando cada vez
.
mais comuns.
Há enormes oportunidades nas econom ias de mercados emergentes. Eles estão
começando a ver mais va lor na gestão de projetos e têm se esforçado para expandir
seu uso. Algumas das economias em rápido desenvolvimento são até muito mais agres-
sivas em oferecer o suporte necessário para quebrar muitas das barreiras indicadas
acima. À medida que vão surgindo 1na is histórias de sucesso, as várias econom ias irão
se fortalecer, se tornar mais conectadas e começa r a utilizar integra lmente a gestão de
projetos da forma como realmente deveriam.
Apoio por parte da gerência
7.0 Introdução
Como vimos no Capítu lo 6, os gerentes sênior são os arquitetos da cu ltura corpo-
rativa. Eles são encarregados de garantir que as culturas de suas empresas, uma vez
adotadas, não se desarticulem. U1n apoio visível por parte da gerência é essencia l para
manter a cultura de gestão de projetos. Acima de tudo, esse apoio precisa ser contínuo,
e não esporád ico.
Este capítulo examina a importância do apoio por pa rte da gerência na criação e
na manutenção da cultura de gestão de projetos. Estudos de caso ilustra1n a importân-
cia vital do empoderamento dos funcionários e do papel de patrocinador de projeto
no sistema de gestão de projetos.
Para garantir sua visibi lidade, os gerentes sênior precisam acred itar em andar pe-
los corredores da empresa. Dessa maneira, cada funcionário passará a reconhecer o
patrocinador e perceber que é apropriado se aproximar dele com perguntas. Gerencia-
mento de andar pelos corredores també1n significa que os patrocinadores executivos
deixam suas portas abertas. É importante que todos, inclusive os gerentes de área e
seus funcionários, se sintam apoiados pelo patrocinador. Deixar a porta aberta pode
ocasionalmente levar a problemas se os funcionários tentarem contornar os gerentes
de níveis mais ba ixos buscando uma autoridade de nível superior. Esses casos, porém,
não são frequentes, e o patrocinador pode facilmente repassar os proble1nas para o
gerente apropriado.
• Estabelecimento objetivo
• Planejamento prévio
Patrocinador
• Organização do projeto
do projeto
• Seleção dos principais participantes
• Plano mestre
Gerente de • Políticas
projetos • Monitoramento da execução
• Estabelecimento de prioridades
Equipe de projeto Equipe do projeto • Resolução de conflitos
• Contato entre executivos e clientes
Tomada de decisões
In1agine que a gestão de projetos seja con10 u1na corrida de carros. Uma bandeira ama-
rela é um aviso para ficar acento a un1 problema. Bandeiras an1arelas exigen1 ação do
gerente do projeto ou do gerente de área. Não há nada errado en1 informar um execu -
tivo sobre um problen1a co1n bandeira amarela, contanto que o gerente de projetos não
procure o patrocinador para solucionar o proble1na . Bandeiras vennelhas, porém, nor-
maln1ence exigen1 o envolvin1enco direto do patrocinador. Elas indican1 problemas que
podem afetar prazo, custo e os parân1cros de desempenho do projeto. Então, bandeiras
vermelhas precisan1 ser levadas a sério, e as decisões precisa1n ser tomadas cola borati-
va1nence pelo gerente de projeto e pelo patrocinador de projeto.
Problemas sérios às vezes resultam em conflitos sérios. Desacordos entre gerentes
de projetos e gerentes de área não são comuns, e exigem uma intervenção atenta por
parte do patrocinador executivo de projeto. Primeiro, o pat rocinador deve certificar-
-se de que o desacordo não poderia ser solucionado sem sua ajuda. Segundo, precisa
levantar informações de todos os lados e considerar as a lternativas possíveis. Então, o
pat rocinador deve decidir se está qua lificado a resolver a disputa. Geralmente, as dis-
putas são de natureza técnica e exige1n a lguém co1n a base de conhecimento adequada
para solucioná-las. Se o patrocinador não for capaz de solucionar o problema, ele terá
de identificar uma outra fonte de autoridade que possua o con heci1nento técnico. E1n
última análise, u1na solução justa e apropriada pode ser compartilhada por todos os
envolvidos. Se não houvesse nenhum pat rocinador executivo no projeto, as pa rtes e1n
disputa seriam forçadas a subir a hierarquia de autoridade até encontrar um superior
comum para ajudá-los. Ter pat rocinadores executivos de projeto m inimiza o nú1nero
de pessoas e a quantidade de ce1npo necessária para resolver as disputas de t raba lho.
Planejamento estratégico
Os executivos são responsáveis por realizar o p lanejamento est ratégico da empresa, e
os gerentes de projetos são responsáveis pelo planejamento operacional dos projetos
que lhes foram designados. Embora o processo de pensamento e lim ites de tempo se-
jam diferences para os dois tipos de planejamento, as habi lidades de planejamento es-
tratégico dos patr ocinadores executivos podem ser úteis para os gerentes de projetos.
378 Gestão de projetos
Esses problemas podem ser resolvidos usando uma governanç.a de projeto eficiente.
A governança de projeto é, na verdade, uma est rutura a partir da qual as decisões são
tomadas. A governança está relacionada a decisões que definem expectativas, respon-
sabilidades, concessão de poder ou verificação de desempenho. A governança está re-
lacionada a gerenciamento consistente, políticas coesas, processos e direitos de tomada
de decisões para determ inada área de responsabi lidade. A governança permite que
ocorra uma tomada de decisões eficiente.
Cada projeto pode ter uma governança diferente, mesmo que cada um deles use
a mesma 1netodologia de gestão de projetos empresaria l. Uma função de governança
pode operar co1no um processo separado ou como parte de uma liderança de gestão de
projetos. A governança não é criada para substituir a tomada de decisões do projeto,
mas para evitar que decisões indesejáveis sejam tomadas.
Historicamente, a governança era propiciada por um único patrocinador de proje-
to. Hoje, é real izada por u1n comitê e pode incluir representantes de cada organização
das pa rtes interessadas. A Tabela 7-1 mostra várias abordagens de governança basea-
das no tipo de equipe de projeto. A formação do co1nitê pode 1nudar de um projeto
para outro e de uma indúst ria para outra. A participação ta 1nbém pode ser baseada no
número de partes interessadas e se o projeto é de um cl iente externo ou interno. Em
projetos de longo prazo, a participação pode mudar ao longo do projeto.
A governança em projetos e programas às vezes falha porque as pessoas confun-
dem governança de projeto co1n governança corporativa. O resultado é que os mem-
bros do comitê não têm certeza de qual deveria ser seu papel. Algumas das principais
d iferenças incluem:
• Alinha mento : A governança corporativa se focal iza em quanto o portfólio de
projetos está alinhado e satisfaz os objetivos de negócios de maneira geral. A
governança de projetos se focaliza em n1aneiras de manter um p rojeto no can1 i-
nho certo.
• Dir eção: A governança corporativa fornece uma direção estratégica com um foco
em como o sucesso do projeto satisfará objetivos corporativos. A governança de
projeto é ma is voltada a u1na direção operacional com decisões baseadas nos pa-
râmetros predefinidas em escopo de projeto, prazo, custo e funcionalidade.
1
Originalmente publicado em Cobir* Focus, yoJume 1, janeiro, 201 3 . © 2013 ISACA. Todos os direitos
reservados.
384 Gestão de projetos
mãos no departamento de TI. Out ros executivos vão ainda ma is longe, dizendo que
o gerenciamento ou governança de TI não é responsabi lidade de ninguém além do
departamento de TI ou dos principais executivos de infonnações (CIOs). Essa linha de
pensamento a respeito da TI é similar ao processo de pensamento que diz que a conta-
bilidade é de responsabi lidade do departamento de contabilidade e lidar com questões
relacionadas aos funcionários é papel do departamento de recursos humanos.
Esses são comportamentos típicos de organizações que não implementam sistemas
de governança de TI. A gerência executiva da Tokio Marine Hold ings reconheceu que
a TI não deve ser responsabilidade apenas do depa rtamento de TI, mas que é uma fer-
ramenta para forta lecer os negócios.
A gerência da Tokio Marine Holdings reconheceu que havia vários tipos de falhas
no desenvolvimento de sistemas (p.ex.: atr asos no desenvolvimento devido à data de
entrada do serviço, projetos que ult rapassa tn o orça1nento). Ainda ma is frequente-
mente, a organização estava encont rando lacunas nos requisitos - por exemplo, quan-
do depois de montar um sistema, as pessoas d izem, "Este não é o sistema que pedimos
que você montasse" ou "O sistema que você montou não é de fáci l utilização. É inútil
para ,ninha empresa".
---;.-i A
....
=
ft
1. Solicitar implementação
do sistema
técnicas e questões relacionadas
a custos, sugestão de requisitos
otimizados
........
3
3. Finalização da definição
....
ft
&
......-
i. dos requisitos, determinação
da análise de custo-benefício
a
...
;.
Q,
.....
5'
5. Teste de aceitação pelo
usuário (casos de teste
4. Criação do código,
testes de sistema ..-
=
de desenvolvimento)
-=alt 7. Instrução e desenvolvimento
6. Teste de desempenho,
formatação do servidor, etc.
s
de manuais
Mentalidade da IT
A 1nenta lidade da Tokio Marine é a de que apenas a gerência executiva pode estabele-
cer o sistema de governança de TI da empresa. Assim, a governança de TI é de respon-
sabilidade da gerência executiva.
Além disso, a organizaç.ã o tem a 1nentalidade de que todos os funcionários, não
somente a gerência executiva, devem compreender o princípio de que fortes sistemas
de TI não podem ser real izados somente pelo departamento de TI, mas exigem a co-
operação ent re a empresa e a TI. É importante que todos os funcionários reconheçam
os problemas da TI como seus próprios, e não como responsabilidadedo departamen-
to de TI.
Estabelecer tal mentalidade na empresa é papel da gerência executiva.
386 Gestão de projetos
500
' 492
1
400
\
\
300
200
\
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100
/
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"- . ,~ ""
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.. • 40 • ~JS
o
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 201O
Rumo ao futuro
Desde o esta beleci1nento do siste1na de governança de T I do To kio Marine Group, a
Tokio M ari ne Holdings tem se comunicado extensamente não somente com os CIOs,
mas também com os CEOs e gerência executiva das empresas do grupo pa ra garantir
que eles compreendam, concordem e assumam a lidera nça da implementação da go-
vemança de TI.
Por meio dessas atividades, a orga nização tem certeza de que o conceito cent ral
da govema nça de TI tenha passado a ser mais bem compreendida pela gerência e que
se esteja fazendo um bom progresso em decorrência da implementação do Siste1na
388 Gestão de projetos
Controles Prioritários do
Grupo (14 processos.
39 OCs)
(34 Processos, 21 0 OCs)
de Enca rregados pelos Aplicativos nas empresas do grupo. A Tokio Marine Holdings
continuará sua missão de "catequisar" as empresas do grupo, realizando o benefício
do negócio do grupo e agregando valor pa ra as partes interessadas.
Hiroyuki Shibuya
É o executivo enca rregado da IT na Tokio Marine Holdings Inc. De 2000 a 2005, ele
liderou o projeto de inovação do lado do T I, que reconstr uiu totalmente as linhas de
p rodutos de seguros, seus processos de negócios e os sistemas de info rmação da Tokio
Capítulo 7 Apoio por parte da gerência 389
Marine and Nichido Fire lnsurance Co. Ltd. A fim de promover sua experiência cotn
esse projeto, alétn de remediar outr os projetos problemáticos das em presas do grupo,
ele foi nomeado gerente geral do recém-estabelecido departamento de TI na Tokio
Marine Holdings em julho de 2010. Desde então, ele tem liderado os esforços para
estabelecer os padrões e políticas básicas de govemança de TI para forta lecer a gover-
nança de TI em todo o Tokio Mar ine Group.
Há muitas ocasiões em que os executivos sênior não vão ao treinamento e não escutam nin-
guém, mas acho q ue é fazendo que se aprende. Se você deseja incutir equipes de gestão de
projetos em suas organizações, comece pequeno. Se a empresa não permite fazê-lo usando a
teoria da N ike de ;'simplesmente fazer" a lgo, comece pequeno e prove a eles, passo a passo,
q ue eles podem alcançar o sucesso. Dê mérito à equipe por seus resultados - eles falam por
s1mesmos.
É itnportante também para nós lem brar que os executivos podem ter 1notivos vá-
lidos para fazer microgerenciamento. Um executivo cotnentou sobre por que a gestão
de projetos pode não estar funcionando como o planejado etn sua empresa:
Nós, os executivos, queremos empoderar os gerentes de projeto e eles, por sua vez, empo-
derariam seus membros de equi pe para tomar decisões relacionadas ao seu projeto o u área.
Infelizmente, não sinto que nós (os executivos) apoiamos totalmente a descentralização da
tomada de decisões devido a preocupações políticas que derivam da falta de confiança que
temos em nossos gerentes de projetos, q ue não são proativos e q ue não demonstram capa-
cidade de liderança.
Na maioria das organ izações, os gerentes sên ior começam em um ponto em que
confiam apenas etn seus colegas também gerentes. À medida que o sistetna de gestão
de projetos melhora e uma cultura de gestão de projetos se desenvolve, os gerentes sê-
nior passam a confiar nos gerentes de projeto, em bora eles não ocupem posições altas
na organizaç.ã o. O empoderamento não acontece da noite pa ra o d ia. Ele leva tempo
e, infelizmente, muitas empresas nunca chegam ao total empoderamento dos gerentes
de projetos.
Midline Bank
O Mid line Bank (nome fictício) é um banco de médio porte que atua em uma gr ande
cidade do noroeste dos EUA. Os seus executivos perceberam que o crescimento da in-
dústria bancária no futuro próximo dependeria de fusões e aquisições, e que o Midline
precisaria assu1nir uma posição agressiva para se manter competitivo. Financeiramen-
te, o Midline estava betn preparado para adqui rir outr os bancos de pequeno e médio
porte para aumentar sua organização.
O grupo de tecnologia da informação do banco fo i encarregado de desenvolver
utn pacote de software extenso e sofisticado a ser usado na ava liação da saúde dos
bancos-alvo da aqu isição. O pacote de software exigia informações de praticamente
todas as divisões funcionais do Midl ine. Esperava-se que coordenação do projeto fosse
ser difíci l.
A cultura do Midl ine era dominada por grandes itnpérios funcionais rodeados por
paredes impenetráveis. O projeto do software foi o pri tneiro da história do banco a
exigir cooperação e integração ent re os grupos funciona is. Um gerente de projeto em
tempo integral foi designado a di rigir o projeto.
Infel izmente, os executivos, gerentes e funcionários do Mid line sabiam 1nuito pou-
co dos princípios de gestão de projetos. No entanto, os executivos reconheciam a
necessidade do patrocínio executivo. Um comitê de di reção de cinco executivos foi
Capítulo 7 Apoio por parte da gerência 391
designado para oferecer suporte e orientação ao gerente de projetos, mas nenhu1n dos
cinco co1npreendia a gestão de projetos. Consequentemente, o co1n itê de direção inter-
pretou seu papel como uma direção diária contínua do projeto.
Cada um dos cinco patrocinadores executivos pediu que o gerente de projeto fi-
zesse briefings semanais pessoais, e cada pat rocinador to1nava decisões conflitantes.
Cada executivo tinha seus próprios objetivos para o projeto.
No final do segundo mês do projeto, o caos tinha tomado conta da situação. O ge-
rente de projetos passava a maior parte de seu tempo preparando relatórios de status
em vez de gerenciando o projeto. Os executivos mudavam os requisitos do projeto
frequentemente, e a organização não possuía nenhum processo de controle de mudan-
ças além da aprovação pelo comi tê de direção.
No final do quarto mês, o gerente de projetos renunciou ao seu cargo e procurou
emprego fora da empresa. Um dos executivos do comitê de direção, então, assumiu o
papel do gerente de projetos, mas só em regÍlne de meio expediente. Finalmente, o pro-
jeto foi assumido por outros dois gerentes de projetos antes de sua conclusão, um ano
mais tarde do que o p lanejado. A empresa aprendeu uma lição vital: 1na is patrocínio
não é necessaria1nente melhor do que menos.
Contractco
U1n outro caso com nome fictício envolve uma empresa sediada em Kentucky, que
chamarei de Contractco. A Contractco está no negócio de testes de fusão nuclear. A
empresa estava no processo de licitação em um contrato nos EUA.
O Departamento de Energia dos EUA exigiu que o gerente de projetos fosse iden-
tificado como parte da proposta da e1npresa e que fosse incluída uma lista de suas
tarefas e responsabil idades. Para impressionar o Departamento de Energia, a e1npresa
designou tanto o vice-presidente executivo quanto o vice-presidente de engenharia
como copatrocinadores.
O DoE questionou a ideia de patrocín io dual. Ficou claro para o departamen-
to que a empresa não compreendia o conceito de patrocínio de projetos, porque os
papéis e responsabilidades dos dois patrocinadores pareciam se superpor. O depar-
tamento ta1nbém questionou a necessidade de ter o vice-presidente executivo como
pat rocinador.
O contrato foi finalmente concedido a uma outra empresa. A Contractco apren-
deu que uma empresa nunca deve subestimar o conhecimento que o cliente possui
sobre gestão de projetos ou de patrocínio de projetos.
maxlT-VCS
Há vários níveis de s upo rte da gerência no que diz respeito a metodologias de gestão de
projetos [na maxIT-VCSJ. Inicialmente, a gerência pode não a precia r o valor até q ue um G P
identifiq ue os deliverables, acompanhe o progresso, forneça relatórios de status em tempo
real, identifiq ue q uestões e riscos e faça a lguém s upervisionar ativamente o projeto e manter
seu ntmo.
O suporte da gestão de p rojetos pela gerência em nossa ind ústria está crescendo à me-
d ida que o papel de um gerente de projetos está se tornando ma is importa nte para q ue se
atendam as necessidades de projetos complexos, mas os gerentes a inda precisam a braçar e
empoderar o s GPs. Há momentos em que o GP não é cons ultado q uando ocorrem mudan-
ças (alocação de recursos como um exemplo) ou, em alguns casos, não é apoiado como a
pessoa encarregada da iniciativa. Obvia mente a cultura e a po lítica desempenham um fator
em cada indústria, mas para que a saúde a tenda às demandas da indústria, a gerência deve
continuar a investir e a apoiar o crescimento de seus GPs.
Na VCS, toda a equipe de liderança (inclusive nossos altos d iretores executivos, o cha-
mado C-suite) oferece muito apoio e está d iretamente envolvida em ajuda r a expandir o
PMO. O PMO funciona como o " hu b" central para oferecer à nossa base de clientes um ser-
viço de consultoria completo. Isso inclui a capacidade de dirig ir uma iniciativa complexa de
TI de saúde com um gerente de projetos especializado tanto em operações quanto no lado
técnico da casa, junta mente com uma metodologia e processos publicados a serem seguidos.
Para a VCS, esse é um grande d iferenciador de mercado e oferece aos nossos clientes um
grande valor em comparação à nossa concorrência . (Marc H irsh field, d iretor, escritório de
gestão de projetos, maxIT-VCS)
Capítulo 7 Apoio por parte da gerência 393
Após a integração das duas empresas sob uma terceira, o PMO contin uará sendo um
grupo de gerentes de projeto experientes (e, em sua grande maioria, certificados). Esse com
esse grupo de GPs q ue podemos co ntar para gerencia r projetos de saúde complexos. Esse
centro contribui também para a manutenção e treina mento da metodologia de gestão de
pro1etos.
Atualmente somos um Centro Registrado de Treinamento (Registered Ed11catio11 Pro-
vider) junto à PNU.
Planejamos desenvolver novos treinamentos internos para todos os níveis de gerentes
de projetos, a lém de certificação interna para q ue se alcancem determinadas habilidades em
gestão de projetos (Heidi \Xlurtz, VP, Centro de Soluções, maxJT-VCS).
lndra
A gerência executiva [da lndra] é extremamente motivada para apoiar o desenvolvimen-
to da gestão de projetos dentro da empresa. Eles insistem com regularidade em melhorar
nossos programas de treinamento a lém de em se focalizar na necessidade de q ue métodos
melhores de gestão de projetos sejam colocados em vigor.
Às vezes, o sucesso de um projeto constitui um passo significativo no desenvolvimento
de uma nova tecnologia, no lançamento em um novo mercado, o u para o estabelecimento
de uma nova parceria e, nesses casos, a direto ria gerencial norma lmente desempenha um pa-
pel espe.c ia lmente ativo como patrocinadoras durante a execução do projeto o u programa .
Eles participam com o cliente de comitês de dire.ç ão para o projeto o u programa e ajudam
na tomada de decisões ou nos processos de gestão de riscos.
Por um motivo similar, devido à importância de um projeto específico, mas de um ní-
vel mais baixo, não é incomum ver a gerência intermediária observa r cuidadosamente sua
execução e fornecer, por exemplo, suporte extra para negociar com o cliente a resolução de
determinado problema .
Conseguir o apoio da gerência intermed iária foi algo alcançado usando o mesmo con-
junto de ferramentas corporativas para a gestão de projetos em todos os níveis e para todos
os tipos de projetos da empresa. Nenh um projeto é reconhecido se não estiver no sistema
corporativo e, para fazer isso, os gerentes de áreas devem seguir as mesmas regras e mé-
todos básicos, independentemente de se tratar de um esfo rço recorrente, não recorrente,
ou outro tipo de projeto. Uma estrutura ana lítica do projeto (EAP) bem desenvolvida, um
cronograma totalmente previsto, um plano de gestão de riscos e um conjunto persona lizado
de métodos com valor agregado, podem ser aplicados a qualquer tipo de projeto. (Enriq ue
Sevilla Molina, PMP" , antigo diretor do PN!O Corporativo da Indra).
2
H. Kerz.ner, Project Nfanagement Best Prac.tices: Acl,ievi11g Global Excellence, \Viley, 2006, p. 307.
394 Gestão de projetos
4
H. Kerzner, Projec.t Management: A Sy$tems Approach to Planning_, Scheduling and Controlli11g1 11 th ed.,
Hoboken, NJ: \Viley, 2013, Chaprer 10 . Além disso, H. Kerzner and F. Saladis, \Vhat Executives Need to
Know Abo11t Project Ma11ageme11t, Hoboken, NJ: \Viley and New York: lll, 2009.
' S. K. /vl arkham, " Producr Champions: Crossing rl,e Valley of Dea rh" , in P. Belliveau, A. Griffin, and S. So-
mermeyer (Eds.), T/,e PDMA Toolbook for New Prod11ct Deve/opmellt, Hoboken, NJ: \Viley, 2002, p. 119.
• lbid., p. 120 .
7
lbid., p. 120 .
396 Gestão de projetos
R
e
e
u
j Vale da morte
r
s
Recursos
existentes ~
Recursos
o de pesquisa
s (técnicos e existentes de
de mercado) comercialização
' r. Belliveau, A. Griffin, and S. Somenneyer, T/,e PDMA Toolbook for New Product Development, Ho-
boken, NJ: Wiley, 2002, p. 444.
Capítulo 7 Apoio por parte da gerência 397
Pessoas que não têm essa crença são pressionadas a apoiar a cren'ia coletiva e os
membros de equipe não são autorizados a questionar os resultados. A 1nedida que a
crença coletiva cresce, tanto os defensores quanto os não defensores são estnagados. A
pressão da crença coletiva pode superar a real idade dos resultados.
A crença coletiva possui várias características, motivo pelo qua l a lguns projetos de
alta tecnologia de grande porte geralmente são difíceis de extinguir:
• Incapacidade de ou recusa a reconhecer o fracasso
• Recusar-se a ver os sinais de alerta
• Enxergar apenas o que se quer enxergar
• Temor de expor erros
• Ver más notícias como um fracasso pessoal
• Ver o fracasso como um sinal de fraqueza
• Ver o fracasso como algo que causa danos à carreira
• Ver o fracasso como algo que causa danos à reputação
Os patrocinadores de projetos e os defensores convictos fazetn todo o possível
para tornar seu projeto bem-suced ido. Mas e se o defensor convicto do projeto, alétn
da equipe de projeto e do patrocinador, tiverem uma fé cega no sucesso do projeto? O
que acontece se as fortes convicções e a crença coletiva desconsiderarem os sina is de
alerta que indicam perigo iminente? O que acontece se a crença coletiva tornar inau-
díveis as divergências?
Nesses casos, há que se designar um defensor de encerramento. O defensor de
encerramento às vezes precisa ter envolvimento direto no projeto a fim de ter credi-
bilidade, mas o envolvimento direto nem sempre é uma necessidade. O defensor de
encerramento precisa estar disposto a colocar sua reputação em jogo e, possivehnente,
enfrentar a possibilidade de ser expulso da equipe de projeto. Segundo Isabelle Royer:'
Às vezes é preciso um ind ivíduo, em vez de crescentes ev idências, para sacudir a crença
coletiva de uma equ ipe de projeto. Se o problema com o entusiasmo desenfreado começar
como uma consequência não intencional do trabalho legítimo do defensor convicto de um
projeto, então o que pode ser necessário é uma força na direção oposta - um defensor
de encerramento. Essas pessoas são mais do que meros advogados do diabo. Em vez de
simplesmente levantar questões sobre um projeto, elas buscam evidências objetivas de que
problemas, de fato, existem. Isso permite que elas desafiem - ou, dada a ambiguidade dos
dados existentes, concebivelmente até mesmo confirmem - a viabil idade de um projeto.
Elas, então, agem com base em dados.
Quanto maior o projeto e 1na ior o risco financeiro para a etnpresa, mais a lto na
hierarquia deve se encontrar o defensor de encerra tnento. Se o defensor do projeto
por acaso for o CEO, então alguém do conselhor diretor ou mestno todo o conselho
diretor deve assumir o papel de defensor de encerramento. Infeliztnente, há situações
em que a crença coletiva permeia todo o conselho diretor. Nesse caso, a crença coletiva
pode forçar o conselho diretor a se esquivar de sua responsabi lidade de supervisão.
Projetos de grande porte incorrem em grandes custos excedentes e atrasos no cro-
nogra tna. Tomar a decisão de cancelar tal projeto, uma vez que ele tenha sido iniciado,
10
é muito difícil, segundo David Davis :
• 1. Royer, "Why Bad Projects are So Hard to Kill'", Harvard Busi11ess Revie,v, February 2003, p. 11.
Copyright O 2003 by rhe Harvard Business School Publishing Corporarion. Todos os direitos reservados.
10
D. Davis, "New Projects: Beware of False Economics··. Harvard Business Review, .March- April 1985, p.
100-10 1. Copyright O 1985 by rhe Presidenc and Fellows of Harvard College. Todos os direitos reservados.
398 Gestão de projetos
A dificuldade de abandonar um projeto depois de vários milhões de dólares terem sido com-
prometidos tende a ev itar uma revisão e um recusteio objetivos. Por esse motivo, idealmente
uma equipe de gerenciamento independente - q ue não esteja envolvida no desenvolvimento
dos projetos - deve realizar o re.custe.io e, se possível, toda a revisão ... Se os números não
corresponderem na revisão e no recusteio, a empresa deve abandonar o projeto. O número
de projetos ruins que chegam à fase operaciona l serve como prova de que seus defensores
geralmente relutam em tomar essa decisão .
. . . Os gerentes sênior pre.cisam criar um ambiente que re.compense a honestidade e a co-
ragem e promova maior tomada de decisões por parte dos gerentes de projetos. As empresas
precisam de uma atmosfera q ue encoraje o projeto a ser bem-sucedido, mas os executivos
têm de permitir q ue eles fracassem.
Quanto mais longo o projeto, 1naior a necessidade de o defensor de encerramen-
tos e os patrocinadores de projeto se certificarem de que o plano de negócios possui
"saídas", de modo que o projeto possa ser extinto antes de recursos maciços sejam
comprometidos e consum idos. Infel izmente, quando há u1na crença coletiva, essas
saídas são propositahnente omitidas do projeto e dos planos de negócios. Um outro
motivo para ter um defensor de encerramentos é para que o processo de encerramento
do projeto possa ocorrer o mais rápido possível. À medida que os projetos se aproxi-
mam de sua conclusão, os membros de equipe geralmente ficam apreensivos quanto à
sua at ribuição seguinte e tenta tn estender o projeto existente até estarem prontos para
deixá-lo. Nesse caso, o papel do defensor de encerramento é acelerar o processo de
encerramento sem causar nenhum impacto na integridade do projeto.
Algumas o rganizações usam 1nembros de um conselho de revisão de portfó lio
como defensores de encerramento. Esses conselhos têm a palavra fina l na seleção do
projeto. Eles tam bém têm a palavra fina l quanto a se o projeto será extinto ou não.
Normalmente, um membro do conselho funciona como defensor de encerramento e
faz a apresentaç.ã o fina l para o restante do conselho.
Treinamento e formação
8.0 Introdução
Estabelecer programas de creina1nento e1n gestão de projetos é u1n dos 1naiores de-
safios enfrentados pelos diretores de treinamento, pois a gestão de projetos envolve
inúmeras habilidades complexas e inter-relacionadas (qualitativa/comportamental,
organizacional e quantitativa). Nos primórdios, os gerentes de projetos aprendia1n
com seus próprios erros e1n vez de com a experiência dos out ros. Hoje, as empresas
excelentes em gestão de projetos estão oferecendo cursos corporativos na área. U1n
creina1nento eficiente serve de suporte à gestão de projetos co1no profissão.
Algumas grandes corporações oferecem mais cursos internos relacionados à ges-
tão de projetos do que a maioria das facu ldades e universidades. Essas etnpresas tra-
tam a formação de seus profissiona is quase como uma religião. Empresas menores têtn
progra1nas internos mais modestos e normalmente enviam seu pessoa l para progra1nas
de treina1nento oferecidos pelo governo.
Este capítu lo discute processos para identificar a necessidade de t reinamento, se-
lecionar os alunos que precisam de t reinamento, projetar e minist rar o treinamento e
medir o retomo do t reinamento sobre o valor investido.
• Planejamento
• Geração de cronograma
• Controle de custos
• Software
Pessoas a serem treinadas
Especialistas técnicos
Gerentes de área
Funcionários
• Conflitos
• Motivação
• liderança
• Formação de equipes
• Gerenciamento de tempo
Comportamental (qualitativa)
sem ordens do gerente de projetos. O resultado era que se esperava que os gerentes de
projetos gerenciassem pessoas e fornecessem orientações técnicas.
A maioria dos gerentes de projetos hoje possui conhecimentos de tecnologia em
vez de u1n domín io. Consequentemente, a responsa bilidade pelo sucesso do projeto
agora é vista como compartilhada entre o gerente de projetos e todos os gerentes de
áreas afetadas. Com uma responsabilidade compartil hada, o gerente de área agora
precisa ter uma boa compreensão de gestão de projetos, que é o motivo pelo qual mais
gerentes de área hoje estão se tornando PMPs®. Hoje, espera-se que os gerentes de pro-
jetos gerenciem deliverables, não pessoas. O gerenciamento dos recursos designados é,
na maioria das vezes, função dos gerentes de área .
Um outro importante fato é que os gerentes de projetos são tratados como se
estivessem gerenciando parte de um negócio e1n vez de simplesmente um projeto, e,
portanto, se espera que eles to 1ne1n sólidas decisões de negócios além de decisões rela-
tivas a projetos. Os gerentes de projetos devem compreender os princípios de negócios.
No futuro, talvez se espere que os gerentes de projetos se tornem certificados exter-
namente pelo PMI®e internamente por sua empresa nos processos de negócios de sua
organ1zaçao. -
Agora, ao planejar cursos de treinamento, determ inamos o equ ilíbrio correto en-
tre habi lidades quantitativas, habilidades comportamenta is e habil idades de negócios.
Competências interpessoais e perspicácia empresarial são elementos cruciais para u1na
execução de projeto se1n fa lhas, diz Benny Nyberg, antigo vice-presidente assistente do
grupo, encarregado das Metodologias de GP e Desenvolvimento de Talentos na ABB:
Após implementar o Processo de GP na ABB como um processo comum de alto nível em
todas as organizações de vendas do projeto da empresa além de em várias organizações de
desenvolvimento de produtos, uma coisa ficou muito clara. Em uma empresa técn ica que
emprega um grande número de engenheiros extremamente qual ificados, alguns dos quais
são promovidos a gerentes de projetos, os as pectos técnicos da gestão de projetos como
planejamento, geração de cronogramas e controle de custos são, no mínimo, d ifíceis de
implementar. Funcionários iniciantes precisam de treinamento nes.sa área, mas o verdadeiro
desafio para alcançar a excelência operacional em gestão de projetos, uma execução de
projeto sem falhas, um resultado desejável para os projetos e um alto nível de satisfação do
cl iente está em identificar e desenvolver gerentes de projetos com o nível certo de perspicá-
c ia empresarial. A gestão de projetos é um cargo que exige habilidades comerciais, de co-
402 Gestão de projetos
municação e de liderança. Um gerente de projetos precisa ter uma menta lidade empresarial,
ser capaz de se comunicar eficientemente com d iversas partes interessadas e de liderar e mo-
tivar pessoas. Para projetos de entrega, uma compreensão precisa do contrato, i.e., termos
e condições, escopo e q ua lquer promessa que seja feita é crucial para ser capaz de entregar
exatamente o que foi acordado, atender as expectativas do cliente e, assim, garantir a sua
satisfação e o sucesso do p rojeto. A compreensão do contrato é um outro requisito a inda
para maximizar o resultado financeiro e reconhecer as oportunidades de vendas adicionais
à medida que elas forem ocorrendo.
O papel de um gerente de projetos, especia lmente para grandes contratos q ue levam
muitos meses o u vários anos para serem concluídos, é muito próximo do papel de um
gerente de contas. As habilidades a seguir estão entre as mais importantes para o sucesso:
menta lidade empresaria l, comunicação, negociações, liderança, gestão de riscos, estratégia
de venda .
A fim de identificar e realizar treinamentos e o utras atividades de desenvolvimento ne-
cessárias para a ampla variedade de competências e habilidades, a ABB implementou um
modelo de competência. Ele inclui uma definição de competências necessárias, questioná-
rios de autoavaliação, questionários de entrevista ma is guias de desenvolvimento e por últi-
mo, mas não menos importante, vários módulos de treinamento selecionáveis que levam ao
nível apropriado de certificação.
1
©2013 by SAP. Todos os d ireitos reservados. Reproduzido com permissão. O material desta seção foi for·
necido por Jan Musil, líder global da prática de gestão de projetos, SAP Field Services, SAP America, lnc.
Associado Especialista Sênior Expert Expert chefe
1
Os gerentes de 1 Os gerentes de
O GP Associado é Especialista em GP projetos são projetos principais Os gerentes de
um cargo júnior no é o cargo de entrada responsáveis por são responsáveis programas/executivos
plano de carreira no plano de carreira um gerenciamento pelo gerenciamento de entrega são
de gestão de de gestão de end-to-end end-to-end responsáveis pelo &'
projetos e é projetos. Pode de projetos de de projetos de gerenciamento "O
responsável por incluir papéis em categoria A e categoria Be end-to-end ~
desempenhar uma projetos como o projetos de projetos de de projetos o
co
função básica líder da equipe categoria B categoria C e programas de
no PMO de projetos com nível mais baixo com nível mais baixo categoria C e O ::;I
' de complexidade !!!.
1 de complexidade :,
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(1)
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Figura 8-2 Plano de carreira de gerente de projetos e gerente de programa. -g,
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404 Gestão de projetos
Por exe1nplo, uma subcont ratada do ramo automobilístico investiu meses em t reinar
seus gerentes de projetos. Seis 1neses depois, os projetos ainda estavam sendo concluí-
dos com atraso e com o rçamento estourado. O vice-presidente executivo fina lmente
percebeu que a gestão de projetos era um esforço de equipe em vez de uma responsa-
bilidade individual. Depois dessa revelação, foi oferecido treinamento para todos os
funcionários que tinham alguma ligação com os projetos. Praticamente da noite para
o dia, os resultados dos projetos melhoraram.
Dave Kandt, vice-presidente aposentado do grupo, encarregado da qualidade, ge-
renciamento de programas e melhorias contínuas na Johnson Controls, explicou como
o p lano de t reinamento de sua e1npresa foi tr açado para alcançar a excelência e1n
gestão de projetos:
Começamos com nosso escritório executivo, e depois de explicarmos os princípios e filoso-
fias da gestão de projetos a essas pessoas, passamos para os gerentes das instalações, geren-
tes de engenharia, analistas de custos, pessoal do departamento de compras e aq uisições e,
é claro, gerentes de projetos. Somente q uando o fundamento tinha sido determinado é que
prosseguimos com a gestão de projetos propriamente dita e com a defin ição de papéis e res-
ponsabilidades, de modo q ue toda a empresa compreendesse seu papel na gestão de projetos
quando essas pessoas começassem a trabalhar. Somente essa compreensão nos permitiu pas-
sar a uma organização matricial e, finalmente conseguimos estabelecer um departamento
independente de ges tão de projetos.
Matérias eletivas:
• Gestão de projetos avançada
• Gerenciatnento da qualidade em projetos
• Aquisições e contratos em projetos
• Ética em projetos e o Código de Conduta Profissiona l
• Técnicas de monitoramento e controle de projetos
Capítulo 8 Treinamento e formação 41 1
A gestão de projetos se tornou uma carreira. Mais e 1na is empresas hoje perm item
ou até mestno exigem que seus funcionários obtenhatn certificação em gestão de pro-
jetos. Uma empresa informou seus funcionários de que a certificação seria tratada da
mesma forma que utn mest rado na estrutura salarial e de plano de carreira. O custo do
t reinamento por trás do processo de certificação é de apenas 5 ou 10% do custo de um
mestrado típico no programa de adtninist ração. E a certificação promete um retorno
sobre investimento (ROi) ma is rápido para a empresa. A certi ficação etn gestão de
p ro jetos pode ser útil também para funcionários sem d iplomas universitários; ela lhes
dá a oportunidade de um segundo plano de carreira na empresa.
Linda Zaval, antiga instrutora do lnternational Institute for Learning, explicou
que tipo de treinamento em gestão de projetos funcionava melhor etn sua experiência
durante o início da década de 1990:
Em nossa experiência, descobrimos que o treinamento antecipado é definitivamente o me-
lhor caminho a ser tomado. Fizemos da outra maneira, com as pessoas aprendendo na práti-
ca e, às vezes, essa era uma situação terrível. Quando falamos em treinamento, não estamos
falando apenas de treinamento. Queremos que nossos gerentes de projetos sejam certifica-
dos pelo Project Management lnstitute (Plvll). Temos dado ao nosso pessoal dois anos para
obter a certificação. Para tal, é necessária uma boa dose de dedicação e estudos pessoais.
Acredito que o treina mento ma is formal seja excelente, e então você pode mod ificá-lo para
q ualquer necessidade interna de sua empresa.
Há também a questão do que é melhor: programas de treina tnento internos ou
oferecidos pelo governo. A resposta depende da natureza de cada empresa individual
e de quantos funcionários precisam ser treinados, do taman ho do orçamento e da pro-
fundidade da base de conhecimento interna da etnpresa. Se apenas alguns funcionários
de cada vez precisaretn de treina tnento, pode ser mais eficiente enviá-los a um curso de
t reinamento patr ocinado pelo governo, mas, se grandes números de funcionários pre-
cisaretn de treinamento continuamente, planejar e m inist rar um treina tnento interno
personal izado pode ser a mel hor opção.
Em geral, cursos personalizados são os 1na is eficientes. Em empresas excelentes,
são realizadas pesquisas quanto ao conteúdo dos cursos em todos os níveis da gerên-
cia. Por exemplo, o gr upo de P&D da Babcock and \Vilcox em Alliance, Ohio, EUA,
p recisava de um treina tnento em gestão de projetos para 200 engenheiros. A líder
do departamento de treinamento sa bia que não estava qua lificada para selecionar o
conteúdo centra l, então, enviou questionários aos gerentes executivos, gerentes de área
e outros profissiona is da organização. As informações obtidas por meio dos questio-
nários foram usadas para desenvolver t rês cursos separados para o público. Na Ford
Motor Company, o t reinamento fo i subdividido em uma sessão de duas horas para
executivos, um programa de três dias para o pessoal dos projetos e uma sessão de meio
d ia para o restante do pessoal.
Pa ra cursos de treinamento interno, escolher os instr utores e palestrantes corretos
é essencia l. Uma empresa pode usar instrutores que já fazem parte do seu quadro de
funcionários, se eles tiverem um sólido conhecimento de gestão de projetos, ou os
instrutores podetn ser treinados por consu ltores externos que oferecem programas de
t reinamento de fonnação de instrutores.
De uma forma ou de outra, os inst rutores da empresa devem ter o conhecimento
de que a empresa precisa. Alguns problemas com usar instrutores internos incluem os
seguintes:
• Eles podem não ter experiência em todas as áreas da gestão de projetos.
Capítulo 8 Treinamento e formação 413
• Eles pode1n não ter conhecimentos atua lizados das técnicas de gestão de projetos
praticadas por outras empresas.
• Ele.s ta lvez tenham outras responsabi lidades na empresa e, assim, podem não ter o
tempo adequado para a preparação.
• Eles podem não ser tão dedicados à gestão de projetos ou tão habi lidosos quanto
inst rutores externos.
No entanto, a base de con hecimento dos instrutores internos pode ser amplia-
da por inst rutores externos à medida que for necessário. Na verdade, a maioria das
empresas usa pa lest rantes e instrutores externos para seus t reina 1nentos internos. A
melhor manei ra de selecionar palestrantes é buscar recomendações de diretores de
treinamento de outras empresas e de professores de cursos de nível universitário em
gestão de projetos. Um outro método é contatar o escritório dos palest rantes, mas a
qualidade do progra1na oferecido pode não ser tão a lta q uanto o necessário. O mé-
todo mais comum para descobri r pa lest rantes é analisar os folhetos de seminá rios
pat rocinados pelo governo. É claro, os folhetos foram criados como 1naterial de venda,
então, a mel hor maneira de ava liar os semi nários é assisti-los.
Depois de um possível palestr ante ser selecionado, o passo seguinte é verifica r
suas recomendações. A Tabela 8- 2 resume muitos dos perigos envolvidos na escolha
de palestrantes para progra1nas de treinamento interno e como você pode evitá-los.
O passo final é avalia r os materiais de t reinamento e a apresentação que o instru-
tor externos usará nas aulas. As seguintes perguntas podem ser usadas como u1n a lista
de verificaç.ão:
• O pa lestrante usa muitos slides em sua apresentação? Slides podem ser um proble-
ma quando os alunos não têm luz suficiente para totnar notas.
• O instrutor usa t ransparências? Elas foram preparadas profissionalmente? Os alu-
nos receberão cópias das transparências?
• O palest rante faz 1nuito uso de quadro negro? Escrever muito no quadro normal-
mente significa que os alunos precisarão anotar mu ito e que há pouca prepa ração
de aud iovisual por parte do palestrante.
• O palestrante usa estudos de caso? Se usa, os estudos de caso são factuais? É me-
lhor que a empresa desenvolva seus próprios estudos de caso e peça ao palestrante
que os use, pa ra que os casos tenham relevância para os negócios da empresa.
• Há dramatização e experimentos planejados? Eles podetn ser recursos val iosos
para a aprendizagem, mas ta tnbém podem li1n itar o tamanho da turma.
• Deveres de casa e leitura obrigatória fazem parte da aula? Em caso afirmativo, eles
podem ser concluídos antes do seminário?
D Indústrias em amadurecimento
(maioria direcionada a projetos)
D Estrelas do amanhã
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1-5 6- 15 Mais de 15
Anos de experiência em gestão de projetos
Figura 8-3 Quantidade de treinamento por tipo de indústria e anos de experiência em gestão de
projetos. Fonte: Reimpresso de H. Kerzner, ln Search of Excel/ence in Project Management, Hoboken,
NJ: Wiley, 1998, p. 185.
descrições de cargo existem, a gestão de projetos é vista como uma profissão, e os pro-
gramas de treinamento são oferecidos com base nessas descrições de cargo. Quando
perguntamos a um porta-voz da AT&T se a empresa possuía descrições de cargos, ele
respondeu "sim" para o gerenciamento tanto de projetos quanto de programas:
Gerente de projetos
Realiza uma gestão de projetos e11d-to-e,ui durante todo o c iclo de vida de um projeto, di-
recionando os esforços da(s) equi pe(s) de projeto por meio do uso de autoridade funciona l
de entregar um produto e/ou serviço concluído. Possui total responsabilidade por gerenciar
projetos de baixa a alta complexidade, ou projetos dentro de programas que podem envol-
ver múltiplas regiões e/ou múltiplas funções; diversos projetos concorrentes podem ser ge-
renciados. Inclui gerar estimativas e cronogramas, coordenar, designar recursos, certifica r-se
de que o financiamento do projeto seja garantido e auxiliar na recomendação de soluções
de negócios/alternati,•as para os projetos. Avalia, planeja e gerencia os riscos do projeto, pe-
rigos, escaladas de conflitos e resoluções de problemas. Gerencia o escopo do projeto, bem
como seu orçamento e relatórios de custos, e garante a conclusão de projetos se atendo à
qualidade, ao cronograma e aos objetivos de custos usando os processos-padrão da organi-
zação. Age como ligação do projeto entre parceiros de TI, organizações clientes e liderança
de TI. Pode auxilia r no gerenciamento de fornecedores junto aos fornecedores existentes.
Pode dirigir gerentes associados de projetos para oferecer apoio às comunicações do pro-
jeto e ao acompanha mento de seu progresso. Não inclui o gerenciamento de programas
41 6 Gestão de projetos
extremamente grandes e complexos, com vários subprogramas, o que exige supervisão pelo
nível sênior e extensas comunicações entre os executivos. Precisa passar pelo menos 80% do
tempo realizando as obrigações de gestão de projetos descritas acima.
Gerente de programas
Realizar a gestão de projetos end-to-end e/ou o gerenciamento de programas através de
todo o ciclo de vida de um projeto/programa direcionando os esforços da(s) equipe(s) de
projeto/progra ma por meio do uso de autoridade funcional de entregar um produto e/ou
serviço concl uído. Possui responsabilidade total por gerenciar projetos conco rrentes de a lta
complexidade e/ou programas que podem abranger diversas regiões, funções e/ou un idades
de negócios . Responsável pelo pla nejamento detalhado, inclusive por estrutura e recruta-
mento de pessoal de programas/projetos, fazer estimações, a locar e designar recursos, gerar
c ronogramas detalhados, fazer análises do caminho crítico, consolidar planos de projeto
e m um plano de programa geral e negociar qua lquer conflito q ue possa s urgir. Dirige as
atividades do projeto e/ou programa utilizando os processos-padrão da organização para
garantir a entrega dentro do prazo dos benefícios de negócios declarados, comparando a
realidade aos planos e aj ustando os pla nos como for necessário. Avalia, planeja e geren -
c ia os riscos de projeto/programa, incluindo planos de mitigação e contingência; geren -
cia problemas, perigos, escaladas de conflitos e resoluções de problemas. Define o escopo
do projeto/programa e garante que mudanças no escopo e deliverab/es sejam gerenciados
usando o processo de controle de mudanças. Gerencia orçamentos e relatórios de custos
de programas ou projetos de grande porte. Age como elo entre cliente e liderança de TI,
propiciando comunicação e status de progresso do projeto/programa. Pode a uxiliar e m
desenvolvimento de solicitações de propostas, avaliação e seleção de fornecedores, além de
relaciona mentos existentes com fornecedores o u consultores. Utiliza os conhecimentos do
negócio, indústria e tecnologia para incorpora r melhorias do processo de negócio à organ i-
zação e/ou para desenvolver estratégias de negócios e arquiteturas funciona is/empresaria is/
técn icas. Pode dirigir os esforços de gerentes de projetos q uando estes gerenciam um pro-
jeto o u subprograma sobre o qual o gerente sênior de projetos/programas tem autoridade.
Pode incluir o gerenciamento de programas extremamente grandes e complexos, como
d iversos subprogramas, o q ue exige supervisão pelo nível sênior e extensas comunicações
entre os executivos. Precisa passar pelo menos 80o/o do tempo realizando as obrigações de
gestão de projetos descritas acima .
závamos a descrição de cargo, mas agora ela tinha o suporte de u1n material didático,
que geralmente era obrigatório. No final da década de 1990, as empresas começara1n
a enfatizar modelos de competências cent rais, que claramente descreviam os níveis de
habilidades necessárias para ser eficiente como gerente de projetos. Os programas de
treinamento foram instituídos para oferecer suporte aos modelos de competências cen-
tra is. lnfeliz1nente, estabelecer um modelo de competências centrais e o treinamento
que o aco1npanha não é tarefa fácil.
A Eli Lilly possu i o que talvez seja um dos mais abrangentes e eficientes 1nodelos
de competências da indústria hoje. Martin D. Hynes, IIl, diretor de gestão de projetos
farmacêuticos do PPM (Pharmaceutical Project Management), foi o patrocinador-cha-
ve da iniciativa para desenvolver o modelo de competências. Thomas J. Konechnik,
gerente de operações da gestão de projetos farmacêuticos, foi responsável pela imple-
mentação e integração do modelo de competências com out ros processos do grupo
PPM. A base do modelo de competências é descrita abaixo. As competências de gestão
de projetos do Lilly Research Laboratories classificam-se em três grandes áreas:
Especialização científica/técnica
• Conhecer o negócio: considerar os conhecimentos sobre o processo de de-
senvolvimento de medicamentos e as real idades organizacionais ao tomar
decisões.
• Iniciar ações: dar passos proativos para abordar necessidades ou problemas
antes que a situação exija.
• Pensar criticamente: buscar fatos, dados ou a opin ião de especial istas para
orientar a decisão ou o curso de ação.
• Gerenciar riscos: prever e possibilitar mudanças nas prioridades, cronogra1nas
e recursos e 1nudanças devido a assuntos científicos/técn icos.
Habilidades processuaís
• Comunicar-se com clareza: ser bo1n ouvinte e fornecer infonnações que sejam
facihnente compreendidas e úteis para os outros.
• Prestar atenção a detalhes: manter registros co1npletos e detalhados de planos,
minutas de reuniões, acordos.
• Est ruturar o processo: constr uir, adaptar ou seguir um processo lógico para
garantir que objetivos e metas sejam alcançados.
Uderança
• Foca lizar-se e1n resultados: focalizar continuamente sua própria atenção e a
dos outros e1n marcos e deliverables real istas.
• Constru ir uma equipe: criar um ambiente de cooperação e responsabilidade
mútua ent re as funções e dentro delas, a fi 1n de alcançar objetivos comuns.
• Gerenciar a complexidade: organizar, planejar e monitorar diversas ativida-
des, pessoas e recursos.
• Tomar decisões difíceis: demonstrar segurança em suas próprias habil idades,
julgamentos e capacidades; assumi r responsabilidade por suas ações.
• Constr uir o suporte est ratégico: conseguir o apoio e nível de esforço neces-
sário por parte da gerência sênior e de outros para manter o projeto no cami-
nho certo.
Examinaremos cada uma dessas competências ma is detalhadamente a seguir.
1. Conhecer o negócio: considerar os conhecimentos sobre o processo de de-
senvolvimento de medicamentos e as real idades organizaciona is ao tomar
decisões.
418 Gestão de projetos
• Espera r que os membros de equ ipe compreendam termos técnicos das áreas
de especialização uns dos outros.
• Reutil izar materiais de comun icação e briefing com diferentes públicos.
• Li1n itar as comunicações a atualizações periódicas.
• Convidar para reuniões apenas aqueles que (presumivehnente) precisam estar
lá ou que têm algo a contribuir.
• Depender de especia listas técn icos para fornecer briefings em áreas de espe-
cialização técn ica.
Algumas das consequências para projetos/negócios por não demonst rar essa
competência são:
• Os indivíduos de fora da equipe imediata podem ter pouco conhecimento
sobre o projeto.
• Outros projetos podetn ser atrapalhados por "ações emergencia is" ou mudan-
ças de última hora no plano.
• As principais decisões e discussões poden1 ser docun1entadas inadequadan1ente.
• Os briefings da gerência podem ser entendidos como um "calvário" pela equi-
pe e pela gerência.
• Recursos/esforços podem ser desperdiçados ou mal aplicados.
6. Prestar atenção a deta lhes: documentar sistematicamente, acompanhar e or-
ganizar os deta lhes dos projetos.
Os gerentes de projetos/associados que demonstram essa competência irão:
• Lembrar os indivíduos de datas marcadas e outros requ isitos.
• Garantir que todas as partes relevantes sejan1 inforn1adas de reuniões e
decisões.
• Preparar se1n delongas minutas precisas e completas das reuniões.
• Atualizar ou ajustar continuamente os documentos do projeto de modo que
eles reflitam decisões e mudanças.
• Verificar a validade das premissas cent rais ao constru ir o plano.
• Fazer um acompanhamento para garantir que os compromissos sejam com-
preendidos.
Os gerentes de projetos/associados que não demonstram essa competência irão:
• Supor que os out ros estão acompanhando os detalhes.
• Ver revisões formais como instrusões e perda de tempo.
• Escolher procedimentos que sejam, no míni1no, exigentes em termos de acom-
panhamento de detalhes.
• Revisar e atual izar apenas esporadica1nente os documentos do projeto para
que eles reflitam decisões e outras mudanças.
• Li1n itar a documentação do projeto àquelas que são forma lmente exigidas.
• Depender das anotações da reun ião con10 uma documentação adequada
delas.
Algumas das consequências para projetos/negócios por não demonst rar essa
competência são:
• A coordenação com outras partes da organ ização pode ser inexistente.
• A documentação pode estar incompleta ou ser difícil de ser usada para revisar
problemas do projeto.
• Podem surgir desacordos quanto aos compromissos feitos.
Capítulo 8 Treinamento e formação 423
Algumas das consequências para projetos/negócios por não demonst rar essa
competência são:
• Projetos viáveis poden1 ser cancelados sem uma clara articu lação dos benefícios.
• "Diferenças culturais" podem limitar o successo de projetos globais.
• Decisões podem ser tomadas sem a contribu iç.ã o de invidíduos importantes
para elas.
• Resistência a mudanças no escopo ou direção do projeto pode1n se tornar
entrincheiradas antes de os méritos de propostas serem compreendidos.
• Indivíduos/organizações importantes podem nunca aderir à direção ou escopo
de um projeto.
