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Bom dia, no decorrer das apresentações sobre as relações precoces, aprofundarei sobre o

seguinte tema, o papel das relações precoces no tornar-se humano.

Carl Rogers, sendo um humanista, e ao defender uma visão mais centrada na pessoa, enfatizava o
livre-arbítrio, ou seja, a liberdade que os seres humanos têm, de fazer as suas próprias escolhas,
estando conscientes das mesmas. Ao contrário dos behavioristas, que acreditavam em seres que
se limitavam a máquinas que passivamente reagiam aos estímulos do meio, os humanistas
acreditavam que os seres humanos eram seres conscientes, racionais e capazes de se transformar
e melhorar. Reforço esta ideia com uma citação de Carl Rogers "O resultado da terapia é tornar-se
uma pessoa autônoma, capaz de ser o que é, e de escolher o seu caminho."

No contexto do humanismo, o crescimento pessoal tal como a procura de sentido para a própria
existência são aspetos destacados no sentido de serem fundamentais para a psicologia humanista,
podendo-se afirmar que a existência desses mesmos aspetos dentro de nós, confirma o livre
arbítrio e a consciência que cada indivíduo possui. Por outras palavras, o ser humano não é um ser
condicionado pela natureza, nem pela história, mas sim, um ser consciente do mundo que lhe
rodeia. Por ser dono da sua consciência e possuir autonomia, o ser humano consegue desenvolver
as suas próprias leis, assim existindo livre arbítrio e considerando, um ser detentor de liberdade,
das suas escolhas.

Rogers afirma que há características que descrevem um indivíduo funcional, e que para ele era o
ideal de personalidade que todos os indivíduos deveriam seguir. Uma dessas características é a
confiança que o indivíduo tem nos seus sentimentos, instintos e reações e a valorização á
capacidade de fazer as decisões corretas. Outra característica é a felicidade e a autorrealização do
indivíduo, que está sempre em busca de preencher o seu tempo com novas experiências e
emoções com liberdade e responsabilidade, fazendo o que gosta e o que quer. Estas duas
características, levam a acreditar que o livre arbítrio presta uma grande importância nas escolhas
do indivíduo. Outra característica é o sentido dado á existência, aquele pelo qual o indivíduo vive e
aproveita ao máximo o momento, sem deixar de considerar o futuro ou o passado. Por fim, a
criatividade, que se resume na capacidade do indivíduo se desenrascar e adaptar em situações de
crise e a aceitação de todas as emoções, sendo positivas ou negativas. E de acordo com Rogers,
as pessoas com estas características são equilibradas e responsáveis pelo seu tratamento.

A consciência, entendida por Carl Rogers, é uma função simbolizadora da experiência, ou seja,
uma operação que representa tudo o que se passa na experiência, atribuindo um significado ao
que é sentido. O comportamento não depende de condições externas, mas sim, do campo
fenomenal, que é realidade subjetiva. De acordo com Carl Rogers, no seu livro “A terapia centrada
no cliente”, o mesmo cita “a minha consciência e o conhecimento do meu campo fenomenal total
são limitados. Mas também é verdade que, potencialmente, sou o único que o posso conhecer na
íntegra. Ninguém pode conhecê-lo de forma tão completa como eu.”

Na perspetiva centrada no cliente, o paciente dirige e conduz a terapia sendo também capaz de
conduzir a sua própria vida, negando a conceção de irracionalidade e ações conduzidas por
impulsos, ao haver responsabilidade pelas suas mudanças. A personalidade do mesmo é moldada
pelo presente e pelo modo de como encara o presente conscientemente, o mesmo é capaz de
crescimento, mudança e desenvolvimento pessoal. De acordo com Carl Rogers, “Todo o indivíduo
existe num mundo de experiência, em permanente mudança, do qual é o centro.”.

Uma critica feita á psicologia humanista de Carl Rogers, é o otimismo excessivo na visualização
das pessoas, não tendo em consideração que há a possibilidade de os seres humanos terem
impulsos inatos, ao depararem-se com agressividade, competição ou autodestruição. Outra crítica
geralmente feita á influencia de Rogers na educação, é que as suas ideias incentivam uma
liberdade sem limites, permitindo que os alunos façam o que quiserem, levando à indisciplina e ao
individualismo. Podendo-se assim afirmar que nem todos os alunos têm a motivação e vontade de
aprender daí surgindo a tal indisciplina.

Termino a minha apresentação com a recomendação do filme “Sim senhor”, onde é possível
observar uma abordagem de Carl Rogers sobre o termo congruência e consciência e está
disponível na HBO caso queiram ver.

Espero que tenham gostado da nossa apresentação e muito obrigada pela vossa atenção.

organismo, psicologicamente concebido, é o foco de toda experiência. A experiência


inclui tudo o que está acontecendo dentro do organismo em qualquer momento dado
e que está potencialmente disponível para a consciência. Essa totalidade de
experiência constitui o campo fenomenal, que é a estrutura de referência do
individuo que só pode ser conhecida pelo mesmo.

campo fenológico Compreende tudo o que é experimentado pelo organismo em


qualquer momento e que está potencialmente disponível à consciência.

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