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Prezado(a) Estudante,

A Secretaria de Educação e Esportes lançou o Educa PE, que envolve, entre outras ações,
aulas ao vivo (e/ou gravadas), veiculadas em redes de TV aberta (TV Pernambuco, TV
Universitária, TV Nova e TV ALEPE) e no YouTube. Com intuito de contribuir para sua
aprendizagem, a SEE também está disponibilizando algumas atividades voltadas para as
temáticas das vídeo aulas.
Na volta às aulas, você poderá usar este material como ponto de partida para tirar
dúvidas com seus professores. Ao final da atividade, você encontrará um gabarito para
conferir como foi seu desempenho. Você também poderá usar seu livro didático, ou outras
ferramentas que possua para pesquisar mais sobre os temas das atividades e se aprofundar.
Esta é mais uma iniciativa que visa apoiá-lo durante o período de suspensão das aulas.
Desejamos bons estudos!

Aula: 01
Tema: Consciência Coletiva e Consciência Individual ao Retratar os Fatos Sociais
Turma: 3º
Acesse em: https://www.youtube.com/watch?v=7nU9nN3T--Y

CONSCIÊNCIA COLETIVA E CONSCIÊNCIA INDIVIDUAL AOS FATOS SOCIAIS

Segundo Émile Durkheim, pensador francês considerado clássico da sociologia, os fatos sociais
moldam a maneira de agir das pessoas pela influência que eles exercem sobre elas. Os fatos
sociais são conjuntos de hábitos praticados pelas pessoas, por meio de suas ações, que
permitem a identificação de uma consciência coletiva, a qual age por trás dos indivíduos,
influenciando as suas ações de alguma maneira.

“Toda maneira de agir fixa ou não, suscetível de exercer sobre o indivíduo


uma coerção exterior; ou, ainda, que é geral na extensão de uma sociedade
dada, apresentando uma existência própria, independente das manifestações
individuais que possa ter” Émile Durkheim.

Mas o que é Fato Social?

Os fatos sociais são gerais, coercitivos e exteriores, ou seja, eles se apresentam como
regras gerais no modo de agir dos sujeitos de uma sociedade, são exteriores ao sujeito,
e são coercitivos na medida em que atuam como forças em cima dos indivíduos. Nesse
sentido, o fato social é verificado e não pode ser modificado pela ação individual, pois
há uma força exterior (a consciência coletiva) que o molda.

Fato social normal e patológico

Os fatos sociais podem ser normais ou patológicos. Os fatos sociais normais são aqueles
que decorrem do desenvolvimento da sociedade dentro de uma norma comum, de um
padrão comum da vida que visa o aprimoramento dos indivíduos e a manutenção da
coesão desses e da vida em sociedade. O fato social normal preza por uma ordem
institucional e da vida individual e mantém em funcionamento os laços solidários que
unem os indivíduos de um grupo.
O fato social patológico é aquele que se desenvolve fora da norma, como uma doença.
Ele é perigoso, e quando atinge uma dimensão maior, pode afetar negativamente a
sociedade. Os fatos sociais patológicos podem ser, por exemplo, os crimes, o homicídio
e a violência como um todo. Quando uma sociedade vê-se tomada pela criminalidade e
pela violência, é possível dizer que há o efeito de um fato social patológico, que foge da
normalidade esperada por uma sociedade.

Anomia social e suicídio para Durkheim

A anomia social é a desordem social que pode ser o princípio de um fato social
patológico. Émile Durkheim foi o primeiro pensador a estudar o suicídio como um fato
social. Em sua visão, o suicídio é uma ação individual intencional e consciente que
decorre da morte do indivíduo que age.
Para ele, apesar da ação que provoca a própria morte ser individual, existem fatores
sociais que a causam. O suicídio pode ser considerado um fato social normal ou um fato
social patológico. Se ele for praticado em situação de anomia social, trata-se de um fato
patológico.
Segundo Durkheim, existem três tipos de suicídio:

• Suicídio altruísta: quando o indivíduo abdica de sua própria vida em prol de uma
causa maior que ele, enxergando nela um motivo pelo qual se vale a pena
morrer. Nesse tipo de suicídio, o ego individual enxerga-se como algo menor que
a consciência coletiva, e o suicida pratica o suicídio por não enxergar motivo para
viver se não for pela satisfação daquela causa.
• Suicídio egoísta: é praticado por uma motivação egoísta, ou seja, não social. O
indivíduo enxerga a sua existência como algo que não compensa a vida no meio
social. O ego social é deixado de lado, e o indivíduo somente enxerga o seu
sofrimento e a vontade de cessá-lo. Esse tipo de suicídio é um fato social, pois o
sofrimento infringido sobre o suicida é causado pelo meio social.
• Suicídio anômico: é aquele que acontece em situações de anomia social, ou seja,
de caos e desordem da sociedade, como crises econômicas, sociais e morais.
Quando uma crise se instala em uma sociedade, ela implanta o caos e a
desordem social. Estes fazem com que os papéis sociais entrem em colapso.
Pessoas que tinham poder econômico e social, de repente, podem perder tudo,
fazendo com que a sua relação consigo entre em colapso.

Quando a anomia se instala de maneira persistente, ela provoca uma situação


patológica na sociedade que pode ser observada pela violência, pela criminalidade e
pelo suicídio anômico.

Consciência Coletiva e Consciência Individual

Este primeiro conceito, de consciência individual, estaria ligada às crenças e aos


sentimentos pessoais, que nos tornam indivíduos únicos; nos possibilitando termos
personalidade própria. Já o segundo conceito, de caráter coletivo, seria o conjunto de
crenças e sentimentos
comuns aos membros de uma sociedade. Tal consciência adquirimos por meio do
processo de socialização. De acordo com Émile Durkheim, tal consciência é uma
coleção cultural de conceitos morais e normativos, e que o mundo social existe
até certo ponto independente da vida psicológica do indivíduo. Toda a teoria
sociológica de Durkheim visa provar que os fatos sociais têm sua própria
existência e são independentes dos pensamentos e comportamentos de todos.
Embora todos tenham sua própria “consciência pessoal”, eles podem ser vistos
em qualquer grupo ou sociedade em sua própria forma de comportamento e
interpretação, e formas padronizadas de comportamento e pensamento.

Já a consciência coletiva independe do indivíduo. Ela existe antes do indivíduo


e influencia esse em sua formação de consciência. Para esse sociólogo, a
conformidade das consciências particulares à consciência coletiva que possibilita
a vida em sociedade.

“Essa consciência comum ou coletiva corresponde ao “conjunto das crenças


e dos sentimentos comuns à média dos membros de uma mesma sociedade
[que] forma um sistema determinado que tem vida
própria” (DURKHEIM. De la división del trabajo social, p. 74.)
Figura 1: Mafalda, Quino

Para Durkheim a sociedade é maior e se sobrepõe aos indivíduos e suas vontades


particulares, até o ponto de que o próprio ser social já não percebe mais a influência
coletiva sobre si. Seus modos de ser, pensar e agir, condicionados pela consciência
coletiva, já estão incorporados em seus hábitos individuais.

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