• Pequenos conflitos podem se intensifica r e levar tempo para serem resolvidos.
i Alex Sadowski, PNlP• , é gerente de programas da Governmem Commun.icacions Syscems Division da Har·
ris Corporarion. Tem mais de 30 anos de experiência com uma base de clientes numerosa e diversificada,
incluindo várias organizações civis, govemamencais e militares. Suas atividades na área de gestão de projetos
são relacionadas aos negócios do espaço aéreo e da defesa. Ele também está envolvido com iniciativas para o
Harris Division. Process Group e para o Division Trainin.g Sreering Committee.
Capítulo 8 Treinamento e formação 429
Plano de
gestão de
Específicação riscos
de Trabalho
(ET)
Estrutura Cronograma Sistema de Geração de
Analítica do Integrado do Gerenciamento status e controle
Projeto Projeto (CIP) do Valor Agregado do projeto
(EAP) (SGVA)
Definição
de requisitos ...----..__/'
Plano de
gerenciamento de
mudanças
Mesas-redondas
O PM-CERT patrocina bimestralmente "Mesas-redondas de dicussão" conversas telefôni-
cas de uma hora de d uração, no horário de a lmoço, focalizadas em determinado assunto e
liderado por um especia lista interno o u externo à Alcatel-Lucent. As sessões são casuais e
dão ao aluno um PDU.
Inspiração do PMP-CERT
A equipe do PM-CERT também inspirou o utras atividades de GP. Baseado parcialmente no
sucesso do PM-CERT, o Grupo da Comunidade de Prática Engage de GPs da Akatel-Lucent
é muito ativo, abordando tópicos de interesse geral para os GPs e subiu no ranking, tor-
nando-se um dos grupos corporativos ma is populares da Engage. Baseado nesse sucesso, a
empresa agora está começando a usar isso como um modelo para outras disciplinas e perfis
de cargos na empresa, como uma maneira de promover aprendizagem e compartilhamento
de conhecimentos na comun idade de prática.
Incorporação do teedback
e finalização do colateral
Learníng World
• Gestão de projetos
• Comportamental
• Gerenciamento
• Liderança
Qualidade
, Processos
-.... __-- ...... _
• Ferramentas -------------- ....... _
• Estimação ---- . ... --- Gestão de
projetos integrada
Centro de liderança em
Tempo Real
• Govemança
, Medidas
Alocação de recursos
• Seleção
• Designação
8.16 Hewlett-Packard
A qualidade do treinan1ento e da formação em gestão de projetos que os fu ncioná-
rios de un1a en1presa recebem é, juntamente com a adesão dos executivos, um dos
fato res mais importantes para se alcançar o sucesso e, em últin1a análise, a excelência
em gestão de p rojetos. O t reina mento pode ser tanto para os funcionários da em-
presa q ua nto para seus fornecedores, que precisa m interagir com a metodologia de
gestão de p rojetos do cliente. Vejamos algu ns exemplos de progran1as de treina men-
to eficientes.
A Hewlett-Packard está claramente comprotn etida com o desenvolvi meno de p ro-
gramas e da gestão de projetos. Segundo J im Crotty, líder da profissão de gerencia-
mento de programas nas Américas:
Desenvolvimento de G Ps
A HP Services possui um abrangente Programa de Desenvolvimento de Gerenciamento de
Progra mas (PMDP, Program Ma11ageme11t Developme11/ Program) com cursos q ue abordam
todos os aspectos do treinamento de gestão de projetos e progra mas. Uma grade curricular-
-padrão com mais de 100 cursos foi implementada em todo o mundo por meio da lide-
rança em programas/projetos, gerenciamento, comunicação, gestão de riscos, contratação,
gerenciamento de desempenho de negócios, geração de cronogramas e controle de custos
e q ualidade. Os cursos são baseados no corpo de conhecimentos de gestão de p rojetos do
PNll (Guia P,WBOK"'). A grade curricula r engloba também c ursos especia lizados sobre os
principa is tópicos internos da HP, como a Metodologia de Programas, além de aspectos
essenciais do gerenciamento de negócios e financeiro dos projetos.
Todos os c ursos oferecidos na grande curricular do PN!DP da HP são registrados junto
ao Programa de Centros Registrados de Treinamento (REP, Registered Eáucatio11 Provider),
para garant ir uma base e uma supervisão consistentes. O PMDP ganhou um prêmio de
438 Gestão de projetos
9.0 Introdução
Nos últi1nos 25 anos, uma das muda nças mais significativas na gestão de projetos foi
a ideia de que a gestão informal de projetos funciona. Nas décadas de 1950 e 1960,
as indúst rias aeroespacial, de defesa e de const ruções de gra nde porte eram as pri n-
cipais usuárias das ferra mentas e técnicas da gestão de projetos. Como se t ratava u1n
processo de gerenciamento relativa mente novo, os clientes das empresas contratadas
e subcontrata das queria1n evidências de que o sistema funcionava. A documentação
das políticas e procedimentos a sere1n usados passaram a fazer parte da proposta por
escrito. A gestão fo rmal de projetos, sustentada por centenas de políticas, procedi-
mentos e formulários, tornou-se a norma. Afinal, por que um cliente potencial estaria
disposto a assinar um contr ato de US$10 m ilhões para um projeto ser gerenciado
informa lmente?
Este capítulo esclarece a diferença entre gestão de projetos informa l e fo rmal, e
então discute os q uatro elementos essenciais da gestão informal de projetos.
Década de 1970 Início da década Meados da década Fim da década Década de 1990
de 1980 de 1980 de 1980
Custa caro manter a papelada. Até mesmo uma apostila rotineira de uma reunião
de equipe pode custar entre US$500 e US$2 mi l por página pa ra ser preparada. Exe-
cutivos de empresas excelentes se comunicam sem quantidades excessivas de papel.
Eles encorajam as equipes de projetos a se co1nunicarem sem quantidades excessivas
de papel. Entretanto, a lgumas pessoas a inda opera tn sob a crença errônea de que a
certificação ISO 9000 exige uma enorme papelada.
A Figura 9- 1 most ra as mudanças nos requisitos de papelada em gestão de proje-
tos. O início da década de 1980 marcou o auge dos amantes da documentação em pa-
pel. Naquela época, o típico manua l de políticas e proced imentos provavelmente cus-
tava ent re US$3 milhões e US$5 m ilhões para prepa rar inicia lmente e de US$1 mi lhão
a US$2 1nilhões para atualizar anualmente ao longo da vida do projeto de desenvolvi-
mento. Os gerentes de projetos se afundavam em formulários a serem preenchidos, ao
ponto de ter muito pouco tempo sobrando para rea lmente gerenciar os projetos. Os
clientes começaram a reclamar do alto custo da subcontratação, e o boom da papelada
começou a perder força.
As verdadeiras econotnias de custo não se materia lizaram até o início da década
de 1990, cotn o cresci tnento da engenharia simu ltânea. A engenharia si1nu ltânea en-
curtava os tempos de desenvolvimento de produtos passando a realizar em para lelo
atividades que antes eram rea lizadas em série. Essa 1nudança au1nentou o nível de
risco etn cada projeto, o que exigia que a gestão de projetos se afastasse de a lgumas
de suas antigas práticas. Diret rizes formais foram substituídas por listas de verificação
menos detalhadas e mais genéricas.
Políticas e procedimentos representavam formal idade. Listas de verificação re-
presentavam informalidade. No entanto, a informalidade não eliminava totalmente
a papelada dos projetos. Ela reduzia os requisi tos de papelada a níveis minimamente
aceitáveis . Passar da forma lidade à informal idade exigia uma mudança na cultura
organizaciona l (ver Figura 9- 2). Os quatro elementos fundamenta is de uma cu ltura
informal são os seguintes:
Capítulo 9 Gestão informal de projetos 441
Questões c(Jticas
• Conflitos de alta • Concorrência contínua • Memorandos • Confiança
intensidade por recursos de proteção • Comunicação
• Resistência à • Mudança constante • Atrasos no • Cooperação
geração de múltiplos de prioridades cronograma • Trabalho em equipe
relatórios para os chefes • Baixa motivação • Aumentos graduais • Desenvolvimento de
• Confiança nas políticas no escopo uma metodologia
e procedimentos • Fases do ciclo de vida
• Patrocinadores invisíveis • Treinamento nas
• Problemas de habilidades centrais
poder/autoridade
• Reuniões muito
frequentes
• Confiança
• Comunicação
• Cooperaç.ã o
• Traba lho em equipe
Empresas grandes 1nuitas vezes não conseguiam gerenciar projetos informalmente
apesar de quererem. Quanto maior a empresa, ma ior a tendência de a gestão formal
de projetos assumir o contr ole. U1n antigo vice-presidente de operações de vendas e
1
serviço de atend imento ao cliente da Norte! Networks, acred ita que:
A introdução dos padrões de processos e ferramentas de projetos em toda a empresa na
Norte! Networks e o uso de métricas pipeline (medidas que seguem normas da indústria
definidas pelo cliente) fornece uma estrutura para a gestão formal de projetos. Isso é neces-
sário dada a complexidade dos projetos de telecomunicações que empreendemos e a neces-
1
H. Kerzner, Project Ma11ageme11t Best Practices: Achieving Global Exce/Jence, Hoboken, NJ: \Viley, 2006,
p. 329.
442 Gestão de projetos
9.2 Confiança
Confiar em todos os envolvidos na execução de un1 p rojeto é essencial. Você acorda
de manhã, se veste e entra no carro para ir para o trabalho. Em uma manhã típica,
você pisa no freio de seu carro en1 torno de 50 vezes. Você nunca encontrou as
pessoas que projetaran1, fabricaram ou instalaram os freios. Ainda assim, você nen1
pensa se os freios irão ou não funcionar quando você precisar deles. N inguém o
xinga no trânsito a caminho do traba lho. Você não atropela ninguém. Então você
chega ao trabalho e aperta o botão para chan1ar o elevador. Você nunca encontrou
as pessoas que projetaram, fabricaram, instalaram ou inspecionaram o elevador,
mas, ma is uma vez, você se sente perfeitamente confortável sub indo de elevador até
o seu andar. Ao chegar ao seu escritório às 8 da manhã, você já confiou sua vida a
inúmeras pessoas que você nunca viu. Mesn10 assin1, você se senta en1 seu escritório
e se recusa a confiar na pessoa do escritório ao lado para ton1ar un1a decisão de
US$50.
A confiança é a chave para a implementação bem-sucedida da gestão informal de
projetos. Sem ela, os gerentes de projetos e os patrocinadores de projetos precisariam
de toda aquela papelada somente para garantir que todos que estão traba lhando em
seus projetos estejam fazendo o traba lho da forma como foram inst ruídos a fazer. A
confiança ta1nbém é fundamental para se construir um bom relacionamento ent re a
contratada/subcontratatda e o cl iente. Vejamos um exemplo.
Ta lvez a melhor aplicação da gestão informal de projetos que já vi tenha sido
a que ocorreu há vários anos no Grupo de Sisten1as de Veícu los Pesados da Bendix
Corporation. A Bendix contratou um consultor para realizar un1 progran1a de trei-
nan1ento de três dias de duração. O programa era personalizado, e, durante a sua
fase de criação, o consu ltor perguntou ao vice-presidente e gerente geral da divisão se
ele queria ser treinado en1 gestão de projetos forn1a l ou informal. O vice-presidente
optou pela gestão informa l de projetos. Qual foi o n1otivo de sua decisão? A cu ltura
da d ivisão já se baseava em confiança. Os gerentes de área não eram cont ratados
son1ente com base en1 especialização técnica . Contratações e pron1oções baseavam-se
en1 como o novo gerente se comunicaria e cooperaria com os outros gerentes de área
e gerentes de projetos ao tomar decisões que fossem do interesse tanto da empresa
quanto do projeto.
Quando a relação ent re um cl iente e uma cont ratada se baseia e1n confiança, há
inúmeros benefícios para ambas as partes. Os benefícios são aparentes em e1npresas
como a Hewlett-Packard, a Co1nputer Associares e várias subcont ratadas da indúst ria
auto 1nobi lística. A Tabela 9- 2 1nostra os benefícios.
Capítulo 9 Gestão informal de projetos 44 3
Comunicação de
baixo para cima
até patrocinados
e executivos
Gerente de
projetos .j, J. J.
Comunicação
Comunicação Comunicação
lateral com
lateral com lateral com
organizações
clientes e grupos a equipe
formais e
de colegas de projetos
informações
Figura 9-3 Canais de comunicação internos e externos para a gestão de projetos. Fonte:
Reimpresso de H. Kerzner, ln Search of Excel/ence in Proíect Management, Hoboken, NJ:
Wiley, 1998, p. 200.
A maioria das empresas acredita que uma boa metodologia de gestão de projetos
levará a comunicações eficientes, o que pennitirá que a empresa gerencie de maneira
mais informa l do que formal. A questão, é claro, é quanto tempo ela levará para a l-
cançar co1nunicações eficientes. Como todos os funcionários trabalhando debaixo do
mesmo teto, o tempo necessário pode ser mais curto. Pa ra projetos globais, a dispersão
geográfica e as diferenças culturais podem fazer levar décadas até que ocorram comu-
nicações eficientes. Mesmo então, não há nenhuma ga rantia de que os projetos globais
venham a ser gerenciados infonnalmente.
Suzanne Zale, diretora de operações da He,vlett-Packard, enfatizou:2
Com qualquer projeto global, as comunicações se tornam ma is complexas e exigirão muito
mais planejamento antecipado. Todos os q ue precisam aderir precisam ser identificados
logo no início. A fim de promover assuntos existentes, especia listas familiarizados co m a
c ultura local e fornecedores, a necessidade de equipes virtua is se to rna ma is óbv ia. Isso
aumenta a dificuldade de co municações eficientes.
O mecanis mo de comunicação também pode mudar drasticamente. Conversas ou reu-
niões face a face torna m-se mais difíceis. Tendemos a depender fortemente de comunicações
eletrônicas, co mo vídeo e teleconferências e correio eletrônico. O formato das comunicações
precisa ser padronizado e compreendido a ntecipada mente, de modo que as in formações
possam ser enviadas rapidamente. As co municações também levarão ma is tempo e exigirão
mais esforços devido a diferenças culturais e de fusos horá rios.
Uma das premissas implícitas para que a ge.stão informa l de projetos exista é que
os funcionários compreendam sua estrutura organizacional e seus papéis e responsa-
bil idades na estrutura organ izacional e na do projeto. Formas como o gráfico linear
de responsabilidades (LRC, linear responsibility chart) e a mat riz de atribuição de
responsabilidades (RAM, responsibility assign,nent tnatrix) são úteis. As ferramentas
de comunicação não são usadas hoje co1n a 1nesma frequência do que nas décadas de
1970 e 1980.
Para projetos 1nultinacionais, a estrutura, papéis e responsabil idades organizacio-
nais devem ser claramente delineados. Comunicações eficientes são de máxi1na im-
portância e provavelmente têm de ser alcançadas mais formal do que informa lmente.
9.4 Cooperação
Cooperação é a disposição de ind ivíduos a t rabalhar uns com os outros para o benefí-
cio de todos. Inclui as ações voluntárias de u1na equipe que traba lha junto para obter
um resultado favorável. E1n empresas excelentes em gestão de projetos, a cooperação
é a norma e ocorre se1n a intervenção formal de autoridade. Os membros da equipe
sabem o que é a coisa certa a se fazer, e a fazem.
Na empresa típica (ou em um grupo típico de qua lquer tipo, na verdade), as pes-
soas aprendem a cooperar à med ida que vão se conhecendo. Isso leva tetnpo, e tempo
é a lgo normalmente escasso para as equ ipes de projetos. No entanto, empresas como a
Ericsson Teleco1n AB, o General Motors Powertra in Group e a Hewlett-Packard cria1n
culturas que promovem a cooperação para o benefício de todos.
t raba lho do que com o trabalho propria1nente di to. Obviamente, porém, um bom
moral é vantajoso para o t raba lho em equipe.
Em empresas excelentes, o trabalho em equipe possui as seguintes características:
• Os funcionários e gerentes compartilha1n ideias uns com os outros e estabelecem
altos níveis de inovação e criatividade em grupos de trabalho.
• Os funcionários e gerentes confiam uns nos outros e são fiéis uns aos outros e à
empresa.
• Os funcionários e gerentes têm um co1npromisso com o traba lho que realizam e
as promessas que fazem.
• Os funcionários e gerentes compartilham informações livremente.
• Os funcionários e gerentes são consistentemente abertos e honestos uns com os
out ros.
Fazer as pessoas sentirem que fazem parte de u1na equipe não necessaria1nente exi-
ge n1uito esforço. Considere a situação na Divisão de Serviços de Engenharia e Cons-
t rução da Dov, Chemical Corporation há vários anos. A Dov, Chemical tinha solici-
tado que um instrutor desenvo lvesse um curso de treina1nento en1 gestão de projetos.
O instrutor entrevistou vários dos participantes do seminário antes do progran1a de
t reinamento para identificar possíveis áreas problemáticas. O 1naior problen1a pareceu
ser uma falta de trabalho e1n equ ipe. Essa lacuna era especiahnente evidente no depar-
tamento de projetos arquitetônicos. O pessoal desse departamento reclan1ou que un1
nún1ero excessivo de n1udanças estava sendo feito nos projetos arquitetônicos. Eles
sin1plesn1ente não conseguian1 compreender os 1notivos por trás de todas as 1nudanças.
O segundo proble1na identificado, e talvez o mais sério, era que os gerentes de pro-
jetos não se con1unicavam con1 o departamento de projetos arquitetôn icos uma vez que
eles estavam concluídos. O pessoal de projetos arquitetônicos não tinha ideia do status
dos projetos en1 que estavam trabalhando, e não sentiam que faziam parte da equ ipe.
Durante o programa de treina1nento, um dos gerentes de projetos, que era respon-
sável por const ruir uma grande fábrica de produtos químicos, foi solicitado a explicar
por que estavam sendo feitas tantas mudanças nos desenhos de seus projetos arqu ite-
tônicos. Ele disse: "Há três motivos para as mudanças. Primeiro, os clientes nem sem-
pre sabem o que querem com antecedência. Segundo, quando temos os desenhos pre-
li1ninares, const ruímos um modelo de plástico da fábrica. O modelo geralmente nos
mostra que equ ipa tnentos precisam ser movidos para manutenção ou por motivos de
segurança. Terceiro, às vezes precisamos correr até a const rução bem antes de termos
a aprovação final da Agência de Proteção Ambiental. Quando a agência finahnente
dá sua aprovação, essa aprovação geralmente se torna contingente para grandes mu-
danças estruturais no t rabalho que já foi concluído". U1n antigo funcionário da Do,v
comentou que, em seus 15 anos de empresa, ninguém nunca tinha explicado antes os
motivos por trás das mudanças nos desenhos dos projetos.
A solução para o problema de comunicação insuficiente tambétn era fáci l de
consertar uma vez que fosse revelada. Os gerentes de projetos prometeram tirar ins-
tantâneos mensais do progresso dos projetos de construção e compartilhá-los com o
departamento de projetos arquitetônicos. O pessoal dos projetos arquitetônicos ficou
satisfeito e passou a se sentir mais como pa rte da equipe de projetos.
fora de tolerância sejam corrigidas. Cada pa rte interessada agora verá a tela regular e,
então, será instruída a olhar a tela de crise.
As crises geralmente exigem que decisões imediatas sejam totnadas. Uma tomada
de decisões eficiente exige informações. Se u1na métrica pa rece estar em modo de crise
e aparece no dashboard de crises, os leitores talvez achem necessário ver d iversas ou-
tras métricas que podem não estar em modo de crise e não apa recer no dashboard de
crise, mas que são possíveis causas de crises. Observa r as métricas nos dashboards é
muito mais fácil do que ler relatórios.
A d iferenciação entre um problema e uma crise é cotno a beleza: está nos olhos de
quem vê. O que u1na parte interessada vê como um p roble1na, uma outra parte interes-
sada pode ver como crise. A Tabela 9-3 mostra como é difícil fazer essa diferenciação.
Agora podemos tirar as seguintes concl usões sobre os dasbboards de crise:
• A definição do que é ou não uma crise nem sempre é clara para os leitores
• Nem todos os problemas são crises
• Às vezes, tendências desfavoráveis são t ratadas como crises e aparecem nos dash-
boards de crises
• O dashboard de crises pode conter uma mistura de métricas de crises e métricas
que são tratadas apenas como problemas
• As métricas que aparece1n em um sistema t radicional de relatórios via dashboard
podem precisar ser redesenhadas quando colocadas em um dashboard de crise
para garantir que elas seja facilmente compreendidas.
• As métricas de crises gera lmente implica1n que ou essa situação precisa ser moni-
torada de perto ou que algumas decisões deve1n ser tomadas.
Polk Lighting
A Polk Lighting (um no1ne fictício) é uma empresa de US$35 mi lhões localizada em
Jacksonville, Flórida, EUA. A empresa produz lâmpadas, lanternas e diversos out ros
instrumentos de iluminação. Seu negócio é integralmente baseado em produtos e ser-
viços, e a etnpresa não aceita projetos contratados de clientes externos. A 1na ior parte
das ações da empresa é negociada na bolsa de valores. O presidente da Polk Lighting
detém esse cargo desde o início da e1npresa em 1985.
Em 1994, as atividades da Polk se concentravam no grupo de P&D, que o presi-
dente supervisionava pessoa lmente, recusando-se a contratar um diretor de P&D. Ele
acreditava no gerenciamento info rmal para todos os aspectos do negócio, 1nas tinha
segundas intenções com o uso da gestão informal de projetos. A ma ioria das empresas
usa este artifício para manter os custos baixos o máximo possível, mas o presidente da
Polk favorecia a gestão informal de projetos para que ele pudesse 1nanter o cont role
sobre o grupo de P&D. Entretanto, para que a empresa pudesse crescer, o presidente
precisaria a 1npliar a estrutura de gerencia1nento, estabelecer o rçamentos apertados
para os projetos e possivelmente, tomar a gestão de projetos mais formal do que tinha
sido até então. Além disso, ele provavelmente seria forçado a contratar um diretor de
P&D.
Pressões dos acionistas da e1npresa acaba ra 1n forçando o presidente a permitir que
a empresa crescesse. Quando o crescimento tornou necessário para o presidente assu-
mir tarefas adm inistrativas 1na is pesadas, ele finahnente cont ratou um vice-presidente
de P&D.
Dentro de a lguns anos, as vendas da en1presa tinham dobrado, 1nas a gestão infor-
mal de projetos a inda estava en1 vigor. Embora os orçan1entos e cronogran1as tenhan1
sido estabelecidos à 1nedida que a e1npresa foi crescendo, a gestão real dos projetos e o
1nodo co1no as equipes trabalhavam juntas permaneceram informais.
entanto, pode transformar uma relação possivelmente polêm ica e1n uma relação de
confiança e cooperação co1n a introdução da informalidade.
Dois funcionários da Boeing foram cuidadosamente selecionados como repre-
sentantes no local para supervisionar o desenvolvimento do sistema de propulsão do
$RAM na Thiokol Corporation. A relação de t rabalho entre o escritório de gestão de
projetos da Thiokol e os representantes no local da Boeing rapidamente se desenvol-
veu em uma confiança compartilhada. Eram feitas reuniões de equipe sem troca de
documentação excessiva. Cada parte concordou em cooperar uma com a outra. O
gerente de projetos da Thiokol confiava nos representantes da Boeing o suficiente para
lhes dar dados brutos de resultados de testes mesmo antes dos engenheiros da Thio-
kol poderem formular suas próprias opiniões sobre cais dados. Os representantes da
Boeing, por sua vez, prometeram que não repassariam os dados brutos para a Boeing
até que os engenheiros da Thiokol estivessem prontos para comparti lhar seus resulta-
dos co1n seus próprios patrocinadores executivos.
A relação Thiokol- Boeing nesse projeto clara1nente indica que a gestão informal
de projetos pode funcionar ent re clientes e cont ratadas. Grandes empresas contratadas
no ra1no de construção tiveram os mesmos resultados positivos ao usar a gestão infor-
mal de projetos e representantes no loca l para reconst ruir a confiança e a cooperação.
A informalidade não é um substituto para as atividades forma is da gestão de projetos.
Em vez disso, significa simplesmente que a lgumas atividades podem ser feitas mais
informa l do que formalmente. Comunicações formais e informais podem coexistir.
Excelência comportamental
10.0 Introdução
Nos capít ulos anteriores, vimos que as en1presas excelentes em gestão de projetos
enfatizam fortemente o treinan1ento em habilidades con1portamentais. No passado,
pensava-se que os fracassos de projetos ocorrian1 prin1ordialn1ente devido a n1au
planejamento, imprecisões de estimativas, ineficiência na geração de cronogramas
e falta de controle de custos. Ho je, as en1presas excelentes percebem que o fracas-
so de projetos está n1ais ligado a problemas comportan1entais - baixo moral dos
funcionários, relações humanas negativas, baixa produtividade e falta de compro-
n11sso.
Este capítulo d iscute esses fatores humanos no contexto da liderança situacional
e resolução de conflitos. Oferece, ta tnbém, informações sobre questões de seleç.ã o de
funcionários em gestão de projetos. Fina lmente, o capítu lo oferece conselhos sobre
como alcançar a excelência comportamental.
deve tratá-los da mesma forma . Você tem de se curvar um pouco diante dos independentes
(pessoas mais jovens que mudam de emprego com frequência) que têm ideias boas e criati-
vas e q ue você quer segurar na empresa, particularmente aqueles q ue se arriscam. É preciso
admitir que terá que lidar com alguns trade-o(fs.
Um gerente de projetos sên ior em u1na etnpresa internaciona l de contabi lidade
declara como seu próprio estilo de liderança mudou de t radicional para situacional
desde que se tornou gerente de projetos:
Eu achava que havia determinada abordagem que era melhor para a liderança, mas a ex-
periência me ensinou que liderança e personalidade andam de mãos dadas. O que funciona
para uma pessoa, não funciona para outras. Sendo assim, você precisa compreender o sufi-
ciente sobre a estrutura de projetos e sobre pessoas e, então, adotar um estilo de liderança
que se adapte à s ua personalidade, de modo que você soe natural e genuíno. É um misto da
experiência e da personalidade de uma pessoa com seu estilo de liderança.
Muitas empresas começam a apl icar a gestão de projetos sem compreender as
diferenças comporta tnentais fundamentais entre os gerentes de projetos e os gerentes
de área. Se supusermos que o gerente de área não esteja t rabalhando também como
gerente de projetos, estas são as d iferenças comportamenta is entre os dois:
• Os gerentes de projetos têm de lidar cotn 1nú ltiplas relações hierárquicas. Os ge-
rentes de área se reportam a profissionais etn cargos superiores em uma única
cadeia de comando.
• Os gerentes de projetos têtn muito pouca autoridade rea l. Os gerentes de área de-
têm uma grande quantidade de autoridade em virtude de seus títu los.
• Os gerentes de projetos geralmente não contribuem com os relatórios de desempe-
nho de funcionários. Os gerentes de área contribuem formahnente com os relató-
r ios de desempenho dos funcionários que se reportam diretamente a eles.
• Os gerentes de projetos nem sempre fazem parte de um plano de carreira que pre-
veja aumentos salariais. Os gerentes de área sempre fazem.
• O cargo de gerente de projetos pode ser temporário. O ca rgo de gerente de área é
permanente.
• Os gerentes de projetos às vezes são de um nível de grau inferior ao dos 1nembros
da equipe de projetos. Os gerentes de área geralmente são re1nunerados em utn
nível superior aos de seus subordinados.
Há vários anos, quando a Ohio Bell a inda era subsidiária da American Telepho-
ne and Telegraph, contratou-se um instrutor para 1ninist rar um curso de três dias de
duração em gestão de projetos. Durante o processo de personalização, pediu-se que
o instrutor enfatizasse o planejamento, a geração de cronogramas e o controle, e que
não se importasse com os aspectos comportamentais da gestão de projetos. Naquela
época, a AT&T ofereceu um curso sobre como se tomar supervisor de área que todos
os participantes do sem inário já haviam feito. Na discussão que se segu iu entre o
instrutor e os desenvolvedores de conteúdo do curso, ficou claro que liderança, moti-
vação e resolução de conflitos estavam sendo ensinados do ponto de vista do superior
para o subordinado no curso da AT&T. Quando os desenvolvedores de conteúdo do
curso perceberam que os gerentes de projetos oferecem liderança, motivação e reso-
lução de conflitos a funcionários que não se reportam diretamente a eles, permitiu-se
que o instrutor incluísse assuntos comportamentais relacionados à gestão de projetos
no semtnano.
As organizações precisa tn reconhecer a importância dos fatores comportamentais
nas relações de trabalho. Quando reconhecem, passam a compreender que os gerentes
de projetos devem ser contratados por sua competência gera l de gerenciamento de
454 Gestão de projetos
p rojetos, e não so1nente por seus con hecimentos técnicos. Brian Vannoni, antigo ge-
rente de treinamento e p rincipal engenheiro de processos da GE Plastics, descreveu a
a bordagem de sua organizaç.ã o ao seleciona r gerentes de projetos:
O processo de seleção para fazer as pessoas se envolverem como gerentes de projetos baseia-
-se primordialmente em suas habilidades comportamentais e suas habilidades como líderes
no que d iz respeito a outros aspectos da gestão de projetos. Alguns dos gerentes de proje-
tos profissiona is que trabalham em regime de tempo integral escolhem engenheiros sênior
como seus protegidos, sendo seus guias e mentores, de modo q ue os engenheiros possam
aprender os o utros aspectos da gestão de projetos. Porém, as principais habilidades que
estamos procurando são, na verdade, as habilidades de liderança .
Os gerentes de p ro jetos com fortes habilidades comporta1nenta is têm mais chan-
ces de envolver suas equipes na tomada de decisões, e a tomada de decisões comparti-
lhada é um dos p rincipais traços da gestão de projetos bem-sucedida. Hoje os gerentes
de projetos são mais gerentes de pessoas do que gerentes de tecnologia. Segundo Ro-
bert Hershock, antigo vice-presidente da 3M:
A confiança, o respeito e, especialmente, as com unicações são muito, muito importantes,
mas acho q ue uma coisa q ue devemos ter em mente é q ue um líder de equipe não gerencia
tecnologia; gerencia pessoas. Se você gerencia r as pessoas da forma certa, elas gerenciarão
a tecnologia.
Além disso, os gerentes de projetos orientados por questões comportamenta is têm
mais chances de delegar responsabilidade.s aos 1nembros de equipes do que gerentes de
projetos tecn icamente fortes. Em 1996, Fran k Jackson, antigo gerente sênior da MCI,
afirmou :
Os líderes de equipes precisam ter um foco e um compromisso com um objetivo último.
Você definitivamente tem de se res ponsabilizar por s ua equipe e pelo resultado dela. Você
precisa ser capaz de compartilh ar a tomada de decisões. Não pode se a utodetermina r como
o detentor ecxclusivo do d ireto de tomar decisões. Você deve ser capaz de d ividir esse direi-
to. E isso, novamente, só para bater na mesma te.da, é uma q uestão de comunicação. Uma
comunicação clara e concisa por toda a equipe e subindo e descendo uma cadeia de coman-
do é muito, muito importante.
Algun1as o rga nizações preferen1 te r un1 gerente de projetos com fo rtes habi li-
dades con1portan1en ta is, deixando a especial ização técnica nas n1ãos do engenheiro
de p rojetos. Outras descobriram q ue o inverso é eficiente. Rose Russet t, a ntigo ge-
rente de processos de gerencian1ento de programas da Genera l Motors Powertrain,
declarou:
Norma lmente indicamos um indivíduo com formação técnica para o cargo de gerente de
programas e um ind ivíduo com formação em negócios e/ou sistemas para o cargo de ad-
ministrador do programa . Essa combinação de habilidades parece complementar uma à
o utra. Os vários gerentes de área são, em última análise, responsáveis pelas partes técnicas
do programa, enquanto a responsabilidade principal do gerente de programas é propiciar
a integração de todos os deliverables funcionais a fim de alcançar os objetivos do progra-
ma. Tendo isso em mente, é útil para os gerentes de programas compreender as q uestões
técnicas, mas eles agregam valor não solucionando problemas técnicos específicos, e sim
liderando a equipe por meio de um processo q ue resultará nas melhores soluções para o
programa de modo geral, não somente para a á rea funcional específica. O administrador
do programa, com dados recebidos de todos os membros da equipe, desenvolve os planos
de programa, identifica o caminho crítico e comunica periodicamente essas informações à
equipe ao longo da vida do p rograma. Essas informações são utilizadas para auxiliar com a
solução de problemas, a tomada de decisões e a gestão de riscos.
Capítulo 10 Excelência comportamental 455
• N . de T.: A expressão refere•se a uma necessidade de perda ou rroca de algo para se conseguir outra coisa.
Normalmente uma relação "perde-e-ganha" em que se perde ou abre-se mão de uma qualidade para poder
obter outra.
456 Gestão de projetos
Cada um desses tipos de confl itos pode variar em intensidade ao longo da vida do
projeto. A intensidade relativa pode variar em funç.ã o de:
• Estar se aproximando das rest rições do projeto
• Ter encont rado apenas duas restrições e1n vez de três (p.ex.: te1npo e desempenho,
mas não custo)
• O ciclo de vida do projeto propriamente dito
• Os ind ivíduos que estão em conflito
Os conflitos podem ser positivos se trouxere1n resu ltados benéficos. Deve-se per-
mitir que esses confl itos positivos continuem contanto que as restrições de projeto não
sejam violadas e que haja resultados benéficos. Um exemplo de conflito positivo pode
ser dois especia listas técn icos discutindo que cada um possu i uma maneira melhor de
solucionar um problema. O resu ltado benéfico seria que cada u1n deles tentaria encon-
t rar informações adicionais para respaldar suas hipóteses.
Alguns confl itos são inevitáveis e ocorrem repetidas vezes. Por exemplo, considere
um estoque de matérias-primas e bens acabados. O departamento de produção deseja
o maior estoque possível de 1natérias-primas à mão para evitar possíveis interrupções
na produção. O departamento de vendas e marketing deseja o maior estoque possível
de bens acabados para que os registros contábeis pareçam favoráveis e não seja possí-
vel nenhum problema de fluxo de caixa.
Considere cinco 1nétodos que os gerentes de projetos pode1n usar para resolver
conflitos:
• Confrontação
• Conci liação
• Facil itação (ou suavização)
• Força (ou obrigação)
• Retirada
A confrontação é provaveln1ente o n1étodo mais con1um usado pelos gerentes de
projetos para resolver conflitos. Usando a confrontação, o gerente de projetos enfrenta
o confl ito diretan1ente. Con1 a ajuda do gerente de projetos, as partes em desacordo ten-
tam convencer umas às outras de que sua soluç.ão para o problema é a n1ais adequada.
Quando a confrontaç.ã o não funciona, a segunda abordagem 1nais empregada pe-
los gerentes de projetos nonna lmente é a conciliação. Na conciliação, cada uma das
pa rtes em confl ito concorda com trade-offs ou faz concessões até que se chegue a uma
solução que seja aceitável por todos. Essa abordagem de "toma lá - dá cá" pode faci l-
mente levar a uma solução do conflito que seja favorável a ambas as partes (win- win).
A terceira abordagem para a resolução de conflitos é a faci litação. Usando habili-
dades de facilitação, o gerente de projetos enfatiza áreas de acordo e dese1úatiza áreas
de desacordo.
Por exemplo, suponha que un1 gerente de projetos diga: "Estamos discutindo cinco
questões, e até agora só chega1nos a u1n acordo nas três prin1eiras. Não há n1otivo para
não concordarmos nas duas últimas, não é?" . A facilitação de un1 desacordo não resol-
ve o confl ito. A facilitação n1inÍlniza o contexto en1ocional no qual o conflito ocorre.
Força também é um 1nétodo de resolução de conflitos. U1n gerente de projetos usa
força quanto tenta resolver um desacordo exercendo sua opinião à custa das out ras
pessoas envolvidas. Gerahnente, forçar uma solução às pa rtes de um confl ito produz
u1n resultado que só é favorável para u1na das partes (win- lose). Chamar o patrocina-
dor do projeto para resolver um conflito é uma outra forma de força às vezes empre-
gadas pelos gerentes de projetos.
Capítulo 10 Excelência comportamental 457
Em 1996, Frank Jackson, antigo gerente sên ior da MCI, acred itava ser possível
encontr ar uma equipe com a qual qualquer indivíduo poderia contribuir:
As pessoas não devem ser rotuladas como a lguém que "não funciona bem em equipes ".
Todos têm a capacidade de participar de uma eq ui pe e de contribuir com ela com base
nas habi lidades e experiências pessoais que já tiveram. Se passarmos para o ambiente da
equipe, uma outra coisa que é muito impo rtante é não impedir a comunicação. A comu-
nicação é a chave para o sucesso de q ualquer equipe e qua lq uer o bjetivo que uma equipe
tente alcançar.
Un1 dos argumentos cruciais que ainda são expressos na con1unidade de gestão
de projetos é se un1 funcioná rio (até mesmo un1 gerente de projetos) deve ter o direi-
to de recusar un1a tarefa. Na M innesota Po,ver and Light, foi anunciado um cargo
aberto para gerente de projetos, n1as ninguém se cand idatou. A empresa reconheceu
que os funcionários provavelmente não con1preendian1 quais eram as responsabili-
dades que o cargo envolvia . Depois de mais de 80 pessoas terem sido treinadas nos
fundamentos da gestão de projetos, surgiram inúmeros candidatos para o cargo a ser
preench ido.
É uma sentença de morte designar algué1n ao cargo de gerente de projetos se essa
pessoa não for dedicada ao processo de gestão de projetos e à responsabilidade que
ele exige.
1
D. L. Duarte e N. Tennanr Snyder, Masteri11g Virtual Teams. San Francisco: Jossey-Bass, 200 t, p. l O. Repro·
duzido com a permissão de John \Viley & Sons.
2
lbid., p. 70.
460 Gestão de projetos
J G. Parker,J. McAdams e D. Zielinski, Reruarding Team.s, San Francisco: Jossey-Bass, 2000, p. 17. Reprodu-
zido com a permissão de John \-Viley & Sons.
' lbid., p . 17 .
' 5. Ibid., p. 29.
462 Gestão de projetos
Custo (Pagamentos)
Unidade
Individual Equipe de programa organizacional
As recompensas nem sempre precisam esta r ligadas ao tempo, como aquela que quando a
equipe alcança um marco antes de determinada data, obtém uma recompensa . Se, por exem-
plo, uma equipe de desenvolvimento de produto depurar um novo software a tempo, esse não
é necessariamente um motivo para recompensá-la . Mas se descobre e soluciona um problema
imprevisto ou escreve um código melhor antes da data de entrega, merece uma recompensa .
• Condusão do projeto: todos os membros da equipe ganham determinada q uantia quan-
do concluem o p rojeto dentro do orçamento e prazo previstos (ou dentro dos padrões
de q ua lidade do defensor convicto da equipe).
• Valor agregado: esse prêmio depende do valor agregado por um projeto, e depende, em
grande parte, da habilidade da organização de criar e acompanhar med idas objetivas.
Exemplos incluem o tempo de resposta a solicitações do cliente, melho ria do tempo de
ciclo de desenvolvimento de produtos, economias de custo devido a eficiências de novos
processos ou lucros incrementa is o u participação de mercado criada pelo prod uto o u
serviço desenvolvido ou implementado pela equi pe de projetos.
Um alerta q uanto aos planos de incentivo de projetos: eles podem ser muito eficien-
tes em aj udar as equipes a se manterem no foco, alcançarem metas e se sentirem recom-
pensadas por seu traba lho pesado, mas tendem a ser excludentes. Nem todo mundo pode
pa rticipa r de uma equipe de projetos. Alguns funcionários (membros de eq ui pe) terão a
oportunidade de obter um incentivo q ue outros (não membros de equi pes) não terão. Há
uma desigualdade interna. Uma forma de aborda r esse problema é recompensar membros
da equi pe central por alcançar as metas da equipe e reconhecer participantes periféricos q ue
apoiaram a equi pe, seja por meio de conselhos, recursos o u uma ajuda mais prática, seja
substit uindo os membros da equipe de projetos em seu cargo original.
Algun s projetos têm tamanha importância estratégica que você se sente disposto a con-
viver com esses problemas de desigualdade interna e com as reclamações de não membros
de eq uipes sobre os incentivos excludentes. Ou seja, essa ferramenta deve ser usada com
cautela.
Algumas organ izações se foca lizam somente em recompensas em di nheiro . En-
tretanto, Parker et ai. concluíra1n, em sua pesquisa, que recompensas não monetárias
7
podem funciona r igualmente be1n, se não melhor, do que recompensas monetárias :
Nluitas de nossas organizações usam recompensas não monetárias devido ao seu poder de
permanência. Todo munda ama d inheiro, mas pagamentos em dinheiro podem perder seu
impacto motivacional com o tempo.
Entretanto, re.compensas não monetárias carregam o valor de um troféu, que possui
um grande poder de permanência, porque cada vez q ue você o lha para aquele aparelho de
TV o u placa comemorativa, você se lembra do q ue sua eq uipe fez para gan há-la . Cada um
dos planos encoraja recompensas que são cobiçadas pelos beneficiários e, portanto, serão
memoráveis.
Se você perguntar aos funcionários o que eles querem, eles invariavelmente d irão d i-
nheiro. No entanto, oferecer recompensas em d in heiro pode ser d ifícil se o orçamento for
peq ueno o u os ganhos oferecidos em um plano de incentivo forem modestos. Se você dis-
tribuir os incentivos com frequência maior do q ue uma vez por a no, a quantia líquida pode
parecer bem pequena, até mesmo avarenta. Re.compensas não monetárias tendem a depen-
der mais de seu valor simbólico do que de seu valor financeiro.
As recompensas não monetárias podem vir em q ua lq uer forma: um simples agradeci-
mento, uma carta de parabenizaç.ã o, uma folga remunerada, um troféu, mercadorias com a
marca da empresa, uma placa comemorativa, cartões-presente, serviços especiais, um jantar
para dois, um a lmoço grátis, um crédito em um cartão emitido pela empresa para compras
em lojas locais, itens ou mercadorias específicas, mercadorias de um extenso catálogo, via-
gens a negócios o u com a família, e opções de ações. Só a criativ idade e a imaginação dos
criadores do plano li mitam as escolhas.
7
lbid.,p.190- 191.
464 Gestão de projetos
• N . de T.: Comprometer-se com uma decisão apenas por ter sido envoh•ido na formação do caso, mesmo
sem rotai certeza de estar cerro. O termo buy-;n nos jogos é considerado como a raxa de inscrição, o valor
necessário para fazer parte do jogo.
466 Gestão de projetos
1
O resran.re desra seção foi fornecido por Kerry R. \Vills, P.M.r1'. Reproduzido com a permissão de Kerry R.
Wills.
468 Gestão de projetos
s urgia uma nova . O ciclo de passar tempo resolvendo emergências e ignorando problemas
q ue causam mais emergências pode ser pensado como o ",vhack-a-mole dos projetos".
Na minha experiência, o gerenciamento proa tivo é uma das ferramentas ma is efi-
c ientes que os gerentes de p rojetos podem usar para garantir o sucesso de seus projetos.
Entretanto, é uma sit uação d ifícil gerenciar vários projetos e ainda ter tempo para p lane-
jar adiante. Chamo essa habilidade de dedicar tempo para planejar o futuro de "Propen -
são à capacidade de gerenciamento proativo" (PtvlCP, Proactive A1a11age111e11t Capaâty
Prope11sit.y). Este a rtigo irá demonstrar os benefícios do gerenciamento proativo, defin ir
a PtvlCP e propor mane iras de aumentar a PMCP e, ass im, a probabilidade de s ucesso
nos proietos.
Gestão proativa
A gestão de projetos envolve muito planejamento de antemão, incl usive p lanos de trabalho,
orçamentos, a locação de recursos, entre o utros. A melhor estatística q ue já vi sobre a preci-
são dos planos iniciais diz que há uma variância 30% positiva ou negativa em relação aos
planos originais no fina l de um projeto. Portanto, uma vez que se tiverem feito planos e o
projeto tiver começado, o gerente de projetos precisará reavaliar constantemente o projeto
para compreender o impacto dos 60o/o do desconhecido que irá ocorrer.
O dicionário define proativo como "q uem age antes de lidar com a dificuldade espera-
da" . Ao "agir com antecedência", um gerente de projetos consegue exercer a lguma infl uên-
cia sobre o controle do desconhecido. Entretanto, se deixar de agir com a ntecedência, os im-
pactos do desconhecido serão ma iores, já que o gerente de projetos só reagirá ao problema
q uando ele tiver se acumulado como uma bola de neve.
Uma metáfora: quando dirijo a té o trabalho, tenho um plano e um cronograma. Saio de
casa, pego certas ruas e estradas e chego ao trabalho em 40 minutos. Se eu tratasse dirigir
até o trabalho como um projeto {ter uma meta específica com um início e um fim finitos),
teria duas opções para gerenciar minha viagem [Fig ura 10-2]:
Ao gerenciar minha viagem proativa1ne11te, assisto o jo rnal na TV pela manhã para ver
a previsão do tempo e do tráfego. Embora eu tenha um plano, se houver uma obra em uma
das ruas que norma lmente pego, posso fazer mudanças nesse plano para pegar uma rota
d iferente de modo que meu cronograma ainda seja respeitado. Se sei que talvez haja neve,
posso sair mais cedo e me dar mais tempo para chegar ao trabalh o. Quando estou dirigindo,
o lho para a estrada Jogo adia nte para ver o que está a cam inho. Pode haver acidentes o u
buracos q ue queira evitar, e isso me dá tempo de trocar de faixa.
Uma abordagem reativa à minha viagem poderia ser supor que meu plano origina l irá
funciona r integra lmente. Q uando pego a estrada, se houver obras, terei de sentar e esperar,
porque quando percebo o impacto sobre meu plano o riginal, já passei de todos os viad utos
a
l l J J l l J J
~ ~
PROATIVO REATIVO
Benefícios
A metáfora acima demonstra que o gerenciamento reativo é negativo para os projetos,
pois q uando você percebe que existe um problema, ele norma lmente já está causando um
impacto sobre o cronograma, escopo o u custo. H á vários outros benefícios decorrentes do
. .
gerenciamento proat1vo:
• Gerenciar um plano proativamente permite que o gerente de projetos veja que ativida-
des estão a caminho e comece a se preparar para elas. Isso pode ser a lgo pequeno, como
agendar salas de conferência para reun iões. Já vi situações em q ue tarefas deixaram de
ser concluídas no tempo devido a problemas meramente logísticos.
• Compreender as ativ idades que estão a cam inho também perm ite q ue os recursos
adeq uados estejam preparados. M ui tas vezes, os projetos exigem o envolvimento de
pessoas de fora da equi pe de projetos e a linhá-las é sempre um desafio. Ao preparar
as pessoas com antecedência, existe uma probabilidade mais alta de q ue elas esteja m
prontas na hora em q ue é preciso.
A relação
• O gerente de projetos deve fazer constantes replaneja mentos. Ao o lhar para todas as
a tividades que estão por vir além de para as atuais, ele pode ter uma medida da proba-
bilidade de sucesso que pode ser gerenciada em vez de esperar a té um dia antes do prazo
final de alguma coisa para perceber q ue o c ronograma não poderá ser cumprido.
• O gerenciamento p roativo também permite q ue se focalize e se ded ique tempo à quali-
dade. O gerenciamento reativo normalmente é caracterizado por correr e tentar conser-
ta r o mais rápido poss ível q ua lquer " to upeira" q ue tenha aparecido. Isso normalmente
s ignifica fazer um remendo em vez de um conserto apropriado. Ao planejar o trabalho
adequadamente, ele pode ser tratado de modo apropriado, o q ue reduz a probabilidade
de retrabalhas.
• Q uando surgem trabalhos anteriormente não identificados, ele pode entrar nos planos
em vez de se supor q ue " podemos simplesmente incorporá-lo".
O gerenciamento proativo tem fortíssima influência sobre a probabilidade de sucesso de
um projeto, pois perm ite o replanejamento e a capacidade de abordar problemas antes de
eles terem um impacto s ign ificativo.
Panorama Observei uma relação entre a q ua ntidade de trabalho q ue um gerente de
projetos possui e sua capacidade de gerencia r proativamente. À medida q ue os gerentes de
projetos
.
pegam mais
.
trabalhos e projetos mais concorrentes, sua capacidade de gerenciar
proat1vamente ca i.
A relação entre a carga de trabalho do gerente de projetos e a capacidade de gerenciar
proativamente é apresentada na Figura 10- 3. Quando os gerentes de projetos possuem mais
trabalho, eles têm menos capacidade de ser proativos e acabam sendo mais reativos.
Nem todos os projetos e gerentes de projetos são iguais. Alguns gerentes de projetos
conseguem lidar com vários projetos muito bem, e a lguns projetos exigem mais foco do
que o utros. Portanto, chamei esse fator de Propensão à Capacidade de Gestão de Projetos
(PMCP, Project Ma11ageme11t Capacity Propensity). Isto é, a soma dessas q ua lidades que
permitem que um gerente de projetos gerencie projetos proativamente.
A PCMP Há vários fatores q ue formam a PMCP, que tracei abaixo.
Os conjuntos de habilidades do gerente de projetos influenciam a PMCP. Possuir boas
técn icas de gerenciamento do tempo e de organização pode influencia r q uanto um GP con-
segue se focalizar em o lhar adiante. Um gerente de projetos q ue é eficiente com seu tempo
tem a capacidade de analisar mais a tividades q ue estão a caminho e planejá-las.
470 Gestão de projetos
Gerencíamento
reativo
PMCP
Gerenciamento
proativo
Gerenciamento
reativo
PMCP ~G
fe-ra~n-.
cía
Lm_eLn7toL...J--'--:;;J.L....~~~~~~--'
proativo
Conclusão
Gerenciar um projeto proativamente é a umenta r sua probabilidade de ser bem-sucedido.
Existe uma correlação direta entre a ca rga de traba lho de um gerente de projetos e s ua ca-
pacidade de o lha r adiante. Os gerentes de projetos têm controle sobre certos aspectos que
podem lhes dar ma ior ca pacidade de focar o gerencia mento proativo. Esses itens da PN!CP
podem ser a umentados por meio de treinamento e da equipe adequada.
Lembre-se de manter os olhos na estrada.
Medindo o retorno sobre
o investimento em treinamento
em gestão de projetos
11.0 Introdução
Por quase 30 anos, da década de 1960 à de 1980, o crescimento e a aceitação da
gestão de projetos se rest ringiu às indústrias aeroespacial, de defesa e de construção
pesada. En1 praticamente rodas as out ras indústr ias, era considerada "boa de ter",
n1as dispensável. Havia pouquíssimos progran1as de treinamento, e os que eram ofe-
recidos abordavam os fundamentos con1 a fraca tentativa de adaptar o material a
un1a empresa específica. O conceito de medi r o retorno sobre o investin1ento (ROi,
return on invest,nent) em treinan1ento, pelo menos en1 cursos de gestão de projetos,
era inexistente. Nos últimos 10 anos, houve vá rios estudos sobre a quantificação dos
benefícios da gestão de pr~etos, com alguns trabalhos pioneiros sobre os benefícios
do treinamento na área. 1,2 .• Não foi o suficiente, n1as pelo menos reconhecen1os a
necessidade.
Hoje, nossa visão sobre a forn1ação em gestão de projetos mudou, e mudou
também nosso desejo de ava liar o ROi sobre os fundos de treinan1ento. Há vários
. .
n1ot1vos para isso:
• Os executivos percebem que o treinamento é uma necessidade básica para as em-
presas crescerem.
• Os funcionários querem t reinamento para seu desenvolvimento profissional e
oportunidades de avanço na carreira.
• A gestão de projetos agora é vista como uma profissão em vez de como u1na ocu-
pação em regime de te1npo parcia l.
• A importância de se tornar PMP® tem aumentado.
• Há inúmeros programas universitários d isponíveis, que oferecem diplomas de
graduação, 1nestrado e doutorado em gestão de projetos.
1
W. Ibbs e J. Reginaro, Q1-1anafying the \!alue of Project Management, Newton Square, PA: Projecr Mana·
gemem lnsrirure, 2002.
2
\V. Ibbs e Y-H. Kwak, The Bene(,ts o/ Project Management, Newton Square, PA: Project Managemenr
lnsrirure, 1997.
J W. Ibbs, "Measuring Projecr X1anagemenr·s Value: New Direccions for Quanrifying PM/ROJ*··, in Proc.ee•
dings of the PMI Researd, Conference, June 21- 24, 2000, Paris, France.
' J. Knucson, A three-parr series in PM Network,January, February, and July 1999.
Capítulo 11 Medindo o retorno sobre o investimento em treinamento .. . 473
5
C. J. Middleron, "'How ro Ser Upa Project Organ.izacion··, Harvard Busin.ess Review, Jvlarch- April 1967,
p. 73-82.
474 Gestão de projetos
' J. J. Phillips, Return on /nvestment ;,r Training and Performance lmprovement Programs, 2nd ed., Burling·
ron, M.A: Butterworch-Heinemann, 2003, Chaprer 1. Na opinião do autor, esse é sem dúvida um dos melho·
res, senão o melhor, texto sobre esse assumo.
Capítulo 11 Medindo o retorno sobre o investimento em treinamento .. . 475
na mensuração do ROi educaciona l da mes1na forma que são certificados como PMP®
ou Fa ixa Preta do Seis Sigma.
U1n out ro motivo para usar o PMO é a metodologia da gestão de projetos empre-
saria l (EPM). O EPM é a integração de vários processos, como gestão da qualidade to-
tal, engenharia simultânea, melhorias contínuas, gestão de r iscos e controle de mudan-
ças de escopo em uma única metodologia de gestão de projetos que é util izada em toda
a empresa. Cada um desses processos possu i saídas 1nensuráveis que anteriormente
talvez não fossem acompanhadas ou relatadas. Isso colocou uma pressão adicional so-
bre o PMO e a formação em gestão de projetos para que eles desenvolvessem 1nétricas
e mensurações do sucesso.
Análise de dados
Tabelar
custo do
Planejamento 1 . _ l_ _ _ _ _ c_o_
ie_ta_d_e_d_a_do_s_ _ _ _ _ __, programa Gerar relatórios
Desenvolver
planos de avaliação Chegar
e dados de linha a urna
de base conclusão
e gerar
relatório
Figura 11- 1 O modelo do ROi. Fonte: Adaptado de J . J. Phillips, Return on Jnvestment in Training
and Performance lmprovement Programs, 2nd ed., Bu rlington , MA: Butterworth-Heinemann, 2003
p. 37.
