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UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO

INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS


CURSO DE PSICOLOGIA

A Terapia Cognitivo-Comportamental na Depressão

Professora: Lívia Garcez


Disciplina: Teorias e Técnicas Psicoterápicas I: Cognitivo-Comportamental
Acadêmicas: Brenda Tibolla, Luciana Giacomini, Luiza Wirtti, Maria Luiza
Peruzzo e Mariane Bechi

Passo Fundo, outubro de 2020.


INTRODUÇÃO

Segundo o Dicionário da Língua Portuguesa, a palavra Depressão significa “tristeza,


perda do ânimo, desgosto, perda da vontade para o trabalho ou atividades”, ou seja, a depressão
é um transtorno mental caracterizado por tristeza persistente e pela perda de interesse em
atividades que normalmente são prazerosas, acompanhadas da incapacidade de realizar
atividades diárias, durante pelo menos duas semanas. Dessa forma, vale destacar que a
depressão pode afetar qualquer pessoa e não significa que é um sinal de fraqueza.

Contudo, o conceito e, principalmente, a forma como a depressão é encarada pela


sociedade, já passou por grandes modificações. Apenas em meados do século 19, os transtornos
mentais foram reconhecidos como doença e o primeiro Manual Diagnóstico e Estatístico dos
Transtornos Mentais (DSM) só surgiu em 1952. Visto que, anteriormente, casos de depressão
estavam associados a mitos e superstições.

Através disso, percebemos o quanto a depressão está inserida na questão de saúde


pública, pois produz impactos negativos na vida do paciente e de sua família, comprometendo
o funcionamento do indivíduo nos aspectos pessoal, social e laboral, podendo se apresentar
como Episódio Depressivo Maior, Distimia, Depressão Maior Crônica e Transtorno Depressivo
Bipolar. Ainda, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (WHO, 2009), até 2020, a
depressão deverá ocupar o segundo lugar entre as doenças com maior prevalência, logo depois
das enfermidades cardiovasculares.

Ao considerar esta demanda, o presente trabalho tem como objetivo abordar, de maneira
geral, o conceito/definição e o diagnóstico da Depressão, segundo o Manual Diagnóstico e
Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5) e também segundo a Classificação Internacional
de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-10), bem como, as aplicabilidades da
Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) para esta demanda, destacando o Modelo
Cognitivo, a Tríade Cognitiva, as Distorções Cognitivas e as Técnicas utilizadas para o
tratamento, a fim de evidenciar a eficácia da TCC nesses casos e buscando como resultado a
redução dos sintomas, o aumento no repertório social e a alteração na quantidade e qualidade
das atividades e das interações sociais, combinado em sua maioria com o tratamento
medicamentoso (Dougher, 1994; Dougher, 2000; Lewinsohn, Biglan & Zeiss, 1976).
CONCEITO/DEFINIÇÃO E O DIAGNÓSTICO

Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais, quinta edição


(DSM-5), a depressão pode manifestar-se como episódio depressivo maior (EDM). Nesses
termos, os critérios caracterizam-se por pelo menos cinco dos sintomas seguintes: humor
deprimido, interesse ou prazer acentuadamente diminuído, perda ou ganho significativo de
peso, insônia ou hipersonia, agitação ou retardo motor, fadiga ou perda de energia, sensação de
inutilidade, culpa excessiva ou inapropriada, capacidade diminuída para pensar ou concentrar-
se, indecisão e pensamentos recorrentes sobre morte.

Para o diagnóstico, tais sintomas devem estar presentes todos os dias, ao longo de duas
semanas, e incluir, pelo menos um dos dois primeiros critérios: humor deprimido ou perda de
interesse e prazer.

