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Psicologia Social
Psicologia Social
Processos envolvidos?
Como se organiza a informação acerca das pessoas que observamos?
Perspectivas Clássicas
Como se resolve?
NOTA: A perceção social é menos válida do que a física, quanto aos processos de
percepção do mundo social.
Distinção entre causas pessoais e causas situacionais (Heider, 1958)
Tal como referido anteriormente, o homem é motivado a tentar controlar e prever o
meio ambiente. Para tal, ele procura características estáveis.
Conseguimos identificar as causas pessoais e as situacionais através da testagem =
consistência através de várias pessoas e diferentes contextos.
● Pessoais: a mesma causa leva sempre ao mesmo efeito mesmo em
circunstâncias diferentes.
● Situacionais/ Produção Local: a mesma causa situacional pode levar a efeitos
diferentes dependendo das circunstâncias.
● Princípio da covariação
- Condição presente quando efeito presente.
- Condição ausente quando efeito ausente.
● Dimensões informativas:
1. Consenso sobre pessoas
- Ver comportamento de outras pessoas, face a mesmo estímulo, nas
mesmas circunstâncias.
- Alto consenso = estímulo é a causa vs Baixo consenso = ator é a causa.
- Ex. Toda a gente acha que a Luísa é gira = Luísa é gira (estímulo) vs Só o
João acha a Luísa gira = João gosta dela (ator).
2. Distintividade do estimulo
- Ver comportamento da mesma pessoa, face a diferentes estímulos, nas
mesmas circunstâncias.
- Alta distintividade = comportamento devido a estímulo vs Baixa
distintividade = comportamento devido a ator (é igual para vários
estímulos).
- Ex. Luísa trata bem todos os rapazes (vários estímulos) = Não gosta do
joão (igual comportamento, devido ao ator) vs Luísa só trata bem o João
= gosta do João (devido a estímulo).
3. Consistência
- Ver comportamento da mesma pessoa (sua covariação), face ao mesmo
estímulo, em circunstâncias diferentes.
- Elevada consistência = comportamento devido a ator vs Baixa
consistência = comportamento devido a estímulo (relação com alta
distintividade).
- Ex. Em momentos diferentes (circunstâncias), a Luísa (ator) quando
rodeada de todos os rapazes (estímulos), em que situação gosta do
João?
Modelo de Weiner - Atribuição de sucesso e fracasso
Inspirado nas dimensões de Heider (1958) de
atribuições internas/ externas e estabilidade das
causas. Aplicação à realização pessoal -
atribuição de sucessos e fracassos.
Cognição Social
Heurística da Ancoragem e Ajustamento (Tversky e Kahneman, 1974) + Modelo de
Quattrone (1982) = foco na sequência de processos cognitivos.
1º Observador tende a fazer inferência.
2º Ajustamento conforme informação adicional do contexto.
Afeto e Pensamento
● O que é afeto? Sentimento/experiência subjetiva com correlatos fisiológicos.
● O afeto é independente do pensamento?
...numa perspetiva clássica…
Reações afetivas são automáticas e independentes do sistema cognitivo.
...numa perspetiva atual...
Afetos podem ocorrem sem processamento semântico e sem representação cognitiva.
...MAS…
Sistema Cognitivo interfere no Sistema Afetivo!
- sistema cognitivo é informado sobre a quantidade de sensações que se experencia.
- potencialmente relevante para a forma como sentimos.
...qual a abordagem mais aceite?...
Abordagens Teóricas
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Atitudes (Aula 4)
Definição
Atitudes são tópicos que representam valores, crenças e experiências, na tentativa de
aferir o que é verdade; são geradores de comportamentos diferentes, discordância e
discussão no sentido de influenciar os outros.
“Constructo hipotético (a) que representa uma tendência psicológica (b) que se
expressa numa avaliação favorável ou desfavorável de uma entidade específica”.
(Eagly e Chaiken, 1993)
(a) Não é diretamente observável.
(b) Estado interior com mais estabilidade do que emoções e menos estabilidade do que
traço de personalidade.
...outras definições…
- Variável latente mediadora que explica a relação contexto-comportamento.
- Inferência sobre processos psicológicos internos explicativos do comportamento.
Expressão de Atitudes
Ocorre sempre através de um julgamento avaliativo, que pode ser:
- Valência: favorável ou desfavorável.
- Intensidade: mais extrema ou mais fraca.
- Acessibilidade (facilidade com que é ativada automaticamente na memória) determina
Frequência com que é usada: mais acessível = mais usada ou menos acessível =
menos usada.
Objetos de Atitudes
Quase tudo é objeto de atitude: entidades abstratas ou concretas, entidades
específicas ou gerais, (categorias de) comportamentos, tópicos políticos / sociais /
organizacionais, atitudes face a pessoas (de caráter interpessoal) / a grupos / ao
próprio (ex. autoestima).
