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Edição do Professor

Novos PORTUGUÊS 1

3URȃVVLRQDLV Ana
Catarino Isabel
Castiajo Maria
José Peixoto

De acordo com
Novo Programa
12 PROJETO DE LEITURA 14 PARA COMEÇAR

MÓDULO 1

1. POESIA TROVADORESCA
18 PARA CONTEXTUALIZAR 19 PARA INICIAR 22 PARA DESENVOLVER

EDUCAÇÃO LITERÁRIA INFORMAR LEITURA


22 “A poesia trovadoresca” 20 Exposição sobre um tema
22 “Cantiga” “Feiras medievais”

23 “Os agentes difusores da 21 Apreciação crítica


poesia trovadoresca” “Pela liberdade na Idade Média”
CANTIGAS DE AMOR

28 “Quer’eu em maneira de
proençal”, Dom Dinis 24 “A figura feminina nas 26 Exposição sobre um tema
cantigas de amor” “A sociedade portuguesa do século XIII”
30 “Se eu pudesse desamar”,
Pero da Ponte 33 Apreciação crítica
“O poder, talvez”
30 “Que soidade de mha senhor
ei”, Dom Dinis

CANTIGAS DE AMIGO

36 “Ai flores, ai flores do verde


pino”, Dom Dinis 34 ”Cantigas de amigo” e 42 Artigo de divulgação científica
“Paralelismo” “Amor: cria dependência como
37 “Nom chegou, madr’, o meu uma droga, mas sabe bem
amigo”, Dom Dinis 35 “Refrão”
como o chocolate”
38 “Bailemos nós já todas tres, ai
amigas”, Airas Nunes
39 “Ondas do mar de
Vigo”, Martim
Codax
40 “Poys nossas madres van a San
Simon”, Pero Viviaez
40 “Sedia-m’ eu na ermida de San
Simión”, Mendinho

CANTIGAS DE ESCÁRNIO E MALDIZER

52 “Roi Queimado morreu com


amor”, Pero Garcia Burgalês 50 “Cantigas de escárnio e 48 “Vídeos na Internet”
maldizer”
53 “Ai, dona fea, foste-vos
queixar”, Joam Garcia de 51 “Cantigas de escárnio” e
Guilhade “Cantigas de maldizer”
54 “Foi um dia Lopo
jograr”, Martim
Soares

58 PARA SABER 59 PARA VERIFICAR 60 PARA RECUPERAR

2
3
ÍNDICE

ORALIDADE ESCRITA GRAMÁTICA

19 COMPREENSÃO DO ORAL
Reportagem
“Viagem Medieval em Terra
de Santa Maria”

24 EXPRESSÃO ORAL 27 Exposição sobre um tema 31 Formação de palavras


Arte de Trovar – relação texto Divertimentos característicos
vs. 31 Conectores
da Idade Média
imagem 31 Subordinação
29 Exposição sobre um tema
32 ORALIDADE/EDUCAÇÃO LITERÁRIA Poema “Namoro”
Apresentação Oral/Tópico
de Programa
Canção de Paulo Gonzo e Olavo
Bilac

41 ORALIDADE/EDUCAÇÃO LITERÁRIA 41, Étimo


Apresentação Oral/Tópico 55
de Programa Funções sintáticas
41 Pronome pessoal
Cantiga “Poys nossas madres
a San
van Simon”
a San eae
Simon” imagem
a imagem 49, em adjacência verbal
Festas
do concelho
Festas de
do concelho de 55
Gondomar
Gondomar

49 Exposição sobre um tema


4 Exposição 49 Formação de palavras
Virtudes e riscos do uso do
9 s 55 Classe de palavras
e
Facebook
55 Funções sintáticas
55 Conector
49, Referente
55 Subordinação
55

APRENDER / APLICAR
44 Evolução do português
61 PARA AVALIAR 56 Fonética e fonologia / etimologia
MÓDULO 1
2. FERNÃO LOPES
CRÓNICA DE D. JOÃO I (Excertos da 1.a parte)
66 PARA CONTEXTUALIZAR 67 PARA INICIAR 69 PARA DESENVOLVER

EDUCAÇÃO LITERÁRIA INFORMAR LEITURA


Crónica de D. João I 75 “Fernão Lopes e a Crónica de D. João I” 69 Exposição sobre um tema
D. João I
76 Capítulo 11 (excerto)
72 Exposição sobre um tema
82 Capítulo 115 (excerto)
“A maior das vitórias”
84 Capítulo 148 (excerto)

94 PARA CONTEXTUALIZAR 95 PARA INICIAR 96 PARA DESENVOLVER

EDUCAÇÃO LITERÁRIA INFORMAR LEITURA


Farsa de Inês Pereira 97 “A sátira e o ideal de ordem” x11p8osEição sobre um tema
“A verdade das relações”
98PARA
86 (A vida
SABERde solteira de Inês – 97 “Farsa
87 PARA e auto – natureza e
VERIFICAR 88 PARA RECUPERAR
excerto 1) estrutura da obra” 129 Apreciação crítica
“Um homem, uma mulher
104 (A carta de Pero
e um tribunal”
Marques – excerto 2)
110 (Os judeus casamenteiros

MÓDULO
112
2
– excerto 3)
(Apresentação do Escudeiro e

1.
casamento de Inês –
GIL VICENTE
excerto 4)
FARSA DE INÊS PEREIRA
115 (A vida de casada de
67 EXPRESSÃO ORAL
Inês – excerto 5) 7e0se Sínt 77 Processos fonológicos
Pesquisa a partir de
“Fernão Lopes – o
124 (Inêsimagens
livre para novos
historiador” Como escrever
amores – excerto 6)
uma síntese
68 COMPREENSÃO DO ORAL
73 Síntese
“Fernão Lopes – vida e
obra” A maior das vitórias”

68 EXPRESSÃO ORAL 74 Exposição sobre um tema


130 PARA SABER 132 PARA VERIFICAR
D. João I 134 PARA RECUPERAR
Síntese
“Fernão Lopes – vida e
obra”
74 COMPREENSÃO DO ORAL
“Conta-me História”, RTP
APRENDER / APLICAR

78 Funções sintáticas I

89 PARA AVALIAR

4
ORALIDADE ESCRITA

GRAMÁTICA ORALIDADE ESCRITA GRAMÁTICA

95 EXPRESSÃO ORAL 114 Síntese 101, Conectores


Adequação de imagens à do conteúdo do excerto 119
obra de Gil Vicente Processos fonológicos
4,
101
Farsa de Inês Pereira
96 COMPREENSÃO / EXPRESSÃO 107, 119 Funções sintáticas
ORAL 120 Apreciação
crítica
Documentário Como escrever uma 107 Classe de palavras
“Grandes livros - Gil Vicente” apreciação crítica
119 Subordinação
96 EXPRESSÃO ORAL 121 Apreciação crítica
Síntese a partir de uma imagem
de uma entrevista
128 EXPRESSÃO ORAL
Apreciação crítica de APRENDER / APLICAR
prancha de BD vs. obra em
estudo 102 Lexicologia: campo semântico
e campo lexical
108 Lexicologia: arcaísmos
e neologismos
122 Processos irregulares de
formação de palavras

135 PARA AVALIAR

5
MÓDULO 2
2. LUÍS VAZ DE CAMÕES
RIMAS
138 PARA CONTEXTUALIZAR 139 PARA INICIAR 140 PARA DESENVOLVER

EDUCAÇÃO LITERÁRIA INFORMAR LEITURA


Rimas 140 “Lírica tradicional e renascentista”

REPRESENTAÇÃO DA AMADA

142
“Ondados fios d’ouro reluzente” 141 “Petrarquismo em Camões: influência
143 e originalidade”
“Um mover d’olhos, brando e
144
piadoso” “Descalça vai para a
146
fonte” “Endechas”

A EXPERIÊNCIA AMOROSA E A REFLEXÃO SOBRE O AMOR

149
“Quem ora soubesse” 148 “A tensão amorosa em Camões”
150
“Tanto de meu estado me
acho incerto”

A REPRESENTAÇÃO DA NATUREZA

152
“Alegres campos, verdes arvoredos” 151 “Locus amoenus”
153
“Aquela triste e leda

madrugada
A REFLEXÃO SOBRE A VIDA PESSOAL

155 “O dia em que eu nasci,


moura e pereça” 154 Camões: a época, o
homem e o poeta”

O TEMA DA MUDANÇA E DO DESCONCERTO

157
“Correm turvas as águas deste 156 “A lírica camoniana” 161 Apreciação crítica
158 “Um justo entre as Nações”
rio” “Mudam-se os tempos,
164 Exposição
160 mudam-se “Os pintores descobrem a realidade”
as vontades”

160 “Que me quereis, perpétuas


saüdades?”

“Os bons vi sempre passar”

6
166 PARA SABER 168 PARA VERIFICAR 169 PARA RECUPERAR

ORALIDADE ESCRITA GRAMÁTICA

7
139 COMPREENSÃO DO ORAL
Documentário
sobre Luís de Camões

145 COMPREENSÃO / EXPRESSÃO 147 Exposição sobre um 1u4b5ordSinação


ORAL tema
Áudio “Garota de Ipanema”, Representação da mulher
145 Classe de palavras
Tom Jobim e Vinicius de na lírica camoniana
Moraes
147
COMPREENSÃO / EXPRESSÃO ORAL
Apreciação crítica
Áudio “Endechas”, Sérgio
Godinho

159 COMPREENSÃO DO ORAL f1e57rentRee


Anúncio publicitário
157 Funções sintáticas

APRENDER / APLICAR

162 Funções sintáticas II

170 PARA AVALIAR


MÓDULO 3
1. LUÍS VAZ DE CAMÕES
OS LUSÍADAS
174 PARA CONTEXTUALIZAR 175 PARA INICIAR 177 PARA DESENVOLVER

EDUCAÇÃO LITERÁRIA INFORMAR LEITURA


180 Canto I, ests. 1 a 3 177 “Origem e valor 2o0d6e dAivrtuilggação
Imaginário épico – Proposição simbólico do termo científica
‘lusíadas’” “Explorando Vénus”
181 Canto I, ests. 4 a 5 177 “A génese de Os Lusíadas” 214 Exposição sobre um
Imaginário épico – Invocação tema
178 “Poema épico “Exploradores oceânicos”
182 Canto I, ests. 6 a 18 Estruturação interna e externa
Imaginário épico – Dedicatória de Os Lusíadas”

186 Canto I, ests. 105 e 195 “Simbologia da Ilha dos Amores”


106 Reflexões do
poeta 215 O conteúdo de cada canto
(A fragilidade da vida humana)
187 Canto V, ests. 92 a
100 Reflexões do
poeta
(O desprezo pelas artes)
189 Canto VII, ests. 78 a 87
Reflexões do poeta
(Lamentações de teor
autobiográfico)

194 Canto VIII, ests. 96 a


99 Reflexões do
poeta
(O poder do vil dinheiro)
196 Canto IX, ests. 52, 53 e 66
a 70 Imaginário épico
(A Ilha dos Amores)

198 Canto IX, ests. 88 a


95 Imaginário
épico e Reflexões
do poeta (A
imortalidade)
200 Canto X, ests. 75 a 91
Imaginário épico
(A máquina do Mundo)

207 Canto X, ests. 145 a 156


Reflexões do poeta
(Lamentações do poeta)

218 PARA CONSOLIDAR 220 PARA VERIFICAR 222 PARA RECUPERAR

8
175 EXPRESSÃO ORAL 185 Reescrita de texto 185, 199, Funções sintáticas
Leitura de imagens (sinonímia/economia lexical) 202, 210

176 COMPREENSÃO DO ORAL 203 Exposição sobre um tema 185, 210 Campo lexical/Campo semântico
Documentário Os Descobrimentos
“Grandes Livros − Os 185 Classe de palavras
Lusíadas” 210 Exposição sobre um tema
181 As qualidades bélicas e 191 Conector
COMPREENSÃO DO ORAL literárias de Luís de Camões
Áudio 191, Coordenação/Subordinação
210,
Tema “Contentores”, Xutos
214
e Pontapés
186 199, Tempo e modo verbal
COMPREENSÃO / EXPRESSÃO ORAL
202
Áudio
Apreciação crítica de uma 202 Referente
211 canção
210 Processos fonológicos
COMPREENSÃO DO ORAL
Reportagem
“World of Discoveries”

APRENDER / APLICAR

192
Frase complexa: coordenação
204
Frase complexa: subordinação

Orações subordinadas
adverbiais
212
Orações subordinadas
substantivas e adjetivas

224 PARA AVALIAR


2. HISTÓRIA TRÁGICO-MARÍTIMA
“AS TERRÍVEIS AVENTURAS DE JORGE DE ALBUQUERQUE COELHO (1565)”
228 PARA CONTEXTUALIZAR 229 PARA INICIAR 232 PARA DESENVOLVER

EDUCAÇÃO LITERÁRIA INFORMAR LEITURA


233 “Antecedentes − missão de Jorge 232 “A História Trágico-Marítima” 231 Exposição sobre um tema
de Albuquerque Coelho”(Excerto “A carreira da Índia”
1) 237 “A nau”
235 “Partida” (Excerto 2) 240 Apreciação crítica
“Sucessos e naufrágios
238 “Encontro com os corsários” das naus portuguesas“
(Excerto 3)
241 Exposição sobre um tema
242 “Tempestade” (Excerto 4) “As viagens dos Descobrimentos”
244 “Regresso a Lisboa” (Excerto 5) 248 Relato de viagem
“Dois anos a pedalar…”

254 PARA CONSOLIDAR 255 PARA VERIFICAR 256 PARA RECUPERAR

BLOCO INFORMATIVO
I – GRAMÁTICA (Sistematização)

260 Classes de palavras


267 Verbo
· Formas finitas e formas não finitas; modos e tempos
· Verbos regulares / irregulares
· Conjugações verbais
· Verbos defetivos (pessoais e unipessoais)
269 Pronome pessoal em adjacência verbal – regras de
utilização
271 Funções sintáticas
274 Frases ativas e passivas
275 Discurso direto e indireto
277 Processos de coordenação e de subordinação entre
orações
277 Contacto de línguas
· Substrato
· Superstrato
278 Palavras convergentes e
278 divergentes Processos fonológicos
· Inserção
· Supressão
· Alteração
ORALIDADE ESCRITA GRAMÁTICA

COMPREENSÃO DO ORAL 234, Funções sintáticas


241 Síntese
Documentário 239,
As viagens dos Descobrimentos
“História Trágico-Marítima – os naufrágios do Império” 247
243 Apreciação crítica
Quadro de William Turner Subordinação
234,
EXPRESSÃO ORAL 245 Texto lacunar 239,
Comparação do “Poema da malta das naus” com o documentário 247 Apreciação crítica 247
(imagem)

239, 249 Tempo e modo verbal


COMPREENSÃO / EXPRESSÃO ORAL
Relação
246temática 245
Canção (“Fado português”) e História Trágico-Marítima Classe de palavras
245
Relações semânticas
246
Campo lexical

257 PARA AVALIAR APRENDER / APLICAR

250 Geografia do português no mundo

279 Arcaísmos e neologismos


280 Formação de palavras
· Derivação
· Composição
281 Processos irregulares de formação de
palavras
281 Palavras monossémicas e polissémicas
282 Campo semântico e lexical
282 Relações semânticas

283 II – GÉNEROS TEXTUAIS

284 III – RECURSOS EXPRESSIVOS

285 IV – NOÇÕES DE VERSIFICAÇÃO

286 V – TEXTO DRAMÁTICO

287 Domínios de Referência, Objetivos e Descritores de Desempenho – 10.° Ano


11
PROJETO INDIVIDUAL DE
LEITURA Segue-se uma breve abordagem de três obras propostas no programa de Português
para o PIL (Projeto Individual de Leitura). Depois de as ler, preencha a ficha-
modelo apresenta- da na página seguinte.

Os da minha rua

D iz o autor que são estórias…


E, de facto, são. São a história da sua infância e princípio da
adolescência, a história da sua Luanda, a história da sua Rua Fernão
Mendes Pinto…
ONDJAKI
1977
Estórias onde vivem amigos que se oferecem para almoçar lá em casa e
beber Fanta, irmãs que partilham óculos, familiares próximos e outros nem
tanto, cães aconchegados de mimos e outros repudiados, piscinas especiais,
carnavais tra- dicionais, festivais da canção, telenovelas brasileiras na
televisão mais linda do mundo!…
Tudo isto numa escrita inicialmente simples, que depois cresce ao mesmo
rit- mo que o seu autor.
2
Capitães da areia

S ão meninos abandonados, órfãos, vítimas da


fome, da miséria, da doença e do preconceito.
Meninos que são obrigados a crescer à força para
JORG
sobreviver. E, como sobreviver é difícil nas ruas da
E Baía, tornam-se marginais, num bando temido,
AMA
DO che- fiado por Pedro Bala, que rouba e inquieta os
1912- respeitáveis da cidade. Um bando feito
2001
de carências, de ausências, de sonhos, de afetos…
Enfim, um bando feito de crianças que nunca o
foram, mas que o são, por vezes, num velho
carrossel multicolor, tão desamparado como
eles!

Robinson Crusoé

P ublicado em 1719, este romance relata, na


primeira pessoa, as venturas e desventu- ras de
Robinson, um náufrago que sobrevive durante
DANI
cerca de três décadas numa
EL ilha remota e desconhecida dos Trópicos.
DEFO
E De início, completamente só, Robinson debate-
1660 se com sérias dificuldades na luta pela
-
1731
sobrevivência. Até que numa sexta-feira encontra
uma estranha personagem…
É
uma
narrativ
a
empolg
ante,
com
selvage
ns,
canibais
e uma
fauna
flora
desco-
nhecida
s
Velho
Mundo.
É
confront
o
duas
civilizaç
ões:
do
coloniza
dor
impe-
rialista
e a
coloniza
do frágil
e
facilmen
te
escraviz
ado.
Mas
também
uma
história
de
coopera
ção
de
descob
erta
outro.
FICHA
FICHA DE DE LEITURA/APRECIAÇÃO
LEITURA/APRECIAÇÃO CRÍTICACRÍTICA
DA OBRADA

SOBRE
SOBRE
OO AUTOR
AUTOR
E A A SUA
E
ESCRITA
SUA
ESCRITA

Título:
Título:
Editora/ano da edição:
edição:
Estrutura: divisãoem
Estrutura: divisão em capítulos
SOBRE
SOBRE capítulos
A Sim. Quantos?
Sim.
SELECIONADA
OBRA Quantos?
Não.
Não.
Características da obra e registo discursivo:
discursivo:

Tema:
Tema:
Acontecimentos principais:
principais:
SOBRE
SOBRE
A HISTÓRIA,
A AÇÃO,
AÇÃO,
OSOS
EVENTOS
OCORRIDOS
EVENTOS
OCORRIDOS
Outros acontecimentos:
acontecimentos:

O espaço:
SOBRE
SOBRE espaço:
O ESPAÇO
EO
TEMPO
(lugares e O tempo:
características
(lugares e tempo:
principais)
principais)

Protagonista(s):
Protagonista(s):
Caracterização do(s) protagonista(s):
SOBRE
SOBRE protagonista(s):
AS Outras personagens:
PERSONAGENS
PERSONAGENS Outras
Narrador:
E/OU personagens:
Narrador: para a compreensão da obra:
Relevância
O NARRADOR
Relevância para a compreensão da
obra:

Descrição sucinta da obra:


obra:
APRECIAÇÃO
APRECIAÇÃO
CRÍTICA
CRÍTICA
Comentário crítico:

13
PAR A C O M E Ç A R
C O M P R E E N S Ã O DO OR AL

Visione uma primeira vez um vídeo sobre um projeto destinado a estudantes.

