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Modelo Cognitivo

Cristiany Lisita

2023
Sumário

• Parte 1
Modelo Cognitivo

• Parte 2
Atividade Cognitiva

• Parte 3
Categorias de crenças
• A terapia cognitivo – comportamental (TCC) está baseada no modelo
cognitivo, o qual parte da hipótese de que as emoções, os
comportamentos e a fisiologia de uma pessoa são influenciados pelas
percepções que ela tem dos eventos

Situação/evento

Pensamentos automáticos

Reação (emocional, comportamental, fisiológica)


Não é a situação em si que determina o que a pessoa sente, mas como
ela interpreta uma situação (Beck, 1964; Ellis, 1962)
Então...

• A forma como as pessoas se sentem emocionalmente e a forma como


se comportam estão associadas a como elas interpretam e pensam a
respeito da situação;
• A situação em si não determina diretamente como elas se sentem ou
o que fazem; a sua resposta emocional é mediada pela percepção da
situação;
• Logo, pensamento não é fato, é probabilidade ou possibilidade
Vamos treinar um pouco...
Qual a parte do abacate seria:

• Os pensamentos automáticos

• As crenças intermediárias

• Crenças centrais
• Vamos exercitar o modelo cognitivo:

• Situação –assistindo uma aula

• PA – Eu nunca vou entender isso

• CI-

• CC:

• Reações
Principais conceitos

• Tríade cognitiva- Visão do indivíduo sobre si, mundo/outros e o


futuro;

• Distorções cognitivas – interpretações distorcidas da realidade ou


sem evidências suficientes nas dimensões da tríade cognitiva
Níveis de cognição

Pensamentos automáticos

Crenças intermediárias (regras/pressupostos)

Crenças centrais
• Importante: quanto mais profundo o nível de cognição maior é a
desregulação emocional

Pensamentos automáticos

• São influenciados pelas crenças centrais;


• Não são ao acaso, são influenciados pela história de vida da pessoa;
• Podem passar despercebidos, porque são parte de um padrão
repetitivo de raciocínio;
• Com treinamento torna-se mais fácil percebê-los
Identificando
• Pergunta básica
• Sobre o que você acha que estava pensando?
• Você acha que poderia ter pensado ou ?
• Você estava imaginando algo que poderia acontecer ou lembrado de
algo que aconteceu?
• O que essa situação significou para você? (ou diz para você?)
• Você estava pensando em (colocar um pensamento oposto)
• Você sentiu isso porque pensou que ...?
Crenças Intermediárias
• São tentativas de lidar com as crenças fundamentais;
• Criadas pelo indivíduo como tentativas de se adaptar a forma como o
indivíduo vê a si próprio, seu ambiente e a seu futuro;
• Expressas por meio de: regras, pressupostos, expectativas e atitudes
• Geralmente aparecem como “se ... então’’ (pressupostos) ou regras,
“devo, tenho que”
• Ex: Se agradar a todos, nunca ficarei só, se eu não confiar em
ninguém, não serei ferido; tenho que fazer tudo sempre
perfeitamente bem; para ter valor devo ser competente em tudo
que faço
Estratégias compensatórias
• Guiados pelas crenças intermediárias, são padrões de
comportamento que ajudam a lidar com as crenças centrais na
tentativa de não ativá-las ou de não torná-las públicas;
• Alimentam funcionamentos não saudáveis e perpetuam o sofrimento
Alguns tipos

• Evitar me emocionar, ser perfeito, ser muito responsável, evitar


intimidade, controlar as situações, tentar agradar a todos, agir de
modo autoritário, buscar reconhecimento etc
Exemplo

• Ana – Não consigo dar início ao meu plano de exercícios


Ana quer fazer exercícios para perder peso, mas não consegue
entender por que, mesmo tendo as melhores intenções, nunca
começa. Ela identifica seu pressuposto escrevendo:

SE eu fizer exercícios para perder peso, então ...


