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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO

CEARÁ
2° SEMESTRE DE LICENCIATURA EM LETRAS PORTUGUÊS E INGLÊS
VINÍCIUS CARVALHO DE MENESES

PAPER DE FSFE

TIANGUÁ -CE
OUTUBRO DE 2023
O Sistema educativo brasileiro, atualmente, ao invés de prover a transformação do ser
humano, provê a reprodução do que é nocivo para o mesmo. O ensino, na prática, não segue
os preceitos citados na Constituição Federal, caracterizando-se contraditória. Segundo a
Constituição, a educação deve possuir as seguintes características: Igualdade, Plural, Cultural,
Garantias, Universal, Gratuita, Criticidade, Liberdade de Ensino, Etnicidade e Regional.

Diante da sociedade atual e desde os tempos do Brasil Colônia, o professor detém o


papel principal na formação educacional, cidadã, intelectual e cultural do indivíduo.
Atualmente ele é mediador do conhecimento, aquele que acompanha e orienta seu estudante
no próprio processo de aprendizagem. Isso tudo é assegurado pela LDB (Lei de diretrizes e
Bases).

Na questão da responsabilidade técnica, o professor deve ministrar os conteúdos das


áreas de linguagens, humanas, natureza e matemática, de forma que o aluno compreenda com
exatidão aquele conhecimento ministrado.

Na questão social, o professor é responsável por auxiliar o estudante a ser um cidadão


de bem e fazer a formação ética dos alunos. Além disso, deve colaborar com atividades de
articulação da escola com as famílias e a comunidade.

Na questão filosófica, envolve o questionamento, a não ressignificação diante da


pobreza material, a reflexão crítica profunda, tendo como base a análise do contexto histórico,
político e social vigente.

Desde os tempos antigos, é notório o papel do professor na educação brasileira,


ensinando além dos conteúdos básicos, a diversidade cultural, étnica, racial, liberdade de
gênero e entre outras. Tais diversidades são praticadas por pessoas que por muito tempo foram
silenciadas, e, com a ajuda do docente, voltaram a ficar visíveis através das aulas, palestras e
debates sobre o assunto.

A LDB em sua Lei nº 9.394/96, coloca entre seus princípios educacionais tratar a
diversidade como forma de promover entre as mais diversas maneiras de expressão e
pensamento.

A educação teria como objetivo primacial o de realizar em cada indivíduo, levando-os


ao mais alto grau de perfeição possível, os atributos constitutivos da espécie humana, em
geral. Além disso, a educação depende de várias determinações para ser bem desenvolvida,
entre elas está presente a boa administração do Estado com o setor educacional, mas também,
a variação de classe para classe da sociedade (Emile Durkheim).

Para Pedro Demo, se tivéssemos liberdade de escolha, não deveríamos optar nem pelo
capitalismo liberal quanto pelo socialismo real. A melhor maneira de coibir a corrupção é a
democracia de base, que obriga o Estado a ser transparente. Para enfrentar a inflação, é
necessária uma cidadania organizada, assim o controle por parte do Estado será tanto mais
efetivo quanto mais for escudado na autoridade oriunda da base popular. Com isso, é possível
trazer a inflação a índices baixos e controlar gastos supérfluos ou corruptos. Defende que a
educação básica não fique à mercê da comercialização, e sim da intelectualidade.

Segundo Sigmund Freud que fornece uma análise psicanalítica da sociedade, o mal
estra da sociedade está ligado a melancolia, depressão, ao desamparo, ao perverso e
polimorfo. Ele dividiu o pensamento humano em Super EGO, instância mediadora e
moderadora, barramento ético-moral e neurose; ID responsável pelo prazer, gozo, “errado”
para a sociedade, sobra/resto; EGO, responsável pelo eu e pela expressão pessoal.

Freud diz para conseguir ter felicidade a sociedade precisa criar mecanismos para que
eventualmente nós consigamos obter como objeto de gozo para que o ID e o EGO se fundam.
Todo agrupamento humano vai precisar de uma estrutura (sociedade) que fortaleça a nossa
humanidade acima da animalidade. E que assim, causará um mal-estar, culpa e melancolia. O
autor também define as relações simbólicas entre indivíduo e cultura. Não há divisa entre
sociedade e estrutura psíquica de indivíduo.