A depressão apresenta-se com características diagnósticas semelhantes na Classificação


Internacional de Doenças (CID-10), de acordo com a qual, o número e a gravidade dos sintomas
classificam o episódio depressivo em três graus: leve, moderado e grave. Os critérios mínimos
para o diagnóstico de episódio depressivo envolvem dois dos três sintomas principais: humor
deprimido, perda de interesse ou prazer e energia reduzida; podendo ser acompanhados de
outros sintomas, tais como redução da concentração e atenção, assim como da autoestima e da
autoconfiança, aliados a prejuízos funcional ou social. O humor depressivo varia pouco no dia
a dia ou segundo as circunstâncias e pode estar associado a sintomas “somáticos”, como, por
exemplo, perda de interesse ou prazer, despertar matinal precoce, agravamento matinal da
depressão, lentidão psicomotora importante, agitação, redução de apetite, perda de peso e perda
da libido.

MODELO COGNITIVO DA DEPRESSÃO

Na década de 60, Albert Ellis e Aaron Beck indicaram que a depressão se originou de
hábitos de pensamentos enraizados, pautando os principais conceitos da TCC, em que Beck
destacou que o humor e os comportamentos negativos eram derivados de pensamentos e crenças
distorcidas, assim transvasados por cognições e esquemas cognitivos disfuncionais, observando
que os pacientes acreditavam e agiam como se tudo fosse pior do que realmente era. Então,
surgiu a ênfase no pensamento do “aqui e agora”, com muitos estudos empíricos, com bons
resultados e mais duradouros, inclusive mais potente que a própria abordagem farmacológica.
O Modelo Cognitivo da depressão divide-se em tríade cognitiva e distorções cognitivas.
A depressão está ligada ao desequilíbrio biológico/neuroquímico, ambiental ou psíquico, um
constructo ou visão mais negativa em relação à tríade cognitiva, ou seja, em relação ao self, ao
mundo e ao futuro.

O A-B-C evento gera pensamento, sentimento e depois comportamento, como, por


exemplo: a amiga passa e não cumprimenta, então a pessoa pensa “ela não gosta mais de mim”,
logo, se sente triste e ansiosa, e, se comporta não comendo e não levantando da cama. Quando
na realidade a amiga estava distraída.

A tríade cognitiva divide-se em: visão de si, como inadequada ou inapta. Por exemplo:
sou triste, chata e desinteressante para gostarem de mim; visão negativa do mundo, como em
atividades, relações e trabalho. Por exemplo: as pessoas não valorizam o meu esforço e o meu
trabalho; e, relacionado ao futuro, lincado cognitivamente com a desesperança e a
negatividade. Por exemplo: as coisas nunca irão mudar, não serei feliz. Esses pensamentos
podem se apresentar com ideação suicida como saída para alívio da dor psíquica ou situação
impossível de ser suportada.

A observação de Beck o levou a crer que o paciente depressivo elabora sua experiência
de forma negativa e prevê resultados desfavoráveis a seus problemas. Então, essa ação cognitiva
interpretativa dos eventos e suas expectativas levam a comportamentos desadaptativos que
reforçam os sentimentos e os comportamentos de desesperança, baixa autoestima e depressão,
ou seja, uma retroalimentação de crenças disfuncionais e desadaptativas. Dessa forma, o autor
atua na resolução de problemas e não no mapeamento de suas origens.

As distorções cognitivas dizem respeito a erros sistemáticos na percepção e


processamento das informações, isto é, as pessoas com depressão fazem essa leitura com
inflexibilidade e absolutismo, o que dá voz a erros interpretativos sobre o desempenho interno
e aos julgamentos das situações externas.

