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Nome: Elidio Eliseu Aleixo

Manuel Vasco Mafumba


Maria de Lurde Razão
Requito Victor Jaquitone.

Tema: O papel da planificação da educação no desenvolvimento do sistema


educativo em Moçambique

Introdução

Os conteúdos a ser ter em conta na planificação no processo educativo em


Moçambique já vêm indicados, em linhas gerais, pelos programas de ensino que se
baseia nos esquemas conceptuais que os presidem e os temas organizadores. Neste
sentido, quando os professores duma mesma escola não trabalham em conjunto sobre
um mesmo programa pode haver diferenças de interpretação. Isso é que faz com que na
mesma escola diferentes professores dêem as rubricas com ênfases diferentes e por
ordens diferentes. Este facto poderá aparentemente não ser importante, mas a
discrepância de situações em que inevitavelmente os alunos se encontrarão ao
enfrentarem os exames repercutiríeis, naturalmente, a nível da classificação.

O papel da Planificação

Segundo Bento (2003) “a planificação é o elo de ligação entre as pretensões, imanentes


ao sistema de ensino e aos programas das respectivas disciplinas, e a sua realização
prática”. É uma actividade prospectiva, directamente situada e empenhada na realização
do ensino que se consuma na sequência: “Elaboração do plano → realização do plano
→ controlo do plano → confirmação ou alteração do plano, etc.” (Bento 2003, pp. 15-
16) Este autor refere ainda que a planificação, “é também ligar a própria qualificação e
formação permanente do professor ao processo de ensino, a procura de melhores
resultados no ensino como resultante do confronto diário com problemas teóricos e
práticos” BENTO 2003, p.16)

“Neste sentido o professor é então considerado um agente de ensino que, além


de outros papéis, tem a responsabilidade de desenvolver o currículo ao nível
micro, adequando a sua acção ao Currículo Nacional e aos programas das
disciplinas (elaborados a nível macro), às características do meio social da
escola e dos alunos e ao Projecto Curricular da escola. Desta forma mostra que
no processo de planificação o professor estará sempre confrontado com: o
programa de ensino, a população a leccionar tendo em conta as suas
características sociais e culturais, a satisfação das expectativas dos alunos bem
como os recursos disponíveis na escola e as orientações definidas no projecto
curricular de Escola”. (BENTO, 2003, p. 16)

Seguindo esse raciocínio a planificação serve como linha orientadora para o professor.
O mesmo autor acrescenta ainda que “na planificação são determinados e concretizados
os objectivos mais importantes da formação e educação da personalidade, são
apresentadas as estruturas coordenadoras de objectivos e matéria, são prescritas as
linhas estratégicas para a organização do processo pedagógico. Os objectivos
constituem o elemento determinante no âmbito da relação coordenada entre objectivo,
conteúdo e método. Isto devido a uma exigência implícita no processo educativo:
procurar e perseguir sempre activa, enérgica e pertinazmente o objectivo.” (Bento,
2003, p. 15)

Isto tudo quer dizer que planificar é sobretudo reflectir, debater e tomar decisões
fundamentadas sobre o que se pretende ensinar.

Um professor quando explicita as razoes pelas quais planifica está implicitamente a


responder esta pergunta. Em suma, planifica-se para:

 Os alunos, para que eles próprios possas saber o que estão a fazer e porquê, ou
seja, para perceberem melhor o “caminho” que estão a trilhar;

 O professor, pois é uma forma de organização seu trabalho, reflectir sobre os


conteúdos, métodos materiais, expectativas e competências a desenvolver nos
alunos;

 A escola, pois torna possível um trabalho consciente de todos os docentes e


permite a coordenação interdisciplinar;

 Os pais, para perceberem melhor porque é que os filhos aprendem determinados


conteúdos e desta forma poderem acompanha-los melhor e participar mais
conscientemente na vida escolar;

 A sociedade, porque hoje em dia, cada vez se fala mais em autonomia das
escolas e em participação activada comunidade, ou seja, da sociedade local.
Planificação educacional
Planificação educacional consiste na tomada de decisões sobre a educação. A
planificação educacional é o de maior abrangência, correspondendo ao planeamento que
é feito em nível geral do país. Incorpora e reflecte as grandes políticas educacionais.

Os objectivos de planificação educacional são:

 Alcançar maior coerência interna na determinação dos objectivos e nos meios


mais adequados para atingi-los.

 Conciliar e aperfeiçoar a eficiência interna e externa do sistema.

Planificação de ensino

Planificação de ensino é a especificação do planeamento do currículo, consiste


em traduzir em termos mais concretos e operacionais o que o professor fara na sala de
aulas, a condução dos alunos até alcançar os objectivos propostos. Esse planeamento
deve prever as seguintes regras:

 Objectivos específicos;
 Procedimentos e recursos de ensino;
 Procedimentos da avaliação.
 A planificação de ensino é composta de varias etapas, a citar:
 Conhecimento da realidade;
 Elaboração do plano;
 Execução do plano;
 Avaliação e aperfeiçoamento.

