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PSICOLOGIA SOCIAL • LE BOM – teoria das massas – que influenciam de maneira unidirecional

–> seu alvo é a produção de subjetividade Ele entende que quando a pessoa se vê envolvida na excitação coletiva gerada pelas massas, perde temporalmente
-> estudo dos fenômenos sociais contemporâneos algumas das faculdades de raciocínio que tem na vida cotidiana, e chega ser muito sugestionável. Sob a influência
-> conhecer o indivíduo no conjunto de suas relações sociais da massa, a pessoa retorna as formas mais primitivas de reação. Na multidão se produz um processo de
• Surge em um contexto séc. XIX que busca entender a psicologia dentro de modelos positivistas (verificação degeneração para um estado primitivo de inconsciência coletiva. O resultado é que os indivíduos perdem sua
experimental, neutralidade, modelos matemáticos, hipóteses explicativas e alinhamento com as ciências identidade e mostram um caráter compartilhado
naturais) ALEMANHA – vinculação da psico com a fisiologia e a psicofísica
• Isso gerou uma psicologia a serviço da classificação do sujeito (psicometria, behaviorismo) que busca por • WUNDT – objeto de estudo seria a mente e seus processos e o método seria a introspecção
generalizações do sujeito e da sociedade. - psico dos povos: estudo dos fenômenos cognitivos que surgem nas populações; entende que precisamos estar em
• O pragmatismo estadunidense e os modelos deterministas europeus foram alvos de críticas, na década de sociedade para alcançarmos todo o nosso potencial; estudo de duas grandes áreas: 1. linguagem, costumes e dos
60, pela América Latina, pois não se preocupavam em pensar na desigualdade social e na realidade de países mitos como produtores do contexto cultural e históricos e 2. elaboração de uma psicologia diferencial dos
colonizados. diferentes povos, raças e nações
• A América Latina busca por uma psicologia + comunitária e transformadora, e entende que a psico social • MARX - Consciência é produzida na vida em sociedade, com base na vida concreta, material. Essa vida
deveria estar relacionada a um projeto político na emancipação da sociedade pelo sujeito. concreta é construída por indivíduos ativamente transformadores e que dialeticamente também são
transformados historicamente pelo espaço social que ocupam.
• Concepções do Social GRÃ-BRETANHA – perspectiva darwinista/evolucionista – que influencia na construção de políticas sociais
1) Individualista • SPENCER – visão utilitarista do processo social;
- Foco no indivíduo como se não houvesse social e implicações políticas - Acredita que o sistema nervoso se adapta à medida que as reações diante dos acontecimentos externos tornam-
- Social como a soma dos indivíduos, ao invés de uma relação da pessoa e dos construtos sociais se mais complexos -> pensamento base para entender que sociedades das quais ele considerava mais complexas
- Estado não precisa intervir, só tem sentido para defender interesses particulares. (europeias), eram mais evoluídas e, portanto, melhores/superiores
2) Totalitária - Rejeitava a personalidade individual como um produto cultural. Acreditava que a personalidade era um traço
- Ser humano como parte de um todo, onde o grupo e o coletivo são a verdadeira realidade genético, hereditário -> essencialização do indivíduo
- Apenas a consciência social importa ESTADOS UNIDOS – pragmatismo e funcionalismo; influenciada pelo evolucionismo de SPENCER
3) Social - Sobrevivência do mais apto + progresso como consequência de organismos [sociais] melhor
- Relação da pessoa e da instância social e como isso se dá na organização do sujeito adaptados = negação da importância de intervenções estatais, compreendendo que o progresso/sucesso viria como
- Se dá no “entre”: singular e múltiplo, mundo interno e externo, individual e coletivo consequência de uma ordem natural; posição social é resultado de aptidões individuais
- Pragmatismo: A verdade de uma ideia vem de suas consequências práticas, só as ideias bem adaptadas
Indivíduo fragmentado – usa a teoria para explicar o todo, generalizando e querendo aplicar para todo tipo de sobrevivem, e se uma ideia é bem adaptada, terá, consequentemente, efeito sobre nossas ações
conhecimento • William James: entendia que a verdade era um processo dinâmico de adaptação ao ambiente (ideias mais
Indivíduo essencialista – limitam o ser humano a uma coisa só adaptadas, sobrevivem)
CONTEMPORÂNEA
*crítica a dicotomia indivíduo sociedade -> devemos entender que o sujeito se faz no social e que devemos tentar AMÉRICA DO NORTE
trabalhar com operadores que fluam entre os dois campos - Concretização da psicologia social
- A Psicologia Social deveria concentrar-se no estudo experimental do indivíduo, na medida em que o grupo
FRANÇA – único método científico é o positivismo constituía-se tão somente em mais um estímulo do ambiente social a que esse indivíduo era submetido - Psicologia
• COMTE - mundo social se regia, assim como o mundo físico, por uma série de leis invariáveis, e o Social Psicológica como uma disciplina objetiva, de base experimental e focada no indivíduo
objetivo da sociologia devia ser a busca das leis que explicam o mundo social Temática de estudo
• DURKHEIN – objeto de estudo são os fatos sociais, que exercem um poder coercitivo sobre as pessoas. - Década de 20 e 30 - influência social e dinâmica de grupos e atitudes (constructo tomado como fenômeno mental)
aprendemos através da coerção, ou seja, os fenômenos sociais são uma forma de coerção, são deterministas; Sheriff: processo de formação de normas sociais - os grupos desenvolvem normas que governam os julgamentos
a consciência coletiva é o que determina a consciência individual dos indivíduos que dele fazem parte;
- A explicação causal em sociologia se situa no nível social Lewin: análise da influência dos estilos de liderança e do clima grupal sobre o comportamento dos membros do
- O grupo pensa, sente e atua de maneira distinta de como o fariam seus membros de se encontrassem isolados; grupo;
as relações entre a sociedade e o indivíduo se explicam mediante ao mecanismo de coerção - Década de 50 e 60 - influência social e processos intergrupais
- Prioridade do social sobre o individual, sendo a sociedade que determina o comportamento da pessoa Asch: processos que levam os indivíduos a se conformarem com as normas do grupo ao realizarem julgamentos.