476 Gestão de projetos
7
Algumas empresas têm cursos com duração de um dia, dois d ias e aré mesmo de uma semana sobre melho~
res práricas em gestão de projetos.
478 Gestão de projetos
habi lidades de apresentação do instrutor e1n vez de com a qualidade das informações.
Embora esse método seja o mais comum e muitas vezes sirva como uma indicação de
satisfação do cliente, o que se espera que leve a negócios de repetição, não é nenhuma
garantia de que novas habi lidades ou conhecimentos tenham sido aprendidos.
Nível 2: Aprendizagem
Esse nível mede habi lidades específicas, conhecimentos ou mudanças de atitudes
aprendidas durante o curso. Os instrutores usa1n u1na variedade de técnicas de t reina-
ment o, como:
• Palestras
• Palestras/discussões
• Exames
• Estudos de casos (empresas externas)
• Estudos de casos (projetos internos)
• Simulação/dramatização
• Combinações
Para cada técnica de t reinamento, é preciso estabelecer u1n 1nétodo de 1nensura-
ção. Alguns instrutores oferecem um pré-teste no início do curso e um pós-teste no
fim. A d iferença de pontuação geralmente é representativa de quanto o participante
aprendeu. Isso normalmente é feito para programas de t reinamento internos em vez
de seminários públicos. Deve-se tomar cuidado com o uso de pré-testes e pós-testes.
Às vezes, u1n pós-teste é fáci l co1n a finalidade de fazer parecer que se aprendeu muito.
Testes fora da sala de aula também podem ser realizados usando estudos de caso que
os participantes levam para casa e questões de múltipla escolha em CD-ROMs.
Capítulo 11 Medindo o retorno sobre o investimento em treinamento .. . 479
Os testes são necessários para val idar que se aprendeu a lgo e se absorveram co-
nhecimentos. Entretanto, simplesmente ter havido aprendizado não é nenhuma ga -
rantia de que as infonnações aprend idas sobre as 1nelhores práticas podem ser ou
serão transferidas para a etnpresa. O aprendizado pode simplesmente confirmar que a
empresa está se saindo bem e acotnpanhando o r itmo de suas concorrentes.
Objetivos
do projeto
Unidades de negócios
Satisfação Oportunidade [futuro)
do cliente de negócios
Processos/
metodologia
Apoio IKPIJ
Metodologia
executivo
Deliverables
(FCSJ
Custo Qualidade Escopo
Medidas
do projeto
Figura 11-2 Pirâmide post mortem. Fonte: De H. Kerzner, Advanced Project Management:
Best Practices in lmplementation, 2nd ed., Hoboken, NJ: Wiley, p. 302.
480 Gestão de projetos
ra 11- 1. Alguns benefícios do impacto sobre os negócios que são facilmente converti-
dos em valores monetários incluem:
• Menor duração do desenvolviinento de produtos
• Decisões ma is rápidas e de qual idade 1nais a lta
• Custos mais ba ixos
• Margens de lucro 1nais altas
• Menos recursos necessários
• Redução da papelada
• Melhoria na qual idade e na confiabil idade
• Menor rotatividade de pessoal
• Implementação mais rápida das melhores práticas
Benefícios típicos que são intangíveis e não podem ser faci lmente convertidos e1n
valores monetários inclue1n:
• Melhor visibi lidade e foco em resultados
• Melhor coordenação
• Moral 1na is alto
• Aceleração no desenvolvimento de gerentes
• Maior controle sobre os projetos
• Melhores relações com os clientes
• Mais apoio funciona l
• Menos conflitos que exigem algum suporte da gerência
Embora esses benefícios possa1n ser intangíveis, deve-se fazer cada tentativa de
atribuir valores monetários a eles.
Para ilust rar a utilidade desse nível, considera1nos três exemplos, todos baseados
no mesmo curso de treina1nento. Você participa de um seminário de dois dias de du-
ração sobre melhores práticas em gestão de projetos. O custo para sua etnpresa para
que você participe do curso é:
Ao fim do sem inário, você volta à e1npresa com três melhores práticas para reco-
mendar. Sua e1npresa gosta de todas as três ideias e o designa como gerente de projetos
para imple1nentar todas elas. Fundos extras precisam ser gastos para alcançar o bene-
fício desejado.
Exemplo 1
Durante o seminário, você descobre que muitas empresas adotaram o conceito de gestão
de projetos sem papel, implementando um sistema de relatório de status de "semáforo"'. Sua
empresa já possui um sistema de EPM baseado na web, mas você tem preparado relatórios
em papel para as reuniões de revisão de status. Agora, todas as reuniões de revisão de status
serão realizadas sem papel e com um projetor em LCD exibindo a metodologia baseada na
web com um mostrador em "semáforo"' ao lado de cada pacote de trabalho na estrutura ana-
lítica do projeto.
O custo de desenvolver o sistema de semáforo é:
• Tempo dos executivos dedicado a reuniões de revisão de projeto (20 h por projeto a 10 h
por projeto x 15 projetos x 5 executivos por reunião x US$250/h): US$187.500
• Redução de tempo necessário para a preparação de papelada (60 h/projeto x 15 proje-
tos x US$100/h): US$90.000
• O benefício adicional total é, portanto, US$275.500:
Isso significa que, para cada dólar investido no programa de treinamento, houve um re-
torno de US$8.109 nos benefícios líquidos! Nesse exemplo, supôs-se que o salário dos tra-
balhadores com todos os encargos fosse de US$100/h, e o dos executivos, de US$250/h. Os
benefícios foram mensurações de um ano, e o custo de desenvolver o sistema de semáforo
não foi amortizado, mas descontado dos benefícios anuais.
Nem todos os programas de treinamento geram benefícios dessa magnitude. A Lear, em
Dearborn, Michigan, EUA, possui um sistema de relatórios de semáforo para a gestão de pro-
jetos como parte de seus sistema de EPM baseado na web. A Lear mostrou que, na mesma
quantidade de tempo que ela revisaria o status de um projeto usando papel, agora revisava o
status de todos os projetos usando os relatórios com semáforos.
Exemplo 2
Du rante o programa de treinamento, você descobre que outras empresas estão usando tem-
plates para a aprovação e iniciação de projetos. Você recebe os templates durante o treina-
mento e é necessário muito pouco esforço para torná-los parte do sistema de EPM e informar
Capítulo 11 Medindo o retorno sobre o investimento em treinamento .. . 48 3
a todos a respeito da atualização. Os novos templates eliminarão pelo menos uma reunião por
semana, com uma economia de US$550:
US$27.500
IBC = = 956
US$2.875 '
US$27.500 - US$2.875
ROi = = 8,56
US$2.875
Nesse exemplo, para cada US$1 investido no programa de melhores práticas, foi reco-
nhecido um benefício de US$8,56.
Exemplo 3
Durante o programa de treinamento, você descobre que as empresas estão ampliando seus sis-
temas de EPM para se tornarem mais compatíveis com os sistemas utilizados por seus clientes.
Isso deve estimular maior satisfação do cliente. O custo de atualizar seu sistema de EPM para
passar a integrar geradores de relatórios para clientes diversos será em tomo de US$100 mil.
Depois do gerador de relatórios ser instalado, um dos clientes com os quais você tem
quatro projetos por ano lhe informa que está tão satisfeito com essa mudança que agora lhe
dará um contrato de fornecedor exclusivo. Isso resulta em economias significativas em custos
de aquisição. Sua empresa tipicamente gasta US$30 mil preparando propostas:
Nesse caso, para cada dólar investido no programa de melhores práticas, foi recebido um
benefício líquido de US$5,96.
Até hoje, houve muito poucas tentativas de medir o ROi especificamente na formação
em gestão de projetos em vez de em trabalhos feitos pela Phillips. Entretanto, houve mais su-
cessos. Em uma empresa de seguros, foi empreendido um projeto de US$100 milhões. Todos
os funcionários tiveram de fazer um treinamento em gestão de projetos antes de trabalhar no
projeto. O projeto foi concluído 3% abaixo do orçamento.
Na incerteza de se a economia de US$3 milhões fora devido a uma melhor formação
em gestão de projetos ou à baixa qualidade das estimativas iniciais, a empresa realizou um
estudo sobre todos os projetos em que os funcionários eram treinados em gestão de projetos
antes de trabalhar em equipes de projetos. O resultado foi um surpreendente retorno de 700%
sobre o valor investido em treinamento.
Em uma outra organização, o pessoal do DRH trabalhou com gestão de projetos para
desenvolver um programa informatizado de treinamento em gestão de projetos. Os resultados
iniciais indicaram um ROi de 900o/o. Os trabalhadores fizeram o curso em seu tempo livre em
vez de no horário de trabalho.
Talvez essa seja uma indicação dos benefícios dos programas de aprendizagem digital
(e-Jearning). Os programas de e-Jearning podem produzir um ROi muito mais alto do que os
cursos tradicionais pelo fato do custo do curso ser significativamente reduzido com a elimina-
ção do custo de liberação dos funcionários de suas funções comuns.
484 Gestão de projetos
11.8 Conclusões
Devido à quantidade e à profundidade dos programas de treinamento em gestão de
projetos, pode-se esperar que o concei to de mensuração do RO i sobre o va lor investi-
do cresça. Os executivos reconhecerão os benefícios dessa abordagem e sua aplicação
à gestão de projetos da mesma forma que ela se aplica a outr os programas de t reina-
mento. As organizações que oferecem treinamentos em gestão de projetos precisarão
demonstrar domínio da análise de ROL Por fim, o PMI ta lvez até estabeleça um grupo
de investigações especiais sobre a mensuração do ROi.
O escritório de projetos
12.0 Introdução
À 1ned ida que as e1npresas começam a reconhecer o efeito favorável da gestão de pro-
jetos na lucratividade, passa-se a enfatizar a importância de se atingir o profissiona lis-
mo na área usando o conceito de escritório de projetos (PO, project office). O conceito
de um PO, ou PMO (project manage,nent office), provavelmente é atividade de gestão
de projetos mais importante desta década. Com o reconhecitnento de sua importância,
vem o planeja1nento est ratégico, tanto para a gestão de projetos quanto para o escri-
tório de projetos. A maturidade e a excelência não ocorrem com o mero uso da gestão
de projetos ao longo de um longo período, mas por meio do planejamento estratégico
tanto para a gestão de projetos quanto para o PMO.
O planejan1ento estratégico geral envolve a dete rn1inação de onde você dese-
ja estar no futuro e, então, de como você planeja chegar lá. Para o planejan1ento
estratégico do PMO, ge ralmente é mais fácil decidir que atividades deven1 estar
sob o controle do PMO do que determinar como ou quando rea lizá-las. Para cada
atividade colocada sob os seus cuidados, podem surgir movimentos de resistên-
cia que inicialn1ente veen1 a ren1oção dessa atividade de sua área funcional con10
uma ameaça a seu poder e autoridade. Típicas atividades designadas a um PMO
incluen1:
• Padronização nas estimativas
• Padronização no planejamento
• Padronização na geração de cronogramas
• Padronização no controle
• Padronização na geração de relatórios
• Esclarecimento dos papéis e responsabilidades que gestão de projetos envolve
• Preparação de descrições de cargos para os gerentes de projetos
• Preparação de dados de a rquivo sobre lições aprendidas
• Benchmarking contínuo
• Desenvolvimento de templates para a gestão de projetos
• Desenvolvimento de uma metodologia de gestão de projetos
• Recomendação e in1plementaç.ão de n1udanças e melhorias à metodologia existente
• Identificação dos padrões do projeto
• Identificação de melhores práticas
• Realização do planejamento est ratégico para a gestão de projetos
• Estabelecimento de uma linha telefônica d ireta para a solução de problemas rela-
cionados à gestão de projetos
486 Gestão de projetos
1
12.1 B0eing
Nem todas as empresas usam o termo escritório de gestão de projetos. Em algu1nas,
ele ta tnbém é chamado de comunidade de excelência ou co1nun idade de prática. Cada
empresa possu i suas próprias metas e objetivos específicos para um PMO. Assim, as
responsabilidades do PMO podem variar de empresa para empresa. As informações a
seguir sobre a Boeing foram fornecidas por Kerry Braaflat - patr ocinador executivo
de gestão de projetos da Boeing; Stephen Markgraf - líder do escritório de gestão de
projetos empresarial da Boeing; Scott Sears - líder da comunidade de excelência em
gestão de p ro jetos da Boeing; Christine Baker - antiga líder da comunidade de exce-
lência em gestão de projetos da Boeing; e Sherry Kytonen - gerente de projetos sênior
de portfól ios:
O escritório de gestão de projetos empresarial da Boeing patrocina uma comuni-
dade de excelência em gestão de projetos (PjMCoE, Project Management Cotntnunity
1
© 201 3 by Boeing. Reproduzido com permissão. Todos os direitos reser\'ados.
488 Gestão de projetos
duas sen1anas para seus funcionários, oferece suporte aos instrutores para as aulas
de gestão de projetos específicas para a Boeing e oferece outros treinan1entos ad hoc
que fornecem aos funcionários da Boeing a oportunidade de obter Unidades de De-
senvolvin1ento Profissional para a recertificação de seus certificados de PMP®. Há
disponível tambén1 n1ódulos de treinamento em MS Project, Milestones Professiona l e
Gestão de Riscos, Problen1as e Oportunidades, Liderança e Gerenciamento de Comu-
nicações e de Equipes Virtuais. S0n1ente en1 2012, o PjMCoE ofereceu treinan1ento
a mais de 1O m il funcionários, oferecendo mais de 15 m il horas de oportunidades de
tre1nan1ento.
Muitos funcionários tiram proveito da 1nentoria e/ou serviços de consultoria para
auxiliá-los no desenvolvi1nento de carreira e habilidades de gestão de projetos. A men-
toria fornece também visibilidade de oportunidades tanto para gerentes quanto para
funcionários.
Em 2013, o PjMCoE fará parceria com a equipe de Cidadãos Corporativos Glo-
bais da Boeing para identificar oportunidades para gerentes de projetos se voluntaria-
rem para traba lhar em projetos de serviços de comunidades de suporte.
2
€>201 3 by Philips. Reproduz.ido com permissão. Todos o s di reitos reservados.
J Ver também hrrp://www.healrhcare.philips.com/main/ para informações mais detalhadas.
490 Gestão de projetos
• A excelência em gestão de projetos importa para o SCS - aspecto -chave para ava-
liar e aprimora r habilidades, processos e ferramentas.
• Gerenciamento de mudanças - identificar, dirigir e imple1nentar melhorias e mu-
danças na organização.
• Padronização - permitir práticas padronizadas e processos em todos os do1nínios
e regiões do produto. 9
• Aprendizagem contínua - t reinar, revisar e oferecer mentoria quando necessário.
• Facilitação de uma Comunicade de Prática de GP - aspecto-chave para possi-
bi litar o c<~,n~.;3rtilha1nento, a aprendizagem, a alavancagem, o networking e a
comun1caçao.
Ao const ruir o Escritórios de Gestão de Projetos (PMO), as seguintes condições
foram consideradas:
1. Posicionamento do PMO: Especial istas sênior em gestão de projetos que
orienta1n a organização durante as mudanças em busca da excelência em
gestão de projetos com um forte gerenciamento de mudanças.
2. Foco do PMO: O PMO propriamente dito não implementa projetos de in-
teração com o cliente nos próprios hospitais, mas se focaliza em oferecer
suporte ao gerente de projetos/equipes de projetos locais.
3. Consultor de gestão de pr ojetos: A implementação de um cargo dedicado de
especialista sênior em determinadas áreas para prestar consultoria para os
gerentes de projetos e1n todos os países. O objetivo do cargo de consultor em
gestão de projetos é pro1nover os processos, ferramentas e metodologias de
gerenciamento, de modo que elas realmente reflitam as ambições de excelên-
cia em gestão de projetos.
4. Suporte ao projeto: A Ílnplementação de u1n cargo operacional dedicado de
gestão de projetos para oferecer suporte às operações manté1n as várias pla-
taformas de co1npartilhamento de informações e conhecimentos e t reinamen-
. .
tos e1n aspectos operac1ona1s.
5. A integração do PM O às operações e às regiões geográficas: O PMO global
é altamente conectado às organizações de implementação do projeto nos res-
pectivos países para permitir um forte alinhamento. Os membros da equi-
pe do PMO se encontram em várias local idades, possibilitando um alcance
reahnente global.
9
"As organizações de alto desempenho têm quase rrês vezes mais chances do que as organizações de baixo
desempenho (36% versus 13%) de usar práticas padronizadas em roda a organização e, em decorrência disso,
rêm projetos com melhores resultados." Fonte: PM/'s Pulse o/ the Profession., March 2013, p. 10 .
0
' Ver rambém hcrp://wenger-crayner.comflnrro-ro-CoPs/ para informações mais detalhadas sobre a Comun.i·
dade de Prática (CoP, Conmumity of Practke).
Capítulo 12 O escritório de projetos 493
Habilidades e
competências do GP
Comunidade de
prática do GP
Ferramentas,
processos e
metodologia do GP
11
Profissional de Gerenciamento de Programas (Program Nfanagement Professional, PM~)/ Associado Cer·
tificado em Gestão de Projetos (Certified Associare in Projec.r Management, CAPM) do lnscirum de Gerencia·
memo de Programas (Program Management lnst;tute, PMI).
494 Gestão de projetos
12
Fome: hnp:/lwenger-crayner.com/fnrro-m-CoPs/.
Capítulo 12 O escritório de projetos 495
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Processo da • • .r. . , O 11 Atendimento ao cliente Customer carc
Phili p:s Healthcate
Ge,eoctamento de
P,oposta de venda
} SUCCESS 2.0
Es1rutum de
processos ) ITJL'!I
u mL• (IT ln.frastrucrure Library ou Biblioteca de lnfraesrrurura em 11) desenvolvida pelo Office of Gover~
nment in Commerce (OGC) no Reino Unido.
496 Gestão de projetos
14
12.3 maxlT-VCS
A max!T-VCS possui um PMO q ue serve de "casa" para todos os nossos consultores de
gestão de projetos. O PMO se reporta diretamente ao nosso vice-presidente sênior, q ue se
reporta ao nosso CEO. O grupo entra na estrutura matricia l de nossas d ivisões funcionais
o u práticas específicas. O PN!O atende à empresa de duas principais maneiras (interna e
externamente). Internamente, oferecemos aos funcionários um plano de carreira em gestão
de projetos que inclui acesso a metodologias e a padrões além de oportunidades de estudo
(i.e., credenciais de PMP"' do PMI) focalizados exclusivamente em gestão de projetos. Exter-
namente, oferecemos aos nossos cl ientes serviços ligados à gestão de projetos em tecnologia
de informação na área de sa úde. Tais serviços incluem gerentes de projetos certificados com
experiência na indústria (a méd ia na VCS é de 14 anos). Oferecemos também suporte com
a metodologia e as ferramentas para construir a fundação de um PMO por meio de nossa
14
O material sobre a maxlT-VCS foi fornecido por .M.arc Hirshfield, PJvU,;t> e diretor do escritório de gestão
de projetos da maxlT· VCS.
Capítulo 12 O escritório de projetos 497
15
12.4 Aviva
Estrutura
Contexto do mercado
A Aviva Canada é um dos grupos líderes de seguros de imóveis e acidentes pessoais
no Canadá que oferece seguros residenciais, de automóveis, de veículos recreacionais,
seguros de grupos e de empresas a ma is de 3 milhões de clientes. A e1npresa é uma
subsid iária integra l da Aviva PLC, sed iada no Reino Un ido, e possui mais de 3 m il
funcionários, 25 estabeleciinentos e 1.700 corretores independentes como parceiros. A
Aviva Canada e seus funcionários investe1n em mudanças positivas, inclusive por meio
16
do Aviva Co1nmunity Funde da Eva's lnitiatives, sua parcei ra no programa globa l da
Aviva chamado "St reet to School" (Das ruas para as escolas) que ajuda desabrigados
e outros jovens e1n situação de risco a alcançarem seu potencial. (http://Avivacanada.
comia rticl e/a viva -canada -and -eva 's-initia tives-working-togheter-prevent -youth -home-
1essness.)
Contexto da indústria
As megatendências e,npresariais 17 começ.ara1n a moldar e afetar muitas indústrias. A ne-
cessidade dos serviços de atendimento ao cliente com rapidez, maior transpa rência e ca-
pacidade persona lizada de acompanhar produtos e serviços é nossa presente real idade.
Consequentemente, as megatendências empresariais se traduzen1 em megatendências de
seguros (para tudo: segu ros gera is, de vida, de saúde, etc.) quando todos são pressio-
nados a se tornarem n1ais ágeis (aumentar a produtividade - fazer mais co1n menos), a
digitalizarem a cadeia de valor (tanto vertical quanto horizontaln1ente), e quando o ge-
rencian1ento de capital humano é mais importante do que nunca (aun1entar habilidades
e investir nas habi lidades de u1n futuro não mu ito distante). Ver Figura 12-3.
Descreve1nos o EPMO da Aviva Canada como direcionado ao mercado, operando
e1n um 1nodelo híbrido-federado. Nossa estr utura e processos permitem que a função
responda melhor e ofereça melhor suporte a uma organização foca lizada no cresci-
mento lucrativo, e em ser cada vez mais ági l e eficiente. Possibi litar uma aprovação
d inâmica de in iciativas permite maior agilidade. Consequentemente, as iniciativas são
apresentadas quando o a 1nbiente justifica o investimento (lega l, regu latório, resposta
a um concorrente ou pressão de custos, etc.). Nossa abordagem é gerenciar dentr o o
o rçamento de investimento total do portfólio para o ano (estabelecido a detenninado
percentua l do alvo de receitas), e isso é sustentado por um forte modelo de expansão
e contração da mobilização de recursos, oferecendo flexibilidade em termos de capital
humano. Os EPMOs t radiciona is, em sua ma ioria, operam quando as iniciativas são
apresentadas uma vez por ano (e de ba ixo para cima) durante a época da determ i-
nação do orçamento e do planejamento, quando enormes esforços são ded icados à
seleção, priorização e previsão da demanda e da oferta ao longo dos 12- 18 meses
seguintes. Não acreditamos nessa abordage1n; se o ambiente exige que a empresa res-
ponda, então ela precisa se apresentar para ava liação e decisão - queremos ouvi-la !
Nosso t rabalho é, então, fazer a coisa acontecer se aprovada - é para isso que estamos
aqui: liderar e facilitar mudanças em toda a e1npresa.
15
€>2013 by Aviva. Reproduzido com permissão. Todos os direitos reservados. Informações fornecidas por
lan Laliberré, vice~presidenre de estratégia e mudança em TI.
16
Eva é o nome do cencro juvenil mancido pela Aviva Canada.
17
Service 2020: Megacren.ds for che Decade Ahead, a BDO Reporc, escrito pela Economist lnrelligence Un.ic,
Summer 201 1, 37 p.
Capítulo 12 O escritório de projetos 499
Megatendências empresariais
Necessidade de
rapidez do serviço de
atendimento ao cliente
Tempo é o novo luxo Megatendências de seguros
Tornar-se mais ágil,
Maior transparãncla aumentar a produtividade
Conseguida pelas
mídias sociais Digitalizar a cadela de valor Prioridades
veltlcal ehorizonw
Serviços personalizados Focalizadas, ágeis,
e acompanhados Crescimento lucrativo eficientes
Gerenciamento do
Mais e mais capital humano
lntllv/dualizados
Liderança
U1na cultura de liderança é um ingred iente crucial para um EPMO direcionado ao
mercado. Para buscar continuamente rapidez, eficiência, adaptabilidade e flexibilida-
de, toda e e.ada pessoa (e não somente a gerência) precisa ser capaz de questionar o
status q110, deter a burocracia do modo que for necessário e tornar sua abordagem
adequada dent ro da estrutura de governança d irecional. Uma liderança de ponta (ino-
vadora), e não a partir do centro (seguindo as regras preestabelecidas), ou de ci1na
para ba ixo, é o que buscamos em nossos parceiros e é a base de nossas relações.
BHAG, 4 Pilares
A fim de alcançar um ele1nento de impulso e conexão com todos, estabelece-se uma
meta clara, grande, "cabeluda" e audaciosa (BHAG, a clear big, bairy, and a11dacious
goal) - uma declaração t ransformativa que continua1nente lembra a todos de onde
vie1nos, quais são nossos objetivos e co1no os alcançaremos. Para alcançar o futuro
imaginado e colocar o foco e1n como faremos isso, quatro pi lares sustentam o BHAG.
U1na simples declaração que está ligada a prestadores de serviços e funcionários em
regi1ne de tempo integra l. Isso é exibido na Figura 12-4.
Pode parecer difíci l 1nanter esse elemento em u1n modelo direcionado ao mercado,
mas, na verdade, é o oposto: ele é cent ral para nossa to1nada de decisões em termos de
contratações (os entrevistados são consultados quanto à sua reação inicial e co1nenta1n
sob o itnpulso do momento), para iniciativas de melhorias contínuas que devemos ter
(processos e operações), para co1no devemos nos comportar interna e externamente, e,
o que é mais i1nportante, para como nos alinhamos co1n nossas partes interessadas e
nossos clientes. Cada FTI é designado a um dos pilares para personificar e impulsionar
a mudança necessária.
.,,
.,,
o
?l
• Criar critérios de
.,, w
t.,, ~,
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• Melhorar continuamente
*
<
a:
• Pensar em resultados no
oontratação mais robustos ~ o nossos processos com :::, conlaXIO eq,mariil -
a: • Revisar periodicarnante zw <> parteiros e fornecedores traballar para elininar a
:::, os talentos. perfis de _, < • Revisar e racionaizar !:.
:::, mentalidade de silos
e.,
cargos e 8S1abelec1r e.,
a:
w nossa Metodologia de e., • Oefirir compottamenkls e
w
a: objetivos de desempertlo .,, a. Enltega de Projeios w alvos de desempertlo e
w
...
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que se ainham com o
Muro que imaginamos
.,,
o
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o
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w
• ln1roduzir a Agilidade
oom rel!Vância ...
o
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estabelecer um now
mandado di liderança
z • Estabelecer um plano de o
z .,,
o
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• Introduzir um plano para para permitir nossa
_,
w trtinamento robusto que
se alinhe oom uma
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oomo se tornar wna
organização de riYel
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trans1ormação em uma
organização dt classe
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o e., mtr><ial a: mundial
< o
mundial
• Continuilf a promOY11t
nossos planos de cantira
...
o
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a.
• Rtintroctuzir os
indicaOOres dlan de
deseq>enho (KPls) para
o
a.
:E
oe.,
• Crilr mensagens positivas
ql.8 unam e inspirem a
equipe e simm para
em E'S1ratêgia e Mucfança :E que sirvam ele suporte redefrlir nosso val01 para
em TI para que eles sirvam <
:e
aos resutlados dos aorgalmçâo
de suporte à aprendizagem z programas e projelOs • Sempre cltsafiar o status
e ao desenvorvimento na _, quo- pensar ele maneira
pràtica < inovadora e laraticamente
• Oese1WOlver um plano de discipinada
sucessão para os cargos • Exercitar a paranoit
de liderança de Eslra!égia prodU1iva.
e Mudança em TI • Praticar a criativiclade
empirica
menos duas vezes por ano co1n colegas de várias indústrias que ocupam funções simi-
lares. Essas sessões de meio dia de duraç.ã o vale1n ouro para cada organização, já que
a abordagem comprovada e verdadeira de "polinização cruzada" de conheci1nentos
permite que todos nós rapidamente dissem inemos aprendizados essencia is em cada
u1na de nossas organizações e expandamos a rede de conexões de todos. Isso nos
permite comparti lhar nossa visão e abordagem, de modo que, enquanto funcionários
e prestadores de serviços muda tn as organizações co1no pa rte de suas carreiras, tenta-
mos moldar como será o futuro. A partir de 2012, a ma ioria dos líderes sênior passou
a se conectar com outros lídereos de EPMO, e o mes1no ocorre com nossa prática
e1npresarial de Anál ise de Negócios, bem como na prática de Execução de Mudanças
e Gerenciamento de Processos de Negócios (BPM, Business Process Management) .
Um exemplo perfeito tambétn está aproveitando essa oportunidade no último
lançamento de Kerzner. Essa é u1na outra p lataforma para au1nentar a liderança de
pensamento necessária para elevar uma função central de tamanha importância em
muitas organizações.
Capital humano
Uma sólida revisão do gerenciamento de talentos
A Aviva como organizaç.ã o focaliza-se em seus talentos e possui um bom processo e es-
t rutura de gerenciamento de talentos. Na função EPMO, certificamo-nos de que todas
as pessoas tenham seus objetivos anua is estabelecidos, um plano de desenvolvimento
pessoa l e tenham sua reun ião mensal ind ividua l com seus respectivos gerentes de área
para discutir o progresso em seus objetivos e desenvolvimento. No 1neio do ano, a
equ ipe de gerência se reúne e discute todos os seus funcionários e co1no tem sido seu
desempenho ao longo do tempo, e co1no sua agi lidade vem se desenvolvendo. Essa é
Capítulo 12 O escritório de projetos 5 01
uma ótima 1naneira pa ra a Equipe de Liderança Sên ior (SLT, Senior Leadership Teatn)
do EPMO ficar sabendo cotno sua equipe de execução está sendo percebida pelo resto
da o rganização, oferecendo, na verdade, um feedback crítico sobre o desenvolvÍlnento
de nossos funcionários. O gerente de área, então, oferece esse feedback de volta à sua
equipe em sua próxima reunião mensal individua l, quando se oferece um feedback
honesto e se t raça um p lano de ação. Trata-se de um importante processo, já que ele
também delega ao funcionário o poder de retificar sua trajetória entre o meio do ano
e a revisão de desempenho do fim do ano, quando o mesmo processo se repete, ,nas,
dessa vez, para discutir o desempenho de fim de ano para discutir aumentos sala riais
e bônus por mérito.
Um claro plano de carreira
Um plano de carreira é importante, e cada papel precisa tem utn claro perfi l de cargo
que descreva suas responsabilidades, mas que também demonstre como uma pessoa
pode passar de um cargo júnior, a intermed iário e até mesmo co1no ele pode se mo-
vimentar lacerahnente em out ras funçôes de gestão de projetos ou portfólios e etn
cargos de aná lise de negócios no nível empresarial. Todos os perfis de cargos até o
vice-presidente são disponibi lizados para os funcionários.
Recompensas e reconhecimentos
Recompensas e reconheci tnentos também são fatores centrais e instrumentais em tor-
nar nossa equ ipe um sucesso; na verdade, muito do que fazemos é aprendido e aplica-
do em out ras áreas da organização.
A celebração faz parte dos sucessos de un1 projeto; oferecetnos recompensas aos
indivíduos e equipes ou, às vezes, sin1ples cartões de agradecin1ento, bilhetes de cinema
ou vales-café significan1 muito quando se trata de um colega que está si1nplesn1ente
dizendo un1 "obrigado". Os prestadores de serviços são considerados como pa rte da
equipe, assim con10 nossos funcionários de tempo integral; a união e a uniformidade da
equ ipe são fatores centrais para que nos torne1nos uma organização de nível 1nundial
e, como ca l, todos precisan1 sentir que foran1 escolhidos como parceiros de confiança.
Função
Equipes funcionais - Nosso ecossistema de parcerias estratégicas
Encontramos o equ ilíbrio certo de papéis e funções necessárias, permitindo uma rápi-
da expansão e contração, dependendo da dinâmica do mercado. E,n seu cerne, nossa
equipe (inclu indo a gerência) é formada por aproximadamente 30 FTs (times funcio-
nais), e pode facilmente ser dobrada de tamanho dependendo da carga do portfólio.
A força de nossa operação e o que nos permite sermos vistos cada vez mais como utn
parceiro estratégico etn termos de excelência em mudanças é a amplitude de nossa
unidade, que vai além da execução de projetos, programas e portfólios tradicionais.
O EPMO opera na função de estratégia e mudança em TI, na qual as equipes a seguir
podetn ser vistas como exercendo u1na liderança de ponta, uma liderança a partir do
centro, e u1na mistura das duas - nosso verdadeiro sistema de execução. Ver Figura
12- 5 para um panorama funcional da Estratégia e 1nudança em TI.
Uderança de ponta (inovadora):
• Parcerias de negócios em TI: Em dois níveis. No primeiro nível, das parcerias de
negócios, temos gerentes sênior, cujo papel é ser um ponto de esca lação " trian-
gular" ent re gerentes de projeto/ progra1na, líderes funcionais da área que re-
presentam (pode ser relacionado ao projeto ou ao business as 11sual - BAU),
ou específicos de TI que podem ou não incluir um terceiro. No segundo nível,
temos os líderes de TI mais sênior, indicados como utn parceiro para as outras
áreas funcionais maiores (como vendas, finanças, subscrições, etc.). Seu papel é
servir de "ponte" entre outros membros do Co1nitê Executivo (CE) e sua SLT ao
escritório do CIO. O líder mais sênior em estratégia e mudança etn TI é indicado
para a distribuição por corretores (vendas).
• Estratégia de T I / Escritório do CIO: Esta seção apoia diretamente o Escritório
do CIO a gerenciar todas as solicitações de informação e as apresentações ao
Comitê e Diretoria Executiva, a lém de garantir que haja um sólido "mapa" de
informações e tecnologia que sirva de suporte direto à direção est ratégica da
organizaç.ã o a lém de responder às prioridades táticas, principalmente por meio
da execução de seu portfólio.
Estratégia e
mudança
em TI
Execução de mudan-
Gerenciamento Anâlise Planejamento e
Parcerias de Estratégia de TI/
e execução empresarial geração de relató-
Finanças ças e gerenciamento
negócios em TI Escritório do CIO do EPMO de processos de
de portfólios de negócios rios de portiótios
negócios (BPM}
•
Escritório
de gestão GOe
conformidade
de projetos
l~CIUMIS
denegóclOs
Nossas ideias
(- Nossa conexão
Operações
Governança: um modelo de parceria
Nosso modelo envolve possibi litar que a organização seja focada, ágil e eficiente e
que ofereça a velocidade necessária do tempo de colocação no 1nercado. Portanto,
compreendemos que nossa governança não pode tratar de cont role e policiamento,
mas, em vez disso, deve se adequar à sua finalidade e proporcionar agilidade. Para
Capítulo 12 O escritório de projetos 507
alcançar isso, nosso ciclo de vida é: marcado por um jargão de negócios (proposta,
iniciação, planejamento, execução, encerra1nento), ági l e autocentrada (com três níveis
de govemança), adaptável (etn cascata, iterativa, ágil, híbrida), rápida e eficiente (cinco
fases, cinco pontos de decisão, t rês aprovações). (Ver Figura 12- 7.)
Jargão de negócios
Parece-se muito como o ciclo de vida proposto pelo PMI no nível macro, e é verdade.
Pelo fato de a Aviva Canada se encontrar na América do Norte, e tambétn devido ao
nosso 1nodelo operacional de expansão e cont ração de recursos e práticas de contra-
tação, queremos nos certificar de que nossos profissionais de gestão de projetos (PMI
ou Prince2) possam rapidamente compreender nosso esquema organizaciona l em uma
linguagem com a qua l todos estejam familiarizados. Isso se aplica a qualquer novo
gerente sênior que esteja entrando para a organização e que se torne Encarregado de
Projetos ou Patrocinador Executivo.
ase de entrad
nlcio do ptojeto tojeto encerrad __
,,_ ../
Figura 12- 7 O ciclo de vida adaptável, flexível e direcionado ao mercado da Aviva Canada.
508 Gestão de projetos
tendo uma responsabi lização por lucros e perdas adequada ao seu nível de experiência
e maturidade na carreira. (Ver Figura 12-8.)
Autocentrada e adaptável
Um modelo único não serve para todas as situações, assim como nenhuma abordagem
de execução serve para todas as situações. Garantimos que a metodologia de execução
aplicada à iniciativa é adequada à sua fina lidade, de modo a assegurar máx:i tna taxa
de transferência (throughput) para que os resu ltados desejados sejam alcançados e os
benefícios sejam realizados o mais rápido possível. Sendo assim, utn modelo autocen-
trado também se aplica aqui. Usamos dez perguntas simples para ajudar a determinar
11 AVALIAÇÃO OE GOVERNANÇA
AVIVA
lr,fo1mo - O lo()) i
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Pequenas mudaçu
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o
• inlllleSlniura; - uilr.,estniura; draoslrutu111;
lier6ulna mlllbr,ç,.
IIOS ,plQWos,
m11xes°'
Peq,,enu mudllçu
"''"'""""'
ou
llllerbces
Mlcbnçasem ...
OU IIIIIS ;aplQWOs.,
1111ertaces ou
..........°'
liov.1 bmlii dt
modelos de cbdos
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.::iôelos de m!os
o
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o
-
.....
11Cer'bces
l!JilblfOs, DGW5
~
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·os PllUOS Podem 5er m.1is curws dl'l'ffl(ltndo
do ni:ci,o t esloiço
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Figura 12-10 Um exemplo da etapa de planejamento do fluxo de trabalho iterativo dentro do CVGP.
510 Gestão de projetos
$1 ,,,,
bigirem aprowaçJo pela TI {segundo a Palftlta rt, AulQC1tlaUt Commuvas. ouCorporate Authoóties PoHcy, seçJo 4.5. tl/»glna 1~
ou
NÃO edgtrem a execução de TI ou bens e serviços de segurança MAS REPRESENTAREM MAIS DE US$200 Mil em gasaos de caixa totai'S do
ptojeto (recursos mais ptodutos ou serviços adquiridos)
•1. Possuir uma data de infclo ede finahz.ação
2. Introduzir mudanças (crlaOOO ou alterando um produto, serviço ou capacidade}
3. hlglr os serviços ou envolvimento de mais de uma unidade de negócios
FAVOR OBSERVAR: Se sua lnklatln 1110 atende aos critérios acima. ela nJo ura lnclu(da no Awlva Canada Bookoi Wo111: e será
considerada como BAU.
Figura 12- 12 Adicionando um projeto ao portfólio de projetos da Aviva Canada - fluxo de trabalho
de proposta e aprovação da iniciativa.
Capítulo 12 O escritório de projetos 51 1
CIO para garantir que estimativas de TI de a lto nível (ordem de 1nagn itude) inclua tn
todos os componentes necessários. Uma vez validadados pelo CIO, eles são enviados à
próxima reunião com o Comitê Executivo, em que o respectivo membro do CE apre-
senta rá e ganha rá a sua aprovação. Durante essa reun ião, tomam-se decisões sobre
classificação (executar, transformar, crescer, ou run, transfo rm, grow ), nível de priori-
dade (PI, P2 ou P3 bucket), tipo de financiatnento (Corporativo, Empresarial), e quetn
será o líder o (EPMO, Empresa). Então, comunicamos a decisão.
Figura 12- 14 Exemplo de um dos seis dashboards: alocação da o ferta e demanda de recursos.
Clientecentrismo
O termo "cliente" em utn departamento de serviços pode ter diferentes significados, o
que pode causar confusão ou nos fazer não prestar atenção no verdadeiro cliente de
negócios. Como parceiros estratégicos do negócio, expandimos nossa compreensão
de nosso cliente de negócios interno para nosso cliente externo. Isso nos pennite falar
a 1nesma língua que o negócio no que d iz respeito à colocação de um novo produto
ou serviço no segmento de um cl iente. Para a Aviva, nossos cl ientes são nossos corre-
tores e, a fim de possibi litar um conhecimento fundamenta l, usamos uma ferramenta
chamada "Broker-On-A-Page". Essa ferramenta oferece às equ ipes de projetos e aos
executivos um único "i nstantâneo" de um segmento de cliente específico, incluindo
seus fatores críticos de sucesso, o modelo de interação desejado e relatos integrais di-
retamente do segmento. Isso define o segmento d istintivamente para possibilitar uma
execução direcionada. A Broker-On-A-Page é usada como u1na ferra tnenta vita l de
tomada de decisões para gerenciar o aumento gradual de escopo e os assuntos impor-
tantes de maior destaque (ver Figura 12-15).
-
.1. coO'etores extremamente satlstaz.er o corretor?
satisfeitos?
PASSO #1
Ne<essldades "obrigatórias":
- PASSO #2 OuaJ é o mínimo nece,ssárlo para atender
às necessidades dos corretores?
Ponto de vista do cliente que sustenta o modelo Ideias dos clientes que sustentam os fatores criticos de sucesso
de Interação de estados futuros
Exemplo: Exemplo:
"NJo se trata somente de cobrar um preço "Ser capaz de enviar Imagens de um acidente diretamente
competítlvo por nossa apólice de seguros, do local de ocorréncla agrega um valor enorme!"
mas também de vek>cldade, uma vez que uma CJl'dgM28ÇIO OOS ltQ'dSJ?os do dlMl'e:
lndenlzaçJo por sinistro tenha sido reclamada." "Ger.tm sar/stJç.to· - stllJSfVJ!m 011 nJo, ~ dr> dW!mpMho
" C. Nlillhollan, "Scope Change Concrol: Conrrol Your Projecrs or Your Projecr\V.li Conrrol You1··. Direitos
a utorais ©2008 by Chuck M illhollan. Reproduzido com a permissão de Chuck Millhollan.
516 Gestão de projetos
d iscut ivelmente mais importante ... q ue elas sejam comunicadas de uma forma que nossas
partes interessadas compreendam e possam acompanh ar os processos de solicitação de mu-
danças. Uma pergunta instigante para nossos praticantes: "Por que esperamos que nossas
partes interessadas aprendam e compreendam nosso jargão?". Para auxiliar na compreen-
são e no treinamento, desenvolvemos ferramentas visuais que documentam nossos proces-
sos gera is de gestão de projetos em uma linguagem compreensível. Por exemplo, a "pista de
corrida " do projeto (ver Figura 4-10) demonstrou para nossa liderança e para os membros
da equipe de projeto o que nós, em nossa profissão, consideramos como garantido e uni-
versa lmente compreendido: que os p rojetos possuem um início definido, um fim defin ido e
q ue exigem certa documentação ao longo dos processos de planejamento e execução para
garantir que todos compreendam as expectativas e q ue realizaremos os benefícios pretendi-
dos com o investimento feito.
Para a Churchill Downs lnc., o controle das mudanças no escopo começa com o estabe-
lecimento de uma Planil ha de Solicitação de Investimento preenchida (ou caso de negócio) e
com um escopo de trabalho acordado segundo o que foi descrito em um termo de abertura
assinado. O trabalho é, então, decomposto até um nível de detalhe exigido para controlar o
esforço e completar o trabalho necessário para alcança r os objetivos solicitados e aprovados
como foram detalhados nesse termo de abertura solicitações de mudanças no escopo apro-
vadas posteriormente. Uma solicitação de mudanças no escopo consiste em um template de
fácil compreensão a ser preenchido, e o processo é facilitado pelo gerente de projetos. O que
é ainda mais importante é que o formulário de solicitação de mudanças no escopo é usado
para documentar os objetivos de negócios de uma solicitação de mudanças, as métricas
necessárias para garantir que os benefícios da mudança sejam realizados, o s impactos sobre
cronograma e custos, a fonte de financiamento e as aprovações necessárias para incluir a
solicitação no escopo de trabalho geral.
Alguns dos benefícios que a Church ill Downs Jnc. realizou a té o presente momento a
partir dessa abordagem estruturada de documentar e controlar o escopo incl uem:
1. Documentar retroativamente o escopo para projetos de legado, o q ue resultou em can-
celamento de projetos q ue eram atormentados por mudanças descontroladas a ponto de
o produto final não mais entregar os benefícios apresentados no caso de negócio.
2. Negar solicitações de mudanças no escopo baseadas em retornos sobre investimentos e
análises de impactos factuais.
3. Garantir q ue as mudanças no escopo solicitadas contribuiriam com os o bjetivos de
negócio aprovados pelo conselho de investimentos.
4. Empoderar os membros da equipe de projeto para d izer "não" a solicitações de mudan-
ças informais que possam ou não propiciar um benefício quantificável.
5. Demonstrar q ue ideias aparentemente excelentes podem não suportar uma análise de
impactos estruturada .
• EP corporativo (ou estr atégico): Esse tipo de EP atende toda a empresa e se foca-
liza e1n questões corporativas e estratégicas em vez de em questões funcionais. Se
esse EP gerenciar projetos, normalmente trata-se de projetos que envolvem esfor-
ços de reduções de custos.
Como será discutido posteriormente, não é incomum que exista mais de u1n tipo
de PMO ao mesmo tempo. Por exemplo, a A1nerican Greetings mantinha um PMO
funcional e1n TI e u1n PMO corporativo ao mes1no tempo. Co1no um outro exe1nplo,
considere os seguintes comentários feitos por um porta-voz da AT&T:
O escritório de gerenciamento de programas de clientes (CPMO, Clie11t Program Manage-
me11t Of(ice) representa uma organização (p.ex.: unidade de negócio, segmento) que geren-
cia determinado conjunto de projetos de um portfólio e interage com:
• Patrocinadores do cliente e gerentes de projetos de clientes para os projetos a ele designados
• Seu DPMO designado (ver Papéis e Responsabilidades do DPMO para contatos)
• Seu representante designado do Escritório de Administração de Portfólio (PAO, ou Port-
(olio Admi11istratio11 O((ice)
• Factories da organização para a linhamento de recursos (AR) pelo principa l executivo
de projetos (CPOJ
O escritório de gerenciamento de portfólios de departamento (DPNIO, Departamental
Project Ma11ageme11t O((ice) oferece suporte ao diretor executivo da organização cliente, re-
presentando todo o portfólio do departamento. Serve como principal ponto de contato entre
os CPMOs designados dentro de sua organização cliente e o PAO para o gerenciamento do
portfólio departamental geral nas seguintes áreas:
• Planejamento anual de portfólio
• Financiamento de capital e despesas dentro dos alvos de capital e despesas do portfólio
• Gerenciamento de mudanças listadas no plano e anexos ao caso de negócio
• Priorização de Projetos do Portfólio Departamental
O PMO é liderado por um diretor executivo que é colega dos diretores executivos de gestão
de projetos. Todos os diretores executivos se reportam ao vice-presidente de gestão de projetos.
As funções do PNIO incluem: Definir, documentar, implementar e continuamente apri-
morar os processos, ferramentas, informações de gerenciamento e requisitos de treinamento
em gestão de projetos a fim de garantir a excelência na experiência do cliente. O PMO
estabelece e mantém:
• Processos e procedimentos de gestão de projetos eficientes e eficazes em todo o portfólio
de projetos.
• Sistemas e ferramentas focalizadas em melhorar a eficiência das atividades diárias do geren-
te de projetos, atendendo, ao mesmo tempo, as necessidades dos clientes externos e internos.
• Gerenciamento de informações que medem a experiência do cliente, o desempenho do
projeto e o desempenho organizacional.
• Grade curricular de treinamento/certificação que sirva de suporte aos objetivos organi-
zac1ona1s.
19
12.8 Dell lnc.
Aumentar a eficiência e melhorar a qualidade da execução
de projetos por meio de padronização e governança
A Deli Services padronizou a gestão de projetos e uma abrangente est rutura de PMO
para servir de suporte à consistência na execução com resultados confiáveis, previsí-
veis e de alta qualidade para projetos e progra1nas complexos, oferecendo, assim, uma
execução suave, e permitindo que nossos clientes façam ma is por meio de soluções de
negócio integradas, holísticas e de múltiplos serviços.
Processos Ferramentas
Pessoas
l l l
A Estrutura de execução global de projetos da Deli Service
20
US Parem 8,407,078 BI: Metl,od o( and System for Managing Projects, Programs and Portfolios Throu •
ghout the Project Lifecycle .
u,
N
N
G)
Governança do Gerenciamento de (1)
Portfólio
Risco de saúde
Mudança
Requisições
" N. de T.: RALO é uma sigla que se refere a uma ferramenta de gestão de projetos e significa Riscos, Premissas, Problemas e Dependências (no inglês, Risks, Assumptions,
lssues, Dependencies).
Capítulo 12 O escritório de projetos 523
pecíficas do projeto ou programa. A gestão de projetos não pode ser executada cotn
sucesso, nem seu valor e seus benefícios podem ser plena tnente realizados segu indo
uma lista de verificação, ou um procedimento passo a passo. Os padrões, processos
e ferramentas são apenas metade da equação. A gestão de projetos bem -sucedida de-
pende de liderança e tomada de decisões fortes, além de julga1nentos especializados.
Para tirar máximo proveito dos benefícios com o uso da Est rutura PM3 de Gestão de
Projetos e Programas, os gerentes de projetos precisam encont rar o equilíbrio entre
a ciência da execução discipl inada e a a rte de usar julgamentos sólidos ao liderar o
esforço. Alcança-se valor quando os processos e ferramentas são apl icados de maneira
adequada e mais eficiente tanto para nossos cl ientes quanto para a Deli Services, equi-
librando riscos com o grau de rigor aplicado.
Os processos e ferramentas de suporte e templates do PM3 são criados para mi-
tigar riscos e produzir resultados previsíveis e repetíveis - tais processos e ferramen-
tas são o que chaman1os de "ciência" da gestão de projetos. Os gerentes de projetos
devem se focalizar não somente nos processos que precisam seguir, n1as tan1bém na
intenção dos processos e nos resultados que esses processos e padrões são criados
para p roduzi r.
A "arte" da gestão de projetos é a aplicação sensata e custo-efetiva da ciência
do problema e ambiente de negócios. A metodologia e as ferra tnentas são flexíveis e
exigem gerentes de projetos experientes e qual ificados para aplicá-las adequada tnente.
E1nbora nossa metodologia forneça diretrizes de dimensionamento (scaling) baseadas
no ta tnanho, complexidade e riscos do projeto, o engajamento de cada cliente é dife-
rente, e esse dimensionamento exige julgamento e experiência por parte do gerente de
projetos para decidir onde persona lizar e onde flexibi lizar.
A Estrutura PM3 é um 1neio para se chegar a um fim. Pode haver vários caminhos
que levatn o praticante de GP aos resultados cruciais que não necessários para o suces-
so do projeto. O gerente de projetos forte sabe equi librar a "arte" e a "ciência" para
garantir que os resultados cruciais sejam alcançados.
• Garantir que os planos de implementação e/ou melhoria demonst rem valor para
o negócio logo no início e periodicamente, durante a execução, para manter in-
teresse, ritmo e visibi lidade ao va lor - co1n "ganhos rápidos" , de fácil obtenção,
alinhados aos piores "pontos doloridos" da empresa.
• Ser favorável e flexível, equilibrando risco e r igor, a 1npliando e racionalizando
segundo a necessidade, sem sacrificar a qua lidade;
• O PMO existe para servir ao negócio, aos nossos cl ientes e à co1nunidade de
GPs; ofereça apoio e seja flexível, e não seja intrometido ou desrespeitoso.
• Escutar; continuar a tentar compreender o negócio e ser sensível às prioridades
dos cl ientes.
• Envolver-se com organizações externas, aproveitar oportun idades de demons-
trar suas melhores práticas para sol icitar reconhecimento e validação externa da
indústrias; usar essas rea lizações, prêmios e reconhecimentos nas comunicações
para estabelecer e dar credibilidade aos padrões e à equipe do PMO que estiver
à frente das mudanças.
• Co,nunicar, co1nun icar, comunicar! Isso sustenta a visibilidade e o ritmo.
Contribuidores
Os cont ribu idores do PM3 por especial istas no assunto de toda a Deli Services, com
autoria específica para esta publicação pela equipe do PMO da Unidade de Negócios
de Serviços:
Micheie A. Caputo, PMP®
Líder do escritório de gestão de projetos da Unidade de Negócios da Deli Services
(PMO da BU) e diretor de programas de padronização de gestão de projetos
(EPMS)
H ern1 Barringhaus, PMP®, CSM
Allison Bass, PMP®, !TIL®, 6<1GreenBeit
Bonnie Flynn, PMP®
Tracy F. Grimes, PMP®
Brad Horner, PMP®
Tama S. Kinsey, PMP®
David H. Meyer, PMP®, CSM
Steve Sheppard, PMP®, PRINCE2®
21
O material sobre a CSC nesta seç.ão foi fomecido por Nan.i Sadowski-Alvarez, PMJY'>, consultora sên.ior de
gerenciamento do CPHIM:S, Gerenciamento e Arquirerura Empresarial de Programas da CSC.
530 Gestão de projetos
Metodologia
O PMO foi criado nesse Sistema de Serviços de Saúde (XYZ Health System) sob a d ire.ç âo
da organização além do suporte integra l da CIO/CMIO, dra. Stephan ie Mills e da d iretora
do PMO, Claudia Blackburn, PMP"', CPJ-IlMS (Certi fied Professional in Hea lth lnformation
and Management Systems). Nani Sadowski-Alvarez, PMP" , CPHIMS foi trazida da FCG/
CSC para lidera r a transformação organizaciona l focalizada na implementação. Util izou-se
um misto de metodologias. O fundamento central da metodologia repousava sobre as práti-
cas baseadas no PMI com uma mistura de ISO 9000 (para segmentos sobre os projetos com
• N . de T.: A sigla SMART descreve uma filosofia de definição de meras que sugere que meras "imeligemes'"
(smart, em inglês) devem ser específicas (Specific), mensuráveis (Measurable), alcançáveis (Anainable), realis·
tas (Realiscic) e com tempo (ou prazo) definido (Ttme-bound).
532 Gestão de projetos
Governança
A transformação da o rganização foi d ividida em diferentes "caminhos", sendo o principa l
foco de um deles a criação e implementação do Plv!O, de um outro, a Governança de TI e
de um o utro a inda, a implementação de um Gerenciamento de Portfólio de Projetos (PPM,
Project Port(olio Management) e de uma ferramenta interna de Recursos de T I e Gerencia-
mento de Capacidade, com um 4• cam inho sendo focalizado na governança organizacional.
A chave para o sucesso é que todos os caminhos devem trabalha r coletivamente a fim de ga-
rantir a colaboração e a coesão dos esforços de cada caminho. A govem ança do sistema de
serviços de saúde foi c riada para garantir adesão de todas as principais á reas - Empresarial,
Clínica e Técnica. O GP (em parceria com o PMO e o Patrocinador de Projetos e Progra-
mas) era responsável pela facilitação do processo e por garantir que os comitês Empresa-
rial, Clín ico e Técnico tivessem a oportunidade de revisar o Termo de Abertura do Projeto/
Programa (e forne.c er (eedback - sugestões) antes da entrega ao Conselho de Orientação. A
partir daí, o projeto pode ou não ir para o Conselho Executivo (Custo pendente do projeto,
ta manho, impacto sobre os recursos conforme indicado nas Políticas de Governança), além
de ser apresentado ao Conselho D iretor. Os parâmetros foram todos claramente definidos
e criados com a participação de importantes recursos de toda a organização. Isso garantiu
q ue todas as á reas tivessem igua l contribuição e que houvesse ma io r probabilidade de rápi-
da adesão e s uporte à estrutura de governa nça.
indicadores de desempenho. Esses indicadores alinham-se às suas tarefas diárias, às tarefas ba-
seadas em projetos e também às perspe.ctivas metodológicas e às iniciativas organizacionais.
