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INSTITUTO FEDERAL DO MARANHÃO

ALUNO: IGOR PHILIPE MACHADO AMARAL


PROF(A): ALDERICO JOSE

ATIVIDADE DE SOCIOLOGIA

Explicar as características do fato social em Émile Durkheim.

Fato social é um conceito sociológico que diz respeito às maneiras de agir dos
indivíduos de um determinado grupo e da humanidade em geral. Segundo Émile
Durkheim, pensador francês considerado clássico da sociologia, os fatos sociais
moldam a maneira de agir das pessoas pela influência que eles exercem sobre
elas. Os fatos sociais são conjuntos de hábitos praticados pelas pessoas, por
meio de suas ações, que permitem a identificação de uma consciência
coletiva, a qual age por trás dos indivíduos, influenciando as suas ações de
alguma maneira.

O que é fato social?

Segundo Durkheim, fato social é


“toda maneira de agir fixa ou não, suscetível de exercer sobre o indivíduo uma
coerção exterior; ou, ainda, que é geral na extensão de uma sociedade dada,
apresentando uma existência própria, independente das manifestações
individuais que possa ter”

Isso significa que os fatos sociais são gerais, coercitivos e exteriores, ou seja,
eles se apresentam como regras gerais no modo de agir dos sujeitos de uma
sociedade, são exteriores ao sujeito, e são coercitivos na medida em que atuam
como forças em cima dos indivíduos. Nesse sentido, o fato social é verificado
e não pode ser modificado pela ação individual, pois há uma força exterior (a
consciência coletiva) que o molda. Conforme Durkheim, o estudo sociológico se
ocupa com o fato social, que possui três características: Exterioridade: significa
que o fato social não está dentro dos indivíduos, mas fora deles. ... Generalidade:
o fato social diz respeito à sociedade, e não a um ou alguns indivíduos.

Fato social e educação

A educação é um fenômeno sociológico que molda o indivíduo de acordo com a


consciência coletiva. O intuito da educação formal não é somente ensinar ao
aluno as ciências, mas também a cultura e as normas sociais esperadas de um
indivíduo que vive em determinada sociedade, a fim de que ele consiga integrar-
se ao grupo social. A educação, em si, é um fato social no sentido em que atua
como processo da preparação cultural dos indivíduos para a vida em
sociedade e no sentido de que está presente, de maneira hegemônica, no interior
de uma sociedade e em todas as sociedades.
Todas as sociedades desenvolvem sistemas de educação, sejam eles nos
moldes da educação formal (fornecida pela escola), sejam no âmbito familiar,
pois todas as sociedades cultivam o hábito de responsabilizar os adultos pela
preparação da criança para a vida em sociedade.

Fato social normal e patológico

Os fatos sociais podem ser normais ou patológicos. Os fatos sociais normais são
aqueles que decorrem do desenvolvimento da sociedade dentro de uma norma
comum, de um padrão comum da vida que visa o aprimoramento dos indivíduos
e a manutenção da coesão desses e da vida em sociedade. O fato social
normal preza por uma ordem institucional e da vida individual e mantém em
funcionamento os laços solidários que unem os indivíduos de um grupo. O fato
social patológico é aquele que se desenvolve fora da norma, como uma doença.
Ele é perigoso, e quando atinge uma dimensão maior, pode afetar negativamente
a sociedade. Os fatos sociais patológicos podem ser, por exemplo, os crimes, o
homicídio e a violência como um todo. Quando uma sociedade vê-se tomada
pela criminalidade e pela violência, é possível dizer que há o efeito de um fato
social patológico, que foge da normalidade esperada por uma sociedade.

Anomia social e suicídio para Durkheim

A anomia social é a desordem social que pode ser o princípio de um fato social
patológico. Émile Durkheim foi o primeiro pensador a estudar o suicídio como um
fato social. Em sua visão, o suicídio é uma ação individual intencional e
consciente que decorre da morte do indivíduo que age.
Para ele, apesar da ação que provoca a própria morte ser individual,
existem fatores sociais que a causam. O suicídio pode ser considerado um fato
social normal ou um fato social patológico. Se ele for praticado em situação de
anomia social, trata-se de um fato patológico.
Segundo Durkheim, existem três tipos de suicídio:

Suicídio altruísta: quando o indivíduo abdica de sua própria vida em prol de


uma causa maior que ele, enxergando nela um motivo pelo qual se vale a pena
morrer. Nesse tipo de suicídio, o ego individual enxerga-se como algo menor que
a consciência coletiva, e o suicida pratica o suicídio por não enxergar motivo
para viver se não for pela satisfação daquela causa.

Suicídio egoísta: é praticado por uma motivação egoísta, ou seja, não social. O
indivíduo enxerga a sua existência como algo que não compensa a vida no meio
social. O ego social é deixado de lado, e o indivíduo somente enxerga o seu
sofrimento e a vontade de cessá-lo. Esse tipo de suicídio é um fato social, pois
o sofrimento infringido sobre o suicida é causado pelo meio social.

Suicídio anômico: é aquele que acontece em situações de anomia social, ou


seja, de caos e desordem da sociedade, como crises econômicas, sociais e
morais. Quando uma crise instala-se em uma sociedade, ela implanta o caos e
a desordem social. Estes fazem com que os papéis sociais entrem em colapso.
Pessoas que tinham poder econômico e social, de repente, podem perder tudo,
fazendo com que a sua relação consigo entre em colapso. Quando a anomia
instala-se de maneira persistente, ela provoca uma situação patológica na
sociedade que pode ser observada pela violência, pela criminalidade e pelo
suicídio anômico.

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