Você está na página 1de 410

lOMoARcPSD|36464565

Dossiê do professor mensagens 12

Português (Escola Secundária da Cidadela)

Verifica para abrir em Studocu

A Studocu não é patrocinada ou endossada por alguma faculdade ou universidade


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

NOVO
MENSAGENS
PORTUGUÊS 12.º ANO Célia Cameira
Alexandre Dias Pinto
www.mensagens12.te.pt Carla Cardoso

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

NOVO
MENSAGENS
PORTUGUÊS 12.º ANO Célia Cameira
Alexandre Dias Pinto
Carla Cardoso
dar o mote ao amo
r, g
los
ar
ot
em
a,
ed
epois
desviar.

P
ref
ir
or

deserto.
neste
osa

ia
anh
s, m

em mp
pre é uma co

S
eu m
or, à
p átr

O poeta é um
fingidor
ia

ab
a r ac a e a terra
om princ
q ui ipia.
A

Se
n
hor
ad

si.
e

P
ara p
Ó Portugal, hoje és ne artir, para ch
v oeiro egar.
... É
a
H
ora
Sou um

- eterno!
- r- r
-r
guar

-r
da

r- r

rd
do

e reb
anhos.
s, r-
gen

a
ren
,ó e ng
Ó rodas

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

NOVO

MENSAGENS
PORTUGUÊS 12.º ANO

2 O projeto Mensagens 201 Testes de avaliação


203 • Testes de avaliação
7 Planificações trimestral da Compreensão do Oral

e semestral, planos de aula 215 • Testes de avaliação escrita


327 • Soluções
e ensino digit@l
• Transcrições
9 • Quadro comparativo de conteúdos
por domínio e ano de escolaridade
• Planificações trimestral 339 Questões de aula
e semestral 341 • Educação Literária
• Planos de aula 361 • Gramática
15 • Contributos do Português 381 • Leitura
para o Plano Anual de Atividades
391 • Soluções
• Ensino digit@l
17 – Guia de recursos multimédia
– Aula digital – Tutoriais
395 Ensino diferenciado
• Fichas de trabalho
• Testes de avaliação
35 Fichas de trabalho
• Questões de aula
37 • Educação Literária
• Transcrições e soluções
73 • Gramática
115 • Leitura/Gramática
127 • Escrita
397 Avaliação por rubricas
153 • Oralidade (Compreensão do Oral)
155 • Oralidade (Expressão Oral)
399 Materiais de apoio
• Didatização do conto
173 • Soluções «Famílias desavindas»
• Transcrições • Didatização de poemas de poetas
contemporâneos
• Roteiros de estudo autónomo
• Projetos de interdisciplinaridade

• Projeto de Leitura
• Transcrições dos recursos áudio/vídeo
do Manual
Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

Mensagens 12.º ano:


componentes e organização
MANUAL DO ALUNO
MANU
O Manua
Manual promove estratégias que trabalham:
todos os descritores dos diferentes domínios da disciplina previstos nas Aprendi-
zagens Essenciais (AE);
os autores
auto e as obras de leitura obrigatória de Educação Literária de 12.º ano;
os autores
aut e as obras de leitura obrigatória de Educação Literária de 12.º ano em
interação com os autores e as obras de leitura obrigatória de Educação Literária
interaç
de 10.º e 11.º anos (ou de outros autores e obras);
os géneros
gén textuais obrigatórios de Leitura, de Oralidade e de Escrita de 10.º, 11.º
e 12.º anos;
os conteúdos
con gramaticais de 10.º, 11.º e 12.º anos, bem como de retoma dos ciclos
anterio
anteriores;
o Perfil
Perfi dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória;
Estra
a Estratégia Nacional de Educação para a Cidadania.

SIGA
O SIGA (Síntese Informativa e Gramatical de Apoio), integrado no final do Manual,
apresenta:
explicação e sistematização das características de todos os géneros textuais de
Leitura, de Oralidade e de Escrita de 10.º, 11.º e 12.º anos;
sistematização de todos os conteúdos gramaticais de 10.º, 11.º e 12.º anos, bem
como de retoma dos ciclos anteriores, complementada por um conjunto de exercí-
cios para treino e consolidação;
sistematização de todos os recursos expressivos de 10.º, 11.º e 12.º anos, bem
como dos ciclos anteriores.
Glossário de termos literários.
Glossário da obra Mensagem.
Breve dicionário de símbolos.

PREPARAÇÃO PARA O EXAME NACIONAL NOVO

Viagens Literárias (com retoma de todos os conteúdos de Educação Literária).


Esquemas-síntese de apoio ao estudo.
Questões resolvidas com as tipologias do Exame Nacional, apoiadas por DICAS
para responder.

MANUAL DO PROFESSOR
O Manual do Professor inclui:
Inclui desdobrável com as Aprendizagens Essenciais (AE) + lista de obras e textos para
MANUAL Educação Literária (12.º ano) + Áreas de Competências do Perfil dos Alunos + Do-
mínios da Estratégia Nacional de Educação para a Cidadania;
INTERATIVO
banda lateral exclusiva do professor com indicação das Aprendizagens Essenciais
(AE), sugestões de trabalho, cenários de resposta e remissões para outros compo-
nentes do projeto.

2
Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

PORTUGUÊS 12.º ANO MENSAGENS

CADERNO DE ATIVIDADES DO ALUNO


O Caderno de Atividades está organizado em duas partes.
PARTE 1 – Fichas de trabalho, por domínio
Educação Literária – fichas de trabalho por obra literária, com itens de tipo-
logia alargada.
Gramática – fichas de trabalho, com exercícios de tipologia diversificada para
treino e consolidação de aprendizagens.
Leitura e Gramática – fichas de trabalho, com um conjunto de exercícios que
seguem a tipologia de itens da avaliação externa.
Escrita e Oralidade – fichas de trabalho, com propostas de Escrita/Oralidade
orientadas.

PARTE 2 – Preparar a avaliação


Aprendo... Agora é a minha vez... reprodução de itens de Exame resolvidos,
por domínios, e exercícios para resolução autónoma. NOVO
Lista de verificação das Aprendizagens Essenciais. NOVO
Cruzamento temático (Educação Literária). NOVO
Testes de avaliação por unidade, de preparação para os momentos de avalia-
ção, com a estrutura e a tipologia de itens da avaliação externa.

No final, soluções para todas as atividades.

CADERNO DE ATIVIDADES DO PROFESSOR


O Caderno de Atividades do Professor inclui:
banda lateral, exclusiva do professor,
ofessor, com cenários de resposta.

DOSSIÊ DO PROFESSOR
SSOR
OFERTA
O Dossiê do Professor inclui recursos
ecursos
e materiais diversificados. BROCHURA
Quadro comparativo de conteúdosúdos por domínio DE PREPARAÇÃO
Planificações trimestral e semestral*
mestral* PARA O EXAME
Planos de aula* Fichas de trabalho
Contributos do Português para ra o PAA domínio a domínio
Guia de recursos multimédia Testes de avaliação,
de acordo com o modelo
Aula digital – Tutoriais* da prova do Exame
Fichas de trabalho por domíniosio
os Nacional
reensão d
Testes de avaliação da Compreensão o Or
do O al
al
Oral Dicas para resoluçao
Testes de avaliação escrita, de acordo com
m de itens
a estrutura e tipologia de questões
stões do Exame N Nacional
accio
ion
nall
Grelhas de registo e de avaliação,
ã em E Excell *
®

Questões de aula por domínios


Ensino diferenciado*
Avaliação por rubricas*
Didatização do conto «Famílias desavindas», de Mário de Carvalho*
Didatização de poemas de poetas contemporâneos*
Roteiros de estudo autónomo* NOVO
Guiões com propostas de implementação dos projetos
de interdisciplinaridade (Mensagens de Hoje)*
* disponíveis em
Projeto de Leitura*
Transcrições dos recursos áudio/vídeo do Manual*
3
Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

Projeto Mensagens
O projeto Mensagens trabalha de
forma integrada os diferentes domínios,
disponibilizando ao Professor um conjunto
diversificado de opções e de recursos.

LEITURA
Manual
• SIGA (géneros textuais)
Dossiê do Professor
• Fichas de trabalho com outros textos
dos géneros textuais de referência
• Questões de aula
Aula Digital
• Vídeos tutoriais
• Animações
• Avaliação por rubricas

EDUCAÇÃO LITERÁRIA
ORALIDADE Manual
• Orientações para o Projeto de Leitura
Manual SIGA:
• SIGA (géneros textuais) • Recursos expressivos
Dossiê do Professor • Glossário de termos literários
• Fichas de Compreensão e Expressão • Glossário da obra Mensagem
• Testes de Compreensão e Expressão • Breve dicionário de símbolos
Recursos áudio Dossiê do Professor
Recursos vídeo • Fichas de trabalho com outras propostas
dos textos das obras de referência
Aula Digital
• Questões de aula
• Vídeos tutoriais
• Animações Aula Digital
• Avaliação por rubricas • Dicionário de autores
• Poemas analisados e comentados NOVO
• Vídeos
• Animações
• Apresentações PowerPoint®
GRAMÁTICA • Podcasts – audiossínteses NOVO
• Testes interativos
Manual • Mensagens em Reels NOVO
• SIGA (sistematização e exercícios) • Quizzes
Caderno de Atividades • Sinopses para o Projeto de Leitura
• Fichas de trabalho • Guias de estudo
Dossiê do Professor
• Fichas de trabalho
• Questões de aula
Aula Digital
ESCRITA
• Animações Manual
• Apresentações PowerPoint® • SIGA (géneros textuais)
• Atividades interativas Caderno de Atividades
• Quizzes • Fichas de trabalho
• Avaliação por rubricas
Dossiê do Professor
• Fichas de trabalho
Aula Digital
• Vídeos tutoriais
• Animações
• Avaliação por rubricas
4
Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

PORTUGUÊS 12.º ANO MENSAGENS


Organização
«Primeiros dias» com atividades iniciais para a avaliação
Unidade 0 de diagnóstico dos diferentes domínios
Projeto de Leitura

Subunidade 1.1
Fernando Pessoa, Poesia do ortónimo

Unidade 1 – Subunidade 1.2


Fernando Pessoa Fernando Pessoa, Poesia dos heterónimos

Subunidade 1.3
Fernando Pessoa, Mensagem

Contos
Unidade 2 «Sempre é uma companhia», de Manuel da Fonseca,
e «George», de Maria Judite de Carvalho

Poetas contemporâneos
Unidade 3
Miguel Torga, Eugénio de Andrade, Manuel Alegre e Ana Luísa Amaral

Subunidade 4.1
Unidade 4 – José Saramago, Memorial do convento (em opção)
José Saramago Subunidade 4.2
José Saramago, O ano da morte de Ricardo Reis (em opção)

Géneros textuais
Gramática
SIGA
Recursos expressivos
(Síntese Informativa
Glossário de termos literários
e Gramatical de Apoio)
Glossário de Mensagem
Breve dicionário de símbolos

Fichas de trabalho domínio a domínio


Preparação para
Testes de avalição, de acordo com o modelo da prova do Exame Nacional
o Exame Nacional
Dicas para resolução de itens

Estrutura das unidades


Abertura de unidade com Mensagens de Hoje
Mensagens Cruzadas Síntese da Unidade
Contextualização histórico-literária Sei ou não sei?
Conheces... ou queres que faça um Eis as questões...
desenho? – vida e obra dos autores Como responder bem?
Textos de Educação Literária (Educação Literária)
Atividades de Gramática Ficha Formativa
Atividades de Oralidade: Compreensão A complementar as rubricas
e/ou Expressão nucleares, o Manual apresenta:
Atividades de Escrita • Definição de género literário
Textos de Leitura • Ponto de Partida
• Em Contexto
Textos de Leitura/Gramática
• Truques & Dicas
Mensagens em interação
• Mensagens ao Minuto
Mensagens em diálogo NOVO
• Interações
5
Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

Dossiê
do Professor
I O projeto Mensagens
III Planificações trimestral e semestral,
planos de aula e ensino digit@l
Quadro comparativo de conteúdos por domínio
e ano de escolaridade
Planificações trimestral e semestral
Planos de aula
Contributos do Português para o Plano Anual
de Atividades
Ensino digit@l
– Guia de recursos multimédia
– Aula digital – Tutoriais
III Fichas de trabalho
II
Educação Literária
Gramática
Leitura/Gramática
Escrita
Oralidade (Compreensão do Oral)
Oralidade (Expressão Oral)
Soluções
Transcrições
IV Testes de avaliação
Testes de avaliação da Compreensão do Oral
Testes de avaliação escrita
Matrizes e cotações
Soluções
Transcrições
Grelhas de avaliação em Excel®
V Questões de aula
Educação Literária
Gramática
Leitura
Soluções
Grelhas de avaliação em Excel®
VI Ensino diferenciado
VII Avaliação por rubricas
VIII Materiais de apoio
Didatização do conto «Famílias desavindas»,
de Mário de Carvalho
Didatização de poemas de poetas
contemporâneos
Roteiros de estudo autónomo NOVO
Projetos de interdisciplinaridade
Projeto de Leitura
Transcrições dos recursos vídeo/áudio
do Manual

6
Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

Planificações/Planos
NOVO

MENSAGENS
PORTUGUÊS 12.º ANO

Planificações
trimestral
e semestral,
planos de aula
e ensino digit@l
• Quadro comparativo de conteúdos
por domínio e ano de escolaridade
• Planificações trimestral
e semestral
• Planos de aula
• Contributos do Português para
o Plano Anual de Atividades
• Ensino digit@l
– Guia de recursos multimédia
– Aula Digital – Tutoriais

Disponível em formato
editável em

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

II Planificações trimestral
e semestral, planos de aula

Quadro comparativo de conteúdos por domínio e ano


e ensino digit@al

de escolaridade ......................................................................................... 9
Planificações trimestral e semestral*
Planos de aula*
Contributos do Português para o Plano Anual de Atividades ................. 15
Ensino digit@l*
Guia de recursos multimédia .............................................................. 17
Aula digit@l – Tutoriais*

Os recursos assinalados com asterisco * serão disponibilizados na


Aula Digital, em formato editável e na íntegra, aos professores utilizadores do projeto.
Com esta medida, procuramos contribuir para a sustentabilidade ambiental.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 7

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


10.o Ano 11.o Ano 12.o Ano

Oralidade: Compreensão

– Interpretar textos orais dos géneros reportagem – Interpretar textos orais dos géneros exposição – Interpretar o(s) discursos(s) do género debate.
e documentário, evidenciando perspetiva crítica sobre um tema, discurso político e debate, – Apreciar a validade dos argumentos aduzidos
e criativa. evidenciando perspetiva crítica e criativa. pelos participantes de um debate.
– Sintetizar o discurso escutado a partir do registo – Avaliar os argumentos de intervenções orais – Identificar marcas reveladoras das diferentes
de informação relevante quanto ao tema (exposições orais, discursos políticos e debates). intenções comunicativas
e à estrutura.

Oralidade: Expressão

– Produzir textos adequados à situação – Fazer exposições orais para apresentação de – Planificar o texto oral elaborando um plano
de comunicação, com correção e propriedade temas, de opiniões e de apreciações críticas de suporte, com tópicos, argumentos
lexical. (de debate, de filme, de peça de teatro, de livro, e respetivos exemplos.
– Exprimir, com fundamentação, pontos de vista de exposição ou outra manifestação cultural). – Participar construtivamente em debates em
lOMoARcPSD|36464565

suscitados por leituras diversas. – Preparar adequadamente as apresentações que se explicite e justifique pontos de vista
– Fazer exposições orais para apresentação de orais através de uma planificação cuidada. e opiniões, se considerem pontos de vista
leituras (apreciação crítica de obras, partes – Utilizar recursos verbais e não verbais contrários e se reformulem posições.
de obras ou textos com temas relevantes), adequados à eficácia das apresentações orais – Produzir textos de opinião com propriedade
de sínteses e de temas escolhidos a realizar. vocabular e com diversificação de estruturas
autonomamente ou requeridos por outros. sintáticas.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano


– Avaliar, individualmente e/ou em grupo,
– Utilizar adequadamente recursos verbais os discursos orais produzidos por si próprio, – Avaliar, individualmente e/ou em grupo, textos

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


e não verbais para aumentar a eficácia das através da discussão de diversos pontos produzidos por si próprio através da discussão
apresentações orais. de vista. de diferentes pontos de vista.
– Utilizar de modo apropriado processos como
retoma, resumo e explicitação no uso da palavra
Quadro comparativo de conteúdos

em contextos formais.
por domínio e por ano de escolaridade

– Recorrer a processos de planificação e de


avaliação de textos para melhoria dos discursos
orais a realizar.

9
10
10.o Ano 11.o Ano 12.o Ano

Leitura

– Ler, em suportes variados, textos de diferentes – Ler, em suportes variados, textos de diferentes – Ler, em suportes variados, textos de diferentes
graus de complexidade dos géneros seguintes: graus de complexidade argumentativa dos géneros graus de complexidade argumentativa dos géneros
relato de viagem, exposição sobre um tema, seguintes: discurso político, apreciação crítica apreciação crítica e artigo de opinião.
apreciação crítica e cartoon. e artigo de opinião. – Realizar leitura crítica e autónoma.
– Realizar leitura crítica e autónoma. – Realizar leitura crítica e autónoma. – Interpretar o texto, com especificação do sentido
– Analisar a organização interna e externa do texto. – Analisar a organização interna e externa do texto. global e da intencionalidade comunicativa.
– Clarificar tema(s), ideias principais, pontos de vista. – Clarificar tema(s), subtemas, ideias principais, – Analisar a organização interna e externa do texto.
– Analisar os recursos utilizados para a construção pontos de vista. – Clarificar tema(s), subtemas, ideias principais,
do sentido do texto. – Analisar os recursos utilizados para a construção pontos de vista.
– Interpretar o sentido global do texto do sentido do texto. – Compreender a utilização de recursos expressivos
e intencionalidade comunicativa com base – Interpretar o texto, com especificação do sentido para a construção de sentido do texto.
em inferências devidamente justificadas. global e da intencionalidade comunicativa. – Utilizar criteriosamente procedimentos adequados
– Utilizar métodos de trabalho científico no registo – Utilizar criteriosamente procedimentos adequados ao registo e tratamento da informação.
lOMoARcPSD|36464565

e tratamento da informação. ao registo e tratamento da informação. – Exprimir, com fundamentação, pontos de vista
– Exprimir, com fundamentação, pontos de vista suscitados por leituras diversas.
suscitados por leituras diversas.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


10.o Ano 11.o Ano 12.o Ano

Educação Literária

– Interpretar textos literários portugueses – Interpretar obras literárias portuguesas – Interpretar obras literárias portuguesas
de diferentes autores e géneros, produzidos entre de diferentes autores e géneros, produzidas entre de diferentes autores e géneros, produzidas
os séculos XII e XV (anexo 1). os séculos XVII e XIX (anexo 2). no século XX (anexo 3).
– Contextualizar textos literários portugueses – Contextualizar textos literários portugueses – Contextualizar textos literários portugueses
anteriores ao século XVII em função de marcos dos séculos XVII ao XIX de vários géneros em do século XX em função de grandes marcos
históricos e culturais. função de grandes marcos históricos e culturais. históricos e culturais.
– Relacionar características formais do texto poético – Mobilizar para a interpretação textual – Mobilizar para a interpretação textual os
com a construção do sentido. os conhecimentos adquiridos sobre os elementos conhecimentos adquiridos sobre os elementos
– Analisar o valor de recursos expressivos para constitutivos do texto poético, do texto dramático constitutivos do texto poético e do texto narrativo.
a construção do sentido do texto, designadamente: e do texto narrativo. – Analisar o valor de recursos expressivos para a
alegoria, interrogação retórica, metonímia, – Analisar o valor de recursos expressivos para construção do sentido do texto, designadamente:
aliteração, apóstrofe, anástrofe. a construção do sentido do texto, designadamente: adjetivação, gradação, metonímia, sinestesia.
– Comparar textos em função de temas, ideias adjetivação, gradação, metonímia, sinestesia. – Comparar textos de diferentes épocas em função
lOMoARcPSD|36464565

e valores. – Comparar textos de diferentes épocas em função dos temas, ideias, valores e marcos históricos
– Reconhecer valores culturais, éticos e estéticos dos temas, ideias, valores e marcos históricos e culturais.
presentes nos textos. e culturais. – Reconhecer valores culturais, éticos e estéticos
– Expressar, oralmente ou por escrito, pontos – Reconhecer valores culturais, éticos e estéticos manifestados nos textos.
de vista fundamentados, suscitados pelas manifestados nos textos. – Debater, de forma fundamentada e sustentada,
obras e seus autores. – Debater, de forma fundamentada e sustentada, oralmente ou por escrito, pontos de vista

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano


– Desenvolver um projeto de leitura que revele oralmente ou por escrito, pontos de vista fundamentados, suscitados pela leitura de textos
pensamento crítico e criativo, a apresentar fundamentados, suscitados pela leitura de textos e autores diferentes.

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


publicamente em suportes variados. e autores diferentes. – Desenvolver um projeto de leitura que revele
– Desenvolver um projeto de leitura que revele pensamento crítico e criativo, a apresentar
pensamento crítico e criativo, a apresentar publicamente em suportes variados.
publicamente em suportes variados.

11
12
10.o Ano 11.o Ano 12.o Ano

Escrita

– Escrever sínteses, exposições sobre um tema – Escrever textos de opinião, apreciações críticas – Escrever textos de opinião, apreciações críticas,
e apreciações críticas, respeitando as marcas e exposições sobre um tema. exposições sobre um tema.
de género. – Planificar os textos a escrever, após pesquisa – Planificar os textos a escrever, após pesquisa
– Planificar o texto a escrever, após pesquisa e seleção de informação relevante. e seleção de informação relevante.
e seleção de informação pertinente. – Redigir com desenvoltura, consistência, adequação – Redigir com desenvoltura, consistência, adequação
– Redigir o texto com domínio seguro da organização e correção os textos planificados. e correção os textos planificados.
em parágrafos e dos mecanismos de coerência – Utilizar os mecanismos de revisão, de avaliação – Utilizar os mecanismos de revisão, de avaliação
e de coesão textual. e de correção para aperfeiçoar o texto escrito e de correção para aperfeiçoar o texto escrito
– Editar os textos escritos, em diferentes suportes, antes da apresentação da versão final. antes da apresentação da versão final.
após revisão, individual ou em grupo, tendo – Respeitar princípios do trabalho intelectual, como – Respeitar princípios do trabalho intelectual, como
em conta a adequação, a propriedade vocabular a referenciação bibliográfica, de acordo com a referenciação bibliográfica, de acordo com
e a correção linguística. normas específicas. normas específicas.
– Respeitar os princípios do trabalho intelectual:
lOMoARcPSD|36464565

identificação das fontes utilizadas, cumprimento


das normas de citação, uso de notas de rodapé
e referenciação bibliográfica.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


10.o Ano 11.o Ano 12.o Ano

Gramática

– Conhecer a origem, a evolução e a distribuição – Sistematizar o conhecimento dos diferentes – Explicitar aspetos essenciais da lexicologia
geográfica do português no mundo. constituintes da frase (grupo verbal, grupo do português (processos irregulares de formação
– Reconhecer processos fonológicos que ocorrem nominal, grupo adjetival, grupo preposicional, de palavras).
no português (na evolução e no uso). grupo adverbial) e das funções sintáticas internas – Realizar análise sintática com explicitação de
à frase. funções sintáticas internas à frase, ao grupo
– Analisar com segurança frases simples e complexas
(identificação de constituintes e das respetivas – Explicitar o conhecimento gramatical relacionado verbal, ao grupo nominal, ao grupo adjetival e ao
funções sintáticas, incluindo complemento com a articulação entre constituintes e entre grupo adverbial.
do nome e do adjetivo, divisão e classificação frases. – Sistematizar conhecimento gramatical relacionado
de orações, incluindo orações subordinadas – Reconhecer os valores semânticos de palavras com a articulação entre constituintes, orações
substantivas relativas). considerando o respetivo étimo. e frases.
– Reconhecer valores semânticos de palavras – Analisar processos de coesão e de progressão – Distinguir frases com diferentes valores aspetuais
considerando o respetivo étimo. do texto como a anáfora. (valor perfetivo, valor imperfetivo, situação
– Explicitar o significado das palavras com base – Utilizar intencionalmente os processos de coesão genérica, situação habitual e situação iterativa).
lOMoARcPSD|36464565

na análise dos processos de formação. textual (gramatical e lexical). – Demonstrar, em textos, os mecanismos anafóricos
– Usar de modo intencional diferentes valores – Utilizar intencionalmente modalidades que garantem as cadeias referenciais.
modais atendendo à situação comunicativa de reprodução do discurso (incluindo discurso – Avaliar um texto com base nas propriedades que
(epistémicos, deônticos e apreciativos). indireto livre). o configuram (processos de coerência e coesão).
– Reconhecer a anáfora como mecanismo de coesão – Conhecer a referência deítica (deíticos e respetivos – Utilizar intencionalmente modalidades de
e de progressão do texto. referentes). reprodução do discurso.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano


– Relacionar situações de comunicação,
interlocutores e registos de língua (grau de

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


formalidade, relação hierárquica entre os
participantes, modo oral ou escrito da interação),
tendo em conta os diversos atos de fala.

13
lOMoARcPSD|36464565

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Contributos do Português
para o Plano Anual de Atividades

Sugestões
Unidade 1 – Fernando Pessoa (poesia do ortónimo, poesia dos heterónimos e Mensagem)
– Sarau Cultural «Ao café, com Pessoa»: declamação e dramatização de poemas do ortónimo. Café,
chá e biscoitos para acompanhar Pessoa (atividade com a participação dos alunos do 12.o ano
e respetivos Encarregados de Educação/Pais).
– «Heterónimos à mesa»: colocação de cartões com versos de Alberto Caeiro, Ricardo Reis e
Álvaro de Campos, com o intuito de os convivas adivinharem qual é o heterónimo que escreveu
o(s) verso(s). Esses cartões poderão ser colocados nas mesas de restaurantes e/ou na cantina da
escola, devidamente ilustrados pelos alunos ou com reproduções de pintores conceituados (trabalho
elaborado previamente pelos alunos em casa).
– «Mensagem – Hoje!»: elaboração de um mural ou exposição coletivos, com desenhos, colagens
ou construções em 3D, inspirados nos poemas da Mensagem. Os alunos poderão ainda relacionar
esses poemas com apelos atuais pertinentes (trabalhos em grupo, por turma e com apresentação
a toda a comunidade escolar).

Unidade 2 – Contos (Manuel da Fonseca, «Sempre é uma companhia»; Maria Judite de Carvalho,
«George»)
– Promover um ciclo de palestras com especialistas (psicólogos escolares, forças policiais, membros
de organizações de apoio à vítima, por exemplo) sobre temáticas como «Violência no namoro»,
«Igualdade de género», «Comportamentos de risco», seguidos de oficinas de trabalho: em grupos,
os alunos irão gerir/resolver uma situação concreta, dramatizando-a (todas as turmas do 12.o ano).
– «Ouvir e… escutar “Sempre é uma companhia”»: realização/gravação de um programa de rádio
sobre uma temática relacionada com o conto «Sempre é uma companhia», de Manuel da Fonseca
(por exemplo: «A solidão»; «A dicotomia cidade/campo»; «A influência dos media na sociedade».
– «Olhar e… ver “George”»: pintura de aguarelas a partir de excertos do conto «George», de Maria
Judite de Carvalho, seguida de exposição coletiva (trabalho individual ou em grupo, com apresentação
a toda a comunidade escolar).

Unidade 3 – Poetas contemporâneos (Miguel Torga, Eugénio de Andrade, Ana Luísa Amaral)
– «São Valentim poético», com leitura de poemas dos autores (acima referidos ou outros poetas
contemporâneos constantes na lista das Aprendizagens Essenciais), percorrendo as salas de aula e
outros espaços da escola (antecipando e sensibilizando para os conteúdos que irão ser estudados,
caso ainda não estejam a ser lecionados).
– «Poesia na rua»: leitura dramatizada de poemas, com um guarda-roupa adequado ao conteúdo do
poema, percorrendo as ruas da localidade.
– «Poesia trocada por miúdos»: ida ao Ensino Pré-Escolar e ao 1.o Ciclo do Ensino Básico para divulgar
os poetas contemporâneos (vide lista das Aprendizagens Essenciais). Declamação de poemas que
mais se adequem a estas faixas etárias, seguida de expressão plástica das crianças: em plasticina,
com pinturas, colagens, … ilustrando os poemas que foram trabalhados. Exposição dos trabalhos
realizados (apresentação a toda a comunidade escolar, incluindo os Encarregados de Educação/Pais
dos pequenos artistas).

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 15


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

Unidade 4 – José Saramago (Memorial do convento ou O ano da morte de Ricardo Reis)


– Promover um sarau cultural com a representação de excertos significativos de cada obra, na escola
ou num local de convívio comunitário (atividade com a participação de todos os alunos do Ensino
Secundário e respetivos Encarregados de Educação/Pais).
– Realizar, em grupos, curtas-metragens com diferentes passos de cada obra (apresentação interturmas).
– Realizar um desfile de moda, com pesquisa prévia dos trajes da época (Memorial do convento – século
XVIII; O ano da morte de Ricardo Reis – anos 30 do século XX), incluindo adereços e cenários que
recriem as épocas. Ao longo do desfile, poderão ser lidos excertos das obras relativos às personagens
que estão a desfilar (atividade com a participação dos alunos do 12.o ano e respetivos Encarregados
de Educação/Pais).

N.B.: todas as atividades deverão ter repórteres e ser divulgadas no site/blogue da escola; estas atividades podem ser reali-
zadas com recurso a ferramentas digitais.

16 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Guia de recursos multimédia

A plataforma é uma ferramenta inovadora que possibilita a fácil exploração do projeto


Mensagens 12. A ƉĞƌŵŝƚĞŽĂĐĞƐƐŽĂƵŵǀĂƐƚŽĐŽŶũƵŶƚŽĚĞƌĞĐƵƌƐŽƐŵƵůƟŵĠĚŝĂĂƐƐŽĐŝĂĚŽƐĂŽ
Manual, apoiando quer o trabalho na sala de aula quer o estudo autónomo dos alunos.
ƉƌĞƐĞŶƚĂͲƐĞ͕ Ğŵ ƐĞŐƵŝĚĂ͕ ƵŵĂ ƉĂŶŽƌąŵŝĐĂ ŐĞƌĂů ĚŽ ƟƉŽ ĚĞ ƌĞĐƵƌƐŽƐ ĚŝƐƉŽŶşǀĞŝƐ Ğŵ ĐĂĚĂ ƵŶŝĚĂĚĞ͕
ĚĞĂĐŽƌĚŽĐŽŵŽŽďũĞƟǀŽĚĞƵƟůŝnjĂĕĆŽ͗ĂƉƌĞƐĞŶƚĂĕĆŽĚĞĐŽŶƚĞƷĚŽƐ͕ĂƉůŝĐĂĕĆŽͬĐŽŶƐŽůŝĚĂĕĆŽŽƵĂǀĂůŝĂĕĆŽ͘

ZĞĐƵƌƐŽƐŵƵůƟŵĠĚŝĂĚŝƐƉŽŶşǀĞŝƐƉĂƌĂĐĂĚĂƵŶŝĚĂĚĞ

U0 – Primeiros dias
Animação O que é uma anástrofe?
ŶŝŵĂĕĆŽƋƵĞŝĚĞŶƟĮĐĂĞĞdžƉůŝĐĂ͕ĂƚƌĂǀĠƐĚĞĞdžĞŵƉůŽƐ͕ŽǀĂůŽƌĞdžƉƌĞƐƐŝǀŽĚĂĂŶĄƐƚƌŽĨĞ͘KƌĞĐƵƌƐŽ
ƚĞƌŵŝŶĂĐŽŵĂĚĞĮŶŝĕĆŽĚĞƐƚĞƌĞĐƵƌƐŽĞdžƉƌĞƐƐŝǀŽƉĂƌĂƌĞŐŝƐƚŽŶŽĐĂĚĞƌŶŽ͘
Animação O que é uma comparação?
ŶŝŵĂĕĆŽƋƵĞŝĚĞŶƟĮĐĂĞĞdžƉůŝĐĂ͕ĂƚƌĂǀĠƐĚĞĞdžĞŵƉůŽƐ͕ŽǀĂůŽƌĞdžƉƌĞƐƐŝǀŽĚĂĐŽŵƉĂƌĂĕĆŽ͘KƌĞĐƵƌƐŽ
ƚĞƌŵŝŶĂĐŽŵĂĚĞĮŶŝĕĆŽĚĞƐƚĞƌĞĐƵƌƐŽĞdžƉƌĞƐƐŝǀŽƉĂƌĂƌĞŐŝƐƚŽŶŽĐĂĚĞƌŶŽ͘
Animação O que é uma anáfora?
ŶŝŵĂĕĆŽƋƵĞŝĚĞŶƟĮĐĂĞĞdžƉůŝĐĂ͕ĂƚƌĂǀĠƐĚĞĞdžĞŵƉůŽƐ͕ŽǀĂůŽƌĞdžƉƌĞƐƐŝǀŽĚĂĂŶĄĨŽƌĂ͘KƌĞĐƵƌƐŽƚĞƌ-
ŵŝŶĂĐŽŵĂĚĞĮŶŝĕĆŽĚĞƐƚĞƌĞĐƵƌƐŽĞdžƉƌĞƐƐŝǀŽƉĂƌĂƌĞŐŝƐƚŽŶŽĐĂĚĞƌŶŽ͘
Animação O que é uma metáfora?
ŶŝŵĂĕĆŽƋƵĞŝĚĞŶƟĮĐĂĞĞdžƉůŝĐĂ͕ĂƚƌĂǀĠƐĚĞĞdžĞŵƉůŽƐ͕ŽǀĂůŽƌĞdžƉƌĞƐƐŝǀŽĚĂŵĞƚĄĨŽƌĂ͘KƌĞĐƵƌƐŽ
ƚĞƌŵŝŶĂĐŽŵĂĚĞĮŶŝĕĆŽĚĞƐƚĞƌĞĐƵƌƐŽĞdžƉƌĞƐƐŝǀŽƉĂƌĂƌĞŐŝƐƚŽŶŽĐĂĚĞƌŶŽ͘
Animação O que é uma hipérbole?
ŶŝŵĂĕĆŽƋƵĞŝĚĞŶƟĮĐĂĞĞdžƉůŝĐĂ͕ĂƚƌĂǀĠƐĚĞĞdžĞŵƉůŽƐ͕ŽǀĂůŽƌĞdžƉƌĞƐƐŝǀŽĚĂŚŝƉĠƌďŽůĞ͘KƌĞĐƵƌƐŽ
ƚĞƌŵŝŶĂĐŽŵĂĚĞĮŶŝĕĆŽĚĞƐƚĞƌĞĐƵƌƐŽĞdžƉƌĞƐƐŝǀŽƉĂƌĂƌĞŐŝƐƚŽŶŽĐĂĚĞƌŶŽ͘
Animação O que é uma metonímia?
ŶŝŵĂĕĆŽƋƵĞŝĚĞŶƟĮĐĂĞĞdžƉůŝĐĂ͕ĂƚƌĂǀĠƐĚĞĞdžĞŵƉůŽƐ͕ŽǀĂůŽƌĞdžƉƌĞƐƐŝǀŽĚĂŵĞƚŽŶşŵŝĂ͘KƌĞĐƵƌƐŽ
ƚĞƌŵŝŶĂĐŽŵĂĚĞĮŶŝĕĆŽĚĞƐƚĞƌĞĐƵƌƐŽĞdžƉƌĞƐƐŝǀŽƉĂƌĂƌĞŐŝƐƚŽŶŽĐĂĚĞƌŶŽ͘
Apresentação Animação Texto de opinião
de conteúdos sşĚĞŽƚƵƚŽƌŝĂůƋƵĞ͕ĚĞĨŽƌŵĂĚŝŶąŵŝĐĂ͕ĞdžĞŵƉůŝĮĐĂĐŽŵŽĞƐĐƌĞǀĞƌƵŵƚĞdžƚŽĚĞŽƉŝŶŝĆŽ͕ĞdžƉůŝĐĂŶĚŽĂƐ
ĐĂƌĂĐƚĞƌşƐƟĐĂƐĚĞƐƚĞŐĠŶĞƌŽƚĞdžƚƵĂů͕ĂƐƐŝŵĐŽŵŽĂƐĚŝĨĞƌĞŶƚĞƐĞƚĂƉĂƐĚĂƐƵĂĞůĂďŽƌĂĕĆŽ͘
'ƌĂŵĄƟĐĂ KƌĂĕƁĞƐƐƵďŽƌĚŝŶĂĚĂƐƐƵďƐƚĂŶƟǀĂƐĐŽŵƉůĞƟǀĂƐ
'ƌĂŵĄƟĐĂŝŶƚĞƌĂƟǀĂƋƵĞĚĞĮŶĞĞĞdžƉůŝĐĂ͕ĂƚƌĂǀĠƐĚĞĞdžĞŵƉůŽƐ͕ĂƐŽƌĂĕƁĞƐƐƵďŽƌĚŝŶĂĚĂƐƐƵďƐƚĂŶ-
ƟǀĂƐĐŽŵƉůĞƟǀĂƐ͕ĞƐƉĞĐŝĮĐĂŶĚŽŽƐĞƵƵƐŽĞĂƐƐƵĂƐŵĂƌĐĂƐůŝŶŐƵşƐƟĐĂƐ͘KƌĞĐƵƌƐŽĂƉƌĞƐĞŶƚĂĂŝŶĚĂ
ŵŽŵĞŶƚŽƐĚĞĂƟǀŝĚĂĚĞƐƉĂƌĂƉƌĂƟĐĂƌŽƐĐŽŶƚĞƷĚŽƐ͘
'ƌĂŵĄƟĐĂ KƌĂĕƁĞƐƐƵďŽƌĚŝŶĂĚĂƐĂĚũĞƟǀĂƐƌĞůĂƟǀĂƐ
'ƌĂŵĄƟĐĂŝŶƚĞƌĂƟǀĂƋƵĞĚĞĮŶĞĞĞdžƉůŝĐĂ͕ĂƚƌĂǀĠƐĚĞĞdžĞŵƉůŽƐ͕ĂƐŽƌĂĕƁĞƐƐƵďŽƌĚŝŶĂĚĂƐĂĚũĞƟǀĂƐ
ƌĞůĂƟǀĂƐ͕ĞƐƉĞĐŝĮĐĂŶĚŽŽƐĞƵƵƐŽĞĂƐƐƵĂƐŵĂƌĐĂƐůŝŶŐƵşƐƟĐĂƐ͘KƌĞĐƵƌƐŽĂƉƌĞƐĞŶƚĂĂŝŶĚĂŵŽŵĞŶƚŽƐ
ĚĞĂƟǀŝĚĂĚĞƐƉĂƌĂƉƌĂƟĐĂƌŽƐĐŽŶƚĞƷĚŽƐ͘
'ƌĂŵĄƟĐĂ sĂůŽƌŵŽĚĂů͗ŵŽĚĂůŝĚĂĚĞĂƉƌĞĐŝĂƟǀĂ
'ƌĂŵĄƟĐĂŝŶƚĞƌĂƟǀĂƋƵĞĚĞĮŶĞĞĞdžƉůŝĐĂ͕ĂƚƌĂǀĠƐĚĞĞdžĞŵƉůŽƐ͕ĂŵŽĚĂůŝĚĂĚĞĂƉƌĞĐŝĂƟǀĂĞŽƐĞƵǀĂůŽƌ
ŵŽĚĂů͘KƌĞĐƵƌƐŽĂƉƌĞƐĞŶƚĂĂŝŶĚĂŵŽŵĞŶƚŽƐĚĞĂƟǀŝĚĂĚĞƐƉĂƌĂƉƌĂƟĐĂƌŽƐĐŽŶƚĞƷĚŽƐ͘
'ƌĂŵĄƟĐĂ sĂůŽƌŵŽĚĂů͗ŵŽĚĂůŝĚĂĚĞĚĞƀŶƟĐĂ
'ƌĂŵĄƟĐĂŝŶƚĞƌĂƟǀĂƋƵĞĚĞĮŶĞĞĞdžƉůŝĐĂ͕ĂƚƌĂǀĠƐĚĞĞdžĞŵƉůŽƐ͕ĂŵŽĚĂůŝĚĂĚĞĚĞƀŶƟĐĂĞŽƐƐĞƵƐǀĂůŽ-
ƌĞƐŵŽĚĂŝƐ͘KƌĞĐƵƌƐŽĂƉƌĞƐĞŶƚĂĂŝŶĚĂŵŽŵĞŶƚŽƐĚĞĂƟǀŝĚĂĚĞƐƉĂƌĂƉƌĂƟĐĂƌŽƐĐŽŶƚĞƷĚŽƐ͘
'ƌĂŵĄƟĐĂ Valor modal: modalidade epistémica
'ƌĂŵĄƟĐĂŝŶƚĞƌĂƟǀĂƋƵĞĚĞĮŶĞĞĞdžƉůŝĐĂ͕ĂƚƌĂǀĠƐĚĞĞdžĞŵƉůŽƐ͕ĂŵŽĚĂůŝĚĂĚĞĞƉŝƐƚĠŵŝĐĂĞŽƐƐĞƵƐ
ǀĂůŽƌĞƐŵŽĚĂŝƐ͘KƌĞĐƵƌƐŽĂƉƌĞƐĞŶƚĂĂŝŶĚĂŵŽŵĞŶƚŽƐĚĞĂƟǀŝĚĂĚĞƐƉĂƌĂƉƌĂƟĐĂƌŽƐĐŽŶƚĞƷĚŽƐ͘

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 17


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

continuação

'ƌĂŵĄƟĐĂ dĞdžƚƵĂůŝĚĂĚĞ͗WƌŽŐƌĞƐƐĆŽƚĞŵĄƟĐĂĞĐŽĞƌġŶĐŝĂƚĞdžƚƵĂů
'ƌĂŵĄƟĐĂŝŶƚĞƌĂƟǀĂƋƵĞĚĞĮŶĞĞĞdžĞŵƉůŝĮĐĂĂƐƉƌŝŶĐŝƉĂŝƐƉƌŽƉƌŝĞĚĂĚĞƐƋƵĞƵŵƚĞdžƚŽĚĞǀĞĂƉƌĞƐĞŶ-
ƚĂƌƉĂƌĂƐĞƌďĞŵĞƐƚƌƵƚƵƌĂĚŽ͘KƌĞĐƵƌƐŽĂƉƌĞƐĞŶƚĂĂŝŶĚĂŵŽŵĞŶƚŽƐĚĞĂƟǀŝĚĂĚĞƐƉĂƌĂƉƌĂƟĐĂƌŽƐ
conteúdos.
Audiossíntese Cartoon
Apresentação Síntese, em formato áudio, que aborda a estrutura do cartoon.
de conteúdos Glossário: Projeto de Leitura
Breve sinopse de obras literárias sugeridas e/ou estudadas neste ano de escolaridade.
Vídeo Mensagens em Reels
Vídeos tutoriais que, de forma dinâmica, apresentam as obras literárias sugeridas neste ano de esco-
laridade.
Vídeos e áudios ĚĞĂƉŽŝŽăƵŶŝĚĂĚĞĚŝĚĄƟĐĂ͘

U1 – Fernando Pessoa

/ŶĨŽŐƌĄĮĐŽ Linha do tempo: o Modernismo


/ŶĨŽŐƌĄĮĐŽĐŽŵƚĞdžƚŽĞŝŵĂŐĞŶƐƋƵĞĂďŽƌĚĂĂƐĚĂƚĂƐƌĞůĞǀĂŶƚĞƐŽĐŽƌƌŝĚĂƐŶŽĐŽŶƚĞdžƚŽĐƌŽŶŽůſŐŝĐŽĞŵ
análise ao longo da unidade.
Animação Conheces Fernando Pessoa ou queres que faça um desenho?
ŶŝŵĂĕĆŽďŝŽďŝďůŝŽŐƌĄĮĐĂĚĞ&ĞƌŶĂŶĚŽWĞƐƐŽĂ͕ĐƵũĂŽďƌĂĠĞdžƉůŽƌĂĚĂĂŽůŽŶŐŽĚĂƵŶŝĚĂĚĞ͘
Animação O Modernismo
ŶŝŵĂĕĆŽƋƵĞĞdžƉůŽƌĂŽƉĞƌşŽĚŽůŝƚĞƌĄƌŝŽĞŵĐĂƵƐĂ͕ĚĞĮŶŝŶĚŽͲŽĞĞdžĞŵƉůŝĮĐĂŶĚŽĂƐƐƵĂƐƉƌŝŶĐŝƉĂŝƐ
Apresentação
ĐĂƌĂĐƚĞƌşƐƟĐĂƐĞƚĞŵĄƟĐĂƐ͘
de conteúdos
Animação Pessoa na 1.a pessoa
ŶŝŵĂĕĆŽĞdžƉŽƐŝƟǀĂƐŽďƌĞŽĞƐƟůŽůŝƚĞƌĄƌŝŽĚĞ&ĞƌŶĂŶĚŽWĞƐƐŽĂ͘
Apresentação PPT Modernismo e a geração de Orpheu
WŽǁĞƌWŽŝŶƚΠĞĚŝƚĄǀĞůƋƵĞĂƉƌĞƐĞŶƚĂ͕ƐŝƐƚĞŵĂƟnjĂĞĞdžƉůŝĐŝƚĂŽĐŽŶƚĞdžƚŽĚŽDŽĚĞƌŶŝƐŵŽĞŵƚĞƌŵŽƐ
ŚŝƐƚſƌŝĐŽƐ͕ƐŽĐŝĂŝƐĞƉŽůşƟĐŽƐ͕ĞdžƉůŝĐŝƚĂŶĚŽĂƐĐĂƌĂĐƚĞƌşƐƟĐĂƐĞĂƐŝĚĞŝĂƐǀĂŶŐƵĂƌĚŝƐƚĂƐĚĂŐĞƌĂĕĆŽĚĞ
Orpheu͘EŽĮŶĂů͕ŽƌĞĐƵƌƐŽĂƉƌĞƐĞŶƚĂĂŝŶĚĂĞdžĞƌĐşĐŝŽƐĚĞĐŽŶƐŽůŝĚĂĕĆŽĂĐĞƌĐĂĚĂŵĂƚĠƌŝĂƐŝƐƚĞŵĂƟnjĂĚĂ͘
Vídeos e áudiosĚĞĂƉŽŝŽăƵŶŝĚĂĚĞĚŝĚĄƟĐĂ͘

U1.1 – Fernando Pessoa, Poesia do ortónimo

Animação #ComoResponderBem?: Fernando Pessoa, Poesia do ortónimo


ŶŝŵĂĕĆŽƚƵƚŽƌŝĂůƋƵĞĞdžƉůŝĐŝƚĂ͕ĂƚƌĂǀĠƐĚĞĚŝĐĂƐĞĚĞĞƐƋƵĞŵĂƐĞdžƉůŝĐĂƟǀŽƐ͕ĐŽŵŽƌĞƐƉŽŶĚĞƌĂƋƵĞƐ-
tões literárias, tendo como base um poema de Pessoa ortónimo.
Animação ͨƵƚŽƉƐŝĐŽŐƌĂĮĂͩ
ŶŝŵĂĕĆŽƋƵĞĞdžƉůŽƌĂŽƉĞƌşŽĚŽůŝƚĞƌĄƌŝŽĞŵĐĂƵƐĂ͕ĚĞĮŶŝŶĚŽͲŽĞĞdžĞŵƉůŝĮĐĂŶĚŽĂƐƐƵĂƐƉƌŝŶĐŝƉĂŝƐ
ĐĂƌĂĐƚĞƌşƐƟĐĂƐĞŽƐƐĞƵƐƚĞŵĂƐĐĞŶƚƌĂŝƐ͘
Animação Texto de opinião
dƵƚŽƌŝĂůƋƵĞ͕ĚĞĨŽƌŵĂĚŝŶąŵŝĐĂ͕ĞdžĞŵƉůŝĮĐĂĐŽŵŽĞƐĐƌĞǀĞƌƵŵƚĞdžƚŽĚĞŽƉŝŶŝĆŽ͕ĞdžƉůŝĐĂŶĚŽĂƐĐĂƌĂĐ-
Apresentação ƚĞƌşƐƟĐĂƐĚĞƐƚĞŐĠŶĞƌŽƚĞdžƚƵĂů͕ĂƐƐŝŵĐŽŵŽĂƐĚŝĨĞƌĞŶƚĞƐĞƚĂƉĂƐĚĂƐƵĂĞůĂďŽƌĂĕĆŽ͘
de conteúdos Animação dĞdžƚŽĞdžƉŽƐŝƟǀŽ
dƵƚŽƌŝĂůƋƵĞ͕ĚĞĨŽƌŵĂĚŝŶąŵŝĐĂ͕ĞdžĞŵƉůŝĮĐĂĐŽŵŽĞƐĐƌĞǀĞƌƵŵƚĞdžƚŽĞdžƉŽƐŝƟǀŽ͕ĞdžƉůŝĐĂŶĚŽĂƐĐĂƌĂĐ-
ƚĞƌşƐƟĐĂƐĚĞƐƚĞŐĠŶĞƌŽƚĞdžƚƵĂů͕ĂƐƐŝŵĐŽŵŽĂƐĚŝĨĞƌĞŶƚĞƐĞƚĂƉĂƐĚĂƐƵĂĞůĂďŽƌĂĕĆŽ͘
Animação ƉƌĞĐŝĂĕĆŽĐƌşƟĐĂ
sşĚĞŽƚƵƚŽƌŝĂůƋƵĞ͕ĚĞĨŽƌŵĂĚŝŶąŵŝĐĂ͕ĞdžĞŵƉůŝĮĐĂĐŽŵŽĞƐĐƌĞǀĞƌƵŵĂĂƉƌĞĐŝĂĕĆŽĐƌşƟĐĂ͕ĞdžƉůŝĐĂŶĚŽ
ĂƐĐĂƌĂĐƚĞƌşƐƟĐĂƐĚĞƐƚĞŐĠŶĞƌŽƚĞdžƚƵĂů͕ĂƐƐŝŵĐŽŵŽĂƐĚŝĨĞƌĞŶƚĞƐĞƚĂƉĂƐĚĂƐƵĂĞůĂďŽƌĂĕĆŽ͘
Animação O que é uma metáfora?
ŶŝŵĂĕĆŽƋƵĞŝĚĞŶƟĮĐĂĞĞdžƉůŝĐĂ͕ĂƚƌĂǀĠƐĚĞĞdžĞŵƉůŽƐ͕ŽǀĂůŽƌĞdžƉƌĞƐƐŝǀŽĚĂŵĞƚĄĨŽƌĂ͘KƌĞĐƵƌƐŽ
ƚĞƌŵŝŶĂĐŽŵĂĚĞĮŶŝĕĆŽĚĞƐƚĞƌĞĐƵƌƐŽĞdžƉƌĞƐƐŝǀŽƉĂƌĂƌĞŐŝƐƚŽŶŽĐĂĚĞƌŶŽ͘

18 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

continuação

Animação O que é uma apóstrofe?