De modo geral, o s ucesso do p rojeto é definido pela organização como um todo. Os
termos de abertura dos projetos contêm todos os deta lhes em to rno da missão/visão do
projeto e das metas do projeto. Uma representação equilibrada está presente em reuniões
do Conselho de Aprovações (do lado Financeiro/Empresarial, do lado clínico e tecnológico
da casa, incluindo os principais executivos, CFOs, médicos, d iretores de tecnologia, líderes
de departamentos, representantes especializados - Stv! Es - etc.) para garantir que as veri-
ficações e balanços estejam claras antes de se votar na aprovação de um projeto. Uma vez
que ele tenha sido apro,•ado, o escopo detalhado é revisado (contendo fatores críticos de
sucesso, problemas/riscos conhecidos, fluxos de processos deta lhados, matriz de comunica-
ção, etc) e aberto para s ugestões/revisão antes de ser assinado. Uma vez tendo sido assinado,
adere-se à metodologia formal de Gerenciamento de Mudanças. Essa metodologia contém
um procedimento emergencial na situação do s urgimento de um item/oportunidade de mu-
dança q ue seja urgente o u imediata. A execução desse processo exige a provação pelo nível
executivo dev ido à magn itude dos ind ivíd uos que serão afetados.
A excelência é definida claramente pela teoria dos 3 Es da "Excelência Excedendo as
Expectativas". Com q ua lq uer esforço para exceder as expectativas in icia lmente estabeleci-
das e aprovadas, há a capacidade de se alcançar a excelência com a presença de racionaliza-
ção, aprimoramentos, econom ias de custos e satisfação dos pacientes e funcioná rios.
A visão do PMO é "fornecer uma gestão de projetos consistente e pad ron izada com foco
na excelência em um cenário colaborativo. Todos os projetos aprovados conterão metas e
o bjetivos mensuráveis d iretamente relacionados às metas e padrões do Sistema de Saúde
com convergência em dire.ç ão ao a lcance de um continuum abrangente de um atendimento
de qualidade".
Existe um sólido processo de governança, como descrito na seção sobre governança .
O suporte ao PMO vai direta mente dos Executi vos de Nível C até essa organização de
Serviços de Saúde, a lém do ponto de vista co nsistente do valor de que o PMO agrega co mo
um todo. Antes da implementação do PMO, oco rreu uma a uditoria organizaciona l com a
s ugestão de uma metodo logia e padrões mais forma lizados a lém de ma ior transparência em
to rno de esforços e iniciativas foca lizadas no projeto.
Os patrocinadores recebem uma sessão ind ividua l com o Diretor do PNIO e o Gerente
de Projetos designado, para revisar uma a presentação em PowerPoint e várias apostilas q ue
claramente definem qua l é o papel de um patrocinador de projeto. Nessa conversa, ava lia-se
também se eles se sentem preparados para assumir o papel de patrocinador. Em caso negativo,
o fato é levado ao Conselho de Orientação para discussão e determinação de quem poderia ser
um patrocinador apropriado. Ourante a sessão inicia l com o patrocinador, a bordam-se itens
como as Comunicações do Projeto, a frequência dos relatórios de stat11s, as reuniões regulares
entre o GP e o patrocinador, etc., e discutem-se deta lhes. Os patrocinadores de projetos apren-
dem a oferecer suporte aos seus projetos e a valorizar a pa rceria que o GP e o PMO formam
com eles, a fim de garantir que seu projeto seja um sucesso. Apresenta-se a eles também o fo-
lheto de três dobras do marketing do PMO, que contém informações sobre o seguinte:
• FltLxo de processos para o processo de a provação do projeto
• Definições dos principais pa péis na equi pe d o projeto e qua is são suas resposnabilidades
• Fatores críticos se sucesso para tod os os projetos
• Definição de projeto versus programa versus ped ido de pro rrogação de serviço
• Expecta tivas de co municação de a lto nível (incluindo seu papel no a tLxílio à remoção
das ba rreiras ao sucesso do projeto)
• Revisão de alto nível da documentação do projeto q ue será fornecida consistentemente
• Breve panora ma d as fases d o projeto e de sua metodologia
Os patrocinado res são responsabilizados pelo s ucesso de seus projetos e são solicitados
a fazer a apresentação inicial ao Conselho de Orientação, solicitando aprovação. Eles falam
d a ;' necessidade" d o projeto (para a organização), do ROi, das metas SMART, do valor
agregado geral, do impacto sobre os recursos, duração, classificação, etc., juntamente co m
o G P e participam do segmento de perguntas/respostas. Q uando surgem grandes mudanças
(que exceda m um valor de 25 mil o u que tenha m um impacto signi ficativo sobre os recursos
o u o cronogra ma d o projeto), o patrocinador e o gerente de projetos são c ha mados para
uma reunião co m o Conselho de Orientação para fornecer os detalhes e discutir as opções
para resolução e o bter um voto de a provação para a ;'direção" recém-definida a ser seguida.
Suporte da gerência
Os patrocinadores devem ser d o nível da gerência ou acima. Para Pedidos de Prorrogação
de Serviços (iniciativas q ue seja m de 500 horas o u menos de duração e exija m uma estrutura
formal para ser executada), um patrocinador pode residir no nível gerencia l. Pa ra projetos
e programas, no entanto, o patrocinador precisa residir no nível de diretoria para garantir
que ele tenha o poder e a autoridade para aux iliar com a remoção de barreiras ao sucesso.
apressa cotn a implementação de um PMO antes mesmo de decidi r sobre qua l será seu
uso, que funções ele desempenha rá, quem será designado e possíveis p roblemas polí-
ticos internos. Nem todo PMO é igua l, mesmo etn empresas que possuetn múltiplos
PMOs. Ca rl Manello, diretor de práticas de eficiência na ent rega na Slalom Consul-
ting, esclarece-nos sua visão dos PMOs:
Que há num simples nome? Mais do q ue a maioria de nós consideraria. Muitas vezes, a
sigla de três letras PMO é muito discutida, dando muito pouca importância àquilo a que
ela se refere em sua implementação. Já vi essa falta de cuidado ocorrer com meus clientes e
também em o rganizações de consultoria q ue oferecem soluções nessa área . A simplificação
excessiva das organizações de gestão de projetos em um ;'PMO" levou a a lguns res ultados
desastrosos. O que fazem os ;'PMOs", afinal? Eles são:
• Centros de excelência em gestão de projetos (p.ex.: encarregados de processos)
• Escritórios de governança (i.e., supervisão da con formidade)
• Pools de recursos de gerentes de projetos
• Centros de gerenciamento de recursos encarregados de equilibrar oferta e demanda
Já vi cada um desses ser implementado com o mesmo nome: PMO. "E daí?", você pode
se perguntar. ;'Por que é tão importante q ua l nome damos à função? ". Uma rápida anedota
talvez ilustre bem essa questão.
Uma CFO lê na última publicação de uma revista especializada o celebrado sucesso de
uma empresa do seu ramo em sua implementação de um PMO. "Fantástico", ela pensa e
liga para o CIO. "Bill, precisamos fazer sua equipe montar um PMO. Sei que eles podem
fazer uma diferença, ter um impacto financeiro e produzir res ultados. Mãos à obra! " Depois
de desligar o telefone, Bill não tem certeza de a q uem deve recorrer. A CFO quer um Escri-
tório de gestão de projetos, um escritório de gerenciamento de p rogramas, um escritório de
programas empresarial o u um escritório de governança?
Como gerentes de projetos profissiona is, devemos aj udar nossas empresas a d istinguir
a diferença no papel funcional de cada uma dessas diferentes organizações. Temos também
de aj udar a esclarecer a gama de d iferenças de controle - d igamos, entre um Escritório de
Programas e um Escritório de Programas Empresarial. Oriento meus colegas e clientes sobre
devermos nos manter afastados da referência à ideia de que "um nome serve para todos os
casos,,, isto é, de um "PMO,, mítico, e, em vez d isso, falar de funções operacionais.
Por exemplo, a Figura 12- 17 ilustra um Escritório de Governança em TI que possu i
uma variedade de responsabilidades. Entretanto, ele se foca liza no departamento de TI e
não alcança o lado "dos negócios" da empresa. Com um foco somente no departa mento
de TI, a governança assume muitos papéis. Esse "PMO " focaliza-se em presta r auxílio aos
gerentes de projetos, a linha ndo e monitorando a designação de gerentes de projetos, auxi-
liando o Escritório do CIO no planejamento estratégico, monitorando os gastos financeiros/
de projeto do departamento de TI e os relatórios de TI de modo geral para a liderança. Ao
contrário, esse ;'PMO" não contém um pool de gerentes de projetos a serem designados a
projetos em toda a organização de tecnologia de informação. Esse PMO de govemança
também não tem a mesma extensão de controle que um Plv!O (escritório de gerenciamento
de programas) q ue opera dentro dos limites de uma grande iniciativa de negócios.
Para ilustrar a d iferença em extensão de controle, analisemos os seguintes modelos.
Embora não sejam soluções perfeitas para toda implementação, estes valo res mostram a
gama de possibilidades e começam a desconstruir a visão de um único PMO para toda e
qualquer situação. A Figura 12- 18 fornece um dos modelos ma is simples: o escritório de
projetos.12 O escritório de projetos faz superv isão, monitoramento e geração de relatórios,
possivelmente, com algumas funções de governança sobre projetos não relacionados. Ao
contrário, o escritório de gerenciamento de programas da Figura 12- 6 está contido em uma
única iniciativa empresaria l de grande escala . Esse Plv!O tem a responsabilidade por d irigir
21
O s ímbo lo no canto superior direito da Figura 12- 19 iluscra que cada uma das estrururas sucessivas de
PMO nas Figuras 12- 20 a 12- 22 promove as mesmas capacidades de gestão de projetos em (GP que foram
discutidas na Figura 4- 20.
~
CJ)
G)
(1)
!!l
""e.
o
(1)
"O
.2.
(1)
g
Serviços de suporte Suporta a Estratégia a
gerenciamento Supervldo Relat6rlos
8 BIBCUÇão
a entrega de recursos
planejamento financeira e resposta
• Gerenciamento
da demanda
• Seguimento de
projetos
• Gerenciamento
da oferta
• Alocação de recursos
Escritório de
Projetos
PMO
.·,.. .·
· ·· ·';;4··~ · · ·
.'
Escritório de
Programas
Programa
Programa
Escritório de
Programas
Programa
'•.
·•.•, . /
...• ,o.~:;,,°" ···•··
....... ~:::::,: .......
. ,,...
... ... "->41).9•. . •• ....
..
Escritório de
Programas
Empresarial
Programa
Escritório de
programas
Figura 12- 22 EPO (Escritório de Programas Empresarial) que engloba programas e PMOs
(Escritórios de Gerenciamento de Programas).
Proposição
devalor
--
Visão
integrada
Foco nos
negócios
Foco na
execucão
Fundamentos
da construção
encontram no Nível 3 o u acima!). Da mesma forma, as empresas que " pulam,, níveis por
avaliar de forma excessivamente otimista sua maturidade em gestão de projetos podem, na
verdade, diminuir a proposição de valor do " Plv!O" e, na verdade, afetar negativamente a
empresa.
A Figura 12- 24 é uma visão relacionada da progressão da maturidade, focalizando-se
em seis desafios organizaciona is da gestão de projetos, alinhados aos seis níveis de maturi-
dade. Observe que esse modelo específico foi desenvolvido para ilustrar os desafios relativos
ao desenvolvimento de uma organização de gestão de projetos de TI. Dependendo do tipo
de "PMO", o modelo será d iferente.
• Alinhamento com os negócios - o movimento da organização de TI de uma unidade de
negócio separada a um provedor de serviços para o resto da organização
• Foco no projeto - o crescimento de projetos d iscretos de TI para iniciativas alinhadas
focalizadas no negócio
• Governança - passando de nenhuma s upervisão a uma organização com gerenciamento
baseado em métricas e medidas
• Padrões - indo de uma gestão de projetos ;'selvagem e desregrada" a uma organização
dirigida, com práticas padronizadas
Foco no
projeto
Governança
Padrões
Interdependências
Planejamento Iniciativas de
Projetocentrismo Planejamento cruzadas entre
Escopo de integrado: mudanças
sem deliverables· de programas projetos/
planejamento padrões nos negócios
-padrão padronizado programas
definidos gerenciadas
gerenciadas
Nosso foco futuro inclui maior ênfase na alocação de recursos, de acordo com as estratégias
da empresa, em oposição às estratégia s das unidades de negócios.
23
12.12 Chubb
A Chubb possu i uma estrutura federada de TI cotn um PMO divisional em cada u1na
das principais un idades de TI em nossa zona dos EUA, cotno, por exetnplo, Linhas
de Seguros Comerciais, Linhas de Seguros Pessoa is, Reclamaç.ã o de Sin istros, Segu-
ros Corporativos e Seguros de Infraestrutura. Temos tatnbém um PMO em nossas
zonas internacionais, incluindo Canadá, Europa, Ásia-Pacífico e América Latina. Utn
aumento nos serviços comparti lhados e nas metas de eficiência impulsionaram a ne-
cessidade de padrões e consistência em toda a empresa. Com e.ssa finalidade, os líde-
res dos PMOs divisionais trabalharam junto com o PMO empresarial (EPMO) para
desenvolver práticas ampla ,nente ligadas à nossa ferramenta de monitoramento dos
processos de projetos (PPM) e ciclo de vida de desenvolvimento de sistemas (CVDS)
padrão. Nosso impulso em direção à adoção de padrões exige recursos locais e aten-
ção da gerência que cotnpetem com prioridades de negócios e preferências locais, às
vezes exigindo negociação e equilíbrio. A seguir, temos nossas realizações e os desafios
que enfrentamos:
llO material sobre a Chubb foi fornecido por Patrick Gerriry, vice-presidente do PMO Empresarial, em
nome dos funcionários da disciplina de P.MO da Chubb; reproduzido com permissão da Chubb.
544 Gestão de projetos
12.13 Hewlett-Packard
Uma out ra empresa que reconheceu a importância da gestão de projetos global é a
He,vlett-Packard. Segundo Sameh Boutros, PMP®e antigo diretor da prática de geren-
ciamento de programas e projetos na Hewlett-Packard:
Capítulo 12 O escritório de projetos 545
Valor agregado da HP
Práticas
de negócios
Gestão
de projetos
Soluções
técnicas
/ '\. / '\.
Engenharia Instalação Operações
Escrttório de programas
Em vez disso, um o utro modelo foi desenvolvido para fazer todos os fornecedores con-
tribuírem com cada etapa de uma liberação, compartilhando a responsabilidade de plane-
jamento e design, mas, ao mesmo tempo, fornecendo ao PMO o nível adequado de funcio-
nalidade. Ver Figura 12- 27.
Operações
Operações Operações
Engenharia
Engenharia Engenharia
Engenharia
24
12.14 Star Alliance
A Star Alliance é a primeira e ma ior a liança de empresas aéreas do mundo, englobando 27
empresas e no processo de integrar mais uma (EVA). As empresas membros atua is sempre
podem ser verificadas no site Staralliance.com. Ao todo, a rede da Star Alliance oferece mais
de 21.900 voos diários para 1.329 des tinos em 194 países. Seus membros transportaram
um total de 670,5 milhões de passageiros com um giro de US$181 bilhões em 2012. Cada
membro da Star Alliance poss ui um Plv!O.
• Adria Airways
• Aegean Airl ines
• Air Canada
• Air China
• Air New Zealand
• ANA
• Asiana Airlines
• Austrian
• Avianca, TACA Airlines
• Brussels Airl ines
• Copa Airlines
• Croatia Airlines
• EGYPTAlR
• Ethiopian Airl ines
• LOT Pol ish Airlines
• Lufthansa
• Scandinavian Airlines
• Shenzhen Airlines
• Singapore Airlines
• South African Airways
• SWISS
• TAM Airl ines
• TAP Portugal
• TH Al
• Turkish Airl ines
• United
• US Airways
O PMO da Star não age como um "superPMO" para os PlvlOs das empresas aére-
as membro. O PMO da Star All iance presta serv iços de gestão de projetos em toda a
empresa Star. Aqu ilo que o PMO real iza para as unidades de negócios inclu i assuntos
como tecnologia de informação, marketing, vendas, produtos, serviços e programas de
passageiro freq uente, além de projetos comuns de prospeção, que são os projetos que
usam o poder aqu isitivo combinado de todas as empresas aéreas e, conjuntamente, ad-
quirem mercadorias comuns (peças sobressa lentes, serviços a bordo, assentos da classe
econômica, etc.) .
Os projetos da Star All iance têm como objetivo fornecer uma experiência de viagem
comum em todas as empresas aéreas o u naquelas q ue aproveitam nosso tamanho para
desenvolver apl icativos de TI comuns, redes com uns, salas de espera comuns, serviços de
check-in, ou upgrades de passageiro frequente entre uma empresa e o utra. Os membros das
equ ipes de projetos são norma lmente especia listas em administração das empresas aéreas
membro de todo o mundo. Precisamos ser muito bons em conscientização cultural e criação
de consenso.
24
As informações sobre a Scar Alliance foram fornecidas por John Donohoe, P!vlP*, diretor do escritório de
gestão de projetos da Star Alliance Services GmbH.
548 Gestão de projetos
Listas de verificação e templates gera lmente são os melhores meios de se rea lizar
auditorias e verificações de "saúde" . Nani Sadowski-Alvarez, PMP®, consu ltora sê-
nior de gerencia tnento do CPHIMS, Gerenciamento e Arquitetura Empresa rial de Pro-
gramas na Computer Sciences Corporation (CSC), compartilha conosco um te,nplate
para a aud itoria de um pro jeto (ver Tabela 12- 1).
?JO material desta seção foi fomecido po r .Mark Gray, amigo gerente de projeros sénior na NX P Semicon·
ducmrs e hoje CEO da SigmaPJvl, e Eric Maurice, PJvlP• . gerente de projetos da NXP Semiconducrors.
Capítulo 12 O escritório de projetos 553
• Fortes laços foram estabelecidos entre os gerentes de projetos q ue, na verdade, conti-
nuaram em operação fora do contexto desse projeto. Isso ta mbém aj udou a reforçar o
valor do net,vork.ing na organização.
• O (eedback dos participantes ta mbém foi positivo: eles a preciaram a oportunidade de
compartilhar e aprender uns com os outros.
• Um elemento que foi visto como tendo contribuído para o sucesso foi a decisão de foca-
lizar precisamente em uma área específica para ca da sessão (planejamento, risco, etc.).
Essa determinação de um "tema" permitiu que os colegas aplicassem seus conhecimen-
tos (ou aprendessem com os outros) em uma á rea de foco específica no contexto de um
projeto real e compreendido.
• O grupo pequeno, mas dinâmico (ent re três e seis pessoas foi considerado o ta ma nho
ideal), também serviu como uma verdadeira incubadora para novas ideias, a lém de
como um excelente cana l para que as lições aprend idas fossem transmitidas entre dife-
rentes projetos e por toda a organização.
Concluindo, podemos certamente dizer que o uso da abordagem do gerente de projetos
"multicerebrado" possui um cla ro valor agregado em a lca nçar a excelência na execução de
projetos, muito mais do q ue revisões forma is de projeto o u do que as rev isões de pa res q ue
analisam um " instantâneo" do projeto. Não é apenas o projeto que sai ganhando com isso,
mas também seus participantes e a o rganização como um todo!
assim, não é nenhuma surpresa que o Cent ro de Práticas de Negócios (Center for
26
Business Practices) tenha lançado o prêmio "PMO do Ano" .
Critérios de premiação
O prêmio PMO do Ano é oferecido ao PMO que mel hor ilustra - por meio de un1
ensaio e outros documento - as estratégias de melhoria, n1elhores práticas e lições
aprendidas de sua gestão de projetos. Outros documentos de apoio - con10 gráficos,
tabelas, planilhas, folhetos, etc. - não poden1 exceder cinco unidades. Embo ra se
encoraje o envio de documentação adicional, cada PMO qualificado den1onstrou
claran1ente suas n1elhores práticas e lições aprendidas no ensaio do p rêmio . Os
juízes analisaram os ensaios para considerar como o PMO do candidato associou a
gestão de projetos às estratégias de negócios de sua organização e que papel desem-
penhou no desenvolvin1ento de un1a cultura organizacional de gestão de projetos.
Os ensaios foran1 aval iados quanto à sua validade, mérito, precisão e consistência,
alén1 da contribu ição do PMO candidato ao sucesso do projeto e da organ ização
con10 un1 todo .
Os tipos de melhores práticas que os juízes procuram incluem:
• Práticas para integrar as estr atégias do PMO a fim de gerenciar projetos de forma
bem-sucedida
• Melhorias nos processos, metodologias ou práticas de gestão de p rojetos, levando
a uma execução mais eficiente e/ou eficaz dos projetos da organização
• Abordagens inovadoras da mel horia da capacidade da gestão de projetos da or-
-
gan1.zaçao
• Práticas que sejam distintivas, inovadoras ou originais na aplicação da gestão de
proJetos
• Práticas que pron1ovan1 o uso de padrões de gestão de projetos em toda a em-
presa
• Práticas que encorajem o uso de resultados de mensuração de desempenho para
auxilia r a tomada de decisões
• Práticas que aumentetn a capacidade dos gerentes de projetos
Os resultados de melhores práticas incluem:
• Evidências de benefícios de negócios real izados - satisfação do cl iente, produti-
vidade, desetnpenho orça1nenta l, desempenho do cronograma, qua lidade, ROi,
satisfação dos funcionários, desempenho do portfólio, al inhamento estratégico
• Uso eficiente de recursos
• Maior maturidade o rganizaciona l em gestão de projetos
• Compromisso executivo com uma cultura de gestão de projetos expressa em po-
líticas e out ros docu1nentos
• Um PMO que exibe u1n foco sobre os resultados de negócios da organização
• Uso eficiente do conhecimento sobre gestão de projetos e de suas lições aprendidas
• Objetivos de desempenho individuais e possíveis recotnpensas ligadas à mensura-
ção do sucesso do projeto
26
O material desta seção foi fornecido pelo Cenrer for Business Practices, Rockwell Auromarion e pela
Akarel~Lucenr. Para informações mais detalhadas sobre o Cemer for Business Praccices e o Prêmio de PN10
do Ano, visite seu site: www.cbponline.com.
Capítulo 12 O escritório de projetos 555
Concluindo o ensaio
Seção 1: Qua l é o histórico do PMO? Em não 1nais do que mil palavras, os candidatos
descreveram seus PMOs, incluindo informações passadas sobre sua visão e 1nissão,
escopo e estrutu ra organizaciona l. Além disso, descreveram:
• Há quanto tempo o PMO estava e1n funcionamento
• Seu papel no PMO
• Como a operação do PMO é financiada
• Como o PMO é estruturado (pessoa l, papéis e responsabil idades, se envolve toda
a e1npresa ou se é departamental, etc.)
• Con10 o PMO usa padrões de gestão de projetos para oti1nizar suas práticas
Seção 2: Quais são as inovações e melhores práticas do PMO? Em não mais do
que 1.500 palavras, os candidatos abordaram os desafios encontrados por sua orga-
nização antes da implementação das novas práticas do PMO e como eles superara1n
esses desafios. Eles descreveram clara e concisamente as práticas implementadas e seu
efeito sobre o sucesso do projeto e da organização como um todo.
Seção 3: Qual o i1npacto do PMO e seus p lanos para o futuro? Em não mais do
que 500 palavras, os cand idatos descreveram o impacto do PMO ao longo de de-
terminado período (p.ex.: satisfação do c.liente, produtividade, redução do tempo de
ciclo, crescimento, construç.ã o ou a lteração da cultu ra organizacional, etc.). Quando
possível, os candidatos forneceram dados quantitativos para ilustrar as áreas em que o
PMO teve 1na ior impacto sobre os negócios. Finalmente, descrevera 1n resumidamente
os planos de seu PMO para 2009 e como esses planos têm potencial para afetar sua
-
organ1zaçao.
Duas das empresas discutidas neste livro cotnpetiram pelo prêm io: a Rockwell
Automation, que venceu o prêmio de PMO do Ano de 2009, e a Alcatel-Lucent, que
foi reconhecida como uma das finalistas do prêmio. A1nbos os seus perfis são discuti-
dos a seguir.
para auxiliar os cl ientes. Iniciando cotn a popu lação de gerentes de projetos (2 mil
pessoas), a acreditação profissional foi tão bem-suced ida que hoje está sendo lan-
çada para todos os contribuidores na organ ização de serviços - aproxitnadamente
18 mi l pessoas.
• Modelo de Competências. O cerne da estrutura do desenvolvimento de gerentes de
projetos é um 1nodelo de competências que reúne o melhor da herança da Alcatel
e da Lucent. Este é um modelo "vivo", atualizado todo ano para acompanhar o
r itmo das 1nudanças na disciplina de gestão de projetos, além do rápido rit mo do
negócio de telecomun icações.
Verificando os benefícios
As inscrições no Sistema de Gerenciamento de Recursos e Habilidades (RSMS) aumen-
taram desde que foi introduzido, ao ponto de - apesar de uma rotatividade sign ificati-
va na força de trabalho - bem mais de 90% ter começado a gerenciar ativamente suas
habilidades usando os programas dedicados personalizados para os quatr o perfis de
cargo de gerentes de projetos. Mais de 100 novos PMPs® foram certificados graças ao
estabelecÍlnento de metas e ao uso dos grupos de estudo para o exame de PMP®. Além
d isso, 36 novas acreditações gera is de gerente de projetos fora 1n conced idas em 2008,
u1n au1nento de quase 30%.
O GPMO possui como uma de suas prioridades a disseminação da liderança no
raciocínio e1n gestão de projetos pela Alc.atel-Lucent, por meio de:
Capítulo 12 O escritório de projetos 561
13.0 Introdução
No capítu lo anterior, discutimos a i1nportância do PMO para o p lanejamento estra-
tégico e as melhorias contínuas. Em a lgu1nas empresas, o PMO foi estabelecido espe-
cificamente para supervisionar e gerenciar projetos Seis Sigma. As equipes Seis Sigma
em toda a organizaç.ã o reunia1n dados e faziam recomendações ao PMO para projetos
Seis Sigma. O gerente de projetos Seis Sigma e, possivehnente, a equipe, eram perma-
nentemente designados ao PMO.
Infelizmente, nem todas as empresas podem se dar ao luxo de manter um grande
PMO no qual equipes Seis Sigma e outro pessoa l de suporte são permanentemente de-
signados ao PMO. O autor acredita que a maioria dos PMOs não possua mais do que
quat ro ou cinco pessoas permanentemente designadas. As equ ipes Seis Sigma, incluin-
do o gerente de projetos, podem acabar sendo registradas como "pontilhadas" (tem-
porárias) no PMO e ad1n inistrativamente"sólidas" (permanentes) em out ras pa rtes da
organização. As responsabilidades do PMO nessas organizações são primordialmente
avaliação, aceitação e priorização de projetos. O PMO pode também ter a autoridade
de rejeitar soluções recomendadas para projetos Seis Sigma.
No restante deste capítulo, focalizaremo-nos em organ izações que mantêm equi-
pes pequenas no PMO. O pessoal designado ao PMO pode possuir um conhecitnento
considerável no que diz respeito ao Seis Sigma, mas pode não ser nem Faixa Verde
nem Fa ixa Preta em Seis Sigma. Esses PMOs pode e gerenciam projetos Seis Sigma
selecionados, mas talvez não o tipo tradiciona l de projetos Seis Sigma ensinado em
sala de aula.
Exemplo
Em 2002, a DTE Energy desenvolveu uma Estrutura de Sistema Operacional para possibi-
litar o pensamento sistêmico em torno de melhorias contínuas. Misturamos uma ferramenta
enxuta e uma estratégia de implementação Seis Sigma para desenvolver nossa abordagem
sistêmica "Sigma Enxuto". Essa abordagem utiliza um modelo de gestão de projetos de quatro
pontos de decisão/nove passos. '
1
O modelo é exibido na Seção sobre a DTE Energy, no Capítulo 4.
564 Gestão de projetos
Os membros das diversas unidades de negócios podem apresentar ideias para projetos.
Um comitê de revisão prioriza os projetos dentro de cada unidade de negócios usando um do-
cumento de seleção de projetos. Uma vez priorizados, cada unidade de negócios aloca 1- 2o/o
de sua equipe organizacional em iniciativas de melhorias contínuas em regime de tempo inte-
gral. A maioria desses recursos não é nem treinado nem certificado em Sigma Enxuto. Esses
recursos usam o modelo de gestão de projetos de quatro pontos de decisão/nove passos para
todos os projetos.
cl ientes internos ou externos. O PMO focaliza -se em atividades que agregam valor
para a corporação.
O PMO ta tnbém pode auxiliar com o alinhamento ent re os projetos Seis Sigma e
a estratégia. Isso inclui o segu inte:
• A repriorização frequente pode ser negativa. Tarefas importantes podetn ser sacri-
ficadas, e a motivação pode sofrer.
• Evitar prioridades para agradar a todos pode resultar no prolongamento ou na
dissolução de t rabalhos significativos.
• Utna mudança cultural pode ser necessária durante o al inhamento .
• Projetos e estratégia podetn estar funcionando com fina lidades confl itantes.
• A estratégia cotneça no topo da organização, enquanto projetos se originam no
meio dela.
• Funcionários podem recon hecer projetos, mas podem não ser capazes de articular
est ratégias. Selecionar o m ix adequado de projetos durante o gerenciamento de
portfól io não pode ser realizado eficientemente sem conhecer a est ratégia. Isso
ta lvez resulte em más interpretações.
• O "chunking" quebra um projeto grande em projetos menores para oferecer me-
lhor suporte à estratégia. Isso facilita a revitalização ou rejeição.
O PMO também pode auxilia r na solução de alguns dos problemas associados à
identificação das melhores práticas Seis Sigma, como:
• Intr oduzir uma mel hor prática pode "elevar a exigência" cedo demais e pressionar
projetos existentes a possivelmente implementar uma melhor prática que talvez
não seja apropriada naquele momento.
• Funcionários e gerentes não estão cientes da existência das melhores práticas e
não participam de sua identificação.
• A transferência de conhecimentos pela organização é inexistente ou fraca, na me-
lhor das hipóteses.
• Ser vítima da crença supersticiosa de que a maioria das melhores práticas são pro-
venientes de fracassos do que de sucessos.
Dito de forma simples, o "casamento" ent re a gestão de projetos e o Seis Sigma
permite-nos gerenciar 1nelhor, a partir de um nível mais alto.
FACETAS
• ESTRATÉGIA DE
GERENCIAMENTO
• MÉTRICA
• METODOLOGIA DE
MELHORIA DE
PROCESSOS
SEIS SIGMA
FACETAS
• ESTRATÉGIA DE
GERENCIAMENTO
• MÉTRICA
• METODOLOGIA DE
MELHORIA DE
PROCESSOS
Atividades Gestão de
cotidianas e projetos
funções repetitivas empresarial
guns dos projetos atualmente confiados aos PMOs incluen1 melhorias à n1etodologia
empresa rial de gestão de projetos, n1elhorias ao conjunto de ferramentas do PMO,
n1elhorias relativas à eficiência e esforço de evitar/reduzir custos. Un1 outro projeto
confiado ao PMO envolve melhorias de processos para reduzir o lançamento de um
produto e melhorar o gerenciamento de clientes. Especialistas em Seis Sigma podem
ver esses tipos de projetos como não tradicionais. Há tan1bém certa preocupação
quanto a se esses são realn1ente projetos Seis Sigman ou simplesn1ente se trocou o
non1e de un1 projeto de n1elhorias contínuas a ser gerenciado por um PMO. Como
várias empresas agora chaman1 esses projetos de projetos Seis Sigma, o autor conti-
.
nuara con1 esse uso.
O p lanejamento estratégico da gestão de projetos Seis Sigma não é alcançado me-
ramente uma vez. Em vez disso, como qualquer outra função de planejatnento estraté-
gico, é um ciclo de mel horias contínuas. As melhorias podem ser pequenas ou grandes,
medidas quantitativa ou qua litativa1nente, e criadas pa ra cl ientes internos ou externos.
Quase sempre existe uma diversidade de ideias quanto a melhorias contínuas. O
maior desafio está na seleção eficiente de projetos e, então, na designação dos par-
ticipantes certos. Ambos esses desafios podem ser superados confiando as melhores
práticas em gestão de projetos Seis Sig1na ao escritório de gestão de projetos. Pode
até ser benéfico ter especialistas em Seis Sigma com Faixas Verdes ou Faixas Pretas
designados ao PMO.
Algu1nas pessoas argumentam que o Seis Sigma deixou a desejar e certamente não
se aplica às atividades confiadas ao PMO. Essas pessoas afirmam que o Seis Sigma é
si1nples1nente um 1nistério que alguns acreditam poder resolver qualquer problema.
Na verdade, o Seis Sigma pode ser um sucesso ou um fracasso, mas a intenção e a
compreensão precisam estar presentes. O Seis Sigma aproxiina-o do cl iente, melhora
a produtividade e determina onde você pode obter os maiores retornos. O Seis Sigma
consiste e1n melhorias de processos, normalmente processos repetitivos, e e1n redução
da 1nargem de erros humanos e/ou de 1náquinas. Os erros só podem ser determ inados
se você compreender os requisi tos críticos do cliente interno ou externo.
Há diversas visões e definições de Seis Sigma. Algu1nas pessoas veem o Seis Sigma
como apenas um outro nome para os programas de gestão da qualidade total (TQM,
total q11ality tnanagetnent). Outras, veem o Seis Sigma como a implementação da ri-
gorosa aplicação de ferramentas estatísticas avançadas em toda a organ ização. Uma
terceira visão combina as duas primeiras, definindo o Seis Sig1na como a aplicação de
ferramentas estatísticas avançadas a esforços de TQM.
Essas visões não são necessariamente incorretas, mas são inco1npletas. De uma
perspectiva de gestão de projetos, o Seis Sigma pode ser visto como algo que simples-
mente obtém 1na ior satisfação do cliente por meio de esforços de melhorias contínuas
de processos. O cliente pode ser externo à organização ou interno. A palavra "satisfa-
ção" pode ter um significado diferente se estivermos d iscutindo clientes externos ou
internos. Os cl ientes externos esperam produtos e serviços de alta qua lidade e com
preços razoáveis. Os clientes internos podem definir satisfação em termos financeiros,
como margens de lucros. Os clientes internos também podem se focalizar em itens
como redução do tempo de ciclo, exigências de segurança e exigências ambienta is.
Se essas exigências forem cu1npridas da maneira mais eficiente se1n nenhu1n custo
que não agregue valor (p.ex.: mu ltas, ret rabalho, horas extras), as margens de lucro
au1nentarão.
Podem ocorrer desacordos ent re as duas definições de satisfação. Os lucros podem
sempre aumentar diminuindo a qualidade. Isso pode colocar em risco negócios futuros
com o cliente. Fazer 1nelhorias na metodologia para satisfazer a determinado cl iente
pode ser viável, mas pode ter um efeito negativo sobre outros clientes.
A visão trad icional do Seis Sigma se focalizava forte1nente nas operações de ma-
nufatura, usando mensurações e 1nét ricas quantitativas. Os conjuntos de ferramentas
Seis Sigma foram criados especificamente para essa fina lidade. Suas atividades aqui,
podem ser defin idas como Seis Sigma operacional e Seis Sigma transaciona l. O Seis
Sigma operaciona l engloba a visão tradicional e se focal iza mais em processos, como a
metodologia de gestão de projetos empresarial, com ênfase em 1nelhorias contínuas no
uso dos formu lários, diretrizes, listas de verificação e templates associados. Algumas
pessoas discute1n que o Seis Sigma transacional não passa de um subconjunto do Seis
Sigma operaciona l. Embora esse argumento tenha seu 1néri to, a gestão de projetos e
especificamente o PMO passam a maior parte do seu tempo envolvidos com o Seis
Sigma transacional, e não com o operacional.
O objetivo últiino do Seis Sigma é a satisfação do cliente, mas o processo pelo qual
o objetivo é alcançado pode diferir se estivermos discutindo Seis Sigma operacional ou
t ransacional.
Os objetivos do Seis Sigma pode1n ser estabelecidos ou nos níveis de execução ou
nos níveis de traba lho. Os objetivos podem ou não ser concluídos com a execução de
apenas um projeto. Isso é indicado na Tabela 13- 2.
As iniciativas Seis Sigma de gestão de projetos são criadas não para substitu ir
iniciativas em andamento, mas para se focalizar nas atividades que possam ter um
Capítulo 13 Seis Sigma e o escritório de gestão de projetos 569
impacto crítico para a qualidade ou para a satisfação do cliente tanto no longo quanto
no curto prazo.
Os objetivos operacionais do Seis Sigma enfatizam a redução da margem de erro
humano. No enta nto, as atividades Seis Sigma transacionais gerenciadas pelo PMO
pode1n envolver questões hu ma nas, como alinhar o bjetivos pessoais aos o bjetivos do
projeto, desenvolver u1n sistema equitativo de recompensas pa ra as equipes de proje-
tos e oportunidades de planos de carreira. Resolver os p roble1nas das pessoas faz parte
do Seis Sigma transacional, mas não necessa riamente do Seis Sigma operacional.
2
13.5 Os mitos do Seis Sigma
Dez m itos do Seis Sigma são apresentados na Ta bela 13- 3. Eles são conhecidos há
algum tempo, mas ficaram bastante evidentes q uando o PMO assum iu a responsa bili-
dade pelas iniciativas de gestão de p ro jetos de Seis Sigma tr ansaciona l.
2
Adaptado de F. W. Breyfogle III, J. M . Cupello e 8. Meadows, Managing Six Sigma, Ho bo ken, NJ: \Viley,
200 1, p. 6- 8.
570 Gestão de projetos
3
F. W. Breyfogle, III, lmplemenring Six Sigma; Smarrer Solutions Using Scarisr:ica l .Merhods, Hoboken, NJ :
\Viley, 1999.
Capítulo 13 Seis Sigma e o escritório de gestão de projetos 571
todos a sa ir de nossa zona de conforto e nos exigindo coisas que jamais imaginamos
que seriam exigidas. Está na hora de fazermos uma pausa e pensarmos cuidadosamente
na ideia de ser continuamente lançado de volta ao nosso "modo iniciante ", pois este é
o verdadeiro significado da aprendizagem contínua. Não precisamos de habil idades de
competência para esta vida. Precisamos da habilidade de incompetências, as habilidades
de ser realmente iniciantes.
É um esforço supérfluo
Este é simplesmente o mito "cria uma organização para lela" disfarçado. Mesma per-
gunta, mesma resposta.
Cria burocracia
Utna defin ição de dicionário do termo burocracia é "a rígida aderência a rotinas
administ rativas". A única coisa rígida sobre a metodologia Seis Sigma aplicada de
forma sensata é sua incansável insistência na ideia de que as necessidades do cliente
precisa tn ser atendidas.
4
J. Micklerhwait e A. \Vooldridge, Tl,e \Vitch Doctors o/ the Ma11agement Gunts, New York: Ran.dom Hou~
se, 1997.
' T. l'yzdek, "Six Sigma Is Primarily a lvlanagemenc Program", Quality Digesr, 1999, p. 26.
572 Gestão de projetos
Avaliações de gestão de projetos Seis Sigma não devem ser realizadas a menos que
a organizaç.ã o acred ite que haja oportunidades. A quantidade de te1npo e esforço gasta
pode ser significativa, como mostra a Figura 13- 3.
As vantagens da ava liação podem levar a melhorias significativas na satisfação do
cliente e na lucratividade. Entretanto, há desvantagens, como:
• Alto custo dos processos
• Exige mão de obra intensiva
• Dificuldade em medir que atividades de gestão de p rojetos podem se beneficiar
das a vali ações
• Talvez não forneça nenhum benefício significativo
• Não se pode medir um retorno sobre investimento a partir das avaliações
As aval iações podem ter vida própria. Há fases do ciclo de vida típicas para ava-
liações. Essas fases do ciclo de vida podem não estar alinhadas às fases do ciclo de
vida da metodologia de gestão de projetos empresarial e pode1n ser realizadas mais
informa l do que formalmente. Fases do ciclo de vida típicas para ava liações incluem:
• Reconhecimento de lacuna ou problema
• Desenvolvimento do conjunto de ferramentas de ava liação apropriado
• Condução de ava liaç.ão/investigação
• Aná lises de dados
• linplementaç.ã o das mudanças necessárias
• Revisão para possível inclusão na bibl ioteca de melhores práticas
Determ inar o conjunto de ferramentas pode ser d ifícil. O elemento mais co1nu1n
de um conjunto de ferra 1nentas é um foco em perguntas. Tipos de perguntas inclue1n:
• Perguntas abertas
• Segmentos sequencia is
• Comprimento
• Complexidade
• Tempo necessário para responder
l
Tempo
O Avaliações de Uso de Metodologias
O Avaliações de Competência
O Avaliações de Trabalhos e Tarefas
O Avaliações Educacionais da Gestão de Projetos
Rigor _ _.
• Perguntas fechadas
• Múltipla escolha
• Escolhas forçadas (sim- não, verdadeiro- falso)
• Escalas
A Tabela 13-4 ilustra como detenninar esca las. A coluna da esquerda solicita
u1na resposta qualitativa e pode ser subjetiva, enquanto a coluna da direita seria uma
resposta quantitativa e mais subjetiva .
É de importância vital que o instrumento de ava liação passe por u1n teste piloto .
A importância dos testes piloto seria:
• Validamento da compreensão das instruções
• Facilidade de resposta
• Tempo para responder
• Espaço para responder
• Análise de perguntas ruins
Expectativas de
e/lente
Altas
Médias
Impacto sobre
Baixas o trabalho em
Alto andamento
Baixo Médio
Oportunidades de reduç5o de custos
Convex Corporation
A Convex Corporation identificou um possível projeto Seis Sigma envolvendo a racio-
nalização dos relatórios de status internos. A intenção era eli1n inar o máximo possível
de papel dos volumosos relatórios de status e substituí-los por relatórios com códigos
de cores do formato "semáforo" usando a intranet da empresa. O PMO usou os se-
guintes dados:
• Valor da hora (incluindo benefícios) no nível executivo: US$240
• Número típico de reuniões de revisão de status de projeto por projeto: 8
• Duração por reunião: 2 horas
• Número de executivos por reunião: 5
• Número de projetos que exigem revisão por executivos: 20
Usando as informações acima, o PMO calculou o custo total dos executivos como:
(8 reuniões) x (5 executivos) x (2 h/reun ião) x (US$240/h) x (20 projetos)=
US$384 mil
y +t;Y
Entrada~
• Precisão da aná lise financeira: Esse tipo de projeto procura formas de incluir os
dados 1nais precisos em revisões financeiras de projetos. Isso pode abranger a
transferência de dados de vários sistemas de informação e contabil idade de custos.
• Resolução de testes de falhas: Alguns PMOs mantêm um sistema de info rmação
de alerta de fa lhas que possu i interface com a FMEA. Infelizmente, falhas são
identificadas, mas pode não haver nenhuma resolução para elas. Esse projeto ten-
ta suavizar esse problema.
• Preparação de listas de verificação t ransicionais: Esse tipo de projeto é criado para
focalizar na t ransiç.ã o ou na prontidão de uma área funcional para aceitar respon-
sabilidade. Por exetnplo, pode ser possível desenvolver uma lista de verificação
para avaliar os riscos ou a prontidão de t ransicionamento do projeto da engenha-
r ia para a manufatura. A situação ideal seria desenvolver uma lista de verificação
para todos os projetos.
Essa lista não é, de forma alguma, exaustiva. Entretanto, identifica projetos típi-
cos gerenciados pelo PMO. Algu1nas conclusões podem ser tiradas com a sua análise.
Primeiro, os projetos podem ser tanto t ransacionais quanto operacionais. Segundo, a
maioria dos projetos focaliza-se em melhorias na metodologia. Terceiro, ter pessoas
com experiência em Seis Sigma (i.e., Faixas Verdes, Marrons ou Pretas) seria úti l.
Quando um PMO assume a iniciativa em gestão de projetos Seis Sigma, pode
desenvolver uma caixa de ferramentas Seis Sigma exclusivamente para PMO. Elas
muito provavelmente não incluirão as ferramentas estatísticas avançadas que são usa-
das pelos Faixas Pretas na 1nanufatur a, mas podem ser ferramentas mais orientadas a
processos ou ferra tnentas de avaliação.
Gerenciamento de
portfólio de projetos
14.0 Introdução
Sua em presa at ualmente está t ra bal ha ndo en1 vá rios projetos e p ossui uma lista de
espera de outros 20 p rojetos que gosta ria de concluir. Se o financian1ento disponível
supo rta apenas mais a lg uns p rojetos, com o a em presa decide em q uais dos 20 deve
trabal ha r em seguida? Esse é o p rocesso de gerenciamento de por fólios. É in1portan-
te co mpreender a diferença ent re gestão de projetos e gerencia n1ento de portfólio
de projetos. Debra Sto uffer e Sue Rachlin fizera m a segunte d istinção pa ra p rojetos
1
de T I:
Um portfólio de TI é composto por um conjunto ou co leção de iniciativas ou projetos. A
gestão de projetos é um processo contínuo que se focaliza em a té q ue ponto uma iniciativa
específica estabelece, mantém e a lca nça seus objetivos pretendidos dentro de suas linhas de
base de custo, de cronogra ma, técnicas e de desempenho.
O gerenciamento de portfólio focaliza a atenção em um nível ma is agregado. Seu ob-
jetivo primeiro é identi ficar, selecionar, financiar, monito rar e manter o ,nix apropriado de
projetos e iniciativas necessário para alcança r a s metas e objetivos o rganizacio na is.
O gerenciamento de portfólio envolve a consideração de custos, riscos e retornos agre-
gados de todos os projetos co ntidos no po rtfólio, a lém dos vários tradeo((s entre eles. Ob-
viamente, o gerente do po rtfólio também está preocupado com a "sa úde" e o bem-estar de
cad a projeto que está incluído no portfólio de TI. Afina l, as decisões de portfólio, co mo
financiar um novo projeto ou co ntinuar a fin anciar um q ue já está em andamento, baseiam-
-se em informações fornecidas no nível do projeto.
O gerenciamento de porúól io de pro jetos ajuda a determinar o ,nix certo de proje-
tos e o nível certo de investi1n ento a ser feito em cada um deles. O resultado é um me-
lhor equi líbr io entre iniciativas est ratégicas em andamento e novas . O gerencia mento
de portfólio não é uma série de cálculos específicos de projetos como RO i, VPL, TIR,
período de recuperação do investimento (payback) e fluxo de cai xa e depois fazer o
ajuste aproprado para considerar os r iscos. Em vez disso, é um processo de tomada de
decisões quanto ao que é do interesse de toda a organização.
As decisões do gerenciamento de porúól io não são tomadas no vácuo . Elas geral-
mente estão relacio nadas a o utr os projetos e a d iversos fatores, co1n o financia1n ento
dispo nível e a locações de recursos. Além d isso, o projeto p recisa se adequar bem a
out ros projetos do portólio e ao plano estratégico.
1
D. Srouffer e S. Rachlin, "A Summary of Firsr Pracrices and Lessons Learned in Informarion Technology
Ponfolio X1anagemenc··, prepa rado pelo Conselho de Principais Executivos de ln.formação (CIO),
Washington, DC, March 2002, p. 7.
Capítulo 14 Gerenciamento de portfólio de projetos 579
A seleção pode se basear na conclusão de out ros projetos que liberariam recursos
necessários para os novos projetos. Além disso, os projetos selecionados podem ser
restringidos pela data de conclusão de out ros projetos que exigem deliverables neces-
sários para iniciar novos projetos. E1n qualquer caso, alguma forma de processo de
gerenciamento de portfólio de projetos é necessária.
@ Projeto G
Baixa
~ ,
~------------~--------------~
Baixa Carl Manelloº Alta
Complexidade
' lbid., p. 8 .
Capítulo 14 Gerenciamento de portfólio de projetos 581
total do status de q ua lquer conjunto predefin ido de projetos (ou portfólio), incluindo dados
gerais, dados de desempenho, indicadores e semáforos. Ela possui também a capacidade de
produzir d iferentes tipos de relató rios, no nível do projeto individua l, no nível do portfólio
o u um relatório especializado de riscos para o portfólio sele.cionado.
Além do PMO corporativo, as principais Unidades de Negócios de toda a empresa usam
PMOs locais em seu processo de gerenciamento de portfólio. Alguns deles são encarrega-
dos dos relatórios de status de riscos para os projetos mais importantes ou programas do
portfólio. Alguns são encarregados de uma definição inicial do nível de risco dos projetos e
operações para fornecer uma detecção precoce de áreas de risco potenciais. Outros desem-
penham um papel significativo em fornecer o suporte específico aos gerentes de portfólio ao
relata r o status à gerência de nível superior.
Nosso PMO de nível corporativo define os p rocessos de gerenciamento de portfólio a
fim de ser consistente com o nível da gestão de projetos e, consequentemente, com as exi-
gências para a implementação desses processos nas ferramentas e sistemas de informação
da empresa.
Algumas e1npresas real izam o gerenciamento de portfólio sem envolvimento do
PMO. Isso é bastante comum quando esse processo pode inclu ir uma grande quanti-
dade de projetos que desembolsam capital. Segundo um porta-voz da AT&T:
Nosso PMO não faz parte do gerenciamento de portfólio. Mantemos um Escritório de Ad-
ministração de Portfólio (PAO, Por/fo lio Administration Of(ice), q ue aprova os principais
projetos e programas que desembolsam capital por meio de um processo de planejamento
anual. O PAO utiliza o controle de mudanças para q ualquer modificação feita na lista de
projetos aprovados. Cada gerente de projetos precisa acompanhar os detalhes de seu proje-
to e atualizar as informações da Ferramenta de Administração de Portfólio (PAT, Port(o/io
Admi11istratio11 Too/). O Escritório de Programas Corporativo usa dados contidos na PAT
para monitorar a saúde e o bem-esta r dos projetos. Projetos individua is são auditorados
para garantir aderência a processos e preparam-se relatórios para acompanhar seu progres-
so e status.
6
14.3 Obstáculos à seleção de projetos
Os tomadores de decisões do gerenciamento de portfólio freq uentemente têm muito
menos informação para avaliar projetos candidatos do que gostariam. Incertezas sempre
rodeiam a probabilidade de sucesso de um projeto, seu valor de mercado final e seu cus-
to total até a conclusão. Essa fa lta de uma base de informações adequadas geralmente
leva a uma outra d ificu ldade: a falta de uma abordagem s istemática da seleção e avalia-
ção de projetos. Os critérios e métodos consensuais para ava li ar cada projeto candidato
em relação a esses critérios são essenciais para a tomada de decisões racional. Embora
a maioria das empresas tenha estabelecido metas e objetivos organ izacionais, estes nor-
ma lmente não são s uficientemente detalhados para serem usados como critérios para a
tomada de decisões de gerenciamento de portfólio de projetos. Entretanto, são um ponto
de partida essencial.
As decisões do gerenciamento de portfólio geralmente são confundidas por vários fato-
res comportamentais e organizacionais. Fidelidades departamentais, conflitos nos desejos,
d iferenças de perspectivas e uma indisposição a compartilhar informações abertamente po-
dem prejud icar os processos de seleção, aprovação e avaliação de projetos. Grande parte
dos dados e informações de projetos é necessariamente subjetiva por natureza. Assim, a
d isposição das partes de compartilhar abertamente e confiar nas opin iões uns dos outros se
torna um fator importante.
O cl ima ou a cultura de uma organização em relação a riscos também pode ter uma
influência decisiva no processo de seleção de projetos. Se o cl ima for de aversão a riscos,
' \Y/. Souder, Projec.r Selectfon and Eam.omic Appraisal, New York: Van Nostrand Reinhold, 1984, p. 2- 3.
Capítulo 14 Gerenciamento de portfólio de projetos 585
projetos de alto risco podem n unca vir à to na. As atitudes na organ ização em relação a
ideias e o volume de ideias gerado influenciam a qualidade dos projetos selecionados. Em
geral, q uanto ma io r o número de ideias criativas geradas, maiores as chances de selecionar
projetos de a lta q ualidade.
Identificação de
projetos
Identificar necessidades
! . _ _e fontes de ideias
Seleção estratégica de
projetos \
Adequação e
priorÍZação estratégica
1 Análise ambiental
Solução
por meio
de adoção
Depuração do
Experimentação protótipo e au- Comercialização
e cálculo mento de escala
Solução
por meio
da invenção
Deve-se tomar cuidado para identificar e eli1ninar projetos candidatos inferiores antes
de comprometer recursos significativos com eles.
Não há dúvida de que os projetos de inovação sejam os ma is caros e d ifíceis de
gerenciar. Algumas empresas erroneamente acreditam que a solução seja minimizar ou
limitar o número total de ideias de novos projetos ou lim itar o número de ideias e1n
cada categoria. Isso poderia ser um erro oneroso.
Em u1n estudo sobre as atividades de novos produtos de várias centenas de empre-
sas e1n todas as indústrias, Booz, Allen e Hamilton' definiram o processo de evolução
de novos produtos como o tempo necessário para se levar u1n produto até a existência
comercia l. Esse processo co1neçava com objetivos da empresa, que incluíram ca tnpos
de interesse, metas e planos de crescimento de produtos, e terminava, esperava-se, e1n
um produto bem-sucedido. Quanto mais especificamente esses objetivos fossem defi-
nidos, maior orientaç.ã o seria dada ao progra1na do novo produto. Esse processo foi
deco1nposto em seus etapas sequencia is gerenciáveis e bastante claras:
• Exploração : A busca por ideias de produtos que atendam os objetivos da empresa.
• Triagetn: Uma aná lise rápida para determinar qua is ideias era 1n pertinentes e me-
reciam um estudo mais detalhado.
• Análise de negócio: A expansão da ideia, por meio da anál ise criativa, em uma
reco1nendação de negócio concreta, incluindo elementos do produto, anál ise fi-
nanceira, análise de riscos, ava liação de mercado e um programa para o produto.