• TARDE – nega a consciência coletiva, se baseia na ideia de interação, que são dadas pela imitação Seus estudos sobre conformidade suscitaram desdobramentos posteriores, inspirando os experimentos clássicos
- Os efeitos da sociedade sobre o comportamento individual não são produto de processos psicológicos de Milgram, sobre obediência à autoridade.
independentes e situados fora de indivíduo, mas o resultado das reações recíprocas entre as consciências; Festinger: introduz a teoria da dissonância cognitiva, na qual estabelece que as pessoas são motivadas a procurar
- Realidade social como um produto de estados psicológicos que se dão como resultado da associação dos o equilíbrio entre suas atitudes e ações. Nesse sentido, quando instadas a mudar seu comportamento, mostram-se
indivíduos; propensas a modificar também suas atitudes, de modo a restabelecerem o equilíbrio entre ações e atitudes.
- O comportamento social é resultado de um processo de influência recíproca entre as consciências que surge no - Década de 80 - consolidação do cognitivismo como perspectiva dominante
contexto de interações espontâneas;
- No indivíduo que residia a explicação definitiva de todo comportamento.
Sofre críticas devido a excessiva individualização (o indivíduo não é percebido dentro de um contexto) e a IDENTIDADE
linguagem científica (cada vez mais neutra e afastada dos problemas sociais). o duplo deslocamento - descentração dos indivíduos tanto de seu lugar no mundo social e cultural quanto de si
Nesse sentido, a crise da Psicologia Social se caracterizou, sobretudo, pelo questionamento das bases conceituais mesmos - constitui uma “crise de identidade” para o indivíduo
e metodológicas da Psicologia Social Psicológica até então dominante, no que tange à sua validade, relevância e Crise da identidade – fragmentação do indivíduo moderno, visto como um sujeito unificado.
capacidade de generalização. Os questionamentos se dirigiam principalmente à sua relevância social, isto é, ao Fim do século XX – fragmentação das paisagens culturais, de classe, gênero, sexualidade, etnia, raça.
fato dessa vertente da Psicologia Social usar uma linguagem científica cada vez mais neutra e afastada dos • Concepções de Identidade
problemas sociais reais e, consequentemente, desenvolver modelos e teorias que não eram capazes de contribuir 1) Sujeito do iluminismo - concepção muito “individualista” do sujeito e de sua identidade
para a explicação da nova realidade social que surgia. - Baseado na concepção da pessoa humana como um indivíduo totalmente centrado, unificado, dotado das
capacidades de razão, de consciência e de ação, cujo “centro” consistia num núcleo interior, que emergia quando
TENDÊNCAS ATUAIS o sujeito nascia e se desenvolvia, mas permanecendo essencialmente o mesmo ao longo da existência do indivíduo.
América do Norte o centro essencial do eu era a identidade de uma pessoa
• Cognição social: mecanismos que se encontram subjacentes ao processamento da informação social. Foca nos 2) Sujeito sociológico - a identidade seria formada na “interação” entre o eu e a sociedade
modos pelos quais as impressões, crenças e cognições sobre os estímulos sociais (o próprio - O núcleo do sujeito não seria autônomo e autossuficiente, o sujeito ainda tem o núcleo ou essência interior que é
indivíduo, bem como outras pessoas, grupos e eventos sociais) são formadas e afetam o comportamento. o “eu real”, mas este é formado e modificado num diálogo contínuo com os mundos culturais “exteriores” e as
•Atitudes: avaliações gerais e duradouras, que variam de um extremo positivo a um extremo negativo, dos identidades que esses mundos oferecem; a identidade preenche o espaço “entre”
objetos presentes no mundo social, o que abrange pessoas, grupos, comportamentos. Nesse sentido, elas integram 3) Sujeito Pós-Moderno - identidade é uma “celebração móvel”, formada e transformada continuamente em
as cognições e afetos sobre tais objetos. relação as formas pelas quais somos representados nos sistemas culturais que nos rodeiam; o sujeito assume
•Processos grupais: consideram o grupo uma unidade autônoma e não uma soma de indivíduos, o que têm identidades diferentes em diferentes momentos, que não são unificadas ao redor de um “eu” coerente.