1.
1. Complete as seguintes afirmações.

1.1 O filme é uma pequena reportagem exibida pela a. sobre o


b. .

1.2 O programa decorrerá na cidade de a. e terá a duração de b.


dias.

1.3 Os países envolvidos neste intercâmbio são: a. , Noruega, b. ,


c. e d. , além de Portugal.

Monção recebe alunos de 5 países 1.4 Na peça jornalística são destacadas as estudantes a. ,
europeus no âmbito do projeto Comenius uma aluna portuguesa, e b. , uma aluna c.
.

2. Escolha a opção que completa melhor o sentido da frase.


PROFE S SOR

2.1 Considerando o conteúdo da reportagem, o projeto envolve

Vídeo
[A] as escolas e as autarquias.
“Monção recebe alunos [B] o Ministério da Educação e o presidente da Câmara.
de 5 países europeus
no âmbito do projeto [C] os alunos e os professores.
Comenius”
[D] toda a comunidade de uma certa região.
Compreensão do oral
2.2 Durante o período de duração do programa, os participantes ficam alojados em
1.1 a. Alto Minho TV; b. [A] hotéis pagos por eles.
Projeto Comenius
1.2 a. Monção; b. sete [B] casa dos seus correspondentes.
1.3 a. Chipre; b. Finlândia
c. Polónia; d. Croácia [C] habitações destinadas ao turismo.
1.4 a. Adriana; b. Olga; [D] casas alugadas para esse fim específico.
c. polaca
2.1 [D] 2.3 O conhecimento do país, da região e da sua cultura far-se-á através
2.2 [B]
2.3 [C] [A] da participação em palestras e do visionamento de filmes e documentários.
3. Promoção da aprendizagem [B] do visionamento de documentários e da frequência de aulas.
da língua inglesa; construção
de novas amizades, a nível [C] da frequência de aulas, de atividades diversas e visitas pelo Alto Minho.
pessoal.
[D] da realização de atividades diversas e visitas pelo Alto Minho.
Expressão oral

Visione uma segunda vez o vídeo.


1. Resposta de
caráter pessoal.
Contudo, 3. Enumere os argumentos apresentados pelos alunos para incentivar este tipo
os alunos podem referir de atividade.
os seguintes aspetos:
enriquecimento ao nível
pessoal, pois conhece-se
outras culturas, outras
pessoas; fazem-se novas E X P R E S SÃO OR AL
amizades; aprende-se línguas
em situação real; pode-se
viajar, sem preocupações com 1. Recupere o conteúdo do vídeo visionado e expresse a sua opinião, num
alojamento, sentindo-se discurso de 2-3 minutos, sobre o contributo deste tipo de atividades para
o jovem mais amparado,
porque acolhido. reconhecimento de culturas diferentes da nossa.

14
LEITUR A

Leia atentamente um excerto de uma reportagem sobre o Ensino Profissional.

Ensino Profissional: o sistema


e os novos desafios
Por Anabela Pato

Encontro desvendou as competências do ensino profissional e os obstáculos ultrapassados até ao momento

O que é que o mercado de trabalho procura


hoje em dia? Esta é questão base que qualquer
profissional deve colocar a si próprio atualmente,
quando enfrenta pela primeira vez o mercado de
trabalho. Para além da vocação,
5 vontade, competência e capacidade de trabalho, há

um fator central em todo este processo: a


formação.
Uma realidade que cruza cada vez mais com a
crescen- te exigência por parte das empresas ao nível
do recruta- mento.
10 Este foi o alerta emitido aos cerca de 200 jovens

alunos, professores e diretores de escolas públicas


e de escolas profissionais, que marcaram presença Com um reforço das competências qualificativas,
na Conferência “Ensino Profissional: Competências para além das quantitativas, hoje o ensino
do futuro”, levada a cabo pelo jornal “Região de profissional aposta cada vez mais em adequar o
Leiria”, no auditório da Escola desenho curricular proposto aos jovens, às empresas e
15 Superior de Tecnologia e Gestão de Leiria.
às necessidades do tecido eco-
Com índices de empregabilidade muito elevados, 30 nómico e social. Esta é a opinião dos quatro oradores.
como foi afirmado pelos quatro oradores Para Ana Penim, administradora delegada do Instituto
intervenientes na con- ferência, o ensino profissional de Ne- gócios e Vendas, as escolas profissionais
público e privado tem sido, ao longo dos anos, alvo de públicas e priva- das devem centrar as suas
evoluções e inovações, princi- atenções nos alunos e estes, por sua vez, devem ter
20 palmente desde há quatro anos. Fundado em 1889, o
a noção de que “no mercado atual
ensi- no profissional foi “o protagonista da 35 não basta parecê-lo, temos de sê-lo.”
mudança”, como frisa José Luís Presa, presidente da
in www.gustaveeiffel.pt/Downloads/eventos/
Associação Nacional de Escolas Profissionais, uma vez J_Leiria-Reportagem.pdf (texto adaptado,
que esta “alternativa ao sistema regular de ensino” consultado em dezembro de 2016).
sempre contou com o apoio de
25 atores locais, como autarquias e sindicatos.

1. Selecione a opção correta, de acordo com o sentido do texto.

1.1 O texto é uma reportagem porque


[A] está disposto graficamente em duas colunas.
[B] transmite a opinião de quem escreve.
[C] noticia um acontecimento, apresentando testemunhos de intervenientes.
15
P oe s i a T r o v a d o r e s c a

1.2 A utilização de aspas na linha 13 deve-se


P R O F E S SO R [A] à reprodução das falas de um dos oradores.

1. [B] ao título de um artigo publicado pelo jornal “Região de Leiria”.


[C] à designação da conferência promovida pelo jornal “Região de Leiria”.
Leitura

1.1 [C] 1.3 Os quatro oradores intervenientes partilham a opinião de que


1.2 [C] [A] a Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Leiria tem índices de
1.3 [B] empre- gabilidade muito elevados.
1.4 [A]
[B] os índices de empregabilidade são muito elevados nas escolas profissionais.
Gramática
[C] o ensino profissional público tem índices de empregabilidade mais
1.1 eleva- dos que o ensino profissional privado.
a. Complemento direto.
b. Complemento
agente da passiva.
1.4 O ensino profissional aposta essencialmente
c.Sujeito.
d. Predicativo do sujeito.
[A] na adequação do ensino às necessidades do mercado de trabalho.
e. Complemento oblíquo. [B] na preparação dos alunos para apoiar as autarquias e os sindicatos.
1.2 Oração
subordinada adverbial [C] no reforço da quantidade de matérias a lecionar.
causal.
1.3 Pretérito
perfeito composto do
indicativo.
GR A M Á T I C A
1.4 Palavra derivada
por sufixação.
1. Tenha em atenção as seguintes passagens textuais selecionadas do texto.
a. “Esta é a questão base que qualquer profissional deve colocar a si
Escrita
próprio atualmente, quando enfrenta pela primeira vez o mercado de
Resposta de caráter trabalho.” (ll. 2-4)
pessoal, contudo os alunos
podem referir os seguintes b. “como foi afirmado pelos quatro oradores intervenientes na conferência.” (ll. 16-18)
aspetos:
Introdução: a escola é c. “o ensino profissional público e privado tem sido, ao longo dos anos,
um instrumento alvo de inovações e evoluções, principalmente desde há quatro anos.”
privilegiado na promoção
pessoal, social e (ll. 18-20)
profissional.
d. “Fundado em 1889, o ensino profissional foi o protagonista da mudança.” (ll. 20-21)
Desenvolvimento: contacto
com pessoas de todas as e. “uma vez que esta ‘alternativa ao sistema regular sempre contou com o
classes sociais, aprendizagem
de vários valores, entre apoio de atores locais’” (ll. 23-25)
os quais os de cidadania;
desenvolvimento de 1.1 Indique as funções sintáticas desempenhadas pelas expressões sublinhadas.
competências e aquisição de
habilitações para o exercício
de uma profissão no futuro.
1.2 Classifique a oração da alínea e.
Conclusão: pelo exposto,
a escola torna-nos pessoas 1.3 Indique o tempo e o modo da forma verbal “tem sido” (l. 18) .
mais conscientes, mais
bem formadas e melhores 1.4 Designe o processo de formação da palavra “atualmente” (l. 3) .
cidadãos.

ESCRITA

Para uns, a escola é mal-amada; para outros, é uma fonte de saber e permite a
abertu- ra de janelas para o mundo.

Elabore um texto, de 100 a 140 palavras, exprimindo a sua opinião sobre a


importância da escola para a formação dos jovens. Deve respeitar a seguinte
estrutura tripartida:
• introdução − apresentação sucinta do tema e da posição assumida;
• desenvolvimento − defesa da posição por meio de apresentação de duas razões;
• conclusão – fecho do texto e considerações finais.
16
MÓDULO

1
1. Poesia Trovadoresca
PARA CONTEXTUALIZAR | PARA INICIAR

PARA DESENVOLVER
Educação Literária
Poesia trovadoresca
• Cantigas de amor
• Cantigas de amigo
• Cantigas de escárnio e maldizer
Leitura
Exposição sobre um
tema Apreciação crítica
Artigo de divulgação científica
Escrita
Exposição sobre um tema
Oralidade [Comprensão/Expressão Oral]
Reportagem [Compreensão do Oral]
Gramática
Evolução do português [Aprender/Aplicar]
Fonética e fonologia/etimologia [Aprender/Aplicar]
• Formação de palavras
• Conectores
• Subordinação
• Funções sintáticas
• Classe de palavras
• Referente
• Processos fonológicos
• Étimo
• Pronome pessoal em adjacência verbal
PARA SABER | PARA VERIFICAR | PARA RECUPERAR | PARA AVALIAR
PARA CONTEXTUALIZAR

476 1096 1143 1261 1308 1325


Queda do Império Concessão do condado Fundação Nascimento do Transferência da Morte
Romano Portucalense a Henrique da nacionalidade rei poeta D. Universidade para de D. Dinis
no Ocidente – de Borgonha por Afonso portuguesa Dinis Coimbra
início da Idade VI de Leão e Castela
Média

Os valores culturais da Idade Média Elaborado a partir de Maria de Lurdes Rosa, "Sagrado, devoções,
religiosidade", in José Mattoso (dir.), História da vida privada em Portugal,
Idade Média, vol. I, coordenação de Bernardo Vasconcelos
• A cultura na Idade Média cingia-se a um grupo e Sousa, Lisboa, Temas e Debates, 2011, p. 376.
social privilegiado: o clero.
• A minoria clerical controlava a produção e a
reprodu- ção de texto escrito, geralmente de teor
religioso: Bíblia e as
5 obras de Santo Agostinho.

• Os membros do clero mais categorizados


viajavam bas- tante (sobretudo nos séculos XIII e XIV),
comunicando em latim, que era língua da escrita,
sendo utilizada em várias nações.
Elaborado a partir de José Mattoso, O essencial sobre a
cultura medieval portuguesa: séculos XI a XIV,
Lisboa, Imprensa Nacional-Casa da Moeda,
1985, p. 3.

A religião na sociedade medieval


• A Igreja montou e geriu aquilo a que
poderíamos cha- mar uma visão do mundo
exclusivamente confessional.
• A religião confundia-se com a própria sociedade,
es- tando presente na esfera pública (procissões) e
privada (ora-
5 tório privado e o convento de clausura).

• A prática cristã dominava todas as fases da


vida: do nascimento, marcado pelo batismo, até à
morte.
• O mundo do Além estava sempre presente:
quer nas orações pelos mortos quer nos pedidos de
intercessão aos
10 santos.
A nação portuguesa e a - pela peste negra, que dizimou grande parte da
popula- ção adulta, originando um salto de gerações;
evolução da língua - pelas guerras de D. Fernando e de D. João I com Castela,
15 que perturbaram o equilíbrio político.
• Alguns autores separam o galego
do português muito cedo, por altura da • A nobreza da primeira dinastia, que tinha ajudado
fundação do reino de Portugal, enquanto D. Afonso Henriques a fundar o reino e a governá-lo
outros defendem que essas línguas constituem durante séculos, toma o partido de D. Beatriz, filha de
uma única até aos nossos dias. D. Fernando, o que resultou na perda da guerra e do
5 • Os trovadores – galegos, portugueses e castelhanos – poder.
escreviam todos na mesma língua, artificial,
20
• Uma nova nobreza, que recebe terras e poder económico.
e não neces- sariamente a que cada um • Lisboa torna-se a capital do país, perdendo o
falava. Trata-se de uma língua literária, norte do país a sua influência.
usada pelos poetas. • A língua portuguesa atinge o fim do seu
• A separação definitiva entre o galego e o período de formação e de crescimento.
português Elaborado a partir de Ivo Castro, Introdução a
10 ocorreu a partir do século XV.
história português [2004], 2.a ed., revista e muito ampliada,
Lisboa, Colibri,
• O processo de evolução da língua foi 2006, pp. 76-77.
influenciado:

18
PARA INICIAR

C OMPREENSÃO DO OR AL

Visione e escute atentamente um excerto de uma reportagem transmitida pela


SIC.

1. Tendo em conta a informação recolhida, selecione a opção correta.

1.1 A peça jornalística refere-se a uma situação que


[A] já aconteceu.
Viagem Medieval
[B] está a acontecer. em Terra
de Santa Maria
[C] vai acontecer.
PROFE S SOR
1.2 A situação retratada diz respeito a uma manifestação
[A] cultural.
Vídeo
[B] social.
“Viagem Medieval
[C] militar. em Terra de Santa Maria”

1.3 A peça jornalística foca Oralidade


1.1; 1.4; 1.5; 1.6; 1.7
[A] as várias atividades que o evento proporciona.
[B] a comparação entre este evento e outro do mesmo género. 1.1 [B]; 1.2 [A]; 1.3 [C]
2
[C] um acontecimento específico do evento. a. F – Todos os anos a
viagem medieval destaca
um reinado diferente.
Proceda, agora, a um segundo visionamento da reportagem. b. F – O acampamento
foi cedido por D. Afonso IV.
João da Maia era o
2. Registe como verdadeiras ou falsas as afirmações seguintes. Corrija as falsas. responsável pelo
a. A Viagem Medieval em Santa Maria da Feira é um acontecimento que, acampamento.
c.V
anual- mente, reconstitui o reinado de D. Afonso IV. d. V
e. F – Há voluntários,
b. Um dos acontecimentos retratados nesta Viagem Medieval diz respeito como o caso da
ao acampamento cedido por João da Maia a um conjunto de fidalgos e de entrevistada, que
participam pela primeira vez
militares. no espetáculo.
f.V
c. Durante o espetáculo, assiste-se à simulação de um ataque ao
3.
acampamento conduzido por mercenários. a. jornalístico
b. informar
d. O assalto ao acampamento tem-se revelado como um dos pontos altos c.atualidade
da Via- gem Medieval. d. profunda
e. local
e. Os voluntários têm, todos eles, grande experiência de participação nestes f.depoimentos
espe- táculo. g. intervenientes

f. Apesar de voluntários, estes intervenientes tiveram formação técnica.

3. Sistematize as marcas próprias deste género jornalístico, selecionando a


opção que lhe permite obtê-las.
A reportagem é um género a. (jornalístico/literário), cuja finalidade é
b. (deleitar/informar) o público sobre um acontecimento do(a) c.
(atua- lidade/passado) com interesse mediático. Trata, normalmente, a
informação de uma for- ma mais d.
(superficial/profunda), cobrindo um evento e. (local/interna-
cional), recorrendo a f. (depoimentos/memórias) de vários g. (escritores/
intervenientes).

BLOCO INFORMATIVO – p. 283


19
P oe s i a T r o v a d o r e s c a

LEITUR A
Leia o texto a seguir apresentado.

Feiras medievais
As feiras medievais correspondiam a uma das
institui- ções mais curiosas do período medieval; a
sua função económica consistia fundamentalmente na
localização, em prazos e termos determinados, de
produtores, consu-
5 midores e distribuidores, corrigindo assim a falta de
comu- nicações fáceis e rápidas.
Quase todas as feiras se realizavam em épocas
relacio- nadas com festas da Igreja: no local onde se
faziam existia uma paz especial, a paz de feira, que
proibia toda a dispu-
10 ta ou vingança, ou todo o ato de hostilidade, sob penas
severas em caso de transgressão.
A primeira menção duma feira portuguesa Feira medieval de Lendit, in Grandes Crónicas de França, Jean Fouquet,
século XIV.
nitidamen- te diferente do mercado local é a que
20 Entre os privilégios que mais favoreceram o
vem registada no Foral de Castelo Mendo, de 1229,
desenvol- vimento das feiras, cumpre mencionar o
e que se realizava
que isentava os feirantes do pagamento de direitos
15 três vezes no ano e durante oito dias de cada vez.
fiscais (portagens e costumagens). Às que
Todos os que a ela acorressem, tanto nacionais como
usufruíam desta regalia deu-se o nome de feiras
estrangei- ros, teriam segurança desde oito dias antes
francas.
até oito dias depois da feira, na ida e na volta, contra
in http://concelho-sernancelhe.planetaclix.pt/Feira_Aquilinia-
qualquer respon- sabilidade civil ou criminal que
na-2004-03.html (adaptado, consultado em fevereiro de
pesasse sobre eles. 2017).

1. Selecione a opção correta.


P R O F E S SO R
1.1 O objetivo principal deste texto é
Leitura
7.1; 7.2; 7.4; [A] transmitir informação. [C] expressar uma opinião.
8.1
[B] apresentar um ponto de vista. [D] apresentar um conjunto de sugestões.
1.1 [A]
1.2 [C] 1.2 O texto é predominantemente
1.3 [D]
1.4 [C] [A] narrativo. [C] expositivo.
1.5 [D]
[B] argumentativo. [D] conversacional.

1.3 O texto apresenta marcas de


[A] discurso pessoal. [C] clareza e subjetividade.
[B] lirismo. [D] clareza e objetividade.

1.4 O texto apresenta uma linguagem predominantemente


[A] conotativa. [C] denotativa.
[B] metafórica. [D] simbólica.

1.5 Pelas características atrás identificadas, podemos concluir que estamos perante
[A] uma síntese. [C] um texto de opinião.
[B] um texto de apreciação crítica. [D] um texto expositivo.