• Desenvolvimento: Transforma r a ideia no papel em um produto nas 1nãos, de-
monstrável e produzível. Essa etapa foca liza-se na P&D e na capacidade inventiva
da empresa. Quando surge1n problemas imprevistos, buscam-se novas soluções e
trade-offs. Em muitas situações, os obstáculos são tão grandes que não se conse-
gue encont rar uma solução, e o traba lho é term inado ou adiado.
• Testes: Os experimentos técnicos e comercia is necessários pa ra verificar julgamen-
tos técnicos e de negócios anteriores.
• Comercialização: Lançar o produto em produção e venda em grande escala; inves-
tir recursos e a reputação da empresa.
No estudo de Booz, Allen e Ham ilton, o processo de novos produtos foi carac-
terizado por uma curva de decaimento representando as ideias, como most ra a Fi-
gura 14-5. Isso most ra uma rejeição progressiva de ideias ou projetos por etapas do
processo de evolução do produto. Embora a taxa de rejeição varie entre indústrias e
empresas, a forma geral da curva de deca imento é típica. Gera lmente é preciso cerca de
60 ideias para gerar apenas um novo produto be1n -sucedido.
O processo da evoluç.ã o de novos produtos envolve uma série de decisões de ge-
renciamento. Cada etapa é progressivamente mais cara, medida em gastos tanto de
tempo quanto de d inheiro. A Figura 14-6 most ra a taxa segundo a qual as despesas
são gastas à medida que o tempo passa para o projeto típico dentro de uma amostra
de empresas líderes. Essas informações baseiam-se em uma média de toda a indústria e
são, portanto, útil para compreender o processo indust ria l típico de novos produtos. É
importante observar que a ma ioria das despesas de capita l estão concentradas nas três
últimas etapas de evolução. É, portanto, muito importante melhorar a triagem para a
análise de negócios e financeira. Isso ajudará a elim inar ideias de potencia l limitado
antes de elas chegarem às etapas mais caras da evolução.
1
Managemenr o/ Neru Products, Boo2., Allen e Hamilton, X'1cl ean, VA, 1984, p. 180- 181 .
588 Gestão de projetos
60
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1 1--------1--1----1-----
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1 -1------1-
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15
Triagem
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3 2
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Proietos Pontuação dos critérios• ponderada
Projelo D 10 6 4 3 69
Projeto E 5 10 10 5 75
Projeto F 3 7 10 10 63
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Ponluação
Projelos 2 1 3 2 1
total
Proielo A J 7
J J JI 6
J J J 3
1
W. Souder, Project Selec.tion and Eamomic Appraisal, New York: Van Noscrand Reinhold~ 1984, p. 66-69.
592 Gestão de projetos
Escala
Legenda:
+2 = Excelente
+1 = Bom
O= Aceitável
- 1 = Ruim
- 2 = Inaceitável
-
Não aplicável
><
Ponhlação do proJeto A
Processab,lidade
..........
- Know-ho. . - -
01spon1b1tidade de eQuipamentos
NúmeíO de Xs
Definição ()A
Fases
do ciclo Desenvolvimento ~ D
de vida
Implementação
Conversão
' Esse ripo de portfólio foi adaptado do modelo de ciclo de vida de portfólios normalmeme utilizado para as
atividades de planejamento estratégico.
594 Gestão de projetos
Definição
Design
Fases
do ciclo Desenvolvimento
de vida
Implementação
Conversão
Definição
Design
Fases
do ciclo Desenvolvimento
de vida
Implementação
Conversão
1 1.
Figura 14-12 Portfólio lucrativo.
Fases
do ciclo
de vida
sênior não eram realistas. Os gerentes de projetos desses oito projetos decid iram não
informar à gerência sênior sobre os problemas potenciais, mas esperar um pouco para
ver se poderiam-se estabelecer p lanos de contingência. Sem ouvir nenhu1na má notícia,
a gerência sênior ficou com a impressão de que todas as datas de lançamento eram
realistas e sa iriam co1no p lanejadas.
Os o ito projetos proble1náticos estavam passando por dificuldades. Depois de
exaurirem todas as opções e não vere1n um 1nilagre, os gerentes de projetos, então,
informaram relutantemente a gerência sênior de que suas expectativas não seria aten-
d idas. Isso ocorreu tão tarde no ciclo de vida dos projetos que a gerência sênior ficou
bastante irritada e vários funcionários foram demitidos, inclusive a lguns dos patroci-
nadores de projetos.
Várias lições podem ser aprendidas co1n essa situação. Primeiro, expectativas não
realistas ocorrem quando a análise financeira é realizada a partir de dados infonnais
e1n vez de forma is. Na Tabela 14-1, 1nost ramos as diferenças entre um estudo de via-
bilidade e uma aná lise de custo-benefício. De modo geral, os estudos de viabi lidade
baseiam-se e1n dados informais.
Portanto, os resultados de decisões financei ras cruciais baseadas en1 esn1dos de
viabilidade podem conter erros sign ificativos. Isso também pode ser observado na
Tabela 14-2, que ilust ra a precisão de estimativas típicas. Estudos de viabi lidade
usan1 estimativas descendentes (top-down), que podem conter margens de erros sig-
nificativas.
As aná lises de custo-benefício devem ser conduzidas a partir de planos de projeto
detalhados usando estimativas ma is definitivas. Os resultados da análise de custo-
-benefício devem ser utilizados para confirmar se os a lvos financeiros estabelecidos
pela gerência sên ior são realistas.
Mesmo com os melhores planos de projeto e com aná lises de custo-benefício
abrangentes, ocorrerão mudanças de escopo. É preciso haver u1na reesti1nação perió-
d ica das expectativas, realizada em tempo oportuno. Uma 1naneira de fazer isso é usar
o concei to de ondas sucessivas exibido na Figura 14-14. O conceito de ondas sucessi-
vas implica que, se você for adiante no projeto, ma is conhecimentos serão obtidos, o
que permitirá realizar uma estimativa e um p lanejamento mais detalhados. Estes, por
sua vez, fornecem infonnações ad icionais a partir das quais podem-se confirmar as
. .
expectativas ong1na1s.
A reavaliação contínua das expectativas é crucial. No início de um projeto, é im-
possível garantir que os benefícios esperados pela gerência sênior sejam realizados
na conclusão do projeto. A duração do projeto é um fator crucial. Dependendo da
duraç.ã o, mudanças de escopo podem resultar em um redirecionamento do projeto. O
cu lpado é, na maioria das vezes, mudanças nas condições econô1n icas, resultando em
premissas originais invá lidas. Além disso, a gerência sênior precisa tomar ciência dos
eventos que possam alterar as expectativas. Essas informações têm de ser disponibi-
~ --E_A_P_N_ív_E_
L_s_ _ ~l~____ EA
_P_N
_í_
v E_L_2_ _ _ ~
EAP NÍVEL 5
li EAP NÍVEL 2
lizadas rapidamente. A gerência sênior deve estar disposta a ouvi r 1nás notícias e ter
coragem de possivelmente cancelar um projeto.
Como as mudanças podem alterar as expectativas, o portfól io de gestão de pro-
jetos precisa ser integrado ao processo de gerencia mento de mudanças do projeto.
Segundo Mark Forman, diretor associado de TI e governo elet rônico (e-government)
do escritório de gerenciamento e orçamento:'º
Nluitas agências deixam de transformar seu processo de gerenciamento de TI usando um
processo de gerenciamento de portfólios por não terem um gerenciamento de mudanças em
vigor antes de começarem. A TI não resolve problemas de gerenciamento - são os processos
de reengenharia que o fazem . As agências devem treinar seu pessoal para abordar os proble-
mas c ulturais. Elas precisam perguntar se seu processo é um processo simples. Um plano de
gerenciamento de mudanças é necessá rio. É a í q ue a visão e a direção da gerência sênior é
extremamente ne.cessária nas agências.
Embora os comentários aqui sejam das agências de TI do governo, o proble1na
ainda é de extrema importância em organizaçôes não governamenta is e em todas as
indústrias.
0
' Ver nora t, p. 2.
11
Esta seção sobre a Rockwell Auromarion foi fornecida por James C. Brown, PgN1P, PMr• , OP!v13 AC,
MP!vl, CIP!vl, CSP, CSSMBB, diretor, escritório de gerenciamento de programas empresarial da A&S; Karen
Wojala, gerente de planejamento de negócios; e Matt Stibora, gereme de empreendimentos enxutos.
u,
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(1)
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Proposição
de valor
Visão
Estratégia
. .1corporativa Metas
estratégicas
1• Alinhamento l+-+t
estratégico Governança
Proposta de Aprovação
investimento 1 •I Avaliação Prorização
do port161io
A A A A A IA
Nota: AR1 e AR2 são solicHações de apropriação em vários
marcos de passagens de Iases
Figura 14-15 O gerenciamento de portfólio e um processo comum de pontos de decisão de passagens de Iases no desenvolvimento de produtos.
Capítulo 14 Gerenciamento de portfólio de projetos 599
12
Qualquer reprodução integral ou parcial deste artigo precisa mencionar o título e dar o crédfro ao \V\VF
como detentor dos direitos aurorais. Texr 2013 © W\VF-World \Vide Fund for Narure {também conhecido
como \Vorld \-Vildlife Fund). Todos os direitos reservados. O material foi escrito por Perer J. Srephenson, PhD,
diretor, e \Villiam Reidhead, MSc, consultor de design e impacto da Unidade de Estratégia e Desempenho de
Conservação do \VWF lnternational.
u Pegada ecológica se refere às áreas de plantação, pastagens, florestas e zonas de pesca necessárias para
produz.ir os alimentos, fibras e madeira consumidas em um país, para absorver os resíduos emitidos ao gerar
a energia que uciliza e ao fornecer espaço para sua infraestrutura.
14
Um fator determinante é definido como um fator social, econômico ou polír:ico que leva a um impacto
direto sobre o meio ambiente por meio de uma mudança ou no estado da biodiversidade e/ou na pegada
ecológica.
OI
o
o
Gl
m
íi1ó
Proposta de Aprovação o
Avaliação Priorização a.
investimento do portfólio CD
i:,
a
Concept Scorecard Planilha de pontuação Guia de discussão da revisão 1·
<J>
do Concept Scorecard de propostas/portfólios
-··--.-
-·----
---·----
:.-_::.:=::t.:.:::-:::.::::.="'-
:.::..~.:;.=::-;;...--=·
·---
-- --- --
---
·--- ------
·-----·-
--·------------
----------
·--·------·--···-·
··-····--··-·--·--··-
·------···
··--·-·
,e,~ - -·-
------·---·
------{Proposal 14ame•
USTE:N. Proposal Review
THINK.
SOLVE ••~·°""'~
..=e::::
Lista de Concettos Ordenados Classificados (COC)
Para lidar com esses desafios, o WWF desenvolveu um sisten1a global de mo-
nitoramento e gerenciamento de portfólios que de lega poderes à gerência local,
informando, ao n1esmo tempo, a tomada de decisões globa l; que demonstra resu l-
tados no curto, méd io e longo prazo; que detecta tendências e oportunidades que
estejam surgindo; e que possibilite a alocação de recursos mais eficiente em termos
de conservação.
O sistema de gerenciamento de portfólio do WWF, implementado em julho de
2013, fornece, portanto, programas co1n as informações necessárias para um geren-
cia1nento adaptativo, permite que órgãos de governança explorem o progresso entre
diferentes programas e dentro de um mesmo programa e permite a agregação, em u1n
nível global, de dados suficientes para análises significativas do desetnpenho geral da
GPF e dos impactos e tendências de conservação.
it-----~&--·' ! ····················-
::::<. ·······
:::c.:,:s,,:l?J.::............
............. x,:x,.:x, .
l
" ª'
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' i
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604 Gestão de projetos
15
O \V\VF segue os "'Padrões W\VF para a Gestão de Projetos e Programas de Consen•ação'" (\V\Y/F Sta11•
dards for Conseroatfon Project and Programme Management), baseados nos "Padrões Abertos para a Prática
da Conservação" (Open Standards for tl,e Practice of Conservation), um conjunto de melhores práticas de·
se1wolvido e promovido pela Aliança para as M.edidas de Conservação (Conservation Measures Partnership,
www.conservacionmeasures.org).
Excelência em gestão
de projetos global
15.0 Introdução
Nos capítulos anteriores, discutimos a excelência em gestão de projetos, o uso de me-
todologias de gestão de projetos e o hexágono da excelência. Muitas empresas descri-
tas neste livro já se tomaram excelentes em todas essas áreas . Neste capítulo, discuti-
remos sete empresas: IBM, Computer Associares, Microsoft, Deloitte, COMAU, Fluor
e Siemens. Todas já alcançaram práticas e ca racterísticas especializadas relacionadas a
uma gestão de projetos globalizada profunda:
• Elas são 1nultinacionais.
• Vendem soluções de negócios aos seus clientes, em vez de apenas produtos ou
serviços.
• Reconhecem que, para seretn provedoras de soluções bem-sucedidas, precisatn se
tornar excelentes em gestão de projetos, em vez de apenas serem boas nisso.
• Reconhecem que têm de ser excelentes em todas as áreas da gestão de projetos etn
vez de apenas em uma á rea.
• Reconhecem que uma abordagetn de gestão de p rojetos globa l deve focalizar mais
est rutura, te,nplates, listas de verificação, formulá rios e diretrizes do que políticas
e proceditnentos rígidos, e que a abordagem precisa poder ser usada igua lmente
bem em todos os países e pa ra todos os clientes.
• Reconhecem a importância do gerenciamento do conhecimento, de lições aprendi-
das, de captar as melhores práticas e das melhorias contínuas.
• Compreendem a necessidade de possu ir ferramentas como suporte à sua aborda-
gem de gestão de projetos.
• Compreendem que, sem melhorias contínuas na gestão de projetos, elas podetn
perder clientes e participação de mercado.
• Mantêm um escritório de gestão de projetos ou um cent ro de excelência.
• Realizam o p lanejamento estr atégico da gestão de projetos.
• Consideram a gestão de projetos como uma competência est ratégica.
Essas características podem se aplicar e se aplicam a todas as empresas citadas
anteriormente, mas são de máxima importância para empresas multinacionais.
606 Gestão de projetos
1
15.1 A cultura da 1BM
Em seu livro, Wlho Says Elephants Can't Dance, o antigo presidente da IBM, Lou
Gerstner, escreveu:
• O problema, em essência, é: como lidamos com a matriz da IBM? Como podemos
executar nossas est ratégias em uma empresa de tamanha complexidade?
• ... o valor singular da IBM para os cl ientes é nossa capacidade de constr uir solu-
ções integradas ...
• ... nossa capacidade de integrar produtos, habil idades e ideias é nossa única van-
tagem competitiva sustentável.
• ... não existe vantagem competitiva sustentável de longo prazo em tecnologia.
• A questão, então, é: que tipo de sistema de gerenciamento suporta nossa estr até-
gia fundamenta l de integração?... O clássico sistema de cadeia de comando é não
somente lento demais para o ritmo dessa indúst ria, mas também se opõe à nossa
habilidade de t rabalhar ent re d iversas organizações. A hierarquia, que parece su-
portar a integraç.ã o, na verdade vai contra ela. A hierarquia erige linhas e lim ites
verticais e estimu la a infame mentalidade de "silo».
• ... u1na matriz bem gerenciada é ext remamente flu ida e adaptável. Os papéis
mudam frequentemente. Equipes se formam e se desfazem. Decisões sobre que
unidade de negócios irá liderar determ inada situa ão não são codificadas. Isso
acentua o julgamento de líderes em todos os níveis.
7
Em meados da década de 1990, dinâmicas de indúst ria como concorrência no ní-
vel mundial, pressões relativas a recursos, rápidas mudanças nos segmentos de cl ientes
e tecnologia levaram a IBM a uma estrutura organizacional d iferente de sua abor-
dagem hierárquica tradiciona l de gerenciamento. Além disso, a empresa identificou
a falta de uma forte gestão de projetos como um grande fator de contribuição para
o fracasso do projeto e de problemas na satisfação do cl iente em toda a corporação.
Esses fatores levaram a IBM a decidir se tornar uma empresa baseada em projetos,
aplicando e integrando disciplinas de gestão de projetos e1n todos os seus principais
negócios, processos e sistemas.
Em nove1nbro de 1996, a IBM consolidou seus esforços pa ra se tornar uma em-
presa baseada e1n projetos e estabeleceu o Centro de Excelência em Gestão de Projetos
(PM/COE, Project lvfanage,nent Center of Excellence). O estatudo do Centro de Ex-
celência em Gestão de Projetos tem por objetivo desenvolver a co1npetência necessária
para a eficiência e o sucesso dentro de sua empresa matr icia l. Ele dirige a t ransforma-
ção da IBM em uma empresa baseada e1n projetos desenvolvendo e oferecendo supor-
te a profissionais de gestão de projetos e1n todo o inundo.
Desde seu início, esse estatuto é periodicamente revisado para garantir seu valor
e relevância. Em 2010, o gerenciamento de programas foi adicionado ao estatuto em
resposta ao aumento da complexidade dos projetos e ao reconhecimento pela indús-
t ria da necessidade de gerentes de programa qual ificados. A adição do gerenciamento
de programas não so1nente apresentava a necessidade de mais treinamento, mas tam-
bém de um plano de carreira para os profissiona is.
1
€>20 13 by IB.M Corporarion. Reproduzido com permissão . Todos os direitos reservados.
i Gerscner, Louis V., \Y/ho Says Elephants Can't Dance?, ©2002, Harper Business Publishers, an lmprim of
Centro de Excelência
Comitê de Direção Executiva
em Gestão de Projetos
Implementar e integrar.
Trabalhar por meio de líderes de Disciplina de GP por unidades de negócios
implementação e de gerenciamento
de unidades de negócios
Unidade de negócio
Remover obstáculos Competência GP
Lideres
Comunicar a mensagem Redes de competência em GP das BU
D
Linhas organizacionais
Comunidade de GP
Figura 15-1 O envolvimento em todos os n íveis da empresa é crucial para a aceitação sis-
têmica e o uso de disciplinas de gestão de projetos.
Indivíduo Empresa
A IBM designou utn pat rocinador executivo e, então, esta beleceu e popu lou
um Centro de Excelência em GP. O PM/COE é a fonte virtual e o cent ro coordena -
dor dos conhecimentos de gestão de projetos e progra tnas em toda a corporaç.ã o.
O PM/COE é composto por gerentes de projetos certificados etn um esque1na
rotativo envolvendo todas as un idades de negócios. É modelado segundo a abor-
dagem ext remamente bem-sucedida da IBM Academy e util iza o modelo de gover-
nança desenvolvido pela G loba l Services pa ra seu IBM Solutions Institute.
Responsabilidades específicas do PM/COE englobam:
• Desenvolver uma estratégia e planos pa ra toda a IBM para o desenvolvi1nento
e o suporte da gestão de projetos e programas co1no uma competência organi -
zaciona l além de co1no uma profissão individua l
• Dirigir o desenvolvimento de processos, práticas, ferramentas e cu rrículos
para que se alcance essa estratégia e seus esforços relacionados de coordena-
ção etn todas as unidades de negócios
• Fornecer experiência e assistência especia lizada em gestão de projetos e pro-
gramas em toda a corporação
• Manter uma comunidade de profissiona is de gestão de projetos e programas
dentro da IBM e coordenar essa comunidade com outras comunidades inter-
nas e externas relacionadas
Ação 5: Os gerentes de projetos e programas da IBM ampliam o avanço da gestão de
projetos e programas como uma d iscipl ina profissiona l por meio de atividades de
compartilhamento de experiências du rante ou entre tarefas.
Uma co1nunidade profissional floresce e cre.sce somente por meio das cont ri-
buições de seus membros, ao ajuda rem uns aos outros a se tornaretn mais pro-
ficientes na prática de sua disciplina. Esses esforços incluem 1nentoria, ensino,
aval iação de projetos e atividades de garantia, a lém do compartilhamento de ex-
periências por meio de exercícios de lições aprendidas e da publ icação de artigos.
Essa cont ribuição serve para atualizar e renovar os gerentes de projetos, e é con-
siderado uma honra cont ribuir para sua profissão dessa manei ra . Entretanto, esse
crescimento e aprimoramento profissiona l pode ocorrer somente com o suporte
organizacional consciente de tais atividades.
Segundo Debi Deli, PMP®, Gerente do Centro de Excelência em Gestão de
Projetos da IBM,
É somente por meio da contribuição e de atividades similares que a IBM se beneficia da
aprendizagem e do crescimento da profissão de gestão de projetos. Determinamos uma
expectativa de que nossos melhores e mais brilhantes gerentes de projetos irão contri-
bui r com a comunidade de GP - pois eles são realmente os que mais têm a ofere.cer. A
participação em a tividades de contribuição é integrada às exigências de q ual ificação
dos gerentes de projetos em toda a corporação. A liderança deve continuar a endossar
a profissão e essas atividades como algo valioso e que contribui d iretamente para a
eficiência da IB!vl.
Pa ra concluir, o PM/COE desenvolve e itnplementa uma est ratégia e planos
em toda a corporação para alcançar uma competência organizacional etn gestão
de projetos e programas. Ele estabelece e dirige uma consistência de abordagetn,
uma rede de praticantes experientes e de processos e sistemas de suporte. (Ver Fi-
gura 15- 3.) Finalmente, ele estabelece e mantém uma comunidade de profissionais
de gestão de projetos e programas dent ro da IBM e age como a interface entre a
comunidade da IBM e out ras comunidades profissionais internas e externas.
612 Gestão de projetos
Desenvolver Empresa
Unidade de negócios
Organização
Projeto/
Programa
Implementar
PM GM Integrar
Suporte da gerência
Um forte respa ldo executivo começou no topo da IBM quando o Comitê Executivo
Corporativo, liderado por Lou Gerstner (CEO), declarou, em novembro de 1996, que
a IBM se tornaria uma empresa baseada em projetos com métodos e ferramentas co-
muns e o reconhecitnento da gestão de projetos como uma profissão. Essa t ransforma-
ção continua a receber forte suporte executivo em toda a corporação.
A formação e a implementação da estratégia de Gestão de Projetos Empresaria l da IBM é
um exemplo glorioso de uma transformação organ izacional bem-s ucedida. Iniciada por um
estatuto que o CEO Lou Gerstner estabeleceu em I 996 para tornar a IBN! uma empresa
baseada em projetos, o Centro de Excelência em Gestão de Projetos da IBN! dirigiu as fases
progressivas do programa ao longo desses últimos anos. O segredo do s ucesso do PM/COE
foi o patrocínio por um comitê de executivos sênioc, que agiam como defensores convictos
da gestão de projetos e programas em um conjunto diverso de unidades de negócios globais.
Os benefícios organizacionais dessa transformação q ue foram realizados ao longo desse
tempo são muito evidentes no sucesso atua l da IBM.
Steve DelGrosso,
Diretor do Centro de Excelência em Gestão de Projetos da IBM
Muitos executivos apoiam ativa1nente a gestão de projetos e progra1nas dentr o de
suas organizações e enviam fortes mensagens a toda a sua un idade de negócios a esse
respei to. Isso é essencia l para fazer outr os participantes da o rgan ização apoiarem a
gestão de projetos.
O suporte da gerência precisa co1neçar no topo com uma declaração de fo rte
apoio executivo, que é comunicado entre organizações e dentro de u1na mes1na orga-
nização. Isso, por sua vez, é decisivo pa ra fazer a gerência intermediária e a gerência de
á rea apoiarem as 1n1c1at1vas.
O PM/COE traba lha com os executivos dentro das unidades de negócios sem esse
suporte descendente para aumenta r sua compreensão da importância da gestão de
Capítulo 15 Excelência em gestão de projetos global 613
qua lificação, a relação da IBM com o Instituto de Gestão de Projetos (PMI) e o de-
senvolvimento de habilidades de gestão de projetos por meio da educação e mentoria.
Esses programas têm como objetivo cultivar conhecimentos e1n gestão de projetos e
programas e manter padrões de excelência na profissão. O objetivo máximo é desen-
volver a competência dos praticantes.
Qual é o contexto da profissão dentro da IBM? As profissões da IBM são comu-
nidades auto rreguladas de profissiona is habilidosos e co1n mentalidades similares que
realiza1n trabalhos simi lares . Seus me1nbros desempenham papéis sÍlnilares onde quer
que estejam nas organizações da IBM e independente do título de seu cargo atual.
Cada profissão desenvolve e oferece suporte à sua própria comunidade, incluindo a
assistência com o desenvolvimento profissional, desenvolvimento de carreira e de ha-
bilidades. As profissões da IBM:
• ajudam a empresa a desenvolver e 1nanter as ha bilidades críticas necessárias para
seus negócios;
• garantem que os seus clientes estejam recebendo melhores práticas e habilidades
consistentes na área de gestão de projetos; e
• ajudam os funcionários a assumirem o controle de suas carreiras e de seu desen-
volvimento profisional.
Todos os cargos da IBM foram agrupados em uma dentre várias diferentes áreas
funcionais chamadas de "famílias de cargos". Uma famíl ia de cargos é uma coleção
de cargos que compartilham funções ou habilidades si1nilares. Se não houver dados
específicos para determinado cargo, as responsabilidades do cargo são comparadas à
definição da família de cargos para determinar a famíl ia de cargos apropriada à qual
designar um profisiona l.
Os gerentes de projetos, e, de modo geral, os gerentes de programas, se enquadram
na família de cargos de gestão de projetos. Os cargos da gestão de projetos garantem
que as exigências dos cl ientes sejam satisfeitas ao longo da formulação, desenvolvi-
mento, i1nplementação e entrega de soluções. Os profissionais de gestão de projetos
são responsáveis pelo plano de projeto geral, orçamento, estrutura analítica do proje-
to, cronogra 1na, deliverables, requisitos de pessoa l, gerenciamento da execução e riscos
de projetos e a aplicação de processos e ferramentas de gestão de projetos. Os indiví-
duos têm de gerencia r os esforços da IBM e os funcionários do cl iente e também forne-
cedores terceirizados para garantir que se forneça uma solução integrada que atenda
às necessidades do cl iente. O cargo exige conhecimentos e habilidades significativas
em comunicação, negociação, solução de problemas e liderança. Especificamente, os
profissionais de gestão de projetos precisam demonstrar:
• Habi lidades em gerenciamento de relacionamentos com suas equipes, clientes e
fornecedores
• Conhecimentos especializados e1n tecnologia, indústria ou negócios
• Conhecimentos especializados e1n metodologias
• Um sólido julgamento na área de negócios
Oferecem-se orientações à gerência sobre classificação, desenvolvimento e ma-
nutenção da vital idade dos funcionários da IBM. No contexto da profissão de GP,
define-se vital idade como os profissionais cumprirem as exigências de habilidades,
conhecimentos, fonnação e experiência (critérios de qualificação) feitas pela gestão de
projetos, e1n um nível igual ou superior ao seu nível atual. São definidos critérios mí-
nimos de qualificação para cada etapa na carreira, e eles são usados pelos indivíduos
Capítulo 15 Excelência em gestão de projetos global 617
Crescimento na carreira
Profissional executivo
Acreditação
Anos
Nivel Líder de
Capacidades Iniciante Experiente Especialista
fundamet1tal pensamento
Validação
Currículo de GP
O Currículo de GP da IBM (IBM PM Curriculum ) é um currículo global. O desen-
volvimento e a entrega desse currículo de G P coeso e de primeira qualidade foi u1n
elemento importante no estabelecimento de uma base consistente de terminologia e
conhecimentos de t rabalho para os mi lhares de profissionais de gestão de projetos e
programas professionais na IBM em todo o mundo. Um Comitê de Direç.ã o Curricu-
lar (CSC, Curriculum Steering Comtnittee), com representação global, gerencia seu
desenvolvi1nento, entrega e imple1nentação. Cada curso e1n sa la de aula é minist rado
da mesma forma em todos os países usando os mesmos materiais e insta lações com
instr utores loca is certificados para ministrar o curso. Os cursos de e-learning se encon-
tram nos servidores e são acessíveis 24 horas por dia, 365 dias por ano, por a lunos de
rodo o inundo. A formação de GP da IBM é minist rada via e-learning com 1nais de 100
mi l dias de cursos minist rados em 34 países.
620 Gestão de projetos
Gerência executiva 1
1
Formação em 1
ecutivo gerenciamento
de programas 1
ª'
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o
e
Formação de :!
capacitação 1 ~
enior em gestão ;;a
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de projetos e,
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Consultor
Formação
básica em
1
1
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o
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E
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~
gestão de
projetos 1
soc,ado 1
área de atuação é exigida para que um gerente possa obter a certificação de gestão de
projetos da IBM. Após a certificação, os profissionais recebem créditos pela formação
específica para sua recertificação.
Além do desenvolvimento de habilidades, a Universidade de GP oferece informa-
ções curriculares em um fonnato fácil de usar. Um "local" baseado na internet, essa
ferra 1nenta toma os cursos de formação em gestão de projetos e progra1nas e as ses-
sões de lições aprend idas mais fáceis de encontrar.
A IBM continua comprometida com a 1nelhoria de suas capacidades de gestão
de projetos, ampliando e oferecendo suporte a um exercício robusto e qualificado da
pr ofissão de gestão de projetos e fornecendo cursos de formação e treinamentos de
a lta qualidade aos seus praticantes.
A Universidade de GP possibi lita 1nelhorias contínuas em todos os tipos de cursos
de formação. Um exemplo foi a exigência de uma formação prática para ensinar os
a lunos a como começar a usar a metodologia de GP. Essa exigência esteve à frente da
criação de vários cursos avançados globais, abordando a aplicação da metodologia e
ferramentas globais de GP. Um outro exemplo foi na área de Contratação. Diferentes
países possue1n diferentes leis. O curso global não foi mod ificado, mas foram criados
vários cursos para diferentes países para abordar as exigências específicas de cont ra-
tação de cada país. Depois de os alunos concluírem o curso global para compreender
o processo de contratação, eles faziam o curso específico para compreender os pro-
cessos especia is necessários em seu país. A Universidade de GP oferece u1n roteiro e
u1n guia de inscrição para tratar das necessidades específicas de aprendizagem de cada
praticante.
No grupo "executar" e "cont rolar", usam-se os planos e cont roles para execu-
tar e gerenciar o projeto à medida que o traba lho de desenvolvi1nento e entrega são
realizados. Conforme o trabal ho progride, os planos são expand idos ou refinados de
acordo cotn a necessidade.
No grupo "encerramento", o patr ocinador concorda em encerrar o projeto, encer-
ra-se o projeto e produz-se o relatório de avaliação (também con hecido cotno lições
aprend idas).
Durante a vida de um progratna e a dos projetos, várias dessas atividades podetn
estar ocorrendo e reocorrendo concotnitantemente. A medida que os programas são
definidos e planejados, identificam-se projetos, que, por sua vez, são definidos, plane-
jados, executados, controlados e encerrados. Enquanto os progra tnas são executados
e controlados, reavaliações periód icas dos objetivos podem levar à identificação de
novos projetos a serem definidos ou de projetos a serem encerrados por não mais
gerarem valor. Enquanto um projeto é executado, é comum que os planos sejam rede-
fin idos no final de a lgumas fases, para preparar a execução das fases seguintes.
A fim de ser genérico e aplicável etn toda a IBM, o método de gestão de projetos
não descreve fases do ciclo de vida, tnas, em vez disso, grupos de atividade de GP que
podem ser usados repetidamente ao longo de qua lquer ciclo de vida. Isso perm ite a
flexibilidade para o método ser usado com qualquer número de a bordagens técnicas e
ciclos de vida. (Ver Figura 15-9.) O \V\VPMM é o modo como os projetos e progra-
mas são gerenciados na IBM e é implementado em todo o mundo por meio de uma
variedade de métodos e sistemas de gerenciamento específicos a cada unidade de negó-
cios como o Método Global de Serviços (GSM, Global Services lvfethod) e o Desenvol-
vimento Integrado de Produtos (IPD, Integrated Product Development), entre outros.
Padrões de
trabalho
Produtos
Domíni de trabalho
1 ~ JtT"
1 JPO CRM
1
1 SITO JPO
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/ Processos de negócios
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Método Global de Servir.ns da IBM (GSM /
' V
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- Métodos técnicos -
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Figura 1S-11 A Metodologia Mundial de Gestão de Projetos (WWPMM) fornece uma base para um
sistema abrangente de gestão de projetos.
Na IBM hoje, a maioria dos projetos ágeis são partes de projetos maiores de de-
senvolvimento ou de serviços. Assim, é necessário um gerente de projetos para garantir
que os deliverables do projeto maior sejam entregues e os requisitos do sistema de
gerenciamento de negócios sejam cUinpridos. Para projetos em que o desenvolvi1nento
ágil co1npreende todo o projeto, os requisitos e cont roles de gerenciamento de negó-
cios a inda têm de ser seguidos. Para lidar com esses requisitos do sistema de gerencia-
mento de negócios, o Método Mundial de GP da IBM (WWPMM) é projetado para
ser ampliável e adaptável para que possa atender às necessidades de todos os projetos,
inclusive dos ágeis. A IBM oferece orientação aos seus gerentes de projetos sobre como
o \V\VPMM pode ser racionalizado para projetos ágeis e como as disciplinas e com-
portamentos de GP podem ser apl icados para abraçar a agilidade mantendo, ainda, os
cont roles de negócios necessários.
Um método, por mais robusto que seja, gera lmente não é tão eficiente sem uma
ferramenta que possibil ite sua aplicação prática. Uma maneira eficiente de implemen-
tar o \V\VPMM é por meio de ferramentas que ofereçam a capacidade de ent regar
pratica1nente todo um sistema de gestão de projetos em um único local acessível pela
internet, além de imple1nentar e integrar um método técnico. Por meio do uso de seus
te,nplates pré-aprovados e de seu monitoramento de rotinas, uma equipe de projetos
pode implementar o sistema apropriado de gestão de projetos.
Melhores práticas
Uma busca na internet das palavras-chave " ib1n + melhores práticas" gera literalmente
mi lhões de respostas. Uma melhor prática pode ser definida como um método, proces-
so ou técn ica para produzir um resu ltado que tenha provado gerar um resultado de-
sejado de maneira 1nais confiável e previsível do que out ras técn icas. Ao longo de sua
história, a IBM já desenvolveu 1ni lhares de melhores práticas para muitos diferentes
aspectos da tecnologia da infonnação. Elas foram produzidas com muitos níveis dife-
626 Gestão de projetos
rentes de rigor e forma lidade. No mundo técn ico, essas mel hores práticas podem ser
publicadas como white papers ou, mais formalmente, na série de publicações Redbook
da IBM. Na disciplina de gestão de projetos na IBM, não é diferente. Desde 1996, a
IBM vem desenvolvendo mu itas melhores práticas em gestão de projetos. O PM/COE
tem a função de comunicar e informar as partes interessadas na gestão de projetos da
e1npresa sobre essas melhores práticas.
Como discutido anteriormente neste capítulo, estabeleceu-se um conjunto de ini-
ciativas-chave de gestão de projetos como o cerne da abordagem para imple1nentá -la
na empresa. Em parceria, o PM/COE e as unidades de negócios de toda a IBM tra ba-
lharam na implementação de oito iniciativas-chave que formaram o fundamento da
visão da IBM em relação à implementação de sua gestão de projetos empresarial. As
o ito iniciativas-chave incluem (ver Figura 15- 12):
• Educação
• Qualificação
• Método
• Projetos selecionados
• Ferramentas
• Gerenciamento de portfólios
• Maturidade
• Política
Dentro de cada iniciativa, desenvolveram-se melhores práticas que servem de su-
porte à implementação na organ ização. Algu1nas delas fo ra 1n mencionadas anterior-
mente, 1nas esse quadro serve de base para as medidas em relação às qua is o progresso
da IBM ru1no a se tornar uma empresa baseada em projetos é aval iado.
Educação
A abordage1n da IBM da formação em GP foi descrita em linhas gerais em uma seção
anterior. O cur rículo de GP, roteiro e abordagem da formação foram uma melhor
prática muito formal na IBM por diversos anos. Todos os gerentes de projetos da IBM
são ensinados co1n o mesmo currículo e as mesmas mensagens, que evoluíram com o
passar do tempo à medida que a IBM amadureceu e1n gestão de projetos. Essa mel hor
prática é mantida em um conjunto de docu1nentos que são supervisionados por uma
pequena equipe do quadro de funcionários e por um comitê de direção.
Figura 15-12 Dentro de cada uma das iniciativas, desenvolveram-se melhores práticas que
servem de suporte à implementação na organização.
Capítulo 15 Excelência em gestão de projetos global 627
Qualificação
A abordagem da IBM para qualiicar e certificar gerentes de projetos ao longo de suas
carreiras 1nost rou gerar valor para nossos clientes, para nossos gerentes de projetos e
para a etnpresa. Essa abordagem é documentada como uma melhor prática no Guia
Profissional da Gestão de Projetos e mantida mediante aprovação por um comitê de
desenvolvimento profisional. Uma pequena equipe supervisiona a administraç.ã o dessa
melhor prática. O material e as atualizações são comunicadas à comunidade de gestão
de projetos por meio do programa de comunicações do PM/COE para garantir que
todos os gerentes de projetos de todo o mundo estejam aderindo ao mesmo processo
de qua lificação.
Método
A IBM foi orientada a 1nécodos por muitos anos. O desafio da gestão de projetos
era fazer toda a empresa se reun ir sob um método un ificado de gerenciar projetos.
E1nbora haja muitas dezenas de 1nécodos técnicos mantidos pela IBM para definir os
diferences aspectos da realização do traba lho, há apenas um método para gestão de
projetos usado por todas as partes da IBM em muitos tipos diferences de projetos.
O WWPMM (Método Mundial de Gestão de Projetos) foi descrito em uma seção
anterior e é a melhor prática da IBM para gerenciar projetos. Ele é mantido pelo
PM/COE e atua lizado periodicamente para que reflita as mudanças nos requisitos. As
unidades de negócios da IBM, na maioria dos casos, adaptaram o \V\VPMM aos seus
processos de gerencia1nenco.
Projetos selecionados
E1nbora Formação, Qualificação e Método seja1n melhores práticas da IBM co1n u1na
docu1nencação e mecanismos de suporte mu ito formais, Projetos Selecionados é u1na
melhor prática mantida de forma muito diference. Um dos princípios fundadores es-
tabelecidos quando o PM/COE se formou foi que projetos "selecionados" seriam ge-
renciados pelos gerentes de projetos mais qualificados. Devido à variedade do modo
como diference.s partes da IBM operam e dos funcionários que a empregam em suas
atividades, esta melhor prática é definida, em conceito, em um alco nível, e o PM/
COE t rabalha com as diferences un idades de negócios para desenvolver um modelo
que funcione para seu negócio. Ela ainda é considerada uma melhor prática porque
a premissa é muito importante para o sucesso da gestão de projetos, contudo, não se
encontra uma documentação deta lhada dos processos da prática.
Ferramentas
Quando a IBM con1eçou a jornada run10 à gestão de projetos empresarial, n1uicas di -
ferences ferramentas eram usadas para gerenciar nossos projetos. Isso era 1nuico ine-
ficiente, canto no custo para manter n1uicas ferran1encas quanto pela ineficiência de
recursos para constitu ir projetos con1 indivíduos que conhecessem as ferran1encas. O
PM/COE, traba lhando co1n as diferences partes do negócio, selecionou u1na ferramenta
estratégica para usar para a gestão de projetos. Isso pern1itiu un1 melhor investimento
na ferra1nenca, alén1 de sua integração con1 elen1encos-chave, con10 contabilidade tra-
ba lhista. Uma equipe trabalhando con1 o PM/COE mantinha n1elhores práticas para a
in1plen1encaç.ão da ferra1nenca aos negócios. À 1nedida que novas unidades começara1n
a implementar a ferramenta para sua organização, essas 1nelhores práticas passan1 a ser
seguidas para n1ini1nizar proble1nas e sin1plificar a i1nple1nencação.
Gerenciamento de portfólio
O Gerencian1enco de Portfólio de Projetos agrupa, visualiza, analisa e gerencia projetos a
fin1 de maximizar os resulcados de negócios positivos dentro das restrições de recursos de
628 Gestão de projetos
Maturidade
A IBM desenvolveu uma ferramenta-padrão e melhor prática, o Guia do Progresso da
Maturidade da Gestão de Projetos (PMPMG, Progress Mat11rity G11ide), para 1nedir
a maturidade da gestão de projetos. O PMPMG permite que uma organização ava lie
a 1naturidade de suas capacidades tanto no nível do projeto quanto no nível organi-
zacional. Ao compreender seus pontos fortes e fracos nessas áreas, uma organização
pode identificar ações para melhorias contínuas ao gerenciar projetos/programas e
alcançar seus objetivos de negócios. O PMPMG consiste em um conjunto de pergun-
tas objetivas separadas em cinco níveis e que busca1n informações sobre os processos
de GP em uso. Quando concluído, uma 1nédia ponderada das respostas é usada para
calcular um va lor relativo para a maturidade da organização. No guia, as perguntas
se aplica1n ou à organização como um todo, ou a projetos dentro da o rgan ização. A
execução bem-suced ida da ferramenta leva rá a uma pontuação de 1 a 5 e1n maturi-
dade uma lista de itens de ação para abordar as deficiências. O PM/COE mantém o
PMPMG como u1na ferramenta e banco de dados do Lotus Notes e auxi lia diferentes
unidades de negócios com o desempenho das aval iações.
Política
O PM/COE mantém práticas corporativas fo nnais para a gestão de projetos e progra-
mas que definem o conjunto recomendado de práticas de gerenciamento que devem
ser usadas para todos os projetos e programas da IBM. Essas práticas são uma mel hor
prática de nível corporativo formal à qua l se espera que toda a empresa venha a aderir.
A fi 1n de lidar com a variedade de tipos de negócios na IBM, o PM/COE, então, traba-
lha com e.ada unidade para desenvolver sua própria declaração de política que adote
as práticas corporativas e outras iniciativas e as adapte a todas as especificidades de
sua organização. Essas políticas das unidades são patrocinadas pelos pat rocinadores
executivos da gestão de projetos das organ izações e publ icadas na int ranet do PM/
COE para que todas as partes interessadas da gestão de projetos possam facihnente
visualizá-las.
Essas o ito iniciativas compreendem uma grande coleção de melhores práticas em
gestão de projetos que foram os pilares da caminhada da IBM em direção à gestão de
p rojetos empresarial. O PM/COE mede o progresso da IBM co1no empresa moni to-
rando essas iniciativas por meio do uso de um scorecard Vermelho/AmareloNerde,
que é atua lizado trimest ralmente para cada pa rte do negócio e cada área geográfica do
mundo. Quando ocorre1n mudanças, como reorganizações, mudanças no mercado ou
ações da liderança executiva, ve1nos o 1novimento no desempenho refletido em nosso
scorecard. O PM/COE trabalha com a Equipe de Direção Executiva para ajuda r a cor-
rigir á reas problemáticas, mantendo a empresa no caminho certo e1n relação ao nosso
p rogresso em tennos de maturidade.
No entanto, as melhores práticas não param aí. O suporte de nossos profissionais
também está no cerne da t ransformação baseada em projetos.
Compartilhamento de conhecimentos
Em bora as o ito iniciativas sejam melhores práticas mais forma lizadas, existe a oportu-
nidade de tira r proveito das lições aprendidas em atividades dos gerentes de projetos
da IBM. A Rede de Conhecimento de GP (PMKN, PJ\1 Knowledge Network ) ofere-
Capítulo 15 Excelência em gestão de projetos global 629
Comunidade e comunicações
Segundo Debi Deli, PMP®, Gerente do Centro de Excelência em Gestão de Projetos, a
IBM criou u1n forte senso de comunidade para seus profissiona is globais de gestão de
projetos; esta é uma melhor prática entre as profissões da IBM.
Na IBM, uma comunidade é defin ida como um grupo de profissionais que compar-
ti lham u1n interesse específico, trabalham em detern1inado don1ín io de conhecin1ento
e participan1 de atividades que são n1utuan1ente benéficas para constru ir e sustentar
capacidades de desempenho. Nossa comunidade focaliza-se em seus n1en1bros e en1 criar
oportun idades para que eles achem seu trabalho significativo, aun1entem seu conheci-
mento e don1ínio de un1a área e tenhan1 um senso de fazer parte de um grupo - que eles
achen1 que têm os recursos necessários para obter ajuda, inforn1ação e suporte em suas
vidas profissionais. O con1partilhamento de conhecimento e a reuti lização de e.apitai
intelectual são uma parte importante daquilo que un1a con1un idade possibilita, n1as não
são seu único foco. As comunidades geran1 va lor para o negócio por meio da reduç.ão
de atritos, da redução da velocidade do fechan1ento de vendas e do estímulo à inovação.
Comunidades fazem parte da malha organizacional, mas não são defin idas ou
restringidas por seus limites. Na verdade, as comunidades criam u1n e.anal para que o
conhecimento cruze limites Ílnpostos pelo fluxo de t raba lho, geografias e te1npo e, ao
fazê-lo, fortalecem a malha social da organização. Elas fornece1n os meios para trans-
formar know-how local em informações coletivas e para dist ribuir informações coleti-
vas de volta ao know-how local. A participação é integralmente baseada em interesse
em um assunto e é voluntária. Uma co1nun idade NÃO é limitada por uma prática,
uma rede de conhecimentos ou qualquer out ro conceito organizacional.
A Co1nunidade da Rede de Conhecimentos de GP (PMKN) é patrocinada pelo
PM/COE. A participação é aberta a todos os funcionários da IBM que tenham u1n
plano de carreira profissiona l ou interesse e1n gestão de projetos. A PMKN é uma
comunidade de prática autossuficiente com quase 12 m il membros que se reúne1n
para o aprimora1nento geral da profissão. Os membros compartilham conhecimentos
e criam capita l intelectua l em GP. A PMKN oferece um ambiente para compartilhar
experiências e se conectar com outros colegas gerentes de projetos.
Ao entrar na co1nunidade de GP, os profissionais contratados pela IBM gera lmente
são indagados: "Qual é a n1aior diferença cultura l que você encontrou na IBM en1 rela-
ção a outras empresas em que você já trabalhou? " . A resposta mais co1nu1n é que seus
colegas são ext ren1an1ente prestativos e estão dispostos a comparti lhar informações,
recursos e ajuda con1 as atribuições de suas funções. A cultura da IBM se presta gracio-
samente à mentoria. Como a contribuição com a profissão é uma exigência para a cer-
tificação, agir co1no mentor de candidatos que estão en1 busca da certificação não so-
mente atende a un1a exigência profissional, n1as tan1bém contribui com a co1nunidade.
A mentoria pode ser um relaciona1nento frági l. Um estudo sobre o mundo corpo-
rativo revelou que o motivo mais comum pelo qual os relacionamentos de mentoria
terminavam pre1naturamente era a ausência de uma estrutura ou objetivo forma l para
manter o anda,nento do t raba lho. Além disso, não havia uma ferramenta mundial de
mentoria. O Centro de Excelência e1n Gestão de Projetos respondeu ao estudo criando
630 Gestão de projetos
Prêmios
• Prêmio de Ouro 2012 do Grupo Brandon Hall na Categoria de Melhor Empresa
em Programas de Certificação
• Prêmio APQC 2012 de Escritório de Gestão de Projetos do Ano
• Prêmio PMI 2012 de Provedor de Educação Continuada pela Universidade de GP
• Prêm io de Ouro 2011 do Grupo Brandon Hall na Categoria de Excelência em
Aprendizagem
• Prêmio PMI 2011 de Produto do Ano em Educação Continuada: Pacote de Apren-
dizagem Ági l
• Prêmio PMI 201 O de Escritório de Gestão de Projetos de Soluções em GP do Ano
• Prêmio PMI 2009 de Provedor de Educação Continuada pelo Currículo de GP
• Prêmio PMI 2007 para Projeto Destaque (Projeto da IBM de Imposto de Conges-
tionamento de Estocohno)
• Prêmio PMI 2006 de Provedor de Desenvolvimento Profissional do Ano
• Prêmio PMI 2006 de Provedor de Educação do Ano PMI
• Prêmio PMI 2005 de Provedor de Desenvolvimento Profissional do Ano
• Prêmio PMI 2005 ao Direto r do PM/COE (C. Wright) por Contribuição de
Destaque
• Prêmio PMI 2005 Provedor de Desenvolvimento Profissional do Ano
• Prêmio de Patente 2001 pelo "Learn How... Do lt Now..." - Equipe de Cur rículo
em GP
Capítulo 15 Excelência em gestão de projetos global 631
Currículo
• O currículo em GP continua a ser reconhecido com nosso curso de e-learning
"Contratos para Gerentes de Projetos" pela Sociedade Internacional para a Me-
lhoria no Desempenho (Society for Perfonnance Improvement, ISPI), com um prê-
mio por sua excelência.
• Reconhecido pela Sociedade A1nericana para Treinamento e Desenvolvimento
(American Society for Training and Develop-rnent, ASTD ) co1n um prêmio de ex-
celência na prática por sua iniciativa relativa ao currículo de gestão de projetos.
• O Conselho Americano de Educação (American Council on Ed11catio11, ACE) re-
comendou nossos cursos Nível 1 para equivalência de créditos em programas de
gradução e pós-gradução.
Externo
• Participação do Diretor do Cent ro de Excelência e1n GP da IBM como principal
orador no webinar lnternationa l Project Management Day da IIL (2011 )
• Participante-chave da IBM no conselho PMI de Gestão de Projetos Corporativos
- e1n andamento
Publicações
• Forbes Magazine "Pulse of t he Profession with PMI" (março de 2012)
• Keys to Building a S11ccessf11/ Proiect Management Office (© 2011 IBM)
• PMO of the Year e-book (© 2010 PM Solutions)
• IBM PM history (Chapter 15), Best Practices in Project Management, Harold
Kerzner (2009)
• Centro de Excelência em GP da IBM reconhecido como uma das 25 melhores
organizações baseadas em projetos em 2007 pelo PMI
• Práticas de GP da IBM citadas em Technical Business Review Report em 2007
Coordenadora do material
Deborah (Debi) A. Deli, PMP®é Gerente do Centro de Excelência em Gestão de Pro-
jetos da IBM. Em seus 33 anos de experiência na IBM, Debi já teve cargos de gestão
de projetos, planejamento de negócios, tecnologias móveis e sem fio, e planeja ,nento
de 1nercado e produto. Foi coautora de ThinkPad: A Different Shade of Blue em 1999.
Debi é certificada pelo PMI e possui título de mestrado em gerenciamento de tecnolo-
gias e títu los de graduação e 1nestrado em admin istraç.ã o de empresas.
Contribuidores
Mike Collins é atuahnente Gerente de Projetos Executivo no Centro de Excelência em
Gestão de Projetos da IBM. As tarefas atuais de Mike incluem o suporte à implemen-
tação da gestão de projetos global em u1na unidade de negócios e a liderança dos pro-
jetos Valor da Gestão de Projetos e Métricas Mundia is de GP da IBM. Anterionnente,
632 Gestão de projetos
3
€>2013 by Compurer Associares. Reproduz.ido com permissão. Todos os direitos reserYados. O material
sobre a Computer Associares foi fornecido por Robert J. Zuurdeeg, consultor sênior de práticas globais, e
lvlark Elkins, diretor do PMO de serviços.
Capítulo 15 Excelência em gestão de projetos global 633
Abordagem da CA Technologies
A abordagem da CA Technologies para entregar soluções começa com a compreensão
da visão do cliente: saber qual é o escopo integral do desafio de negócio e qua l é a
melhor solução para enfrentar o desafio hoje que também ofereça flexibilidade e sirva
de suporte para o crescimento futuro.
Quando vista dessa fonna, a solução pode exigir um extenso levantamento de
requisitos, design, testes, design de processos e treinamento. Embora seja viável, isso
pode exigir muito tempo até que uma solução seja implementada. Os clientes exige1n
uma abordagem que entregue a solução e o valor de negócio incre1nentalmente.
A Figura 15- 13 representa uma abordagem realista para alcançar a visão: em vez
de tentar definir e implementar 1nuitos novos processos de negócios e ferramentas de
suporte de uma ún ica vez, deve-se adotar uma abordagem faseada para alcançar a
Fase 5
<Capacidade 5>
Fase4
Fase 3
Fase 2
'
<Capacidade 2> <Capactdade 2> <Capacidade 2> <Capacidade 2>
Fase 1
<Capacidade 1> <Capaadade 1> <Capactdade 1> <Capacidade 1> <Capacidade 1>
visão, focalizada em entregar certas capacidades durante cada fase. É assim que a CA
Services recomenda seus clientes a planejarem co1no irão alcançar sua visão, em fases
lógicas, sendo que cada fase produz va lor de negócio.
"Cada fase produz valor de negócio" é crucial para o sucesso do projeto. Mas
como a CA explica o va lor de negócio e como o cliente compreende e reconhece o
va lor produzido em cada fase? De maneira muito simples: cada fase produz capaci-
dades específicas predeterm inadas, que são definidas de acordo com cada caso de uso
(funcional).
Definições
Capacidade: un1a habilidade que uma organização, pessoa ou sistema possu i. Capa-
cidades são tipican1ente expressas en1 tennos gerais e de alto nível e exigem uma
combinação de organ ização, pessoas, processos e tecnologia para serem alcançadas.
Caso de uso (funcional): um termo usado no contexto de uma solução. Trata -se de um
caso de uso específico que descreve um objetivo funcional que serve de suporte
aos requisitos funcionais gerais da capacidade.
Os nomes e as descrições das capacidades e casos de uso empregam uma lingua-
gem direta para explicar a funcionalidade que está sendo oferecida. Um exemplo: a
capacidade "Provisionamento flexível a pedido" incluiria casos como "Implementar
aplicação", "Gerenciar Apl icação", "Expandir Aplicação" e "Migrar Aplicação", entre
outros. Cada capacidade e caso de uso possui descrições explicando mais aprofunda-
da1nente a funcionalidade oferecida.
Isso é i1nportante pa ra a CA Technologies, seus parceiros e clientes - em vez de
apenas relatar ou docu1nentar que a equipe de projetos irá implementar o produto xxx
com características yyy e zzz, eles usa1n as capacidades e casos de uso para comunicar
a funciona lidade que será oferecida. As capacidades relevantes e seus casos de uso são
incluídos nas ferramentas de venda e determinação de escopo, em suas declarações de
t rabalho e nos deliverables produzidos para o cl iente du rante a atividade de imple-
mentação. Isso minimiza a ambiguidade a respeito da funcional idade que a CA Tech-
nologies irá oferecer; essa funciona lidade é descrita desde o início e é acompanhada
durante toda a execução e entrega da solução.
