Você está na página 1de 44

TERAPIA COGNITIVO-

COMPORTAMENTAL

Prof. Dr. Felipe Oliveira


Como é uma sessão?

• Primeira sessão

– Definição de agenda
– Verificação objetiva do humor
– Revisão do problema apresentado
– Identificação de áreas problemas
– Definição de metas
– Educação do modelo cognitivo
– Levantamento e correção das
expectativas em relação à
terapia
– Definição de tarefa de casa
– Resumo final da sessão
– Solicitação de feedback ao paciente
Como é uma sessão?

• No início das sessões, você irá restabelecer a aliança terapêutica,


checar o humor, os sintomas e experiências do paciente durante a
semana que passou e pedir que nomeie os problemas que mais deseja
ajuda para resolver.

• Essas dificuldades podem ter surgido durante a semana e/ou podem


ser problemas que ele espera encontrar na(s) próxima(s) semana(s).
Você também irá examinar as atividades de autoajuda (“exercícios
de casa” ou “plano de ação”) em que o paciente se envolveu desde a
última sessão.
Como é uma sessão?

• Na discussão de um problema específico que o paciente colocou na


pauta, você vai coletar dados a respeito do problema, conceituar
cognitivamente as dificuldades do paciente (perguntando sobre seus
pensamentos, emoções e comportamentos específicos associados ao
problema) e planejar colaborativamente uma estratégia.

• Na maioria das vezes, a estratégia inclui a solução objetiva e direta


do problema, avaliação do pensamento negativo associado ao
problema e/ou mudança no comportamento.
Principais Conceitos

Esquemas
Crenças centrais
Crenças intermediárias
Pensamentos automáticos
Distorções cognitivas
Esquemas

Os Esquemas funcionam como orientações


gerais para a seleção e organização de
diferentes dados, para a evocação de memórias
e para a interpretação de cada situação
Formação de um Esquema
Organização Cognitiva
Viés Confirmatório
Viés Confirmatório
Autoperpetuação
Crenças Centrais

São Pensamentos absolutos sobre como o paciente vê a


si mesmo, aos outros e ao mundo

Pensamentos globais, rígidos, e supergeneralizados

Estruturados desde a infância experiências com


os pais, irmãos e outros modelos socializadores
Crenças Irracionais

✓ Tenho que ser competente e bem-sucedido em tudo


que faço;
✓ Preciso vencer todo mundo, estar sempre em
primeiro lugar;
✓ Não posso errar;
✓ Preciso encontrar uma solução para todos os meus
problemas;
✓ Pensamentos negativos em relação as pessoas;
✓ Não posso apresentar qualquer aspecto negativo em
minha aparência física;
✓ Preciso ser capaz de resolver todos os meus
problemas sozinho;
Crenças Irracionais

✓ Preciso ter sempre um companheiro com quem possa dividir


minha vida;
✓ É impossível desfrutar qualquer coisa na vida estando
sozinho;
✓ Tenho de ser aceito, aprovado e amado por todas as pessoas;
✓ Tenho que ser competente e bem-sucedido em tudo que faço;
✓ Preciso vencer todo mundo, estar sempre em primeiro lugar;
✓ Não posso errar;
✓ Preciso ser capaz de ajudar todas as pessoas que me pedem
ajuda;
Crenças Irracionais

✓ Minha vida deve caminhar exatamente da maneira


como eu planejei;
✓ Não posso ter sentimentos ou pensamentos negativos
em relação as pessoas;
✓ Não posso apresentar qualquer aspecto negativo em
minha aparência física;
Crenças Intermediárias

...regras e pressupostos criados pelo indivíduo para que


ele possa conviver com as idéias absolutas, negativas e
não adaptativas, que tem a seu respeito. Funcionam como
um mecanismo de sobrevivência que o auxiliam a lidar e a
se proteger da ativação extremamente dolorosa das suas
crenças nucleares. ( Rangé & Cols. 2011)
Crenças Intermediárias

Originam-se dos esquemas: menos rígidas


mais facilmente acessíveis

Podem ser expressas na forma de:

de regras ou expectativas (“devo” ou “tenho que”)


suposições positivas e negativas
Crenças Intermediárias

Situações negativas inversas às positivas e


ativadas por situações críticas
Situações positivas permitem enfrentar a crença
central

Paciente pode desenvolver estratégias comportamentais


que lhe permitam agir como se a crença central não fosse
verdadeira
Crenças Intermediárias

Situação de crise indivíduo pode desenvolver um


ou mais transtornos psicológicos

Cada esquema pode incluir diferentes conteúdos


sendo o mais importante o relativo ao domínio pessoal
Crenças Intermediárias

Domínio Pessoal:
Conceito de si mesmo (aspectos físicos e psicossociais, objetivos de
vida, valores, etc...)
Crenças a respeito de sua família, amigos, trabalho, bens materiais,
seu grupo social e valores mais abstratos, como liberdade e justiça

