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CONCEITUAÇÃO COGNITIVA

Elaine Franciny Santos Jardim


elaine.franciny@pitágoras.com.br

23 de novembro 2019
Aula 2

NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO
Conceituação Cognitiva

Conteúdo Programático 2:
ELEMENTOS QUE FUNDAMENTAM A HIPÓTESE DA
CONCEITUAÇÃO COGNITIVA

1 – Quais os problemas atuais do paciente


2 – Como se instalaram e foram mantidos
3 – Identificação de crenças e reações disfuncionais
associadas aos problemas
4 – Experiências de vida
NÍVEIS DE COGNIÇÃO

1. PENSAMENTOS AUTOMÁTICOS (palavras ou


imagens)
• Ele não vem (diante de um atraso ).

2. CRENÇAS INTERMEDIÁRIAS
•Se as pessoas não estão disponíveis para mim, então não sou
importante.

3. CRENÇAS NUCLEARES
•Sou mau.
•Não sou digno de amor
Pensamentos
O modelo cognitivo de psicopatologia de Beck destaca a parte central do pensamento
no surgimento e manutenção dos quadros de sofrimento psíquico.

• Pensamentos automáticos:
• Coexistem com outros pensamentos
• São espontâneos
• Não são baseados na reflexão
• Passam, geralmente, desapercebidos
• São breves, telegráficos
• São aceitos, geralmente, como verdadeiros, sem
reflexão ou avaliação
• Pode-se aprender a identificar e checar sua
validade
e utilidade.
PENSAMENTOS AUTOMÁTICOS

Eles fornecem
São os pensamentos
que surgem comentários
rapidamente em sua passageiro sobre o
mente. que acontece.
Dificilmente paramos
para questioná-los.

• Geralmente são aceitos


como verdadeiros, sem
reflexão ou valiação
Esses pensamentos estão • Eles podem ser:
presentes o tempo
todo, e são importantes • POSITIVOS E
porque afetam o que NEGATIVOS
fazemos e como nos
sentimos.
Distorções
cognitivas
• Os pensamentos automáticos podem
classificados de acordo com seus ser
distorções específicas e podem desvios
ser ou
verdadeiros ou falsos.

• A vulnerabilidade emocional a estes pensamentos


será resultado das crenças ou regras
subjacentes.
SISTEMA DE CRENÇAS
As crenças são como lentes através das quais avaliamos as situações. Podem ser classificadas
em dois tipos:

• Crenças intermediárias
• Constituídas por regras, atitudes e suposições
• Crenças nucleares ou centrais
• São ideias de cunho absoluto, rígido e generalizado que o indivíduo
nutre sobre si próprio e sobre o mundo. “são entendimentos tão
fundamentais e profundos que, frequentemente, as pessoas não os
articulam nem para si mesmas. Estas ideias são consideradas como
verdades absolutas.
(Judith
Beck, 1995).
Crenças centrais

• São rígidas, generalizadas e dicotômicas.

• As pessoas dirigem a atenção seletivamente aos dados que


comprovam suas crenças e ignoram os dados que as
contrariam.

• As crenças centrais podem estar encobertas por


comportamentos que evitam sua ativação ou por estratégias
compensatórias (como hipervigilância, agressividade,
submissão, etc).

Beck, J., 2007


NÍVEIS DE COGNIÇÃO
SISTEMA DE CRENÇAS :

Crença central: as pessoas não são confiáveis.



Crenças intermediárias:
1. Eu faço melhor sozinho. (atitude)
2. As pessoas são incapazes. (compensatório)
3. Se eu confiar em alguém, serei traído. (condicional)
4. Se eu não confiar em ninguém, estarei seguro.
5. Eu não devo acreditar em ninguém. ( regras)
6. Eu deveria ser autossuficiente. (regras)

Pensamentos automáticos:
Ela está mentindo.
Se fosse eu, faria muito melhor.
O que ele está pretendendo com esta
gentileza?
NÍVEIS DE COGNIÇÃO

SISTEMA DE CRENÇAS :

Crença central: eu sou inadequada.



Crenças intermediárias:
1. Se eu trabalhar muito duro, eu posso fazer bem as coisas
ou
2. Se eu estabelecer metas baixas, posso ser capaz de cumpri-las
3. Se eu tentar timidamente e falhar, será porque não me esforcei, e
não porque sou incapaz.
SISTEMA DE CRENÇAS

• As crenças disfuncionais são estruturas de significados que guiam


o processamento das informações de forma distorcida. Têm origem
na interação entre predisposição genética, exposição a influências
do ambiente e acontecimentos traumáticos (Beck, 1996).

• Crenças disfuncionais se estruturam e são reforçadas pela


exposição repetida do indivíduo a determinadas situações (Beck e
Freeman, 1990).

• Ao serem “ativadas”, as crenças disfuncionais deslocam aquelas


mais adaptativas.
Categorias de crenças
centrais
Os indivíduos com crenças negativas sobre si mesmo
podem ser conceituados dentro de três categorias:

• Desamparo
• Temas principais: incompetência, inadequação,
vulnerabilidade.

• Desamor
• Indesejável, rejeitado, sozinho.

• Desvalorização
• Sem valor, mau, louco, derrotado (aspecto moral)
Crenças intermediárias
• Cognições que estão entre os pensamentos automáticos e as
crenças centrais.
• Formadas por regras condicionais e atitudes.
• As regras condicionais demonstram a relação entre as
estratégias comportamentais e as crenças centrais.
• EX:
• Se eu for vigilante e agressiva, não serei
maltratada.
• Se eu me expuser, não serei rejeitada. (regra: eu não devo
falar sobre mim)
• Se eu errar, sou incompetente (regra: não posso errar)

(Beck, J., 2007)


Estratégias compensatórias
• Têm a função de proteger o indivíduo da ativação das crenças
negativas, encobrindo-as ou compensando-as.
Crenças centrais Estratégias compensatórias

Desamparo Dependência, esforço para se superar.

Desamor Isolamento, dramatização

Desvalor (vulnerabilidade) Domínio, agressividade, evita ser


prejudicado.

Ex: crença de vulnerabilidade:


• pode gerar hipervigilância ao comportamento dos
outros e ataque a qualquer sinal de maldade
(compensatória, não ativa a crença).
• Ou pode estar na origem de vigilância ao humor das
pessoas, submissão e evitação de conflitos (encobridora).
Respostas emocionais
Tristeza, ansiedade

Situação Pensamento Autom. Respostas comportamentais


Lendo um livro “É difícil demais, não entendo” Fecha o livro, vai assistir tv.

Respostas fisiológicas
Sono, inquietação

Crença intermediária
“ Se eu tentar fazer algo difícil, vou fracassar”.

Crença central
“Sou burra”

15
Resumindo

Crença Central + Crença Intermediária + Pensamentos


Automáticos + Modelos cognitivos + Anamnese + CID

Conceituação Cognitiva
Texto Complementar

Supervisão em Terapias Cognitivo-Comportamentais:


Trilhando outros Caminhos Além do Serviço-Escola

1 - Articular as ideias e construir um texto operativo –


conceitos e significados.

2 – Apresentação do Diagrama de Conceituação


Cognitiva.

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