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Liberdade religiosa

Apresentação

A liberdade religiosa é tema frequente nas redes sociais e nos debates políticos, estando presente
no cotidiano dos indivíduos. Contudo, você já deve ter percebido que muita gente não sabe o que
ela realmente significa. A liberdade religiosa, que deriva da liberdade de pensamento e, portanto, é
um dos direitos humanos garantidos pela Declaração Universal dos Direitos Humanos, diz respeito
à livre-expressão e à prática do credo/crença de cada um. A liberdade religiosa tem lugar
principalmente em um Estado laico, como o estado brasileiro.

No Estado laico, o poder não é e não deve ser exercido por nenhuma religião específica, garantindo
assim a liberdade religiosa. O Estado laico garante – ou deveria garantir – que a liberdade religiosa
seja respeitada, permitindo que toda pessoa possa manifestar sua crença. Ao contrário do que
muitos pensam, é pelo fato de o Estado ser laico que cada um pode ter sua crença religiosa e
praticá-la. O Estado laico não é inimigo das religiões, ao contrário, ele é o garantidor da liberdade
de credo. Dessa forma, a liberdade religiosa depende da laicidade do governo.

Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar esse assunto, além de compreender a pessoa
humana como portadora de direitos inalienáveis, conceituando o sujeito, o objeto e o fundamento
da liberdade religiosa. Além disso, vai identificar os fundamentos do direito à liberdade religiosa.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Definir pessoa humana portadora de direitos inalienáveis.


• Identificar os fundamentos do direito à liberdade religiosa.
• Conceituar sujeito, objeto e fundamento da liberdade religiosa.
Infográfico

O Brasil é um país que apresenta um aumento crescente na diversidade religiosa e, também, na


violência e intolerância religiosa. O fenômeno da violência e intolerância religiosa tem se espalhado
no mundo todo.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE (2010), na última década (2000-
2010), mais pessoas se autodeclararam de outra religião, diferente da predominante no Brasil – a
religião Católica. Além disso, o número de pessoas que se autodeclaram sem religião também
aumentou.

Confira, no Infográfico a seguir, os dados sobre diversidade e intolerância religiosa no Brasil.


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Conteúdo do Livro

A liberdade religiosa está intimamente ligada à compreensão e aceitação da dignidade da pessoa


humana e aos direitos de livre-pensamento e livre-expressão. Está fundamentada no pluralismo
religioso do Estado Democrático de Direito e garantida pela Constituição Federal. Portanto, é um
direito humano fundamental e inalienável.

No capítulo Liberdade religiosa, da obra Antropologia teológica e direitos humanos, você vai entender
mais sobre a relação entre a liberdade religiosa e a compreensão da dignidade da pessoa humana.
ANTROPOLOGIA
TEOLÓGICA E
DIREITOS HUMANOS

Adriane da Silva Machado Mobbs


Liberdade religiosa
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

 Definir pessoa humana portadora de direitos inalienáveis.


 Identificar os fundamentos do direito à liberdade religiosa.
 Conceituar sujeito, objeto e fundamento da liberdade religiosa.

Introdução
A liberdade religiosa é um dos direitos humanos que está intimamente
relacionado à liberdade de pensamento e de ação. Quando o sujeito
externaliza, ou seja, manifesta os seus pensamentos e as suas convicções
por meio de ações, deve fazê-lo com total liberdade. Portanto, a dignidade
da pessoa humana é condição indispensável para a liberdade religiosa.
É a consciência da dignidade da pessoa humana e o reconhecimento
de quem é o sujeito de direito e os seus direitos inalienáveis que garantem
a liberdade religiosa. Em um estado democrático e laico como o Brasil, é
necessário que o direito à liberdade religiosa seja respeitado, pois, assim,
os cidadãos se sentem à vontade para expressarem as suas convicções
e crenças religiosas, sem medo de qualquer represália.
Neste capítulo, você vai compreender o que é liberdade religiosa,
quais são os seus fundamentos e quem tem direito a ela.

Pessoa humana como portadora de direitos


Toda pessoa humana é portadora de direitos inalienáveis, ou seja, de direitos
humanos. Portanto, todo e qualquer cidadão possui direitos, independentemente
de quem ele é ou faz. Atualmente, enfatiza-se a expressão pessoa humana, pois
há algumas correntes teóricas do direito e da filosofia que têm se referido aos
animais como pessoas não humanas e reconhecido os seus direitos também. Aqui,
a ênfase na expressão se faz necessária para marcar a distinção, ou seja, que esta-
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mos falando de pessoas humanas. A distinção também é necessária no que tange


