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Novos PORTUGUÊS 3
3URȃVVLRQDLV
Ana Catarino
Ana Felicíssimo
Planificação Anual Isabel Castiajo
Esquemas Interpretativos
Maria José Peixoto
Fichas de Leitura,
Escrita e Gramática
Questões de Aula
Testes de Avaliação
(de unidade e globais)
Índice 1. Projeto de leitura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
2. Planificação anual . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
4. Esquemas interpretativos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
6. Fichas de Leitura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
1. Diário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
35
36
2. Memória . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
3. Apreciação crítica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
4. Artigo de opinião . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
7. Fichas de Escrita . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
1. Exposição sobre um tema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
45
46
2. Apreciação crítica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
3. Texto de opinião . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
4. Síntese . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
8. Fichas de Gramática . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
1. Sequências textuais/Intertextualidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
53
54
2. Valor temporal, aspetual e modal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
3. Dêixis/Funções sintáticas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
4. Frase complexa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
5. Coesão e coerência textual . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
Soluções . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 106
Nota:
Disponível no os seguintes recursos:
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– Eugénio de Andrade
– Alexandre O’ Neill
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– Banco de imagens
– Projeção de textos e de fichas
1. PROJETO DE LEITURA
MÓDULO 7
2. PLANIFICAÇÃO ANUAL
Fernando Pessoa
Ortónimo, poesia dos heterónimos (Alberto Caeiro, Ricardo Reis, Álvaro de Campos) e Bernardo Soares (Livro do desassossego)
Educação Literária
Educação Literária
7
2. PLANIFICAÇÃO ANUAL
8
Domínios/Tópicos de conteúdo Objetivos Horas
Leitura
2. PLANIFICAÇÃO ANUAL
Escrita
Exposição sobre um tema 10. Planificar a escrita de textos.
Apreciação crítica 11. Escrever textos de diferentes géneros e finalidades.
Texto de opinião 12. Redigir textos com coerência e correção linguística.
Síntese [Recuperar] 13. Rever os textos escritos.
Oralidade
Compreensão do Oral 1. Interpretar textos orais de diferentes géneros.
2. Registar e tratar a informação.
Diálogo argumentativo Documentário [Recuperar] 3. Planificar intervenções orais.
Debate Exposição sobre um tema [Recuperar] 4. Participar oportuna e construtivamente em situações de interação oral.
5. Produzir textos orais com correção e pertinência.
Expressão Oral 6. Produzir textos orais de diferentes géneros e com diferentes finalidades.
Gramática
Retoma (em revisão) dos conteúdos estudados no Ano 1 e no Ano 2. 17. Construir um conhecimento reflexivo sobre a estrutura e o uso
do português.
Semântica 1. Consolidar os conhecimentos gramaticais adquiridos nos anos
Valor aspetual: aspeto gramatical (valor perfetivo, valor imperfetivo, anteriores.
situação genérica, situação habitual e situação iterativa) 19. Explicitar aspetos da semântica do português.
3. Distinguir valores aspetuais.
Valor modal: modalidade epistémica (valor de probabilidade ou de certeza),
4. Identificar e caracterizar diferentes modalidades.
deôntica (valor de permissão ou de obrigação) e apreciativa
Educação Literária
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2. PLANIFICAÇÃO ANUAL
10
Domínios/Tópicos de conteúdo Objetivos Horas
Leitura
2. PLANIFICAÇÃO ANUAL
Escrita
Apreciação crítica 10. Planificar a escrita de textos.
11. Escrever textos de diferentes géneros e finalidades.
12. Redigir textos com coerência e correção linguística.
13. Rever os textos escritos
Oralidade
Compreensão do Oral 1. Interpretar textos orais de diferentes géneros.
2. Registar e tratar a informação.
Diálogo argumentativo 3. Planificar intervenções orais.
Exposição sobre um tema [Recuperar] 4. Participar oportuna e construtivamente em situações de interação oral.
Documentário [Recuperar] 5. Produzir textos orais com correção e pertinência.
6. Produzir textos orais de diferentes géneros e com diferentes finalidades.
Expressão Oral
Texto de opinião
Diálogo argumentativo
Exposição sobre um tema [Recuperar]
Gramática
Retoma (em revisão) dos conteúdos estudados no Ano 1 e Ano 2 17. Construir um conhecimento reflexivo sobre a estrutura e o uso
do português.
Linguística textual, texto e textualidade: 1. Consolidar os conhecimentos gramaticais adquiridos nos anos
a) organização de sequências textuais (narrativa, descritiva, argumentativa, anteriores.
explicativa e dialogal) 18. Reconhecer a forma como se constrói a textualidade.
b) intertextualidade 1. Demonstrar, em textos, a existência de coerência textual.
2. Distinguir mecanismos de construção da coesão textual.
Semântica 3. Identificar marcas das sequências textuais.
Valor temporal: 4. Identificar e interpretar manifestações de intertextualidade.
a) formas de expressão do tempo (localização temporal): flexão verbal, 19. Explicitar aspetos da semântica do português.
verbos auxiliares, advérbios ou expressões de tempo e orações temporais; 1. Identificar e interpretar formas de expressão do tempo.
b) relações de ordem cronológica: simultaneidade, anterioridade 2. Distinguir relações de ordem cronológica.
e posterioridade 3. Distinguir valores aspetuais.
11
2. PLANIFICAÇÃO ANUAL
12
MÓDULO 9
Educação Literária
“George” “George”,
As três idades da vida de Maria Judite de Carvalho
O diálogo entre realidade, memória [ ]
e imaginação
Metamorfoses da figura feminina
A complexidade da natureza
humana
Educação Literária
José Saramago, O ano da morte de Ricardo Reis (integral) 14. Ler e interpretar textos literários.
15. Apreciar textos literários.
Representações do século XX: o espaço da cidade, o tempo histórico
16. Situar obras literárias em função de grandes marcos históricos
e os acontecimentos políticos
e culturais.
Deambulação geográfica e viagem literária
Representações do amor
Intertextualidade: José Saramago, leitor de Luís de Camões, Cesário Verde
e Fernando Pessoa
13
2. PLANIFICAÇÃO ANUAL
14
Domínios/Tópicos de conteúdo Objetivos Horas
Leitura
2. PLANIFICAÇÃO ANUAL
Apreciação crítica Discurso político [Recuperar] 7. Ler e interpretar textos de diferentes géneros e graus de complexidade.
Diário Exposição sobre um tema [Recuperar] 8. Utilizar procedimentos adequados ao registo e ao tratamento da informação.
Memória 9. Ler para apreciar criticamente textos variados.
Escrita
Texto de opinião 10. Planificar a escrita de textos.
Apreciação crítica 11. Escrever textos de diferentes géneros e finalidades.
Síntese [Recuperar] 12. Redigir textos com coerência e correção linguística.
13. Rever os textos escritos.
Oralidade
Compreensão do Oral Expressão Oral 2. Registar e tratar a informação.
3. Planificar intervenções orais.
Debate Texto de opinião 4. Participar oportuna e construtivamente em situações de interação oral.
Documentário [Recuperar] Diálogo argumentativo 5. Produzir textos orais com correção e pertinência.
Exposição sobre um tema [Recuperar] 6. Produzir textos orais de diferentes géneros e com diferentes finalidades.
Gramática
Retoma (em revisão) dos conteúdos estudados no Ano 1 e Ano 2. 17. Construir um conhecimento reflexivo sobre a estrutura e o uso
Linguística textual, texto e textualidade: do português.
a) organização de sequências textuais (narrativa, descritiva, argumentativa, 1. Consolidar os conhecimentos gramaticais adquiridos nos anos
explicativa e dialogal) anteriores.
b) intertextualidade 18. Reconhecer a forma como se constrói a textualidade.
Semântica 1. Demonstrar, em textos, a existência de coerência textual.
Valor temporal: 2. Distinguir mecanismos de construção da coesão textual.
a) formas de expressão do tempo (localização temporal): flexão verbal, 3. Identificar marcas das sequências textuais.
verbos auxiliares, advérbios ou expressões de tempo e orações temporais 4. Identificar e interpretar manifestações de intertextualidade.
b) relações de ordem cronológica: simultaneidade, anterioridade
19. Explicitar aspetos da semântica do português.
e posterioridade
1. Identificar e interpretar formas de expressão do tempo.
Valor aspetual: aspeto gramatical (valor perfetivo, valor imperfetivo,
2. Distinguir relações de ordem cronológica.
situação genérica, situação habitual e situação iterativa)
3. Distinguir valores aspetuais.
Valor modal: modalidade epistémica (valor de probabilidade ou de certeza), 4. Identificar e caracterizar diferentes modalidades.
deôntica (valor de permissão ou de obrigação) e apreciativa
VIII
Num meio-dia de fim de primavera 45 Hoje vive na minha aldeia comigo.
Tive um sonho como uma fotografia. É uma criança bonita de riso e natural.
Vi Jesus Cristo descer à terra. .38$54$;.C$5&;$Đ5(.;).=5Z
Chapinha nas poças de água,
Veio pela encosta de um monte Colhe as flores e gosta delas e esquece-as.
5 5;4$(55>=;$?)C3)4.45Z 50 Atira pedras aos burros,
A correr e a rolar-se pela erva 5>&$$+;>=$(5<853$;)<
E a arrancar flores para as deitar fora E foge a chorar e a gritar dos cães.
E a rir de modo a ouvir-se de longe. E, porque sabe que elas não gostam
E que toda a gente acha graça,
Tinha fugido do céu. 55 Corre atrás das raparigas
10 Era nosso de mais para fingir Que vão em ranchos pelas estradas
De segunda pessoa da trindade. Com as bilhas às cabeças
No céu era tudo falso, tudo em desacordo E levanta-lhes as saias.
Com flores e árvores e pedras.
No céu tinha que estar sempre sério A mim ensinou-me tudo.
15 ()?)C)3:>$4(5()<)=5;4$;5>=;$?)C-53)3 60 Ensinou-me a olhar para as coisas.
<>&.;8$;$$';>CZ))<=$;<)38;)$35;;); Aponta-me todas as coisas que há nas
Com uma coroa toda à roda de espinhos [flores.
E os pés espetados por um prego com cabeça, Mostra-me como as pedras são engraçadas
E até com um trapo à roda da cintura Quando a gente as tem na mão
20 Como os pretos nas ilustrações. E olha devagar para elas.
Nem sequer o deixavam ter pai e mãe
Como as outras crianças. 65 .CU3)3>.=53$1())><Y
O seu pai era duas pessoas − .C:>))1)Ď>3?)1-5)<=ù8.(5)(5)4=)Z
Um velho chamado José, que era carpinteiro, Sempre a escarrar no chão
25 E que não era pai dele; $(.C);.4()'č4'.$<Y
55>=;58$.);$>3$853&$)<=ù8.($Z A Virgem Maria leva as tardes
´ù4.'$853&$+).$(53>4(5
($)=);4.($()$+$C);3).$Y
Porque não era do mundo nem era pomba. 70 E o Espírito Santo coça-se com o bico
E a sua mãe não tinha amado antes de o ter. E empoleira-se nas cadeiras e suja-as.
30 Não era mulher: era uma mala >(545'Ď>Ď)<=ù8.(5'535$,;)/$$=ā1.'$Y
Em que ele tinha vindo do céu. .CU3):>))><4ē58);')&)4$($
E queriam que ele, que só nascera da mãe, Das coisas que criou −
E nunca tivera pai para amar com respeito, 75 “Se é que ele as criou, do que duvido” −.
Pregasse a bondade e a justiça! e1)(.CZ85;)A)3815Z:>)5<<);)<'$4=$3
[a sua glória,
35 Um dia que Deus estava a dormir Mas os seres não cantam nada.
E o Espírito Santo andava a voar, Se cantassem seriam cantores.
Ele foi à caixa dos milagres e roubou três. Os seres existem e mais nada,
5358;.3).;5+)C:>)4.4,>Ď3<5>&)<<) 80 E por isso se chamam seres”.
[que ele tinha fugido.
Com o segundo criou-se eternamente [continua]
[humano e menino.
40 535=);').;5';.5>>3;.<=5)=);4$3)4=)4$';>C
().A5>U58;),$(54$';>C:>)-ė45'Ď>
E serve de modelo às outras.
Depois fugiu para o sol
E desceu pelo primeiro raio que apanhou.
[continuação]
A Criança Nova que habita onde vivo Ele dorme dentro da minha alma
Dá-me uma mão a mim 140 Ē<?)C)<$'5;($()45.=)
E a outra a tudo que existe E brinca com os meus sonhos.
100 E assim vamos os três pelo caminho que houver, Vira uns de pernas para o ar,
Saltando e cantando e rindo Põe uns em cima dos outros
,5C$4(5545<<5<),;)(5'53>3 &$=)$<8$13$<<5C.4-5
Que é o de saber por toda a parte 145 Sorrindo para o meu sono.
Que não há mistério no mundo
105 E que tudo vale a pena. Quando eu morrer, filhinho,
Seja eu a criança, o mais pequeno.
A Criança Eterna acompanha-me sempre. Pega-me tu ao colo
A direção do meu olhar é o seu dedo apontando. E leva-me para dentro da tua casa.
O meu ouvido atento alegremente a todos os sons 150 Despe o meu ser cansado e humano
ē5$<'ā'),$<:>))1)3)+$CZ&;.4'$4(5Z E deita-me na tua cama.
[nas orelhas. E conta-me histórias, caso eu acorde,
Para eu tornar a adormecer.
110 Damo-nos tão bem um com o outro E dá-me sonhos teus para eu brincar
Na companhia de tudo 155 Até que nasça qualquer dia
Que nunca pensamos um no outro, Que tu sabes qual é.
Mas vivemos juntos e dois
Com um acordo íntimo Esta é a história do meu Menino Jesus.
115 Como a mão direita e a esquerda. 5;:>);$Cē5:>)<)8);')&$
Não há de ser ela mais verdadeira
Ao anoitecer brincamos às cinco pedrinhas 160 Que tudo quanto os filósofos pensam
No degrau da porta de casa, E tudo quanto as religiões ensinam?
;$?)<'535'54?Ď3$>3()><)$>385)=$Z s/d
E como se cada pedra
120 Fosse todo um universo Alberto Caeiro, “O guardador de rebanhos”, poema VIII.
In Poesia dos Outros Eus – Obra essencial de Fernando
E fosse por isso um grande perigo para ela Pessoa (edição de Richard Zenith), Lisboa, Assírio & Alvim,
Deixá-la cair no chão. 2007, pp. 42-47.
Os jogadores de xadrez
Ouvi dizer que outrora, quando a Pérsia Quando o rei de marfim está em perigo,
Tinha não sei qual guerra, Que importa a carne e o osso
Quando a invasão ardia na Cidade Das irmãs e das mães e das crianças?
E as mulheres gritavam, 40 Quando a torre não cobre
5 Dois jogadores de xadrez jogavam A retirada da rainha alta,
O seu jogo contínuo. pouco importa a vitória.
E quando a mão confiada leva o xeque
À sombra de ampla árvore fitavam Ao rei do adversário,
O tabuleiro antigo, 45 Pouco pesa na alma que lá longe
E, ao lado de cada um, esperando os seus Estejam morrendo filhos.
10 Momentos mais folgados,
Quando havia movido a pedra, e agora Mesmo que, de repente, sobre o muro
Esperava o adversário, Surja a sanhuda face
Um púcaro com vinho refrescava Dum guerreiro invasor, e breve deva
A sua sóbria sede. 50 Em sangue ali cair
O jogador solene de xadrez,
15 Ardiam casas, saqueadas eram O momento antes desse
As arcas e as paredes, É ainda entregue ao jogo predileto
Violadas, as mulheres eram postas Dos grandes indif’rentes.
