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PLANEJAMENTO PEDAGÓGICO: PLANEJAMENTO EFICAZ

É A BASE DA ORGANIZAÇÃO DA AÇÃO DOCENTE

Planejamento Curricular

O problema central do planejamento curricular é formular objetivos educacionais a partir daqueles


expressos nos guias curriculares oficiais. Nesse sentido, a escola não deve simplesmente executar
o que é prescrito pelos órgãos oficiais. Embora o currículo seja mais ou menos determinado em
linhas gerais, cabe à escola interpretar e realizar estes currículos. De acordo com Castro, De
qualquer modo, o que o professor deverá distinguir, ao elaborar um currículo, são os conteúdos
significativos, funcionais, dos conteúdos carentes de significado e de funcionalidade e de mera
informação sem outro objetivo que é o de ser memorizado por tanto tempo quanto possível. (1987,
p.53). A escola deve procurar adaptar os conteúdos às situações concretas, selecionando aquelas
experiências que mais poderão contribuir para alcançar os objetivos dos alunos, das suas famílias
e da comunidade.

Planejamento pedagógico / Planejamento de ensino

O planejamento pedagógico pretende ajustar o ambiente escolar interno — como corpo


docente, desafios da gestão, infraestrutura — e o externo, seguindo as determinações do Ministério
da Educação (MEC), assim como o relacionamento com a comunidade local e de familiares dos
alunos.
Nesse sentido, deve abordar questões como o calendário de eventos, uso da infraestrutura
física e tecnológica da escola, projetos interdisciplinares e formação continuada.
Dessa forma, até novas atividades no decorrer do ano letivo podem ser acrescentadas ao
calendário da instituição de ensino usando o mesmo formato e sem prejuízos ao que já estava
programado.
Esse planejamento envolve ações concretas, temas que devem ser discutidos por alunos,
situações que precisam ser abordadas e vivências a serem proporcionadas no ambiente escolar
entre estudantes e educadores em diferentes direções.
Para tanto, é necessário ter a definição de como serão as intervenções realizadas
pelos professores para incentivar o aprendizado. O resultado é o plano de ensino, que vai
funcionar como um guia das atividades, modelos de avaliação etc.
No entanto, é essencial considerar também os Parâmetros Curriculares Nacionais
(PCNs) do MEC, a Base Nacional Comum Curricular – BNCC, e com a lei maior da
educação a Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional – LDB 9394/96, que direcionam
as instituições para um bom desenvolvimento educacional que devem ser aplicadas com
as devidas adaptações ao cumprimento legal, conforme os objetivos e necessidades da
escola.
Estrutura de um planejamento de ensino
De acordo com Piletti (1991), esse planejamento deverá prever os seguintes itens:
• objetivos específicos estabelecidos a partir dos objetivos educacionais;
• conhecimentos a serem adquiridos pelos alunos no sentido determinado pelos
objetivos;
• procedimentos e recursos de ensino que estimulam as atividades de aprendizagem e;
• avaliação que possibilite verificar, de alguma forma, até que ponto os objetivos foram
alcançados.
Nessa forma de planejamento de ensino, a avaliação da aprendizagem adquire
especial relevância, uma vez que não pode constituir-se unicamente em forma de
verificação do que o aluno aprendeu. Antes de qualquer coisa, deve servir como parâmetro
de avaliação do trabalho do próprio professor sobre a melhor forma de atuar na sua prática.

Quais as etapas do planejamento de ensino?


O planejamento de ensino é dividido em quatro etapas que são: o conhecimento da
realidade, elaboração do plano, a execução do plano, e a avaliação e aperfeiçoamento do
plano.

➢ Primeiro etapa do planejamento


Para o planejamento é fundamental o conhecimento da realidade, pois é preciso
conhecer o aluno e seu meio para saber para quem se vai planejar, conhecendo as
aspirações, frustrações, necessidades e possibilidades dos alunos.
Fazendo essa “sondagem” e realizando o diagnóstico, isto é, analisando os dados
coletados, podemos propor o que é possível alcançar pelos alunos e até mesmo o que lhes
interessa aprender.

