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Novos PORTUGUÊS 1
3URȃVVLRQDLV Ana
Catarino Isabel
Castiajo Maria
José Peixoto
De acordo com
Novo Programa
12 PROJETO DE LEITURA 14 PARA COMEÇAR
MÓDULO 1
1. POESIA TROVADORESCA
18 PARA CONTEXTUALIZAR 19 PARA INICIAR 22 PARA DESENVOLVER
28 “Quer’eu em maneira de
proençal”, Dom Dinis 24 “A figura feminina nas 26 Exposição sobre um tema
cantigas de amor” “A sociedade portuguesa do século XIII”
30 “Se eu pudesse desamar”,
Pero da Ponte 33 Apreciação crítica
“O poder, talvez”
30 “Que soidade de mha senhor
ei”, Dom Dinis
CANTIGAS DE AMIGO
2
3
ÍNDICE
19 COMPREENSÃO DO ORAL
Reportagem
“Viagem Medieval em Terra
de Santa Maria”
APRENDER / APLICAR
44 Evolução do português
61 PARA AVALIAR 56 Fonética e fonologia / etimologia
MÓDULO 1
2. FERNÃO LOPES
CRÓNICA DE D. JOÃO I (Excertos da 1.a parte)
66 PARA CONTEXTUALIZAR 67 PARA INICIAR 69 PARA DESENVOLVER
MÓDULO
112
2
– excerto 3)
(Apresentação do Escudeiro e
1.
casamento de Inês –
GIL VICENTE
excerto 4)
FARSA DE INÊS PEREIRA
115 (A vida de casada de
67 EXPRESSÃO ORAL
Inês – excerto 5) 7e0se Sínt 77 Processos fonológicos
Pesquisa a partir de
“Fernão Lopes – o
124 (Inêsimagens
livre para novos
historiador” Como escrever
amores – excerto 6)
uma síntese
68 COMPREENSÃO DO ORAL
73 Síntese
“Fernão Lopes – vida e
obra” A maior das vitórias”
78 Funções sintáticas I
89 PARA AVALIAR
4
ORALIDADE ESCRITA
5
MÓDULO 2
2. LUÍS VAZ DE CAMÕES
RIMAS
138 PARA CONTEXTUALIZAR 139 PARA INICIAR 140 PARA DESENVOLVER
REPRESENTAÇÃO DA AMADA
142
“Ondados fios d’ouro reluzente” 141 “Petrarquismo em Camões: influência
143 e originalidade”
“Um mover d’olhos, brando e
144
piadoso” “Descalça vai para a
146
fonte” “Endechas”
149
“Quem ora soubesse” 148 “A tensão amorosa em Camões”
150
“Tanto de meu estado me
acho incerto”
A REPRESENTAÇÃO DA NATUREZA
152
“Alegres campos, verdes arvoredos” 151 “Locus amoenus”
153
“Aquela triste e leda
madrugada
A REFLEXÃO SOBRE A VIDA PESSOAL
157
“Correm turvas as águas deste 156 “A lírica camoniana” 161 Apreciação crítica
158 “Um justo entre as Nações”
rio” “Mudam-se os tempos,
164 Exposição
160 mudam-se “Os pintores descobrem a realidade”
as vontades”
6
166 PARA SABER 168 PARA VERIFICAR 169 PARA RECUPERAR
7
139 COMPREENSÃO DO ORAL
Documentário
sobre Luís de Camões
APRENDER / APLICAR
8
175 EXPRESSÃO ORAL 185 Reescrita de texto 185, 199, Funções sintáticas
Leitura de imagens (sinonímia/economia lexical) 202, 210
176 COMPREENSÃO DO ORAL 203 Exposição sobre um tema 185, 210 Campo lexical/Campo semântico
Documentário Os Descobrimentos
“Grandes Livros − Os 185 Classe de palavras
Lusíadas” 210 Exposição sobre um tema
181 As qualidades bélicas e 191 Conector
COMPREENSÃO DO ORAL literárias de Luís de Camões
Áudio 191, Coordenação/Subordinação
210,
Tema “Contentores”, Xutos
214
e Pontapés
186 199, Tempo e modo verbal
COMPREENSÃO / EXPRESSÃO ORAL
202
Áudio
Apreciação crítica de uma 202 Referente
211 canção
210 Processos fonológicos
COMPREENSÃO DO ORAL
Reportagem
“World of Discoveries”
APRENDER / APLICAR
192
Frase complexa: coordenação
204
Frase complexa: subordinação
Orações subordinadas
adverbiais
212
Orações subordinadas
substantivas e adjetivas
BLOCO INFORMATIVO
I – GRAMÁTICA (Sistematização)
Os da minha rua
Robinson Crusoé
SOBRE
SOBRE
OO AUTOR
AUTOR
E A A SUA
E
ESCRITA
SUA
ESCRITA
Título:
Título:
Editora/ano da edição:
edição:
Estrutura: divisãoem
Estrutura: divisão em capítulos
SOBRE
SOBRE capítulos
A Sim. Quantos?
Sim.
SELECIONADA
OBRA Quantos?
Não.
Não.
Características da obra e registo discursivo:
discursivo:
Tema:
Tema:
Acontecimentos principais:
principais:
SOBRE
SOBRE
A HISTÓRIA,
A AÇÃO,
AÇÃO,
OSOS
EVENTOS
OCORRIDOS
EVENTOS
OCORRIDOS
Outros acontecimentos:
acontecimentos:
O espaço:
SOBRE
SOBRE espaço:
O ESPAÇO
EO
TEMPO
(lugares e O tempo:
características
(lugares e tempo:
principais)
principais)
Protagonista(s):
Protagonista(s):
Caracterização do(s) protagonista(s):
SOBRE
SOBRE protagonista(s):
AS Outras personagens:
PERSONAGENS
PERSONAGENS Outras
Narrador:
E/OU personagens:
Narrador: para a compreensão da obra:
Relevância
O NARRADOR
Relevância para a compreensão da
obra:
13
PAR A C O M E Ç A R
C O M P R E E N S Ã O DO OR AL
1.
1. Complete as seguintes afirmações.
Monção recebe alunos de 5 países 1.4 Na peça jornalística são destacadas as estudantes a. ,
europeus no âmbito do projeto Comenius uma aluna portuguesa, e b. , uma aluna c.
.
Vídeo
[A] as escolas e as autarquias.
“Monção recebe alunos [B] o Ministério da Educação e o presidente da Câmara.
de 5 países europeus
no âmbito do projeto [C] os alunos e os professores.
Comenius”
[D] toda a comunidade de uma certa região.
Compreensão do oral
2.2 Durante o período de duração do programa, os participantes ficam alojados em
1.1 a. Alto Minho TV; b. [A] hotéis pagos por eles.
Projeto Comenius
1.2 a. Monção; b. sete [B] casa dos seus correspondentes.
1.3 a. Chipre; b. Finlândia
c. Polónia; d. Croácia [C] habitações destinadas ao turismo.