Contra os muros caídos,
Traspassadas de lanças, as crianças 55 Caiam cidades, sofram povos, cesse
20 Eram sangue nas ruas... A liberdade e a vida,
Mas onde estavam, perto da cidade, Os haveres tranquilos e avitos
E longe do seu ruído, Ardam e que se arranquem,
Os jogadores de xadrez jogavam Mas quando a guerra os jogos interrompa,
O jogo do xadrez. 60 Esteja o rei sem xeque,
E o de marfim peão mais avançado
25 Inda que nas mensagens do ermo vento Pronto a comprar a torre.
Lhes viessem os gritos,
E, ao refletir, soubessem desde a alma Meus irmãos em amarmos Epicuro
Que por certo as mulheres E o entendermos mais
E as tenras filhas violadas eram 65 De acordo com nós próprios que com ele,
30 Nessa vitória próxima, Aprendamos na história
Inda que, no momento que o pensavam, Dos calmos jogadores de xadrez
Uma sombra ligeira Como passar a vida.
Lhes passasse na fronte alheada e vaga,
Breve seus olhos calmos [continua]
35 Volviam sua atenta confiança
Ao tabuleiro velho.
16-6-1914
O que se senteĎ.4=;$(>CĊ?)1)Z$5=)4=$;=;$(>C.;85;8$1$?;$<)4=)4(Ċ?).<Z
adultera-se o sentimento; a nova realidade acaba por ser mais verdadeira
do que aquela que a originou.
“Isto”
Fingimento )'><$(5'5;$Đē5sentimento)
“Ela canta, pobre ceifeira” “Quando era jovem, quando tinha pena”
(Manual, p. 26) (Manual, p. 38)
“Maravilha-te, memória!” (Manual, p. 37) “Não sei, ama, onde era” (Manual, p. 39)
Alegria e
Choro, infelicidade ≠
Choro de hoje ≠ .<5()5>=;5;$ sofrimento
Cantigas de amigo
ULISSES
´)<'5&;.3)4=5<
Mito
− Lágrimas
− Choro )$1.C$Đē5
Nada Tudo − Dor − Compensação
− Perigo − Fama
− Tragédia
1ā;.$
Não tem existência
Fecunda a realidade − Sacrifício
concreta
Sofrimento Imortalidade
Dá sentido à vida
)4ē5<)$';)(.=$;Z$?.($=5;4$U<).4ù=.1
)+);č4'.$Ē8$<<$,)3(5=)385
Desnorte e crise de valores
e defesa da ambição, sendo
3.a estrofe
necessário ultrapassar as forças
que impedem o homem de sonhar Portugal sem rumo
É urgente a mudança
Os quatro impérios anteriores
pertencem ao passado e a Terra
4.a estrofe
prepara-se já para assistir a um
novo Império
MIGUEL TORGA
Negrilho Poeta
Poeta
Inspiração
Mestre
Tranquilidade
TU Avena
Sonho
.,$4=)<54-5
Companheirismo
Bosque
“vento”
“estrelas”
“pássaros” $=>;)C$ Tradição literária: Cantigas de amigo
“ninho”
Sísifo
(Poema) (Mito)
Tradição literária:
Os Lusíadas, reflexões do poeta (cantos I e IV)
“Prospeção”
Conclusão:
Dois reinos
Divino Humano
Mediador:
Anjo
Velhice
Inês Pedro
Ouve mal
Amores de Pedro e Inês Tem joanetes
Tem artroses nos joelhos
Morte de Inês T
em cãibras nos
Não tem dentes
Coroação de Inês como rainha =5;45C)15<
Está mais sábia e precavida
MANUEL ALEGRE
“Letra para um hino” (Manual, p. 142) “Abaixo El-rei D. Sebastião” (Manual, p. 143)
deixar/levar; amor/dor
Tradição literária:
Desejo do sujeito poético: Os Lusíadas – viagem marítima
levar o amor, deixar a dor Lírica camoniana – tema “amor ardente”
Poesia trovadoresca – ex.: “Ondas do mar de Vigo”
Tradição literária: $=>;)C$'535'54E()4=)(5e)>f
Poesia lírica de Camões
V)'>8);$Đē5(535=)
Cantigas de amigo
V.=35'$4=$4=)
– Jogo de palavras
– Marcas de oralidade (rimas)
5.
CENÁRIOS
DE RESPOSTA
DO MANUAL
Página 77 do manual – Compreensão/Expressão Oral e a afetividade. É o outro que viveu com ele durante 20 anos, que
1. acompanhou a escrita de um livro que não chegou a terminar;
é a personagem que assume o diário que, no fundo, é o Livro do
− O orador é Richard Zenith.
desassossego, onde a solidão de alguém que vive em sonho se
− O objetivo da intervenção é ler e comentar um dos últimos poe-
manifesta.
mas de Álvaro de Campos.
O Livro do desassossego é um livro híbrido quanto ao género,
− A partir de determinados versos, Richard Zenith tece alguns
que causa surpresa por ter muitas ideias, muito intensas, que
comentários que se prendem, por exemplo, com o facto de Pes-
se entrechocam e o impedem de ser um romance com princípio,
soa afirmar não ser nada, mas também poder ser tudo. Para este
meio e fim. É uma negação da narrativa e dos códigos literários,
estudioso, Pessoa era o poeta do nada e do tudo e, por isso, ficou
constituído por impressões sem nexo e confissões do autor. São
sempre “entre”.
mais de 500 textos escritos à solta, sem um sentido concreto,
− Explora ainda a afirmação que diz que “o coração é maior que o
onde se procura revelar o mistério da realidade.
universo inteiro” e justifica-a, dizendo que realmente o coração é
Suscita uma plenitude de leituras por ser uma espécie de
o ritmo da vida, é o que sente tudo, até a própria existência.
puzzle, um labirinto de reflexões, de sentimentos sobre a alma
2. Proposta de planificação da Exposição Oral: humana, e é isso que lhe confere um caráter universal.
Introdução – Justificação e tema da intervenção.
Desenvolvimento – Informações relativas ao orador: Richard Ze- MÓDULO 8.1 – FERNANDO PESSOA, MENSAGEM
nith, especialista em Fernando Pessoa e galardoado com o prémio Página 100 do manual – Expressão Oral
Pessoa em 2012; aspetos abordados e sua importância para a
1. Tópicos de análise
compreensão da heteronímia pessoana.
− As figuras representadas no Padrão dos Descobrimentos estão
Conclusão – Contributos deste tipo de tarefas para o estudo de
relacionadas com a expansão marítima.
obras e de pessoas.
− Camões cantou os feitos lusitanos e escreveu a epopeia Os Lu-
Página 77 do manual – Escrita síadas, em que narra a descoberta do caminho marítimo para a
Pessoa e os heterónimos (proposta de texto expositivo) Índia; D. Sebastião, cujo desaparecimento alimentou um mito, foi
também o rei a quem Camões dedicou a sua epopeia; D. Afonso
A complexidade e a riqueza intelectual de Fernando Pessoa
Henriques, o Conquistador, é o responsável pela fundação e ex-
fizeram-no, desde muito cedo, imaginar “outros”, através dos
pansão do reino português; Ulisses, representado no célebre epi-
quais pudesse exprimir os seus pensamentos, “dando à luz”, numa
sódio do canto das sereias, é considerado o fundador de Olissipo,
fase mais tardia, aqueles a quem deu total autonomia: Caeiro,
a futura Lisboa.
Reis e Campos.
− O objeto que assume proeminência é o Padrão dos Descobri-
Pessoa concedeu a estes três heterónimos uma identidade
mentos, símbolo do período áureo desta época; sobre o continente
e estilos próprios, tornando-os distintos entre si e de si, demar-
africano, encontra-se o símbolo heráldico do Brasão.
cando-se das suas posições e anulando-se para lhes dar voz. Ao
− Os óculos estão associados à figura do autor: Fernando Pessoa.
primeiro dotou-o da instintividade e primitivismo, típicos de al-
− O manuscrito pode representar a obra onde Pessoa irá desta-
guém pouco culto academicamente. Privilegia as sensações em
car um conjunto de situações e/ou pessoas que estiveram rela-
detrimento do pensamento; a ruralidade, em oposição à cidade.
Ao segundo fê-lo clássico, pagão, latinista, adepto do epicurismo cionadas com os Descobrimentos, ao mesmo tempo que evoca o
e do estoicismo. Ao terceiro deu-lhe a missão de ser o porta-voz manuscrito de Os Lusíadas.
do Modernismo e do Futurismo, mas igualou-o a si próprio na úl- − Globalmente, a imagem funciona como uma previsão dos textos
tima fase poética do heterónimo. que vão ser explorados e dos assuntos abordados na obra da au-
Distintos entre si, mas filhos do mesmo pai e pupilos do toria de Fernando Pessoa. Constitui uma espécie de pré-leitura ou
mesmo mestre, é normal que partilhem algumas disposições: de preparação para o que vai ser explorado na primeira unidade
Reis aproxima-se de Caeiro no amor à Natureza e Campos no do módulo 8.
sensacionismo. Porém, se Pessoa quis unificar a cisão do seu “eu”
através dos heterónimos, essa tentativa saiu gorada pois estes MÓDULO 9.1 – CONTOS
estilhaçaram-no ainda mais, fazendo-o questionar a sua própria Página 178 do manual – Escrita
existência.
1. Proposta de desenvolvimento do texto
[191 palavras]
Introdução: O quadro representa um espaço similar ao do conto
Página 82 do manual – Expressão Oral quer na configuração quer na desertificação.
1. Os alunos poderão desenvolver os seguintes tópicos. Desenvolvimento: Em primeiro plano – vasta e plana plantação
Bernardo Soares, classificado pelo próprio Pessoa como se- de um tom doirado, mas cujo aspeto denuncia a secura e a aridez
mi-heterónimo, partilha com o criador os mesmos traços de cará- da região; ao fundo, avistam-se, perdidas na imagem, algumas
ter. Aparecia sempre que o criador estava cansado ou sonolento; oliveiras que, embora de um tom menos seco do que o predomi-
sendo outro Fernando Pessoa, é um quase “eu” sem o raciocínio nante, não trazem frescura ao espaço retratado; as poucas casas
dispersas e isoladas poderiam ser reconhecidas como a solitária − Um deus passeando pela brisa da tarde (romance), 1994
aldeia de Alcaria. No céu predomina o azul, embora pontuado por (Prémio de Romance e Novela da APE/IPLB)
umas nuvens altas cor de algodão, que não parecem, contudo, − Se perguntarem por mim, não estou seguido de Haja harmo-
revelar frescor. nia (teatro), 1999 (Grande Prémio APE)
Conclusão: Tal como em “Sempre é uma companhia”, o espaço − Contos vagabundos (contos), 2000
retratado assemelha-se a um deserto, nu, perdido e desampa- − Fantasia para dois coronéis e uma piscina (romance), 2003
rado. Parece, portanto, que o objetivo do pintor terá sido imor- (Prémio PEN Clube Português Ficção)
talizar a aridez e a solidão do Alentejo, apesar da beleza do − O homem que engoliu a Lua (infanto-juvenil), 2003
predomínio dos tons doirados. − A sala magenta, 2008 (Prémio Fernando Namora e Prémio
Vergílio Ferreira pelo conjunto da obra)
Página 179 do manual – Expressão Oral − Novelas extravagantes, 2015
1. Resposta pessoal. No entanto, o aluno poderá referir: − Ronda das mil belas em frol, 2016
7eXhWZe[iYh_jehj[cch_je[h[Yed^[Y_ZWde[ijhWd][_he"
EdWiY_c[dje[cB_iXeW1WYedijWjWeZWiZ_ÒYkbZWZ[iZefele
estando traduzida em diversas línguas e em diversos países da
alentejano; a tradição familiar de resistência ao salazarismo; a
Europa, América e África.
licenciatura em Direito; a luta antifascista: a resistência, a pri-
são política. Página 230 do manual – informar
9h_WZeh%[iYh_jehZ[hecWdY[i"del[bWi"Yedjei"f[WiZ[j[Wjhe" 1. Marcenda, tal como o nome indica, é uma mulher que está des-
folhetins. Tem também publicado obras de literatura infanto- tinada a murchar, a desistir. A par disso, revela uma obediência
-juvenil e textos ensaísticos. Escreveu ainda textos para cinema. extrema, uma inércia e uma passividade que contrastam com a
Recebeu vários prémios nacionais e internacionais e é um autor proatividade, a liberdade e o envolvimento de Lídia nas questões
com obras recomendadas no Plano Nacional de Leitura. do mundo que a rodeia. Desta forma, Marcenda acaba por repre-
7b]kcWieXhWifkXb_YWZWi0 sentar a apatia de Ricardo Reis que age como um mero espetador
− O livro grande de Tebas navio e Mariana (romance), 1982 do mundo, ao passo que Lídia se constitui como a única possibi-
(Prémio Cidade de Lisboa) lidade do heterónimo se (re)construir como uma figura indepen-
− A inaudita guerra da avenida Gago Coutinho (contos), 1983 dente do seu criador e vingar no mundo de 1936, não se coibindo
− Contos soltos (contos), 1986 de tomar posições mais radicais nas questões importantes. Mas
− A paixão do conde de Fróis (romance), 1986 (Prémio D. Dinis) no labirinto em que vive, Ricardo Reis sente-se incapaz de assu-
− Quatrocentos mil sestércios seguido de O conde Jano (nove- mir essa postura e caminha com Fernando Pessoa em direção
las), 1991 (Grande Prémio APE e Grande Prémio de Conto à morte, para a qual se preparou durante toda a sua existência.
Camilo Castelo Branco)
1. DIÁRIO
Nome: _______________________________________________________________ N.O: _____________ Turma: _____________ Data: ___________________
Outubro 20
A aula de hoje foi uma conversa animada, calorosa por
?)C)<Z<5&;)$<;)($Đý)<Y$($:>$1+$C.$1);5>1.$$<>$)
depois a plateia criticava; ou criticava eu. Ao José Manuel
5 pouco faltou para gritarem “Fora!”. Pois quem o mandou
ter uma bitola tão avara1?
Mas a crítica não era feita apenas às ideias expostas:
punha-se direito o que, do ponto de vista da ortografia, da
morfologia, da sintaxe, estava de esguelha. Foi afinal a aula
10 de hoje, principalmente, uma lição de gramática, “dada de
maneira suave e agradável” – como quer o Ludovico.
Vimos, especialmente, a ortografia dos verbos em ar (ao
ouvido): presenciar, negociar, prefaciar e chapear, aformo-
sear, pastorear;
[?.35<$5;=5,;$+.$($<.4=);/).Đý)<ah
15 (“Ah pernas para que vos quero!”), oh (“Oh! O Artur calado!”),
óeġ5<$Z$;;)(54($$<$.$YfZeh5e)-8ėf(5
$&;.)1Z:>)
)1)Z'535:>$<)=5(5<Z);;$;$]
[)?.35<Z()85.<()3>.-
tas outras coisas que iam surgindo, dois “pontapés na
gramática” propostos pelo Artur.
20 E eram eles colhidos ambos de um aparelho de TSF:
O filho de João Lourenço há de vir a ser um futuro cam-
peão do Sporting.
)4<;$Cē5Z´;=>;\)<=$Ď(5=.85() só o único, diga-se:
[-ė()?.;$<);>3'$38)ē5Y
25 ou
[Ď>3+>=>;5'$38)ē5Y
Já a segunda mereceu mais discussão e foi aprovada:
)B;5=)5(.<8$;5>>3$&51$.38$;ė?)1:>)$;;.,$4$()+)4()>Y
Então – perguntava o Artur – era imparável e foi parada? Este imparável é apenas exagerado; ou quer
30 (.C);Z´;=>;Z:>)$:>)1$&51$<);.$.38$;ė?)18)1$3$.5;.$(5<,>$;($U;)()<5>8$;)'.$.38$;ė?)18)15
próprio Barrigana. O adjetivo serve, ali, não só para acentuar a força com que a bola corria, mas ainda, e
principalmente, para acentuar a boa atuação do que a defendeu. A frase, Artur, é do tipo daquela que eu já
citara:
O burro fez o impossível para se salvar e salvar o seu dono.
35 +5.$8;58ā<.=5()=>(5.<=5:>)3)$'54=)')>>3$'5.<$3>.=5)4,;$Đ$($[
3. A interjeição presente no segmento “Ah pernas para que vos quero!” (l. 15) acentua a ideia de
(A) rapidez.
(B) esforço físico.
(C) descontentamento.