Foco do projeto
É essencia l reconhecer o que uma organização faz be1n feito. A tendência natural é
achar que podemos apl icar as 1nelhores práticas de gerenciamento para executar qual-
quer projeto de fonna bem-sucedida. A realidade é que a ma ioria das organizações
possui u1n fraco por projetos que elas executam bem; projetos que inclue1n tecnologias
específicas, que se encont ram dentro de determinado escopo ou certas indústrias, que
soluciona1n problemas específicos, que são de certo tamanho, e assi1n por diante. As
"'N. de T.: Time•t.o-c.ontrac.t é o prazo entre a data de encerramemo do convite à apresentação de propostas
e a assinarura do contrato .
636 Gestão de projetos
o rganizações precisam fazer uma ava liação honesta dos projetos que elas executam
bem e as necessidades do negócio que eles são capazes de solucionar. Projetos fracassa-
dos colocam em r isco relaciona tnentos de negócios e futuros negócios.
Para a CA Services, o foco está em implementação, gerenciamento e otimização
das soluções de negócios necessárias, uti lizando o software da CA. Os resultados de
nossa ava liação indicaram a necessidade de:
• Ofertas de soluções padronizadas que ofereçam capacidades (funcionalidades) co-
muns, com capacidades opciona is.
• Oferta de ferramentas padron izadas para servir de suporte ao posicionamento,
determ inação do escopo e proposta da solução certa.
• Um catálogo de serviços oferecidos; um repositório a partir do qual as ofertas de
feramentas padronizadas podem ser facilmente acessadas.
• Uma revisão e val idação independentemente de soluções para as soluções que in-
cluem múltiplos produtos da CA Technologies e/ou que precisam se integrar com
vários produtos não CA.
Serviços fundamentais
Revisão/validação de soluções
Uma outra manei ra de a CA Technologies melhorar a probabilidade de sucesso de um
projeto é uti lizar vários programas e processos que verifiquem a adequação da solução
proposta durante o ciclo de vendas. Isso é especialmente válido para soluções grandes
e complexas nas qua is pode ser apropriado fazer revisões extras. Por exe1nplo, solu-
ções que incluem múltiplos produtos da CA Technologies que precisa1n ser integrados
com diversos produtos não CA em um ambiente grande e complexo. Nenhu1na pessoa
pode possivehnente ser especializada em todas as soluções de software, versões, pla-
taformas e integrações da empresa; por este motivo, uma equipe de tecnólogos com
várias habilidades e graus de experiência revisa e aprova a arquitetura certa - antes de
a CA Technologies propor a solução para o cliente.
Pode ser benéfico também passar un1 ten1po extra co1n o cliente e1n atividades para
val idar as necessidades do negócio e garantir que os con1ponentes da solução proposta
atendan1 a essas necessidades e às expectativas do cl iente. En1 alguns casos, isso pode
at rasar leve1nente o ciclo de vendas, mas o foco extra ajuda a garantir que o projeto
seja ben1-sucedido. O objetivo é identificar o quanto antes possíveis r iscos ao se atender
às expectativas e necessidades do cliente, idealn1ente, antes do início do projeto.
Execução do projeto
Uma vez que o contrato de serviços tenha sido vendido, a CA Services se prepara para
ent regar a solução necessária. A solução é ent regue seguindo-se uma Metodologia de
Capítulo 15 Excelência em gestão de projetos global 639
[- · · ·
'• •
.
menta-se a lógica de cais decisões. O resultado inclui u1n design funciona l e técnico
juntamente co1n u1na documentação sobre os impactos da solução.
Construção e testes da solução
1. A soluç.ã o é insta lada e configurada no ambiente in icia l (nonnalmente, de-
senvolvimento). Componentes ind ividuais são imple1nentados no ambiente
apropriado e, então, integrados à solução.
2. Após a conclusão da integração e dos testes das un idades, a equ ipe de tes-
tes (da CA Services e do cl iente) executa um conjunto de testes para va lidar
requisitos funcionais, atributos de qua lidade e restr ições da solução. Esses
testes fornecem rastreabilidade da solução de trabal ho e dos casos de uso
definidos ao escopo do projeto no contrato e se alinham às necessidades de
negócios do cliente. Os resultados dos teste.s são registrados no Relatório de
Testes. Qualquer problema mais sério que exija remediação será abordado e,
então, retestado.
Templates de implementação
Tetnplates que se alinham a cada u1na das ofertas-padrão servem de suporte à Me-
todologia de Entrega de Soluções. Esses tetnplates fornecem a est rutura para os deli-
verables padrão produzidos em cada etapa. Isso promove o sucesso repetível ao reunir
o que funciona em pacotes e ajuda outros a aplicar as lições aprendidas. A cartilha de
implementação é apresentada na Figura 15- 16.
Os templates fornecem tre1nendos benefícios durante a execução de um projeto:
• Consistência - Quando os 1nembros da equipe passam de um projeto a outro,
eles sabem que a execução do projeto será muito sim ilar aos outros projetos em
que trabalharam. O tempo para fazer a equipe entrar no ritmo e agregar valor ao
projeto reduz mui to.
• Deliverables padrão - Essa padronização pro1nove a reuti lização e reduz o tempo
de criação.
• Roceiro para o GP - O gerente de projetos não precisa criar p lanos de projeto do
zero; existe um roteiro predefinido que facil ita muito o trabalho do gerente.
• Melhorias contínuas - Fornece u1n repositório de deliverables, ferramentas e téc-
nicas padrão que podem ser continuamente 1nelhorados a partir de lições aprendi-
das e do feedback de projetos.
Templates servem de suporte a cada etapa da Metodologia de Implementação.
A Tabela 15- 2 lisca os tetnplates fornecidos para auxil iar a implementação da solução.
Capítulo 15 Excelência em gestão de projetos global 641
Configuração Transição e
e iniciação Requisitos Design Construção Implementação encerramento
e teste
do projeto do projeto
são comuns para 1nú ltiplos clientes, e onde a solução pode ser expand ida de modo que
passe a oferecer o máximo de va lor. Usa ndo esses dados, a Entrega Glo bal consegue
cria r um pacote para esse produto de trabalho incluindo acelerado res e componentes
predefinidos. A meta última é minim izar as personalizações individuais para um único
cliente, e levar os clientes a tirarem proveito dos componentes predefinidos . Isso propi-
cia retornos mais rápidos, 1nenos riscos e maior consistência par a o projeto .
Encerramento do projeto
Uma das etapas que a CA Technologies enfa tiza é o Encerramento de Projetos. Mu i-
tas organizações veen1 essa etapa como uma formalidade que gera pouco valor. En-
t reta nto, a CA verificou que ela é crucial para o sucesso de longo prazo do cliente,
e prepara o terreno para novos negócios. Há um p rocesso formal de encerramento
de um projeto publicado para reforçar mel ho res práticas. Ele descreve uma reunião
de encerra mento de p rojeto co m o cl iente e define uma p rogramação específica para
tal reunião. A Tabela 15-4 descreve os principais itens da p rogra mação de un1a reu-
nião de encerramento de projeto e como eles contr ibuen1 para o sucesso do projeto
e do cliente.
Melhorias contínuas
Um dos maio res desafios que as organizações enfrentam é sua capacidade de aplicar
lições aprendidas de um único projeto a fim de n1elhorar o p lanejan1ento e a execu-
ção de fut uros p rojetos. A CA Services confiou essa responsabilidade a dois p rinci-
pais grupos da CA Services - o grupo de Práticas Globais e o PMO. Em qua lquer
n1omento em que um gerente de projetos está pri mordia lmente focado na execução
644 Gestão de projetos
mel horias contínuas. U1na das maiores vantagens de se possuir um repositório de ofer-
tas-pad rão e templates é a capacidade de melhorar com o passa r do tempo. Quando
um projeto faz algo 1nu ito bem ou enfrenta dificu ldades, essas informações são reuni-
das e real izam-se 1nel horias no repositório de ferramentas, permitindo, dessa manei-
ra, que os futuros projetos sejam ainda mais bem-sucedidos. A Tabela 15- 5 descreve
como algumas dessas lições aprendidas são usadas para gera r mel horias contínuas.
A CA Technologies utiliza diversos métodos pa ra captar as lições aprend idas e
dados durante toda a execução do projeto. A Figura 15- 18 lista esses métodos, mos-
trando em que etapa eles são uti lizados para gerar melhorias contínuas.
Configuração Transição e
Construção
Oportunidade e m1c1ação Requisitos Design Implementação encerramento
e testes
do proJeto ' do pro1eto
Transição para
o suporte
4
JvL S. V. Turner, Microsoft Solutfons Framework Essentials, Jvlicrosofr Press. Todos os direitos reservados.
O autor gostaria de agradecer a JvLike Turner por ter fornecido as figuras para esca seção do livro. As figuras
com números no canto in.ferior direito indicam referências ao número da página no livro de Mike Turner.
648 Gestão de projetos
• A tecnologia é vista como fator possibi litador e1n todas as áreas de negócios
modernos
• C rescente Ílnpacto das soluções de tecnologia sobre os negócios
• Os riscos hoje são mais a ltos do que nunca
• Maximação do uso de recursos escassos
• Ent regar soluções com orçamentos menores e e1n menos tempo
• Soluções rápidas de tecnologia
• Muitas novas oportunidades, mas elas exigem novas habilidades e equipes efi-
cientes para que possam ser aproveitadas
Com uma co1npreensão do ambiente de negócios, seus desafios e oportunidades, a
5
M icrosoft criou a MSF. A MSF é uma est rutura adaptável, que co1npreende:
• Modelos (ver Figura 15-19)
• Discipl inas (ver Figura 15-19)
• Princípios fundamenta is
• Mentalidades
• Práticas comprovadas. A MSF é utilizada para produzir soluções com êxito e
maior rapidez, exigindo o envolvimento de menos pessoas e envolvendo menos
risco, possibil itando, ao mesmo tempo, resultados de mais a lta qual idade. A MSF
oferece orientação sobre como organizar pessoas e projetos com o intuito de pla-
nejar, constru ir e implementar soluções de tecnologia bem-sucedidas
Os princípios fundamenta is da MSF orienta1n como a equipe deve trabalhar unida
para produzir a solução. Isso inclui:
• Estimu lar comunicações abertas
• Trabalhar ru1no a uma visão compartilhada
• Empoderar os membros de equipes
• Estabelecer uma clara responsabil ização, co1npartilhar responsabi lidades
Modelos
Modelo Modelo de
de equipe governança
Dlsclplinas
Disciplina
de gestão
n'i:611 Disciplina
de gestão
Disciplina de
gerenciamento
de projetos 1 &!J.n de riscos da prontidão
Figura 15-19 Modelos e disciplinas da MSF. Fonte: M. S. V. Turner, Microsoft So/utions Fra-
mework Essentials, Microsoft Press. Todos os direitos reservados.
5
A X'1SF faz parte de uma relação simbiórica entre a estrutura clássica de "construir·· e a estrutura de "exeª
curar'" . A MSF representa a estrutura "construir'", e a Microsoft Operarions Framework (Jv10F) representa
a "executar··.
Capítulo 15 Excelência em gestão de projetos global 649
equ ipe focaliza-se em uma equ ipe de defensores da colaboração, em vez de em uma
forte dependência da estrutura organizacional.
Em alguns projetos, pode haver a necessidade de uma equipe de equ ipes. Isso é
ilustrado a baixo, na Figura 15-21.
Construção de soluções
Verificação de soluções
Oesenvol~
"Defensores"
Testes
Desenvo!Vimento/lmplementação de soluções
Figura 1S-20 Modelo de equipe da MSF. Fonte: M. S. V. Turner, Microsoft Solutions Framework Es-
sentia/s, Microsoft Press. Todos os direitos reservados.
Equipe
funcional
Equipe lider
Experiência
do usuârio
Desenvol~
Equipe de Oeemot.1...-0
recursos
de desktop
Equipe de 0e~tn10
recursos de arquivar
e imprimir Equipes de
recursos
Figura 15-21 Equipe de equipes da MSF. Fonte: M. S. V. Tu rner, Microsoft Solutions Framework
Essentia/s, Microsoft Press. Todos os direitos reservados.
Capítulo 15 Excelência em gestão de projetos global 651
Estabelece1n -se marcos realistas que servem como pontos de revisão e sincroni-
zação. Eles permitem que a equipe avalie o progresso e faça correções no decorrer do
processo, quando os custos de correções ainda são ba ixos. Os marcos são utilizados
para planejar e monitorar o progresso, além de para estabelecer o cronograma de deli-
verables importantes. A utilização de 1narcos beneficia os projetos:
• Ajudando a sincronizar os ele1nentos de trabalho
• Fornecendo uma visibi lidade externa do progresso
• Permitindo correções no decorrer do processo
• Focalizando as revisões nas metas e deliverables
• Gerando pontos de aprovação para o traba lho que é passado adiante
Há dois tipos de 1narcos em a lguns programas: relevantes e provisórios. Os mar-
cos relevantes representam o acordo entre equipe e cliente sobre como proceder de
uma fase para outra. Os marcos provisórios indica1n o progresso dent ro de uma fase e
dividem grandes esforços em segmentos executáveis.
Para cada um dos principa is marcos e fases, a Microsoft define uma 1neta e u1n
foco específico para a equipe. Por exemplo, a meta da fase de conceitua lização de u1n
programa pode ser criar uma revisão de alto nível das metas, restrições e solução do
projeto. O foco da equipe nessa fase pode ser:
• Identificar o proble1na ou a oportunidade de negócios
• Identificar as habilidades de equipe necessárias
• Reunir os requisitos in iciais
• Criar a abordagem para solucionar o problema
• Definir metas, prem issas e restrições
• Estabelecer u1na base para revisão e 1nudanç.as
A MSF também estabelece metas para cada defensor. Isso é u1na necessidade por-
que há metas "opostas" natura is para ajudar com as verificações e ba lanços de qua-
lidade - dessa maneira, u1na qualidade realista é incorporada ao processo e não vista
como uma consideração a posteriori.
Isso é exibido na Tabela 15- 6.
Gera lmente se diz que muitos programas pode1n continuar para sen1pre. A MSF
encoraja a final izar (estabelecer un1a baseline) os documentos o n1ais cedo possível, mas
paral isar (freeze) os docun1entos até o ma is tarde possível. Como afirn1ou Mike Turner:
O termo " finalizar" (estabelecer um baseline) é difícil de usar sem um histórico ou uma
defin ição. Quando uma equipe, mesmo que se trate de uma equipe de uma só pessoa, é
designada a um trabalho e ela acha que concluiu esse trabalho com sucesso, o status do
marco/ponto de verificação é chamado de "concluído" (p. ex.: Plano de testes concluído);
enquanto ;'finalizado" (base/ined) é usado quando a equipe que é designada para verificar
o trabalho concorda que o traba lho esteja concl uído (p.ex .: Plano de testes finalizado).
Depois do marco/ponto de verificação da finalização, não há mais trabalho planejado. O
ponto em que o trabalho o u é enviado ao cliente o u colocado sob um rígido controle de
mudança, é quando você o declara "para lisado" (/rozen) - o que significa que quaisquer
mudanças terão de ser feitas por meio de um processo de controle de mudanças. E por isso
q ue q ueremos adiar o gerenciamento forma l de mudanças o máximo possível, devido às
despesas extras envolvidas.
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o liberação 2
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liberação 3
.
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Tempo
Figura 15-22 Abordagem iterativa da MSF. Fonte: M. S. V. Turner, Microsoft Solutions Fra-
mework Essentia/s, Microsoft Press. Todos os direitos reservados.
Base de
conhecimento.
- Aprender
conceitos e
processos de riscos
Figura 15- 23 Processo de gestão de riscos da MSF. Fonte: M. S. V. Turner, Microsoft So/u-
tions Framework Essentia/s, Microsoft Press. Todos os direitos reservados.
Capítulo 15 Excelência em gestão de projetos global 653
Alto M M A e
Médio 8 M M A
Baixo 8 8 M M
ra 15- 25. Esse modelo aparece e1n todas as figuras da MSF, ilustrando que a gover-
nanç.a está continua1nente em atuaç.ã o .
Há dois componentes no modelo de governança da MSF: govemança de projetos
e realização de processos:
• Governança de projetos
• Otimização do processo de entrega de soluções
• Uso eficiente e efetivo dos recursos do projeto
• Garantia de que a equ ipe do projeto esteja e permaneça al inhada:
• aos objetivos (est ratégicos) externos
• às restrições do projeto
• à demanda por supervisão e regulação
• Realização do processo
• Definição, construção e implementação de uma solução que atenda às necessida-
des e expectativas das partes interessadas
O modelo de governança da MSF, como mostr a a Figura 15- 25, é representado
por cinco diferentes rotas de realização. As Figuras 15- 26 a 15- 30 fornecem uma des-
crição de cada uma dessas rotas.
A MSF possui critérios de sucesso estabelecidos para cada uma das rotas:
Rota de conceitua/ízação
• Partes interessadas e equipe concordam quanto:
• à motivação para o projeto
• à visão da solução
• ao escopo da solução
• ao conceito da solução
• à equipe e est rutura do projeto
• ao fato de restrições e metas terem sido identificadas.
• ao fato da aval iação de risco inicial ter sido realizada.
• ao fato dos processos de cont role de mudanças e gerencia1nento de configura-
ções term sido estabelecidos.
• ao fato de já ter sido dada aprovação formal pelos patrocinadores e/ou princi-
pais partes interessadas.
•
Co11Sft11·
"
Figura 15-25 Modelo de governança da MSF: rotas de realização. Fonte: M. S. V. Turner,
Microsoft Solutions Framework Essentials, Microsoft Press. Todos os direitos reservados.
Capítulo 15 Excelência em gestão de projetos global 655
Deliverables
o Documento da visão/escopo
o Documento da estrutura do projeto
o Documento de avaliação de risco inicial
Visão/escopo
aprovados
Metas
o Desenvolver uma clara compreensão do que é necessário
e de todas as restrições do projeto
o Reunir a equipe necessária para conceitualizar possíveis soluções
com opções e abordagens que melhor atendam a essas necessidades
o Estabelecer uma base para mudanças pelo resto do ciclo de vida do projeto
Validação de tecnologia
concfuida
~ Especificação runcional
Oeliverables
finalizada (bisei~
o Especificações funcionais . : Plano mastsr dO projeto
finalizado (b.astNn~
o Plano master do projeto
o Cronograma master do projeto .. Cronograma mastsr do projeto
!matizado (bastlml)
Planos do
Ambientesde supõrte
projeto
estabelecidos
aprovados
Metas
o Desenvolver o conceito da solução em designs a planos tangíveis,
de modo que ela possa ser construída na rota de construção
o Descobrir o máximo possível de informações, o mais cedo possível
o Saber quando você possui informações suficientes para seguir adiante
Figura 1S-27 Rota de planejamento da MSF. Fonte: M. S. V. Turner, Microsoft Solutions Fra-
mework Essentials, Microsoft Press. Todos os d ireitos reservados.
Rota de planejamento
• Obteve-se acordo cotn as partes interessadas e a equ ipe quanto:
• aos componentes de soluções a serem entregues
• às principais datas de verificação do projeto
• a como a solução será montada
• Atnbientes de suporte já foram construídos
• Processos de cont role de mudanças e de gerenciamento de configu rações estão
funcionando sem problemas
• Avaliações de risco já fora tn atualizadas
• Pode-se voltar à origem de todos os designs, planos e cronogramas nas especifica-
ções funcionais e pode-se voltar à origem das especificações na rota de conceirua-
lização de deliverables
• O (s) patrocinador(es) e/ou principa is partes interessadas assinaram a aprovação
656 Gestão de projetos
•
Escopo
concluiclo
Deliverables
Construir
. + Criação de protótipos
eonc1uída
o Solução concluída
o Materiais de treinamento 'l ••• + t
L
Liberação interna 1
Liberação inlerna 2
o Documentação
Liberação interna n
O Processos de implementação
o Procedimentos operacionais
o Suporte e resolução de problemas (troubleshooting)
o Materiais de marketing
o Plano master, cronograma e documento de riscos atualizados
Metas
o Construir todos os aspectos da solução de acordo com os deliverables da rota
de planejamento (p. ex.: designs, planos, requisitos)
o Desenvolver 1uncionalidades e componentes da solução (código e inira),
concluir todos
o Testar todos os aspectos da solução para avaliar seu estado de qualKlacle
Figura 15-28 Rota de construção da MSF. Fonte: M. S. V. Turner, Microsoft Solutions Fra-
mework Essentials, Microsoft Press. Todos os direitos reservados.
Aprovação
da prontidão
Piloto concluido • para liberação
Candidato n para liberação eoncluido •
De/iverables Testes de actilação pelo usuàrio conduídos •
o Revisão do piloto Candidato 1 para liberação conduido •
Testes de rri•produção oonduidos •
o Versões da solução prontas Testesdesístemaconcluídõ< • Estabilizar
para liberação e colaterais ri aprovação em teste funcional conduido
que as acompanham Hist6rico de problemas apurado
do "'"!rio ••13~uza11a
o Resultados de testes e ferramentas de testes '"~'"''Convergenoia de problemas
o Documentos do projeto 1' aprovação em teste tunâonaJ concluida
Metas
o Melhorar a qualidade da solução para atender a critérios
de liberação para passar à produção
o Validar se a solução atende às necessidades e expectativas das partes interessadas
o Validar a usabilidade da solução do ponto de vista do usuário
o Maximizar o sucesso e minimizar os riscos associados à implementação
e operações de soluções em seu ambiente-alvo
Figura 15-29 Rota de estabilização da MSF. Fonte: M. S. V. Turner, Microsoft Solutions Fra-
mework Essentia/s, Microsoft Press. Todos os direitos reservados.
Rota de construção
• Todas as soluções são construídas e concluídas, o que significa que:
• Não há nenhum outro desenvolvimento de funcionalidades ou capacidades.
• A solução opera de acordo com o que foi especificado.
• Tudo o que falta é estabilizar o que foi const ruído.
• Faz-se o esboço de toda a documentação.
Rota de estabilização
• Todos os elementos estão prontos para a liberação.
• Obteve-se a aprovação para a liberação.
• Obteve a aprovação administ rativa.
Capítulo 15 Excelência em gestão de projetos global 657
Rota de implementação
• A solução está completamente implementada e operacionalmente estável.
• Todos os encarregados do loca l concordaram que as imle1nentações foram bem-
-sucedidas.
• As equipes de operações e de suporte assumiram tota l responsabilidade e são to-
ta lmente capazes de rea lizar suas tarefas.
• Os processos e procedimentos operacionais e de suporte e os sistemas de suporte
são operacionalmente estáveis.
A MSF focaliza-se no planejamento proativo em vez de reativo. Acordos entre a
equipe e os vários grupos de pa rtes interessadas logo no início do projeto podem tor-
nar os trade-offs mais fáceis, reduzir atrasos no cronograma e eliminar a necessidade
de uma redução na funcionalidade para atender as rest rições do projeto. Isso é exibido
na Figura 15- 31.
Deliverables
o Operações e sistemas
de informação de suporte
o Processos e procedimentos
Implementações
no local
oonduidas
Com ponente:s
centrais da
•
Implementação
concluída
revisados solução
implementadOs
o Reposijório de todos os
colaterais da solução
Metas
o Colocar a solução em produção no(s) ambiente(s) designado(s)
o Facil~ r uma transferência suave da solução da equipe de projetos
para a equipe de operações o mais rápido possível
Figura 15-31 Matriz de trade-ott dos projetos. Fonte: M. S. V. Turner, Microsoft Solutions
Framework Essentia/s, Microsoft Press. Todos os direitos reservados.
658 Gestão de projetos
' O material sobre a Deloitte foi fornecido por Daniel .M.anyniuk, Chrisrine Lyman, PMP* e Rusty Greer.
Copyright e 2013 Deloirce Developmenr LLC. Todos os direitos reservados. Como usado neste documento,
"Deloirre'" significa Deloicre Consulring LLP, uma subsidiária da Deloicre LLP. Favor consultar www.deloirce.
com/us/abour para uma descrição detalhada da estrutura jurídica da Deloitte LLP e suas subsidiárias. Certos
serviços podem não estar disponíveis para atestar clientes sob as regras e regulamentações da contabilidade
pública. Essa publicação contém apenas informações gerais, e a Deloine não irá prestar, por meio desta pu·
blicação, consultoria ou serviços de contabilidade, negócios, finanças, investimentos, jurídicas, fiscais ou de
qualquer outra narureza. Esta publicaç.ão não é um substituto para essas consultorias e serviços profissionais,
nem deve ser utilizada como base para qualquer decisão ou ação que possa afetar seu negócio. Antes de tomar
qualquer decisão ou realizar qualquer ação que possa afetar seu negócio, você deve consultar um profissional
qualificado. A Deloine não se responsabiliza por nenhuma perda sofrida por qualquer pessoa que esteja
relacionada a esta publ icação.
Capítulo 15 Excelência em gestão de projetos global 659
Gerenciar resultados:
• Quais são as coisas "certas" a fazer?
• Estamos fazendo as coisas "certas"?
• Estamos fazendo o suficiente?
• Estamos obtendo os resultados que queremos?
Gerenciar recursos:
1
• Temos o mixde recursos ideal?
• Estamos fazendo as coisas "certas" da maneira "certa"?
• Estamos maximizando a eficácia?
'
Valor para as partes interessadas
Como o valor é criado Mudar o que você faz Fazer melhor aquilo que você faz
Direcionadores de valor (Estratégia/ (Tática/
~ •
•
Oque você oferece
Quem é seu alvo
• Processos de negócios
• Colaboração
( •
•
Como você compete
Onde você emprega seus
• Satisfação do cliente
e dos funcionários
Oque você pode fazer recursos • Desenvolvimento e uso
Alavancas de melhorias • Que operações você terceiriza de recursos ou ativos
• Desenvolvimento de capacidades
estratégicas
Figura 15- 33 Mapa de Valor Empresarial (EVM) da Deloitte. © Deloitte & Touche LLP e entidades
afiliadas.
Capítulo 15 Excelência em gestão de projetos global 661
1. Mudar o que você faz (mudar sua estratégia): essas ações envolvem mudan-
ças estratégicas - a lterar est ratégias co1npetitivas, mudar os produtos e servi-
ços que você oferece e para que1n, e mudar a designação de processos opera-
. . . .
c1ona1s para equipes internas e externas.
2. Fazer melhor aqu ilo que você faz (melhorar sua tática): essas ações envolvem
mudanças táticas - designar processos a diferentes grupos (ou cana is) inter-
nos ou externos, redesenhar os principais processos de negócios e melhorar a
eficácia e a eficiência dos recursos que executam esses processos.
Gerenciamento de portfólios
O Gerenciamento de Portfólios é uma abordagem estrut urada e disciplinada para
alcançar n1etas e objetivos estratégicos, escolhendo os investimentos mais eficientes
para a organ ização, e determinando a realização de seus benefícios e valor combina-
dos, exigindo, ao mesmo tempo, o uso de recursos disponíveis. A função de Geren-
ciamento de Portfól ios fornece a supervisão centralizada de um ou mais portfólios e
envolve identificar, selecionar, priorizar, avaliar, autorizar, gerenciar e controlar pro-
jetos, programas e outros t rabalhos relacionados, pa ra a lcançar n1etas e objetivos
estratégicos específicos. A adoção de uma abordagem estratégica do Gerenciamento
de Portfólios permite que as organizações n1elhorem a conexão entre estratégia e
execução, ajudando-as a estabelecer prioridades, estin1a r sua capacidade para p ro-
p iciar e n1onitorar a obtenção de resu ltados no projeto para impu lsionar a criação e
entrega de valor en1presarial.
A a bordagem da Deloitte ao Gerenciamento de Portfólios pode permitir que uma
organ ização associe sua visão estratégica ao seu portfól io de in iciativas e gerencie as
inciativas à med ida que for progredindo. Essa abordagem fornece a conexão crucial
que tr aduz est ratégia e1n realizações operacionais. Como ilust rado na Figura 15- 34, a
Est rutura de Gerenciamento de Portfólios ajuda a responder as perguntas: "Estamos
fazendo as coisas 'certas'?", "Estamos fazendo o suficiente de coisas 'certas'?" e "Quão
bem estamos fazendo essas coisas?".
Uma vez implementada, a estrutura ajuda a t ransformar a estratégia de negócios
em um portfólio de iniciativas coordenadas que funciona 1n juntas para aumentar o
va lor para as partes interessadas. Alé1n disso, ela pode fornecer as ferramentas e técni-
cas para manter os projetos no cam inho certo, aumentando muito as chances de uma
organização de alcançar os resu ltados desejados. Ela focaliza uma organização e1n ini-
ciativas que ofereçam maiores oportunidades de criação de valor e que também forne-
ça1n uma estrutura e disciplina para estimular iniciativas de 1nelhoria de desempenho
e auxi liar na identificação de oportunidades de melhorias contínuas. Finahnente, ela
garante que os recursos e o orçamento apropriado sejam disponibi lizados para tarefas
críticas e fornece as ferramentas e técnicas para gerenciar eficientemente o portfól io de
iniciativas de uma organização.
O pri1neiro passo crucial no processo de desenvolver um portfólio de projetos efi-
ciente é o estabelecimento de um método para determinar que projetos cairão dentro e
que projetos cairão fora do escopo do portfólio. Uma clara defin ição do que constitui
u1n "projeto" é necessária, a lém da identificação de critérios que serão aplicados para
colocar uma iniciativa específica dentro ou fora dos limites do portfól io. Daniel Mar-
tyniuk, u1n gerente da prática de Estratégias e Operações da Deloitte Consulting LLP,
especial izado e1n gerenciamento de portfólio de projetos, realça:
Embora esse primeiro passo pareça básico no sentido de que seu objetivo é fornecer uma
estrutra básica na qual definir, separar e categorizar projetos, o componente crítico é cuida-
dosamente captar todos os projetos que estejam sendo empreendidos atualmente ou que te-
Capítulo 15 Excelência em gestão de projetos global 663
Estamos fazendo
Estamos fazendo as coisas "'c-ertas"? o suficiente das Quão bem estamos lazendo essas coisas?
coisas "'certas"'?
-
e acon~klei.1 de ftc:un:OS ~11-dOS
• caieui. o orau eotn • COmeçar a ~ utll prücas por toai lllul!ilur'ICiOnas
Que as initimlas
il'llotm~ões. petm,,lilldO
fl'l!lllOtff comparai;:6es C0119!11SIO SO!lle Oque,
~,1 Ou fllO r!l'IUMIO . a organll,çlo
Cot1irmar q.e o
. s>.omo...era et'IQU,ll'llo.ao
Oll!feteM SUpotl! • A ~lrulul\1 f VUd3 p,,a alil(jlem as
IS t'lfCeoS~ld!S Mli.1r ao.31iv.tt potl161iO 'l)rMdO e aeoor~o tljletla!MIS de
delleG6ci0S il'ltrtmel'Uis e 1104 es.wil a~ado às IWl!redr,enas tempo. custo
JlfOjetcd ~a,es aauaiS illieilli.YIS eQ"Alicl*
Figura 15-34 Estrutura de Gerenciamento de Portfólios da Deloitte. © Deloitte & Touche LLP
e entidades afiliadas.
nham sido propostos para aprovação. Muitos projetos de d ifícil definição são muitas vezes
ignorados, já que eles podem assumir a forma de atividades cotidianas o u podem oco rrer
"por trás dos bastidores" . Sendo assim, é essencial definir limites claros entre operações do
dia-a-dia e o trabalho de projetos - deixar de fazê-lo pode levar a ambiguidades e à repre-
sentação imprecisa do número verdadeiro de projetos na o rganização.
Um método consistente de categorização, cotno a Estrutura de Investimento da
Deloitte ilustrada na Figura 15- 35, ajuda a responder à pergunta: "por que estamos
alocando recursos a esse projeto?".
Ela pretende definir as diferenças ent re iniciativas que permitem um reconhe-
ci tnento e categorização i1nediatos de projetos e fornece o contexto para comparar
projetos que seja tn diferentes em sua natureza ou escopo. Ela tambétn facil ita a aloca-
ção de recursos primeiro por tipo, depois pela priorizaç.ã o de projetos dent ro de utn
mesmo tipo. Mais importante, ela fornece u1na base comum para faci litar o diálogo e
discussões sobre priorização.
Uma vez que o escopo do portfólio tenha sido estabelecido, a organ ização pode
exigir um processo disciplinado para possibi litar o a linhamento contínuo de projetos
a objetivos est ratégicos, avaliação, priorização e autorização, alé do gerenciamento
contínuo do progresso, mudanças e a realização de benefícios.
O Processo de Gerenciamento de Portfólios da Deloitte, como ilustra a Figura
15- 36, pode servir de base para a definição da sequência comum de gerenciamento de
portfólios. Ela permite que a coordenação ent re projetos tire proveito de sinergias e
reduza redundâncias. Ajuda tambétn a delinear e identificar projetos em um formato
comparável em que há diversas oportunidades de projeto e/ou pontos proble1náticos
para a organização para aumentar o va lor criado pelas iniciativas das organizações,
equilibrando, ao mesmo tempo, risco e recompensa.
664 Gestão de projetos
TRANSFORMACIONAL
oN
~
e. Transforma a infraestrutura
o central para que ela siNa
g>
de suporte ao modelo
de negócios desejado.
Aumentar receitas
eo tamanho
.e
o
PROOUTIVIOAOE MANUTENÇÃO
......11111 ,.
Melhoria das Evita a erosão
margens e da das margens e
utilização de a deterioração Ili"'
,r,i,~ ativos dos ativos ~e,
Escopo do projeto
Solução de negócios Infraestrutura compartilhada
Figura 15-35 Estrutura de Investimento da Deloitte. © Deloitte & Touche LLP e entidades afiliadas.
Fazer o design
Traduzir estratégia do portfólio Gerenciamento de portfólios Execução de pro1etos
•••
: Reunir informações
sobre o projeto
utilizando um
template padrão ,
°n
:
Acompanhar periodicamente beneflcios, custos,
I
recursos, mudanças, alinhamento estratégico
e mais usando dashboardscom indicadores
da · saúde" dos projetos, programas
e portfólios
í Gerar relatórios
para comunicar seu
portfólio a todas as
partes interessadas
Es~belecer
periodicamente
as linhas de base
, l
: Desenvolver e ponderar:
: os critérios de valor
: informações
sobre o
projeto
~
Comunicar e
gerar relatórios
1
Lo,
E~utar
seu portfólio
do portfólio e de risco Autorizar
e alocar o baseado no
roteiro e plano
orçamento
\ Analisar --...:_ priorizados
?~
r
o portfólio
Gerencia· Priorizar -o
Aqueles que forem
mentodo programas
portfõlio ;'b~ e projetos
responsãveis pela
Gerenciamento
de programas
%
<r> Avaliar o valor e o risco
de cada projeto e programa
e produzir uma lista
! entrega dos benefícios
revisam e, então,
autorizam, rejeitam ou
adiam os programas
e projetos priorizados
Gestão de priorizada de projetos Criar uma lista de projetos
projetos com sugestões de cortes priorizada de acordo com
possiveis restri ões e limltes
Figura 15- 36 Processo de Gerenciamento de Portfólios da Deloitte. © Deloitte & Touche LLP e
entidades afiliadas.
Gerenciamento de programas
De acordo com os padrões de prática do Instituto de Gestão de Projetos (PMI), um
programa é u1n grupo de projetos relacionados, gerenciados de maneira coordenada
para obter benefícios e cont roles não disponíveis no gerenciamento de cada um deles
individualmente. Os programas podetn inclui r elementos de t rabalhos relacionados
(p.ex., operações em anda1nento ) fora do escopo dos projetos discretos em u1n progra-
ma. Algumas organizações chamam seus projetos grandes de progra1nas. Se um pro-
jeto grande for quebrado em diversos projetos relacionados co1n um gerenciamento
Capítulo 15 Excelência em gestão de projetos global 667
Gestão de projetos
No nível dos programas, a consistência pode gerar resultados desejáveis. Esse ritmo
operaciona l perm ite relatórios e monitoramentos regulares e em múltiplos projetos.
Responsabilidades centrais
Integração do programa Conscienlização de dependências
• Alinhar programa e projetos • Realçar conexões e
ã estrateqia de negócios dependências para garantir
a compreensão de todo
• Manter sinergias em todo o programa em todo
o programa por meio do emprego
o portfólio de projetos
de ferramentas, processos
e prãticas padronizadas
Aüvidades primárias
Governança e plane1amento Gerenciamento do
de programas escopo de programas
Gerenciamento
Gerenciamento das de programas Gerenciamento dos
comunicações de programas recursos de programas
Gerenciamento da Gerenciamento dos riscos e
qualidade de programas Gestão de problemas de programas
projetos
Figura 15- 37 Estrutura de Gerenciamento de Programas da Deloitte. © Deloitte & Touche LLP e
entidades afiliadas.
668 Gestão de projetos
No nível do projeto, essa consistência nem sempre faz sentido. A variaç.ã o interna nos
projetos pode ser produto de inúmeros fatores:
• Tipo de projeto (p.ex.: desenvolvi1nento de estratégia, imple1nentação de tecnolo-
gias, implementação de mudanças organizacionais, etc.)
• Escopo geográfico/organizacional (p.ex.: único local, único país, global)
• Modelo de implementação de projetos (p.ex.: ágil, em cascata, iterativo, etc.)
• Tamanho da equipe de projetos
Essas variâncias levam a diferentes necessidades e rest rições que afetam alguns
processos de gestão de projetos. Isso impl ica as diretrizes e1npresariais e de programas
precisarem ser padronizadas em algumas áreas, retendo, ao mesmo tempo, a flexi-
bilidade em outras. Esse equi líbrio, quando devidamente alcançado, pode pennitir
que os gerentes de projetos ajustem os processos em certas áreas (p.ex.: relatórios de
status, planeja1nento de traba lho), ajudando, ao mesmo tetnpo, a alcançar os padrões
de desetnpenho mínimos.
Além disso, há outros fatores externos ao projeto que tambétn causa1n variabili-
dade e, portanto, devem ser considerados. Alguns desses fatores adicionais incluem:
• Indústria
• Ambiente (p.ex.: setor públ ico, regulamentado, comercial)
• Tecnologia sendo implementada (p.ex.: solução de "nuvem", sistemas integrados
de gestão empresarial ERP, etc.)
Mesmo com tantos elen1entos diferenciais, há a lguns processos e diretrizes que per-
manecerão fixos independente de que modelo de gestão de projetos é selecionado. Isso
inclui leis e regulan1entos, políticas organizacionais, padrões da empresa, controles de
projeto e processos/políticas de gerenciamento financeiro. (Ver Figura 15- 38.)
É importante que a organização compreenda onde é necessária a variabilidade e
onde a padronização é necessária e eficiente. O objetivo é facilitar para que as equi-
•
Leis/Regulamentações
Políticas organizacionais
Padrões da empresa
Controles do projeto
Gerenciamento financeiro
• •
Figura 15-38 Comparação de fatores organizacionais lixos versus fatores variáveis.© De-
loitte & Touche LLP e entidades afiliadas.
Capítulo 15 Excelência em gestão de projetos global 669
pes de projeto ent regue1n soluções be1n e não sejam dogmáticas ou excessivamente
teóricas. A empresa também se esforça para ajudar a possibilitar o estabelecimento
de salvaguardas aceitáveis para identificar e gerenciar situações "fora do controle" de
. .
maneira proativa.
À medida que cada projeto é iniciado, consideram-se suas especificidades. O resul-
tado é um conjunto personalizado de processos de gestão de projetos que se alinha1n
aos padrões da empresa e do programa, refletindo, ao mesmo tempo, a natureza espe-
cífica do projeto propriamente dito.
A metodologia
Uma solução holística de gestão de projetos está relacionada à definição e à entrega de
fluxos de trabalho específicos dentro de uma estrutura gera l de Gerencia1nento de Pro-
gramas Empresarial. Ela inclui padrões, processos, te,nplates, treinamento, materiais
de apoio e ferramentas. Quanto mais esses componentes puderem ser padronizados,
mais fácil será imple1nentá -los; as equipes co1npreendem as expectativas, conhece1n as
ferramentas e já vivenciaram os processos.
A Geração de Valor Empresarial (EVD, Enterprise Value Delivery) em gestão de
projetos é o método da Deloitte para entregar soluções consistentes de gestão de pro-
jetos para nossos clientes. O n1étodo aborda siste1natican1ente componentes específicos
de gestão de projetos e é un1a abordagem comum baseada em padrões e com o suporte
de ferran1entas possibilitadoras, orientação de profissionais experientes e treinamento.
Esse método é ampl iável e flexível, podendo ser integrador outros n1étodos da Deloitte,
integral ou parcia hnente, para abordar problen1as relevantes de gestão de projetos. Ele
incorpora padrões, embora tambén1 permita que projetos individuais personal izem as
partes que fizerem sentido para sua situação específica.
descrições deta lhadas de tarefas, instr uções passo a passo e considerações para a con-
clusão de tarefas que são essenciais para a entrega de uma solução de GP. Diversos
auxílios ao desenvolvimento, incluindo diret rizes, procedimentos e ferramentas, com-
p lementam cada tarefa.
Diversos benefícios podem resultar da aplicação consistente das tarefas de
deliverables definidos de gestão de projetos:
• Ajudar os gerentes a ver o "quadro" geral e acelerar o trabalho
• Fornecer uma abordagem consistente e uma linguagem comum
• Incluir te,nplates e ferramentas de deliverables
• Incorporar o Gerenciamento de Qual idade e Risco, facilitando a melhoria da qua-
lidade e a redução de riscos dos deliverables de projetos
• Pode ser usada para gerenciar programas a lém de projetos
As ferramentas
A Deloitte descobriu que aproveita r ferramentas focalizadas em possibilitar processos
de gestão de projetos pode ajudar a impulsionar a adoção de sólidos processos de
gestão de projetos em uma organização. Há inúmeras ferramentas d isponíveis para as
organizações usarem e todas elas têin seus próprios conjuntos de vantagens e desvan-
tagens. (Ver Figura 15- 39.) Selecionar a ferramenta apropriada pode ajudar a facili-
tar a consistência do gerenciamento em todo o projeto, mas é importante diferenciar
ent re processos e ferra 1nentas. É menos i1nportante que ferramenta é implementada,
contanto que haja uma rigorosa discipl ina de processos. Ter uma ferra1nenta de ponta
e pronta para usa r é extremamente vantajoso, 1nas o equi líbrio é entre flexibi lidade
(usar a ferra 1nenta apropriada para o trabalho) e a padronização (independentemente
da ferramenta usada, você deve realizar um conjunto prescrito de tarefas).
Se uma organização não possui uma ferramenta disponível para uti lizar, a De-
loitte possui uma solução que pode beneficiar os clientes. A ferramenta personalizada
fornece recursos sofisticados sendo, ao 1nesmo tempo, suficientemente simples para
o rganizar uma equipe de projetos rapidamente. Oferece-se segurança em um ambiente
com múltiplos usuários, e os praticantes são t reinados na ferra 1nenta antes de se en-
volverem em um projeto.
aos projetos que usam abordagens em cascata ou iterativas (p.ex.: gestão de riscos e
problemas, gerenciamento financeiros e a lguns aspectos da geração de relatórios de
status), enquanto outr os são realizados de maneira 1nu ito diferente. A EVD fornece
orientação para gerentes de projetos de ambas as perspectivas. Além disso, para os
aspectos que são diferentes, ela prescreve co1no eles podetn ser abordados usando téc-
nicas específicas à metdologia Ági l.
Especifica1nente, o gerenciamento de escopo e o planeja1nento e acompanha1nento
do trabalho na metodologia Ágil é significativa1nente diferente do que em projetos que
usam u1na metodologia em em cascata ou iterativa. A EVD da metodologia Ágil des-
creve como os projetos se desenvolvem e gerencia os Backlogs de Produto e Sprint
Backlog, • e inclui diretr izes para a documentação de histórias de usuários que são
suficientemente detalhadas para sere1n abordadas em uma única sprint. Descreve a
aná lise de 1nét ricas (usando velocidade, capacidade e gráficos de bttrn upldown) que as
equipes de projetos usam para determinar o tamanho das sprints e as histórias dos
usuários, prever a entrega de componentes e incluir os relatórios de produtividade que
são usados para monitorar o progresso. O fator importante é reter u1na disciplina su-
ficiente de gestão de projetos, mesmo se as técnicas para gerenciar o t rabalho fore1n
drastica1nente diferentes. E1n resumo, embora a metodologia Ágil possa ser totahnente
diferente em como um projeto é executado, as funções básicas da gestão de projetos
ainda existem e a Deloitte identificou uma maneira de realizá-las.
A equipe de projetos
Mesmo com o método e conjuntos de ferramentas mais intricadas, sem uma equipe de
projetos ded icada e t reinada, o projeto a inda pode falhar. Recursos com experiência
sign ificativa em gestão de projetos ou programas tipicamente funcionam no nível de
Gerenciamento de Programas, enquanto recursos com experiência limitada ou inexis-
*N. de T.: Sprint é cada um dos ciclos do processo de desenvolvimento de um produto. O Sprinr Backlog
representa mdo o que será feito durante a próxima Sprint do seu projeto. Ele surge a partir da preparação,
escimação e priorização de itens que foram levantados e listados no Backlog de Produto, onde ficam até serem
selecionados para o Sprint Backlog.
672 Gestão de projetos
tente podem se encont rar no nível do projeto. Tendo dito isso, ter uma abordagem de
gestão de projetos que leva isso em consideração é essencia l.
Para tornar os recursos eficientes durante todo o projeto, há a lgumas coisas a
serem consideradas ao personalizar a implementação de sua gestão de projetos, co1no
mostra a Figura 15-40.
• Compreender as impl icações do gerenciamento de mudanças internas. Os proces-
sos de Gerenciamento de Mudanças podem ser mais rígidos e1n alguns lugares do
que em out ros. O projeto tem que estar totalmente consciente de por que circuns-
tâncias precisará passar durante o processo de gerenciamento de mudanças e que
i1úormações serão necessárias em que momentos. Isso é crucial para facilitar que
as mudanças sejam encaminhadas de maneira correta e eficiente. Ter de revisar a
precisão de e.ada solicitação de mudança torna o projeto ma is lento e pode ter um
efeito adverso imprevisto sobre as linhas do tempo do projeto.
• Inicie as atividades básicas logo. Reconhecer que, embora as camadas de gerencia-
mento empresaria l e de programas sejam tipica1nente ocupadas por profissionais
de GP dedicados e que traba lham e1n regime de tetnpo integral, as equ ipes de
projetos tipicamente inclue1n recursos operacionais que têm pouca ou nenhuma
experiência com projetos. Certifique-se de que a equipe de projetos saiba o que
se espera deles e conheça os "fundamentos" de seu traba lho. Exemplos incluem:
Comece
como básico
facilrte a
real izaç.\o das
tarefas do
dia a dia
Liderança e governança
Há fatores adiciona is que influenciam a capacidade de uma organização de gerar valor
e entregar resultados de transfonnação que vão alé1n de ter os processos ou templates
certos de gestão de projetos, programas e portfólios. "A i1nportância de govemança,
674 Gestão de projetos
• Realizar atividades
de configuração
Criar estrutura
• Criar uma estrutura
de plano de
anafijica do projeto
trabaho
• Oefinir dependências
Estimar
durações
Estimar o plano • Estimar
de trabalho esforços
• Oesignar
recursos
Figura 15-41 Atividades necessárias para desenvolver um plano de trabalho.© Oeloitte & Touche
LLP e entidades afiliadas.
Supervisão exerull'va
• Fornece direção estramJia
baseada em metas e prioridades
• f.Ornece orie-ntação. consultoria
eliderança de mudanças
• Aprova investimentos de projelõs
• Remove bat reiras identificadas
, Enltega de ProgramasNroietos
• Gerenciamento de p,ogramas/proj8tos no dia adia, incluindo o gerenciame-nto
do orçamento, escopo, cronograma. recursos. partes interessadas equalidade
• Gerenciamento e/ou escalada de proble-mas.. riscos e solicitações de mudança
• Adoção de padrões estabelecidos ecumprimento de diretrizes determinadas
• Comunicações reg.ulares. induindo relatórios de s.tttus e de progresso
Figura 15-43 Estrutura de Dimensão Pessoal de Transformações da Deloitte. © Oeloitte & Touche
LLP e entidades afiliadas.
u1n senso de pa ixão. Pode-se criar situações convincentes, chamativas e drásticas para
ajudar as pessoas a visua lizarem problemas, soluções ou progresso ao tratar da com-
p lacência, falta de empoderamento ou outros problemas i1nportantes.
A transformação sustentada também exige um comprom isso profundo e pessoal
em todos os níveis da organ ização. Algumas partes interessadas podem ser cocriadoras
que ajudatn a dar fonna à visão e aos planos da transformação. Algumas serão intér-
pretes. Outras serão consumidoras da transformação. U1na transformação eficiente
exige cont ribuições e envolvimento de todos os tipos de participantes. O alinhamento
e o compromisso interno começam no topo - os líderes devem estar alinhados, dispos-
tos a vencer resistências e comprometidos co1n a liderança da transfonnação por meio
de seu exemplo.
Os projetos de t ransformação normalmente alteram estruturas, processos de t ra-
ba lho, siste1nas, relacionamentos, estilos de liderança e comporta1nentos que, juntos,
criam o que conhecemos co1no cu ltura organizacional. Criar a cultura que a organi-
zação quer - ou preservar aquela que já possui - pode exigir um programa del iberado
que se alinhe a outras atividades t ransformativas. Se1n um esforço consciente, é fácil
acabar deixando a organização presa entre novas maneiras de t raba lhar e antigos
modos de comportamento.
Para aumentar o investimento em novos modelos, tecnologias e processos de ne-
gócios, é essencial que haja um programa formal e del iberado de educação e desenvol-
vimento de habi lidades para as pessoas afetadas pela transformação. Contudo, educa-
ção e treinamento norma lmente não são priorizados nas t ransformações.
Capítulo 15 Excelência em gestão de projetos global 677
Conclusão
A adoção e aplicação consistente de u1na padrão de gestão de projetos, programas e
portfólios, a lém da imple1nentação da govemança relevante co1n técnicas eficientes de
gerenciamento de mudanças organ izacionais e de pessoal, podem levar a organização
à realização de diversos benefícios, dent re os quais:
• Melhor tomada de decisões dos executivos - ma ior capacidade de detenninar que
projetos continuar/parar, com base em informações atualizadas sobre o status/
progresso de projetos.
678 Gestão de projetos
7
15.5 COMAU
Na segunda edição de meu livro Strategic Planning for Proiect Management Using a
Proiect Management J\1aturity Model, afirmei que o caminho rumo à maturidade pode
ser acelerado com (1) a implementação de PMO logo no início do processo; (2) um
PMO que se reporte diretamente aos níveis executivos da empresa; e (3) ter um apoio
visível à gestão de projetos por parte dos executivos. As empresas que consegue1n rea-
lizar esses três itens parece1n superar o desempenho de seus concorrentes em relação à
gestão de projetos. Esse foi o caso da COMAU.
Histórico da COMAU
A COMAU é uma líder 1nundial em manufaturar sistemas flexíveis e automáticos e
e1n integrar produtos, processos e serviços que au1nentam a eficiência diminuindo, ao
mesmo tetnpo, os custos gerais. Com uma rede internacional que engloba 13 países, a
COMAU utiliza a ma is recente tecnologia para produzir sistemas turn-key avançados
e consistentemente exceder as expectativas de seus cl ientes. A COMAU é especializada
em soldage1n de carrocerias, usinagem e montage1n de cadeia cinemática, robótica e
manutenç.ã o, além de serviços ambientais para uma grande variedade de setores in-
dust riais. A contínua expansão e melhoria de sua variedade de produtos permite que
' €>2013 by COMAU. Reproduz.ido com permissão. Todos os direitos reservados. O material sobre a CO·
.MAU foi fornecido por Roberto Guida, vice-presidente de gerenciamento de contratos e projetos da CO·
NlAU, Angelo Putiri, gerente do PMO da CO~lAU, Claudio Samarocro, gerente de riscos da CONlAU e Paolo
Vasciminno, gerente da Academia de GP da COMAU.
Capítulo 15 Excelência em gestão de projetos global 679
Descrição do problema
Durante a década de 1980, a COMAU estava desfrutando de um sucesso significativo
e, sendo assim, reconheceu a oportunidade que poderia ter com aquisições. Na década
de 1990, ela começou a buscar uma est ratégia de aqu isições globais. Os problemas
com o gerencia1nento das e1npresas adqu ir idas logo se tornou aparente, pois cada
uma possuía um diferente nível de maturidade em termos de gestão de projetos, e não
havia padrões corporativos para gestão de projetos. Até alguns anos atrás, a gestão
de projetos na COMAU era tipicamente executada de maneira mu ito fragmentada.
Havia uma ausência genera lizada de cultura, metodologias, processos e diret rizes e1n
torno do processo de gestão de projetos. Em 2007, já havia uma necessidade urgente
de implementar uma abordagem eficiente e global. O objetivo era simples: integrar o
conhecimento sobre gestão de projetos em toda a e1npresa global a fim de dar à CO-
MAU uma forte vantage1n competitiva.
u ttãloa i. a lt
u França i. a 9
•G
...
Alemanha
Reino Unido
Polônia i.
•a
..
u Romênia
Rússia
i.
e
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EUA
México
Brasil
i.
i.
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Argenbna
~
i.
•o China
i. v
Índia
i. a
la OPERAÇÕES INDUSTRIAIS • ENGENHARIA
Providenciar especialistas
Harmonizar procedimentos em contratos e riscos
durante a fase de execução
(adoção das diretrizes do PMI)
Missão do do projeto
e ferramentas de gestão de
projetos em todo o mundo PMO da
COMAU
·•·,----------
•••
••
••
••
••
•' i ! • !• •• •
.. ri.. ' '
% Concluído
A equ ipe do PMO se tornou o agente da mudança dent ro de cada uma das uni-
dades de negócios organizacionais da COMAU. O resultado tem sido várias soluções
de "resultado imediato". A COMAU te1n sido capaz de obter ma ior controle de seus
custos indiretos, oferecendo, ao 1nesmo tempo, oportun idades de va lor agregado tanto
para a empresa quanto para sua base de cl ientes global. Todos os gerentes hoje de-
lega1n 1nais autoridade do que no passado, e os vice-presidentes e gerentes regionais
estão funcionando co1no fortes patrocinadores.
