Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Acadêmico1
Tutor Externo2
RESUMO
PALAVRAS-CHAVE
INTRODUÇÃO
1
Shaiane Passos Duarte da Costa
2
Dinara Scwartz da Silva
3
O empirismo é, segundo o Dicionário de Filosofia de J. Ferrater Mora, entre outros
significados, o seguinte: “O termo ‘empirismo’ deriva do grego ἐμπειρία, que se traduz por
‘experiência’, uma palavra que tem muitos sentidos (ver EXPERIÊNCIA). Entre estes se
destacam dois: a experiência como informação proporcionada por órgãos dos sentidos, e a
experiência como aquilo que logo foi chamado de ‘vivência’ (VER), isto é, o conjunto de
sentimentos, afeições, emoções etc. que são experimentados por um sujeito humano e se
acumulam em sua memória, de modo que o sujeito que dispõe de um bom
Saber é poder. Atentemos bem para esta afirmação.
Saber é poder...
Atualmente, dado o contexto político e histórico em que estamos inseridos, esta
frase poderia facilmente ser mal interpretada. Confundiríamos facilmente esse “poder” por
“poder político”, “autoridade”, “cargo ou ocupação pública”.
Não é o caso. Para Bacon, este princípio possuía outro significado. Mais amplo,
mais profundo e eminentemente prático. Saber é conhecer as leis da natureza para então
poder transformá-la (a natureza). Saber é ter consciência de suas capacidades e usá-las
para sua própria evolução. Saber é ter a humildade de se saber limitado em seu próprio
conhecimento e buscar experiências sempre novas, métodos sempre novos, mentalidade
sobre as evidências sempre atualizada. (Cumpre ressaltar aqui que Bacon era de certa
forma “inimigo” de seus colegas pensadores da época, os quais acreditava produzirem
trabalhos meramente especulativos, de pouca ou nenhuma relevância prática e, até, por que
não, inócuos – aí, também, revela-se a máxima do filósofo: seu conhecimento visava
sempre o uso, a aplicação, a transformação da matéria que o circundava.)
Mas o que exatamente um filósofo do século XVI possui de afinidade com o
presente tema? A resposta é a seguinte: absolutamente tudo. Em um mundo cada vez mais
conectado pelas redes sociais, pela rede mundial de computadores; com o conhecimento
cada vez mais difundido e disponível na palma da mão; saber ler não é apenas uma
habilidade necessária para o ingresso e destaque no mercado de trabalho, mas para as
tarefas mais banais do cotidiano (quantos tutoriais ou vídeo-aulas já não estão disponíveis
na plataforma digital “YouTube”, ou outras plataformas digitais - tudo através da escrita).
4
Segundo estudo realizado pela CPS/FGV, desde 1989 o país não apresentava índices tão
altos de pobreza e desigualdade social, chamando o período analisado de “década perdida”.
Fonte:
https://portal.fgv.br/noticias/pobreza-e-desigualdade-aumentaram-ultimos-4-anos-brasil-re
vela-estudo
Segundo dados de uma pesquisa realizada pela UNESCO5 (Organização das
Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), cerca de 750 milhões de jovens e
adultos não sabem ler nem escrever no mundo. Outro dado, que é ainda mais alarmante:
dois terços desse contingente de analfabetos são mulheres. Vê-se, assim, mais um recorte
social, além do econômico: o de gênero. É sabido que em algumas culturas ao redor do
mundo (como é o exemplo de alguns países de tradição religiosa muçulmana) as mulheres
não possuem estatuto de ser humano; muitas não são autorizadas a sair de casa sem o
marido, a falar, dar sua opinião, dirigir, quiçá ler e escrever ou frequentar uma escola
regular, como fazem livremente os homens.
“Na equação política de Aristóteles, Pólis é a cidade-Estado e Óikos, o território da
casa. O primeiro é reservado aos homens e o segundo, às mulheres, aos escravos e aos
animais.”6 Na sua obra “Feminismo Em Comum”, a filósofa Márcia Tiburi já trazia
retratada essa triste realidade. Às mulheres era proibido o acesso aos espaços públicos,
sendo comparadas, inclusive, aos animais. Isso mesmo: a mulher possuía um status de
animal na Antiguidade! Relegada somente aos espaços privados, servia apenas para tarefas
domésticas e afins. Não é de se espantar, então, os dados trazidos pela UNESCO. Só
demonstram o quanto ainda temos de evoluir, principalmente, no que diz respeito a salários
e condições de acesso ao ensino e mercado de trabalho justos.
Desde Diotima, a sacerdotisa que aparece no diálogo platônico do “Banquete”, ou
as amazonas, filhas de Ares, às feministas modernas e contemporâneas, como Mary
Wollstonecraft e Judith Butler, muito se lutou e ainda muito há de se lutar para
https://nacoesunidas.org/unesco-750-milhoes-de-jovens-e-adultos-no-mundo-sao-analfabet
os/
6
Tiburi, Márcia. “Feminismo em comum: para todas, todes e todos”. - 6ª edição. Rio de
Janeiro: Rosa dos Tempos, 2018. Página 105
conscientizar a população dos danos causados resultantes da exclusão de mulheres dos
bancos escolares.
