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Especialização em ensino de Filosofia no Ensino Médio

Módulo 2 – N.T. 2.4 – Unidade 2

Roteiro de Apoio à Produção de Aulas


Este roteiro de apoio foi elaborado com o objetivo de
orientar e subsidiar a preparação de Projetos Gerais de
Aulas e de Planos de Aulas pelos professores-cursistas do
Curso de Especialização em Ensino de Filosofia no Ensi-
no Médio. Deve ser compreendido como um norteador da
ação do professor-cursista, não tendo, assim, a intenção de
constituir-se como uma regra absoluta.

Serão relacionados, a seguir, os principais elementos rela-

Modúlo 2 O CAMPO
tivos à produção de aulas no âmbito deste curso, explici-
tando-se o que se entende por cada um dos termos apre-
sentados. Constarão, também, sugestões de cuidados que o

CONCEITUAL
professor-cursista deve ter ao elaborar seus projetos gerais e
planos de aulas.

DA FILOSOFIA
Projeto geral de aulas: Definição

Entende-se por Projeto Geral de Aulas um plano

NO ENSINO
de ensino mais amplo do que uma única aula, que
reúna em si um conjunto, preferencialmente,
de 3 a 5 aulas sobre um mesmo tema. Estas, por
sua vez, devem se complementar, possibilitando

MÉDIO
alcançar objetivos mais amplos e consolidar conhe-
cimentos de forma mais efetiva.

Não se trata aqui da simples reunião de 3 a 5 aulas


isoladas sobre um mesmo tema, mas do estabe-
lecimento de um caminho inverso: é a partir da
definição de objetivos mais amplos (Projeto Geral
de Aulas) que deverão ser decididas quais aulas in-
dividuais precisam ser realizadas. Assim, cada aula
individual será entendida como parte de um todo,
mais amplo, representado por este Projeto.

Itens do Projeto Geral de Aulas


O Projeto Geral de Aulas deverá ser composto, pelo me-
nos, pelos itens abaixo identificados, os quais devem estar
claramente explicitados e definidos:

Teoria do Conhecimento e Filosofia da Ciência e seu ensino | 1


F
Tema do Projeto
É o espaço em que se apresenta o assunto sobre o qual versará este Projeto. A identificação do tema não
deve se confundir com o título: a definição do tema não poderá ser feita de maneira muito sintetizada,
sob pena de impedir que os leitores identifiquem e compreendam, precisamente, o que se pretende tra-
tar. Como regra geral, pode-se elaborar a explicitação do Tema do Projeto de forma um pouco mais lon-
ga, introduzindo o leitor no contexto do assunto, explicitando a abordagem que se pretende dar. Uma
vez que o leitor do Projeto não será seu interlocutor direto (não haverá, necessariamente, um “diálogo”
no formato tradicional), é importante que o texto do projeto forneça todos os elementos necessários
para sua compreensão.

Justificativa
Neste campo, deve-se justificar a relevância e a pertinência deste tema indicado. A justificativa poderá ser
de diferentes naturezas, as quais devem preferencialmente ser combinadas. Assim, pode-se justificar a es-
colha de um determinado tema: (1) pela importância que este exerce no conjunto da área de estudos que
o abriga; (2) pela relação que este tema guarda com elementos que componham outros Projetos Gerais de
Aulas aplicados com os mesmos estudantes; (3) em função de particularidades da comunidade escolar em
que se pretende desenvolver o Projeto; (4) justificativas de outras naturezas.

Objetivos
Aqui se identificam os objetivos gerais do Projeto, sem prejuízo dos objetivos particulares de cada uma das
aulas que o comporão. O que se pretende ao final deste conjunto de aulas? Ao atingir os objetivos parti-
culares de cada uma das aulas que comporão este projeto, qual ou quais objetivos maiores os estudantes
terão alcançado? É importante considerar que os objetivos que o professor tem ao elaborar seu Projeto
devem, necessariamente, ressoar nos estudantes. Assim, na elaboração dos objetivos deve-se considerar
também a questão: O que eu espero que os alunos tenham alcançado ao final da execução deste Projeto?

Itens do plano de aulas


A elaboração abaixo leva em consideração o Portal do Professor, mantido pelo Ministério da Educação.