Medição de Atitudes
1. Medidas Diretas ou de Autorrelato ou Explícitas
Pergunta direta a participante sobre atitude face a um objeto, sendo que os
julgamentos são controlados pelos participantes e medidos numa escala de atitudes.
● Escalas Intervalares de Thurstone (1928)
➔ Procedimento:
1º recolher 100 afirmações (livros, jornais) que representem posições/atitudes
possíveis relativa a um objeto.
2º avaliar afirmações por juízes numa escala com 11 pontos (espectro com
0=favorável e 11=desfavorável).
3º calcular valor médio e desvio-padrão das avaliações dos juízes para cada
item na escala.
4º selecionar 20-30 frases das 100 de acordo com os critérios: ambiguidade
(eliminar os mais dispersos), irrelevância (eliminar os mais consensuais) e
sensibilidade (frases tem que cobrir os valores 1-11)
5º apresentar as frases e pedir para indicar aquelas com as quais estão
inteiramente em acordo
6º calcular valor da atitude dos participantes através da média dos valores (3º).
➔ Críticas:
- Demora muito a construir a escala.
- Enviesamento dos juízes, dificilmente se afastando da sua posição (ex. Posições
contrárias avaliadas todas como
extremamente desfavoráveis).
- Incapacidade de assegurar que
juízes conseguem situar os itens
em intervalos constantes (medida é
mais ordinal que intervalar).
● Escalas de Likert (1932)
➔ Procedimento:
1º recolher afirmações que representem posições possíveis relativas a objeto.
2º escolher amostra representativa da população à qual vai administrar a escala.
3º apresentar itens/frases numa escala de 5 pontos (1 = discordo totalmente e 5
= concordo totalmente).
4º inverter respostas dadas aos itens desfavoráveis.
5º calcular consistência interna da escala, eliminar itens que apresentam
correlações fracas com escala total.
6º calcular valor individual da atitude (soma ou média dos itens).
➔ Notas:
- É muito usado na medição de atitudes.
- Evita procedimento do juiz pois não há escalonamento a priori das afirmações.
- Eliminação de itens neutros.
Definições (Moscovici)
- “A finalidade de todas as representações é
tornar familiar algo não familiar”.
- “Conjunto de conceitos, proposições e
explicações originado na vida quotidiana, no
decurso de comunicações interpessoais”.
- Conjunto organizado de elementos cognitivos
compartilhados pelos membros de uma
população homogénea relativos a esse objeto.
Perspectivas Dominantes
1)Dimensional = processos de construção, 2)Estrutural = estrutura interna e
3)Posicional = pertença grupal.
1) Perspetiva Dimensional ou Sociogenética
Estudo do conteúdo da representação (sua “linguagem temática”).
● Objetivos
- Perceber como o homem comum se apropria de teorias científicas.
- Analisar os processos de construção de teorias sobre objetos sociais, que influenciam
comunicação e orientação dos comportamentos.
a) Informação mais acessível para alguns (variando no seu tipo para cada grupo).
b) Grau de interesse no objeto ou em seus aspetos (varia consoante grupo e sujeito).
c) Pressões para comunicar acerca de objeto são variáveis e inferências sobre
conteúdo desconhecido refletem opiniões dominantes do grupo de pertença.
● Objetivos
- Examinar variações que resultam da ancoragem em diversos grupos sociais.
- Ver influência do contexto nas variações nas representações de um objeto.
Atração e Afiliação
Interpessoal, Coesão e
Conformidade
Fases de Desenvolvimento dos Grupos (Tuckman)
São relevantes para a homogeneidade grupal pois assegura a sobrevivência do grupo
e o alcance dos objetivos grupais = assegura realidade e locomoção grupal.
1. Formação (forming): dependência
2. Conflito (storming): fight-flight (ataque-fuga)
3. Estabelecimento de normas (norming): pairing
4. Execução (performing)
5. Adiamento (adjourning): ligação a um novo ciclo
Socialização Grupal
Uniformidade Grupal: é sempre positiva?
❖ Brainstorming
Deve ser feito em grupo ou individualmente? Grupos nominais (conjunto de
desempenhos individuais) são mais eficazes do que grupos.
… porquê a ineficácia? …
- Preocupação com julgamentos.
- Preguiça social.
- Regressão para a média.
- Bloqueamento de produção individual.
Porque se usa grupos em brainstorming? Devido à ilusão de eficácia dos grupos.
- um grupo produz mais ideias do que um único indivíduo.
- mais divertido, maior satisfação.
- grupo é visto como confirmando as suas ideias.