propiciado avanços consideráveis no estado atual do conhecimento. - À medida que os sistemas de significação e representação cultural se multiplicam, somos confrontados por uma
•Neurociência social: dedica-se à análise das bases neurobiológicas da cognição social. multiplicidade desconcertante e cambiante de identidades possíveis, com cada uma das quais poderíamos nos
•Psicologia social evolucionista: a transmissão da cultura se dá por meio de processos de imitação e identificar - ao menos temporariamente.
aprendizagem social, por meio dos quais ocorre a seleção natural dos valores a serem transmitidos à outra REPRESENTAÇÕES SOCIAIS - tem um certo grau de consensualidade
geração. - São realidades “sociais” e culturais, e não meras produções simbólicas de indivíduos isolados. Elas não poderiam
existir sem serem coletivamente percebidas e sentidas. Expressam e estruturam tanto a identidade, como as
Europa condições sociais dos atores que as reproduzem e as transformam (ações do sujeito social) - Há sempre um nível
Começou, a partir dos anos 1970 e motivada pela crise da Psicologia Social na América do Norte, a adquirir de realidade compartilhada dentro de uma sociedade, que permite o conhecimento e o reconhecimento, o que não
singularidade e a demonstrar maior preocupação com a estrutura social. significa um acordo geral ou uma obrigatoriedade de aceitar uma única opinião. Significa que, mesmo que haja
Identidade social: apoia-se em três postulados básicos: (1) o autoconceito é derivado da identificação e pertença desacordo, os sujeitos sociais ainda podem saber do que estão falando, a que ou a quem estão se referindo.
grupal; (3) as pessoas são motivadas a manter uma autoestima positiva; (3) as pessoas estabelecem uma - Compreendem um sistema de valores, de noções e de práticas sociais relativas a objetos sociais. Relaciona
identidade social positiva mediante a comparação favorável de seu próprio grupo (ingroup) com outros grupos processos e estruturas, evoluem e estão em interação constante.
sociais (out-groups). - Podem ser entendidas como saberes elaborados e partilhados coletivamente, com a finalidade de construir e
Representações sociais: englobam um conjunto de conceitos, imagens e explicações que se originam do senso interpretar o real.
comum, no contexto das interações e comunicações interpessoais. Apoia-se nos processos de ancoragem e * Levam os indivíduos a produzir comportamentos e interações com o meio, ações que modificam os dois.
objetivação. O primeiro se ocupa de inserir o fenômeno não familiar em uma rede de categorias e imagens * Forma de conhecer e de se comunicar, que são móveis: Universo consensual, Universo reificado
familiares, de modo a que ele possa ser interpretado, enquanto o segundo tem por objetivo transformar o que é
abstrato em algo concreto. Ideologia: entendida como algo que se cristalizou, um conjunto de ideias distorcidas sim, mas estáticas monolíticas
e dificilmente modificáveis.
América Latina Representações sociais: são modificáveis e podem ser transformados em processos cotidianos das pessoas.
Até a década de 1970 fortemente influenciada pelo paradigma da Psicologia Social Psicológica; Modo: forma, modelo, formato, método, a maneira como uma representação se apresenta (hábitos, costumes,
• Crítica à Psicologia Social norte-americana em prol de uma Psicologia mais contextualizada; comunicação formal e informal). Meio: canal, veículo através do qual a RS é levada às pessoas (textos, imagens,
• Estimulados pela arbitrariedade dos regimes militares e pela grande desigualdade social do continente, defende fotos, sons, músicas).
uma ruptura radical com a psicologia social tradicional;
Martín-Baró: a principal tarefa deve ser a conscientização de pessoas e grupos, como forma de levá-los a Ancoragem - relacionar o que já sabemos com novas informações, tentando ancorá-las, trazê-las para a
desenvolver um saber crítico sobre si e sobre sua realidade, que lhes permita controlar sua própria existência. familiaridade
Maritza Montero: questionar os modos de produção de conhecimento e prática da Psicologia. - Processo de assimilação de novas informações a um conteúdo cognitivo-emocional pré-existente
Princípios paradigmáticos da Psicologia Comunitária, bem como suas práticas e inserção no campo da ciência, - Precede a objetivação
sobre os modos de construção do conhecimento, sobre a pesquisa participativa. - É a partir das experiências e dos esquemas já estabelecidos que o objeto da representação é pensado
captação e fixação de ideias não familiares, reduzindo essas ideias em categorias e imagens comuns, colocando-
as em um contexto familiar para o indivíduo

Objetivação - transformações de um conceito abstrato em algo concreto, concretização simbólica da realidade


- Materialização de conceitos em imagens
- Transforma algo que está na nossa mente em algo que exista no mundo físico

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