1.4 a. Adriana; b. Olga; [D] casas alugadas para esse fim específico.
c. polaca
2.1 [D] 2.3 O conhecimento do país, da região e da sua cultura far-se-á através
2.2 [B]
2.3 [C] [A] da participação em palestras e do visionamento de filmes e documentários.
3. Promoção da aprendizagem [B] do visionamento de documentários e da frequência de aulas.
da língua inglesa; construção
de novas amizades, a nível [C] da frequência de aulas, de atividades diversas e visitas pelo Alto Minho.
pessoal.
[D] da realização de atividades diversas e visitas pelo Alto Minho.
Expressão oral
14
LEITUR A
ESCRITA
Para uns, a escola é mal-amada; para outros, é uma fonte de saber e permite a
abertu- ra de janelas para o mundo.
1
1. Poesia Trovadoresca
PARA CONTEXTUALIZAR | PARA INICIAR
PARA DESENVOLVER
Educação Literária
Poesia trovadoresca
• Cantigas de amor
• Cantigas de amigo
• Cantigas de escárnio e maldizer
Leitura
Exposição sobre um
tema Apreciação crítica
Artigo de divulgação científica
Escrita
Exposição sobre um tema
Oralidade [Comprensão/Expressão Oral]
Reportagem [Compreensão do Oral]
Gramática
Evolução do português [Aprender/Aplicar]
Fonética e fonologia/etimologia [Aprender/Aplicar]
• Formação de palavras
• Conectores
• Subordinação
• Funções sintáticas
• Classe de palavras
• Referente
• Processos fonológicos
• Étimo
• Pronome pessoal em adjacência verbal
PARA SABER | PARA VERIFICAR | PARA RECUPERAR | PARA AVALIAR
PARA CONTEXTUALIZAR
Os valores culturais da Idade Média Elaborado a partir de Maria de Lurdes Rosa, "Sagrado, devoções,
religiosidade", in José Mattoso (dir.), História da vida privada em Portugal,
Idade Média, vol. I, coordenação de Bernardo Vasconcelos
• A cultura na Idade Média cingia-se a um grupo e Sousa, Lisboa, Temas e Debates, 2011, p. 376.
social privilegiado: o clero.
• A minoria clerical controlava a produção e a
reprodu- ção de texto escrito, geralmente de teor
religioso: Bíblia e as
5 obras de Santo Agostinho.
18
PARA INICIAR
C OMPREENSÃO DO OR AL
LEITUR A
Leia o texto a seguir apresentado.
Feiras medievais
As feiras medievais correspondiam a uma das
institui- ções mais curiosas do período medieval; a
sua função económica consistia fundamentalmente na
localização, em prazos e termos determinados, de
produtores, consu-
5 midores e distribuidores, corrigindo assim a falta de
comu- nicações fáceis e rápidas.
Quase todas as feiras se realizavam em épocas
relacio- nadas com festas da Igreja: no local onde se
faziam existia uma paz especial, a paz de feira, que
proibia toda a dispu-
10 ta ou vingança, ou todo o ato de hostilidade, sob penas
severas em caso de transgressão.
A primeira menção duma feira portuguesa Feira medieval de Lendit, in Grandes Crónicas de França, Jean Fouquet,
século XIV.
nitidamen- te diferente do mercado local é a que
20 Entre os privilégios que mais favoreceram o
vem registada no Foral de Castelo Mendo, de 1229,
desenvol- vimento das feiras, cumpre mencionar o
e que se realizava
que isentava os feirantes do pagamento de direitos
15 três vezes no ano e durante oito dias de cada vez.
fiscais (portagens e costumagens). Às que
Todos os que a ela acorressem, tanto nacionais como
usufruíam desta regalia deu-se o nome de feiras
estrangei- ros, teriam segurança desde oito dias antes
francas.
até oito dias depois da feira, na ida e na volta, contra
in http://concelho-sernancelhe.planetaclix.pt/Feira_Aquilinia-
qualquer respon- sabilidade civil ou criminal que
na-2004-03.html (adaptado, consultado em fevereiro de
pesasse sobre eles. 2017).
1.5 Pelas características atrás identificadas, podemos concluir que estamos perante
[A] uma síntese. [C] um texto de opinião.
[B] um texto de apreciação crítica. [D] um texto expositivo.
20
LEITUR A
Leia o texto de apreciação crítica abaixo e responda, de seguida, aos itens
apresen- tados.
d
o
r
o
m
a
n
c
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b
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e apresenta-se c
s como um livro o
t 20 de detetives: n
u uma série de h
d misteriosas e
o mortes c
afetam um i
e mosteiro e o m
protagonista e
d tem por n
e missão t
descobrir a o
e verdade, um
n pouco ao –
s estilo de t
i Sherlock o
n Holmes. […] d
o Entretanto, o o
, leitor fica s
a preso da e
l primeira à s
i última página, t
v precisamente e
r para saber s
e como se e
resolve o l
c mistério. […] e
i A m
r imaginação e
c fervilhante n
u do autor t
acaba por
l o
vezes por
a ser s
ç labiríntica, f
ã levando a a
o que z
25 quase se e
d perca o fio da m
o história. Mas
conhecimento. [Numa época] mergulhada a bondosa d
em obscurantismo1 durante séculos, os relação do e
mos- teiros cristãos constituíam fortalezas protagonista s
onde o conhecimento era preservado com com o seu t
imensas dificuldades. Dado a inexistência discípu- lo, a e
da imprensa, os livros tinham de ser sua defesa da
copiados à mão por racionalidade r
15 monges dedicados; em consequência, os livros eram como límpida e sem o
bastante raros e de difícil acesso. […] Evidentemente, potencialme cedências, a m
havia outros obstáculos à livre circulação do nte oposição ao a
conhecimento, na Idade Média, além do problema perigoso. O dogmatismo n
tecnológico de não existir ainda a imprensa. Um dos romance de que procurava c
mais impor- tantes, tema central deste livro, era o Umberto fazer paralisar e
dogmatismo2 religioso, que encarava o conhecimento Eco o
uma experiência inesquecível. encarava o f
conhecimento, a
como z
Desidério Murcho, in http://criticanarede.com/lds_nomedarosa.html potencialmen e
(consultado em janeiro de 2015, adaptado). te perigoso. r
2. “os p
mosteiros a
cristãos r
constituía a
1. O autor deste artigo faz uma apreciação crítica l
m
de uma obra. Complete os tópicos que se seguem fortalezas s
PRO a
com dados do texto. FE S
onde o
conhecime r
a. Titulo da obra e autor S OR nto era o
preservad c
b. Época e local onde decorre a ação L o”; “os o
e livros n
c. Duas características da época retratada i tinham de h
t ser e
u copiados à c
1. O Nome da Rosa revela o papel do clero na i
r mão por
reprodução de livros e na divulgação de a monges m
conhecimento. Comprove a afirmação com dedicados”; e
“dogmatismo n
exemplos textuais. 7
que t
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procurava o
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”
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o.
b.