à religiosidade, pois é necessário distinguir a pessoa humana da pessoa divina.
Talvez no dia a dia você não se pergunte quem é o sujeito de direitos e
tampouco se preocupe com quem tem ou não os seus direitos respeitados. É
possível, talvez, que em alguma circunstância você tenha passado por alguma
situação na qual os seus direitos não foram respeitados e não tenha perce-
bido. Algumas pessoas desconhecem os seus direitos ou não se reconhecem
enquanto pessoas dignas de direitos. É por isso que há grupos que trabalham
não apenas pela conscientização de todas as pessoas acerca dos seus direitos,
mas também na defesa desses direitos, que não são de um ou outro sujeito,
mas, sim, de todos os sujeitos, de todos os cidadãos.
Nesse sentido, para melhorar esse entendimento, é necessário inicialmente
buscar na antropologia filosófica a definição de ser humano, para que possamos
compreender as correntes teóricas que definem o ser humano enquanto pessoa,
como o personalismo. A antropologia filosófica é a área da filosofia que se
ocupa do estudo do homem e seus princípios últimos. Diferentemente das demais
antropologias, a filosófica busca compreender o sentido de ser do homem.
O personalismo é um movimento filosófico ligado ao humanismo, que emergiu
após a crise econômica europeia e durante a ascensão do nazismo, criado por
Emmanuel Mounier e ligado à Revista Esprit (1932). O personalismo propõe uma
filosofia centrada na noção de “pessoa”, sua liberdade e responsabilidade; opondo-se
ao capitalismo, defende o direito da pessoa à não objetificação e à inviolabilidade.
A noção de pessoa proposta pelo personalismo se diferencia daquela com-
preensão de indivíduo ou mesmo das definições de pessoa estabelecidas an-
teriormente pela história da filosofia. Influenciado pelo humanismo e pela
fenomenologia, o personalismo aborda a pessoa enquanto alguém inserido no
mundo, um ser histórico e que possui suas relações sociais compreendidas na sua
relação com o outro, dando ênfase, assim, ao caráter comunitário da sociedade.

Desde a origem da filosofia, após o período denominado Cosmológico, período em


que os filósofos se ocupavam de explicar a origem do Cosmos, os filósofos têm se
dedicado a investigar e explicar o que é o ser humano, se há ou não uma essência
humana e o que nos caracteriza enquanto “ser humano”. Nessa longa investigação,
não se chegou a apenas uma resposta, mas a várias respostas — alguns defendem
uma ou outra característica como essencial.
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O professor Battista Mondin, no livro O Homem, quem é ele? Elementos


de antropologia filosófica, publicado em 1980, na Itália, procurou abordar o
que chamou de principais manifestações do fenômeno humano. Ele aborda
determinadas características como necessárias para chegar “[...] à decifração
do sentido profundo, último e completo do ser do homem”, conforme aponta
Mondin (2014, p. 22). O Quadro 1 mostra as principais manifestações do
fenômeno humano apresentadas pelo autor.

Quadro 1. Manifestações do fenômeno humano

A dimensão Diz respeito às singularidades e


corpórea do propriedades do corpo humano, dentre elas:
homem o desenvolvimento do corpo humano, um
Homo corpo que nasce em fase de estruturação
somaticus e é capaz de se desenvolver ao longo
de toda a vida; o cérebro, enquanto
elemento fisiológico que o distingue dos
demais animais; e a posição vertical.

A dimensão da Trata da propriedade fundamental do


vida humana ser humano, a saber: a vida. Em suma,
o homem é humano enquanto é vivo.
Homo vivens
Difere o vitalismo do mecanicismo, ou
seja, o ser humano é um ser vivente,
e isso o difere das máquinas.

A dimensão do Trata da capacidade do ser humano


conhecimento de ser consciente de alguma coisa,
Homo sapiens sensitivo e ou seja, conhecer algo. Aborda o
intelectivo conhecimento de forma tríplice:
sensitivo, imaginativo e intelectivo.

As dimensões Trata da vontade, da liberdade e do


da vontade, amor enquanto características dos
Homo volens
da liberdade homens. Todos os homens são dotados
e do amor de vontade, por isso, homo volens.

A dimensão Diz respeito à capacidade de comunicação


da linguagem e linguagem do homem, habilidade
Homo loquens
que nos permite pensar e comunicar
aos outros nossos pensamentos.

(Continua)
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(Continuação)

Quadro 1. Manifestações do fenômeno humano

A dimensão Aborda a sociabilidade, ou seja, a habilidade


social e política intrínseca ao ser humano, que é quase
do homem uma necessidade, de viver em sociedade
Homo socialis e se relacionar com o outro. Capaz de
promover a politicidade, ou seja, relações
políticas, como associações estáveis e
participação em grupos organizados.

A dimensão Trata da dimensão cultural do ser


cultural do humano, ou seja, sua capacidade de
homem produzir cultura, mas também de
Homo
“ser produzido por ela”. Ao mesmo
culturalis
tempo que o homem produz cultura,
ele é afetado e se constitui enquanto
homem pela cultura na qual se insere.

A dimensão É a capacidade do homem enquanto


do trabalho artífice; é o homem da técnica e do
Homo faber
e da técnica trabalho. Capacidade de produzir suas
do homem próprias ferramentas e instrumentos.