20
LEITUR A
Leia o texto de apreciação crítica abaixo e responda, de seguida, aos itens
apresen- tados.

Pela liberdade, na Idade Média 1


trevas, escuridão; estado
de completa ignorância
2
afirmar ou crer em algo
O Nome
Nome da deUmberto
Rosa,de
daRosa, Umberto Eco,
Eco, Lisboa:
Lisboa Difel,
Difel,2004,
2004,506
506 como sendo verdadeiro e
pp. pp. indiscutível
Este foi o romance que deu a 10

conhecer Umberto Eco ao grande O


público, constituin- do um enorme êxito
de vendas em Portugal desde que foi t
publicado pela primeira vez, e
5 e continua ainda a ser uma obra m
bastante popular. E não é de espantar: a
escrito com imenso humor, o romance
dá-nos a conhe- cer de uma forma c
expressiva o que era viver num mosteiro e
medieval. n
t
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a
l

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e apresenta-se c
s como um livro o
t 20 de detetives: n
u uma série de h
d misteriosas e
o mortes c
afetam um i
e mosteiro e o m
protagonista e
d tem por n
e missão t
descobrir a o
e verdade, um
n pouco ao –
s estilo de t
i Sherlock o
n Holmes. […] d
o Entretanto, o o
, leitor fica s
a preso da e
l primeira à s
i última página, t
v precisamente e
r para saber s
e como se e
resolve o l
c mistério. […] e
i A m
r imaginação e
c fervilhante n
u do autor t
acaba por
l o
vezes por
a ser s
ç labiríntica, f
ã levando a a
o que z
25 quase se e
d perca o fio da m
o história. Mas
conhecimento. [Numa época] mergulhada a bondosa d
em obscurantismo1 durante séculos, os relação do e
mos- teiros cristãos constituíam fortalezas protagonista s
onde o conhecimento era preservado com com o seu t
imensas dificuldades. Dado a inexistência discípu- lo, a e
da imprensa, os livros tinham de ser sua defesa da
copiados à mão por racionalidade r
15 monges dedicados; em consequência, os livros eram como límpida e sem o
bastante raros e de difícil acesso. […] Evidentemente, potencialme cedências, a m
havia outros obstáculos à livre circulação do nte oposição ao a
conhecimento, na Idade Média, além do problema perigoso. O dogmatismo n
tecnológico de não existir ainda a imprensa. Um dos romance de que procurava c
mais impor- tantes, tema central deste livro, era o Umberto fazer paralisar e
dogmatismo2 religioso, que encarava o conhecimento Eco o
uma experiência inesquecível. encarava o f
conhecimento, a
como z
Desidério Murcho, in http://criticanarede.com/lds_nomedarosa.html potencialmen e
(consultado em janeiro de 2015, adaptado). te perigoso. r
2. “os p
mosteiros a
cristãos r
constituía a
1. O autor deste artigo faz uma apreciação crítica l
m
de uma obra. Complete os tópicos que se seguem fortalezas s
PRO a
com dados do texto. FE S
onde o
conhecime r
a. Titulo da obra e autor S OR nto era o
preservad c
b. Época e local onde decorre a ação L o”; “os o
e livros n
c. Duas características da época retratada i tinham de h
t ser e
u copiados à c
1. O Nome da Rosa revela o papel do clero na i
r mão por
reprodução de livros e na divulgação de a monges m
conhecimento. Comprove a afirmação com dedicados”; e
“dogmatismo n
exemplos textuais. 7
que t
.
procurava o
1

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. 21
2
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b.
Idade
Média,
mosteir
o
mediev
al.
c.Os livros eram
raros e
de difícil
acesso;
inexistência
da
imprensa;
falta de
circulação do
conheciment
o,
dogmatism
o religioso,
que
P oe s i a T r o v a d o r e s c a PARA DESENVOLVER

PROFE S SOR
INFORMAR
Leitura/Educação
Literária
8.1; 15.1
Leia os tópicos apresentados abaixo e resolva a atividade proposta na página seguinte.

TEXTO A
Apresentação
Poesia trovadoresca A poesia trovadoresca
– Contextualização
histórico-literária • A poesia galego-portuguesa é um marco relevante na Idade Média
Europeia.

• Está compilada em três grandes cancioneiros profanos – Cancioneiro da


Ajuda
(CA); Cancioneiro da Biblioteca Nacional (CBN) e Cancioneiro da Vaticana (CV).

• É, inicialmente, da autoria dos trovadores (trobadors) provençais,


que adotam como língua literária a língua d’oc, sendo Guilherme, IX Duque
da Aquitania e VII Conde de Poitiers (1071-1127), o primeiro trovador
de que há notícia.

• Nascida na corte requintada da Provença (sul de França), é a poesia da


fin’amors
(um amor puro, idealizado e fiel).

• Espalha-se pela Europa, para as cortes do Norte da França,


Inglaterra, Sicília, Itá- lia, Alemanha, atravessa os Pirenéus, fixa-se na
Catalunha e no reino de Aragão e atinge a região galego-portuguesa
(século XII), onde se encontra e entrecruza com uma poesia indígena
(nativa).

• É do encontro de duas linhas poéticas, uma estrangeira, refletida


nos cantares de amor, a outra peninsular (indígena), espelhada nas
cantigas de amigo (e também nas cantigas de natureza satírica), que
resultam as composições reu- nidas nos três cancioneiros profanos
referidos acima.
Elaborado com base em Aida Fernanda Dias, História crítica da literatura
portuguesa. A Idade Média, vol. I, Lisboa, Editorial Verbo,
1998, pp. 99-100.

TEXTO B
Cantiga
Manuscrito
do Cancioneiro da Ajuda, séc • O termo cantiga é de uso geral na Arte de Trovar do Cancioneiro da
XIII. Bibliote- ca Nacional de Lisboa, utilizando-se também o termo cantar com
o mesmo significado.

• As cantigas ou cantares são composições constituídas por letra e


música, es- tando estas interligadas.

• Apresentam quatro tipos de classificação (géneros): cantigas de


amor e can- tigas de amigo, de conteúdo amoroso, e cantigas de
escárnio e cantigas de maldizer, de conteúdo satírico e burlesco.
Elaborado com base em Giulia Lanciani e Giuseppe Tavani (org. e
coord.), Dicionário da literatura medieval galega e portuguesa, trad.

22
J pp. 132-133.
o
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1
9
9
3
,

23
TEXTO C
Os agentes difusores da poesia trovadoresca
Trovadores, jograis e jogralesas ou soldadeiras dão vida à arte de trobar,
princi- palmente nas cortes e nas casas dos grandes senhores, mas também
na praça, para um público mais vasto e de outra condição social.
• O trovador é um nobre que compõe os seus textos e que apenas
os executa por um prazer pessoal ou por um ato de galanteria para
com as damas.
• O jogral é executante, difusor de textos alheios e próprios.
• A jogralesa trabalha ao lado do jogral, dançando e cantando, ao
som de instru- mentos por ele tangidos, ou tocando ela própria.
Elaborado a partir de Aida Fernanda Dias, História crítica da literatura
portuguesa. A Idade Média, vol. I, Lisboa, Editorial Verbo,
1998, pp. 102-103.

1. Associe cada elemento da coluna A ao da coluna B que lhe completa o


sentido. PROF E S SOR

Coluna A Coluna B 1.
[A] A lírica trovadoresca [1] acompanhava o jogral, executando [A] – [3]
um instrumento e dançando. [B] – [5]
[B] Esta arte de trovar, posteriormente, [2] cantavam e tocavam em [C] –
praças públicas, para o [9]
[C] O cantar de amor provençal povo. [D] – [7]
[E] –
[D] O trovador, de origem nobre, [3] teve origem na Provença. [10]
[F] – [8]
[E] O jogral [4] abordam o tema do amor.
[G] –
[5] espalhou-se pelas cortes e [12]
[F] As cantigas características da lírica [H] – [4]
grandes casas senhoriais
trovadoresca [I] – [11]
europeias.
[G] A cantiga de amigo [J] – [1]
[6] é francês (da Provença).
[k] – [6]
[H] Os cantares de amor e de amigo [7] compunha a letra e a música [L] –
das cantigas que também [13]
[I] A sátira e a crítica a executava. [M] – [2]
costumes e personagens
[8] encontram-se reunidas em
três cancioneiros profanos. 2.
[J] A jogralesa
à semelhança da
[9] chegou, finalmente, ao noroeste
[K] O primeiro trovador de que há registo peninsular no século XII. cantiga de c. ,
[L] O público a quem se destinavam [10]tocava, acompanhando o trovador. que, no entanto,
estas composições poéticas é de origem d. .
[11] estão presentes nas cantigas
[M] Para além das cortes e das casas de escárnio e de maldizer. Já as cantigas de
senhoriais, os trovadores e os
jograis [12] é de origem peninsular. e. e de maldizer
[13] é a nobreza. são de conteúdo
f.
g. .

2. Complete as seguintes frases.


A cantiga de amigo é de origem a. e o seu conteúdo é de tema b. ,
a. peninsular/indígena
b. amoroso
c.amor
d. provençal
e. escárnio
f.satírico
g. peninsular/indígena
P oe s i a T r o v a d o r e s c a

E X P R E S S ÃO OR AL

Observe a imagem apresentada e leia, de seguida, o trecho de Arte de Trovar.

P R O F E S SOR
E porque algunas cantigas i ha em que falam eles […]
Oralidade
1.1; 1.4; 4.1; 4.2; 4.3;
é bem de entenderdes se som d’amor […]
5.3; 5.4 CBN, Arte de Trovar, IV, in Aida Fernanda Dias, História crítica da literatura portuguesa. A Idade Média, vol. I, Lisboa, Editori

1. Os alunos podem
focar vários aspetos:
–presença de uma
jogralesa, de um jogral:
ambiente cortês, palaciano, a
execução musical de uma Iluminura do cancioneiro da
cantiga; um nobre que ajuda (nobre, bailadeira com
assiste ao “concerto”; castanholas, jogral com saltério
–cantiga de amor. trapezoidal).

1. Exponha, agora, oralmente, num discurso de 2-3 minutos:


• três aspetos presentes na imagem que se relacionem com as características da
poe- sia trovadoresca (vide pp. 22-23);
• o tipo de cantiga que poderia estar a ser interpretada.

INFORMAR

Leia atentamente o texto que se segue e responda ao questionário da página seguinte.

A figura feminina nas cantigas de amor


No centro desta manifestação cultural poético-musical, e logo desde a
primeira metade do século XIII […], o lugar de destaque é ocupado por uma
mulher à qual são atribuídas as mais altas qualidades […]. Com efeito, a
mulher cantada pelo trovador é apenas a “senhor fremosa”, a de “melhor
falar e parecer”, a de “melhor
5 semelhar”, a “senhor ben talhada”, ou, nos casos mais palavrosos, a de “bon

prez1, bem falar, bon sen2 e parecer” e também a “mais mansa e de mui
melhor doairo3 e melhor talhada”. Simples constatação de uma
sobrevalorização onde a pobreza do vocabulário é notória […].
Perante a figura de uma mulher assim delineada, o trovador coloca-se numa
10 postura submissa, semelhante à do vassalo perante o seu senhor […].

Definidas à partida as respetivas posições, o homem dá largas à sua voz


cantando o seu esta- do de infelicidade amorosa, iniciado no momento em
que a viu pela primeira vez e prolongado pelos sinais da não
1
virtude, honra
2
senso, razão,
correspondência por parte da dama, temendo que ela o repudie e obrigue a
juízo afastar-se assim que se inteirar da sua inclinação
elegância, graça 15 amorosa, e desejando por fim apenas ficar junto dela para a ver, para lhe
3

falar, ou tão-somente ouvir a sua voz.


António Resende de Oliveira, O trovador galego-português e o seu mundo,
Lisboa, Editorial Notícias, 2001, pp. 23-24.

24
Cantigas de amor

1. Complete as frases, estabelecendo as relações corretas entre os elementos da


PROF E S SOR
co- luna A e os da coluna B.
Leitura/Educação
Literária
7.1; 7.4; 8.1; 8.2; 15.1; 16.1
Coluna A Coluna B
[A] Com a expressão “manifestação [1] que os trovadores são formalmente 1.
cultural poético-musical” (l. 1), o pouco originais na construção do [A] – [4]
enunciador refere-se retrato feminino. [B] – [5]
[B] A mulher elogiada nas cantigas de [2] de não ser correspondido pela [C] –[3]
amor amada, contentando-se apenas em [D] – [6]
[C] Com a expressão “melhor falar estar na sua presença. [E] – [1]
e parecer” (l. 4), [F] – [2]
[3] o trovador caracteriza a mulher
[D] Ao descrever a dama com a como sendo culta e bela. 2.
expressão “bon sen” (l. 6), a. amoroso
[4] à cantiga de amor.
[E] Ao mencionar “a pobreza do vocabulário”, b. mulher
(ll. 7-8), o enunciador pretende realçar [5] é a “senhor” e pertence à nobreza. c.indiferença
[F] A partir do segundo parágrafo, o d. submisso
[6] o trovador valoriza as qualidades e. vassalo
autor pretende salientar o facto de,
morais da figura feminina. f.angustiado/atormentado
na cantiga de amor, o sujeito
g. correspondência
poético ter receio
h. senhor
i.dama
2. Complete o quadro abaixo, tendo em conta a informação veiculada pelo texto j. idealizada
lido e a atividade anterior. k. qualidades
l.psicológicas

Cantigas de Amor

Principais Caracterização Caracterização


linhas temáticas do sujeito poético da figura feminina

• Sofriment É d. , É uma i. altiva,a


o a. com um distante,extremamente
causado pela visão da comportamento te j. , a quem sãoão
b. , pela sua semelhante ao de um atribuídas as m aisis
c. ou pela
e. face ao altas k. físicas,
s,
possibilidade de rejeição. seu senhor, totalmente l. e soci ais.
is
• Elogio dependente da
superlativado da amada e que, por
amada. isso, vive
f.
,
temendo a não
g. amorosa
ou a indiferença da
sua “h. ”.
P ao de sr ei aATnrtoóvnaidooVr ei es icraa

ESCRITA

TEXTO EXPOSITIVO (EXPOSIÇÃO SOBRE UM TEMA)


Leia o seguinte texto e atente nas passagens destacadas e nas ideias-chave.

Título
Delimita o tema com A sociedade portuguesa no século XIII
objetividade.
A sociedade portuguesa do século XIII é formada por três grupos, com
1.O Parágrafo
Introdução direitos e deveres diferentes: a nobreza, o clero (grupos privilegiados) e o
Identificação e povo, o grupo mais desfavorecido, que executava todo o tipo de trabalho e
caracterização do objeto.
pagava impostos.
2.O Parágrafo
Desenvolvimento A nobreza tinha sobretudo funções guerreiras. Participava com os seus exércitos
Nobreza (tópico 1): 5 na Reconquista, ao lado do rei, recebendo em troca rendas e terras.
Atividade dominante.
O senhorio era pois a propriedade de um nobre na qual viviam
camponeses livres e servos. […] O senhor tinha grandes poderes sobre
3.O Parágrafo –
Nobreza quem vivia no senho- rio: cobrar impostos, fazer justiça, ter um exército
Direitos e privilégios; privado... Quando não estava em guerra, o senhor nobre dedicava-se a dirigir
atividades lúdicas
(desportivas e culturais). o senhorio e a praticar exercícios físicos
10 e militares. Organizava festas e convívios onde, para além do banquete, se
4.O Parágrafo
tocava, cantava e dançava. Estas festas eram animadas por trovadores e
Clero (tópico 2) jograis. Jogava-se xadrez, cartas e dados.
Função principal, direitos
e privilégios. Tal como a nobreza, o clero era um grupo social privilegiado. Tinha a
função de prestar assistência religiosa às populações. Tinha grandes
propriedades que lhe
5.O Parágrafo 15 haviam sido doadas pelo rei ou por particulares e não pagava impostos. Tal
Clero
A vida nas ordens como a nobreza, exercia a justiça e cobrava impostos a quem vivia nas
religiosas e outras suas terras. […]
funções (didáticas,
culturais, médicas No mosteiro, para além de cumprirem as regras impostas pela ordem a
e bélicas).
que per- tenciam, os monges dedicavam-se ao ensino, à cópia e feitura de
livros, à assistên- cia a doentes e peregrinos. Em algumas ordens religiosas,
6.O Parágrafo
os monges dedicavam-se
Povo (tópico 3)
Atividade principal, 20 também ao trabalho agrícola nas terras do mosteiro. Noutras, eram militares,
deveres, formas tendo combatido contra os Mouros.
e condições de vida
precárias. A maioria dos camponeses vivia nos senhorios, trabalhava muitas horas,
de sol a sol, e de forma muito dura. Do que estes produziam, uma grande
7.O Parágrafo parte era entregue ao senhor, como renda. Deviam ainda prestar-lhe outros
Povo serviços, como a reparação
Atividades religiosas
e lúdicas em que
25 das muralhas do castelo, próximo do qual viviam, em aldeias. Moravam em
participava ativamente casas pequenas, de madeira ou pedra, com chão de terra batida e telhados
ou como assistente.
de colmo. Estas casas tinham apenas uma divisão. […]
Enquanto trabalhavam, também cantavam. Celebravam-se em todo o país
8.O Parágrafo as grandes festas religiosas que incluíam o repicar dos sinos, as procissões, as
Conclusão feiras,
Hierarquização da
sociedade medieval
30 as refeições coletivas e os bailes. Depois da missa, ou da procissão, dançava-
e a influência da guerra se e cantava-se nos terreiros das igrejas onde também se realizavam vendas.
nesta organização Por vezes, a plebe podia assistir a alguns espetáculos que os nobres
social.
organizavam. Os mais frequentes eram as competições militares.
Concluímos assim que, durante o século XIII, a sociedade portuguesa se encon-
35 trava dividida em classes, que possuíam mais ou menos privilégios. Esta
hierarqui- zação condicionou as ocupações e os divertimentos dos diferentes
grupos, tido a guerra e as expedições militares uma forte influência nesta
tendo estruturação.
in http://hgp5.blogs.sapo.pt/998.html (texto adaptado, consultado em dezembro de 2016).

26
P oe sia T r o v ador e s c a Cantigas de amor
Cantigas de amor – A coita de amor e o elogio cortês

O texto expositivo assume um caráter demonstrativo, configurando uma PROFE S SOR


elucidação/ explicação sobre um(a) tema/ideia, apresentando objetividade e
concisão. Sugestões de filmes,
cuja intriga se passa na
Para escrever um texto deste género, deverá atentar em algumas orientações nas época medieval:
três fases essenciais: (1) fase preparatória, (2) fase da redação e (3) fase da O reino dos céus, Ridley Scott;
Robin Hood, Ridley Scott;
revisão. O Físico, Philipp Stölzl;
O Nome da Rosa, Jean-
-Jacques-Annaud.
COMO ESCREVER UM TEXTO EXPOSITIVO

1. Fase preparatória
Guiões de visionamento
• escolher um tema sobre o qual exista informação pertinente, de modo a de filmes
selecionar um aspeto específico;
Escrita
• pesquisar informação e selecionar adequadamente fontes, considerando o seu 10.1; 11.1; 12.1; 12.2; 12.3;
grau de confiabilidade, como por exemplo livros e textos críticos de autores com 12.4
provas dadas, jornais e revistas com credibilidade;
Tópicos de resposta:
• colocar notas nas fontes usadas bem como registar as datas e as estatísticas
Introdução:
para comprovar os dados e anotar os dados bibliográficos; -Localização temporal
da Idade Média (séculos V
• selecionar os aspetos a contemplar no texto; a XV).
• planificar o texto, organizando os tópicos selecionados. -Estratificação social –
divisão da sociedade
em classes, que
2. Fase da redação apresentavam
bastantes diferenças ao nível
• identificar o assunto/a ideia que vai ser explorada, no primeiro parágrafo; das atividades lúdicas.
• organizar sequencialmente os dados recolhidos e selecionados; Desenvolvimento:
-Nobreza: torneios, caça,
• exemplificar/justificar os aspetos registados; festas nos castelos
com a presença de
• empregar corretamente os conectores do discurso; músicos e
dançarinos, serões na corte.
• indicar corretamente as citações e/ou as fontes utilizadas. -Clero: participava em
muitas das atividades
3. Fase da revisão lúdicas da nobreza.
-Povo: a dança, a música,
• ler o texto elaborado para perceção da sua coerência interna e coesão romarias e festas populares.
textual; Conclusão: A importância
• corrigir gralhas ao nível da ortografia, da acentuação e da pontuação; dos divertimentos na
organização da sociedade
• verificar a contemplação das orientações fornecidas (se as houver), medieval: acentuação
da estratificação social,
nomeadamente ao nível do número de palavras requerido. contribuição para o
conhecimento da cultura e
da forma de viver
ESCREVER UM TEXTO EXPOSITIVO medievais.