Michel Foucault destaca que a não governamentabilidade vem a ser a incapacidade


dos governantes e as exigências excessivas dos cidadãos. Ele a divide em: Não
governabilidade como crise fiscal do Estado (sobrecarga de problemas); Não governabilidade
como problema de natureza política (problemas de acumulação, distribuição e redistribuição
de bens e serviços); Não governabilidade como crise de racionalidade (afirmação de um
domínio não político de classe). O governo deve se encarregar dos homens, dos recursos, os
meios de subsistência, o território e suas fronteiras, com suas qualidades, clima, seca e
fertilidade. O homem deve se encarregar dos costumes, hábitos, formas de agir e pensar.

Rousseau aborda as questões do governar ascendente (aquele que quer governar o


Estado deve primeiro saber se governar, governar a sua família, seus bens e seu patrimônio),
governar descendente (quando o Estado é bem governado, os pais de família sabem governar
suas famílias, seus bens, seu patrimônio e por sua vez os indivíduos se comportam como
devem). Governabilidade é o conjunto de instituições, procedimentos, análises e reflexões,
cálculos e táticas que tornam possível o exercício de poder centrado na administração dos
recursos e na disciplina.

Zigmunt Baumann diz que as relações sociais são muito voláteis, ou seja, transitam
frequentemente entre o modelo de vida, onde há a quebra ou evolução de padrões sociais.
Tradições imutáveis são mais presentes num estado sólido, mas a modernidade líquida
transforma/quebra esses padrões. A educação líquida supre os interesses do Estado e da
economia, assim não se desenvolve a humanidade e nem sua formação, e sim cria-se apenas
uma grande massa de pessoas com formação que vem a ser previamente obsoleta. Pessoas
pobres tem dificuldade em se integrar nessa modernidade líquida, pois não há garantias já que
toda estrutura é extremamente volátil.

O livro O enigma de Iracema escrito por Rosana Rios possui um trecho que faz
referência a um cordel que faz uma crítica ao regime coronelista: Quem tem posses nessa vida
judia de quem não tem Nega trabalho e comida ao povo sem um vintém. Esta é uma história
homicida Que eu não contei a ninguém Coronel Tonho bengala foi homem rico e malvado,
viveu no luxo e na gala, do diabo era afilhado. Minha garganta se entala lembrando desse
danado. Mandou matar desafeto, e despejar inquilino. Deixou famílias sem teto, causou muito
morticínio. Tenho esse ódio secreto desde que era menino.

Discursões teóricas levam a síntese de uma cidadania legalista e jurídica, com deveres
e direitos. Tópicos como plenitude civil, individual, social, coletiva, política, organizacional,
cidadania plena e restrita, caminham até os impeditivos à cidadania, impeditivos esses ligados
a questões étnicas, raciais, religiosas, sexuais, discursões de gênero, língua e principalmente a
liberdade de expressão que é reprimida.

Seja individualmente ou em grupos, muitas pessoas se deslocam para outras regiões ou


países a fim de conseguir trabalho ou por serem exilados. As pessoas começam a se interessar
por outras regiões ou países pelos motivos de: conhecimento difuso, trabalho em agências
estatais ou empresas privadas, experiência de outras pessoas e retorno às origens próprias ou
paternas. O Brasil foi um dos países que utilizou mão de obra de outros países para a
industrialização e plantio de café em São Paulo.

Uns dos problemas sociais mais complexos envolvendo o ingresso de migrantes são a
adaptação à nova sociedade e a forte barreira que o idioma representa. Além disso, a presença
de distintas culturas gera uma infinidade de mesclas que ajudam a mudar uma sociedade
profundamente, alterando suas raízes. Movidos geralmente pela necessidade de sobrevivência,
os imigrantes vêm preencher aquelas ocupações mal pagas ou pelas quais os habitantes locais
não se interessam.

O Estado é um conjunto distinto de instituições que têm autoridade para fazer as regras
que governam a sociedade. Ele tem, segundo Max Weber, “o monopólio da violência
legítima” dentro de um determinado território.(...)” (p. 169 - 170). Sociologia para o ensino
médio” nos faz refletir sobre o exercício da imaginação sociológica e em como esse ato de
“imaginar” pode se apresentar com uma eficaz ferramenta na construção de respostas a essa
infinita gama de perguntas, instrumentalizando os estudantes para estabelecerem uma conexão
entre o cenário social mais amplo e suas vidas particulares.

A obra Vidas Secas de Graciliano Ramos denuncia o descaso social e a exploração


humana. Como crítica social, a obra trabalha as raízes da opressão no Brasil, principalmente
no campo brasileiro, para isso cria personagens opressoras e oprimidas.

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