(D) alegria.
5. No segmento “Já a segunda mereceu mais discussão e foi aprovada”(l. 27) estão presentes
(A) uma oração subordinada e uma coordenada.
(B) duas orações subordinadas.
(C) duas orações coordenadas.
(D) uma oração subordinante e uma subordinada.
6. Refira o tempo e o modo em que se encontra a forma verbal presente na expressão: “aquela
bola seria imparável” (l. 30).
2. MEMÓRIA
Nome: _______________________________________________________________ N.O: _____________ Turma: _____________ Data: ___________________
AS PEQUENAS MEMÓRIAS
6. Explique por que razão existia pouca afetividade entre Saramago e os avós paternos.
3. APRECIAÇÃO CRÍTICA
Nome: _______________________________________________________________ N.O: _____________ Turma: _____________ Data: ___________________
Ao longo de 23 cartas que a pintora colombiana é adulta, mas quem fala nestas linhas é a menina
33$)B)<4Y¦¦)<';)?)$5<)>$3.,5) que ela foi. Nunca ergue o olhar, nunca completa
'538$=;.5=$
);3ė4´;'.4.),$<Z)4<$Ċ<=$Z851Ċ=.'5 as sensações que descreve com o que sabe quando
e historiador, ela conta a sua infância miserável 30 escreve; vê sempre com os olhos do momento em
5 num bairro de San Cristóbal, em Bogotá, no início :>)<>')();$3$<'5.<$<Yf<=)ĎZ<)3(ù?.($Z>3
dos anos 1920, e também na clausura de um con- dos predicados desta coletânea epistolar1.
?)4=554()?.?)>3$.<()>3$()C)4$()$45<Y Literariamente não é um livro impressionante,
O livro de Emma Reyes – memória por correspon- apesar de alguns detalhes de onde transparece a
dênciaZ$'$&$(5()8>&1.'$;85;'ė8)1$>)=C$1Z 35 sensibilidade poética da autora, no entanto, e dados
10 ;)ù4))<<$<'$;=$<'53)Đ$($<$)<';)?);)3¦£¦ os temas narrados, de alguma forma este livro pode
($=$4(5$ù1=.3$()¦¦¤Z):>)<ā8>();$3<); +$C);1)3&;$;5;53$4')As cinzas de Angela, de
publicadas (por vontade expressa da autora) após ;$40'5>;=Z)3$.<>3$<=$4=$<8);<54$,)4<
a sua morte, que ocorreu em 2003, em Bordéus. ().'0)4<Z';.$4Đ$<?)A$($<Z3$1=;$=$($<)$&$4-
A primeira edição da compilação, na Colômbia, data 40 donadas, e outras que nunca souberam de quem
15 ()Y$1?)C5:>)3$.<.38;)<<.54)4)<=)1.?;5Z 4$<');$3Y33$)B)<'54=$\e3(.$8);,>4=5>U
e quase tanto como as histórias da infância mise- -me se eu tinha pai e mãe e eu perguntei-lhe o que
rável de uma mulher, narrada por ela própria, é a era isso e ele disse-me que também não sabia.”
ausência de rancores e de ressentimentos, sem Mas ao mesmo tempo, e como nota também Leila
condenar alguém nem sentir pena de si própria; 45
>);;.);5Z)1$85()<);$=);;$(5;$$5'54=$;$
20 isto para além da particularidade de ter sido escrito história de um bebé todo borrado), hilariante (quando
por alguém que foi quase analfabeto até aos 18 lhe perguntam o nome da mãe e ela responde ‘loja
$45<Y)(.=5;'5153&.$45$3.15
.3Ď4)CZ)'.=$(5 de chocolates’) explícita (quando descreve crua-
8)1$)<';.=5;$$;,)4=.4$).1$
>);;.);54>3=)A=5 mente como era batida com uma bota), e irónica
:>).4=;5(>C51.?;5Z)<';)?)>\e´<>$3$.5;?.;=>() 50 (ao referir-se a um padre e aos reis de Espanha).
25 consiste na precisão e na quantidade de detalhes,
mas sobretudo no olhar: a autora escreve quando
José Riço Direitinho, in Público, edição online
de 5/11/2017 (consultado em novembro de 2017,
1
Conjunto de cartas. com supressões)
6. Indique três aspetos da vida de Emma Reyes que se depreendem do conteúdo do livro.
7. Transcreva uma frase que evidencie o caráter memorialista de O livro de Emma Reyes.
8. Demonstre que a vida difícil de Emma Reyes não condicionou de forma negativa a sua perso-
nalidade.
4. ARTIGO DE OPINIÃO
Nome: _______________________________________________________________ N.O: _____________ Turma: _____________ Data: ___________________
Leia o texto. Nas respostas aos itens de escolha múltipla, selecione a opção correta.
QUERO DIZER-VOS
7. Refira o principal problema enfrentado pelos adultos, no que se refere à educação ao longo da vida.
8. Explique por que razão tem a sociedade uma dívida para com a geração adulta.
PARA RECORDAR
Atente nas três fases essenciais para a elaboração de uma exposição sobre um tema:
1. Fase preparatória
selecione os temas/subtemas a contemplar;
pesquise informação tendo por base fontes credíveis (livros, textos críticos de autores conhe-
cedores do tema, revistas, jornais ou sítios de Internet com credibilidade);
comprove os factos apresentados, identificando as fontes usadas, assim como datas, esta-
tísticas, dados bibliográficos e outros;
81$4.+.:>)5=)A=5Z5;,$4.C$4(5$.4+5;3$Đē5<)1)'.54$($Y
2. Fase da redação
Iidentifique, na introdução, o assunto a tratar;
5;,$4.C)<):>)4'.$13)4=)$<.4+5;3$Đý)<$=;$4<3.=.;Z>=.1.C$4(55<'54)'=5;)<(.<'>;<.-
vos de forma adequada;
indique corretamente as fontes consultadas, assim como as citações, estatísticas ou dados
apresentados;
>=.1.C)>3$1.4,>$,)38;ā8;.$Y
3. Fase da revisão
corrija eventuais erros de ortografia, pontuação e acentuação;
?);.+.:>)$'5);č4'.$(5(.<'>;<5)$>=.1.C$Đē5$():>$($(5<'54)'=5;)<'5)<ē5=)A=>$1]
certifique-se do cumprimento das marcas específicas deste género textual.
PARA PRATICAR
PROPOSTA 1
PROPOSTA 2
)(./$>3texto expositivo, de 130 a 170 palavras, sobre a importância dos sentidos na vida do ser
humano.
Considere a proposta de planificação que se apresenta e siga as instruções respeitantes à produção
de um texto expositivo:
Introdução
– Os cinco sentidos: ferramentas essenciais para que o ser humano compreenda o mundo que
o rodeia.
Desenvolvimento
− A importância de cada um dos sentidos para a compreensão do mundo.
)1)?đ4'.$($<8$;=.'>1$;.($()<()$1,>4<(5<<)4=.(5<Y
− Alusão às consequências decorrentes da ausência de um dos sentidos.
Conclusão
V)+5;Đ5($.().$($.385;=đ4'.$(5<<)4=.(5<8$;$$'538;))4<ē5(53>4(5Y
Nota: No seu texto deverá apresentar a explicitação de fontes credíveis que corroborem a informa-
ção acima exposta.
2. APRECIAÇÃO CRÍTICA
A apreciação crítica é um género textual que apresenta uma descrição sucinta seguida de um comen-
tário crítico sobre o objeto tratado (um debate, um livro, um filme, uma peça de teatro ou outra mani-
festação cultural). Este género textual deve, portanto,
$8;)<)4=$;>3'54=)ù(5.4+5;3$=.?5()<';.Đē5(55&/)=5]
incluir apreciações pessoais/comentários críticos;
recorrer à argumentação e à exemplificação para fundamentar o ponto de vista adotado;
>=.1.C$;>3$1.4,>$,)3?$15;$=.?$Z3$<'1$;$Y
PARA RECORDAR
1. Fase da planificação
Introdução − descreva de forma sucinta o objeto a apreciar.
Desenvolvimento − apresente um comentário crítico valorativo (positivo ou negativo), por
tópicos, com os argumentos e com os exemplos que fundamentam o ponto de vista.
Conclusão − apresente uma síntese do comentário veiculado.
2. Fase da redação
5;,$4.C) <):>)4'.$1 ) '5);)4=)3)4=) 5< =ā8.'5< )1)4'$(5< 4$ +$<) $4=);.5;Z =)4(5 )3
conta a estrutura tripartida proposta;
explore os argumentos e os exemplos, para que validem e sustentem os comentários crí-
ticos efetuados;
escolha um vocabulário cuidado e valorativo;
empregue, de forma diversificada e correta, os conectores discursivos.
3. Fase da revisão
certifique-se de que cumpriu a extensão indicada e a estrutura da planificação;
assegure-se de que usou corretamente a ortografia, a sintaxe e a pontuação;
verifique o uso adequado dos mecanismos de coesão textual e da articulação lógica das
ideias (coerência);
valide o cumprimento das marcas específicas deste género textual.
PARA PRATICAR
Elabore uma apreciação crítica, entre 150 a 250 palavras, de uma obra que tenha lido e que reco-
mendaria a um amigo.
3. TEXTO DE OPINIÃO
O texto de opinião explicita um ponto de vista relativamente a um determinado tema. O autor, servindo-
-se de argumentos e de exemplos, pretende atingir o objetivo de persuadir o leitor da validade das suas
opiniões, que são apresentadas de forma clara e pertinente, através de um discurso valorativo.
PARA RECORDAR
PARA PRATICAR
PROPOSTA 1
Escreva um texto de opinião, de 150 a 250 palavras, no qual defenda um ponto de vista sobre o
modo como o ser humano usa os conhecimentos e os avanços tecnológicos na sociedade.
PROPOSTA 2
Ao contrário do que seria de supor, a utilização das redes sociais=)3?.4(5$$')4=>$;$=.3.()CZ
o isolamento e a solidão entre as pessoas, sobretudo as mais jovens.
Num texto de opinião bem estruturado, com um mínimo de 150 e um máximo de 250 palavras,
apresente o seu ponto de vista sobre o tema/problema enunciado.
4. SÍNTESE
A síntese é um género textual que pressupõe a redução de um texto ao essencial da informação por
<)1)Đē5';Ċ=.'$($<.().$<U'-$?)Z35&.1.C$4(5U<)Z85;=$4=5Z.4+5;3$Đē5<)1)=.?$)>=.1.C$4(5U<)';.=);.5-
samente conectores, de forma a garantir a integridade das ideias expressas no texto de partida.
PARA RECORDAR
1. Fase preparatória
leia o texto de partida para apreender a sua estrutura e o seu sentido global;
sublinhe as ideias/os factos subjacentes à progressão textual (eliminando pormenores, re-
8)=.Đý)<Z)A)381.+.'$Đý)<Z[]
selecione vocabulário ou expressões-chave;
assinale os conectores ou os articuladores que ligam frases ou parágrafos entre si, estabe-
lecendo relações de semelhança, de contraste/oposição, de posteridade, de anterioridade,
()'$><$Z[]
registe, à margem do texto, a ideia central de cada parágrafo.
2. Fase da redação
>=.1.C)>3$1.4,>$,)38;ā8;.$]
respeite as ideias do texto, não obrigatoriamente pela ordem da apresentação;
evite a colagem ao texto de partida;
elimine pormenores desnecessários;
substitua sequências textuais por outras mais económicas.
3. Fase da revisão
verifique a articulação lógica das ideias (coerência) e a gramaticalidade da escrita (coesão);
corrija falhas ao nível da ortografia, da acentuação, da pontuação, da sintaxe e da seleção do
vocabulário;
verifique a adequação dos mecanismos de coesão textual e da articulação lógica das ideias
(coerência);
respeite a extensão textual indicada, normalmente correspondente a um quarto do texto de
partida;
avalie o cumprimento das marcas específicas deste género textual.
PARA PRATICAR
PROPOSTA 1
Proceda à síntese do texto “Odiar nas redes sociais”, reduzindo-o a cerca de um quarto (85 a 95
palavras) da sua atual extensão.
Carolina Reis, in revista E – Expresso, edição n.˚ 2296, 29 de outubro de 2016 (com supressões).
PROPOSTA 2
;5')($Ē<Ċ4=)<)(5=)A=5e<8);.,5<($<(.)=$<($35($fZ;)(>C.4(5U5$');'$()>3:>$;=5($<>$
extensão (80 a 90 palavras)
Luísa Oliveira, in revista Visão, edição online de 2/12/2017 (texto com supressões)
1. SEQUÊNCIAS TEXTUAIS/INTERTEXTUALIDADE
Nome: _______________________________________________________________ N.O: _____________ Turma: _____________ Data: ___________________
[A] Acabara Teresa de ler e esconder no seio a resposta de Simão Botelho, que a mendiga lhe
passara ao escurecer, pendente de uma linha, quando o pai entrou no seu quarto, e a mandou
vestir-se. A menina obedeceu, tomando uma capa e um lenço.
– Vista-se como quem é: lembre-se que ainda tem os meus apelidos – disse com severidade o velho.
V>.().:>)4ē5);$8;)'.<5?)<=.;U3)3)1-5;8$;$<$.;Ē45.=)[V(.<<));)<$Y
– E a senhora sabe para onde vai?
Vē5<).[3)>8$.Y
– Então vista-se, e não me dê leis.
Camilo Castelo Branco, Amor de perdição, Bis, Leya, S.A., 2008.
[B] 5;)'.4=5)3()'1.?)Z)4=;)$=;.&>4$)$8.<=$Z-$?.$<ā-53)4<Z$,)4=)(5
;Ď3.5Z($<)-
cretarias e da Casa Havanesa.
Eça de Queirós, Os Maias: episódios da vida romântica, 28.a ed, Lisboa, Livros do Brasil, s/d.
[C] Isto que aqui vês são as velas que servem para cortar o vento e que se movem segundo as
necessidades, e aqui é o leme com que se dirigirá a barca, não ao acaso, mas por mão e ciência do
piloto, e este é o corpo do navio dos ares, à proa e à popa em forma de concha marinha, onde se
(.<8ý)35<=>&5<(5+51)8$;$5'$<5()+$1=$;5?)4=5Z'535=$4=$<?)C)<<>')()453$;Z))<=$<
<ē5$<$<$<Z<)3)1$<'535<)-$?);.$()):>.1.&;$;$&$;'$?5$(5;$
[Y
José Saramago, Memorial do convento, 53.a ed., Editorial Caminho, 2013.
[D] )<=$<,;$4()<&$;;$'$<()3$().;$(5;3)35<-53)4<Z
[<);.<=5)38)<<5$$4(5>8)15
mundo, aqui não chegou, porque neste caso teria sido no Alto da Vela o seu calvário.
José Saramago, Memorial do convento, 53.a ed., Editorial Caminho, 2013.
Coluna A Coluna B
[A] − __________; [B] − __________; [C] − __________; [D] − __________; [E] − __________.
1. Indique a relação temporal que se estabelece entre a primeira e a segunda ação de cada
enunciado.
a. Enquanto os filhos faziam os trabalhos de casa, os pais adiantavam o jantar.
2. Associe cada uma das frases da coluna A ao valor aspetual que configuram (coluna B).
Coluna A Coluna B
[D] Fico triste sempre que não consigo atingir os meus objetivos. [3] Valor genérico.
[A] − ___; [B] − ___; [C] − ___; [D] − ___; [E] − ___; [F] − ___; [G] − ___.
3. DÊIXIS/FUNÇÕES SINTÁTICAS
Nome: _______________________________________________________________ N.O: _____________ Turma: _____________ Data: ___________________
Tu disseste-me que acabaste o trabalho ontem, lá em casa da Maria. Mas hoje, aqui na escola,
não tenho nada, nem no meu e-mail.
2. Refira as funções sintáticas desempenhadas pelos constituintes sublinhados em cada uma das
frases seguintes.
a. Desceram os homens por um caminho íngreme até chegarem a Mafra.
