Você está na página 1de 30
Desenvolvimento e aprendizagem na etapa de 0 a 6 anos 1.4 Introdugéo | 20 1.2. Como se desenvolvem e aprendem as ciancas da etapa de educacéo infantil? | 20 Como ocorre 0 pracesso de desenvolvimento? Em que consiste? | 21 Qual é 0 pape! da heranca no decorrer do desenvolvimento? | 22 Que relacdes podemos estabelecer entre o desenvolvimento e a aprendizagem? | 23 Como as ciancas aprendem? | 25 + Aexperincia com os objets | 25 + Aexperiéncia com as stuacées | 26 + 05 prémiose 05 castigos | 27 + Aimitacao | 27 ‘+ Aaprendizagem por meio da ciac8o de andaimes'e a aprendizagem compartihada | 28 1.3. Caracteristicas evolutivas | 30 AAs capacidades motaras | 31 * Oprimeiro ano de vida | 31 * Do segundo ao sexto ano de vida | 33 As capacidades cognitivas | 36 * Do nascimento até um ano e meio ou dois anos | 36 * Dos dois anos aos seis anos | 40 As capacidades de relacao com as outras pessoas e de equilorio pessoal | 43 * Donascimento até os dois anos | 43 * Dos dois aos sels anos | 44 1.4 Algumas idéias que é preciso guardar | 47 Se quiser ler mais... | 48 sar - Une 20 BASSEDAS, HUGUET & SOLE | A teitura deste capitulo deve proporcionar respostas para as seguintes | perguntas: Como se desenvcvem as capacidades motors no decor dos ss prmetes anos de wide das tangas? E as capacidades cogrities? Eas capacdades relacionadas com 9 possbldade de estar Frecigo menmo e com as ous pessoas equo pessoal ede reacionterpesoa)? capacidades de atar e patcpar no mundo que esté em volta (de 2 de inserg30 socal)? “+ Nesta dade, ha limites nas capacidades de desenvolvimento? 2 Quais sio 05 elementos envolvidos na consecucso de uma serie ds ‘aprendzagem sstemstica na escola grimaia? ecreatesperar que a cance armada pa planar stuaces uagbes de aprendzagem que planes sever p28 «GOES papel des pesossaduas no desenvliert das aps | peauenas? Como os autos podem sda adesenvaer 20 msxir0 fades que permite uma as de aprendizagem, OU amadiregam? Quals 2s dos meninos e das meninas sas capacidades? 4.1 INTRODUGAO ‘Todos nds temos, em algum momento de nossa vida, uma telagao préxima com criangas pequenas, Essa relagio ocorre por motivos di- vyersos e proporciona-nos diferentes niveis de ‘conhecimento do mundo infantil. De toda ma- neira, provavelmente estaremos de acordo que, no decorrer do perfodo que vai desde o nasei- ‘mento até 0s seis anos, ocorrem mudangas evi- dentes, espetaculares, bastante visivels, que nos permitem considerar que as criangas pequenas cada ver mais formam parte de nossa cultura e de nossa comunidade e que, a cada dia, vao-se tomnando mais parecidas com as pessoas adul- tas, (0 que provavelmente se tomaria mais difi- cil para a maioria das pessoas seria explicar por que e como ocorrem tais mudangas nas rian ‘cas pequenas; qual &0 papel e influénicia das pessoas adultas que as rodeiam; ou qual é 0 papel da heranga nas capacidades que umscri~ nga de seis anos manifesta. Essas so algumas das questdes que encontramos como objetos de estudo da psicologia evolutiva e da psicologia da educagio; a seguir, faremos uma referencia aos fatores que intervém no desenvolvimento, sempre 0s abordando a partir de uma perspecti- ‘vaconstrutivista. Organizamos. capftulo aten~ dendo 2 critérios de utilidade para os leitores interessados sobre a intervenciio nessa etapa. ‘Na primeira parte, apresentamos algumas questdes a respeito do desenvolvimento da aprendizagem nos primeiros seis anos de vida. Na segunda parte, ocupamo-nos dos gran- des marcos do desenvolvimento nas diversas reas (motora, cognitiva, afetiva) 4.2 COMO SE DESENVOLVEM E APRENDEM AS CRIANCAS DA ETAPA DE EDUCAGAO INFANTIL? Para poder avangar na explicago de uma determinada maneira de entender o desenvol- vimento, convém esclarecer alguns conceitos que utilizamos seguidamente © que, 3s vezes, poder gerar confusdes, se nd forem utilizados da maneira como o leitor ou a leitora foram avisados para fazé-lo, Referimo-nos a trés con- ceitos