A dimensão É a dimensão lúdica do homem, capacidade


Homo ludens do jogo e do de inventar jogos e se divertir de forma
divertimento que o distingue dos demais animais.

A dimensão É a dimensão religiosa do homem, que se


da religião impõe como uma constante antropológica.
Embora não seja desenvolvida por
Homo todos os homens, assim como as
religiosus demais dimensões, todos são dotados
de tal capacidade. É a propensão para
a espiritualidade, ainda que possa não
estar ligada a alguma religião específica.

Fonte: Adaptado de Mondin (2014).

O ser humano é capaz de desenvolver muitas dessas dimensões, de forma


que não é possível defini-lo a partir de apenas uma. Se faz necessária uma visão
holística, como a proposta pela antropologia, que abarque o ser humano conside-
rando todas as suas dimensões e capacidades. O ser humano deve ser visto como
esse ser integral, um ser dotado de todas essas capacidades apontadas, ainda
que alguns possam desenvolver mais determinadas dimensões do que outras.
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A concepção de pessoa adotada pelo personalismo está centrada na sua não objeti-
vação, ou seja, a pessoa não é uma coisa, um objeto, pois possui uma estreita ligação
entre o espiritual e o material. Com base no princípio da inviolabilidade, a pessoa não
pode ser violada e é dotada de liberdade, criatividade e responsabilidade. É uma pessoa
encarnada em um corpo, situada na história e constitutivamente comunitária. Essa
concepção de pessoa, bem como o personalismo, está fundamentada na fé cristã,
conforme lecionam Reale e Antiseri (2005).

Toda pessoa humana é dotada de direitos e deveres, conforme prevê a


Constituição Federal brasileira de 1988. Então, o que nos faz pensar que alguns
têm direitos e outros não? Ou que alguns merecem ter seus direitos respeitados
e outros não? Talvez o filósofo francês Paul Ricœur (1913–2005) nos ajude a
responder essas perguntas. No artigo “Quem é o sujeito do direito?”, publicado
em O justo, Ricœur adota uma teoria tripartite que aborda aspectos do Direito,
da moral e da antropologia (RICŒUR, 2008).
Ricœur (2008) define que o sujeito de direito é aquele digno de estima e
respeito, capaz de imputar e/ou ser imputado por suas ações, que é dotado de
capacidades e dispõe de condições de atualização dessas aptidões por meio da
mediação nas relações interpessoais e institucionais que estabelece ao longo
da sua vida. É essa mediação que permite que o homem capaz (dotado de
capacidades, aptidões) se torne um cidadão real. Para Ricœur (2008, p. 31):

Sem a mediação institucional, o indivíduo é apenas um esboço de homem;


para sua realização humana é necessário que ele pertença a um corpo polí-
tico; nesse sentido essa pertença não é passível de revogação. Ao contrário.
O cidadão oriundo dessa mediação institucional só pode querer que todos os
humanos gozem como ele essa mediação política que, somando-se às condições
necessárias pertinentes a uma antropologia filosófica, se torna uma condição
suficiente da transição homem capaz ao cidadão real.

Portanto, de acordo com Ricœur, é a vida em comunidade, isto é, a convi-


vência nas instituições (escola, instituição religiosa, família, entre outras) que
permite a atuação política do homem, dotado de muitas capacidades e aptidões,
que serão colocadas em prática e desenvolvidas nessa atuação nas instituições,
o constituindo como cidadão real. Muitas vezes, as pessoas acreditam que não
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são dignas de estima e respeito (como sentimentos morais) ou que algumas


pessoas, por suas ações, também não o são. Contudo, todas as pessoas são
dignas de estima e respeito e, portanto, portadoras de direitos inalienáveis.

Direitos inalienáveis são direitos fundamentais intransferíveis e inegáveis, ou seja,


são direitos fundamentais que todas as pessoas possuem. O direito à vida, por exemplo,
é um direito fundamental inviolável, assim como o direito à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, conforme aponta a Constituição de 1988 (BRASIL, 1988).

Assim, a pessoa humana tem direito à liberdade religiosa. Isso significa


dizer que toda e qualquer pessoa é livre para prestar culto, livre de qualquer
tipo de coação, de forma que ninguém possa ser forçado a agir contra a sua
consciência e nem tenha qualquer impedimento segundo a mesma, seja por
instituições privadas e/ou públicas.
Recentemente, foi sancionada a Lei nº. 13.796, de 3 de janeiro de 2019 (BRA-
SIL, 2019), que garante a guarda religiosa; ou seja, os estudantes têm direito
a faltar a aulas e provas por motivos religiosos e de consciência. Dessa forma,
ninguém é obrigado, no dia da guarda religiosa, a comparecer a qualquer atividade
escolar, tendo o direito de ter a atividade ou aula oportunizada em outro dia.
Essa Lei é mais uma garantia à liberdade religiosa, pois permite que o estudante
tenha sua religião e seus preceitos respeitados, não sendo obrigado a se adequar
às demais religiões. Ela estende o direito às atividades profissionais.