❖ Polarização
Normalmente os grupos são mais conservadores e cautelosos nas decisões do que os
indivíduos que os compõem -> pode ser devido a Conformidade e Influência Social.
… MAS …
Há situações em que o grupo toma decisões extremas e arriscadas do que a média das
decisões individuais.
● Fatores/ Causas:
- Argumentos persuasivos: influência a partir de novas informações que apoiam ideias.
- Comparação social/ valores culturais: procura valorização social e evitamento de
desaprovação quanto aos valores socialmente desejáveis (primus inter pares).
- Auto-categorização social: fenômeno de conformidade à norma específica do grupo.
Estruturas e Dinâmicas de Grupo II (Aula 7)
Memória Grupal
Componente importante para a decisão grupal:
- Indivíduos lembram-se mais de informação de intensificação/ exagero.
- Grupos lembram-se de mais informação correta.
Papéis Grupais
São criados ao longo do tempo de existência do grupo, em interação com o contexto,
dependendo das necessidades do grupo. São independentes dos indivíduos que os
desempenham e criam diferenciação interna, única e específica ao grupo (geralmente).
Os papéis grupais resumem-se a uma de duas categorias:
1. Papéis Sócio-Emocionais
Ajuda a regular as ações do grupo e a satisfazer as necessidades emocionais dos
membros; são os mais apreciados ou detestados dentro do grupo.
● Processos
Sócio-Emocionais
a) Eficácia grupal: crença
coletiva acerca da
capacidade do grupos para
concretizar determinadas
tarefas e alcançar
determinados objetivos.
b) Coesão grupal: atração
entre membros + atividades
do grupo + prestígio/ orgulho
pelo grupo.
c) Emoções grupais:
dirigidas ao grupo (orgulho, vergonha) + clima emocional (positivo, negativo) + face a
dinâmicas grupais (conflito, sucesso grupal).
d) Conflitos intragrupais: desacordos quanto a estratégias de locomoção grupal e da
realidade social + estratégias de resolução de conflitos + conflitos construtivos e
destrutivos.
2. Papéis relacionados com Competências e dirigidos sobre as Tarefas
Preocupação com o alcance dos objetivos grupais.
● Tipos de Tarefas
A produtividade do grupo depende de como
se organiza para a realização de tarefas:
a) Divisão de tarefas possível?
b) Maximização (quantidade de
contribuições) + Otimização (qualidade de
contribuições) da produção grupal.
c) Estratégia de contribuição para o objetivo.
● Liderança
- Autocrático, democrático e “laissez faire”.
- Crédito idiossincrático.
- Dimensões de comportamento de
liderança: orientação para a tarefa + para o
relacionamento.
Normas/ Valores
São os mecanismos de controlo social mais importantes (em grupos e sociedades).
● Função
- orientar a conduta dos membros do grupo.
- criar coesão, atração, semelhança e solidariedade entre os membros.
- alcance dos objetivos grupais.
- criar consenso e proteger a realidade social do grupo.
- proteger os valores e crenças grupais = respeito pela realidade social, associado à
moralidade (caraterística associada à norma para proteger os valores grupais)
● Tipos
- Normas Descritivas/ Denotativas: normas estatísticas e modais.
- Normas Injuntivas/ Prescritivas: normas morais.
...“o que se deve fazer”...
Quais os comportamentos que reforçam os valores de grupo?
Quais os comportamentos inaceitáveis no seio do grupo?
Quais as fronteiras do grupo que se devem respeitar?
Qual a variabilidade comportamental aceite na situação?
Influência de Minorias
Como ocorre? Consistência = Coerência + Persistência sistemática
- resulta em argumentos convincentes que levam à reflexão.
- maioria pode reconsiderar o seu posicionamento.
- quebra unanimidade e deixa as pessoas mais livres.
NOTA: maioria influencia mais em público vs minoria influencia mais em privado.
Acessibilidade Cognitiva
Determinantes da inclusão de pessoas em estereótipos:
● Categorias “primitivas”
- género, idade e raça = mais acessíveis em termos cognitivos.
- processos de recategorização/subcategorização/individualização põem em causa
julgamento.
● Diferenciação à norma cultural
- categorias mais salientes são as que se desviam à norma dominante social.
- ex. categoria dominante = homem branco, logo categorias salientes = mulher/negro.
Adequação Comparativa
Acessibilidade + Adequação = correspondência das propriedades salientes dos
estímulos às categorias acessíveis à cognição.
Noção de Protótipo
Membro prototípico = posição é a mais semelhante às
posições dos outros membros do seu grupo + posição é a
mais diferente das posições dos membros do outro grupo.
Adequação Normativa
Correspondência de novos estímulos aos protótipos das categorias acessíveis.
Privação Relativa
Domínio/Submissão