➢ Segunda etapa do planejamento


A elaboração do plano de ensino é a segunda etapa que devemos percorrer.
Nessa etapa estaremos determinando o que é possível alcançar, como fazer para alcançar,
o que julgamos possível alcançar, e ainda como avaliar os resultados.
Para desenvolver essa etapa do plano seguem-se seis passos que são:
• a determinação dos objetivos,
• a seleção e organização dos conteúdos,
• a seleção e organização dos procedimentos de ensino,
• a seleção de recursos,
• a seleção de procedimentos de avaliação e
• a estruturação do plano de avaliação.
➢ Terceira etapa do planejamento
O terceiro passo a ser percorrido pelo professor é a execução do plano, sendo que
esse consiste no desenvolvimento das atividades previstas. Algumas vezes é necessário
fazer alterações no planejamento, devido as reações dos alunos ou mesmo devido a
circunstâncias do ambiente, mas isso é normal! Assim, uma característica de um bom
planejamento é a flexibilidade.

➢ Quarta etapa do planejamento


Por último devemos realizar a avaliação e o aperfeiçoamento do plano. Nessa
etapa a avaliação toma um sentido diferente da avaliação do ensino-aprendizagem, pois
procuramos avaliar, além dos resultados do ensino-aprendizagem, avaliar a qualidade do
nosso plano, nossa eficiência como professor e a eficiência do sistema escolar.

Características de um bom plano de ensino

Segundo Nervi (1967, p. 56, apud GAMA; FIGUEREDO, s/d), estas são as
características essenciais do bom plano de ensino:
Coerência: as atividades planejadas devem manter perfeita coesão entre si de modo que
não se dispersem em distintas direções; de sua unidade e correlação dependerá o alcance
dos objetivos propostos.
Sequência: deve existir uma linha ininterrupta que integre gradualmente as distintas
atividades desde a primeira até a última de modo que nada fique jogado ao acaso.
Flexibilidade: é outro pré-requisito importante que permite a inserção sobre a marcha de
temas ocasionais, subtemas não previstos e questões que enriqueçam os conteúdos por
desenvolver, bem como permitir alteração, de acordo com as necessidades ou interesses
dos alunos.
Precisão e objetividade: os enunciados devem ser claros, precisos, objetivos e
sintaticamente impecáveis. As indicações não podem ser objetos de dupla interpretação,
as sugestões devem ser inequívocas.

