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Perspetivas clássicas:
1. O observador como juiz de personalidade (Bruner e Tagiuri)
Assume a ideia de que existem melhores e piores juízes da personalidade: identificação de
valores, motivos, preferências e atitudes das outras pessoas com base em informação limitada.
Investigação: comparação entre estimativas dadas às avaliações dos vários
juízes/observadores - variáveis sociodemográficas do observador, do observado, manipulou-se
também os contextos de apresentação do observado, etc. Concluiu-se que não estaria
relacionado com as características do observados, mas com o contexto de avaliação. Há,
portanto, melhores julgadores do que outros.
Condições que favoreciam bons julgamentos:
• Semelhança e relação entre observador e alvo
• Confiança no próprio julgamento
• Ausência de impressão prévia
• Motivação para realizar julgamento global (fonte fraca)
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Investigação: (ex. de erro lógico)
Resultados:
Conclusão: erro lógico – inferência do traço caloroso a partir do generoso, ou do frio a partir
do não generoso. Se um traço pode mudar a imagem unificada, significa que o todo é mais do
que a soma dos elementos/ informação dada.
Traços centrais: maior influência sobre a formação de impressões, em torno do qual se forma
uma imagem unificada – ex. caloroso, frio.
Traços periféricos: pouca influência no processo de formação de impressões - por ex. traço
cuidadoso-descuidado.
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Efeito de primazia: o significado de um traço é influenciado pela imagem organizada pelos
traços até então conhecidos (a ordem pela qual se apresentam os traços influencia a formação
de impressões, sendo que os primeiros traços ficam mais salientes).
Processo bottom-up: o processo de formação de impressões implica um processamento
orientado pelos dados; a partir das características observadas forma-se uma impressão geral -
experiência caloroso/frio. (indutivo)
Processo top-down: o processo de formação de impressões implica um processo guiado
conceptualmente; forma-se uma imagem a partir do primeiro traço - experiência do efeito de
primazia. (dedutivo)
Inferência bidimensional:
• Traços sociais/relacionais – ex. caloroso/frio
• Traços intelectuais – ex. trabalhador/preguiçoso
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Dimensões basilares para a organização das teorias, juntamente com a valência.
Priming:
• Aplicabilidade: semelhança do construto/representação acessível com o alvo de
julgamento.
• Ambiguidade: quanto maior for a ambiguidade da informação sobre o alvo, mais os
primings determinam o processo de formação de impressões
• Intervalo: efeito de priming mais próximo determina mais o processo de formação de
impressões do que mais longe em termos temporais
• Especificidade e transferência de processamento: quanto mais próximo for o priming
do processo implicado na formação de impressões, mais eficaz é
• Cronicidade: quanto mais se utiliza um construto no dia-a-dia mais este construto é
utilizado para a formação de impressões - priming espontâneo
• Contaminação: quando se dão conta da contaminação no julgamento, no sentido de
evitar contaminação (quando se apercebem do priming), ou por serem influenciados
pelo priming
Expectativas: uma forma particular de priming - maior eficácia com informação consistente.
Temos crenças em relação a pessoas, a grupos sociais. As expectativas funcionam como
priming crónico e espontâneo (e.g. estereótipos) eficaz.
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No entanto, efeito de incongruência: se a formação de impressões é gestáltica - informação
incongruente é ameaçadora à Gestalt. Há uma representação cognitiva com elementos não
coerentes. Ex. considerar alguém simpático, mas teve um comportamento antipático.
Quando um indivíduo se depara com uma informação inconsistente com a impressão que já
formou sobre uma pessoa, atribui-lhe causas externas - não altera a formação de impressão
formada.
Atribuição causal
Imagine que chega a uma sala para ter uma aula e depara-se com um indivíduo junto da
secretária do professor. É a primeira vez que o vê. Senta-se numa mesa, assim como os seus
colegas e espera pelo início da aula. O indivíduo começa a mexer no computador e uma
imagem é projetada na parede branca. Ele começa a falar sobre o que está exposto.
Entretanto um colega seu começa a falar alto e a rir-se, aparentemente sozinho. Levanta-se,
tem uma garrafa de cerveja na mão, cambaleia e cai no chão.
• O que pode dizer do indivíduo que mexeu no computador?
• E do indivíduo que se ri alto?
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• Distinção entre causas pessoais (interno) e causas situacionais (externo) para a
perceção social - atribuições disposicionais vs situacionais
• Os processos de atribuição traduzem padrões complexos de interação entre causas
pessoais e causas situacionais.
