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Teorias de nível sociológico

Escola Gabriel Tarde Durkheim


Cartográfica ‘imitação’

Teoria da
Escola de
Sutherland Associação
Chicago
Diferencial

Teoria das Labelling/Reação


subculturas Social

1
Perspectivas sociológicas
Século XIX: o crime como resultado de um conjunto de forças

Enfoque
individual Enfoque
social

2
Perspectivas
sociológicas
❑ Importância dos factores sociais

❑ Desorganização e falta de integração

❑ Diferentes grupos sociais

❑ Diferentes objectivos, normas e possibilidades sociais

❑ Influência das interacções sociais negativas/problemáticas

❑ Tensões e pressões que conduzem à ruptura dos vínculos sociais

3
❑ Minimizam/ignoram a constituição individual
biológica ou psicológica

❑ Desenvolvimento de programas juvenis, familiares,


Perspectivas sociais de redução da marginalização
sociológicas ❑ Aumento da integração

❑ Melhoria do controlo social informal

❑ Estratégias de aceitação das normas e valores


coletivos

4
Escola Cartográfica

5
Século XIX: crime como fenómeno social e
objecto de ciência

Criação de serviços estatísticos especializados


Escola Aumento da organização social e política
Cartográfica

Gerir = prever e prevenir

França: estatísticas criminais desde 1827

6
Escola Cartográfica –
Guérry (1802-1866)
❑“Essai sur la statistique morale en France” (1839)

❑ Taxas de crime segundo as regiões francesas

❑ Estatísticas criminais: indicadores do estado moral da


sociedade

❑ Região mais rica: maiores taxas de crime contra a propriedade

❑ Relação entre pobreza e crime → oportunidades

❑ Ligação entre instrução e criminalidade

❑ Regularidade do crime

7
Escola Cartográfica – Quételet
(1796-1874)
“Sur l’homme et le développment de ses facultés ou Essai de Physique
sociale” (1835)

Estatísticas criminais indicam tendência para o crime: a probabilidade


de cometer delitos
Esta tendência não é individual, mas coletiva e quantificável. A coragem
medida pelos atos corajosos.

Pendor para o crime (curva de Gauss) – probabilidade média de


cometimento de crimes

8
Escola Cartográfica –
Quételet (1796-1874)
E a liberdade individual? “No conjunto das vontades, o efeito das vontades
individuais neutraliza-se e o livre arbítrio deixa de ser considerado como uma
das causas do crime”

“quando nós olhamos para a espécie humana em massa, encontramos ordem


nos factos físicos.”

Causas do crime: situam-se na sociedade “que encerra em si o gérmen de


todos os crimes que se vão cometer. É ela que, de certa forma, os prepara e o
culpado não é senão o instrumento que as executa”.

Quais são estas causas?

9
Criminalidade e causas

❑ Tendência segundo a idade


Escola ❑ Género
Cartográfica – ❑ Relação entre crime e pobreza
Quételet
❑ Leis térmicas da delinquência / clima
(1796-1874)
❑ Regularidade do crime

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❑Estatísticas oficiais: reflexo da criminalidade?

❑A regularidade na criminalidade nem sempre


se verifica

Escola
Cartográfica - ❑Relação entre idade e crime
Balanço ❑Relação entre género e crime

❑Crime e desigualdade

❑Avanços no estudo científico da delinquência


(afastamento do senso comum)

11
Gabriel Tarde (1843-1904)

“Mata-se ou não se mata por


imitação” (Tarde, 1880, p.323)

12
❑ As leis da imitação

❑ Processo de ruptura com as normas


tradicionais: as sociedades industriais
modernas

Gabriel Tarde ❑ Grupos sociais são criminógenos


(1843-1904)
❑ Imitação de cima para baixo (e.g. pai para
filho) e a sua intensidade aumenta com a
proximidade social

❑ Imitação-moda
❑ Imitação-costume

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Durkheim
(1858-1917)

14
❑Clima político e intelectual

❑Revolução Francesa (1789)

❑Industrialização

❑Positivismo
Durkheim
❑A importância da sociologia

❑“A divisão do trabalho social” (1893)

❑“As regras do método sociológico” (1895)

❑“O Suicídio” (1897)

15
O que é a sociedade?

- Conjunto
relativamente estável
e coerente que se
tende a reproduzir e
onde cada elemento
contribui para o
conjunto.
Durkheim
Função: contributo
Influência da
de um elemento para
sociedade sobre o
a estabilidade do
ser-humano
sistema social

