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AULA 05

PROF RITA VIANA


Sociologia na Sala de Aula

A EDUCAÇÃO NO PENSAMENTO SOCIOLÓGICO DE ÉMILE DURKHEIM

O Funcionalismo afirma que a sociedade constitui um sistema


complexo, cujas diversas partes trabalham conjuntamente para produzir
estabilidade e solidariedade.
O método funcionalista de análise da sociedade, trás como referência  à
visão da sociedade como um organismo, isto é "semelhante a um organismo
vivo, um todo integrado, onde cada parte desempenha uma função necessária
ao equilíbrio do todo".  O corpo e suas características passam a ser visto como
um modelo para a sociedade, a harmonia de suas diversas funções passa a
ser um "espelho" para o conhecimento da sociedade capitalista, que "como um
corpo biológico, que precisa ser bem observado, para em seguida, conhecer-te
sua anatomia e aí descobrir as causas e as curas de suas doenças".
Émile Durkheim é o principal teórico dessa corrente, apesar de Auguste
Conte ser considerado por muitos o "pai" da sociologia, pois ele foi o primeiro
que empregou o termo sociologia e a pensou como uma evolução do
pensamento científico, vai ser com Durkheim que a sociologia vai ganhar
destaque obtendo um caráter científico quando pela primeira vez ser
considerada uma disciplina acadêmica.
O funcionalismo durkheimiano nos traz algumas características
importantes para o entendimento do funcionamento da sociedade capitalista:

1. Regras de conduta determina a ação de todos os indivíduos; sem essas


regras a existência da sociedade seria praticamente impossível.
2. O objeto de estudo da sociologia é o fato social,, ou seja, as regras e as
normas sociais que orientam a vida  dos indivíduos na sociedade.
3. Os fatos sociais devem ser analisados como se fossem coisas.

Vamos entender um pouco melhor essas características

A primeira quer simplesmente nos dizer que a sociedade determina a forma


como o indivíduo deve agir e se comportar. Para Durkheim, a consciência
coletiva determina a consciência individual. É neste sentido que para os
funcionalistas a educação vai ter um papel determinante na organização da
sociedade. Ela vai ter a função de passar os valores e as regras da sociedade
para os indivíduos.
A segunda está falando diretamente da função da sociologia. Para Durkheim a
sociologia é a ciência que estuda os fatos sociais. E estes  fatos sociais são na
verdade essas regras de condutas e valores que são determinados pelas
seguintes características:

 Generalidade - o fato social é comum a todas as pessoas do grupo, está


presente em boa parte da sociedade ou dentro do processo histórico;
como por exemplo, o desemprego.

 Exterioridade - o Fato social existe independente da vontade das


pessoas, por isso ele é exterior ao indivíduo; como, por exemplo, a
educação e a escola.
 Coercitividade - há um comportamento determinado que as pessoas são
obrigadas a seguir independente de sua vontade.

Temos a terceira e última característica, que é pensar o fato social como coisa,
ou seja, usar os mesmos métodos utilizados pelas ciências naturais,
observando como um corpo a ser observado e também defendendo que a
sociologia para ser observado e também que a sociologia para ser
verdadeiramente científica deve-se colocar de uma forma neutra diante do
objeto observado.

O fato social deve ser entendido normal, a partir das características


apresentadas acima. Mas podemos também perceber o fato social quando ele
não está respondendo as necessidades da sociedade, ou seja, quando existem
problemas  que dificultam as sociedades de  se desenvolverem de forma
harmônica, nós temos uma patologia social, ou seja, uma doença social.

Durkheim nos coloca dois tipos patologia:

Uma é o que chamamos de caso patológico, isto é, quando as normas e


regras não estão funcionando, gerando caos e crises sociais.

São exemplos de fatos sociais patológicos?

Os fatos sociais patológicos podem ser, por exemplo, os crimes, o homicídio


e a violência como um todo. Quando uma sociedade vê-se tomada pela
criminalidade e pela violência, é possível dizer que há o efeito de um fato
social patológico, que foge da normalidade esperada por uma sociedade.
 E de anomia quando se percebe que a crise é gerada pela ausência de regras ou
de normas. Podemos assim resumir:

"A anomia social é a desordem social que pode ser o princípio de um fato social
patológico. Émile Durkheim foi o primeiro pensador a estudar o suicídio como um fato
social. Em sua visão, o suicídio é uma ação individual intencional e consciente que
decorre da morte do indivíduo que age.

Para ele, apesar da ação que provoca a própria morte ser individual, existem fatores
sociais que a causam. O suicídio pode ser considerado um fato social normal ou um
fato social patológico. Se ele for praticado em situação de anomia social, trata-se de
um fato patológico. 

Segundo Durkheim, existem três tipos de suicídio:

Suicídio altruísta: quando o indivíduo abdica de sua própria vida em prol de uma
causa maior que ele, enxergando nela um motivo pelo qual se vale a pena morrer.
Nesse tipo de suicídio, o ego individual enxerga-se como algo menor que a
consciência coletiva, e o suicida pratica o suicídio por não enxergar motivo para viver
se não for pela satisfação daquela causa.

Suicídio egoísta: é praticado por uma motivação egoísta, ou seja, não social. O
indivíduo enxerga a sua existência como algo que não compensa a vida no meio
social. O ego social é deixado de lado, e o indivíduo somente enxerga o seu
sofrimento e a vontade de cessá-lo. Esse tipo de suicídio é um fato social, pois o
sofrimento infringido sobre o suicida é causado pelo meio social.

Suicídio anômico: é aquele que acontece em situações de anomia social, ou seja, de


caos e desordem da sociedade, como crises econômicas, sociais e morais. Quando
uma crise  instala-se em uma sociedade, ela implanta o caos e a desordem social.
Estes fazem com que os papéis sociais entrem em colapso. Pessoas que tinham
poder econômico e social, de repente, podem perder tudo, fazendo com que a sua
relação consigo entre em colapso.

Quando a anomia instala-se de maneira persistente, ela provoca uma situação


patológica na sociedade que pode ser observada pela violência, pela criminalidade e
pelo suicídio anômico."

Divisão do Trabalho Social

Da Divisão do Trabalho Social é um livro escrito por  Émile Durkheim


que analisa as funções sociais do trabalho na sociedade, e procura mostrar
como na modernidade tal divisão é a principal fonte de coesão ou 
solidariedade social.
A divisão do trabalho produz a solidariedade, não apenas por fazer de
cada indivíduo um trocador, como dizem os economistas, mas por criar entre
os homens um sistema completo de direitos e deveres que os unem uns aos
outros de  modo durável.
Durkheim nos apresenta dois tipos de solidariedade. Dentro de uma
perspectiva evolucionista ele desenvolve a ideia de uma solidariedade
mecânica e de uma solidariedade orgânica. Podemos representar esses tipos
de solidariedades da seguinte forma:

Tipos de solidariedade, segundo


Durkheim.
MECÂNICA ORGÂNICA
SOCIEDADE SIMPLES SOCIEDADES COMPLEXAS
As funções sociais dos indivíduos são As funções sociais dos indivíduos são
semelhantes interdependentes e especializadas
Não há significativa divisão social do A divisão social do trabalho é bastante
trabalho complexa
Predomínio de mecanismo de coerção Predomínio de mecanismo de coerção
imediata, violenta e punitiva. formais, exercido de forma mediada.
Predomínio do Direito punitivo Predomínio do Direito restitutivo
Sociedades economicamente simples Sociedades economicamente complexas

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