• Predisposição a fazer atribuições a causas internas/disposicionais (mesmo que
injustamente)
• Inferências disposicionais - julgar no momento, sem contexto, os comportamentos
• Locus de controlo interno e externo
Estímulo distante do indivíduo > alteração da perceção do estímulo pelo indivíduo (ex.
negligenciar ou exaltar certos aspetos devido a especificidades do indivíduo que julga) >
equilíbrio cognitivo da realidade e das crenças > imagem criada > não tem nada a ver com a
realidade
Codificação (de acordo com o meu quadro de referências; equilíbrio entre isso e aquilo que
observamos)
Processos de perceção do mundo social - perceção social menos válida do que a física
Como testamos qual a causa? Através da consistência - várias pessoas e diferentes contextos
1. Pessoais - a mesma causa pessoal leva sempre ao mesmo efeito, ainda que em
circunstâncias diferentes
2. Produção local - a mesma causa situacional pode levar ao mesmo efeito,
independentemente das pessoas envolvidas
Análise por parte dos cientistas ingénuos em relação a uma ação de desempenho:
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Processos relevantes para a atribuição de responsabilidade:
Associação: atribuição de responsabilidade quando se associa comportamento com causa
pessoal
Produção efetiva: o comportamento é realizado pelo ator - agente instrumental
Antecipação das consequências: quando se pensa que o ator poderia ter antecipado as
consequências do comportamento
Intencionalidade: o ator pretendeu realizar o comportamento que teve e para produzir o
efeito que obteve
Justificação: se o contexto pressiona ou não para que o indivíduo realize o comportamento
Atribuição de responsabilidade > Inferência de traços de personalidade
2. Modelo da Covariação
O homem comum vai à procura de invariantes para prever consequências do seu
comportamento e dos outros.
Mas, maior interesse em perceber o locus de causalidade e não da natureza da causalidade.
Princípio da covariação - condição presente quando efeito presente, e condição ausente
quando efeito ausente. Não conseguimos saber a natureza da inferência, apenas podemos
atribuir locus de causalidade interno ou externo.
Consenso sobre pessoas - como as outras pessoas se comportam face ao mesmo estímulo e
perante as mesmas circunstâncias: alto consenso atribui-se a causa ao estímulo (ex.
atratividade de Luísa); baixo consenso atribui-se ao ator a causa (ex. é o João que gosta da
Luísa).
Distintividade do estímulo - observação do comportamento da mesma pessoa nas mesmas
circunstâncias, face a diferentes estímulos: alta distintividade significa que o comportamento é
atribuído ao estímulo; baixa distintividade significa que o comportamento é o mesmo para
vários estímulos (atribuição ao ator).
Consistência - covariação do comportamento em diferentes circunstâncias pela mesma pessoa
e face ao mesmo estímulo. Consistência elevada significa que o ator faz sempre o mesmo
comportamento (atribuição ao ator); baixa consistência - necessidade de relacionar com
distintividade - se houver muita distintividade (atribuições ao estímulo).
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3. Modelo de Weiner
• Atribuição de sucesso e fracasso
Sustentado nas dimensões de Heider, mas aplicadas a realização pessoal, a atribuição de
sucessos e fracassos.
Atribuições internas e externas (Heider) > Locus de controlo
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Como escolher os determinantes para a inferência?
Critérios envolvidos na inferência:
1. Efeitos não-comuns são mais informativos para a inferência
Exemplo dado por Jones e Davis: a escolha de Rosa
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correspondentes é mais eficaz do que de traços não correspondentes ocorre um
processo de formação de impressões).
3. O paradigma dos falsos reconhecimentos - frases implicativas de traços levam a mais
falsos reconhecimentos de alvo-traço.
Explicação:
1. Correção situacional incompleta
2. Falta de consciência do contexto situacional - e.g. ação humana domina perceção
social
3. Expectativas irrealistas - e.g. subestimação do poder da influência contextual
4. Categorizações inflacionadas do comportamento - a inferência comportamento-traço
é tão forte que a correção situacional não tem grande efeito em contrariar a inferência
• Perspetiva funcional
• Perspetiva gestaltista sobre grupos e seus membros
• Grupos têm função específica para os seus membros e vice-versa
Deu início à small groups research e com trabalhos de Kurt Lewin e Bales.
Como alterar hábitos através de processos grupais - encontrou que a interação entre os
indivíduos na tomada de decisão grupal alterava hábitos individuais enquanto o simples
conhecimento não (Lewin).
Bales (1950) - SYMLOG - método de observação grupal com múltiplos observadores e análise
da consistência entre observadores - categorização de comportamentos observados.
Entitividade (Campbell, 1958) - grau em que os grupos são uma entidade única.