16
Sociedades de solidariedade mecânica (tradicionais)

▪Uniformidade e semelhança
▪Propriedade comunitária
▪Baixo nível de individualismo
Durkheim ▪Coerência
▪Consciência coletiva
▪Pressão e sanções penais
▪Lei repressiva

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Durkheim

Consciência coletiva: “totalidade de crenças e


sentimentos comuns aos cidadãos da mesma
sociedade”

“Não podemos dizer que uma ação choca a consciência


coletiva porque é criminosa mas sim que é criminosa
porque choca a consciência coletiva”

(Durkheim, 1933, p. 81)

18
Sociedades de solidariedade orgânica
(contemporâneas)

▪Diversidade e diferenças individuais


▪Divisão do trabalho social
Durkheim
▪Individualismo
▪Declínio da consciência colectiva
▪Regulação das interacções
▪Lei reparadora (civil) – “return things to the
normal state”

19
“Formas muito gerais e indeterminadas de
pensar e sentir, que deixam espaço para o
crescimento de uma variedade de diferenças
individuais”

(Durkheim, A divisão do trabalho social)

20
Durkheim
Diferentes formas de solidariedade → Diferentes funções
da lei

Repressão dos desvios


• Solidariedade mecânica

Regulação das interacções


• Solidariedade orgânica

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Diferentes formas de solidariedade →
Diferentes tipos de crime

❑Crime é normal das sociedades mecânicas:


-Mínimo de diversidade
-Delinquência mantém a solidariedade social
-Punição e reforço da consciência colectiva
Durkheim
❑Crime é normal nas sociedades orgânicas:
-Menor conformismo
-Crime tem função adaptativa: inovação
-Crime é sinal de estado patológico ou
anómico

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Durkheim - Anomia
❑Ausência de leis adequadas / Ausência de mecanismos de regulação

▪Sociedade não consegue exercer a sua influência sobre os indivíduos

▪Forças sociais desequilibradas

▪Sociedade versus ser-humano

▪Os limites são desconhecidos

▪Anomia enquanto patologia: ausência ou insuficiência das regulações

necessárias a garantir a solidariedade entre funções sociais

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“anomia significa uma situação generalizada de
desregramento. Uma sociedade anómica é uma
sociedade carecida de ordem normativa e incapaz,
por isso, de controlar a força centrifuga e
desintegradora dos instintos, das ambições e dos
Durkheim - interesses individuais”.
Anomia
“numa sociedade anómica já não se sabe o que é
possível e o que não o é, o que é justo e o que é
injusto, quais são as reivindicações e as esperanças
legítimas, quais são as exageradas”

(Dias & Andrade, 1997, 316-317)

24
25
Suicídio egoísta: deficiente integração na sociedade (ex.
Protestantes vs. Católicos)

- Maior nos protestantes do que nos católicos


(individualismo vs. Comunitarismo)

Durkheim – - Maior nos celibatários do que nos casados com filhos

O suicídio - Maior no tempo de paz no que de guerra (mobilização e

(1897) participação na vida politica)

- “O suicídio varia na razão inversa do grau de integração


da sociedade religiosa, doméstica e política”

- “Individualização desmesurada” face ao social

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Suicídio altruísta:
- Excesso de integração (ex. Sociedade militar;
Kamikaze)

Durkheim – - Pressão sufocante por parte da sociedade

O suicídio
(1897) Suicídio fatalista:
- Excesso de normas (ex. Escravo)
- Indivíduo perdeu a esperança

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Suicídio anómico: ausência de normas (ex. Crises
económicas)
- Maior em fases de mudança económica brusca

Durkheim – (crescimento rápido ou recessão)


- Maior no mundo do comércio e da indústria
O suicídio - Instabilidade produz anomia: as normas sociais
(1897) perdem o seu poder de coerção
- Mudanças bruscas → alteração estado social habitual
→ perda de poder das antigas regras para impor
limites aos desejos → “mal do infinito” → busca sem
fim → decepção

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Resumindo…

❑ Sociedade incapaz de regular as necessidades


e aspirações individuais do Ser Humano;

❑ Ausência de regras e normas: desequilíbrio,


desconhecimento de valores, falta de regulação
dos comportamentos.
Durkheim -
Anomia Influências para:

▪Escola de Chicago (controlo social e


desorganização social)

