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• A psicologia social foi influenciada pelo behaviorismo, o qual contribui principalmente

com o estudo do papel reforçador da sociedade na aprendizagem e no comportamento


aprendido.
• A psicologia social também foi influenciada pela gestalt com suas contribuições sobre o
estudo do papel da sociedade na percepção e na cognição.

• O experimento de Asch mostra como a percepção pode ser alterada pelo grupo social que
a pessoa está inserida, ao constatar que indivíduos mudavam suas opiniões em testes
porque suas respostas não estavam em sintonia com as do grupo.
• O experimento de Milgram comprova cientificamente a tese de Hannah Arendt de que
uma pessoa boa pode cometer um ato de maldade sob ordens, ao fazer um experimento
em que o participante devia aplicar choques caso a pessoa do outro lado errasse a resposta
(o choque não era real e a pessoa era um cúmplice do experimento). Muitos participantes
aplicavam os choques mesmo contra sua própria vontade porque recebiam ordens
persuasivas.
• O experimento de Zimbardo busca fazer outra versão do de Milgram, onde ele simulou
com um grupo de pessoas o sistema carcerário, então designou umas para fazerem o
papel de detentos, e outras para serem os guardas, sendo que ele mesmo fez o papel de
diretor da prisão. Embora os participantes soubessem que estavam sendo gravados e que
não poderia ter violência física, os carcereiros abusaram tanto de forma psicológica dos
detentos que o experimento precisou ser interrompido.

• A psicologia social tradicional entra em crise por começar a ser vista como uma ciência
pouco útil, devido ao seu caráter de apenas descrever as causas de fenômenos sociais, mas
não propor uma intervenção prática para mudar essa realidade. O psicólogo social
inclusive era visto como alguém que apenas fazia pegadinhas, então a psicologia social
crítica surge para propor uma psicologia que usasse seu conhecimento para mudar a
realidade.

• O processo de objetivação diz que ao indivíduo se comportar, ele age sobre o mundo e
muda a realidade. Já o processo de subjetivação diz que o mundo pode ser interpretado
pelo sujeito, o qual faz representações mentais da realidade.
• O materialismo histórico-dialético é a base da psicologia histórico-cultural, a qual
influencia a psicologia social crítica. Os processos de subjetivação e objetivação mostram
como o homem tem um papel ativo sobre a realidade, pois está na posição de interpretá-
la e mudá-la; além de aceitar a existência de processos que são contraditórios (opostos) e
ao mesmo tempo complementares. A defesa de um homem ativo e a coexistência de
processos contraditórios são características do MHD que influenciaram a psicologia social
crítica.
• A psicologia social tradicional tem uma visão determinista da realidade, a qual funciona
de modo absoluto e não pode ser mudada pelo homem, defendendo que sua teoria/prática
deve ser neutra e que os fenômenos sociais e psicológicos são naturais.
• A psicologia social crítica tem uma visão histórica da realidade, a qual considera como a
época/cultura influencia a realidade, então nenhum sujeito consegue ser totalmente
neutro, sempre é influenciado pelo seu contexto histórico. Defende que o homem tem o
papel ativo de transformar a realidade e que fenômenos sociais e psicológicos não são
naturais, são produtos de uma cultura.

• Dimensão axiológica, ideológica e histórica.

• De acordo com Hannah Arendt, para haver uma relação de poder precisa ter o consenso
de ambas as partes, uma que escolhe obedecer, e outra que escolhe ser obedecida. A
violência só ocorre quando não há mais poder, pois a pessoa que decide usar da violência
está criando uma relação que não é consensual: ela escolheu ser obedecida, mas o outro
não escolheu obedecê-la, ele foi forçado a isso.

• Para esses autores, as relações de poder sempre são positivas porque são forças
produtoras, que produzem conhecimentos e discursos, além de haver ganhos tanto em
comandar quanto em obedecer por ser uma relação consensual. Um exemplo disso é um
adolescente que mora na casa dos pais: embora ele tenha que obedecer a vontade de seus
pais, ele também não precisa se preocupar com as tarefas que seus pais precisam se
preocupar para manter a casa.