Idade
Média,
mosteir
o
mediev
al.
c.Os livros eram
raros e
de difícil
acesso;
inexistência
da
imprensa;
falta de
circulação do
conheciment
o,
dogmatism
o religioso,
que
P oe s i a T r o v a d o r e s c a PARA DESENVOLVER
PROFE S SOR
INFORMAR
Leitura/Educação
Literária
8.1; 15.1
Leia os tópicos apresentados abaixo e resolva a atividade proposta na página seguinte.
TEXTO A
Apresentação
Poesia trovadoresca A poesia trovadoresca
– Contextualização
histórico-literária • A poesia galego-portuguesa é um marco relevante na Idade Média
Europeia.
TEXTO B
Cantiga
Manuscrito
do Cancioneiro da Ajuda, séc • O termo cantiga é de uso geral na Arte de Trovar do Cancioneiro da
XIII. Bibliote- ca Nacional de Lisboa, utilizando-se também o termo cantar com
o mesmo significado.
22
J pp. 132-133.
o
s
é
C
o
l
a
ç
o
B
a
r
r
e
i
r
o
s
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t
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i
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C
a
m
i
n
h
o
,
1
9
9
3
,
23
TEXTO C
Os agentes difusores da poesia trovadoresca
Trovadores, jograis e jogralesas ou soldadeiras dão vida à arte de trobar,
princi- palmente nas cortes e nas casas dos grandes senhores, mas também
na praça, para um público mais vasto e de outra condição social.
• O trovador é um nobre que compõe os seus textos e que apenas
os executa por um prazer pessoal ou por um ato de galanteria para
com as damas.
• O jogral é executante, difusor de textos alheios e próprios.
• A jogralesa trabalha ao lado do jogral, dançando e cantando, ao
som de instru- mentos por ele tangidos, ou tocando ela própria.
Elaborado a partir de Aida Fernanda Dias, História crítica da literatura
portuguesa. A Idade Média, vol. I, Lisboa, Editorial Verbo,
1998, pp. 102-103.
Coluna A Coluna B 1.
[A] A lírica trovadoresca [1] acompanhava o jogral, executando [A] – [3]
um instrumento e dançando. [B] – [5]
[B] Esta arte de trovar, posteriormente, [2] cantavam e tocavam em [C] –
praças públicas, para o [9]
[C] O cantar de amor provençal povo. [D] – [7]
[E] –
[D] O trovador, de origem nobre, [3] teve origem na Provença. [10]
[F] – [8]
[E] O jogral [4] abordam o tema do amor.
[G] –
[5] espalhou-se pelas cortes e [12]
[F] As cantigas características da lírica [H] – [4]
grandes casas senhoriais
trovadoresca [I] – [11]
europeias.
[G] A cantiga de amigo [J] – [1]
[6] é francês (da Provença).
[k] – [6]
[H] Os cantares de amor e de amigo [7] compunha a letra e a música [L] –
das cantigas que também [13]
[I] A sátira e a crítica a executava. [M] – [2]
costumes e personagens
[8] encontram-se reunidas em
três cancioneiros profanos. 2.
[J] A jogralesa
à semelhança da
[9] chegou, finalmente, ao noroeste
[K] O primeiro trovador de que há registo peninsular no século XII. cantiga de c. ,
[L] O público a quem se destinavam [10]tocava, acompanhando o trovador. que, no entanto,
estas composições poéticas é de origem d. .
[11] estão presentes nas cantigas
[M] Para além das cortes e das casas de escárnio e de maldizer. Já as cantigas de
senhoriais, os trovadores e os
jograis [12] é de origem peninsular. e. e de maldizer
[13] é a nobreza. são de conteúdo
f.
g. .
E X P R E S S ÃO OR AL
P R O F E S SOR
E porque algunas cantigas i ha em que falam eles […]
Oralidade
1.1; 1.4; 4.1; 4.2; 4.3;
é bem de entenderdes se som d’amor […]
5.3; 5.4 CBN, Arte de Trovar, IV, in Aida Fernanda Dias, História crítica da literatura portuguesa. A Idade Média, vol. I, Lisboa, Editori
1. Os alunos podem
focar vários aspetos:
–presença de uma
jogralesa, de um jogral:
ambiente cortês, palaciano, a
execução musical de uma Iluminura do cancioneiro da
cantiga; um nobre que ajuda (nobre, bailadeira com
assiste ao “concerto”; castanholas, jogral com saltério
–cantiga de amor. trapezoidal).
INFORMAR
prez1, bem falar, bon sen2 e parecer” e também a “mais mansa e de mui
melhor doairo3 e melhor talhada”. Simples constatação de uma
sobrevalorização onde a pobreza do vocabulário é notória […].
Perante a figura de uma mulher assim delineada, o trovador coloca-se numa
10 postura submissa, semelhante à do vassalo perante o seu senhor […].
24
Cantigas de amor
Cantigas de Amor
ESCRITA
Título
Delimita o tema com A sociedade portuguesa no século XIII
objetividade.
A sociedade portuguesa do século XIII é formada por três grupos, com
1.O Parágrafo
Introdução direitos e deveres diferentes: a nobreza, o clero (grupos privilegiados) e o
Identificação e povo, o grupo mais desfavorecido, que executava todo o tipo de trabalho e
caracterização do objeto.
pagava impostos.
2.O Parágrafo
Desenvolvimento A nobreza tinha sobretudo funções guerreiras. Participava com os seus exércitos
Nobreza (tópico 1): 5 na Reconquista, ao lado do rei, recebendo em troca rendas e terras.
Atividade dominante.
O senhorio era pois a propriedade de um nobre na qual viviam
camponeses livres e servos. […] O senhor tinha grandes poderes sobre
3.O Parágrafo –
Nobreza quem vivia no senho- rio: cobrar impostos, fazer justiça, ter um exército
Direitos e privilégios; privado... Quando não estava em guerra, o senhor nobre dedicava-se a dirigir
atividades lúdicas
(desportivas e culturais). o senhorio e a praticar exercícios físicos
10 e militares. Organizava festas e convívios onde, para além do banquete, se
4.O Parágrafo
tocava, cantava e dançava. Estas festas eram animadas por trovadores e
Clero (tópico 2) jograis. Jogava-se xadrez, cartas e dados.