• Perspetiva psicodinâmica
• Associada a grupos terapêuticos (pessoa que orienta o resto do grupo)
• Acaba por ser abordada nas outras perspetivas
Influência de Freud - estatuto ontológico dos grupos; o grupo é algo real por si só. Debruçou-se
sobre os processos afetivos dos grupos - metodologia muito baseada na observação de grupos
terapêuticos ou de grupos de organizações.
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Teoria da identidade social (Tajfel, 1978) - definição de grupo baseada no processo de
categorização social (os grupos são psicológicos) e em processos de grupo enquanto definidor
do autoconceito dos indivíduos por oposição a outros grupos. A interação entre indivíduos não
é fundamental para que os grupos existam.
• Perspetiva simbólico-interpretativa
• Como o conhecimento é conhecido e partilhado socialmente
Grupos observados tendo em conta a atividade simbólica dos membros: teoria das
representações sociais (Moscovici, 1976) é a mais reconhecida.
Tipos de grupos
Permeabilidade: entrar e sair do grupo
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Estrutura intragrupal:
• Características e relações dos membros - atração e semelhança
• Papéis grupais
• Normas
• Interação (e comunicação) para realização de tarefas e alcance de objetivos
• Tomada de decisão
• Comparação entre resultados indivíduo/grupo
• Características da vida emocional
• Reação ao desvio
Socialização grupal
Fases de pertença a grupos:
1. Investigação – sujeito percebe se o grupo lhe interessa e o grupo analisa-o
2. Socialização – percebe quais as normas, expectativas, o seu papel e o dos outros; grupo
implemente processos de socialização para ensinar o sujeito a ser um bom membro; surge o
fanatismo
3. Manutenção – representante do grupo, encarregue de criar uniformidade dentro do grupo e
regular o comportamento dos outros; fase onde há mais divergência do grupo, cada um com o
seu papel
4. Ressocialização – questionam as normas; membros divergem intencionalmente do grupo
(divergência positiva: grupo adapta-se às novas exigências contextuais; divergência negativa:
desrespeito dos valores); abala o funcionamento do grupo, leva a conflitos; membro marginal
controlado e punido, podendo voltar ao momento anterior à divergência ou sair do grupo.
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5. Recordação – ex-membro como exemplo a seguir ou não seguir; pode reentrar seguindo as
fases todas anteriores.
Socialização grupal
Rituais de iniciação (positivos e negativos)
1. Função para os indivíduos:
a. Identidade social
b. Início da socialização (expectativas e competências requeridas)
c. Reforço do empenho e lealdade em relação ao grupo
2. Função para o grupo
a. Estabelecimento da fronteira grupal
b. Primeiro contacto com cultura grupal
c. Diferenciar-se de outros grupos
d. Desencadear lealdade nos novos membros ou avaliar o seu desejo de se tornar
membro
Ex. sessão de receção na faculdade; praxe.
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a. Autonomização perante tutoria
b. Desempenho de papéis centrais para o grupo
c. Representação do grupo
d. Reforço identitário
2. Função para o grupo
a. Exemplo a outros membros
b. Menor vigilância sobre o membro
c. Reforço das expectativas normativas do grupo
d. Reforço da realidade social do grupo
Ex. conclusão de ano; passagem a um diferente estatuto.
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• Isolamento do grupo a informação externa
• Falta de estabelecimento de procedimentos-padrão para tomar decisões e de
liderança que os promova
• Homogeneidade ideológica dos membros
Sintomas:
• Sentimento de invulnerabilidade
• Sentimento de que o grupo está inquestionavelmente correto (moralidade)
• Tendência a ignorar (esquecer ou perder) informação contrária à decisão do grupo
(mindguards)
• Pressão (real e subjetiva) sobre os dissidentes
• Estereotipia (negativa) dos indivíduos não membros
• Unanimidade assumida
Polarização grupal
Geralmente, os grupos são mais conservadores e cautelosos nas suas decisões do que os
indivíduos que os compõem. Este fenómeno pode estar relacionado com conformidade e
influência social.
No entanto, existem situações em que acontece o contrário: o grupo toma decisões mais
extremas e arriscadas do que a média das decisões individuais.
Fatores:
• Argumentos persuasivos: influência a partir de novas informações que apoiam as suas
ideias
• Comparação social/valores culturais: procura de valorização social e evitamento de
desaprovação à volta dos valores socialmente desejáveis. Polarização relacionada com
primus interpares.
• Autocategorização social: fenómenos de conformidade à norma específica do grupo.