As distorções cognitivas mais presentes são: inferência arbitrária (conclusão


antecipada e com poucas evidências); abstração seletiva (tendência a escolher evidências de
seu mal desempenho); super generalização (tendência a afirmar que um evento ou desempenho
negativo irá ocorrer novamente); personalização (atribuição pessoal frequentemente de
natureza negativa, como culpa); pensamento dicotômico (tudo ou nada, exemplo: quero uma
blusa branca, mas só tem preta e branca à venda, então não quero nenhuma); previsão do futuro
ou catastrofização (previsão do futuro tendo em mente o pior, exemplo: futuro me parece nada
próspero e não vou aguentar); desqualificação (desmerecer os aspectos positivos, exemplo: as
pessoas me tratam bem, pois precisam, e não porque gostam de mim); racionalização
emocional (exemplo: se eu morrer, meu marido fica livre para casar com alguém que não tem
depressão, pois não o mereço); rotulação (atribuir um rótulo global negativo em si ou outros,
exemplo: minha nora vai fazer meu filho infeliz, ela não serve para ele); leitura mental (ler
mentes sem evidências suficientes, exemplo: as pessoas devem achar que invento doenças para
não trabalhar); deveria (prender-se em conjecturas que poderiam, ignorando o real e que já
passou, exemplo: uma criança cai e eu não a ajudo, depois ficar pensando “mas eu poderia ter
ajudado, chamado alguém, falado com ela”); e, comparações injustas (exemplo: chorei muito,
até as senhoras na igreja são felizes e eu não). Enfim, cada paciente apresenta uma conceituação
cognitiva.

Beck refere que as distorções são atreladas a regras e conjecturas fixas construídas ao
longo da vida do depressivo, ou seja, as crenças centrais, estas se ativam pelo stress, tendo
acesso às fontes primárias deste. Vale ressaltar que cada paciente tem sua conceituação
cognitiva composta por crenças centrais e intermediárias disfuncionais, distorções cognitivas e
pensamentos automáticos mais desadaptativos, e também, as reações fisiológicas, emocionais
e comportamentais, oriundas destes pensamentos. Então, partindo dessas colocações, estrutura-
se o tratamento.

APLICAÇÃO DA TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL

A Terapia Cognitivo-Comportamental da depressão consiste em um processo de recurso


terapêutico que ajuda os pacientes a mudar crenças e comportamentos que geram certos estados
de humor. Esta abordagem trabalha com três fases: a primeira com o foco nos pensamentos
automáticos e esquemas depressogênicos; já, a segunda tem como foco o estilo da pessoa
relacionar-se com outros; e, a terceira, por sua vez, consiste na mudança de comportamentos a
fim de obter melhor enfrentamento da situação problema.

Uma das vantagens é o caráter de participação ativa do paciente no tratamento, de modo


que ele é auxiliado a: a) identificar suas percepções distorcidas; b) reconhecer os pensamentos
negativos e buscar pensamentos alternativos que reflitam a realidade mais de perto; c) encontrar
as evidências que sustentam os pensamentos negativos e os alternativos; e, d) gerar
pensamentos mais acurados e dignos de crédito associados a determinadas situações em um
processo chamado reestruturação cognitiva.
TÉCNICAS PARA O TRATAMENTO

A primeira técnica consiste na explicação de como os pensamentos geram sentimentos,


que tem como objetivo explicar ao paciente que os pensamentos e os sentimentos são
fenômenos distintos e que os pensamentos criam sentimentos, ou seja, a interpretação que ele
faz de uma situação gera sentimento. O que devemos trabalhar com ele é a modificação de
crenças que geram estes pensamentos/interpretações, considerando que não questionamos
sentimentos. Apenas contestamos e questionamos os pensamentos que dão origem a esses
sentimentos.

A segunda técnica consiste no registro de pensamentos disfuncionais, sendo a Teoria


Cognitivo-Comportamental focada em pensamentos e comportamentos, esta técnica é bem
comum, tendo como objetivo a resolução de conflitos, a compreensão do que se pensa e o que
se passa no momento exato, reduzindo o estresse, ansiedade, a depressão e outros sintomas que
possa estar sentindo no momento. Ainda, o objetivo da linha terapêutica consiste em identificar
os padrões de comportamento, pensamentos e crenças, e modificá-los, através da descoberta da
origem do problema, portanto, esta técnica é muito importante e eficaz. Consiste ainda, em uma
“planilha” preenchida pelo próprio paciente, com seus registros e percepções sobre si, seu
sentimento e/ou a situação, considerando a distinção entre pensamentos e fatos.