4. FRASE COMPLEXA
Nome: _______________________________________________________________ N.O: _____________ Turma: _____________ Data: ___________________
Coluna A Coluna B
[B] Por vezes, os alunos perguntam se o Modernismo [2] Oração subordinada substantiva
português se inspirou na vanguarda europeia. completiva
[A] − ___; [B] − ___; [C] − ___; [D] − ___; [E] − ___; [F] − ___;
[G] − ___; [H] − ___; [I] − ___; [J] − ___; [K] − ___; [L] − ___.
2. Identifique o referente retomado por cada uma das expressões sublinhadas nas frases.
a. Esta é a amiga de quem te falei.
c. O planeta Terra está cada vez mais poluído. Os cientistas demonstram cada vez mais interesse
em conhecer o Universo.
1. Classifique as afirmações como verdadeiras ou falsas. [12 itens x 10 pontos = 120 pontos]
a. Em termos políticos e sociais, a época em que viveu Pessoa foi estável e próspera.
b. A Geração do Orpheu caracteriza-se pela abolição de qualquer imposição.
c. Fernando Pessoa apresenta-se como o poeta das coisas concretas e objetivas.
d. O fingimento é a linguagem da arte que corresponde a uma sinceridade intelectual.
e. A nostalgia da infância evidencia a apologia do uso da razão na sua plenitude.
f. Sonho e realidade são dicotomias que nunca foram objeto de análise por parte de Pessoa.
g. A dor de pensar é uma das temáticas presentes na poesia de Fernando Pessoa.
h. A nostalgia da infância justifica-se porque em criança o poeta foi feliz.
i. Para Pessoa, a inconsciência corresponde ao tempo da infância.
j. Viver num estado de inconsciência implica libertar-se do intelecto.
k. Fernando Pessoa consegue conciliar o pensar e o sentir.
l. A poesia de Fernando Pessoa apresenta uma linguagem simbólica e metafórica.
2. Selecione a opção que completa corretamente cada afirmação. [4 itens x 20 pontos = 80 pontos]
2.2. O poeta aspira ser a “ceifeira” ou o “gato” que brinca na rua porque
(A) ambos são felizes sem o saberem.
(B) a dor de pensar o atormenta.
(C) está descontente com a vida.
Considere os seguintes enunciados relativos à poesia dos heterónimos e à prosa de Bernardo Soares.
1. Classifique cada uma das afirmações como verdadeiras (V) ou falsas (F), considerando a poe-
sia de Alberto Caeiro. [15 itens x 5 pontos = 75 pontos]
2. Classifique cada uma das afirmações como verdadeiras (V) ou falsas (F), apelando às apren-
dizagens efetuadas sobre Álvaro de Campos. [9 itens x 5 pontos = 45 pontos]
3. Associe cada um dos elementos da coluna A ao segmento que na coluna B completa o seu sen-
tido, convocando conhecimentos sobre o heterónimo Ricardo Reis. [10 itens x 5 pontos = 50 pontos]
Coluna A Coluna B
[A] Ricardo Reis pretende alcançar a felicidade. [1] é o caminho da felicidade, sendo necessário,
Contudo, contudo, um estado de ataraxia1.
[2] vê-se impossibilitado de atingir a ataraxia.
[B] Para Ricardo Reis, as preocupações com
o futuro [3] consiste em atingir um estado de tranquilidade,
sem qualquer tipo de perturbação.
[C] Segundo Reis, o Destino [4] está presente em vários poemas de Ricardo Reis.
[D] As filosofias de vida adotadas por Ricardo [5] sugerem a necessidade de aproveitar a vida.
Reis [6] revela-se nos temas greco-latinos, no género
cultivado e na erudição vocabular.
[E] O epicurismo consiste na filosofia moral
de Epicuro, segundo a qual o prazer [7] está acima dos próprios deuses.
[8] expressa-se na utilização da ode, no uso
[F] A ataraxia1 é um princípio de conduta
de latinismos e de frases longas e complexas.
humana que
[9] sugerem a transitoriedade da vida
[G] O classicismo de Ricardo Reis e a inexorabilidade2 da morte.
[H] Simbolicamente, o rio que corre e o [10] vive o momento presente, segundo
barqueiro sombrio o carpe diem.
[11] sobrepõem-se às do presente.
[I] O estilo deste heterónimo pessoano
[12] assumem conceitos de vida cristãos.
[J] O tom moralista [13] são o epicurismo e o estoicismo.
1
Serenidade; ausência de tumulto.
2
Caráter implacável e imperioso.
[A] − ___; [B] − ___; [C] − ___; [D] − ___; [E] − ___;
[F] − ___; [G] − ___; [H] − ___; [I] − ___; [J] − ___.
4. Classifique cada uma das afirmações como verdadeiras (V) ou falsas (F), apelando às apren-
dizagens efetuadas sobre Bernardo Soares. [6 itens x 5 pontos = 30 pontos]
2. Selecione a alternativa correta de cada uma das afirmações. [4 itens x 25 pontos = 100 pontos]
1. Classifique cada uma das afirmações como verdadeiras (V) ou falsas (F).
[12 itens x 4.15 pontos = 50 pontos]
a. A obra de Miguel Torga possui um caráter atual e universal porque transmite ideais huma-
nistas intemporais.
b. A Natureza é um tema central na poesia de Torga, assumindo, assim, uma linha de tradição
literária.
c. Miguel Torga estabelece uma relação de companheirismo e de cumplicidade com a Natureza.
d. Para Torga, a criação poética é essencialmente inspiração e talento.
e. Ana Luísa Amaral aborda temas como a emancipação feminina e o direito à igualdade.
f. A obra de Ana Luísa Amaral, ao contrário de outras suas contemporâneas, não revela parti-
cular atenção à musicalidade da palavra/linguagem.
g. A interligação entre o plano humano e o divino é um tema que ocorre na obra de Ana Luísa Amaral
mas é também recorrente na literatura portuguesa, nomeadamente em Os Lusíadas, no episódio
“A Ilha dos Amores”.
h. A poesia de Ana Luísa Amaral baseia-se no quotidiano doméstico e familiar; predomina nela
a objetividade e não há lugar ao sonho e à fantasia.
i. Manuel Alegre assume-se como um poeta empenhado socialmente, inconformado, cons-
ciente dos problemas do mundo que o rodeia.
j. A tradição literária não é um dos tópicos presentes na poesia de Manuel Alegre.
k. As principais linhas temáticas da poesia de Manuel Alegre são a pátria, a defesa da liberdade
e a revisitação da História.
l. Manuel Alegre assume, na sua obra, uma posição de valorização dos anseios individuais em
detrimento dos valores coletivos.
2. Associe cada um dos tópicos de conteúdo referidos na coluna A aos excertos de poemas que os
ilustram, apresentados na coluna B. [100 pontos]
Coluna A Coluna B
[2] Recomeça...
[A] Representações
Se puderes,
do contemporâneo
Sem angústia e sem pressa.
E os passos que deres,
Nesse caminho duro
Do futuro,
Dá-os em liberdade.
“Sísifo”, Miguel Torga
[3] Cavo,
Lavo,
Peneiro,
[B] Tradição literária Mas só quero a fortuna
De me encontrar.
“Prospeção”, Miguel Torga
Coluna A Coluna B
[D] Os habitantes da aldeia, atraídos [6] caracterizam-se por uma atitude antagónica: o homem
pela rádio, é molengão e preguiçoso; a mulher mostra-se diligente
e dominadora.
[E] Na véspera da devolução [7] influenciando a vida da população, uma vez que altera
radicalmente o isolamento a que se entregava depois
do aparelho de rádio,
de um dia de trabalho.
[A] − ___; [B] − ___; [C] − ___; [D] − ___; [E] − ___.
Coluna A Coluna B
[A] A ação de “Famílias desavindas” [1] ficou a dever-se a um acidente sofrido por um dos
semaforeiros, o que mudou a atitude de um dos médicos.
[B] As personagens [2] é marcado através de referências a acontecimentos
nacionais e mundiais.
[C] Ao longo dos tempos, o salário dos
semaforeiros [3] pertencem a dois grupos socioprofissionais distintos:
os médicos e os semafaroreiros.
[D] O tempo, no conto,
[4] sofreu poucas alterações, continuando a ser modesto.
[E] A resolução do conflito [5] decorre numa rua do Porto, onde existem uns semáforos.
[A] − ___; [B] − ___; [C] − ___; [D] − ___; [E] − ___.
1. Selecione a opção que completa corretamente cada uma das afirmações, considerando o es-
tudo da obra O ano da morte de Ricardo Reis. [10 itens x 7,5 pontos = 75 pontos]
2. Classifique as afirmações como verdadeiras (V) ou falsas (F). [10 itens x 7,5 pontos = 75 pontos]
a. Durante a sua estadia em Lisboa, Ricardo Reis esteve sempre hospedado no Hotel Bragança.
b. A maior parte das vezes, Ricardo Reis mostra-se indiferente ao que lê nos jornais sobre os
acontecimentos do mundo.
c. Aos olhos da PVDE, Ricardo Reis torna-se uma figura suspeita.
d. O Ricardo Reis de Saramago, no inicio, é totalmente diferente do heterónimo criado por Pessoa.
e. Apesar da insistência de Reis, Fernando Pessoa nunca o visita.
f. É recorrente, ao longo da obra, a referência literária a Camões.
g. Entre Lídia e Marcenda, Ricardo Reis opta por pedir a segunda em casamento, mas é rejeitado.
h. Marcenda revela-se uma mulher proativa e lutadora, apesar da sua deficiência.
i. Ricardo Reis fica feliz por Lídia estar grávida e prontamente se disponibiliza a perfilhar a
criança.
j. Pode afirmar-se que a relação entre Ricardo Reis e Lídia assume contornos meramente carnais.
1. Selecione a opção que completa corretamente cada uma das afirmações, considerando o es-
tudo da obra Memorial do convento. [10 itens x 10 pontos = 100 pontos]
1.6. Após o auto de fé em que se conhecem, o par Baltasar e Blimunda vai para
(A) Mafra, para casa de João Francisco, pai de Baltasar.
(B) S. Sebastião da Pedreira, para a abegoaria dos condes de Aveiro.
(C) a casa que o padre Bartolomeu lhes preparara, em Mafra.
(D) a casa de Blimunda e aí partilham a colher da sopa e as vidas.
2. Classifique as afirmações como verdadeiras (V) ou falsas (F), considerando a obra em análise.
[8 itens x 9 pontos = 56 pontos]
a. D. João V promete edificar um convento no dia em que nasce a infanta D. Maria Bárbara.
b. Pero Pinheiro foi o local escolhido para a edificação do convento.
c. Não faltaram homens válidos para a construção do convento. Estavam dispostos a trabalhar
uma vez que as condições laborais eram boas.
d. Baltasar e Blimunda conheceram-se num auto de fé.
e. Blimunda nunca olhou Baltasar por dentro a não ser quando o reencontrou num auto de fé,
enquanto ardia numa fogueira da Inquisição.
f. O sonho de voar do padre Bartolomeu era sustentado por D. João V.
g. O padre começou a revelar comportamentos estranhos assim que regressou da Holanda.
h. Enquanto a passarola sobrevoava Mafra, o povo acreditou tratar-se do Espírito Santo.
GRUPO I
Leia o texto.
1. Indique o local, o tempo e a situação registados pelo sujeito poético na primeira estrofe.
GRUPO II
3. A função sintática desempenhada pelo pronome “me” em “Mas dói-me tê-lo perdido” (v. 8) é
(A) complemento direto.
(B) complemento indireto.
(C) sujeito.
(D) predicativo do sujeito.
4. Classifique a oração “Mas já a vida vai alta / Em muitas mudanças!” (vv. 9-10).
5. Refira o valor do conector que inicia a oração “E eu não ser as crianças!” (v. 12).
GRUPO I
Leia o texto.
Pensar em nada
É ter a alma própria e inteira.
Pensar em nada
É viver intimamente
10 O fluxo e o refluxo da vida...
GRUPO II
2. No segmento “Pensar em nada / É viver intimamente”, (vv. 8-9), a expressão sublinhada desem-
penha a função sintática de
(A) sujeito.
(B) complemento direto.
(C) predicativo do sujeito.
(D) complemento indireto.
4. Indique a subclasse do verbo a que pertence a forma verbal sublinhada em “estou pensando”
(v. 1).
GRUPO I
Leia o texto
Tudo é absurdo. Este empenha a vida em ganhar dinheiro que guarda, e nem tem filhos a quem
o deixe nem esperança que um céu lhe reserve uma transcendência desse dinheiro. Aquele empe-
nha o esforço em ganhar fama, para depois de morto, e não crê naquela sobrevivência que lhe dê o
conhecimento da fama. Esse outro gasta-se na procura de coisas de que realmente não gosta. Mais
5 adiante, há um que 1
31č8$;$<$&);Z.4>=.13)4=)Y>=;5,5C$8$;$?.?);Z.4>=.13)4=)Y
Vou num carro elétrico, e estou reparando lentamente, conforme é meu costume, em todos os
85;3)45;)<($<8)<<5$<:>)?ē5$(.$4=)()3.3Y$;$3.35<85;3)45;)<<ē5'5.<$<Z?5C)<Z+;$-
ses. Neste vestido da rapariga que vai em minha frente decomponho o vestido em o estofo de que
10 <)'538ý)Z5=;$&$1-5'53:>)5+.C);$385.<:>)5?)/5?)<=.(5)4ē5)<=5+5)5&5;($(51)?)
que orla2 a parte que contorna o pescoço separa-se-me em retrós de seda, com que se o bordou, e
o trabalho que houve de o bordar. E imediatamente, como num livro primário de economia política,
()<(5&;$3U<)(.$4=)()3.3$<+ė&;.'$<)5<=;$&$1-5<$+ė&;.'$54()<)+)C5=)'.(5]$+ė&;.'$
54()<)+)C5;)=;ā<3, de um tom mais escuro, com que se orla de coisinhas retorcidas o seu lugar
15 junto ao pescoço; e vejo as secções das fábricas, as máquinas, os operários, as costureiras, meus
olhos virados para dentro penetram nos escritórios, vejo os gerentes procurar estar sossegados,
sigo, nos livros, a contabilidade de tudo; mas não é só isto: vejo, para além, as vidas domésticas dos
:>)?.?)3$<>$?.($<5'.$14)<<$<+ė&;.'$<)4)<<)<)<';.=ā;.5<YYY5($$?.($<5'.$1/$C$3)><51-5<
só porque tenho diante de mim, abaixo de um pescoço moreno, que de outro lado tem não sei que
20 cara, um orlar irregular regular verde-escuro sobre um verde-claro de vestido.
Para além disto pressinto os amores, as secrecias4, a alma, de todos quantos trabalharam para
que esta mulher que está diante de mim no elétrico use, em torno do seu pescoço mortal, a bana-
1.($()<.4>5<$()>3;)=;ā<()<)($?);()U)<'>;$+$C)4(5.4>=.1.($()<8)1$5;1$()>3$+$C)4($
verde menos escura.
25 Entonteço. Os bancos de elétrico, de um entretecido de palha forte e pequena, levam-me a re-
,.ý)<(.<=$4=)<Z3>1=.81.'$3U<)U3))3.4(ù<=;.$<Z58);ė;.5<Z'$<$<()58);ė;.5<Z?.($<Z;)$1.($()<Z
tudo.
Saio do carro exausto e sonâmbulo. Vivi a vida inteira.
Fernando Pessoa, Livro do desassossego – composto por Bernardo Soares, ajudante de guarda-livros
na cidade de Lisboa (ed. Richard Zenith), Lisboa, Assírio & Alvim, 2014, pp. 253-254.
1
Espaço deixado em branco pelo autor.
2
Ornamentar.
3
Fio de seda.
4
Segredos.
1. Refira os aspetos identificados como “absurdos” que o narrador apresenta na sua reflexão
inicial.
2. Demonstre de que forma se opera a transfiguração poética do real no terceiro parágrafo, evi-
denciando o recurso expressivo neste processo.
GRUPO II
1. O segmento frásico “Vou num carro elétrico, e estou reparando lentamente conforme é meu
costume” (l. 7) expressa
(A) o valor aspetual genérico e o valor temporal de simultaneidade.