Ao elaborar cada uma das suas aulas, não se esqueça de que elas deverão ajudar a cumprir os objetivos
mais amplos, pelo definidos Projeto Geral de Aulas que você já elaborou.

O Plano de Aulas deverá ser composto, pelo menos, pelos itens abaixo identificados, os quais devem estar
claramente explicitados e definidos:

1. Título da aula
Deve expressar, sinteticamente, o assunto que será abordado nesta aula em particular.

2. Identificação complementar
Deve indicar a que nível e modalidade de ensino este Plano se aplica (ex. Ensino Médio). Deve indicar,
ainda, a qual componente curricular ele se refere (ex. Filosofia) e em qual tema deste componente se
classifica (ex. Lógica).

3. Objetivos da aula

2 | O Campo Conceitual da Filosofia no Ensino Médio


F
Há uma intenção do professor ao ministrar cada uma de suas aulas. Este é o campo em que se explicita o
que se pretende alcançar com esta aula em particular. Pelo menos dois pontos devem ser considerados ao
se determinar os objetivos: (1) lembre-se de que os objetivos desta aula em particular devem contribuir
para que se atinjam os objetivos do Projeto Geral de Aulas a que esta aula se vincula; e (2) os objetivos
devem dizer respeito diretamente aos alunos. Para cuidar deste segundo ponto, é conveniente que, ao
elaborar os objetivos da aula, o professor pergunte “O que o aluno deverá aprender com esta aula?”.

4. Duração das atividades


Para fins deste Curso de Especialização, sugere-se que cada Plano de Aulas tenha duração de 1 hora aula.

5. Pré-requisitos
Dependendo da maneira como forem abordados, alguns assuntos exigirão determinados conhecimen-
tos prévios por parte dos estudantes. Uma aula que envolva a discussão sobre uma passagem clássica
da filosofia – o mito da caverna, por exemplo – exigirá do aluno, dentre outras coisas, competência
minimamente apurada para leitura e compreensão do texto. Neste campo de pré-requisitos, você deverá
elencar o conjunto de conhecimentos prévios que os alunos devem possuir para poder atingir os objetivos
propostos nesta aula.

6. Estratégias e recursos da aula


Neste campo, se descreve, sumariamente, a forma, o caminho que será percorrido pelo professor ao mi-
nistrar sua aula. Não precisa ser tão específico a ponto de se parecer com um “registro em ata”, mas tam-
bém não pode ser tão sintético que apenas o próprio autor compreenda a proposta. Uma boa alternativa
seria elencar “passos” principais que não poderão ser deixados de lado no desenvolvimento do trabalho.
Além dos assuntos fundamentais que não podem ser esquecidos, neste campo também se deve descrever
a metodologia de cada parte da aula (haverá uma parte em grupos e outra individual? Uma parte desti-
nada a ouvir uma música e outra a produzir um texto?). Igualmente se faz necessário descrever aqui os
recursos que precisam ser utilizados para percorrer este caminho proposto – equipamento de som e vídeo,
de informática e internet etc.

7. Avaliação
A avaliação é o momento em que o professor poderá aferir se os objetivos inicialmente traçados foram
ou não atingidos de maneira satisfatória. Ela poderá ser feita por um instrumento privilegiado – um
trabalho ou prova, por exemplo – ou ter caráter processual, de modo que, em cada aula, pequenos
elementos sejam considerados pelo professor, possibilitando acompanhar o grau de desenvolvimento
de seus alunos. Embora não seja necessário que cada aula tenha uma avaliação própria (possivelmente
deveria ser feita uma avaliação para cada conjunto de aulas que compõem o Projeto Geral de Aulas), é
importante que o processo avaliativo seja descrito e que contemple a avaliação dos objetivos particulares
de cada uma das aulas ministradas.

Portal do Professor

O Portal do Professor é um importante instrumento de comunicação e troca de experiências. Acesse-o


pelo link http://portaldoprofessor.mec.gov.br.

Para obter orientações sobre como utilizá-lo, acesse http://portaldoprofessor.mec.gov.br/


storage/discovirtual/aulas/criando_aulas_03_conferido1.pdf

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