Abordagens como o Behaviorismo e o Freudismo não permaneceram por
muito tempo sendo as únicas vertentes aceitáveis da psicologia para se explicar o homem. Com o tempo, o estudo da personalidade foi se expandindo e sendo estudada por diversos pesquisadores que divergiam em certos pontos.
Alguns desses autores aos quais podemos encontrar indícios anteriores
do humanismo, são, dentre outros: Brentano (criticava o mecanicismo, o reducionismo e a abordagem natural da psicologia), James (exigia um enfoque na consciência e no individuo) e Kulper (acreditava que nem toda experiência consciente era passível de redução a forma elementar).
Assim sendo, em 1960 a chamada terceira força surge. A nova corrente
não tinha a intenção de criar nenhuma escola, pelo contrário, tinham por objetivo suplantar as duas correntes já ditas anteriormente.
Seu pensamento enfatiza o poder do homem, o livre arbítrio e o
desenvolvimento de potenciais. Para o humanismo, o homem está em continuo processo de descobrimento de seu próprio ser, assim não existem modelos a se seguir, pois cada ser é único.
Acreditavam também que o mundo é algo produzido pelo homem, e que
seu papel seria criar condições para que as pessoas pudessem se expressar, cada um à sua forma.
Tendo essas informações em mente, passaremos agora para a explicação
de alguns grandes autores que contribuíram bastante para este pensamento: Maslow e Rogers.
Maslow, inicialmente, seguia a perspectiva behaviorista watsoniana,
pautada no estudo do comportamento. Entretanto, após presenciar alguns acontecimentos catastróficos, como o ataque japonês à Pearl Harbor, durante a Segunda Grande Guerra, o teórico passou a enxergar a importância da psicologia de uma ótica diferente. Sendo assim, ele passou a fazer uso da psicologia para despertar o lado bom do ser, buscando o que chamava de autorrealização. Podemos entender que autorrealização seria o desenvolvimento integro das habilidades e do potencial do ser. Desse modo, Maslow destacava alguns elementos os quais ele buscava trabalhar dentro desse processo de autorrealização. São eles a percepção objetiva da realidade, plena aceitação da própria natureza, compromisso e dedicação à algum tipo de trabalho, simplicidade e naturalidade do comportamento, necessidade de autonomia, privacidade e independência, experiências de pico, empatia e afeição pela humanidade, resistência ao inconformismo, caráter democrático, Atitude de criatividade e alto grau de interesse social.
Depreende-se, após analisar essas características da autorrealização,
que Maslow buscava um ser humano independente, produtivo e bondoso através do uso da psicologia humanista.
Por outro lado, temos a importância de outro teórico chamado Carl
Rogers. Nascido também no Estados Unidos, Rogers teve uma infância extremamente dura, especialmente pelo fundamentalismo religioso de seus pais. Era uma criança que se sentia rejeitada em prol do irmão, o que acabava por afetar sua saúde mental. Durante um tempo morando em uma fazendo, Rogers chegou a desenvolver fantasias mentais que ele mesmo afirma que se passasse por um psicólogo, seria laudado com esquizofrenia. Essa infância foi um aspecto que moldou o pensamento de Rogers sobre o desenvolvimento do ser. Ao adentrar no campo científico da psicologia, Rogers passou a adotar a mesma perspectiva de autorrealização de Abraham Maslow. Rogers acreditava que o amor materno tinha demasiada importância no desenvolvimento da criança, em vista que era através do amor incondicional da mãe que a criança seria capaz de desenvolver plenamente a sua personalidade. Por outro lado, caso lhe fosse proporcionado um amor condicional, mediante determinadas ações, a criança iria reprimir parte de sua personalidade, visto que determinadas atitudes gerariam rejeição.
Algumas das características que Rogers enxergava em pessoas
psicologicamente saudáveis são: mente aberta a novidades e novas experiências, tendência a viver cada momento de maneira plena, orientação pelos próprios instintos em detrimento da opinião dos outros, senso de liberdade de pensamento e ação, grau elevado de criatividade e necessidade contínua de se potencializar.
Compreende-se, assim que a perspectiva humanista tinha a convicção
plena de criar um ser humano saudável psicologicamente e humanisticamente. Percebe-se que tanto Maslow quanto Rogers enxergavam uma importância em pontos como independência e criatividade. A partir do momento que o ser é independente das opiniões alheias, ele se torna plenamente livre em suas ações, o que proporciona uma vida mais saudável.
Um ponto importante no pensamento humanista é a forma que estes
enxergam a educação e o processo educacional. Para eles um ponto essencial é que a experiência pessoal é o principal pilar sob o qual a educação é construída, uma vez que o ser humano tem uma curiosidade nata que o tende ao conhecimento.
Indo por este pensamento, o motivo de aprendizagem de cada aluno deve
ser pessoal, uma vez que apenas o indivíduo conhece o seu meio e a sua realidade. A escola deve, portanto, apenas respeitar cada criança no seu particular e ser uma criadora de oportunidades de aprendizagem, ao qual instiga cada um ao conhecimento, não os forçando.
Assim a melhor técnica para se chegar a este lugar desejado é a não-
diretividade, que consiste em um conjunto de técnicas que implementa a atitude básica de confiança e respeito por quem está aprendendo.
Mas então qual seria o real papel do processo no processo de ensino e
aprendizagem? Ele é o facilitador do aprendizado, assim o processo de ensino depende do caráter do professor.
Para finalizar, o pensamento humanista não acredita que a metodologia
de ensino seja algo muito importante, uma vez que toda metodologia tem sua falha e cada aluno tem a sua forma de absorver o conhecimento, formas estas que se diferem umas das outras. Também mostravam desprezo profundo por formas de avaliação que taxavam os estudantes e diziam que cada um deve avaliar a si mesmo para saber se está fazendo um bom trabalho e o que deve ser aperfeiçoado.
Abraham Maslow, da hierarquia das necessidades à realização pessoal: Uma viagem na psicologia humanista através da hierarquia das necessidades, da motivação e da realização do pleno potencial humano