▪Teoria da Anomia de Merton (anomia)

▪Teoria do Controlo de Hirshi (controlo social)

29
Escola de Chicago
ea
Desorganização
Social

30 INÊS SOUSA GUEDES


Enquadramento social e
histórico
❑ Crescimento súbito da
cidade
❑ Mais de 3 milhões de
habitantes em 1930
❑ Migrantes afro-
americanos
❑ Imigrantes europeus
❑ Industrialização
❑ Urbanização

31
Problemas de crime desde a década de
1920

Enquadramento
social e 1892: Departamento de Sociologia da
histórico Universidade de Chicago

Principais autores: Robert Park, E. Burgess,


Clifford Shaw, Henry McKay

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Ecologia
Ecologia: relação entre organismos vivos e ambiente

Teoria da Ecologia Humana (R. Park):

Relação entre seres-humanos e ambiente

“As relações espaciais dos seres humanos são produto da competição


e seleção e estão continuamente em processo de mudança (…). À
medida que as relações espaciais mudam, a base física das relações
sociais altera-se, assim, produzindo problemas sociais e políticos”
(McKenzie, 1925).

33
Ecologia humana
Ecologia urbana: a cidade como organismo em crescimento

Padrões
Competição
Conflito
Assimilação

Invasão Domínio Sucessão

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‘Áreas naturais’ → não por
planeamento mas por uso dos locais

Sub-comunidades com funções


específicas

Ecologia Humana
Heterogeneidade Funções especializadas e formas de
e competição por socialização
estatuto e espaço

Controlo social informal

Relações simbióticas

35
Teoria das zonas concêntricas
(Burgess)
Cidade expande-se radialmente a
partir do seu núcleo

Zona I: distrito central de negócios


Zona II: área de transição
Zona III: habitação de trabalhadores
Zona IV: residência de classe média
Zona V: residência das classes mais
abastadas

36
Teoria das zonas concêntricas
(Burgess)

37
Zona residencial mais antiga

Migrantes recentes

Habitações mais baratas (ghetto)


Zona de Mais problemas sociais
transição
Maior mobilidade e anonimato
(II)
Vida social de natureza transitória

Quebra das relações sociais, dos laços comunitários,


enfraquecimento das tradições

38
Relação entre comportamento
antissocial e contexto social

❑Delinquência não se deve a características


individuais ou raciais

❑Desorganização social

❑Quebras dos valores e laços comunitários, das


normas e dos controlos sociais

❑Transmissão cultural

39
Relação entre
comportamento antissocial e
contexto social

“A delinquência é, na verdade, a medida da incapacidade


de funcionamento das nossas organizações comunitárias.
(…) No crescimento das grandes cidades (…) as velhas
formas de controlo social, representadas pela família,
bairro e comunidade local, foram abaladas e a sua
influência diminuiu amplamente. (…) Olhando para este
fenómeno do ponto de vista da sociedade, é a
desorganização social”.

(Park, 1925)

40
Escola de Chicago
Diminuição da
Desenvolvimento das
Alterações rápidas eficácia dos controlos
áreas de delinquência
sociais
• Industrialização • Desorganização • Altas taxas de
• Urbanização social delinquência
• Migração • Tradições criminais
em áreas
geográficas
especificas

41
“Delinquency
areas”

Estudos da
delinquência
juvenil de Shaw e
McKay

Escola de Chicago
– Delinquency 1929: Delinquency
areas (Shaw)
areas
1931: Social factors
in juvenile
delinquency (Shaw
e McKay)

1942: Juvenile
delinquency and
urban areas (idem)

42
❑ Percentagem de jovens envolvidos no sistema de

justiça
Estudos ❑ Utilização das estatísticas dos tribunais de menores
de
❑ Concentração das taxas de delinquência no centro
Shaw da cidade
e
McKay ❑ Declínio progressivo para zonas exteriores

❑ Padrão estável e independente da composição racial

e nacional

43
Delinquency areas

44
1) Estatuto físico

2) Estatuto económico
Conclusões
(Shaw & 3) Composição da população
McKay)
4) Manutenção das taxas apesar da
alteração das populações nas áreas

5) As tradições delinquentes são


transmitidas através das gerações

45
“Não há dúvida que, no conjunto, a proporção de
população estrangeira e negra é maior nas áreas
com maiores taxas de delinquência; mas estes
factos permitem dizer que os rapazes conduzidos