Desde sempre, o ser humano procurou formas de se divertir.


Proceda a uma pesquisa e redija um texto expositivo, de 120 a 150 palavras, no
qual exponha os diferentes tipos de divertimentos característicos da Idade Média.
Siga o plano orientador que se apresenta.
• Introdução – contextualização temporal da Idade Média e breve
caracterização deste período.
• Desenvolvimento – demonstração dos diferentes tipos de divertimentos
associa- dos às diferentes classes sociais e a sua importância na organização
da sociedade medieval.
• Conclusão – síntese das principais ideias.
BLOCO INFORMATIVO – p. 283
27
P oe sia T r o v ador e s c a
Cantigas de amor – A coita de amor e o elogio cortês

EDUCAÇÃO LITERÁRIA

FIXAÇÃO DE TEXTO
As composições Leia a cantiga de amor de autoria do rei D. Dinis.
poéticas têm como
fixação de texto:
Elsa Gonçalves Quer'eu em maneira de proençal
(apresentação crítica,
seleção, notas Quer’eu em maneira de DOM DINIS
e sugestões para análise 1261-1325
literária) proençal1 fazer agora um
Para além de ter
e Maria Ana Ramos cantar2 d’amor, reinado durante 46 anos,
(critérios de transcrição, e querrei3 muit’i4 loar5 mia senhor6 foi o poe- ta medieval
nota linguística mais fecundo. Temos
e glossário), A lírica a que7 prez8 nem fremosura nom fal9, hoje conhecimen- to de
galegO-PORTUGUEsa, 5 nem bondade; e mais vos direi 137 cantigas da sua
Lisboa, Editorial autoria: 73 de amor, 54
Comunicação, 1983. ém10; tanto a fez Deus comprida de amigo e 10 de
Excetuam-se as de bem11 que mais que todas las do maldizer.
composições das mundo val.
páginas 30 (cantiga B),
37 e 40, que têm como
fixação de texto: Ca12 mia senhor quizo13 Deus fazer
Mercedes Brea tal, quando a fez, que a fez
(coord.); Lírica
profana galego- sabedor14
-PORTUGUEsa, vols. I e II, 10 de todo bem e de mui gram
Santiago de
Compostela, Xunta de
valor, e com tod’est[o]15 é mui
Galicia, 1996. comunal16 ali u deve17; er18 deu-lhi
bom sém19, e desi20 nom lhi fez
pouco de bem
quando nom quis que lh’outra foss’igual.

15 Ca em mia senhor nunca Deus pôs


PROFE S SOR
mal, mais21 pôs i prez e beldad’e
Educação Literária loor22
14.2; 14.3; 14.4; 14.7; e falar mui bem, e riir
14.8; 15.1; 16.1
melhor que outra molher;
1. O elogio da dama à
desi é leal
maneira provençal "e muit’, e por esto nom sei oj’eu quem
querrei muit'i 20 possa compridamente 23 no seu

bem falar, ca nom á, tra-lo24 seu


bem, al25.
Dom Dinis, B 520/V 123.
loar mia senhor" (v. 3). g. sensata − “er deu-lhi bom sém" (v. 12).
2. Características físicas: 3. O trovador evidencia as qualidades morais da mulher, como forma de a destacar
a. bela − “mais pôs i de todas as outras e de a apresentar como muito superior a ele próprio.
prez e beldad’e loor”
(v. 16).
Características
psicológicas:
b. honrada − “a que
prez […] nom fal” (v. 4).
c. bondosa − “a que prez
nem fremosura nom fal, /
nem bondade”
(vv. 4-5). d. virtuosa −
“tanto a fez Deus comprida
de bem” (v. 6). e. valorosa
− “e de mui gram valor” (v.
10). f. sociável
− “e com tod’est[o] é mui
comunal / ali u deve” (vv. 11-
12).
28
1
em à qual, a quem; 8 virtude, honra, mérito; 9 falta; 10 dela, isto é, da “mia senhor”; 11 tanto a feZ Deus
man comprida de bem: Deus fê-la perfeita; 12 porque; 13 quis; 14 sabedora; 15 e com tod'est[o]: e apesar
eira de tudo isto; 16 sociável, afável; 17 ali u deve: quando deve [sê-lo]; 18 também, ainda; 19 juízo,
de senso; 20 desi: além disso; 21 mas; 22 louvor; 23 perfeitamente, cabalmente;
pro 24
além de; 25 outra coisa.
enç
al: à
1. Identifique o tema desta cantiga, apresentando o verso que o indica explicitamente.
man
eira
2. Apresente os atributos da mulher celebrada nesta cantiga, completando a
dos
pro
tabela seguinte.
ven Características físicas Características psicológicas
çais;
2 Formosa — "a que […] nem fremosura nom b. e.
cant fal"
iga; a. c. f.
3

d. g.
que
rerei
; 4 3. Indique o tipo de características destacadas pelo trovador, justificando a sua intenção.
aí,
nela
,
isto
é,
na
cant
iga;
5

louv
ar; 6
mia
senh
or:
for
ma
com
um
com
que
o
trov
ador
se
dirig
e à
mul
her
ama
da.
No
gala
ico-
port
ugu
ês,
era
um
a
pala
vra
unif
orm
e; 7
a
que:

29
Cantigas de amor

4. Complete o texto abaixo com os vocábulos propostos, de modo a dar conta de


PROF E S SOR
uma breve análise da presente cantiga.
4.
a. morais
divinização psicológico ideal superioridade b. comparação
morais• Deus perfeita comparação enumeração c. enumeração
d. ideal
e. psicológico
O trovador evidencia as qualidades a. da mulher, utilizando para isso vários f. perfeita
g. superioridade
recursos expressivos, tais como a b. , a hipérbole, “tanto a fez Deus comprida h. Deus
de bem / que mais que todas las do mundo val.” (vv. 6-7), e a c. ,“… prez e i. divinização
beldad’e loor” (v. 16). Assim, é clara a sobrevalorização da amada não só por ser
Escrita
descrita como a mulher d. quer a nível físico quer a nível e. , mas 11.1; 12.1; 12.2; 12.3; 12.4
também como a dama mais f. entre todas as existentes no mundo,
característica explicitada no final de cada cobla: “que mais que todas las do Proposta de resolução:
mundo val”; “quando nom quis que lh’outra foss’igual”; “ca nom a, tra-lo seu O sujeito poético enviou à
sua amada um cartão
bem, al”. tipografado, com duas
respostas possíveis (não e
A referência a Deus é outra forma de destacar a g. da mulher, cuja sim). Como não resultou,
perfei- ção depende da vontade de h. . Por essa razão, todos os seus insistiu, enviando recado
por intermediário (a Zefa do
atributos são apresentados como uma dádiva divina, o que contribui para a Sete), em que suplicava o
sua i. . amor da amada. Também
procurou a avó Chica, uma
conceituada feiticeira, para
ESCRITA que fizesse um feitiço “bem
forte e seguro”;
no entanto, o feitiço
1. Leia atentamente as seguintes estrofes do poema “Namoro”, de Viriato Cruz, falhou. Enfim, a amada
que dão conta de um amor não correspondido na época atual. negou sempre o seu pedido,
chegando mesmo a troçar
do sujeito poético, em
[…] conversa com
as amigas, no baile.
Mandei-lhe um cartão Esperei-a de tarde, à porta da fábrica, (80 palavras)
que o Maninjo ofertei-lhe um colar e um anel e um
tipografou: broche, paguei-lhe doces na calçada da
"Por ti sofre o meu coração" Missão, ficamos num banco do largo da
Num canto – sim, noutro canto – não Estátua,
5 E ela o canto do não dobrou. 20 afaguei-lhe as mãos...

falei-lhe de amor... e ela disse que


Mandei-lhe um recado pela Zefa do não.
Sete pedindo rogando de joelhos no
chão […]
pela Senhora do Cabo, pela Santa E para me distrair
Ifigénia, me desse a ventura do seu levaram-me ao baile do sô
namoro... Januário mas ela lá estava num
10 E ela disse que não. canto a rir
25 contando o meu caso às moças mais

Levei à avó Chica, quimbanda1 de lindas do bairro operário.


fama a areia da marca que o seu […]
pé deixou
Viriato Cruz, No reino de Caliban
para que fizesse um feitiço forte e
II, Antologia panorâmica de poesia africana de expressão
seguro que nela nascesse um amor portuguesa, vol. 2, Lisboa, Seara Nova, 1976.
como o meu...
15 E o feitiço falhou.
1.1 Escreva um pequeno texto expositivo de 70 a 100 palavras. Observa os
tópicos e a estrutura apresentados.
1
o que tem todo
conhecimento do mundo
• introdução – indicação do tema; astral, inclusive da magia
• desenvolvimento – enumeração de três estratégias implementadas pelo negra, e que pode ajudar a
sujeito poético para conquistar a sua amada; a reação da jovem ao seu fazer o bem.
pedido e a atitu- de da jovem no baile;
• conclusão – referência ao modo como terminou a relação amorosa.
P oe sia T r o v ador e s c a
Cantigas de amor – A coita de amor e o elogio cortês

EDUCAÇÃO LITERÁRIA

Leia as duas cantigas apresentadas.

CANTIGA A
Se eu pudesse desamar
Se eu pudesse desamar
a quem me sempre
desamou, e pudess’algum
mal buscar
a quem me sempre mal buscou!
5 Assi me vingaria eu,
se eu podesse coita1 dar,
a quem me sempre coita deu.

Mais sol nom2 posso eu E por esto: e por isto, e por causa disto; 4 durmo;
3

5
desampare, abandone; 6 ou, ao menos; 7 estorvar, perturbar; 8
pelo
enganar meu coraçom que
menos; 9 pensar; 10 lastimo-me, lamento-me
m’enganou,
10 por quanto me fez PROFE S SOR

desejar a quem me
nunca desejou.
E per esto3 nom dormio4 eu,
porque nom poss’eu coita
dar, a quem me sempre
coita deu.

15 Mais rog’a Deus que


desampar5 a quem m’assi
desamparou, vel6 que
podess’eu destorvar7
a quem me sempre
destorvou. E logo dormiria
eu,
20 se eu podesse coita dar,
a quem me sempre coita deu.

Vel8 que ousass’eu


preguntar a quem me
nunca preguntou por que
me fez em si cuidar9,
25 pois ela nunca em mim
cuidou. E por esto lazeiro10
eu,
porque nom poss'eu coita
dar, a quem me sempre
coita deu.
Pero da Ponte, A 289/B 980/V
567.

1
sofrimento causado pelo amor; 2
sol nom: nem
mesmo;
30
Cedo; ca8 pero9 mi nunca fez
bem10, se a nom vir, nom me posso
guardar11 d’ensandecer12 ou morrer
CANTIGA B com pesar13;
10 e porque ela tod’em poder tem,
Que soidade de mha senhor ei rogu’eu a Deus que end’a o poder
Que soidade1 de que mh a leixe, se lhi prouguer, veer
mha senhor ei2
quando me Cedo; ca tal fez nostro senhor,
nembra3 d’ela qual de quantas outras no mundo som
a vi, e que me 15 nom lhi fez par14, a la minha fe15,
nembra que bem nom; e poi-la fez das melhores
a oi4 falar; e por melhor, rogu’eu a Deus que end’a o
quanto bem d’ela poder
sei, que mh a leixe, se lhi prouguer, veer
5 rogu’eu a Deus que
end’a o poder5, que Cedo; ca tal a quizo16 Deus fazer,
mh a leixe6, se lhi 20 que se a nom vir, nom posso viver.
prouguer7, veer Dom Dinis, B 526/V 119.

1
saudade; 2 tenho; 3 lembra; 4 ouvi; 5 que end'a o poder: que tem
Áudio – “Se eu pudesse desamar” poder para isso; 6 deixe; 7 prouver, agradar; 8 porque; 9 mas; 10
Áudio – “Que soidade de mha senhor nunca feZ bem: nunca correspondeu ao meu amor; 11 deixar; 12
ei” enlouquecer; 13 desgosto; 14 igual; 15 a la minha fe: por minha fé; 16
quis.

31
Cantigas de amor

1. Proceda à análise temática e estilística das duas cantigas de amor, orientando-


PROF E S SOR
se pelos tópicos do quadro seguinte.
Ed. Literária/Gramática
14.1; 14.2; 14.3; 14.4;
"Se eu pudesse desamar" "Que soidade de mha senhor ei" 14.9; 16.1; 18,4
1. Cantiga A
a. Desejo de vingança
por parte do sujeito lírico
Assunto a. a. em relação à sua “senhor”
pelo facto de ela lhe
causar um enorme
sofrimento amoroso (coita
de amor). b. A amada
mostra-se fria e
Caracterização indiferente em relação ao
b. b. sujeito lírico.
da amada
c.O sujeito lírico revela
angústia, dor, desilusão e,
ao mesmo tempo, um
sentimento de revolta pela
Estado de forma como a sua “senhor”
interage com ele.
espírito do c. c. d. O sujeito poético
sujeito lírico manifesta vontade de se
vingar do sofrimento que
lhe foi infligido pela amada,
retribuindo-lhe a mesma dor
Atitude do que ele sente.
e. Personificação: “meu
sujeito lírico d. d. coraçom que m’enganou”;
face à amada repetição com variação na
palavra de rima:
“desamar/ desamou”.
Cantiga B
Recursos a. Anseio do
expressivos mais e. e. sujeito lírico em ver a
significativos amada (saudade), sem a
qual não consegue viver.
b. A amada é
caracterizada como sendo
eloquente e poderosa; a
melhor de todas as
GR A M Á T I C A existentes. c. O sujeito lírico
revela estar
completamente
1. Na cantiga A, considere as palavras “desamar” (v. 1) e “desampar” (v. 15) . apaixonado, dependente
da amada e
1.1 Identifique o prefixo de ambas as palavras e explicite o seu valor. desesperado, por causa
das saudades que sente
dela. d. Apesar de ter
2. Classifique as seguintes palavras quanto ao processo de formação e identifique consciência da não
correspondência amorosa por
a(s) respetiva(s) forma(s) de base, seguindo o modelo abaixo. parte da sua “senhor”, o
sujeito poético manifesta
Modelo: desamar – palavra derivada por prefixação; forma de base: "amar". vontade de a ver, já que,
sem ela, acredita que irá
a. desamparado enlouquecer ou morrer por
b. enlouquecer amor. e. Repetição (vv. 2-3);
hipérbole e comparação
c. pesaroso (vv. 14-15); anáfora: “Cedo; ca”
nas estrofes 2 e 3.
d. pinga-amor
Gramática
e. invulgar 18.4; 19.6; 19.7
1.1 Prefixo
“des”. valor de
3. Indique o valor dos conectores sublinhados nos seguintes versos. negação.
2. a. palavra
“Se eu pudesse desamar / a quem sempre desamou”; “E per esto nom dormio derivada por prefixação;
eu, / porque não poss’eu coita dar, / a quem me sempre coita deu.”; “Que forma de base “amparado”
(há mais hipóteses,
soidade de mha senhor ei / quando me nembra d ‘ela qual a vi,” dependentes da forma de
base); b. palavra derivada por parassíntese; forma de base “louco”; c. palavra derivada
por sufixação; forma de base “pesar”; d. palavra composta (palavra + palavra); formas de base “pinga” e
“amor”;
e. palavra derivada por prefixação; forma de base “vulgar”.
P oe s i a T r o v a d o r e
sca

PROFE S SOR 4. Transforme as frases simples que se seguem em complexas, utilizando o


conector indicado entre parênteses e fazendo as alterações necessárias.
3. Se: valor
condicional; porque: valor a. O trovador pede ajuda a Deus. Deus mostrar-lhe-á a sua amada. (se)
causal; quando: valor
temporal. b. O trovador lembra-se da beleza da sua amada. O trovador sente muitas
4. a. Se o trovador pedir saudades da sua amada. (quando)
ajuda a Deus, Este mostrar-
lhe-á sua amada. b. c. O trovador revela a sua coita amorosa. A sua “senhor” não corresponde aos
Quando o trovador se seus sentimentos. (porque)
lembra da beleza da sua
amada, sente saudades dela. d. A “senhor” das cantigas de amor é uma mulher inacessível. O trovador exprime
c. O trovador revela a sua o seu amor por ela. (embora)
coita amorosa porque a
sua “senhor” não
corresponde aos seus
sentimentos. d. Embora a
5. Classifique as orações subordinadas nas frases seguintes.
“senhor” das cantigas de a. Caso o sujeito poético não veja a sua amada, enlouquecerá.
amor seja uma mulher
inacessível, b. Como o trovador se considerava um vassalo da sua “senhor”, era visível nas
o trovador exprime o seu amor
por ela. cantigas de amor a superioridade da mulher.
5. a. Caso o sujeito c. Apesar de as cantigas de amor galaico-portuguesas se aproximarem das
poético não veja a sua
amada – subordinada proven- çais, há entre elas aspetos distintos.
adverbial condicional. b.
Como o trovador se
considerava um vassalo da 6. Identifique as funções sintáticas desempenhadas pelos constituintes sublinhados:
sua “senhor” – subordinada
adverbial causal. a. “a quem me sempre desamou” (v. 2)
c.Apesar de as cantigas
de amor galaico- b. “e pudesse algum mal buscar” (v. 3)
portuguesas se
aproximarem das provençais c. “meu coraçom que m’enganou” (v. 9)
–subordinada
adverbial concessiva. d. “E logo dormiria eu” (v. 19)
6. a. Complemento direto; BLOCO INFORMATIVO – pp. 280-281,
b. Complemento direto; 264, 277, 271-273
c. Sujeiro; d. Sujeito.

