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Etapa Ensino Médio

Filosofia

Conscientização
e promoção dos
direitos contra a
violência
1a SÉRIE
Aula 3 – 4o Bimestre
Conteúdo Objetivos
• Conscientização e • Identificar as contribuições da
promoção dos direitos tradição filosófica para pensar o
contra a violência. ser humano;
• Identificar o humano como
base para pensar o processo de
desumanização;
• Reconhecer as instituições
democráticas como forma de
superar situações de
discriminação e violência e
promover direitos de cidadania.
Para começar
Faça agora!
Humano
adjetivo
1. do homem ou a ele relativo
2. bondoso, compassivo.

Quando qualificamos uma pessoa como “humana”, o que você


pensa? E o que você pensa quando se diz que uma pessoa ou um
grupo está sendo desumanizado? Na sua opinião, o que significa
“desumanizar”?
Escreva as respostas no seu caderno e, se solicitado pelo
seu professor, compartilhe com a turma.
Foco no conteúdo
A Filosofia e o homem
• A investigação sobre o caráter do humano tem sido empreendida
pela Filosofia, assim como pela Antropologia, Psicologia, Biologia,
entre outras ciências. As narrativas mitológicas e as religiões
também se dedicaram para estabelecer uma compreensão do
humano e o seu lugar no contexto do mundo entre os demais
seres.
Foco no conteúdo
Na história da Filosofia, diferentes filósofos O homem é tão
abordaram o humano, a partir de reflexões somente, não
acerca da natureza humana, da consciência apenas como ele se
moral, do conhecimento de si e do mundo, concebe, mas
da experiência simbólica e dos ideais de também como ele se
justiça. Enfim, o humano e seus processos é quer [...] O homem
tema central da Filosofia. Na abordagem do nada mais é do que
humano, pelo que ele se caracteriza, há aquilo que ele faz de
diferentes teorias, como as que consideram si mesmo. (SARTRE,
existir uma natureza humana que pode ser boa 1970, p. 10)
ou má e teorias como os existencialistas que
orientam para a impossibilidade de uma
natureza humana.
Foco no conteúdo
Também para Hannah Arendt, não é possível definir uma essência
humana:
[...] A condição humana não é o mesmo que a natureza humana
[...] É altamente improvável que nós, que podemos conhecer,
determinar e definir a essência natural de todas as coisas que nos
rodeiam e que não somos, venhamos a ser capazes de fazer o
mesmo a nosso próprio respeito: seria como pular sobre nossa
própria sombra. Por outro lado, as condições da existência humana
– a própria vida, a natalidade e a mortalidade, a mundanidade, a
pluralidade e o planeta Terra – jamais podem <<explicar>> o que
somos [...] pela simples razão de que jamais nos condicionam de
modo absoluto. (ARENDT, 1981, pp. 17, 18 e 19)
Foco no conteúdo
Para Aristóteles, o humano caracteriza-se pela necessidade de viver
junto com seus iguais e pela expressão da razão (lógos) que se
manifesta na fala. Somente o humano é capaz de perceber e proferir
discursos sobre o bem e o mal.
A razão pela qual o homem, mais do que uma abelha ou um animal
gregário, é um ser político em sentido pleno, é óbvia [...] só o homem,
de entre todos os seres vivos possui a palavra. Assim, enquanto a voz
indica prazer e sofrimento, e nesse sentido é também atributo de
outros animais [...] o discurso por outro lado, serve para tornar claro o
útil e o prejudicial e, por seguinte, o justo e o injusto. É que perante
os outros seres vivos, o homem tem as suas peculiaridades: só ele
sente o bem e o mal, o justo e o injusto; é a comunidade de
sentimentos que produz a família e a cidade. (ARISTÓTELES, 1988, p. 55)
Na prática
Enem 2020
Sem dúvida, os sons da voz (phone) exprimem a dor e o prazer;
também a encontramos nos animais em geral; sua natureza lhes
permite somente sentir a dor e o prazer e manifestar-lhes entre si.
Mas o lógos é feito para exprimir o justo e o injusto. Este é o
caráter distintivo do homem em face de todos os outros animais: só
ele percebe o bem e o mal, o justo e o injusto, e os outros valores;
é a posse comum desses valores que faz a família e a cidade.
ARISTÓTELES. A política. São Paulo: Nova Cultural, 1987
(adaptado).
Na prática
Para o autor, a característica que define o ser humano é o
lógos, que consiste na:
a. evolução espiritual da alma.
b. apreensão gradual da verdade.
c. segurança material do indivíduo.
d. capacidade racional de discernir.
e. possibilidade eventual de transcender.
Na prática Correção
Para o autor, a característica que define o ser humano é o
lógos, que consiste na:
a. evolução espiritual da alma.
b. apreensão gradual da verdade.
c. segurança material do indivíduo.
d. capacidade racional de discernir.
e. possibilidade eventual de transcender.
Foco no conteúdo
Discriminação e violência
• A busca pelo que é o humano, ao longo do tempo, acabou
servindo para estabelecer modelos ideais e ideologizados de ser
humano. Nesse contexto, certos movimentos ideológicos
serviram-se de modelos de ser humano para justificar invasões,
exclusão, escravidão e até genocídio.
• A desumanização pode ocorrer de várias formas e há diversos
exemplos sobre o processo de desumanização, como a
escravização no mundo grego, o tráfego negreiro, a colonização da
África, da Ásia e da América, os campos de concentração e
extermínio de judeus, ciganos, Testemunhas de Jeová, entre
outros grupos humanos, pelos nazistas.
Foco no conteúdo
Discriminação e violência
• A desumanização também ocorre quando se atribui a pessoas e a
grupos humanos a ideia de ser “diferente”, por seu sexo, sua cor,
seu tipo físico, entre outras características distintas de um
determinado modelo de ser humano. Essa condição pode levar
aqueles que se identificam ao padrão a se sentirem autorizados a
marginalizar, constranger e submeter aqueles que não atendem
ao modelo. Essa condição de desumanização de pessoas e grupos,
construída historicamente, tem promovido barreiras de expressão
e participação na vida social, a fim de restringir a liberdade e o
processo de fazer-se como se quer.
Foco no conteúdo
Discriminação e violência
• A desumanização é inaceitável nas democracias atuais, pois há o
entendimento de que a diversidade é uma condição da
humanidade. Nesse contexto, grupos que historicamente se
afastaram do modelo de homem branco, europeu, heterossexual,
entre outros atributos, passam a buscar o direito de ser diferente
do modelo tradicionalmente imposto.
• Nas democracias, há a possibilidade de organização para lutar
contra a discriminação e acessar instrumentos de representação e
cidadania. Entre os instrumentos de representação e atuação,
temos, por exemplo, Conselhos voltados para a promoção da
cidadania.
Foco no conteúdo
Defesa de direitos
No Estado de São Paulo, no âmbito da Secretaria de Justiça e
Cidadania, os Conselhos atuam para enfrentar a discriminação e
para promover os Direitos Humanos.
• Conselho Estadual de Participação e Desenvolvimento da
Comunidade Nordestina de São Paulo (COPANE) tem como
principal objetivo o enfrentamento da discriminação, assim como
a conscientização e a divulgação das tradições e dos costumes do
povo nordestino.
Foco no conteúdo
Defesa de direitos
• O Conselho Estadual de Participação e Desenvolvimento da
Comunidade Negra de São Paulo (CPDCN) tem como objetivo
desenvolver estudos relativos à condição da comunidade negra e
propor medidas que visem à defesa dos seus direitos, à
eliminação das discriminações e à plena inserção na vida
socioeconômica, política e cultural.
• O Conselho Estadual da Condição Feminina tem como objetivo
defender os direitos da mulher, eliminar as discriminações, atuar
contra a violência contra a mulher, assim como promover a
participação da mulher em todos os setores da atividade social.
Foco no conteúdo
Defesa de direitos
Além dos Conselhos mencionados, a Secretaria de Justiça do Estado
de São Paulo abriga e colabora com os Conselhos Estaduais dos
Direitos da População de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e
Transexuais, dos Povos Indígenas e de Defesa dos Direitos da
Pessoa Humana.
Aplicando
Virem e trabalhem!
O homem é tão somente, não apenas como ele se concebe,
mas também como ele se quer [...] O homem nada mais é do
que aquilo que ele faz de si mesmo.
Mediados pelo professor, discutam com seus colegas o conteúdo do
excerto da obra de Sartre O existencialismo é um humanismo.
Em seguida, em parceria com os seus colegas, redijam um
argumento sobre como a participação em instituições democráticas
e em ações de cidadania tem o potencial de nos formar para
sermos o que queremos em termos de humanidade.
O que aprendemos hoje?

