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1. APRESENTAÇÃO 2
2. BIOGRAFIA 2
3. CONTO - ÍNTEGRA 3
4. ANÁLISE DO CONTO 6
4.1 Análise estrutural e da relação do texto com o Realismo 6
4.2 Análise socioeconômica e social do século XIX 7
4.3 Análise mental 8
4.4 Análise filosófica e moral 9
5. DETALHAMENTO DA APRESENTAÇÃO 10
6. CONCLUSÃO 13
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 14
RELATÓRIO 15
1. APRESENTAÇÃO
2. BIOGRAFIA
Infância e adolescência
Joaquim Maria Machado de Assis nasceu na Chácara do Livramento no Rio de
Janeiro, no dia 21 de junho de 1839. Foi o primeiro filho do mulato Francisco José
de Assis, um pintor e decorador de paredes, e da imigrante portuguesa Maria
Leopoldina.
Machado de Assis passou sua infância e adolescência no bairro do Livramento.
Seus pais viviam na chácara do falecido senador Bento Barroso Pereira e sua mãe
era a protegida da dona da casa, D. Maria José Pereira.
Machado fez seus primeiros estudos na escola pública do bairro de São
Cristóvão. Tornou-se amigo do padre Silveira Sarmento, o ajudava nas missas e
familiarizava-se com o latim.
Quando tinha dez anos perdeu sua mãe. Seu pai resolveu sair da chácara e foi
morar em São Cristóvão com Maria Inês da Silva, só vindo a casar-se em 1854.
Sua madrasta trabalhava como doceira em uma escola e levava o enteado para
assistir algumas aulas. À noite, Machado ia para uma padaria, local onde aprendia
francês com o forneiro. À luz de velas, Machado lia tudo que passava em suas mãos
e já escrevia suas primeiras poesias.
Em busca de um emprego, com 15 anos, Machado conheceu Francisco de Paula
Brito, dono da livraria, do jornal e da tipografia da cidade. No dia 12 de fevereiro de
1855, a “Marmota Fluminense”, jornal editado por Paula Brito, trazia na página 3, o
poema “Ela”, de Machado de Assis. Daí por diante, Machado não parou de escrever
na Marmota e de fazer amizades com os políticos e literatos, frequentadores da
livraria, onde o assunto principal era a poesia.
Em 1856, Machadinho, como era conhecido, entrou para a Imprensa Oficial
como aprendiz de tipógrafo, mas além de mau funcionário, escondia-se para ler tudo
que lhe interessava.
O diretor decidiu incentivar o jovem e o apresentou a três importantes jornalistas:
Francisco Otaviano, Pedro Luís e Quintino Bocaiuva.
3. CONTO – ÍNTEGRA
A Carteira
Machado de Assis
...DE REPENTE, Honório olhou para o chão e viu uma carteira. Abaixar-se, apanhá-
la e guardá-la foi obra de alguns instantes. Ninguém o viu, salvo um homem que
estava à porta de uma loja, e que, sem o conhecer, lhe disse rindo:
-- Olhe, se não dá por ela; perdia-a de uma vez.
-- É verdade, concordou Honório envergonhado.
Para avaliar a oportunidade desta carteira, é preciso saber que Honório tem de
pagar amanhã uma dívida, quatrocentos e tantos mil-réis, e a carteira trazia o bojo
recheado. A dívida não parece grande para um homem da posição de Honório, que
advoga; mas todas as quantias são grandes ou pequenas, segundo as
circunstâncias, e as dele não podiam ser piores. Gastos de família excessivos, a
princípio por servir a parentes, e depois por agradar à mulher, que vivia aborrecida
da solidão; baile daqui, jantar dali, chapéus, leques, tanta cousa mais, que não havia
remédio senão ir descontando o futuro. Endividou-se. Começou pelas contas de
lojas e armazéns; passou aos empréstimos, duzentos a um, trezentos a outro,
quinhentos a outro, e tudo a crescer, e os bailes a darem-se, e os jantares a
comerem-se, um turbilhão perpétuo, uma voragem.
-- Tu agora vais bem, não? Dizia-lhe ultimamente o Gustavo C..., advogado e
familiar da casa.
-- Agora vou, mentiu o Honório.
A verdade é que ia mal. Poucas causas, de pequena monta, e constituintes
remissos; por desgraça perdera ultimamente um processo, com que fundara
grandes esperanças. Não só recebeu pouco, mas até parece que ele lhe tirou
alguma cousa à reputação jurídica; em todo caso, andavam mofinas nos jornais.
D. Amélia não sabia nada; ele não contava nada à mulher, bons ou maus negócios.
Não contava nada a ninguém. Fingia-se tão alegre como se nadasse em um mar de
prosperidades. Quando o Gustavo, que ia todas as noites à casa dele, dizia uma ou
duas pilhérias, ele respondia com três e quatro; e depois ia ouvir os trechos de
música alemã, que D. Amélia tocava muito bem ao piano, e que o Gustavo escutava
com indizível prazer, ou jogavam cartas, ou simplesmente falavam de política.
