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Noções gerais sobre a planificação no PEA

Princípios e fundamentos da planificação do ensino

O PEA realiza-se em etapas, ou seja, não é a soma simples das aulas singulares, sendo
todos os seus elementos importantes cuja relação é de mútua interdependência. Ao
considerarmos desse modo, procuramos demonstrar que o ensino caracteriza-se por ser um
processo com uma estrutura complexa. Os elementos dessa estrutura são: objectivos,
professor, alunos, tempo, conteúdos, métodos e meios.

A disciplina de Didáctica realiza a mediação escolar dos objectivos preconizados pelas


directivas ou posturas educativas de alcance social, político e pedagógicos, articulados ao
PEA, orienta o trabalho docente tendo em vista a inserção e os modos de actuação dos alunos
na vida social. O trabalho docente constitui-se de um sistema articulado do trinómio
objectivos-conteúdos-métodos que formam uma unidade. Segundo LIBÂNEO (p.154) a
unidade entre objectivos-conteúdos-métodos constitui o princípio fundamental de
compreensão didáctico: os objectivos, explicitando propósitos pedagógicos intencionais e
planificados de instrução e educação dos alunos, para a participação na vida social; os
conteúdos, constituindo a base concreta de informação para alacançar os objectivos e
determinar os métodos; os métodos, por sua vez, formando a totalidade dos passos, formas
didácticas e meios organizativos do ensino que viabilizam a assimilação dos conteúdos e,
assim, a concretização dos objectivos.

Ao afirmamos isso, queremos dizer que o programa de ensino apresenta, respectivamente,


para as unidades didácticas e subunidades ou aulas, objectivos particulares para cada uma, isto
é, teremos os objectivos gerais da unidade didáctica e objectivos específicos para a aula.
Temos um entendimento do conceito de objectivo(s) como uma transcrição das orientações
estratégicas em resultados ideias preconcebidos e operacionais (Didáctica Geral). De outro
modo, são premissas gerais do PEA, representam as exigencias da sociedade em relação a
escola, ao ensino, aos alunos, ao mesmo tempo que reflectem posturas e opções políticas e
pedagógicas dos agentes educativos em função das mudanças sociais, políticas, económicas
que ocorrem na sociedade.
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Durante a planificação das suas aulas tem em conta a matéria a ser transmitida, que consta nos
programas de ensino e livros escolares. O professor deve tornar o ensino de Química relevante
para o aluno. Os factos e fenómenos que fazem parte da realidade quotidiana do aluno
constituem estímulos para a aprendizagem. Segundo MENDONÇA, a exposição agradável do
conteúdo ao aluno, permite ao aluno reconhecer a relação entre a Química e a vida e entender
os conceitos e temas actuais.

Importância da planificação

No início dfissemos que o ensino tem uma estrutura complexa. Nessa complexidade, entre
outros elementos (objectivos, conteúdos, métodos, meios e tempo lectivo), releva-se a
aprendizagem dos alunos como o ponto central, sob orientação e mediação do professor. O
professor escolhe e determina os objectivos, os métodos e meios dirigindo todo o processo na
base dos programas de ensino que contêm as orientações metodológicas para a assimilação
dos conteúdos da matéria de ensino pelos alunos. O professor planifica, controla e avalia
todos os passos didácticos e metodológicos da assimilação dos alunos. Planificar significa,
portanto, uma actividade consciente de previsão das acções docentes fundamentadas em
opções político-pedagógicas (objectivos educacionais) e tendo como referência permanente as
situações didácticas concretas.

A acção de planificar compreende as funções essenciais do ensino nomeadamente de


explicitação de princípios, directrizes e procedimentos do trabalho docente; de expressão de
vínculos entre os objectivos gerais e específicos; de racionalização, organização e
coordenação do trabalho docente, de previsão dos objectivos, conteúdos e métodos; de
assegurar a unidade e coerência do trabalho docente de modo a responder a questões sobre o
que, como, para quem e a quem ensinar; de actualização do conteúdo do plano de ensino; de
facilitar preparação das aulas. Todas essas funções poderão servir como um guia de
orientação do trabalho docente apresentando ordem sequencial, objectividade, coerência e
flexibilidade.

Os objectivos gerais e específicos

Neste item trataremos de caracterizar os objectivos gerais, objectivos específicos e objectivos


mais específicos. Procuraremos depois, considerar e incorporar essas categorias na base do
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programa de ensino da Química que é o instrumento essencial para a planificação e


preparação das aulas de Química.

Objectivos gerais: expressam posturas e finalidades educativas oficiais de acordo com com
as ideias e valores dominantes numa determinada sociedade; são vinculativos para o sistema
escolar, para a escola e para o professor.

Vale, neste ponto, ainda referir que os objectivos educaionais oficiais têm implicações no
trabalho docente na sala de aula e, por essa razão, o professor deve saber que concepções de
homem e de sociedade caracterizam os documentos oficiais, uma vez que tais objectivos
expressam posturas e as vontades daqueles que controlam as instituições oficiais. É preciso
também que o professor adopte uma postura crítica em relação aos objectivos preconizados
nos documentos oficiais, exigindo-se para tal, clareza nas suas convicções políticas e
pedagógicas, aquando p.e., da tomada de decisões sobre os objectivos específicos para o seu
trabalho na escola e na sala de aula, isto é, na transformação dos objectivos gerais em trabalho
pedagógico que corresponde às tarefas concretas da sala de aula.

Isso significa que o professor não deverá apenas copiar os objectivos prescritos nos programas
oficiais de ensino, mas reavaliá-los em função da realidade concreta e objectiva que se
apresenta na escola: as condições da escola, os problemas e as particularidades sociais e
culturais dos alunos etc..