Oralidade/Educação
Literária
1.5; 5.3; 6.1; 15.4;
16.2
1. cantiga de amor da época medieval, ao nível do conteúdo, continua atual.
a. Quando amanheces, logo
no ar, / Se agita a luz sem
querer"; "o dia vem
devagar, / Para
te ver"; "joia de luz / entre
as mulheres"; b. "E já
rendido, ver-te chegar";
"Onde eu queria entrar um
dia, / P’ra me
perder"; "Ardo em ciúme
desse jardim"; "Por minha
cruz";
c. “jardins proibidos”; "Desse
outro mundo só teu".
1.1.
Os alunos devem referir:
semelhanças temáticas entre
a canção “Jardins Proibidos”
e as cantigas de amor da
lírica trovadoresca, se
atendermos às expressões
acima transcritas, que
remetem para o elogio
superlativado
da mulher amada, para a
sua inacessibilidade e para a
coita amorosa, isto é, o
sofrimento amoroso do
sujeito poético. No fundo, a
32
Cantigas de amor
te a canção interpretada por Paulo Gonzo e
OR A L I D A D E / E D U C A Ç Ã O L I T EOlavo
R Á R I Bilac,
A dois “trovadores” do nosso
tempo, e selecione:
1. O
u a. duas expressões que revelem o elogio
ç super- lativado da mulher amada;
a b. duas expressões que evidenciem o
estado de espírito do sujeito poético;
a c. uma expressão que sugira a
t inacessibilidade da mulher amada.
e
1.1 Com base na informação presente nas alíneas anteriores e no Proibidos”
estudo feito
n “Jardins
sobre a cantiga de amor, faça uma apresentação oral (5 a 7 minutos)
t
sobre os seguin- tes aspetos:
a
m • a relevância da cantiga de amor medieval no mundo contemporâneo;
e • as semelhanças existentes entre o tema musical apresentado e este
n tipo de cantiga.

Link
“Jardins proibidos”

33
LEITUR A

Leia o seguinte texto referente a um concerto de um outro cantor português,


Pedro Abrunhosa, e responda às seguintes questões.

O poder, talvez
Por Valdemar Cruz

[…] Fui ao Coliseu na noite do passado sábado.


Sala a abarrotar de gente, tal como na véspera e na
quinta-feira e tal como se prevê que aconteça no
próximo sábado no MEO Arena em Lisboa.
5 Durante quase três horas e meia, Abrunhosa, por

vezes na companhia de mais dezassete pessoas,


entre músicos e cantores, fez uma arrasadora
demonstração de como o profissionalismo sem mundos estanques e não é possível viver numa
concessões, associado a uma pode- rosa e rara redoma, alheio aos dilemas e dramas
qualidade artística e estética, pode transformar contemporâneos.
10 um palco no mais sedutor e improvável dos locais de
Num desses breves instantes resolveu pegar de
culto, onde o olhar se derrama e o espanto se frente no modo como pode ser construído o futuro a
materializa. partir de tão
Quem se deteve apenas no espaço cénico terá 30 duro presente. Por isso optou por falar do silêncio. O
perdido parte relevante do que de essencial se passava silêncio enquanto forma de desistência. O silêncio
na sala duran- te aquela celebração acompanhada por enquanto proces- so de desencanto. O silêncio como
muita gente a viver metáfora do medo.
15 dias sofridos, gente marcada pelos perigosos desafios
[…] Abrunhosa quis esconjurar o silêncio reinante na
do quotidiano, gente condicionada por ferretes inomináveis. socie- dade. As vozes caladas têm de fazer-se ouvir, até
Ainda assim houve festa. Percebeu-se o brilho em tantos porque o si-
olhares. Foi contagiante a adrenalina descarregada. Houve 35 lêncio gera o caos, disse. A frase tem impacto, é
gritos imensos feitos metáforas de instantâneas provocatória, mas nem será o mais importante no
libertações interiores. contexto de uma canção na qual se fala de bombas em
20 Pedro conhece os anseios e angústias do público.
Belfast e Beirute, de mortos na Palestina e feridos em
Antes de mais por serem cidadãos do seu próprio país Israel, ou fascistas em Berlim e Moscovo. Para quem ouvir
em sofrimento. Como já há muito demonstrou não lhe para lá da superfície, não será difícil perceber
interessar o estéril debate pela forma, ou da estética 40 que o que está em causa […] é, […] talvez, poder. E
pela estética, o músico não se exime de, nos seus quem o exerce. E o modo como o exerce. […]
concertos, num espaço que é,
http://leitor.expresso.pt/library/expressodiario/05-02-2015
25 antes de mais, de celebração musical, mostrar como (consultado em fevereiro de 2015).
não há

1. Tratando-se de uma apreciação crítica, o seu autor parte da apresentação do


P R O F E S S OR
ob- jeto apreciado (um concerto), fazendo, depois, um comentário crítico do
mesmo.
Leitura
Ordene as seguintes afirmações, de acordo com a ordem sequencial do texto.
[A] O autor considera o espetáculo de Pedro Abrunhosa no Coliseu uma valorizando a
demons- tração de profissionalismo e um momento de qualidade fora palavra e a
de comum. mensagem oculta
que deve ser
[B] O autor evidencia a forma como o artista amaldiçoa o silêncio, entendida na
letra de uma canção. 7.1; 7.4; 8.1

[C] O autor descreve a reação emotiva do público e o envolvimento dos 1. [D]; [A]; [C]; [E]; [B]
espetácu- los do cantor na realidade social.
[D] O autor apresenta o objeto que vai ser alvo da sua apreciação crítica.

[E] O autor destaca o momento em que o cantor se refere ao silêncio como


uma forma de evidenciar a desilusão e o medo.
INFORMAR

Leia os tópicos abaixo, a tabela e os textos e resolva a atividade proposta.

TEXTO A
Cantigas de amigo
•A cantiga de amigo é tematicamente semelhante à cantiga de amor –
em ambas o argumento essencial é, de facto, o amor não correspondido,
causa de so- frimento, de desconforto e, consequentemente, de lamento.
•A cantiga de amigo distingue-se da cantiga de amor a vários níveis,
como se pode verificar no quadro abaixo.

Aspetos
Cantiga de amigo Cantiga de amor
distintivos
Sujeito de Feminino: quando o poeta trovador Masculino: quando o
enunciação finge que é a mulher a expor as suas poeta fala de si mesmo
próprias penas (de acordo com a (de acordo com a Arte de
Arte de Trovar). Trovar).
Condição social É uma jovem do povo, a donzela, “uma É nobre, a requintada
da mulher dona virgo” (virgem), aparentemente “senhor”, aristocraticamente
e respetiva simples e ingénua, sinceramente esquiva, distante,
caracterização apaixonada, vulnerável (frágil) a indiferente ao sofrimento
qualquer
desilusão, mas sempre pronta a defender do sujeito poético.
e a lutar pelo seu amor.

Ambiente em Ambiente natural marítimo ou Ambiente cortês


que se move o rural: o mar, as árvores, a fonte, o
sujeito poético cervo (veado),
o papagaio.
Destinatário A própria natureza é testemunha do A dona é o destinatário
da confissão sofrimento amoroso, interagindo, por vezes, preferencial do cantar
do sofrimento com a própria donzela. sofrido do sujeito poético.
amoroso O amigo é muitas vezes o recetor da
(confidentes) donzela, podendo dialogar com ela.
A mãe e as amigas confidentes são
também interlocutores da jovem.

TEXTO B
Paralelismo
• É um princípio estruturante dos textos poéticos, típico da poesia ao
gosto po- pular, em que se repetem segmentos textuais ou elementos
temáticos.
• A grande maioria das cantigas de amigo (também muitas cantigas de
amor, de escárnio e de maldizer) apresenta estruturas paralelísticas, ocorrendo
repetição lite- ral (repetem os mesmos versos) ou sinonímica (apresentam
expressões ou termos de significado equivalente) de um ou mais versos de
cada estrofe.
Elaborado com base em Giulia Lanciani e Giuseppe Tavani (org. e coord.),
Dicionário da literatura medieval galega e portuguesa, trad. José Colaço Barreiros e Artur Guerra,
Lisboa, Editorial Caminho, 1993, pp. 135, 509 e 570-571.
Cantigas de amigo

TEXTO C
Refrão
As marcas gráficas que distinguem o
início do refrão nos manuscritos da lírica
galego-por- tuguesa parecem revelar a
importância que era atribuída ao refrão como
elemento estruturante,
5 quando a lírica galego-portuguesa foi
arquiva- da por escrito. Sendo uma parte
da cantiga que se repete, o refrão aparece,
nos testemunhos referidos, abreviado a partir
da segunda estrofe. […]
10 Do ponto de vista da versificação, o refrão

é vulgarmente definido como um conjunto


de versos com autonomia rimática que se
repete integralmente no fim de cada
estrofe, com um número de versos inferior
ao do corpo da es-
15 trofe e cuja medida silábica é igual à dos

res- tantes versos da cobla. […] "Em gram coita, senhor", Dom
Relativamente aos géneros, o refrão é Dinis, B 506/V 89, Manuscrito do
Cancioneiro da Biblioteca Nacional.
mais frequente entre as cantigas de amigo
(443-87,8%) do que entre as cantigas de amor
(380-52,4%) ou
20 entre as satíricas (134-31%).

Giulia Lanciani e Giuseppe Tavani (org. e coord.),


Dicionário da literatura medieval galega e portuguesa,
trad. José Colaço Barreiros e Artur Guerra, Lisboa,
Editorial Caminho, 1993, pp. 135, 509 e 570-571.

Atente no texto A
P R O F E S S OR
1. Assinale as seguintes afirmações como verdadeiras ou falsas, corrigindo as
falsas. Leitura / Educação
Literária
a. A cantiga de amigo e a cantiga de amor partilham o mesmo sujeito de 7.1; 7.4; 8.1; 14.8; 16.1
enuncia- ção.
b. Tanto a cantiga de amigo como a de amor desenvolvem o tema do 1.
sofrimento amoroso.
c. A donzela presente nas cantigas de amigo pertence a uma classe social cada estrofe.
elevada.
d. O sujeito poético presente na cantiga de amigo pode ser caracterizado pela
sua ingenuidade e pela paixão que sente pelo amigo.
e. Nas cantigas de amigo, a paisagem natural, para além de cenário onde a
donzela se move, é também sua confidente.
f. As cantigas de amigo não apresentam paralelismo literal.
g. O refrão é uma estrutura paralelística frequente nas cantigas de amigo.
h. O refrão é um conjunto de versos que se repete parcialmente a meio de
35
P oe s i a T r o v a d o r e
s c a a.F – Na cantiga de amigo, o
sujeito é do sexo feminino; na de amor é do sexo masculino.
b.V
c.F – É uma jovem do povo.
d.V
e.V
f.F – A maior parte das cantigas de amigo apresenta paralelismo literal.
g.V
h.F – O refrão repete-se integralmente no fim de cada estrofe.

36
Variedade do sentimento amoroso – Relação com a Natureza

EDUCAÇÃO LITERÁRIA

Leia expressivamente, após preparação prévia, a cantiga que se segue.

Ai flores, ai flores do verde pino

− Ai flores, ai flores do verde [− Vós me preguntades polo voss’amigo,


pino1, se sabedes2 novas3 do meu e eu bem vos digo que é san’6 vivo:
amigo! 15 Ai Deus, e u é?]
Ai Deus, e u é4?

Ai flores, ai flores do verde ramo, Vós me preguntades polo


5 se sabedes novas do meu amado! voss’amado, e eu bem vos digo
PROFE S SOR Ai Deus, e u é? que é viv’e sano.
Ai Deus, e u é?
Educação Literária Se sabedes novas do meu amigo,
14.1; 14.2; 14.3; 14.4;
14.6; 14.7; 14.8; 14.9; aquel que mentiu do que pôs5 E eu bem vos digo que é san’e vivo
15.1; 16.1 comigo! 20 e seera vosc’ant’o prazo
1. O sujeito da Ai Deus, e u é? saído7. Ai Deus, e u é?
enunciação dirige-se
angustiadamente às “flores
de verde pino” para saber 10 Se sabedes novas do meu amado, E eu bem vos digo que é viv’e
novas do seu amigo que aquel que mentiu do que mi á sano e seera vosc’ant’o prazo
tarda em chegar. Estas
respondem-lhe que ele jurado! passado.
está bem e que em breve Ai Deus, e u é? Ai Deus, e u é?
estará junto dela.
2. A primeira parte é Dom Dinis, B 568/V 171.
constituída pelas quatro
primeiras estrofes, nas
quais a donzela interroga 1 pinheiro; 2 sabeis (subentende-se dizei-me antes de sabedes); 3 notícias; 4 e u é: e onde está?;
“as flores do verde pino”, 5 combinou; 6 são, saudável; 7 terminado.
no sentido de saber se elas
têm notícias do seu amigo;
a segunda parte
corresponde às restantes
estrofes, onde consta a
resposta dada pela
Natureza, que a sossega,
pois o seu amigo está
vivo e em breve
estará junto dela.
3. Além da desilusão, é
evidente a angústia e o
desespero da donzela
perante a possibilidade de
o amigo faltar ao encontro
combinado.
4. A Natureza funciona
como interlocutora
confidente do sujeito
lírico.
5. A nível estrutural
surge, por exemplo, a
repetição de “ Ai
flores, ai flores do verde pino”/ 1º verso da terceira. O refrão também é um exemplo de
“Ai flores, ai flores do verde paralelismo.
ramo” (em que se substitui
“pino” por “ramo”); Também
temos repetição dos versos
2 e 5, com a substituição
de “amigo” por “amado”. Há
ainda a repetição integral do
2º verso da primeira
estrofe que é o
1. Exponha o assunto
da cantiga,
identificando as
vozes nela
presentes.

2. Proceda à divisão
da cantiga em duas
partes,
justificando.

3. Descreva o estado
de espírito do
sujeito poético.

4. Refira o papel
desempenhado
pela Natureza.

5. Retire da cantiga
um exemplo de
paralelismo.
Confidência amorosa

EDUCAÇÃO LITERÁRIA

Leia a cantiga de amigo apresentada.

Nom chegou, madr’, o meu amigo


Nom chegou, madr’1, o meu
amigo, e oj’est o prazo saido2.
Ai madre, moiro3 d’amor!

Nom chegou, madr’, o meu amado,


5 e oj’est o prazo passado.
Ai madre, moiro d’ amor!

E oj’est o prazo saido,


por que mentio o desmentido4.
Ai madre, moiro d’amor!

10 E oj’est o prazo passado,


por que mentio o perjurado5.
Ai madre, moiro d’amor!
1
mãe
2
Por que mentio o desmentido, e oj'est o prAZO saido: e hoje

pesa-mi6, pois per si é falido7. termina o prazo


3
morro
15 Ai madre, moiro d’amor!
4
falso, mentiroso
5
falso
Por que mentio o perjurado, 6
causa-me pena, desgosto
pesa-mi, pois mentio a seu 7
pois per si é falido: pois faltou PROFE S SOR
grado8. por sua livre vontade
8
a seu grado: por sua
Ai madre, moiro d’amor!
vontade, por gosto
Dom Dinis, B 566/V Áudio
169.
“Nom chegou, madr’,
o meu amigo”
1. Assinale os versos da cantiga que contêm as informações presentes nas afirma-
Educação Literária
ções seguintes. 14.2; 14.3; 14.4; 14.5;
14.7; 14.9; 15.1; 16.1
a. Presença de um vocativo que remete para o interlocutor e confidente do
sujeito poético.
1.
b. Expressão repetida de um sentimento amoroso intenso vivido pelo sujeito lírico. a. Versos 1, 4 ou refrão
b. Refrão (v.3)
c. Constatação, por parte do sujeito da enunciação, do incumprimento da c.vv. 1 e 2
d. vv. 8 e 11
promessa do amigo. e. v. 14
d. Apresentação do amigo como falso e mentiroso. 2. O sujeito poético
confidencia à sua mãe o
e. Desilusão da donzela face à possibilidade de o seu sentimento não ser amor que sente pelo seu
amigo e a sua desilusão pelo
correspon- dido. facto de aquele ter faltado
ao encontro combinado,
2. Exponha o assunto da cantiga. sentindo
a donzela que ele o fez de
3. Transcreva o refrão desta composição poética. forma deliberada, o que
poderá revelar que não é
correspondida.
4. Identifique o recetor do sujeito poético.
3. “Ai madre, moiro d’amor!”
4. O recetor é a mãe.
Variedade do sentimento amoroso

EDUCAÇÃO LITERÁRIA

Leia a cantiga de amigo abaixo apresentada da autoria de Airas Nunes.

Bailemos nós já todas tres, ai amigas


Bailemos nós já todas tres, ai
amigas, so1 aquestas2 avelaneiras
frolidas3,
e quem for velida4 como nós,
velidas, se amigo amar,
5 so aquestas avelaneiras frolidas

verra5 bailar.

Bailemos nós já todas tres, ai


irmanas, so aqueste ramo destas
avelanas6,
e quem for louçana7 como nós, louçanas,
10 se amigo amar,
so aqueste8 ramo destas avelanas
verra bailar.
nós” (v. 3)
d. “quem bem parecer como nós parecemos” (v. 15)
PROFE S SOR

Áudio
“Bailemos nós já todas
tres, ai amigas”

Educação Literária
14.2; 14.3; 14.4; 14.5;
14.7; 14.9; 15.1; 16.1

1. A cantiga remete para


um cenário primaveril, de
festa e dança, que é
visível nas “avelaneiras
frolidas”
(v. 2), e em expressões
como “Bailemos” (v. 1) e
“verra bailar” (v. 6).
2. O sujeito poético, a
donzela, dirige-se às
amigas.
3. A donzela está
extremamente feliz, porque
está apaixonada (“Bailemos
nós já todas três, ai
amigas (…) se amigo
amar”, vv. 1-4), daí o
convite à celebração do
amor, através da dança (“se
amigo amar, / so aquestas
avelaneiras frolidas /
verra bailar.”, vv. 4-6).
4.
a. Bailemos (v. 1)
b. “se amigo amar” (v. 4)
c.“quem for velida como
P ramo frolido bailemos,
o 15 e quem bem parecer como nós
r parecemos, se amigo amar,
so aqueste ramo so’l10 que nós
D bailemos verra bailar.
e Airas Nunes, clérigo, B 879/V 462.
u
s 1
sob, debaixo de; 2 estas; 3 floridas; 4 bela, formosa; 5 virá; 6 avelãs; 7 louçã, bela; 8 este
, 9
mentre (= enquanto) nom faZEMOS al (= não fazemos outra coisa); 10 so’l que: sob o qual.

a
i 1. A cantiga remete para um ambiente festivo, de dança, na primavera.
Justifi- que esta afirmação, recorrendo a elementos textuais.
a
m 2. Identifique o destinatário do sujeito lírico.
i
g 3. Apresente dois traços caracterizadores do sujeito poético,
a fundamentando a sua resposta com expressões textuais pertinentes.
s
, 4. Preencha os espaços com os termos ou expressões adequadas ao sentido
do texto.
m O convite à dança está expresso na forma verbal a. “ ” ,
e
conjuntivo usado com valor exortativo (incitador). Mas essa participação no
n
t baile implica uma condição – estar apaixonada – como se comprova no
r verso b. “ ” . As donzelas são
’ apresentadas como sendo belas e atraentes, como se pode verificar nas
a
expressões c. “ ” e d. “ ”.
l

n
o
m

f
a
z
e
m
o
s
9

s
o

a
q
u
e
s
t
e
Cantigas de amigo
Confidência amorosa – relação com a Natureza

EDUCAÇÃO LITERÁRIA

Leia a cantiga de amigo da autoria de Martim Codax.