A Lei nº. 13.796/2019 assegura aos alunos o direito de faltar a aulas e a provas por
motivos religiosos e de consciência. Essa lei altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional (LDB) e garante a alunos direitos que estejam alinhados à sua religião. Você
pode consultar a Lei na íntegra acessando o link a seguir.

https://goo.gl/FBnRhF
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Você sabia que a liberdade religiosa é tão importante que diferentes reli-
giões a defendem e são favoráveis ao seu exercício? O Papa Paulo VI, em 7
de dezembro de 1965, publicou a Declaração Dignitatis Humanae, sobre a
liberdade religiosa, na qual o Concílio do Vaticano antecipava a necessidade
de que a liberdade religiosa fosse reconhecida na ordem jurídica como um
direito civil e declarou que:

[...] a pessoa humana tem direito à liberdade religiosa. Esta liberdade consiste
no seguinte: todos os homens devem estar livres de coação, quer por parte dos
indivíduos, quer dos grupos sociais ou qualquer autoridade humana; e de tal
modo que, em matéria religiosa, ninguém seja forçado a agir contra a própria
consciência, nem impedido de proceder segundo a mesma, em privado e em
público, só ou associado com outros, dentro dos devidos limites. Declara,
além disso, que o direito à liberdade religiosa se funda realmente na própria
dignidade da pessoa humana, como a palavra revelada de Deus e a própria
razão a dão a conhecer (PAULO VI, 1965, documento on-line).

A liberdade religiosa, reconhecida como Direito Civil na Constituição


Federal de 1988, a constituição cidadã, garante a liberdade de credo e favorece
as religiões existentes no Brasil. Dessa forma, os cidadãos têm sua liberdade
garantida e podem viver com harmonia e dignidade na prática da sua fé.

Fundamentos do direito à liberdade religiosa


A liberdade religiosa se fundamenta na liberdade de pensamento e na plena
compreensão e aceitação da dignidade da pessoa humana e do pluralismo
religioso no Estado Democrático de Direito. Dessa forma, ela está assentada
também na laicidade do estado democrático brasileiro. É necessário, além da
garantia jurídica e constitucional da liberdade religiosa, enquanto um direito
humano fundamental, a garantia de um estado democrático de direito e da
sua laicidade. Do contrário, não temos garantias desse direito.
Dessa forma, a liberdade religiosa está fundamentada na liberdade de
pensamento, ou seja, toda e qualquer pessoa tem liberdade para pensar o que
quiser. Fundamenta-se, ainda, na livre-expressão, pois as pessoas têm direito
não apenas a pensarem o que quiserem, mas de expressarem o que pensam. Tem
como base, por fim, a liberdade de credo, não apenas para crer, mas também para
praticar sua crença e expressar seus pensamentos. Todas essas liberdades estão
fundamentadas e garantidas pela democracia e pela laicidade do nosso Estado.
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No que tange à religião, a liberdade religiosa se fundamenta ainda no


livre-arbítrio, pois, do contrário, caímos no determinismo, e não é possível
afirmar que as pessoas de fato creem, uma vez que não possuem livre-arbítrio
para isso. Nesse sentido, o livre-arbítrio é o que garante a livre-escolha e a
verdadeira crença. O livre-arbítrio é compreendido como um bem dado por
Deus para que os homens sejam livres para escolher o seu próprio caminho,
e isso diz respeito à escolha religiosa e de credo também.

Um dos filósofos medievais que trata do livre-arbítrio é Agostinho de Hipona, o Santo


Agostinho. Ele é autor do texto Livre-arbítrio, que é subdivido em três livros, nos quais é
oferecida uma explicação para a existência do mal e do livre-arbítrio. Santo Agostinho
objetiva dar uma resposta aos questionamentos feitos na época pelos maniqueus, como
a incompatibilidade entre a existência de Deus e do mal. Essa temática é abordada
pelo filósofo em outras das suas obras, por exemplo, nas Confissões.

