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EDUCAÇÃO EM DIREITOS

HUMANOS E EDUCAÇÃO DAS


RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS

UNIDADE 1
Trilha 3
EDUCAÇÃO EM DIREITOS
HUMANOS E EDUCAÇÃO DAS
RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS

REITOR
PROF. DR. RODRIGO CUTRI

PRÓ-REITOR DE ADMINISTRAÇÃO E PLANEJAMENTO


PROF. DR. VANDER FERREIRA DE ANDRADE

PRÓ-REITOR DE GRADUAÇÃO
PROF. DR. ROBERTO CARLOS SALLAI

PRÓ-REITOR DE PÓS-GRADUAÇÃO, PESQUISA E EXTENSÃO


PROF. DR. JOSÉ TURÍBIO DE OLIVEIRA

COORDENAÇÃO EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA


PROF. ESP. DIOGO VERI
RELAÇÃO DA EDUCAÇÃO
COM OS DIREITOS
HUMANOS
Ao adotar e proclamar a Declaração Universal dos Direitos Humanos,
a Assembleia Geral das Nações Unidas orientou os países membros
que publicassem o texto da Declaração para que ele fosse divulgado,
mostrado, lido e explicado, principalmente nas escolas e em outras
instituições educacionais, sem distinção da situação política ou
econômica dos Países ou Estados.

Figura 1: Ambiente educacional


Fonte: https://pxhere.com/pt/photo/74935

Educação em Direitos Humanos e Educação das Relações Étnico-racial


Além disso, a carta prega que cada indivíduo e cada órgão da sociedade,
tendo sempre em mente esta Declaração, se esforce, por meio do ensino
e da educação, por promover o respeito a esses direitos e liberdades, e,
pela adoção de medidas progressivas de caráter nacional e internacional,
por assegurar o seu reconhecimento e a sua observância universal e
efetiva, tanto entre os povos dos próprios Estados-Membros, quanto
entre os povos dos territórios sob sua jurisdição.

Em outras palavras, a ONU reconhece a importância dos ambientes


educacionais como propagadores dos direitos humanos e, mais que isso,
como um importante fator de disseminação, fortalecimento e defesa dos
princípios adotados por essa declaração universal.

É importante destacar o papel da educação como agência de controle do


comportamento humano. Em sua obra Ciência e Comportamento
Humano, Skinner (1998) enaltece a educação como sendo a forma de
se estabelecer “comportamentos que sejam vantajosos para o indivíduo
e para os outros em algum tempo futuro”.(p. 437) Por isso, é
fundamental que se inclua a temáticas dos direitos humanos nos
ambientes escolares, pois, ainda segundo Skinner (1998), a aquisição de
comportamentos é papel da educação, tornando certas formas de
comportamento mais prováveis diante de dadas circunstâncias.

Figura 2: A educação modela comportamentos


Fonte://pixabay.com/illustrations/human-rights-human-rights-symbol-1898843/

Educação em Direitos Humanos e Educação das Relações Étnico-racial


Por isso, é fundamental que se inclua a temáticas dos direitos humanos
nos ambientes escolares, pois, ainda segundo Skinner (1998), a aquisição
de comportamentos é papel da educação, tornando certas formas de
comportamento mais prováveis diante de dadas circunstâncias.

Falando de outro modo, ao se considerar esse tema nas escolas, além de


disseminar os princípios universais contidos na Declaração dos Direitos
Humanos, será mais provável conscientizar os / as estudantes desde
cedo para que eles / elas possam respeitar, exigir e replicar esses
princípios, reduzindo assim a chance de violação desses direitos, assim
como de afrontas contra a dignidade humana, explorações indevidas e
perseguições por razões de opção sexual, étnicas, raciais, políticas ou
religiosas.

Educação e Direitos humanos no Brasil


Contudo, Freire foi além da
alfabetização, buscando
conscientizar os seus alunos sobre a
justiça social, a paz e a ética, sempre
procurando contribuir para um
mundo mais digno, isento de
crueldade e menos opressivo. Freire
era radicalmente contra a qualquer
tipo de violência (humana, animal e
vegetal), assim como era contra a
todo e qualquer tipo de preconceito,
de impunidade e de ações ou
atitudes que atentassem ou
desrespeitassem à vida dos seres
vivos (FREIRE, 2000).
Figura 3: Alegoria sobre o método Paulo Freire
Fonte:
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:The_universal_declaration_of_human_rights_10_December_1
948.jpg

Educação em Direitos Humanos e Educação das Relações Étnico-racial


Em outras palavras, Paulo Freire se preocupava não só em reduzir a triste
realidade de mais de 14 milhões de brasileiros analfabetos, mas também
em tornar o povo mais consciente e propenso a combater os altos índices
de mortalidade infantil, de desnutrição, de trabalho infantil, de violência
urbana e rural e da péssima e injusta distribuição de renda.