PAPÉIS GRUPAIS
• São criados ao longo do tempo da existência do grupo, em interação com o contexto,
dependendo das necessidades do grupo
• Criam diferenciação interna e geralmente, única e específica ao grupo (para promoção
da visão/valores sólidos comuns ao grupo, trabalham todos para os mesmos objetivos)
• São independentes dos indivíduos que os desempenham (comportamentos em grupo
são previsíveis)
• À medida que o tempo passa, os papéis grupais resumem-se a uma de duas categorias:
o Papeis relacionados com competências e dirigidos sobre as tarefas:
preocupação com o alcance dos objetivos grupais
o Papeis socio-emocionais: ajuda a regular as ações do grupo a satisfazer as
necessidades emocionais dos membros
Há papéis duradouros (ex. aluno), e papeis que dependem da necessidade e do contexto.
Papeis socio-emocionais
• Recompensa os outros através do seu acordo e avaliação positiva
• Medeia os conflitos entre os membros
• Muda a sua posição para reduzir conflito dentro do grupo
• Suaviza a comunicação estabelecendo procedimentos para completar a participação
de todos
• Expressa padrões de avaliação para o processo grupal
• Aponta os aspetos positivos e negativos da dinâmica do grupo
• Aceita as ideias dos outros e serve de audiência para o grupo
• Mostra solidariedade, aumenta o estatuto dos outros
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• Contribui para diminuir a tensão no grupo
• Mostra tensão, pede ajuda e retira-se da situação problemática
• Discorda, mostra rejeição passiva
• Mostra antagonismo, desvaloriza o estatuto dos outros, e individualiza-se do grupo
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Liderança
• Autocrático, democrático e "laissez faire" (Lewin, Lippit, White)
• Duas dimensões de comportamento de liderança: (Bales e Slater)
o Orientação para a tarefa
o Orientação para o relacionamento
• Crédito idiossincrático (Holander)
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Busca de conformidade ou conformismo - mecanismos retributivos (punição formal e
informal).
Poder e influência
Poder interpessoal:
• Poder recompensatório -- antecipação de recompensa
• Poder coercivo -- antecipação de punição
• Poder legitimado -- fonte percebida como uma autoridade
• Poder competência (perito) -- fonte com conhecimento
• Poder de referência -- identificação com a fonte
Influência normativa:
Exercício de fazer com que os outros se conformem às expectativas do grupo, tendo por base a
sua pertença grupal (é mais eficaz quanto maior o sentimento de pertença grupal e quanto
mais público for o exercício)
Influência informativa:
Aceitação da informação dada pelos outros acerca da realidade ou da verdade (é mais eficaz
quanto maior for a incerteza dos indivíduos).
Mecanismos de retribuição
Se as normas não estiverem associadas a sanções, a ordem social não tem hipótese de se
manter (Beccaria).
Sanções/punição = mecanismos de controlo social. Implementado em consequência de
violação de norma/valor grupal.
Serve objetivos que não são conseguidos pela existência de normas, nomeadamente a
retribuição à sociedade do mal causado pelo desvio - restaurar o valor ofendido.
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Cerimónias/rituais com o objetivo de mudar o estatuto do indivíduo (de normativo para
transgressor) - esta mudança, associada à punição, neutraliza o sentimento de ofensa causado
pelo desvio (Erikson).
A punição é o mecanismo de controlo social mais relacionado com a perceção de justiça.
A punição formal é sempre externa.
Punição formal
Quanto mais ofensivo é o comportamento, mais intensa é a punição.
A punição é ela própria normativa (imperativa), na medida em que está contemplada nas
normas (código penal, por ex.), e a hostilidade dirigida sobre o desviante é considerada normal
(Mead).
Punição funciona como mecanismo preventivo de desvio (o medo do castigo), mas pode ter o
efeito oposto - reforçar o desvio (Becker; Merton; Lemert).
Punição interna
Punição informal - pode ser externo ou interno
Pode tornar-se mais severo do que a punição formal, e mesmo quando é interno: sentimentos
de culpa e vergonha.
Neste caso indica que os indivíduos internalizaram as normas sociais (culpa).
Associado com o medo da desaprovação social por parte dos outros significativos (vergonha).
Tal como nas sociedades e instituições (punição formal), também nos grupos a punição
(informal) corresponde a cerimónias/rituais com o objetivo de mudar o estatuto do indivíduo
(de plenos para marginal).
É mais fácil ao desviante voltar a adquirir o seu estatuto de normativo nas situações de
punição informal do que em situações de punição formal.
ESTEREÓTIPOS
Definição: estruturas cognitivas que contêm os nossos conhecimentos e expectativas, e que
determinam os nossos julgamentos e avaliações acerca de grupos humanos e dos seus
membros.