A Declaração Dignitatis Humanae (1965) nos permite compreender mais


claramente o posicionamento da Igreja Católica em relação aos fundamentos
da liberdade religiosa. Vamos analisá-la? Inicialmente, a Declaração aborda
o fato de que os homens estão cada vez mais conscientes da dignidade da
pessoa humana e têm reivindicado desde então a capacidade de agir segundo
sua própria convicção, sendo assegurada sua liberdade responsável, baseada
na sua consciência pelo dever (PAULO VI, 1965).
O Concílio afirma na Dignitatis Humanae que foi o próprio Deus que nos
permitiu conhecer o caminho, por meio do qual, servindo-O, nós podemos
nos salvar e alcançar a felicidade em Cristo. Para que possamos compreender
melhor essa passagem, é importante considerar o livre-arbítrio — ou seja, Deus
nos mostra o caminho, mas não o trilhará por nós e tampouco nos obrigará ou
determinará que o sigamos. Ao contrário, somos livres para escolher segui-lo
ou não. Contudo, somente o seguindo conseguiremos nos salvar e atingir a
felicidade em Cristo (PAULO VI, 1965).
Ainda que os membros do Concílio deixem claro que, para eles, a única
religião verdadeira se encontra na Igreja Católica e Apostólica — e não seria
diferente, uma vez que creem nessa Igreja —, eles reconhecem que Deus
concedeu o livre-arbítrio e, junto com ele, o dever que conduz os homens
na busca da verdade, no que diz respeito a Deus e à sua Igreja. Há também
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o reconhecimento por parte do Concílio dos direitos invioláveis da pessoa


humana e da ordem jurídica da sociedade, permitindo, assim, às pessoas a
liberdade de prestar culto a Deus livre de qualquer coação na sociedade civil.
Em uma sociedade democrática, há de se reconhecer os direitos humanos,
bem como a dignidade da pessoa humana, permitindo, assim, que esta exerça sua
liberdade responsável. Dessa forma, a laicidade do estado democrático precisa
ser garantida, pois permite um estado mais plural, no qual as pessoas se sintam
livres para buscar a sua religião, de acordo com a sua crença, e praticá-la sem
sofrer qualquer represália. Só assim poderão escolher o seu caminho e encontrar a
Verdade, sem qualquer determinismo, coação, opressão ou imposição. A escolha
pela religião, se houver, deve ser livre, obedecendo apenas o dever e o amor a Deus.
Além dos argumentos constitucionais e eclesiais que fundamentam a liber-
dade religiosa, há também o princípio do respeito, da alteridade e da empatia. É
fundamental que a liberdade religiosa seja respeitada não apenas pelo Estado,
mas também pelos sujeitos, com base no respeito, na alteridade e na empatia. É
importante frisar que todos eles são tomados como sentimentos morais, ou seja, são
sentimentos e valores morais necessários para o convívio harmônico em sociedade.
Trata-se, portanto, de respeito ao outro, à sua liberdade e à sua religião.
A alteridade e a empatia nos possibilitam compreender aquilo que o outro
vive e sente, e isso só é possível por meio do exercício de nos colocarmos no
lugar do outro. Ainda que seja apenas a nossa perspectiva acerca da situação
vivenciada pelo outro, isso nos permite compreender melhor o outro e aquilo
que ele vive e sente. Com esse exercício, conseguimos compreender como nos
sentiríamos se não tivéssemos nossos direitos respeitados, se não nos fosse
permitido crer e praticar a nossa religião ou mesmo a nossa não crença. A
empatia nos permite compreender como nos sentiríamos se nossa religião ou
credo fosse discriminada ou perseguida, da mesma forma que se nós fossemos
perseguidos por ter ou não ter religião.

É a liberdade que nos permite escolher qual religião seguir e praticar. Não há escolha
mediante coerção ou imposição. Na tentativa de impor determinada crença ou não
crença, não estamos contribuindo para que todos(as) tenham a mesma crença; ao
contrário, é provável que o número de crentes diminua, pois, se somos obrigados, não
se trata de credo, mas de temor e coerção. Para o verdadeiro exercício da religião, é
necessário que haja liberdade, não apenas para praticá-la, mas para escolhê-la.
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O respeito de si, segundo Ricœur (1991, p. 251–252), é “[...] a variante da


estima de si que passou com sucesso a prova do critério de universalização”;
o autor afirma ainda que “[...] o respeito é a estima de si passada pelo crivo da
norma universal e constrangedora, em suma, a estima de si sob o regime da
lei”. Não basta respeitar a si mesmo, é necessário respeitar o outro também,
e a alteridade nos permite universalizar esse respeito, que inicialmente é de
si mesmo, pensando no outro como em nós mesmos. Contudo, é importante
ter claro que não se trata de um outro eu, mas um si mesmo como outro; ou
seja, sou eu mesmo que me coloco no lugar do outro. Dessa forma, não há e
nem poderia haver a eliminação da perspectiva subjetiva — ainda somos nós
no lugar do outro.

