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Aula 2

1. Por que o uso do termo “radical” em Behaviorismo Radical?

O termo “radical” remete aquilo que é básico, essencial; é dito radical, pois busca a
raiz/origem do comportamento humano. A palavra radical deriva do termo latim radix, que
significa raiz (básico e essencial)

2. Qual é a origem da preocupação de entender por que as pessoas se


comportam de determinada maneira? E como isso se dá até hoje?

Nós buscamos entender porque as pessoas se comportam de determinada maneira porque


queremos antecipar o que outra pessoa faz, para prevenir problemas; induzir outras
pessoas a se comportarem de certa forma; e compreender e explicar comportamento,
gerando uma valorização da produção de conhecimento.
(como isso se dá até hoje?)

3. Qual é o problema de utilizar dados de correlação para atribuir


causalidades a um fenômeno?

O problema é que a correlação não necessariamente indica causalidade, essa relação


equivocada se dá pelo fato da justaposição temporal nos fazer acreditar na relação de
causalidade.

4. Quais são as objeções da filosofia BR ao mentalismo?

As objeções dizem respeito a reprodução da causalidade mecanicista com a noção de


que há um agente interno causador (mente) de comportamento, e que essa forma de
pensar seria ruim pois ao procurarmos causas mentais, passamos muito tempo
buscando causas que nunca serão acessíveis e desviamos o olhar de outras
variáveis.

5. Quais foram as alternativas da psicologia para contornar os problemas


do mentalismo? Quais são as características de cada uma delas?

Como objeção ao mentalismo surgiram 3 correntes:


● Fisiologia como explicação do comportamento (ex: neurociências)
● Estruturalismo: deixar de lado oq busca a causalidade - estudar as estruturas - faz
com que o fenômeno adquira um caráter universal - se encontro algo que não se
encaixa cria-se uma nova categoria - busca sistematizar o conhecimento
● Behaviorismo Metodológico (Watson)
○ se construiu a partir da crítica ao mentalismo
○ define o objeto de estudo de acordo com as possibilidades metodológicas
(aquilo que é observável)
○ deixa de lado os eventos privados
○ busca das causas no ambiente - o ambiente causa o comportamento
○ subjetividade é ignorada

6. Qual é a noção de mundo e de ser humano para o Behaviorismo


Radical?

● o mundo está em constante transformação


● o ser humano altera o mundo e o mundo influencia o ser humano
● o ser humano é resultado de 3 histórias: filogênese, ontogênese e cultura

7. Quais são as características da abordagem analítico-comportamental?

● É uma abordagem histórico interacionista, monista (contra o dualismo, entende


eventos privados e públicos como sendo de mesma natureza) e determinista (filo,
onto, cultural)
● Há possibilidade de mudança
● Ser humano integral
● Foco na nossa história
● Dimensão material
● Foco nas interações

8. Quais são e qual o papel dos determinantes do comportamento


humano, segundo a filosofia Behaviorista Radical?

● 3 níveis de determinação do comportamento


○ Filogenética: Seleção natural de características adaptativas - Predisposição
genética para responder ao ambiente - Mecanismos cerebrais - Influências
hormonais
○ Ontogenética: Aprendizagem de comportamentos e sentimentos ao longo da
vida do indivíduo
○ Cultural: Práticas culturais compartilhadas - Valores e crenças culturais
familiares
Aula 3
1. Para o Behaviorismo Radical, qual é o objeto de estudo da psicologia?
E como o termo “mundo privado” se encaixa nesse estudo?

O objeto de estudo do Behaviorismo Radical é o comportamento, o qual seria a interação


entre organismo e ambiente dentro do mundo externo e interno. O mundo interno é
delimitado pela nossa pele, mas isso não o coloca em outra dimensão apenas por
sermos os únicos a ter acesso. Não podemos negar que esse mundo existe e influencia o
nosso comportamento, uma vez que, vivemos, sentimos e percebemos esse mundo, e
eventualmente, somos capazes de descrevê-lo; desenvolvemos formas diferentes de se
expressar sobre o mundo dentro e fora da pele.

2. Como a concepção de diferentes dimensões de causas do


comportamento pode atrapalhar o estudo dos fenômenos chamados de
psíquicos?

Ao colocar os fenômenos chamados de psíquicos em uma dimensão diferente dos


fenômenos que ocorrem no mundo externo, travamos a explicação e a possibilidade de
estudo.

3. Na teoria estudada, qual é a diferença entre ambiente e universo?

O primeiro, universo, diz respeito a todos os objetos e eventos com potencial para
adquirir uma função para o comportamento; o segundo, ambiente, como a parcela do
universo que, num dado momento da história interacional, tem uma função para o
responder de um organismo.