• Foucault defende que o poder é exercido em rede e que vem de baixo, ou seja, são as
relações micropolíticas que, ao deixarem que o poder seja exercido, sustentam os
processos macropolíticos. Uma diretora não teria poder se os alunos não a obedecessem.
• Toda vez que os sujeitos se recusam a obedecer, eles interrompem a circulação do poder
em exercício e criam pontos de resistências à sua perpetuação, abrindo espaço para a
circulação de outros discursos.

• Nietzche defende que o universo não existe com a finalidade da espécie humana descobri-
lo. O universo existe por si só. Nós só conhecemos aquilo que temos a capacidade de
conhecer, ou seja, conhecemos os efeitos da verdade, mas não a verdade em si. Até a
forma como nós racionalizamos não é pura, é influenciada pela nossa época, cultura,
entre outros fatores. Então o nosso conhecimento é a interpretação dos fenômenos de
acordo com a nossa espécie, não algo absoluto e verdadeiro.
• Foucault também defende que a verdade existe, mas que não temos acesso a ela. Dessa
forma, a sociedade produz “verdades” de acordo com seus interesses.

• Os discursos/saberes para Foucault são um conjunto lógico de enunciados sobre o


fenômeno a partir de seus efeitos. Os discursos sustentam as relações de poder, pois os
que contribuem para manter o poder em exercício são validados, enquanto os que o
contrariam são invalidados.
• Como as disciplinas (campos do saber, instituições) são responsáveis por produzirem
esses discursos, elas moldam o comportamento das pessoas ao definirem o que é ou não
verdade/normal. Essa verdade é construída de acordo com os interesses de quem está no
poder, de forma que o beneficie e, dessa maneira, produza subjetividades dóceis, que
interiorizam e reproduzem suas ideologias, além de produzir corpos economicamente
rentáveis, que buscam o tempo todo serem produtivos.

• De acordo com Foucault, o autor apenas reproduz um discurso que já era existente na
sociedade, ele não o cria e nem existe antes dele. O discurso existe, se alguém o organizar
na realidade ou não. Por exemplo, os ideais nazistas não surgiram com Hitler. Eles já
estavam presentes na sociedade alemã. Hitler somente se apropriou deles e os organizou.

• A sociedade baseada em suplícios apresenta a utilização por parte de quem possui o poder
de castigos e torturas em público, mesmo sem que esteja apoiado pela lei. O governante
está acima de tudo, inclusive das leis.
• A sociedade baseada em punição utiliza-se da lei para justificar a punição de um crime e o
faz em público para dar o exemplo a todos. A população normalmente apoia a punição.
• A sociedade disciplinar se utiliza da disciplina, uma ação coercitiva antecipatória que
produz a obediência antes do sujeito ter um comportamento indesejado. Inclusive, ser
disciplinado é visto como uma virtude.
• A norma: o normal (norma) é o discurso que fortalece o poder em exercício, que propõe
um comportamento e modo de pensar ideal, já o anormal é o discurso que o contraria. A
lei categoriza os sujeitos em legais e ilegais, enquanto a norma propõe um ideal e
classifica os sujeitos num continuum de acordo com o quanto estão encaixados no padrão.
• A vigilância: o poder busca produzir saber a respeito dos vigiados e adestrar os seus
comportamentos. A presença do vigilante é onipresente e ao mesmo tempo sutil para não
ser percebida.
• O exame: o indivíduo que tem que ser normalizado de acordo com o discurso de poder é
examinado e vira um caso, um objeto para o conhecimento e para ser dominado.

• O panóptico é uma estrutura em forma de anel, cuja periferia apresenta espaços dedicados
a cada vigiado (celas), e há uma torre central, onde os vigilantes ficam. Quem está na
torre central tem visão de todos, mas quem está sendo vigiado não tem visão dos
vigilantes.
• Essa invisibilidade do poder de vigiar torna a estrutura eficaz, de modo que a
possibilidade de estar sendo vigiado o tempo todo acaba produzindo uma pressão que faz
o panóptico ser capaz de moldar a subjetividade dessas pessoas, que se tornam seus
próprios vigilantes por vigiarem seu próprio comportamento e os dos outros também.

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