Aprendemos:
• A abordagem do ser humano pela
tradição filosófica (Aristóteles, Sartre
e Hannah Arendt);
• Como a investigação do humano pode
gerar o desumano;
• A importância de instituições
democráticas para superar situações
de discriminação e violência.
Tarefa SP
Localizador: ID – 101123
1. Professor, para visualizar a tarefa da aula, acesse com
seu login: tarefas.cmsp.educacao.sp.gov.br
2. Clique em “Atividades” e, em seguida, em “Modelos”.
3. Em “Buscar por”, selecione a opção “Localizador”.
4. Copie o localizador acima e cole no campo de busca.
5. Clique em “Procurar”.

Videotutorial: http://tarefasp.educacao.sp.gov.br/
Referências
Slides 3 e 17 – LEMOV, Doug. Aula nota 10: 49 técnicas para ser um
professor campeão de audiência. Tradução: Leda Beck. Consultoria e revisão
técnica: Guiomar N. de Mello e Paula Louzano. 2a ed. São Paulo: Da
Prosa/Fundação Lemann, 2011.
Slide 3 – Humano. Disponível em:
https://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa/humano.
Slides 5 e 17 – SARTRE, Jean-Paul. O existencialismo é um humanismo.
Tradutora: Rita Correia Guedes. Paris, 1970. Disponível em:
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5616157/mod_resource/content/1/O%
20Existencialismo%20%C3%89%20Um%20Humanismo.pdf
.
Slide 6 – ARENDT, Hannah. A condição humana. Tradução de Roberto Raposo.
Rio de Janeiro: Forense – Universitária; Rio de Janeiro: Salamandra; São Paulo:
Ed. da Universidade de São Paulo, 1981.
Referências
Slide 7 – ARISTÓTELES. A Política. Trad. Antônio Campelo Amaral e Carlos
Gomes. Lisboa: Vega, 1988.
Slides 8 e 9 – Enem 2020 – 2a aplicação CH – 1o dia | Caderno 1 – AZUL –
Página 21. Disponível em:
https://download.inep.gov.br/enem/provas_e_gabaritos/2020_PV_reaplicacao_P
PL_D1_CD1.pdf
.
Slides 14, 15 e 16 – Secretaria de Justiça e Cidadania – Conselhos. Disponível
em: https://justica.sp.gov.br/#. Acesso em: 2 ago. 2023.
SÃO PAULO. Currículo Paulista: etapa Ensino Médio. Organização: Secretaria
da Educação. Coordenadoria Pedagógica: União dos Dirigentes Municipais de
Educação do Estado de São Paulo – UNDIME. São Paulo: SEDUC, 2020.
Referências
Lista de imagens e vídeos

Slides 3 e 18 – Marcelo Ortega/@ortega_alemão.


Material
Digital

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