ORIGENS CULTURAIS DA SOCIEDADE


BRASILEIRA

Antes de prosseguir, é preciso recordar algumas nuances culturais que


deram origem a sociedade brasileira. Para tanto, vamos recorrer ao
Antropólogo Roberto da Mata (1989) que afirma que é a sociedade
brasileira que produz um tipo denominado de brasileiro. É uma
característica cultural da nossa sociedade prestar atenção e discutir
sobre quem comete uma transgressão do que sobre a própria
transgressão em si, ficando ela (transgressão) em segundo plano.

Figura 4: Você sabe com quem está falando?


Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Ocupe_Agamenon_15_(7770548888).jpg

Educação em Direitos Humanos e Educação das Relações Étnico-racial


Esse traço cultural traz implícito o fato da célebre frase emitida diante
da cobrança (da sociedade ou de um ente público):

Você sabe com quem está falando? De forma resumida, a Lei no Brasil
deveria ser aplicada para todos / todas que cometessem qualquer
transgressão, contudo, não é isso que se constata.

O furto de um objeto em uma loja pode culminar em uma detenção ou


apenas em um pedido de desculpas, dependendo do poder social do
(a) meliante. Infelizmente, a sociedade brasileira é mais tolerante com
os mais abastados mesmo diante das mesmas circunstâncias
transgressivas.

Um acidente de trânsito causado por um condutor alcoolizado pode


terminar com a detenção desse condutor ou na total isenção por falta
de indiciamento, tudo depende de sua posição social ou do seu círculo
de amizade, afinal, para os amigos tudo pode, já para os inimigos, vale
o rigor da Lei.

A nossa constituição foi elaborada com base na constituição francesa


(mas nossa cultura é muito diferente). O nosso código de trânsito é
uma síntese dos melhores códigos adotados no mundo, porém, os
mecanismos para fazer com que ele seja cumprido esbarram no
intolerável sistema de dois pesos e duas medidas da sociedade
brasileira, que adota o favorecimento e a malandragem como prática
social.

Figura 5: Macunaíma o herói do Brasil


Fonte: https://www.flickr.com/photos/portalpbh/5979023786

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Não adianta querer (por mais nobre e necessário que seja) mudar o
Estado sem preparar a sociedade para essa mudança.

É bem verdade, que a sociedade brasileira tem uma certa dificuldade e


aversão a obedecer às regras e as leis, pois, culturalmente essa é uma
questão de inferioridade, haja vista que essa obediência era cobrada
exclusivamente dos escravos, ficando assim o cumprimento das regras
gerais restrito aos mais pobres, com privilégios para a elite dominante,
usualmente branca e de origem europeia.

É prática comum no Brasil explorar os casos de corrupção política


como algo bombástico, escandaloso e midiático, pois expor o meliante
na mídia é uma forma de envergonhá-lo perante a sociedade, pois já se
sabe que ele dificilmente será considerado culpado pela justiça, mesmo
o sendo comprovadamente.

Ampliando a aprendizagem
MACUNAÍMA O FILME (1969)
Disponível em:https://www.youtube.com/watch?v=XoyYFumkOqU

Educação em Direitos Humanos e Educação das Relações Étnico-racial


Referências

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Indignação: cartas pedagógicas e outros


escritos. São Paulo: Ed. Unesp, 2000.

DA MATTA, Roberto. O que faz o brasil, brasil? Rio de Janeiro, Rocco,


1989

PINI, Francisca R. de O.; MORAES, Célio V. Educação, participação


política e direitos humanos. São Paulo: Editora e Livraria Instituto
Paulo Freire, 2011. Disponível em:
http://www.acervo.paulofreire.org:8080/jspui/bitstream/7891/3087/1/
FPF_PTPF_12_083.pdf acesso em 28 jun. 2020.

PORFíRIO, Francisco. "Direitos Humanos"; Brasil Escola. Disponível em:


https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/direitos-humanos.htm Acesso
em 26 de junho de 2020.

SILVA, Marco A. da; KAYSER, Aristéia M. O papel da educação


contemporânea, uma reflexão a partir da pedagogia da autonomia de
Paulo Freire. Revista Dynamis. FURB, Blumenau, v. 21, n. 2, p.3-15,
2015.

SKINNER, Burrhus F. Ciência e Comportamento Humano. São Paulo:


Editora Martins Fontes. 1998.

SKINNER, Burrhus F. (1972) Tecnologia do Ensino. Editora Pedagógica


Universitária (EPU) São Paulo. SP

Educação em Direitos Humanos e Educação das Relações Étnico-racial


Ampliando a aprendizagem

Quem foi Paulo Freire

Educação em Direitos Humanos e Educação das Relações Étnico-racial


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Referência do livro

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