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Tópicos de linguagem

1. Coesão e coerência

Liberdade de pensamento
(Teó crito de Corinto, filó sofo grego do II século da nossa era)
A ninguém, nem aos deuses nem aos demô nios, nem à s tiranias da Terra,
nem à s tiranias do céu, foi dado o poder de impedir aos homens o exercício
daquele que é o primeiro e o maior de seus atributos: o exercício do pensamento.
Podem amarrar as mã os de um homem, impedindo-lhe o gesto. Podem atar-lhe os
pés, impedindo-lhe o andar. Podem vazar-lhe os olhos, impedindo a vista. Podem
cortar-lhe a língua, impedindo a fala.
O direito de pensar, o poder de pensar, _______, estã o acima de todas as
violências e de todas as repressõ es, que nada podem contra seu exercício. Se assim
o quiseram os deuses, _____ assim o quer a pró pria natureza humana, parece claro
que nã o há abuso mais abominá vel que o de tentar impor limitaçõ es ao
pensamento de qualquer pessoa.
Pretender suprimir o pensamento de quem quer que seja é o maior dos
crimes. Pois nã o é apenas um crime contra uma pessoa, ______ contra a pró pria
espécie humana, ___________ que é o pensamento o atributo que distingue o ser
humano dos demais seres criados sobre a face da Terra. É certo que é um crime
que nã o se consuma, pois fica sempre no terreno da tentativa, como se alguém
quisesse violar o inviolá vel.
O fato, ________, de nã o se consumar um crime, nã o quer dizer que nã o se
caracterize o criminoso. Pois, na verdade, só ao se supor capaz de sufocar o
pensamento de seu semelhante, o autor dessa suposiçã o cometeu um crime
estupendo, contra todos e contra si mesmo, ________ se depravou na intençã o de
roubar o que nã o pode ser roubado, de matar o que nã o pode morrer.
Os pérfidos juízes de Atenas tiraram a Só crates o direito de educar os jovens
e o direito de viver. _______ foram impotentes para tirar-lhe o direito de pensar,
exercido por ele até o ú ltimo há lito da existência.
Ai dos homens que nã o usam, em toda a sua plenitude, o direito e o atributo
de pensar! Se um pá ssaro em pleno voo parasse subitamente de usar suas asas, o
poder de voar que lhe foi dado, o atributo de equilibrar-se no ar e viajar as
distâ ncias etéreas, cairia miseravelmente no chã o. Se um homem para de pensar,
por preguiça ou estultícia, todos os desastres podem acontecer. ______ seu
pensamento nã o responde ao que veem seus olhos, pode jogar-se no fogo e na
á gua, e perecer queimado ou afogado.
Na vida da cidade, se um homem neutraliza dentro de si o direito de pensar,
a cidade pode ser tomada e dominada pela ferocidade de um tirano _____
despotismo levará o povo à morte pela fome, pela crueldade ou por outras formas
de injustiça e prepotência. E se nã o o povo todo, pelo menos uma parte do povo,
certamente, será arrastada à opressã o, à tortura, ao cá rcere ou a qualquer outra
forma de perdiçã o.

2. Semântica/Níveis de interpretação textual/Linguagem subjetiva

Texto: Circuito fechado, Ricardo Ramos.

Chinelos, vaso, descarga. Pia, sabonete. Água. Escova, creme dental,


água, espuma, creme de barbear, pincel, espuma, gilete, água, cortina,
sabonete, água fria, água quente, toalha. Creme para cabelo, pente. Cueca,
camisa, abotoaduras, calça, meias, sapatos, gravata, paletó. Carteira, níqueis,
documentos, caneta, chaves, lenço. Relógio, maço de cigarros, caixa de
fósforos, jornal. Mesa, cadeiras, xícara e pires, prato, bule, talheres,
guardanapos. Quadros. Pasta, carro. Cigarro, fósforo. Mesa e poltrona,
cadeira, cinzeiro, papéis, telefone, agenda, copo com lápis, canetas, blocos de
notas, espátula, pastas, caixas de entrada, de saída, vaso com plantas,
quadros, papéis, cigarro, fósforo. Bandeja, xícara pequena. Cigarro e fósforo.
Papéis, telefone, relatórios, cartas, notas, vales, cheques, memorandos,
bilhetes, telefone, papéis. Relógio. Mesa, cavalete, cinzeiros, cadeiras, esboços
de anúncios, fotos, cigarro, fósforo, bloco de papel, caneta, projetos de filmes,
xícara, cartaz, lápis, cigarro, fósforo, quadro-negro, giz, papel. Mictório, pia.
Água. Táxi, mesa, toalha, cadeiras, copos, pratos, talheres, garrafa,
guardanapo, xícara. Maço de cigarros, caixa de fósforos. Escova de dentes,
pasta, água. Mesa e poltrona, papéis, telefone, revista, copo de papel, cigarro,
fósforo, telefone interno, externo, papéis, prova de anúncio, caneta e papel,
relógio, papel, pasta, cigarro, fósforo, papel e caneta, telefone, caneta e papel,
telefone, papéis, folheto, xícara, jornal, cigarro, fósforo, papel e caneta. Carro.
Maço de cigarros, caixa de fósforos. Paletó, gravata. Poltrona, copo, revista.
Quadros. Mesa, cadeiras, pratos, talheres, copos, guardanapos. Xícaras.
Cigarro e fósforo. Poltrona, livro. Cigarro e fósforo. Televisor, poltrona. Cigarro
e fósforo. Abotoaduras, camisa, sapatos, meias, calça, cueca, pijama, espuma,
água. Chinelos. Coberta, cama, travesseiro.