(B) o valor aspetual habitual e o valor temporal de simultaneidade.
(C) o valor aspetual imperfetivo e o valor temporal de anterioridade.
(D) o valor aspetual habitual e o valor temporal de anterioridade.
2. O pronome pessoal sublinhado no segmento “o trabalho com que o fizeram” (l. 10) tem como
antecedente
(A) “vestido” (l. 10).
(B) “bordado” (l. 10).
(C) “estofo” (l. 10).
(D) “trabalho” (l. 10).
3. O recurso expressivo presente na frase “como num livro primário de economia política” (l. 12) é
(A) metáfora.
(B) comparação.
(C) adjetivação.
(D) enumeração.
4. Classifique a oração subordinada sublinhada na frase: “Este empenha a vida em ganhar di-
nheiro que guarda” (l. 1).
5. Identifique o processo de formação de palavras que ocorreu no vocábulo “inutilmente” (l. 6),
considerando o termo útil.
GRUPO I
Leia o texto.
NEVOEIRO
)3;).4)31).Z4)38$C4)3,>);;$Z
Define com perfil e ser
Este fulgor baço da terra
Que é Portugal a entristecer −
5 ;.1-5<)31>C)<)3$;();Z
Como o que o fogo-fátuo1 encerra.
É a Hora!
Valete, Fratres.
1
Brilho pouco duradouro.
1. Caracterize Portugal de acordo com o conteúdo do poema, fundamentando com citações tex-
tuais pertinentes.
4. Comente a expressividade dos pronomes e dos advérbios de negação que ocorrem ao longo
do poema.
GRUPO II
2. Nos versos “Ninguém sabe que coisa quer. / Ninguém conhece que alma tem” (vv. 7-8) está pre-
sente
(A) uma metáfora.
(B) uma anáfora.
(C) uma anástrofe.
(D) um hipérbato.
3. No verso “Nem o que é mal nem o que é bem.” (v. 9) estão presentes
(A) duas orações coordenadas conclusivas.
(B) duas orações coordenadas disjuntivas.
(C) duas orações coordenadas explicativas.
(D) duas orações coordenadas copulativas.
4. Identifique a classe de palavras em que se integra o vocábulo “ser” (v. 2), considerando o con-
texto em que surge.
GRUPO I
Leia o poema.
S. LEORNADO DA GALAFURA
1. Explique o sentido dos três últimos versos da primeira estrofe, relacionando-o com o verso 8.
3. Comprove que o apego à terra é uma ideia que percorre todo o poema.
GRUPO II
1. O segmento “Capitão no seu posto / De comando” (vv. 3-4) desempenha a função sintática de
(A) modificador do nome apositivo.
(B) complemento direto.
(C) sujeito.
(D) predicativo do sujeito.
4. Identifique o mecanismo de coesão que ocorre com o uso dos vocábulos “S. Leonardo” (v. 5) e
“o rabelo” (v. 23).
5. Indique o valor do conector “Por isso” que inicia a terceira estrofe do poema.
GRUPO I
Leia o texto
1. Indique por que razão o tempo parece, nesta fase da ação, passar rapidamente.
4. Explicite o valor metafórico da expressão “Fora esperava-os o negrume fechado.” (ll. 13-14).
5. Demonstre que a mudança que a rádio trouxe à aldeia também abrangeu a mulher de Batola.
GRUPO II
1. A oração sublinhada em “E os dias custaram tão pouco a passar que o fim do mês caiu de sur-
presa em cima da aldeia da Alcaria.” (ll. 10-11) classifica-se como oração subordinada
(A) adverbial concessiva.
(B) adverbial consecutiva.
(C) adjetiva relativa explicativa.
(D) adverbial causal.
2. O segmento sublinhado na expressão “pensa o Batola” (l. 23) desempenha a função sintática de
(A) complemento direto.
(B) complemento indireto.
(C) sujeito.
(D) modificador.
3. O conector que introduz a oração “Se tu quisesses” (l. 28) tem um valor lógico
(A) causal.
(B) consecutivo.
(C) comparativo.
(D) condicional.
5. Transcreva o referente do pronome relativo sublinhado no segmento “que a voz poderosa” (l. 16).
GRUPO I
Leia o texto
FAMÍLIAS DESAVINDAS
Houve muitos candidatos ao cargo de semaforeiro, embora um equívoco tivesse levado à exi-
gência de que os concorrentes soubessem andar de bicicleta. A realidade corrigiu o dislate por-
:>) $'$&5> 85; <); )<'51-.(5 >3 ,$1),5 '-$3$(5 $354Z :>) );$ +$3.1.$; (5 8;58;.)=ė;.5 (>3
&53;)<=$>;$4=))4>4'$=.4-$8)($1$(54$?.($Y$<$354);$)<+5;Đ$(5Z'-).5()&5$?54=$()Y
5 A escolha foi acertada.
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e, um dia destes, pelo bisneto Paco. A administração continua a pagar um vencimento modesto,
equivalente ao de jardineiro. Mas não é pelo ordenado que aquela família dá ao pedal. É pelo amor
10 à profissão. Altas horas da madrugada, avô, neto e bisneto foram vistos de ferramenta em riste a
$+).Đ5$;85;3)45;)<Y .C);$3:>)<=ē5()8;)<);?$;$;5($()=;ė<)58><);$3U<):>$<)'53<)1?$-
jaria a um jovem engenheiro que considerou a roda dispensável, sugerindo que o carreto bastasse.
Os transeuntes e motoristas do Porto apreciam estes semáforos manuais, porque é sempre pos-
<Ċ?)18);<54$1.C$;$;)1$Đē5'535<.4$1Y.CU<)Z85;)A)3815Zeġ$'5Z(ė1ė>3/).=.4-5_f)5$'5Z
15 se estiver bem-disposto, comuta, facilita.
Acontece que, mesmo à esquina, um primeiro andar vem sendo habitado por uma família de
3Ď(.'5<:>)($1.+$C'54<>1=ā;.5Y5>'5$4=)<($.4<=$1$Đē5(5<<)3ė+5;5<$8)($1Z?).535;$;5
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5ē5)(;5)0)==Z8$.()+.1-5<)3Ď(.'5<.4,>1$;Y-),5>()5.3&;$'53&5$+$3$3$<
transbordava de espírito de missão. Andava pelas ruas a interpelar os transeuntes: “Está doente?
20 ē5`)3$');=)C$`)<<$<51-).;$<Z-ē`)4-$($Ċ:>))>=;$=5U5Yf4)<=$đ4<.$()'54?)4');
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+.'>1=$;$8$<<$,)3$5(5>=5;Y;$'$<58$;$.4.3.C$()Y).<(>$<+$3Ċ1.$<()<$?.4($<Y )1.C3)4=)Z
25 nunca coincidiram descendentes casadoiros. Piora sempre os resultados.
Mário de Carvalho, Contos vagabundos, Lisboa, Editorial Caminho, 2000, pp. 75-78.
1. Demonstre que a ação se prolonga por várias décadas, fundamentando a resposta com cita-
ções textuais.
2. Aponte duas razões que demonstrem a dedicação dos semaforeiros à sua profissão.
3. Indique dois traços caracterizadores do doutor João Pedro Bekett, fundamentando a resposta
com citações textuais pertinentes.
4. Mostre que existem duas perspetivas no modo como os habitantes da cidade veem os semá-
foros e os semaforeiros.
5. Indique o recurso expressivo presente na expressão “Doutor João Pedro Bekett […] transbor-
dava de espírito de missão.” (ll. 18-19), comentando o seu valor simbólico.
GRUPO II
1. A frase “A escolha foi acertada.” (l. 5) integra, como funções sintáticas, o sujeito, o predicado e o
(A) complemento direto.
(B) complemento indireto.
(C) complemento agente da passiva.
(D) predicativo do sujeito.
(A) )8.<=Ď3.'$'53?$15;()');=)C$Y
(B) apreciativa.
(C) epistémica com valor de probabilidade.
(D) deôntica com valor de permissão.
4. Classifique a oração “porque é sempre possível personalizar a relação com o sinal.” (ll. 13-14).
5. Indique o valor aspetual da forma verbal “atravessava” na frase “E nesta ânsia de convencer
atravessava muitas vezes a rua.” (ll. 20-21).
GRUPO I
Leia o texto
.'$;(5).<$'54'-),$$,$&$;(.4$$5'5;85Z+;.5;)4=5Z$=;$?)<<$()'ė8$;$1ėZ85;5>=;$<$1$-
3)($<;),;)<<$Z$,5;$?$.()<');$>$(5Ď'>15Z4)3<$&)5:>)5=);ė()'.(.(5Z<)4(5=ē5);35)
melancólico o lugar, alguns antigos palácios, casas baixinhas, estreitas, de gente popular, ao menos
o pessoal nobre de outros tempos não era de melindres, aceitava viver paredes meias com o vulgo,
5 ai de nós, pelo caminho que as coisas levam, ainda veremos bairros exclusivos, só residências, para
a burguesia de finança e fábrica, que então terá engolido da aristocracia o que resta, com garagem
própria, jardim à proporção, cães que ladrem violentamente ao viajante, até nos cães se há de notar
a diferença, em eras distantes tanto mordiam a uns como a outros.
$. .'$;(5 ).< ()<')4(5 $ ;>$Z <)3 4)4->3$ 8;)<<$
[Z ) $,5;$ 4)<=$ ;>$Z $8)<$; () =ē5
10 sossegada, sem comércio, com raras oficinas, há grupos que passam, todos que descendo vão,
gente pobre, alguns mais parecem pedintes, famílias inteiras, com os velhos atrás, a arrastar a
perna, o coração a rasto, as crianças puxadas aos repelões pelas mães, que são as que gritam, Mais
depressa, senão acaba-se. O que se acabou foi o sossego, a rua já não é a mesma, os homens, es-
ses, disfarçam, simulam a gravidade que a todo o chefe de família convém, vão no seu passo como
15 :>)3=;$C5>=;5+.=55>4ē5:>);;)'54-)');)<=)Z)/>4=$3)4=)()<$8$;)')3Z>4<$8ā<5>=;5<Z45
8;āA.35'5=5?)15($;>$Z
[Y.$4=)().'$;(5).<$8$;)')>3$3>1=.(ē54),;$:>))4'-)$;>$
)3=5($$1$;,>;$
[Y.'$;(5).<$8;5A.3$U<)Z8)()1.')4Đ$8$;$8$<<$;Z
[$1'$4Đ5>53).5($
rua, está defronte da entrada do grande prédio do jornal O Século, o de maior expansão e circula-
ção, a multidão alarga-se, mais folgada, pela meia-laranja que com ele entesta, respira-se melhor,
20 <ā$,5;$.'$;(5).<()>85;:>)?.4-$$;)=);$;)<8.;$Đē58$;$4ē5<)4=.;53$>'-).;5Z$.4($-ė
quem diga que os pretos fedem, o cheiro do preto é um cheiro de animal selvagem, não este odor
()')&51$Z$1-5)<>5;;)'5C.(5Z();5>8$<;$;53>($($<Z()'5;85<<)3&$4-55><ā45(.$().;$5
médico, qualquer pituitária1 medianamente delicada se teria ofendido na provação deste trânsito.
IJ)4=;$($)<=ē5(5.<851Ċ'.$<Z$:>.8);=55>=;5<(5.<:>)(.<'.81.4$35$')<<5Z$>3()1)<?$..'$;-
25 (5).<8);,>4=$;Z>)$/>4=$3)4=5Ď)<=)Z<)4-5;,>$;($Z)5$,)4=)()$>=5;.($();)<854()'53
deferência, vê-se logo que o perguntador está aqui por um acaso, É o bodo2 do Século, Mas é uma
multidão, Saiba vossa senhoria que se calculam em mais de mil os contemplados, Tudo gente po-
bre, Sim senhor, tudo gente pobre, dos pátios e barracas, Tantos, E não estão aqui todos, Claro, mas
$<<.3=5(5</>4=5<Z$5&5(5Z+$C.38;)<<ē5Z´3.34ē5Z/ė)<=5>-$&.=>$(5Z5:>)Ď:>);)')&)3Z
30 ´'$($85&;)'$1-$()C)<'>(5<Z)C)<'>(5<Zĩ?);($()Z()C)<'>(5<Z)5<,$;5=5<1)?$3$,$<$-
lhos, e brinquedos, e livros de leitura, Por causa da instrução, Sim senhor, por causa da instrução,
)C)<'>(5<4ē5(ė8$;$3>.=5Z)38;)Ď3)1-5;:>)4$($Zė.<<5Ď?);($()Zė:>)3)<=)/$5$45
inteiro à espera do bodo, deste e dos outros, olhe que não falta quem passe o tempo a correr de bodo
para bodo, à colheita, o pior é quando aparecem em sítios onde não são conhecidos, outros bairros,
35 outras paróquias, outras beneficências, os pobres de lá nem os deixam chegar-se, cada pobre é fiscal
doutro pobre, Caso triste, Triste será, mas é bem feito, para aprenderem a não ser aproveitadores,
Muito obrigado pelas suas informações, senhor guarda, Às ordens de vossa senhoria, passe vossa
senhoria por aqui, e, tendo dito, o polícia avançou três passos, de braços abertos, como quem enxota
galinhas para a capoeira, Vamos lá, quietos, não queiram que trabalhe o sabre.
José Saramago, O ano da morte de Ricardo Reis, 21.a ed., Lisboa, Editorial Caminho, 2013, pp. 87-88, 90-91.
1
Membrana mucosa que reveste as cavidades nasais.
2
Distribuição solene de alimentos, de dinheiro e de roupas, a necessitados.
2. Demonstre que o guarda trata de forma diferente Ricardo Reis e os “pobres” que aguardam o bodo.
3. Identifique, comentando o seu valor semântico, o recurso expressivo presente em “como quem
enxota galinhas” (ll. 38-39).
5. Retire do primeiro parágrafo do texto dois exemplos distintos do tom coloquial de Saramago.
GRUPO II
3. A modalidade configurada na frase “Vamos lá, quietos, não queiram que trabalhe o sabre.” (l. 39) é
(A) epistémica com valor de probabilidade.
(B) apreciativa.
(C) deôntica com valor de obrigação.
(D) deôntica com valor de permissão.
4. Classifique a oração sublinhada em “Diante de Ricardo Reis aparece uma multidão negra que
enche a rua em toda a largura” (ll. 16-17).
5. Indique a função sintática do segmento sublinhado na frase “A cada pobre calha dez escudos” (l. 30).
GRUPO I
Leia o texto
[>;$4=)$1,>3=)385?5$;$3$'538$4-$(5<85;>33.1-$+;):>)$<<><=$;$)+.C);$+>,.;
todos os pássaros, iam só os dois, o milhafre adejando e pairando, percebe-se que voe, a passarola
sem mover as asas, não soubéssemos nós que isto é feito de sol, âmbar, nuvens fechadas, ímanes
e lamelas de ferro, e não acreditaríamos no que os nossos olhos veem, além de que não teríamos a
5 desculpa da mulher que estava deitada no restolho e já não está, acabou-se-lhe o gosto, daqui nem
o sítio se vê.