Um dia, a mulher foi achá-lo dando muitos beijos à filha, criança de quatro anos, e
viu-lhe os olhos molhados; ficou espantada, e perguntou-lhe o que era.
-- Nada, nada.
Compreende-se que era o medo do futuro e o horror da miséria. Mas as esperanças
voltavam com facilidade. A idéia de que os dias melhores tinham de vir dava-lhe
conforto para a luta. Estava com, trinta e quatro anos; era o princípio da carreira:
todos os princípios são difíceis. E toca a trabalhar, a esperar, a gastar, pedir fiado
ou: emprestado, para pagar mal, e a más horas.
A dívida urgente de hoje são uns malditos quatrocentos e tantos mil-réis de carros.
Nunca demorou tanto a conta, nem ela cresceu tanto, como agora; e, a rigor, o
credor não lhe punha a faca aos peitos; mas disse-lhe hoje uma palavra azeda, com
um gesto mau, e Honório quer pagar-lhe hoje mesmo. Eram cinco horas da tarde.
Tinha-se lembrado de ir a um agiota, mas voltou sem ousar pedir nada. Ao enfiar
pela Rua. Da Assembléia é que viu a carteira no chão, apanhou-a, meteu no bolso, e
foi andando.
Durante os primeiros minutos, Honório não pensou nada; foi andando, andando,
andando, até o Largo da Carioca. No Largo parou alguns instantes, -- enfiou depois
pela Rua da Carioca, mas voltou logo, e entrou na Rua Uruguaiana. Sem saber
como, achou-se daí a pouco no Largo de S. Francisco de Paula; e ainda, sem saber
como, entrou em um Café. Pediu alguma cousa e encostou-se à parede, olhando
para fora. Tinha medo de abrir a carteira; podia não achar nada, apenas papéis e
sem valor para ele. Ao mesmo tempo, e esta era a causa principal das reflexões, a
consciência perguntava-lhe se podia utilizar-se do dinheiro que achasse. Não lhe
perguntava com o ar de quem não sabe, mas antes com uma expressão irônica e de
censura. Podia lançar mão do dinheiro, e ir pagar com ele a dívida? Eis o ponto. A
consciência acabou por lhe dizer que não podia, que devia levar a carteira à polícia,
ou anunciá-la; mas tão depressa acabava de lhe dizer isto, vinham os apuros da
ocasião, e puxavam por ele, e convidavam-no a ir pagar a cocheira. Chegavam
mesmo a dizer-lhe que, se fosse ele que a tivesse perdido, ninguém iria entregar-
lha; insinuação que lhe deu ânimo.
Tudo isso antes de abrir a carteira. Tirou-a do bolso, finalmente, mas com medo,
quase às escondidas; abriu-a, e ficou trêmulo. Tinha dinheiro, muito dinheiro; não
contou, mas viu duas notas de duzentos mil-réis, algumas de cinqüenta e vinte;
calculou uns setecentos milréis ou mais; quando menos, seiscentos. Era a dívida
paga; eram menos algumas despesas urgentes. Honório teve tentações de fechar os
olhos, correr à cocheira, pagar, e, depois de paga a dívida, adeus; reconciliar-se-ia
consigo. Fechou a carteira, e com medo de a perder, tornou a guardá-la.
Mas daí a pouco tirou-a outra vez, e abriu-a, com vontade de contar o dinheiro.
Contar para quê? Era dele? Afinal venceu-se e contou: eram setecentos e trinta mil-
réis. Honório teve um calafrio. Ninguém viu, ninguém soube; podia ser um lance da
fortuna, a sua boa sorte, um anjo... Honório teve pena de não crer nos anjos... Mas
por que não havia de crer neles? E voltava ao dinheiro, olhava, passava-o pelas
mãos; depois, resolvia o contrário, não usar do acha- do, restituí-lo. Restituí-lo a
quem? Tratou de ver se havia na carteira algum sinal.
"Se houver um nome, uma indicação qualquer, não posso utilizar-me do dinheiro,"
pensou ele.
Esquadrinhou os bolsos da carteira. Achou cartas, que não abriu, bilhetinhos
dobrados, que não leu, e por fim um cartão de visita; leu o nome; era do Gustavo.
Mas então, a carteira?... Examinou-a por fora, e pareceu-lhe efetivamente do amigo.
Voltou ao interior; achou mais dous cartões, mais três, mais cinco. Não havia
duvidar; era dele.
A descoberta entristeceu-o. Não podia ficar com o dinheiro, sem praticar um ato
ilícito, e, naquele caso, doloroso ao seu coração porque era em dano de um amigo.
Todo o castelo levantado esboroou-se como se fosse de cartas. Bebeu a última gota
de café, sem reparar que estava frio. Saiu, e só então reparou que era quase noite.
Caminhou para casa. Parece que a necessidade ainda lhe deu uns dous empurrões,
mas ele resistiu.
"Paciência, disse ele consigo; verei amanhã o que posso fazer."