Conclusões a tribunal não são delinquentes porque os pais


são estrangeiros ou negros, mas antes devido a
outros aspectos da situação social em que
vivem”

(Shaw & Mckay)

46
Métodos de investigação inovadores
Estudos qualitativos: etnografia, observação participante,
entrevistas em profundidade; histórias de vida

1927 → The gang: a study of 1313 gangs in Chicago – Trasher

1930 → The Jackroller: a delinquent boy’s own story - Shaw

❑ Indução
❑ A identificação dos problemas sociais faz-se pela observação próxima dos
processos sociais
❑ A entrada no mundo desviante

47
Balanço
IMPORTÂNCIA CRÍTICAS
Políticas sociais
Ação humana explicada unicamente
pelo ambiente de residência
Existência na mesma sociedade de
diferentes grupos, normas e valores
Tautologia (desorganização social →
delinquência → desorganização
Métodos de investigação inovadores social)

Influências sobre outras teorias Utilização das estatísticas oficiais


(seleção; cometimento de crimes
fora das áreas)

48
R. Merton e a Teoria da
Anomia
Teorias do conflito, tensão ou
anomia
Teoria da anomia de Merton e teorias das subculturas

Pressupostos gerais:

❑Pressões sociais que levam os indivíduos ao crime

❑Pressões distribuídas de forma desigual

❑Crítica à estrutura social

❑Crime como resultado de frustração pela incapacidade de atingir sucesso social e


financeiro
Social structure and anomie
(1938)
Os desejos são culturalmente induzidos (≠ Durkheim)

A importância da estrutura social na delinquência


Objectivos
culturais
Estrutura
cultural
Análise da Meios legítimos
sociedade
Oportunidades
Estrutura social
reais
EUA – Caso específico
Acumulação de riqueza ‘American Dream’
Valor cultural imposto
Meios: valores da classe média, trabalho árduo, honestidade

Meios suficientes?
Ênfase nos fins
Tensão sobre aqueles que não conseguem
atingir fins culturais através de meios
institucionalizados

Classes mais baixas

Teoria da
A estrutura social limita as oportunidades
Anomia mas impõe os mesmos valores sobre todos

Anomia: contradição entre valores culturais


impostos e as oportunidades desigualmente
distribuídas pela estrutura social
Merton vs. Durkheim
MERTON DURKHEIM

Característica relativamente Característica temporária e excecional


permanente
Impulso para crime decorre da
Impulso para crime reside na cultura natureza humana
Anomia é ausência de meios legítimos Anomia é ausência de normas e
distribuídos de forma desigual limites
Objetivos bem definidos Indeterminação de objetivos
Teoria da
Objectivos Meios
anomia
Tipo culturais institucionalizados • Distribuição do
Conformismo + + comportamento criminal é
espelho da distribuição de
Inovação + -
oportunidades legítimas
Ritualismo - +
(estrutura social)
Evasão - -

Rebelião // // • Formas de adaptação


diferenciadas → opções
comportamentais dos
indivíduos
❑Ignora a natureza plural e heterogénea dos valores
culturais

❑Não explica infração das classes altas

❑Explica o crime materialmente orientado e não

Teoria da atividade criminal violenta

Anomia - ❑Não explica o porquê de as pessoas diferirem na sua

Críticas escolha de comportamento criminal:


Drogas?
assaltos?

❑Não explica o porquê de a maior parte dos


criminosos jovens desistirem do crime em adultos (“is
anomie short-lived?”)
Chamada de atenção: pressão
criada pela discrepância entre
objectivos culturalmente
induzidos e oportunidades
socialmente estruturadas

Teoria da
Anomia - Base de teorias das subculturas
Importância

Evita explicações individualistas


As Teorias das Subculturas
e o Contributo de Cohen
O que é uma cultura?

Uma cultura é um conjunto de valores partilhados pela maioria


da população e que definem a sua atuação.

O que é uma subcultura?

Um grupo mais pequeno que se organiza no interior dessa


sociedade que tem as suas próprias formas de pensar e de agir,
que podem ser ou opostas ou apenas alternativas. E
efetivamente uma das características da subcultura é que só
quem pertence a essa é que a conhece.

58
As Teorias das Subculturas
e o Contributo de Cohen
Na criminologia temos algumas teorias que procuram estudar
as subculturas delinquentes.

Em comum têm o seguinte:

1. Bebem do que foi dito na teoria da anomia.

2. Nesses grupos de jovens há a disjunção entre aspirações,


objetivos e meios para chegarem aos objetivos.