Sujeito, objeto e fundamento


da liberdade religiosa
Quando falamos em liberdade religiosa, a que nos referimos? Quem tem direito
à essa liberdade e no que essa liberdade se fundamenta? Bem, como você viu
na primeira seção do texto, a liberdade religiosa é a liberdade de credo e, por-
tanto, é um direito humano fundamental. Dessa forma, o sujeito da liberdade
religiosa é toda pessoa humana. Todas as pessoas humanas possuem direito à
liberdade religiosa, sem distinção; portanto, elas todas são sujeitos de direito.
Como vimos, a liberdade religiosa está fundamentada no pluralismo
religioso, na laicidade do estado democrático de direito e na liberdade de
pensamento. Há algum pré-requisito ou alguma exigência para que as pessoas
tenham direito à liberdade religiosa? Na verdade, não, desde que sejam pessoas
humanas. Na Declaração Dignitatis Humanae (PAULO VI, 1965, documento
on-line), o Concílio argumenta que: “[...] todos os homens, que são pessoas
dotadas de razão e de vontade livre e, por isso mesmo, com responsabilidade
pessoal são levados pela própria natureza e também moralmente a procurar
a verdade, antes de mais a que diz respeito à religião”. Logo, além de uma
liberdade, a liberdade religiosa consiste em uma obrigação moral, que pode
conduzir as pessoas nessa busca pela verdade. Para que a busca ocorra, as
pessoas devem ter liberdade psicológica e imunidade de coação.
O Concílio reconhece que a liberdade religiosa não está fundamentada “na
disposição subjetiva da pessoa, mas na sua própria natureza. Por esta razão,
o direito a esta imunidade permanece ainda naqueles que não satisfazem à
obrigação de buscar e aderir à verdade; e, desde que se guarde a justa ordem
pública, o seu exercício não pode ser impedido”. Portanto, ainda que as pes-
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soas não busquem a verdade e não exerçam ou pratiquem qualquer religião,


permanecem com seu direito à liberdade religiosa inabalado e garantido.
As pessoas não podem ser forçadas a agir contra a sua própria consciência.
Nesse sentido, é injusto negar à pessoa humana o livre exercício da religião na
sociedade. Isso se estende também àquelas pessoas que atuam coletivamente,
em comunidades religiosas no país. As comunidades religiosas também são
sujeitos da liberdade religiosa e necessitam que seu direito seja assegurado.
Cabe aos grupos religiosos o direito de ensinar, testemunhar e professar
publicamente a sua fé. Assim, da mesma forma, cada família tem direito de
organizar livremente a sua própria vida religiosa.

É possível acessar a Declaração Dignitatis Humanae (1965) na íntegra no site do Vaticano,


a partir do link a seguir.

https://goo.gl/frNc2Z

Como você deve ter percebido, a liberdade religiosa e a laicidade do Estado


não favorecem essa ou aquela religião, mas todas. É fundamental prezarmos
pela garantia dos direitos humanos fundamentais, porque estes são nossos
direitos também. E, dessa forma, a liberdade religiosa nos favorece também
— independentemente de termos ou não religião, somos livres para tê-la e/
ou praticá-la ou não.
A ausência do Estado laico favorece a totalização e o autoritarismo de uma
ou outra religião, o que não é bom para ninguém, nem mesmo para aqueles(as)
que não professam nenhuma fé, pois serão obrigados e/ou coagidos a parti-
ciparem de alguma — nesse caso, aquela que estiver no poder. A defesa da
liberdade religiosa, da laicidade e do pluralismo religioso deve ser pauta de
todos os cidadãos, independentemente de se estes professam ou não alguma fé.
Os cidadãos que professam sua fé no Estado laico têm liberdade para se
manifestarem privada e publicamente acerca de suas crenças, sem qualquer
represália, e também são livres para organizar a sua vida religiosa, bem como
a da sua família. A pluralidade e a liberdade religiosa possibilitam às pessoas
de religiões diferentes a convivência harmônica e respeitosa, reconhecendo
a liberdade religiosa enquanto direito humano fundamental de cada um e
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garantindo que as demais pessoas conheçam e façam uso desse direito. É


importante destacar que apenas no Estado laico há liberdade religiosa, pois
nele é garantida a manifestação da não crença e do ateísmo, da liberdade
religiosa e do pluralismo religioso.

O pluralismo religioso, a liberdade religiosa e a livre-expressão de não crença ou ateísmo


só são permitidos no Estado laico, uma vez que no Estado religioso, o oposto do Estado
laico, um grupo ou instituição religiosa possui poder para interferir nas decisões do
Estado e, portanto, definir a religião a ser seguida e praticada, exercendo coerção e,
muitas vezes, violência e perseguição àqueles contrários. Já o Estado ateu é aquele
em que os governantes negam a existência de divindades e suprimem ou limitam as
crenças da população, cerceando a liberdade religiosa e permitindo, assim, apenas o
ateísmo ou a não crença.

