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Psicologia

1ª Etapa

Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC): Em 1990, a TCC passa a ser reconhecida como o


tratamento de escolha para a maioria dos transtornos emocionais.

- Pressuposto Central: As abordagens cognitivas partem do pressuposto de que um


processo interno e oculto media o comportamento. É a interpretação do evento que gera
emoções e comportamentos, e não o evento em si. Isso torna o pensamento como ponto
chave para intervenção.

- Construtivismo: Pensamentos são construções realizadas a partir do mundo.

- Realismo: Mundo real, independente da consciência (sem questionamento ou


análise), inacessível individualmente. Tendo consenso entre observadores e aproximação do
real.

- Sofrimento: Distorção da realidade, onde o problema não são as coisas em si, mas
como interpretamos a realidade (pensamentos distorcidos, desadaptativos, disfuncionais).

- Origem do Sofrimento: Distorção da realidade do paciente, e/ou aspectos


quantitativos de distorção.

- Interpretação: Interpretamos situações por vantagens evolutivas (previsão de


consequências), gerando uma economia cognitiva (criando padrões de ações), que pode ser
benéfico ou prejudicial.

Princípios Fundamentais das Terapias Cognitivas: A atividade cognitiva influencia o humor e o


comportamento, podendo também ser monitorada e alterada. O comportamento desejado
pode ser influenciado mediante a mudança cognitiva.

- Princípios: Aliança terapêutica segura, empirismo colaborativo, ênfase na resolução


de problemas, ênfase no presente, caráter pedagógico (o paciente deve reconhecer seu
transtorno e aprender a ser seu próprio terapeuta). Visa ter um tempo limitado, com sessões
estruturadas, utilizando de diferentes técnicas para modificar o pensamento, o humor e o
comportamento.

Constructos Básicos que Formam a Teoria Cognitiva: Formação de esquemas mentias


(constructos da psicologia cognitiva de Piaget), que são esquemas em diferentes etapas do
desenvolvimento cognitivo na infância, estruturas mentais pelas quais o indivíduo
intelectualmente se adapta e organiza o meio; plano cognitivo abstrato que serve de guia para
interpretar informações e resolver problemas.

- Assimilação: Corresponde ao processo de integração dos dados da experiência de


vida nas estruturas (esquemas mentais) do sujeito.

- Acomodação: Refere-se à modificação das estruturas (esquemas mentais) do sujeito


para se adaptar aos novos elementos oriundos do meio.

- Assimilação + Acomodação: Leva a adaptação com o meio.


Terapia Cognitiva (Beck): Num óculos, a armação é o esquema, enquanto as lentes são as
crenças.

- Crenças: Estruturas cognitivas que codificam, avaliam e interpretam, impondo um


padrão de percepção de realidade, numa espécie de filtro cognitivo aos estímulos a que o
organismo é submetido.

- Esquema: Rede estruturada e inter-relacionada de crenças que podem ser ativadas


ou desativadas conforme a presença ou ausência de experiências estressantes. Pode ser
definido como um conjunto de elementos organizados capaz de guiar a percepção e a
avaliação subsequente, sendo uma estrutura cognitiva que processa informação e a filtra,
codifica e avalia os estímulos aos quais o organismo é submetido. Com base nessa matriz de
esquemas o indivíduo consegue orientar-se em relação ao tempo e ao espaço, categorizando e
interpretando experiências de maneira significativa.

Hipótese da Vulnerabilidade Cognitiva: Predisposições a fazer construções cognitivas falhas


específicas.

- Esquemas Disfuncionais:

. Sistematicamente distorcem a realidade, aplicando um viés negativo contra


si.

. Processam seletivamente alguns recortes do real, que combinam com seu


negativismo, descartando outros.

. Uma vez cometida uma distorção, resistem à desconfirmação, sendo estáveis


e difíceis de desativar (primitivos).

. Sujeito não é desejoso de sua condição.

. Esquemas infantis tem mais valência comparados aos esquemas da vida


adulta.
Níveis de Cognição: Nascem nas crenças centrais (raízes; inconsciente), crescendo para crenças
intermediárias (tronco) até os pensamentos automáticos (folhas e galhos).

OBS: Situações de vida funcionam como gatilhos, que disparam pensamentos


automáticos, desencadeando reações emocionais, fisiológicas e comportamentais. Os
pensamentos automáticos são resultados conscientes (verbais ou imagens) do processo
inconsciente de crenças e esquemas, em um nível mais profundo da cognição.

Modelo cognitivo de Beck

Principais Distorções Cognitivas:

- Catastrofização: Tendência esquemática de sempre pensar e forma negativa, de uma


forma que será o pior das situações e que ele não vai sobreviver.

- Raciocínio Emocional: Sensação criada pela interpretação das emoções, e não pela
análise lógica, de que alguém não gosta da pessoa.

- Pensamento Dicotômico (tudo ou nada): Necessidade de ser “perfeccionista”, ou se


estar sempre nos extremos de um espectro de determinada atividade ou situação (“ou eu tiro
100 em todas as provas, ou não sou bom o suficiente”).

- Abstração Seletiva: Relacionado ao filtro mental, com desqualificação do positivo.


Paciente desconsidera situações positivas, focando em situações negativas (“passei pq os
outros eram ruins, e não porque eu sou bom”).

- Inferência Arbitrária: Tirar conclusões precipitadas sem analisar evidências,


chegando numa resolução sem ter considerado algumas informações.

- Leitura Mental: Inferir o sentimento de uma pessoa através da leitura facial ou de


sinais.

- Rotulação: Dar rótulos em geral (“não sou bom”, “tal pessoa é ruim”).

- Personalização: Carregar o mundo nas costas, sendo uma pessoa que se


responsabiliza por tudo que ocorre, desconsiderando responsabilidades que deveria estar
levando mais a sério.

- Hipergeneralização: Comum em pacientes ansiosos. Generalização de uma


experiência ruim para outras experiências comuns ou parecidas (“sofri um acidente de carro,
então não entro mais em carros”).

- Imperativos: Necessidade de fazer as coisas, como uma obrigação (“tenho que fazer
tal coisa, tenho que ser perfeito”).
- Vitimização: Sem iniciativa ou responsabilidade para resolver um problema, com
dificuldade de se entender como um participante ativo de uma resolução.

- Questionalização: Comum em ansiosos. Questionar todas as situações, de forma que


consomem e ‘paralisam’ o sujeito (“e se...”).

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