Função principal, direitos
e privilégios. Tal como a nobreza, o clero era um grupo social privilegiado. Tinha a
função de prestar assistência religiosa às populações. Tinha grandes
propriedades que lhe
5.O Parágrafo 15 haviam sido doadas pelo rei ou por particulares e não pagava impostos. Tal
Clero
A vida nas ordens como a nobreza, exercia a justiça e cobrava impostos a quem vivia nas
religiosas e outras suas terras. […]
funções (didáticas,
culturais, médicas No mosteiro, para além de cumprirem as regras impostas pela ordem a
e bélicas).
que per- tenciam, os monges dedicavam-se ao ensino, à cópia e feitura de
livros, à assistên- cia a doentes e peregrinos. Em algumas ordens religiosas,
6.O Parágrafo
os monges dedicavam-se
Povo (tópico 3)
Atividade principal, 20 também ao trabalho agrícola nas terras do mosteiro. Noutras, eram militares,
deveres, formas tendo combatido contra os Mouros.
e condições de vida
precárias. A maioria dos camponeses vivia nos senhorios, trabalhava muitas horas,
de sol a sol, e de forma muito dura. Do que estes produziam, uma grande
7.O Parágrafo parte era entregue ao senhor, como renda. Deviam ainda prestar-lhe outros
Povo serviços, como a reparação
Atividades religiosas
e lúdicas em que
25 das muralhas do castelo, próximo do qual viviam, em aldeias. Moravam em
participava ativamente casas pequenas, de madeira ou pedra, com chão de terra batida e telhados
ou como assistente.
de colmo. Estas casas tinham apenas uma divisão. […]
Enquanto trabalhavam, também cantavam. Celebravam-se em todo o país
8.O Parágrafo as grandes festas religiosas que incluíam o repicar dos sinos, as procissões, as
Conclusão feiras,
Hierarquização da
sociedade medieval
30 as refeições coletivas e os bailes. Depois da missa, ou da procissão, dançava-
e a influência da guerra se e cantava-se nos terreiros das igrejas onde também se realizavam vendas.
nesta organização Por vezes, a plebe podia assistir a alguns espetáculos que os nobres
social.
organizavam. Os mais frequentes eram as competições militares.
Concluímos assim que, durante o século XIII, a sociedade portuguesa se encon-
35 trava dividida em classes, que possuíam mais ou menos privilégios. Esta
hierarqui- zação condicionou as ocupações e os divertimentos dos diferentes
grupos, tido a guerra e as expedições militares uma forte influência nesta
tendo estruturação.
in http://hgp5.blogs.sapo.pt/998.html (texto adaptado, consultado em dezembro de 2016).
26
P oe sia T r o v ador e s c a Cantigas de amor
Cantigas de amor – A coita de amor e o elogio cortês
1. Fase preparatória
Guiões de visionamento
• escolher um tema sobre o qual exista informação pertinente, de modo a de filmes
selecionar um aspeto específico;
Escrita
• pesquisar informação e selecionar adequadamente fontes, considerando o seu 10.1; 11.1; 12.1; 12.2; 12.3;
grau de confiabilidade, como por exemplo livros e textos críticos de autores com 12.4
provas dadas, jornais e revistas com credibilidade;
Tópicos de resposta:
• colocar notas nas fontes usadas bem como registar as datas e as estatísticas
Introdução:
para comprovar os dados e anotar os dados bibliográficos; -Localização temporal
da Idade Média (séculos V
• selecionar os aspetos a contemplar no texto; a XV).
• planificar o texto, organizando os tópicos selecionados. -Estratificação social –
divisão da sociedade
em classes, que
2. Fase da redação apresentavam
bastantes diferenças ao nível
• identificar o assunto/a ideia que vai ser explorada, no primeiro parágrafo; das atividades lúdicas.
• organizar sequencialmente os dados recolhidos e selecionados; Desenvolvimento:
-Nobreza: torneios, caça,
• exemplificar/justificar os aspetos registados; festas nos castelos
com a presença de
• empregar corretamente os conectores do discurso; músicos e
dançarinos, serões na corte.
• indicar corretamente as citações e/ou as fontes utilizadas. -Clero: participava em
muitas das atividades
3. Fase da revisão lúdicas da nobreza.
-Povo: a dança, a música,
• ler o texto elaborado para perceção da sua coerência interna e coesão romarias e festas populares.
textual; Conclusão: A importância
• corrigir gralhas ao nível da ortografia, da acentuação e da pontuação; dos divertimentos na
organização da sociedade
• verificar a contemplação das orientações fornecidas (se as houver), medieval: acentuação
da estratificação social,
nomeadamente ao nível do número de palavras requerido. contribuição para o
conhecimento da cultura e
da forma de viver
ESCREVER UM TEXTO EXPOSITIVO medievais.
EDUCAÇÃO LITERÁRIA
FIXAÇÃO DE TEXTO
As composições Leia a cantiga de amor de autoria do rei D. Dinis.
poéticas têm como
fixação de texto:
Elsa Gonçalves Quer'eu em maneira de proençal
(apresentação crítica,
seleção, notas Quer’eu em maneira de DOM DINIS
e sugestões para análise 1261-1325
literária) proençal1 fazer agora um
Para além de ter
e Maria Ana Ramos cantar2 d’amor, reinado durante 46 anos,
(critérios de transcrição, e querrei3 muit’i4 loar5 mia senhor6 foi o poe- ta medieval
nota linguística mais fecundo. Temos
e glossário), A lírica a que7 prez8 nem fremosura nom fal9, hoje conhecimen- to de
galegO-PORTUGUEsa, 5 nem bondade; e mais vos direi 137 cantigas da sua
Lisboa, Editorial autoria: 73 de amor, 54
Comunicação, 1983. ém10; tanto a fez Deus comprida de amigo e 10 de
Excetuam-se as de bem11 que mais que todas las do maldizer.
composições das mundo val.
páginas 30 (cantiga B),
37 e 40, que têm como
fixação de texto: Ca12 mia senhor quizo13 Deus fazer
Mercedes Brea tal, quando a fez, que a fez
(coord.); Lírica
profana galego- sabedor14
-PORTUGUEsa, vols. I e II, 10 de todo bem e de mui gram
Santiago de
Compostela, Xunta de
valor, e com tod’est[o]15 é mui
Galicia, 1996. comunal16 ali u deve17; er18 deu-lhi
bom sém19, e desi20 nom lhi fez
pouco de bem
quando nom quis que lh’outra foss’igual.
d. g.
que
rerei
; 4 3. Indique o tipo de características destacadas pelo trovador, justificando a sua intenção.
aí,
nela
,
isto
é,
na
cant
iga;
5
louv
ar; 6
mia
senh
or:
for
ma
com
um
com
que
o
trov
ador
se
dirig
e à
mul
her
ama
da.
No
gala
ico-
port
ugu
ês,
era
um
a
pala
vra
unif
orm
e; 7
a
que:
29
Cantigas de amor
EDUCAÇÃO LITERÁRIA
CANTIGA A
Se eu pudesse desamar
Se eu pudesse desamar
a quem me sempre
desamou, e pudess’algum
mal buscar
a quem me sempre mal buscou!
5 Assi me vingaria eu,
se eu podesse coita1 dar,
a quem me sempre coita deu.
Mais sol nom2 posso eu E por esto: e por isto, e por causa disto; 4 durmo;
3
5
desampare, abandone; 6 ou, ao menos; 7 estorvar, perturbar; 8
pelo
enganar meu coraçom que
menos; 9 pensar; 10 lastimo-me, lamento-me
m’enganou,
10 por quanto me fez PROFE S SOR
desejar a quem me
nunca desejou.