A terceira técnica consiste na seta descendente, em que o terapeuta continua fazendo


perguntas e questionando o pensamento ou evento: “o que aconteceria se isso fosse verdade?”
ou “o que aconteceria para você, se isso acontecesse?” Tentamos cavar até o fundo da crença.
O terapeuta escreve o pensamento do paciente na parte superior da página e então desenha uma
flecha para baixo, em direção à série de pensamentos ou eventos implícitos no pensamento
original.

A quarta técnica consiste na Psicoeducação (reestruturação cognitiva), pela qual deve


ser realizada de forma simples e didática, na linguagem do paciente, tendo o objetivo de
educar/orientar o mesmo sobre o problema pelo qual passa, sendo assim, uma maneira de
autoconhecimento. Dentro da própria Psicoeducação, fundem-se várias áreas, teorias e técnicas
(LEMES; ONDERE NETO, 2017), sendo então, uma técnica por si só complexa, mas
fundamental para promover a saúde do paciente, bem como a prevenção.

A quinta técnica, por sua vez, consiste na ativação comportamental, com o objetivo de
resgatar, aos poucos, a capacidade de realizar tarefas no dia a dia, portanto, sendo uma das
técnicas mais eficazes para a depressão. É importante perceber e entender quais são as
atividades que costumam trazer prazer ao paciente, isso porque a técnica não se baseia em
“mandar o paciente realizar tarefas” simplesmente. Depois de saber a história de vida do
paciente, perceber suas queixas e demais informações necessárias, o terapeuta poderá
identificar que tipos de comportamentos “auxiliam” na manutenção do humor deprimido, ou
seja, quais desses comportamentos podem ser modificados para, consequentemente, modificar
o humor. A técnica trata-se de uma espécie de agenda, onde juntos, paciente e terapeuta, vão
aos poucos combinando atividades para serem realizadas durante a semana, acompanhando se
ocorre o progresso naquele estado de humor deprimido. Ainda, é importante que as atividades
sejam bem específicas e que assim, paciente e terapeuta consigam enxergar o progresso, pois é
muito importante também o paciente entender o que lhe causa prazer e o que lhe causa
sentimentos ruins. Aos poucos, deve-se aumentar o número e os tipos de tarefas realizadas.

Por fim, como sexta técnica, os estudos apontam o tratamento farmacológico entre os
principais métodos de tratamento dos episódios de TDM (CARNEIRO; KEITH, 2016). Os
principais fármacos usados em tratamentos para Transtorno Depressivo Maior, incluem:
Fluoxetina, Escitalopram e Citaloplan. Ainda, é importante salientar que o uso dos fármacos
associados a uma psicoterapia, tornam o tratamento mais eficaz.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante desta perspectiva bibliográfica, relacionada à forma cognitivo-comportamental


de como a depressão se apresenta, principalmente, de acordo com Aaron Beck, e também,
possíveis tratamentos como suporte para amenizar e até mesmo eliminar a psicopatologia da
rotina dos pacientes, concluímos que é de extrema importância as pesquisas e os tratamentos
desenvolvidos pela Terapia Cognitivo-Comportamental através de seus embasamentos
empíricos, possibilitando assim, uma melhor qualidade de vida, com uma visão no “aqui e
agora” e também, problematizando crenças, pensamentos, emoções e comportamentos
desadaptativos. Além disso, a Psicoeducação e a Reestruturação Cognitiva possibilitam um
automonitoramento e autoavaliação, permitindo mapear e rebater com autonomia os aspectos
disfuncionais, a fim de tornar o paciente ativo em sua reedição.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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