O Estado laico, ao contrário do Estado religioso e do Estado ateu, permite


tanto a liberdade de credo — independentemente de qual religião for — quanto
o ateísmo e a não crença, garantindo, assim, o pluralismo religioso ou mesmo
a crença e/ou prática da não crença religiosa. Há, portanto, como você pode
verificar, espaço e respeito para todos(as), se a dignidade da pessoa humana
e a liberdade religiosa forem respeitados.
A liberdade religiosa diz respeito à liberdade de ação e expressão da crença
religiosa, e do ateísmo e da não crença, liberdades garantidas apenas em um
Estado laico. Portanto, o sujeito do direito à liberdade religiosa é todo e
qualquer cidadão, bem como grupo e/ou instituição. O objeto da liberdade
religiosa, ou seja, com o que a liberdade religiosa se ocupa, está preocupada
e se dedica é, acima de tudo, o respeito à dignidade da pessoa humana e à
liberdade. E, como você pode verificar, é um direito humano fundamental,
permitindo o pluralismo religioso e, assim, a diversidade religiosa.
Cabe ressaltar, ainda, que a liberdade religiosa está comprometida com
a paz e com a tolerância religiosa, permitindo e fomentando o diálogo inter-
-religioso, de forma que as pessoas de crenças diferentes e, muitas vezes,
totalmente distintas, ou mesmo aquelas que não possuem nenhuma crença,
possam conversar livremente acerca das suas crenças ou da ausência delas,
sem qualquer constrangimento, intolerância e/ou desrespeito. Nesse sentido,
não há liberdade religiosa sem o respeito à dignidade da pessoa humana.
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João e Pedro são colegas e frequentam o 5º ano do Ensino Fundamental. Eles foram
informados pela professora Ana Clara, da disciplina de Matemática, que haverá uma
atividade avaliativa no sábado pela manhã. João está bastante apreensivo e preocupado,
porque não poderá comparecer à atividade, pois, de acordo com a sua religião, ele deve
guardar o sábado. Ao conversar com a sua mãe, Dona Maria, ele foi informado de que
não deve comparecer à escola, mesmo que tenha uma atividade avaliativa. Quando
Dona Maria conversou com a professora Ana Clara, ela reagendou a atividade para
João e explicou que ele tem direito a realizar a atividade em outro dia e horário, pois
vivemos em um estado laico, e a liberdade religiosa é um direito humano fundamental
e deve ser respeitado por todos. “O direito à guarda religiosa é ainda assegurado pela
Lei nº. 13.796/2019”, afirmou a professora. Pedro, que é católico e não guarda o sábado,
realizará a atividade avaliativa junto com os demais colegas.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Diário Oficial da União,


Brasília, DF, 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/
constituicao.htm. Acesso em: 13 mar. 2019.
BRASIL. Lei nº. 13.796, de 3 de janeiro de 2019. Altera a Lei nº. 9.394, de 20 de dezembro
de 1996 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), para fixar, em virtude de
escusa de consciência, prestações alternativas à aplicação de provas e à frequência
a aulas realizadas em dia de guarda religiosa. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 2019.
Disponível em: https://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/2019/lei-13796-3-janeiro-
2019-787598-norma-pl.html. Acesso em: 13 mar. 2019.
MONDIN, B. O homem, quem é ele? Elementos de antropologia filosófica. São Paulo:
Paulus, 2014.
PAULO VI, Papa. Declaração Dignitatis Humanae sobre a liberdade religiosa. Disponível
em: http://www.vatican.va/archive/hist_councils/ii_vatican_council/documents/vat-
-ii_decl_19651207_dignitatis-humanae_po.html. Acesso em: 13 mar. 2019.
REALE, G.; ANTISERI, D. História da filosofia: de Nietzsche à Escola de Frankfurt. São
Paulo: Paulus, 2005.
RICŒUR, P. O justo. São Paulo: Martins Fontes, 2008.
RICŒUR. P. O si-mesmo como um outro. São Paulo: Papirus, 1991.

Leitura recomendada
SWEETMAN, B. Religião: conceitos-chave em filosofia. Porto Alegre: Penso, 2013. E-book.
Dica do Professor

O Estado laico é muitas vezes confundido com o Estado ateu, mas isso é um equívoco. Existem
distinções significativas entre o Estado laico, o Estado ateu e o Estado confessional ou religioso.
Você sabia que em apenas um deles a liberdade religiosa está garantida?

Confira algumas dicas para que você não cometa nenhum equívoco a esse respeito.

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Exercícios

1) Conhecendo a relação que existe entre liberdade religiosa e dignidade da pessoa humana,
considere as seguintes assertivas:
I. A dignidade da pessoa humana é um direito humano fundamental e se relaciona com a
liberdade de pensamento e ação e, consequentemente, com a liberdade religiosa.
II. Sem o reconhecimento da dignidade da pessoa humana, não há liberdade religiosa.

A) A primeira assertiva é verdadeira e a segunda é falsa.

B) Ambas as assertivas são falsas.

C) Ambas as assertivas são verdadeiras, mas não se relacionam.

D) Ambas as assertivas são verdadeiras, mas a segunda contradiz a primeira.

E) Ambas as assertivas são verdadeiras, sendo que a segunda complementa a primeira.

2) No que tange à liberdade religiosa, é correto afirmar que:

A) a liberdade religiosa diz respeito à liberdade de credo.

B) a liberdade religiosa diz respeito à liberdade de seguir ou não a religião imposta pelo Estado.

C) a liberdade religiosa é um subterfúgio para o ateísmo.

D) a liberdade religiosa é um direito, embora não se caracterize enquanto direito humano


fundamental.