ŶŝŵĂĕĆŽƋƵĞŝĚĞŶƟĮĐĂĞĞdžƉůŝĐĂ͕ĂƚƌĂǀĠƐĚĞĞdžĞŵƉůŽƐ͕ŽǀĂůŽƌĞdžƉƌĞƐƐŝǀŽĚĂĂƉſƐƚƌŽĨĞ͘KƌĞĐƵƌƐŽ
ƚĞƌŵŝŶĂĐŽŵĂĚĞĮŶŝĕĆŽĚĞƐƚĞƌĞĐƵƌƐŽĞdžƉƌĞƐƐŝǀŽƉĂƌĂƌĞŐŝƐƚŽŶŽĐĂĚĞƌŶŽ͘
Animação KƋƵĞĠƵŵĂƉĞƌƐŽŶŝĮĐĂĕĆŽ͍
ŶŝŵĂĕĆŽƋƵĞŝĚĞŶƟĮĐĂĞĞdžƉůŝĐĂ͕ĂƚƌĂǀĠƐĚĞĞdžĞŵƉůŽƐ͕ŽǀĂůŽƌĞdžƉƌĞƐƐŝǀŽĚĂƉĞƌƐŽŶŝĮĐĂĕĆŽ͘KƌĞĐƵƌƐŽ
ƚĞƌŵŝŶĂĐŽŵĂĚĞĮŶŝĕĆŽĚĞƐƚĞƌĞĐƵƌƐŽĞdžƉƌĞƐƐŝǀŽƉĂƌĂƌĞŐŝƐƚŽŶŽĐĂĚĞƌŶŽ͘
Animação O que é uma hipérbole?
ŶŝŵĂĕĆŽƋƵĞŝĚĞŶƟĮĐĂĞĞdžƉůŝĐĂ͕ĂƚƌĂǀĠƐĚĞĞdžĞŵƉůŽƐ͕ŽǀĂůŽƌĞdžƉƌĞƐƐŝǀŽĚĂŚŝƉĠƌďŽůĞ͘KƌĞĐƵƌƐŽ
ƚĞƌŵŝŶĂĐŽŵĂĚĞĮŶŝĕĆŽĚĞƐƚĞƌĞĐƵƌƐŽĞdžƉƌĞƐƐŝǀŽƉĂƌĂƌĞŐŝƐƚŽŶŽĐĂĚĞƌŶŽ͘
AnimaçãoKƋƵĞĠƵŵĂĂŶơƚĞƐĞ͍
ŶŝŵĂĕĆŽƋƵĞŝĚĞŶƟĮĐĂĞĞdžƉůŝĐĂ͕ĂƚƌĂǀĠƐĚĞĞdžĞŵƉůŽƐ͕ŽǀĂůŽƌĞdžƉƌĞƐƐŝǀŽĚĂĂŶơƚĞƐĞ͘KƌĞĐƵƌƐŽƚĞƌ-
ŵŝŶĂĐŽŵĂĚĞĮŶŝĕĆŽĚĞƐƚĞƌĞĐƵƌƐŽĞdžƉƌĞƐƐŝǀŽƉĂƌĂƌĞŐŝƐƚŽŶŽĐĂĚĞƌŶŽ͘
Animação O que é uma metonímia?
ŶŝŵĂĕĆŽƋƵĞŝĚĞŶƟĮĐĂĞĞdžƉůŝĐĂ͕ĂƚƌĂǀĠƐĚĞĞdžĞŵƉůŽƐ͕ŽǀĂůŽƌĞdžƉƌĞƐƐŝǀŽĚĂŵĞƚŽŶşŵŝĂ͘KƌĞĐƵƌƐŽ
ƚĞƌŵŝŶĂĐŽŵĂĚĞĮŶŝĕĆŽĚĞƐƚĞƌĞĐƵƌƐŽĞdžƉƌĞƐƐŝǀŽƉĂƌĂƌĞŐŝƐƚŽŶŽĐĂĚĞƌŶŽ͘
Animação Questão de Exame Explicada: Processos fonológicos
ŶŝŵĂĕĆŽƋƵĞŝůƵƐƚƌĂĂƌĞƐŽůƵĕĆŽƉĂƐƐŽĂƉĂƐƐŽ͕ĚĞĨŽƌŵĂĞƐƋƵĞŵĄƟĐĂ͕ĚĞƵŵĂƋƵĞƐƚĆŽĚĞdžĂŵĞ
ƐŽďƌĞŽĐŽŶƚĞƷĚŽŐƌĂŵĂƟĐĂůĞŵĞƐƚƵĚŽ͘
Animação YƵĞƐƚĆŽĚĞdžĂŵĞdžƉůŝĐĂĚĂ͗&ƵŶĕƁĞƐƐŝŶƚĄƟĐĂƐ
ŶŝŵĂĕĆŽƋƵĞŝůƵƐƚƌĂĂƌĞƐŽůƵĕĆŽƉĂƐƐŽĂƉĂƐƐŽ͕ĚĞĨŽƌŵĂĞƐƋƵĞŵĄƟĐĂ͕ĚĞƵŵĂƋƵĞƐƚĆŽĚĞdžĂŵĞ
ƐŽďƌĞŽĐŽŶƚĞƷĚŽŐƌĂŵĂƟĐĂůĞŵĞƐƚƵĚŽ͘
Vídeo Mensagens em Reels
Vídeos que, de forma dinâmica, apresentam os conteúdos do Truques & Dicas.
Síntese Guia de estudo: Fernando Pessoa, Poesia do ortónimo
ZĞĐƵƌƐŽĐŽŵĂĂŶĄůŝƐĞĚŽƐƉŽŶƚŽƐŵĂŝƐƌĞůĞǀĂŶƚĞƐĚĂƉŽĞƐŝĂĚŽŽƌƚſŶŝŵŽ͕ŶŽŵĞĂĚĂŵĞŶƚĞƚĞŵĄƟĐĂ͕
ůŝŶŐƵĂŐĞŵĞĞƐƟůŽ͘ƚƌĂǀĠƐĚĞĄƵĚŝŽƐĞĚĞĞdžĞŵƉůŽƐƚĞdžƚƵĂŝƐ͕ƐĆŽĚĞƐƚĂĐĂĚŽƐŽƐĐŽŶƚĞƷĚŽƐŵĂŝƐƉĞƌ-
Apresentação ƟŶĞŶƚĞƐĚĂƉŽĞƐŝĂĚŽŽƌƚſŶŝŵŽ͘
de conteúdos 'ƌĂŵĄƟĐĂƟŵŽůŽŐŝĂ
'ƌĂŵĄƟĐĂŝŶƚĞƌĂƟǀĂƋƵĞĚĞĮŶĞĞĞdžƉůŝĐĂ͕ĂƚƌĂǀĠƐĚĞĞdžĞŵƉůŽƐ͕ĂƐƉĂůĂǀƌĂƐĚŝǀĞƌŐĞŶƚĞƐĞĐŽŶǀĞƌŐĞŶƚĞƐ͘
KƌĞĐƵƌƐŽĂƉƌĞƐĞŶƚĂĂŝŶĚĂŵŽŵĞŶƚŽƐĚĞĂƟǀŝĚĂĚĞƐƉĂƌĂƉƌĂƟĐĂƌŽƐĐŽŶƚĞƷĚŽƐ͘
'ƌĂŵĄƟĐĂSujeito
'ƌĂŵĄƟĐĂ ŝŶƚĞƌĂƟǀĂ ƋƵĞ ĚĞĮŶĞ Ğ ĞdžƉůŝĐĂ͕ ĞdžĞŵƉůŝĮĐĂŶĚŽ͕ Ă ĨƵŶĕĆŽ ƐŝŶƚĄƟĐĂ ĚĞƐŝŐŶĂĚĂ ƐƵũĞŝƚŽ͘
KƌĞĐƵƌƐŽĂƉƌĞƐĞŶƚĂĂŝŶĚĂŵŽŵĞŶƚŽƐĚĞĂƟǀŝĚĂĚĞƐƉĂƌĂƉƌĂƟĐĂƌŽƐĐŽŶƚĞƷĚŽƐ͘
'ƌĂŵĄƟĐĂComplemento direto
'ƌĂŵĄƟĐĂŝŶƚĞƌĂƟǀĂƋƵĞĚĞĮŶĞĞĞdžƉůŝĐĂ͕ĞdžĞŵƉůŝĮĐĂŶĚŽ͕ĂĨƵŶĕĆŽƐŝŶƚĄƟĐĂĚĞƐŝŐŶĂĚĂĐŽŵƉůĞŵĞŶƚŽ
ĚŝƌĞƚŽ͘KƌĞĐƵƌƐŽĂƉƌĞƐĞŶƚĂĂŝŶĚĂŵŽŵĞŶƚŽƐĚĞĂƟǀŝĚĂĚĞƐƉĂƌĂƉƌĂƟĐĂƌŽƐĐŽŶƚĞƷĚŽƐ͘
'ƌĂŵĄƟĐĂŽŵƉůĞŵĞŶƚŽĚŽĂĚũĞƟǀŽ
'ƌĂŵĄƟĐĂŝŶƚĞƌĂƟǀĂƋƵĞĚĞĮŶĞĞĞdžƉůŝĐĂ͕ĞdžĞŵƉůŝĮĐĂŶĚŽ͕ĂĨƵŶĕĆŽƐŝŶƚĄƟĐĂĚĞƐŝŐŶĂĚĂĐŽŵƉůĞŵĞŶƚŽ
ĚŽĂĚũĞƟǀŽ͘KƌĞĐƵƌƐŽĂƉƌĞƐĞŶƚĂĂŝŶĚĂŵŽŵĞŶƚŽƐĚĞĂƟǀŝĚĂĚĞƐƉĂƌĂƉƌĂƟĐĂƌŽƐĐŽŶƚĞƷĚŽƐ͘
'ƌĂŵĄƟĐĂ Complemento do advérbio
'ƌĂŵĄƟĐĂŝŶƚĞƌĂƟǀĂƋƵĞĚĞĮŶĞĞĞdžƉůŝĐĂ͕ĞdžĞŵƉůŝĮĐĂŶĚŽ͕ĂĨƵŶĕĆŽƐŝŶƚĄƟĐĂĚĞƐŝŐŶĂĚĂĐŽŵƉůĞŵĞŶƚŽ
ĚŽĂĚǀĠƌďŝŽ͘KƌĞĐƵƌƐŽĂƉƌĞƐĞŶƚĂĂŝŶĚĂŵŽŵĞŶƚŽƐĚĞĂƟǀŝĚĂĚĞƐƉĂƌĂƉƌĂƟĐĂƌŽƐĐŽŶƚĞƷĚŽƐ͘
'ƌĂŵĄƟĐĂWƌĞĚŝĐĂƟǀŽĚŽĐŽŵƉůĞŵĞŶƚŽĚŝƌĞƚŽ
'ƌĂŵĄƟĐĂŝŶƚĞƌĂƟǀĂƋƵĞĚĞĮŶĞĞĞdžƉůŝĐĂ͕ĞdžĞŵƉůŝĮĐĂŶĚŽ͕ĂĨƵŶĕĆŽƐŝŶƚĄƟĐĂĚĞƐŝŐŶĂĚĂƉƌĞĚŝĐĂƟǀŽĚŽ
ĐŽŵƉůĞŵĞŶƚŽĚŝƌĞƚŽ͘KƌĞĐƵƌƐŽĂƉƌĞƐĞŶƚĂĂŝŶĚĂŵŽŵĞŶƚŽƐĚĞĂƟǀŝĚĂĚĞƐƉĂƌĂƉƌĂƟĐĂƌŽƐĐŽŶƚĞƷĚŽƐ͘
'ƌĂŵĄƟĐĂDŽĚŝĮĐĂĚŽƌĚŽŐƌƵƉŽǀĞƌďĂů
'ƌĂŵĄƟĐĂŝŶƚĞƌĂƟǀĂƋƵĞĚĞĮŶĞĞĞdžƉůŝĐĂ͕ĞdžĞŵƉůŝĮĐĂŶĚŽ͕ĂĨƵŶĕĆŽƐŝŶƚĄƟĐĂĚĞƐŝŐŶĂĚĂŵŽĚŝĮĐĂĚŽƌĚŽ
ŐƌƵƉŽǀĞƌďĂů͘KƌĞĐƵƌƐŽĂƉƌĞƐĞŶƚĂĂŝŶĚĂŵŽŵĞŶƚŽƐĚĞĂƟǀŝĚĂĚĞƐƉĂƌĂƉƌĂƟĐĂƌŽƐĐŽŶƚĞƷĚŽƐ͘
'ƌĂŵĄƟĐĂDŽĚŝĮĐĂĚŽƌĚŽŶŽŵĞ
'ƌĂŵĄƟĐĂŝŶƚĞƌĂƟǀĂƋƵĞĚĞĮŶĞĞĞdžƉůŝĐĂ͕ĞdžĞŵƉůŝĮĐĂŶĚŽ͕ĂĨƵŶĕĆŽƐŝŶƚĄƟĐĂĚĞƐŝŐŶĂĚĂŵŽĚŝĮĐĂĚŽƌĚŽ
ŶŽŵĞ͘KƌĞĐƵƌƐŽĂƉƌĞƐĞŶƚĂĂŝŶĚĂŵŽŵĞŶƚŽƐĚĞĂƟǀŝĚĂĚĞƐƉĂƌĂƉƌĂƟĐĂƌŽƐĐŽŶƚĞƷĚŽƐ͘
'ƌĂŵĄƟĐĂComplemento oblíquo
'ƌĂŵĄƟĐĂŝŶƚĞƌĂƟǀĂƋƵĞĚĞĮŶĞĞĞdžƉůŝĐĂ͕ĞdžĞŵƉůŝĮĐĂŶĚŽ͕ĂĨƵŶĕĆŽƐŝŶƚĄƟĐĂĚĞƐŝŐŶĂĚĂĐŽŵƉůĞŵĞŶƚŽ
ŽďůşƋƵŽ͘KƌĞĐƵƌƐŽĂƉƌĞƐĞŶƚĂĂŝŶĚĂŵŽŵĞŶƚŽƐĚĞĂƟǀŝĚĂĚĞƐƉĂƌĂƉƌĂƟĐĂƌŽƐĐŽŶƚĞƷĚŽƐ͘

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 19


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

continuação

'ƌĂŵĄƟĐĂWƌĞĚŝĐĂƟǀŽĚĞƐƵũĞŝƚŽ
'ƌĂŵĄƟĐĂŝŶƚĞƌĂƟǀĂƋƵĞĚĞĮŶĞĞĞdžƉůŝĐĂ͕ĞdžĞŵƉůŝĮĐĂŶĚŽ͕ĂĨƵŶĕĆŽƐŝŶƚĄƟĐĂĚĞƐŝŐŶĂĚĂƉƌĞĚŝĐĂƟǀŽĚŽ
ƐƵũĞŝƚŽ͘KƌĞĐƵƌƐŽĂƉƌĞƐĞŶƚĂĂŝŶĚĂŵŽŵĞŶƚŽƐĚĞĂƟǀŝĚĂĚĞƐƉĂƌĂƉƌĂƟĐĂƌŽƐĐŽŶƚĞƷĚŽƐ͘
'ƌĂŵĄƟĐĂDêixis
'ƌĂŵĄƟĐĂŝŶƚĞƌĂƟǀĂƋƵĞĚĞĮŶĞĞĞdžƉůŝĐĂ͕ĞdžĞŵƉůŝĮĐĂŶĚŽ͕ĂĨƵŶĕĆŽĚĂĚġŝdžŝƐ͘KƌĞĐƵƌƐŽĂƉƌĞƐĞŶƚĂ
ĂŝŶĚĂŵŽŵĞŶƚŽƐĚĞĂƟǀŝĚĂĚĞƐƉĂƌĂƉƌĂƟĐĂƌŽƐĐŽŶƚĞƷĚŽƐ͘
'ƌĂŵĄƟĐĂProcessos fonológicos de inserção
'ƌĂŵĄƟĐĂŝŶƚĞƌĂƟǀĂƋƵĞĞdžƉůŝĐĂ͕ĂƚƌĂǀĠƐĚĞĞdžĞŵƉůŽƐ͕ŽƐƉƌŽĐĞƐƐŽƐĨŽŶŽůſŐŝĐŽƐĚĞŝŶƐĞƌĕĆŽ͘KƌĞĐƵƌƐŽ
ĂƉƌĞƐĞŶƚĂĂŝŶĚĂŵŽŵĞŶƚŽƐĚĞĂƟǀŝĚĂĚĞƐƉĂƌĂƉƌĂƟĐĂƌŽƐĐŽŶƚĞƷĚŽƐ͘
'ƌĂŵĄƟĐĂProcessos fonológicos de alteração
'ƌĂŵĄƟĐĂŝŶƚĞƌĂƟǀĂƋƵĞĞdžƉůŝĐĂ͕ĂƚƌĂǀĠƐĚĞĞdžĞŵƉůŽƐ͕ŽƐƉƌŽĐĞƐƐŽƐĨŽŶŽůſŐŝĐŽƐĚĞĂůƚĞƌĂĕĆŽ͘KƌĞ-
ĐƵƌƐŽĂƉƌĞƐĞŶƚĂĂŝŶĚĂŵŽŵĞŶƚŽƐĚĞĂƟǀŝĚĂĚĞƐƉĂƌĂƉƌĂƟĐĂƌŽƐĐŽŶƚĞƷĚŽƐ͘
'ƌĂŵĄƟĐĂProcessos fonológicos de supressão
'ƌĂŵĄƟĐĂŝŶƚĞƌĂƟǀĂƋƵĞĞdžƉůŝĐĂ͕ĂƚƌĂǀĠƐĚĞĞdžĞŵƉůŽƐ͕ŽƐƉƌŽĐĞƐƐŽƐĨŽŶŽůſŐŝĐŽƐĚĞƐƵƉƌĞƐƐĆŽ͘KƌĞ-
ĐƵƌƐŽĂƉƌĞƐĞŶƚĂĂŝŶĚĂŵŽŵĞŶƚŽƐĚĞĂƟǀŝĚĂĚĞƐƉĂƌĂƉƌĂƟĐĂƌŽƐĐŽŶƚĞƷĚŽƐ͘
'ƌĂŵĄƟĐĂFormação de palavras: composição
'ƌĂŵĄƟĐĂŝŶƚĞƌĂƟǀĂƋƵĞĚĞĮŶĞĞĞdžƉůŝĐĂ͕ĂƚƌĂǀĠƐĚĞĞdžĞŵƉůŽƐ͕ĂĨŽƌŵĂĕĆŽĚĞƉĂůĂǀƌĂƐƉŽƌĐŽŵƉŽƐŝ-
ĕĆŽ͘KƌĞĐƵƌƐŽĂƉƌĞƐĞŶƚĂĂŝŶĚĂŵŽŵĞŶƚŽƐĚĞĂƟǀŝĚĂĚĞƐƉĂƌĂƉƌĂƟĐĂƌŽƐĐŽŶƚĞƷĚŽƐ͘
'ƌĂŵĄƟĐĂdĞdžƚƵĂůŝĚĂĚĞ͗WƌŽŐƌĞƐƐĆŽƚĞŵĄƟĐĂĞĐŽĞƌġŶĐŝĂƚĞdžƚƵĂů
'ƌĂŵĄƟĐĂŝŶƚĞƌĂƟǀĂƋƵĞĚĞĮŶĞĞĞdžĞŵƉůŝĮĐĂĂƐƉƌŝŶĐŝƉĂŝƐƉƌŽƉƌŝĞĚĂĚĞƐƋƵĞƵŵƚĞdžƚŽĚĞǀĞĂƉƌĞƐĞŶ-
ƚĂƌƉĂƌĂƐĞƌďĞŵĞƐƚƌƵƚƵƌĂĚŽ͘KƌĞĐƵƌƐŽĂƉƌĞƐĞŶƚĂĂŝŶĚĂŵŽŵĞŶƚŽƐĚĞĂƟǀŝĚĂĚĞƐƉĂƌĂƉƌĂƟĐĂƌŽƐ
conteúdos.
'ƌĂŵĄƟĐĂOrações subordinadas adverbiais condicionais
'ƌĂŵĄƟĐĂŝŶƚĞƌĂƟǀĂƋƵĞĚĞĮŶĞĞĞdžƉůŝĐĂ͕ĂƚƌĂǀĠƐĚĞĞdžĞŵƉůŽƐ͕ĂƐŽƌĂĕƁĞƐƐƵďŽƌĚŝŶĂĚĂƐĂĚǀĞƌďŝĂŝƐ
ĐŽŶĚŝĐŝŽŶĂŝƐ͕ĞƐƉĞĐŝĮĐĂŶĚŽŽƐĞƵƵƐŽĞĂƐƐƵĂƐŵĂƌĐĂƐůŝŶŐƵşƐƟĐĂƐ͘KƌĞĐƵƌƐŽĂƉƌĞƐĞŶƚĂĂŝŶĚĂŵŽŵĞŶ-
ƚŽƐĚĞĂƟǀŝĚĂĚĞƐƉĂƌĂƉƌĂƟĐĂƌŽƐĐŽŶƚĞƷĚŽƐ͘
'ƌĂŵĄƟĐĂKƌĂĕƁĞƐƐƵďŽƌĚŝŶĂĚĂƐƐƵďƐƚĂŶƟǀĂƐĐŽŵƉůĞƟǀĂƐ
'ƌĂŵĄƟĐĂŝŶƚĞƌĂƟǀĂƋƵĞĚĞĮŶĞĞĞdžƉůŝĐĂ͕ĂƚƌĂǀĠƐĚĞĞdžĞŵƉůŽƐ͕ĂƐŽƌĂĕƁĞƐƐƵďŽƌĚŝŶĂĚĂƐƐƵďƐƚĂŶƟǀĂƐ
Apresentação ĐŽŵƉůĞƟǀĂƐ͕ĞƐƉĞĐŝĮĐĂŶĚŽŽƐĞƵƵƐŽĞĂƐƐƵĂƐŵĂƌĐĂƐůŝŶŐƵşƐƟĐĂƐ͘KƌĞĐƵƌƐŽĂƉƌĞƐĞŶƚĂĂŝŶĚĂŵŽŵĞŶ-
de conteúdos ƚŽƐĚĞĂƟǀŝĚĂĚĞƐƉĂƌĂƉƌĂƟĐĂƌŽƐĐŽŶƚĞƷĚŽƐ͘
'ƌĂŵĄƟĐĂKƌĂĕƁĞƐƐƵďŽƌĚŝŶĂĚĂƐƐƵďƐƚĂŶƟǀĂƐƌĞůĂƟǀĂƐ
'ƌĂŵĄƟĐĂŝŶƚĞƌĂƟǀĂƋƵĞĚĞĮŶĞĞĞdžƉůŝĐĂ͕ĂƚƌĂǀĠƐĚĞĞdžĞŵƉůŽƐ͕ĂƐŽƌĂĕƁĞƐƐƵďŽƌĚŝŶĂĚĂƐƐƵďƐƚĂŶƟǀĂƐ
ƌĞůĂƟǀĂƐ͕ĞƐƉĞĐŝĮĐĂŶĚŽŽƐĞƵƵƐŽĞĂƐƐƵĂƐŵĂƌĐĂƐůŝŶŐƵşƐƟĐĂƐ͘KƌĞĐƵƌƐŽĂƉƌĞƐĞŶƚĂĂŝŶĚĂŵŽŵĞŶƚŽƐ
ĚĞĂƟǀŝĚĂĚĞƐƉĂƌĂƉƌĂƟĐĂƌŽƐĐŽŶƚĞƷĚŽƐ͘
'ƌĂŵĄƟĐĂKƌĂĕƁĞƐƐƵďŽƌĚŝŶĂĚĂƐĂĚũĞƟǀĂƐƌĞůĂƟǀĂƐ
'ƌĂŵĄƟĐĂŝŶƚĞƌĂƟǀĂƋƵĞĚĞĮŶĞĞĞdžƉůŝĐĂ͕ĂƚƌĂǀĠƐĚĞĞdžĞŵƉůŽƐ͕ĂƐŽƌĂĕƁĞƐƐƵďŽƌĚŝŶĂĚĂƐĂĚũĞƟǀĂƐ
ƌĞůĂƟǀĂƐ͕ĞƐƉĞĐŝĮĐĂŶĚŽŽƐĞƵƵƐŽĞĂƐƐƵĂƐŵĂƌĐĂƐůŝŶŐƵşƐƟĐĂƐ͘KƌĞĐƵƌƐŽĂƉƌĞƐĞŶƚĂĂŝŶĚĂŵŽŵĞŶƚŽƐ
ĚĞĂƟǀŝĚĂĚĞƐƉĂƌĂƉƌĂƟĐĂƌŽƐĐŽŶƚĞƷĚŽƐ͘
'ƌĂŵĄƟĐĂOrações coordenadas
'ƌĂŵĄƟĐĂŝŶƚĞƌĂƟǀĂƋƵĞĚĞĮŶĞĞĞdžƉůŝĐĂ͕ĂƚƌĂǀĠƐĚĞĞdžĞŵƉůŽƐ͕ĂƐŽƌĂĕƁĞƐĐŽŽƌĚĞŶĂĚĂƐ͕ĞƐƉĞĐŝĮĐĂŶĚŽ
ŽƐĞƵƵƐŽĞĂƐƐƵĂƐŵĂƌĐĂƐůŝŶŐƵşƐƟĐĂƐ͘KƌĞĐƵƌƐŽĂƉƌĞƐĞŶƚĂĂŝŶĚĂŵŽŵĞŶƚŽƐĚĞĂƟǀŝĚĂĚĞƐƉĂƌĂƉƌĂ-
ƟĐĂƌŽƐĐŽŶƚĞƷĚŽƐ͘
Apresentação PPT Fernando Pessoa, Poesia do ortónimo
WŽǁĞƌWŽŝŶƚΠĞĚŝƚĄǀĞůƋƵĞĞdžƉůŝĐŝƚĂĂƉŽĞƐŝĂĚŽŽƌƚſŶŝŵŽƉĞƐƐŽĂŶŽ͕ŶŽŵĞĂĚĂŵĞŶƚĞƚĞŵĄƟĐĂƐ͕ůŝŶ-
ŐƵĂŐĞŵĞĞƐƟůŽ͕ƌĞĐŽƌƌĞŶĚŽĂĞdžĞŵƉůŽƐƚĞdžƚƵĂŝƐ͘EŽĮŶĂů͕ŽƌĞĐƵƌƐŽĂƉƌĞƐĞŶƚĂĂŝŶĚĂĞdžĞƌĐşĐŝŽƐĚĞ
ĐŽŶƐŽůŝĚĂĕĆŽĂĐĞƌĐĂĚĂŵĂƚĠƌŝĂƐŝƐƚĞŵĂƟnjĂĚĂ͘
Audiossíntese KĮŶŐŝŵĞŶƚŽĂƌơƐƟĐŽ
^şŶƚĞƐĞ͕ĞŵĨŽƌŵĂƚŽĄƵĚŝŽ͕ƋƵĞĂďŽƌĚĂŽĮŶŐŝŵĞŶƚŽĂƌơƐƟĐŽŶĂƉŽĞƐŝĂĚĞ&ĞƌŶĂŶĚŽWĞƐƐŽĂŽƌƚſŶŝŵŽ͘
Audiossíntese A dor de pensar
Síntese, em formato áudio, que aborda a dor de pensar na poesia de Fernando Pessoa ortónimo.
Audiossíntese A nostalgia da infância
Síntese, em formato áudio, que aborda a nostalgia da infância na poesia de Fernando Pessoa ortónimo.
Audiossíntese Sonho e realidade
Síntese, em formato áudio, que aborda o sonho e a realidade na poesia de Fernando Pessoa ortónimo.
Audiossíntese >ŝŶŐƵĂŐĞŵ͕ĞƐƟůŽĞĞƐƚƌƵƚƵƌĂŶĂƉŽĞƐŝĂĚĞ&ĞƌŶĂŶĚŽWĞƐƐŽĂ
^şŶƚĞƐĞ͕ĞŵĨŽƌŵĂƚŽĄƵĚŝŽ͕ƋƵĞĂďŽƌĚĂĂůŝŶŐƵĂŐĞŵ͕ŽĞƐƟůŽĞĞƐƚƌƵƚƵƌĂŶĂƉŽĞƐŝĂĚĞ&ĞƌŶĂŶĚŽWĞƐƐŽĂ
ortónimo.
Vídeos e áudiosĚĞĂƉŽŝŽăƵŶŝĚĂĚĞĚŝĚĄƟĐĂ͘

20 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

continuação

YƵŝnjFernando Pessoa: Poesia do ortónimo 1


YƵŝnjĐŽŵƉŽƐƚŽƉŽƌϰƋƵĞƐƚƁĞƐĞƌĞƐƉĞƟǀĂĞdžƉůŝĐĂĕĆŽ͘
YƵŝnjFernando Pessoa: Poesia do ortónimo 2
YƵŝnjĐŽŵƉŽƐƚŽƉŽƌϰƋƵĞƐƚƁĞƐĞƌĞƐƉĞƟǀĂĞdžƉůŝĐĂĕĆŽ͘
ƉůŝĐĂĕĆŽͬ YƵŝnjnjĞƐŐƌĂŵĂƟĐĂŝƐ
YƵŝnjnjĞƐĐŽŵƉŽƐƚŽƐƉŽƌϰƋƵĞƐƚƁĞƐĞƌĞƐƉĞƟǀĂĞdžƉůŝĐĂĕĆŽ͕ĐŽŵŽƐĐŽŶƚĞƷĚŽƐĚĂƐŐƌĂŵĄƟĐĂƐŵĞŶĐŝŽ-
Consolidação
ŶĂĚĂƐŶĂƌĞƐƉĞƟǀĂƵŶŝĚĂĚĞ͘
Jogo ηĞƐĂĮŽ>ŝƚĞƌĄƌŝŽ͗&ĞƌŶĂŶĚŽWĞƐƐŽĂ
ƟǀŝĚĂĚĞĚŝĚĄƟĐĂĐŽŵĂĚŝǀŝŶŚĂƐ͕ĐŚĂƌĂĚĂƐĞƉĞƌŐƵŶƚĂƐĚĞƚĞŽƌŚŝƐƚſƌŝĐŽͲůŝƚĞƌĄƌŝŽ͕ƋƵĞƉĞƌŵŝƚĞƌĞƐƵ-
mir e aplicar os conceitos-chave trabalhados sobre a poesia de Fernando Pessoa, nomeadamente na
poesia do ortónimo.

dĞƐƚĞŝŶƚĞƌĂƟǀŽFernando Pessoa: Poesia do ortónimo


Avaliação
dĞƐƚĞŝŶƚĞƌĂƟǀŽĐŽŵƉŽƐƚŽƉŽƌϳƋƵĞƐƚƁĞƐ͕ĐŽŵĂĐĞƐƐŽĂƌĞůĂƚſƌŝŽĚĞƚĂůŚĂĚŽ͘

U1.2 – Fernando Pessoa, Poesia dos heterónimos


Animação #ComoResponderBem?: Fernando Pessoa, Poesia dos heterónimos
ŶŝŵĂĕĆŽƚƵƚŽƌŝĂůƋƵĞĞdžƉůŝĐŝƚĂ͕ĂƚƌĂǀĠƐĚĞĚŝĐĂƐĞĚĞĞƐƋƵĞŵĂƐĞdžƉůŝĐĂƟǀŽƐ͕ĐŽŵŽƌĞƐƉŽŶĚĞƌĂƋƵĞƐ-
tões literárias, tendo como base um poema de um heterónimo.
Animação Texto de opinião
dƵƚŽƌŝĂůƋƵĞ͕ĚĞĨŽƌŵĂĚŝŶąŵŝĐĂ͕ĞdžĞŵƉůŝĮĐĂĐŽŵŽĞƐĐƌĞǀĞƌƵŵƚĞdžƚŽĚĞŽƉŝŶŝĆŽ͕ĞdžƉůŝĐĂŶĚŽĂƐĐĂƌĂĐ-
ƚĞƌşƐƟĐĂƐĚĞƐƚĞŐĠŶĞƌŽƚĞdžƚƵĂů͕ĂƐƐŝŵĐŽŵŽĂƐĚŝĨĞƌĞŶƚĞƐĞƚĂƉĂƐĚĂƐƵĂĞůĂďŽƌĂĕĆŽ͘
Animação dĞdžƚŽĞdžƉŽƐŝƟǀŽ
dƵƚŽƌŝĂůƋƵĞ͕ĚĞĨŽƌŵĂĚŝŶąŵŝĐĂ͕ĞdžĞŵƉůŝĮĐĂĐŽŵŽĞƐĐƌĞǀĞƌƵŵƚĞdžƚŽĞdžƉŽƐŝƟǀŽ͕ĞdžƉůŝĐĂŶĚŽĂƐĐĂƌĂĐ-
ƚĞƌşƐƟĐĂƐĚĞƐƚĞŐĠŶĞƌŽƚĞdžƚƵĂů͕ĂƐƐŝŵĐŽŵŽĂƐĚŝĨĞƌĞŶƚĞƐĞƚĂƉĂƐĚĂƐƵĂĞůĂďŽƌĂĕĆŽ͘
AnimaçãoƉƌĞĐŝĂĕĆŽĐƌşƟĐĂ
sşĚĞŽƚƵƚŽƌŝĂůƋƵĞ͕ĚĞĨŽƌŵĂĚŝŶąŵŝĐĂ͕ĞdžĞŵƉůŝĮĐĂĐŽŵŽĞƐĐƌĞǀĞƌƵŵĂĂƉƌĞĐŝĂĕĆŽĐƌşƟĐĂ͕ĞdžƉůŝĐĂŶĚŽ
ĂƐĐĂƌĂĐƚĞƌşƐƟĐĂƐĚĞƐƚĞŐĠŶĞƌŽƚĞdžƚƵĂů͕ĂƐƐŝŵĐŽŵŽĂƐĚŝĨĞƌĞŶƚĞƐĞƚĂƉĂƐĚĂƐƵĂĞůĂďŽƌĂĕĆŽ͘
Animação O que é uma metáfora?
ŶŝŵĂĕĆŽƋƵĞŝĚĞŶƟĮĐĂĞĞdžƉůŝĐĂ͕ĂƚƌĂǀĠƐĚĞĞdžĞŵƉůŽƐ͕ŽǀĂůŽƌĞdžƉƌĞƐƐŝǀŽĚĂŵĞƚĄĨŽƌĂ͘KƌĞĐƵƌƐŽ
ƚĞƌŵŝŶĂĐŽŵĂĚĞĮŶŝĕĆŽĚĞƐƚĞƌĞĐƵƌƐŽĞdžƉƌĞƐƐŝǀŽƉĂƌĂƌĞŐŝƐƚŽŶŽĐĂĚĞƌŶŽ͘
Animação O que é uma hipérbole?
ŶŝŵĂĕĆŽƋƵĞŝĚĞŶƟĮĐĂĞĞdžƉůŝĐĂ͕ĂƚƌĂǀĠƐĚĞĞdžĞŵƉůŽƐ͕ŽǀĂůŽƌĞdžƉƌĞƐƐŝǀŽĚĂŚŝƉĠƌďŽůĞ͘KƌĞĐƵƌƐŽ
ƚĞƌŵŝŶĂĐŽŵĂĚĞĮŶŝĕĆŽĚĞƐƚĞƌĞĐƵƌƐŽĞdžƉƌĞƐƐŝǀŽƉĂƌĂƌĞŐŝƐƚŽŶŽĐĂĚĞƌŶŽ͘
Animação O que é uma metonímia?
Apresentação ŶŝŵĂĕĆŽƋƵĞŝĚĞŶƟĮĐĂĞĞdžƉůŝĐĂ͕ĂƚƌĂǀĠƐĚĞĞdžĞŵƉůŽƐ͕ŽǀĂůŽƌĞdžƉƌĞƐƐŝǀŽĚĂŵĞƚŽŶşŵŝĂ͘KƌĞĐƵƌƐŽ
de conteúdos ƚĞƌŵŝŶĂĐŽŵĂĚĞĮŶŝĕĆŽĚĞƐƚĞƌĞĐƵƌƐŽĞdžƉƌĞƐƐŝǀŽƉĂƌĂƌĞŐŝƐƚŽŶŽĐĂĚĞƌŶŽ͘
Animação O que é uma anástrofe?
ŶŝŵĂĕĆŽƋƵĞŝĚĞŶƟĮĐĂĞĞdžƉůŝĐĂ͕ĂƚƌĂǀĠƐĚĞĞdžĞŵƉůŽƐ͕ŽǀĂůŽƌĞdžƉƌĞƐƐŝǀŽĚĂĂŶĄƐƚƌŽĨĞ͘KƌĞĐƵƌƐŽ
ƚĞƌŵŝŶĂĐŽŵĂĚĞĮŶŝĕĆŽĚĞƐƚĞƌĞĐƵƌƐŽĞdžƉƌĞƐƐŝǀŽƉĂƌĂƌĞŐŝƐƚŽŶŽĐĂĚĞƌŶŽ͘
Animação Questão de Exame Explicada: Processos fonológicos
ŶŝŵĂĕĆŽƋƵĞŝůƵƐƚƌĂĂƌĞƐŽůƵĕĆŽƉĂƐƐŽĂƉĂƐƐŽ͕ĚĞĨŽƌŵĂĞƐƋƵĞŵĄƟĐĂ͕ĚĞƵŵĂƋƵĞƐƚĆŽĚĞdžĂŵĞ
ƐŽďƌĞŽĐŽŶƚĞƷĚŽŐƌĂŵĂƟĐĂůĞŵĞƐƚƵĚŽ͘
Animação YƵĞƐƚĆŽĚĞdžĂŵĞdžƉůŝĐĂĚĂ͗&ƵŶĕƁĞƐƐŝŶƚĄƟĐĂƐ
ŶŝŵĂĕĆŽƋƵĞŝůƵƐƚƌĂĂƌĞƐŽůƵĕĆŽƉĂƐƐŽĂƉĂƐƐŽ͕ĚĞĨŽƌŵĂĞƐƋƵĞŵĄƟĐĂ͕ĚĞƵŵĂƋƵĞƐƚĆŽĚĞdžĂŵĞ
ƐŽďƌĞŽĐŽŶƚĞƷĚŽŐƌĂŵĂƟĐĂůĞŵĞƐƚƵĚŽ͘
Vídeo Mensagens em Reels
Vídeos que, de forma dinâmica, apresentam os conteúdos do Truques & Dicas.
Síntese Guia de estudo: Alberto Caeiro
Recurso com a análise dos pontos mais relevantes da poesia do heterónimo Alberto Caeiro, nomea-
ĚĂŵĞŶƚĞƚĞŵĄƟĐĂ͕ůŝŶŐƵĂŐĞŵĞĞƐƟůŽ͘ƚƌĂǀĠƐĚĞĄƵĚŝŽƐĞĚĞĞdžĞŵƉůŽƐƚĞdžƚƵĂŝƐ͕ƐĆŽĚĞƐƚĂĐĂĚŽƐŽƐ
ĐŽŶƚĞƷĚŽƐŵĂŝƐƉĞƌƟŶĞŶƚĞƐĚĂƉŽĞƐŝĂŚĞƚĞƌŽŶşŵŝĐĂ͘
Síntese Guia de estudo: Ricardo Reis
Recurso com a análise dos pontos mais relevantes da poesia do heterónimo Ricardo Reis, nomea-
ĚĂŵĞŶƚĞƚĞŵĄƟĐĂ͕ůŝŶŐƵĂŐĞŵĞĞƐƟůŽ͘ƚƌĂǀĠƐĚĞĄƵĚŝŽƐĞĚĞĞdžĞŵƉůŽƐƚĞdžƚƵĂŝƐ͕ƐĆŽĚĞƐƚĂĐĂĚŽƐŽƐ
ĐŽŶƚĞƷĚŽƐŵĂŝƐƉĞƌƟŶĞŶƚĞƐĚĂƉŽĞƐŝĂŚĞƚĞƌŽŶşŵŝĐĂ͘

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 21


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

continuação

Síntese Guia de estudo: Álvaro de Campos


Recurso com a análise dos pontos mais relevantes da poesia do heterónimo Álvaro de Campos, no-
ŵĞĂĚĂŵĞŶƚĞƚĞŵĄƟĐĂ͕ůŝŶŐƵĂŐĞŵĞĞƐƟůŽ͘ƚƌĂǀĠƐĚĞĄƵĚŝŽƐĞĚĞĞdžĞŵƉůŽƐƚĞdžƚƵĂŝƐ͕ƐĆŽĚĞƐƚĂĐĂĚŽƐ
ŽƐĐŽŶƚĞƷĚŽƐŵĂŝƐƉĞƌƟŶĞŶƚĞƐĚĂƉŽĞƐŝĂŚĞƚĞƌŽŶşŵŝĐĂ͘
'ƌĂŵĄƟĐĂSujeito
'ƌĂŵĄƟĐĂŝŶƚĞƌĂƟǀĂƋƵĞĚĞĮŶĞĞĞdžƉůŝĐĂ͕ĞdžĞŵƉůŝĮĐĂŶĚŽ͕ĂĨƵŶĕĆŽƐŝŶƚĄƟĐĂĚĞƐŝŐŶĂĚĂƐƵũĞŝƚŽ͘KƌĞ-
ĐƵƌƐŽĂƉƌĞƐĞŶƚĂĂŝŶĚĂŵŽŵĞŶƚŽƐĚĞĂƟǀŝĚĂĚĞƐƉĂƌĂƉƌĂƟĐĂƌŽƐĐŽŶƚĞƷĚŽƐ͘
'ƌĂŵĄƟĐĂsŽĐĂƟǀŽ
'ƌĂŵĄƟĐĂ ŝŶƚĞƌĂƟǀĂ ƋƵĞ ĚĞĮŶĞ Ğ ĞdžƉůŝĐĂ͕ ĞdžĞŵƉůŝĮĐĂŶĚŽ͕ Ă ĨƵŶĕĆŽ ƐŝŶƚĄƟĐĂ ĚĞƐŝŐŶĂĚĂ ǀŽĐĂƟǀŽ͘
KƌĞĐƵƌƐŽĂƉƌĞƐĞŶƚĂĂŝŶĚĂŵŽŵĞŶƚŽƐĚĞĂƟǀŝĚĂĚĞƐƉĂƌĂƉƌĂƟĐĂƌŽƐĐŽŶƚĞƷĚŽƐ͘
'ƌĂŵĄƟĐĂComplemento direto
'ƌĂŵĄƟĐĂŝŶƚĞƌĂƟǀĂƋƵĞĚĞĮŶĞĞĞdžƉůŝĐĂ͕ĞdžĞŵƉůŝĮĐĂŶĚŽ͕ĂĨƵŶĕĆŽƐŝŶƚĄƟĐĂĚĞƐŝŐŶĂĚĂĐŽŵƉůĞŵĞŶƚŽ
ĚŝƌĞƚŽ͘KƌĞĐƵƌƐŽĂƉƌĞƐĞŶƚĂĂŝŶĚĂŵŽŵĞŶƚŽƐĚĞĂƟǀŝĚĂĚĞƐƉĂƌĂƉƌĂƟĐĂƌŽƐĐŽŶƚĞƷĚŽƐ͘
'ƌĂŵĄƟĐĂComplemento indireto
'ƌĂŵĄƟĐĂŝŶƚĞƌĂƟǀĂƋƵĞĚĞĮŶĞĞĞdžƉůŝĐĂ͕ĞdžĞŵƉůŝĮĐĂŶĚŽ͕ĂĨƵŶĕĆŽƐŝŶƚĄƟĐĂĚĞƐŝŐŶĂĚĂĐŽŵƉůĞŵĞŶƚŽ
ŝŶĚŝƌĞƚŽ͘KƌĞĐƵƌƐŽĂƉƌĞƐĞŶƚĂĂŝŶĚĂŵŽŵĞŶƚŽƐĚĞĂƟǀŝĚĂĚĞƐƉĂƌĂƉƌĂƟĐĂƌŽƐĐŽŶƚĞƷĚŽƐ͘
'ƌĂŵĄƟĐĂComplemento do nome
'ƌĂŵĄƟĐĂŝŶƚĞƌĂƟǀĂƋƵĞĚĞĮŶĞĞĞdžƉůŝĐĂ͕ĞdžĞŵƉůŝĮĐĂŶĚŽ͕ĂĨƵŶĕĆŽƐŝŶƚĄƟĐĂĚĞƐŝŐŶĂĚĂĐŽŵƉůĞŵĞŶƚŽ
ĚŽŶŽŵĞ͘KƌĞĐƵƌƐŽĂƉƌĞƐĞŶƚĂĂŝŶĚĂŵŽŵĞŶƚŽƐĚĞĂƟǀŝĚĂĚĞƐƉĂƌĂƉƌĂƟĐĂƌŽƐĐŽŶƚĞƷĚŽƐ͘
'ƌĂŵĄƟĐĂComplemento do advérbio
'ƌĂŵĄƟĐĂŝŶƚĞƌĂƟǀĂƋƵĞĚĞĮŶĞĞĞdžƉůŝĐĂ͕ĞdžĞŵƉůŝĮĐĂŶĚŽ͕ĂĨƵŶĕĆŽƐŝŶƚĄƟĐĂĚĞƐŝŐŶĂĚĂĐŽŵƉůĞŵĞŶƚŽ
ĚŽĂĚǀĠƌďŝŽ͘KƌĞĐƵƌƐŽĂƉƌĞƐĞŶƚĂĂŝŶĚĂŵŽŵĞŶƚŽƐĚĞĂƟǀŝĚĂĚĞƐƉĂƌĂƉƌĂƟĐĂƌŽƐĐŽŶƚĞƷĚŽƐ͘
'ƌĂŵĄƟĐĂDŽĚŝĮĐĂĚŽƌĚŽŐƌƵƉŽǀĞƌďĂů
'ƌĂŵĄƟĐĂŝŶƚĞƌĂƟǀĂƋƵĞĚĞĮŶĞĞĞdžƉůŝĐĂ͕ĞdžĞŵƉůŝĮĐĂŶĚŽ͕ĂĨƵŶĕĆŽƐŝŶƚĄƟĐĂĚĞƐŝŐŶĂĚĂŵŽĚŝĮĐĂĚŽƌĚŽ
ŐƌƵƉŽǀĞƌďĂů͘KƌĞĐƵƌƐŽĂƉƌĞƐĞŶƚĂĂŝŶĚĂŵŽŵĞŶƚŽƐĚĞĂƟǀŝĚĂĚĞƐƉĂƌĂƉƌĂƟĐĂƌŽƐĐŽŶƚĞƷĚŽƐ͘
'ƌĂŵĄƟĐĂDŽĚŝĮĐĂĚŽƌĚŽŶŽŵĞ
'ƌĂŵĄƟĐĂŝŶƚĞƌĂƟǀĂƋƵĞĚĞĮŶĞĞĞdžƉůŝĐĂ͕ĞdžĞŵƉůŝĮĐĂŶĚŽ͕ĂĨƵŶĕĆŽƐŝŶƚĄƟĐĂĚĞƐŝŐŶĂĚĂŵŽĚŝĮĐĂĚŽƌĚŽ
Apresentação ŶŽŵĞ͘KƌĞĐƵƌƐŽĂƉƌĞƐĞŶƚĂĂŝŶĚĂŵŽŵĞŶƚŽƐĚĞĂƟǀŝĚĂĚĞƐƉĂƌĂƉƌĂƟĐĂƌŽƐĐŽŶƚĞƷĚŽƐ͘
de conteúdos 'ƌĂŵĄƟĐĂComplemento oblíquo
'ƌĂŵĄƟĐĂŝŶƚĞƌĂƟǀĂƋƵĞĚĞĮŶĞĞĞdžƉůŝĐĂ͕ĞdžĞŵƉůŝĮĐĂŶĚŽ͕ĂĨƵŶĕĆŽƐŝŶƚĄƟĐĂĚĞƐŝŐŶĂĚĂĐŽŵƉůĞŵĞŶƚŽ
ŽďůşƋƵŽ͘KƌĞĐƵƌƐŽĂƉƌĞƐĞŶƚĂĂŝŶĚĂŵŽŵĞŶƚŽƐĚĞĂƟǀŝĚĂĚĞƐƉĂƌĂƉƌĂƟĐĂƌŽƐĐŽŶƚĞƷĚŽƐ͘
'ƌĂŵĄƟĐĂWƌĞĚŝĐĂƟǀŽĚĞƐƵũĞŝƚŽ
'ƌĂŵĄƟĐĂŝŶƚĞƌĂƟǀĂƋƵĞĚĞĮŶĞĞĞdžƉůŝĐĂ͕ĞdžĞŵƉůŝĮĐĂŶĚŽ͕ĂĨƵŶĕĆŽƐŝŶƚĄƟĐĂĚĞƐŝŐŶĂĚĂƉƌĞĚŝĐĂƟǀŽĚŽ
ƐƵũĞŝƚŽ͘KƌĞĐƵƌƐŽĂƉƌĞƐĞŶƚĂĂŝŶĚĂŵŽŵĞŶƚŽƐĚĞĂƟǀŝĚĂĚĞƐƉĂƌĂƉƌĂƟĐĂƌŽƐĐŽŶƚĞƷĚŽƐ͘
'ƌĂŵĄƟĐĂDêixis
'ƌĂŵĄƟĐĂŝŶƚĞƌĂƟǀĂƋƵĞĚĞĮŶĞĞĞdžƉůŝĐĂ͕ĞdžĞŵƉůŝĮĐĂŶĚŽ͕ĂĨƵŶĕĆŽĚĂĚġŝdžŝƐ͘KƌĞĐƵƌƐŽĂƉƌĞƐĞŶƚĂ
ĂŝŶĚĂŵŽŵĞŶƚŽƐĚĞĂƟǀŝĚĂĚĞƐƉĂƌĂƉƌĂƟĐĂƌŽƐĐŽŶƚĞƷĚŽƐ͘
'ƌĂŵĄƟĐĂProcessos irregulares de formação de palavras
'ƌĂŵĄƟĐĂŝŶƚĞƌĂƟǀĂƋƵĞĞdžƉůŝĐĂ͕ĂƚƌĂǀĠƐĚĞĞdžĞŵƉůŽƐ͕ŽƐƉƌŽĐĞƐƐŽƐŝƌƌĞŐƵůĂƌĞƐĚĞĨŽƌŵĂĕĆŽĚĞƉĂůĂ-
ǀƌĂƐ͘KƌĞĐƵƌƐŽĂƉƌĞƐĞŶƚĂĂŝŶĚĂŵŽŵĞŶƚŽƐĚĞĂƟǀŝĚĂĚĞƐƉĂƌĂƉƌĂƟĐĂƌŽƐĐŽŶƚĞƷĚŽƐ͘
'ƌĂŵĄƟĐĂProcessos fonológicos de inserção
'ƌĂŵĄƟĐĂŝŶƚĞƌĂƟǀĂƋƵĞĞdžƉůŝĐĂ͕ĂƚƌĂǀĠƐĚĞĞdžĞŵƉůŽƐ͕ŽƐƉƌŽĐĞƐƐŽƐĨŽŶŽůſŐŝĐŽƐĚĞŝŶƐĞƌĕĆŽ͘KƌĞĐƵƌƐŽ
ĂƉƌĞƐĞŶƚĂĂŝŶĚĂŵŽŵĞŶƚŽƐĚĞĂƟǀŝĚĂĚĞƐƉĂƌĂƉƌĂƟĐĂƌŽƐĐŽŶƚĞƷĚŽƐ͘
'ƌĂŵĄƟĐĂProcessos fonológicos de alteração
'ƌĂŵĄƟĐĂŝŶƚĞƌĂƟǀĂƋƵĞĞdžƉůŝĐĂ͕ĂƚƌĂǀĠƐĚĞĞdžĞŵƉůŽƐ͕ŽƐƉƌŽĐĞƐƐŽƐĨŽŶŽůſŐŝĐŽƐĚĞĂůƚĞƌĂĕĆŽ͘KƌĞ-
ĐƵƌƐŽĂƉƌĞƐĞŶƚĂĂŝŶĚĂŵŽŵĞŶƚŽƐĚĞĂƟǀŝĚĂĚĞƐƉĂƌĂƉƌĂƟĐĂƌŽƐĐŽŶƚĞƷĚŽƐ͘
'ƌĂŵĄƟĐĂProcessos fonológicos de supressão
'ƌĂŵĄƟĐĂŝŶƚĞƌĂƟǀĂƋƵĞĞdžƉůŝĐĂ͕ĂƚƌĂǀĠƐĚĞĞdžĞŵƉůŽƐ͕ŽƐƉƌŽĐĞƐƐŽƐĨŽŶŽůſŐŝĐŽƐĚĞƐƵƉƌĞƐƐĆŽ͘KƌĞ-
ĐƵƌƐŽĂƉƌĞƐĞŶƚĂĂŝŶĚĂŵŽŵĞŶƚŽƐĚĞĂƟǀŝĚĂĚĞƐƉĂƌĂƉƌĂƟĐĂƌŽƐĐŽŶƚĞƷĚŽƐ͘
'ƌĂŵĄƟĐĂProcessos de referenciação anafórica
'ƌĂŵĄƟĐĂ ŝŶƚĞƌĂƟǀĂ ƋƵĞ ĞdžƉůŝĐĂ͕ ĂƚƌĂǀĠƐ ĚĞ ĞdžĞŵƉůŽƐ͕ ŽƐ ƉƌŽĐĞƐƐŽƐ ĚĞ ƌĞĨĞƌĞŶĐŝĂĕĆŽ ĂŶĂĨſƌŝĐĂ͘
KƌĞĐƵƌƐŽĂƉƌĞƐĞŶƚĂĂŝŶĚĂŵŽŵĞŶƚŽƐĚĞĂƟǀŝĚĂĚĞƐƉĂƌĂƉƌĂƟĐĂƌŽƐĐŽŶƚĞƷĚŽƐ͘
'ƌĂŵĄƟĐĂdĞdžƚƵĂůŝĚĂĚĞ͗WƌŽŐƌĞƐƐĆŽƚĞŵĄƟĐĂĞĐŽĞƌġŶĐŝĂƚĞdžƚƵĂů
'ƌĂŵĄƟĐĂŝŶƚĞƌĂƟǀĂƋƵĞĚĞĮŶĞĞĞdžĞŵƉůŝĮĐĂĂƐƉƌŝŶĐŝƉĂŝƐƉƌŽƉƌŝĞĚĂĚĞƐƋƵĞƵŵƚĞdžƚŽĚĞǀĞĂƉƌĞƐĞŶ-
ƚĂƌƉĂƌĂƐĞƌďĞŵĞƐƚƌƵƚƵƌĂĚŽ͘KƌĞĐƵƌƐŽĂƉƌĞƐĞŶƚĂĂŝŶĚĂŵŽŵĞŶƚŽƐĚĞĂƟǀŝĚĂĚĞƐƉĂƌĂƉƌĂƟĐĂƌŽƐ
conteúdos.