4. Por que é difícil sermos ensinados a fazer discriminações do mundo


privado?

O fato de apenas nós mesmos termos acesso ao mundo dentro da nossa pele torna
mais difícil de sermos ensinados pela comunidade verbal a fazer descriminação sobre
esse mundo privado. Essa ausência de informações limita o ensino de como discriminar
e descrever os estados de seu próprio corpo, pois não possui bases necessárias para
reforçar diferencialmente quando a descrição está correta ou incorreta.
5. Qual é a importância da comunidade verbal para nos fazer entrar em
contato com nosso mundo privado?

A comunidade verbal é importante para nos fazer entrar em contato com nosso mundo
privado pois nos ajuda a “traduzir” esse eventos, nos ensinando formas de relatar o nosso
“mundo privado”.

6. Como aprendemos a relatar comportamentos privados? Explique e


exemplifique três formas.

● Correlato público do comportamento privado: reforçamento contingente a


respostas verbais que acompanham eventos públicos vinculados a eventos
privados. - logo a comunidade não tem acesso aos eventos privados, mas
pode ter acesso a seus correlatos públicos e, a partir deles, modelar o relato
do indivíduo.
○ Ex: criança cai e rala o joelho, tem o evento privado da dor e a
resposta verbal pública “Isso dói!”
● Respostas colaterais: aquela que é preciso aprender a identificar e
descrever - geralmente incondicionadas e, no mínimo, não verbais
● Metáforas que se pautam no ambiente externo para nomear eventos
privados.

7. Qual é o papel do outro no autoconhecimento?

O autoconhecimento é de origem social > o sujeito se conhece por meio das perguntas que
são feitas a ele.

8. Qual é o papel das variáveis externas na construção do eu?


Aula 4
1. O que é controle aversivo?

O controle aversivo tem sido definido como o controle do comportamento estabelecido por
contingências de punição e de reforço negativo

2. Quais são as razões pelas quais punimos?

● Imediaticidade da consequência para o punidor;


● Acreditamos que as pessoas vão agir de forma diferente, que vamos “ensinar” algo;
● Eficácia da punição não depende da privação e da saciação, como em outros
processos;
● Facilidade no arranjo de contingências, já que outras estratégias podem ser
trabalhosas e demoradas
○ Identificar e planejar reforçadores
○ Pensar em um processo de modelagem
○ Esperar que a resposta ocorra em determinado contexto
● Suposto sentimento de justiça
3. Quais são os problemas do uso de controle aversivo?

● Supressão temporária de respostas (inclusive de outros comportamentos além do


punido)
● Punição não ensina comportamento > “Ensina” apenas o que “não fazer”
● Efeitos colaterais:
○ Punição condicionada
■ Agente punidor torna-se aversivo
■ Características do ambiente podem tornar-se aversivas
○ Aumento de respostas de fuga e esquiva
○ Agressão induzida pela punição > Elicia respostas emocionais
○ Contracontrole > Comportamento diminui apenas em situações específicas,
mas continua a ocorrer em outros ambientes/momentos
● Questões éticas

4. Existe diferença no uso de controle aversivo de forma intencional ou não?

5. Podemos afirmar que há uma sobreposição entre punição e reforço


negativo. Por quê?

De acordo com Sidman (1989/2000), o reforço negativo e a punição funcionam de maneira


complementar, pois um estímulo punindo uma resposta também deve aumentar sua
probabilidade removendo ou evitando esse estímulo (ou seja, reforço negativo; por
exemplo, Crosbie, 1998). Essa interdependência entre punição e reforço negativo foi
apontada por Sidman como uma desvantagem do uso do controle coercitivo, sendo a outra
os perigosos efeitos colaterais de tais práticas.
Esse estímulo que me puniu, vai se transformar em um estímulo reforçador negativo (fuga
ou esquiva)

6. Qual é diferença entre coerção e controle?

● Coerção x Controle
○ Controle é tudo - reforço positivo também é controle
○ coerção = punição “somo todos contra o uso da coerção”

7. Qual é a importância de estudarmos empiricamente o uso e efeitos do


controle aversivo?

Independentemente de se acreditar ou não que a punição deva fazer parte da organização


de contingências, ela sempre fará parte das nossa realidade. Assim, é fundamental que a
punição seja efetivamente integrada em teorias formais sobre comportamento. Mas, para
que isso aconteça, a quantidade de dados empíricos relacionados à punição e seus
potenciais efeitos colaterais precisam aumentar substancialmente. Esses dados e teorias
não apenas seriam valiosos por si mesmos, mas também poderiam melhorar
significativamente as aplicações a problemas de interesse humano.

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