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CURSO DE LICENCIATURA

EDUCAÇÃO E DIREITOS HUMANOS

SÃO PAULO, JULHO 2020

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POLO PAULISTA – SP

EDUCAÇÃO E DIREITOS HUMANOS

Trabalho de Prática de
Formação Pedagógica,
apresentado para
obtenção de diploma no
Curso de Licenciatura da
Uniplena Educacional sob
orientação da Prof.
Coordenadora Bianca
Gomes

SÃO PAULO, JULHO 2020

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1 INTRODUÇÃO

A discussão em torno dos Direitos humanos, ganhou força após os


crimes cometidos na Segunda Guerra Mundial. Em 1947, a ONU publicou a
Carata dos Direitos Humanos na qual delimitava os direitos básicos que todo
ser humano deveria possuir e usufruir ao longo de sua vida. Entre esses
direitos básicos, esta o acesso à educação, e a educação com seu papel
importante na formação de indivíduos, se adaptou para que abrangesse e
trabalhasse os direitos humanos no processo educacional.

Com isso, o processo de educação para os direitos humanos se inicia de


maneira lenta e toma força principalmente a partir dos anos 80. Os processos
educacionais passam por uma mudança significativa, já que a visão que se tem
da educação e como ela deve atuar, é modificada radicalmente a partir da
inclusão dos valores pregados na Declaração de direitos Humanos no processo
pedagógico. Atualmente o debate sobre o processo educacional em direitos
humanos é extremamente amplo, com atuação de ONGs, movimentos sociais
de educação, movimentos dos direitos humanos e ate mesmo órgãos oficiais
do Estado brasileiro e das Nações Unidas, permitindo que esse modelo seja
mais bem discutido e consequentemente melhor aplicado.

O trabalho então visa discutir o surgimentoda Educação em Direitos


Humanos, principalmente seu surgimento na américa Latina, levando em
consideração todo seu contexto histórico, e como é aplicada hoje o que se
entende como um método educacional focado nos Direitos Humanos e seus
desdobramentos.

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2 OS DIREITOS HUMANOS E A EDUCAÇÃO

O que se entende como “Direitos Humanos” são os direitos


correspondentes a garantia da dignidade humana. Não são direitos
estabelecidos por um ou outro Estado nacional, mas existentes e constituídos
pelo simples fato de termos nascidos humanos (RABENHORST, 2016).

Ao longo da história inúmeros crimes e mazelas foram cometidas, como


o aprisionamento e morte de milhões de negros durante a escravidão ou a
perseguição e extermínio de judeus nos campos de concentração da Alemanha
Nazista. Foi contra essas barbáries que foi construindo o consenso de que
todos os seres humanos já nascem detentores de direitos inatos, mesmo que
essa ideia frequentemente apresente controvérsias. A partir disso podemos
afirmar que os direitos humanos são detentores de uma relação de valores e
interesses que não podem ser submetidos ou discutidos em relação a
interesses e valores de caráter secundário (RABENHORST, 2016)

A educação juntamente com a saúde, segurança alimentar e liberdade,


entre outros, é um dos principais direitos resguardados na “Declaração
Universal dos Direitos Humanos”, documento regido em 1948 para a ONU, e
que estabelece a maioria dos Direitos humanos básicos. Portando, cabe o
questionamento de como a educação atuaria dentro e para os Direitos
Humanos, e como isso modificaria o próprio processo educacional.

2.1Antecedência histórica da Educação em direitos Humanos

A proposta de um trabalho educacional focado nos direitos humanos


começa a ganhar força na América Latina a partir da década de 80. Porém,
esse processo não se deu de maneira heterogênea em todo o território
contendo assim, várias diferenças e particularidades, sempre intimamente
ligados aos processos políticos vividos em cada um desses contextos. No
entanto, o que se nota é que essa preocupação brota principalmente do
mesmo motivo, que se mostra como a necessidade de redefinir a atuação de

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movimentos e organizações dos direitos humanos, uma vez que os vários
governos ditatoriais na América Latina forma superados, retomando assim o
processo de democratização em várias aéreas da sociedade (CANDAU, 1999).

Os processos ditatoriais latinos foram de extrema violência e a luta pelos


direitos humanosnas três últimas décadas foi de muita dificuldade. Soma-se a
isso a ampla dificuldade do reconhecimento dos crimes cometidos em nome d
Estado e um resgate da memoria dos crimes cometidos que não tratados com
a vontade política de justiça necessária (CANDAU, 1999).

Visto isso, os movimentos de direitos humanos, começam a expandir


suas áreas de atuação além da denuncia dos crimes e violações cometidos nos
regimes autoritários, e partir dos anos 80 começam a atuar e priorizar questões
de politica social, econômica e cultural, e desde então adquirem bastante
relevância as questões relacionadas a promoção e educação focada em
direitos humanos (CANDAU, 1999).

Nesse processo histórico, podemos destacarduas características


mobilizadoras: em primeiro a organização entre os grupos promotores da
educação popular e dos direitos humanos e em segundo o papel de fomento
que tiveram algumas organizações internacionais. Em relação ao primeiro
ponto, organizações relacionas a educação e organizações dos direitos
humanos, sempre trabalharam de maneira independente, raramente se
relacionando de maneira institucional. No entanto a partir dos anos 80, o
número de encontros se multiplicou, o que gerou uma fecundação de suas
respectivas lutas, que deu origem ao movimento de educação em diretos
humanos (CANDAU, 1999).

Em relação às organizações internacionais, destacam-se a atuação da


UNESCO, do Instituto Interamerica de Derechos Humanos (IIDH - Costa Rica)
e do Programa de Educación para la Paz y Derechos Humanos del CEAAL
(Consejo de Educación de Adultos de América Latina, podendo formular de
maneira concreta e institucionalizada esse novo processo educacional
(CANDAU, 1999).

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