22 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

continuação

'ƌĂŵĄƟĐĂKƌĂĕƁĞƐƐƵďŽƌĚŝŶĂĚĂƐƐƵďƐƚĂŶƟǀĂƐĐŽŵƉůĞƟǀĂƐ
'ƌĂŵĄƟĐĂŝŶƚĞƌĂƟǀĂƋƵĞĚĞĮŶĞĞĞdžƉůŝĐĂ͕ĂƚƌĂǀĠƐĚĞĞdžĞŵƉůŽƐ͕ĂƐŽƌĂĕƁĞƐƐƵďŽƌĚŝŶĂĚĂƐƐƵďƐƚĂŶƟǀĂƐ
ĐŽŵƉůĞƟǀĂƐ͕ĞƐƉĞĐŝĮĐĂŶĚŽŽƐĞƵƵƐŽĞĂƐƐƵĂƐŵĂƌĐĂƐůŝŶŐƵşƐƟĐĂƐ͘KƌĞĐƵƌƐŽĂƉƌĞƐĞŶƚĂĂŝŶĚĂŵŽŵĞŶ-
ƚŽƐĚĞĂƟǀŝĚĂĚĞƐƉĂƌĂƉƌĂƟĐĂƌŽƐĐŽŶƚĞƷĚŽƐ͘
'ƌĂŵĄƟĐĂKƌĂĕƁĞƐƐƵďŽƌĚŝŶĂĚĂƐĂĚũĞƟǀĂƐƌĞůĂƟǀĂƐ
'ƌĂŵĄƟĐĂŝŶƚĞƌĂƟǀĂƋƵĞĚĞĮŶĞĞĞdžƉůŝĐĂ͕ĂƚƌĂǀĠƐĚĞĞdžĞŵƉůŽƐ͕ĂƐŽƌĂĕƁĞƐƐƵďŽƌĚŝŶĂĚĂƐĂĚũĞƟǀĂƐ
ƌĞůĂƟǀĂƐ͕ĞƐƉĞĐŝĮĐĂŶĚŽŽƐĞƵƵƐŽĞĂƐƐƵĂƐŵĂƌĐĂƐůŝŶŐƵşƐƟĐĂƐ͘KƌĞĐƵƌƐŽĂƉƌĞƐĞŶƚĂĂŝŶĚĂŵŽŵĞŶƚŽƐ
ĚĞĂƟǀŝĚĂĚĞƐƉĂƌĂƉƌĂƟĐĂƌŽƐĐŽŶƚĞƷĚŽƐ͘
'ƌĂŵĄƟĐĂOrações coordenadas
'ƌĂŵĄƟĐĂŝŶƚĞƌĂƟǀĂƋƵĞĚĞĮŶĞĞĞdžƉůŝĐĂ͕ĂƚƌĂǀĠƐĚĞĞdžĞŵƉůŽƐ͕ĂƐŽƌĂĕƁĞƐĐŽŽƌĚĞŶĂĚĂƐ͕ĞƐƉĞĐŝĮĐĂŶĚŽ
ŽƐĞƵƵƐŽĞĂƐƐƵĂƐŵĂƌĐĂƐůŝŶŐƵşƐƟĐĂƐ͘KƌĞĐƵƌƐŽĂƉƌĞƐĞŶƚĂĂŝŶĚĂŵŽŵĞŶƚŽƐĚĞĂƟǀŝĚĂĚĞƐƉĂƌĂƉƌĂ-
ƟĐĂƌŽƐĐŽŶƚĞƷĚŽƐ͘
Apresentação PPT Alberto Caeiro
PowerPoint® editável que explicita a heteronímia pessoana em Alberto Caeiro, nomeadamente temá-
ƟĐĂ͕ůŝŶŐƵĂŐĞŵĞĞƐƟůŽ͕ƌĞĐŽƌƌĞŶĚŽĂĞdžĞŵƉůŽƐƚĞdžƚƵĂŝƐ͘EŽĮŶĂů͕ŽƌĞĐƵƌƐŽĂƉƌĞƐĞŶƚĂĂŝŶĚĂĞdžĞƌĐşĐŝŽƐ
ĚĞĐŽŶƐŽůŝĚĂĕĆŽĂĐĞƌĐĂĚĂŵĂƚĠƌŝĂƐŝƐƚĞŵĂƟnjĂĚĂ͘
Apresentação Apresentação PPT Ricardo Reis
de conteúdos WŽǁĞƌWŽŝŶƚΠĞĚŝƚĄǀĞůƋƵĞĞdžƉůŝĐŝƚĂĂŚĞƚĞƌŽŶşŵŝĂƉĞƐƐŽĂŶĂĞŵZŝĐĂƌĚŽZĞŝƐ͕ŶŽŵĞĂĚĂŵĞŶƚĞƚĞŵĄƟĐĂ͕
ůŝŶŐƵĂŐĞŵĞĞƐƟůŽ͕ƌĞĐŽƌƌĞŶĚŽĂĞdžĞŵƉůŽƐƚĞdžƚƵĂŝƐ͘EŽĮŶĂů͕ŽƌĞĐƵƌƐŽĂƉƌĞƐĞŶƚĂĂŝŶĚĂĞdžĞƌĐşĐŝŽƐĚĞ
ĐŽŶƐŽůŝĚĂĕĆŽĂĐĞƌĐĂĚĂŵĂƚĠƌŝĂƐŝƐƚĞŵĂƟnjĂĚĂ͘
Apresentação PPT Álvaro de Campos
PowerPoint® editável que explicita a heteronímia pessoana em Álvaro de Campos, nomeadamente
ƚĞŵĄƟĐĂ͕ůŝŶŐƵĂŐĞŵĞĞƐƟůŽ͕ƌĞĐŽƌƌĞŶĚŽĂĞdžĞŵƉůŽƐƚĞdžƚƵĂŝƐ͘EŽĮŶĂů͕ŽƌĞĐƵƌƐŽĂƉƌĞƐĞŶƚĂĂŝŶĚĂ
ĞdžĞƌĐşĐŝŽƐĚĞĐŽŶƐŽůŝĚĂĕĆŽĂĐĞƌĐĂĚĂŵĂƚĠƌŝĂƐŝƐƚĞŵĂƟnjĂĚĂ͘
Audiossíntese Alberto Caeiro
Síntese, em formato áudio, que aborda a poesia do heterónimo Alberto Caeiro, nomeadamente te-
ŵĄƟĐĂ͕ůŝŶŐƵĂŐĞŵĞĞƐƟůŽ͘
Audiossíntese Ricardo Reis
Síntese, em formato áudio, que aborda a poesia do heterónimo Ricardo Reis, nomeadamente temá-
ƟĐĂ͕ůŝŶŐƵĂŐĞŵĞĞƐƟůŽ͘
Audiossíntese A poesia de Álvaro de Campos
Síntese, em formato áudio, que aborda a poesia do heterónimo Álvaro de Campos, nomeadamente
ƚĞŵĄƟĐĂĞĨĂƐĞƐ͘
Vídeos e áudiosĚĞĂƉŽŝŽăƵŶŝĚĂĚĞĚŝĚĄƟĐĂ͘

YƵŝnjFernando Pessoa: Poesia dos heterónimos


YƵŝnjĐŽŵƉŽƐƚŽƉŽƌϰƋƵĞƐƚƁĞƐĞƌĞƐƉĞƟǀĂĞdžƉůŝĐĂĕĆŽ͘
YƵŝnjFernando Pessoa: poesia dos heterónimos – Alberto Caeiro 1
YƵŝnjĐŽŵƉŽƐƚŽƉŽƌϰƋƵĞƐƚƁĞƐĞƌĞƐƉĞƟǀĂĞdžƉůŝĐĂĕĆŽ͘
YƵŝnjFernando Pessoa: poesia dos heterónimos – Alberto Caeiro 2
YƵŝnjĐŽŵƉŽƐƚŽƉŽƌϰƋƵĞƐƚƁĞƐĞƌĞƐƉĞƟǀĂĞdžƉůŝĐĂĕĆŽ͘
YƵŝnjFernando Pessoa: poesia dos heterónimos – Ricardo Reis 1
YƵŝnjĐŽŵƉŽƐƚŽƉŽƌϰƋƵĞƐƚƁĞƐĞƌĞƐƉĞƟǀĂĞdžƉůŝĐĂĕĆŽ͘
YƵŝnjFernando Pessoa: poesia dos heterónimos – Ricardo Reis 2
YƵŝnjĐŽŵƉŽƐƚŽƉŽƌϰƋƵĞƐƚƁĞƐĞƌĞƐƉĞƟǀĂĞdžƉůŝĐĂĕĆŽ͘
ƉůŝĐĂĕĆŽͬ YƵŝnjFernando Pessoa: poesia dos heterónimos – Álvaro de Campos 1
Consolidação YƵŝnjĐŽŵƉŽƐƚŽƉŽƌϰƋƵĞƐƚƁĞƐĞƌĞƐƉĞƟǀĂĞdžƉůŝĐĂĕĆŽ͘
YƵŝnjFernando Pessoa: poesia dos heterónimos – Álvaro de Campos 2
YƵŝnjĐŽŵƉŽƐƚŽƉŽƌϰƋƵĞƐƚƁĞƐĞƌĞƐƉĞƟǀĂĞdžƉůŝĐĂĕĆŽ͘
YƵŝnjnjĞƐŐƌĂŵĂƟĐĂŝƐ
YƵŝnjnjĞƐĐŽŵƉŽƐƚŽƐƉŽƌϰƋƵĞƐƚƁĞƐĞƌĞƐƉĞƟǀĂĞdžƉůŝĐĂĕĆŽ͕ĐŽŵŽƐĐŽŶƚĞƷĚŽƐĚĂƐŐƌĂŵĄƟĐĂƐŵĞŶĐŝŽ-
ŶĂĚĂƐŶĂƌĞƐƉĞƟǀĂƵŶŝĚĂĚĞ͘
Kahoot® Fernando Pessoa, Poesia do ortónimo e dos heterónimos
:ŽŐŽĞĚƵĐĂƟǀŽĐŽŵƉŽƐƚŽƉŽƌϱƋƵĞƐƚƁĞƐĚĞĞƐĐŽůŚĂŵƷůƟƉůĂ͘
JogoηĞƐĂĮŽ>ŝƚĞƌĄƌŝŽ͗&ĞƌŶĂŶĚŽWĞƐƐŽĂ
ƟǀŝĚĂĚĞĚŝĚĄƟĐĂĐŽŵĂĚŝǀŝŶŚĂƐ͕ĐŚĂƌĂĚĂƐĞƉĞƌŐƵŶƚĂƐĚĞƚĞŽƌŚŝƐƚſƌŝĐŽͲůŝƚĞƌĄƌŝŽ͕ƋƵĞƉĞƌŵŝƚĞƌĞƐƵ-
mir e aplicar os conceitos-chave trabalhados sobre a poesia de Fernando Pessoa, nomeadamente na
poesia dos heterónimos.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 23


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

continuação

dĞƐƚĞŝŶƚĞƌĂƟǀŽFernando Pessoa, Poesia dos heterónimos


dĞƐƚĞŝŶƚĞƌĂƟǀŽĐŽŵƉŽƐƚŽƉŽƌϳƋƵĞƐƚƁĞƐ͕ĐŽŵĂĐĞƐƐŽĂƌĞůĂƚſƌŝŽĚĞƚĂůŚĂĚŽ͘
Avaliação
Teste global Fernando Pessoa, Poesia do ortónimo e dos heterónimos
dĞƐƚĞŝŶƚĞƌĂƟǀŽĐŽŵƉŽƐƚŽƉŽƌϭϮƋƵĞƐƚƁĞƐ͕ĐŽŵĂĐĞƐƐŽĂƌĞůĂƚſƌŝŽĚĞƚĂůŚĂĚŽ͘

U1.3 – Fernando Pessoa, Mensagem

Animação #ComoResponderBem?: Fernando Pessoa, Mensagem


ŶŝŵĂĕĆŽƚƵƚŽƌŝĂůƋƵĞĞdžƉůŝĐŝƚĂ͕ĂƚƌĂǀĠƐĚĞĚŝĐĂƐĞĚĞĞƐƋƵĞŵĂƐĞdžƉůŝĐĂƟǀŽƐ͕ĐŽŵŽƌĞƐƉŽŶĚĞƌĂƋƵĞƐ-
tões literárias, tendo como base um poema de Mensagem.
Animação Texto de opinião
dƵƚŽƌŝĂůƋƵĞ͕ĚĞĨŽƌŵĂĚŝŶąŵŝĐĂ͕ĞdžĞŵƉůŝĮĐĂĐŽŵŽĞƐĐƌĞǀĞƌƵŵƚĞdžƚŽĚĞŽƉŝŶŝĆŽ͕ĞdžƉůŝĐĂŶĚŽĂƐĐĂƌĂĐ-
ƚĞƌşƐƟĐĂƐĚĞƐƚĞŐĠŶĞƌŽƚĞdžƚƵĂů͕ĂƐƐŝŵĐŽŵŽĂƐĚŝĨĞƌĞŶƚĞƐĞƚĂƉĂƐĚĂƐƵĂĞůĂďŽƌĂĕĆŽ͘
Animação dĞdžƚŽĞdžƉŽƐŝƟǀŽ
dƵƚŽƌŝĂůƋƵĞ͕ĚĞĨŽƌŵĂĚŝŶąŵŝĐĂ͕ĞdžĞŵƉůŝĮĐĂĐŽŵŽĞƐĐƌĞǀĞƌƵŵƚĞdžƚŽĞdžƉŽƐŝƟǀŽ͕ĞdžƉůŝĐĂŶĚŽĂƐĐĂƌĂĐ-
ƚĞƌşƐƟĐĂƐĚĞƐƚĞŐĠŶĞƌŽƚĞdžƚƵĂů͕ĂƐƐŝŵĐŽŵŽĂƐĚŝĨĞƌĞŶƚĞƐĞƚĂƉĂƐĚĂƐƵĂĞůĂďŽƌĂĕĆŽ͘
Animação ƉƌĞĐŝĂĕĆŽĐƌşƟĐĂ
sşĚĞŽƚƵƚŽƌŝĂůƋƵĞ͕ĚĞĨŽƌŵĂĚŝŶąŵŝĐĂ͕ĞdžĞŵƉůŝĮĐĂĐŽŵŽĞƐĐƌĞǀĞƌƵŵĂĂƉƌĞĐŝĂĕĆŽĐƌşƟĐĂ͕ĞdžƉůŝĐĂŶĚŽ
ĂƐĐĂƌĂĐƚĞƌşƐƟĐĂƐĚĞƐƚĞŐĠŶĞƌŽƚĞdžƚƵĂů͕ĂƐƐŝŵĐŽŵŽĂƐĚŝĨĞƌĞŶƚĞƐĞƚĂƉĂƐĚĂƐƵĂĞůĂďŽƌĂĕĆŽ͘
Animação O que é uma metáfora?
ŶŝŵĂĕĆŽƋƵĞŝĚĞŶƟĮĐĂĞĞdžƉůŝĐĂ͕ĂƚƌĂǀĠƐĚĞĞdžĞŵƉůŽƐ͕ŽǀĂůŽƌĞdžƉƌĞƐƐŝǀŽĚĂŵĞƚĄĨŽƌĂ͘KƌĞĐƵƌƐŽ
ƚĞƌŵŝŶĂĐŽŵĂĚĞĮŶŝĕĆŽĚĞƐƚĞƌĞĐƵƌƐŽĞdžƉƌĞƐƐŝǀŽƉĂƌĂƌĞŐŝƐƚŽŶŽĐĂĚĞƌŶŽ͘
Animação O que é uma apóstrofe?
ŶŝŵĂĕĆŽƋƵĞŝĚĞŶƟĮĐĂĞĞdžƉůŝĐĂ͕ĂƚƌĂǀĠƐĚĞĞdžĞŵƉůŽƐ͕ŽǀĂůŽƌĞdžƉƌĞƐƐŝǀŽĚĂĂƉſƐƚƌŽĨĞ͘KƌĞĐƵƌƐŽ
ƚĞƌŵŝŶĂĐŽŵĂĚĞĮŶŝĕĆŽĚĞƐƚĞƌĞĐƵƌƐŽĞdžƉƌĞƐƐŝǀŽƉĂƌĂƌĞŐŝƐƚŽŶŽĐĂĚĞƌŶŽ͘
Animação O que é uma hipérbole?
ŶŝŵĂĕĆŽƋƵĞŝĚĞŶƟĮĐĂĞĞdžƉůŝĐĂ͕ĂƚƌĂǀĠƐĚĞĞdžĞŵƉůŽƐ͕ŽǀĂůŽƌĞdžƉƌĞƐƐŝǀŽĚĂŚŝƉĠƌďŽůĞ͘KƌĞĐƵƌƐŽ
ƚĞƌŵŝŶĂĐŽŵĂĚĞĮŶŝĕĆŽĚĞƐƚĞƌĞĐƵƌƐŽĞdžƉƌĞƐƐŝǀŽƉĂƌĂƌĞŐŝƐƚŽŶŽĐĂĚĞƌŶŽ͘
Apresentação Animação O que é uma metonímia?
de conteúdos ŶŝŵĂĕĆŽƋƵĞŝĚĞŶƟĮĐĂĞĞdžƉůŝĐĂ͕ĂƚƌĂǀĠƐĚĞĞdžĞŵƉůŽƐ͕ŽǀĂůŽƌĞdžƉƌĞƐƐŝǀŽĚĂŵĞƚŽŶşŵŝĂ͘KƌĞĐƵƌƐŽ
ƚĞƌŵŝŶĂĐŽŵĂĚĞĮŶŝĕĆŽĚĞƐƚĞƌĞĐƵƌƐŽĞdžƉƌĞƐƐŝǀŽƉĂƌĂƌĞŐŝƐƚŽŶŽĐĂĚĞƌŶŽ͘
Animação Questão de Exame Explicada: Processos fonológicos
ŶŝŵĂĕĆŽƋƵĞŝůƵƐƚƌĂĂƌĞƐŽůƵĕĆŽƉĂƐƐŽĂƉĂƐƐŽ͕ĚĞĨŽƌŵĂĞƐƋƵĞŵĄƟĐĂ͕ĚĞƵŵĂƋƵĞƐƚĆŽĚĞdžĂŵĞ
ƐŽďƌĞŽĐŽŶƚĞƷĚŽŐƌĂŵĂƟĐĂůĞŵĞƐƚƵĚŽ͘
Animação YƵĞƐƚĆŽĚĞdžĂŵĞdžƉůŝĐĂĚĂ͗&ƵŶĕƁĞƐƐŝŶƚĄƟĐĂƐ
ŶŝŵĂĕĆŽƋƵĞŝůƵƐƚƌĂĂƌĞƐŽůƵĕĆŽƉĂƐƐŽĂƉĂƐƐŽ͕ĚĞĨŽƌŵĂĞƐƋƵĞŵĄƟĐĂ͕ĚĞƵŵĂƋƵĞƐƚĆŽĚĞdžĂŵĞ
ƐŽďƌĞŽĐŽŶƚĞƷĚŽŐƌĂŵĂƟĐĂůĞŵĞƐƚƵĚŽ͘
Vídeo Mensagens em Reels
Vídeos que, de forma dinâmica, apresentam os conteúdos do Truques & Dicas.
'ƌĂŵĄƟĐĂValor aspetual
'ƌĂŵĄƟĐĂ ŝŶƚĞƌĂƟǀĂ ƋƵĞ ĚĞĮŶĞ Ğ ĞdžƉůŝĐĂ͕ ĂƚƌĂǀĠƐ ĚĞ ĞdžĞŵƉůŽƐ͕ ŽƐ ĚŝĨĞƌĞŶƚĞƐ ǀĂůŽƌĞƐ ĂƐƉĞƚƵĂŝƐ͘
KƌĞĐƵƌƐŽĂƉƌĞƐĞŶƚĂĂŝŶĚĂŵŽŵĞŶƚŽƐĚĞĂƟǀŝĚĂĚĞƐƉĂƌĂƉƌĂƟĐĂƌŽƐĐŽŶƚĞƷĚŽƐ͘
'ƌĂŵĄƟĐĂSujeito
'ƌĂŵĄƟĐĂ ŝŶƚĞƌĂƟǀĂ ƋƵĞ ĚĞĮŶĞ Ğ ĞdžƉůŝĐĂ͕ ĞdžĞŵƉůŝĮĐĂŶĚŽ͕ Ă ĨƵŶĕĆŽ ƐŝŶƚĄƟĐĂ ĚĞƐŝŐŶĂĚĂ ƐƵũĞŝƚŽ͘
KƌĞĐƵƌƐŽĂƉƌĞƐĞŶƚĂĂŝŶĚĂŵŽŵĞŶƚŽƐĚĞĂƟǀŝĚĂĚĞƐƉĂƌĂƉƌĂƟĐĂƌŽƐĐŽŶƚĞƷĚŽƐ͘
'ƌĂŵĄƟĐĂComplemento direto
'ƌĂŵĄƟĐĂŝŶƚĞƌĂƟǀĂƋƵĞĚĞĮŶĞĞĞdžƉůŝĐĂ͕ĞdžĞŵƉůŝĮĐĂŶĚŽ͕ĂĨƵŶĕĆŽƐŝŶƚĄƟĐĂĚĞƐŝŐŶĂĚĂĐŽŵƉůĞŵĞŶƚŽ
ĚŝƌĞƚŽ͘KƌĞĐƵƌƐŽĂƉƌĞƐĞŶƚĂĂŝŶĚĂŵŽŵĞŶƚŽƐĚĞĂƟǀŝĚĂĚĞƐƉĂƌĂƉƌĂƟĐĂƌŽƐĐŽŶƚĞƷĚŽƐ͘
'ƌĂŵĄƟĐĂWƌĞĚŝĐĂƟǀŽĚŽĐŽŵƉůĞŵĞŶƚŽĚŝƌĞƚŽ
'ƌĂŵĄƟĐĂŝŶƚĞƌĂƟǀĂƋƵĞĚĞĮŶĞĞĞdžƉůŝĐĂ͕ĞdžĞŵƉůŝĮĐĂŶĚŽ͕ĂĨƵŶĕĆŽƐŝŶƚĄƟĐĂĚĞƐŝŐŶĂĚĂƉƌĞĚŝĐĂƟǀŽĚŽ
ĐŽŵƉůĞŵĞŶƚŽĚŝƌĞƚŽ͘KƌĞĐƵƌƐŽĂƉƌĞƐĞŶƚĂĂŝŶĚĂŵŽŵĞŶƚŽƐĚĞĂƟǀŝĚĂĚĞƐƉĂƌĂƉƌĂƟĐĂƌŽƐĐŽŶƚĞƷĚŽƐ͘

24 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

continuação

'ƌĂŵĄƟĐĂDŽĚŝĮĐĂĚŽƌĚŽŶŽŵĞ
'ƌĂŵĄƟĐĂŝŶƚĞƌĂƟǀĂƋƵĞĚĞĮŶĞĞĞdžƉůŝĐĂ͕ĞdžĞŵƉůŝĮĐĂŶĚŽ͕ĂĨƵŶĕĆŽƐŝŶƚĄƟĐĂĚĞƐŝŐŶĂĚĂŵŽĚŝĮĐĂĚŽƌĚŽ
ŶŽŵĞ͘KƌĞĐƵƌƐŽĂƉƌĞƐĞŶƚĂĂŝŶĚĂŵŽŵĞŶƚŽƐĚĞĂƟǀŝĚĂĚĞƐƉĂƌĂƉƌĂƟĐĂƌŽƐĐŽŶƚĞƷĚŽƐ͘
'ƌĂŵĄƟĐĂDêixis
'ƌĂŵĄƟĐĂŝŶƚĞƌĂƟǀĂƋƵĞĚĞĮŶĞĞĞdžƉůŝĐĂ͕ĞdžĞŵƉůŝĮĐĂŶĚŽ͕ĂĨƵŶĕĆŽĚĂĚġŝdžŝƐ͘KƌĞĐƵƌƐŽĂƉƌĞƐĞŶƚĂ
ĂŝŶĚĂŵŽŵĞŶƚŽƐĚĞĂƟǀŝĚĂĚĞƐƉĂƌĂƉƌĂƟĐĂƌŽƐĐŽŶƚĞƷĚŽƐ͘
'ƌĂŵĄƟĐĂdĞdžƚƵĂůŝĚĂĚĞ͗WƌŽŐƌĞƐƐĆŽƚĞŵĄƟĐĂĞĐŽĞƌġŶĐŝĂƚĞdžƚƵĂů
'ƌĂŵĄƟĐĂŝŶƚĞƌĂƟǀĂƋƵĞĚĞĮŶĞĞĞdžĞŵƉůŝĮĐĂĂƐƉƌŝŶĐŝƉĂŝƐƉƌŽƉƌŝĞĚĂĚĞƐƋƵĞƵŵƚĞdžƚŽĚĞǀĞĂƉƌĞƐĞŶ-
ƚĂƌƉĂƌĂƐĞƌďĞŵĞƐƚƌƵƚƵƌĂĚŽ͘KƌĞĐƵƌƐŽĂƉƌĞƐĞŶƚĂĂŝŶĚĂŵŽŵĞŶƚŽƐĚĞĂƟǀŝĚĂĚĞƐƉĂƌĂƉƌĂƟĐĂƌŽƐ
conteúdos.
'ƌĂŵĄƟĐĂKƌĂĕƁĞƐƐƵďŽƌĚŝŶĂĚĂƐƐƵďƐƚĂŶƟǀĂƐĐŽŵƉůĞƟǀĂƐ
'ƌĂŵĄƟĐĂŝŶƚĞƌĂƟǀĂƋƵĞĚĞĮŶĞĞĞdžƉůŝĐĂ͕ĂƚƌĂǀĠƐĚĞĞdžĞŵƉůŽƐ͕ĂƐŽƌĂĕƁĞƐƐƵďŽƌĚŝŶĂĚĂƐƐƵďƐƚĂŶƟǀĂƐ
ĐŽŵƉůĞƟǀĂƐ͕ĞƐƉĞĐŝĮĐĂŶĚŽŽƐĞƵƵƐŽĞĂƐƐƵĂƐŵĂƌĐĂƐůŝŶŐƵşƐƟĐĂƐ͘KƌĞĐƵƌƐŽĂƉƌĞƐĞŶƚĂĂŝŶĚĂŵŽŵĞŶ-
ƚŽƐĚĞĂƟǀŝĚĂĚĞƐƉĂƌĂƉƌĂƟĐĂƌŽƐĐŽŶƚĞƷĚŽƐ͘
'ƌĂŵĄƟĐĂKƌĂĕƁĞƐƐƵďŽƌĚŝŶĂĚĂƐĂĚũĞƟǀĂƐƌĞůĂƟǀĂƐ
'ƌĂŵĄƟĐĂŝŶƚĞƌĂƟǀĂƋƵĞĚĞĮŶĞĞĞdžƉůŝĐĂ͕ĂƚƌĂǀĠƐĚĞĞdžĞŵƉůŽƐ͕ĂƐŽƌĂĕƁĞƐƐƵďŽƌĚŝŶĂĚĂƐĂĚũĞƟǀĂƐ
ƌĞůĂƟǀĂƐ͕ĞƐƉĞĐŝĮĐĂŶĚŽŽƐĞƵƵƐŽĞĂƐƐƵĂƐŵĂƌĐĂƐůŝŶŐƵşƐƟĐĂƐ͘KƌĞĐƵƌƐŽĂƉƌĞƐĞŶƚĂĂŝŶĚĂŵŽŵĞŶƚŽƐ
Apresentação ĚĞĂƟǀŝĚĂĚĞƐƉĂƌĂƉƌĂƟĐĂƌŽƐĐŽŶƚĞƷĚŽƐ͘
de conteúdos 'ƌĂŵĄƟĐĂOrações coordenadas
'ƌĂŵĄƟĐĂŝŶƚĞƌĂƟǀĂƋƵĞĚĞĮŶĞĞĞdžƉůŝĐĂ͕ĂƚƌĂǀĠƐĚĞĞdžĞŵƉůŽƐ͕ĂƐŽƌĂĕƁĞƐĐŽŽƌĚĞŶĂĚĂƐ͕ĞƐƉĞĐŝĮĐĂŶĚŽ
ŽƐĞƵƵƐŽĞĂƐƐƵĂƐŵĂƌĐĂƐůŝŶŐƵşƐƟĐĂƐ͘KƌĞĐƵƌƐŽĂƉƌĞƐĞŶƚĂĂŝŶĚĂŵŽŵĞŶƚŽƐĚĞĂƟǀŝĚĂĚĞƐƉĂƌĂƉƌĂ-
ƟĐĂƌŽƐĐŽŶƚĞƷĚŽƐ͘
Apresentação PPT Fernando Pessoa, Mensagem
WŽǁĞƌWŽŝŶƚΠĞĚŝƚĄǀĞůƋƵĞĚĞĮŶĞĞĞdžƉůŝĐĂĂĞƐƚƌƵƚƵƌĂĚĂŽďƌĂMensagem, de Fernando Pessoa, no-
ŵĞĂĚĂŵĞŶƚĞƚĞŵĄƟĐĂƐ͕ƉĂƌƚĞƐĚĂŽďƌĂ͕ůŝŶŐƵĂŐĞŵ͕ĞƐƟůŽĞĞƐƚƌƵƚƵƌĂ͕ƌĞĐŽƌƌĞŶĚŽĂĞdžĞŵƉůŽƐƚĞdžƚƵĂŝƐ͘
EŽĮŶĂů͕ŽƌĞĐƵƌƐŽĂƉƌĞƐĞŶƚĂĂŝŶĚĂĞdžĞƌĐşĐŝŽƐĚĞĐŽŶƐŽůŝĚĂĕĆŽĂĐĞƌĐĂĚĂŵĂƚĠƌŝĂƐŝƐƚĞŵĂƟnjĂĚĂ͘
Audiossíntese O imaginário épico
Síntese, em formato áudio, que aborda o imaginário épico presente na obra Mensagem, de Fernando
Pessoa.
Audiossíntese >ŝŶŐƵĂŐĞŵĞĞƐƟůŽ
^şŶƚĞƐĞ͕ Ğŵ ĨŽƌŵĂƚŽ ĄƵĚŝŽ͕ ƋƵĞ ĂďŽƌĚĂ Ă ůŝŶŐƵĂŐĞŵ Ğ Ž ĞƐƟůŽ ƉƌĞƐĞŶƚĞƐ ŶĂ ŽďƌĂ Mensagem,
de Fernando Pessoa.
Audiossíntese ^ĞďĂƐƟĂŶŝƐŵŽ
^şŶƚĞƐĞ͕ĞŵĨŽƌŵĂƚŽĄƵĚŝŽ͕ƋƵĞĂďŽƌĚĂŽ^ĞďĂƐƟĂŶŝƐŵŽƉƌĞƐĞŶƚĞŶĂŽďƌĂMensagem, de Fernando
Pessoa.
Vídeos e áudiosĚĞĂƉŽŝŽăƵŶŝĚĂĚĞĚŝĚĄƟĐĂ͘

YƵŝnjFernando Pessoa – Mensagem 1


YƵŝnjĐŽŵƉŽƐƚŽƉŽƌϰƋƵĞƐƚƁĞƐĞƌĞƐƉĞƟǀĂĞdžƉůŝĐĂĕĆŽ͘
YƵŝnjFernando Pessoa – Mensagem 2
YƵŝnjĐŽŵƉŽƐƚŽƉŽƌϰƋƵĞƐƚƁĞƐĞƌĞƐƉĞƟǀĂĞdžƉůŝĐĂĕĆŽ͘
YƵŝnj Fernando Pessoa – Mensagem 3
YƵŝnjĐŽŵƉŽƐƚŽƉŽƌϰƋƵĞƐƚƁĞƐĞƌĞƐƉĞƟǀĂĞdžƉůŝĐĂĕĆŽ͘
YƵŝnj Fernando Pessoa – Mensagem 4
YƵŝnjĐŽŵƉŽƐƚŽƉŽƌϰƋƵĞƐƚƁĞƐĞƌĞƐƉĞƟǀĂĞdžƉůŝĐĂĕĆŽ͘
ƉůŝĐĂĕĆŽͬ
Consolidação YƵŝnjnjĞƐŐƌĂŵĂƟĐĂŝƐ
YƵŝnjnjĞƐĐŽŵƉŽƐƚŽƐƉŽƌϰƋƵĞƐƚƁĞƐĞƌĞƐƉĞƟǀĂĞdžƉůŝĐĂĕĆŽ͕ĐŽŵŽƐĐŽŶƚĞƷĚŽƐĚĂƐŐƌĂŵĄƟĐĂƐŵĞŶĐŝŽ-
ŶĂĚĂƐŶĂƌĞƐƉĞƟǀĂƵŶŝĚĂĚĞ͘
Kahoot® Fernando Pessoa, Mensagem
:ŽŐŽĞĚƵĐĂƟǀŽĐŽŵƉŽƐƚŽƉŽƌϱƋƵĞƐƚƁĞƐĚĞĞƐĐŽůŚĂŵƷůƟƉůĂ͘
Jogo ηĞƐĂĮŽ>ŝƚĞƌĄƌŝŽ͗&ĞƌŶĂŶĚŽWĞƐƐŽĂ
ƟǀŝĚĂĚĞĚŝĚĄƟĐĂĐŽŵĂĚŝǀŝŶŚĂƐ͕ĐŚĂƌĂĚĂƐĞƉĞƌŐƵŶƚĂƐĚĞƚĞŽƌŚŝƐƚſƌŝĐŽͲůŝƚĞƌĄƌŝŽ͕ƋƵĞƉĞƌŵŝƚĞƌĞƐƵ-
mir e aplicar os conceitos-chave trabalhados sobre a poesia de Fernando Pessoa, nomeadamente na
Mensagem.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 25


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

continuação

dĞƐƚĞŝŶƚĞƌĂƟǀŽFernando Pessoa – Mensagem


dĞƐƚĞŝŶƚĞƌĂƟǀŽĐŽŵƉŽƐƚŽƉŽƌϳƋƵĞƐƚƁĞƐ͕ĐŽŵĂĐĞƐƐŽĂƌĞůĂƚſƌŝŽĚĞƚĂůŚĂĚŽ͘
Avaliação
Teste global Fernando Pessoa, Mensagem
dĞƐƚĞŝŶƚĞƌĂƟǀŽĐŽŵƉŽƐƚŽƉŽƌϭϮƋƵĞƐƚƁĞƐ͕ĐŽŵĂĐĞƐƐŽĂƌĞůĂƚſƌŝŽĚĞƚĂůŚĂĚŽ͘

U2 – Contos

/ŶĨŽŐƌĄĮĐŽLinha do tempo: do Segundo Modernismo à Época Contemporânea


/ŶĨŽŐƌĄĮĐŽĐŽŵƚĞdžƚŽĞŝŵĂŐĞŶƐƋƵĞĂďŽƌĚĂĂƐĚĂƚĂƐƌĞůĞǀĂŶƚĞƐŽĐŽƌƌŝĚĂƐŶŽĐŽŶƚĞdžƚŽĐƌŽŶŽůſŐŝĐŽĞŵ
análise ao longo da unidade.
Animação Conheces Manuel da Fonseca ou queres que faça um desenho?
ŶŝŵĂĕĆŽďŝŽďŝďůŝŽŐƌĄĮĐĂĚŽĞƐĐƌŝƚŽƌDĂŶƵĞůĚĂ&ŽŶƐĞĐĂ͕ĐƵũĂŽďƌĂĠĞdžƉůŽƌĂĚĂĂŽůŽŶŐŽĚĂƵŶŝĚĂĚĞ͘
Animação Conheces Maria Judite de Carvalho ou queres que faça um desenho?
ŶŝŵĂĕĆŽďŝŽďŝďůŝŽŐƌĄĮĐĂĚĂĞƐĐƌŝƚŽƌĂDĂƌŝĂ:ƵĚŝƚĞĚĞĂƌǀĂůŚŽ͕ĐƵũĂŽďƌĂĠĞdžƉůŽƌĂĚĂĂŽůŽŶŐŽĚĂ
unidade.
Animação Texto de opinião
sşĚĞŽƚƵƚŽƌŝĂůƋƵĞ͕ĚĞĨŽƌŵĂĚŝŶąŵŝĐĂ͕ĞdžĞŵƉůŝĮĐĂĐŽŵŽĞƐĐƌĞǀĞƌƵŵƚĞdžƚŽĚĞŽƉŝŶŝĆŽ͕ĞdžƉůŝĐĂŶĚŽĂƐ
ĐĂƌĂĐƚĞƌşƐƟĐĂƐĚĞƐƚĞŐĠŶĞƌŽƚĞdžƚƵĂů͕ĂƐƐŝŵĐŽŵŽĂƐĚŝĨĞƌĞŶƚĞƐĞƚĂƉĂƐĚĂƐƵĂĞůĂďŽƌĂĕĆŽ͘
Animação dĞdžƚŽĞdžƉŽƐŝƟǀŽ
sşĚĞŽƚƵƚŽƌŝĂůƋƵĞ͕ĚĞĨŽƌŵĂĚŝŶąŵŝĐĂ͕ĞdžĞŵƉůŝĮĐĂĐŽŵŽĞƐĐƌĞǀĞƌƵŵƚĞdžƚŽĞdžƉŽƐŝƟǀŽ͕ĞdžƉůŝĐĂŶĚŽĂƐ
ĐĂƌĂĐƚĞƌşƐƟĐĂƐĚĞƐƚĞŐĠŶĞƌŽƚĞdžƚƵĂů͕ĂƐƐŝŵĐŽŵŽĂƐĚŝĨĞƌĞŶƚĞƐĞƚĂƉĂƐĚĂƐƵĂĞůĂďŽƌĂĕĆŽ͘
Animação O conto
ŶŝŵĂĕĆŽĞdžƉŽƐŝƟǀĂƋƵĞĞdžƉůŝĐĂĂƐĐĂƌĂĐƚĞƌşƐƟĐĂƐĚŽĐŽŶƚŽ͕ŶŽŵĞĂĚĂŵĞŶƚĞĂƐĐĂƚĞŐŽƌŝĂƐĚĂŶĂƌƌĂƟǀĂ͘
Animação Manuel da Fonseca na 1.a pessoa
ŶŝŵĂĕĆŽĞdžƉŽƐŝƟǀĂƐŽďƌĞŽĞƐƟůŽůŝƚĞƌĄƌŝŽĚĞDĂŶƵĞůĚĂ&ŽŶƐĞĐĂ͘
Animação Maria Judite de Carvalho na 1.a pessoa
ŶŝŵĂĕĆŽĞdžƉŽƐŝƟǀĂƐŽďƌĞŽĞƐƟůŽůŝƚĞƌĄƌŝŽĚĞDĂƌŝĂ:ƵĚŝƚĞĚĞĂƌǀĂůŚŽ͘
Animação #ComoResponderBem?: «Sempre é uma companhia», de Manuel da Fonseca
ŶŝŵĂĕĆŽƚƵƚŽƌŝĂůƋƵĞĞdžƉůŝĐŝƚĂ͕ĂƚƌĂǀĠƐĚĞĚŝĐĂƐĞĚĞĞƐƋƵĞŵĂƐĞdžƉůŝĐĂƟǀŽƐ͕ĐŽŵŽƌĞƐƉŽŶĚĞƌĂƋƵĞƐ-
Apresentação tões literárias, tendo como base um excerto do conto.
de conteúdos Animação #ComoResponderBem?: «George», de Maria Judite de Carvalho
ŶŝŵĂĕĆŽƚƵƚŽƌŝĂůƋƵĞĞdžƉůŝĐŝƚĂ͕ĂƚƌĂǀĠƐĚĞĚŝĐĂƐĞĚĞĞƐƋƵĞŵĂƐĞdžƉůŝĐĂƟǀŽƐ͕ĐŽŵŽƌĞƐƉŽŶĚĞƌĂƋƵĞƐ-
tões literárias, tendo como base um excerto do conto.
Animação O que é uma gradação?
ŶŝŵĂĕĆŽƋƵĞŝĚĞŶƟĮĐĂĞĞdžƉůŝĐĂ͕ĂƚƌĂǀĠƐĚĞĞdžĞŵƉůŽƐ͕ŽǀĂůŽƌĞdžƉƌĞƐƐŝǀŽĚĂŐƌĂĚĂĕĆŽ͘KƌĞĐƵƌƐŽ
ƚĞƌŵŝŶĂĐŽŵĂĚĞĮŶŝĕĆŽĚĞƐƚĞƌĞĐƵƌƐŽĞdžƉƌĞƐƐŝǀŽƉĂƌĂƌĞŐŝƐƚŽŶŽĐĂĚĞƌŶŽ͘
Animação O que é uma metonímia?
ŶŝŵĂĕĆŽƋƵĞŝĚĞŶƟĮĐĂĞĞdžƉůŝĐĂ͕ĂƚƌĂǀĠƐĚĞĞdžĞŵƉůŽƐ͕ŽǀĂůŽƌĞdžƉƌĞƐƐŝǀŽĚĂŵĞƚŽŶşŵŝĂ͘KƌĞĐƵƌƐŽ
ƚĞƌŵŝŶĂĐŽŵĂĚĞĮŶŝĕĆŽĚĞƐƚĞƌĞĐƵƌƐŽĞdžƉƌĞƐƐŝǀŽƉĂƌĂƌĞŐŝƐƚŽŶŽĐĂĚĞƌŶŽ͘
Animação O que é uma enumeração?
ŶŝŵĂĕĆŽƋƵĞŝĚĞŶƟĮĐĂĞĞdžƉůŝĐĂ͕ĂƚƌĂǀĠƐĚĞĞdžĞŵƉůŽƐ͕ŽǀĂůŽƌĞdžƉƌĞƐƐŝǀŽĚĂĞŶƵŵĞƌĂĕĆŽ͘KƌĞĐƵƌƐŽ
ƚĞƌŵŝŶĂĐŽŵĂĚĞĮŶŝĕĆŽĚĞƐƚĞƌĞĐƵƌƐŽĞdžƉƌĞƐƐŝǀŽƉĂƌĂƌĞŐŝƐƚŽŶŽĐĂĚĞƌŶŽ͘
Animação YƵĞƐƚĆŽĚĞdžĂŵĞdžƉůŝĐĂĚĂ͗ĨƵŶĕƁĞƐƐŝŶƚĄƟĐĂƐ
ŶŝŵĂĕĆŽƋƵĞŝůƵƐƚƌĂĂƌĞƐŽůƵĕĆŽƉĂƐƐŽĂƉĂƐƐŽ͕ĚĞĨŽƌŵĂĞƐƋƵĞŵĄƟĐĂ͕ĚĞƵŵĂƋƵĞƐƚĆŽĚĞdžĂŵĞ
ƐŽďƌĞŽĐŽŶƚĞƷĚŽŐƌĂŵĂƟĐĂůĞŵĞƐƚƵĚŽ͘
Animação Questão de Exame Explicada: subordinação
ŶŝŵĂĕĆŽƋƵĞŝůƵƐƚƌĂĂƌĞƐŽůƵĕĆŽƉĂƐƐŽĂƉĂƐƐŽ͕ĚĞĨŽƌŵĂĞƐƋƵĞŵĄƟĐĂ͕ĚĞƵŵĂƋƵĞƐƚĆŽĚĞdžĂŵĞ
ƐŽďƌĞŽĐŽŶƚĞƷĚŽŐƌĂŵĂƟĐĂůĞŵĞƐƚƵĚŽ͘
Animação Questão de Exame Explicada: valor modal
ŶŝŵĂĕĆŽƋƵĞŝůƵƐƚƌĂĂƌĞƐŽůƵĕĆŽƉĂƐƐŽĂƉĂƐƐŽ͕ĚĞĨŽƌŵĂĞƐƋƵĞŵĄƟĐĂ͕ĚĞƵŵĂƋƵĞƐƚĆŽĚĞdžĂŵĞ
ƐŽďƌĞŽĐŽŶƚĞƷĚŽŐƌĂŵĂƟĐĂůĞŵĞƐƚƵĚŽ͘
Vídeo Mensagens em Reels
Vídeos que, de forma dinâmica, apresentam os conteúdos do Truques & Dicas.