Associados a:
• Grupos étnicos
• Sexo
• Aparência física
• Origem geográfica ou social
• Identidade religiosa
• Identidade política
• Identidade de género
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Isto faz-nos cometer erros e ter crenças falsa sobre grupos - estereótipos podem ser
completamente falsos.
Allport
Estereótipos resultam de processos de categorização, que fazemos constantemente
(categorias físicas e sociais).
Características da categorização social:
1. Fornece-nos expectativas sobre as pessoas, objetos e acontecimentos por serem
incluídos em categorias (dividimos os indivíduos em grupos)
2. Permite resumir ao máximo uma grande diversidade de indivíduos, objetos e
acontecimentos - economia de interpretação de nova informação associada aos
membros
3. Permite identificar objetos, traços relacionados entre si
4. Implicam associação entre crenças e valores sociais (e também afetos)
5. As categorias podem posicionar-se ao longo de um contínuo de racionalidade que
varia entre categorias muito racionais e pouco racionais (categorias estereotipadas)
Categorização percebida como objetiva > Diferenças intergrupais vistas como objetivas >
Legitimação da estrutura social
=> Legitimação da discriminação
Exemplo: compreende-se que grupos estereotipados como preguiçosos e imorais não tenham
acesso a contextos de mérito (ex. universidade). Exceções: Barack Obama, Quaresma, Hillary
Clinton (indivíduos contra-esterotípicos criam um efeito contrário - hipervalorização destes
indivíduos e percecionados como diferentes do grupo, por parte das pessoas com estereótipos
fortes acerca desses grupos). Quando pessoas de grupos minoritários se destacam por
excelência, são separadas do seu grupo para que seja possível a sua valorização, ainda que isto
consista, em si mesmo, numa forma de discriminação.
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• Resultados: segregação - aumento do preconceito e discriminação na escola, aumento
da população minoritária para as cidades (movimento dos brancos para os subúrbios),
vivência das famílias em bairros segregados.
Acentuação percetiva
Processo de categorização social - Teoria da Identidade Social
• Compreender os conflitos sociais
• Categorização em pelo menos 2 grupos (usas para interpretar o contexto social)
• Difere com os estereótipos, etc.
Estudos
• Cumprimento de linhas
• 3 condições: sem etiquetas, etiquetas aleatórias, etiquetas sistemáticas
• estimar o tamanho de 3 linhas diferentes
• só na condição “etiquetas aleatórias” os participantes percecionaram
tamanhos mais semelhantes entre as linhas A-A e B-B do que na realidade
eram. Maior diferenciação entre A (maior) e B (menor).
• Atribuição de traços a rapazes e raparigas:
• Condição 1: rapazes OU raparigas; atribuição de traços rapazes/raparigas. Mais
diferenças entre géneros, semelhanças entre o mesmo género.
• Condição 2: rapazes E raparigas; atribuição de traços aos rapazes e raparigas.
Maior semelhança entre géneros, diferenças entre indivíduos do mesmo
género. Processo de categorização – variabilidade do contexto levou a uma
categorização de rapazes e raparigas. Perceção intracategorial mais
semelhante do que na realidade é, e intercategorial mais diferente.
Acessibilidade cognitiva
Categorias "primitivas" - género, idade, raça mais acessíveis em termos cognitivos.
Julgamento com base nestas categorias é posto em causa quando ocorre um processo de
recategorização ou de subcategorização, ou mesmo de individualização (deixo de pensar no
sujeito enquanto membro de uma categoria, e passo a vê-lo como um indivíduo diferenciado
dos outros).
Diferenciação à norma cultural - categorias mais salientes são as que se desviam à norma
dominante social.
Grupos dominantes - identidade mais diversa
Grupos dominados - retira-se a sua individualidade
Ex. a categoria dominante na nossa sociedade é homem branco > mulher é mais saliente do
que homem > negro é mais saliente do que branco.
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1. Estereótipos enquanto filtros de informação - privilégio pela informação consistente
com o estereótipo e negligência pela informação inconsistente com o estereótipo
ainda antes do processo de memorização (Snyder).
2. Estereótipos e interpretação da informação recebida - após armazenamento da
informação, ela é reinterpretada de acordo com o estereótipo (Dienstbier).
3. Estereótipos e correlações ilusórias - a ilusão de que existem associações entre traços
e que são distintivas de certos estereótipos, sendo aplicadas nos julgamentos sociais.
4. Estereótipos e procura de coerência para proteção endogrupal - a ilusão de que
existem associações entre traços e que são distintivas de certos estereótipos.