muito relacionados: maturagZo, desen- volvimento e aprendizagem, Quando falamos de maturagdo, estamos referindo-nos as mu- dangas que ocorrem ao longo da evolugio dos individuos, as quais se fundamentam na varia- Go da estrutura eda fungio das células, Assim, podemos falar, por exemplo, de maturagéo do sistema nervoso central, mediante a qual sao APRENDER E ENSINAR NA EDUCACAO INFANTIL 21 criadas as condigdes para que haja mais e me- JIhores conexdes nervosas que permitam uma resposta mais adaptada 2s necessidades crescen- res do individuo. A maturagio estéestritamente gada ao crescimento (que corresponderia ba- mente As mudangas quantitativas: alonga- mento dos ossos, auumento de peso corporal, etc.) «.portanto, aos aspectos biol6gicos,fisicos, evo- \utivos das pessoas. Quando falamos de desen- volvimento, referimo-nos explicitamente a for magao progressiva das fungoes propriamente humanas (linguagem, raciocinio, meméria, tengo, estima). Trata-se do processo median teo qual se poe em andamento as potencialida- des dos seres htumanos. Consideramos que é um processo intermingvel, no qual se produz uma série de saltos qualitativos que levam de um es- tado de menos capacidade (mais dependéncia de outras pessoas, menos possibilidades de res- postas, et.) para um de maior capacidade (mais autonomia, mais possthilidades de resolugzo de problemas de diferentes tipos, mais capacidade de criar, etc). Finalmente, queremos destacar as caracteristicas do conceito de qprendizagem. ‘Mediante os processos de aprendizagem, incor poramos novos conhecimentos, valores, habili- dades que so proprias da cultura e da socieda- de em que vivernos. As aprendizagens que in- comporamos fazem-nos mudar de condutas, de maneiras de agit, de maneiras de responder, ¢ do produto da educago que outros individuos, a nossa sociedade, planejaram e organizaram, melhor, do contato menos planificado, no 50 direto com as pessoas com quem nos relaci- amos, A partir dessas definigoes, podemos expor como entendemos que se desenvolvem os me- os as meninas dessas idades e qual € 0 pa- 2 escola na potencializagio desse desen- emt. Como ocorre o processo de desenvolvimento? Em que consiste? De zero a seis anos, ocorre um processo de complexidade do ser humano que nao se repe- tird durante seu desenyolvimento. As criangas, quando nascem, necessitam de cuidados mini- ‘mos e de atengao no muito complexa (comer e dormir certas horas e receber atencao as de- mangas a que o recém-nascido comega a fa: zet). A medida que vao crescendo, aumenta a ccomplexidade de suas demandas (choram por {que tém vontade ou mal-estar, ou no querem, estar sozinhas, ou querem estar com uma ou- tra pessoa, etc.) e também aumenta sua capa- cidade de resposta (comegam a ter critétios pro- prios em alguns aspectos e, portanto, mediante ‘0 uso de linguagem podem pedir 0 que que- rem). Também se tomiam mais complexas as realidades em que vivem essas criangas: passam do Ambito relacional reduzido ao estabeleci- mento de relagdes com pessoas mais alheias e desconhecidas, a ter necessidade de valer-se por si mesmas, de garantirse sem a presenga cons- tante das pessoas mais préximas. A complexi dade é consubstancial a0 processo de desenvol- vimento dos seres humanos. Esse desenvolvi- mento 6 caracterizado pelo seu caréter tinico com relago &s outras espécies vivas: 0 ser hu- mano € 0 Unico ser vivo que pode planejar sua aco, prem andamento uma atividade psiqui- a que Ihe permita realizar ages eriadoras. ‘Também € neoessirio destacar que a diversi- dade 6 uma caracteristica do ser humano, pois todas as pessoas sao diferentes em suas particu- laridades fisicas e psiquicas: cada uma recebe, por meio de heranca, determinadas caracterf ticas fisicase determinadas potencialidades, que se desenvolvem em um determinado ambiente. ‘Tudo isso exige-nos a necessidade de falar si multaneamente das caracteristicas de unicida- de e de diversidade do ser humano.

Você também pode gostar