26 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

continuação

Síntese Guia de estudo: «Sempre é uma companhia», de Manuel da Fonseca


Recurso com a análise dos pontos mais relevantes do conto de Manuel da Fonseca, nomeadamente
ƚĞŵĄƟĐĂƐ͕ůŝŶŐƵĂŐĞŵĞĞƐƟůŽ͘ƚƌĂǀĠƐĚĞĄƵĚŝŽƐĞĚĞĞdžĞŵƉůŽƐƚĞdžƚƵĂŝƐ͕ƐĆŽĚĞƐƚĂĐĂĚŽƐŽƐĐŽŶƚĞƷĚŽƐ
ŵĂŝƐƉĞƌƟŶĞŶƚĞƐĚŽĐŽŶƚŽ͘
Síntese Guia de estudo: «George», de Maria Judite de Carvalho
Recurso com a análise dos pontos mais relevantes do conto de Maria Judite de Carvalho, nomeada-
ŵĞŶƚĞƚĞŵĄƟĐĂƐ͕ůŝŶŐƵĂŐĞŵĞĞƐƟůŽ͘ƚƌĂǀĠƐĚĞĄƵĚŝŽƐĞĚĞĞdžĞŵƉůŽƐƚĞdžƚƵĂŝƐ͕ƐĆŽĚĞƐƚĂĐĂĚŽƐŽƐ
ĐŽŶƚĞƷĚŽƐŵĂŝƐƉĞƌƟŶĞŶƚĞƐĚŽĐŽŶƚŽ͘
'ƌĂŵĄƟĐĂKƌĂĕƁĞƐƐƵďŽƌĚŝŶĂĚĂƐƐƵďƐƚĂŶƟǀĂƐĐŽŵƉůĞƟǀĂƐ
'ƌĂŵĄƟĐĂŝŶƚĞƌĂƟǀĂƋƵĞĚĞĮŶĞĞĞdžƉůŝĐĂ͕ĂƚƌĂǀĠƐĚĞĞdžĞŵƉůŽƐ͕ĂƐŽƌĂĕƁĞƐƐƵďŽƌĚŝŶĂĚĂƐƐƵďƐƚĂŶ-
ƟǀĂƐĐŽŵƉůĞƟǀĂƐ͕ĞƐƉĞĐŝĮĐĂŶĚŽŽƐĞƵƵƐŽĞĂƐƐƵĂƐŵĂƌĐĂƐůŝŶŐƵşƐƟĐĂƐ͘KƌĞĐƵƌƐŽĂƉƌĞƐĞŶƚĂĂŝŶĚĂ
ŵŽŵĞŶƚŽƐĚĞĂƟǀŝĚĂĚĞƐƉĂƌĂƉƌĂƟĐĂƌŽƐĐŽŶƚĞƷĚŽƐ͘
'ƌĂŵĄƟĐĂKƌĂĕƁĞƐƐƵďŽƌĚŝŶĂĚĂƐĂĚũĞƟǀĂƐƌĞůĂƟǀĂƐ
'ƌĂŵĄƟĐĂŝŶƚĞƌĂƟǀĂƋƵĞĚĞĮŶĞĞĞdžƉůŝĐĂ͕ĂƚƌĂǀĠƐĚĞĞdžĞŵƉůŽƐ͕ĂƐŽƌĂĕƁĞƐƐƵďŽƌĚŝŶĂĚĂƐĂĚũĞƟǀĂƐ
ƌĞůĂƟǀĂƐ͕ĞƐƉĞĐŝĮĐĂŶĚŽŽƐĞƵƵƐŽĞĂƐƐƵĂƐŵĂƌĐĂƐůŝŶŐƵşƐƟĐĂƐ͘KƌĞĐƵƌƐŽĂƉƌĞƐĞŶƚĂĂŝŶĚĂŵŽŵĞŶƚŽƐ
ĚĞĂƟǀŝĚĂĚĞƐƉĂƌĂƉƌĂƟĐĂƌŽƐĐŽŶƚĞƷĚŽƐ͘
'ƌĂŵĄƟĐĂKƌĂĕƁĞƐƐƵďŽƌĚŝŶĂĚĂƐĂĚǀĞƌďŝĂŝƐĐŽŶƐĞĐƵƟǀĂƐ
'ƌĂŵĄƟĐĂŝŶƚĞƌĂƟǀĂƋƵĞĚĞĮŶĞĞĞdžƉůŝĐĂ͕ĂƚƌĂǀĠƐĚĞĞdžĞŵƉůŽƐ͕ĂƐŽƌĂĕƁĞƐƐƵďŽƌĚŝŶĂĚĂƐĂĚǀĞƌďŝĂŝƐ
ĐŽŶƐĞĐƵƟǀĂƐ͕ĞƐƉĞĐŝĮĐĂŶĚŽŽƐĞƵƵƐŽĞĂƐƐƵĂƐŵĂƌĐĂƐůŝŶŐƵşƐƟĐĂƐ͘KƌĞĐƵƌƐŽĂƉƌĞƐĞŶƚĂĂŝŶĚĂŵŽŵĞŶ-
ƚŽƐĚĞĂƟǀŝĚĂĚĞƐƉĂƌĂƉƌĂƟĐĂƌŽƐĐŽŶƚĞƷĚŽƐ͘
'ƌĂŵĄƟĐĂsĂůŽƌŵŽĚĂů͗ŵŽĚĂůŝĚĂĚĞĂƉƌĞĐŝĂƟǀĂ
'ƌĂŵĄƟĐĂŝŶƚĞƌĂƟǀĂƋƵĞĚĞĮŶĞĞĞdžƉůŝĐĂ͕ĂƚƌĂǀĠƐĚĞĞdžĞŵƉůŽƐ͕ĂŵŽĚĂůŝĚĂĚĞĂƉƌĞĐŝĂƟǀĂĞŽƐĞƵǀĂůŽƌ
ŵŽĚĂů͘KƌĞĐƵƌƐŽĂƉƌĞƐĞŶƚĂĂŝŶĚĂŵŽŵĞŶƚŽƐĚĞĂƟǀŝĚĂĚĞƐƉĂƌĂƉƌĂƟĐĂƌŽƐĐŽŶƚĞƷĚŽƐ͘
'ƌĂŵĄƟĐĂsĂůŽƌŵŽĚĂů͗ŵŽĚĂůŝĚĂĚĞĚĞƀŶƟĐĂ
'ƌĂŵĄƟĐĂŝŶƚĞƌĂƟǀĂƋƵĞĚĞĮŶĞĞĞdžƉůŝĐĂ͕ĂƚƌĂǀĠƐĚĞĞdžĞŵƉůŽƐ͕ĂŵŽĚĂůŝĚĂĚĞĚĞƀŶƟĐĂĞŽƐƐĞƵƐǀĂůŽ-
ƌĞƐŵŽĚĂŝƐ͘KƌĞĐƵƌƐŽĂƉƌĞƐĞŶƚĂĂŝŶĚĂŵŽŵĞŶƚŽƐĚĞĂƟǀŝĚĂĚĞƐƉĂƌĂƉƌĂƟĐĂƌŽƐĐŽŶƚĞƷĚŽƐ͘
'ƌĂŵĄƟĐĂValor modal: modalidade epistémica
'ƌĂŵĄƟĐĂŝŶƚĞƌĂƟǀĂƋƵĞĚĞĮŶĞĞĞdžƉůŝĐĂ͕ĂƚƌĂǀĠƐĚĞĞdžĞŵƉůŽƐ͕ĂŵŽĚĂůŝĚĂĚĞĞƉŝƐƚĠŵŝĐĂĞŽƐƐĞƵƐ
Apresentação ǀĂůŽƌĞƐŵŽĚĂŝƐ͘KƌĞĐƵƌƐŽĂƉƌĞƐĞŶƚĂĂŝŶĚĂŵŽŵĞŶƚŽƐĚĞĂƟǀŝĚĂĚĞƐƉĂƌĂƉƌĂƟĐĂƌŽƐĐŽŶƚĞƷĚŽƐ͘
de conteúdos 'ƌĂŵĄƟĐĂSujeito
'ƌĂŵĄƟĐĂŝŶƚĞƌĂƟǀĂƋƵĞĚĞĮŶĞĞĞdžƉůŝĐĂ͕ĞdžĞŵƉůŝĮĐĂŶĚŽ͕ĂĨƵŶĕĆŽƐŝŶƚĄƟĐĂĚĞƐŝŐŶĂĚĂƐƵũĞŝƚŽ͘KƌĞ-
ĐƵƌƐŽĂƉƌĞƐĞŶƚĂĂŝŶĚĂŵŽŵĞŶƚŽƐĚĞĂƟǀŝĚĂĚĞƐƉĂƌĂƉƌĂƟĐĂƌŽƐĐŽŶƚĞƷĚŽƐ͘
'ƌĂŵĄƟĐĂComplemento direto
'ƌĂŵĄƟĐĂŝŶƚĞƌĂƟǀĂƋƵĞĚĞĮŶĞĞĞdžƉůŝĐĂ͕ĞdžĞŵƉůŝĮĐĂŶĚŽ͕ĂĨƵŶĕĆŽƐŝŶƚĄƟĐĂĚĞƐŝŐŶĂĚĂĐŽŵƉůĞŵĞŶƚŽ
ĚŝƌĞƚŽ͘KƌĞĐƵƌƐŽĂƉƌĞƐĞŶƚĂĂŝŶĚĂŵŽŵĞŶƚŽƐĚĞĂƟǀŝĚĂĚĞƐƉĂƌĂƉƌĂƟĐĂƌŽƐĐŽŶƚĞƷĚŽƐ͘
'ƌĂŵĄƟĐĂComplemento do nome
'ƌĂŵĄƟĐĂŝŶƚĞƌĂƟǀĂƋƵĞĚĞĮŶĞĞĞdžƉůŝĐĂ͕ĞdžĞŵƉůŝĮĐĂŶĚŽ͕ĂĨƵŶĕĆŽƐŝŶƚĄƟĐĂĚĞƐŝŐŶĂĚĂĐŽŵƉůĞŵĞŶƚŽ
ĚŽŶŽŵĞ͘KƌĞĐƵƌƐŽĂƉƌĞƐĞŶƚĂĂŝŶĚĂŵŽŵĞŶƚŽƐĚĞĂƟǀŝĚĂĚĞƐƉĂƌĂƉƌĂƟĐĂƌŽƐĐŽŶƚĞƷĚŽƐ͘
'ƌĂŵĄƟĐĂŽŵƉůĞŵĞŶƚŽĚŽĂĚũĞƟǀŽ
'ƌĂŵĄƟĐĂŝŶƚĞƌĂƟǀĂƋƵĞĚĞĮŶĞĞĞdžƉůŝĐĂ͕ĞdžĞŵƉůŝĮĐĂŶĚŽ͕ĂĨƵŶĕĆŽƐŝŶƚĄƟĐĂĚĞƐŝŐŶĂĚĂĐŽŵƉůĞŵĞŶƚŽ
ĚŽĂĚũĞƟǀŽ͘KƌĞĐƵƌƐŽĂƉƌĞƐĞŶƚĂĂŝŶĚĂŵŽŵĞŶƚŽƐĚĞĂƟǀŝĚĂĚĞƐƉĂƌĂƉƌĂƟĐĂƌŽƐĐŽŶƚĞƷĚŽƐ͘
'ƌĂŵĄƟĐĂDŽĚŝĮĐĂĚŽƌĚŽŶŽŵĞ
'ƌĂŵĄƟĐĂŝŶƚĞƌĂƟǀĂƋƵĞĚĞĮŶĞĞĞdžƉůŝĐĂ͕ĞdžĞŵƉůŝĮĐĂŶĚŽ͕ĂĨƵŶĕĆŽƐŝŶƚĄƟĐĂĚĞƐŝŐŶĂĚĂŵŽĚŝĮĐĂĚŽƌĚŽ
ŶŽŵĞ͘KƌĞĐƵƌƐŽĂƉƌĞƐĞŶƚĂĂŝŶĚĂŵŽŵĞŶƚŽƐĚĞĂƟǀŝĚĂĚĞƐƉĂƌĂƉƌĂƟĐĂƌŽƐĐŽŶƚĞƷĚŽƐ͘
'ƌĂŵĄƟĐĂValor aspetual
'ƌĂŵĄƟĐĂ ŝŶƚĞƌĂƟǀĂ ƋƵĞ ĚĞĮŶĞ Ğ ĞdžƉůŝĐĂ͕ ĂƚƌĂǀĠƐ ĚĞ ĞdžĞŵƉůŽƐ͕ ŽƐ ĚŝĨĞƌĞŶƚĞƐ ǀĂůŽƌĞƐ ĂƐƉĞƚƵĂŝƐ͘
KƌĞĐƵƌƐŽĂƉƌĞƐĞŶƚĂĂŝŶĚĂŵŽŵĞŶƚŽƐĚĞĂƟǀŝĚĂĚĞƐƉĂƌĂƉƌĂƟĐĂƌŽƐĐŽŶƚĞƷĚŽƐ͘
'ƌĂŵĄƟĐĂAtos ilocutórios (atos de fala)
'ƌĂŵĄƟĐĂŝŶƚĞƌĂƟǀĂƋƵĞĚĞĮŶĞĞĞdžƉůŝĐĂ͕ĂƚƌĂǀĠƐĚĞĞdžĞŵƉůŽƐ͕ŽƐĚŝĨĞƌĞŶƚĞƐĂƚŽƐŝůŽĐƵƚſƌŝŽƐ͘KƌĞĐƵƌƐŽ
ĂƉƌĞƐĞŶƚĂĂŝŶĚĂŵŽŵĞŶƚŽƐĚĞĂƟǀŝĚĂĚĞƐƉĂƌĂƉƌĂƟĐĂƌŽƐĐŽŶƚĞƷĚŽƐ͘
'ƌĂŵĄƟĐĂdĞdžƚƵĂůŝĚĂĚĞ͗ƉƌŽŐƌĞƐƐĆŽƚĞŵĄƟĐĂĞĐŽĞƌġŶĐŝĂƚĞdžƚƵĂů
'ƌĂŵĄƟĐĂŝŶƚĞƌĂƟǀĂƋƵĞĚĞĮŶĞĞĞdžĞŵƉůŝĮĐĂĂƐƉƌŝŶĐŝƉĂŝƐƉƌŽƉƌŝĞĚĂĚĞƐƋƵĞƵŵƚĞdžƚŽĚĞǀĞĂƉƌĞƐĞŶ-
ƚĂƌƉĂƌĂƐĞƌďĞŵĞƐƚƌƵƚƵƌĂĚŽ͘KƌĞĐƵƌƐŽĂƉƌĞƐĞŶƚĂĂŝŶĚĂŵŽŵĞŶƚŽƐĚĞĂƟǀŝĚĂĚĞƐƉĂƌĂƉƌĂƟĐĂƌŽƐ
conteúdos.
Apresentação PPT «Sempre é uma companhia», de Manuel da Fonseca
WŽǁĞƌWŽŝŶƚΠĞĚŝƚĄǀĞůƋƵĞĂƉƌĞƐĞŶƚĂ͕ƐŝƐƚĞŵĂƟnjĂĞĞdžƉůŝĐŝƚĂĂƐĐĂƚĞŐŽƌŝĂƐĚĂŶĂƌƌĂƟǀĂĚŽĐŽŶƚŽͨ^Ğŵ-
ƉƌĞĠƵŵĂĐŽŵƉĂŶŚŝĂͩ͘EŽĮŶĂů͕ŽƌĞĐƵƌƐŽĂƉƌĞƐĞŶƚĂĂŝŶĚĂĞdžĞƌĐşĐŝŽƐĚĞĐŽŶƐŽůŝĚĂĕĆŽĂĐĞƌĐĂĚĂŵĂ-
ƚĠƌŝĂƐŝƐƚĞŵĂƟnjĂĚĂ͘

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 27


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

continuação

Apresentação PPT «George», de Maria Judite de Carvalho


WŽǁĞƌWŽŝŶƚΠ ĞĚŝƚĄǀĞů ƋƵĞ ĂƉƌĞƐĞŶƚĂ͕ ƐŝƐƚĞŵĂƟnjĂ Ğ ĞdžƉůŝĐŝƚĂ ĂƐ ĐĂƚĞŐŽƌŝĂƐ ĚĂ ŶĂƌƌĂƟǀĂ ĚŽ ĐŽŶƚŽ
ͨ'ĞŽƌŐĞͩ͘EŽĮŶĂů͕ŽƌĞĐƵƌƐŽĂƉƌĞƐĞŶƚĂĂŝŶĚĂĞdžĞƌĐşĐŝŽƐĚĞĐŽŶƐŽůŝĚĂĕĆŽĂĐĞƌĐĂĚĂŵĂƚĠƌŝĂƐŝƐƚĞ-
ŵĂƟnjĂĚĂ͘
Audiossíntese Solidão e convivialidade
Síntese, em formato áudio, que aborda a questão da solidão e convivialidade no conto «Sempre é uma
companhia», de Manuel da Fonseca.
Audiossíntese /ŵƉŽƌƚąŶĐŝĂĚĂƐƉĞƌŝƉĠĐŝĂƐŝŶŝĐŝĂůĞĮŶĂů
^şŶƚĞƐĞ͕ĞŵĨŽƌŵĂƚŽĄƵĚŝŽ͕ƋƵĞĞdžƉůŝĐĂĂŝŵƉŽƌƚąŶĐŝĂĚĂƐƉĞƌŝƉĠĐŝĂƐŝŶŝĐŝĂůĞĮŶĂůŶŽĐŽŶƚŽͨ^ĞŵƉƌĞĠ
uma companhia», de Manuel da Fonseca.
Audiossíntese ĂƌĂĐƚĞƌŝnjĂĕĆŽĚŽĞƐƉĂĕŽİƐŝĐŽ͕ƉƐŝĐŽůſŐŝĐŽĞƐŽĐŝŽƉŽůşƟĐŽ
^şŶƚĞƐĞ͕ĞŵĨŽƌŵĂƚŽĄƵĚŝŽ͕ƋƵĞĐĂƌĂĐƚĞƌŝnjĂŽĞƐƉĂĕŽİƐŝĐŽ͕ƉƐŝĐŽůſŐŝĐŽĞƐŽĐŝŽƉŽůşƟĐŽŶŽĐŽŶƚŽͨ^Ğŵ-
Apresentação pre é uma companhia», de Manuel da Fonseca.
de conteúdos
Audiossíntese «George»: as três idades da vida
Síntese, em formato áudio, que caracteriza as três idades da vida da personagem feminina no conto
«George», de Maria Judite de Carvalho.
AudiossínteseDĞƚĂŵŽƌĨŽƐĞƐĚĂĮŐƵƌĂĨĞŵŝŶŝŶĂ
^şŶƚĞƐĞ͕ĞŵĨŽƌŵĂƚŽĄƵĚŝŽ͕ƋƵĞĂďŽƌĚĂĂƋƵĞƐƚĆŽĚĂƐŵĞƚĂŵŽƌĨŽƐĞƐĚĂĮŐƵƌĂĨĞŵŝŶŝŶĂŶŽĐŽŶƚŽ
«George», de Maria Judite de Carvalho.
Audiossíntese ĐŽŵƉůĞdžŝĚĂĚĞĚĂŶĂƚƵƌĞnjĂŚƵŵĂŶĂ
Síntese, em formato áudio, que aborda a questão da complexidade da natureza humana no conto
«George», de Maria Judite de Carvalho.
Audiossíntese Conto
^şŶƚĞƐĞ͕ĞŵĨŽƌŵĂƚŽĄƵĚŝŽ͕ƋƵĞĂďŽƌĚĂĂĞƐƚƌƵƚƵƌĂĚŽĐŽŶƚŽ͕ŶŽŵĞĂĚĂŵĞŶƚĞĂƐĐĂƚĞŐŽƌŝĂƐĚĂŶĂƌƌĂƟǀĂ͘
Vídeos e áudios ĚĞĂƉŽŝŽăƵŶŝĚĂĚĞĚŝĚĄƟĐĂ͘

YƵŝnj«Sempre é uma companhia», de Manuel da Fonseca 1


YƵŝnjĐŽŵƉŽƐƚŽƉŽƌϰƋƵĞƐƚƁĞƐĞƌĞƐƉĞƟǀĂĞdžƉůŝĐĂĕĆŽ͘

YƵŝnj«Sempre é uma companhia», de Manuel da Fonseca 2


YƵŝnjĐŽŵƉŽƐƚŽƉŽƌϰƋƵĞƐƚƁĞƐĞƌĞƐƉĞƟǀĂĞdžƉůŝĐĂĕĆŽ͘

YƵŝnj«George», de Maria Judite de Carvalho 1


YƵŝnjĐŽŵƉŽƐƚŽƉŽƌϰƋƵĞƐƚƁĞƐĞƌĞƐƉĞƟǀĂĞdžƉůŝĐĂĕĆŽ͘

YƵŝnj«George», de Maria Judite de Carvalho 2


YƵŝnjĐŽŵƉŽƐƚŽƉŽƌϰƋƵĞƐƚƁĞƐĞƌĞƐƉĞƟǀĂĞdžƉůŝĐĂĕĆŽ͘
ƉůŝĐĂĕĆŽͬ
YƵŝnjnjĞƐŐƌĂŵĂƟĐĂŝƐ
Consolidação YƵŝnjnjĞƐĐŽŵƉŽƐƚŽƐƉŽƌϰƋƵĞƐƚƁĞƐĞƌĞƐƉĞƟǀĂĞdžƉůŝĐĂĕĆŽ͕ĐŽŵŽƐĐŽŶƚĞƷĚŽƐĚĂƐŐƌĂŵĄƟĐĂƐŵĞŶĐŝŽ-
ŶĂĚĂƐŶĂƌĞƐƉĞƟǀĂƵŶŝĚĂĚĞ͘
Kahoot® «Sempre é uma companhia», de Manuel da Fonseca
:ŽŐŽĞĚƵĐĂƟǀŽĐŽŵƉŽƐƚŽƉŽƌϱƋƵĞƐƚƁĞƐĚĞĞƐĐŽůŚĂŵƷůƟƉůĂ͘
Kahoot® «George», de Maria Judite de Carvalho
:ŽŐŽĞĚƵĐĂƟǀŽĐŽŵƉŽƐƚŽƉŽƌϱƋƵĞƐƚƁĞƐĚĞĞƐĐŽůŚĂŵƷůƟƉůĂ͘
Jogo ηĞƐĂĮŽ>ŝƚĞƌĄƌŝŽ͗ĐŽŶƚŽƐ
ƟǀŝĚĂĚĞĚŝĚĄƟĐĂĐŽŵĂĚŝǀŝŶŚĂƐ͕ĐŚĂƌĂĚĂƐĞƉĞƌŐƵŶƚĂƐĚĞƚĞŽƌŚŝƐƚſƌŝĐŽͲůŝƚĞƌĄƌŝŽ͕ƋƵĞƉĞƌŵŝƚĞƌĞƐƵ-
mir e aplicar os conceitos-chave trabalhados sobre os contos de Manuel da Fonseca e Maria Judite
de Carvalho.

dĞƐƚĞŝŶƚĞƌĂƟǀŽ«Sempre é uma companhia», de Manuel da Fonseca


dĞƐƚĞŝŶƚĞƌĂƟǀŽĐŽŵƉŽƐƚŽƉŽƌϳƋƵĞƐƚƁĞƐ͕ĐŽŵĂĐĞƐƐŽĂƌĞůĂƚſƌŝŽĚĞƚĂůŚĂĚŽ͘
dĞƐƚĞŝŶƚĞƌĂƟǀŽ «George», de Maria Judite de Carvalho
Avaliação
dĞƐƚĞŝŶƚĞƌĂƟǀŽĐŽŵƉŽƐƚŽƉŽƌϳƋƵĞƐƚƁĞƐ͕ĐŽŵĂĐĞƐƐŽĂƌĞůĂƚſƌŝŽĚĞƚĂůŚĂĚŽ͘
Teste global Contos
dĞƐƚĞŝŶƚĞƌĂƟǀŽĐŽŵƉŽƐƚŽƉŽƌϭϮƋƵĞƐƚƁĞƐ͕ĐŽŵĂĐĞƐƐŽĂƌĞůĂƚſƌŝŽĚĞƚĂůŚĂĚŽ͘

28 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

U3 – Poetas contemporâneos

/ŶĨŽŐƌĄĮĐŽLinha do tempo: do Pós-Modernismo à Época Contemporânea


/ŶĨŽŐƌĄĮĐŽĐŽŵƚĞdžƚŽĞŝŵĂŐĞŶƐƋƵĞĂďŽƌĚĂĂƐĚĂƚĂƐƌĞůĞǀĂŶƚĞƐŽĐŽƌƌŝĚĂƐŶŽĐŽŶƚĞdžƚŽĐƌŽŶŽůſŐŝĐŽĞŵ
análise ao longo da unidade.
Animação Conheces os poetas contemporâneos ou queres que faça um desenho?
ŶŝŵĂĕĆŽďŝŽďŝďůŝŽŐƌĄĮĐĂĚŽƐƉŽĞƚĂƐĐŽŶƚĞŵƉŽƌąŶĞŽƐ͕ĐƵũĂŽďƌĂĠĞdžƉůŽƌĂĚĂĂŽůŽŶŐŽĚĂƵŶŝĚĂĚĞ͘
Animação Miguel Torga na 1.a pessoa
ŶŝŵĂĕĆŽĞdžƉŽƐŝƟǀĂƐŽďƌĞŽĞƐƟůŽůŝƚĞƌĄƌŝŽĚĞDŝŐƵĞůdŽƌŐĂ͘
Animação Eugénio de Andrade na 1.a pessoa
ŶŝŵĂĕĆŽĞdžƉŽƐŝƟǀĂƐŽďƌĞŽĞƐƟůŽůŝƚĞƌĄƌŝŽĚĞƵŐĠŶŝŽĚĞŶĚƌĂĚĞ͘
Animação Ana Luísa Amaral na 1.a pessoa
ŶŝŵĂĕĆŽĞdžƉŽƐŝƟǀĂƐŽďƌĞŽĞƐƟůŽůŝƚĞƌĄƌŝŽĚĞŶĂ>ƵşƐĂŵĂƌĂů͘
Animação Manuel Alegre na 1.a pessoa
ŶŝŵĂĕĆŽĞdžƉŽƐŝƟǀĂƐŽďƌĞŽĞƐƟůŽůŝƚĞƌĄƌŝŽĚĞDĂŶƵĞůůĞŐƌĞ͘
Animação #ComoResponderBem?: Poetas contemporâneos
ŶŝŵĂĕĆŽƚƵƚŽƌŝĂůƋƵĞĞdžƉůŝĐŝƚĂ͕ĂƚƌĂǀĠƐĚĞĚŝĐĂƐĞĚĞĞƐƋƵĞŵĂƐĞdžƉůŝĐĂƟǀŽƐ͕ĐŽŵŽƌĞƐƉŽŶĚĞƌĂƋƵĞƐ-
tões literárias, tendo como base um poema de um poeta contemporâneo.
'ƌĂŵĄƟĐĂKƌĂĕƁĞƐƐƵďŽƌĚŝŶĂĚĂƐĂĚǀĞƌďŝĂŝƐĐŽŵƉĂƌĂƟǀĂƐ
'ƌĂŵĄƟĐĂŝŶƚĞƌĂƟǀĂƋƵĞĚĞĮŶĞĞĞdžƉůŝĐĂ͕ĂƚƌĂǀĠƐĚĞĞdžĞŵƉůŽƐ͕ĂƐŽƌĂĕƁĞƐƐƵďŽƌĚŝŶĂĚĂƐĂĚǀĞƌďŝĂŝƐ
ĐŽŵƉĂƌĂƟǀĂƐ͕ĞƐƉĞĐŝĮĐĂŶĚŽŽƐĞƵƵƐŽĞĂƐƐƵĂƐŵĂƌĐĂƐůŝŶŐƵşƐƟĐĂƐ͘KƌĞĐƵƌƐŽĂƉƌĞƐĞŶƚĂĂŝŶĚĂŵŽ-
ŵĞŶƚŽƐĚĞĂƟǀŝĚĂĚĞƐƉĂƌĂƉƌĂƟĐĂƌŽƐĐŽŶƚĞƷĚŽƐ͘
'ƌĂŵĄƟĐĂKƌĂĕƁĞƐƐƵďŽƌĚŝŶĂĚĂƐƐƵďƐƚĂŶƟǀĂƐĐŽŵƉůĞƟǀĂƐ
'ƌĂŵĄƟĐĂŝŶƚĞƌĂƟǀĂƋƵĞĚĞĮŶĞĞĞdžƉůŝĐĂ͕ĂƚƌĂǀĠƐĚĞĞdžĞŵƉůŽƐ͕ĂƐŽƌĂĕƁĞƐƐƵďŽƌĚŝŶĂĚĂƐƐƵďƐƚĂŶƟǀĂƐ
ĐŽŵƉůĞƟǀĂƐ͕ĞƐƉĞĐŝĮĐĂŶĚŽŽƐĞƵƵƐŽĞĂƐƐƵĂƐŵĂƌĐĂƐůŝŶŐƵşƐƟĐĂƐ͘KƌĞĐƵƌƐŽĂƉƌĞƐĞŶƚĂĂŝŶĚĂŵŽŵĞŶ-
ƚŽƐĚĞĂƟǀŝĚĂĚĞƐƉĂƌĂƉƌĂƟĐĂƌŽƐĐŽŶƚĞƷĚŽƐ͘
Apresentação
de conteúdos 'ƌĂŵĄƟĐĂKƌĂĕƁĞƐƐƵďŽƌĚŝŶĂĚĂƐĂĚũĞƟǀĂƐƌĞůĂƟǀĂƐ
'ƌĂŵĄƟĐĂŝŶƚĞƌĂƟǀĂƋƵĞĚĞĮŶĞĞĞdžƉůŝĐĂ͕ĂƚƌĂǀĠƐĚĞĞdžĞŵƉůŽƐ͕ĂƐŽƌĂĕƁĞƐƐƵďŽƌĚŝŶĂĚĂƐĂĚũĞƟǀĂƐ
ƌĞůĂƟǀĂƐ͕ĞƐƉĞĐŝĮĐĂŶĚŽŽƐĞƵƵƐŽĞĂƐƐƵĂƐŵĂƌĐĂƐůŝŶŐƵşƐƟĐĂƐ͘KƌĞĐƵƌƐŽĂƉƌĞƐĞŶƚĂĂŝŶĚĂŵŽŵĞŶƚŽƐ
ĚĞĂƟǀŝĚĂĚĞƐƉĂƌĂƉƌĂƟĐĂƌŽƐĐŽŶƚĞƷĚŽƐ͘
'ƌĂŵĄƟĐĂOrações subordinadas adverbiais condicionais
'ƌĂŵĄƟĐĂŝŶƚĞƌĂƟǀĂƋƵĞĚĞĮŶĞĞĞdžƉůŝĐĂ͕ĂƚƌĂǀĠƐĚĞĞdžĞŵƉůŽƐ͕ĂƐŽƌĂĕƁĞƐƐƵďŽƌĚŝŶĂĚĂƐĂĚǀĞƌďŝĂŝƐ
ĐŽŶĚŝĐŝŽŶĂŝƐ͕ĞƐƉĞĐŝĮĐĂŶĚŽŽƐĞƵƵƐŽĞĂƐƐƵĂƐŵĂƌĐĂƐůŝŶŐƵşƐƟĐĂƐ͘KƌĞĐƵƌƐŽĂƉƌĞƐĞŶƚĂĂŝŶĚĂŵŽŵĞŶ-
ƚŽƐĚĞĂƟǀŝĚĂĚĞƐƉĂƌĂƉƌĂƟĐĂƌŽƐĐŽŶƚĞƷĚŽƐ͘
'ƌĂŵĄƟĐĂ Orações subordinadas adverbiais temporais
'ƌĂŵĄƟĐĂŝŶƚĞƌĂƟǀĂƋƵĞĚĞĮŶĞĞĞdžƉůŝĐĂ͕ĂƚƌĂǀĠƐĚĞĞdžĞŵƉůŽƐ͕ĂƐŽƌĂĕƁĞƐƐƵďŽƌĚŝŶĂĚĂƐĂĚǀĞƌďŝĂŝƐ
ƚĞŵƉŽƌĂŝƐ͕ĞƐƉĞĐŝĮĐĂŶĚŽŽƐĞƵƵƐŽĞĂƐƐƵĂƐŵĂƌĐĂƐůŝŶŐƵşƐƟĐĂƐ͘KƌĞĐƵƌƐŽĂƉƌĞƐĞŶƚĂĂŝŶĚĂŵŽŵĞŶƚŽƐ
ĚĞĂƟǀŝĚĂĚĞƐƉĂƌĂƉƌĂƟĐĂƌŽƐĐŽŶƚĞƷĚŽƐ͘
Vídeo Mensagens em Reels
Vídeos que, de forma dinâmica, apresentam os conteúdos do Truques & Dicas.
Síntese Guia de estudo: Poetas contemporâneos
Recurso com a análise dos pontos mais relevantes da poesia de Miguel Torga, Eugénio de Andrade,
ŶĂ>ƵşƐĂŵĂƌĂůĞDĂŶƵĞůůĞŐƌĞ͕ŶŽŵĞĂĚĂŵĞŶƚĞƚĞŵĄƟĐĂƐ͕ůŝŶŐƵĂŐĞŵĞĞƐƟůŽ͘ƚƌĂǀĠƐĚĞĄƵĚŝŽƐĞ
ĚĞĞdžĞŵƉůŽƐƚĞdžƚƵĂŝƐ͕ƐĆŽĚĞƐƚĂĐĂĚŽƐŽƐĐŽŶƚĞƷĚŽƐŵĂŝƐƉĞƌƟŶĞŶƚĞƐ͘
Apresentação PPT Poetas contemporâneos
WŽǁĞƌWŽŝŶƚΠĞĚŝƚĄǀĞůƋƵĞĂƉƌĞƐĞŶƚĂ͕ƐŝƐƚĞŵĂƟnjĂĞĞdžƉůŝĐŝƚĂŽƐƉŽŶƚŽƐŵĂŝƐƌĞůĞǀĂŶƚĞƐƐŽďƌĞŽƐƋƵĂƚƌŽ
ƉŽĞƚĂƐĂďŽƌĚĂĚŽƐŶŽŵĂŶƵĂů͘EŽĮŶĂů͕ŽƌĞĐƵƌƐŽĂƉƌĞƐĞŶƚĂĂŝŶĚĂĞdžĞƌĐşĐŝŽƐĚĞĐŽŶƐŽůŝĚĂĕĆŽĂĐĞƌĐĂ
ĚĂŵĂƚĠƌŝĂƐŝƐƚĞŵĂƟnjĂĚĂ͘
Audiossíntese Debate
Síntese, em formato áudio, que aborda a estrutura do debate.
Vídeos e áudiosĚĞĂƉŽŝŽăƵŶŝĚĂĚĞĚŝĚĄƟĐĂ͘

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 29


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

continuação

YƵŝnjMiguel Torga
YƵŝnjĐŽŵƉŽƐƚŽƉŽƌϰƋƵĞƐƚƁĞƐĞƌĞƐƉĞƟǀĂĞdžƉůŝĐĂĕĆŽ͘
YƵŝnjEugénio de Andrade
YƵŝnjĐŽŵƉŽƐƚŽƉŽƌϰƋƵĞƐƚƁĞƐĞƌĞƐƉĞƟǀĂĞdžƉůŝĐĂĕĆŽ͘
YƵŝnjAna Luísa Amaral
YƵŝnjĐŽŵƉŽƐƚŽƉŽƌϰƋƵĞƐƚƁĞƐĞƌĞƐƉĞƟǀĂĞdžƉůŝĐĂĕĆŽ͘
YƵŝnjManuel Alegre
YƵŝnjĐŽŵƉŽƐƚŽƉŽƌϰƋƵĞƐƚƁĞƐĞƌĞƐƉĞƟǀĂĞdžƉůŝĐĂĕĆŽ͘

ƉůŝĐĂĕĆŽͬ YƵŝnjnjĞƐŐƌĂŵĂƟĐĂŝƐ
YƵŝnjnjĞƐĐŽŵƉŽƐƚŽƐƉŽƌϰƋƵĞƐƚƁĞƐĞƌĞƐƉĞƟǀĂĞdžƉůŝĐĂĕĆŽ͕ĐŽŵŽƐĐŽŶƚĞƷĚŽƐĚĂƐŐƌĂŵĄƟĐĂƐŵĞŶĐŝŽ-
Consolidação
ŶĂĚĂƐŶĂƌĞƐƉĞƟǀĂƵŶŝĚĂĚĞ͘
Kahoot® Poetas contemporâneos I
:ŽŐŽĞĚƵĐĂƟǀŽĐŽŵƉŽƐƚŽƉŽƌϱƋƵĞƐƚƁĞƐĚĞĞƐĐŽůŚĂŵƷůƟƉůĂ͘
Kahoot® Poetas contemporâneos II
:ŽŐŽĞĚƵĐĂƟǀŽĐŽŵƉŽƐƚŽƉŽƌϱƋƵĞƐƚƁĞƐĚĞĞƐĐŽůŚĂŵƷůƟƉůĂ͘
Jogo ηĞƐĂĮŽ>ŝƚĞƌĄƌŝŽ͗ƉŽĞƚĂƐĐŽŶƚĞŵƉŽƌąŶĞŽƐ
ƟǀŝĚĂĚĞĚŝĚĄƟĐĂĐŽŵĂĚŝǀŝŶŚĂƐ͕ĐŚĂƌĂĚĂƐĞƉĞƌŐƵŶƚĂƐĚĞƚĞŽƌŚŝƐƚſƌŝĐŽͲůŝƚĞƌĄƌŝŽ͕ƋƵĞƉĞƌŵŝƚĞƌĞƐƵŵŝƌ
e aplicar os conceitos-chave trabalhados sobre os poetas contemporâneos: Miguel Torga, Eugénio de
Andrade, Ana Luísa Amaral e Manuel Alegre.

dĞƐƚĞŝŶƚĞƌĂƟǀŽPoetas contemporâneos
dĞƐƚĞŝŶƚĞƌĂƟǀŽĐŽŵƉŽƐƚŽƉŽƌϳƋƵĞƐƚƁĞƐ͕ĐŽŵĂĐĞƐƐŽĂƌĞůĂƚſƌŝŽĚĞƚĂůŚĂĚŽ͘
Avaliação
Teste global Poetas contemporâneos
dĞƐƚĞŝŶƚĞƌĂƟǀŽĐŽŵƉŽƐƚŽƉŽƌϭϮƋƵĞƐƚƁĞƐ͕ĐŽŵĂĐĞƐƐŽĂƌĞůĂƚſƌŝŽĚĞƚĂůŚĂĚŽ͘

U4 – José Saramago

/ŶĨŽŐƌĄĮĐŽLinha do tempo: do Pós-Modernismo à Época Contemporânea


/ŶĨŽŐƌĄĮĐŽĐŽŵƚĞdžƚŽĞŝŵĂŐĞŶƐƋƵĞĂďŽƌĚĂĂƐĚĂƚĂƐƌĞůĞǀĂŶƚĞƐŽĐŽƌƌŝĚĂƐŶŽĐŽŶƚĞdžƚŽĐƌŽŶŽůſŐŝĐŽĞŵ
análise ao longo da unidade.
Apresentação Animação José Saramago ou queres que faça um desenho?
de conteúdos ŶŝŵĂĕĆŽďŝŽďŝďůŝŽŐƌĄĮĐĂĂĐĞƌĐĂĚĂǀŝĚĂĞŽďƌĂĚĞ:ŽƐĠ^ĂƌĂŵĂŐŽ͕ĐƵũĂŽďƌĂĠĞdžƉůŽƌĂĚĂĂŽůŽŶŐŽĚĂ
unidade.
Animação José Saramago na 1.a pessoa
ŶŝŵĂĕĆŽĞdžƉŽƐŝƟǀĂƐŽďƌĞŽĞƐƟůŽůŝƚĞƌĄƌŝŽĚĞ:ŽƐĠ^ĂƌĂŵĂŐŽ͘

U4.1 – José Saramago, Memorial do convento


Vídeo Mensagens em Reels
Vídeos que, de forma dinâmica, apresentam os conteúdos do Truques & Dicas.
Animação #ComoResponderBem: José Saramago, Memorial do convento
ŶŝŵĂĕĆŽƚƵƚŽƌŝĂůƋƵĞĞdžƉůŝĐŝƚĂ͕ĂƚƌĂǀĠƐĚĞĚŝĐĂƐĞĚĞĞƐƋƵĞŵĂƐĞdžƉůŝĐĂƟǀŽƐ͕ĐŽŵŽƌĞƐƉŽŶĚĞƌĂƋƵĞƐ-
tões literárias, tendo como base um excerto da obra de José Saramago.
Animação Texto de opinião
Apresentação sşĚĞŽƚƵƚŽƌŝĂůƋƵĞ͕ĚĞĨŽƌŵĂĚŝŶąŵŝĐĂ͕ĞdžĞŵƉůŝĮĐĂĐŽŵŽĞƐĐƌĞǀĞƌƵŵƚĞdžƚŽĚĞŽƉŝŶŝĆŽ͕ĞdžƉůŝĐĂŶĚŽĂƐ
de conteúdos ĐĂƌĂĐƚĞƌşƐƟĐĂƐĚĞƐƚĞŐĠŶĞƌŽƚĞdžƚƵĂů͕ĂƐƐŝŵĐŽŵŽĂƐĚŝĨĞƌĞŶƚĞƐĞƚĂƉĂƐĚĂƐƵĂĞůĂďŽƌĂĕĆŽ͘
Animação dĞdžƚŽĞdžƉŽƐŝƟǀŽ
dƵƚŽƌŝĂůƋƵĞ͕ĚĞĨŽƌŵĂĚŝŶąŵŝĐĂ͕ĞdžĞŵƉůŝĮĐĂĐŽŵŽĞƐĐƌĞǀĞƌƵŵƚĞdžƚŽĞdžƉŽƐŝƟǀŽ͕ĞdžƉůŝĐĂŶĚŽĂƐĐĂƌĂĐ-
ƚĞƌşƐƟĐĂƐĚĞƐƚĞŐĠŶĞƌŽƚĞdžƚƵĂů͕ĂƐƐŝŵĐŽŵŽĂƐĚŝĨĞƌĞŶƚĞƐĞƚĂƉĂƐĚĂƐƵĂĞůĂďŽƌĂĕĆŽ͘
Animação ƉƌĞĐŝĂĕĆŽĐƌşƟĐĂ
sşĚĞŽƚƵƚŽƌŝĂůƋƵĞ͕ĚĞĨŽƌŵĂĚŝŶąŵŝĐĂ͕ĞdžĞŵƉůŝĮĐĂĐŽŵŽĞƐĐƌĞǀĞƌƵŵĂĂƉƌĞĐŝĂĕĆŽĐƌşƟĐĂ͕ĞdžƉůŝĐĂŶĚŽ
ĂƐĐĂƌĂĐƚĞƌşƐƟĐĂƐĚĞƐƚĞŐĠŶĞƌŽƚĞdžƚƵĂů͕ĂƐƐŝŵĐŽŵŽĂƐĚŝĨĞƌĞŶƚĞƐĞƚĂƉĂƐĚĂƐƵĂĞůĂďŽƌĂĕĆŽ͘

30 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

continuação

Síntese Guia de estudo: José Saramago, Memorial do convento


Recurso com a análise dos pontos mais relevantes da obra Memorial do Convento, nomeadamente
ƚĞŵĄƟĐĂƐ͕ůŝŶŐƵĂŐĞŵĞĞƐƟůŽ͘ƚƌĂǀĠƐĚĞĄƵĚŝŽƐĞĚĞĞdžĞŵƉůŽƐƚĞdžƚƵĂŝƐ͕ƐĆŽĚĞƐƚĂĐĂĚŽƐŽƐĐŽŶƚĞƷĚŽƐ
ŵĂŝƐƉĞƌƟŶĞŶƚĞƐ͘
Apresentação PPT José Saramago, Memorial do convento
WŽǁĞƌWŽŝŶƚΠĞĚŝƚĄǀĞůƋƵĞĂƉƌĞƐĞŶƚĂ͕ƐŝƐƚĞŵĂƟnjĂĞĞdžƉůŝĐŝƚĂŽƐƉŽŶƚŽƐŵĂŝƐƌĞůĞǀĂŶƚĞƐĚĂŽďƌĂMemo-
rial do convento͕ŶŽŵĞĂĚĂŵĞŶƚĞƚĞŵĄƟĐĂƐ͕ůŝŶŐƵĂŐĞŵĞĞƐƟůŽ͘EŽĮŶĂů͕ŽƌĞĐƵƌƐŽĂƉƌĞƐĞŶƚĂĂŝŶĚĂ
ĞdžĞƌĐşĐŝŽƐĚĞĐŽŶƐŽůŝĚĂĕĆŽĂĐĞƌĐĂĚĂŵĂƚĠƌŝĂƐŝƐƚĞŵĂƟnjĂĚĂ͘
'ƌĂŵĄƟĐĂSujeito
'ƌĂŵĄƟĐĂ ŝŶƚĞƌĂƟǀĂ ƋƵĞ ĚĞĮŶĞ Ğ ĞdžƉůŝĐĂ͕ ĞdžĞŵƉůŝĮĐĂŶĚŽ͕ Ă ĨƵŶĕĆŽ ƐŝŶƚĄƟĐĂ ĚĞƐŝŐŶĂĚĂ ƐƵũĞŝƚŽ͘
KƌĞĐƵƌƐŽĂƉƌĞƐĞŶƚĂĂŝŶĚĂŵŽŵĞŶƚŽƐĚĞĂƟǀŝĚĂĚĞƐƉĂƌĂƉƌĂƟĐĂƌŽƐĐŽŶƚĞƷĚŽƐ͘
'ƌĂŵĄƟĐĂsŽĐĂƟǀŽ
'ƌĂŵĄƟĐĂ ŝŶƚĞƌĂƟǀĂ ƋƵĞ ĚĞĮŶĞ Ğ ĞdžƉůŝĐĂ͕ ĞdžĞŵƉůŝĮĐĂŶĚŽ͕ Ă ĨƵŶĕĆŽ ƐŝŶƚĄƟĐĂ ĚĞƐŝŐŶĂĚĂ ǀŽĐĂƟǀŽ͘
KƌĞĐƵƌƐŽĂƉƌĞƐĞŶƚĂĂŝŶĚĂŵŽŵĞŶƚŽƐĚĞĂƟǀŝĚĂĚĞƐƉĂƌĂƉƌĂƟĐĂƌŽƐĐŽŶƚĞƷĚŽƐ͘
'ƌĂŵĄƟĐĂDŽĚŝĮĐĂĚŽƌĚŽŶŽŵĞ
'ƌĂŵĄƟĐĂŝŶƚĞƌĂƟǀĂƋƵĞĚĞĮŶĞĞĞdžƉůŝĐĂ͕ĞdžĞŵƉůŝĮĐĂŶĚŽ͕ĂĨƵŶĕĆŽƐŝŶƚĄƟĐĂĚĞƐŝŐŶĂĚĂŵŽĚŝĮĐĂĚŽƌĚŽ
ŶŽŵĞ͘KƌĞĐƵƌƐŽĂƉƌĞƐĞŶƚĂĂŝŶĚĂŵŽŵĞŶƚŽƐĚĞĂƟǀŝĚĂĚĞƐƉĂƌĂƉƌĂƟĐĂƌŽƐĐŽŶƚĞƷĚŽƐ͘
'ƌĂŵĄƟĐĂDêixis
'ƌĂŵĄƟĐĂŝŶƚĞƌĂƟǀĂƋƵĞĚĞĮŶĞĞĞdžƉůŝĐĂ͕ĞdžĞŵƉůŝĮĐĂŶĚŽ͕ĂĨƵŶĕĆŽĚĂĚġŝdžŝƐ͘KƌĞĐƵƌƐŽĂƉƌĞƐĞŶƚĂ
ĂŝŶĚĂŵŽŵĞŶƚŽƐĚĞĂƟǀŝĚĂĚĞƐƉĂƌĂƉƌĂƟĐĂƌŽƐĐŽŶƚĞƷĚŽƐ͘
'ƌĂŵĄƟĐĂdĞdžƚƵĂůŝĚĂĚĞ͗WƌŽŐƌĞƐƐĆŽƚĞŵĄƟĐĂĞĐŽĞƌġŶĐŝĂƚĞdžƚƵĂů
'ƌĂŵĄƟĐĂŝŶƚĞƌĂƟǀĂƋƵĞĚĞĮŶĞĞĞdžĞŵƉůŝĮĐĂĂƐƉƌŝŶĐŝƉĂŝƐƉƌŽƉƌŝĞĚĂĚĞƐƋƵĞƵŵƚĞdžƚŽĚĞǀĞĂƉƌĞƐĞŶ-
ƚĂƌƉĂƌĂƐĞƌďĞŵĞƐƚƌƵƚƵƌĂĚŽ͘KƌĞĐƵƌƐŽĂƉƌĞƐĞŶƚĂĂŝŶĚĂŵŽŵĞŶƚŽƐĚĞĂƟǀŝĚĂĚĞƐƉĂƌĂƉƌĂƟĐĂƌŽƐ
Apresentação conteúdos.
de conteúdos 'ƌĂŵĄƟĐĂValor aspetual
'ƌĂŵĄƟĐĂ ŝŶƚĞƌĂƟǀĂ ƋƵĞ ĚĞĮŶĞ Ğ ĞdžƉůŝĐĂ͕ ĂƚƌĂǀĠƐ ĚĞ ĞdžĞŵƉůŽƐ͕ ŽƐ ĚŝĨĞƌĞŶƚĞƐ ǀĂůŽƌĞƐ ĂƐƉĞƚƵĂŝƐ͘
KƌĞĐƵƌƐŽĂƉƌĞƐĞŶƚĂĂŝŶĚĂŵŽŵĞŶƚŽƐĚĞĂƟǀŝĚĂĚĞƐƉĂƌĂƉƌĂƟĐĂƌŽƐĐŽŶƚĞƷĚŽƐ͘
Audiossíntese >ŝŶŐƵĂŐĞŵĞĞƐƟůŽĞŵMemorial do convento
^şŶƚĞƐĞ͕ĞŵĨŽƌŵĂƚŽĄƵĚŝŽ͕ƋƵĞĂďŽƌĚĂĂůŝŶŐƵĂŐĞŵĞĞƐƟůŽĞŵMemorial do convento, de José
Saramago.
Audiossíntese Linha de ação: construção do convento, a epopeia do trabalho
Síntese, em formato áudio, que aborda a linha de ação de Memorial do convento, de José Saramago.
Audiossíntese Linha de ação: Baltasar e Blimunda, a sublimação do amor
Síntese, em formato áudio, que aborda a linha de ação de Memorial do convento, de José Saramago.
Audiossíntese sŝƐĆŽĐƌşƟĐĂĞŵMemorial do convento
^şŶƚĞƐĞ͕ĞŵĨŽƌŵĂƚŽĄƵĚŝŽ͕ƋƵĞĂďŽƌĚĂĂǀŝƐĆŽĐƌşƟĐĂĞŵMemorial do convento, de José Saramago.
Audiossíntese KƚĞŵƉŽ͗ŽƚĞŵƉŽĚĂŶĂƌƌĂƟǀĂĞŽƚĞŵƉŽĚŽĚŝƐĐƵƌƐŽ
Síntese, em formato áudio, que aborda o tempo em Memorial do convento, de José Saramago.
Audiossíntese Linha de ação: a construção da passarola, o elogio do sonho
Síntese, em formato áudio, que aborda a linha de ação de Memorial do convento, de José Saramago.
Audiossíntese Dimensão simbólica em Memorial do convento
Síntese, em formato áudio, que aborda a dimensão simbólica de Memorial do convento, de José
Saramago.
Audiossíntese ĂƌĂĐƚĞƌŝnjĂĕĆŽĚĂƐƉĞƌƐŽŶĂŐĞŶƐ͘ZĞůĂĕĆŽĞŶƚƌĞĞůĂƐ͘
Síntese, em formato áudio, que caracteriza as personagens da obra Memorial do convento, de José
Saramago.
Vídeos e áudiosĚĞĂƉŽŝŽăƵŶŝĚĂĚĞĚŝĚĄƟĐĂ͘

YƵŝnj José Saramago – Memorial do convento 1


YƵŝnjĐŽŵƉŽƐƚŽƉŽƌϰƋƵĞƐƚƁĞƐĞƌĞƐƉĞƟǀĂĞdžƉůŝĐĂĕĆŽ͘
ƉůŝĐĂĕĆŽͬ YƵŝnjJosé Saramago – Memorial do convento 2
Consolidação YƵŝnjĐŽŵƉŽƐƚŽƉŽƌϰƋƵĞƐƚƁĞƐĞƌĞƐƉĞƟǀĂĞdžƉůŝĐĂĕĆŽ͘
YƵŝnj José Saramago – Memorial do convento 3
YƵŝnjĐŽŵƉŽƐƚŽƉŽƌϰƋƵĞƐƚƁĞƐĞƌĞƐƉĞƟǀĂĞdžƉůŝĐĂĕĆŽ͘

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 31


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

continuação

YƵŝnjGéneros textuais: leitura


YƵŝnjĐŽŵƉŽƐƚŽƉŽƌϰƋƵĞƐƚƁĞƐĞƌĞƐƉĞƟǀĂĞdžƉůŝĐĂĕĆŽ͘
YƵŝnjGéneros textuais: escrita
YƵŝnjĐŽŵƉŽƐƚŽƉŽƌϰƋƵĞƐƚƁĞƐĞƌĞƐƉĞƟǀĂĞdžƉůŝĐĂĕĆŽ͘
YƵŝnjnjĞƐŐƌĂŵĂƟĐĂŝƐ
ƉůŝĐĂĕĆŽͬ YƵŝnjnjĞƐĐŽŵƉŽƐƚŽƐƉŽƌϰƋƵĞƐƚƁĞƐĞƌĞƐƉĞƟǀĂĞdžƉůŝĐĂĕĆŽ͕ĐŽŵŽƐĐŽŶƚĞƷĚŽƐĚĂƐŐƌĂŵĄƟĐĂƐŵĞŶĐŝŽ-
Consolidação ŶĂĚĂƐŶĂƌĞƐƉĞƟǀĂƵŶŝĚĂĚĞ͘
Kahoot® José Saramago, Memorial do convento
:ŽŐŽĐŽŵƉŽƐƚŽƉŽƌϱƋƵĞƐƚƁĞƐĚĞĞƐĐŽůŚĂŵƷůƟƉůĂ͘
Jogo ηĞƐĂĮŽ>ŝƚĞƌĄƌŝŽ͗:ŽƐĠ^ĂƌĂŵĂŐŽ
ƟǀŝĚĂĚĞĚŝĚĄƟĐĂĐŽŵĂĚŝǀŝŶŚĂƐ͕ĐŚĂƌĂĚĂƐĞƉĞƌŐƵŶƚĂƐĚĞƚĞŽƌŚŝƐƚſƌŝĐŽͲůŝƚĞƌĄƌŝŽ͕ƋƵĞƉĞƌŵŝƚĞƌĞƐƵŵŝƌ
e aplicar os conceitos-chave trabalhados sobre as obras de José Saramago.

dĞƐƚĞŝŶƚĞƌĂƟǀŽJosé Saramago – Memorial do convento


dĞƐƚĞŝŶƚĞƌĂƟǀŽĐŽŵƉŽƐƚŽƉŽƌϳƋƵĞƐƚƁĞƐ͕ĐŽŵĂĐĞƐƐŽĂƌĞůĂƚſƌŝŽĚĞƚĂůŚĂĚŽ͘
Avaliação
Teste global José Saramago, Memorial do convento
dĞƐƚĞŝŶƚĞƌĂƟǀŽĐŽŵƉŽƐƚŽƉŽƌϭϮƋƵĞƐƚƁĞƐ͕ĐŽŵĂĐĞƐƐŽĂƌĞůĂƚſƌŝŽĚĞƚĂůŚĂĚŽ͘

U4.2 – José Saramago, O ano da morte de Ricardo Reis

Vídeo Mensagens em Reels


Vídeos que, de forma dinâmica, apresentam os conteúdos do Truques & Dicas.
Animação #ComoResponderBem?: José Saramago, O ano da morte de Ricardo Reis
ŶŝŵĂĕĆŽƚƵƚŽƌŝĂůƋƵĞĞdžƉůŝĐŝƚĂ͕ĂƚƌĂǀĠƐĚĞĚŝĐĂƐĞĚĞĞƐƋƵĞŵĂƐĞdžƉůŝĐĂƟǀŽƐ͕ĐŽŵŽƌĞƐƉŽŶĚĞƌĂƋƵĞƐ-
tões literárias, tendo como base um excerto da obra de José Saramago.
Animação Texto de opinião
sşĚĞŽƚƵƚŽƌŝĂůƋƵĞ͕ĚĞĨŽƌŵĂĚŝŶąŵŝĐĂ͕ĞdžĞŵƉůŝĮĐĂĐŽŵŽĞƐĐƌĞǀĞƌƵŵƚĞdžƚŽĚĞŽƉŝŶŝĆŽ͕ĞdžƉůŝĐĂŶĚŽĂƐ
ĐĂƌĂĐƚĞƌşƐƟĐĂƐĚĞƐƚĞŐĠŶĞƌŽƚĞdžƚƵĂů͕ĂƐƐŝŵĐŽŵŽĂƐĚŝĨĞƌĞŶƚĞƐĞƚĂƉĂƐĚĂƐƵĂĞůĂďŽƌĂĕĆŽ͘
Animação dĞdžƚŽĞdžƉŽƐŝƟǀŽ
dƵƚŽƌŝĂůƋƵĞ͕ĚĞĨŽƌŵĂĚŝŶąŵŝĐĂ͕ĞdžĞŵƉůŝĮĐĂĐŽŵŽĞƐĐƌĞǀĞƌƵŵƚĞdžƚŽĞdžƉŽƐŝƟǀŽ͕ĞdžƉůŝĐĂŶĚŽĂƐĐĂƌĂĐ-
ƚĞƌşƐƟĐĂƐĚĞƐƚĞŐĠŶĞƌŽƚĞdžƚƵĂů͕ĂƐƐŝŵĐŽŵŽĂƐĚŝĨĞƌĞŶƚĞƐĞƚĂƉĂƐĚĂƐƵĂĞůĂďŽƌĂĕĆŽ͘
Animação ƉƌĞĐŝĂĕĆŽĐƌşƟĐĂ
sşĚĞŽƚƵƚŽƌŝĂůƋƵĞ͕ĚĞĨŽƌŵĂĚŝŶąŵŝĐĂ͕ĞdžĞŵƉůŝĮĐĂĐŽŵŽĞƐĐƌĞǀĞƌƵŵĂĂƉƌĞĐŝĂĕĆŽĐƌşƟĐĂ͕ĞdžƉůŝĐĂŶĚŽ
ĂƐĐĂƌĂĐƚĞƌşƐƟĐĂƐĚĞƐƚĞŐĠŶĞƌŽƚĞdžƚƵĂů͕ĂƐƐŝŵĐŽŵŽĂƐĚŝĨĞƌĞŶƚĞƐĞƚĂƉĂƐĚĂƐƵĂĞůĂďŽƌĂĕĆŽ͘