3. O que despoleta o K delinquente não é atitude individual,


mas a junção de jovens com determinadas características
em grupos que impõem novos objetivos e novos meios.

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❑Há nos grupos de jovens a criação de códigos de
conduta e de códigos de valores alternativos ou
opostos à sociedade dominante.
As Teorias
❑O grande fundador do estudo das subculturas é A.
das Cohen, que vai encontrar contrapontos com a teoria
Subculturas de Merton.

eo ❑A delinquência para Cohen é uma resposta a um

Contributo problema. E uma resposta coletiva por um lado: só

de Cohen conseguimos estatuto quando alguém nos atribui, ao


contrário de Merton que pode ser individual; a
delinquência faz-se no interior do grupo.

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Divergência entre aspirações sociais e recursos
disponíveis:
As Teorias - Estado emocional de tensão;

das - Desconformidade com normas coletivas;

Subculturas - União de jovens em grupos subculturais com


novos objetivos ou meios;
eo
- Caracterizam-se por se opor aos meios

Contributo tradicionais que caracterizam a sociedade


dominante.
de Cohen

61
MERTON COHEN

Explicação dos Não utilitarismo do crime: mesmo


quando a subcultura se dedica ao
crimes utilitaristas
furto, não é pelo valor que o furto
lhe proporciona, mas por obter algo
As Teorias das
por meios ilegítimos. Porque são
normalmente atos hedonistas.
Subculturas e o

Resposta: inovação Resposta: revolta enquanto reação Contributo de


contra os valores da classe média,
afronta à classe dominante Cohen

Escolha individual do Resposta ligada a escolhas dos


tipo de adaptação restantes membros do grupo.

62
As Teorias das Subculturas
e o Contributo de Cohen
Privação de estatuto:

- Os jovens das classes mais baixas não


conseguem encontrar o estatuto que desejam.
Quando vão para a escola, sentem que têm de
lutar por um estatuto.

Diferença entre estatuto atribuído e estatuto


adquirido (aquele estatuto pelo qual vão lutar
e adquirir).

63
As Teorias das Subculturas e o
Contributo de Cohen
Para responder à frustração:

1.Criar uma estrutura de valores num subgrupo, numa subcultura.

2. Validar escolhas, reforçar valores.

3.Um gang é uma subcultura delinquente que se desenvolve espontaneamente: A partir do


momento em que a subcultura está instituída, ainda que os seus elementos possam ir
sendo substituídos, a cultura do gang vai permanecendo.

“A condição crucial para a emergência de formas culturais novas é a existência, na


interação efetiva com outros, de um número de atores com problemas semelhantes de
adaptação”.

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A incursão de Também fazem incursão sobre a
vida delinquente
Cloward e
Vão buscar a Cohen:
Ohlin sobre a
❑ Há tensões sociais que empurram
vida certos indivíduos ao desvio;

delinquente ❑ Resposta coletiva que parte da


subcultura: procura de estatuto.

65
A incursão de Cloward e Ohlin
sobre a vida delinquente
Estudos apenas com jovens de sexo masculino em
bairros pobres dos EUA~:

Acesso limitado dos jovens (classes mais baixas) a


meios legítimos para atingir objetivos sociais
desejáveis (Merton) – privação de estatuto
(Cohen) – frustração de estatuto – diminuição de
autoestima e aumento de sentimento de repulsa
(elementos essenciais para a criação da subcultura
delinquente).

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A incursão de Cloward e Ohlin
sobre a vida delinquente
Consoante a estrutura de oportunidades ilegítima e
de procura de reconhecimento, vamos ter um de
três modelos:

1. Predomínio de valores adultos delinquentes +


presença de delinquência adulta organizada;

2. Quando os jovens se juntam em grupo, mas não


têm esta delinquência adulta organizada disponível;

3. Quando não existe uma subcultura delinquente


preparada para os receber.

67
Bibliografia
❑ Cusson, M. ( 2006). Criminologia. Cruz Quebrada: Casa das Letras/Editorial
Notícias.

❑ Debuyst, C. (1994). Etienne De Greeff. Une analyse complexe du


comportement délinquant. In: L. Mucchielli (dir.), Histoire de la Criminologie
Française (p. 335-348). Paris: L’Harmattan

❑ Gassin, R. (1994). Criminologie. Paris: Éditions Dalloz.


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