Ameaça de estereótipo
Membro da categoria X + Tarefa de desempenho no domínio Y
Estereótipo negativo > "Categoria X é incompetente no domínio Y"
Receio de confirmar o estereótipo > estereótipo é sentido como uma ameaça > ansiedade e
stress; expectativas negativas face ao desempenho; sentimentos e pensamentos distratores >
mau desempenho > REFORÇO DO ESTEREÓTIPO
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(Steele, 1997) - estudo com raparigas asiáticas nos EUA (desempenho matemático)
• Divisão em 2 grupos com a mesma média
o 1 grupo faz teste e diz-se que será comparado com o grupo dos homens
o 1 grupo faz teste e diz-se que será comparado com mulheres de outras etnias
• Resultados: a condição 2 obteve melhor desempenho. Existiu uma reprodução do
estereótipo na condição 1; sentem que têm de contrariar o estereótipo: forte ameaça
do estereótipo. Isso acaba por piorar o foco na tarefa e no desempenho. O próprio
estereótipo vira-se contra elas.
RELAÇÕES INTERGRUPAIS
• Inspiração: Segunda Guerra Mundial
Tipos de Conflito
• Interesses divergentes (funcional; gestão de conflitos)
o Ideologias, valores e objetivos diferentes
o Necessidade de interagir
• Competição (esgota-se eventualmente; ex. guerra)
o Estratégia de favorecimento endogrupal - busca de valor positivo
o Recursos escassos para satisfazer ambos os grupos
• Domínio/submissão (não ideológico, funcional)
o Estrutura social hierarquizada: diferenciação de estatuto e poder entre grupos
num contexto (os dominantes e os dominados)
• Preconceito e discriminação (+ perigoso)
o Não tem por base pura e simplesmente uma estratégia de favorecimento
endogrupal ou de exercício do poder
o Crença e ideologia de que os outros têm menos valor
Teoria da frustração-agressão
(Dollard, Doob, Miller, Mowrer e Sears, 1939; Miller, 1941)
Inspiração: atitude dos nazis sobre os judeus na 2ª Guerra Mundial
Hipótese do "bode-expiatório"
Procura de grupos minoritários a quem atribuir a culpa.
Não teve grande repercussão em termos de investigação.
Estudo:
Rapazes em campo de férias. Privaram um grupo da saída noturna para responderem a uma
série de testes desinteressantes (frustração). A agressão não se deslocou para os
experimentadores (fonte de frustração) mas para dois grupos minoritários (avaliados de forma
muito negativa) (Miller e Bugelski, 1948).
Não é necessária a frustração para que isto aconteça, basta desconforto, sentimentos
negativos, ruído… (Berkowitz, 1969, 1989)
Problema da teoria: dificuldade me predizer quem serão os bodes expiatórios.
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Conjunto de atitudes aprendidas com base numa socialização repressiva (atitudes aprendidas
e características da personalidade).
Características:
• Obediência
• Respeito rígido
• Admiração pelas figuras de autoridade
• Admiração pela ordem
• Admiração pela hierarquia social
• Necessidade de encontrar “bodes expiatórios” e, grupos minoritários
Estudo realizado na África do Sul, e EUA, mostrando maior preconceito no sul dos EUA e África
do Sul – personalidade autoritária pode predispor para preconceito, mas contexto é muito
mais forte (Pettigrew, 1958).
Privação relativa
(Davis, 1959; Runcinam, 1966)
Não é a frustração nem o tipo de personalidade que leva a conflito entre grupos, mas sim a
comparação entre o que se tem e o que acha que deveria ter.
• Privação fraterna – comparação com outros grupos que deveriam estar equiparados
ao próprio grupo, que se sente injustiçado
• Privação egoísta – comparação consigo próprio; aquilo que tem e aquilo que acha que
deveria ter
Esta teoria estuda a ação coletiva: movimentos que os grupos sociais se envolvem para
reclamar direitos que deveriam ter (ex. manifestações, greves).
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Experiência com rapazes num campo de férias: meio de origem homogéneo; sem
conhecimentos dos outros participantes
1º Passo: colocados em conjunto – estabelecimento de relações interpessoais
2º Passo: Duas camaratas – separação dos “melhores amigos”
3º Passo: Atividades de dinâmica intragrupal – aumento da coesão grupal
4º Passo: Introdução de torneios competitivos entre as duas camaratas
Conflito Instalado:
• Insultaram os rivais
• Recusa de interação com membros do outro grupo
• Avaliações negativas até em relação aos antigos “melhores amigos”
• Ameaças
• Vandalismo nas camaratas do outro grupo
• Destruição dos símbolos identitários de cada um dos grupos
Atitudes sociais hostis dirigidas sobre membros de um grupo apenas porque pertence a esse
grupo.