Apresentação Síntese José Saramago, O ano da morte de Ricardo Reis


Recurso com a análise dos pontos mais relevantes da obra O ano da morte de Ricardo Reis, nomea-
de conteúdos
ĚĂŵĞŶƚĞƚĞŵĄƟĐĂƐ͕ůŝŶŐƵĂŐĞŵĞĞƐƟůŽ͘ƚƌĂǀĠƐĚĞĄƵĚŝŽƐĞĚĞĞdžĞŵƉůŽƐƚĞdžƚƵĂŝƐ͕ƐĆŽĚĞƐƚĂĐĂĚŽƐŽƐ
ĐŽŶƚĞƷĚŽƐŵĂŝƐƉĞƌƟŶĞŶƚĞƐ͘
Apresentação PPT José Saramago, O ano da morte de Ricardo Reis
WŽǁĞƌWŽŝŶƚΠĞĚŝƚĄǀĞůƋƵĞĂƉƌĞƐĞŶƚĂ͕ƐŝƐƚĞŵĂƟnjĂĞĞdžƉůŝĐŝƚĂŽƐƉŽŶƚŽƐŵĂŝƐƌĞůĞǀĂŶƚĞƐĚĂŽďƌĂO ano
da morte de Ricardo Reis͕ŶŽŵĞĂĚĂŵĞŶƚĞƚĞŵĄƟĐĂƐ͕ůŝŶŐƵĂŐĞŵĞĞƐƟůŽ͘EŽĮŶĂů͕ŽƌĞĐƵƌƐŽĂƉƌĞƐĞŶƚĂ
ĂŝŶĚĂĞdžĞƌĐşĐŝŽƐĚĞĐŽŶƐŽůŝĚĂĕĆŽĂĐĞƌĐĂĚĂŵĂƚĠƌŝĂƐŝƐƚĞŵĂƟnjĂĚĂ͘
'ƌĂŵĄƟĐĂSujeito
'ƌĂŵĄƟĐĂŝŶƚĞƌĂƟǀĂƋƵĞĚĞĮŶĞĞĞdžƉůŝĐĂ͕ĞdžĞŵƉůŝĮĐĂŶĚŽ͕ĂĨƵŶĕĆŽƐŝŶƚĄƟĐĂĚĞƐŝŐŶĂĚĂƐƵũĞŝƚŽ͘KƌĞ-
ĐƵƌƐŽĂƉƌĞƐĞŶƚĂĂŝŶĚĂŵŽŵĞŶƚŽƐĚĞĂƟǀŝĚĂĚĞƐƉĂƌĂƉƌĂƟĐĂƌŽƐĐŽŶƚĞƷĚŽƐ͘
'ƌĂŵĄƟĐĂComplemento do nome
'ƌĂŵĄƟĐĂŝŶƚĞƌĂƟǀĂƋƵĞĚĞĮŶĞĞĞdžƉůŝĐĂ͕ĞdžĞŵƉůŝĮĐĂŶĚŽ͕ĂĨƵŶĕĆŽƐŝŶƚĄƟĐĂĚĞƐŝŐŶĂĚĂĐŽŵƉůĞŵĞŶƚŽ
ĚŽŶŽŵĞ͘KƌĞĐƵƌƐŽĂƉƌĞƐĞŶƚĂĂŝŶĚĂŵŽŵĞŶƚŽƐĚĞĂƟǀŝĚĂĚĞƐƉĂƌĂƉƌĂƟĐĂƌŽƐĐŽŶƚĞƷĚŽƐ͘
'ƌĂŵĄƟĐĂComplemento do advérbio
'ƌĂŵĄƟĐĂŝŶƚĞƌĂƟǀĂƋƵĞĚĞĮŶĞĞĞdžƉůŝĐĂ͕ĞdžĞŵƉůŝĮĐĂŶĚŽ͕ĂĨƵŶĕĆŽƐŝŶƚĄƟĐĂĚĞƐŝŐŶĂĚĂĐŽŵƉůĞŵĞŶƚŽ
ĚŽĂĚǀĠƌďŝŽ͘KƌĞĐƵƌƐŽĂƉƌĞƐĞŶƚĂĂŝŶĚĂŵŽŵĞŶƚŽƐĚĞĂƟǀŝĚĂĚĞƐƉĂƌĂƉƌĂƟĐĂƌŽƐĐŽŶƚĞƷĚŽƐ͘

32 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

continuação

'ƌĂŵĄƟĐĂComplemento oblíquo
'ƌĂŵĄƟĐĂŝŶƚĞƌĂƟǀĂƋƵĞĚĞĮŶĞĞĞdžƉůŝĐĂ͕ĞdžĞŵƉůŝĮĐĂŶĚŽ͕ĂĨƵŶĕĆŽƐŝŶƚĄƟĐĂĚĞƐŝŐŶĂĚĂĐŽŵƉůĞŵĞŶƚŽ
ŽďůşƋƵŽ͘KƌĞĐƵƌƐŽĂƉƌĞƐĞŶƚĂĂŝŶĚĂŵŽŵĞŶƚŽƐĚĞĂƟǀŝĚĂĚĞƐƉĂƌĂƉƌĂƟĐĂƌŽƐĐŽŶƚĞƷĚŽƐ͘
'ƌĂŵĄƟĐĂŽŵƉůĞŵĞŶƚŽĚŽĂĚũĞƟǀŽ
'ƌĂŵĄƟĐĂŝŶƚĞƌĂƟǀĂƋƵĞĚĞĮŶĞĞĞdžƉůŝĐĂ͕ĞdžĞŵƉůŝĮĐĂŶĚŽ͕ĂĨƵŶĕĆŽƐŝŶƚĄƟĐĂĚĞƐŝŐŶĂĚĂĐŽŵƉůĞŵĞŶƚŽ
ĚŽĂĚũĞƟǀŽ͘KƌĞĐƵƌƐŽĂƉƌĞƐĞŶƚĂĂŝŶĚĂŵŽŵĞŶƚŽƐĚĞĂƟǀŝĚĂĚĞƐƉĂƌĂƉƌĂƟĐĂƌŽƐĐŽŶƚĞƷĚŽƐ͘
'ƌĂŵĄƟĐĂdĞdžƚƵĂůŝĚĂĚĞ͗WƌŽŐƌĞƐƐĆŽƚĞŵĄƟĐĂĞĐŽĞƌġŶĐŝĂƚĞdžƚƵĂů
'ƌĂŵĄƟĐĂŝŶƚĞƌĂƟǀĂƋƵĞĚĞĮŶĞĞĞdžĞŵƉůŝĮĐĂĂƐƉƌŝŶĐŝƉĂŝƐƉƌŽƉƌŝĞĚĂĚĞƐƋƵĞƵŵƚĞdžƚŽĚĞǀĞĂƉƌĞƐĞŶ-
ƚĂƌƉĂƌĂƐĞƌďĞŵĞƐƚƌƵƚƵƌĂĚŽ͘KƌĞĐƵƌƐŽĂƉƌĞƐĞŶƚĂĂŝŶĚĂŵŽŵĞŶƚŽƐĚĞĂƟǀŝĚĂĚĞƐƉĂƌĂƉƌĂƟĐĂƌŽƐ
conteúdos.
'ƌĂŵĄƟĐĂ Valor aspetual
'ƌĂŵĄƟĐĂ ŝŶƚĞƌĂƟǀĂ ƋƵĞ ĚĞĮŶĞ Ğ ĞdžƉůŝĐĂ͕ ĂƚƌĂǀĠƐ ĚĞ ĞdžĞŵƉůŽƐ͕ ŽƐ ĚŝĨĞƌĞŶƚĞƐ ǀĂůŽƌĞƐ ĂƐƉĞƚƵĂŝƐ͘
KƌĞĐƵƌƐŽĂƉƌĞƐĞŶƚĂĂŝŶĚĂŵŽŵĞŶƚŽƐĚĞĂƟǀŝĚĂĚĞƐƉĂƌĂƉƌĂƟĐĂƌŽƐĐŽŶƚĞƷĚŽƐ͘
Audiossíntese >ŝŶŐƵĂŐĞŵĞĞƐƟůŽĞŵO ano da morte de Ricardo Reis
^şŶƚĞƐĞ͕ĞŵĨŽƌŵĂƚŽĄƵĚŝŽ͕ƋƵĞĂďŽƌĚĂĂůŝŶŐƵĂŐĞŵĞĞƐƟůŽĞŵO ano da morte de Ricardo Reis,
de José Saramago.
Audiossíntese Representações do século XX (I)
Apresentação
Síntese, em formato áudio, que aborda as representações do século XX em O ano da morte de Ricardo
de conteúdos
Reis, de José Saramago.
Audiossíntese Representações do século XX (II)
Síntese, em formato áudio, que aborda as representações do século XX em O ano da morte de Ricardo
Reis, de José Saramago.
Audiossíntese ĞĂŵďƵůĂĕĆŽŐĞŽŐƌĄĮĐĂĞǀŝĂŐĞŵůŝƚĞƌĄƌŝĂ
^şŶƚĞƐĞ͕ĞŵĨŽƌŵĂƚŽĄƵĚŝŽ͕ƋƵĞĂďŽƌĚĂĂĚĞĂŵďƵůĂĕĆŽŐĞŽŐƌĄĮĐĂĞĂǀŝĂŐĞŵůŝƚĞƌĄƌŝĂĞŵO ano da
morte de Ricardo Reis, de José Saramago.
Audiossíntese Intertextualidade
Síntese, em formato áudio, que aborda a intertextualidade em O ano da morte de Ricardo Reis,
de José Saramago.
Audiossíntese Representações do amor
Síntese, em formato áudio, que aborda as representações do amor em O ano da morte de Ricardo
Reis, de José Saramago.
Audiossíntese ĂƌĂĐƚĞƌŝnjĂĕĆŽĚĂƐƉĞƌƐŽŶĂŐĞŶƐ͘ZĞůĂĕĆŽĞŶƚƌĞĞůĂƐ͘
Síntese, em formato áudio, que caracteriza as personagens da obra O ano da morte de Ricardo Reis,
de José Saramago.
Vídeos e áudiosĚĞĂƉŽŝŽăƵŶŝĚĂĚĞĚŝĚĄƟĐĂ͘

YƵŝnjJosé Saramago – O ano da morte de Ricardo Reis 1


YƵŝnjĐŽŵƉŽƐƚŽƉŽƌϰƋƵĞƐƚƁĞƐĞƌĞƐƉĞƟǀĂĞdžƉůŝĐĂĕĆŽ͘
YƵŝnjJosé Saramago – O ano da morte de Ricardo Reis 2
YƵŝnjĐŽŵƉŽƐƚŽƉŽƌϰƋƵĞƐƚƁĞƐĞƌĞƐƉĞƟǀĂĞdžƉůŝĐĂĕĆŽ͘
YƵŝnjJosé Saramago – O ano da morte de Ricardo Reis 3
YƵŝnjĐŽŵƉŽƐƚŽƉŽƌϰƋƵĞƐƚƁĞƐĞƌĞƐƉĞƟǀĂĞdžƉůŝĐĂĕĆŽ͘
YƵŝnjGéneros textuais: leitura
YƵŝnjĐŽŵƉŽƐƚŽƉŽƌϰƋƵĞƐƚƁĞƐĞƌĞƐƉĞƟǀĂĞdžƉůŝĐĂĕĆŽ͘
ƉůŝĐĂĕĆŽͬ YƵŝnjGéneros textuais: escrita
Consolidação YƵŝnjĐŽŵƉŽƐƚŽƉŽƌϰƋƵĞƐƚƁĞƐĞƌĞƐƉĞƟǀĂĞdžƉůŝĐĂĕĆŽ͘
YƵŝnjnjĞƐŐƌĂŵĂƟĐĂŝƐ
YƵŝnjnjĞƐĐŽŵƉŽƐƚŽƐƉŽƌϰƋƵĞƐƚƁĞƐĞƌĞƐƉĞƟǀĂĞdžƉůŝĐĂĕĆŽ͕ĐŽŵŽƐĐŽŶƚĞƷĚŽƐĚĂƐŐƌĂŵĄƟĐĂƐŵĞŶĐŝŽ-
ŶĂĚĂƐŶĂƌĞƐƉĞƟǀĂƵŶŝĚĂĚĞ͘
Kahoot® José Saramago, O ano da morte de Ricardo Reis
:ŽŐŽĞĚƵĐĂƟǀŽĐŽŵƉŽƐƚŽƉŽƌϱƋƵĞƐƚƁĞƐĚĞĞƐĐŽůŚĂŵƷůƟƉůĂ͘
Jogo ηĞƐĂĮŽ>ŝƚĞƌĄƌŝŽ͗:ŽƐĠ^ĂƌĂŵĂŐŽ
ƟǀŝĚĂĚĞĚŝĚĄƟĐĂĐŽŵĂĚŝǀŝŶŚĂƐ͕ĐŚĂƌĂĚĂƐĞƉĞƌŐƵŶƚĂƐĚĞƚĞŽƌŚŝƐƚſƌŝĐŽͲůŝƚĞƌĄƌŝŽ͕ƋƵĞƉĞƌŵŝƚĞƌĞƐƵŵŝƌ
e aplicar os conceitos-chave trabalhados sobre as obras de José Saramago.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 33


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

continuação

dĞƐƚĞŝŶƚĞƌĂƟǀŽJosé Saramago – O ano da morte de Ricardo Reis


dĞƐƚĞŝŶƚĞƌĂƟǀŽĐŽŵƉŽƐƚŽƉŽƌϳƋƵĞƐƚƁĞƐ͕ĐŽŵĂĐĞƐƐŽĂƌĞůĂƚſƌŝŽĚĞƚĂůŚĂĚŽ͘
Avaliação
Teste global José Saramago, O ano da morte de Ricardo Reis
dĞƐƚĞŝŶƚĞƌĂƟǀŽĐŽŵƉŽƐƚŽƉŽƌϭϮƋƵĞƐƚƁĞƐ͕ĐŽŵĂĐĞƐƐŽĂƌĞůĂƚſƌŝŽĚĞƚĂůŚĂĚŽ͘

34 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

NOVO

MENSAGENS

Fichas de trabalho
PORTUGUÊS 12.º ANO

Fichas
de trabalho
• Educação Literária
• Gramática
• Leitura/Gramática
• Escrita
• Oralidade (Compreensão do Oral)
• Oralidade (Expressão Oral)
• Transcrições
• Soluções

Disponível em formato
editável em

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

III
EDUCAÇÃO LITERÁRIA
Fichas de
trabalho
Ficha 1 – Fernando Pessoa, Poesia do ortónimo .................................... 37
Ficha 2 – Fernando Pessoa, Poesia dos heterónimos (Alberto Caeiro) ... 39
Ficha 3 – Fernando Pessoa, Poesia dos heterónimos (Ricardo Reis) ...... 41
Ficha 4 – Fernando Pessoa, Poesia dos heterónimos
(Álvaro de Campos) ................................................................. 43
Ficha 5 – Fernando Pessoa, Mensagem ................................................. 45
Ficha 6 – Contos: «Sempre é uma companhia», de Manuel da Fonseca .. 47
Ficha 7 – Contos: «Sempre é uma companhia», de Manuel da Fonseca .. 49
Ficha 8 – Contos: «George», de Maria Judite de Carvalho ..................... 51
Ficha 9 – Contos: «George», de Maria Judite de Carvalho ..................... 53
Ficha 10 – Contos: «Famílias desavindas», de Mário de Carvalho ......... 55
Ficha 11 – Poetas contemporâneos: Miguel Torga ................................. 57
Ficha 12 – Poetas contemporâneos: Eugénio de Andrade ..................... 59
Ficha 13 – Poetas contemporâneos: Ana Luísa Amaral .......................... 61
Ficha 14 – Poetas contemporâneos: Ana Luísa Amaral .......................... 63
Ficha 15 – José Saramago, Memorial do convento ................................. 65
Ficha 16 – José Saramago, Memorial do convento ................................. 67
Ficha 17 – José Saramago, O ano da morte de Ricardo Reis ................... 69
Ficha 18 – José Saramago, O ano da morte de Ricardo Reis ................... 71

GRAMÁTICA
Ficha 1 – Processos fonológicos ............................................................. 73
Ficha 2 – Etimologia (valor semântico do étimo, palavras divergentes
e convergentes) ....................................................................... 75
Ficha 3 – Classes de palavras .................................................................. 77
Ficha 4 – Funções sintáticas I (sujeito, predicado, vocativo) .................. 79
Ficha 5 – Funções sintáticas II (complementos do verbo, predicativo
do sujeito, predicativo do complemento direto,
modificador do grupo verbal) ................................................. 81
Ficha 6 – Funções sintáticas III (modificadores do nome
e complemento do nome) ...................................................... 83
Ficha 7 – Funções sintáticas IV (modificadores do nome,
complemento do nome e complemento do adjetivo) ............ 85
Ficha 8 – Funções sintáticas (global) ...................................................... 87

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 35


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

Ficha 9 – Orações coordenadas .............................................................. 89


Ficha 10 – Subordinação (orações subordinadas adverbiais) ................. 91
Ficha 11 – Subordinação (orações subordinadas adjetivas) ................... 93
Ficha 12 – Subordinação (orações subordinadas substantivas) .............. 95
Ficha 13 – Coordenação e subordinação (global) ................................... 97
Ficha 14 – Modalidade epistémica, deôntica e apreciativa
(valores modais) .................................................................... 99
Ficha 15 – Atos ilocutórios ................................................................... 101
Ficha 16 – Anáfora como mecanismo de coesão e de progressão ....... 103
Ficha 17 – Processos de coesão (gramatical e lexical) |
Cadeias referenciais ............................................................ 105
Ficha 18 – Referência deítica (deíticos) ................................................ 107
Ficha 19 – Processos irregulares de formação de palavras .................. 109
Ficha 20 – Modalidades de reprodução do discurso ............................ 111
Ficha 21 – Valor aspetual ...................................................................... 113

>/dhZͬ'ZDd/
Ficha 1 – Apreciação crítica .................................................................. 115
Ficha 2 – Artigo de opinião ................................................................... 119
Ficha 3 – Exposição sobre um tema ..................................................... 123

ESCRITA
Ficha 1 – Apreciação crítica .................................................................. 127
Ficha 2 – Exposição sobre um tema ..................................................... 141
Ficha 3 – Texto de opinião .................................................................... 149

ORALIDADE
Compreensão do Oral
Ficha 1 – Debate ................................................................................... 153
Expressão Oral
Ficha 1 – Debate ................................................................................... 155
Ficha 2 – Apreciação crítica .................................................................. 157
Ficha 3 – Exposição sobre um tema ..................................................... 165
Ficha 4 – Texto de opinião .................................................................... 169

SOLUÇÕES ................................................................................................... 173


TRANSCRIÇÕES ...............................................................................

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Ficha de Educação Literária 1


Fernando Pessoa, Poesia do ortónimo

Nome N.° 12.° Data / /

Avaliação E. de Educação Professor/a

Unidade 1 (Subunidade 1.1)

Texto A
Lê o poema seguinte e responde às questões.

Cansa sentir quando se pensa


Cansa sentir quando se pensa.
No ar da noite a madrugar
Há uma solidão imensa
Que tem por corpo o frio do ar.
5 Neste momento insone e triste
Em que não sei quem hei de ser,
Pesa-me o informe real que existe
Na noite antes de amanhecer.
Tudo isto me parece tudo.
10 Mas noite, frio, negror sem fim,
Mundo mudo, silêncio mudo –
Ah, nada é isto, nada é assim!
James Abbott McNeill Whistler, Noturno: azul e prata, 1872.

Fernando Pessoa,
Vinte anos de poesia ortónima III – 1931-1933,
edição de Ivo de Castro, Lisboa, INCM, 2000, p. 108.

1. O sujeito poético revela um estado de espírito triste e desalentado.


1.1 Caracteriza o estado emocional do sujeito poético, tendo em conta as expressões: «não sei
quem hei de ser» (verso 6); «Pesa-me o informe real» (verso 7).

1.2 Ao longo do poema, o estado de espírito do sujeito poético enquadra-se no real circundante.
Explicita esta afirmação, referindo o valor expressivo da enumeração e da adjetivação.

2. Explica o sentido do verso «Mas noite, frio, negror sem fim» (verso 10) no contexto do poema.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 37


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

3. Esclarece o significado da contradição entre «Tudo isto me parece tudo.» (verso 9) e «Ah, nada é isto,
nada é assim!» (verso 12).

Texto B
Lê o poema seguinte e responde às questões.

Chove?... Nenhuma chuva cai...


Chove?... Nenhuma chuva cai... E eis que ante o sol e o azul do dia,
Então onde é que eu sinto um dia Como se a hora me estorvasse,
Em que o ruído da chuva atrai 15 Eu sofro... E a luz e a sua alegria
A minha inútil agonia? Cai aos meus pés como um disfarce.
5 Onde é que chove, que eu o ouço? Ah, na minha alma sempre chove.
Onde é que é triste, ó claro céu? Há sempre escuro dentro em mim.
Eu quero sorrir-te, e não posso, Se escuto, alguém dentro em mim ouve
Ó céu azul, chamar-te meu... 20 A chuva, como a voz de um fim...
E o escuro ruído da chuva Quando é que eu serei da tua cor,
10 É constante em meu pensamento. Do teu plácido e azul encanto,
Meu ser é a invisível curva Ó claro dia exterior,
Traçada pelo som do vento... Ó céu mais útil que o meu pranto?

1-12-1914

Fernando Pessoa, Cartas de Fernando Pessoa a Armando Côrtes-Rodrigues,


introdução de Joel Serrão, Lisboa, Confluência, 1944
(consultado em http://arquivopessoa.net, em março de 2017).

1. Explicita a relação entre o estado de espírito do eu lírico e as condições atmosféricas que o rodeiam.

2. Justifica o recurso às apóstrofes nas segunda e sexta estrofes.

3. Seleciona a opção adequada para completar as afirmações.


Esta composição poética enquadra-se na temática pessoana . O sujeito poético revela
a sua tristeza e o seu sofrimento, como se verifica em .
A. dor de pensar ... «E o escuro ruído da chuva / É constante em meu pensamento.»
B. dor de pensar ... «Eu quero sorrir-te, e não posso, / Ó céu azul, chamar-te meu...»
C. nostalgia da infância ... «Eu quero sorrir-te, e não posso, / Ó céu azul, chamar-te meu...»
D. nostalgia da infância ... «E o escuro ruído da chuva / É constante em meu pensamento.»

38 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Ficha de Educação Literária 2


Fernando Pessoa, Poesia dos heterónimos (Alberto Caeiro)

Nome N.° 12.° Data / /

Avaliação E. de Educação Professor/a

Unidade 1 (Subunidade 1.2)

Texto A
Lê o poema seguinte e responde às questões.

O guardador de rebanhos
XXXIX
O mistério das cousas – onde está ele?
Onde está ele que não aparece
Pelo menos a mostrar-nos que é mistério?
Que sabe o rio disso e que sabe a árvore?
5 E eu, que não sou mais do que eles, que sei disso?
Sempre que olho para as cousas e penso no que os homens pensam delas,
Rio como um regato que soa à roda de uma pedra.
Porque o único sentido oculto das cousas
É elas não terem sentido oculto nenhum.
10 É mais estranho do que todas as estranhezas
E do que os sonhos de todos os poetas
E os pensamentos de todos os filósofos,
Que as cousas sejam realmente o que parecem ser
E não haja nada que compreender.
15 Sim, eis o que os meus sentidos aprenderam sozinhos: –
As cousas não têm significação: têm existência.
As cousas são o único sentido oculto das cousas.
Fernando Pessoa, Poemas de Alberto Caeiro,
edição de Ivo de Castro, Lisboa, INCM, 2000, pp. 46-47. August Drexel Turner, Pastor e rebanho, s/d.

1. Esclarece o que o sujeito poético leva a interrogar-se sobre «o mistério das cousas» (verso 1).

2. Explica como a identificação com a Natureza serve de argumento nessa interrogação.

3. Comenta a forma como o sujeito poético se vê em relação ao «outro».

4. Identifica a temática abordada neste poema de Caeiro, partindo do conteúdo da última estrofe.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 39


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

Texto B
Lê o poema seguinte e responde às questões.

O guardador de rebanhos
XXXIV
Acho tão natural que não se pense
Que me ponho a rir às vezes, sozinho,
Não sei bem de quê, mas é de qualquer cousa
Que tem que ver com haver gente que pensa…
5 Que pensará o meu muro da minha sombra?
Pergunto-me às vezes isto até dar por mim
A perguntar-me cousas…
E então desagrado-me, e incomodo-me
Como se desse por mim com um pé dormente…
10 Que pensará isto de aquilo?
Nada pensa nada.
Terá a terra consciência das pedras e plantas que tem?
Se ela tivesse, seria gente;
E se fosse gente, tinha feitio de gente,
15 Mas que me importa isso a mim? Paul Sérusier, Anoitecer (pormenor), c. 1884.
Se eu pensasse nestas cousas,
Deixava de ver as árvores e as plantas
E deixava de ver a Terra,
Para ver só os meus pensamentos…
20 Entristecia e ficava às escuras.
E assim, sem pensar, tenho a Terra e o Céu.

Fernando Pessoa, op. cit., pp. 43-44.

1. Caracteriza o sujeito poético, com base na primeira estrofe do poema.

2. Identifica os sentimentos expressos no verso 8, «E então desagrado-me, e incomodo-me».

3. Explica o significado do verso 15, «Mas que me importa isso a mim?».

4. Comenta o sentido do verso 21 «E assim, sem pensar, tenho a Terra e o Céu.», enquanto conclusão
do poema e de acordo com a temática tratada.

40 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Ficha de Educação Literária 3


Fernando Pessoa, Poesia dos heterónimos (Ricardo Reis)

Nome N.° 12.° Data / /

Avaliação E. de Educação Professor/a

Unidade 1 (Subunidade 1.2)

Texto A
Lê o poema seguinte e responde às questões.

Sábio é o que se contenta com o espetáculo do mundo


IX
Sábio é o que se contenta com o espetáculo do mundo,
E ao beber nem recorda
Que já bebeu na vida,
Para quem tudo é novo
5 E imarcescível1 sempre.
Coroem-no pâmpanos2, ou heras, ou rosas volúveis,
Ele sabe que a vida
Passa por ele e tanto
Corta a flor como a ele
10 De Átropos3 a tesoura.
Mas ele sabe fazer que a cor do vinho esconda isto,
Que o seu sabor orgíaco4
Apague o gosto às horas,
Como a uma voz chorando Francisco de Goya, Átropos, o Las Parcas,
15 O passar das bacantes5. c. 1819-1823.

E ele espera, contente quase e bebedor tranquilo,


E apenas desejando
Num desejo mal tido
Que a abominável onda
20 O não molhe tão cedo.
19-6-1914

Fernando Pessoa, Poemas de Ricardo Reis, edição de Luiz Fagundes Duarte,


Lisboa, INCM, 2015, pp. 36-37.

1
Imarcescível: duradouro, que não murcha ou fenece.
2
Pâmpanos: hastes da videira cobertas de folhas e de frutos.
3
Átropos: uma das três moiras da mitologia grega, que regiam os destinos humanos.
4
Orgíaco: festa em honra de Baco.
5
Bacantes: sacerdotisas de Baco.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 41


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

1. Indica três aspetos que remetam para o caráter «clássico» da poética de Ricardo Reis.

2. Identifica o recurso expressivo de «Que a abominável onda» (verso 19), explicitando o seu valor.

3. Explicita a filosofia de vida defendida ao longo do poema, ilustrando a tua resposta com elementos
textuais.

Texto B
Lê o poema seguinte e responde às questões.

Cada um cumpre o destino que lhe cumpre


Cada um cumpre o destino que lhe cumpre,
E deseja o destino que deseja;
Nem cumpre o que deseja,
Nem deseja o que cumpre.
5 Como as pedras na orla dos canteiros
O Fado nos dispõe, e ali ficamos;
Que a Sorte nos fez postos
Onde houvemos de sê-lo.
Não tenhamos melhor conhecimento
10 Do que nos coube que de que nos coube.
Cumpramos o que somos.
José Júlio de Souza Pinto, Paisagem com lago e casas, s/d.
Nada mais nos é dado.

Fernando Pessoa, op.cit., pp. 84-85.

1. Relaciona a estrutura ideológica do poema com as temáticas características de Ricardo Reis.

2. Explica o sentido do verso 1, «Cada um cumpre o destino que lhe cumpre», de acordo com a poética
de Ricardo Reis.

3. Comenta a estrutura e o conteúdo dos seguintes versos: «Nem cumpre o que deseja, / Nem deseja
o que cumpre.» (versos 3-4).

42 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Ficha de Educação Literária 4


Fernando Pessoa, Poesia dos heterónimos (Álvaro de Campos)

Nome N.° 12.° Data / /

Avaliação E. de Educação Professor/a

Unidade 1 (Subunidade 1.2)

Texto A
Lê o poema seguinte e responde às questões.

Depus a máscara e vi-me ao espelho


Depus a máscara e vi-me ao espelho. –
Era a criança de há quantos anos.
Não tinha mudado nada...
É essa a vantagem de saber tirar a máscara.
5 É-se sempre a criança,
O passado que foi
A criança.
Depus a máscara e tornei a pô-la.
Assim é melhor,
10 Assim sou a máscara.
E volto à personalidade como a um terminus de linha.

18-8-1934

Fernando Pessoa, Poesias de Álvaro de Campos,


Lisboa, Ática, 1944, p. 61.
Frida Kahlo, A máscara, 1945.

1. Explicita a dicotomia presente ao longo do poema.

2. Comenta o valor simbólico da «máscara», tendo em conta a questão da heteronímia pessoana.

3. Seleciona a opção adequada para completar a afirmação.


O ritmo deste poema é marcado pela utilização de processos, como a
A. anáfora e a repetição de versos.
B. anáfora e o esquema rimático.
C. irregularidade métrica e as repetições lexicais.
D. irregularidade métrica e a repetição de versos.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 43


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

Texto B
Lê o poema seguinte e responde às questões.

Datilografia
Traço sozinho, no meu cubículo de engenheiro, o plano,
Firmo o projeto, aqui isolado,
Remoto até de quem eu sou.
Ao lado, acompanhamento banalmente sinistro,
5 O tic-tac estalado das máquinas de escrever.
Que náusea da vida!
Que abjeção esta regularidade!
Que sono este ser assim!
Outrora, quando fui outro, eram castelos e cavalarias
10 (Ilustrações, talvez, de qualquer livro de infância),
Outrora, quando fui verdadeiro ao meu sonho,
Eram grandes paisagens do Norte, explícitas de neve,
Eram grandes palmares do Sul, opulentos de verdes.
Outrora.
André Mare, A datilógrafa, 1922.
15 Ao lado, acompanhamento banalmente sinistro.
O tic-tac estalado das máquinas de escrever.
Temos todos duas vidas:
A verdadeira, que é a que sonhamos na infância,
E que continuamos sonhando, adultos num substrato de névoa;
20 A falsa, que é a que vivemos em convivência com outros,
Que é a prática, a útil,
Aquela em que acabam por nos meter num caixão.
Na outra não há caixões, nem mortes.
Há só ilustrações de infância:
25 Grandes livros coloridos, para ver mas não ler;
Grandes páginas de cores para recordar mais tarde.
Na outra somos nós,
Na outra vivemos;
Nesta morremos, que é o que viver quer dizer;
30 Neste momento, pela náusea, vivo na outra...
Mas ao lado, acompanhamento banalmente sinistro.
Ergue a voz o tic-tac estalado das máquinas de escrever

Fernando Pessoa, op.cit., p. 301.

1. Relaciona o espaço em que o sujeito poético se encontra com o seu estado de espírito.

2. Interpreta o sentido do verso 17, «Temos todos duas vidas».

3. Explica a temática do poema, associando-a à dicotomia do passado/presente.

44 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Ficha de Educação Literária 5


Fernando Pessoa, Mensagem

Nome N.° 12.° Data / /

Avaliação E. de Educação Professor/a

Unidade 1 (Subunidade 1.3)

Texto A
Lê o poema seguinte e responde às questões.

Ocidente
Com duas mãos – o Ato e o Destino –
Desvendámos. No mesmo gesto, ao céu
Uma ergue o facho trémulo e divino
E a outra afasta o véu.
5 Fosse a hora que haver ou a que havia
A mão que ao Ocidente o véu rasgou,
Foi alma a Ciência e corpo a Ousadia
Da mão que desvendou.
Fosse Acaso, ou Vontade, ou Temporal
10 A mão que ergueu o facho que luziu,
Foi Deus a alma e o corpo Portugal
Da mão que o conduziu. Carlos Botelho, Lisboa e o Tejo, domingo, 1935.

Fernando Pessoa, Poemas publicados em vida II – Mensagem,


edição de Luiz Fagundes Duarte, Lisboa, INCM, 2020, p. 61.

1. Explicita a forma como a dualidade «o Ato e o Destino» (verso 1) se desenvolve ao longo do poema.

2. Comprova a predestinação de Portugal, fundamentando a tua resposta com elementos textuais


pertinentes.

3. Identifica no poema duas características do discurso épico, documentando-as com exemplos


significativos.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 45


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

Texto B
Lê o poema seguinte e responde às questões.

O mostrengo
O mostrengo que está no fim do mar
Na noite de breu ergueu-se a voar;
À roda da nau voou três vezes,
Voou três vezes a chiar,
5 E disse, «Quem é que ousou entrar
Nas minhas cavernas que não desvendo,
Meus tetos negros do fim do mundo?»
E o homem do leme disse, tremendo,
«El-Rei D. João Segundo!»
10 «De quem são as velas onde me roço?
De quem as quilhas que vejo e ouço?»
Disse o mostrengo, e rodou três vezes,
Três vezes rodou imundo e grosso,
«Quem vem poder o que só eu posso,
15 Que moro onde nunca ninguém me visse
E escorro os medos do mar sem fundo?»
E o homem do leme tremeu, e disse,
«El-Rei D. João Segundo!»
Três vezes do leme as mãos ergueu,
20 Três vezes ao leme as reprendeu, Desenho de Fragonard e gravura de
Bovinet, edição de Os Lusíadas, Paris, 1837.
E disse no fim de temer três vezes,
«Aqui ao leme sou mais do que eu:
Sou um Povo que quer o mar que é teu;
E mais que o mostrengo, que me a alma teme
25 E roda nas trevas do fim do mundo,
Manda a vontade, que me ata ao leme,
De El-Rei D. João Segundo!»
Fernando Pessoa, op.cit., p. 58.

1. Caracteriza a figura do «mostrengo», justificando com elementos do texto.

2. Demonstra que as reações do «homem do leme» ao discurso do «mostrengo» evoluem em sentido


crescente.

3. Explica a simbologia de ambas as figuras: o «mostrengo» e o «homem do leme».

46 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Ficha de Educação Literária 6


Contos: «Sempre é uma companhia», de Manuel da Fonseca

Nome N.° 12.° Data / /

Avaliação E. de Educação Professor/a

Unidade 2

Lê o excerto textual seguinte e responde às questões.

Memórias do velho Rata


Tirando isto, a vida do Batola é uma sono-
lência pegada. Agora, para ali está, diante do
copo, matando o tempo com longos bocejos.
No estio, então, o sol faz os dias do tamanho de
5 meses. Sequer à noite virá alguém à venda pales-
trar um bocado. É sempre o mesmo. Os homens
chegam com a noitinha, cansados da faina. Vão
direito a casa e daí a pouco toda a aldeia dorme.
Está nestes pensamentos o Batola quando, de
10 súbito, lhe vem à ideia o velho Rata. Que belo
companheiro! Pedia de monte a monte, chegava
a ir a Ourique, a Castro, à Messejana. Até fora a
Beja. Voltava cheio de novidades. Durante tar-
des inteiras, só de ouvi-lo parecia ao Batola que
15 andava a viajar por todo aquele mundo. Dordio Gomes, Vista de Évora, s/d.
Mas o velho Rata matara-se. Na aldeia, nin-
guém ainda atina ao certo com a razão que levou o mendigo a suicidar-se. Nos últimos tempos,
o reumatismo tolhera-lhe as pernas, amarrando-o à porta do casebre. De quando em quando, o
Batola matava-lhe a fome; mas nem trocavam uma palavra. Que sabia agora o Rata? Nada. En-
20 costado à parede de pernas estendidas, errava o olhar enevoado pelos longes. Veio o verão com
os dias enormes, a miséria cresceu. Uma tarde, lá se arrastou como pôde e atirou-se para dentro
do pego da ribeira da Alcaria.
Aos poucos o tempo apagou a lembrança do Rata, o mendigo. Só o Batola o recorda lá de vez
em quando. Mas, agora, abandonou a recordação e o vinho, e vai até ao almoço. Nunca bebe
25 durante as refeições.
[…]
Um sopro de vida paira agora sobre a aldeia. Todos sabem o que acontece fora dali. E sentem
que não estão já tão distantes as suas pobres casas. Até as mulheres vêm para a venda depois da
ceia. Há assuntos de sobra para conversar. E grandes silêncios quando aquela voz poderosa fala
de cidades conquistadas, divisões vencidas, bombardeamentos, ofensivas. Também silêncio para
30 ouvir as melodias que vêm de longe até à aldeia, e que são tão bonitas!...
Acontece até que, certa noite, se arma uma festa na venda do Batola. Até as velhas dançaram
ao som da telefonia. Nos intervalos, os homens bebiam um copo, junto ao balcão, os pares na-
moravam-se, pelos cantos. Por fim, mudou-se de posto para ouvir as notícias do mundo. Todos
se quedaram, atentos.
35 – Ah! – grita de repente o Batola. – Se o Rata ouvisse estas coisas não se matava!
Mas ninguém o compreende, de absorvidos que estão.

Manuel da Fonseca, «Sempre é uma companhia»,


in O fogo e as cinzas, Alfragide, Caminho, 2011, pp. 151-152, 158.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 47


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

1. Caracteriza o Rata de acordo com a memória de Batola.

2. Justifica a evocação de Rata no contexto anterior à vinda da telefonia para a venda.

3. Explicita o sentido da frase: «– Ah! – grita de repente o Batola. – Se o Rata ouvisse estas coisas não
se matava!» (linha 35).

4. Completa as afirmações abaixo apresentadas, selecionando a opção adequada a cada espaço.


As transformações operadas pela telefonia evidenciam-se, por exemplo, através a) ,
destacando-se o caráter b) das situações narradas. Além disso, a expressão
c) corrobora a ideia de convivialidade, potenciada pelo aparelho.

a) b) c)
1. da repetição do advérbio «até» (linhas 27 e 30) 1. banal 1. «sopro de vida» (linha 26)
2. da utilização do pronome indefinido «Todos»
2. ordinário 2. «pobres casas» (linha 27)
(linha 26)

3. da reiteração do nome «silêncio(s)»


3. excecional 3. «grandes silêncios» (linha 28)
(linhas 28 e 29)

48 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Ficha de Educação Literária 7


Contos: «Sempre é uma companhia», de Manuel da Fonseca

Nome N.° 12.° Data / /

Avaliação E. de Educação Professor/a

Unidade 2

Lê o excerto textual seguinte e responde às questões.

O Batola e a muher
António Barrasquinho, o Batola, é um tipo
bem achado. Não faz nada, levanta-se quando
calha, e ainda vem dormindo lá dos fundos da
casa. É a mulher quem abre a venda e avia aque-
5 la meia dúzia de fregueses de todas as manhãzi-
nhas. Feito isto, volta à lida da casa. Muito alta,
grave, um rosto ossudo e um sossego de ma-
neiras que se vê logo que é ela quem ali põe e
dispõe.
10 […] Que pessoas tão diferentes! Ele quase
lhe não chega ao ombro, atarracado, as per-
nas arqueadas. De chapeirão caído para a nuca,
lenço vermelho amarrado ao pescoço, vem tro-
peçando nos caixotes até que lá consegue en-
15 costar-se ao umbral da porta. […] Os olhos, se-
micerrados, abrem-se-lhe um pouco mais para
os campos. Mas fecha-os logo, diante daquela Soukias Torosyan, Um grupo de pessoas a ouvir
monotonia desolada. rádio pela primeira vez, 2018.
[…]
Tais momentos de ira são pedaços de revolta passiva contra a mulher. É uma longa luta, esta.
20 A raiva do Batola demora muito, cresce com o tempo, dura anos. Ela, silenciosa e distante,
como se em nada reparasse, vai-lhe trocando as voltas. Desfaz compras, encomendas, negócios.
Tudo vem a fazer-se como ela entende que deve ser feito. E assim tem governado a casa.
Batola vai ruminando a revolta sentado pelos caixotes. Chegam ocasiões em que nem pode
encará-la. De olhos baixos, põe-se a beber de manhã à noite, solitário como um desgraçado.
25 O fim daquelas crises tem dado que falar: já muitas vezes, de há trinta anos para cá, aconteceu
a gente da aldeia ouvir gritos aflitivos para os lados da venda. Era o Batola, bêbado, a espancar
a mulher.
Tirando isto, a vida do Batola é uma sonolência pegada. […]
E o Batola por mais que não queira, tem de olhar todos os dias o mesmo: aí umas quinze
30 casinhas desgarradas e nuas; algumas só mostram o telhado escuro, de sumidas que estão no
fundo dos córregos. Depois disso, para qualquer parte que volte os olhos, estende-se a solidão
dos campos. E o silêncio. Um silêncio que caiu, estiraçado por vales e cabeços, e que dorme
profundamente. Oh, que despropósito de plainos sem fim, todos de roda da aldeia, e desertos!
Carregado de tristeza, o entardecer demora anos. […]
35 E António Barrasquinho, o Batola, não tem ninguém para conversar, não tem nada que fazer.
Está preso e apagado no silêncio que o cerca.
[…]
Os olhos da mulher trespassam-no. Volta o rosto pálido para o vendedor de telefonias, torna a
voltar-se para o marido. Por momentos, parece alheada de tudo quanto a cerca. Vagarosa, no tom
de quem acaba de tomar uma resolução inabalável, apruma-se, muito alta, dominadora, e diz:

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 49


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

40 – António, se isso aqui ficar eu saio hoje mesmo de casa. Escolhe.


Toda a gente da aldeia que enche a venda sabe que ela fará o que acaba de dizer. Até o
vendedor pressente que assim será.
[…] Mas, nessa tarde, vieram todos à venda, onde entraram com um olhar admirado. Uma
voz forte, rápida, dava notícias da guerra.
45 Só de lá saíram depois de a voz se calar. Cearam à pressa, e voltaram. Era já alta noite
quando recolheram a casa, discutindo ainda, pelas portas, numa grande animação.
Um sopro de vida paira agora sobre a aldeia. Todos sabem o que acontece fora dali. E
sentem que não estão já tão distantes as suas pobres casas. Até as mulheres vêm para a venda
depois da ceia. Há assuntos de sobra para conversar. E grandes silêncios quando aquela voz
50 poderosa fala de cidades conquistadas, divisões vencidas, bombardeamentos, ofensivas. Tam-
bém silêncio para ouvir as melodias que vêm de longe até à aldeia, e que são tão bonitas!...
Acontece até que, certa noite, se arma uma festa na venda do Batola. Até as velhas dan-
çaram ao som da telefonia. Nos intervalos, os homens bebiam um copo, junto ao balcão,
os pares namoravam-se, pelos cantos. Por fim, mudou-se de posto para ouvir as notícias do
55 mundo. Todos se quedaram, atentos. […]
E os dias passam agora rápidos para António Barrasquinho, o Batola. […]
– António – murmura ela, adiantando-se até ao meio da venda. – Eu queria pedir-te
uma coisa...
Suspenso, o homem aguarda. Então, ela desabafa, inclinando o rosto ossudo, onde os
60 olhos negros brilham com uma quase expressão de ternura:
– Olha... Se tu quisesses, a gente ficava com o aparelho. Sempre é uma companhia
neste deserto.
Manuel da Fonseca, «Sempre é uma companhia»,
in O fogo e as cinzas, Alfragide, Caminho, 2011, pp. 149-160.

1. António Barrasquinho e a mulher são duas personagens centrais neste conto.


1.1 Caracteriza-as, sustentando a tua resposta com elementos do texto.

2. Descreve a relação existente entre estas duas personagens, tendo em conta a globalidade do
excerto.

3. Explicita a importância que o rádio adquire para aquela comunidade, tendo em conta a frase «Um
sopro de vida paira agora sobre a aldeia.» (linha 47).

4. Refere-te à importância do aparelho para a relação entre as personagens principais, referindo o


sentido da última frase do texto.

50 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Ficha de Educação Literária 8


Contos: «George», de Maria Judite de Carvalho

Nome N.° 12.° Data / /

Avaliação E. de Educação Professor/a

Unidade 2

Lê o excerto textual seguinte e responde às questões.

A George
O rosto da jovem que se aproxima é vago e sem
contornos, uma pintura clara, e, quando os tiver, a
esses contornos, ele será o rosto de uma fotografia
que tem corrido mundo numa mala qualquer, que
5 tem morado no fundo de muitas gavetas, o único
fetiche de George. As suas feições ainda são in-
certas, salpicando a mancha pálida, como acontece
com o rosto das pessoas mortas. Mas, tal como
essas pessoas, tem, vai ter, uma voz muito real e
10 viva, uma voz que a cal e as pás de terra, e a pedra
e o tempo, e ainda a distância e a confusão da vida
de George, não prejudicaram. Quando falar não
criará espanto, um simples mal-estar.
[…]
A outra está perto. Se houve um momento de
15 nitidez no seu rosto, ele já passou, George não deu
por isso. Está novamente esfumado. A proximida-
de destrói ultimamente as imagens de George, por
isso a vai vendo pior à medida que ela se aproxi-
ma. […] Gi fá-la [a pergunta] por fazer e sorri o
20 seu lindo sorriso branco de 18 anos. Depois ambas
dão um beijo rápido, breve, no ar, não se tocam,
nem tal seria possível, começam a mover-se ao
mesmo tempo, devagar, como quem anda na água
ou contra o vento. Vão ficando longe, mais longe.
25 E nenhuma delas olha para trás. O esquecimento Amedeo Modigliani, Retrato de Jeanne Hébuterne, 1918.
desceu sobre ambas.

Agora está à janela a ver o comboio fugir de dantes, perder para todo o sempre árvores e
casas da sua juventude, perder mesmo a mulher gorda, da passagem de nível, será a mesma ou
uma filha ou neta igual a ela? Árvores, casas e mulher acabam agora mesmo de morrer, deram o
30 último suspiro, adeus. Uma lágrima que não tem nada a ver com isto mas com o que se passou
antes – que terá sido que já não se lembra?, uma simples lágrima no seu olho direito, o outro,
que esquisito, sempre se recusa a chorar. É como se se negasse a compartilhar os seus proble-
mas, não e não.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 51


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565


A figura vai-se formando aos poucos como um puzzle gasoso, inquieto, informe. Vê-se um
35 pedacinho bem nítido e colorido mas que logo se esvai para aparecer daí a pouco, nítido ainda,
mas esfumado. […]
À sua frente uma senhora de idade, primeiro esboçada, finalmente completa, olha-a aten-
tamente. De idade não, George detesta eufemismos, mesmo só pensados, uma mulher velha.
Tem as mãos enrugadas sobre uma carteira preta, cara, talvez italiana, italiana, sim, tem a certe-
40 za. A velha sorri de si para consigo, ou então partiu para qualquer lugar e deixou o sorriso como
quem deixa um guarda-chuva esquecido numa sala de espera. O seu sorriso não tem nada a ver
com o de Gi – porque havia de ter? –, são como o dia e a noite.

Maria Judite de Carvalho, «George», in Seta despedida – Obras completas – vol. V,


Lisboa, Minotauro, Almedina, 2019, pp. 219-224.

1. Identifica as três figuras femininas presentes nos excertos e explica de que forma se relacionam.

2. Explica o simbolismo destes encontros, tendo em conta a globalidade do conto.

3. Refere três aspetos linguísticos ou estilísticos típicos da prosa de Maria Judite de Carvalho.

4. Completa as afirmações abaixo apresentadas, selecionando a opção adequada a cada espaço.


Nos excertos apresentados, são referidas transformações a) da personagem George.
Para além da mudança constante de b) , George muda também a sua aparência
regularmente. Interiormente, há evidências de diversas metamorfoses, evidenciadas pela
c) , ou pelo desapego aos bens materiais, que lhe permitiam a liberdade necessária
para mudar.

a) b) c)
1. interiores 1. residência 1. alteração da cor do cabelo
2. exteriores 2. nacionalidade 2. inconstância amorosa
3. interiores e exteriores 3. nome 3. mudança de profissão

52 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Ficha de Educação Literária 9


Contos: «George», de Maria Judite de Carvalho

Nome N.° 12.° Data / /

Avaliação E. de Educação Professor/a

Unidade 2

Lê o excerto textual seguinte e responde às questões.

A George e a Gi
O rosto da jovem que se aproxima é vago e sem contornos, uma pincelada clara, e, quando
os tiver, a esses contornos, ele será o rosto de uma fotografia que tem corrido mundo numa
mala qualquer, que tem morado no fundo de muitas gavetas, o único fetiche de George. As suas
feições ainda são incertas, salpicando a mancha pálida, como acontece com o rosto das pessoas
5 mortas. Mas, tal como essas pessoas, tem, vai ter, uma voz muito real e viva, uma voz que a cal
e as pás de terra, e a pedra e o tempo, e ainda a distância e a confusão da vida de George, não
prejudicaram. Quando falar não criará espanto, um simples mal-estar.
Agora estão mais perto e ela encontra, ainda sem os ver, dois olhos largos, semicerrados, uma
boca fina, cabelos escuros, lisos, sobre um pescoço alto de Modigliani. […]
10 Já não sabe, não quer saber, quando saiu da vila e partiu à descoberta da cidade grande, onde,
dizia-se lá em casa, as mulheres se perdem. Mais tarde partiu por além-terra, por além-mar. […]
[…] Agora está – estava −, até quando?, em Amsterdão.
Depois de ter deixado a vila, viveu sempre em quartos alugados mais ou menos modestos,
depois em casas mobiladas mais ou menos agradáveis. […]
15 Uma casa mobilada, sempre pensou, é a certeza de uma porta aberta de par em par, de mãos
livres, de rua nova à espera dos seus pés. […]
Queria estar sempre pronta para partir sem que os objetos a envolvessem, a segurassem,
a obrigassem a demorar-se mais um dia que fosse. Disponível, pensava. Senhora de si. Para partir,
para chegar. […]
20 Tão jovem, Gi. A rapariguinha frágil, um vime, que ela tem levado a vida inteira a pintar, pri-
meiro à maneira de Modigliani, depois à sua própria maneira, à de George, pintora já com nome
nos marchands das grandes cidades da Europa. Gi com um pregador de oiro que um dia ficou,
por tuta e meia, num penhorista qualquer de Lisboa. Em tempos tão difíceis. […]
[…] Gi fá-la por fazer e sorri o seu lindo sorriso branco de 18 anos. Depois ambas dão um
25 beijo rápido, breve, no ar, não se tocam, […] começam a mover-se ao mesmo tempo, devagar,
como quem anda na água ou contra o vento. Vão ficando longe, mais longe. E nenhuma delas
olha para trás. O esquecimento desceu sobre ambas.

Agora está à janela a ver o comboio fugir de dantes, perder para todo o sempre árvores e casas
da sua juventude, perder mesmo a mulher gorda, da passagem de nível, será a mesma ou uma
30 filha ou uma neta igual a ela? Árvores, casas e mulher acabam agora mesmo de morrer, deram o
último suspiro, adeus. […]
A figura vai-se formando aos poucos como um puzzle gasoso, inquieto, informe. Vê-se um
pedacinho bem nítido e colorido mas que logo se esvai para aparecer daí a pouco, mais nítido
ainda, mais esfumado. George fecha os olhos com a força possível, tem sono, volta a abri-los com
35 dificuldade, olhos de pupilas escuras, semicirculares, boiando num material qualquer, esbranqui-
çado e oleoso.
À sua frente uma senhora de idade, primeiro esboçada, finalmente completa, olha-a atenta-
mente. De idade não, George detesta eufemismos, mesmo só pensados, uma mulher velha. Tem
as mãos enrugadas sobre uma carteira preta, cara, talvez italiana, italiana, sim, tem a certeza.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 53


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

40 A velha sorri de si para consigo, ou então partiu para qual-


quer lugar e deixou o sorriso como quem deixa um guar-
da-chuva esquecido numa sala de espera. O seu sorriso
não tem nada a ver com o de Gi – porque havia de ter? –,
são como o dia e a noite. Uma velha de cabelos pintados
45 de acaju, de rosto pintado de vários tons de rosa, é certo

que discretamente mas sem grande perfeição. A boca, por


exemplo, está um bocado esborratada.
Sem voz e sem perder o sorriso diz:
− Verá que há de passar, tudo passa. Amanhã é sempre
50 outro dia. Só há uma coisa, um crime, que ninguém nos

perdoa, nada a fazer. Mas isso ainda está longe, muito


longe, para quê pensar nisso? Ainda ninguém a acusa,
ainda ninguém a condena. […]
− Também tenho muitos encontros, eu. Não quero tê-los
55 mas sou obrigada a isso, vivo tão só. Cheguei à ignomínia

de pedir a pessoas conhecidas retratos da minha família.