Ondas do mar de Vigo


Ondas do mar1 de Vigo,
MARTIM CODAX
se vistes meu amigo?
Séc. XIII
E ai Deus, se verra2 Trata-se provavelmente de um jogral galego, ativo
cedo! em meados ou no terceiro quartel do século XIII.
Embora seja um dos dois únicos autores
presentes nos can- cioneiros medievais cujas
Ondas do mar levado3, composições se conserva- ram igualmente num
manuscrito individual, o desig- nado Pergaminho
5 se vistes meu amado?
Vindel, onde vêm acompanhadas da respetiva
E ai Deus, se verra notação musical (o outro dos autores sendo D.
cedo! Dinis), nada se sabe de concreto sobre a sua
biografia. O seu apelido parece excluir a hipótese
de um estatuto social elevado. Seria pois um
Se vistes meu amigo, jogral ou segrel, muito possivelmente ligado a Vigo,
localidade repetidamente cantada nas suas
o4 por que5 eu sospiro? composições.
E ai Deus, se verra
cedo!

10 Se vistes meu amado,


por que ei6 gram coidado7? 1
ria, baía;2 virá, voltará;
E ai Deus, se verra cedo!
3
mar levado: mar bravo, mar
encapelado; 4 aquele; 5 quem;
Martim Codax, B 1278/V 884/PV 6
tenho; 7 preocupação.
1.

1. Complete o texto, de modo a obter uma breve análise da cantiga “Ondas do


mar de Vigo”, selecionando, entre as palavras propostas, as que são
adequadas.

mãe refrão donzela angústia interrogativas


Deus exclamativas paralelística amigo Natureza

Esta cantiga de amigo é, quanto à sua estrutura, a. , pois, para além


da existência de refrão, o segundo verso da primeira cobla é igual ao primeiro da
terceira. O sujeito lírico, a b. , faz da c. sua PROF E S SOR
confidente e confessa-lhe a sua extrema d. perante a ausência do e.
. Áudio
As frases f. acentuam o desespero da jovem, assim como as
exclamativas
presentes no g. . É nesse momento que ela também evoca h. “Ondas do mar de Vigo”

, pois está desesperada. Educação Literária


14.2; 14.3; 14.4; 14.8

1.
a. paralelística
b.donzela
c.Natureza

39
P oe s i a T r o v a d o r e
sca
d.angústia g.refrão
e. amigo h.Deus
f.interrogativas

Pergaminho de Vindel, n.o 1.

40
Confidência amorosa – relação com a Natureza

EDUCAÇÃO LITERÁRIA

Leia as cantigas de amigo abaixo apresentadas e responda ao questionário da


página seguinte.
CANTIGA
A

Poys nossas madres van a San


Simon CANTIGA B

Poys nossas madres1 van a San Sedia-m’eu na ermida de San Simión


Simon de Val de Prados candeas Sedia-m’eu1 na ermida de San Simión
queymar2, nos, as meninhas3, e cercaron-mi-as ondas que grandes son.
punhemus4 d’andar con nossas Eu atendend’2o meu amigu'! E verrá?
madres, e elas enton
5 queymen candeas por nós e por ssy Estando na ermida, ant’3o altar,
e nos meninhas, baylaremos hy5. 5 cercaron-mi-as ondas grandes do mar.

Eu atenden[d’o meu amigu'! E verrá?]


Nossus amigus todus lá
hiran6 por nos veer, e E cercaron-mi-as ondas que grandes
andaremos nos son: non ei4 [i]5 barqueiro nen
bayland’ant’eles, fremosas, en cos7, remador.
10 e nossas madres, poys que alá
8
Eu [atendend’o meu amigu'! E verrá?]
van, queymen candeas por nos e
por ssy, e nos meninhas [baylaremos 10 E cercaron-mi-as ondas do alto
hy]. mar: non ei [i] barqueiro nen sei
remar. Eu aten[dend’o meu amigu'! E
Nossus amigus hiran por verrá?]
cousir9 como baylamus, e
poderan veer Non ei i barqueiro nen remador:
15 baylar moças de...bon parecer; morrerei [eu], fremosa, no mar maior.6
e nossas madres, poys lá queren hir, 15 Eu aten[dend’o meu amigu'! E verrá?]
queymen candeas por nós e por ssy
e nos meninhas [baylaremos hy]. Non ei [i] barqueiro nen sei
Pero Viviaez, B 735/V 336. remar: morrerei eu, fremosa, no
alto mar. Eu [atendend’o meu
1
mães; 2 acender velas em cumprimento de promessa feita; 3 amigu'! E verrá?]
meninas;
4
tratemos; 5 aí; 6 irão; 7 sem manto, em corpo bem feito; 8 lá; 9 Mendinho, B 852/V 438.
ver.

1
Sedia-m’eu: Estava eu; 2 esperando; 3 diante; 4 tenho; 5 aqui; 6 alto.

PROFE S SOR

Áudio
“Poys nossas madres
van a San Simon”
Áudio
“Sedia-m’eu na ermida
de San Simión”
Cantigas de amigo
Confidência amorosa – relação com a Natureza
P R O F E S S OR
1. Proceda à análise das duas cantigas e preencha o quadro seguinte.
Educação Literária
14.2; 14.3; 14.4; 15.1;
"Poys nossas madres van "Sedia-m’eu na ermida 16.1; 16.2
a San Simon" de San Simión" 1. “Poys nossas
madres van a San
Assunto a. a. Simon”
a. A donzela
incentiva as amigas a
Estado de espírito acompanharem as mães a
do sujeito lírico
b. b. San Simon de Val de
Prados, como pretexto para
verem os amigos e
poderem dançar,
Relação com o amigo c. c. mostrando--se perante eles.
b. A donzela está
entusiasmada porque
aquele será um meio para
estar com o seu amado.
c.O entusiasmo
demonstrado pela donzela
GR A M Á T I C A evidencia uma possível
correspondência amorosa
Atente na cantiga A. ou, pelo menos,
uma relação que ela sente
como possível, na medida
1. Identifique a função sintática desempenhada por “de bon parecer” em “moças em que acredita que a
dança possa funcionar
de bon parecer”(v. 15). como um instrumento de
sedução.
“Sedia-m’eu na ermida de
Atente na cantiga B. San Simión”
a. A donzela
espera ansiosamente pelo
2. Identifique a função sintática desempenhada pelos constituintes sublinhados. amado na igreja de San
Simión, até que as ondas a
a. “e cercaron-mi-as ondas que grandes son.” (v. 2)
cercam e a deixam num
estado de desespero por
b. “Eu atendend'o meu amigu'”. (v. 3) temer morrer afogada,
c. “morrerei [eu], fremosa, no mar maior.” (v. 14) já que não tem ninguém
que a socorra, o que
evidencia também o seu
receio de
3. Refira duas palavras do português moderno que integram o mesmo elemento que o amigo não
eti- mológico que “Sedia” (v. 1). chegue a comparecer ao
BLOCO INFORMATIVO – pp. 271-273, 280- encontro marcado.
281 b. Inicialmente,
a donzela manifesta estar
apaixonada e ansiosa por
ver o amigo; depois

ntação oral (5 a 7 minutos) sobre os aspetos comuns entre a cantiga A e a imagem, no que se re- fere ao caráter profano e religioso das romarias na Ida

expressa aflição e
desespero quando se
apercebe dos perigos que
enfrenta e,
simultaneamente, desilusão
pelo atraso do amado, o
que pode ser indicativo da
41
P oe s i a T r o v a d o r e
sca
sua não comparência.
c.Apesar de a donzela se mostrar apaixonada, é
evidente alguma insegurança em relação ao seu amado, já que o seu tardar a faz duvidar do seu amor, ao
mesmo tempo em que a coloca numa situação de perigo.

Gramática 17.4; 18.1


1. Modificador do nome restritivo.
2. a. Sujeito.
b. Complemento direto.
c. Modificador do grupo verbal.
3. Sede, sediado, sedentário.

Oral
idad
BLO e/E
CO duc
INFO açã
RMA o
TIVO Lit
– p. erá
283 ria
1.4;
5.3;
6.2;
15.4

42
LEITUR A

O amor é o tema central das cantigas estudadas até ao momento.


Leia, a propósito desse sentimento, o seguinte artigo de divulgação científica.

Amor: cria dependência como uma droga, mas sabe


bem como o chocolate
Por Nicolau Ferreira

A maravilhosa máquina cerebral destrói a mitologia básica, é mais do que isso", disse Ortigue, citada pelo jornal
do amor? Ainda não, talvez nunca. Mas já se sabe britânico The Independent. "O amor inclui emoções básicas e
muito: as re- giões ativadas quando vemos a pessoa de emo-
quem gostamos ou os químicos libertados. E é tudo 35 ções complexas, motivações direcionadas para objetivos,
verdade: o estômago imagens do corpo, cognição e apreciação."
5 apertado, o coração acelerado, o vício, a intensidade

do pri- meiro ano de relação. O amor é a droga. […]


A base neurológica do amor romântico é o título
insosso de um artigo científico publicado em 2000, que
se propu- nha pela primeira vez olhar para o cérebro de
17 pessoas e
10 ver quais as áreas que ficavam luminosas perante

fotogra- fias dos seus amados. […]


Os observados eram analisados enquanto viam
fotogra- fias dos seus mais-que-tudo que iam passando
entre foto- grafias de amigos do mesmo sexo que o/a
companheiro/a.
15 No cérebro, a afluência especial de oxigénio a

determina- das regiões era registada pela máquina e


denunciava pela primeira vez as redes complexas
associadas ao amor e que permitem alguém dizer
palavras como "verdadeiramente", "profundamente" ou
"loucamente" num contexto piroso,
20 mas completamente justificável com um "deixa lá,

ele/ela está apaixonado/a".


Sabe-se hoje que existem 12 regiões do cérebro
que são recrutadas quando pensamos na pessoa que
amamos. Stephanie Ortigue, uma investigadora da
Universidade de
25 Siracusa, nos Estados Unidos, analisou com colegas a

escassa bibliografia sobre a deteção destas regiões e


verificou que existem diferenças quando se sente o amor
de paixão, e quan- do se sente o amor incondicional (o
sentimento que se tem re- lativo a pessoas doentes, por
exemplo) e o amor maternal. […]
30 As imagens por ressonância magnética mostram que

o amor é complexo. "Apesar de muitas teorias da


emoção terem incluído o amor como uma emoção
As setas de Cupido, c. 1882, Perrault Leon Jean Basile (1832-
1908).

Não à dor, sim ao vício


Uma equipa de investigadores da
Universidade de Stanford, nos Estados
Unidos, percebeu que os circuitos ativados no
cérebro quando estamos apaixonados têm se-
40 melhanças com os ativados quando sentimos
dor e tentou perceber se existe uma ligação
entre eles.
A equipa dos Estados Unidos pegou em
voluntários que estavam a namorar há menos
de um ano e procurou perce- ber o que é que
a observação de fotografias dos parceiros
45 fazia quando sentiam uma dor causada por
uma madeira aquecida que os cientistas lhes
colocavam na mão.
Cantigas de amigo

O que os investigadores descobriram é que a perceção reportagem da Esquire, Fisher responde a esta pergunta da dor era reduzida quand
50 dos locais-chave [medidos através de ressonância mag- para comê-lo, continuo a sentir alegria." Há outra coisa que nética] é o nucleus a

publicado sobre esta descoberta na revista Public Library


55 of Science One, que saiu em 2010.

Como um bolo de choc


[…] Dito isto, a questão que pode

1. Selecione a opção que completa corretamente as afirmações.

1.1 Neste texto, o seu autor


[A] apresenta a sua opinião em relação ao poder do amor sobre as PROFE S SOR
pessoas.
Oralidade (p. 41)
[B] divulga os resultados de uma investigação neurológica do amor.
Sugestão de tópicos
[C] expõe os resultados de uma investigação sobre doenças de resposta:
neurológicas. As romarias da atualidade
não são assim tão diferentes
das da Idade Média.
1.2 A investigadora Stephanie Ortigue chegou à conclusão de que o nosso Na cantiga, as jovens iam
cérebro dançar, ver os amigos
(caráter profano), as mães
[A] reage da mesma forma a todos os tipos de amor. iam pagar promessas,
queimar velas e orar
[B] deteta doze tipos diferentes de reações amorosas. (caráter religioso).
A organização das
[C] reage de forma diferente ao amor paixão e ao amor maternal. festas do concelho de
Gondomar apresenta a
romaria à N.a S.a
1.3 Uma equipa de investigadores americanos concluiu que do Rosário (caráter
religioso) e a Feira das
[A] o amor provoca uma dor semelhante à produzida por uma Nozes (caráter profano),
queimadura. onde todos podem fazer
compras e conviver.
[B] os circuitos ativados no cérebro pela dor e pelo amor são idênticos. A acompanhar as atividades
religiosas estão sempre as de
[C] os voluntários observados não sentiram dor ao ver as fotos dos seus caráter mais lúdico.
par- ceiros.
Leitura
1.4 Na última parte do texto afirma-se que 7.2; 7.3; 7.6; 8.1

[A] o amor continua a surpreender, apesar das investigações científicas


1.1 [B]
de- senvolvidas. 1.2 [C]
[B] amar é como apreciar um bolo de chocolate, pois os ingredientes 1.3 [B]
são idênticos. 1.4 [A]
2. A, E e F
[C] compreender a base neurológica do amor acaba com a infelicidade
amorosa.

2. Selecione, das marcas a seguir apresentadas, aquelas que estão presentes no


texto.
43
A. Hierarquiazação B. Predomínio da primeira C. Comentário crítico.
das ideias. pessoa.

D. Dimensão narrativa. E. Explicitação de fontes. F. Caráter expositivo.

44
P oe s i a T r o v a d o r e s
ca Evolução do português
APRENDER
LEITUR A

A RAOUMTOADNEIZMAOÇRÃAOLIDADE composto per Gil Vicente por contemplação da


sere-
níssima e muito católica rainha dona Lianor, nossa senhora, e representado
per O la t im e r a a lí ng u a d o s h a b it a n t es d o
seu m a n da d o a o p o d er o s o p r ín c i p e e m
L ác i o , o n d e s e lo ca li za v a R o m a. N o e n ta n t o ,
u i a l t o r e i d o m M a n u e l, p r im e ir o d e P or -
e n q u a n to l ín gu a v iv a, não era usado da mesma forma por todos os
t u g a l d e st e n o m e .
romanos. Assim, era
possível identificar variedades:
Ca.oomlaetnimçavauldgeacrl–aruamçãloateimarfgaulamdoene
tdoivdearsiofibcraad.oP,
rinimteegriaranmdoecnatrea,cnteorípsrteicsaesnmteaiasuptoo-, se fegpuurlaareqsu;
e, no ponto que acabamos de espirar, chegamos sùpitamente a um rio,bo.
oqluaatlimpecrláfsosriçcao h–auvteilmizaodsodpeopr aesscsraitroermes
luamtinodsecdoomuosCbícaetéroisoquuVeirgníalioqueeelnespinoardtoo
estão,nascsieliscceot1la, su. m deles passa pera o paraíso e o outro pera o
Inferno: os quais batéNios steécmulocaIdII aa.uCm., osseuromararaniozs
ninaicpiarroaam: oa doocuPpaarçaãíosodaumPenAínnsjou,laeIboédriocaIne
faerrnomo aunmi- azarrçaãioz dinofseprnovaol sequume aCí
oemncpoanntrhaerairmo,. acabando por impor o latim vulgar como língua de
comunicação a ser usada pelos povos vencidos. No entanto, o latim clássico continuava
a ser Outiplirziamdoeircoomenotraellíoncguutaordaé
i g reja , d a a d m i ni st r aç ã oa,
u m F i d al g o q u e c h e g dcoamciêunmciaPeajneo,
squmeolshteeirloesv,aonudme rcaobnotinmuuoui caosmerpernidsoineadũoa. cadeira
de espaldas. E começa o ArrAIZ do Inferno ante que o Fidalgo venha.

DO LATIM AO GALEGO-PORTUGUÊS

Substratos da Península Ibérica


São os idiomas falados pelos povos que habitaram a península antes da invasão
romana (Celtas, Iberos, Fenícios, Gregos) e que foram absorvidos pelo latim, deixando
neste vestígios, ou seja, certos termos linguísticos. O quadro abaixo apresenta dois dos
substratos mais im- portantes da língua portuguesa:

Substratos Termos linguísticos Áreas


Celta camisa, cerveja, carro, caminho, vassalo, lousa, bétula
diversificadas
Grego evangelho, pedagogia, homogéneo, Cristo*
PROFE S SOR * Alguns destes termos já tinham sido absorvidos pelo latim, antes de os romanos invadirem a Península Ibérica,
como é o caso de “evangelho” e “Cristo”.
Considerando que algumas
definições de superstrato
(cf., por exemplo, Dicionário Superstratos da Península Ibérica
Terminológico, dt.dgidc.
min-edu.pt) referem ou O latim vigorou como língua oficial da Península Ibérica até ao século V, altura em que
sugerem uma situação
de substituição linguística, se deram as invasões germânicas, em 409. A estas seguiram-se as invasões árabes, em 711,
há autores que falam e ambos os acontecimentos acabaram por ter impacto na situação linguística da Península.
de adstrato para se
referirem ao árabe. Embora os germanos e os árabes não tenham conseguido impor a sua cultura nem a
Substratos Termos linguísticos Áreas
sua língua, legaram novas palavras ao idioma que então se falava.
Germânico guerra, orgulho, dardo, elmo, luva, escanção atividade guerreira
a agricultura, a indústria,
alambique, alecrim, açúcar, alfinete, arroz, as ciências e as artes,
Árabe
azeitona, azulejo, xarope o comércio ou a
administração
Os franceses também tiveram algum impacto na evolução da língua, devido à
sua in- fluência nas cortes dos primeiros reis da primeira dinastia e ao impacto da
poesia provençal.

O PORTUGUÊS ANTIGO (SÉCULOS XII-XV)

É possível, neste período, detetar duas fases na evolução da língua portuguesa:


a.A fase mais remota do português corresponde à fase do galego-português
(ou ga- laico-português), idioma progressivamente formado no noroeste
peninsular e que a Reconquista do território expandiu para sul; aparece
registada na poesia trovadores- ca e em documentos oficiais e particulares da
época, por exemplo, O Testamento de
D. Afonso II, datado com segurança de 1214.
b.A partir de meados do século XIV, com o movimento de Reconquista até sul
do ter- ritório português, assistiu-se a uma evolução gradativa da língua, que
terminaria com a separação do galego-português em dois idiomas (galego e
português). Para essa cisão, foram determinantes vários fatores, a saber:
• a separação política entre Portugal e a Galiza;
• o contacto com populações ao longo do repovoamento do centro e sul do
território implicou transformações linguísticas que não se verificaram no
norte;
• a mudança da corte portuguesa para Lisboa;
• a influência prestigiante da Universidade (ora em Lisboa ora em Coimbra)
e dos mos- teiros de Alcobaça e de Santa Cruz de Coimbra, que ditavam já, de
certa forma, o bem falar e o bem escrever.