E per esto3 nom dormio4 eu,
porque nom poss’eu coita
dar, a quem me sempre
coita deu.
1
sofrimento causado pelo amor; 2
sol nom: nem
mesmo;
30
Cedo; ca8 pero9 mi nunca fez
bem10, se a nom vir, nom me posso
guardar11 d’ensandecer12 ou morrer
CANTIGA B com pesar13;
10 e porque ela tod’em poder tem,
Que soidade de mha senhor ei rogu’eu a Deus que end’a o poder
Que soidade1 de que mh a leixe, se lhi prouguer, veer
mha senhor ei2
quando me Cedo; ca tal fez nostro senhor,
nembra3 d’ela qual de quantas outras no mundo som
a vi, e que me 15 nom lhi fez par14, a la minha fe15,
nembra que bem nom; e poi-la fez das melhores
a oi4 falar; e por melhor, rogu’eu a Deus que end’a o
quanto bem d’ela poder
sei, que mh a leixe, se lhi prouguer, veer
5 rogu’eu a Deus que
end’a o poder5, que Cedo; ca tal a quizo16 Deus fazer,
mh a leixe6, se lhi 20 que se a nom vir, nom posso viver.
prouguer7, veer Dom Dinis, B 526/V 119.
1
saudade; 2 tenho; 3 lembra; 4 ouvi; 5 que end'a o poder: que tem
Áudio – “Se eu pudesse desamar” poder para isso; 6 deixe; 7 prouver, agradar; 8 porque; 9 mas; 10
Áudio – “Que soidade de mha senhor nunca feZ bem: nunca correspondeu ao meu amor; 11 deixar; 12
ei” enlouquecer; 13 desgosto; 14 igual; 15 a la minha fe: por minha fé; 16
quis.
31
Cantigas de amor
Oralidade/Educação
Literária
1.5; 5.3; 6.1; 15.4;
16.2
1. cantiga de amor da época medieval, ao nível do conteúdo, continua atual.
a. Quando amanheces, logo
no ar, / Se agita a luz sem
querer"; "o dia vem
devagar, / Para
te ver"; "joia de luz / entre
as mulheres"; b. "E já
rendido, ver-te chegar";
"Onde eu queria entrar um
dia, / P’ra me
perder"; "Ardo em ciúme
desse jardim"; "Por minha
cruz";
c. “jardins proibidos”; "Desse
outro mundo só teu".
1.1.
Os alunos devem referir:
semelhanças temáticas entre
a canção “Jardins Proibidos”
e as cantigas de amor da
lírica trovadoresca, se
atendermos às expressões
acima transcritas, que
remetem para o elogio
superlativado
da mulher amada, para a
sua inacessibilidade e para a
coita amorosa, isto é, o
sofrimento amoroso do
sujeito poético. No fundo, a
32
Cantigas de amor
te a canção interpretada por Paulo Gonzo e
OR A L I D A D E / E D U C A Ç Ã O L I T EOlavo
R Á R I Bilac,
A dois “trovadores” do nosso
tempo, e selecione:
1. O
u a. duas expressões que revelem o elogio
ç super- lativado da mulher amada;
a b. duas expressões que evidenciem o
estado de espírito do sujeito poético;
a c. uma expressão que sugira a
t inacessibilidade da mulher amada.
e
1.1 Com base na informação presente nas alíneas anteriores e no Proibidos”
estudo feito
n “Jardins
sobre a cantiga de amor, faça uma apresentação oral (5 a 7 minutos)
t
sobre os seguin- tes aspetos:
a
m • a relevância da cantiga de amor medieval no mundo contemporâneo;
e • as semelhanças existentes entre o tema musical apresentado e este
n tipo de cantiga.
Link
“Jardins proibidos”
33
LEITUR A
O poder, talvez
Por Valdemar Cruz
[C] O autor descreve a reação emotiva do público e o envolvimento dos 1. [D]; [A]; [C]; [E]; [B]
espetácu- los do cantor na realidade social.
[D] O autor apresenta o objeto que vai ser alvo da sua apreciação crítica.
TEXTO A
Cantigas de amigo
•A cantiga de amigo é tematicamente semelhante à cantiga de amor –
em ambas o argumento essencial é, de facto, o amor não correspondido,
causa de so- frimento, de desconforto e, consequentemente, de lamento.
•A cantiga de amigo distingue-se da cantiga de amor a vários níveis,
como se pode verificar no quadro abaixo.
Aspetos
Cantiga de amigo Cantiga de amor
distintivos
Sujeito de Feminino: quando o poeta trovador Masculino: quando o
enunciação finge que é a mulher a expor as suas poeta fala de si mesmo
próprias penas (de acordo com a (de acordo com a Arte de
Arte de Trovar). Trovar).
Condição social É uma jovem do povo, a donzela, “uma É nobre, a requintada
da mulher dona virgo” (virgem), aparentemente “senhor”, aristocraticamente
e respetiva simples e ingénua, sinceramente esquiva, distante,
caracterização apaixonada, vulnerável (frágil) a indiferente ao sofrimento
qualquer
desilusão, mas sempre pronta a defender do sujeito poético.
e a lutar pelo seu amor.
TEXTO B
Paralelismo
• É um princípio estruturante dos textos poéticos, típico da poesia ao
gosto po- pular, em que se repetem segmentos textuais ou elementos
temáticos.
• A grande maioria das cantigas de amigo (também muitas cantigas de
amor, de escárnio e de maldizer) apresenta estruturas paralelísticas, ocorrendo
repetição lite- ral (repetem os mesmos versos) ou sinonímica (apresentam
expressões ou termos de significado equivalente) de um ou mais versos de
cada estrofe.
Elaborado com base em Giulia Lanciani e Giuseppe Tavani (org. e coord.),
Dicionário da literatura medieval galega e portuguesa, trad. José Colaço Barreiros e Artur Guerra,
Lisboa, Editorial Caminho, 1993, pp. 135, 509 e 570-571.
Cantigas de amigo
TEXTO C
Refrão
As marcas gráficas que distinguem o
início do refrão nos manuscritos da lírica
galego-por- tuguesa parecem revelar a
importância que era atribuída ao refrão como
elemento estruturante,
5 quando a lírica galego-portuguesa foi
arquiva- da por escrito. Sendo uma parte
da cantiga que se repete, o refrão aparece,
nos testemunhos referidos, abreviado a partir
da segunda estrofe. […]
10 Do ponto de vista da versificação, o refrão
res- tantes versos da cobla. […] "Em gram coita, senhor", Dom
Relativamente aos géneros, o refrão é Dinis, B 506/V 89, Manuscrito do
Cancioneiro da Biblioteca Nacional.
mais frequente entre as cantigas de amigo
(443-87,8%) do que entre as cantigas de amor
(380-52,4%) ou
20 entre as satíricas (134-31%).