[…] Porque... o tal crime de que lhe falei, o único sem
Amedeo Modigliani, perdão, a velhice. Um dia vai acordar na sua casa mobi-
Retrato de Jeanne Hébuterne, 1919. lada... […]

60 George fecha os olhos com força e deixa-se embalar por pensamentos mais agradáveis, bem-
-vindos: a exposição que vai fazer, aquele quadro que vendeu muito bem o mês passado, a próxi-
ma viagem aos Estados Unidos, o dinheiro que pôs no banco. O dinheiro no banco, nos bancos,
é uma das suas últimas paixões. Ela pensa – sabe? – que com dinheiro ninguém está totalmente
só, ninguém é totalmente abandonado. A velha Georgina já o deve ter esquecido. A velhice tam-
65 bém traz consigo, deve trazer, um certo esquecimento das coisas essenciais, pensa. […]
O calor de há pouco foi desaparecendo e agora já não há vestígios daquela aragem de forno
aberto. O ar está muito levemente morno e quase agradável. George suspira, tranquilizada.
Amanhã estará em Amsterdão na bela casa mobilada onde, durante quanto tempo?, vai morar
com o último dos seus amores.

Maria Judite de Carvalho, «George», in Seta despedida – Obras completas – vol. V,


Lisboa, Minotauro, Almedina, 2019, pp. 219-226.

1. Apoiando-te em elementos textuais, caracteriza a personagem George.

2. Explica o seu distanciamento físico e emocional da terra que deixou há mais de vinte anos.

3. Atenta agora nas outras duas «personagens» femininas.


3.1 Refere-te ao simbolismo dos seus nomes e à sua relação com George.

54 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Ficha de Educação Literária 10


Contos: «Famílias desavindas», de Mário de Carvalho

Nome N.° 12.° Data / /

Avaliação E. de Educação Professor/a

Unidade 2

Lê o excerto textual seguinte e responde às questões.

Famílias desavindas
Por uma dessas alongadas ruas do Porto, que sobe
que sobe e não se acaba, há de encontrar-se um cruza-
mento alto, de esquinas de azulejo, janelas de guilhoti-
na, telhados de ardósia em escama. Faltam razões para
5 flanar por esta rua, banal e comprida, a não ser a curiosi-
dade por um insólito dispositivo conhecido de poucos:
os únicos semáforos do mundo movidos a pedal, sobre-
viventes a outros que ainda funcionavam na Guatemala,
no início dos anos setenta.
[…]
10 Durante anos e anos o bom do Ramon pedalou e
comutou. Por alturas da Segunda Grande Guerra foi
substituído pelo seu filho Ximenez, pouco depois da
Revolução de Abril pelo neto Asdrúbal, e, um dia des-
tes, pelo bisneto Paco. A administração continua a pagar
15 um vencimento modesto, equivalente ao de jardineiro.
Mas não é pelo ordenado que aquela família dá ao pe-
dal. É pelo amor à profissão. Altas horas da madrugada,
avô, neto e bisneto foram vistos de ferramenta em riste
a afeiçoar pormenores. Fizeram questão de preservar a Anna Kataian, Bom dia, Paris, s/d.
20 roda de trás e opuseram-se quase com selvajaria a um
jovem engenheiro que considerou a roda dispensável, sugerindo que o carreto bastasse.
[…]
Acontece que, mesmo à esquina, um primeiro andar vem sendo habitado por uma família
de médicos que dali faz consultório. Pouco antes da instalação dos semáforos a pedal, veio
morar o Doutor João Pedro Bekett, pai de filhos e médico singular. Chegou de Coimbra com
25 boa fama mas transbordava de espírito de missão. […] E nesta ânsia de convencer atravessava
muitas vezes a rua. O semáforo complicava. Aproximou-se do Ramon e bradou, severo: «A
mim, ninguém me diz quando devo atravessar uma rua. Sou um cidadão livre e desimpedido.»
Ramon entristeceu. Não gostava que interferissem com o seu trabalho e, daí por diante, passou
a dificultar a passagem ao doutor. Era caso para inimizade. E eis duas famílias desavindas. Feliz-
30 mente, nunca coincidiram descendentes casadoiros. Piora sempre os resultados.
Ao Dr. Pedro sucedeu o filho João, médico muito modesto. Informava sempre que o seu
diagnóstico era provavelmente errado. […] Herdou o ódio ao semáforo e passava grande parte
do tempo à janela, a encandear Ximenez com um espelho colorido.
Já entre o jovem médico Paulo e Asdrúbal quase se chegou a vias de facto. […] Uma tarde,
35 Asdrúbal levantou mesmo a mão e o doutor encurvou-se e enrijou o passo.
[…]

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 55


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

Há dias, vinha do almoço o Dr. Paulo com uma trouxa de ovos na mão, e já trazia entreden-
tes o «arrenego!» com que insultaria o semaforeiro, quando aconteceu o acidente. Ao proceder
a um roubo por esticão, um jovem que vinha de mota teve uns instantes de desequilíbrio, ras-
pou por Paco e deixou-o estendido no asfalto. Era grave. O Dr. Paulo largou ódios velhos, não
40 quis saber de mais nada e dobrou-se para o sinistrado.
[…]
Enganar-se-ia quem dissesse que o semáforo ficou abandonado. Uma figura de bata branca
está todos os dias naquela rua, do nascer ao pôr do sol, a acionar o dispositivo, pedalando,
pedalando, até à exaustão. É o Dr. Paulo cheio de remorsos, que quer penitenciar se, ser útil,
enquanto o Paco não regressa.

Mário de Carvalho, «Famílias desavindasͫ, in Contos vagabundos,


Lisboa, Caminho, 2000, pp. 72-76.

1. Relaciona a descrição inicial da rua com a do dispositivo colocado no cruzamento.

2. Atenta nas duas famílias.


2.1 Caracteriza a família dos semaforeiros e a família dos médicos.

2.2 Põe em evidência o que une estas duas famílias e o que as separa, explicando o que as torna
«desavindasͫ.

3. Identifica no texto marcas de temporalidade que nos indicam a passagem do tempo, relacionando-as
com as sucessivas gerações em conflito.

56 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Ficha de Educação Literária 11


Poetas contemporâneos: Miguel Torga

Nome N.° 12.° Data / /

Avaliação E. de Educação Professor/a

Unidade 3

Texto A
Lê o poema seguinte e responde às questões.

Ressurreição
Porque a forma das coisas lhe fugia,
O poeta deitou-se e teve sono.
Mais nenhuma ilusão lhe apetecia,
Mais nenhum coração era seu dono.
5 Cada fruto maduro apodrecia;
Cada ninho morria de abandono;
Nada lutava e nada resistia,
Porque na cor de tudo havia outono.
Só a razão da vida via mais:
10 Terra, sementes, caules, animais,
Descansavam apenas um momento.
E o vencido poeta despertou
Vivo como a certeza dum rebento
Na seiva do poema que sonhou.

Miguel Torga, Libertação, in Poesia completa, René Magritte, O poeta recompensado, 1956.
Vol. I, Lisboa, Dom Quixote, 2007, p. 179.

1. Apresenta quatro razões que justifiquem o sono do poeta, a partir da leitura das duas quadras.

2. Estabelece uma relação entre o primeiro terceto e o «despertar» do poeta, no segundo terceto.

3. Analisa a expressividade da metáfora final do poema, relacionando-a com o título.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 57


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

Texto B
Lê o poema seguinte e responde às questões.

Viagem
Aparelhei o barco da ilusão
E reforcei a fé de marinheiro.
Era longe o meu sonho, e traiçoeiro
O mar…
5 (Só nos é concedida
Esta vida
Que temos;
E é nela que é preciso
Procurar
10 O velho paraíso
Que perdemos.)
Prestes, larguei a vela
E disse adeus ao cais, à paz tolhida.
Desmedida,
15 A revolta imensidão
Transforma dia a dia a embarcação
Numa errante e alada sepultura…
Mas corto as ondas sem desanimar.
Em qualquer aventura,
20 O que importa é partir, não é chegar. Henri Le Sidaner, Casas do porto ao luar, 1923.

Miguel Torga, Antologia poética, 5.a ed., Lisboa.


Dom Quixote, 2014, p. 236.

1. Identifica os diferentes momentos da «Viagem» a que o título se reporta.

2. Relê a primeira estrofe.


2.1 Explica o valor simbólico que os elementos «barco» e «marinheiro» adquirem no contexto
deste poema.

3. Relê a segunda estrofe.


3.1 Aponta os traços caracterizadores do sujeito poético.

58 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Ficha de Educação Literária 12


Poetas contemporâneos: Eugénio de Andrade

Nome N.° 12.° Data / /

Avaliação E. de Educação Professor/a

Unidade 3

Texto A
Lê o poema seguinte e responde às questões.

Os amantes sem dinheiro


Tinham o rosto aberto a quem passava.
Tinham lendas e mitos
e frio no coração.
Tinham jardins onde a lua passeava
5 de mãos dadas com a água
e um anjo de pedra por irmão.
Tinham como toda a gente
o milagre de cada dia
escorrendo pelos telhados;
10 e olhos de oiro
onde ardiam
os sonhos mais tresmalhados.
Tinham fome e sede como os bichos,
e silêncio
15 à roda dos seus passos.
Mas a cada gesto que faziam
um pássaro nascia dos seus dedos
e deslumbrado penetrava nos espaços.
Edvard Munch, O beijo, à janela, 1892.
Eugénio de Andrade, Primeiros poemas –
As mãos e os frutos – Os amantes sem dinheiro,
Assírio & Alvim, 2022, p. 86.

1. Explica de que forma se estabelece um contraste aparente entre a repetição anafórica presente no
poema e o título.

2. Identifica, no poema, uma personificação e uma metáfora, esclarecendo os respetivos valores


expressivos.

3. Explicita o sentido dos três últimos versos e o valor do conector que os introduz.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 59


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

Texto B
Lê o poema seguinte e responde às questões.

Poema à mãe

No mais fundo de ti, ainda aperto contra o coração


eu sei que traí, mãe 20 rosas tão brancas
como as que tens na moldura;
Tudo porque já não sou
o retrato adormecido ainda oiço a tua voz:
5 no fundo dos teus olhos. Era uma vez uma princesa
[…] no meio de um laranjal...
Tudo porque perdi as rosas brancas
que apertava junto ao coração 25 Mas – tu sabes – a noite é enorme,
no retrato da moldura. e todo o meu corpo cresceu.
Eu saí da moldura,
Se soubesses como ainda amo as rosas, dei às aves os meus olhos a beber,
10 talvez não enchesses as horas de pesadelos.
Não me esqueci de nada, mãe.
Mas tu esqueceste muita coisa; 30 Guardo a tua voz dentro de mim.
esqueceste que as minhas pernas cresceram, E deixo-te as rosas.
que todo o meu corpo cresceu,
e até o meu coração Boa noite. Eu vou com as aves.
15 ficou enorme, mãe!
Olha – queres ouvir-me? –
às vezes ainda sou o menino
que adormeceu nos teus olhos; Eugénio de Andrade, op. cit., p. 97.

1. Indica o tema do poema e explicita a forma como ele é desenvolvido.

2. Explicita as causas do atual desencontro afetivo do sujeito poético e da sua mãe.

3. Interpreta as metáforas que expressam essas causas, centrando a tua atenção nas palavras «retrato»,
«moldura», «rosas brancas» e «aves».

4. O último verso parece anunciar uma escolha definitiva. Comenta-a.

60 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Ficha de Educação Literária 13


Poetas contemporâneos: Ana Luísa Amaral

Nome N.° 12.° Data / /

Avaliação E. de Educação Professor/a

Unidade 3

Lê o poema seguinte e responde às questões.

Coisas de luz antigas

Aquele namorado que tinha


um nome bom: há quanto tempo foi?
A vida resvalante como gelo
e aquele namorado de nome bom
5 e férias, ficou perdido em luz,
mais de vinte anos
Deu-me uma vez a mão
um beijo resvalante à hora de deitar,
e na pensão. Mas tinha um nome bom,
10 falava de cinema e calçava de azul
e um bigode curtinho,
que escorregou aceso como gelo
no centro da pensão
Rasguei as cartas dele
15 há quinze anos, em dia de gavetas
e de luz, e nem fotografia me ficou
de desarrumação. Mas tinha um nome bom,
falava de cinema e calçava de azul,
e resvalou-me quente como gelo
20 à hora de deitar:
um namorado sem falar
de amor Marc Chagall, O violinista azul, 1947.

(que a timidez maior


e o quarto dos meus pais
25 nessa pensão;
no mesmo corredor)

Ana Luísa Amaral, Inversos, Poesia 1990-2010,


Lisboa, Dom Quixote, 2010, p. 281.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 61


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

1. Explica a importância da transgressão como fator de prolongamento de memórias do sujeito


poético.

2. Assinala três fatores que indiciavam a efemeridade do relacionamento entre os dois «namorados».

3. Apresenta uma proposta de interpretação para o título do poema.

4. Seleciona a opção de resposta adequada para completar a afirmação.


De entre os vários processos que contribuem para imprimir ritmo ao poema, destaca-se a presença,
em simultâneo,
A. de um esquema rimático fixo em todas as estrofes e de anástrofes frequentes.
B. da alternância entre versos longos e versos curtos e da repetição de palavras e de versos.
C. de um esquema rimático fixo em todas as estrofes e da repetição de palavras e de versos.
D. da alternância entre versos longos e versos curtos e da repetição de anástrofes frequentes.

62 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Ficha de Educação Literária 14


Poetas contemporâneos: Ana Luísa Amaral

Nome N.° 12.° Data / /

Avaliação E. de Educação Professor/a

Unidade 3

Lê o poema seguinte e responde às questões.

Manifesto anti-poetisa
Mais fácil é «a poet – it is that –»,
que a gramática nossa o não permite
e precisa dois gumes do estilete
– o que implicará sempre mais limite.
5 Mas, caso a regra for bem aplicada
(invertendo-se os termos da exceção),
porque não ler «poeta», feminino,
e masculino: ... vide conclusão?
Mas se poeta for quem mais repete
10 as quadras já ouvidas, recusando-
-as depois e repetidas, lembrando
utilidade imensa do estilete:
ou seja, a de espetar tais mil palavras
em cima de mil sílabas de mais,
15 sabendo que depois, uma palavra
é o que sobrará; e que das tais
mil e catorze sílabas só uma
lá caberá (no verso, quero dizer),
que de tanto esforçar e se perder,
20 acaba por às vezes ser nenhuma.
E se poeta for nem paciente
António Carneiro, Sinfonia azul, 1920.
nem ausente de tal, que a paciência
em demasia: coisa de serpente,
como é do seu contrário a sua ausência.
25 E se poeta for... inútil mais,
que de ridículo este definir
se perderá por versos mais e tais
que o verso às tantas poderá partir.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 63


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

Mas quando se partir, aí o verso.


30 E quando se partir, aí o lume:
avançar muito além do definir,
não distinguir essência de perfume.
E na ausência de final dourado,
tal como na ausência de terceto,
35 a conclusão: nem homem, nem mulher,
ou então: a «poeta» e o «poeto»

Ana Luísa Amaral, revista DIACRÍTICA,


Ciências da Literatura, n.Ê 22/3 (2008), 157-158.

1. Indica o tema do poema e explicita a forma como ele é desenvolvido.

2. Explicita a expressividade dos sinais gráficos utilizados no texto.

3. Esclarece de que modo o sujeito poético usa de uma certa ironia para desenvolver o tema do
formalismo literário associado ao significado da palavra «poeta».

4. Explica a importância da última quadra para a conclusão da temática desenvolvida ao longo do


poema, tendo em atenção as subtilezas do humor e da ironia.

64 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Ficha de Educação Literária 15


José Saramago, Memorial do convento

Nome N.° 12.° Data / /

Avaliação E. de Educação Professor/a

Unidade 4

Lê o excerto textual seguinte e responde às questões.

Baltasar e Blimunda
Dorme Baltasar no lado direito da enxerga, desde a primeira noite aí dorme, porque é desse
lado o seu braço inteiro, e ao voltar-se para Blimunda pode, com ele, cingi-la contra si, cor-
rer-lhe os dedos desde a nuca até à cintura, mais abaixo ainda se os sentidos de um e do outro
despertaram no calor do sono e na representação do sonho, ou já acordadíssimos iam quando
5 se deitaram, que este casal, ilegítimo por sua própria vontade, não sacramentado na igreja,
cuida pouco de regras e respeitos, e se a ele apeteceu, a ela apetecerá, e se ela quis, quererá ele.
Talvez ande por aqui obra de outro mais secreto sacramento, a cruz e o sinal feitos e traçados
com o sangue da virgindade rasgada, quando, à luz amarela do candil, estando ambos deita-
dos de costas, repousando, e, por primeira infração aos usos, nus como suas mães os tinham
10 parido, Blimunda recolheu da enxerga, entre as pernas, o vivíssimo sangue, e nessa espécie
comungaram, se não é heresia dizê-lo ou, maior ainda, tê-lo feito. Meses inteiros se passaram
desde então, o ano é já outro, ouve-se cair a chuva no telhado, há grandes ventos sobre o rio
e a barra, e, apesar de tão próxima a madrugada, parece escura noite. Outro se enganaria, mas
não Baltasar, que sempre acorda à mesma hora, muito antes de nascer o sol, hábito inquieto
15 de soldado, […] até que um leve rumor acorda Blimunda e outro som começa e se prolonga,
infalível, é Blimunda a comer o seu pão, e depois que o comeu abre os olhos, vira-se para Baltasar
e descansa a cabeça sobre o ombro dele, ao mesmo tempo que pousa a mão esquerda no lugar
da mão ausente, braço sobre braço, pulso sobre pulso, é a vida, quanto pode, emendando a
morte. Mas hoje não será assim. […]
20 Quando Blimunda acorda, estende a mão para o saquitel onde costuma guardar o pão, pen-
durado à cabeceira, e acha apenas o lugar. Tateia o chão, a enxerga, mete as mãos por baixo da
travesseira, e então ouve Baltasar dizer, Não procures
mais, não encontrarás, e ela, cobrindo os olhos com os José Santa-Bárbara, in Vontades. Uma Leitura de
Memorial do convento, Lisboa, Caminho, 2001.
punhos cerrados, implora, Dá-me o pão, Baltasar, dá-me
25 o pão, por alma de quem lá tenhas, Primeiro me terás
de dizer que segredos são estes, Não posso, gritou ela,
e bruscamente tentou rolar para fora da enxerga, mas
Sete-Sóis deitou-lhe o braço são, prendeu-a pela cintu-
ra, ela debateu-se brava, depois passou-lhe a perna direi-
30 ta por cima, e assim libertada a mão, quis afastar-lhe os
punhos dos olhos, mas ela tornou a gritar, espavorida,
Não me faças isso, e foi o grito tal que Baltasar a largou,
assustado, quase arrependido da violência, Eu não te
quero fazer mal, só queria saber que mistérios são, Dá-
35 -me o pão, e eu digo-te tudo, Juras, Para que serviriam
juras se não bastassem o sim e o não, Aí tens, come, e
Baltasar tirou o taleigo de dentro do alforge que lhe
servia de travesseira.
José Saramago, Memorial do convento, Porto,
Porto Editora, 2014, pp. 79-81.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 65


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

1. Comenta o relacionamento entre Baltasar e Blimunda, tendo em conta a globalidade do texto.

2. Considerando a excecionalidade de Blimunda, clarifica o significado de «só queria saber que


mistérios são» (linha34).

3. Seleciona um excerto do texto em que o tom oralizante seja evidenciado pela pontuação, justificando
a tua escolha.

4. Completa as afirmações abaixo apresentadas, selecionando a opção adequada a cada espaço.


Quando conhece Baltasar, Blimunda tem a) e um corpo alto e delgado, que prende a
atenção de Baltasar. Porém, são b) que mais impressionam Sete-Sóis, que pressente
que esta personagem feminina tem c) , por isso, lhe tira o pão e a quer obrigar a
confessar os mistérios que guarda.

a) b) c)
1. quase vinte anos 1. os seus olhos 1. dons divinatórios
2. quase dezanove anos 2. os seus cabelos 2. poderes especiais
3. dezanove anos 3. as suas palavras 3. capacidades telepáticas

66 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Ficha de Educação Literária 16


José Saramago, Memorial do convento

Nome N.° 12.° Data / /

Avaliação E. de Educação Professor/a

Unidade 4

Lê o excerto textual seguinte e as notas e responde às questões.

Uma questão de Justiça


Dizem que o reino anda mal governado, que nele
está de menos a justiça, e não reparam que ela está
como deve estar, com sua venda nos olhos, sua balança
e sua espada, que mais queríamos nós, era o que falta-
5 va, sermos os tecelões da faixa, os aferidores dos pe-
sos e os alfagemes do cutelo, constantemente remen-
dando os buracos, restituindo as quebras, amolando
os fios, e enfim perguntando ao justiçado se vai con-
tente com a justiça que se lhe faz, ganhado ou perdi-
10 do o pleito. Dos julgamentos do Santo Ofício não se
fala aqui, que esse tem bem abertos os olhos, em vez
de balança um ramo de oliveira, e uma espada afiada
onde a outra é romba e com bocas. Há quem julgue
que o raminho é oferta de paz, quando está muito pa-
15 tente que se trata do primeiro graveto da futura pilha
de lenha, ou te corto, ou te queimo, por isso é que,
havendo que faltar à lei, mais vale apunhalar a mulher,
por suspeita de infidelidade, que não honrar os fiéis José Santa-Bárbara, in Vontades. Uma Leitura de
Memorial do convento, Lisboa, Caminho, 2001.
defuntos, a questão é ter padrinhos que desculpem o
20 homicídio e mil cruzados para pôr na balança, nem é para outra coisa que a justiça a leva na
mão. Castiguem-se lá os negros e os vilões para que não se perca o valor do exemplo, mas
honre-se a gente de bem e de bens, não lhe exigindo que pague as dívidas contraídas, que
renuncie à vingança, que emende o ódio, e, correndo os pleitos1, por não se poderem evitar
de todo, venham a rabulice2, a trapaça, a apelação, a praxe, os ambages3, para que vença tarde
25 quem por justa justiça deveria vencer cedo, para que tarde perca quem deveria perder logo.
É que, entretanto, vão-se mungindo as tetas do bom leite que é o dinheiro, requeijão precioso,
supremo queijo, manjar de meirinho e solicitador, de advogado e inquiridor, de testemunha e
julgador, se falta algum é porque o esqueceu o padre António Vieira e agora não lembra.
Estas são as justiças visíveis. Das invisíveis, o menos que se poderia dizer é que são cegas
30 e desastradas, como ficou definitivamente demonstrado naufragando o barco em que vinham
de caçar na outra banda do Tejo o infante D. Francisco e o infante D. Miguel, ambos manos
de el-rei, deu-lhes uma rajada de vento sem avisar e virou-lhes a vela, caso foi ele que morreu
afogado
D. Miguel e se salvou D. Francisco, quando honrada justiça seria o contrário, conhecidas como
35 são as maldades deste, desencaminhar a rainha, cobiçar o trono de el-rei, dar tiros em marinhei-
ros, ao passo que do outro não constam, ou são de somenos.

José Saramago, Memorial do convento, Porto,


Porto Editora, 2014, pp. 207-208.
1
Pleitos: questões judiciais.
2
Rabulice: contestação astuciosa; argúcia judicial.
3
Ambages: evasivas; rodeios.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 67


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

1. Explicita as críticas à justiça veiculadas pelo narrador, fundamentando a tua resposta com citações
textuais pertinentes.

2. Identifica e interpreta a manifestação de intertextualidade presente no final do primeiro parágrafo.

3. Interpreta a referência às justiças «invisíveis», considerando a totalidade do parágrafo.

4. Completa as afirmações abaixo apresentadas, selecionando a opção adequada a cada espaço.


Este excerto de Memorial do Convento ilustra diversas características da escrita de José Saramago,
nomeadamente , como se verifica em «Estas são as justiças visíveis» (linha 29). Além
disso, a ironia é evidente no segmento .
A. o tom oralizante do discurso do narrador ... «Dizem que o reino anda mal governado, que
nele está de menos a justiça» (linhas 1-2)
B. a presença constante de comentários críticos ... «e não reparam que ela está como deve estar,
com sua venda nos olhos, sua balança e sua espada» (linhas 2-4)
C. o recurso sistemático a provérbios ... «Dizem que o reino anda mal governado, que nele está de
menos a justiça» (linhas 1-2)
D. a transgressão das regras de reprodução do discurso direto ... «e não reparam que ela está
como deve estar, com sua venda nos olhos, sua balança e sua espada» (linhas 2-4)

68 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Ficha de Educação Literária 17


José Saramago, O ano da morte de Ricardo Reis

Nome N.° 12.° Data / /

Avaliação E. de Educação Professor/a

Unidade 4

Lê o excerto textual seguinte e responde às questões.

Lídia
Não volto aqui, dissera Lídia, e é ela quem nes-
te momento bate à porta. Traz no bolso a chave
da casa, mas não se serve dela, tem os seus me-
lindres, disse que não voltaria, mal parecia ago-
5 ra meter a chave à porta como em casa sua, que
nunca foi, hoje ainda menos, se esta palavra nunca
admite redução, admitamo-la nós, que das pala-
vras não conhecemos o último destino. […] Lídia
tem os olhos vermelhos e inchados, talvez depois
10 de grande luta com o seu nascente amor de mãe
tenha acabado por resolver fazer o desmancho
[…]. Ela diz, Desculpe, senhor doutor, não tenho
podido vir, mas quase sem transição emendou, Edward Hopper, Escritório à noite, 1940.
Não foi por isso, pensei que já não lhe fazia falta,
15 tornou a emendar, Sentia-me cansada desta vida, e tendo dito ficou à espera, pela primeira vez
olhou de frente para Ricardo Reis, achou-o com um ar envelhecido, estará doente, Tens-me
feito falta, disse ele, e calou-se, dissera tudo o que havia para dizer. […] Por que é que não te
sentas, e depois, Conta-me o que se passa, então Lídia começa a chorar baixinho, É por causa
do menino, pergunta ele, e ela acena que não, lança-lhe mesmo, em meio das lágrimas, um
20 olhar repreensivo, finalmente desabafa, É por causa do meu irmão. […] É que, interrompeu-se
para enxugar os olhos e assoar-se, é que os barcos vão revoltar-se, sair para o mar, Quem to
disse, Foi o Daniel em grande segredo, mas eu não consigo guardar este peso para mim, tinha
de desabafar com uma pessoa de confiança, pensei no senhor doutor, em quem mais havia de
pensar, não tenho ninguém, a minha mãe não pode nem sonhar. Ricardo Reis espanta-se por
25 não reconhecer em si nenhum sentimento, talvez isto é que seja o destino, sabermos o que vai
acontecer, sabermos que não há nada que o possa evitar, e ficarmos quietos, olhando, como
puros observadores do espetáculo do mundo, ao tempo que imaginamos que este será também
o nosso último olhar, porque com o mesmo mundo acabaremos, Tens a certeza, perguntou,
mas disse-o somente porque é costume dar a nossa cobardia ao destino essa última oportuni-
30 dade de voltar atrás, de arrepender-se. Ela acenou que sim, chorosa, esperando pelas perguntas
apropriadas, aquelas a que só podem ser dadas respostas diretas, se possível um sim ou um não,
mas trata-se de proeza que está acima das humanas capacidades.

José Saramago, O ano da morte de Ricardo Reis, Porto,


Porto Editora, pp. 479-481.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 69


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

1. Comenta o relacionamento entre Ricardo Reis e Lídia, tendo em conta a globalidade do texto.

2. Considerando o perfil de Ricardo Reis, clarifica o significado de «puros observadores do espetáculo


do mundo» (linha 27).

3. Seleciona um excerto do texto em que o tom oralizante seja evidenciado pela pontuação, justificando
a tua escolha.

4. Completa as afirmações abaixo apresentadas, selecionando a opção adequada a cada espaço.


A relação de Ricardo com Lídia manifesta-se de forma a) . Se, por um lado, o médico se
sente fascinado por ela e lhe confessa essa sua atração, por outro, sente-se b) por se
tratar de uma criada de hotel e por se ter envolvido com ela, dada a diferença de c) .

a) b) c)
1. dúbia 1. orgulhoso 1. estatuto sociocultural
2. inequívoca 2. envergonhado 2. idades
3. evidente 3. envaidecido 3. ideais políticos

70 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Ficha de Educação Literária 18


José Saramago, O ano da morte de Ricardo Reis

Nome N.° 12.° Data / /

Avaliação E. de Educação Professor/a

Unidade 4

Lê o excerto textual seguinte e responde às questões.

Nós não somos nada


[…] A regeneração da Europa caminha a passos
de gigante, primeiro foi a Itália, depois Portugal,
a seguir a Alemanha, agora a Espanha, esta é a
boa terra, esta a semente melhor, amanhã ceifa-
5 remos as messes. Como escreveram os estudantes
alemães, Nós não somos nada, aquilo mesmo que
murmuraram, uns para os outros, os escravos que
construíram as pirâmides, Nós não somos nada, os
pedreiros e os boieiros de Mafra, Nós não somos
10 nada, os alentejanos mordidos pelo gato raivoso,
Nós não somos nada, os beneficiários dos bodos
misericordiosos e nacionais, Nós não somos nada,
os do Ribatejo a favor de quem se fez a festa do Edward Hopper, Quarto em Nova Iorque, 1932.
Jockey Club, Nós não somos nada, os sindicatos
15 nacionais que em maio desfilaram de braço estendido, Nós não somos nada, porventura nascerá
para nós o dia em que todos seremos alguma coisa, quem isto agora disse não se sabe, é um
pressentimento.
À Lídia, que também tão pouco é, fala Ricardo Reis dos sucessos do país vizinho, ela conta-
-lhe que os espanhóis do hotel celebraram o acontecimento com uma grande festa […], E tu,
20 perguntou Ricardo Reis, que pensas tu da Espanha, do que lá se está a passar, Eu não sou nada,
não tenho instrução, o senhor doutor é que deve saber, com tantos estudos que fez para chegar
à posição que tem, acho que quanto mais alto se sobe, mais longe se avista, Assim em cada lago
a lua toda brilha, porque alta vive1, O senhor doutor diz as coisas duma maneira tão bonita,
Aquilo, em Espanha, estava uma balbúrdia, uma desordem, era preciso que viesse alguém pôr
25 cobro aos desvarios, só podia ser o exército, como aconteceu aqui, é assim em toda a parte, São
assuntos de que eu não sei falar, o meu irmão diz, Ora, o teu irmão, nem preciso de ouvir falar
o teu irmão para saber o que ele diz, Realmente, são duas pessoas muito diferentes, o senhor
doutor e o meu irmão, Que diz ele, afinal, Diz que os militares não ganharão porque vão ter
todo o povo contra eles, Fica sabendo, Lídia, que o povo nunca está de um lado só, além disso,
30 faz-me o favor de me dizeres o que é o povo, O povo é isto que eu sou, uma criada de servir que
tem um irmão revolucionário e se deita com um senhor doutor contrário às revoluções […].

José Saramago, O ano da morte de Ricardo Reis, Porto,


Porto Editora, pp. 445-446.

1
Ode de Ricardo Reis: «Para ser grande, sê inteiro: nada / Teu exagera ou exclui. / Sê todo em cada coisa. Põe quanto és /
No mínimo que fazes. / Assim em cada lago a lua toda / Brilha, porque alta vive.»

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 71


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

1. Explicita as críticas veiculadas pelo narrador no primeiro parágrafo, fundamentando a tua resposta
com citações textuais pertinentes.

2. Interpreta a manifestação de intertextualidade com a ode de Ricardo Reis (ver nota 1), relacionando-a
com as palavras anteriores de Lídia.

3. Explica de que forma as intervenções de Lídia contribuem para a sua caracterização.

4. Completa as afirmações abaixo apresentadas, selecionando a opção adequada a cada espaço.


Este excerto de O ano da morte de Ricardo Reis ilustra diversas características da escrita de José
Saramago, nomeadamente, o tom oralizante do discurso do narrador, acentuado ,
como se verifica, por exemplo, nas linhas 11 a 15. Além disso, o uso recorrente de construções
anafóricas é visível .
A. a presença constante de comentários críticos ... nas linhas 3 a 10
B. a presença constante de comentários críticos ... nas linhas 11 a 19
C. pela transgressão das regras de reprodução do discurso direto ... nas linhas 11 a 19
D. pela transgressão das regras de reprodução do discurso direto ... nas linhas 3 a 10

72 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Ficha de Gramática 1
Processos fonológicos

Nome N.° 12.° Data / /

Avaliação E. de Educação Professor/a

1. Classifica as afirmações que se seguem como verdadeiras (V) ou falsas (F). Corrige as falsas.
V F

a) Na evolução de ÝãƒÙ› para estar, o fonema representado pela letra sublinhada


evidencia a ocorrência de uma paragoge.
b) Na evolução de ƒÝ›Äã›- para ausente, os fonemas representados pelas letras
sublinhadas evidenciam a ocorrência de uma sonorização.
c) Na evolução de «Ê—®› para hoje, o fonema representado pela letra sublinhada
comprova que se verificou uma palatalização.
d) Na evolução de ®Äã›Ù para entre, o fonema representado pela letra sublinhada
evidencia a ocorrência de uma sinérese.
e) Na evolução de ½®½®çͲ para lírio, o fonema representado pela letra sublinhada
comprova que se verificou uma vocalização.
f) Na evolução de «çͲ para humilde, o fonema representado pela letra subli-
nhada evidencia a ocorrência de uma epêntese.

2. Tendo em conta o(s) fonema(s) representado(s) pela(s) letra(s) sublinhada(s), identifica o processo
fonológico ocorrido na evolução dos étimos que se seguem.

a) ¥®½®ç- > filho:


b) ÝÖ®Ù®ãç- > espírito:
c) Ãٛ- > mar:
d) 򮗮> vii > vi:
e) ®ÖÝç- > isso:
f) ¥›Ù®ƒ- > feira:
g) ʑãÊ > oito:
h) Ý㛽½ƒ- > estrela:
i) ֛—›- > pee > pe:
j) ƒÃ®‘ç- > amigo:
k) porta > porteiro:
l) ٛ¦›- > ree > rei:

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 73


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

m) ƒÙƒÄ›ƒͳ > aranha:


n) ‘ʽÊٛ- > coor > cor:
o) ݛ‘Ù›ãç- > segredo:
p) Ö½çò®ƒ- > chuva:
q) ‘ƒÝ㮦ƒã> castiga:
r) Ý֛‘ç½ç- > espelho:
s) ֛݃ٛ > saber:
t) ƒØ箽ƒ- > águia:
u) ½çÖç- > lobo:

3. Tendo em conta o(s) fonema(s) sublinhado(s), faz corresponder o processo fonológico ocorrido
em cada um dos étimos (ou palavras) da coluna A à sua classificação na coluna B.

A B
a) ã«çÄçͲх atum 1. Prótese
b) ÄÊÝãÙçͲх nosso 2. Epêntese
c) Ãç½ãçͲхmuito 3. Paragoge
d) ƒÄã›х antes 4. Aférese
e) ®Ä¦›Ä®çͲх engenho 5. Síncope
f) ƒÖÊ㫛‘ƒͲх bodega 6. Apócope
g) pata > patinha 7. Metátese
h) ½›¦›Ù›хleger > leer > ler 8. Assimilação
i) ®Ä¥½ƒÙ›х inchar 9. Dissimilação
j) ÃٮãçͲх marido 10. Sonorização
k) ÛÃÊكٛх membrar > lembrar 11. Vocalização
l) ¥®—›½›Ͳх fiel 12. Palatalização
m) ٛ¦›Ͳх ree > rei 13. Crase
n) ‘½ƒò›Ͳх chave 14. Sinérese
o) Äʑã›Ͳх noite 15. Redução vocálica
p) ݛÃ֛٠> sempre

74 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Ficha de Gramática 2
Etimologia (valor semântico do étimo, palavras divergentes
e convergentes)

Nome N.° 12.° Data / /

Avaliação E. de Educação Professor/a

1. Preenche o quadro que se segue com um exemplo de uma palavra na qual se inclui a forma
apresentada do étimo latino ou grego.

Forma do étimo Significado Exemplo


a) ƒÄãÙÊÖ΄Ê΅Ͳ homem
b) ƒÙØç›΄Ê΅Ͳ antigo
c) ƒçãÊͲ próprio, de si mesmo
d) ®½®΄Ê΅Ͳ livro
e) ®ÊͲ vida
f) ‘ÊÝÃ΄Ê΅Ͳ mundo
g) ‘ÙÊÄ΄Ê΅Ͳ tempo
h) —›‘ƒͲ dez
i) —®Ͳ dois
j) ãÙ®Ͳ três
k) ®΄Ý΅Ͳ duas vezes
l) ã›ãكͲ quatro
m) «›øƒͲ seis
n) «›ÖãƒͲ sete
o) ›ãÄ΄Ê΅Ͳ raça
p) «®Ö΄Ê΅Ͳ cavalo
q) Û¦ƒ΄½Ê΅Ͳ grande
r) Ã®Ý΄Ê΅Ͳ que odeia
s) îã΄Ê΅Ͳ lenda
t) ě΄Ê΅Ͳ novo
u) ěçÙ΄Ê΅Ͳ nervo
v) Ê¥ãƒ½Ã΄Ê΅Ͳ olho
w) փ½›΄Ê΅Ͳ antigo
x) ÖÝ®‘΄Ê΅Ͳ alma
y) ãÊÖ΄Ê΅Ͳ lugar

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 75


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

2. Assinala com X a classificação das palavras apresentadas, de acordo com o seu processo evolutivo.

Processo evolutivo das palavras Palavras divergentes Palavras convergentes

a) ʑç½çͲх olho (forma popular)


> óculo (forma erudita)

b) Ù®òçͲх rio (nome)


Ù®—›Êх rio (forma verbal)

3. Faz corresponder cada étimo, apresentado na coluna A, à sua forma erudita, na coluna B, e à sua
forma popular, na coluna C.

A B C
1. ƒ‘ãçͲ a) arena A. selo
2. ƒÙ›ÄƒͲ b) ato B. palavra
3. ›øÖٮÛٛ c) átrio C. pai
4. Ñ罃Ͳ d) cátedra D. mãe
5. Ö½›ÄçͲ e) clamar E. madeira
6. ƒãÙ®çͲ f) cogitar F. mancha
7. ‘ƒã«›—ÙƒͲ g) comparar G. inteiro
8. ‘ʦ®ãƒÙ› h) consílio H. frio
9. ‘ÊÃփكٛ i) delicado I. espremer
10. ‘ÊÄÝ®½®çͲ j) direto J. direito
11. Ý®¦®½½çͲ k) exprimir K. delgado
12. Ãã›Ù®ƒͲ l) frígido L. cuidar
13. փãٛͲ m) íntegro M. conselho
14. —›½®‘ƒãçͲ n) madre N. comprar
15. փكÊ½ƒͲ o) mácula O. cheio
16. ÃãٛͲ p) matéria P. chamar
17. —®Ù›‘ãçͲ q) padre Q. cadeira
18. ®Ä㛦ÙçͲ r) parábola R. auto
19. ‘½ƒÃƒÙ› s) pleno S. areia
20. ¥Ù®¦®—çͲ t) sigilo T. adro

76 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Ficha de Gramática 3
Classes de palavras

Nome N.° 12.° Data / /

Avaliação E. de Educação Professor/a

1. Preenche o quadro que se segue com os adjetivos ou os verbos correspondentes.

Adjetivo Verbo Adjetivo Verbo


a) eterno g) durar
b) confiar h) belo
c) digno i) simples
d) fácil j) humilde
e) concretizar K) refletir
f) mitificar l) sensibilizar

2. Transcreve para o quadro as palavras sublinhadas em cada uma das frases, agrupando-as pela classe
a que pertencem.
• Cada aluno trouxe um livro e começou a lê-lo.
• Nenhum convidado queria ir para casa.
• Juro que não contei nada aos meus amigos.
• Todos os jogadores festejaram a vitória.
• Nunca ouvi falar de tal história.
• Ninguém estava consciente da dimensão do problema.
• Algo me diz que vai correr tudo bem.
• Eles dançam consoante a música.
• Estou disponível para conversar contigo a qualquer hora.
• O realizador cujo filme foi premiado fez um discurso profundamente comovente.
• O suspeito estava sob vigilância.
• Mal o vi, devolvi-lhe o livro.

Classe de palavras Exemplos


a) Nomes
b) Verbos
c) Adjetivos
d) Advérbios
e) Pronomes
f) Quantificadores
g) Preposições
h) Conjunções
i) Determinantes

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 77


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

3. Classifica, registando, no quadro abaixo, a classe e a subclasse das palavras sublinhadas.


3.1 a) Queria que todos se sentissem entusiasmados com o desafio.
b) Ele faltou à aula, que eu não o vi.
c) A paisagem que se via do miradouro era lindíssima.
d) Que filme estás a ver?
e) Este carro é mais veloz do que aquele.
f) Que queres?

3.2 a) Ele canta tão bem como o seu irmão.


b) Como estávamos cansados, decidimos regressar ao hotel.
c) Como foram as férias?

3.3 a) Onde estamos?


b) O jardim onde passeámos é muito antigo.

3.4 a) Ele levantou muito dinheiro.


b) Nevou muito naquela noite.

3.5 a) Não trouxe a mochila.


b) Onde a viste?
c) Falei do livro a todos os alunos.
d) Terminei o processo de seleção da rececionista. Escolhi a que me pareceu mais simpática.

3.6 a) Se quiseres, podemos ir à praia.


b) Não sei se eles vêm à festa.
c) Eles não se reconheceram imediatamente.

3.7 a) Caso queiram, ajudar-vos-ei na realização do trabalho.


b) O caso estava a ser investigado pela polícia.

3.1 a) 3.4 a)
b) b)
c) 3.5 a)
d) b)
e) c)
f) d)
3.2 a) 3.6 a)
b) b)
c) c)
3.3 a) 3.7 a)
b) b)

78 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Ficha de Gramática 4
Funções sintáticas I (sujeito, predicado, vocativo)

Nome N.° 12.° Data / /

Avaliação E. de Educação Professor/a

1. Faz corresponder cada uma das frases da coluna A à classificação do seu tipo de sujeito, que é
apresentada na coluna B.

A B
a) Disse-te sempre a verdade.

b) A proposta apresentada pelo primeiro orador foi apro-


vada por unanimidade.
1. Sujeito simples
c) Não contámos o segredo a ninguém.

d) Chegaram agora alguns atletas.


2. Sujeito composto
e) A maioria dos jovens tem mostrado uma preocupação
considerável com as questões ecológicas.

f) Entra-se facilmente por este portão. 3. Sujeito indeterminado

g) Ambos os alunos entregaram um trabalho muito


interessante.
4. Sujeito subentendido
h) A Maria, a vencedora do prémio, fez um discurso
muito comovente.

i) Dançar e cantar são atividades agradáveis.

2. De entre as orações sublinhadas, assinala com X aquelas que desempenham a função sintática de
sujeito.
A. Eles ajudam sempre quem precisa.
B. É admirável que ele tenha sido sempre tão modesto.
C. Eles decidiram ir à praia.
D. O autor cujo livro comprei deu-me um autógrafo.
E. O manuscrito de que ele te falou encontra-se neste museu.
F. Entusiasma-me sempre planear as férias.
G. Ele esforçou-se tanto que venceu a prova.

3. Sublinha o predicado de cada uma das frases que se seguem.


a) Ao longo da sua vida, visitou quase todos os países do mundo.
b) Regressámos a casa por causa do mau tempo.
c) A preparação da festa da aldeia era sempre um momento de grande entusiasmo.
d) Maria, fiquei profundamente feliz com o sucesso da peça.
e) O realizador, o produtor e os atores conversavam todos os dias sobre o filme.
f) O melhor atleta da equipa da escola ajudou os seus companheiros ao longo de todo o campeonato.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 79


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

4. Reescreve as frases que se seguem com um constituinte que desempenhe a função sintática de vocativo.
a) Podes abrir a porta, por favor?
b) Estou a adorar esta viagem.
c) Muito obrigada por tudo o que tens feito por mim.
d) Pedia o favor de não se levantarem antes de as luzes da sala voltarem a acender.
e) Falem mais baixo!

a)
b)
c)
d)
e)

5. Classifica as frases que se seguem como verdadeiras (V) ou falsas (F). Corrige as falsas.
V F

a) Na frase «No jantar, agradeci a todos os meus colaboradores o seu desempenho


extraordinário.», o predicado é «agradeci a todos os meus colaboradores o seu
desempenho extraordinário».
b) O constituinte sublinhado na frase «A rua onde moro é muito tranquila.»
desempenha a função sintática de sujeito.
c) Na frase «Meninos, por favor, ajudem-me.», o constituinte sublinhado desempe-
nha a função sintática de sujeito.
d) O constituinte sublinhado na frase «Saiu agora da festa a rapariga de quem te
tinha falado.» desempenha a função sintática de sujeito.
e) Na frase «Caros senhores, tenho ótimas notícias.», o predicado é «tenho ótimas
notícias».
f) O constituinte sublinhado na frase «É absolutamente indispensável que o teu
mérito seja reconhecido.» desempenha a função sintática de sujeito.
g) Na frase «O aquecimento global, um dos principais problemas do século XXI, tem
sido responsável pelo desaparecimento das calotas polares.», o predicado é «tem
sido responsável pelo desaparecimento das calotas polares».
h) O constituinte sublinhado na frase «Quem espera sempre alcança.» desempenha
a função sintática de sujeito.
i) Na frase «Todas as pessoas que chegaram foram muito bem recebidas.», o sujeito
é «Todas as pessoas».
j) O constituinte sublinhado na frase «A Mariana, que é muito trabalhadora, ofere-
ceu-se para nos ajudar.» desempenha a função sintática de sujeito.

80 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Ficha de Gramática 5
Funções sintáticas II (complementos do verbo, predicativo do sujeito,
predicativo do complemento direto, modificador do grupo verbal)

Nome N.° 12.° Data / /

Avaliação E. de Educação Professor/a

1. Faz corresponder cada um dos constituintes sublinhados nas frases da coluna A à respetiva função
sintática, que é apresentada na coluna B.
(Um elemento da coluna B pode corresponder a mais do que um dos elementos da coluna A.)

A B
a) Perguntei se querias vir passear connosco.

b) O júri considerou aquele número o melhor de todos.

c) Eles prometeram-me que não voltariam a chegar


atrasados. 1. Complemento direto

d) Realizámos o trabalho com grande rapidez.


2. Complemento indireto
e) Gostaria muito de colaborar convosco no processo de
escrita da peça.
3. Complemento oblíquo
f) A obra foi elogiada por todos os que a leram.

g) Todos te acham um bom amigo. 4. Complemento agente


da passiva
h) Confidenciei o meu segredo à minha melhor amiga.

i) Continuámos no Alentejo durante uma semana. 5. Modificador (do grupo verbal)

j) Eles saíram daqui há cinco minutos.


6. Predicativo do sujeito
k) Todos os alunos trabalharam afincadamente.

l) Ela proibiu as crianças de se aproximarem da lareira. 7. Predicativo do complemento


direto
m) O orador foi elogiado por quem ouviu o seu discurso.

n) Cheguei atrasado porque o despertador não tocou.

o) Eles confiam plenamente em quem os auxiliou.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 81


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

2. Seleciona, para cada função sintática da coluna A, a frase da coluna B cujo constituinte sublinhado não
desempenha a função indicada.

A B

1. Ele não sabia se eles vinham de comboio.


2. Há vários filmes interessantes em exibição.
a) Complemento
3. Estreou ontem uma peça de grande qualidade.
direto
4. Eles cumprimentavam quem lhes acenava.
5. Garanto-te que, no próximo ano, iremos a Buenos Aires.

1. Dediquei este poema às pessoas que me ajudaram.


2. Ele pediu informações a quem o atendeu.
b) Complemento
3. Ela confia plenamente em quem trabalha na sua empresa.
indireto
4. Transmitimos a notícia a todos os que nos ouviam.
5. Telefonámos várias vezes aos nossos avós.

1. Todos os passageiros se dirigiram para a porta de embarque.


2. O sábio meditou longamente sobre a questão que lhe fora dirigida.
c) Complemento
3. Alguns convidados estavam no jardim.
oblíquo
4. Discordo desse ponto de vista.
5. Ele desconfiava sempre de quem o elogiava em demasia.

1. Esta obra foi escrita pelo autor que te apresentei ontem.


2. Fomos ajudados por quem menos esperávamos.
d) Complemento
3. O projeto foi elaborado pelos alunos desta turma.
agente da passiva
4. Decidimos seguir pelo caminho menos percorrido.
5. A informação foi confirmada por vários cientistas.

1. As crianças permaneceram na piscina.


2. Todos ficaram em silêncio.
e) Predicativo
3. Estamos há vários dias numa pequena povoação.
do sujeito
4. Eles pareciam muito felizes.
5. Chegámos agora mesmo à praia.

1. Os seus familiares consideravam-na muito bondosa.


2. Eu achava que ele era generoso.
f) Predicativo do
3. Ela acha-o muito simpático.
complemento direto
4. Os seus colegas elegeram-no delegado de turma.
5. Todos o julgavam honesto.

1. Os barcos aportaram em Lisboa.


2. No último ano, viajámos várias vezes.
g) Modificador
3. Comemos gelados deliciosos neste café.
(do grupo verbal)
4. Fechei a porta com muito cuidado.
5. Eles foram frequentemente à praia.

82 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Ficha de Gramática 6
Funções sintáticas III (modificadores do nome e complemento
do nome)

Nome N.° 12.° Data / /

Avaliação E. de Educação Professor/a

1. Faz corresponder cada um dos constituintes sublinhados nas frases da coluna A à respetiva função
sintática, que é apresentada na coluna B.

A B
a) A fotografia da turma foi afixada na sala de aula.

b) O castelo cujas masmorras visitei é fascinante.

c) Este jardim, local onde passeava na infância, levou-a


a imaginar diversas histórias.

d) A elaboração da escultura foi um processo muito


divertido.

e) Os quadros que vimos na exposição datavam


do século XIX. 1. Complemento do nome
f) A beleza da paisagem era indescritível.

g) A jovem, determinada, continuou a lutar pelos


seus objetivos.
2. Modificador do nome
h) Cada um comeu uma fatia da torta de laranja. restritivo
i) A devolução do artigo apenas se concretizou
no mês seguinte.

j) Ela comprou um vestido às bolinhas.


3. Modificador do nome
k) Os netos da minha vizinha ofereceram-lhe uma viagem apositivo
a Paris.

l) O facto de ele ter doado uma grande quantia a várias


instituições foi muito elogiado.

m) O artigo sobre as alterações climáticas é alarmante.

n) A ideia de que eles não vêm é absurda.

o) O filme de que te falei estreou hoje.

p) O meu avô mostrou-me a sua coleção de selos.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 83


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

2. Sublinha, em cada uma das frases, o constituinte que desempenha a função sintática de modificador
do nome apositivo, de modificador do nome restritivo ou de complemento do nome, assinalando no
quadro, com X, a respetiva classificação.
Modificador Modificador Complemento
Frases do nome do nome do nome
apositivo restritivo

a) Havia uma grande probabilidade de ele conseguir


o emprego dos seus sonhos.
b) A Maria, que não sabia de nada,
ficou muito surpreendida.
c) Nas férias, íamos à praia com a tia do António.
d) Encomendei lençóis de algodão.
e) A bondade da professora era inquestionável.
f) O menino, extremamente cansado,
adormeceu de imediato.
g) A resolução do enigma foi profundamente desafiante.
h) Os turistas apreciaram muito o arquipélago
de Cabo Verde.
i) Este livro foi-me emprestado pela professora
do meu filho.
j) A história do resgate da tartaruga comoveu-me muito.
k) O avô ofereceu a sua coleção de selos aos seus netos.
l) Fui passar o fim de semana com os meus tios do Porto.

3. Identifica a função sintática desempenhada pelos constituintes sublinhados nas frases seguintes.
a) A imagem dos palácios refletidos na água era belíssima.
b) Os alunos, muito interessados no assunto, seguiam atenta- a)
mente o debate. b)
c) Os primos da Mafalda convidaram-me para passar férias c)
com eles.
d)
d) Ele recomendou-me um livro muito interessante.
e)
e) O porteiro deu-me permissão para entrar no palácio.
f) A aquisição do quadro foi uma grande vitória para o museu. f)
g) Encontrei um pergaminho desconhecido naquele alfarrabista. g)
h) Este restaurante, onde jantámos pela primeira vez há dez h)
anos, traz-me boas memórias.
i)
i) As raízes da árvore estendiam-se por todo o relvado.
j)
j) As crianças costumavam fazer uma roda à volta da árvore
antiga. k)
k) A sua convicção de que a equipa vencerá é inabalável. l)
l) Ela gostava muito do seu cabelo liso. m)
m) A ida para o Algarve foi muito agradável.