Objectivos específicos: particularizam a compreensão das relações entre a escola e a


sociedade e em particular do papel da matéria de ensino. Eles expressam, pois, as
expectativas do professor sobre o que deseja obter dos alunos no decorrer do PEA. Têm um
carácter pedagógico, porque explicitam o rumo a ser imprimido ao trabalho escolar, em
referência ao programa de ensino oficial.

Nos programas de ensino estão descritos os objectivos gerais para os vários ciclos,
níveis ou classes e respectivas unidades didácticas. O professor deverá fazer a
correspondência dos objectivos gerais aos objectivos da matéria de ensino no sentido de obter
resultados no âmbito dos saberes, do saber fazer e das atitudes e convicções através dos quais
se busca o desenvolvimento das capacidades de cognição dos alunos, “desdobrando-os” em
objectivos mais específicos, determinados pela especificidade de cada etapa da aula ou
conjunto de aulas.
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Passos da planificação

Coordenação do programa de Química com o decorrer do ano lectivo:

 O ano lectivo prevê mais tempo para as aulas do que o programa (tempo para
repetição, consolidação, trabalho laboratorial, controle etc.);
 O semestre deve terminar com o fim de uma unidade (isto seria o ideal);
 As condições específicas da turma têm que ser consideradas (p.e., as aulas de Química
que não foram dadas no ano anterior).
 Determinação sobre as condições materiais da realização do PEA no ano lectivo na
Química(meios didácticos possíveis, laboratório etc.).

A relação planifição – avaliação no PEA

A planificação informa sobre os resultados que se pretendem alcançar, durante o processo de


ensino-aprendizagem

Durante a planificação o professor deve saber o que pretendemos dos seus alunos, onde quer
chegar.

É durante a planificação que são elaborados os instrumentos necessários a avaliação e os


recursos didácticos necessários para o alcance dos objectivos de ensino.

Sem uma boa planificação do PEA, os resultados da avaliaçã, muitas veses, são distorcidos e
podem não refletir as reais capacidades dos alunos.

Exercicios

1. Qual é a importancia da planificação no PEA de Química.

2. Quais são os passos para a planificação de uma aula de Química?

3.Explique a relação existente entre a planificação e os objectivos e a avaliação no


PEA. Argumente, apresentando factos elucidativos.
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Planificação da unidade temática

Considerações precedentes

O professor deve analisar o conteúdo dos programas, dos manuais e dos textos de apoio: não
deve só imitar as sequências ou exemplos dados. Que perguntas se deve colocar?

 Qual é a posição e função desta unidade didáctica no curso e qual é a


relação com outras disciplinas?

Os aulnos reconhecem, adquirem conhecimentos sobre um tipo de equações químicas


fundamental; isto significa assegurar conhecimentos sólidos e aplicáveis sobre a matéria;

Esta unidade segue-se depois da introdução da linguagem química; é possível e necessário


exercer trabalho com fórmulas e equações químicas;

Várias experiências com construções diferentes de aparelhos químicos podem ser realizadas;
os alunos podem desenvolver capacidades com o trabalho laboratorial.

Planificação das unidades temáticas

Determinação dos objectivos principais e dos pontos essenciais da matéria (conteúdo e


objectivos);

Orientação quanto ao caminho metodológico p.e.:Unidades com muitas experiências,


exercícios e repetições etc.;

Praticar/execitar a linguagem química;

Preparação/correcção dos testes escritos, exercícios escritos etc..

Qual é a matéria a ser transmitida?

Decorrer das reacções químicas entre vários metais e não metais e óxidos;

Conceitos redox, redutor/oxidante;

Aplicação na prática: redução de Fe2O3 e outros minerais, Ferro bruto, Aço.

Que experiências e propostas de experiências existem no programa a respeito do método


experimental: meios e tempo disponíveis?

O professor deve analisar e abranger as condições concretas em cada turma e também na sua
escola;
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O saber e saber fazer já adquirido deve ser consolidado, p.e.:

Óxido → Oxidação

2 Cu + O2 → 2 CuO

(vermelho (preto)

acastanhado)

As reacções foram realizadas nas aulas anteriores

Foram descritas:

Magnésio com brilho metálico → Magnésio em forma de pó branco

Foram formadas equações químicas:

2H2 + O2 → 2H2O

C + O2 → CO2

Portanto: os alunos têm imagens concretas de oxidações diferentes (substâncias elementares


combinam-se com Oxigénio).

Resumindo:

1. Estudo dos programas, dos manuais etc.;

 Posição e função da unidade;

 Matérias por tratar, p.e., reacções, conceitos, aplicações etc.;

2. Condições concretas na turma;

Saber, p.e., símbolos conhecidos, valências etc.;

Capacidades e habilidades;

Atitudes;

Nível de partida, p.e., as experi~encias dos alunos;

Condições materiais, p.e., meios didácticos, sala de aula ou laboratório com água, gás,
quadro negro etc..

Passos da planificação da unidade didáctica


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Determinação dos objectivos da unidade didáctica;

 No âmbito do saber/cognitivo

 No âmbito das capacidades/habilidades

 No âmbito das convicções

Proposta de uma planificação

Tempo Tema Pontos essenciais Meios e Relações com outras


das tarefas disciplinas
Nº de Da Da
aulas preparadas a
semanas; matéria consolidação
data longo prazo
nova
concreta

1a Semana

de...a....

2a Semana

Exercícios

Escolha uma unidade temática e Faça a planificação da unidade.

Qual é a importancia da planificação das unidades didácticas?

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