*Ricardo Ramos nasceu em Palmeira dos Índios, em 1929, ano em que


o pai Graciliano Ramos exercia a função de prefeito. Formado em Direito,
destacou-se como homem da propaganda, professor de comunicação,
jornalista e escritor em São Paulo. Sua obra literária é extensa: contos,
romances e novelas, e representa, com destaque, a prosa contemporânea da
literatura brasileira. (Fonte)
3. Organização textual: gêneros e tipos

 Elaboração de verbetes
 Características
 Tipos de texto
 Linguagem objetiva e subjetiva

CONECTIVOS
Preencha as lacunas com os elementos coesivos adequados e em seguida diga qual é
a relação que ele estabelece entre as ideias nos espaços entre parênteses:

a) “Os leigos sempre se medicaram por conta pró pria, _________ ( ) de


médico e louco todos temos um pouco, ___________ ( ) esse
problema jamais adquiriu contornos tã o preocupantes no Brasil como
atualmente” (Geraldo de Medeiros).

b) “A baixa qualidade de ensino nas escolas brasileiras tem afetado de maneira


significativa nã o só o mercado de trabalho, __________ ( ) as relaçõ es
humanas de maneira geral, __________ ( ) a escolarizaçã o
precá ria dos grupos sociais torna o sujeito menos preparado para lidar com
os outros seres humanos e com os desafios do cotidiano. A intolerâ ncia, o
preconceito, a corrupçã o e a falta de ética que caracterizam a sociedade
brasileira atualmente, sã o, ___________, ( ) resultado do
descaso com a educaçã o do povo” (Maria Thereza Fraga Rocco).

EXERCÍCIO 4
Numere os parágrafos abaixo, relacionando-os em sequência lógica. Em seguida,
faça em resumo do texto e atribua a ele um título sugestivo.

No processo de formaçã o das opiniõ es individuais, que depois se convertem


no fenô meno da Opiniã o Pú blica, nó s encontramos fatores bá sicos e fatores
complementares.
Esse processo educativo envolve nã o apenas a educaçã o informal – conjunto
de experiências que as pessoas vã o adquirindo pelo fato de viverem em sociedade
– mas também a educaçã o formal – aquela proporcionada pela escola, pela
universidade.
A educaçã o é fator fundamental, porque vai conformando a mentalidade dos
indivíduos e abrindo-lhes horizontes específicos. Desde o momento em que nasce e
se incorpora à sociedade, o cidadã o participa de todo um processo educativo, que
vai moldando o seu comportamento e delineando normas de conduta.
Entre os fatores bá sicos estã o a educaçã o, a vida familiar e a participaçã o
nos grupos primá rios.
Fator importante é a vida familiar, que se insere no pró prio contexto da
educaçã o informal. Da família, o indivíduo recebe uma série de padrõ es de
comportamento, aos quais se vai acostumando, e em torno dos quais vai girar a sua
atividade social. Toda a sua vida em sociedade estará orientada pelos marcos de
referência que advêm da vida familiar e condicionam a adoçã o de opiniõ es e
atitudes.
Os grupos de pressã o procuram galvanizar a atençã o das pessoas que
compõ em a sociedade e orientar a Opiniã o Pú blica num determinado sentido.
Vejamos, agora, os fatores complementares na formaçã o das opiniõ es
individuais: os grupos de pressã o e a propaganda.
A seguir, adquire importâ ncia a participaçã o do indivíduo nos grupos
primá rios: vizinhança, clubes, trabalho, associaçõ es, etc. O indivíduo se integra
nesses grupos, porque as suas normas estã o de acordo com seus pró prios padrõ es
de comportamento. Ele aprende a cumprir as normas do grupo e a receber as
sançõ es dela decorrentes.
A formaçã o da Opiniã o Pú blica constitui realmente um processo complexo,
que está condicionado por diversos elementos, ademais dos problemas de
personalidade que tem o indivíduo.
A propaganda, por sua vez, busca persuadir os indivíduos para a mudança
de atitudes ou a conservaçã o dos padrõ es existentes.

(Texto adaptado de José Marques de Melo. MELO, José Marques de. Comunicação,
opinião, desenvolvimento. Petrópolis: Ed. Vozes, 1975.

4. Prática de resumo.
5. Resenha acadêmica.

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