Chegando a casa, já ali achou o Gustavo, um pouco preocupado e a própria D.
Amélia o parecia também. Entrou rindo, e perguntou ao amigo se lhe faltava alguma
cousa.
-- Nada.
-- Nada?
-- Por quê?
-- Mete a mão no bolso; não te falta nada?
-- Falta-me a carteira, disse o Gustavo sem meter a mão no bolso. Sabes se alguém
a achou? -- Achei-a eu, disse Honório entregando-lha.
Gustavo pegou dela precipitadamente, e olhou desconfiado para o amigo. Esse
olhar foi para Honório como um golpe de estilete; depois de tanta luta com a
necessidade, era um triste prêmio. Sorriu amargamente; e, como o outro lhe
perguntasse onde a achara, deu-lhe as explicações precisas.
-- Mas conheceste-a?
-- Não; achei os teus bilhetes de visita.
Honório deu duas voltas, e foi mudar de toilette para o jantar. Então Gustavo sacou
novamente a carteira, abriu-a, foi a um dos bolsos, tirou um dos bilhetinhos, que o
outro não quis abrir nem ler, e estendeu-o a D. Amélia, que, ansiosa e trêmula,
rasgou-o em trinta mil pedaços: era um bilhetinho de amor.
4. ANÁLISE DO CONTO
Eduardo e Mônica
‘’Quem um dia irá dizer que não existe razão
Nas coisas feitas pelo coração
E quem me irá dizer que não existe razão
Eduardo abriu os olhos, mas não quis se levantar
Ficou deitado e viu que horas eram
Enquanto Mônica tomava um conhaque
No outro canto da cidade, como eles disseram
Eduardo e Mônica um dia se encontraram sem querer
E conversaram muito mesmo pra tentar se conhecer
Carinha do cursinho do Eduardo que disse
Tem uma festa legal e a gente quer se divertir
Festa estranha, com gente esquisita
Eu não tô legal, não aguento mais birita
E a Mônica riu e quis saber um pouco mais
Sobre o boyzinho que tentava impressionar
E o Eduardo, meio tonto só pensava em ir pra casa
É quase duas e eu vou me ferrar
Eduardo e Mônica trocaram telefone
Depois telefonaram e decidiram se encontrar
O Eduardo sugeriu uma lanchonete
Mas a Mônica queria ver um filme do Godard
Se encontraram então no Parque da Cidade
A Mônica de moto e o Eduardo de camelo
O Eduardo achou estranho e melhor não comentar
Mas a menina tinha tinta no cabelo
Eduardo e Mônica era nada parecido
Ela era de Leão e ele tinha dezesseis
Ela fazia medicina e falava alemão
E ele ainda nas aulinhas de inglês
Ela gostava do Bandeira e do Bauhaus
De Van Gogh e dos Mutantes
De Caetano e de Rimbaud
E o Eduardo gostava de novela
E jogava futebol-de-botão com seu avô
Ela falava coisas sobre o Planalto Central
Também magia e meditação
E o Eduardo ainda tava no esquema
Escola, cinema, clube, televisão
E, mesmo com tudo diferente
Veio meio de repente
Uma vontade de se ver
E os dois se encontravam todo dia
E a vontade crescia
Como tinha de ser
Eduardo e Mônica fizeram natação, fotografia
Teatro e artesanato e foram viajar
A Mônica explicava pro Eduardo
Coisas sobre o céu, a terra, a água e o ar
Ele aprendeu a beber, deixou o cabelo crescer
E decidiu trabalhar
E ela se formou no mesmo mês
Que ele passou no vestibular
E os dois comemoraram juntos
E também brigaram juntos muitas vezes depois
E todo mundo diz que ele completa ela e vice-versa
Que nem feijão com arroz
Construíram uma casa uns dois anos atrás
Mais ou menos quando os gêmeos vieram
Batalharam grana, seguraram legal
A barra mais pesada que tiveram
Eduardo e Mônica voltaram pra Brasília
E a nossa amizade dá saudade no verão
Só que nessas férias não vão viajar
Porque o filhinho do Eduardo
Tá de recuperação ah-ah-ah
E quem um dia irá dizer que existe razão
Nas coisas feitas pelo coração
E quem me irá dizer
Que não existe razão’’
Letra da paródia – A Carteira
6. CONCLUSÃO
Análise mental –
https://gauchazh.clicrbs.com.br/geral/noticia/2014/04/oxitocina-pode-fazer-pessoas-
mentirem-mais-aponta-estudo-4462654.html
https://institutonascer.com.br/saiba-mais-sobre-a-ocitocina-o-hormonio-do-parto-e-
do-amor/
https://rhpravoce.com.br/colab/a-falta-de-dinheiro-entre-as-principais-causas-de-
depressao-e-suicidio/
https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2022/08/17/medo-de-nao-ter-
dinheiro-para-pagar-contas-pode-causar-depressao.htm
https://assistemed.com/doencas-relacionadas-a-falta-de-dinheiro/