E) a liberdade religiosa diz respeito à liberdade do Estado para que pratique a religião daqueles
que estão no governo.

3) O conceito de Estado laico muitas vezes é visto de maneira equivocada, pois é confundido
com um Estado ateu ou mesmo como uma forma de impedir as crenças e não crenças da
população. Sobre a definição de Estado laico, analise as proposições a seguir:
I. O Estado laico prevê a neutralidade em matéria confessional.
II. O Estado laico incentiva o ateísmo e outras formas de “não crença” para distanciar-se das
religiões e manter a laicidade.
III. No Estado laico, as religiões têm o direito de exercer as suas práticas, mas sem a
participação do governo.

A) Todas as assertivas são verdadeiras.

B) Todas as assertivas são falsas.

C) Apenas a assertiva II é verdadeira.

D) Apenas a assertiva III é verdadeira.

E) Apenas as assertivas I e III são verdadeiras.

4) No que tange aos fundamentos da liberdade religiosa, é correto afirmar que:

A) se fundamenta na liberdade de pensamento e ação, na plena compreensão e aceitação da


dignidade da pessoa humana e no pluralismo religioso, e não cerceia a liberdade religiosa.

B) embora seja um direito humano fundamental, não se fundamenta no pluralismo religioso do


Estado Democrático de Direito.

C) se fundamenta na garantia do livre pensamento religioso e no cerceamento do livre exercício


da prática religiosa.

D) se fundamenta na dignidade da pessoa humana e é a garantia contra o ateísmo.

E) se fundamenta na liberdade de credo e na sua prática, embora restrinja o ateísmo.

5) A pluralidade e a liberdade religiosa permitem às pessoas de religiões diferentes a


convivência harmônica e respeitosa. Dessa forma, garantem também:

A) que todos os cidadãos professem a mesma fé, aquela designada pelo Estado.

B) que as demais pessoas conheçam e façam uso desse direito.

C) que todos sejam livres para exercer sua fé, sendo vedado o não exercício de fé alguma.

D) que todos sejam livres para o exercício da fé, desde que não se manifestem em público.

E) que todos sejam livres para o exercício da fé, desde que tenham consciência desse direito,
ficando impedidos de dar a conhecer aos outros.
Na prática

O Brasil é um Estado laico e democrático e tem a liberdade religiosa como um direito humano
fundamental. O pluralismo religioso tem crescido no mundo, e no Brasil não é diferente. Contudo,
com o aumento da diversidade religiosa e a difusão da internet, surgiu uma maior discriminação de
ódio e intolerância religiosa nas redes sociais.

Na prática, será que a intolerância religiosa no Brasil tem aumentado e a liberdade religiosa está
diminuída ou não está sendo respeitada?

Confira o caso a seguir.


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Saiba mais

Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:

No Brasil, diferentes crenças se unem no combate à intolerância


religiosa
O relatório Intolerância Religiosa no Brasil será usado para monitorar e combater a discriminação.
“No mundo todo, há uma crescente onda de intolerância e restrições impostas ao exercício do
direito à liberdade de religião ou crença. E eu foco em duas tendências ligadas a essa tese: o
aumento da politização da religião e sua securitização”, disse o relator especial das Nações Unidas
para a Liberdade Religiosa, Ahmed Shaheed.

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Amor e temor na experiência religiosa


A crença em um ser superior pode gerar paz de espírito ou pode trazer medo. A Bíblia fala de dois
patriarcas da fé: o Deus de Abraão é próximo e afetuoso; o Deus de Moisés lança raios e punições.
Na origem da nossa cultura, conhecemos um deus consolador e um deus terrível. Amor ou medo?
Qual o principal motivo que leva as pessoas para a religião? Neste vídeo, o historiador Leandro
Karnal explica como essa natureza dupla da crença se reflete nos dias de hoje.

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Relatório de Liberdade Religiosa no Mundo – 2018


Este vídeo apresenta as principais conclusões do Relatório de Liberdade Religiosa no Mundo – 2018,
publicado pela ACN.
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Constituição da República Federativa do Brasil de 1988


Nesta página, você terá acesso ao texto da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.

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Relatório sobre Intolerância e Violência Religiosa no Brasil


(2011-2015): resultados preliminares
Este Relatório sobre Intolerância e Violência Religiosa reúne dados de abrangência nacional, entre
2011 e 2015, que foram preparados por uma equipe de pesquisadores que atuaram no âmbito da
Secretaria Especial de Direitos Humanos, dentro de um projeto desenvolvido em parceria com a
Organização dos Estados Íbero-Americanos (OEI) e com apoio da Escola Superior de Teologia (EST).
Esta iniciativa se insere num contexto mais amplo de esforços do Governo Federal no sentido de
melhor identificar a presença de atos de violência e intolerância religiosa na sociedade brasileira,
visando a estabelecer diretrizes e estratégias mais adequadas para a promoção do respeito à
diversidade religiosa.

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