?)4=53>(5>8$;$<>()<=)Z<58;$'533>.=$+5;Đ$Z$=);;$8$<<$)3&$.A5
[Y
Estão os três voadores à proa da máquina, vão na direção do poente, e o padre Bartolomeu Lou-
;)4Đ5<)4=):>)$.4:>.)=$Đē5;),;)<<5>)';)<')Ď8đ4.'5/ėZ)4+.3?$.=);?5CZ))<<$?5CĎ>3,)-
10 3.(5Z:>$4(55<51<)8><);Z()<');ė.;;)3)(.$?)13)4=)$3ė:>.4$Z=$1?)C'$.$Z=$1?)C<)()<8)($')
e todos morrerão, É Mafra, além, grita Baltasar, parece o gajeiro a bradar do cesto da gávea, Terra,
nunca comparação alguma foi tão exata, porque esta é a terra de Baltasar, reconhece-a, mesmo nun-
ca a tendo visto do ar, quem sabe se por termos no coração uma orografia particular que, para cada
um de nós, acertará com o particular lugar onde nascemos, o côncavo meu no teu convexo, no meu
15 convexo o teu côncavo, é o mesmo que homem e mulher, mulher e homem, terra somos na terra, por
.<<5Ď:>)$1=$<$;,;.=$Zĩ$3.4-$=);;$Z;)'54-)')U$'535>3'5;85Y$<<$3?)15C3)4=)<5&;)$<
5&;$<(5'54?)4=5Z3$<()<=$?)C-ė:>)35<?)/$Z,)4=):>)+5,))<8$?5;.($Z,)4=):>)<)$/5)1-$
ao acaso e levanta as mãos implorativas de misericórdia, gente que atira pedras, o alvoroço toma
conta de milhares de homens, quem não chegou a ver, duvida, quem viu, jura e pede o testemunho do
20 ?.C.4-5Z3$<8;5?$</ė4.4,>Ď3$<85()$8;)<)4=$;85;:>)$3ė:>.4$$+$<=5>U<)4$(.;)Đē5(5<51Z
=5;45>U<).4?.<Ċ?)1'54=;$5(.<'5;)+>1,)4=)Z=$1?)C4ē5=.?)<<)<.(53$.<:>)>3$$1>'.4$Đē5Z/ė5<
céticos triunfam sobre a perplexidade dos que acreditaram.
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[)<=ė$()<8)(.;U<)Z$()><Z$=Ď$3$4-ēZ<)-5>?);
amanhã para os três nautas aéreos que tombam como uma ave ferida de morte, mal equilibrada nas
25 asas curtas, com o seu diadema de âmbar, em círculos concêntricos, queda que parece infinita e vai
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[$<()<ù&.=51.3>4($<51=$U<)()$1=$<$;Z$:>)3'54?>1<$<)$,$;;$;$:>$4(5$3ė-
quina precipitou a descida, e rodeia com os braços uma das esferas que contêm as nuvens fechadas,
as vontades, duas mil são mas não chegam, cobre-as com o corpo, como se as quisesse meter dentro
de si ou juntar-se a elas. A máquina dá um salto brusco, levanta a cabeça, cavalo a que puxaram o
30 bridão, suspende-se por um segundo, hesita, depois recomeça a cair, mas menos depressa, e Blimun-
($,;.=$Z$1=$<$;Z$1=$<$;Z4ē58;)'.<5>'-$3$;=;č<?)C)<]/ė)1)<)$&;$Đ$;$'53$5>=;$)<+);$Z
+$C.$'5;85'53)1$Z)=)U>$<))=)Uā.<<><=)4=$4(5'53$<<>$<4>?)4<+)'-$($<$3ė:>.4$:>)
baixava, agora devagar, tão devagar que mal rangeram os vimes quando tocou o chão, só bandeou
8$;$>31$(5
[Y ;5>A5<()3)3&;5<Z)A=)4>$(5<Z5<=;č<?.$/$4=)<)<'5;;),$;$38$;$+5;$Z
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35
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a levantar-se, não lhe doíam os membros nem o estômago, apenas a cabeça, mas essa era como
se um estilete lhe perfurasse de lado a lado as fontes, Estamos em tão grande perigo como se não
tivéssemos chegado a sair da quinta, se ontem não nos encontraram, encontram-nos amanhã, Mas
40 )<=)1>,$;54())<=$35<Z'535<)'-$3$Z5(551>,$;($=);;$Ď$4=)'đ3$;$(5.4+);45Z>3$<?)C)<
vai-se morto a ele, outras vai-se vivo e a morte é depois que vem, Por enquanto ainda estamos vivos,
Amanhã estaremos mortos.
José Saramago, Memorial do convento, 53.a ed., Alfragide, Editorial Caminho, 2013, cap. XVI, pp. 272-276.
4. Explicite o valor simbólico da expressão “O sol está pousado no horizonte do mar” (l. 23).
5. Apresente uma explicação para o medo demonstrado por padre Bartolomeu, considerando o
último parágrafo.
GRUPO II
1. No contexto em que surge, a palavra sublinhada em “porque esta é a terra de Baltasar” (l. 12)
funciona como
(A) deítico com valor pessoal.
(B) mecanismo de coesão referencial
(C) mecanismo de coesão interfrásica.
(D) deítico com valor espacial.
4. Identifique a modalidade configurada na frase “talvez caia, talvez se despedace e todos mor-
rerão” (ll. 10-11).
5. Refira a função sintática da palavra sublinhada em “Onde estamos, perguntou Blimunda” (l. 35).
GRUPO I
Ricardo Reis, “Odes – Livro Primeiro”, in Fernando Pessoa, Poesia dos Outros Eus
(ed. Richard Zenith), Lisboa, Assírio & Alvim, 2007, pp. 144-145.
1
Divindades.
2
.?.4($()'54=)385;đ4)$()
ù8.=);Y
3
Verão.
4
Cruel, impiedoso.
2. Explicite, de acordo com o sujeito poético, o modo como o ser humano se deve comportar pe-
rante a “vida”.
3. Exponha o código de conduta ou o ideal ético, defendido pelo sujeito poético, perante a iminên-
cia da morte.
GRUPO II
Responda às questões. Nas respostas aos itens de escolha múltipla, selecione a opção correta.
Leia o texto.
Parece fácil mas não é. Eles explicam tudo numa conferência TED e no documentário lançado
este ano e intitulado Minimalism: A Documentary About the Important Things. Porque é que não é
fácil? Por ser preciso passar à prática e confiar que vai valer a pena. Por ser preciso reprogramar a
ideia que se tem de abundância.
20 )38;),53.1.54ė;.5Z$'$<$Ē$1=>;$'53'$;;5$'54(.C);)5>=;5<<.4$.<)A=);.5;)<();.:>)C$
podem parecer uma meta cativante que todos querem alcançar (e que eles alcançaram). Só que,
85>'5=)385$4=)<()$?.($=);<>;8;))4(.(5
5<->$)B$4Z/ė)1)<=.4-$38);')&.(5:>)3$4=);
esse estilo de vida não lhes dava a satisfação sonhada. E, para infelicidade de ambos, o consumo
'538>1<.?5<ā$381.$?$$<)4<$Đē5()?$C.5)5<4Ċ?).<()<=;)<<)Z3)(5Z()<,$<=))()8;)<<ē5Y3
25 <Ċ4=)<)Z4ē5);$.($Yē55<=5;4$?$3$.<1.?;)<4)31-)<+$C.$<)4=.(5Y).<$45<8$<<$(5<Z$(>81$
tem um site, um blog, um podcast, alguns livros e mais de quatro milhões de seguidores.
Clara Soares, in Visão, edição online de 23 de novembro de 2016 (consultado em dezembro de 2016).
5. A oração subordinada sublinhada na frase “Imagine alguém que atinge o topo do sucesso no
mundo empresarial” (ll. 3-4) é
(A) adverbial consecutiva.
(B) adjetiva relativa restritiva.
(C) adjetiva relativa explicativa.
(D) substantiva completiva.
7. A afirmação “Dois cenários que podiam fazer parte da sinopse de um filme.” (l. 7) exemplifica a
modalidade
(A) )8.<=Ď3.'$'53?$15;()');=)C$Y
(B) epistémica com valor de probabilidade.
(C) deôntica com valor de obrigação.
(D) deôntica com valor de permissão.
8. Indique o valor lógico do articulador que introduz o último período do primeiro parágrafo.
GRUPO III
.?);$?.($()+5;3$3.4.3$1.<=$+5.$58Đē5(5<(5.</5?)4<'>/$()<,;$Đ$5<+)C$8;)'.$;$?.($()
forma diferente.
;5(>C$>3texto expositivo, entre 130 e 170 palavras, sobre o modo como podemos ou devemos viver,
considerando as consequências decorrentes das nossas opções de vida.
GRUPO I
A – Mensagem
OCIDENTE
1. Demonstre de que forma o “Ato” e o “Destino” foram importantes para a realização dos Des-
cobrimentos.
B – Poetas contemporâneos
Leia o poema.
4. Apresente a situação denunciada no poema, tendo em conta o contexto histórico da sua escrita –
1965. Justifique a sua resposta com elementos textuais.
GRUPO II
Responda às questões. Nas respostas aos itens de escolha múltipla, selecione a opção correta.
Leia o texto.
“Vou verificar e depois informo.” Foi exatamente assim que respondeu àquele que cumpriu or-
dens de encerramento do Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas (CNMP) quando este afir-
mou que “as mulheres portuguesas não precisavam de mais instituições ou auxílio pois estavam
já protegidas pela Obra das Mães da Educação Nacional”. Em 1947, o então governador civil de
5 Lisboa, Mário Cordeiro, fechava uma porta mas não conseguiria fechar a força e a coragem de Maria
$3$<Y´=;$?Ď<(5<)>=;$&$1-5Z>3$)<8Ď'.)();)85;=$,)4<)=451ā,.'$<Z-$?.$();)?)1$;$(>;)C$
e a desproteção que assombrava a vida das mulheres portuguesas. De carro, de comboio, a pé, e
até mesmo de burro, percorreu todo o país, até às ilhas, revelando como ninguém havia feito (ou
+)C$<3>1-);)<)$<>$?.($4$<'.($()<Z4$<?.1$<)$1().$<Z45<1>,$;)<)<:>)'.(5<))<'54(.(5<Y
10 Num tempo em que o fascismo proibia sonhos e a vida obrigava à resistência, Maria Lamas
ouviu, fotografou e escreveu as mulheres. Mas fê-lo sem qualquer paternalismo ou superioridade,
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1$;($85&;)C$Ē58;)<<ē545<).5($+$3Ċ1.$)(5=;$&$1-5Z)Z()<';)?)4(5>3$<5'.)($()$=;$<$($
e conservadora, escreveu páginas e páginas sobre o lugar e os lugares das mulheres.
15 O lugar da mulher e da sua condição económica, social, cultural e política. E os lugares de onde
vinham e os lugares para onde queriam ir, recolhendo testemunhos do dia a dia na lida, na busca do
amor, nas saudades do marido, na dificuldade entre criar os filhos e trabalhar, entre tantos outros
relatos na primeira pessoa.
As mulheres do meu país é uma das obras mais notáveis de sempre sobre a sociedade portugue-
20 sa, e Maria Lamas uma das imprescindíveis da nossa História.
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($()35';$'.$)($8$CY
É verdadeiramente admirável e arrepiante a coragem e a determinação de Maria Lamas, ainda
25 3$.<4>3=)385'5355:>)?.?)35<Z54()8);<.<=)3)<)$,>(.C$3$=$:>)<$5<(.;).=5<($<3>-
lheres. O caminho é longo, mas a atualidade do pensamento e da ação de Maria Lamas é inspiração
sólida para todas as que hoje não se resignam a um papel de submissão na família, no trabalho,
na sociedade, na infelicidade, e sabem que a emancipação das mulheres é parte integrante de um
caminho maior de emancipação do ser humano.
Rita Rato, Visão, n.o 1289, de 16 de novembro de 2017 (com supressões).
1. O texto põe em destaque o papel de Maria Lamas na defesa dos direitos das mulheres numa
época
(A) em que essa ação não era bem recebida pelo poder político, pois considerava que existiam já
.4<=.=>.Đý)<8ù&1.'$<()$>AĊ1.5)$85.5Ē<3>1-);)<Y
(B) em que essa ação não era bem recebida pelas mulheres, marcadas por uma educação retrógada
e conservadora.
(C) em que era necessário lutar pelos direitos das mulheres que não estavam protegidas pela Obra
das Mães da Educação Nacional.
(D) em que as principais violações dos direitos das mulheres ocorriam nas aldeias e vilas, lugares
recônditos e esquecidos.
9. Refira o recurso expressivo presente no segmento “revelando como ninguém havia feito (ou
fez) as mulheres e a sua vida nas cidades, nas vilas e aldeias, nos lugares esquecidos e escon-
didos.” (ll. 8-9).
10. Identifique a função sintática desempenhada pelo constituinte sublinhado na frase “Ouviu-as
falar da pobreza” (ll. 12-13).
GRUPO III
Os textos anteriormente apresentados revelam atitudes diversas face à pátria, baseadas na persistên-
'.$Z?$15;.C$Đē5(5=;$&$1-5)4$1>=$85;3)1-5;)<'54(.Đý)<()?.($Y
Elabore um texto de opinião, de 150 a 250 palavras, em que defenda a importância destes valores no
mundo atual.
GRUPO I
A – Contos
B1
Leia o texto.
Agora que veio o tempo da Páscoa, o governo mandou distribuir por todo o país bodo geral, assim
reunindo a lembrança católica dos padecimentos e triunfos de Nosso Senhor às satisfações tempo-
;ė;.$<(5)<=Ā3$,58;5=)<=$=.?5Y
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5 ?.,Ċ1.$)?.,.1đ4'.$Y
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3$4-ē<Z=$;()<)3$(;>,$($<3$4(5>8$<<$;C)15<5<51-$;)<Z8)4).;$4(55>=;5<'54<)1-5<)58.-
niões, e veria quão fácil é resolver o problema da fome portuguesa, tanto a aguda como a crónica,
a solução está aqui, no Bovril, um frasco de Bovril a cada português, para as famílias numerosas
5,$;;$+ē5()'.4'51.=;5<Z8;$=5ù4.'5Z$1.3)4=5>4.?);<$1Z8$4';)<=5;)3Ď(.5Z<)5=.?Ď<<)35<=5-
10 3$(5$=)385)-5;$<4ē5)<=ė?$35<4$8)1))455<<5Z54$15=.1()Y.'$;(5).<?$.U<).4+5;-
3$4(5Z=53$45=$()<=$<;)').=$<ù=).<Z4ē5Ď'5355,5?);45Z:>).4<.<=))3+$=.,$;5<51-5<4$<
entrelinhas e nas adversativas, perdendo o certo pelo duvidoso. Se a manhã está agradável sai de
'$<$Z>385>'5<5=>;4$$8)<$;(5<'>.($(5<)()<?)15<()Ċ(.$Z8$;$1);5</5;4$.<Ē1>C'1$;$(5
dia, sentado ao sol, sob o vulto protetor de Adamastor, já se viu que Luís de Camões exagerou mui-
15 to, este rosto carregado, a barba esquálida, os olhos encovados, a postura nem medida nem má, é
puro sofrimento amoroso o que atormenta o estupendo gigante, quer ele lá saber se passam ou não
passam o cabo as portuguesas naus.
José Saramago, O ano da morte de Ricardo Reis, 21.a ed., Lisboa, Editorial Caminho, 2013.
4. Refira dois aspetos que possam caracterizar socialmente o Portugal da década de 1930, fun-
damentando a resposta com citações textuais pertinentes.
B2
Leia o texto.
Foram as ordens, vieram os homens. De sua própria vontade alguns, aliciados pela promessa de
bom salário, por gosto de aventura outros, por desprendimento de afetos também, à força quase
=5(5<Y).=$?$U<)58;),ē54$<8;$Đ$<Z)Z<)4(5)<'$<<554ù3);5()?51>4=ė;.5<Z.$5'5;;),)(5;
pelas ruas, acompanhado dos quadrilheiros1, entrava nas casas, empurrava os cancelos dos quin-
5 tais, saía ao campo a ver onde se escondiam os relapsos2Z$5+.3(5(.$/>4=$?$()CZ?.4=)Z=;.4=$
homens, e quando eram mais que os carcereiros atavam-nos com cordas, variando o modo, ora
presos pela cintura uns aos outros, ora com improvisada pescoceira3Z5;$1.,$(5<8)15<=5;45C)15<Z
como galés ou escravos. Em todos os lugares se repetia a cena, Por ordem de sua majestade, vais
=;$&$1-$;4$5&;$(5'54?)4=5()$+;$Z)<)5'5;;),)(5;);$C)15<5Z=$4=5+$C.$:>))<=.?)<<)5
10 requisitado na força da vida como já lhe escorregasse o rabo da tripeça4, ou pouco mais fosse que
3)4.45Y)'><$?$U<)>3-53)38;.3).;5Z+$C.$3)4Đē5())<'$8$;Z$8;)<)4=$?$8;)=)A=5<Z$3>-
lher no fim do tempo, a mãe velha, um rancho de filhos, a parede em meio, a arca por confortar, o
alqueive54)')<<ė;.5Z)<)'53)Đ$?$$(.C);$<<>$<;$Cý)<4ē5$<$'$&$?$Z().=$?$3U1-)$3ē55<
quadrilheiros, batiam-lhe se resistia, muitos eram metidos ao caminho a sangrar.