Atente no texto A
P R O F E S S OR
1. Assinale as seguintes afirmações como verdadeiras ou falsas, corrigindo as
falsas. Leitura / Educação
Literária
a. A cantiga de amigo e a cantiga de amor partilham o mesmo sujeito de 7.1; 7.4; 8.1; 14.8; 16.1
enuncia- ção.
b. Tanto a cantiga de amigo como a de amor desenvolvem o tema do 1.
sofrimento amoroso.
c. A donzela presente nas cantigas de amigo pertence a uma classe social cada estrofe.
elevada.
d. O sujeito poético presente na cantiga de amigo pode ser caracterizado pela
sua ingenuidade e pela paixão que sente pelo amigo.
e. Nas cantigas de amigo, a paisagem natural, para além de cenário onde a
donzela se move, é também sua confidente.
f. As cantigas de amigo não apresentam paralelismo literal.
g. O refrão é uma estrutura paralelística frequente nas cantigas de amigo.
h. O refrão é um conjunto de versos que se repete parcialmente a meio de
35
P oe s i a T r o v a d o r e
s c a a.F – Na cantiga de amigo, o
sujeito é do sexo feminino; na de amor é do sexo masculino.
b.V
c.F – É uma jovem do povo.
d.V
e.V
f.F – A maior parte das cantigas de amigo apresenta paralelismo literal.
g.V
h.F – O refrão repete-se integralmente no fim de cada estrofe.
36
Variedade do sentimento amoroso – Relação com a Natureza
EDUCAÇÃO LITERÁRIA
2. Proceda à divisão
da cantiga em duas
partes,
justificando.
3. Descreva o estado
de espírito do
sujeito poético.
4. Refira o papel
desempenhado
pela Natureza.
5. Retire da cantiga
um exemplo de
paralelismo.
Confidência amorosa
EDUCAÇÃO LITERÁRIA
EDUCAÇÃO LITERÁRIA
verra5 bailar.
Áudio
“Bailemos nós já todas
tres, ai amigas”
Educação Literária
14.2; 14.3; 14.4; 14.5;
14.7; 14.9; 15.1; 16.1
a
i 1. A cantiga remete para um ambiente festivo, de dança, na primavera.
Justifi- que esta afirmação, recorrendo a elementos textuais.
a
m 2. Identifique o destinatário do sujeito lírico.
i
g 3. Apresente dois traços caracterizadores do sujeito poético,
a fundamentando a sua resposta com expressões textuais pertinentes.
s
, 4. Preencha os espaços com os termos ou expressões adequadas ao sentido
do texto.
m O convite à dança está expresso na forma verbal a. “ ” ,
e
conjuntivo usado com valor exortativo (incitador). Mas essa participação no
n
t baile implica uma condição – estar apaixonada – como se comprova no
r verso b. “ ” . As donzelas são
’ apresentadas como sendo belas e atraentes, como se pode verificar nas
a
expressões c. “ ” e d. “ ”.
l
n
o
m
f
a
z
e
m
o
s
9
s
o
a
q
u
e
s
t
e
Cantigas de amigo
Confidência amorosa – relação com a Natureza
EDUCAÇÃO LITERÁRIA
1.
a. paralelística
b.donzela
c.Natureza
39
P oe s i a T r o v a d o r e
sca
d.angústia g.refrão
e. amigo h.Deus
f.interrogativas
40
Confidência amorosa – relação com a Natureza
EDUCAÇÃO LITERÁRIA
1
Sedia-m’eu: Estava eu; 2 esperando; 3 diante; 4 tenho; 5 aqui; 6 alto.
PROFE S SOR
Áudio
“Poys nossas madres
van a San Simon”
Áudio
“Sedia-m’eu na ermida
de San Simión”
Cantigas de amigo
Confidência amorosa – relação com a Natureza
P R O F E S S OR
1. Proceda à análise das duas cantigas e preencha o quadro seguinte.
Educação Literária
14.2; 14.3; 14.4; 15.1;
"Poys nossas madres van "Sedia-m’eu na ermida 16.1; 16.2
a San Simon" de San Simión" 1. “Poys nossas
madres van a San
Assunto a. a. Simon”
a. A donzela
incentiva as amigas a
Estado de espírito acompanharem as mães a
do sujeito lírico
b. b. San Simon de Val de
Prados, como pretexto para
verem os amigos e
poderem dançar,
Relação com o amigo c. c. mostrando--se perante eles.
b. A donzela está
entusiasmada porque
aquele será um meio para
estar com o seu amado.
c.O entusiasmo
demonstrado pela donzela
GR A M Á T I C A evidencia uma possível
correspondência amorosa
Atente na cantiga A. ou, pelo menos,
uma relação que ela sente
como possível, na medida
1. Identifique a função sintática desempenhada por “de bon parecer” em “moças em que acredita que a
dança possa funcionar
de bon parecer”(v. 15). como um instrumento de
sedução.
“Sedia-m’eu na ermida de
Atente na cantiga B. San Simión”
a. A donzela
espera ansiosamente pelo
2. Identifique a função sintática desempenhada pelos constituintes sublinhados. amado na igreja de San
Simión, até que as ondas a
a. “e cercaron-mi-as ondas que grandes son.” (v. 2)
cercam e a deixam num
estado de desespero por
b. “Eu atendend'o meu amigu'”. (v. 3) temer morrer afogada,
c. “morrerei [eu], fremosa, no mar maior.” (v. 14) já que não tem ninguém
que a socorra, o que
evidencia também o seu
receio de
3. Refira duas palavras do português moderno que integram o mesmo elemento que o amigo não
eti- mológico que “Sedia” (v. 1). chegue a comparecer ao
BLOCO INFORMATIVO – pp. 271-273, 280- encontro marcado.
281 b. Inicialmente,
a donzela manifesta estar
apaixonada e ansiosa por
ver o amigo; depois
ntação oral (5 a 7 minutos) sobre os aspetos comuns entre a cantiga A e a imagem, no que se re- fere ao caráter profano e religioso das romarias na Ida
expressa aflição e
desespero quando se
apercebe dos perigos que
enfrenta e,
simultaneamente, desilusão
pelo atraso do amado, o
que pode ser indicativo da
41
P oe s i a T r o v a d o r e
sca
sua não comparência.
c.Apesar de a donzela se mostrar apaixonada, é
evidente alguma insegurança em relação ao seu amado, já que o seu tardar a faz duvidar do seu amor, ao
mesmo tempo em que a coloca numa situação de perigo.
Oral
idad
BLO e/E
CO duc
INFO açã
RMA o
TIVO Lit
– p. erá
283 ria
1.4;
5.3;
6.2;
15.4
42
LEITUR A
A maravilhosa máquina cerebral destrói a mitologia básica, é mais do que isso", disse Ortigue, citada pelo jornal
do amor? Ainda não, talvez nunca. Mas já se sabe britânico The Independent. "O amor inclui emoções básicas e
muito: as re- giões ativadas quando vemos a pessoa de emo-
quem gostamos ou os químicos libertados. E é tudo 35 ções complexas, motivações direcionadas para objetivos,
verdade: o estômago imagens do corpo, cognição e apreciação."