• Quando Ana olha essa frase, sua mente rapidamente a completa
assim:

Se eu fizer exercícios para perder peso, então vou recuperar tudo de


novo, portanto, de que adianta?

Ela também considera que o pressuposto “Se eu não... Então”, seria:

Se eu não fizer exercícios para perder peso, então não vou ter que me
levantar tão cedo pela manhã
Crenças centrais
• Ideias fundamentais sobre si mesmo, sobre outras pessoas/o mundo
e sobre o futuro e que definem a forma como as coisas são;
• Desenvolvem-se prioritariamente na infância;
• Estão geralmente envolvidas com sofrimento emocional e aparecem
mais em momentos difíceis;
• Não são totalmente conscientes;
• Não são facilmente acessadas;
• São globais, radicais, absolutas e generalizadas e rígidas;
• Quando ativadas fazem a pessoa levar em consideração toda
informação que apoia ou distorce a informação contrária
• As crenças são formadas na infância, inicialmente aprendemos sobre
nós e sobre o mundo com familiares e outras pessoas que estão à
volta;
• Elas ensinam coisas como “ O céu é azul”, “isto é um cachorro” ,
“Você é um inútil”;
• Muitas dessas mensagens são corretas e acaba-se acreditando em
todas as coisas que são ditas, mesmo aquelas que podem estar
incorretas, “ Você é um inútil”;
• As crianças também tiram suas próprias conclusões baseadas no que
vivenciam. Algumas podem ouvir “Você é inútil” e perceber que uma
criança mais velha na família recebe tratamento especial, que as
meninas esportistas são mais populares do que os estudiosos. Com o
tempo, essa ideia pode ser armazenada em sua mente como “ Não
sou boa”, “Sou um fracasso”;
• Nem todas as crenças nucleares dizem respeito a nós mesmos.
Baseadas na experiência, as crianças adquirem muitas crenças
nucleares como “cachorros mordem” ou “cachorros são amigos”, que
guiam seu comportamento (elas aprendem a ficar a distância ou se
aproximar de cachorros desconhecidos);
• As regras e crenças que uma criança desenvolve não são
necessariamente verdadeiras, mas uma criança pequena ainda não
tem habilidade mental para pensar de modo mais flexível;
• As regras assumem uma qualidade absoluta para uma criança;
• As crenças absolutas podem permanecer fixas caso sejam
desenvolvidas a partir de experiências muito sofridas ou se
experiências precoces na vida convençam que tais crenças são
verdadeiras mesmo quando se chega a vida adulta
• Como as crenças nucleares ajudam a compreender o mundo desde
uma idade tão tenra, pode nunca ocorrer avaliar se elas são a forma
mais correta ou útil de compreender as experiências adultas;
• Geralmente, quando adultos, agimos, pensamos e sentimos como se
essas crenças ainda fossem totalmente verdadeiras
• São todas como o verbo Ser ou TER
• Pertencem a três categorias: Desamparo, desvalor e desamor
Desamparo Desamor Desvalor
Eu sou incompetente Eu não sou querido Eu não tenho valor

Eu sou ineficiente Eu com certeza vou ficar sozinho Eu sou intolerável

Eu sou fraco Eu sou diferente Eu sou imoral

Eu sou vulnerável Eu não sou bom o suficiente Eu sou prejudicial

Eu sou vítima Eu com certeza vou ser rejeitado Eu sou ruim

Eu estou fora de controle Eu sou maus Eu não mereço viver

Eu estou desamparado Eu não sou atraente Eu sou inútil


REFERÊNCIAS

BECK, J.S. Terapia cognitiva: teoria e prática. Porto Alegre: Artmed,


2022.

WRIGHT, J.H.; BASCO, M.R.; THASE, M.E. Aprendendo a terapia


cognitivo-comportamental: um guia ilustrado. Porto Alegre: Artmed,
2018.

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