Mostra a importância da identificação dos indivíduos com os seus grupos de pertença como
base da compreensão de comportamentos entre grupos.
Grupos mínimos
(Tajfel, Billig, Bundy, & Flament, 1971)
Descobrir condições mínimas para que os indivíduos distingam o seu grupo de outro grupo.
Processos fundamentais de categorização social:
• Acentuação positiva
• Semelhança intragrupo em relação ao protótipo - desindividuação
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Experiência: divisão em 2 grupos, as pessoas tinham de atribuir dinheiro ao seu grupo e ao
outro.
Resultados: indivíduos passam a percecionar-se como mais semelhantes com membros do seu
endogrupo, e mais diferentes em relação aos da outra categoria (acentuação positiva).
Indivíduos passam a ser representantes do grupo e não indivíduos que, por acaso, pertencem
ao grupo (desindividuação).
Domínio/Submissão
• Prisão de Stanford: criação de um contexto prisional na Universidade (Zimbardo, 1971)
1º Passo: seleção dos participantes – aleatoriamente, metade “guardas” e metade
“prisioneiros”
2º Passo: Estabelecimentos de acordo da experiência
3º Passo: Detenção dos “reclusos” sem pré-aviso – início da experiência
O que se observou? - interação baseada na relação de poder
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Novas formas de expressão do preconceito (Allport)
Preconceito → conflito interno
Inconsistência entre valores como igualdade, justiça social e preconceito em relação a grupos
com menos poder.
Também podemos pensar em conflito entre crenças internas e normas externas.
• Desconforto: dissonância, vergonha, culpa
• Necessidade de lidar com o conflito interno
Racismo aversivo
• Fortes valores igualitários
• Simpatizam com a causa das vítimas
• Apoio de políticas públicas igualitárias
• Não se veem como preconceituosos
• Mas possuem sentimentos e crenças negativas e não têm consciência
o Sentimentos de nojo e medo, evitamento
1. Nos últimos anos, o governo e os meios de comunicação social têm mostrado mais
respeito pelos Negros do que eles merecem
2. Os Negros estão a tornar-se muito exigentes para forçar a igualdade de direitos
3. É fácil perceber a raiva das pessoas Negras na América
Preconceito subtil
Mesmo sistema de crenças que o preconceito moderno.
• Adesão a valores tradicionais - lealdade ao endogrupo e definição de barreiras éticas a
respeitar pelo exogrupo (“O problema é apenas o de as pessoas não se esforçarem o
suficiente. Se os imigrantes ao menos se esforçassem um pouco mais, saíam-se tão
bem como os Portugueses.”)
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• Acentuação de diferenças culturais - hierarquização das culturas (Em comparação com
os portugueses, acha que os imigrantes são muito diferentes nos valores, crenças e
práticas religiosas, língua, práticas sexuais, etc.)
• Recusa de expressão de emoções positivas em relação ao exogrupo ("Já sentiu
admiração pelos imigrantes que vivem em Portugal?”)
Modelo da descategorização
Descategorização - ao não salientar categorias, eliminam-se as fronteiras entre grupos
• Focalização das interações nas relações interpessoais
• Maior semelhança entre pessoas dos ex-grupos
• Diminuição do enviesamento endogrupal
• Objetivos supraordenados (Propostos por Sherif) – salienta processo de
descategorização momentâneo
É difícil criar esta recategorização quando os dois grupos têm estatutos e poder diferentes.
Os grupos de maior estatuto e poder tendem a continuar a manter o preconceito,
percecionam que a recategorização não é vantajosa para a imagem grupal.
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Eu sinto que vivo numa aldeia global.
Eu sinto que o que eu faço enquanto pessoa pode “tocar” alguém em noutra parte do mundo.
Eu sinto que sou "vizinho próximo" de pessoas que vivem em outras partes do mundo.
Eu sinto que estou relacionado com todas as pessoas no mundo como se fossem minha
família.
Eu sinto que as pessoas em todo o mundo são mais parecidas do que diferentes.
Eu penso em mim como um cidadão do mundo.
Eu sinto que o meu destino e futuro estão ligados a todas as pessoas no mundo.