U1n segundo roteiro de alto nível foi desenvolvido para 2010- 2013, incluindo os
seguintes objetivos:
• 2010:
• Desenvolver em nível mundial o conceito de Gerenciamento de Contratos
• Aumentar o gerenciamento de portfólios
• Desenvolver os progra1nas de treinamento em gestão de projetos para cl ientes
externos
• 2011:
• Desenvolver o conceito de Gestão de Riscos em nível mundial
• Desenvolver regras e metodologias de Gerenciamento G loba l de Porúól ios
• 2012:
• Desenvolver processos de Gerenciamento G loba l de Projetos
• Desenvolver programas de treinamento em Gestão de Riscos
Seguindo o roteiro, o Gerenciamento de Contratos e Projetos modificou sua estru-
tura a fi,n de alcançar u1na configuraç.ã o baseada no compartilhamento coordenado
de atividades entre o escritório de gestão de projetos, o gerenciamento de contratos,
o escri tório de gestão de riscos e a acade1nia de GP, além de em uma escala geográfica
pelos PMOs locais e o Gerenciamento de Cont ratos . Os PMOs regionais se reporta1n
para o PMO Corpo rativo e também aos gerentes regionais. Esses gerentes regionais
de1nonstr ara1n um sincero desejo de funcionar como patrocinadores de nível executivo
e fazem a evolução do PMO acontecer.
Do ponto de vista geográfico, a presente estrutura global do escritório de geren-
ciamento de contratos e projetos é descrita na Figura 15-47.
Gerenciamenlo de
conlratos e projetos
Gestão da
Academia de GP
Escrttôno de Gestão
gestão de protelas de riscos
fo Gerenciamento de
PMO Itália.
PMO AJemanha,
França e
!s contratos Europa Polônia e Romênia
w _Re,oo Unido_
~ Organização de
~
Gerenciamento de PMO PMO
gestão de
"'z contratos NAFTA EUA Méx.oo
projetos
(BUs/Países)
"' •
-
u 1
"'... PMO
Gerenciamento de
t... contratos China China
PMO Índia
"'
Figura 15-47 Presença geográfica do Escritório de Contratos e GP. Reproduzido por cortesia da
Comau.
GC _ GC80
Adjudicação do con1ra10 Acellação de linallzaçlo
T T
r.t1000
Translerfncla
CIO Oep. de
r.11010
Aeunllo Inaugural
r.t1020
Aprovação da
llnha de base
r.11030
Reunião da
r.11040
Reunião de
r.t1050 r.11080 r.11070
Rela'6rlo de statu, Pe~lsa de Sollcilaçlo
equipe de GP revido de projetos do projeto ao eIlente saUstaÇIO de 1'1allz-aç80
r.t1080
Translerfncia
para o Oep. de
r.t1090
Reoollo de
encerramento
..o
-o~-
dO pr~e~ "C
Vendas do pro jelo {periódica) (.periódica) (.periódico) do cliente Pôs•Vendas do proj elo
• P10.1 r<ICIAl~AÇÃO
• P10.2 PlAl<EJAMIJ<TO
• • • • • • • • P10.3 EXECUÇÃO P10.5 IJ<CERRAl,tfOTO
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MONTORAMENTO E CONTROLE a·
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Figura 15-48 Processo de gerenciamento global de projetos da COMAU. Reproduzido por cortesia da Comau.
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'"-,j((t ,...
.. Política Global
de Gestão de
Projetos da COMAU
Processos Globais
de Gestão
11M@M de Projetos
para gerenciar incertezas. Consequentemente, e1n 2010, criamos, como parte do Ge-
renciamento de Cont ratos e Projetos, um escritório de gestão de riscos, cujo propó-
sito é lidar melhor com o ambiente de negócios internaciona l e o maior tamanho e
complexidade dos projetos, além de fornecer suporte e governança interna a todos
os projetos/programas em andamento nas diferentes unidades de negócios e nos di -
ferentes países. Sua tarefa é aprimorar as capacidades de ge.stão de r iscos e reunir as
experiências aprendidas durante a execução dos projetos da COMAU.
Supondo que uma gestão de riscos eficiente deva ser proa tiva, é fundamental iden-
tificar problemas que possam potencialmente afetar um projeto e traba lhar para di-
minuir suas consequências e1n vez de simplesmente reagir quando surgem proble1nas.
Como ta l, as responsabi lidades específicas do escritório de gestão de riscos pode1n
incluir:
• Definir as regras da Gestão de Riscos corporativa;
• Aprimorar a abordagem da Gestão de Riscos em todo o ciclo de vida do projeto;
• Realizar Aval iações de Risco de Projetos (verificar a "saúde" do projeto);
• Oferecer suporte à BU/Centro de Lucros para a Gestão de Riscos na fase de lici-
tação
• Oferecer suporte à BU/Centro de Lucros para a Gestão de Riscos no nível do
portfólio
Em 2011, depois da necessidade de hannon izar a abordagem de gestão de riscos
em toda a organização mundialmente, criou-se e disse1n inou-se uma ferramenta co-
mum de Registro de Riscos (ver Figura 15- 51) dentro de toda a organização. Após u1n
período de treinamento e refinamento, as ferramentas foram incluídas do conjunto de
ferramentas de gestão de projetos da COMAU e incluídas no livro: Project and People
Management - An Operational Gttide, publicado em março de 2013.
A partir de meados de 2012, como parte da oportunidade de definir o novo pro-
cesso de Gestão Global de Projetos, estabeleceram-se processos e regras de Gestão
de Riscos també1n incluídos nos processos-padrão da COMAU. Nesse ambiente, os
Escritórios de Gestão de Riscos agem como provedores de t reina1nento e dicas para
8l
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Ameaças e oportunidades
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: : : : ~: '.~:~~::::: ~:::::: :~~~~: :rRisco médio
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t~II[~A~O, ••••••••••••••• t ........ :............... -~~l!-?9!~.
:~~~-~~;~ :
Custo por hOra do aumentoda manufatura
8 em pais de baixo custo € 1.20.000 lRiscoalto )MITIGAÇÃO € 23.000 IDENTIFICADA 10-03-2012
Total de ameaças
Total de ameaças € 927.400 altas/médias € 9.27 .400
apoiar as equipes durante a iniciação das atividades de gestão de r iscos dos projetos
relevantes.
utn conhecimento mais forte dos principais pontos a seretn considerados ao gerenciar
projetos cotnplexos. A Acadetnia ta tnbém é u1na "academia de ginástica" para algu-
mas das competências que normalmente são chamadas de "habilidades interpessoais",
como gerenciar relacionamentos interpessoais, reun iões e apresentações, ou a habil i-
dade de dar e receber feedback e empatia. Hoje, a Academia de Gestão de Projetos da
COMAU oferece treina tnento em diversos tópicos:
• Cursos sobre a essência da gestão de projetos (para profissionais que não têm
responsabilidade direta pela gestão de projetos)
• Cursos sobre os funda tnentos da gestão de projetos (para líderes de equipes e ge-
rentes de projeto júnior)
• Cursos especial izados (para gerentes de projetos experientes)
• Atividades de cooperação direta para o suporte a projetos e à PM Family (seminá-
rios, workshops, orientaç.ã o, mentoria, ideias)
1
©2013 by Fluor Corporarion. Reproduz.ido com permissão. Todos os direitos reservados. Esta seção foi
fornecida por John McQuary, vice-presidente, Jeff Hescer, analista de negócios e Tara Keithley, diretora de
comunicações.
692 Gestão de projetos
A maior parte da força de trabalho alvo está envolvida em uma ou mais comuni-
dades de conhecimento, compartilhando conhecimentos globahnente, possibilitando
processos de t rabalho e reunindo as pessoas de forma rápida . A Fluor encoraja com-
portamentos de compartilhamento de conhecimentos em toda a organização. Qual-
quer funcionário pode se juntar a uma ou mais comunidades de conhecimento e pode
postar uma pergunta ou responder a uma pergunta. As respostas das perguntas feitas
nos fóruns normalmente são recebidas dentro de 24 horas da postagem - mantendo a
pro1nessa da Fluor de comunidades confiáveis e responsivas - garantindo que todos os
funcionários tenham um a lto grau de confiança no sistema.
Hoje, há 49 comunidades de conhecimento estabelecidas na organização. A Fluor
possui 30 mi l membros ativos na comunidade dispersos por todo o mundo e ma is de
4 m il especial istas no assunto (SMEs, subject tnatter experts) em mais de 1.200 áreas
dent ro dessas co1nun idades. Há um a lto volume de atividade na comunidade; são fei-
tas 1na is de 10 mil buscas e 2.600 visua lizações ou downloads de anexos diaria1nente,
além de 1O mil acessos semanais para leitura do fóru 1n.
raramente vista em outras organizações. Essa abordagen1 é adotada en1 suporte aos seus
projetos globais. Na Fluor, todos os funcionários possuen1 acesso a todas as comun ida-
des, segue-se un1 processo rigoroso de in1plantação da comunidade, há programas de
mensuração do desempenho e auditoria da comun idade em andamento, e integran1-se
comportamentos de con1parti lhamento a todos os aspectos das operações da empresa.
A visão de gerenciamento de con hecimentos da Fluor, que engloba toda a empre-
sa, era ter uma solução de tecnologia que incluísse as comunidades com conteúdos
integrados, discussões e perfis de pessoal a fim de protnover uma menta lidade global.
Tirar proveito do capital intelectual coletivo de todos os funcionários em suporte à
d ireç.ã o estratégica dos negócios era um objetivo-chave. As comunidades foram cria-
das para fornecer soluções ótimas aos clientes por meio de utn cotnpati lhamento de
conhecimentos que cruzasse os limites geográficos e das linhas de negócios da empre-
sa, usando uma ferra tnenta de busca robusta e permitindo o acesso globa l. O geren-
ciamento de conheci tnentos (GC) em toda a empresa ta tnbém pretendia aprimorar os
conjuntos de habilidades dos funcionários por meio do fácil acesso ao conhecimento,
a materiais de treinamento e a especialistas. Finalmente, o GC em toda a empresa pro-
tege a propriedade intelectual na organização. O sistetna monitora a atividade para
salvaguardar a propriedade intelectua l.
Patrocínio
Líder de
comunidade
Gerente de
conhecimentos
da comunidade
Membros da
Especialistas comunidade
em diversos
assuntos
seu desempenho. A Fluor já observou out ras organizações que oferecem um modelo
ad hoc de criação de comun idades ou oferecem um conjunto de tetnplates desenvolvi-
do pela Equipe Centra l de GC para qualquer grupo interessado em criar u1na comuni-
dade. A experiência nos mostra que esses modelos abertos de criação de comunidades
resultatn em comunidades ineficientes e redundantes.
A abordagem to gerenciamento de conhecitnentos empresarial da Fluor exige u1na
mental idade expandida para Ítnplementar e 1nanter comunidades com botn desempe-
nho além do que é exigido quando a abordagem de GC é direcionada a um seg1nento
da empresa, é regional, ou não é aberta a todos os funcionários. A Fluor aplica quatro
conceitos de pensamento empresarial em seu programa de GC:
1. Proteção - Assumir responsabilidade pelos ativos intelectuais confiados à
comunidade (pessoas e conteúdos explícitos); não gerenciar conteúdos que
deveriam ser gerenciados por uma outra comunidade; informar sobre lacunas
- não criar conteúdo, a menos que você realmente seja seu proprietário; se
você for proprietário de conteúdos, mantenha-os atualizados;
2. Perspectiva geral - Criar um atnbiente que permita todos os funcionários
"compreenderem a 1nensagem" sem precisar despender esforços excessivos.
Algo pode fazer sentido enquanto estiver autocontido em uma comunidade,
mas a partir de uma perspectiva geral (e em toda a empresa), aquilo pode
parecer confuso, então ajudamos os funcionários a pensar em como se solu-
cionam problemas de engenharia e de negócios, e não cotno decifrar a nave-
gação (do site) de uma comunidade personalizada;
3. Teste de credibilidade para o cliente - Espere que o cliente vá ver o conteúdo,
demonstrações para clientes potenciais são frequentes;
4. Expectativas de Franchise da Co,nunidade - Apoie a marca GC da Fluor, seja
un1 líder ent re os n1en1bros da co1nunidade, tire proveito das n1elhores práti -
cas de GC em todas as con1t1nidades, crie orgulho em todas as co1nunidades.
As comunidades de conhecimentos têm flexibilidade, sim: cada comunidade esta-
belece seus próprios objetivos, que estão alinhados à estratégia gera l da organização,
mas que são suficientemente específicos para definir o que a co1nunidade de pessoas
precisa a lcançar a fim de oferecer suporte à direção estratégica. Os líderes da comu-
nidade são a autoridade máxi1na dentro dessa função. Nesse papel de liderança, são
responsáveis por melhorar o desempenho geral dentro de suas respectivas funções,
pela seleção, implementação e atua lização de 1nelhores práticas, pela seleção e suporte
de ferramentas de software exclusivas para sua função, e pelo desenvolvimento funcio-
nal do pessoa l. Uma rede de líderes funcionais da comunidade (Líderes de Excelência
Global) que cria consistência entre as funções.
Ao lançar uma nova comunidade de conhecimentos, cada uma delas passa por um
processo de gerenciamento que inclui os seguintes conceitos ao longo de um período
de tempo detenninado pela urgência da liderança da comunidade:
• Avaliação da prontidão
• Estratégia da liderança da comunidade
• Inauguração da comunidade
• Estrutura da comunidade
• Conceitos de coleta de conteúdos
• Identificação de conteúdos prioritários
• Atualização da coleta de conteúdos
• Estratégia de lançamento
696 Gestão de projetos
• Lançamento da comunidade
• Transição da implementação ao desempenho
• Plano de desempenho da comunidade
• Reuniões periódicas de desempenho
• Implementação inicial
• Dese1npenho
Dent ro de cada co1nun idade, estabelece-se uma estr ut ura de categorias baseada
nas co1npetências centra is, já que a proteção dos ativos explícitos é crucia l. Isso inclui
criação de u1n processo para a revisão e aprovação de novos conteúdos por um espe-
cialista, revisão e atualização de conteúdos por especialista quando for chegada a data
de revisão, e respostas confiáveis e responsivas de um especialista pa ra as perguntas
feitas em fóruns de discussão.
O desempenho da comunidade é 1ned ido pela forma como ela alcança seus obje-
tivos. Dentr o da implementação da tecnologia, coletam-se inúmeras estatísticas. Essas
estatísticas, embora não sejam uma medida real do desempenho, fornecem uma in-
d icação dos níveis de atividade e uso e acompanha1n alguns níveis de conformidade.
O Programa SME Protégé é uma outra plataforma criada para promover o envol-
vimento de futuros especialistas desde cedo. O programa "casa" funcionários inician-
tes e intermediários com especia listas de nível sênior e promove uma aprendizage1n
acelerada. Os SMEs trabalha,n com funcionários para criar relacionamentos, d iscutir
áreas técnicas de projetos, desenvolver novos conhecimentos, revisar conhecimentos
existentes, e ajudar a responder perguntas dos fóruns.
Uma outra melhoria no processo de trabalho está ligada à estr atégia de comu-
nicação organizacional. A antiga prática era d isseminar informações por meio da
hierarquia organizacional. Ent retanto, nem todos via tn essas comunicações. Agora,
as comunidades enviam mensagens diretamente para todos os membros da comu-
nidade. Consequentemente, as mensagens têtn um 1naior nútnero de leitores (maior
penetr ação), o que deixa as pessoas informadas e ajuda a atr air novos membros. Cada
mensagem é enviada como um e-ma il com um link com informações de suporte na
comunidade de conhecimento. A abordagem de usar um link tem como final idade o
acompanhamento e, às vezes, a conformidade. Os funcionários frequentetnente res-
pondem a mensagens e são encorajados a entrar etn determ inada comunidade como
pa rte de um acompanhamento de rotina.
Modelos e Sub·
t1mplat1s Prãtlcas e contratadas
Llçl!es procedi·
aprendidas
mentos
Esallário
Conheci·
Cliente
mentos
exteroos
Colaboração Colalloraçlo
no nível da Ho11e 10 1Mtl 110
empresa olllce proJoto
Conheci· \ _ _,....,
mentas da
indústria JV's e
Canlelro
tle obras parceiros
Grupos Fôruns de
funcionais dlsc:usdo
Especialistas Fornecedores
globais
Fatores-chave de sucesso
Pesquisas em iniciativas de gerenciamento de conhecimentos indica tn que um nú tnero
muito grande, 80%, não consegue corresponder às expectativas. Co1n mais de u1na
década de colaboração e compartilhamento de conhecimentos be1n -sucedidos, a Fluor
aplicou os seguintes fatores-chave de sucesso para guiar suas atividades de gerencia-
mento de conhecimentos.
e1n particu lar precisam t irar provei tos de inovações, encorajar mem bros da equipe de
projetos a buscar o conselho de especialistas, encorajar me1nbros a contribuir co1n no-
vos conhecimentos e reconhecer o talento e a inteligência dentro da organização.
O gerenciamento de con hecimentos permi te que os gerentes de projetos t irem
proveito dos melhores conhecimentos e especia listas de sua organização, cruzando
os lim ites de tempo e espaço. O GC informa os membros de equ ipes de projetos,
a judando-os a to1nar decisões melhores e melhorando os resultados finais do projeto.
O auxJ/io ao conhecimento
O auxílio ao conhecimento é uma sessão planejada de faci litação para reunir todos os
recursos de projetos potenciais com a fina lidade de co1npart ilhar experiências e conhe-
cimentos com a equipe de projet os antes da reunião inaugural da execução do projeto.
Os resultados da sessão são documentados com ações identificáveis ou sugestões a
serem usadas e seguidas. O objetivo é aprender antes de fazer.
Um auxílio ao conheciment o bem-sucedido exige p lanejamento e preparação.
Você precisa ter as pessoas certas disponíveis e ministr ar a sessão no 1no1nento ade-
quado, pois o valor da sessão diminui com o passar do tempo. Quanto 1nais cedo você
puder min istr ar a sessão de auxílio ao conheciment o maior será o possível impacto
positivo sobre o projet o.
pessoas que estão se conectando umas com as outras continuam sendo o cana l mais
importante para a transferência de conhecimentos sobre projetos.
Ao gerenciar um projeto, há várias tecnologias emergentes que podem ajudar a
faci litar essas conexões ent re pessoas. A computação socia l propositada, usando ferra-
mentas de colaboração social, permite que as pessoas se conecte1n cruzando limites de
tempo e espaço, tirando proveito do melhor know-how d isponível. E possibilita que
essas conexões ocorram onde as pessoas estão, usando qua lquer dispositivo que esteja
disponível. Em muitos casos, isso sign ifica um dispositivo móvel wireless ou um tablet.
Conhecimentos contextualizados
Começar o projeto bem infonnado por uma sessão de auxílio ao conhecimento é es-
sencial, mas esse não o único momento em que conhecimentos e especialistas são ne-
cessários. À 1nedida que a equ ipe de projetos va i se tornando mais confortável co1n
o compartilhamento e a busca de conhecimentos, ela passa a to1nar a in iciativa, pro-
curando ou compartilhando conheci1nentos sempre que necessário. O desafio é fazer
todos participarem. Para consegu ir isso, você precisará contextual izar a tarefa. Quan-
do dominamos a tarefa e temos um tÍlne interessado no projeto, podemos começar a
entregar o conhecimento e a experiência especializada a ela relacionados. Essa entrega
contextual do conhecimento informa todos os membros de equipes de projetos e ajuda
a garantir que eles estejam totalmente informados.
A entrega contextua l de conhecimentos depende de uma compreensão da ativi-
dade atua l de um 1nembro da equipe de projetos, e a capacidade de conectar o co-
nhecimento relacionado ao seu fluxo de processo de t rabalho. Buscar e co1npartilhar
conhecimentos não envolve uma decisão consciente ou um passo extra; é algo que está
embutido nas atividades que já estão sendo rea lizadas.
Por exemplo, um engenheiro que está trabalhando no design de uma torre de esca-
das poderia rapida1nente se conectar a exemplos passados; a outros especial istas ou a
códigos e práticas da indústria para informar suas decisões de design.
Em seu livro Outliers, Malcolm Glad,vell sugere que" ... a ideia de que a excelên-
cia em rea lizar uma tarefa complexa exige um nível mínÍlno de prática ressurge aqui e
a li nos estudos sobre experiência especial izada. Na verdade, pesquisadores determina-
ram o que eles acreditam ser o número-chave para uma verdadeira especialização em
a lgu1n assunto: 10 mil horas". Não há atalhos para se tornar experiente, mas sempre
há formas de dedica r maior atenção ao assunto, encorajando a transferência de conhe-
cimentos de uma pessoa a outra .
O primei ro passo é identificar u1n plano de carreira que reconheça e encoraje o
acúmulo de experiência, reconhecer que sua equipe de projetos ta lvez possa trabalhar
junta em futuros projetos e considerar as oportunidades de aprimorar e desenvolver
os membros das equipes.
Forme pares reunindo um especialista como mentor e um "protégé" que o mentor
acompanhará. O aspirante a protégé pode ajudar o especialista, tirando parte da carga
de tr abalho de um 1nembro de equipe altamente valioso e solicitado, o que oferece
u1na verdadeira oportunidade de transferência de conhecimento enquanto se desen-
volvem os especia listas da próxima geração.
9
O restante desra seção foi fornecido por Jan Hornwall, PMO de SerYiços Globais da Siemens PLM Soft·
ware. Para informações mais detalhadas sobre os produtos e serviços da Siemens PLM. Software, visite www.
siemens.com/plm. Nora: a Siemens e seu logotipo são marcas registradas da Siemens AG.
Capítulo 15 Excelência em gestão de projetos global 705
Resumo
A Siemens PLM Soft\vare, uma unidade de negócios da Divisão de Automação In-
dust ria l da Siemens e provedora global líder em software e serviços de gerencia1nento
de ciclo de vida de produtos (PLM), desenvolveu uma tecnologia que inclui a gestão
de projetos e programas, atividades técnicas e governança de projetos. A tecnologia
baseia-se no uso de um site interno que permite rápido acesso a todos os funcioná-
rios e foi implementada e ensinada globalmente co1n sucesso. O restante desta seção
descreve o histórico da 1netodologia de projetos e identifica melhores práticas para
esforços simi lares no futuro.
Histórico de projetos
A Siemens PLM Soft\vare desenvolve e implementa software de Gerenciamento de
Ciclo de Vida de produtos que inclui soluções para design con1putadorizado, ma-
nufatura e análise de engenharia (CAD/CAM/CAE), • além de gerenciamento de
dados, colaboração e simulação d igita l de fábricas. A organ ização global de vendas
e serviços da empresa é responsável por configurar e in1p lementar as so luções nos
estabelecin1entos dos clientes. Contratos podem variar de projetos pequenos com
duração de algums meses de t raba lho de un1a só pessoa a programas globais de
vários anos de duração envo lvendo centenas de pessoas. Esses projetos já foram
executados seguindo várias metodologias diferentes em estabelecimentos de todo
o mundo. Devido à nan1reza cada vez mais global das emp resas manufatureitas e
à crescente den1anda por uma variedade de especialistas en1 d iferentes assuntos de
todo o n1undo, iniciou-se a iniciativa de criar uma única metodo logia global para a
Siemens PLM Soft\vare.
Benefícios de negócios
Os benefícios de negócios a seguir impulsionaram o desenvolvimento da nova 1neto-
dologia:
• Co1npartilhar melho res p ráticas e bons exemplos ent re diferentes projetos e
geografias
• Acelerar o desenvolvimento de projetos por meio do rápido acesso a ferramentas,
guias, templates e melhores práticas
• Estabelecer uma " linguagem" metodológica comum que é usada em todas as
geografias e projetos
• Compartilhar recursos ao redor do inundo e desenvolver rapidamente os funcio-
nários recém-cont ratados e o externos
• Possibi litar maior repetibil idade e previsibilidade, resultando em menores riscos e
tempos de entrega
• Fornecer uma estrutura de governança de projetos/programas
• Aumentar a reuti lização de informações em projetos; estabelecendo a base para o
gerenciamento de conhecimentos
• Apresentar u1na experiência unificada e consistente de gestão de projetos para
cl ientes globais
Desenvolvimento metodológico
Uma vez que a iniciativa tenha sido iniciada, a prin1eira decisão foi ou desenvolver
nossa própria n1etodologia ou adquirir uma n1etodo logia de GP pronta pa ra usar.
A gerência, juntamente com a equ ipe de projetos, decidiu desenvolver sua própria
metodologia, baseada na experiência existente na própria empresa. O principal cri-
tério de decisão era que a n1etodologia deveria cobrir não somente as atividades de
gestão de projetos, mas tan1bém as atividades técnicas específicas de nosso negócio.
Era crucial tr abalhar tanto na gestão de p rojetos quanto na parte técnica conjunta-
mente en1 cada fase, já que um número razoável de projetos é realizado em pequenas
equipes e às vezes até n1esn10 o gerente de p rojetos possui o papel dual de tambén1
ser o arquiteto-chefe da solução técnica. Un1 outro critério-chave era que queríamos
tirar proveito do que já tínhamos em termos de processos e ternplates . Prevíamos
também uma adoção muito mais rápida se as pessoas da á rea reconhecessem partes
da n1etodologia.
O projeto foi planejado, e um plano de gestão de projetos fo i escrito e aprovado
pelo patrocinador do projeto. A equipe de projetos consistia de pessoas-chave de todas
as zonas do globo: Américas, Europa, Ásia-Pacífico e nossa equipe interna localizada
na Índia que imple1nentou o site da metodologia. Ao todo, a equ ipe cent ral consistia
e1n aproximada1nente I O pessoas.
O escopo do projeto foi desenvolvido e incluía o seguinte:
• A 1netodologia precisa cobrir todo o ciclo de vida de um projeto de serviços, de
sua iniciação ao seu encerramento. Além disso, ela tem de conter gerenciamento e
governança de programas.
Capítulo 15 Excelência em gestão de projetos global 707
• As atividades gera is de GP serão incluídas em uma seção que é a mesma para to-
das as fases, "Gerenciar Projeto".
• As atividades técnicas irão cobrir métodos sobre como identificar soluções pron-
tas para o uso mantendo, ao mesmo tempo, as personalizações dos clientes em u1n
nível mínimo, além de técnicas modernas como a rápida criação de protótipos e o
desenvolvi1nento iterativo.
• As atividades de cada fase são estruturadas e precisavam ser descritas; as respon-
sabi lidades de cada tarefa devia1n ser definida; e diret rizes e ferramentas de supor-
te a tetnplate tinham de ser disponibil izadas
• A metodologia tinha de ser alinhada aos processos em tomo dela como o processo
de vendas e o processo de suporte pós-projeto.
• Consolidar vários métodos de entrega de serviços existentes, tirar proveito das
melhores práticas reconhecidas já existentes na empresa.
• A gestão de projetos precisa ser a linhada ao processo e à terminologia do PMI
(Proiect Management lnstitute).
• Começar co1n uma metodologia abrangente, então uma versão para "projetos pe-
quenos" terá de ser desenvolvida.
• A tecnologia incluiria um web site com gerenciamento de conteúdo e uma ferra-
menta de feedback com funcional idade de aco1npanhamento.
• U1na versão que pode ser baixada da internet deve estar disponível a todos os fun-
cionários que t rabalham fora da rede interna, como a indústria de defesa.
• Treinamento e implementação globais.
A equipe traba lhava virtualmente, por meio de teleconferências, mas também ti-
vera1n três encont ros presenciais em vários loca is ao redor do globo, cada um co1n
quatro a cinco dias de duração. O projeto para desenvolver a metodologia durou 10
meses. Se estivéssemos todos no mesmo lugar, a duração teria sido significativamente
menor.
No início do projeto, a Siemens PLM Software era conhecida como UGS, uma
empresa de capita l privado independente. No final do projeto, a UGS foi adquiri-
da pela Siemens e renon1eada Sien1ens PLM Software. Ela foi mantida intacta como
unidade de negócios. Como a metodologia é adaptada ao nosso negócio de PLM, a
gerência decid iu continuar o projeto e implementar a n1etodologia. O alinhan1ento
con1 os aspectos obrigatórios de gestão de projetos da Sien1ens aconteceria em relea-
ses postenores.
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a«oss fie &emens PLM SoltWare semces O(OantZa1ions. PLM VOM delwers lhe fOloW«lg beneffls:
,. Eslabllshes a common me1l'lod01ogy"language· 111a1 is used across all-zones and between counlnee
• MoWs best prsflittt and goocf examptes to be shared glOballt
• Ena,bfes lnereased ,·el)ealabH~ and predletabDltt'1esut11ng in ta51er aelNeiylimes and reduted l'iSk
• PrCMdtt a S1rutbJ1td pro,ecb'prog,am gcwtrnanee hmtW01k
Tht mtlhOdology includts lht t bt-ams ofl)rOitd managemtnt and ltdlnica1 Clti'le:ry n is stutlurtd 10 allOW i•,Mrft aind f!txlblt p,ojttl OtliYtry wtiilt
m,intttning QIUJlity -oa•s· 01 milts.1onts btlwttn C,hHtS
For• oescripll(ln of e.acl'I PhHt , pie.ase stlttl lht c,h•st in tht lOgo o, in lht ·Oi,en,iew.,. MtlnCldology" droo-down menu •IMNt
Pré-alinhamento
A final idade da fase de "pré-alinhamento" é adquirir conhecimentos suficientes sobre
os requisitos do cliente e o escopo do projeto, para ser capaz de definir um esboço de
alto nível da solução e a declaração de t rabalho.
A equipe de projetos t rabalha com a equipe de vendas e o cliente para estabelecer
o escopo gera l do projeto, determinar um cronograma preliminar, definir a estratégia
de serviços, conduzir uma ava liação de in fraestrutura e desenvolver o orçamento ini-
cial do projeto.
Alinhamento
Na fase de "alinhamento", a equipe de projetos trabalha com o cliente para transfor-
mar os conceitos da solução que foram definidos durante as atividades de pré-alinha-
mento em uma a rquitetura geral be1n definida para a solução.
• Os objetivos da fase de "alinhamento" são estabelecer uma compreensão co1nu1n
ent re o cl iente e a equipe de implementação em todos os aspectos do projeto,
captando uma definição completa e precisa do projeto por meio de workshops
técnicos, definições de casos de uso, rápida criação de protótipos e a linhamento
dos requisitos da solução às capacidades de produtos prontos para o uso.
• Esta fase está co1npleta quando o cliente aceita os casos de uso e os requisitos e
autoriza o prosseguimento do trabalho.
Planejamento
Na fase de "planejamento", a equipe de projetos t rabalha com o cl iente para desen-
volver os documentos restantes que serão usados para executar e contr olar o projeto
e desenvolver o design técnico.
• Dependendo da complexidade da solução, a equipe define planos detalhados para
o escopo, cronogra1na, custos, habi lidades, recursos, riscos, qualidade e comuni-
cações.
• Além do ambiente de testes, a equipe finaliza (baselines) a infraestrutura do sis-
tema para criar u1na plataforma estável para os a 1nbientes de desenvolvimento,
testes e t reinamento .
• Esta fase está completa quando todos os planos necessários de gestão de projetos
e as especificações funciona is e de design exigidas foram revisadas e fina lizadas
(baselined).
Construção
Na fase de "construção", a equipe de projetos trabalha com o cliente para criar a so-
lução definida, mantendo-se estritamente fiel aos requisitos.
• Durante a fase de "const rução", a equipe técnica configura e testa a solução, im-
plementa a estr atégia de migração de dados e desenvolve os materiais de treina-
mento. A fase de "construção" também inclui testes unitários internos e testes de
integr ação.
• Esta fase está completa quando a soluç.ã o está pronta para ser testada pelo cliente.
71 O Gestão de projetos
Testes
Na fase de "testes", a equipe confinna que a solução está pronta para uso pela produção.
• Durante a fase de " testes", os representantes da co1nun idade de usuários realiza
testes funcionais e de sistema para verificar se o sistema atende aos requisitos.
• Esta fase está completa quando a solução é aceita pelo cliente e está pronta para
i1nplementação em um ambiente de produção.
Implementação
Na fase de "implementação", a equipe ent rega a solução pronta aos usuários finais.
• A "implementação" da solução consiste en1 garantir que todos os dados tenham
sido migrados para o ambiente de produção, que a solução esteja funcionando com
todas as interfaces e que os usuários e as equipes de helpdesk tenhan1 sido treinados.
• A fase de "implementação" está completa quando a solução tiver sido passada ao
cl iente para uso na produção.
Encerramento
Na fase de "encerramento", a equipe garante que todos os aspectos administrativos do
projeto estejam completos.
• Durante a fase de "encerramento", a equipe de projetos completa e arqu iva docu-
mentos de projetos e conduz uma retrospectiva sobre o projeto a fim de captar e
documentar as lições aprendidas. A equ ipe de projetos é liberada.
As seções adicionais da metodologia são:
Gerenciamento de programas
Seguindo o padrão do PMJ, as cinco fases do gerenciamento de programas são descri-
tas incluindo templates de suporte:
• Configuração pré-programa
• Configuração do programa
• Estabelecimento do gerenciamento de programas e configuração da infraestrutura
técnica
• Ent rega de benefícios incrementais
• Encerramento do programa
Pequenos projetos
Projetos menores do que USUS$100 mil em receita tota l poden1 selecionar un1a metodo-
logia simpl ificada, com descrições de atividades mais cu rtas e templates simpl ificados.
Governança de projetos
A governança de projetos envolve as linhas organizaciona is garantirem que o projeto
seja governado corretamente e que a to1nada de decisões seja efetiva e eficiente, levan-
do o projeto ao sucesso. Isso é feito através da garantia de que esteja1n e1n andamento:
• Termo de abertura do projeto
• Delegação de autoridade ao gerente de projetos
Capítulo 15 Excelência em gestão de projetos global 711
Treinamento e marketing
Esta importante seção cobre o materia l para treinamento, atua lizações, links para o
creina1nento e1n PLM VDM no site de treinamento interno, apresentações da 1netodo-
logia para o público interno e para cl ientes.
Lançamento e implementação
O lançamento e a implementação da metodologia globalmente incluem a segu intes
atividades:
• Divulgação em conferências em cada uma das geografias. A gerência reservou
tempo para a metodologia ser apresentada, o que envia uma mensagem positiva e
force a todos os funcionários.
• Desenvolver um panorama de uma hora da metodologia co1no uma apresentação
em voice-over. Tal panorama foi disponibil izado na infraest rutura do treina1nento
interno, e os participantes pod iam visualizá-lo de qua lquer pa rte do mundo pela
int ranet da empresa.
• Desenvolvimento de materia l para um treinamento presencial de dois dias. Esse
treinamento foi, então, 1ninist rado e1n mu itas aulas, em quat ro continentes, para
aproximadamente 600 pessoas, ao longo de seis meses e cobria todos os papéis a
serem desenvolvidos pelos funcionários e incluía exercícios.
• Apresentações ao vivo extras em chamadas de teleconferência para centenas de
outras pessoas
• Desenvolvimento de garantias de marketing; ficha informativa sobre a metodo-
logia - mesmo formato que os de nossos produtos, desenvolvendo um logotipo e
apresentações de clientes
• Atividades de seguimento; adoção do 1nonitoramento por meio de KPls e da ação
baseada no feedback dos usuários
16.0 Introdução
Ao longo dos anos, passamos a aceitar a definição tradicional de sucesso de um proje-
to: atender à tripla restr ição. Mais recentemente, 1nod ifica 1nos nossa definição de su-
cesso declarando que é preciso haver um propósito de negócios válido para trabalhar
no projeto. Passou-se a reconhecer, então, que o sucesso possui tanto u1n componente
de negócios quanto um co1nponente técn ico.
Hoje, estamos mod ificando a definição de sucesso ainda 1nais adicionando u1n
componente de "valor", como se vê na Figura 16-1. Em out ras pa lavras, o p ropósito
último de se tra balha r em um projeto deve ser fornecer alguma forma de valor tanto
ao cliente quanto à organização matriz. Se o va lor do projeto não conseguir ser identi-
ficado, então talvez não devamos nem mesmo trabalhar nele.
Valor pode ser definido com o 1nérito atr ibuído pelas partes interessadas aos deli-
verables do projeto.
Cada parte interessada possui uma definição de va lor diferente. Além disso, o va-
lor real pode ser expresso etn termos qualitativos etn vez de puramente quantitativos.
Simplesmente, pode não ser possível quantificar o valor real.
Vale enfatizar a importância do co1nponente de va lor. Considere as seguintes de-
clarações: concluir um projeto dentr o do prazo e do orçamento não garante o sucesso
se você estiver tra ba lhando no projeto errado; ter a mel ho r metodologia de gestão
de projetos empresarial do mundo não pode garantir que haverá valor no final do
proJeto.
Tripla restrição
Não
1 s-------------J
, Sim
Uvros didáticos
específicos da área
Criação de
um modelo
genérico (MMV)
! Uvros
didáticos
genéricos
Figura 16-3 O modelo VPF. Fonte: J. Alexander, Performance Oashboards and Ana/ysis
for Va/ue Creation, Hoboken, NJ: Wiley, 2007, p. 5. Reproduzido com permissão da John
Wiley & Sons.
1
J. Alexander, Performance Dashboards and Analysis for Value Creation, Hoboken, NJ: \Viley, 2007, p. 5 .
Reproduzido com permissão da John Wiley & Sons.
2
lbid., p. 6.
716 Gestão de projetos
3
K. Hulanan e B. Gellerman, Balanâ ng Individual and O rganizationa l Va lues, San Francisco: Jossey•Bass/
Píeiffer, 2002.
' lbid., p. 105- 106.
Capítulo 16 Gestão de projetos orientada a valor 717
• Aprimoramento
• Ambição
• Credenciais
• Recon hecimento
• O rganização
• Melhorias contínuas
• Aprend izage1n
• Qualidade
• Foco estratégico
• Moralidade e ética
• Lucratividade
• Recon hecimento e image1n
• Partes interessadas
• Partes interessadas organ izacionais: segurança no e1nprego
• Partes interessadas em produtos/mercado: desempenho de alta qualidade e uti-
lidade dos produtos
• Mercados de capita is: crescimento fi nanceiro
Ao longo dos anos, demos vários pequenos passos e1n d ireção a planejar o uso do
gerenciamento em projetos não tradiciona is. Eles incluem:
• Os gerentes de projetos têm 1na is conhecimentos de negócios e podem opinar du-
rante o processo de seleção de projetos.
• Devido ao item anterior, os gerentes de projetos são trazidos ao projeto no início
da fase de iniciação em vez de no fim dela.
• Os gerentes de projetos agora pa recem apenas ter uma breve compreensão da
tecnologia em vez de dominá-la.
Os novos tipos de projetos combinados com um forte foco sobre o alin hamento
de negócios e valor trouxera1n consigo um sistema de classificação, como mostra a
Figura 16-5.
• Projetos operacionais: Esses projetos, em sua grande maioria, são projetos repeti-
tivos como folhas de pagamento e impostos.
Eles são chamados de "projetos", mas são gerenciados por gerentes funcionais
sem o uso da metodologia de gestão de projetos e1npresarial.
• Projetos internos 011 de rnelhorias: São projetos criados para atual izar processos,
melhorar a eficiência e a eficácia e, possivehnente, au1nentar o moral.
• Projetos financeiros: As e1npresas exigem alguma forma de fluxo de caixa pa ra
sua sobrevivência. Esses são projetos para clientes externos à empresa e têm uma
margem de lucro a eles atribuída.
• Projetos relacionados ao futuro: São projetos de longo prazo destinados a produ-
zir um fluxo futuro de produtos ou serviços capazes de gerar um fluxo de caixa
futuro. Esses projetos podem significar uma enorme perda bruta de exploração
(cash drain ) durante anos, sem nenhuma garantia de sucesso.
• Projetos relacionados aos clientes: Alguns projetos podem ser real izados, mesmo
com uma perda financei ra, para manter ou constru ir uma relação com o cliente.
Entretanto, realizar um número grande dema is desse projetos pode levar ao de-
sast re financeiro.
Esses novos tipos de p rojetos foca liza1n -se mais no va lor do que na t ripla restr i-
ção. A Figura 16-6 most ra a t ripla restrição tr adicional, enquanto a Figura 16-7 mos-
tra a tr ipla restrição di recionada o rientada por va lor. Com a restrição t ripla orientada
Projetos operacionais
Projetos de Projetos
relacionamento financeiros
com o cliente
por valor, enfatizamos a a satisfação das partes interessadas, e as decisões são to tnadas
em tomo dos quat ro tipos de projetos (excluindo os projetos operacionais) e o valor
que é esperado no projeto. Em outras palavras, sucesso é quando se obtém va lor,
preferenciahnente dentro da tripla restrição. Consequentemente, podetnos defin ir as
quatro bases do sucesso usando a Figura 16-8. Muito poucos projetos são concluídos
sem alguns trade-offs. Isso é válido tanto para os projetos tradicionais quanto para os
orientados por valor. Como mostra a Figura 16-9, os trade-offs tradiciona is resultam
no prolonga1nento do cronograma e um aumento no orçamento. O mestno é vá lido
para os projetos orientados por valor exibidos na Figura 16-10. A principa l diferença
é o desempenho. Com os trade-offs tradicionais, tendemos a reduzir o desetnpenho
para satisfazer outros requisitos. Com os projetos orientados por va lor, tendemos a
au1nentar o desetnpenho na esperança de fornecer ma is valor, e isso tende a causar
sobrecustos e desvios do cronogra tna muito maiores do que os trade-offs tradicio-
RECURSOS
DESEMPENHO/TECNOLOG IA
OU ESCOPO
fiianoeiros fu1u:ros
Valores
Valoras
relacionados
inlernos ao cli@nle
DESEMPENHO/TECNOLOGIA
OU ESCOPO
Sucesso Sucesso
financeiro no futuro
Sucesso
Sucesso relacionado
interno
ao cliente
.6.P
/ --~A~--
/ \
Desempenho
Nota:.6.= Desvios do plano original
Figura 16-9 Trade-o/fs tradicionais.
Valores Valores
fwlanceiros lu'luros
Valores Va!ores
6P . relacionados
in1emos ao cliente
Desempenho
Nota: 6 = Desvios do plano original
Figura 16-10 Trade-o/fs orientados por valor.
722 Gestão de projetos
/ "'-
Pessoas erradas Ausência de métodos
fazendo a mensuração legítimos disponíveis
5
Para informações mais deralhadas sobre as complexidades da conversão, ver J. J. Phillips, T. W. Bochell e
G. L. Snead, T/,e Project Management Scorecard, Oxford, UK: Butterworch Heinemann, 2002, Chaprer 13.
724 Gestão de projetos
Os KPis são métricas para se avaliar o va lor. Com a gestão de projetos tradicional,
as métricas são estabelecidas pela sua 1netodologia e fixas por toda a duração do ciclo
de vida dos projetos. No entanto, com a gestão de projetos orientada por valor, as
métricas podem mudar de um projeto para o outro, durante u1na fase do ciclo de vida
e ao longo do tempo, devido a:
• O modo como a empresa define valor internamente
• O modo como o cliente e a contratada definem sucesso e valor conjuntamente na
iniciação do projeto
• O modo como o cliente e a contratada chega1n a um acordo na iniciação do proje-
to quanto às métricas que devem ser usadas em determ inado projeto
• Versões novas ou atualizadas de software de acompanhamento
• Melhorias na metodologia de gestão de projetos empresarial e do sistema de infor-
mações de gestão de projetos que o acotnpanha
• Mudanças nos fatores ambientais da empresa
Mesmo com as melhores 1nétricas possíveis, 1nedir valor pode ser difíci l. Alguns
valores são fáceis de 1nedir, enquanto out ros são mais difíceis. Os valores fáceis de
medir geralmente são chamados de va lores tangíveis, enquanto os difíceis são 1nuitas
vezes considerados intangíveis. A Tabela 16- 5 ilustra alguns dos va lores fáceis e difí-
ceis de medir. A Tabela 16-6 most ra alguns dos problemas associados à mensuração
tanto de valores difíceis quanto de fáceis.
Os elementos intangíveis agora são considerados por a lguns como 1nais importan-
tes do que os elementos tangíveis. Isso parece estar acontecendo em projetos de TI, em
que os executivos estão dando significativamente 1nais atenção a va lores intangíveis.
O problema dos valores intangíveis não está necessaria1nente no resultado fina l, 1nas
6
no modo como fora 1n calculados.
Os valores tangíveis são normalmente expressos quantitativamente, enquanto os
valores intangíveis são expressos por meio de uma ava liação qua litativa. Há três esco-
las de pensamento para a 1nensuração de valor:
• Escola 1: A única coisa que é importante é o ROL
• Escola 2: O ROi nunca pode ser calculado eficientemente; somente os intangíves
são importantes.
• Escola 3: Se não dá para ser medido, então é porque não importa.
As três escolas de pensa1nento parecem ter u1na abordage1n do tipo "tudo ou
nada", na qual o valor é ou 100% quantitativo ou 100% qual itativo. A melhor abor-
dagem é, mais provaveltnente, um co1npromisso entre uma ava liação quantitativa e
uma avaliação qual itativa de valor. Pode ser necessário estabelecer uma extensão efi-
ciente, como 1nostra a Figura 16- 12, que é um compromisso entre as três escolas de
pensamento. A extensão eficiente pode se expandir ou se cont rair.
O momento escolhido para a mensuração de valor é absolutamente decisivo. Du-
rante o ciclo de vida de u1n projeto, pode ser necessário passar várias vezes de u1na
aval iação qua litativa para quantitativa e vice-versa, e, como d ito anteriormente, as
métricas reais ou KPis também podem mudar. Certas questões importantes precisa1n
ser abordadas:
• Quando ou até que ponto do ciclo de vida do projeto podemos estabelecer mét ri-
cas concretas, supondo que isso possa ser feito, em primeiro lugar?
• O valor pode ser simplesmente percebido e, portanto, não ser necessária nenhu1na
métrica de valor?
• Mesmo se tivermos métricas de valor, elas são suficiente1nente concretas para pre-
ver razoavelmente o valor rea l?
• Seremos forçados a usar a gestão de projetos orientada por valor em todos os pro-
jetos ou há alguns projetos e1n que essa abordagem não é necessária?
100% 0%
Extensão
eficiente
Oual~ativa Quantitativa
6
Para informações mais detalhadas sobre as complexidades da mensuração de intangíveis, ver nota 5, Ca~
pículo 10. Os autores enfatizam que o verdadeiro impacto sobre um negócio cem de ser medido em unidades
de negócios.
726 Gestão de projetos
Valores-alvo inferiores
o prazo para conclusão e o custo para conclusão a inda são usados, mas introduzimos
um novo termo, intitulado valor (ou benefícios) do projeto concluído. A determinação
de valor na conclusão tem de ser feita periodicamente ao longo do projeto. Entretanto,
a reava liação periódica dos benefícios e valor na conclusão podem ser difíceis, porque:
• Pode não haver processo de reava liação.
• A gerência não está comprometida e acredita que o processo de reava liação não
é rea l.
• A gerência está excessivamente otimista e complacente com o desempenho atua l.
• A gerência está cega por lucros excepciona lmente altos em out ros projetos (tná
interpretação).
• A gerência acredita que o passado seja uma indicação do futuro.
Utna ava liaç.ã o de va lor na conclusão do projeto pode nos dizer se são necessários
trade-offs de valor.
Motivos para trade-offs de valor incluem:
• Mudanças nos fatores ambientais da empresa
• Mudanças nas premissas
• Melhores abordagens encont radas, possivelmente com menos risco
• Disponibil idade de trabalhadores altamente qualificados
• Descobertas tecnológicas
Como dito anteriormente, a maioria dos trade-offs de valor é acompanhada de
um prolongamento do cronograma. Dois fatores decisivos que devem ser considerados
antes de ocorrerem prolongamentos de cronograma são:
• Prolongar um projeto pelo valor desejado ou agregado pode gerar riscos.
• Prolongar um projeto consotne recursos que podem já estar comprometidos a
outros projetos do portfólio.
Ferramentas e técnicas tradicionais podem não funcionar bem em projetos orien-
tados por valor. A criação de uma MMV pode ser necessária para alcançar os resul-
tados desejados. Uma MMV pode incluir os ele1nentos de sistemas de mensuração de
valor agregado (SGVAs) e sistetnas de gestão de projetos empresarial (EPMs), como
mostra a Tabela 16-7. Porém, variáveis adicionais têm de ser incluídas para captar,
medir e reportar valor.
17.0 Introdução
Todas as empresas se empenham para crescer. Preparam-se planos est ratégicos iden-
tificando novos produtos e serviços a serem desenvolvidos e novos mercados a sere1n
penetrados. Muitos desses planos exigem fusões e aquisições para obter as metas e
objetivos estratégicos. Contudo, mes1no os planos est ratégicos mais betn preparados
muitas vezes falham. Muitos executivos vee1n o planejamento est ratégico apenas como
planejamento, não considerando a implementação. O sucesso da implementação é vi-
tal durante os processos de fusão e aquisição.
1
M. E. Porter, ComperWve Advantage, New York: Free Press, 1985, Chap. 2.
730 Gestão de projetos
Sistemas Sistemas,
Sistemas, internos, produtos,
produtos, produtos, Consumidor,
lucros e cadeia de
lucros e métodos, métodos de
métodos dos custos e valor do
parceiros de usuário
fornecedores lucros canais adiante
Atividades primárias
metodologia para un1 processo individual, co1no a execução de projetos ou para uma
con1binação de processos. Uma empresa pode tam bém criar sua metodologia de gestão
de projetos para n1elhor interface com organizações a n1ontante ou a jusante na cadeia
de valor agregado. Uma integração ineficiente nos pontos de interface entre fornecedor
e cl iente poden1 ter um sério i1npacto sobre o gerenciamento da cadeia de suprin1entos e
sobre os negócios futuros da en1presa.
Integração de
duas culturas
Disparidades
Diminuir o tempo de salariais
colocação no mercado
ara novos rodutos
Diminuir o tempo de Superestimação
colocação no mercado das capacidades
ara melhorias
Aproximar-se Fracassos
do cliente de liderança
clientes governamentais pode funciona r como subsidiária, com seus próprios produtos
e serviços especializados. A sinergia esperada nunca ocorreu.
Algumas 1netodologias simplesmente não podem ser integradas. Pode ser ma is
prudente permitir que as organizações funcionem separadamente do que perder opor-
tunidades no mercado. Nesses casos, podem existir "bolsões" de gestão de projetos
como entidades separadas, espalhados por u1na grande corporação.
A segunda maior área problemática na Figura 17- 3 é a existência de d iferentes
cu lturas. Embora a gestão de projetos possa ser vista como uma série de processos re-
lacionados, é a cultura em vigor na organização que, em última aná lise, deverá execu-
tar esses processos. Resistência pela cultura corporativa em oferecer o devido suporte
à gestão de projetos pode efetiva1nente fazer com que os 1nelhores planos fracassem.
Fontes de proble1nas com diferentes culturas incluetn:
• Uma cultura em uma ou ambas as empresas que possua conhecimentos limitados
sobre gestão de projetos (i.e., competências faltantes)
• Uma cu ltura que seja resistente a mudanças
• Uma cu ltura que seja resistente à transferência de tecnologia
• Uma cultura que seja resistente à transferência de qualquer tipo de propriedade
intelectual
• Uma cu ltura que não permita uma redução no tempo de ciclo
• Uma cu ltura que não permita a elitn inação de passos onerosos
• Uma cu ltura que tenha que "reinventar a roda"
• Uma cu ltura na qua l críticas aos pro jetos sejam vistas como críticas pessoa is
Integrar duas culturas pode ser iguahnente difícil durante épocas de dificuldade
ou de prosperidade econômica. As pessoas podem resistir a qua lquer mudança em
seus hábitos de trabal ho ou zonas de conforto, embora reconheçam que a empresa se
beneficia com as mudanças.
Fusões e aquisições mu ltinaciona is são igua lmente difíceis de integrar devido a
d iferenças culturais. Há vários anos, um fornecedor automotivo dos EUA adquiriu
u1na europeia. A empresa norte-a 1nericana apoiava vigorosamente a gestão de proje-
tos e incentivava seus funcionários a se tornarem certificados na área de projetos. A
empresa europeia oferecia mui to pouco suporte à gestão de projetos e desencorajava
seus funcionários a se tornarem certificados, usando o argumento de que seus cl ientes
europeus não dava tn tanta itnportância à gestão de projetos quanto a Genera l Motors,
Ford e Chrysler. A subsidiária europeia não via qualquer necessidade para a gestão de
projetos. Incapaz de combinar as qualquer, a empresa 1nat riz norte-a tnericana substi-
tuiu os executivos europeus para dar conta da necessidade de uma abordagem única
de gestão de projetos etn todas as divisões. A transformação completa levou quase
cinco anos. A empresa matriz acreditava que a resistência da divisão europeia se devia
mais ao medo de mudanças em sua zona de conforto do que a u1na fa lta de interesse
pelos cl ientes europeus.
Durante os últimos 40 anos, a Phi lip Morris buscou sistetnaticamente uma estra-
tégia de diversificação para reduzir sua dependência de cigarros. Além de seu negócio
de cigarros, a etnpresa é proprietária da Clark Chewing Gum, Kraft General Foods,
M iller, Miller Lite, Lowenbrau, Jell -0, Oscar Meyer, Maxwell House, Sealtest, Oro-
wheat Baked Boas e Louis Kemp Seafood. A estratégia da Philip Morris era adqu i-
rir líderes bem estabelecidos na indústr ia. Cada organ ização adquirida possuía uma
cultura corporativa distinta. Contudo, embora todas as organizações fossetn bem-
-sucedidas, algumas das sinergias esperadas não foram realizadas devido a diferenças
culturais. Cada aquisição fo i t ratada como uma organização independente. Apesar
Capítulo 17 Efeito das fusões e aquisições na gestão de projetos 735
de se poder argumentar que não havia motivo a lgum para fundir essas empresas e1n
uma única cultura, isso most ra que até mesmo empresas extremamente bem-sucedidas
muitas vezes são resistentes a mudanças.
Às vezes, há claras indicações de que a fusão de duas culturas será difícil. Quando
a Federal Express adquiriu a Flying T iger, a est ratégia era fundir as duas em uma única
organização com operações que funcionassem be1n. Na época da fusão, a Federal Ex-
press e1npregava u1na força de traba lho jovem e 1nuitos funcionários trabalhavam e1n
regÍlne de meio expediente. A Flying Tiger possuía funcionários em regÍlne de tempo
integral, mais velhos e com muitos anos de empresa. A Federal Express focal izava-se
em políticas e procedimentos formalizados e um rígido cód igo de vestimenta. A Flying
Tiger não possuía código de vestimenta, e a gerência conduzia os negócios de acordo
com a cadeia de comando, na qual alguém com autoridade poderia quebrar as regras.