O PORTUGUÊS CLÁSSICO (SÉCULOS -


XVI XVIII )

Durante este período, assistiu-se a uma considerável latinização e inovação da


língua portuguesa, particularmente no domínio lexical, por vários motivos:
• com o Renascimento dá-se a recuperação do latim clássico e surgem novas palavras
por via erudita;
• Camões (entre outros autores), com a sua obra, contribui para o processo
da enrique- cimento da língua;
• surgem publicações que pretendem fixar e regulamentar a língua portuguesa: em 1536,
nasce a primeira gramática portuguesa, de Fernão de Oliveira;
• os Descobrimentos trazem o conhecimento de outros povos, costumes,
paisagens e produtos exóticos, o que implica a introdução de vocabulário para
designar novas rea- lidades;
• Luís António Verney, no século XVIII, luta pelo ensino do português nas escolas, em opo-
sição ao ensino do latim.
Por outro lado, a expansão ultramarina permitiu que a língua se alastrasse por
vários con- tinentes e que se viesse a tornar a língua nacional e/ou oficial de países
como o Brasil, Angola ou Moçambique.

45
Evolução do português
APRENDER

O PORTUGUÊS CONTEMPORÂNEO (A PARTIR DO SÉCULO XIX)

A partir do século XIX, o português continuou a evoluir, devido aos seguintes fatores:
• a criação de gramáticas e dicionários intensifica-se;
• a criação literária de alguns escritores, como Eça de Queirós ou Fernando
Pessoa, con- tribui para o enriquecimento da língua;
• os progressos industriais e agrícolas têm um grande impacto, com a criação de
termos
Para mais informações sobre capazes de referir as novas realidades: neologismos e empréstimos – galicismos
a evolução do português, (do francês) e anglicismos (do inglês);
consultar, por exemplo:
• Ivo Castro, Introdução
• os meios de comunicação começam a exercer um papel de relevo na uniformização
à história do português. (2004), e
2.a ed., revista e muito divulgação da língua.
ampliada, Lisboa, Colibri,
2006.
• Ivo Castro (dir.), História
da língua portuguesa em linha,
Centro Virtual Camões, APLICAR
2002-2004.
URL: http://cvc.instituto- .
camoes. pt/hlp/index1.html 1. Selecione a opção correta.
• Esperança Cardeira, O
essencial sobre a história do 1.1 A romanização é um processo que consiste na
português, Lisboa, Editorial
Caminho, 2006. [A] imposição do latim clássico nas regiões conquistadas pelos romanos.
[B] reconquista do sul da Península Ibérica pelos romanos.
[C] assimilação da cultura e da língua latina pelos povos vencidos pelos romanos.

1.2 O latim clássico


[A] está na base da formação da língua portuguesa.
[B] é a variedade linguística utilizada pela população culta.
[C] não é usado por nenhuma classe social da Península Ibérica.

1.3 Os substratos da língua portuguesa são termos


[A] linguísticos que os povos invasores do século VIII impuseram aos
falantes da língua latina.
[B] linguísticos usados pelos povos nativos antes da chegada dos
romanos e que se infiltraram no latim.
[C] gregos que se integraram no galaico-português aquando da
reconquista cristã.

1.4 O celta é um idioma que


[A] é substrato da língua portuguesa.
[B] é superstrato da língua portuguesa.
[C] foi absorvido pelo árabe.
APLICAR

1.5 As invasões germânicas e árabes contribuíram para a formação do português


com
[A] termos específicos de certas áreas de atividade.
[B] vocabulário muito diversificado, pertencente a certas profissões.
PROF E S SOR
[C] vocabulário específico relacionado com a atividade guerreira.
Gramática
1.6 Superstratos são as línguas faladas 17.1; 17.2; 17.5

[A] pelas pessoas mais cultas, que as impunham às restantes. 1.


[B] pelos povos nativos, e que deixaram vestígios no latim vulgar.
1.1 [A]
[C] pelos povos invasores que deixaram marcas na idioma dominante. 1.2 [B]
1.3 [B]
1.7 O português antigo 1.4 [A]
[A] é o latim vulgar trazido pelos romanos. 1.5 [A]
1.6 [C]
[B] é o português falado a sul de Portugal no século XII. 1.7 [C]
[C] é, numa primeira fase, o galaico-português. 1.8 [B]
1.9 [A]
1.8 A universidade e alguns mosteiros 1.10 [A]
1.11 [C]
[A] contribuíram para evolução do latim clássico.
1.12 [B]
[B] contribuíram para a separação do português do galego.
[C] não tiveram nenhum impacto na evolução do português.

1.9 A partir do século XVI, a descoberta de novas paisagens e o contacto com


outras culturas implicaram
[A] o aparecimento de novos termos na língua portuguesa.
[B] a introdução de novas línguas que se impuseram ao português.
[C] um retrocesso no desenvolvimento da língua portuguesa.

1.10 Com a recuperação do latim clássico nas artes e nas ciências,


[A] formaram-se novas palavras na língua portuguesa.
[B] a língua portuguesa sofreu um enorme empobrecimento.
[C] o povo português começou a falar latim.

1.11 No século XIX, “nasce” o português contemporâneo, como consequência


de vários fatores, entre os quais se destacam
[A] a criação literária de Camões.
[B] o aparecimento da primeira gramática portuguesa.
[C] o desenvolvimento industrial do país.

1.12 Os empréstimos no século XIX são


[A] neologismos criados a partir da língua portuguesa.
[B] palavras estrangeiras introduzidas no português.
[C] neologismos criados a partir do francês.

47
P oe s i a T r o v a d o r e
sca

LEITUR A

Leia a letra de uma cantiga apresentada no programa da RTP 1 Estado de Graça.

Vídeos na Internet
É coisa linda esta moda afinal
De publicar videozinhos de cariz
anormal Duas miúdas em modo
animal
Aos chutos e pontapés, na peixeirada total
5 Gravaram no telemóvel – só visto…

Mais tarde é bom recordar


A chapadinha, joelhadazinha
Estado de Graça, RTP
Depois no Facebook há gente a
“likar” Aquela brincadeira, “rasca” e
rasteira
10 A pancada agora vai aleijar

[Refrão]
O português é engraçado
Anda à porrada em qualquer
PROFE S SOR
lado O português é distraído
Facilmente é atingido
Vídeo 15 O português é prémio
“Estado de Graça, RTP” Nobel A gravar com o
Leitura
telemóvel Pra mais tarde
7.1; 7.2; 7.4; 9.2 publicar
Só pra ver o que é que a coisa vai dar.
1.1 [A]; 1.2 [B].
2. Para além de se
censurarem hábitos
Anda pr’aí a maior comoção
violentos dos 20 O país revoltou-se contra esta agressão
portugueses, é
sobretudo criticada a
Na Internet e em todas as televisões
tendência atual para se Aquelas duas pitinhas a puxar dos
expor tudo o que se faz nas
redes sociais,
galões Gravaram no telemóvel – só
nomeadamente no visto…
Facebook, ainda que os vídeos Mais tarde irão lamentar
partilhados possam transmitir
uma imagem muito negativa 25 Serem parvinhas, serem tolinhas
dos seus protagonistas. De
tal forma isto acontece
A malta do “iutubas” vai comentar.
que chega mesmo a Há gente tão parvinha, tão mal-
colocar-se a hipótese educadinha. Na prisão é que elas devem
de, no futuro, ser mais
fácil condenar os ficar.
criminosos, porque eles
próprios acabarão por
fazer prova da sua Vai ser mais fácil apanhar malandrões
culpabilidade 30 E atirá-los a todos para as nossas prisões
através destas redes sociais.
Gravando os crimes com um simples telefone
Publicar na Internet e “soprar no trombone”

Pois estas duas araras – só


visto… Quiseram logo mostrar
35 Um crime gravado e
Cantigas de escárnio e maldizer
e e tão ceguinha, tão burra e tapadinha Faz
s o mal e logo o quer partilhar…
c
Letra e música de Gimba
a
r
r
a
p
a
c
h
a
d
o

E
m

p
l
e
n
o

F
a
c
e
b
o
o
k
,

s
ó

c
o
m
e
n
t
a
r
H
á

g
e
n
t
1. Selecione a opção que completa corretamente cada afirmação. P R O F E S S OR
1.1 O propósito da cantiga é
Gramática
17.4
[A] criticar.

[B] elogiar. 1.1 A palavra


provém do verbo inglês
[C] informar. like.
1.2 Trata-
[D] narrar. se de um
empréstimo.
1.2 Esse efeito é conseguido sobretudo através da 1.3 O termo
significa “gostar de”.
[A] metáfora. 2.1 “malandrões”
[B] ironia. 2.2 Justifica-se
pelo facto de a forma
[C] antítese. verbal surgir no infinitivo,
terminando em -r.
[D] aliteração. Quando assim é, o pronome
pessoal em adjacência verbal
implica a apócope do -r,
2. Explicite as críticas apresentadas ao longo da cantiga. assumindo o pronome
a forma “-los”.

Escrita
10.2; 11.1; 12.1; 12.2;
12.3; 12.4; 13.1
GR A M Á T I C A
Proposta de escrita:
Parágrafo 1: forma de
1. Preste atenção à palavra “likar” (v. 8).
comunicação tecnológica,
1.1 Identifique a origem do termo. fácil e atrativa, que possibilita
comunicação à distância.
1.2 Classifique a palavra, tendo em conta a sua origem. Parágrafo 2: o caráter
misterioso proporcionado
1.3 Explicite o significado do termo. por esta forma de
comunicação seduz os
mais jovens,
2. Atente nos versos “Vai ser mais fácil apanhar malandrões / E atirá-los a todos que fazem
para as nossas prisões” (vv. 29-30). “amizades” com
pessoas que não
2.1 Identifique o referente da forma pronominal “-los”. correspondem ao perfil que
apresentam;
2.2 Justifique a forma do pronome pessoal “os”, nesta situação. – a exposição de
fotografias pode ser
prejudicial, pois outros
BLOCO INFORMATIVO – pp. 280-281, 269- terão acesso a elas
e poderão manipulá-las;
270
– indicar dados da
vida pessoal (morada,
escola, emprego,
aniversários) pode ser
prejudicial, principalmente
ESCRITA quando se trata de
crianças que são um alvo
fácil para pedófilos.
Redija um texto expositivo, de 120 a 150 palavras, sobre os riscos do uso da rede Parágrafo 3: a nossa
social Facebook, seguindo, para isso, o plano abaixo apresentado. exposição a um público
vasto e desconhecido é
sempre perigosa, porque
• Parágrafo 1 – Apresentação sumária das características do Facebook. nem sempre se sabe quem
está do outro
• Parágrafo 2 – Três riscos inerentes ao uso do Facebook e cuidados a lado.
ter.
• Parágrafo 3 – Síntese dos principais aspetos referidos.

49
BLOCO INFORMATIVO – p. 283
MANUAL – pp. 26-27

50
INFORMAR

A par da poesia lírica trovadoresca, no Noroeste da Península, foi também


cultivada a poesia satírica, de natureza autóctone.

Leia os tópicos abaixo e os excertos da Arte de Trovar, que a este propósito se


pro- põem, e resolva a atividade apresentada na página seguinte.

Cantigas de escárnio e maldizer

• Na lírica galego-portuguesa, a sátira presente


nas cantigas de escárnio e maldizer é dirigida a
personagens representantes das diversas categorias
socioprofissio- nais, atingindo todos os graus da
hierarquia social:
5 – do papa ao simples freire (monge) ou freira;

– do cavaleiro ao ricome (rico-homem);


– do infançon ao escudeiro;
– do jogral ao trobador.
O rei é a única figura que não é alvo de qualquer sá-
10 tira ou crítica.

• Nas cantigas da lírica galego-portuguesa, a


sátira política e social é conduzida a nível pessoal
com acu- sações de:
– covardia;
15 – traição;

– avareza;
– incapacidade.
• Para além das críticas de caráter pessoal,
são vários os aspetos/assuntos satirizados nestas
cantigas:
20 – os relativos a acontecimentos históricos;

– os costumes sociais (em particular, os que se


Trovadores perante o Rei e a sua
ligam com a decadência da nobreza);
– a polémica literária (em que se aponta no trovador
Corte, século VIII, Escola escarnecido a falta de respeito pelas regras de bem trovar);
Alemã. 25
– a paródia da própria cantiga de amor, do amor cortês (“brinca-se” com
o so- frimento amoroso – a coita de amor – e com o retrato da figura
feminina).
• Com estas cantigas, pretende-se criar efeitos cómicos, geradores do
riso, recorrendo o trovador a vários recursos expressivos:
– ironia;
30
– termos obscenos (em textos mais ferozes);
– diminutivos e aumentativos grosseiros;
– equívoco (jogos de palavras que têm dois sentidos);
– metáforas.
• Muitas destas cantigas apresentam estrutura narrativa, relatando um
peque-
35
no episódio pitoresco e cómico, saído do quotidiano.
•Estas cantigas têm um importantíssimo valor documental para o
conheci- mento da língua e da sociedade da época.
Anna Ferrari,
“Cantiga de
escarnho e
maldizer”, in
José Augusto
Cardoso
Bernardes et al.
(dir.), Biblos:
Enciclopédia
Verbo das
Literaturas de
Língua
Portuguesa,
Lisboa,
Editorial
Verbo, 1995,
pp. 970-974
(adaptado).
Cantigas de escárnio

Cantigas d’escarneo som aquelas que os trobadores fazem querendo dizer


mal d’algu~e ~elas, e diz~e-lho per palavras cubertas que hajã dous
entendimentos pera lhe-lo nõ entenderem… ligeiramente.
CBN, Arte de Trovar, V, in Aida Fernanda Dias, História crítica da literatura portuguesa.
A Idade Média, vol. I, Lisboa, Editorial Verbo, 1998, p. 147.

Cantigas de maldizer

Cantigas de maldizer som aquelas que faz~e os trobadores […] descubertamente,


~e elas entrã palavras a que querem dizer mal e nõ haver outro entendimento
senõ aquel que querem dizer chaamente e outrossi as todas fazem dizer
[…].
CBN, Arte de Trovar, VI, in Aida Fernanda Dias, História crítica da literatura portuguesa.
A Idade Média, vol. I, Lisboa, Editorial Verbo, 1998, p. 147.

1. Assinale as seguintes afirmações como verdadeiras ou falsas, corrigindo as


falsas.
a. Nas cantigas de escárnio e maldizer, o trovador critica todas as
categorias so- ciais.
b. São vários os aspetos satirizados nestas cantigas, sendo alguns de P R O F E S S OR
caráter mais pessoal e outros relacionados com costumes, feitos históricos
e a própria arte de bem trovar. Educação Literária
7.2; 7.4; 8.1; 15.1; 16.1
c. As cantigas de conteúdo satírico apresentam palavras ofensivas quando se
pre- tende criticar ferozmente alguém ou um acontecimento. 1.

d. As cantigas de escárnio e maldizer também fazem uma paródia ao amor 2.4 Entre os vários
cortês. temas satirizados
destaca-se a
e. Os aumentativos e os diminutivos empregues nestas produções poéticas
crítica à
têm sempre um valor apreciativo.
artificialidade dos
f. Um dos recursos expressivos frequentes nestas cantigas é a ironia. senti- mentos
g. Algumas composições satíricas apresentam narratividade, pois verifica-se es- demonstrados na
sencialmente a expressão de estados de espírito do “eu”, na primeira cantiga de
pessoa. (amigo/amor).

h. As cantigas de maldizer distinguem-se das de escárnio pelo facto de,


nas pri- meiras, se criticar direta e claramente o alvo visado.

2. Selecione, dos termos indicados entre parênteses, aquele que se adequa às


infor- mações fornecidas pelo texto.

2.1 A poesia satírica galego-portuguesa teve origem (provençal/autóctone).

2.2 Os trovadores galego-portugueses manifestam preferência pelo caráter


(particular/geral) das cantigas de maldizer.

2.3 Nas cantigas de escárnio, a crítica era feita de forma (velada/direta).


a. F – Exceto o Rei.
b. V
c.V
d. V
e. F – Têm sempre valor depreciativo.
f.V
g. F – Algumas composições satíricas apresentam narratividade, pois relatam um episódio,
servindo-se das categorias da narrativa.
h. V
2.1 autóctone
2.2 particular
2.3 velada
2.4 amor
A dimensão satírica: a paródia do amor cortês e a crítica dos costumes

EDUCAÇÃO LITERÁRIA

Leia a cantiga apresentada.

Roi Queimado morreu com


amor
Roi Queimado1 morreu com
amor em seus cantares, par
Santa Maria, por ũa dona que 1
trovador com quem Pero
Garcia Burgalês conviveu e
gram bem queria2; e, por se que compôs algumas
meter por mais trobador, cantigas de amor, usando
5 por que lh’ela non quis[o] bem frequentemente o tópico aqui
satirizado
fazer, feze-s'el em seus cantares 2
que gram bem queria: por
morrer, mais3 resurgiu depois, ao quem tinha grande amor
tercer dia. 3
mas
4
isto
Esto fez el por ũa sa senhor
4 5
que quer gram bem: por quem
tem grande amor
que quer gram bem5; e mais vos ém6
diria:
6
acerca disso

10 por que cuida7 que faz i maestria8,


7
pensa
8
que fAZ i maestria: que faz
enos cantares que faz, á sabor9 versos com engenho, como se
de morrer i10 e des i d'ar fosse um mestre
viver11; esto faz el, que x'12o 9
á sabor: tem desejo, vontade
pode fazer, 10
nesse momento
mais outr'omem per rem nono faria. e des i d'ar viver: e em
11

seguida de voltar a viver


12
x’: mero reforço de
15E nom á13 já de sa morte pavor, expressão, intraduzível no
se nom, sa morte mais la português atual
temeria, mais sabe bem, per sa 13
tem
sabedoria, que viverá, des
14
des quando morto for: desde
o momento em que
PROFE S quando morto for14; morrer
SO R e faz-[s'] em seu cantar morte 15
aceitar
prender15, 16
des i ar vive: volta
20 des i ar vive16: vedes que poder seguidamente a viver
Áudio que lhi Deus deu, − mais queno
cuidaria!

E se mi Deus a min desse


poder qual oj'el á, pois morrer,
de viver, já mais morte nunca
[eu] temeria.
Pero Garcia Burgalês, B 1380/V
988.
“Roi Queimado morreu [C] – [1]
com amor” [D] – [5]
[E] – [4]
Educação Literária
14.2; 14.3; 14.4; 14.7; 2. O sujeito poético critica o artificialismo do "morrer
15.1; 16.1 de amor", que "Roi Queimado" demonstra nas suas cantigas, bem como a má qualidade da sua poesia.

1.
[A] – [2]
[B] – [3]
1. Associe os tópicos
de análise (coluna
A) às expressões
transcritas do
poema (coluna B).