1
51($(5<:>)+$C.$3$;54($($<;>$<Y2 Pessoas reincidentes em crimes. 3 Preso pelo pescoço. 4 Ter idade avançada.
5
Terra que se lavra e se deixa em pousio, para que descanse. 6´4.3$.<:>$(;ù8)()<Y7ij;?5;)1),>3.45<$(5;$<.1Y
5. Explicite as reações quer dos que eram forçados a partir quer dos seus familiares.
GRUPO II
Responda às questões. Nas respostas aos itens de escolha múltipla, selecione a opção correta.
Leia o texto.
O islandês Jón Kalman Stefánsson (n. 1963) escreveu uma trilogia – Paraíso e inferno (2013),
A tristeza dos anjos (2014), e agora O coração do homem, todos publicados pela Cavalo de Ferro –
e cuja ação decorre em vários lugares da costa islandesa, em finais do século XIX, em pequenas
'53>4.($()<8.<'$=ā;.$<4$5;1$()>3$&$Ċ$:>)Z(.C)3ZĎe=ē51$;,$:>)$?.($4ē5$'54<),>)
5 atravessar”. O frio, o gelo, a escuridão, as tempestades sombrias, o vento e o mar ártico, parecem
acompanhar todos os pensamentos das personagens. Como se ao lado dos peixes e dos compa-
nheiros afogados que lhes habitam os sonhos, e lhes acenam na madrugada com barbatanas em
?)C()3ē5<Z-5>?)<<)<)38;)1>,$;8$;$>3'54=;$8)<5:>)5<8;)4()<<)Ē';>)1;)$1.($()Y
Vivem em aldeias submersas na miséria, na fome, nas doenças, nas duríssimas condições cli-
10 máticas – lugares onde tudo parece ter sido negado aos habitantes, menos o amargo sofrimento.
Como se Stefánsson quisesse aventurar-se em descobrir quanto sofrimento é que afinal o coração
->3$45'54<),>)<>85;=$;Z)+ėU15$38$;$(58)1$<?5C)<+$4=$<3$,ā;.'$<(5<35;=5<Y<';)?);
sobre quão difícil é estar vivo.
Mais do que histórias em que os gritos dos mortos se misturam com os dos vivos, compondo um
15 coro trágico que não cessa de evocar a inevitável desolação da existência, a irremediável solidão dos
-53)4<Z)<=$=;.15,.$Ď<5&;)=>(5>3-.45$585();;)()4=5;($<8$1$?;$<)=$3&Ď3($$3.C$()Y
Toda a trilogia parece querer sublinhar esse poder salvífico da palavra.
Os romances da trilogia ambientam-se naquela singular atmosfera de elementos naturais fe-
;5C)<)58;)<<.?5<Z()>3$$=>;)C$4ē5<>&/>,$($8)1553)3()+5,5)()?)4=5Z(),)15)()
20 rios indomáveis), tão característica da Islândia, e que ao mesmo tempo nos remete sempre para a
memória lírica do mito, para um tempo dominado por uma sombria e avassaladora solidão onde
ecoam as sagas e os seus heróis trágicos. Essa solidão é um elemento essencial em O coração do
homem (bem como nos outros dois volumes da trilogia).
O volume agora publicado, O coração do homem, poderia ser lido como uma espécie de manifes-
25 =5)3+5;3$();53$4')<5&;)$+;$,.1.($()($?.($Z)=$3&Ď3<5&;)'53585;?)C)<8);3.=.35<
que a vida estagne, que se torne mais difícil.
1).=5;<),>)$=;.<=)C$)$8;.?$Đē5Z$?.($)$35;=)Z$'538$4-$4(5$<()<'5&);=$<(5;$8$CZ
e os três livros podem ser entendidos como uma espécie de trilogia de “romances de formação”,
3$<:>)$53)<35=)385<)3.<=>;$3'53e1.?;5<()?.$,)3f$=;$?Ď<()>3$4$=>;)C$-5<=.1Z()
30 enormes paisagens desoladas, austeras e terrivelmente frias, que os homens enfrentam rudemente
de maneira quase obstinada até à exaustão.
Com o autor islandês atravessamos o desespero silencioso da condição humana, numa despu-
(5;$($'$;=5,;$+.$$+)=.?$($<45<<$<$4,ù<=.$<Y=$3&Ď3()3>.=5<(5<45<<5<()3ā4.5<Y
José Rico Direitinho, in Público, edição online de 07 de outubro de 2016 (consultado em novembro de 2016, com supressões).
4. O segmento sublinhado em “[…] na orla de uma baía que […] é tão larga que a vida não a con-
segue atravessar […] (ll. 4-5) integra uma oração subordinada
(A) substantiva relativa.
(B) adverbial concessiva.
(C) adjetiva relativa restritiva.
(D) adverbial consecutiva.
6. A frase “Toda a trilogia parece querer sublinhar esse poder salvífico da palavra.” (l. 17) configura
a modalidade
(A) epistémica com valor de probabilidade.
(B) deôntica com valor de obrigação.
(C) apreciativa.
(D) deôntica com valor de permissão.
8. Transcreva o referente do pronome sublinhado no segmento “que a vida não a consegue atra-
vessar.” (ll. 4-5).
10. Refira a classe de palavras a que pertence o termo “que” (l. 30).
GRUPO III
A busca da felicidade e a necessidade de realização pessoal são objetivos que o ser humano procura
alcançar.
Num texto de opinião bem estruturado, com um mínimo de 150 e um máximo de 250 palavras, apre-
sente o seu ponto de vista sobre esta temática.
Fundamente a sua opinião recorrendo, no mínimo, a dois argumentos e ilustre cada um deles com, pelo
menos, um exemplo significativo.
SOLUÇÕES o unem aos que o rodeiam; por vezes, a vida afasta as famílias e
as amizades. No entanto, as vivências conjuntas permanecerão
FICHAS DE LEITURA através da recordação.
Por outro lado, na sua convivência diária com outros, o homem
FICHA 1 – Diário (pp. 36-37)
está a desenvolver-se. As experiências que vive acabam por lhe
1. (A); 2. (C); 3. (A); 4. (D); 5. (C). ensinar algo; logo, estas aprendizagens dão-lhe a possibilidade
6. “seria” – condicional presente. de, em novas situações, poder agir em função do conhecimento
adquirido e de evoluir.
7. Vocativo.
Assim, conclui-se que a memória é fundamental para o ser
8. Palavra derivada por prefixação. humano, pois permite o seu crescimento psicoemocional e social.
[151 palavras]
FICHA 2 – Memória (pp. 38-39)
Proposta 2
1. (D); 2. (B); 3. (A); 4. (C); 5. (B).
Os cinco sentidos são ferramentas essenciais para compreen-
6. Saramago aponta duas razões que justificam a pouca afetivi- dermos o mundo e lidarmos com o meio envolvente.
dade com os avós paternos: por um lado, o facto de serem pouco Qualquer sensação se reveste de enorme importância no
carinhosos; e, por outro, a quase total ausência de situações de nosso quotidiano. Pelo olfato, apreendemos os cheiros que nos
convivência. recordam momentos agradáveis ou nos alertam para situações de
7. Ao saber da morte da avó, uma vez que se encontrava perante perigo: gás ou fumo, por exemplo. O tato é eficaz na transmissão
a mãe e o diretor da escola, Saramago decidiu agir de forma ra- de afeto e calor humano − através de um abraço − mas é também
cional, fixando o relógio para registar a hora a que soube do suce- uma forma de defesa do calor ou do frio em excesso. A audição de
dido. No entanto, durante breves momentos, fingiu sentir alguma uma boa música ajuda a lidar com o stresse e propicia momentos
emoção, uma vez que “ficaria bem verter uma lágrima ou duas”. de inegável prazer, do mesmo modo que o sabor que um paladar
8. A família vivia de forma bastante humilde. Quando a avó pa- apurado proporciona é considerado dos maiores prazeres da vida.
terna adoeceu, mudou-se para casa do escritor, que era pequena A visão é o sentido que permite captar a beleza e a variedade do
mundo que nos envolve.
e obrigou os pais a deixarem de dormir na sua própria cama, para
Em suma, a ausência de qualquer um dos sentidos acarre-
ela a ocupar; Saramago, por seu lado, dormia no chão, noutra divi-
tará, inevitavelmente, uma diminuição da qualidade de vida do ser
são. Além de ser um espaço exíguo, a sua casa denota fracas con-
humano
dições dada a “coabitação” com alguns animais como as baratas.
[151 palavras]
FICHA 3 – Apreciação crítica (pp. 40-41)
FICHA 2 – Apreciação crítica (p. 48)
1. (B); 2. (B); 3. (C); 4. (D); 5. (A).
(Apreciação do livro – Se isto é um homem, de Primo Levi, Pu-
6. É uma pintora colombiana; nascida em 1919, em Bogotá, e que blicações Dom Quixote, 2010).
morreu em 2003, em Bordéus; pode afirmar-se que teve uma infân- Se isto é um homem é o primeiro livro do italiano Primo Levi
cia infeliz e foi quase analfabeta até aos 18 anos. que, com 24 anos, foi capturado e enviado para a Polónia.
7. “a autora escreve quando é adulta, mas quem fala nestas linhas Escrito na primeira pessoa, este não é apenas mais um livro
é a menina que ela foi.” (ll. 26-28). sobre o Holocausto, esse período terrível da historia da Humani-
8. Apesar de todos os problemas por que passou, incluindo a clau- dade. Num retrato fabuloso da dureza e da brutalidade das condi-
sura num convento, o conteúdo das cartas não deixa antever uma ções de vida em Auschwitz – a fome, o frio, o medo, o cansaço, a
mulher fria, ressentida e amargurada com a vida. incerteza, o horror –, o autor destaca alguns prisioneiros que tudo
fizeram para manter a dignidade que lhes era roubada pela desu-
FICHA 4 – Artigo de opinião (pp. 42-43) manização a que eram sujeitos, transformados numa massa hu-
mana que perdera não só o direito ao nome como o direito de viver.
1. (C); 2. (B); 3. (A); 4. (C); 5. (D).
E fá-lo num discurso sóbrio, mas cheio de humanidade, reve-
6. Uma educação sólida promove o gosto pelo saber e pelo estudo, lador de uma sensibilidade quase poética.
desenvolve hábitos de rigor, de esforço, de respeito pela diversi- Trata-se, sobretudo, de uma reflexão sobre a condição hu-
dade de pontos de vista e forma cidadãos capazes de compreen- mana. É um livro que vale a pena ler e reler pela extraordinária
derem e intervirem no mundo em que vivemos. forma como prende o leitor.
7. Os adultos enfrentam uma situação de falta de oportunidades [151 palavras]
ao nível da formação contínua, dada a ausência de investimento
nesta área, pela falta de políticas e de meios financeiros. FICHA 3 – Texto de opinião (p. 49)
8. Na opinião do autor, a sociedade tem uma dívida para com a Proposta 1
geração adulta, pois foi essa geração que se esforçou no sentido Introdução – Definição do ponto de vista a defender: o ser
de permitir às gerações mais jovens terem cada vez mais oportu- humano usa a tecnologia para o bem comum.
nidades educativas. Desenvolvimento
1º argumento – os avanços científicos ao serviço do bem-es-
FICHAS DE ESCRITA tar das populações.
Ex.: novas técnicas e aparelhos usados no diagnóstico ou tra-
FICHA 1 – Exposição sobre um tema (p. 47)
tamento de doenças até agora incuráveis;
Proposta 1 2º argumento – os avanços científicos ao serviço da comuni-
Uma vez que não vive isolado, o ser humano interage com di- cação entre as pessoas e do desenvolvimento económico e social.
ferentes tipos de pessoas – familiares, amigos – experienciando Ex.: desenvolvimento de tecnologias que permitem um con-
momentos que guardará na memória, devido à riqueza que lhe tacto mais fácil entre as pessoas a nível social (redes sociais) ou
trouxeram, seja emocional, cultural ou outra. a nível laboral (plataformas que permitem o trabalho ou a apren-
Na verdade, o homem necessita de se relacionar afetiva e so- dizagem à distância).
cialmente para ter uma vida plena. A preservação dos momentos Conclusão – Necessidade de usar as tecnologias para o bem
vividos é uma forma de manter, ou reforçar, os laços afetivos que comum.
Atualmente, o mundo virtual das redes sociais facilita a crí- 3. “Camilo Castelo Branco nasceu em Lisboa em 1825. Aos 35 anos,
tica e o protesto, a explosão de sentimentos, opiniões e julgamen- o autor enfrentou um grave problema na sua vida: a possibilidade
tos de forma imediata, perante uma audiência imensa, o que tem de ser preso, porque vivia um amor adúltero com Ana Plácido. Na
consequências no mundo real. tentativa de escapar à justiça, o romancista refugiou-se em casa de
Antigamente, a ausência de barreiras entre o crítico e o criti- amigos, mas acabou por ser preso na cadeia da Relação do Porto.
cado, por um lado, e a distanciação temporal que implicava o pro- Aí escreveu, em quinze dias, aquela que é considerada a sua obra-
testo escrito, por outro, permitiam repensar o “insulto” e dosear a -prima – O amor de perdição. O escritor acreditava que esse seu
indignação, logo, a reação era mais controlada e refletida. romance teria grande impacto no seu público feminino, já que o
É necessário, pois, que os cidadãos aprendam a conviver com levaria a chorar.
esta nova realidade, estabelecendo limites para aquilo que é acei-
4. a. Não se observa o princípio da progressão e de renovação da
tável.
informação.; b. Há contradição.; c. Não se verifica progressão. Não
Proposta 2 [88 palavras]
se privilegia informação relevante; não há continuidade de sentido.
Atualmente, verifica-se uma tendência prejudicial para elimi-
nar alimentos da nossa dieta.
QUESTÕES DE AULA
Sabe-se que devemos ter uma dieta variada e feita em casa.
1 – FERNANDO PESSOA, POESIA DO ORTÓNIMO (p. 60)
Contudo, constata-se que parte da população apresenta doenças
causadas por uma má nutrição. Em contrapartida, assiste-se a um 1. a. F; b. V; c. F; d. V; e. V; f. F; g. V; h. F; i. V; j. V; k. F; l. V
proliferar de gurus das dietas. 2. 2.1. (B); 2.2. (B); 2.3. (A); 2.4. (C).
Para obtermos o equilíbrio, é necessário mudar comporta-
2 – POESIA DOS HETERÓNIMOS E BERNARDO SOARES (pp. 61-62)
mentos e cuidar a alimentação.
Sophie Deram afirma que é fundamental mudar hábitos e 1. a. F; b. V; c. V; d. F; e. V; f. V; g. F; h. V; i. F; j. V; k. V; l. V; m. F;
comer só quando é necessário. Afirma também que é um erro elimi- n. F.
nar componentes dos alimentos e que o bom senso é fundamental. 2. a. V; b. V; c. F; d. V; e. V; f. V; g. F; h. V; i. V.
3. [A] – [2]; [B] – [11]; [C] – [7]; [D] – [13]; [E] – [1]; [F] – [3];
FICHAS DE GRAMÁTICA [G] – [6]; [H] – [9]; [I] – [8]; [J] – [4].
FICHA 1 – Sequências textuais/Intertextualidade (p. 54) 4. a. F; b. V; c. F; d. V; e. V; f. V; g. F; h. F.
1. [A] Narrativa e dialogal; [B] Descritiva; [C] Explicativa; [D] Ar- 3 – FERNANDO PESSOA, MENSAGEM (p. 63)
gumentativa.
1. a. três; b. “Brasão”; c. cinco; d. Avis; e. O Infante D. Henrique;
2. [A] – [4]; [B] – [5]; [C] – [2]; [D] – [3]; [E] – [1]. f. “Mar português”; g. dos Descobrimentos; h. “Mostrengo”; i. “O
Encoberto”; j. “É a hora!”
