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• Até 1930, havia 2 correntes de Psicologia Social que prevaleciam nos EUA:
• Após 1930, muitos teóricos da Gestalt migraram para os EUA, que traziam a influência da
Fenomenologia e propunham uma Psicologia Social que considerasse a influência da
percepção, da influência social e da cognição.
Influência da Gestalt
• Inspirou-se nos experimentos sobre percepção de Muzafer Sherif, em que havia o efeito
autocinético -> o participante via um ponto fixo, mas se outra pessoa afirma que esse
mesmo ponto está se movendo, ele começava a ver se movendo também.
• Asch buscava uma teoria da influência social que explicasse as forças psicossociais que
levavam o indivíduo a contrariar suas próprias opiniões e percepção para se manter em
conformidade com o grupo.
• Os resultados da pesquisa foram publicados no artigo “Opiniões e Pressão Social”.
• Em seu experimento, os participantes eram questionados sobre qual das alternativas
tinham uma linha do mesmo tamanho que a inicial. 7 dos 8 participantes eram
colaboradores que diziam de propósito a alternativa errada.
• O participante real do experimento dizia a alternativa certa quando era perguntado
individualmente, mas quando a pergunta foi feita em grupo e todos afirmaram uma
alternativa diferente, ele mudava sua resposta conforme o grupo, mesmo estando correto
inicialmente.
• Esse experimento mostra que a percepção pode ser alterada pelo social, logo, a cognição
não é só individual.
Milgram
• Hannah Arendt escreveu A Banalidade do Mal, em que defendia que uma pessoa boa pode
cometer um ato cruel.
• Uma instituição pode desresponsabilizar uma pessoa -> “eu só cumpri ordens”. A pessoa não
se vê como autora/responsável pela crueldade, ela é apenas uma parte de um todo maior.
• Milgram tenta comprovar a tese de Arendt de forma científica.
• Em seu experimento, o participante aplicava as perguntas de um teste de memória em um
cúmplice do experimento. Ele foi orientado que, caso a pessoa errasse, teria que apertar um
botão que dava um choque e aumentar a intensidade se o erro persistisse.
• Na verdade, o choque não era real, mas o cúmplice fingia dor e errava de propósito. Além
disso, o participante recebia ordens persuasivas para continuar o experimento.
• O intuito foi verificar se as pessoas começariam a ser cruéis contra a sua própria vontade, com
o objetivo de cumprir suas ordens. O experimento comprovou essa tese, contudo, causou
danos psicológicos nos participantes.
Zimbardo
• O psicólogo social começou a ser visto como alguém que apenas fazia pegadinhas.
• A psicologia social produzia muito conhecimento, mas não o utilizava para mudar a vida
das pessoas, então ela era vista como uma ciência pouco útil.
• A psicologia social crítica surge então como uma autocrítica, buscando uma prática que
mude a sociedade.
• “Os filósofos têm apenas interpretado o mundo de maneiras diferentes; a questão, porém,
é transformá-lo” – Marx.
Influências
• Psicologia social sociológica + psicológica -> Teorias sociais e psicológicas tradicionais ->
Psicologia social tradicional.
• Psicologia histórico-cultural -> Teorias sociais e psicológicas críticas -> Psicologia social
crítica.
Materialismo histórico-dialético
• O poder só existe numa relação consensual, onde alguém tem vontade de ser obedecido e
o outro concorda em obedecer.
• A violência só existe quando não há poder, pois é um meio recorrido quando quem quer
ser obedecido percebe que não está conseguindo influenciar o outro. A violência não é
consensual.
• Foucault concorda com a visão de Hannah Arendt de que o poder não existe como algo
material, ele só existe na relação dos indivíduos.
• Ambos defendem que o poder é produtivo e positivo, o qual permite a potência humana
criar e transformar. “Se o poder fosse somente repressivo, você acredita que seria
obedecido? O que faz com que o poder se mantenha e que seja aceito é simplesmente que
ele não pesa só com uma força que diz não, mas que de fato ele permeia, produz coisas,
induz ao prazer, forma saber, produz discurso.” Há uma vantagem em obedecer.
• Toda relação social é uma relação de poder, pois precisamos negociar nossos interesses.
• Em toda relação social há política, pois estamos todo realizando a nossa vontade ou a de
outro.
Poder – Foucault
• A verdade não existe com o propósito de ser conhecida pela humanidade. O universo tem
uma existência que supera as limitações humanas.
• A ciência não descobre a verdade, mas a inventa e a legitima.
• Tudo o que somos capazes de acessar são os efeitos da verdade, e não a verdade em si.
• Produzimos enunciados sobre a verdade a partir dos nossos sentidos e linguagem, ou seja,
nós que inventamos o conhecimento.
• As instituições legitimam, dentre os diferentes enunciados, aqueles que serão ou não
verdade.
• “A verdade é a verdade do rebanho”.
Discursos
• Suplícios -> castigos/torturas em público, mesmo sem motivo justo/na lei. Buscava
comover o povo pelo horror, com mortes lentas e agonizantes. Ao fazer isso, o governante
se mostra acima de tudo, com um poder inquestionável.
• Sociedades punitivas -> punição de um crime em público, sustentada pela lei, para dar o
exemplo a todos. A sociedade concorda com a punição e o governante tem a figura de
protetor da ordem.
• Sociedade disciplinar -> a disciplina é uma ação coercitiva antecipatória, ou seja, produz a
obediência antes do sujeito ter um comportamento indesejado, sendo valorizada como
uma virtude. É mais eficiente que a punição e possui 3 princípios:
O poder disciplinar
Conclusão
• Foucault defendia que não estava propondo uma teoria, uma verdade. Ele propôs um
modo crítico de pensar a sociedade, ou seja, de olhar para além das nossas certezas
teóricas e de questionar os efeitos que nosso saber psicológico, enquanto poder, produz
sobre os sujeitos e sobre a história.
• “Eu não sou um profeta, o meu trabalho é construir janelas onde antes havia somente
paredes.”