84 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Ficha de Gramática 7
Funções sintáticas IV (modificadores do nome, complemento do nome
e complemento do adjetivo)

Nome N.° 12.° Data / /

Avaliação E. de Educação Professor/a

1. Classifica as afirmações que se seguem como verdadeiras (V) ou falsas (F). Corrige as falsas.
V F

a) Na frase «Todos apreciam a simpatia da Ana.», o constituinte sublinhado desem-


penha a função sintática de modificador do nome restritivo.
b) O constituinte sublinhado na frase «A peça de teatro que estreou esta semana
é muito interessante.» desempenha a função sintática de modificador do nome
apositivo.
c) Na frase «Estou convicto de que a minha equipa vencerá o campeonato.», o cons-
tituinte sublinhado desempenha a função sintática de complemento do nome.
d) O constituinte sublinhado na frase «A camisola do Miguel foi-lhe oferecida pelos
seus amigos.» desempenha a função sintática de complemento do nome.
e) Na frase «Os alunos estavam ansiosos pela viagem de finalistas.», o constituinte
sublinhado desempenha a função sintática de complemento do adjetivo.
f) O constituinte sublinhado na frase «A descoberta do pergaminho trouxe informa-
ções muito valiosas ao processo de investigação.» desempenha a função sintática
de modificador do nome restritivo.
g) Na frase «O treinador estava muito satisfeito com os resultados dos atletas.»,
o constituinte sublinhado desempenha a função sintática de complemento
do nome.

2. Identifica a função sintática desempenhada por cada um dos constituintes sublinhados.


a) Os jovens estão cada vez mais angustiados com as alterações climáticas.
b) Estes livros, doados pela câmara municipal, contribuirão para enriquecer
a biblioteca.
c) Eles viveram durante vários anos no arquipélago de São Tomé e Príncipe.
d) A chegada à meta foi celebrada com muita alegria.
e) Depois de muito andarem na floresta, as crianças encontraram uma casa
misteriosa.
f) A ideia de que tudo correria bem dava-lhe alento.
g) Todos têm o dever de ajudar quem mais precisa.
h) Ele ficou muito surpreendido com a sua resposta.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 85


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

i) Os jogadores sentiam-se capazes de vencer o jogo.


j) A aluna a quem ofereceste o livro ficou muito feliz.
k) O chefe do João é muito bondoso.
l) A prima de quem sentia mais saudades veio visitá-lo.
m) Este enigma é muito fácil de desvendar.
n) O retrato que elaboraste é muito original.
o) O autorretrato do artista é belíssimo.
p) Todos estavam atentos ao seu comportamento.
q) A profundidade do abismo era assustadora.
r) Ele estava certo de que todos contribuiriam para o sucesso do projeto.

3. Seleciona, para cada função sintática da coluna A, a frase da coluna B cujo constituinte sublinhado
não desempenha a função indicada.

A B
1. Fiquei muito entusiasmado com as notícias.
2. A visita às grutas foi um sucesso.
a) Complemento
3. Os irmãos da Margarida são muito simpáticos.
do nome
4. A perspicácia da aluna permitiu-lhe vencer o concurso.
5. Aquele grupo de alunos participou com entusiasmo na visita à exposição.

1. Tenho a certeza de que vais conseguir superar todos os obstáculos.


2. Esta história é muito semelhante à que te contei ontem.
b) Complemento
3. Eles são muito fiéis às pessoas de quem gostam.
do adjetivo
4. A professora, cheia de orgulho, elogiou os seus alunos.
5. Todos ficaram radiantes com os resultados obtidos.

1. O livro cuja capa ilustrei vai ser lançado hoje.


2. Após a prova, os atletas ficaram muito cansados.
c) Modificador
3. Ele comprou umas calças de ganga nesta loja.
do nome restritivo
4. Adotámos um gatinho que estava nesta instituição.
5. A aldeia onde eles moram é encantadora.

1. O médico, um dos mais conceituados do país, propôs um tratamento


inovador.
2. Os meninos, dado que o tempo piorara, decidiram ficar em casa.
d) Modificador
3. Esta rua, onde moro há mais de dez anos, tem prédios muito antigos.
do nome apositivo
4. O cliente, claramente satisfeito com o preço, fez logo uma proposta
de compra.
5. Aquele menino, cuja família conheci agora, veio agradecer-me o auxílio.

86 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Ficha de Gramática 8
Funções sintáticas (global)

Nome N.° 12.° Data / /

Avaliação E. de Educação Professor/a

Lê atentamente o texto que se segue.

De como a personagem
foi mestre e o autor seu aprendiz
[…] Muitos anos depois, escrevendo pela primeira vez sobre
este meu avô Jerónimo e esta minha avó Josefa (faltou-me dizer
que ela tinha sido, no dizer de quantos a conheceram quando
rapariga, de uma formosura invulgar), tive consciência de que
5 estava a transformar as pessoas comuns que eles haviam sido em
personagens literárias e que essa era, provavelmente, a maneira
de não os esquecer, desenhando e tornando a desenhar os seus
rostos com o lápis sempre cambiante da recordação, colorindo
e iluminando a monotonia de um quotidiano baço e sem hori-
10 zontes, como quem vai recriando, por cima do instável mapa da
memória, a irrealidade sobrenatural do país em que decidiu pas-
sar a viver. A mesma atitude de espírito que, depois de haver evo- Jerónimo Melrinho e Josefa Caixinha, avós
cado a fascinante e enigmática figura de um certo bisavô ber- maternos de José Saramago, Azinhaga do
Ribatejo, anos 60.
bere, me levaria a descrever, mais ou menos nestes termos, um
15 velho retrato (hoje já com quase oitenta anos) onde os meus Arquivo da Fundação José Saramago.
pais aparecem: «Estão os dois de pé, belos e jovens, de frente Faz parte de um conjunto de postais com-
prados, em julho de 2008, aquando da Ex-
para o fotógrafo, mostrando no rosto uma expressão de solene posição «José Saramago: A consistência dos
gravidade que é talvez temor diante da câmara, no instante em sonhos», que esteve patente no Palácio da
Ajuda.
que a objetiva vai fixar, de um e de outro, a imagem que nunca
20 mais tornarão a ter, porque o dia seguinte será implacavelmente (consultado em http://caisdoolhar.blogspot.
com/, em outubro de 2022).
outro dia... Nada disto tem importância, a não ser para mim. Um
avô berbere, vindo do Norte de África, um outro avô pastor de porcos, uma avó maravilhosamente
bela, uns pais graves e formosos, uma flor num retrato – que outra genealogia pode importar-me?
A que melhor árvore me encontraria?».
25 Escrevi estas palavras há quase trinta anos, sem outra intenção que não fosse reconstituir e registar
instantes da vida das pessoas que me geraram e que mais perto de mim estiveram, pensando que nada
mais precisaria de explicar para que se soubesse de onde venho e de que materiais se fez a pessoa que
comecei por ser e esta em que, pouco a pouco, me vim tornando. Afinal, estava enganado, a biologia
não determina tudo, e, quanto à genética, muito misteriosos deverão ter sido os seus caminhos para
30 terem dado uma volta tão larga... À minha árvore genealógica (perdoe-se-me a presunção de a desig-
nar assim, sendo tão minguada a substância da sua seiva) não faltavam apenas alguns daqueles ramos
que o tempo e os sucessivos encontros da vida vão fazendo romper do tronco central, também lhe fal-
tava quem ajudasse as suas raízes a penetrar até às camadas subterrâneas mais fundas, quem apurasse a
consistência e o sabor dos seus frutos, quem ampliasse e robustecesse a sua copa para fazer dela abrigo
35 de aves migrantes e amparo de ninhos.
José Saramago, in Público (texto com supressões,
consultado em https://www.publico.pt/, em outubro de 2022).

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 87


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

Seleciona a opção que completa corretamente cada uma das afirmações.

1. O pronome «me» (linha 2) desempenha a função sintática de


A. sujeito. C. complemento indireto.
B. complemento direto. D. complemento oblíquo.

2. A oração «que eles haviam sido» (linha 5) desempenha a função sintática de


A. complemento direto. C. modificador do nome apositivo.
B. modificador do nome restritivo. D. complemento do nome.

3. O constituinte «em personagens literárias» (linhas 5-6) desempenha a função sintática de


A. complemento direto. C. modificador (do grupo verbal).
B. complemento oblíquo. D. complemento do nome.

4. O constituinte «a irrealidade sobrenatural do país em que decidiu passar a viver» (linhas 11-12)
desempenha a função sintática de
A. complemento oblíquo. C. complemento indireto.
B. complemento direto. D. modificador (do grupo verbal).

5. O pronome «me» (linha 14) desempenha a função sintática de


A. complemento direto. C. complemento oblíquo.
B. complemento indireto. D. sujeito.

6. A oração «onde os meus pais aparecem» (linhas 15-16) desempenha a função sintática de
A. modificador do nome restritivo. C. complemento direto.
B. complemento do nome. D. modificador (do grupo verbal).

7. O constituinte «os dois» (linha 16) desempenha a função sintática de


A. sujeito. C. modificador do nome restritivo.
B. predicativo do sujeito. D. predicativo do complemento direto.

8. O constituinte «belos e jovens» (linha 16) desempenha a função sintática de


A. sujeito. C. modificador (do grupo verbal).
B. modificador do nome apositivo. D. modificador do nome restritivo.

9. O constituinte «À minha árvore genealógica» (linha 30) desempenha a função sintática de


A. complemento direto. C. complemento indireto.
B. sujeito. D. complemento oblíquo.

10. O pronome «que» (linha 32) desempenha a função sintática de


A. sujeito. C. complemento direto.
B. complemento indireto. D. complemento oblíquo.

88 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Ficha de Gramática 9
Orações coordenadas

Nome N.° 12.° Data / /

Avaliação E. de Educação Professor/a

1. Faz corresponder as orações sublinhadas em cada uma das frases da coluna A à sua classificação,
que é apresentada na coluna B.

A B
a) Ora lia ora escrevia.

b) Tens de arrumar o teu quarto quer queiras quer não


queiras.
c) O lago estendia-se por todo o vale, as montanhas cober- 1. Oração coordenada
tas de neve rodeavam-no e a luz do Sol iluminava toda a
paisagem.
2. Oração coordenada conclusiva
d) É cedo, portanto ainda podemos ir passear um pouco.

e) Ao fim da tarde, as ondas do mar embatiam no cais e


elevavam-se a muitos metros de altura. 3. Oração coordenada copulativa

f) Chegámos atrasados, porém a peça de teatro ainda não


tinha começado.
4. Oração coordenada explicativa
g) Nem nos encontrámos ontem nem nos veremos amanhã.

h) O livro é muito interessante, logo vou recomendá-lo aos


5. Oração coordenada assindética
meus alunos.

i) Ou compramos o carro ou optamos pela mota.


6. Oração coordenada adversativa
j) Não só terminaste o trabalho como também arrumaste a
casa.

k) A neve começou a cair, contudo decidimos ir passear na 7. Oração coordenada disjuntiva


floresta.

l) Decidimos ir à praia ao fim da tarde, pois o pôr do sol é


mais bonito à beira-mar.

2. Divide e classifica as orações das frases que se seguem.


a) Os jovens avançaram sem medo, a floresta tornou-se menos densa e descobriram uma
clareira maravilhosa.

b) Arrumem os livros que a biblioteca vai encerrar.

c) Tanto se mostrava tímido como parecia extrovertido.

d) A estrada está em obras, por conseguinte optaremos por um percurso alternativo.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 89


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

e) Comprei vários livros, mas não encontrei o que procurava.

f) Comemos em casa ou vamos a um restaurante?

g) Todos nos esforçámos muito; assim, o projeto foi um sucesso.

h) A caminhada é muito longa, por isso convém levarmos calçado adequado.

3. Reescreve as frases apresentadas na coluna A através de uma estrutura de coordenação, tendo


em conta as indicações que são apresentadas na coluna B. Procede às alterações necessárias.

A B
1. Oração coordenada copulativa + Oração co-
a) Não parei para descansar. Não desisti da prova.
ordenada copulativa

b) Por vezes, íamos à praia. Noutros momentos, 2. Oração coordenada disjuntiva + Oração co-
passeávamos nas montanhas. ordenada disjuntiva

3. Oração coordenada + Oração coordenada


c) Entrei na loja. Avistei logo a arca antiga.
copulativa

d) Eles estavam muito cansados. Eles decidiram 4. Oração coordenada + Oração coordenada
permanecer na festa. adversativa

e) A equipa permaneceu sempre unida. A equipa 5. Oração coordenada + Oração coordenada


é digna de louvor. conclusiva

6. Oração coordenada + Oração coordenada


f) Não te esqueças do casaco. Está muito frio.
explicativa

g) Decidimos festejar o seu aniversário. Fizemos 7. Oração coordenada + Oração coordenada


um bolo. Convidámos vários amigos. assindética + Oração coordenada copulativa

a)
b)
c)
d)
e)
f)
g)

90 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Ficha de Gramática 10
Subordinação (orações subordinadas adverbiais)

Nome N.° 12.° Data / /

Avaliação E. de Educação Professor/a

1. Classifica as frases que se seguem como verdadeiras (V) ou falsas (F). Corrige as falsas.
V F

a) Na frase «Este filme é mais interessante do que aquele.», a oração sublinhada


classifica-se como subordinada adverbial concessiva.
b) A oração sublinhada na frase «Não quebrarei a minha promessa nem que tentem
obrigar-me a fazê-lo.» classifica-se como subordinada adverbial consecutiva.
c) Na frase «A menos que todos contribuamos, não conseguiremos limpar a flo-
resta.», a oração sublinhada classifica-se como subordinada adverbial condicional.
d) A oração sublinhada na frase «Cada vez que o vejo, recordo-me do seu irmão.»
classifica-se como subordinada adverbial temporal.
e) Na frase «Como conseguimos vencer todas as outras equipas, vamos receber um
troféu.», a oração sublinhada classifica-se como subordinada adverbial comparativa.
f) A oração sublinhada na frase «Tamanho era o barulho que eu não conseguia ouvir
a sua voz.» classifica-se como subordinada adverbial causal.
g) Na frase «Não conseguiremos abrir a porta, a não ser que encontres a chave.»,
a oração sublinhada classifica-se como subordinada adverbial consecutiva.

2. Divide e classifica as orações das frases que se seguem.


a) Embora esteja calor, a prova vai realizar-se.

b) Contanto que faças o trabalho, permanecerás na equipa.

c) Ficamos aqui até que alguém nos ajude.

d) Ainda que ele insista, não entraremos na loja.

e) Íamos apanhando o lixo à medida que caminhávamos pela praia.

f) Por mais que se esforçasse, não ultrapassava o adversário.

g) Ele falava que nem um papagaio.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 91


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

3. Seleciona, para cada oração subordinada da coluna A, a frase da coluna B cuja oração sublinhada não
corresponde à classificação indicada.

A B
1. A peça foi tão interessante que nem dei pela passagem do tempo.
2. Mal abri a porta, os cães saudaram-me com alegria.
a) Oração subordinada
3. Assim que chegámos à praia, demos um mergulho.
adverbial temporal
4. Todas as vezes que visito esta aldeia, recordo-me da minha infância.
5. Depois de o vermos, ficámos aliviados.

1. Uma vez que eles já viram este filme, optaremos por outro.
2. Não toques na panela, que está quente.
b) Oração subordinada 3. Já que o tempo melhorou, vamos fazer um piquenique.
adverbial causal 4. Eles decidiram dormir a sesta, uma vez que, na noite anterior,
tinham ficado a trabalhar até tarde.
5. Como eles vêm connosco, levaremos a carrinha.

1. Eles trabalharam muito para poderem ter esse resultado.


2. A máquina servia para limpar o pó.
c) Oração subordinada
3. Todos contribuíram para que o espetáculo fosse um sucesso.
adverbial final
4. Abrimos a porta, de modo a que todos pudessem entrar.
5. Ele comprou a tinta a fim de pintar os móveis.

1. Malgrado os seus problemas, ele ainda conseguia ter esperança.


2. Apesar de terem ficado em casa, divertiram-se muito.
3. Não obstante terem fechado as janelas, o barulho ainda era perfei-
d) Oração subordinada
tamente audível.
adverbial concessiva
4. A menos que queiras, não irei contigo.
5. Mesmo que os nossos amigos cheguem atrasados, esperaremos
por eles.

1. Desde que eles chegaram, ainda não pararam de conversar.


2. Podes entrar, desde que não faças barulho.
e) Oração subordinada 3. Caso eles decidam comprar a casa, iremos visitá-los.
adverbial 4. Todos poderemos participar no jantar, salvo se ocorrer
condicional um imprevisto.
5. Esperaremos até à sua chegada, a não ser que recebamos
ordens em contrário.

1. Ela era mais bondosa do que o seu pai.


f) Oração subordinada 2. Este retrato é tal qual o modelo.
adverbial 3. Este apartamento é tão caro quanto aquele.
comparativa 4. Trouxe tudo quanto pediste.
5. Os atletas eram velozes que nem lebres.

1. Ele falava tão velozmente que tínhamos dificuldade em acompa-


nhar o seu raciocínio.
g) Oração subordinada 2. Estava tanto frio que decidimos regressar ao hotel.
adverbial
3. A confusão era tal que ninguém nos ouvia.
consecutiva
4. Ele trabalhou de tal maneira que conseguiu terminar o projeto.
5. Todos consideravam que o texto era muito interessante.

92 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Ficha de Gramática 11
Subordinação (orações subordinadas adjetivas)

Nome N.° 12.° Data / /

Avaliação E. de Educação Professor/a

1. Classifica as frases que se seguem como verdadeiras (V) ou falsas (F). Corrige as falsas.
V F

a) Na frase «O parque natural que visitámos é muito famoso.», a oração subordi-


nada é «O parque natural que visitámos».
b) A oração subordinante da frase «O vizinho cuja casa visitei foi muito simpático.» é
«foi muito simpático».
c) Na frase «Todos os anos, passo férias na praia onde nos encontrámos.», a oração
subordinante é «Todos os anos».
d) A oração subordinada da frase «Os amigos de quem te falei regressam hoje de
Paris.» é «de quem te falei».
e) Na frase «Entreguei-lhes tudo quanto encontrei.», a oração subordinada é «tudo
quanto encontrei».

1.1 Classifica as orações subordinadas de cada uma das frases anteriores.

a) b) c) d) e)

2. Assinala com X a classificação que corresponde a cada uma das orações sublinhadas nas frases.

Oração subordinada Oração subordinada


Frases adjetiva relativa adjetiva relativa
restritiva explicativa
a) A Maria (que nunca perde uma festa) foi a primeira a acei-
tar o convite.
b) Todos aplaudiram o espetáculo – o que encheu o encena-
dor de alegria.
c) Na época em que estamos, as pessoas estão cada vez mais
preocupadas com as causas ambientais.
d) O António, cujo primo foi meu colega, é muito simpático.
e) Os meninos a quem oferecemos os brinquedos ficaram
muito felizes.
f) Este jardim, onde plantaram recentemente vários pláta-
nos, já existe há séculos.
g) Comprei o livro de que me tinhas falado.
h) Adorei a viagem que fizemos no ano passado.
i) Aceito tudo quanto me oferecerem.
j) A rua onde nos encontramos tem edifícios do século XIX.
k) O autor cuja primeira obra foi recentemente publicada vai
dar hoje uma sessão de autógrafos na feira do livro.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 93


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

3. Divide e classifica as orações das frases que se seguem.


a) Este túnel, onde nos encontramos, era uma passagem secreta.

b) A área onde decorreu o incêndio será, em breve, reflorestada.

c) As pessoas de quem duvidei afinal eram leais.

d) O Miguel – cujas boas ações são reconhecidas por todos – é muito respeitado nesta vila.

4. Converte as frases simples da coluna A em frases complexas na coluna C, tendo em conta as indicações
que são apresentadas na coluna B. Procede a todas as alterações necessárias.

A B C

a) Vivo nesta rua há muitos Oração subordinante + a)


anos. Esta rua é muito Oração subordinada
sossegada. adjetiva relativa explicativa

b) Ele despediu-se de Oração subordinante + b)


alguns amigos. Ele vai Oração subordinada
sentir saudades desses adjetiva relativa restritiva
amigos.

c) Ontem, fui ao cinema Oração subordinante + c)


ver um filme. O título do Oração subordinada
filme é muito original. adjetiva relativa restritiva

d) Aquela menina é filha de Oração subordinante + d)


uma das minhas amigas. Oração subordinada
A medalha foi entregue a adjetiva relativa explicativa
essa menina.

e) Recordo-me bem desse Oração subordinante + e)


café. Falei-te desse café Oração subordinada
várias vezes. adjetiva relativa explicativa

f) O tigre era muito belo. Oração subordinante + f)


O tigre era admirado por Oração subordinada
todos os visitantes do adjetiva relativa explicativa
parque natural.

g) Encontrei várias pessoas Oração subordinante + g)


ao longo do caminho. Oração subordinada
Nenhuma dessas pessoas adjetiva relativa restritiva
se recusou a ajudar-me.

94 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Ficha de Gramática 12
Subordinação (orações subordinadas substantivas)

Nome N.° 12.° Data / /

Avaliação E. de Educação Professor/a

1. Assinala com X a classificação que corresponde a cada uma das orações sublinhadas nas frases.

Oração subordinada Oração subordinada


Frases substantiva substantiva relativa
completiva

a) Ela garantiu-me que chegaria a tempo à reunião.


b) Eles perguntaram se os nossos amigos já tinham chegado
a casa.
c) Quem o ajudou foi recompensado.
d) Todos ficaram onde estavam.
e) Eles protegeram quem precisava de apoio.
f) Sei fazer esse nó.
g) Não há dúvida de que eles venceram a prova.
h) Eles eram incapazes de fazer mal a alguém.
i) Os nossos amigos pediram-nos para os ajudarmos
no transporte dos móveis.
j) É essencial fazermos uma lista de objetivos.
k) Ela gosta de quem é honesto.
l) Ele gosta muito de desenhar.
m) Pensei muito em quem me ajudou.
n) Pensei muito em fazer uma viagem este ano.
o) Devolvi o livro a quem mo tinha emprestado.
p) Ele estava convicto de que tudo correria bem.

2. Completa as frases que se seguem com o tipo de oração subordinada substantiva indicado entre
parênteses.

a) A professora recomendou-nos g) Marcámos o encontro . (relativa)


. (completiva) h) Todos disseram . (completiva)
b) Entregámos as chaves . (relativa) i) O facto de é
c) É imprescindível . (completiva) surpreendente. (completiva)
d) pode vir connosco ao cinema. (relativa) j) Preciso . (completiva)
e) Ele estava certo . (completiva) k) Emprestei a revista . (relativa)
f) Perguntaram-nos . (completiva) l) Recordei-me . (relativa)

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 95


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

3. Divide e classifica as orações das frases que se seguem.


a) Todos ambicionavam emigrar para França. a)
b) Eles não sabem se os seus amigos já chegaram. b)
c) Encontrei as minhas chaves onde as tinha deixado. c)
d) Eles cumprimentavam sempre quem passava à frente da sua d)
casa.
e)
e) Sabes indicar-me o caminho para a praia?
f)
f) Eles confiam em quem trabalha na sua empresa.
g) Lembras-te de que, da última vez, ele trouxe um bolo delicioso g)
para o jantar? h)
h) Consegui terminar o trabalho dentro do prazo estipulado. i)
i) O peregrino encontrou quem lhe desse guarida. j)
j) Tínhamos urgência em encontrar uma solução para aquele
k)
problema.
k) É inquestionável que ele argumentou muitíssimo bem em l)
defesa do seu ponto de vista. m)
l) Pedi indicações a quem encontrei pelo caminho. n)
m) Quem comeu a mousse de chocolate ficou muito satisfeito.
n) Desconfio sempre de quem é maledicente.

4. Converte as frases simples da coluna A em frases complexas na coluna C, tendo em conta as indicações
que são apresentadas na coluna B. Faz as alterações necessárias.

A B C

a) A professora fez um Oração subordinante + a)


pedido aos alunos. Oração subordinada
Queria que eles falassem substantiva completiva
em voz baixa.

b) Eles recordavam-se Oração subordinante + b)


de algumas pessoas. Oração subordinada
Essas pessoas tinham substantiva relativa
sido muito generosas
com eles.

c) Ele tinha um sonho. Oração subordinante + c)


Pretendia construir Oração subordinada
um poço na sua aldeia. substantiva completiva

d) Eles disseram a verdade Oração subordinante + d)


a algumas pessoas. Oração subordinada
Essas pessoas eram suas substantiva relativa
amigas.

e) Ele construiu uma casa. Oração subordinante + e)


Escolheu o local que lhe Oração subordinada
tinham recomendado. substantiva relativa

96 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Ficha de Gramática 13
Coordenação e subordinação (global)

Nome N.° 12.° Data / /

Avaliação E. de Educação Professor/a

Lê atentamente o texto que se segue.

Pessoa – uma biografia


Nesse mesmo dia [7 de setembro de 1914, data em que
Portugal enviou reforços militares para as colónias africa-
nas], Pessoa escreveu dois poemas sobre um desfile marcial
proveniente de África sob o comando do rei D. Sebastião,
5 o jovem monarca idealista e fanaticamente religioso que
chefiou, no verão de 1578, uma campanha suicida para
reconquistar territórios portugueses, entretanto perdidos,
em Marrocos. Num desses poemas, «O regresso», o rei
ressuscitado e a sua grande cavalgada chegam numa manhã
10 de nevoeiro para anunciar uma nova era de esplendor
nacional. Contudo, os soldados que montam os cavalos
são fantasmas, já que fazem parte de uma história mítica Júlio Pomar, Triplo Fernando Pessoa II, 2004.
cujo poder residia precisamente na sua irrealidade. O mito
sofrera várias alterações e Pessoa seria responsável por inaugurar mais uma.
15 Quatro meses após a desastrosa batalha de Alcácer Quibir, os vencedores apresentaram os restos
mortais de D. Sebastião às autoridades portuguesas, o que não impediu que circulassem relatos de
que o jovem rei tinha sobrevivido.
Foi aparecendo um falso D. Sebastião após outro, às vezes com o aval de membros da aristocracia
portuguesa ansiosos por depor Filipe I (Filipe II de Espanha), que em 1580 se coroara rei de um
20 Portugal muito enfraquecido. À medida que os reis fraudulentos eram desmascarados, um número
crescente de pessoas ficava a aguardar a chegada do verdadeiro rei, D. Sebastião, cujo regresso acon-
teceria numa manhã de nevoeiro. Portugal recuperou a soberania em 1640, e nessa altura o rei tinha
desaparecido, se ainda estivesse vivo, seria decrépito, mas as pessoas continuaram à espera, atribuindo
à ideia do seu regresso interpretações alegóricas e messiânicas, em parte inspiradas na antiga lenda do
25 rei Artur, que era suposto regressar da ilha de Avalon para salvar o seu povo.
A poeta Sophia de Mello Breyner Andresen contou-me que quando era jovem ainda tinha visto
aldeões de zonas costeiras a observar o mar em manhãs de nevoeiro, na expectativa da chegada de
um navio que traria de regresso o Adormecido ou Encoberto. Para outros, o rei voltaria como um
acontecimento maravilhoso que livraria o país do marasmo. Foi esta espera passiva de um redentor,
30 ou de uma ocorrência redentora, que levou alguns intelectuais oitocentistas, como o poeta Antero de
Quental e o historiador Oliveira Martins (1845-1894), a encarar o sebastianismo como um emblema
da decadência em Portugal.

Richard Zenith, Pessoa – uma biografia, trad. de Salvato Teles de Menezes


e de Vasco Teles de Menezes, Lisboa, Quetzal Editores, 2022, pp. 496-497.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 97


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

Seleciona a opção que completa corretamente cada uma das afirmações.

1. A oração «para anunciar uma nova era de esplendor nacional» (linhas 10-11) classifica-se como
subordinada
A. adverbial concessiva. C. adverbial final.
B. substantiva relativa. D. adjetiva relativa restritiva.

2. A oração «já que fazem parte de uma história mítica cujo poder residia precisamente na sua
irrealidade» (linhas 12-13) classifica-se como subordinada
A. adverbial consecutiva. C. adverbial causal.
B. substantiva completiva. D. adjetiva relativa explicativa.

3. A oração «que circulassem relatos de que o jovem rei tinha sobrevivido» (linhas 16-17) classifica-se
como subordinada
A. adjetiva relativa restritiva. C. adverbial consecutiva.
B. substantiva completiva. D. adjetiva relativa explicativa.

4. A oração «que em 1580 se coroara rei de um Portugal muito enfraquecido» (linhas 19-20) classifica-
-se como subordinada
A. adverbial final. C. adjetiva relativa explicativa.
B. substantiva completiva. D. adverbial concessiva.

5. A oração «cujo regresso aconteceria numa manhã de nevoeiro» (linhas 21-22) classifica-se como
subordinada
A. adjetiva relativa explicativa. C. substantiva completiva.
B. substantiva relativa. D. adverbial consecutiva.

6. A oração «se ainda estivesse vivo» (linha 23) classifica-se como subordinada

A. adverbial concessiva. C. substantiva relativa.


B. adverbial condicional. D. adverbial consecutiva.

7. A oração «quando era jovem» (linha 26) classifica-se como subordinada

A. adverbial causal. C. adjetiva relativa restritiva.


B. adverbial temporal. D. substantiva completiva.

8. A oração «que traria de regresso o Adormecido ou Encoberto» (linha 28) classifica-se como
subordinada
A. adjetiva relativa restritiva. C. substantiva relativa.
B. adjetiva relativa explicativa. D. substantiva completiva.

98 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Ficha de Gramática 14
Modalidade epistémica, deôntica e apreciativa (valores modais)

Nome N.° 12.° Data / /

Avaliação E. de Educação Professor/a

1. Faz corresponder cada uma das frases da coluna A à sua modalidade (e, caso se aplique, ao respetivo
valor modal), que é apresentada na coluna B.

A B
a) Tens de terminar o trabalho logo que possível.

b) De certeza que eles chegaram a tempo à reunião.

c) Este fim de semana está a ser maravilhoso!


1. Modalidade epistémica
d) É provável que eles terminem a prova agora. (valor modal de certeza)

e) Estão autorizados a colocar perguntas ao orador.

f) Ele deve ter saído há pouco. 2. Modalidade epistémica


(valor modal de probabilidade)
g) Deves permanecer em silêncio enquanto ele estiver a falar.

h) É interessante que ele procure sempre defender o seu


ponto de vista. 3. Modalidade deôntica
(valor modal de obrigação)
i) Talvez fiquemos mais um dia no hotel.

j) É obrigatório mostrar um documento de identificação na


entrada do edifício. 4. Modalidade deôntica
(valor modal de permissão)
k) Tens a minha permissão para ficar mais um pouco na festa.

l) Não abras a porta, por favor.


5. Modalidade apreciativa
m) Todos os passageiros têm obrigatoriamente de se dirigir
à porta de embarque.

n) Sei que ele me disse a verdade.

2. Identifica a modalidade (e, caso se aplique, o valor modal) das frases que se seguem.
a) É muito agradável fazer uma caminhada logo de manhã.
b) É preciso limpar esta sala.
c) Talvez nos tenhamos enganado no caminho.
d) Se já não tiveres mais questões, podes sair.
e) Deves estudar um pouco todos os dias.
f) Eles devem ter ficado radiantes com a vitória.
g) Temos de arrumar a estante.
h) Adoro gelado de morango.
i) Tenho a certeza de que vais conseguir superar todos os obstáculos.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 99


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

3. Seleciona, para cada modalidade e/ou valor modal da coluna A, a frase da coluna B que não cor-
responde ao indicado.

A B

1. A tua equipa venceu o torneio.


a) Modalidade 2. Eles já se conheciam, sem dúvida.
epistémica
3. É inegável que ele tem provas do que afirma.
(valor modal
de certeza) 4. Temos de confirmar a veracidade dos factos.
5. Estou certo de que ele sabe a resposta.

1. É provável que eles cheguem a casa daqui a pouco.


b) Modalidade 2. Eles devem querer ir à visita de estudo.
epistémica
3. Deves ficar em casa durante uns dias.
(valor modal
de probabilidade) 4. Se calhar, ele não ouviu o que disseste.
5. Talvez eles vão à praia amanhã.

1. É imperioso verificares se a porta ficou bem fechada.


c) Modalidade 2. Não contes o segredo a ninguém, por favor.
deôntica
3. Podem abrir as janelas.
(valor modal
de obrigação) 4. Devem colocar as vossas dúvidas agora.
5. Todos têm necessariamente de intervir no debate.

1. Se quiseres, podes ficar mais um pouco.


d) Modalidade 2. É proibido entrar nesta sala.
deôntica
3. Estás autorizado a sair até à meia-noite.
(valor modal
de permissão) 4. Tens a minha permissão para sair da mesa.
5. Têm a minha autorização para saírem da escola.

1. Felizmente, tudo correu muito bem.


2. Gosto muito de ver o pôr do sol.
e) Modalidade
3. Que paisagem fantástica!
apreciativa
4. Talvez ele esteja orgulhoso do seu resultado.
5. Estou felicíssimo com o teu desempenho.

100 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Ficha de Gramática 15
Atos ilocutórios

Nome N.° 12.° Data / /

Avaliação E. de Educação Professor/a

1. Classifica as frases que se seguem como verdadeiras (V) ou falsas (F). Corrige as falsas.
V F
a) Na frase «Admito que cheguei atrasado.» está presente um ato ilocutório
expressivo.
b) Através da frase «Garanto-vos que o nosso projeto vai ser um sucesso.» é reali-
zado um ato ilocutório expressivo.
c) Na frase «Nomeio-o gerente da loja.» (proferida por um locutor com autori-
dade para o fazer) está presente um ato ilocutório diretivo.
d) Através da frase «Bem-vindos à festa!» é realizado um ato ilocutório expressivo.
e) Na frase «Aconselho-te a mudares de camisa.» está presente um ato ilocutório
assertivo.
f) Através da frase «Como te chamas?» é realizado um ato ilocutório diretivo.

g) Na frase «Amanhã virei mais cedo.» está presente um ato ilocutório assertivo.
h) Através da frase «Discordo do que ele disse.» é realizado um ato ilocutório
expressivo.
i) Na frase «Vem cá, por favor.» está presente um ato ilocutório assertivo.
j) Através da frase «Felicito-te pelo teu novo emprego.» é realizado um ato ilocu-
tório expressivo.
k) Na frase «Declaro-vos marido e mulher.» (proferida por um locutor com autori-
dade para o fazer) está presente um ato ilocutório assertivo.
l) Através da frase «Responsabilizar-me-ei pelo cumprimento dos objetivos.» é
realizado um ato ilocutório compromissivo.
m) Na frase «Constatei que a temperatura baixou muito.» está presente um ato
ilocutório expressivo.
n) Na frase «Sugiro que sigam este percurso.» está presente um ato ilocutório
assertivo.

2. Identifica os atos ilocutórios presentes nas frases que se seguem.


a) Suplico-te que não contes isto a ninguém.
b) Peço desculpa por ter partido a jarra.
c) Felicito-te pelos ótimos resultados.
d) Gostas de gelado de morango?
e) Não te esqueças de trazer fruta, por favor.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 101


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

f) Sugiro que alteres a última palavra do poema.


g) No próximo ano, iremos dar a volta ao mundo.
h) Poderia indicar-me o caminho para a praia?
i) Convido-te a passeares mais um pouco nesta floresta.
j) Este é o maior rio do país.
k) Comprometo-me a terminar o projeto numa semana.
l) Espero que venhas connosco a Bali.
m) Que vestido preferes?
n) Congratulo-vos pelo vosso casamento.

3. Seleciona, para cada ato ilocutório da coluna A, a frase da coluna B cuja tipologia não configura o ato
ilocutório indicado.

A B
1. Confesso que não memorizei as tuas palavras.
2. O romance Memorial do convento foi escrito por José Saramago.
a) Ato ilocutório
3. Esta semana irei ao ginásio.
assertivo
4. Concordo com o que acabei de ouvir.
5. Fernando Pessoa tinha vários heterónimos.

1. Não tragas mais comida, por favor.


2. Qual é a tua opinião em relação a esta obra?
b) Ato ilocutório
3. Informo-te de que o resultado está certo.
diretivo
4. Desafio-vos a baterem o seu recorde.
5. Proíbo-vos de entrarem na sala calçados!

1. Juro-vos que tudo farei para conseguir ultrapassar os obstáculos.


2. Queria que viesses comigo a Paris neste fim de semana.
c) Ato ilocutório
3. Iremos a Londres nas próximas férias.
compromissivo
4. Prometo-te que não te abandonarei.
5. Tenciono encomendar uma pizza para o jantar.

1. Que dia maravilhoso!


2. Garanto-te que não faltarei à minha palavra.
d) Ato ilocutório
3. Lamento ter chegado atrasado.
expressivo
4. Gosto muito deste jardim.
5. Agradeço a tua ajuda.

1. A reunião terminou.
(Frase proferida por um locutor com autoridade para o fazer.)
2. Garanto-vos que, como diretor, tudo farei para que a empresa
continue a ter muito sucesso.
e) Ato ilocutório 3. Está contratado!
declarativo (Frase proferida por um locutor com autoridade para o fazer.)
4. Condeno o réu a uma pena de um mês de cadeia.
(Frase proferida por um locutor com autoridade para o fazer.)
5. A sessão está encerrada.
(Frase proferida por um locutor com autoridade para o fazer.)

102 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Ficha de Gramática 16
Anáfora como mecanismo de coesão e de progressão

Nome N.° 12.° Data / /

Avaliação E. de Educação Professor/a

1. Faz corresponder cada uma das anáforas sublinhadas nas frases da coluna A à sua classificação, que é
apresentada na coluna B.

A B
a) Adorei o livro que me ofereceste.
1. Anáfora por repetição
b) O artigo cujo título sugeri foi publicado hoje. Li-o com
muito orgulho. 2. Anáfora por substituição
(pronome)
c) A hipótese de criarmos um clube de leitura na escola agra-
dou a todos. Congratulámo-la por essa sugestão.
3. Anáfora por substituição
d) Tenho passeado nesse jardim desde a minha infância. (determinante)
Aí brinquei muitas vezes.
4. Anáfora por substituição
e) A Maria pintou a casa e [-] restaurou os móveis. (advérbio)
f) As crianças levaram os seus brinquedos para a praia.
5. Anáfora por substituição
g) O rapaz adorava natação e atletismo, mas a natação era (sinónimo)
o seu desporto favorito.
6. Anáfora por substituição
h) Passámos a noite ao ar livre, a observar as constelações. (hiperónimo/hipónimo)
A Ursa Maior era visível a olho nu.
7. Anáfora por substituição
i) Contemplámos com admiração a árvore, sobretudo as
(holónimo/merónimo)
suas raízes.
j) Eles gostavam de pensar sobre a atualidade. Refletir sobre 8. Anáfora por elipse
esse assunto ajudava-os a desenvolver o seu espírito crítico.
9. Anáfora conceptual
k) A floresta onde fizemos a caminhada é belíssima.

2. Sublinha, em cada uma das frases, o antecedente da anáfora que se encontra sublinhada.
a) Ele prometeu estar de volta daí a um ano. Jurou-o solenemente.
b) A peça de teatro que estreou esta semana é muito interessante. Fui vê-la ontem.
c) Os turistas visitaram a cúpula da catedral, onde permaneceram durante algum tempo.
d) O ator a quem fui apresentado foi muito cordial. Ele é uma ótima pessoa.
e) Os turistas contemplaram toda a área circundante. Aí tinha nascido aquela cidade.
f) Os colegas em quem confio são excelentes pessoas. Nunca duvidei da sua lealdade.
g) É fundamental combater as alterações climáticas. Fazê-lo poderá salvar o planeta.
h) As obras que vamos analisar neste ano letivo são muito interessantes. Li-as durante as férias.
i) Ele gosta muito de experimentar receitas novas que lhe permitam saborear refeições exóticas.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 103


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

3. Reescreve as frases da coluna A, substituindo o constituinte sublinhado por uma anáfora,


de acordo com as indicações apresentadas na coluna B. Faz as alterações necessárias.

A B
a) A professora propôs aos alunos que realizassem o tra-
balho em equipa. A realização do trabalho em equipa Anáfora conceptual
permitir-lhes-ia trocarem ideias entre si.

b) Os jovens argumentaram muito bem em defesa do seu


ponto de vista. Assim, os jovens conseguiram que a sua Anáfora por elipse
proposta fosse aprovada por unanimidade.

c) A Maria respondeu que não sabia. O Manuel respondeu


Anáfora por substituição (sinónimo)
que ia tentar obter mais informações sobre o assunto.

d) Ela vive numa zona muito movimentada. Nessa zona,


Anáfora por substituição (advérbio)
há vários restaurantes ótimos.

e) A serra era muito alta. As montanhas da serra estavam


Anáfora por substituição (determinante)
cobertas de neve.

f) Nós pedimos-lhe que nos contasse uma história. Ele con-


Anáfora por substituição (pronome)
tou-nos uma história.

g) Ele queria ser astronauta: queria estudar Engenharia Ae-


Anáfora por substituição (sinónimo)
roespacial e queria ir trabalhar na NASA.

h) Se eu tivesse o livro, oferecer-te-ia o livro. Anáfora por substituição (pronome)

a)
b)
c)
d)
e)
f)
g)
h)

104 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Ficha de Gramática 17
Processos de coesão (gramatical e lexical) | Cadeias referenciais

Nome N.° 12.° Data / /

Avaliação E. de Educação Professor/a

Lê atentamente o texto que se segue.

Lisboa e a encarnação de um heterónimo


Há poetas, como cidades, que conhecemos construir uma história biográfica efabulada.
há muitos anos e cuja divulgação omitimos reite- É assim que José Saramago (1922) reconstrói
radamente, exceto aos amigos mais íntimos. No em O ano da morte de Ricardo Reis o regresso
entanto, na maioria dos casos, o descobridor de de Ricardo Reis do Brasil. Saramago, conhe-
5 semelhante tesouro acaba traído pela sua vaidade, 30 cendo muito bem a teia vital e literária das per-

pelo seu orgulho de aparente explorador. Não há sonagens pessoanas, toma-as como motivo para,
tesouros sem ele, mas estes também não fazem através delas, reconstruir parte do ambiente
sentido sem aqueles que podem alimentar o seu da sua própria juventude. Na realidade, como
narcisismo. também acontece com a maioria da obra do
10 Fernando Pessoa foi, durante longo tempo, 35 extraordinário poeta luso, um dos protagonis-

essa joia, mais ou menos oculta, protegida no tas do romance de Saramago é a cidade. Esta
nosso país por uns escassos lusófilos. O mesmo cidade e não outra qualquer.
acontecia com a cidade que percorria, Lisboa; Como afirma Saramago numa entrevista con-
com os seus cafés (A Brasileira, Martinho da cedida a Francisco Vale e publicada no Jornal
15 Arcada): lugares como o Terreiro do Paço (Praça 40 de letras, artes e ideias, esse magnífico semaná-

do Comércio) e o Rossio, que integram a Baixa, rio cultural e literário lisboeta, «nada é verdade
mais próxima do Tejo, espaços onde o Marquês e mentira nesta obra». Não é verdade que Reis
de Pombal distribuiu os diferentes ofícios por existiu, mas certamente, se tivesse vivido, teria
ruas: Áurea, Prata, Fanqueiros (comerciantes de sido assim. O livro deixa o leitor sem um verda-
20 telas de lã e algodão), Retroseiros. 45 deiro ponto de apoio, porque o que se pretende
Era de prever que, mais cedo ou mais tarde, criar é uma sensação de desnorte, o mesmo que
algum escritor português ou estrangeiro se dei- guia a personagem. Saramago sente a necessidade
xasse levar pela fascinação literária desprendida de converter o real em imaginário, e vice-versa.
por alguns dos vários heterónimos do autor Pretende fazer desaparecer a fronteira entre um
25 do Livro do desassossego, para, em torno deles, 50 e outro conceito.

César Antonio Molina, «Lisboa e a encarnação de um heterónimo», Blimunda, n.o 66, novembro de 2017
(texto originalmente publicado no jornal El País, no dia 11 de agosto de 1985, adaptado, com supressões).

1. Identifica o tipo de coesão que é garantido através dos processos referidos nas alíneas.
a) Utilização do conector «No entanto» (linhas 3-4)
a)
b) Recurso ao determinante possessivo «sua» (linha 5)
b)
c) Relação entre o vocábulo «cidade» (linha 13) e «Lisboa» (linha 13)
d) Repetição do vocábulo «Saramago» (linhas 36 e 38) c)
e) Utilização da conjunção coordenativa «mas» (linha 43) d)
f) Recurso ao pronome relativo «que» (linha 46) e)
f)

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 105


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

2. Relê o seguinte excerto.


«No entanto, na maioria dos casos, o descobridor de semelhante tesouro acaba traído pela sua vai-
dade, pelo seu orgulho de aparente explorador. Não há tesouros sem ele, mas estes também não
fazem sentido sem aqueles que podem alimentar o seu narcisismo.»
2.1 Completa a sequência das cadeias referenciais com os elementos lexicalmente presentes.
a) i. «o descobridor» – ii. «__» – iii. «__» – iv. «__» – v. «__».
b) i. «__» – ii. «estes».
c) i. «[pel]a sua vaidade, [pel]o seu orgulho» – ii. «__».
2.2 Identifica os mecanismos anafóricos que garantem a cadeia referencial no excerto.

3. Relê o seguinte excerto.


«Saramago, conhecendo muito bem a teia vital e literária das personagens pessoanas, toma-as como
motivo para, através delas, reconstruir parte do ambiente da sua própria juventude.»
3.1 Identifica a única anáfora cujo antecedente é «Saramago».

3.2 Transcreve o antecedente da cadeia referencial a que pertencem as anáforas «-as» e «[d]elas».

4. Relê o seguinte excerto.


«Não é verdade que Reis existiu, mas certamente, se tivesse vivido, teria sido assim.»
4.1 Reescreve a frase, explicitando os elementos subentendidos.

4.2 Identifica o mecanismo anafórico que garante a cadeia referencial na frase.

5. Faz corresponder as frases da coluna A ao tipo de coesão que é garantido através dos elementos
sublinhados, o qual é apresentado na coluna B.

A B
a) Lisboa é uma cidade encantadora; visitámo-la no ano
passado. 1. Coesão lexical por reiteração
b) A água estava fria, mas soube-lhe muito bem mergulhar
no Tejo. 2. Coesão lexical por substituição

c) Fernando Pessoa estudou alguns planetas: Mercúrio, 3. Coesão gramatical referencial


Marte, Júpiter e Saturno.
d) Os heterónimos pessoanos aspiravam a ser inesquecíveis. 4. Coesão gramatical frásica

e) Nesse momento, Reis deambulou pela cidade; algum 5. Coesão gramatical interfrásica
tempo depois, entrou no hotel.
f) Ricardo Reis mantinha uma relação com Lídia; contudo, 6. Coesão gramatical temporal
Ricardo Reis pretendia casar com Marcenda.

106 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Ficha de Gramática 18
Referência deítica (deíticos)

Nome N.° 12.° Data / /

Avaliação E. de Educação Professor/a

1. Classifica as frases que se seguem como verdadeiras (V) ou falsas (F). Corrige as falsas.
V F

a) Na frase «Aquela casa é vossa?», a palavra sublinhada é um deítico pessoal.


b) O deítico sublinhado na frase «Este gato é muito manso.» classifica-se como
espacial.
c) Na frase «Como estava com pressa, penteei-me rapidamente.», a palavra subli-
nhada é um deítico espacial.
d) O deítico sublinhado na frase «Hoje vamos à praia.» classifica-se como temporal.

e) Na frase «Mariana, trouxeste a chave?», a palavra sublinhada é um deítico espacial.

f) O deítico sublinhado na frase «Coloquei o vaso aí.» classifica-se como pessoal.

g) Na frase «Emprestei-lhe o meu livro.», a palavra sublinhada é um deítico espacial.

2. Lê com atenção o excerto de O ano da morte de Ricardo Reis, de José Saramago, que se segue.
[…] Boas tardes, senhor, Boas tardes, não chega o fôlego para mais, o homem de bigodes
sorri compreensivamente, Um quarto, e o sorriso agora é de quem pede desculpa, não há quar-
tos neste andar, aqui é a receção, a sala de jantar, a sala de estar, lá para dentro cozinha e copa, os
quartos ficam em cima, por isso vamos ter de subir ao segundo andar, este aqui não serve porque
5 é pequeno e sombrio, este também não porque a janela dá para as traseiras, estes estão ocupados,
Gostava era de um quarto de onde pudesse ver o rio, Ah, muito bem, então vai gostar do duzentos
e um, ficou livre esta manhã, mostro-lhe já.

José Saramago, O ano da morte de Ricardo Reis, Porto, Porto Editora, 2021, pp. 16-17.

2.1 Transcreve do texto os seguintes deíticos.

Dois deíticos pessoais Cinco deíticos espaciais Um deítico temporal

a) c) h)
b) d)
e)
f)
g)

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 107


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

3. Faz corresponder cada um dos deíticos sublinhados nas frases da coluna A à respetiva classificação,
que é apresentada na coluna B.

A B
a) Viste isto?

b) Na próxima semana, iremos a Espanha.

c) Concordo contigo.

d) Adotámos o nosso cão no ano passado.

e) Eles saíram do edifício há pouco.

f) Disseste-nos a verdade?

g) Todos se encontraram de manhã.

h) Respondemos todos em uníssono.

i) Meus senhores, por favor, falem em voz baixa.


1. Deítico temporal
j) Ele terminará o trabalho amanhã.

k) Poderias trazer esse livro?

l) Todos apoiaram a sua proposta.


2. Deítico pessoal
m) Iniciaremos a sessão dentro de momentos.

n) O tesouro foi escondido ali.

o) Nós sabemos a resposta.


3. Deítico espacial
p) Ele emprestou-nos um livro muito interessante.

q) Aquela praia é maravilhosa.

r) Fomos a Paris há quinze dias.

s) Gosto muito de correr.

t) Viemos por aqui.

u) Sabes responder a essa pergunta?

v) Ele entregou-te a encomenda?

w) Ontem fomos à praia.

x) Entrei em casa há pouco.

108 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Ficha de Gramática 19
Processos irregulares de formação de palavras

Nome N.° 12.° Data / /

Avaliação E. de Educação Professor/a

1. Prenche o quadro que se segue com o significado de cada uma das siglas apresentadas.

Sigla Significado
ONG

FCT

PPP

OCDE

2. Preenche o seguinte quadro com o significado de cada um dos acrónimos apresentados.

Acrónimo Significado
ONU

PALOP

PIB

OVNI

SIDA

FIFA

3. Faz corresponder cada um dos empréstimos da coluna A ao seu significado, que é apresentado
na coluna B.

A B

a) brunch
1. Montagem elaborada, com excertos de um filme ou de uma série, para
efeitos de divulgação.
b) know-how
2. Refeição que substitui o pequeno-almoço e o almoço, na qual são consu-
midos elementos de ambas as refeições.
c) spam
3. Parte física do computador.

d) trailer
4. Livro ou qualquer produto que se vende bem.

e) hardware 5. Conhecimento que resulta da experiência; capacidade para realizar algo.

6. Mensagem de correio eletrónico de natureza publicitária ou fraudulenta.


f) bestseller

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 109


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

4. Faz corresponder cada uma das palavras da coluna A ao processo irregular de formação de palavras
que esteve na sua origem, que é apresentado na coluna B.

A B
a) UNICEF

b) moto

c) RTP

d) rato (ramo informático)

e) râguebi

f) informática

g) NATO 1. Onomatopeia
h) tiquetaque

i) zoo 2. Extensão semântica


j) PSP

k) champanhe 3. Empréstimo
l) hambúrguer

m) cibernauta 4. Truncação

n) portal (ramo informático)

o) UNESCO 5. Amálgama

p) metro

q) zapping 6. Sigla

r) piza

s) navegar (ramo informático) 7. Acrónimo

t) piu-piu

u) telemóvel

v) miau

w) foto

x) janela (ramo informático)

y) PJ

110 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Ficha de Gramática 20
Modalidades de reprodução do discurso

Nome N.° 12.° Data / /

Avaliação E. de Educação Professor/a

1. Transcreve, de entre as hipóteses apresentadas no quadro, aquela que corresponde à modalidade de


reprodução do discurso presente em cada um dos excertos.