Roteiro para elaboração de plano de ensino

1. Cabeçalho: Deve constar as informações gerais: Nome da disciplina, curso da qual faz
parte, nome do professor, período, turno, etc.
2. Ementa: É um breve resumo do conteúdo proposto pela disciplina, expresso em tópicos.
A ementa é um arquivo que está presente do PPP do curso e só pode sofrer alteração sob
aprovação do Colegiado Escolar.
3. Objetivos: Os objetivos determinam o que os discentes (e não o docente!) irão alcançar
como consequência de seu aprendizado pleno. Trata-se de parâmetro importante, que norteia a
avaliação.
3.1 – Objetivo Geral - Relaciona a contribuição da disciplina em modo amplo, ou seja, em
relação às metas gerais do curso. É necessário, no objetivo geral, definir em que medida a disciplina
contribui para a formação daquele curso. Deve ser escrito em texto dissertativo demonstrando
amplitude, abrangência e a ideia de processo. São exemplos: Formar, desenvolver, capacitar etc.
3.2 – Objetivos Específicos - São os resultados, esperados, mais imediatos com relação à
interpretação de fatos, expressão de ideias, compreensão da temática, formação de conceitos,
estabelecimento de relações entre o assunto estudado e conhecimentos anteriores sejam do
cotidiano, sejam acadêmicos, relacionados às unidades temáticas.
A elaboração dos objetivos visa responder a pergunta que os alunos podem ter em mente,
mas nem sempre expressam: Para que estudar esta matéria? Os verbos utilizados aqui dizem
respeito a ações mais imediatas como: observar, distinguir, diferenciar, realizar, verificar, identificar
etc.
4. Conteúdo Programático: Os conteúdos, normalmente agrupados em unidade temática,
revelam a proposta geral da disciplina. Cada unidade é formada em torno de uma ideia central e
subdividida em tópicos com uma relação significativa entre si, para facilitar o estudo dos alunos. Os
conteúdos expressos em cada unidade devem ser organizados em função dos objetivos e do
desenvolvimento metodológico. Ao escolher e agrupar os conteúdos a serem desenvolvidos em
cada etapa, o professor estará respondendo a seguinte questão: O que os alunos deverão aprender,
tendo em vista os objetivos a serem atingidos?
5. Metodologia de Ensino: São os procedimentos e regras utilizados para se chegar aos
objetivos. Envolve os métodos de ensino:
a) Método de exposição pelo professor (apresenta, explica, demonstra, ilustra,
exemplifica)
b) Método de trabalho independente (os alunos desenvolvem tarefas dirigidas e
orientadas pelo professor ex: estudo dirigido ou leitura orientada, investigação e solução de
problemas, sínteses preparatórias ou de elaboração posterior à aula).
c) Método de elaboração conjunta (aula dialogada ou conversação didática sobre
o tema, perguntas instigadoras de discussão e de buscas de novos olhares para a questão
em estudo).
d) Método de trabalho em grupo (os alunos em cooperação desenvolvem tarefas
propostas pelo professor, comunicam os resultados à classe e se estabelece uma
conversação didática dirigida pelo o professor. Ex: debates, seminários).
e) Método de projetos (investigação de um tema previamente selecionado. Exige
planejamento, execução, coleta e organização de dados, sistematização e apresentação dos
resultados). Entre outras possibilidades. É importante não confundir o método com os
recursos que o docente utiliza na aula. Assim, “aula com projetor” não é propriamente um
método pois essa aula pode ser expositiva, de discussão, de demonstração.
6. Recursos Didáticos: Indicação dos recursos que serão utilizados, como recursos
humanos
(professor, estagiário, monitor) links relacionados ao curso em si (site do professor, grupo de
discussão específico de cada turma, etc), recursos audiovisuais, materiais, laboratórios, sala de
aula, e programas de software a serem utilizados no decorrer do curso.
7. Avaliação: Mais do que descrever quantos pontos serão distribuídos ao longo do período
letivo, este item exige uma definição clara do que e como será a avaliação: os critérios, a quantidade
e os tipos de instrumentos utilizados, como será a correção, em que momentos e com que
frequência os discentes serão avaliados. A avaliação serve para verificar se os objetivos foram
alcançados, se os alunos consolidaram a aprendizagem e se a situação docente foi adequada
quanto aos objetivos, conteúdos, metodologia, relacionamento professor/aluno, procedimentos de
avaliação, duração das aulas. Pode ser informal para fins de diagnóstico e acompanhamento da
turma ou formal para fins de atribuição de notas ou conceitos. Para cada tipo há instrumentos
próprios, que devem ser explicitados no plano.
7.1 – Recuperação – Recuperação e avaliação são itens que devem andar juntos!
Quando o docente verifica, por meio da avaliação, que o discente não teve o progresso esperado
no seu aprendizado, deve lançar mão de estratégias para realizar a recuperação do mesmo. É
preciso descrever, além das avaliações e dos critérios das mesmas, quais são essas estratégias.
“Prova final” ou “melhor de 3 entre 4 provas” não são expressões que definem a recuperação. A
redação desse item deve procurar responder à pergunta: Como propicio condições, ao discente
com desempenho insuficiente, de recuperar o conteúdo não aprendido? E como o avalio
novamente? Não queremos ser utópicos. Sabemos que não é simples estabelecer estratégias de
recuperação em meio à continuidade do curso, ou seja, não é possível “parar a aula” para recuperar
quem não aprendeu. Mas acreditamos que estratégias podem (e devem) ser trabalhadas para que
o discente tenha novas chances de aprender como: encaminhá-lo ao serviço de monitoria, entregar-
lhe atividades para que possa fazer paralelamente, organizar grupos em sala, nos quais aqueles
com maior dificuldade possam interagir com os discentes que têm maior familiaridade com o
conteúdo. É possível propiciar essas condições! O que não nova prova e pedir-lhe que, sem nenhum
trabalho de recuperação, a refaça. Nesse caso pouca diferença haverá pois o discente não foi
“movido” através de alguma estratégia, do lugar em que se encontrava no percurso da
aprendizagem.
8. Cronograma: Distribuição ao longo do tempo dos conteúdos a serem trabalhados em
cada
aula, unidade, ou tópico da unidade, podendo ser explicitado por dia, semana, mês ou bimestre.
9. Referências: Bibliográficas Relação dos textos, sites e livros a serem utilizados,
apresentados de acordo com as normas da Associação Brasileira de Normas técnicas – ABNT.
Podem ser divididas entre referências básicas e complementares.

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