O estado de humor e o comportamento do indivíduo serão


determinados pela interpretação das experiências cotidianas
como algo que afeta positivamente ou não este domínio
Crenças Intermediárias

Beck propôs que as crenças centrais negativas poderiam ser


agrupadas em duas grandes categorias, de acordo com seu
conteúdo:

Crença de ser desamparado


Crença de não ser amado

As categorias não são excludentes


Pensamentos Automáticos

*Nível superficial de cognição


*Espontâneos

*Repetitivos

*Sem questionamento/reflexão

*Acompanhados de forte emoção

*Mais facilmente identificados


Pensamentos Automáticos

As crenças intermediárias da pessoa influenciam sua


percepção expressa por pensamentos automáticos
específicos à situação

Comportamento e conduzem a uma resposta fisiológica


Estratégias Compensatórias

• As estratégias compensatórias são comportamentos que ajudam


a enfrentar as crenças centrais, ou a impedir que elas se tornn
públicas
• Atuam como uma forma de realimentar o sistema de crenças,
sendo que quando as mesmas são disfuncionais, acabam por
reforçar e auxiliar a manutenção dos sintomas e o sofrimento
dos clientes.
• Tipos de estratégias compensatórias: evitar contato social, se
esconder, manter tudo superficial, evitar chamar atenção sendo
discreta demais, tentar agradar as pessoas o tempo todo...
• É fundamental que se realize uma avaliação da influência das
estratégias na vida dos pacientes, bem como da rigidez das
mesmas, pois, dessa forma, torna-se possível criar expectativas
realistas na orientação do tratamento (J.Beck, 2007).
MODELO COGNITIVO

Crença Central (Esquema)

Crença Intermediária

Situação Pensamento automático Emoção


Conceituação Cognitiva é a formulação do caso, embasada
na concepção cognitiva dos transtornos emocionais do
paciente.
Processo Terapêutico

Conceituação do Problema
Educação do paciente sobre o modelo cognitivo
Desenvolvimento de uma relação colaboradora
Fortalecimento da motivação para o tratamento
Formulação do problema
Estabelecimentos de metas
Várias intervenções cognitivas e comportamentais
Esforços para prevenção de recaída
Aplicações Clínicas

DEPRESSÃO
Produzida por um padrão negativista de avaliar:
a si
ao mundo Tríade Cognitiva
ao futuro

Indivíduo considera-se inadequado, fracassado, inferior, sem valor ou


importância, se critica e se culpa por seus defeitos e erros
Aplicações Clínicas

DEPRESSÃO
Acredita que não tem como mudar aquilo que o
insatisfaz para alcançar um bem-estar
Tende a avaliar de forma negativa suas relações e os
acontecimentos cotidianos

Interpretando o mundo como pouco gratificante, frustrante


e exigente
Aplicações Clínicas

DEPRESSÃO
Expectativas do futuro negativas

Indivíduo antecipa dificuldades e sofrimentos intermináveis


e considera-se incapaz de lidar com os possíveis problemas

Presente nos pensamentos automáticos

Realidade interpretada através das distorções cognitivas


Aplicações Clínicas

DEPRESSÃO
Pensamentos automáticos gerados por esquemas e
modos depressiogênicos correspondem a
um certo padrão de processamento cognitivo
negativo estável

Forma sistematicamente pessimista de selecionar ou excluir


dados de cada situação, relacionar com experiências
passadas, ordenar e dar um sentido aos dados
Aplicações Clínicas

DEPRESSÃO

Modo corresponde a constante ativação de um


esquema para diversas situações

Na depressão modo ativado é o negativista

Todas as experiências são interpretadas de forma negativa, mesmo


que estejam presentes elementos positivos
Aplicações Clínicas

DEPRESSÃO

Crença de que é sem valor ou importância poder


de alterar o estado de humor e os comportamentos do
indivíduo

A apatia idéia de que ele não será capaz de realizar nada

Concentração e Memória ficam comprometidas em função


das constantes ruminações
Aplicações Clínicas

DEPRESSÃO

Ideação suicida expressa o desejo de escapar de


uma situação considerada imutavelmente adversa

A compreensão desta inter-relação entre pensamento,


afetos e comportamentos é essencial para a realização
do tratamento
Aplicações Clínicas

DEPRESSÃO
Tratamento
Correção do pensamentos automáticos e crenças
disfuncionais do paciente
Técnicas cognitivas: questionamentos socrático
registro de pensamentos disfuncionais
reconhecimento das distorções
cognitivas
Aplicações Clínicas

DEPRESSÃO

Técnicas comportamentais:
planejamento de atividades
prescrição de tarefas graduadas
avaliações de habilidades e capacidade de obter prazer
biblioterapia
relaxamento

Você também pode gostar