Você está na página 1de 4

Émile Durkheim:

 Preocupado com a aceitação da Sociologia como ciência, Durkheim se


inspirou nas ideias positivistas.
 Em suas diversas obras assemelhava a sociedade a um grande máquina
(metáfora extraída da Física) ou um organismo vivo (metáfora extraída da
Biologia). Percebendo, assim, uma forte influência das ciências naturais.
 O fator responsável por deixar a sociedade unida seria, justamente, o
conjunto das leis naturais, crenças e sentimentos comuns a todos os seus
membros.
 Conjunto de lei naturais/ crenças: grupo de regras, normas, padrões de
conduta e sentimentos, que não estão presentes no individuo, mas
presentes nas instituições sociais.
 Instituições sociais: conjunto de regras, comportamentos e valores que
são parte da consciência coletiva e tornam-se referência para o
comportamento dos indivíduos. Ex.: Igreja, família, Estado, escola, etc.
 Predominância da coletividade sobre a individualidade.
 Coletivo>Individuo
 Logo, mesmo todo individuo possuindo a consciência individual, ele é
fortemente influenciado pela consciência coletiva (influência
determinada pelas formas padronizadas de comportamento do grupo
social).
 Consciência coletiva se manifesta fora dos indivíduos, mas os controla
por meio da pressão moral e psicológica.
 Desse modo, quanto maior a influência da consciência coletiva maior a
coesão social.
 Entretanto, com o advento da Revolução Industrial os indivíduos passam
a se diferenciar e, com isso, faz com que se tenha a criação de uma nova
ordem moral, para que a coesão social possa ser possível. (Relacione com
as ideias dos Pensadores da Escola de Frankfurt, sobre o conceito de
Indústria Cultural, tendo em vista a massificação e padronização social
criticada por esses pensadores após o século XX).
 A sociologia Durkheimiana receberá o nome de Funcionalista
(Positivismo Funcionalista) por, justamente, buscar explicar o todo em
razão de suas partes.
 O método utilizado por Durkheim em sua sociologia é a análise metódica
e minuciosa das partes isoladas do todo e, depois, reintegrá-las ao todo
para enxergar suas funções.
 Objeto de estudo: a Sociologia deveria se ocupar do estudo dos fatos
sociais.
 A Sociologia deve se concentrar na busca pelos mecanismos, pela origem
e pelo funcionamento das instituições sociais, das crenças, valores e
comportamentos que mantém os indivíduos vivendo em sociedade.
 O fato de os indivíduos se manterem vivendo em grupo está mais
relacionado a força externa realizada pelos fatos sociais do que
propriamente à vontade individual dos sujeitos. (Dessa forma, essa ideia
Durkheimiana contradiz a ideia do homem ser um “ser social”).
 A sociedade era um fenômeno que se estabelecia a partir das leis gerias e
permanentes.
 A sociedade seria uma síntese de partes independentes que, ao
executarem suas funções, contribuiriam para o funcionamento do todo,
tal qual um organismo vivo.

 Logo, as partes só fazem sentido em função do todo, por isso, o todo é


mais importante do que as partes, consideradas separadamente.
(Relacione com a ideia de público X privado e ao pensamento de Sergio
Buarque de Holanda, sobre o homem cordial).
 Postura ideal do sociólogo: o cientista social deveria se afastar das
noções de senso comum que já são conhecidas pelo pesquisador ao
investigar um fenômeno social. O pesquisador deve ter uma relação de
exterioridade com seu objeto.
 Logo, o objeto de estudo da Sociologia não é a sociedade, mas sim, os
fatos sociais.
 Fatos sociais: não poderiam ser observados diretamente, contudo, suas
propriedades podem ser analisadas por meio dos seus efeitos e
tentativas de expressão, como, por exemplo, textos religiosos, leis ou
regras e códigos de conduta.
 Além disso, o sociólogo deve tratar os fatos sociais como coisas.
 Para definir o que pode ser considerado um fato social, deve coexistir
três características: Coercitividade, Exterioridade e Generalidade.
 Coercitividade: o próprio grupo social é um agente de socialização
coercitivo, pois “força” a adequação dos indivíduos ao padrão adotado.
 Exterioridade: os fatos sociais existem independentemente da vontade
do indivíduo. Esse não cria seu comportamento nem adere a ele de
forma espontânea e intencional, simplesmente assimila e reproduz o que
é praticado pelos outros ao seu redor.
 Generalidade: o fato de eles envolverem uma grande coletividade e se
repetirem ao longo do tempo.
 A principal característica do fato social é ser exterior a consciência
individual e, portanto, não depender da vontade dela para existir.
 Anomia social: bases sociais e valorativas entram em crise e os laços
sociais ficam “afrouxados”. Para Durkheim, a anomia seria a ausência de
sentimentos de propósito e a existência de medo e desespero instigados
pela vida moderna, por meio de mudanças ocorridas de forma acelerada.
 Um exemplo de anomia social são as sociedades pós-Revolução Industrial
que eram entendidas por Durkheim como uma sociedade anômica, por
não ter formado ainda uma moral capaz de manter os indivíduos
agregados socialmente.
 Para Durkheim o trabalho tem a função de estimular a solidariedade
entre os indivíduos, já que, para ele, a solidariedade é o modo como os
indivíduos se colocam em relação e, consequentemente, dão significado
às ações individuais.

 Existem, para Durkheim, duas formas de solidariedade: mecânica e


orgânica.
 Solidariedade Mecânica: em sociedades mais simples o trabalho e as
relações sociais eram organizados com base na tradição e nos costumes.
 Solidariedade Orgânica: sociedades mais desenvolvidas, predominando
o capitalismo e se configurando como uma maior divisão do trabalho
social. Os direitos e deveres são pautados na ética do trabalho.

 O suicídio para Durkheim é considerado uma instituição social.


Atribuindo a isso uma decisão puramente individual de pessoas
consideradas mentalmente doentes ou fracas de caráter. Existindo três
formas de suicídio: egoísta, altruísta e anômico.
 Suicídio Egoísta: o indivíduo não se sente integrado aos grupos sociais,
faltando-lhe laços emocionais para viver.
 Suicídio Altruísta: definido pela subsunção do indivíduo à sociedade, à
uma causa coletiva ou a uma crença. O indivíduo “doa” a sua vida em
nome de uma coletividade ou ideia que concede sentido à sua existência
particular.
 Suicídio Anômico: identificado em casos de anomia social, como, por
exemplo, crises econômicas, guerras, fases de instabilidade social.

 Visto essas diversas formas de suicídio, órgãos de comunicação adotaram


um acordo tácito, extraoficial, de não dar ampla repercussão a casos de
suicídio e evitar a divulgação de dados estatísticos sobre o tema.
Objetivando, assim, uma não normalização do suicídio e não estimule
novos indivíduos a realizarem tal ato.

Você também pode gostar