1) Educação de qualidade;
2) Igualdade de gênero;
3) Trabalho decente e crescimento econômico;
4) Redução das desigualdades.
Para cada objetivo existem algumas metas específicas, que podem ser conferidas
através do acesso ao sítio abaixo referido. O que importa aqui é mostrar a
interconectividade entre os objetivos estabelecidos: TODOS são absolutamente
importantes para o desenvolvimento de um planeta com uma economia sustentável,
significando isto como uma forma de viver que possibilite a existência de gerações futuras
(imagine um planeta em que todos são ricos e letrados, mas os mares subiram devido ao
aquecimento global; ou ainda, num planeta onde a maioria da população possui instrução
de nível superior, porém vota em governantes atrozes que promovem o mal-estar de
diversas parcelas da população, como foi o caso do regime nazista, ou a triste realidade
global atual que elegeu políticos aliados ao espectro político neoliberal, sem compromisso
algum com um desenvolvimento social equânime).
Portanto, promover uma educação inclusiva (aqui também e fortemente a Educação
para Jovens e Adultos) para todos não faz parte apenas de um plano de governo ou de uma
orientação política definida como X ou Y; uma educação de qualidade para todos faz parte
da sobrevivência de nosso planeta, enquanto espaço comum de convivência, seja com
outros povos, etnias, culturas, mas também, e não mais ou menos importante, para as
gerações futuras, herdeiras de nossa história. Educar não só para o mercado de trabalho;
educar para o futuro.
Não é à toa que, além dos objetivos acima citados, encontra-se também o objetivo
de construção de um mundo cada vez mais pacífico, justo e com instituições mais eficazes
e confiáveis, através da implementação de um Estado de Direito (de se dizer que conflitos
sempre existirão: isto faz parte do desenvolvimento dialético da história, de oposição e
7
https://nacoesunidas.org/pos2015/agenda2030/ (Consultado em 03 de novembro de
2019.)
superação de teses; o que se busca aqui é a solução pacífica desses conflitos, marca
distintiva do homem em relação aos outros animais, a razão/inteligência/ciência).
8
Barcelos, Valdo. “Educação de Jovens e Adultos: Currículo e práticas pedagógicas”. 3.
ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2012
9
Dicionário Grego-Português e Português-Grego. Isidro Pereira, S.J. Livraria A.I. Braga.
8ª ed. Página 563
10
Ferreira, Aurélio Buarque de Holanda. “Novo Dicionário Aurélio da Língua
Portuguesa”/Aurélio Buarque de Holanda Ferreira. 3. ed. - Curitiba: Positivo, 2004. 1ª
Impressão Editora Positivo. Página 1970.
É nesse sentido que Laval11 faz sua crítica ao ritmo ensurdecedor do moinho
satânico (Polanyi12) moedor de gente do capitalismo.
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
LIVROS
2) Dicionário de Filosofia. Mora, José Ferrater, página 819, Tomo II (E-J), Edições
Loyola, 2ª Edição, abril de 2005. São Paulo, Brasil.
11
Laval, Christian. “A escola não é uma empresa – O neo-liberalismo em ataque ao ensino
público.” Trad. Maria Luiza M. de Carvalho e Silva. Londrina: Editora Planta, 2004, xxi,
324 p.
12
Polanyi, Karl, 1886-1964. “A Grande Transformação: as origens da nossa época”.
Tradução: Fanny Wrobel; Revisão técnica: Ricardo Benzaquen de Araújo. 2. ed. - Rio de
Janeiro: Elsevier, 2012.
13
https://www.infoescola.com/sociedade/felicidade-interna-bruta-fib/ (Consultado em 05
de novembro de 2019).
4) Ferreira, Aurélio Buarque de Holanda. “Novo Dicionário Aurélio da Língua
Portuguesa”/Aurélio Buarque de Holanda Ferreira. 3. ed. - Curitiba: Positivo, 2004.
1ª Impressão Editora Positivo. Página 1970.
7) Tiburi, Márcia. “Feminismo em comum: para todas, todes e todos”. - 6ª edição. Rio
de Janeiro: Rosa dos Tempos, 2018. Página 105
SITES
1) https://www.infoescola.com/sociedade/felicidade-interna-bruta-fib/ (Consultado em
05 de novembro de 2019).
3) https://portal.fgv.br/noticias/pobreza-e-desigualdade-aumentaram-ultimos-4-anos-b
rasil-revela-estudo (Consultado em 03 de novembro de 2019.)
4) https://nacoesunidas.org/unesco-750-milhoes-de-jovens-e-adultos-no-mundo-sao-a
nalfabetos/ (Consultado em 03 de novembro de 2019.)