Existe planificação da Escola ou Escolar e de Unidade. Planificação escolar é o


processo de racionalização, organização e coordenação da acção docente articulando
actividade escolar e a problemática do contexto social. Planificação de unidade é a
previsão dos objectivos ou das tarefas docentes, em um ano num semestre, trimestre e
semana.
Tipos de planificação
Planificação linear:
Caracteriza-se pela definição clara e rigorosa dos objectivos que explicitam as
componentes que os alunos devem adquirir. Só depois é que são seleccionados os
modos de acção e as actividades específicas tendo em vista alcançar as finalidades
predeterminadas. Metas caçoem resultados (AREDES, 1999: 45).

Podemos então situar a planificação como uma das decisões pré interactivas do
professor, e surge com a necessidade dos docentes adequarem os programas escolares às
características do meio social, da escola e dos alunos. Pela análise dos resultados de
estudos realizados, é de referir que a realização de uma planificação adequada permite
mais oportunidades educativas aos alunos, permite uma classe organizada e também um
maior número de actividades durante a aula, melhorando assim a qualidade do processo
ensino/aprendizagem e o desempenho do seu agente activo (o professor). As decisões
tomadas no acto de planificação podem ser de curto, médio e longo prazo.

As decisões relativas à avaliação à reorganização e reestruturação do processo de


ensino. Na elaboração de uma avaliação, os professores ou educadores devem ter em
conta os níveis de raciocínio dos seus alunos, a maneira de elaboração dos objectivos
tem que ser de forma abrangente como o nível de informação, compreensão, aplicação,
análise, comparação, sintetizar, avaliar ou julgar. Existem três tipos ou modalidades de
avaliação sendo, avaliação diagnostica, formativa e Sumativa.

Níveis de planificação do PEA

A prática do ensino do ensino mostra que o que acontece na escola como


experiências da aprendizagem faz parte do currículo previsto para esse nível, classe ou
tipo de ensino. O professor, na sua planificação, desempenha, nesse sentido, o papel de
quem operacionaliza e concretiza no terreno uma planificação anteriormente feita há
níveis acima dele. Isto, em parte orienta o professor, mas ao mesmo tempo, como vimos
anteriormente, nenhum plano do PEA pode considerar-se uma proposição rígida,
acabada, o que faz com que, da sua parte, o professor planifique, à sua maneira, as suas
aulas.

De acordo com NIVAGARA (s/d), a planificação do processo de ensino-aprendizagem


se realiza em dois níveis fundamentais: central e do professor, passando por um nível
intermediário, o da planificação pela escola.
A nível central, a planificação curricular é feita para todos os níveis e graus de ensino-
aprendizagem (a nível da nação) e, na base disso, procede-se a definição do perfil de
saída do nível/grau, curso, disciplina, ano, etc. A partir do qual se faz:

 A definição de objectivos, conteúdos e métodos gerais;


 A distribuição destes pelos anos (semestres, trimestres, etc.) e pelas unidades do
PEA;
 A elaboração dos programas detalhados por disciplina;

A planificação do professor começa, juntamente com outros colegas, com a elaboração


do plano anual da disciplina, geralmente denominada “dosificarão”, na qual o grupo de
disciplina faz a distribuição das unidades de ensino em semanas, prevendo momentos de
aula, de avaliações, para além doutras que mereçam destaque na planificação anual ou
semestral. E, a seguir a isso, o professor individualmente (principalmente) ou em grupo
faz o plano de aula (s), ou seja, a previsão do desenvolvimento do conteúdo para uma
aula ou conjunto de aulas, tendo em conta um carácter bastante especifico em termos do
tema (conteúdo), métodos e técnicas de ensino, objectivos, meios, isto é, das condições
concretas em que se realiza (rá) o ensino-aprendizagem.

Em termos de modelos para a planificação das aulas, convém realçar que existem
muitos, em função do autor que os propõe. Por isso, nos parece marginal a discussão
sobre qual é o melhor modelo, desde que se chegue ao ponto de incluir os elementos
que simbolizam a dinâmica do processo de ensino-aprendizagem.

Componentes de planificação do PEA

Em toda a planificação do PEA , nos diversos níveis , se definem os objectivos ,


seleccionam-se conteúdos a privilegiar , identificam-se estratégias , estabelecem-se
tempos de realização e se prevêem actividades de avaliação . ̏E no caso da planificação
ao nível do professor, tudo se passa com mais pormenor, pesando muito mais a
preocupação de adequar as propostas às características dos contextos (LIBANEO,
2004).
Referencias Bibliográficas

LIBÂNIO, José Carlos. Didáctica. Dina livro, São Paulo – SP, 1990.
BLOOM B. etal.Taxonomia de Objectivos Educacionais. Domínio Cognitivos. Globo,
Porto
Alegre, 1974.
INDE/MINED – Moçambique. Plano Curricular do Ensino Básico. INDE/MINED –
Moçambique, Maputo, Outubro, 2003.
PILETTI, Claudino. Didatica geral.2ªedicao. São Paulo.
Bento, J. O. Planeamento e avaliação em educação física. Lisboa, 2003.
Bogdan, Biclen, S Investigação qualitativa em educação Porto, Porto
Editora. Porto, 1994. amas, J. E De Ketele, J.M. Observar para avaliar. Coimbra, 1985.
Damião, M. H. Pré, inter e pós acção. Planificação e avaliação em pedagogia.
Coimbra, 1996.
Pacheco, J. Planificação didáctica: uma abordagem prática. Universidade do Minho.
Braga, 1990.

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