A Federa l Express focalizava-se em uma meta de qual idade de entregas 100% dentro
do prazo, enquanto a Flying Tiger parecia complacente com um alvo de 95- 96'%.
Combinar essas duas cu lturas seria uma tarefa monumenta l para a Federal Express.
Nesse caso, mes1no com esses possíveis problemas de integração, a Federa l Express
não podia permitir que a Flying Tiger funcionasse como u1na subsidiária independen-
te. A integração era obrigatória. A Federa l Express precisou ocupar-se rapidamente
dessas tarefas que envolviam diferenças organizacionais ou cu lturais.
Planejar a integração cu ltural tan1bém pode produzir resu ltados favoráveis. A
n1aioria dos bancos cresce por meio de fusões e aquisições. A crença generalizada na
indústria bancária é crescer ou ser adquirido. Durante a década de 1990, a National
City Corporation de Cleveland, Oh io (EUA), reconheceu isso e desenvolveu sistemas
de gestão de projetos que permitian1 que a National City adquirisse outros bancos e
os integrasse à sua cultura em menos ten1po do que out ros bancos dedicavam a fusões
e aqu isições. A Nacional City via a gestão de projetos con10 um ativo que possui um
efeito muito positivo no resu ltado final da corporação. Muitos bancos hoje em dia
têm n1anuais para gerenciar projetos de fusão e aquisição.
A terceira área problemática na Figura 17- 3 é o impacto sobre o programa de
administ ração salaria l. As causas comuns dos problemas com a ad1n inistração sa larial
incluem:
• Medo de do wnsizing
• Disparidades nos salários
• Disparidades nas responsabilidades
• Disparidades nas oportunidades de plano de carreira
• Políticas e proced imentos diferentes
• Mecanis1nos de ava liação diferentes
Quando uma empresa é adqu irida e a integração de metodologias é necessária, o
impacto sobre o programa de administração sa larial pode ser profundo. Quando ocor-
re uma aqu isição, as pessoas querem saber como elas se beneficiarão individuahnente,
embora saibam que a aquisição ocorre para atender aos interesses da empresa.
A empresa que está sendo adquirida geralmente te1n a 1naior apreensão sobre ser
iludida com uma falsa sensação de segurança. As organizações adquiridas podem ficar
ressentidas ao ponto de tentar fisicamente sabotar a empresa aquisitora. Isso resulta
na destruição de valor, e a autopreservação adquire suma importância para os traba-
lhadores, gerahnente à custa dos sistemas de gestão de projetos.
Considere a seguinte situação. A Empresa A decide adquirir a Empresa B. A Em-
presa A possui u1n sistema de gestão de projetos relativamente fraco, no qual a gestão
de projetos é uma atividade de tempo parcia l e não é considerada u1na profissão.
736 Gestão de projetos
d isposto a aceita r críticas, ver a luz no fim do túnel e fazer as mudanças necessárias.
As 1nudanças, e os motivos para elas, têtn de ser a rticu ladas cuidadosamente com o
inqu ilino para evi tar choques culturais.
Muitas vezes uma empresa com uma metodologia de gestão de projetos fraca ad-
qu ire uma organização com u1na boa abordagem. Nesses casos, a transferência da
p ropriedade intelectual de gestão de projetos tem de ocorrer rapidamente. A menos
que o proprietá rio reconheça as realizações do inqui lino, a cadeia de valor agregado
do inquilino pode passar a ter um desempenho mais baixo e pode haver uma perda de
funcioná rios-chave.
O pior cená rio ocorre quando nem o proprietá rio, ne1n o inquil ino possue1n bons
siste1nas de gestão de projetos. Nesse caso, todos os sistemas precisa1n ser desenvolvi-
dos do zero. Isso pode ser uma "bênção disfa rçada" porque talvez não haja qualquer
viés de nenhuma das pa rtes.
Cultu ras corporativas Alén1 de d iferentes organ izações e sistemas, as t rês empre-
sas possuíam diferentes va lores e todas eram con1preensivelmente o rgu lhosas
de seus próprios modos de operação. A Prince Corporation tinha uma cu ltura
n1uito bem integrada e com um forte foco sob re a liderança, e tinha sido criada
por seu fundador, Ed Prince. A Prince Corp. (localizada em Holland, M ichigan,
EUA) nunca tinha tido nenhuma necessidade real de considerar os interesses eu-
ropeus, especialmente os da Becker, que tradicionalmente fora ou conco rrente
ou fornecedora. A J CI possuía uma presença muito forte na Europa, con1 seu
escritório centra l em Burscheid, Alen1anha. O escritório de Burscheid segu iu a
orientação da América do Norte quanto aos sistemas de gestão de projetos, mas
tinha fortes opiniões sobre como esses sistemas deverian1 funcionar na cultura
eu ropeia e seguia un1a abordagem n1u ito mais laissez-faire de gestão de proje-
tos. Ao manter a cu ltura europeia e a tradiciona l separação entre os países eu-
ropeus, os vários centr os de desenvolvimento do ASG localizados em diferentes
países da Europa operavan1 bastante independentemente, com pouca influência
centra lizada. O resultado final foi n1u itas opiniões sobre como integrar os siste-
n1as de gestão de projetos, com alguns princípios comuns e valores amplan1ente
distintos.
Foco no produto Além das diferenças listadas acima, a aquisição da Prince e da Becker
pretendia levar a JCI a uma posição de sistemas automotivos de interior total
com as e1npresas de veículos. Isso significava que não somente as diferenças em
cultu ra, organização e sistemas tinha1n de ser superadas, mas ta 1nbém diferenças
em produtos, equipamentos e processos de manufatura centrais. O ASG precisava
encont rar uma maneira de torná-los comuns. Além diso, o ASG tinha de posicio-
nar os novos sistemas de 1nodo a perm itir o desenvolviinento e lançamento de
interiores totais de veículos, u1n escopo fundamenta lmente diferente para todas as
três empresas envolvidas. A recém desenvolvida cadeia integrada de valor agrega-
do da gestão de projetos seria uma abordage1n completamente nova para todas as
três empresas.
A integração Foi criada uma e1npresa para integrar os vários sistemas, a organização
e os va lores das três empresas. Foram nomeados gerentes de projetos de todas
as t rês empresas, incluindo a América do Norte e a Europa. Além disso, foram
selecionados representantes de todos os departa1nentos funcionais. Representan-
tes dos departa1nentos de Qualidade, Engenharia, Ma nufatura e Finanças faziam,
todos, pa rte da equipe e eram capazes de influenciar sua direção.
A equipe foi desafiada a criar uma metodologia de gestão de projetos (e uma
cadeia de valor agregado da gestão de projetos multinacional) que alcançasse as
seguintes metas:
• Co1nbinar as melhores práticas de todas as metodologias de gestão de projetos e
cadeias de va lor agregado de gestão de projetos existentes
• Criar uma metodologia que englobasse toda a cadeia de valor agregado de ges-
tão de projetos dos fornecedores aos clientes
• Cumprir os padrões da indústria estabelecidos pelo Automotive Industry Action
G roup (AIAG), pelo Instituto de Gestão de Projetos (PMI) e pela Organização
Internacional para a Padronização (ISO)
• Compartilhar as melhores práticas entre todos os estabelecin1entos globais do ASG
• Alcançar as metas corporativas de prazos, custo, qualidade e eficiência
• Acomodar todos os produtos do ASG
• Otimizar proced imentos, deliverables, papéis e responsabi lidades
• Fornecer uma documentação clara e útil
Capítulo 17 Efeito das fusões e aquisições na gestão de projetos 741
jetos adotou uma a bo rdagem 1ninimal ista ao PLUS, removeu algu ns conteúdos
desnecessários, focalizou nos deliverables essenciais e o tomou muito mais simples
e fáci l de usar. O siste1na revisado, lançado em outubro de 2001, focalizava-se nos
deliverables essenciais e em um princípio de um deliverable-um encarregado . Os
resultados foram bem-acei tos na Europa e na América do Norte.
O sistema é revisado d uas vezes por ano a intervalos de seis n1eses. O foco
continua sendo torná-lo int uitivo e flexível, orientado por deliverables essen-
ciais e responsabilidades cla ras. Un1a integração apropriada de metodologias,
aliada possivelmente a toda a cadeia de valo r agregado da gestão de projetos,
pode for necer excelentes benefícios. N a J CI, os segu intes benefícios fo ran1 en-
contrados:
• Tenninologia comum em toda a organização
• Unificação de todas as empresas
• Formulários e relatórios comuns
• Diretrizes par a gerentes de pro jetos e membros de equipes menos experientes
• Definição mais cla ra de papéis e responsabil idades
• Red ução no nú mero de prcedimentos e formulários
• Nenhuma duplicação nos relatórios
• Red ução no nú mero de itens na linha do tempo de 184 para 11O
Alto
Potencial de "Dilema·
crescimento (Problem chí/d)
Baixo
Alto + - - - - - - - - - - - Baixo
Valor percebido para a empresa
Vantagem competitiva
Custo Singularidade
Altorisco = Soluções
Metodologias
de gestão de
projetos complexas
Novos produtos
Produtos aprimorados
Metodologias de
gestão de projetos
Baixo risco = Produtos similares
não complexas
Altorisco =
<::a Desenvolvimento avançado
em 1nanter u1na participação de mercado e se tomar u1na seguidora, e não uma líder
de mercado.
Resultados no Resultados de
curto prazo longo prazo
Propriedade
Alternativas intelectual perdida
Downsizing
De líder a
seguidora
Diminuição
do esco o
Propriedade
intelectual erdida
Clientes
selecionados
Maiores riscos
• Conhecimentos especia lizados e1n uma parte da cadeia de valor agregado da ges-
tão de projetos poderiam ser diretamente aplicáveis a atividades que se encontra1n
a montante e a jusante na cadeia.
• Um proprietário co1n uma forte metodologia em parte de sua cadeia de valor
agregado poderia eficientemente forçar uma mudança a um inquilino com uma
metodologia mais fraca.
• A sinergia de operações combinadas podem ser alcançadas da noite para o dia.
• A integração pós-aquisição é uma garantia de que a tecnologia e a propriedade
intelectual serão transferidas.
• A integração pós-aqu isição é uma garantia de que todos os gerentes de projetos
terão uma situaçao de igualdade em termos de autoridade e tomada de decisão.
Fusões e aquisições continuarão a ocorrer independentemente de a economia estar
fraca ou forte. A esperança é a de que as empresas agora prestem mais atenção à inte-
gração pós-aquisição e reconheçam os possíveis benefícios.
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,
lndice
AAr (After Action review), 58- AggPro, 276-277 análise de portfólio, 592-596
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ABB, veja Ase.a, Brown e Boveri Projetos), 275-279 earned-value aualysis ), 33 '1-332
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abordagem analítica, 304 561 análises de c usto-benefício, 589-
abordagem de Gerenciamento reconhecimento de valo r de 590, 596-597
Avançado de Entregas, 207-208 um PMP" na, 432-434 Anbari, Frank T., sobre gestão de
Abordagem de Gestão de treinamento na, 432-434 projetos arriscados, 306
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Academia de Gestão de Projetos 560 treinamento), 404
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de metodologias, 202-203 alinhamento, governança e, 382- ANOVA (Análise de Variância),
de riscos, 13-14 383 3 'I 1
por toda a corporação, 231- Allen-Bradley, 263-264 "apagar incêndios", maturidade
232 Alstom, metodologia do Ciclo V e, 327
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aconselhamento, na IBM, 629- alunos, treinamento/seleção de, na Churchill Downs, 51 4-519
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acreditação (no processo de ambientes de pequenas empresas, na Deloitte, 673-678
qualificação), 617 gestão de projetos em, 61 na Naviair, 166-168
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projetos, 558-559 benefícios da gestão de participantes de tre inamentos,
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method), 233-235 Telegraph, veja AT&T 50
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750 Índice
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Boccardo, Jose Manuel, 255- buy-iu, 106-1 07 554
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c ultura corporative da, 337- Technologies S0l11t io11 D elivery Process
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45 ·1 aquis ições so bre Reconhecimento
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gestão informal de projetos na, caixas delimitadoras, 725-727 Recognition lliformation
450-451 Campbell, Henry, 284-291 Ce11tre), 621
Ptvló da, 487-489 canais de entrega, 361-362 Centro Registrado de
processo de gerenciame nto cancelamento (projetos), 73 -75, Treinamento (REP, Registered
integrado da, 327-328 397-398 Ed11ca tio11 Provider), 4 38, 526-
Boeing 777, 337-339 capacidade: 527, 689-690
Bolzman, Doug: definição, 633-634 ce rtificação:
sobre a abordagem do PMO para fusões e aquisições, 736 da Comunidade de Usuários,
na HP, 545-547 CapCom Credit Union, 353, 434
sobre a cultura da Hewlett- 356-357 dupla, 407
Packard, 365-366 Capellanus, Andreas, sobre a na [BM, 626-627
sobre a excelência, 153-159, avareza, 89-90 no processo de qualificação, 618
189-1 91 capital humano, na AVIVA PMI~ 620, 621
sobre a relação do Seis Sigma Canada, 500-503 PMP , 341-342, 404, 432-434,
com a gestão de pro jetos, CAPtvl (Certified A ssociate i11 4 38, 689-690
563 Project Ma11agement), 4 38 prog rama interno de
sobre as bases para uma Caputo, Michele A., 527-528 ce rtificação em gestão de
metodologia, 281-284 CAQ (Certificates of A dded projetos PM3, 525-527
sobre as melhores práticas, 53 - Q 11a lif icat io11), 438 tre inamentos espec ializados
54u.54 Cassidian: para, em ins tituições
sobre o pape] dos executivos, c ro nogramas multinível educacionais, 4 10-411
154 integrados na, 208-21 ·1 ce rtificação de profissionais
sobre o patrocínio, 378-379 metodologias da, 208-211, de gestão de projetos (PtvlP'"),
sobre o sucesso de um projeto, 294-297 34 '1-342, 404, 432-434, 438,
28-29 regras áureas para a gestão de 689-690
sobre os fatores críticos de projetos da, 294-297 certificação dupla, 407
sucesso, 28-29 c ategorização , proje tos, 240 - Certificados de Qualificação
sobre os indicado res-chave de 241 Adicional (Certificates of Added
desempenho, 29-30 Categorização de Complexidade Q ualificatio u, CAQ ), 438
bônus, 85-86, 90-92 de Projetos ( PCC, Project Charvat, Jason, sobre
Booz, Allen e Hamilton, 586-589 Complexity Categorizatio11), metodologias, 197-199
Bo utros, Sameh, sobre gestão de 523-524 choque cultural, 70
projetos global, 544-547 Cavanaugh, Kathleen: Ch.rysle r M oto rs, 313
Boyd, Keri, 354, 360-361 sobre engajamento das partes Chubb, PMO da, 540-544
Braaflat, Kerry, sobre PMO da interessadas e patrocinadores, " Chunking", 564-565
Boeing, 487-489 379-381 Churchill, Winston, sobre a
Brandman, Jerry, 349, 353-354 sobre pro cesso s integrados, luxúria, 92-93
Branson, Richard, sobre o 306-308 Churchill Downs, lnc. (CDI):
suporte adm inis trativo, 1 71 CDI, veja Churchill Downs, lnc. gerenciamento de portfólio na,
Bre re ton, Kerdell, 31911. 7 celebrações do"Knowvember" 583-583
Broker-011-A-Page, ferrame nta, (novembro do conhecime nto), gerenciando mudanças no
511-513 698 escopo da, 514-519
Índice 753
melhores práticas da, 20-21, gestão de riscos na, 684-689 governança da, 640-643
42,43 lições aprendidas, 690-691 iniciação de projetos na, 634 -
metodologia da, 226-229 Pirâmide do Paradigma, 684- 639
PMO da, 21, 513-519 689 melhoria contínua na, 643-
sucesso de projetos na, 26-27 PMO na, 679-684 646
ciclo de vida de desenvolvimento processo de gestão de projetos métodos de melhoria de
de sistemas (CVDS), 225-228 global da, 683-689 processos da, 645-646
ciclo do produto, 292-294 Comissão de Certificação em o fertas de soluções
ciclo do projeto, 291,292 Cestão de Projetos (IBM), 618 padronizadas da, 635-637
Ciclo PDCA, "Plan-Do-Check- comitê de controle de organização de Entrega Global
Act", 308 configurações, 328 da, 642-643
Ciclo V de produto, 293-294 Comitê de D ireção Curricular revisão das melho res práticas
Ciclo V de tecnologia, 293-294 (CSC, Curriculum Steering na, 4 7
CIP (contract implementatiou Committee) (IBM), 619 revisão/validação de soluções
proc:ess), 558-560 comitês de govemança, 78-82, 145 na, 637-638
da reza, como aç.ã o de ma rca da Como alcançar a maturidade Computer Sciences Corporation
DFCU, 352-353 em gestão de projetos, (Dave (CSC):
CLAUS (Cooper Launch Kandt), 308-309 auditoria de projetos na, 54 8-
Standard), 160-'162 compartilhamento do 551
cliente(s): conhecimento, 4 7, 628, 699-702 melhores práticas da, 528-532
atende r às neces.sidades do, competência, 360-362 P1'10 da, 528-534
274-276 centra], gestão de projetos comunicação:
como referê ncias, 29 como, 607 como competência centra],
conhecimento do, 186-187, organizacional, 607-612 421-422
391 competências interpessoais, 41 0- das melhores práticas, 48-51
divulgar as melho res práticas 411 descendente (top-doum), 526-
para os, 47 competição por financiamento de 528
expectativas dos, 106-107 projetos, 78-80 e a gestão de projetos políticos,
exte rnos/internos, 249-250, competitividade, 9, 10, 106-107, 80-82
567-568 335-336 em projetos globais, 444
foco no, 303 componente de negócios na face a face, 44 3
gerenciamento dos, 328-330 definição de s ucesso de um metodologias UPt\>tMT>• para
metodo]ogias aceitas pe los, projeto, 25 a,200
202-203 comportamento humano, 298- na Fluor Corporation, 696-
necessidades dos, durante o 299, 458 698, 701
fechamento, 253-255 compreensão por parte dos na gestão de riscos proativa,
sucesso definido pelo, 25 executivos, 9 317
clientecentrismo, 511-5 12 compromisso, 455-456 na gestão informal de projetos,
CMMI (Modelo de t\>laturidade compromisso, partes interessadas, 443-445
em Capacitação - Integração), 345-346 na IBM, 628-630
669-670 computadores, cronogramas na Naviair, 172-173
cobiça, 89-90-91-92 gerados por, 234-237 na Norte! Networks, 48-50
Coffin, H arold, sobre a inveja, Computer Associares nas regras áureas para a gestão
84-85 Technologies (CA), 632-636 de projetos, 297
colaboração, 455 abordagem da, 632-634 organizacional, 96-97, 698
Coleman, Randy, 452-453 cartilha de implementaç.ã o da, para a recuperação da gestão
coletivismo, 4 60 639-643 de projetos, 299
Collins, Kizzmett, 331-332 catálogos de ofertas de serviços Comunidade de Excelência, 487-
Collins, Mike, 631 da, 636-638 489
Colton, Charles Caleb, sobre a execução de projetos na, 63 8- Comunidade de Excelência
avareza, 89-90 643 em gestão de projetos
COMAU, 71, 678-69·1 fechamento de projetos na, (PjMCoE, Project Management
Ac.ademia de Cestão de 642-644 Comm11nity of &cellence),
Projetos da, 679-681, 689-690 ferramentas para o fe rtas 487-489
certificação PMP• na, 689-690 padronizadas da, 636-638 Comunidade de Prática (CoP,
ferramenta de registro de foco no cic1o de vendas na, Comm1111ity of Practice), 48-49,
riscos da, 684-687 637-639 487-488, 494
gerenciamento de contratos na, gestão de projetos vista po r um Comunidade de Usuários,
687-690 executivo da, 15 certificação da, 435
754 Índice
governanç.a deTl pe los, 382- fase de geração de relatórios na declaração da missão, 133,
389 (Ró f), 484 134
implementação por, 154 fase de identificação, 284 na Hewlett-Packard, 28-29
planejamento estratégico feito fase de implementação (PLM fato res determ inantes de
pelos, 377-378 VDM), 709 negócios, 723-724
recompensas para os, 85-86 Fase de incubação do projeto/fase Federal Express, 735
treinamento para, 407 de viabilidade, 226-228 Federal Reserve Bank of
visão dos, sobre a gestão de fase de iniciação, 226-228 Cleveland, 452-453
projetos, 13-17, 1·10 na DTE Energy, 284,286,287 FEED, veja engenharia de pré-
executivos convictos, 231-2 32, na Rockwell Automation, 264- detalhamento (FEED, Front-End
394. Veja também defensores 266 Engineering Design)
exigências dos clientes: na Sherwin-Williams, 269-270 Feigenbaum, Norman, 309
mudanças nas, 70-71 fase de liberação na Rockwell feminilidade, 460
nas regras áureas para a gestão Automation, 266-267 fenômeno do acúmulo, 98-99, 103
de projetos, 295-297 fase de maturidade, ·11, 12 ferramenta de Registro de Riscos
expectativas, 97-98, 139, 594- fase de planejamento (PLM (CólVIAU), 684 -688
597, 694-695 VD/\1), 709 fe rramenta enterProj, 177-179
expectativas de fraucJ,ise da fase de pré-alinhamento (Pl l\1 ferramentas, processo,
comunidade, 694-695 VD/\1), 707 metodologia (pirâmide de
experiência do cliente, 490-491, fase de pré-estudo, 251-252, excelência), 494
495, 496 587-590 ferramentas:
experiência técnica, na e expectativas, 594-597 para avaliações de Seis Sigma,
recuperação de projetos, 299- na Rockwell Automation, 264- 4, 573-574
300 266 para suporte à meto do logia da
propósito da, 251-252 gestão de projetos, 2 33-242,
facilitação, 455-457 fase de seleção, 284 627, 670-671
falácias que atrasam a fase de teste (PLIVI VDM), 709 ferramentas estatísticas para o
maturidade da gestão de fase de visualização (metodologia Seis Sigma, 570-571
projetos, 145-147 Gil"'), 255-256 FFE (fuzzy front e11d), 395-396
falta de honestidade nos fase dedicada à análise (Rói), Field, Owen, sobre a exce lência,
mercados emergentes, 370 480-484 179
falta de pessoal, 73 fase dedicada à coleta de dados finalização, 463
fase de aceitação pe]a gerência (Ró i), 477-480 financiamento, 72
executiva, 11, 12 fase embrionária, 9-11 financiamento, concorrência por,
fase de alinhamento (PLM fases do ciclo de vida, 8-13, 202- 78-80
VDM), 707, 709 204 financiamento de projetos, 72
fase de conceirualização do modelo Ró f, 475-484 Flemming, Quentin W., 331-332
(metodologia GfP•), 256-257 e CVDS, 225-228 flexibilidade, 202-203, 262, 263,
fase de conclusão, 251-252, 274- e metodologia, 202-204, 225- 299
275 228 Fluor Corporation, 690-704
fase de consideração, 264-265 e PlVIOs, 73-74 alternativas de design na, 695-
fase de construção (Pl lVI VDM), expandindo as, 226-228 697
709 na análise de portfólio, 592- compartilhamento de
fase de crescimento, 11, 12 596 conhecimento na, 699-700
fase de definição (metodologia na AVTVA Canada, 506-511 comunicações na, 696-698,
CIP"), 256-257 na Indra, 252-255 701
fase de encerramento (PLM para ava1iações de Seis Sigma, comunidades de conhecimento
VDM), 709 573 da, 691-696
fase de execução: superposição de, 203-204 direções futuras na, 702-704
metodologia CIPº , 256-257 fato res c ríticos de suces.so (CFSs, especialistas na, 695-696
na Computer Associares criticai success factors): exec ução de projetos na, 692-
Technologies, 638-64 3 definindo o sucesso em termos 696
na Fluor Corporation, 692-696 de, 28-29, 34-35 gerenciamento de
na Rockwell Automation, 266- e o impacto sobre os negócios, conhecimento na, 690-704
269 479 Knowledge Online" 1, 691-
na Sherwin-Williams, 270-271 e os benefícios de longo prazo, 692
propósito da, 251-252 201-202 liderança na, 696-697, 701-
fase de exec ução/co ntrole, 2 87, identificando as melho res 702
289, 290 práticas a partir dos, 2 4 pioneiros do GC da, 698-699
760 Índice
e o PMO da COMAU, 679-680 melhores práticas da, 28-29 IBM Academy, 611
grupos de processos de gestão 1\>létodo Global da, 152 IBM Solutions lnstitute, 611
de projetos no, 330-331 processos e metodologias, 152 ILL (lnternational lnstitute for
limitações do, 222-223 hierarquia organizacional em Learning), 404-408, 41 '1-412
sobre o envolvimento das mercados emergentes, 367-368 ILLUMINAT (Trinidad &
partes interessadas, 43 Hirshfield, Marc: Tobago) Ltd.:
Guia Profissional da Gestão de sobre a cultura da maxlT-VCS, cultura corporativa na, 361-
Projetos (IBM), 626 343-346 364
Guida, Roberto, 678-67911. 7 sobre melhores práticas, excelência na, 178-181
gula, no ambiente de projetos, 2111.16 gerenciamento de processos
93-95 sobre PNIO da maxlT-VCS, integrados da, 319-320
49611.14 gestão de r iscos na, 319-320
habilidades e competências sobre suporte dos gerentes, impacto, mensuração de, 599-602
(pirâmide de excelência), 492- 392-393 impacto dos programas de
493 Hitachi Ltd.: treinamento sobre os negócios,
habilidades processuais F.strutura Analítica do Projeto 479-480
(competência central), 416-417, Denryoku da, 124, 123 implementação, 195-196
421-423 excelência na, 116-129 como meta, 145-146
Halicki, Dan, sobre metodologias gerenciamento de passagens de custos versus benefícios da, 13
da Medical !Vlutual, 272-276 fases na, ·119, 120 de melhores práticas, 50-52
Halifax Community Health iniciativas de fortalecer a de metodologias, 230-234
Systems, 20 capacidade de gestão de de planos estratégicos, 116-118
Handley, Kristin L., 159n.11 projetos na, 116-123 e cultura, 187-188
Hansler, Jim, sobre gestão de Holcim Group, metodologia da, em mercados emergentes, 370-
projetos na HP, 150-151 275-279 371
Harris Corporation, 427-432 Horner, Brad, 528-529 erros na, 232-233
Health Care Associares (nome Hornwall,Jan, sobre gestão de liderança na, 145
fictício), 391-392 projetos global, 70411.9 metodologia ASAP para, 205-
Herbert, George, sobre a gula, HP, veja Hewlett-Packard 209
93-94 HP Services, veja na Hitachi Ltd., 119
Hershock, Robert: Hewlett-Packard Services (HP) na Roadway Express, 184
sobre a liderança, 373-374, Hubbard, D. W., sobre papel dos executivos na, 154
453-454 mensuração e KPls, 40 pequenos versus grandes
sobre membros da equipe, Hultman, K., 716-717 projetos para, 147
458-459 Huxley, Elizabeth, sobre superando barreiras à, 232-234
sobre o fracasso, 388-389 preguiça, 91-92 lnaba, Yuichi "Rich", 382-389
Hester, Jeff, 690-69111.8 Hynes, Martin D., 416-417 incentivos. Veja também
Hewlert-Packard (HP): recompensas
cultura da, 365-366 1BC, para treinamento, 481 para as melhores práticas, 22
excelência na, 150-·159 IBM, 606-633 para equipes de projetos, 461-
gerenciamento de processos competência organizacional 463
integrados na, 329-331 em habilidades de gestão de incertezas, 256-257, 316-318,
indicadores-chave de projetos na, 607-612 460
desempenho na, 29 cultura da, 606-607, 609-612, incógnitas, verdadeiras, 79-80
melhores práticas da, 49-50, 629 incorporação, 502-503
53-57 currículo de GP na, 619-622 indicadores de aceitaç.ã o pós-
metodologia da, 281-284 desenvolvimento profissional entrega, 31-32
patrocínio na, 378-379 na, 616-619 indicadores de desempenho (Pls,
PtVIOs da, 71, 544-547 gestão de projetos, programa e performance indicators), 40
sucesso de projetos na, 28-29 portfólio na, 613-614 indicadores durante o processo,
suporte dos gerentes na, 3 78- gestão de projetos como 32
379 competência central na, 607 indicadores orientadores, versus
treinamentos na, 437-438 gestão de projetos vista por um KPls, 36
Hewlett-Packard Services (HP), executivo da, 14-15 indicadores-chave de desempenho
152 melhores práticas da, 625-631 (KPls), 36, 38-41
compromisso com a gestão de metodologias da, 622-625 definição, 723
projetos, 152 PMOs na, 614-615 e os fatores determinantes de
gestão de projetos vista por um prêmios da, 630 negócios, 723-724
executivo da, 16 suporte da gerência na, 612-613 e treinamento, 4 79
Índice 765
modelos. Veja t.m nbém estruturas melhores práticas, teoria da, 33 nível 3 planejamento (cro nograma
competência central, 416-428 sistemas de mensuração de detalhado), 208-211
conceituais, 140-142 valor agregado na, 331-332 Nores, Roberto, 275-276n.21
controle de, 4 tv!SF, veja Microsoft Solutions Norte! Networks:
de competência, 416-428, 558- Framework comunicações na, 4 8-50
559, 576-577 tv!udança(s): gestão fonnal de projetos na,
de gestão de pro jetos co m e co nflitos, 4 55 441-442
quatro pontos de decisão e exigências para, veja exigências gestão de projetos vista por um
nove passos, 192-193, 564 para mudança executivo da, 16
de planejamento agregado, na cultura corporativa, 202- projetos integrados na, 305-306
592-593 203, 333 sucesso de projetos na, 30
de planejamento e controle de nas exigências dos clientes, 70- no tícias ruins, 7 5
ciclo de vida, 4 71 Novo Modelo de Negócios, 741
DMAIC,310-311 no gerenciamento de NPD, ver desenvolvimento de
do Boston Consulting Group, benefícios, 3 novos produtos (NPD, New
742-744 mudanças no escopo: Product Developme11t)
equipe, 649-651 gerenciando, 328-330 NXP Semiconductor:
híbrido-federado, 502-503 na Churchill Downs lnc., 5 ·14. melhores práticas da, 4 8-49
para funções de gestão de 519 verificações da "saúde" do
projetos, 222-224 no gerenciamento de portfólio, projeto na, 552-553
probabilísticos, 312-313 596-597 Nyberg, Benny, sobre habilidades
PRO PS, 250-253, 301-302 problemas com, 72-73 de negócios, 400-402
reto mo sobre investimento mu1tigerenciar os projetos, na
(Ró i), 475-484 Holcim, 277-278 O'Sul1ivan, Martin, sobre gestão
modelos conceituais, 140-142 múltiplos Ptv!Os, 71 de projetos, 16-17
modelos de competências, 4 16-428 tv!urthy, A. S., sobre a gestão de OBE (Open Book Estimate),
da Alcatel-Lucenr, 558-559 projetos, 15-'16 2 ·11-218
da Eli Li lly, 41 6-428 tv!usil, Jan, 204-20511.9, 402n.1 o bjetivos:
para Seis Sigma, 576-577 tvlutchler, Michael, sobre as de programas de treinamento,
versus descrição de cargos, empresas co m fo co no produto, 476, 477
41 6-417 249-250 dos PMOs, 517-518
modelos de compe tências e declarações de missão, 133,
centrais, 41 6-428. Veja também não gerentes de projetos, 134
modelos de competências fo rmaç.ã o em gestão de pro jetos no planejamento estratégico, 'l 'l O
modelos de planejamento para, 407 para fusões e aquisições, 732
agregado, 592-593 Napoleão Bonaparte, sobre a obrigações sociais, em mercados
modelos probabilísticos, 312-313 pressa, 256-257 emergentes, 369
monitoramento de desempenho, National City Corporation, 735 OCtv! (Orga11izational Change
na Holcim, 277-278 Naviai r,excelência na, 165-174 Ma,uigement), 526-527
monitoramento dos cronogramas Neal & tvlassy Holdings, Ltd., o ferta de ferramentas
multinível integrados, 209-211 17, 361-362 padronizadas (Computer
monitoramento dos processos de Neal, Jeffrey Alan: Associares Services), 636-638
projetos (PPtvl, project process sobre a c ultura, 337-338 Ohio Bell, 452-454
monitoring), 241 -245 sobre Seis Sigma com TQM, Oosterveer, Peter, sobre
monitorar os benefícios, 3 310-312 o comparriJhamento de
motivação, em mercados necessidades do cliente, atender conhecimento, 699
emergentes, 370 às, 274 -275 operações (pirâmide de
1\>!otorola: Neubert, Sherry: excelência), 494
apo io da gerência de área na, sobre a Conferência Global de Orange Switzerland, melhores
394 Gestão de Projetos, 134-135 práticas da, 20
descoberta das melhores sobre a orientação de gerente organização, projetos, 195-196
práticas na, 33 de projetos, 138 o rganizações do ramo da saúde,
excelência na, 147-148, 189- New York University School of 306
190 Continuing and Professional organizações híbridas, 10
fato res críticos para o sucesso Studies (N YU-SCPS), 406 o rganizações orientadas a
na,32 níve11 planejamento projetos,29, 4 14
fracasso devido a uma crença (cronograma mestre), 208-21 1 o rgulho, no ambiente de pro je tos,
coletiva na, 8 8-89 nível 2 planejamento 88-90
gestão de projetos vista por um (cronograma do resumo do o rientação, na F1uo r
executivo da, 16-17 projeto), 208-21 1 Corporation, 696-698
no Índice
Philips Healthcare Software plano de carre ira de gestão de e Seis Sigma, 564-565, 575-577
Customer Services: projetos, 402-404, 501 e treinamento, 4 74-475
Comunidade de Prática, 494 Plano de Gestão de Projeto, PGP gerenciamento das melhores
PMO da, 488-496 (Project ,Vfanagement Plan, práticas pelo, 46
processos da, 495-496 PNlP), 256-257 gerenciamento de portfólio
serviços oferecidos pela, 492- plano de projeto integrado, 295- com, 583-583
494 296 global, 488-496, 544-547
Phillips, J. J., 47411.6 plano de qualidade do projeto, métricas para, 487
pioneiros do GC, 698-699 257-260, 263 múltiplo, 7'1
pirâmide de excelência, 492-494 plano de recompensas ao papel do, 407
Pirâmide do Paradigma funcionário (PRF), 332 prêmio Pi\>10 do Ano, 553-561
(COMAU), 684-689 planos de projetos, 267-269 problemas com, 71
Pirâmide do Sucesso, 149-150 na Medical Nlurual, 273-274 projetos á picos do, 575-577
Pls (performance indicators), 40 nas regras áureas para a gestão tipos de, 518-520
"Pista de corrida" do projeto, de projetos , 295-296 validação das melhores
229 template para, 287-289 práticas pelo, 42-43
Piniglio, Vince, 348,349, 351-352 planos estratégicos, 109-·11 O, verificaç.ã o de saúde do projeto
planejamento, '195-196 116-'118 com, 551-553
cronograma versus, 234-235 Plataforma Comum de T I da Star PMO em presarial (EP!'.10), 504,
em mercados emergentes, 371 Alliance, 548 540-544
entendendo premissas no, 139 plataforma Knowledge PMOs globais:
fluxo de trabalho iterativo, 509 O nline" ', 691-692 de atendimento ao cliente
metas durante o, 252-253 plataforma Sharing Knowledge, (customer services), 488-496
na Deloine, 671-672 342-344 na Hewlett-Packard, 544-547
na DTE energy, 287,288 Plínio, o Velho, sobre a luxúria, na Philips Healthcare Software
na ~1.icrosoft Solutions 92-93 PMP (Project Ma11ageme11t Plan),
Framework, 657-658 PLM ( Product Lifecycle 256-257
na Sherwin-Williams, 269-271 Ma11agement), 15, 705-7'12 PMPMG (Project 1\'1a11agement
para Seis Sigma, 566-567 PLM VDNI (product lifecycle Progress Maturity Cuide), 627-
planejamento de cursos de management value delivery 628
treinamento, 4'11-414 methodology), 707-712 P!'.1Pnet, 342-344
planejamento de capacidade, 73 PLUS, Sistema de Lançamento PMS (Project Ma11agement
planejamento de contingências na de Produtos (Product Launch Standards), 443
Zurich America, 306-308 System), 740-742 PMU (Project Ma11ageme11t
planejamento do fluxo de PM Newsflash, 48-49 University), 4 3 8, 622
trabalho iterativo, 509 PMCP, veja propensão à PO, veja PMO
planejamento estratégico, 108- capacidade de gerenciamento poder, 81-83, 90-94
118, 377-378, 592-593 proativo (Proactive Management polinização cruzada, 502-503
benefícios da gestão de Capacity Prope11sity) política de delegação de
projetos para o, ·111-112, PMI" , veja Instituto de Gestão de autoridade, 322
114-1 15 Projetos (PMI") política de potras abertas, 373-
e a gestão de projetos vista por PMLS (Project Ma11agement 374
um executivo, ·11 O Leaming System), 525-527 política negativa, 77-78
e a implementação pelo gerente PMO (escritório de projetos, polítkas em mercados
de projetos, 116-118 escritório de gestão de projetos, emergentes, 368-370
e a liderança estratégica da PO), 485-561 políticas versus listas de
gestão de projetos, 115-1 17 atividades do, 485 -486 verificação, 4 39-440
e as tendências de treinamento, benefícios do, 485-487 Polk Lighting (nome fictício), 450
407 compreendendo a natureza de pontos de controle, 250-252
e o fracasso nos planos um, 534-541 pontos de decisão de qualidade
estratégicos, 109-110 criação do, 7'1, 513-515 (P-Q), 204-206
mitos sobre o, 112-1 '14 e a garantia de uso das pontuação AQA (Avaliação de
na fLLUtvUNAT, 178-'181 melhores práticas, 50-51 Qualidade de Tarefas), 31
perspectiva da gestão de e a satisfação do consumidor, pontuação na Avaliação
projetos o, ·u 0-1 11 239-241 de Q ualidade de Tarefas
planejamento estratégico de e as fases do ciclo de vida, 73- (AQA, Assignment Quality
recursos no gerenciamento de 74 Assess:m ent), 31
portfólio, 592-593 e auditorias de projetos, 54 8- portais de colaboração de
plano comunitário, 100-101, 103 551 projeto, 29
n2 Índice
Programa de Desenvolvimento projetos c ruciais, sinais vitais de, QMG (Quality Ma11agement
de Gestão de Projetos (PMDP), 581 Group), 61
545-546 projetos de aprendizagem de quadrante do dilema na cadeia de
Programa de Padronização ação, 435 valor, 743
Gestão de Projetos e m toda a projetos de capital, 106 quadro de desempenho do
Empresa (EPl\1S, E11terprise projetos defensivos, 584-585 projeto, 2 87, 290
Project Management projetos em vias de fracassar, Qualidade, 309
Sta11dardizatio11), 520-52 1, 526- metodologias para, 297-300 como ação de marca da DFCU,
527 projetos financeiros, 7'19-720 350-352, 357-360
programa interno de certificação projetos globais, 149-150, 444 definição, 25
em gestão de projetos PM3, projetos inovadores, 586-589 na fon te, 99-100, 103
525-527 projetos inte rnos ou de pontos de decisão de co ntrole
Programa SME Protégé (Fluor melhorias, 719 de qualidade do projeto, 204-
Corporation), 696-697 projetos multinacionais: 206
programas de qualidade, Seis com fusões e aquisições, 7 34 questões inacabadas, 573-574
Sigma e, 570-571 excelência em, veja excelência questões políticas da gestão de
programas de treiname nto em gestão de projetos global projetos, 76-83
oferecidos pelo governo, 4 11- projetos ofensivos, 584-585 atacar versus recuar
41 2 projetos ope racionais, 2-3, 719 (estratégia), 79-81
Project and People Management projetos relacionados ao futuro, classificando amigos e
(COMAU), 684-687 719-720 inimigos, 79-80
Project Ma11agement Body o( projetos relacionados aos e co mitês de governança, 78-
K11owledge, veja Guia PMBOK"' clientes, 719-720 80
(Project 1\Aa11ageme11t Body o( projetos virtuais, 29 e c omunicações efetivas, 80-
K11owledge) Prol\>lap, 2 76-277 82
Project Management promessa, co mo ação de marca e poder/influência, 81-83
Certification Program (Pl\1CP), da DFCU, 360-361 gestão de projetos po líticos,
476 promoções, 86-87, 442 82-83
Project 011tli11e, 322 propaganda, gestão de projetos razões para se envolver em
Project Path, 540-544 de, 62-63 jogos políticos, 77-78
Projeto lridium, 88-89 propensão à capacidade de r iscos políticos, 76-78
Projeto(s): gerenciamento proativo (PN1CP, situações em que haverá
cancelamento de, 73-75 Proactive J\1.auagement Capacity e nvolvimento em jogos
classificação de, 584-589 Propensity), 467-471 políticos, 78-79
compreendendo sucesso para, benefícios da, 469 Quintilian, 1\1-tarcus Fabius, sobre
28-29 crescimento da, 469-4 71 a preguiça, 91-92
definição, 508-511 e a carga de trabalho, 469-
designação de, 501 4 70 R. R. Donnelley & Sons, PMO
e Seis Sigma, 573-577 gerenciamento da, 467-469 da, 535, 537, 538
e nvolvimento das partes proposição de valor, 34 7 Rach1in, Sue, sobre
interessadas no(s), 43 propósito, 195-196, 295-296 gerenciamento de portfólio,
gerenciamento de, direcionado propostas clichês, 392 578-583
a valor, 718-720 Proprietário de Melho r Prática, raiva no ambiente de projetos,
gerenciando negócios como 33 86-89
uma série de, 14 proprietários, 737-738 ratificação, solução, 645-646
global(is), 149-150, 444 proteção, 693-695 reação, de participantes de
manutenção de, 102-102 proteção, como ação de marca da programas de treiname nto, 4 77,
mensuração de, 96-97 DFCU, 359-360 478
me nsuração de sucesso para, provedores de soluções, 70-71 realização de pedidos, 495
25-32 PubliJius Syrus, sobre a avare za, recebimento de pedidos, 495
operacional( is), 719 89-90 recertificação (processo de
pr iorização de 95-96 Pumphrey, Bill: qualificaç.ã o), 618
sinais vitais do(s), 581-582 e as me lho res práticas na recompe nsas:
sucesso de, 25-32 Cooper Standard, 159 à métrica !DC, 332
variação em, 667-669 patrocínio por, 162 a pro jetos, 74, 320-321
projeto whack-a-mole (jogo de sobre a excelência na Cooper fracassos com, 85-86
fliperama), 467-468 Standard, 163-164 na AVfVA Canada, 501
projetos CAPEX, na Holcim, Putiri, Angelo, 678-67911. 7 não mo netárias, 4 63-464
275-278 para equipes, 461-464
n4 índice
Slalom Consulting: SST (equipe de apoio estratégico), Tacitus, Publius Cornelius, sobre
a gestão de projetos na visão 115 inveja, 84-85
de um executivo da, 15 Standards for Cou.servation Tarantini, Riccardo, sobre gestão
gestão de portfolio na, 578-580 Project and Progrmmnc de projetos, 14
metodologia da, 222-225 Manageme11t (WWF Taylo r, Darlene, sobre excelência
modelos alavancados pela, lnternational), 139-140 na Key Plastics, 177
224-225 Sta r Alliance, 7'1, 545-548 TeamPlay (Primavera), 331-332
Ptvló da, 534-54 '1 stah1s em mercados emergentes, Tech Mahindra l td:
uso da mensuração do valor 368-370 gestão de projetos vista por um
agregado na, 237-240 Steinruck, Sandy, 631-633 executivo da, 15-16
SMEs (s11/,ject matter experts), Stibora, 1\>latt, 263-264u.19, 597- índice de satisfação do cliente
695-697 59811. l l da, 244-249
Snyde r, N . Tennant, sobre equipes Stouffer, Debra, sobre metodologia da, 241-249
virtuais, 4 59-460 gerenciamento de portfó1io, monitoramento dos processos
SOAR (so/11tio11 and opportunity 578-583 de projetos na, 24 '1-245
approval aud review), 152 Strategic Plamú11g for Project tre inamentos na, 4 34-438
sobrevivência, 'I O, 185-186 ,Vfanageme11t Using a Project técnica de avaliação e revisão
Sociedade Americana de ,Vfanageme11t Mahtrity J\tfodcl, de programas (PERT, program
Treinamento e Desenvolvimento 2e (Harold Kerzner), 678-679, evaluation a11d review
(ASTD, Americau Society for 690-691 tech11ique), 185, 233-235, 409-
Traiuing and Development), 4 74 subcontratação, 186-187, 439- 41 0
sofisticação, em mercados 440 Tecnicas Reunidas, me todologia
emergentes, 3 71 SUCCESS 2.0, 494, 495 da, 211-218
sofrimento, inílição de, 85-87 s ucesso: tecnologia:
software: comparação entre fracasso e, dando s uporte à cadeia de
e o mau desempenho, 224 25,26 valor agregado, 731
falácias sobre, '1 45, '1 46 componente de valo r de, 713- dando suporte à gestão de
liderança versus uso de, 235- 714 projetos global, 701
237 comportamental, 465-466 fato res c ulturais com a, 460
para computadores pessoais, c ritérios da Microsoft• templates:
235-237 Operations Framework para avaliando a maturidade com,
para cronograma, 233-235 o, 653-658 146
para gestão de projetos para critérios para o, 576-577 na CA Technologies, 640-643
mainframe, 234-236 CSFs e KPls na definição de, na Microsoft Solutions
para metodo logias de suporte, 28-33 Framework, 652-653
233-242 definição, 25-32, 713-714. no Seis Sigma, 576-577
treiname nto em, 234-235 Veja também falácias sobre as para melhores práticas, 4 3, 47,
solicitação de mudança, 287, melhores práticas, 14 7 48
328-330, 5'15-5'1 7 devido à gula por recursos, 93- proposta da iniciativa, 510-
Soluções de Gerenciamento de 94 511
Clientes (Customer Management em empresas não o rientadas a tempo até o reto rno (time-to-
So/11tio11), 548 projetos, 29 va/11e) para o cliente, 634-636
Somermeyer, S., sobre fuzzy front em empresas o rientadas a tendências:
end, 395-396n.8 projetos, 29 aprendizado, 404, 406-408
Sophocles, sobre sucesso, 256- identificando as melho res do mercado, 405-406
257 práticas a partir do, 24 durante os anos de evolução,
SOW, veja especificação do início de projeto para, 634-636 404
trabalho (SOW, statement of mensuração, 27, 134, 532-534 durante os anos de revolução,
work ) mensuração inte rna do, 13 4 405-406
SPl (Sd1ed11/e Performance problema com o, 96-97 e respostas de aprendizagem,
/udex), 237-238n.1 4, 431-432 quarto bases do, 719-721 406-408
Spira, Jim, sobre benefícios da responsabilidade pelo, 95-97 megatendências empresariais,
gestão de projetos, 13 s uporte, veja apoio por parte da 498-499
Spradley, Sue, sobre gestão de gerência Teradyne, metodologia de, 217-
pro jetos, 16 s uporte estratégico (co mpetência 222
sprint, 303 central), 426-428 terceirização, 73, 106-107, 268-
SRAM (short-range attack sustentabilidade de projetos, 408 269
missile), 4 50
Índice 777
termo de abertura de projetos: TPAs (third-party Triompo, J im, sobre PMOs, 487
assinatura das partes administrato-rs), 315 tripla restrição, 24, 719-721
interessadas no , 20 TQNI, veja gestão da qualidade Turner, Mike, sobre a t\i-ticrosoft
como alicerce dos projetos, total (TQM, total quality Solutions Framework, 64 7,
195-196 management) 649-652
daAT&T,335 trabalho em equipe, 303
da Churchill Downs lnc., 51 3- características do, 445-446 UAT (user acceptance testi11g),
514 como ação de marca da D FCU, 243-244
da DTE Energy, 286, 287 349, 352-353 UGS (empresa), 707
da GN! Powertrain, 249-250 na gestão informal de pro jetos, unidades de desenvolvimento
da IBM, 606-607 445-446 profissional (PDUs, professional
da Medical Mutual, 273-274 Pirâmide do Sucesso para, 149- developme11t units), 488-489,
gerenciando premissas no, 150 526-527
139 trade-offs: unidades de negócios estratégicas
nas regras áureas para a gestão em projetos orientados a valo r, (SBUs, strategic busiuess 1.mits),
de projetos, 295-296 726-727 68-69
preparação do, 203-205 em projetos tradicionais versus UPMM"1 ( U11ified Project
teste de cred ibilidade para o não tradicionais, 7'19-722 Ma11agemen t' Methodology),
cliente, 694 -695 transferência de conhecimento, 198-202, 405
testes de aceitação pelo usuário, 44, 48, 53-54 usar recursos internos, ·106-107
TAU ( UAT, user acceptance transparência, 511-512
testi11g), 243-244 treinamento, 399-438. Veja Vaill, Peter B., sobre Seis Sigma,
testes piloto, 573-574 também educação; aprendizado 570-571
Texas lnstruments (TI), benefícios do, 408 vale da morte, 394-396
excelência na, 148-150 com Siemens PLN! VDM, TI O va1idando as melhores práticas,
Thiokol Corporation, 450-451 e a gestão de projetos co mo 4 1-43, 46-47
Thomas, Joseph C., sobre as profissão, 414-4 16 valor agregado:
melhores práticas, 56-5711.43 e a propensão à capacidade de e a DTE Energy, 33 '1-332
Thomas, Keith: gestão de pro jetos, 469-4 70 para o gerenciamento de
e a metodologia de serv iços em empresas de capital aberto, processos integrados, 331-332
profissionais (Profserv), 361- 4 11-412 recompensas po r, 463
362 em empresas orientadas a valor(es):
sobre a gestão de pro je tos, 17 projetos, 414 captar, medir e reportar, 719-
T I (Texas lnstruments), 148-150 em mercados emergentes, 370- 727
T I, governança de, 382-389, 538 371 definição, 713, 722, 728-729
Tokio Ntarine Group, apoio por em Seis Sigma, 570-571 e cultura, 335-336
parte da gerência na, 382 -389 em software, 234 -235 e liderança, 716-71 8
tolerância, 4 52-453 fu ndamentos de, 408-41O em gestão de projetos, 335-
to lerância a riscos, 592-593, habilidades de negócios em, 336. Veja também gestão de
744-746 400-402 projetos o rientada à valo r e
tomada de decisões: identificando a necessidade de, sucesso, 28-29, 713-714
como uma competência 408-409 mensuração, 723-727
central, 426 inte rno, 4 1 1-4 13 na definiç.ã o de projetos de
descentralizada, 389-390 j11st-i11-time, 409-410 sucesso, 25
durante as crises, 449 modelo de competências para, valo res corporativos, 335-336
governanç.a de projetos e a 4 16-428 valo res difíceis, medindo os,
velocidade da, 144 na gestão de pro jetos, 61, 234- 723-725
o apoio do patrocinado r na, 235 valores intangíveis, 723-725
376-378 necessidades para, 14 7 valo res tangíveis, mensurando,
o processo de gerenciamento para a gestão de projetos 723-725
de qualidade do projeto moderna, 399-401 Vannoni, Brian, 453-454
aplicado à, 255-264 planejamento de cursos para, Variação no Término (VNT),
por gerentes de pro jetos, 113 4 11-414 431-432
pré-aquisição, 732-737 quantidade necessária, 41 5 variância, 667-669
sobre as melhores práticas, 55- Ró i do, 4 14, 472-484 Vasciminno, Paolo, 678-67911. 7
57 selecionando alunos para, 408- Vaswani, Suresh, sobre gestão de
tópicos comportamentais, 400- 409 projetos, 14
401, 41 0-41 1 3M, 373-374, 388-389, 453-454, Vázquez Díaz, Alfredo, 252-
tópicos quantitativos, 4 00-40 1 458 25311. 17, 32311.8
na Índice
verificação da saúde de projetos, Welch, Jack, sobre Seis Sigma, sobre indicadores-chave de
551-553 569-570 desempenho, 31
verificação de início de Wenger, E., sobre comunidades sobre o apoio da gerência,
operações, 645-646 de prática, 48-49 393
Viper, carro esporte, 313 Westfield Group, 278-282 sobre PlVIO da maxlT-VCS,
visão da gerência sênior, 132-133 \'(//Jack-a-mole (jogo de 497-498
visão financeira de portfólio, fliperama), 467-468 WWPlVlM ( \Vorldwide Project
511-512 \'(//,o Says Elephants Can't Dance Management Method), 622-625,
visibilidade em toda a empresa, (um Gersmer), 606 627
511-512 Wibelius, Michael, 165n.12
Visteon (empresa), 303 Wickham, Mike, sobre excelência Yusuf, Dave, sobre gestão de
VNT (variação no término), na Roadway, 183-184 projetos, 15
431-432 Williams 1\>lachine Too] Company
Voltaire, sobre orgulho, 88-89 (nome fictício), 187-188 Zale, Suzanne:
voz, como ação de marca da Willis, Kerry R.: sobre as melhores práticas, 49-
DFCU, 351-352, 360-361 sobre gerenciamento proativo, 50
VPF (value performance 467-471 sobre comunicações, 444
framework), 714-717 sobre os dez perigos dos sobre estrutura organizaciona1,
projetos, 97-98n.4 444-445
Wiirtsilii: Withdrawal, 4 5 7 Zava1, Linda, sobre treinamentos
gerenciamento de benefícios Wojala, Karen, 263-264u. 19, doUL, 41 1-412
na, 2-3 597-598u. 11 Zeggoud, lahcen, 29111.22
gestão de riscos na, 316-318 \'(/orld \Tlide Ftmd for Natttre Zielinski, D., sobre recompense a
metodologia da, 239-242 Internatio11al ( WWF): equipes de projetos, 461
processos de gerenciamento excelência no, 139-1 4 3 zona discricionária, 400-401
integrado da, 316-318 gerenciamento de portfólio no, Zurich America lnsurance
WBS, veja estrutura analítica do 599-604 Company:
projeto (WBS, work breakdown Wurtz, Heidi: apoio da gerência na, 379-381
str11c.t11re) sobre a validação de melhores processos integrados da, 306-
Weiss, Jeff, sobre gestão de práticas, 42 308
projetos, 13 sobre as melhores práticas, Zuurdeeg, Robert J., sobre gestão
Weiss, Zev, sobre gestão de 21n.16,42 de projetos global, 632-633n.3
projetos, 12