Você está na página 1de 3

SAIBA O QUE SÃO CRENÇAS

As experiências que cada ser humano tem ao longo da vida resultam na forma com que ele irá
enxergar a si, aos outros e o mundo.

O jeito que pessoas significativas como seus cuidadores, amigos ou colegas da escola te
tratavam influencia diretamente na forma com que você pensa, sente e age hoje no presente.

Essas vivências são as responsáveis pela formação das crenças de cada um.

A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é baseada no modelo cognitivo o qual considera


que a forma com que as pessoas interpretam as situações afeta suas emoções e
comportamentos.

Assim, o jeito que cada pessoa enxerga os eventos está associado as suas crenças as quais vem
à tona em forma de pensamentos, compreenda cada um desses níveis de cognição:

PENSAMENTOS AUTOMÁTICOS (PAS):

Consistem no nível mais superficial dos pensamentos. Diante das situações, eles aparecem
rápida e espontaneamente. Os PAs podem ser positivos ou negativos. Eles são aceitos como
verdadeiros, o indivíduo, normalmente, não questiona sua veracidade. Os PAs acontecem com
todos os indivíduos. Eles podem surgir de forma verbal (como numa frase), visual (imagens)
ou das duas maneiras.

CRENÇAS INTERMEDIÁRIAS:

São os pressupostos subjacentes ou condicionais, ou seja, um conjunto de regras, atitudes ou


suposições. Podem ser mais facilmente identificadas através de afirmações do tipo “se...
então” ou “deveria”. Elas norteiam os comportamentos do sujeito, são muito imperativas e
estão diretamente ligadas as crenças centrais.

CRENÇAS NUCLEARES (CENTRAIS):

São formadas desde a infância, se solidificam e se fortalecem ao longo da vida. Elas são o nível
cognitivo mais profundo, consiste em ideias globais, absolutistas e rígidas. Podem ser sobre a
pessoa, os outros ou o mundo o que forma a chamada tríade cognitiva. As crenças nucleares
são ideias enraizadas e cristalizadas as quais moldam o jeito de ser e agir das pessoas.

As crenças centrais podem ser divididas em:

Desamor: sentimentos de que será rejeitado (sou indesejável, feio, diferente, abandonado,
defeituoso, não sou amado, não sou bom o suficiente para ser amado etc.)

Desamparo: sentimentos relacionados a incompetência (sou incapaz, inadequado, fraco,


inferior, fracasso, vulnerável etc.)

Desvalor: sentimentos de não ter valor (sou sem valor, inaceitável, louco, derrotado, mau, não
mereço viver etc.)

Um exemplo de como funciona na prática:

Situação: Luana foi convidada para dar aula de inglês na sua antiga escola de idiomas.

Pensamentos automáticos:
“Isso será difícil demais! Eu não vou conseguir, é melhor dizer não.”

Emoções: medo e ansiedade.

Comportamento: agradeceu o convite e o rejeitou, alegando que estava sem tempo.

Ao aprofundarmos um pouco, percebemos o real motivo dela ter negado a oportunidade


diante desta situação:

Pensamentos automáticos:

“Isso será difícil demais! Eles vão perceber que não sei nada. Eu não vou conseguir, é melhor
dizer não.”

Crenças intermediárias:

“É péssimo não saber fazer as coisas.”

“Eu deveria conseguir fazer tudo o que já aprendi.”

“Se eu não sei fazer algo então não sou boa o suficiente.”

Crenças centrais:

“Eu sou insuficiente.”

“Eu sou incapaz.”

Após, a identificação junto ao paciente do seu funcionamento cognitivo, busca-se modificar


suas crenças.

Para isso, a TCC oferece ao profissional uma gama de técnicas para mudar a visão distorcida do
paciente para que ele consiga ter uma percepção mais funcional ao:

• Perceber as vantagens e desvantagens da sua crença.

• Levantar evidências de que sua crença está distorcida.

• Verificar através de experimentos comportamentais como a crença não é verdadeira.

• Colocar em perspectiva sua crença.

• Analisar as distorções na sua forma de pensar.

• Perceber como ele aplicaria as ideias rígidas com pessoas que ama.

• Elaborar cartões de enfrentamento para enfrentar situações em que a crença irá aparecer.

• Entre outras estratégias para modificar crenças disfuncionais.


Por fim, o terapeuta da TCC consegue ter ferramentas suficientes para colaborar com a
mudança do sistema de crenças distorcidas do paciente, para assim, permitir que o sujeito que
sofre com a visão irreal de si, dos outros e do mundo consiga fazer uma reestruturação
cognitiva.

Quando o indivíduo modifica essa percepção, sua forma de se sentir e se comportar muda para
melhor! Proporciona a ela uma vida mais realista, adaptativa e leve!

Você também pode gostar