5 apertado, o coração acelerado, o vício, a intensidade
O que os investigadores descobriram é que a perceção reportagem da Esquire, Fisher responde a esta pergunta da dor era reduzida quand
50 dos locais-chave [medidos através de ressonância mag- para comê-lo, continuo a sentir alegria." Há outra coisa que nética] é o nucleus a
44
P oe s i a T r o v a d o r e s
ca Evolução do português
APRENDER
LEITUR A
DO LATIM AO GALEGO-PORTUGUÊS
45
Evolução do português
APRENDER
A partir do século XIX, o português continuou a evoluir, devido aos seguintes fatores:
• a criação de gramáticas e dicionários intensifica-se;
• a criação literária de alguns escritores, como Eça de Queirós ou Fernando
Pessoa, con- tribui para o enriquecimento da língua;
• os progressos industriais e agrícolas têm um grande impacto, com a criação de
termos
Para mais informações sobre capazes de referir as novas realidades: neologismos e empréstimos – galicismos
a evolução do português, (do francês) e anglicismos (do inglês);
consultar, por exemplo:
• Ivo Castro, Introdução
• os meios de comunicação começam a exercer um papel de relevo na uniformização
à história do português. (2004), e
2.a ed., revista e muito divulgação da língua.
ampliada, Lisboa, Colibri,
2006.
• Ivo Castro (dir.), História
da língua portuguesa em linha,
Centro Virtual Camões, APLICAR
2002-2004.
URL: http://cvc.instituto- .
camoes. pt/hlp/index1.html 1. Selecione a opção correta.
• Esperança Cardeira, O
essencial sobre a história do 1.1 A romanização é um processo que consiste na
português, Lisboa, Editorial
Caminho, 2006. [A] imposição do latim clássico nas regiões conquistadas pelos romanos.
[B] reconquista do sul da Península Ibérica pelos romanos.
[C] assimilação da cultura e da língua latina pelos povos vencidos pelos romanos.
47
P oe s i a T r o v a d o r e
sca
LEITUR A
Vídeos na Internet
É coisa linda esta moda afinal
De publicar videozinhos de cariz
anormal Duas miúdas em modo
animal
Aos chutos e pontapés, na peixeirada total
5 Gravaram no telemóvel – só visto…
[Refrão]
O português é engraçado
Anda à porrada em qualquer
PROFE S SOR
lado O português é distraído
Facilmente é atingido
Vídeo 15 O português é prémio
“Estado de Graça, RTP” Nobel A gravar com o
Leitura
telemóvel Pra mais tarde
7.1; 7.2; 7.4; 9.2 publicar
Só pra ver o que é que a coisa vai dar.
1.1 [A]; 1.2 [B].
2. Para além de se
censurarem hábitos
Anda pr’aí a maior comoção
violentos dos 20 O país revoltou-se contra esta agressão
portugueses, é
sobretudo criticada a
Na Internet e em todas as televisões
tendência atual para se Aquelas duas pitinhas a puxar dos
expor tudo o que se faz nas
redes sociais,
galões Gravaram no telemóvel – só
nomeadamente no visto…
Facebook, ainda que os vídeos Mais tarde irão lamentar
partilhados possam transmitir
uma imagem muito negativa 25 Serem parvinhas, serem tolinhas
dos seus protagonistas. De
tal forma isto acontece
A malta do “iutubas” vai comentar.
que chega mesmo a Há gente tão parvinha, tão mal-
colocar-se a hipótese educadinha. Na prisão é que elas devem
de, no futuro, ser mais
fácil condenar os ficar.
criminosos, porque eles
próprios acabarão por
fazer prova da sua Vai ser mais fácil apanhar malandrões
culpabilidade 30 E atirá-los a todos para as nossas prisões
através destas redes sociais.
Gravando os crimes com um simples telefone
Publicar na Internet e “soprar no trombone”
E
m
p
l
e
n
o
F
a
c
e
b
o
o
k
,
s
ó
c
o
m
e
n
t
a
r
H
á
g
e
n
t
1. Selecione a opção que completa corretamente cada afirmação. P R O F E S S OR
1.1 O propósito da cantiga é
Gramática
17.4
[A] criticar.
Escrita
10.2; 11.1; 12.1; 12.2;
12.3; 12.4; 13.1
GR A M Á T I C A
Proposta de escrita:
Parágrafo 1: forma de
1. Preste atenção à palavra “likar” (v. 8).
comunicação tecnológica,
1.1 Identifique a origem do termo. fácil e atrativa, que possibilita
comunicação à distância.
1.2 Classifique a palavra, tendo em conta a sua origem. Parágrafo 2: o caráter
misterioso proporcionado
1.3 Explicite o significado do termo. por esta forma de
comunicação seduz os
mais jovens,
2. Atente nos versos “Vai ser mais fácil apanhar malandrões / E atirá-los a todos que fazem
para as nossas prisões” (vv. 29-30). “amizades” com
pessoas que não
2.1 Identifique o referente da forma pronominal “-los”. correspondem ao perfil que
apresentam;
2.2 Justifique a forma do pronome pessoal “os”, nesta situação. – a exposição de
fotografias pode ser
prejudicial, pois outros
BLOCO INFORMATIVO – pp. 280-281, 269- terão acesso a elas
e poderão manipulá-las;
270
– indicar dados da
vida pessoal (morada,
escola, emprego,
aniversários) pode ser
prejudicial, principalmente
ESCRITA quando se trata de
crianças que são um alvo
fácil para pedófilos.
Redija um texto expositivo, de 120 a 150 palavras, sobre os riscos do uso da rede Parágrafo 3: a nossa
social Facebook, seguindo, para isso, o plano abaixo apresentado. exposição a um público
vasto e desconhecido é
sempre perigosa, porque
• Parágrafo 1 – Apresentação sumária das características do Facebook. nem sempre se sabe quem
está do outro
• Parágrafo 2 – Três riscos inerentes ao uso do Facebook e cuidados a lado.
ter.
• Parágrafo 3 – Síntese dos principais aspetos referidos.
49
BLOCO INFORMATIVO – p. 283
MANUAL – pp. 26-27
50
INFORMAR
– avareza;
– incapacidade.
• Para além das críticas de caráter pessoal,
são vários os aspetos/assuntos satirizados nestas
cantigas:
20 – os relativos a acontecimentos históricos;
Cantigas de maldizer
d. As cantigas de escárnio e maldizer também fazem uma paródia ao amor 2.4 Entre os vários
cortês. temas satirizados
destaca-se a
e. Os aumentativos e os diminutivos empregues nestas produções poéticas
crítica à
têm sempre um valor apreciativo.
artificialidade dos
f. Um dos recursos expressivos frequentes nestas cantigas é a ironia. senti- mentos
g. Algumas composições satíricas apresentam narratividade, pois verifica-se es- demonstrados na
sencialmente a expressão de estados de espírito do “eu”, na primeira cantiga de
pessoa. (amigo/amor).