2. Refira, por palavras Coluna A Coluna B


suas, os dois aspetos
criticados no trovador [A] Identificação do alvo da sátira. [1] “mais resurgiu depois, ao
"Roi Queimado". [B] Verso revelador dos exageros do amor cortês. tercer dia”,

[C] Expressão irónica denunciadora do [2] “Roi Queimado”


artificialismo do “morrer de amor”, pela
alusão a uma situação inverosímil. [3] “feze-s'el em seus
cantares morrer”
[D] Sátira à presunção de Roi Queimado
por se considerar bom trovador. [4] “já mais morte nunca
[E] Ironia do sujeito poético ao afirmar não [eu] temeria”
recear a morte, se ele fosse abençoado por
[5] “por que cuida que faz
Deus, como Rei Queimado. mestria”
Cantigas de escárnio e maldizer

EDUCAÇÃO LITERÁRIA

Leia expressivamente, após preparação prévia, a cantiga que se segue.

Ai, dona fea, fostes-vos queixar f. O trovador traça


o retrato físico e
Ai, dona fea, fostes-vos queixar psicológico da
que vos nunca louv[o] em meu senhora.
cantar; mais1 ora2 quero fazer um
cantar 2. Estabeleça uma
em que vos loarei3 toda via4; comparação entre a
cantiga analisada e a
5 e vedes como vos quero
anterior, no que se refe-
loar5: dona fea, velha e
re ao objeto de crítica.
sandia6!

Dona fea, se Deus mi perdom,


pois avedes7 [a] tam8 gram coraçom9
que vos eu loe10, em esta
razom11
10 vos quero já loar toda
via; e vedes qual sera a
loaçom12:
dona fea, velha e sandia!

Dona fea, nunca vos eu loei13


em meu trobar, pero14 muito trobei;
15 mais ora já um bom cantar farei,

em que vos loarei toda via;


e direi-vos como vos
loarei: dona fea, velha
e sandia!
Joam Garcia de Guilhade, B 1485/V 1097.

1. Assinale as seguintes afirmações como verdadeiras ou falsas. De seguida,


corrija as afirmações falsas.
a. O destinatário da sátira nesta cantiga é uma mulher do povo.
b. A senhora queixa-se de o trovador lhe ter chamado “velha, feia e
sandia”.
c. A composição poética elogia o amor cortês.
d. A ironia é um dos recursos expressivos utilizados nesta cantiga.
e. O trovador é pouco experiente na arte de trovar.
P oe s i a T r o v a d o r e
1
mass c a
2
agora 1.
3
louvarei a.F – É uma dama da
nobreza, como se confirma
4
de qualquer modo
pela forma de tratamento
5
louvar empregue na apóstrofe
6
louca, maluca “Dona fea”.
7
tendes b.F – A senhora queixa-se
de o trovador nunca lhe
8
tão ter feito um cantar de
9
desejo, vontade amor.
10
louve c.F – A composição
poética satiriza o amor
11
em esta razom: por este motivo cortês.
12
louvor, elogio d.V
13
louvei e.F – O trovador é
14
ainda que experiente na arte de
trovar, como está
evidenciado em “pero
muito trobei” (v. 14).
f.V
2. Ambas as cantigas
P R O F E S S OR satirizam os códigos
convencionais do amor cortês.
Em “Roi Queimado” critica-se
o artificialismo do “morrer
Áudio por amor” expresso pelos
“Ai, dona fea, fostes-vos queixar” trovadores e em “Dona fea,
foste-vos queixar”, criticam-se
os elogios estereotipados que
Educação Literária 14.1; 14.2; 14.3; 14.4; eram dirigidos às mulheres
15.1; 16.1 nas cantigas de amor.

53
P oe s i a T r o v a d o r e
sca
Cantigas de escárnio e maldizer – A dimensão satírica: a paródia do amor cortês e a crítica dos costumes

PROFE S SOR
EDUCAÇÃO LITERÁRIA

Leia a cantiga a seguir apresentada.


Áudio
“Foi um dia Lopo jograr”

Educação Literária
Foi um dia Lopo jograr
14.2; 14.3; 14.4; 14.7;
14.8; 15.1; 16.1 Foi um dia Lopo jograr1
a cas2 d’um infançom3
1. a. “um dia” (v. 1) cantar e mandou-lh' ele por
b. “cas d’um infançom” (v. dom4 dar tres couces na
2)
c.“Lopo jograr” (v. 1)
garganta;
5 e foi-lh’escass’ a meu cuidar ,
5 6
e “infançom” (v. 2)
d. “Foi […] a cas d’um segundo com’el canta.
infançom cantar / e
mandou-lh’ele
por dom dar / tres couces Escasso foi o infançom
na garganta” (vv. 1-4)
em seus couces partir
e. “Foi-lh’escasso’a
meu cuidar” (v. 5) entom, ca7 nom deu a
2. Um dia, o jogral Lopo Lop[o] entom
foi cantar a casa de um
10 mais de tres na garganta;
fidalgo, mas este não
gostou da forma como e mais merece o
ele cantou e mandou dar-
lhe três couces na jograrom8, segundo
garganta como forma de com’ el canta.
pagamento. Na opinião
do sujeito poético, foram Martim Soares, B 1366/V 974.
poucos os couces, já que
merecia muitos mais, tão
mau era o seu cantar. 1
jogral; 2 casa; 3 fidalgo de categoria inferior; 4 como
3. pagamento; 5 e foi-lh'escass': e foi forreta; 6 a meu cuidar:
a. V na minha opinião; 7 pois; 8 mau jogral.
b. F –O rei não era
alvo da sátira dos
trovadores.
1. A sátira, nesta cantiga, constrói-se a partir de uma estrutura narrativa.
c.F – São de origem
autóctone mas sofreram Complete a tabela com expressões do texto que exemplificam as categorias da
influências da narrativa apresentadas.
sátira provençal.
d. V
Tempo Espaço Personagens Ação Narrador
e. V
f.F – Era um dos
a. b. c. d. e.
temas das cantigas de
escárnio e maldizer.
g. F – Apresentam
críticas a determinadas
categorias
socioprofissionais,
2. Apresente sinteticamente o episódio narrado nesta cantiga. Comece o seu
especificamente hábitos texto por “ Um dia…”.
ou
vícios de certas
personagens. 3. Relembre o estudo das cantigas de escárnio e maldizer e assinale as
afirmações como verdadeiras ou falsas. Corrija as afirmações falsas.
a. As cantigas de escárnio e maldizer satirizam, direta ou indiretamente, algo
ou alguém.
b. Entre os vários comportamentos satirizados pelos trovadores, encontrava-se
a crítica à governação do rei.
c. As cantigas de escárnio e maldizer são de origem autóctone, não tendo
sofrido influências da sátira provençal.

54
d. A dimensão satírica das cantigas de escárnio e maldizer confere-lhes
grande valor documental.
e. Um dos recursos utilizados nas cantigas de escárnio é o “equívoco” ou I

“jogo du- plo”. p


2
f. A sátira ao amor cortês era o principal tema das cantigas de escárnio e 271-273, 269-270, 277
maldizer.
g. As cantigas de escárnio e de maldizer apresentam elogios a determinadas
cate- gorias profissionais.

GR A M Á T I C A

1. Preencha o quadro seguinte, retirando da cantiga os exemplos solicitados.

Determinante
Nome Nome Pronome Quantificador
artigo Preposição
próprio comum pessoal numeral
indefinido

a. b. c. d. e. f.

2. Sabendo que o vocábulo “cas” é a forma arcaica de “casa”, apresente três


outras pa- lavras do português moderno que integrem o mesmo elemento
etimológico.

3. Atente nas seguintes frases.


a. O amor cortês era frequentemente satirizado pelos trovadores nas cantigas de
mal- dizer.
b. As cantigas de escárnio e maldizer abarcam um vastíssimo leque de
personagens.
c. Os comportamentos quotidianos eram alvo da sátira dos trovadores.
d. A poesia satírica parodia o amor cortês, enquanto a cantiga de amor o
enaltece.
e. Quando se fala dos trovadores galaico-portugueses, destaca-se o seu gosto
pela sátira pessoal.

3.1 Indique a função sintática dos constituintes sublinhados.

3.2 Reescreva a frase b., pronominalizando o complemento direto.

3.3 Indique o valor lógico do conector “enquanto” (frase d.).

3.4 Indique o referente do pronome pessoal “o” na frase d.

3.5 Divida e classifique as orações na frase e.


PROFE S SOR

Gramática 18.1; 18.4

1. a. “um”
b. “Lopo”
c.“cas”, “infançom”, “dom”, “couces”, “garganta”, “jograrom”
d. "en”, “por”
e. “lhe”, “ele”
f. “três”
2. Caseiro, casario, casebre.
3.1 a. Complemento agente da passiva.
c.Predicativo do sujeito.
d. Complemento direto.
e. Complemento direto.
3.2 As cantigas de escárnio e maldizer abarcam-no.
3.3 Valor de oposição.
3.4 “o amor cortês”.
3.5 “Quando se fala dos trovadores galaico-
-portugueses” – oração subordinada adverbial temporal; “destaca-se o seu gosto pela sátira pessoal.” – oração
subordinante.
Fonética e fonologia / etimologia
APRENDER

FONÉTICA E FONOLOGIA
Ao longo dos séculos de evolução da língua portuguesa foram ocorrendo
alterações em termos fonéticos e fonológicos, ou seja, no que aos sons e fonemas diz
respeito. Estas alterações resultam de fatores diversos, como a tendência para a
diminuição do esforço articulatório (a que por vezes se chama “lei do menor
esforço”) ou a influência de uns vo- cábulos sobre os outros (analogia).
Quanto à sua forma, é possível distinguir três tipos de processos fonológicos:
1
A assimilação pode ser os de inserção, os de supressão e os de alteração de unidades.
regressiva, quando uma
unidade fónica se aproxima
articulatoriamente de uma
a. Processos fonológicos de inserção
que se lhe segue;
progressiva, quando a
relação das duas unidades Prótese Adição de uma unidade fónica no início da INDA- > ainda
se inverte; completa, sempre palavra.
que as duas unidades fónicas Epêntese Adição de uma unidade fónica no interior da HUMILE- > humilde
se tornam exatamente palavra.
iguais; incompleta, quando a
assimilação não é total e as Paragoge Adição de uma unidade fónica no fim da ANTE > antes
duas unidades fónicas apenas palavra.
se tornam mais
semelhantes.
2
São palatais as consoantes
b.Processos fonológicos de supressão
/‫ݕ‬/ (cf. chuva), /‫ݤ‬/ (cf. janela),
/‫ݠ‬/ (cf. filho) e /݄/ (cf. ninho).

Nota: A passagem de u
para o no final de palavra
representa uma alteração
apenas gráfica, pois o som
representado mantém-se.

56
Aférese Queda de uma unidade fónica no início da alá (port. antigo)> lá
palavra.
Síncope Queda de uma unidade fónica no meio da MALU- > mau
palavra.
Apócope Queda de uma unidade fónica no fim da AMARE > amar
palavra.

c.Processos fonológicos de alteração

Alteração de uma unidade fónica por influência de outra, ou seja, duas


Assimilação unidades fónicas diferentes tornam-se mais semelhantes ou iguais porque IPSE > esse
uma se aproxima articulatoriamente da outra1.
Processo exatamente inverso à assimilação, ou seja, duas unidades iguais
Dissimilação LILIU- > lírio
ou com características semelhantes distanciam-se articulatoriamente.
Transformação de uma consoante surda (por exemplo, /p/, /t/, /k/) na sua
Sonorização PIETATE- > piedade
correspondente sonora (nestes casos, /b/, /d/, /g/).
Tipo de assimilação que acontece quando uma unidade ou sequência ganha
Palatalização FLAMMA- > chama
uma articulação palatal (assim se formam as consoantes palatais do
português)2.
Metátese Troca de posição de unidades mínimas ou sílabas no interior de uma palavra. SEMPER > sempre
Transformação de uma consoante em vogal (depois de outra vogal, esta unidade
Vocalização OCTO > oito
realiza-se como semivogal).
Crase Contração de duas vogais numa só. TIBI > tii > ti
Contração Transformação em ditongo de uma sequência de duas vogais em hiato,
Sinérese LEGE- > lee > lei
pela semivocalização (transformação em semivogal) de uma delas.
Enfraquecimento de uma vogal em posição átona. Na atualidade, no português europeu, esse fenómeno é
Redução
observável quando comparamos formas como casa/casebre, em que uma mesma vogal surge com diferentes
vocálica
timbres, consoante se encontra em sílaba tónica (casa) ou em sílaba átona (casebre).

57
ETIMOLOGIA

Étimos – palavras (ou radicais) que estão na base das palavras portuguesas. A
etimolo- gia é a ciência que estuda a origem e a evolução das palavras.

Palavras divergentes Palavras convergentes


e, apesar de provenientes do mesmo étimo,
Palavras
apresentam
que, apesar
formasde
diferentes
derivarememde
português.
étimos diferentes, apresentam a mesma forma em português.
Ex.: SANU-são (‘saudável’)
ai SANCTU-são (‘santo’)

APLICAR PROF E S SOR

1. Identifique os processos fonológicos operados na evolução das palavras Gramática


17.3; 17.4; 17.5; 17.6; 17.7
apresen- tadas.
1.
a. FENESTRA- > feestra > festra > h. OCULU- > oclo > olho a. síncope, crase,
metátese.
fresta
i. MULTU- > muito b. sonorização.
b. SECRETU- > segredo c.síncope, assimilação.
j. PLENU- > cheo > d. síncope, epêntese.
c. PERSONA- > persoa > pessoa cheio e. apócope, síncope.
f.síncope, crase.
d. CENA- > cea > ceia k. MATERIA- > madeira g. síncope
, prótese,
e. CRUDELE- > crudel > cruel l. NOCTE- > noite palatalização.
h. síncope, palatalização.
f. PEDE- > pee > pé m. SOLES > soes > sóis i.vocalização.
j. síncope,
g. SPECULU- > speclu > espelho palatalização,
epêntese.
k. sonorização,
metátese.
l.vocalização.
2. Identifique o processo fonológico que a comparação das palavras a. síncope, sinérese.
“mala”/“maleta” e 2. Redução vocálica. Existe
um enfraquecimento
“porta”/“portão” nos mostra. da mesma vogal
(representada por <a> e <o>,
3. Atente nas seguintes frases. respetivamente), em posição
átona.
a. O rio era um dos elementos da Natureza presentes nas cantigas de amigo. 3.1 Trata-se de palavras
convergentes já que, apesar
b. Rio-me com algumas cantigas de escárnio e maldizer. de apresentarem a mesma
forma, provêm de étimos
3.1 Tendo em conta o significado dos vocábulos sublinhados, classifique-os quanto diferentes: a. RIVU- (> rio);
ao étimo de que provêm. Confirme a sua resposta através da consulta de um b. RIDERE (> rir).
dicionário. 4. e 4.1
[A] matriarcal – sistema
em que a mulher, mãe,
4. Tendo em conta o seu sentido, selecione, da lista de palavras apresentada, aparece como figura
aquelas que apresentam um constituinte que provém do étimo latino MATER central.
(‘mãe’). [C] maternidade – estado
de quem é mãe (também
[A] Matriarcal. [C] Maternidade. [E] Matricida. local onde as mulheres dão
à luz).
[B] Matrimónio. [D] Matrícula. [F] Matreira. [E] matricida – homicídio
da mãe.
4.1 Explicite o significado de cada uma das palavras selecionadas, tendo em 5.
conta o étimo de que provêm. a. fraterno,
fratricida,
fraternidade, frade.
5. Apresente duas palavras que contenham constituintes que integram cada um b. agricultura, agrário,
dos étimos listados abaixo.
a. FRATER (‘irmão’). d. CIVIS (‘cidadão’).
c. URBS (‘cidade’).
b. AGROS (‘campo’).
agrícola, agricultor.
c. urbano,
urbanização,
urbanismo.
d. civil, cívico,
civilização, civismo.
PAR A S A B E R Poesia Trovadoresca

POESIA LÍRICA

Cantigas de amor Cantigas de amigo

Origem • provençal • autóctone

Sujeito de
• trovador • a “amiga” (a donzela)
enunciação

Objeto • a dona (a “senhor”) • o amigo

Características
• ser divinizado, quase • ser terrestre,
da figura
inatingível, da aristocracia de cariz
feminina
essencialmente popular

Características • vassalo • apaixonado


da figura • submisso • ausente
masculina • sofredor • mentiroso

• doméstico
• palaciano • familiar
Ambiente
• cortês • rural
• marítimo

• artificial • simples
Essência • convencional • espontânea
• aristocrática • popular

• a paixão pelo amigo


• a saudade
• elogio da mulher amada • a incerteza e a
Tema
• a coita amorosa insegurança na relação
• os arrufos de amor
• o ciúme

POESIA SATÍRICA

Subgéneros Características Intenção crítica

Cantigas • sátira dissimulada,


• sátira política
de dúbia e encoberta
escárnio • crítica de costumes
Cantigas • paródia do amor cortês
• sátira direta, mordaz e
de maldizer
explícita

58
PAR A V E R I F I C A R

Verifique os seus conhecimentos após a leitura e a análise de várias cantigas da


poesia trovadoresca galaico-portuguesa.
PROF E S SOR

1. Identifique as afirmações verdadeiras e as falsas. De seguida, transforme as Educação Literária


afir- mações falsas em afirmações verdadeiras. 14.3; 14.8; 15.1; 16.1

a. Nas cantigas de amor, o sujeito de enunciação é a donzela apaixonada.


1.
b Um dos temas mais frequentes nas cantigas de amor é a coita amorosa. a. F –O sujeito de
enunciação é o trovador
c. Na primeira cantiga de amor trovadoresca apresentada nesta unidade, a enamorado.
b.V;
mulher surge sobrevalorizada. c.V
d.F – A presença da
d. Nas cantigas de amor é recorrente a referência à Natureza. Natureza surge de forma
e. Em geral, a mulher celebrada nas cantigas de amor é de um estatuto social recorrente nas cantigas
de amigo e não nas de
ele- vado. amor.
e. V
f. A correspondência amorosa entre o sujeito lírico e a mulher enamorada é f.F – É recorrente
recor- rente nas cantigas de amor. assistirmos à dor do sujeito
lírico quer por não ser
g. Por serem de natureza mais popular, as cantigas de amor apresentam correspondido em termos
amorosos quer pela mulher
recorren- temente uma estrutura paralelística. amada se mostrar
h. Nas cantigas de amor, o sentimento expresso pelo trovador é indiferente em relação a
si.
convencional e pouco natural. g.F – São as cantigas
de amigo que
i. A donzela, nas cantigas de amigo, tem como única confidente a mãe. apresentam uma
natureza mais popular e
j. É frequente assistirmos, nas cantigas de amigo, à angústia da donzela frequentemente uma
motivada pela ausência do amigo. estrutura paralelística.
h.V
k. Nas cantigas de amigo, é comum a donzela apresentar traços de i.F – Além da mãe,
existem outras
simplicidade e ingenuidade. confidentes como as
l. As cantigas de amigo refletem um ambiente mais familiar do que as amigas ou a Natureza.
j. V
cantigas de amor. k. V
m. A mulher representada nas cantigas de amigo é mais artificial do que a l.V
m. F – A mulher
mulher celebrada nas cantigas de amor. representada nas cantigas