FICHA 2 – Valor temporal, aspetual e modal (p. 55)
2. 2.1. (B); 2.2. (C); 2.3. (A); 2.4. (A).
1. a. Simultaneidade.; b. Anterioridade.; c. Posterioridade.
4 – POETAS CONTEMPORÂNEOS (pp. 64-65)
2. [A] – [4]; [B] – [2]; [C] – [1]; [D] – [5]; [E] – [3]; [F] – [1];
[G] – [5]. 1. e 1.1. a. V; b. V; c. V; d. F – Para Torga, a criação poética decorre do
esforço do poeta, o que implica dedicação e entrega total ao tra-
3. a. Modalidade apreciativa.; b. Modalidade epistémica (valor de
balho artístico. e. V; f. F – Ana Luísa Amaral explora as potencia-
certeza).; c. Modalidade deôntica (valor de permissão).; d. Moda- lidades da língua, nomeadamente a musicalidade da linguagem.;
lidade deôntica (valor de obrigação).; e. Modalidade epistémica g. V; h. F – A poesia de Ana Luísa Amaral baseia-se no quotidiano
(valor de probabilidade). doméstico e familiar, mas o sonho e a fantasia são características
da sua obra.; i. V; j. F – A poesia de Manuel Alegre recupera frequen-
FICHA 3 – Dêixis/Funções sintáticas (p. 56) temente a tradição literária, nomeadamente na linha de Camões
1. a. Deíticos pessoais – “Tu”, “disseste”, “me”, “acabaste”, “tenho”, e das Cantigas de Amigo.; k. V; l. F – Manuel Alegre defende valo-
“meu”.; b. Deíticos espaciais – “lá”, “aqui”.; c. Deíticos temporais – res coletivos, em detrimento de anseios individuais.
“disseste”, “acabaste”, “ontem”, “hoje”, “tenho”. 2. [A] – [4]; [B] – [1], [7]; [C] – [3], [5]; [D] – [2], [4], [6].
5 – CONTOS (p. 66) estrofe, correspondendo à segunda parte, o eu lírico constata que,
1. [A] – [6]; [B] – [5]; [C] – [7]; [D] – [3]; [E] – [4]. afinal, não pensar em nada, apesar de trazer felicidade, também
causa desconforto.
2. [A] – [5]; [B] – [3]; [C] – [4]; [D] – [2]; [E] – [1].
2. “[não pensar em nada] É-me agradável como o ar da noite, /
6 – O ANO DA MORTE DE RICARDO REIS (p. 67) Fresco em contraste com o verão quente do dia.” Estabelece-se
1.1. (A); 1.2. (C); 1.3. (C); 1.4. (B); 1.5. (D); 1.6. (B); 1.7. (D); 1.8. (A); um paralelismo entre a dureza do ato de pensar, que se compara
1.9. (B); 1.10. (C). a um dia quente de verão, que custa a suportar, e o ato de não pen-
2. e 2.1. a. F – Ao fim de algum tempo como hóspede do Hotel Bra- sar em nada, comparado ao ar fresco da noite, que, naturalmente,
gança, Ricardo Reis aluga uma casa no Alto de Santa Catarina.; traz algum conforto.
b. V; c. V; d. F – O Ricardo Reis saramaguiano apresenta-se quase 3. O sujeito poético sente-se bem, feliz, por não estar a pensar
como um decalque do heterónimo de Pessoa, quer em termos físi- em nada, afirmando que isso é “ter a alma própria e inteira” (v. 7)
cos, quer literários, quer, ainda, em termos de personalidade.; e. F – e “viver intimamente” (v. 9). Refere ainda que tem uma dor nas
Fernando Pessoa visita várias vezes Ricardo Reis seja no Hotel costas e “um amargo de boca” (v. 14) na alma, o que não o impede
Bragança seja na sua casa do Alto de Santa Catarina.; f. V; g. V; de se sentir liberto, apenas porque, naquele momento, não está
h. F – Marcenda é uma mulher passiva e desistente.; i. F – Ricardo a pensar em nada.
Reis sente que se meteu num grande sarilho, não sabendo se vai
4. Os versos referidos são reveladores da satisfação do “eu” por
ou não perfilhar a criança.; j. V.
não pensar, o que lhe permite sentir a alma liberta, ou seja, sen-
QUESTÃO DE AULA 7 – MEMORIAL DO CONVENTO (p. 69) tir-se despreocupado. Estes versos deixam antever que o pensa-
mento atormenta a alma e esta só é sentida como inteira, liberta,
1.1. (C); 1.2. (C); 1.3. (B); 1.4. (C); 1.5. (A); 1.6. (D); 1.7. (D); 1.8. (D);
1.9. (A); 1.10. (D). se o pensamento não atormentar o sujeito poético, tal como acon-
tece no momento da enunciação.
2. a. F – D. João V promete edificar o convento caso a rainha con-
siga engravidar no prazo de um ano.; b. F – Foi o Alto da Vela, 5. Com esta anáfora, consegue acentuar-se o estado de ataraxia
em Mafra.; c. F – Muitos homens foram obrigados a trabalhar na em que o “eu” se encontra e reforçar o prazer que advém de não
construção e as condições a que os trabalhadores do convento usar o pensamento, sugerindo que o pensar atormenta o sujeito
estavam sujeitos eram péssimas.; d. V; e. V; f. V; g. F – O padre poético e, por isso, o não estar pensando naquele momento é mo-
começa a revelar comportamentos estranhos depois da conversa tivo de grande satisfação e algo incomum, que o levam a reforçar
com Scarlatti e da observação de uma gaivota.; h. V. positivamente esse atual estado de espírito.
GRUPO II
TESTES 1. (D); 2. (C); 3. (A).
TESTE 1 – FERNANDO PESSOA, POESIA DO ORTÓNIMO (pp. 72-73) 4. Verbo auxiliar.
GRUPO I
5. Modalidade epistémica com valor de certeza.
1. O sujeito poético, em jeito de evocação, convoca um domingo sola-
rengo e a sua rua, aquela onde morou e onde as crianças brincavam TESTE 3 – FERNANDO PESSOA, BERNARDO SOARES (pp. 76-77)
alegremente, tal como se pode ver ao longo da primeira estrofe.
GRUPO I
2. No presente, o “eu” sente-se magoado, triste, inseguro, mas
1. O narrador considera que tudo no mundo é “absurdo”: o dinheiro,
certo de que a vida pouco lhe deu e nem esse pouco soube apro-
a procura da fama e de coisas de que não se gosta, o vestuário da
veitar. Por isso, as transformações por que passou fazem-no valo-
rizar o tempo da infância que se pode associar à alegria de viver, à rapariga, o forro dos bancos do elétrico, as atividades por detrás
despreocupação, que contrastam com a racionalização excessiva da fabricação dessas peças, no fundo, toda a vida da sociedade.
do presente. Esta reflexão ilustra as incoerências do ser humano, o que leva
Soares a descrer num mundo sem sentido.
3. O poema tem como tema “a nostalgia da infância”, uma vez que
todo ele se baseia na reflexão que o “eu” adulto, no presente, faz 2. Através da observação do vestido da rapariga, o autor trans-
sobre o passado, o tempo que viveu, mas de que não disfrutou e porta-se para um outro mundo, “decompondo o vestido”, imagi-
que teria sido marcado pela alegria só alcançada por quem vive nando as fábricas, as máquinas, os operários, as costureiras, as
sem consciência ou sem noção da realidade. vidas domésticas e sociais de todos os implicados na criação do
4. O articulador “Mas” marca o regresso à realidade do presente, vestido. Este processo de transformação do real é transmitido
por oposição à reflexão que o sujeito faz acerca do passado. num registo poético, em que sobressaem as enumerações (“as
5. Os sinais de pontuação predominantes são a exclamação e o máquinas, os operários, as costureiras”, l.15).
recurso às reticências, que refletem o caráter emotivo, reflexivo 3. Olhar, reparar é assumido pelo autor como um ato habitual,
e nostálgico do poema. quotidiano (“e estou reparando lentamente, conforme é meu cos-
tume, em todos os pormenores das pessoas que vão adiante de
GRUPO II
mim.”, ll. 7-8), pois permite-lhe fazer uma leitura do mundo exte-
1. (C); 2. (D); 3. (B). rior. Neste fragmento, destaca-se a cor do vestido e do bordado,
4. Oração coordenada adversativa. como forma de acentuar a sua inutilidade (“um retrós de seda ver-
5. Valor copulativo. de-escura fazendo inutilidades”, l. 23), o que confirma a afirmação
que abre o texto – “Tudo é absurdo”.
TESTE 2 – FERNANDO PESSOA, POESIA HETERÓNIMOS (pp. 74-75) 4. Para Bernardo Soares, “viver” significa “sonhar” − “Vivi a vida
GRUPO I inteira” transmite o cansaço do sujeito, por ter vivido tão intensa-
1. O poema pode ser dividido em duas partes lógicas. As primeiras mente pela imaginação.
três estrofes corresponderão à primeira, dando conta da felici- 5. O quotidiano urbano, a deambulação, o sonho e a transfiguração
dade do “eu” por conseguir libertar-se do ato de pensar. Na última poética do real são as principais temáticas presentes neste fragmento.
Tem a certeza? E essas olheiras, hã? Venha daí que eu trato-o.”, deste objetivo quer na recolha das vontades quer nos trabalhos de
ll. 19-20). Por outro lado, mostrava-se um pouco arrogante com construção do invento. É também referido que a passarola sobre-
Ramon e com o modo como este desempenhava a sua tarefa, o voou as obras do convento, podendo entender-se que a linha de
que causou inimizades entre os dois (“A mim, ninguém me diz ação referente ao povo que construiu o convento – segunda linha
quando devo atravessar uma rua. Sou um cidadão livre e desim- de ação – se cruza com as outras duas.
pedido.”, l. 22). 3. As gentes de Mafra que viram a passarola tiveram reações di-
4. Os semáforos são vistos, por um lado, pela maioria dos ha- vergentes. Uns, os mais céticos, duvidaram de que algum objeto
bitantes de forma simpática e até benevolente a tal ponto que, tivesse cruzado os céus. Outros, os menos destemidos, ajoelha-
inclusivamente, interagem com o semaforeiro, pedindo que abra ram-se e pediram clemência, imaginando que estariam prestes a
o sinal. Por outro lado, o médico não aprecia ter de se submeter ser punidos por uma entidade divina desconhecida.
à vontade de um sinal para atravessar a rua, o que acabará por 4. A expressão simboliza, metaforicamente, o momento do ocaso
trazer desavenças durante várias gerações. do sol. É, portanto, o final do dia e o início da noite.
5. Ironia. Com este recurso pretende-se fazer um retrato hiper- 5. O voo da passarola tinha também o objetivo de afastar o padre
bólico do modo zeloso e demasiado cumpridor como o médico de-
Bartolomeu das garras da Inquisição. Contudo, a máquina voa-
sempenhava a sua profissão.
dora, ao cair, deixaria novamente o padre Bartolomeu vulnerável.
GRUPO II Esta perspetiva amedrontava o Voador, uma vez que percebia
muito bem o risco que corria.
1. (D); 2. (A); 3. (B).
4. Oração subordinada adverbial causal. GRUPO II
5. Valor aspetual habitual. 1. (D); 2. (B); 3. (A).
4. Modalidade epistémica (com valor de probabilidade).
TESTE 8 – O ANO DA MORTE DE RICARDO REIS (pp. 86-87)
5. Sujeito.
GRUPO I
1. Ao percorrer as ruas de Lisboa, Ricardo Reis depara-se com a TESTE GLOBAL 1 – MÓDULO 7 (pp. 92-95)
pobreza que se fazia sentir em Portugal, durante o período sala- GRUPO I – A
zarista; observa e estranha uma enorme (“mais de mil”) multidão,
1. Na primeira estrofe, o “eu” lírico afirma que a nossa vida nos
caracterizada como pobre que espera o bodo do Século, (“tudo
é concedida por um uma entidade divina (“E possuindo a Vida /
gente pobre, dos pátios e barracas, l. 28”) e mal cheirosa (“odor
Por uma autoridade primitiva / E coeva de Jove”, vv. 4-6) e que
de cebola, alho e suor recozido”, ll. 21-22).
a devemos viver considerando que somos “divindades” exiladas.
2. Durante a conversa que mantém com Ricardo Reis, o guarda foi
2. Os humanos devem viver de forma plácida e serena; embora
cordial para com ele e tratou-o sempre com deferência (“vossa
aproveitando a vida, devem esquecer as paixões violentas (“o
senhoria”, l. 27). Contudo, quando se dirige aos pobres, ordena que
estio”) para que, quando chegar a hora da morte, nada possa im-
abram espaço para que Ricardo Reis possa passar (“como quem
pedir a serenidade.
enxota galinhas”, ll. 38-39) e não o faz de modo simpático, mas
autoritário, e até usa de alguma agressividade (“não queiram que 3. No poema encontram-se referências à impossibilidade de fugir
trabalhe o sabre”, l. 39). ao destino que controla a nossa existência (“O Destino / É calmo
e inexorável”, vv. 15-16); por isso é sugerida a vivência serena,
3. A expressão contém uma comparação que tem como propósito
evitando as paixões que atormentam (“Usemos a existência / […] /
salientar a forma desumana e indiferente como os pobres eram
Para esquecer o estio”, vv. 8 e 10).
tratados pelo regime.
4. A deambulação geográfica é visível nos espaços percorridos GRUPO I – B
por Ricardo Reis e na observação e descrição que faz de deter- 4. Os sentidos contribuem para o encantamento que a Natureza des-
minados aspetos das ruas por onde passa. perta no “eu”, o que lhe traz a felicidade (“Se falo na Natureza não é
5. O tom coloquial é evidente nos comentários do narrador e na porque saiba o que ela é, / Mas porque a amo, e amo-a por isso”, vv.20-
forma como envolve o narratário no discurso através do uso da 21). Contudo, de todos os sentidos, no poema é dada primazia à visão
primeira pessoa do plural, aspetos comprováveis na expressão (“Creio no mundo como um malmequer, / Porque o vejo.” vv. 13-14).
“ai de nós” (l. 5). 5. O sujeito lírico defende a preponderância dos sentidos sobre
GRUPO II o pensamento (“Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...”, v. 19),
o que o leva a concluir: “Amar é a eterna inocência, / E toda a
1. (D); 2. (A); 3. (C).
inocência é não pensar...” (vv. 24-25). Esta atitude é confirmada
4. Oração subordinada adjetiva relativa restritiva. pelo facto de se referir sempre ao pensar através de vocabulário
5. Complemento indireto. de conotação negativa (“Porque pensar é não compreender...”, v.
15); “(Pensar é estar doente dos olhos”, v. 17), aliando, neste caso,
TESTE 9 – MEMORIAL DO CONVENTO (pp. 89-90) o pensamento à doença.
GRUPO I GRUPO II
1. A ação do excerto refere-se ao voo inicial da passarola. Após 1. (B); 2. (A); 3. (C); 4. (D); 5. (B); 6. (A); 7. (B).
ter tomado conhecimento de que era procurado pelo Santo Ofício,
8. Valor disjuntivo ou alternativo.
o padre Bartolomeu dirigiu-se a São Sebastião da Pedreira, onde,
juntamente com Baltasar e Blimunda, fez a passarola levantar 9. Oração subordinada adjetiva relativa explicativa.
voo, impedindo que a Inquisição os encontrasse e os punisse. 10. Composição morfossintática (palavra + palavra).
2. Neste excerto, cruzam-se a terceira e a quarta linhas de ação –
GRUPO III
relação entre Baltasar e Blimunda; o sonho do padre e o voo da
passarola. A passarola finalmente levanta voo, cumprindo-se Resposta pessoal. Sugere-se, contudo, o seguinte plano:
assim o sonho de padre Bartolomeu; o par amoroso, Baltasar e Introdução: obrigação de cada um aproveitar a sua passagem
Blimunda, deram um contributo importante para a concretização pelo planeta, respeitando as opções dos outros.