EDUCAÇÃO LITERÁRIA
1.
[A] – [2]
[B] – [3]
1. Associe os tópicos
de análise (coluna
A) às expressões
transcritas do
poema (coluna B).
EDUCAÇÃO LITERÁRIA
53
P oe s i a T r o v a d o r e
sca
Cantigas de escárnio e maldizer – A dimensão satírica: a paródia do amor cortês e a crítica dos costumes
PROFE S SOR
EDUCAÇÃO LITERÁRIA
Educação Literária
Foi um dia Lopo jograr
14.2; 14.3; 14.4; 14.7;
14.8; 15.1; 16.1 Foi um dia Lopo jograr1
a cas2 d’um infançom3
1. a. “um dia” (v. 1) cantar e mandou-lh' ele por
b. “cas d’um infançom” (v. dom4 dar tres couces na
2)
c.“Lopo jograr” (v. 1)
garganta;
5 e foi-lh’escass’ a meu cuidar ,
5 6
e “infançom” (v. 2)
d. “Foi […] a cas d’um segundo com’el canta.
infançom cantar / e
mandou-lh’ele
por dom dar / tres couces Escasso foi o infançom
na garganta” (vv. 1-4)
em seus couces partir
e. “Foi-lh’escasso’a
meu cuidar” (v. 5) entom, ca7 nom deu a
2. Um dia, o jogral Lopo Lop[o] entom
foi cantar a casa de um
10 mais de tres na garganta;
fidalgo, mas este não
gostou da forma como e mais merece o
ele cantou e mandou dar-
lhe três couces na jograrom8, segundo
garganta como forma de com’ el canta.
pagamento. Na opinião
do sujeito poético, foram Martim Soares, B 1366/V 974.
poucos os couces, já que
merecia muitos mais, tão
mau era o seu cantar. 1
jogral; 2 casa; 3 fidalgo de categoria inferior; 4 como
3. pagamento; 5 e foi-lh'escass': e foi forreta; 6 a meu cuidar:
a. V na minha opinião; 7 pois; 8 mau jogral.
b. F –O rei não era
alvo da sátira dos
trovadores.
1. A sátira, nesta cantiga, constrói-se a partir de uma estrutura narrativa.
c.F – São de origem
autóctone mas sofreram Complete a tabela com expressões do texto que exemplificam as categorias da
influências da narrativa apresentadas.
sátira provençal.
d. V
Tempo Espaço Personagens Ação Narrador
e. V
f.F – Era um dos
a. b. c. d. e.
temas das cantigas de
escárnio e maldizer.
g. F – Apresentam
críticas a determinadas
categorias
socioprofissionais,
2. Apresente sinteticamente o episódio narrado nesta cantiga. Comece o seu
especificamente hábitos texto por “ Um dia…”.
ou
vícios de certas
personagens. 3. Relembre o estudo das cantigas de escárnio e maldizer e assinale as
afirmações como verdadeiras ou falsas. Corrija as afirmações falsas.
a. As cantigas de escárnio e maldizer satirizam, direta ou indiretamente, algo
ou alguém.
b. Entre os vários comportamentos satirizados pelos trovadores, encontrava-se
a crítica à governação do rei.
c. As cantigas de escárnio e maldizer são de origem autóctone, não tendo
sofrido influências da sátira provençal.
54
d. A dimensão satírica das cantigas de escárnio e maldizer confere-lhes
grande valor documental.
e. Um dos recursos utilizados nas cantigas de escárnio é o “equívoco” ou I
GR A M Á T I C A
Determinante
Nome Nome Pronome Quantificador
artigo Preposição
próprio comum pessoal numeral
indefinido
a. b. c. d. e. f.
1. a. “um”
b. “Lopo”
c.“cas”, “infançom”, “dom”, “couces”, “garganta”, “jograrom”
d. "en”, “por”
e. “lhe”, “ele”
f. “três”
2. Caseiro, casario, casebre.
3.1 a. Complemento agente da passiva.
c.Predicativo do sujeito.
d. Complemento direto.
e. Complemento direto.
3.2 As cantigas de escárnio e maldizer abarcam-no.
3.3 Valor de oposição.
3.4 “o amor cortês”.
3.5 “Quando se fala dos trovadores galaico-
-portugueses” – oração subordinada adverbial temporal; “destaca-se o seu gosto pela sátira pessoal.” – oração
subordinante.
Fonética e fonologia / etimologia
APRENDER
FONÉTICA E FONOLOGIA
Ao longo dos séculos de evolução da língua portuguesa foram ocorrendo
alterações em termos fonéticos e fonológicos, ou seja, no que aos sons e fonemas diz
respeito. Estas alterações resultam de fatores diversos, como a tendência para a
diminuição do esforço articulatório (a que por vezes se chama “lei do menor
esforço”) ou a influência de uns vo- cábulos sobre os outros (analogia).
Quanto à sua forma, é possível distinguir três tipos de processos fonológicos:
1
A assimilação pode ser os de inserção, os de supressão e os de alteração de unidades.
regressiva, quando uma
unidade fónica se aproxima
articulatoriamente de uma
a. Processos fonológicos de inserção
que se lhe segue;
progressiva, quando a
relação das duas unidades Prótese Adição de uma unidade fónica no início da INDA- > ainda
se inverte; completa, sempre palavra.
que as duas unidades fónicas Epêntese Adição de uma unidade fónica no interior da HUMILE- > humilde
se tornam exatamente palavra.
iguais; incompleta, quando a
assimilação não é total e as Paragoge Adição de uma unidade fónica no fim da ANTE > antes
duas unidades fónicas apenas palavra.
se tornam mais
semelhantes.
2
São palatais as consoantes
b.Processos fonológicos de supressão
/ݕ/ (cf. chuva), /ݤ/ (cf. janela),
/ݠ/ (cf. filho) e /݄/ (cf. ninho).
Nota: A passagem de u
para o no final de palavra
representa uma alteração
apenas gráfica, pois o som
representado mantém-se.
56
Aférese Queda de uma unidade fónica no início da alá (port. antigo)> lá
palavra.
Síncope Queda de uma unidade fónica no meio da MALU- > mau
palavra.
Apócope Queda de uma unidade fónica no fim da AMARE > amar
palavra.
57
ETIMOLOGIA
Étimos – palavras (ou radicais) que estão na base das palavras portuguesas. A
etimolo- gia é a ciência que estuda a origem e a evolução das palavras.
POESIA LÍRICA
Sujeito de
• trovador • a “amiga” (a donzela)
enunciação
Características
• ser divinizado, quase • ser terrestre,
da figura
inatingível, da aristocracia de cariz
feminina
essencialmente popular
• doméstico
• palaciano • familiar
Ambiente
• cortês • rural
• marítimo
• artificial • simples
Essência • convencional • espontânea
• aristocrática • popular
POESIA SATÍRICA
58
PAR A V E R I F I C A R