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Tensão
• Colisão de diferentes opiniões
• Tensões percetíveis e conscientes
• Tensão natural e possivelmente construtiva
Debate
• Divergências profundas
• Pensamento a preto-e-branco intransigente
• Confrontação verbal
• Compromisso com os objetivos e interesses comuns
Acordos e alianças
• Conflito focado nas características das partes
• Questão de vitória ou derrota
• Procura de apoiantes, simpatizantes e aliados
• Campanhas para prejudicar a reputação do outro
• “Nós” superiores vs. “outros” inferiores
Perda da reputação
• Ataques mútuos diretos e pessoais
• Defesa da própria imagem através da desacreditação das contrapartes
• Perda de confiança total e sentimento de traição
• “Nós, os bons” vs. “Eles, os maus”
Estratégia de ameaça
• Exigências à outra parte
• Punição associada à não realização das exigências
• Reforço do potencial da punição
Destruição limitada
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• Aplicação das ameaças
• Perceção de vitória se a contraparte sofrer derrotas ainda maiores
• Aceitação do próprio dano
Aniquilação total
• Destruição total do inimigo
• Auto-preservação; sobrevivência
Juntos no abismo
• Aceitação da destruição pessoal
• Destruição do inimigo a qualquer custo
• “Se a única maneira de ele cair no abismo é se eu o arrastar, então eu salto do abismo”
Modelo de Thomas-Kilman
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(Zanjoc, 1965)
Tarefas difíceis: presença de outros > maior arousal > menor performance
Tarefas fáceis: presença de outros (pressão social) contribui para o desempenho, porque
domino a tarefa.
Vadiagem social, indolência ou preguiça social: "nem sempre a união faz a força"
"A tendência de membros de um grupo a despender menos esforços quando trabalham em
grupo do que quando trabalham sozinhos" (Rodrigues et al., 2015)
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• Sexo (mulheres*) - papeis sociais (resolução de conflitos, aceitação, conformidade)
• Normas situacionais: situações e ambientes específicos.
• Valores culturais (ex. UK - cultura individualista menos conformista, interesses e
realizações pessoais; Portugal - culturas coletivistas, sacrifício de interesses pessoais
em prol do grupo)
Influência de minorias
Psicologia das minorias ativas
• Coerência e persistência sistemática (consistência) resulta em argumentos
convincentes levando à reflexão
• Esta coerência e persistência também pode fazer com que a maioria reconsidere o seu
posicionamento
• Quebra a unanimidade, deixando as pessoas mais livres (mais confortáveis em mudar
de opinião)
De um modo geral, em público tendemos a ser influenciados pela maioria, enquanto em
privado, pela minoria.
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Duas fontes de influência separadas sobre a maneira de pensar e agir dos indivíduos:
• A consciência individual, organizada por representações individuais
• A consciência coletiva, que compreende o conjunto de crenças e sentimentos comuns
à maioria dos membros de uma sociedade (transmissão intergeracional)
Definições:
• “a finalidade de todas as representações é tornar familiar algo não familiar”
(Moscovici)
• “um conjunto de conceitos, proposições e explicações originado na vida quotidiana no
decurso de comunicações interpessoais” (Moscovici)
Perspetivas dominantes
Pode-se considerar que existem atualmente três perspetivas dominantes nos estudos sobre
representações sociais (Abric, 2008):
• a perspetiva “dimensional”, que privilegia o estudo do conteúdo da representação, a
sua “linguagem temática”, inaugurada por Moscovici (1961) e prosseguida numa
tradição antropológica por Jodelet (1986)
• a perspetiva “estrutural” (Abric, 1976) que visa descrever a estrutura interna das
representações sociais e identificar o seu “núcleo central”
• a perspetiva “posicional” ou dos “princípios organizadores” (Doise, 1985) que
relaciona as representações sociais com a posição dos atores no sistema social
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• a pressão à inferência que nasce da necessidade de poder comunicar acerca dum
objeto mal conhecido e que é importante desenvolver um conhecimento ao seu
respeito.
Perspetiva estrutural
As representações sociais são formadas por um conjunto organizado de elementos cognitivos
compartilhados pelos membros de uma população homogénea relativamente a esse objeto.
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O núcleo central, que constitui o sistema central, é composto por um número reduzido de
elementos. Ele dá o significado à representação e determina a sua organização interna.
O sistema central é estável e consensual, mais resistente a mudança.
O sistema periférico é constituído pelos elementos que são organizados por e dependentes do
núcleo central. É a parte mais acessível da representação.
O sistema periférico é flexível e condicional (sensível ao contexto).
Para Doise (1990) as variações nas representações sociais formadas em diferentes contextos
comunicacionais dependem dos interesses dos indivíduos ou dos grupos nestes contextos, o
que leva a que representações específicas sejam actualizadas cada vez que um indivíduo fala
dum objecto socialmente relevante, num contexto onde a posição do seu grupo de pertença se
torna saliente, relativamente a um conjunto de relações sociais simbólicas.
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EM SUMA
Dimensional - processos de construção
Estrutural - estrutura interna
Posicional - pertença grupal
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