• discurso direto • discurso indireto • discurso indireto livre

A. «Um desastre estúpido!... Ao saltar um barranco, a espingarda dispara-se-lhe, e a carga, zás,


vai cravar-se no napolitano! Não era possível fazer curativos na Tojeira, e voltaram logo a
Lisboa. Ele naturalmente não consentira que o homem que tinha ferido recolhesse ao hotel:
trouxera-o para Arroios, para o quarto verde por cima, mandara chamar o médico, duas
enfermeiras para o velar, e ele mesmo lá ia passar a noite...»
Eça de Queirós, Os Maias, Porto,
Livros do Brasil, 2020, p. 42.

a) Modalidade de reprodução do discurso:

B. «Às vezes, um rapazito entra na venda:


– Tio Batola, cinco tostões de café.
O chapeirão redondo volta-se, vagaroso:
– Hã?...
– Cinco tostões de café!»
Manuel da Fonseca, «Sempre é uma companhia»,
in O fogo e as cinzas, Lisboa, Caminho, 2011, p. 150.

b) Modalidade de reprodução do discurso:

C. «E pouco a pouco, passeando e suspirando, começou a falar daqueles últimos anos, o inver-
no passado em Paris, a vida em Arroios, a intimidade do italiano na casa, os planos de recon-
ciliação, por fim aquela carta infame, sem pudor, invocando a fatalidade, arremessando-lhe
o nome do outro!... No primeiro momento tivera só ideias de sangue e quisera persegui-los.
Mas conservava um clarão de razão. Seria ridículo, não é verdade? […] Restava-lhe somente
o desprezo. Era uma bonita amante que tivera alguns anos, e fugira com um homem. Adeus!
Ficava-lhe um filho, sem mãe, com um mau nome. Paciência!»
Eça de Queirós, Os Maias, Porto,
Livros do Brasil, 2020, p. 50.

c) Modalidade de reprodução do discurso:

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 111


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

D. «Informava sempre que o seu diagnóstico era provavelmente errado.»

Mário de Carvalho, «Famílias desavindas», in Contos vagabundos,


Lisboa, Caminho, 2000, p. 74.

d) Modalidade de reprodução do discurso:

2. Transpõe para o discurso indireto as passagens em discurso direto dos excertos textuais apresentados.

Texto A

«Blimunda levantou a cabeça, olhou o padre, viu o que sempre via, mais iguais as pessoas por
dentro do que por fora, só outras quando doentes, tornou a olhar, disse, Não vejo nada. O pa-
dre sorriu, Talvez que eu já não tenha vontade, procura melhor, Vejo, vejo uma nuvem fechada
sobre a boca do estômago. O padre persignou-se, Graças, meu Deus, agora voarei. Tirou do
alforge um frasco de vidro que tinha presa ao fundo, dentro, uma pastilha de âmbar amarelo,
Este âmbar, também chamado eletro, atrai o éter, andarás sempre com ele por onde andarem
pessoas, em procissões, em autos de fé, aqui nas obras do convento, e quando vires que a nuvem
vai sair de dentro delas, está sempre a suceder, aproximas o frasco aberto, e a vontade entrará
nele, E quando estiver cheio, Tem uma vontade dentro, já está cheio, mas esse é o indecifrável
mistério das vontades, onde couber uma, cabem milhões, o um é igual ao infinito […].»
José Saramago, Memorial do convento, Porto, Porto Editora, 2022, pp. 135-136.

Texto B
«[…] Ricardo Reis largou lentamente a mão [de Marcenda], olhou sem saber para quê os
seus próprios dedos, depois perguntou, Há quanto tempo está assim, Fez quatro anos em de-
zembro […]. A tensão da cara de Marcenda mostrava que se aproximava de um ponto de rutu-
ra, havia já lágrimas mal seguras, então Ricardo Reis perguntou, Tem algum desgosto, além do
estado do seu braço, e ela acenou afirmativamente, começou o gesto mas não o pôde concluir,
sacudiu-a um soluço profundo, como um arranque, um desgarramento, e as lágrimas saltaram-
-lhe irreprimíveis. […] Marcenda já se dominara, só as lágrimas continuaram a correr, mas se-
renamente, e quando falou desaparecera-lhe da voz o tom hostil, se esse tinha sido, Minha mãe
morreu e o meu braço não se mexeu mais, Ainda há pouco me disse que os médicos consideram
que a paralisia do braço decorreu da sua afeção cardíaca, Os médicos dizem isso, Não acredita
neles, acha que não sofre do coração, Sim, sofro, Então como é que pode ter a certeza de que
há relação entre os dois factos, a morte da sua mãe e a imobilidade do seu braço, Certeza, te-
nho, não sei é explicar, […] E não lhe basta, para ser capaz de mexer o braço, saber, contra a
opinião dos médicos, que se ele deixou de mover-se é só porque sua mãe morreu, […].»
José Saramago, O ano da morte de Ricardo Reis, Porto, Porto Editora, 2021, pp. 143-145.

Texto A Texto B

112 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Ficha de Gramática 21
Valor aspetual

Nome N.° 12.° Data / /

Avaliação E. de Educação Professor/a

1. Faz corresponder cada uma das frases da coluna A ao seu valor aspetual, que é apresentado na
coluna B.

A B
a) As portas encerraram há momentos.
b) No verão, fazíamos várias vezes caminhadas até à foz do
rio.
1. Valor perfetivo
c) Nesse momento, estávamos a ver um programa muito
interessante.
d) O filme foi um enorme sucesso. 2. Valor imperfetivo
e) Ele saiu agora mesmo.

f) Todas as noites, contemplávamos as estrelas no terraço.

2. Faz corresponder cada uma das frases da coluna A ao seu valor aspetual, que é apresentado na
coluna B.

A B
a) É habitual estudar com muita antecedência para os
exames.
b) Devagar se vai ao longe.

c) Nas últimas semanas, fui várias vezes ao ginásio. 1. Valor genérico


d) O quiuí é uma ave.
2. Valor habitual
e) Ultimamente, tenho visitado vários museus.

f) No mês passado, vim a este restaurante todas as semanas.


3. Valor iterativo
g) Quem tudo quer tudo perde.

h) Ela costuma encontrar-se com os seus amigos neste café.

i) Os meus amigos têm viajado muito.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 113


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

3. Seleciona, para cada alínea da coluna A, a frase da coluna B cujo valor aspetual não corresponde ao
indicado.

A B
1. Terminei o trabalho há pouco.
2. Na semana passada, fui ao Porto.
a) Valor perfetivo 3. Eles estavam no jardim.
4. Ontem, encontrei a Maria na praia.
5. Os livros caíram no chão.

1. Todos os anos, os atletas participavam nessa prova.


2. Estou a redecorar a minha casa.
b) Valor imperfetivo 3. Li um livro fantástico.
4. Ele via sempre filmes interessantes.
5. Todos os seus alunos escreviam espontaneamente.

1. A baleia é um mamífero
2. Quem não arrisca não petisca.
c) Situação genérica 3. As baleias passaram perto da costa.
4. O Sol é a estrela que se encontra no centro do sistema solar.
5. As estações do ano são a primavera, o verão, o outono e o inverno.

1. Costumo vir a este café.


2. É habitual fazermos este trajeto no caminho para a faculdade.
d) Situação habitual 3. A Maria visita a sua avó todos os dias.
4. No ano passado, fui várias vezes a Paris.
5. É costume reunirmos a família na noite de Natal.

1. Neste verão, fui várias vezes à praia.


2. Temos andado a pintar um mural.
e) Situação iterativa 3. Ele tem ido várias vezes à aldeia dos seus primos.
4. Ontem, abri a porta com cuidado.
5. Na última semana, fui duas vezes ao cinema.

114 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

&ŝĐŚĂĚĞ>ĞŝƚƵƌĂͬ'ƌĂŵĄƚŝĐĂϭ
Apreciação crítica

Nome N.° 12.° Data / /

Avaliação E. de Educação Professor/a

Texto A

Lê a apreciação crítica, de Jorge Mourinha, que se segue.

Mulheres à beira
de um ataque
A história verídica das Amazonas de Daomé contada
num filme escrito, dirigido e conjugado no feminino. Fotografia de Ilze Kitshoff, A mulher rei, 2022.

Um filme de ação, ou antes, uma história justificar a atenção. E, se as sequências de ação


de guerra, que se pretende realista, ancorada são corretas, e corretamente apresentadas, falta-
nas histórias que se contam sobre as Agojie, 30 -lhes a verve, o ritmo que lhes dessem um golpe

ou Amazonas de Daomé, imbatível corpo mili- de asa, com o todo sobrecarregado por uma par-
5 tar feminino que existiu realmente até ao início titura a «traço grosso» de um Terence Blanchard
do século XX? No papel, absolutamente nada que já (ou)vimos melhor. Prince-Bythewood
contra, sentia até com algum apetite ao saber gere o todo com uma eficácia tarefeira que revela
que à frente do elenco (e da produção) estava 35 também uma certa falta de personalidade.
a sempre excelente Viola Davis, e que uma das O que sobra, então, são as atrizes – e aí não
10 suas guerreiras é Lashana Lynch, a agente que temos razão de queixa, mesmo que já tenhamos
«herdou» o nome de código 007 em Sem tem- visto Davis muito melhor (é nas cenas mais inti-
po para morrer. mistas que a atriz mais brilha, mas a história não
Na prática, A mulher rei, que é esse filme, 40 lhes dá que chegue). Sempre que está no ecrã,

ambientado no início do século XIX e inteira- Lynch vai por aí fora e leva o filme atrás como
15 mente conjugado no feminino (a maioria da uma maratonista etíope, Sheila Atim e Thuso
equipa técnica é feminina), é um espetáculo Mbedu seguram as pontas com grande atenção.
eficaz e correto, mas – bizarramente – sem E A mulher rei fica como um caso singular da
alma nem garra, que Gina Prince-Bythewood 45 Hollywood contemporânea: uma história que

(A velha guarda) filma «aos solavancos». tinha tudo para ser um belo filme simultanea-
20 O argumento de Dana Stevens, que nun- mente popular e inteligente (e relevante para os
ca escolhe se quer ser uma melodramática nossos dias), mas que, na sua vontade de querer
women’s picture, uma denúncia da imoralidade ser tudo para todos, acaba por ficar aquém do
da escravatura ou um puro filme de guerra, não 50 seu potencial. Vale a pena espreitar, mas con-

a ajuda em nada: logo quando a história (que vém não pôr a fasquia demasiado alta.
25 é, diga-se, fascinante) está a ganhar embalo,
A mulher rei «trava» para prestar atenção a um Jorge Mourinha, in Público (texto adaptado, consultado
par de tramas secundárias que acabam por não em https://www.publico.pt, em outubro de 2022).

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 115


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

1. Na perspetiva de Jorge Mourinha,


A. o elenco de A mulher rei não foi bem selecionado.
B. o filme A mulher rei não tem qualquer qualidade.
C. o argumento de A mulher rei é caracterizado por alguma indecisão.
D. o filme A mulher rei tem uma excelente banda sonora.

2. Antes de ver o filme, o crítico


A. tinha baixas expectativas.
B. estava com vontade de proceder ao seu visionamento.
C. encontrava-se cético, por não apreciar o trabalho da realizadora.
D. não tinha qualquer tipo de expectativas.

3. Jorge Mourinha critica, acima de tudo,


A. a fraca qualidade da história.
B. a falta de ritmo, de força e de originalidade a nível da realização.
C. o facto de a maioria da equipa técnica ser composta por mulheres.
D. o desempenho de Viola Davis.

4. A oração «que existiu realmente até ao início do século XX» (linhas 5-6) classifica-se como
subordinada
A. adjetiva relativa restritiva.
B. adjetiva relativa explicativa.
C. substantiva completiva.
D. substantiva relativa.

5. A oração «mesmo que já tenhamos visto Davis muito melhor» (linhas 37-38) classifica-se como
subordinada adverbial
A. consecutiva.
B. concessiva.
C. condicional.
D. final.

6. O constituinte «por aí fora» (linha 41) desempenha a função sintática de


A. complemento oblíquo.
B. modificador (do grupo verbal).
C. complemento do nome.
D. complemento do adjetivo.

116 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Texto B

Lê a apreciação crítica, de António Guerreiro, que se segue


e a nota.

Herberto Helder.
Entre a alegria e o terror
Apresentação do rosto forneceu matéria para 40 propriamente muito favorável à figura e à ca-
outros livros, de prosa e de poesia, de Herber- tegoria do autor. Nesse tempo, estava muito
to Helder. Como os afluentes, ele foi diluir-se mais em voga a textualidade impessoal.
(mas apenas parcialmente) em correntes prin- Apresentação do rosto é, pois, um livro au-
5 cipais, tais como Os passos em volta e Photomaton tobiográfico. Mas, desiludam-se os pescadores
& Vox. Para a história deste livro, importa sa- 45 de anedotas, a escrita da sua própria vida – a

ber que foi publicado pela editora Ulisseia em auto-bio-grafia – nunca foi nem nunca seria
maio de 1968, que foi imediatamente apreen- para Herberto uma sucessão de acontecimen-
dido pela polícia política, sem outra razão que tos, de pessoas, de datas e de lugares. Não é
10 não fosse a de ostentar nalgumas passagens que ele recorra aos conhecidos processos que
uma linguagem que, não sendo abertamente 50 consistem em ficcionar ou romancear os fac-
obscena, ofendia ainda assim o puritanismo tos de uma vida (dos quais resulta um híbrido
das autoridades. Nas circunstâncias da épo- que tem tanto de ficção como de biográfico).
ca, era um livro apto a suscitar desconfianças. É antes porque ele se situa num plano de in-
15 E certamente não apenas as da PIDE. tensidades em que a mimese1, a representação,
O autor nunca o republicou. Ele reapare- 55 não é a das convenções narrativas do género

ce agora, por decisão da viúva de Herberto autobiográfico. Para termos uma ideia do que
Helder, Olga Lima, que, segundo uma nota de isto significa, basta dizer que em todo o livro
edição, seguiu «o texto da publicação original, surgem apenas dois nomes próprios, de dois
20 corrigindo diversos lapsos e erros tipográfi- escritores, Edgar Allan Poe e Michel Deguy,
cos assinalados pelo autor num exemplar de 60 não há datas nem nomes de lugares. Mas há de

trabalho». Quanto a eventuais dúvidas que se facto um lugar identificável, «uma ilha em for-
levantem acerca da legitimidade de republicar ma de cão sentado» que transitou, tal e qual,
um livro que o autor manteve na gaveta, diga- para Photomaton & Vox.
25 -se que a sua leitura é muito jubilante e pro- Todo este discurso autobiográfico é atraído
veitosa para quem, na condição de estudioso 65 para um centro que ocupa páginas e páginas:
ou de simples leitor, se aproximou da obra de a morte da mãe, quando a criança tem oito
Herberto Helder. Não há nada nele que venha anos. Digamos que essa morte percorre uma
manchar a grandeza do poeta, do escritor. longa parte do livro, até à declaração definiti-
30 O título traz a indicação implícita de que se va: «O fundo era de água – como direi? – água
trata de um texto autobiográfico. E o incipit, 70 de uma alegria trágica. / Depois disseram:

a frase de abertura, segue os protocolos da morreu» (p. 73). Temos aqui uma espécie de
autoapresentação, como num sketch em que o cena originária, para utilizarmos a linguagem
ator vem à boca de cena e se dirige ao públi- da psicanálise. Quem conhece a obra de Her-
35 co: «Sou o Autor, diz o Autor, e aproxima-se berto Helder sabe que esta cena originária tem
das pessoas que estão simplesmente a assistir e 75 um poder fortíssimo e irradia em muitas di-

lhe deixam, a ele, a solidão incólume». Talvez reções. É um dos núcleos autobiográficos em
seja pertinente lembrar que o contexto teóri- torno dos quais o poeta construiu toda a sua
co-ideológico em que este livro surgiu não era obra poética. Outra cena originária, que se

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 117


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

projeta também na sua poesia, é a descober- (ou melhor, do Autor): essa matéria é eminen-
80 ta do sangue menstrual das irmãs da criança. temente autobiográfica, é em grande medida
Acrescente-se, aliás, que neste universo auto- uma expansão desta «apresentação do rosto».
biográfico só há mulheres. E toda a mediação 90 É portanto uma matéria obsessiva, sempre em

com o mundo é da ordem do feminino. Em movimento e em estado de enlouquecimen-


suma: a leitura desta Apresentação do rosto to. Baudelaire quis levar a poesia ao estado de
85 elucida-nos bastante sobre os mecanismos e a apoteose; Herberto Helder leva a poesia (e a
matéria de que é feita a obra poética do autor prosa) ao estado de enlouquecimento.

António Guerreiro, in Público (texto adaptado, consultado


em https://www.publico.pt, em novembro de 2022).

1
Mimese: reprodução artística da realidade.

1. A obra Apresentação do rosto


A. nunca chegou a ser publicada.
B. foi apreendida pela polícia política.
C. foi recentemente republicada, por iniciativa da viúva do autor.
D. não faz jus, pela sua qualidade, à restante obra de Herberto Helder.

2. De acordo com António Guerreiro, esta obra


A. é uma autobiografia, no sentido mais clássico do termo.
B. surgiu num contexto em que o texto autobiográfico estava em voga.
C. é uma autobiografia, apesar de não seguir as normas convencionais deste género literário.
D. é marcada pela ficcionalização dos factos da vida do autor.

3. A utilização do pronome «ele» (linha 3) contribui para a coesão textual


A. lexical.
B. gramatical referencial.
C. gramatical interfrásica.
D. gramatical temporal.

4. A oração «que neste universo autobiográfico só há mulheres» (linhas 81-82) classifica-se como
subordinada
A. adjetiva relativa restritiva.
B. adverbial consecutiva.
C. substantiva completiva.
D. adjetiva relativa explicativa.

118 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

&ŝĐŚĂĚĞ>ĞŝƚƵƌĂͬ'ƌĂŵĄƚŝĐĂϮ
Artigo de opinião

Nome N.° 12.° Data / /

Avaliação E. de Educação Professor/a

Texto A

Lê o artigo de opinião, de Amílcar Correia, que se segue.

Elon Musk engaiolou o Twitter


As redes sociais mais influentes no mundo
democrático são propriedade dos dez homens
mais ricos dos EUA, e as redes sociais mais in-
fluentes nas ditaduras são propriedade desses
5 regimes autoritários. O espaço público que as
redes sociais podem e devem ser transformou-
-se num campo de batalha onde utilizadores
e robots se digladiam sem se perceber quem é
quem e no qual a qualidade da liberdade de ex-
10 pressão depende da simpatia dos proprietários
por aquilo que é proferido ou partilhado. ético em moderar declarações de ódio, racis-
A alegoria da praça pública, que Elon Musk mo, intolerância ou de mentira descarada.
tanto gosta de usar, é uma metáfora delicodoce 35 A sua paixão pelo «absolutismo da liberdade
de algo bem diferente: um canal de fabrico ar- de expressão» representa a intoxicação e a de-
15 tificial de consenso e de manipulação, apetecí- composição de um espaço público minimamen-
vel para manobrar nos bastidores dos negócios te civilizado. O Twitter, ou outra rede social,
e da política. não tem funções informativas primordiais. Mas
Elon Musk comprou o Twitter e isso não 40 compete-lhe zelar por um espaço público onde
é bom para ninguém. O homem mais rico do a infâmia, a calúnia e a abjeção não sejam cate-
20 mundo despediu de imediato os administrado- gorias bafejadas pela ausência de moderação.
res da empresa, detida até aqui por fundos de Ninguém se espantará se Musk utilizar a im-
investimento, o que era previsível após o des- portância política do Twitter, apesar do menor
pique que manteve até ao momento da com- 45 alcance global desta rede, face a outras, como
pra desta rede social por 44 mil milhões de eu- o Facebook, para distribuir benesses, pagar
25 ros. Outra das vítimas chama-se Vijaya Gadde, favores, fazer negócios e exercer influência.
a responsável máxima pela pasta da moderação. O Twitter deixará de ser uma comunidade. Será
Musk não estará empenhado em qualquer o seu projeto pessoal e político, numa rede na
tipo de moderação no Twitter daqui em dian- 50 qual é o terceiro utilizador com mais seguido-
te. Quem promoveu os benefícios da cloroqui- res. O «pássaro» não está livre. O Twitter foi
30 na para tratar a covid-19 ou sugeriu um ata- engaiolado.
que nuclear a Marte para tornar o planeta mais
habitável não tem qualquer interesse cívico ou
Amílcar Correia, in Público (texto adaptado, consultado
em https://www.publico.pt, em outubro de 2022).

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 119


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

1. No primeiro parágrafo, Amílcar Correia


A. afirma que as redes sociais não devem ser um espaço público de debate, uma vez que estas
se tornam num campo de batalha.
B. mostra que, tal como sucede nos regimes autoritários, as redes sociais dos países democrá-
ticos não beneficiam do direito à liberdade de expressão.
C. sublinha o facto de todas as redes sociais dos Estados Unidos da América serem propriedade
de homens abastados.
D. critica as ditaduras por não seguirem o exemplo dos países democráticos no que diz respeito
à gestão das redes sociais.

2. Na perspetiva do autor,
A. as redes sociais deveriam, acima de tudo, ter a função de divulgar informação.
B. o facto de Elon Musk ter comprado o Twitter mostra a sua paixão pela liberdade de expressão.
C. Elon Musk pretende utilizar o Twitter de acordo com os seus próprios interesses.
D. Elon Musk irá utilizar o Twitter para promover um ataque a Marte.

3. No título, Amílcar Correia recorre a uma


A. metonímia.
B. metáfora.
C. hipérbole.
D. sinédoque.

4. A repetição de «Elon Musk» "e" «Musk» (linhas 12, 18, 27 e 43) contribui para a coesão textual
A. lexical.
B. gramatical frásica.
C. gramatical interfrásica.
D. gramatical referencial.

5. A oração «para manobrar nos bastidores dos negócios e da política» (linhas 16-17) classifica-se como
subordinada adverbial
A. concessiva.
B. consecutiva.
C. final.
D. condicional.

6. A oração «onde a infâmia, a calúnia e a abjeção não sejam categorias bafejadas pela ausência
de moderação» (linhas 40-42) classifica-se como subordinada
A. adjetiva relativa restritiva.
B. adjetiva relativa explicativa.
C. substantiva relativa.
D. substantiva completiva.

120 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Texto B

Lê o artigo de opinião, de Ana Henrique, que se segue e as notas.

Golfinhos no Tejo:
por um estuário mais saudável
Para perceber porque os golfinhos regres-
saram ao Tejo, é preciso olhar para o estuário
que os acolhe, as condições que nele mudaram
e o que os motiva a visitar o estuário do Tejo.
5 Foi com esta premissa que a ANP WWF1
criou o primeiro relatório sobre o estuário do
Tejo, à luz de um aparente regresso dos gol-
finhos. O relatório «Golfinhos no Tejo, por
um estuário mais saudável» confirma algumas
10 melhorias ambientais, como a qualidade da
água e o aumento da abundância de algumas
espécies de peixe, que podem estar a atrair os
golfinhos ao estuário do Tejo. No entanto, há
ainda muito a fazer pelo estuário mais ameaça-
15 do do país e que estava numa situação deveras
sua presença. Além disso, muitas das ativida-
preocupante há trinta anos.
des humanas são ameaças aos golfinhos (ruí-
Ocupando uma zona de transição entre a
40 do marinho, poluição, entre outras) e a sua
terra e o mar, os estuários são dos ecossistemas
permanência prolongada em ambientes com
mais produtivos do planeta e, desde há milé-
níveis de perturbação elevados pode ter conse-
20 nios, são áreas preferenciais para o estabeleci-
quências a médio e longo prazo.
mento de comunidades humanas. O estuário
do Tejo, o maior a nível nacional, é um porto A excecional riqueza paisagística do estuá-
45 rio do Tejo alia-se aos variados serviços de
de abrigo para milhares de aves migratórias,
razão que levou à sua classificação como Re- ecossistema que fornece, desde a grande ca-
25 serva Natural, e uma zona de maternidade de pacidade de reter carbono e reciclar nutrientes
uma grande diversidade de peixes, inclusive de até ao facto de albergar muitas atividades de
espécies comercialmente importantes para as lazer e até de pesca. Estes serviços ambientais
50 não são só essenciais à natureza, mas também
comunidades piscatórias.
O aumento da abundância de espécies ma- às pessoas que aqui vivem.
30 rinhas, como a tainha, o choco e o sargo, e até Este relatório demonstra claramente que o
de alguns habitats, como é o caso das ervas bom estado ambiental do estuário e a sua bio-
marinhas, podem ser peças importantes para diversidade são um capital natural valiosíssimo
explicar a presença destes golfinhos no estuá- 55 que é necessário preservar e até recuperar.

rio. No entanto, sendo os estuários sistemas A nossa principal recomendação é a criação


35 altamente complexos e dinâmicos e sujeitos de uma Comissão de Acompanhamento do Es-
a muitas pressões humanas, é difícil perceber tuário do Tejo, alicerçada na Área Metropolita-
por quanto mais tempo iremos contar com a na de Lisboa, que inclua todos os stakeholders2

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 121


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

60 (municípios e seus habitantes, entidades públi- É necessário um novo olhar ao estuário do


cas, pescadores, empresas de transporte, água Tejo – e o envolvimento e compromisso de to-
e saneamento, academia e entidades científi- das as partes que usam e beneficiam dele –, se
cas, entre outros) e defina objetivos comuns e 70 queremos efetivamente rumar a um estuário
ações claras ao nível da conservação e restauro mais saudável para nós e para o oceano, «usu-
65 ambiental, gestão e governança, conhecimento fruindo» da presença de uma das suas espécies
e investigação, literacia e educação ambiental. mais icónicas: os golfinhos.
Ana Henriques, in Público (texto adaptado, consultado
em https://www.publico.pt, em outubro de 2022).

1
ANP WWF: Associação Natureza Portugal em parceria com a World Wide Fund for Nature.
2
Stakeholder: indivíduos ou organizações que têm interesse num projeto.

1. Segundo Ana Henriques,


A. o regresso dos golfinhos ao estuário do Tejo é um processo irreversível.
B. os golfinhos voltaram ao estuário do Tejo porque as condições ambientais melhoraram.
C. a intervenção humana no estuário do Tejo não tem qualquer impacto no ecossistema.
D. o ecossistema do estuário do Tejo não tem qualquer impacto na vida humana.

2. A ANP WWF
A. criou uma Comissão de Acompanhamento do Estuário do Tejo.
B. necessitou, no processo de elaboração do relatório sobre o estuário do Tejo, do apoio de
stakeholders.
C. elaborou o primeiro relatório sobre o estuário do Tejo, em virtude do regresso dos golfinhos.
D. previu, de forma objetiva, por quanto tempo os golfinhos continuarão a visitar o estuário do
Tejo.

3. Na frase «O estuário do Tejo, o maior a nível nacional, é um porto de abrigo para milhares de aves
migratórias […].» (linhas 21-23), a forma verbal exprime um valor aspetual
A. perfetivo.
B. habitual.
C. genérico.
D. iterativo.

4. A oração «que o bom estado ambiental do estuário e a sua biodiversidade são um capital natural
valiosíssimo que é necessário preservar e até recuperar» (linhas 52-55) classifica-se como subordinada
A. substantiva completiva.
B. substantiva relativa.
C. adjetiva relativa restritiva.
D. adjetiva relativa explicativa.

122 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

&ŝĐŚĂĚĞ>ĞŝƚƵƌĂͬ'ƌĂŵĄƚŝĐĂϯ
Exposição sobre um tema

Nome N.° 12.° Data / /

Avaliação E. de Educação Professor/a

Texto A
Lê o excerto de Pessoa – Uma biografia, de Richard Zenith,
que se segue.

Uma biografia,
de Richard Zenith
Vários dias depois da entrevista, Ofélia Quei- Destino? Os seus comunicadores astrais ti-
roz foi chamada pela Félix, Valadas & Freitas. nham-lhe dito que precisava de uma mulher
O próprio Pessoa estava à espera dela e expli- 35 masculina para o obrigar a submeter-se, mas
cou-lhe tudo o que precisava de fazer. Para a tinham previsto também que a mulher que lhe
5 ajudar a ambientar-se mais depressa, falou-lhe estaria destinada seria bastante nova, ainda ado-
um pouco de cada um dos três sócios da empre- lescente. Feminina e delicada, Ofélia preenchia
sa e avisou-a do buraco na alcatifa das escadas, apenas o segundo requisito. Nada tinha de vi-
onde Ofélia poderia tropeçar se não estivesse 40 ril. Mas também não era o género de mulher
atenta. O cuidado dele impressionou-a. sensualmente sedutora que intimidava Pessoa
10 Sobre o que escreveria ele, interrogou-se facilmente. E, ainda que tivesse conseguido
Ofélia, e porquê tanto? Intrigada com aquele conquistar os afetos de Pessoa, era ele quem
homem tão diferente dos outros, e cujo jeito controlava a relação, que avançou a passo len-
invulgar para as palavras a fazia pensar e repen- 45 to, entre todas as atividades comerciais da Félix,
sar, além de rir, começou a namoriscar com ele Valadas & Freitas Lda.
15 na primeira semana de trabalho. Pessoa não a Ao longo de três meses, trocaram sorrisos
desencorajou, apreciava a atenção, mas também furtivos, olhares fugidios e palavras educadas
se sentia enervado com isso. que ocultavam emoções ternas. Contudo, não
Ofélia resolveu explicar o que sentia num bi- 50 houve qualquer contacto físico entre os dois
lhete, mas não sabia ao certo que palavras uti- até 22 de janeiro de 1920, durante uma falha
20 lizar. Escrevinhou algumas fórmulas possíveis, de energia elétrica, já depois de toda a gente
incluindo «É-me extremamente querida a sua ter voltado para casa. Ofélia também se estava a
presença no escritório Félix, Valadas & Freitas preparar para sair quando Fernando entrou no
porque me sinto atraída a si.». Rasgou o que 55 gabinete onde ela trabalhava, com um candeei-
tinha escrito em pedacinhos e atirou-os para o ro de petróleo, e se declarou servindo-se de pa-
25 lixo. Depois de ela se ter ido embora do escri- lavras tiradas da carta de Hamlet à Ofélia dele.
tório, Pessoa foi buscar os pedacinhos ao cesto Agitada, Ofélia vestiu o casaco e despediu-
dos papéis e levou-os para casa. Juntando-os -se, altura em que ele a agarrou pela cintura e
como peças de um puzzle, leu com estupefação 60 começou a beijar apaixonadamente. Pessoa es-
aquela admissão inequívoca. creveu um poema sobre o episódio e observou,
30 Sabendo que ela o achava atraente, Fernando nas suas notas, que, a 22 de janeiro, os astros
deixou que a afeição que sentia por Ofélia flo- lhe auguraram êxito nas aventuras amorosas.
rescesse sem restrições. Teria sido enviada pelo
Richard Zenith, Pessoa – Uma biografia, Lisboa,
Quetzal Editores, 2021 (texto adaptado).

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 123


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

1. De acordo com o texto, Ofélia sentiu-se atraída por Fernando Pessoa porque este
A. era seu superior hierárquico na empresa onde começara a trabalhar.
B. lhe dedicou alguns poemas nos quais lhe confessava o seu amor.
C. se deu ao trabalho de reconstituir o bilhete que ela tinha rasgado.
D. era um homem diferente dos outros e se mostrou atencioso com ela.

2. Fernando Pessoa
A. rejeitou o afeto de Ofélia, por se sentir intimidado por ela.
B. compreendeu que a sua amanda correspondia integralmente ao retrato elaborado pelos
seus comunicadores astrais.
C. controlava o ritmo a que a sua relação com Ofélia ia avançando.
D. procurou ocultar a Ofélia os seus sentimentos.

3. No dia 22 de janeiro de 1920, o poeta


A. declarou-se a Ofélia, lendo-lhe um poema que lhe dedicara.
B. recorreu a uma citação de Hamlet para se declarar à sua amada.
C. entrou no gabinete onde Ofélia trabalhava e começou imediatamente a beijá-la.
D. confidenciou à sua amada que soubera pelos astros que teria sorte no amor.

4. O constituinte «o que sentia» (linha 18) desempenha a função sintática de


A. complemento direto.
B. complemento indireto.
C. complemento oblíquo.
D. modificador (do grupo verbal).

5. A oração «que ocultavam emoções ternas» (linha 49) classifica-se como subordinada
A. adjetiva relativa restritiva.
B. adjetiva relativa explicativa.
C. substantiva relativa.
D. substantiva completiva.

6. O pronome «a» (linha 59) contribui para a coesão textual


A. gramatical referencial.
B. lexical.
C. gramatical interfrásica.
D. gramatical temporal.

124 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Texto B

Lê o excerto da entrada «Mensagem», do Dicionário


de Fernando Pessoa e do Modernismo Português.

Dicionário
de Fernando Pessoa
Pessoa tem, desde o início dos anos 10, 40 poemas, formando realmente um só poema»
o projeto de um poema de seis cantos intitu- (PIAI 433), organizado em torno dos números
lado Portugal – prefiguração de Mensagem, do brasão de Portugal, sobretudo o das cinco
o seu único livro publicado em português. Cer- quinas.
5 ca de 1920, Pessoa concebe esse «poema épi- Outra questão é a consequente associação do
co» como «retomando, de certo modo, a vida 45 seu nome ao nacionalismo e ao Estado Novo.
de Hyperion de Keats», ou seja, «representan- A isso, apressa-se a responder na carta a Casais
do as navegações e descobertas dos portugueses Monteiro de 13-1-1935: «Sou, de facto, um
como provenientes da guerra entre os velhos e nacionalista místico, um sebastianista racio-
10 os novos deuses» (OPFP 73). Depois, tem lu- nal. Mas sou, à parte isso, e até em contradição
gar em 1922, na Contemporânea 4, a publica- 50 com isso, muitas outras coisas» (CII 338). Ora,
ção da série Mar português, que virá a constituir a verdade é que em 1935, precisamente, Pessoa
o corpo central no livro. E, em 1923, numa en- tem um outro projeto de livro, Canções da der-
trevista à Revista portuguesa, Pessoa anuncia o rota (PE 341-412), que reúne alguns poemas
15 livro tão desejado: «Literariamente, o passado que estão, de facto, em contradição com Men-
de Portugal está no futuro. O Infante, Albu- 55 sagem. Ver-se-ia de que modo, nesse projeto,
querque e os outros semideuses da nossa glória À memória do presidente-rei Sidónio Pais havia
esperam ainda o seu cantor» (C198). de ganhar um novo sentido quando posto ao
As variações e os acertos de tom vão-se fa- lado da Elegia na sombra, poema que termina
20 zendo até ao momento da publicação, em 1934 com a frase «Fui tudo, nada vale a pena». Este
(o próprio título Mensagem apenas substitui 60 livro seria o lugar das esperanças desesperadas,
Portugal nas provas tipográficas). Para além da o avesso negro do nacionalismo místico.
progressiva extensão e organização dos poemas, Mensagem tem, ainda, a ver com a forte
por exemplo, dois poemas são reescritos: um componente messiânica da sua obra, que co-
25 deles é Ironia, sobre o caso de Colombo, pu- meça a manifestar-se muito cedo, com a pro-
blicado na série da Contemporânea e, em 1933, 65 fecia do «supra Camões», em 1912. Com a
no jornal Revolução, que a reproduz, mas que qual, aliás, até mesmo o seu entusiasmo pelo
no livro se transforma em Os Colombos, com o Futurismo pode ter a ver: o Messias, seja o seu
mesmo tema, mas sem referir a rivalidade com nome Sebastião ou outro qualquer, consiste
30 Castela; o outro é Afonso de Albuquerque, que numa acentuação total do futuro.
em 1934 se publica na revista O mundo portu- 70 Outro texto importante de 1934 é o da res-
guês, num conjunto intitulado Tríptico, e que posta a um inquérito publicado em livro nes-
é refeito, com o mesmo título, para o livro. se ano (saído em O jornal do comércio e das
Neste último caso, a substituição vai no sentido colónias em 28-5-1926), sob o título Portu-
35 de procurar uma dicção clara e fluida do poe- gal vasto Império. Ora Pessoa, aí, ainda que
ma: Pessoa procura fazer um livro para ser lido, 75 afirmando que Portugal é, «por índole, uma
e que possa, num sentido radical, ser popular. nação criadora e imperial», acrescenta que,
O resultado é um livro fortemente estrutu- por meio da impregnação do sonho sebastia-
rado, que se pode definir como «um livro de nista, «a ideia do Império português atinge o

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 125


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

estado religioso» (C 330), o que vai permitir 85 de forma notável a distância a que Pessoa se
80 a chegada do Quinto Império – concluindo, coloca da lógica nacionalista instalada. O im-
para grande escândalo de Augusto da Costa, pério português não estava, para ele, situado
o elaborador do inquérito: «Para o destino no mesmo plano de realidade que as colónias.
que presumo que será o de Portugal, as coló-
nias não são precisas» (C 331). O que marca Dicionário de Fernando Pessoa e do Modernismo Português,
coord. de Fernando Cabral Martins,
s.l., Caminho, 2008.

1. De acordo com o texto,


A. a estrutura definitiva de Mensagem foi definida no início dos anos 10.
B. o título original de Mensagem era Portugal.
C. Mensagem é um poema constituído por seis cantos.
D. em 1922, o autor anunciou, numa entrevista, a publicação de Mensagem.

2. Segundo Fernando Cabral Martins,


A. antes da publicação de Mensagem, dois poemas que tinham sido publicados foram reescri-
tos, tendo os seus títulos sido alterados.
B. Fernando Pessoa pretendia que Mensagem fosse uma obra popular.
C. antes da publicação de Mensagem, Fernando Pessoa não fez alterações na estrutura da obra.
D. os dois poemas reescritos antes da publicação de Mensagem não sofreram alterações de
conteúdo.

3. A publicação de Mensagem
A. vem demonstrar que Fernando Pessoa apoiava o Estado Novo.
B. é contrabalançada pela publicação, em 1935, da obra Canções da derrota.
C. considerava que era essencial Portugal manter as suas colónias.
D. contribui para evidenciar a vertente messiânica da obra de Fernando Pessoa.

4. O constituinte «desde o início dos anos 10» (linha 1) desempenha a função sintática de
A. modificador (do grupo verbal).
B. complemento oblíquo.
C. modificador apositivo no nome.
D. complemento do nome.

5. A oração «[…] que reúne alguns poemas que estão, de facto, em contradição com Mensagem»
(linhas 53-55) desempenha a função sintática de

A. modificador do nome restritivo.


B. modificador do nome apositivo.
C. complemento do adjetivo.
D. complemento direto.

126 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Ficha de Escrita 1
ƉƌĞĐŝĂĕĆŽĐƌşƚŝĐĂവ&ĂƐĞƐĚĞƉƌŽĚƵĕĆŽ

Nome N.° 12.° Data / /

Avaliação E. de Educação Professor/a

Na elaboração de uma apreciação crítica, deves ter em conta as fases que se seguem.

1. Planificação

Antes de iniciares a escrita do texto, procede à sua planificação, tendo em conta as informações
que deverão ser apresentadas em cada uma das suas partes.

Introdução • Breve apresentação do objeto da apreciação crítica.

Desenvolvimento • Comentário crítico fundamentado através de argumentos válidos.

Conclusão • Sistematização da apreciação elaborada e reforço da crítica apresentada.

2. dĞdžƚƵĂůŝnjĂĕĆŽ

Utilizando como ponto de partida o plano que elaboraste, procede à escrita do texto, tendo em conta
as seguintes informações.

• O discurso deve ser valorativo – ou seja, um discurso em que apresentes, de forma explícita ou
implícita, juízos de valor sobre a questão em causa.
• O texto pode ser redigido na primeira ou na terceira pessoa.
• A introdução, o desenvolvimento e a conclusão do texto devem ser demarcados de forma clara,
através de parágrafos.
• As ideias devem ser articuladas de forma clara e coesa, através da utilização de conectores
discursivos.

3. Revisão

Após a elaboração do texto, procede à sua revisão, verificando se:


• o tema foi tratado sem desvios;
• foi feita referência aos aspetos essenciais do objeto em causa;
• o comentário crítico foi fundamentado através de argumentos diversificados e pertinentes;
• a informação foi apresentada de forma coerente;
• os parágrafos foram adequadamente marcados;
• foi utilizada uma linguagem valorativa;
• as ideias foram articuladas através de conectores discursivos;
• o vocabulário se adequa ao tema tratado;
• não existem incorreções a nível linguístico.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 127


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Ficha de Escrita 1
ƉƌĞĐŝĂĕĆŽĐƌşƚŝĐĂവWƌŽƉŽƐƚĂƐ

Nome N.° 12.° Data / /

Avaliação E. de Educação Professor/a

hŶŝĚĂĚĞϭ͘ϭവ&ĞƌŶĂŶĚŽWĞƐƐŽĂ͕WŽĞƐŝĂĚŽŽƌƚſŶŝŵŽ
Proposta A
Observa a pintura que se segue, intitulada Narciso, de Caravaggio.
Após realizares uma breve investigação sobre a narrativa mitológica que está subjacente ao quadro

Caravaggio, Narciso, 1599.

apresentado, elabora um texto bem estruturado, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezen-
tas e cinquenta palavras, no qual faças uma apreciação crítica da pintura, relacionando-a com a poesia
de Fernando Pessoa ortónimo.
O texto deve incluir:
• a descrição da pintura apresentada, destacando elementos significativos da sua composição;
• uma reflexão sobre a relação entre a imagem e a obra poética em causa.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 129


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

Proposta B
Lê a letra da canção «A insatisfação», de Márcia.

A insatisfação

Uhhh… Porque tento


Quase nada andar atrás no tempo
Nunca me conforma e entender a chuva que acontece?
Uhhh… Como por magia
A insatisfação há sempre um novo dia
Nunca me abandona e outra Lua Nova que anoitece
Se a madrugada traz uma canção
escrita fina pouco importa que me insista hoje em «dia nãoͫ
quando corre ensina tomei o meu fastídio pra me atormentar
não dura um deserto que atravesse pedras no meu trilho são pra me assentar
Pode ir sendo
que demore um tempo Ahhh…
mais tarde ou mais cedo Quase nada
lá me acerto (experimento o céu de negro que há de norte a sul)
nunca me conforma
Na lembrança (prometo-me a mim mesma mais de céu azul)
o meu céu de criança Ahhh…
a quem nunca se entrega um tom cinzento a insatisfação
por momentos (temo que haja pouco pra me contentar)
vem num pensamento nunca me abandona
e uma nuvem chove cá por dentro (mas nada me impede de tentar)
Uhhh… Quando acordar do sono que eu escolhi
Quase nada quero ter no meu cantinho sempre mais de ti
(experimento o céu de negro que há de norte a sul) cada rosa, cada espinho que tanto cresceu
nunca me conforma mesmo quando venham pra nublar-me o céu.
(prometo-me a mim mesma mais de céu azul)
Uhhh… Uhhh…
a insatisfação Quase nada
(temo que haja pouco pra me contentar) (experimento o céu de negro que há de norte a sul)
nunca me abandona nunca me conforma
(mas nada me impede de tentar) (prometo-me a mim mesma mais de céu azul)
Uhhh…
a insatisfação
(temo que haja pouco pra me contentar)
nunca me abandona
(mas nada me impede de tentar)

Márcia, «A insatisfação», in blogue A música portuguesa (consultado em


https://amusicaportuguesa.blogs.sapo.pt, em dezembro de 2022).

Elabora um texto bem estruturado, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas e cin-
quenta palavras, no qual faças uma apreciação crítica da canção apresentada, relacionando-a com a obra
poética de Fernando Pessoa ortónimo.

130 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

hŶŝĚĂĚĞϭ͘Ϯവ&ĞƌŶĂŶĚŽWĞƐƐŽĂ͕WŽĞƐŝĂĚŽƐŚĞƚĞƌſŶŝŵŽƐ
Proposta A
Observa a pintura que se segue, intitulada Prado com papoilas, de Claude Monet.

Claude Monet, Prado com papoilas, c. 1875.

Elabora um texto bem estruturado, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas e cin-
quenta palavras, no qual faças uma apreciação crítica da pintura apresentada, relacionando-a com a
poesia de Alberto Caeiro.
O texto deve incluir:
• a descrição da imagem apresentada, destacando elementos significativos da sua composição;
• uma reflexão sobre a relação entre a imagem e a obra poética do heterónimo em causa.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 131


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

Proposta B
Observa a pintura que se segue, intitulada A persistência da memória, de Salvador Dalí.

Salvador Dalí, A persistência da memória, 1931.

Elabora um texto bem estruturado, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas e cin-
quenta palavras, no qual faças uma apreciação crítica da pintura apresentada, relacionando-a com a
poesia de Ricardo Reis.
O texto deve incluir:
• a descrição da imagem apresentada, destacando elementos significativos da sua composição;
• uma reflexão sobre a relação entre a imagem e a obra poética do heterónimo em causa.

132 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Proposta C
Observa a pintura-colagem que se segue, intitulada Máquina registadora, de Amadeo de Souza-
-Cardoso.

Amadeo de Souza-Cardoso, Máquina registadora, c. 1917.

Elabora um texto bem estruturado, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas e cin-
quenta palavras, no qual faças uma apreciação crítica da pintura apresentada, relacionando-a com o
poema «Datilografia», de Álvaro de Campos.
O texto deve incluir:
• a descrição da imagem apresentada, destacando elementos significativos da sua composição;
• uma reflexão sobre a relação entre a imagem e a obra poética do heterónimo em causa.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 133


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

hŶŝĚĂĚĞϭ͘ϯവ&ĞƌŶĂŶĚŽWĞƐƐŽĂ͕Mensagem
Proposta A
Observa a estátua de D. Sebastião que se segue, de João Cutileiro, que se encontra na cidade
de Lagos.

João Cutileiro, Estátua de D. Sebastião, 2014.

Elabora um texto bem estruturado, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas e cin-
quenta palavras, no qual faças uma apreciação crítica da escultura apresentada, relacionando-a com a
forma como esta figura é perspetivada em Mensagem, de Fernando Pessoa.
O texto deve incluir:
• a descrição da imagem apresentada, destacando elementos significativos da sua composição;
• uma reflexão sobre a relação entre a imagem e a obra em causa.

134 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Proposta B
Lê o seguinte poema de Manuel Alegre, intitulado «Abaixo el-rei D. Sebastião».

Abaixo el-rei D. Sebastião


É preciso enterrar el-rei Sebastião
é preciso dizer a toda a gente
que o Desejado já não pode vir.
É preciso quebrar na ideia e na canção
a guitarra fantástica e doente
que alguém trouxe de Alcácer Quibir.
Eu digo que está morto.
Deixai em paz el-rei Sebastião
deixai-o no desastre e na loucura.
Sem precisarmos de sair o porto
temos aqui à mão
a terra da aventura.
Vós que trazeis por dentro
de cada gesto
uma cansada humilhação
deixai falar na vossa voz a voz do vento
cantai em tom de grito e de protesto
matai dentro de vós el-rei Sebastião.
Quem vai tocar a rebate
os sinos de Portugal?
Poeta: é tempo de um punhal
por dentro da canção.
Que é preciso bater em quem nos bate
é preciso enterrar el-rei Sebastião.

Manuel Alegre, Obra poética,


Lisboa, Dom Quixote, 2000, pp. 135-136.

Elabora um texto bem estruturado, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas e cin-
quenta palavras, no qual faças uma apreciação crítica do poema apresentado, relacionando-o com
Mensagem, de Fernando Pessoa.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 135


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

hŶŝĚĂĚĞϮവŽŶƚŽƐ
Proposta A
Observa a pintura que se segue, intitulada Manhã de domingo, de Edward Hopper.

Edward Hopper, Manhã de domingo, 1930.

Elabora um texto bem estruturado, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas e cin-
quenta palavras, no qual faças uma apreciação crítica da pintura apresentada, relacionando-a com a
figura de Batola, no conto «Sempre é uma companhia», de Manuel da Fonseca.
O texto deve incluir:
• a descrição da imagem apresentada, destacando elementos significativos da sua composição;
• uma reflexão sobre a relação entre a imagem e o protagonista do conto em causa.

136 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Proposta B
Observa a pintura que se segue, intitulada A dança da vida, de Edvard Munch.

Edvard Munch, A dança da vida, 1899-1900.

Elabora um texto bem estruturado, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas e cin-
quenta palavras, no qual faças uma apreciação crítica da pintura apresentada, relacionando-a com o
conto «George», de Maria Judite de Carvalho.
O texto deve incluir:
• a descrição da imagem apresentada, destacando elementos significativos da sua composição;
• uma reflexão sobre a relação entre a imagem e a protagonista do conto em causa.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 137


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

hŶŝĚĂĚĞϰവJosé Saramago, Memorial do convento


e O ano da morte de Ricardo Reis
Proposta A
Observa a gravura que se segue, intitulada Procissão religiosa em Kursk, de Ilya Repin.

Ilya Repin, Procissão religiosa em Kursk, 1880-1883.

Elabora um texto bem estruturado, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas e cin-
quenta palavras, no qual faças uma apreciação crítica da gravura apresentada, relacionando-a com
Memorial do convento, de José Saramago.
O texto deve incluir:
• a descrição da imagem apresentada, destacando elementos significativos da sua composição;
• uma reflexão sobre a relação entre a imagem e a obra literária em causa.

138 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Proposta B
Observa a fotografia que se segue, na qual foram retratados os marinheiros que participaram
na revolta de 1936 a serem levados para o porto para serem posteriormente deportados para a
prisão do Tarrafal, em Cabo Verde.

Revolta dos marinheiros de 1936, Museu do Aljube.

Elabora um texto bem estruturado, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas e cin-
quenta palavras, no qual faças uma apreciação crítica da fotografia apresentada, relacionando-a com
O ano da morte de Ricardo Reis, de José Saramago.
O texto deve incluir:
• a descrição da imagem apresentada, destacando elementos significativos da sua composição;
• uma reflexão sobre a relação entre a imagem e a obra literária em causa.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 139


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Ficha de Escrita 2
džƉŽƐŝĕĆŽƐŽďƌĞƵŵƚĞŵĂവ&ĂƐĞƐĚĞƉƌŽĚƵĕĆŽ

Nome N.° 12.° Data / /

Avaliação E. de Educação Professor/a

Na elaboração de uma exposição sobre um tema, deves ter em conta as fases que se seguem.

1. Planificação

Antes de iniciares a escrita do texto, procede à sua planificação, tendo em conta as informações que
deverão ser apresentadas em cada uma das suas partes.

Introdução • Apresentação do tema que vai ser tratado.

• Exposição de informações sobre o tema.


Desenvolvimento
• Ilustração da informação apresentada através de exemplos significativos.

Conclusão • Sistematização das informações apresentadas.

2. dĞdžƚƵĂůŝnjĂĕĆŽ

Utilizando como ponto de partida o plano que elaboraste, procede à escrita do texto, tendo em conta
as seguintes informações.
• A linguagem deve ser objetiva, não podendo ter marcas de subjetividade.
• O texto deve ser redigido na terceira pessoa.
• A introdução, o desenvolvimento e a conclusão do texto devem ser demarcados de forma clara,
através de parágrafos.
• As ideias devem ser articuladas de forma clara e coesa, através da utilização de conectores dis-
cursivos.

3. Revisão

Após a elaboração do texto, procede à sua revisão, verificando se:


• o tema foi tratado sem desvios;
• a informação e os exemplos apresentados se pautam pelo rigor;
• as ideia foram apresentadas de forma coerente;
• os parágrafos foram adequadamente marcados;
• foi utilizada uma linguagem objetiva;
• as ideias foram articuladas através de conectores discursivos;
• o vocabulário se adequa ao tema tratado;
• não existem incorreções a nível linguístico.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 141


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Ficha de Escrita 2
džƉŽƐŝĕĆŽƐŽďƌĞƵŵƚĞŵĂവWƌŽƉŽƐƚĂƐ

Nome N.° 12.° Data / /

Avaliação E. de Educação Professor/a

hŶŝĚĂĚĞϭ͘ϭവ&ĞƌŶĂŶĚŽWĞƐƐŽĂ͕WŽĞƐŝĂĚŽŽƌƚſŶŝŵŽ
Proposta A

Redige um texto expositivo no qual te refiras à forma como o fingimento artístico é abordado na
poesia de Fernando Pessoa ortónimo.
A tua exposição deve incluir:
• uma introdução ao tema;
• um desenvolvimento no qual explicites a forma como o fingimento artístico é abordado na poesia
de Fernando Pessoa ortónimo, fundamentando os aspetos apontados através de referências
concretas a dois poemas;
• uma conclusão adequada ao desenvolvimento do tema.

Proposta B

Redige um texto expositivo no qual abordes a temática da dor de pensar na poesia de Fernando
Pessoa.
A tua exposição deve incluir:
• uma introdução ao tema;
• um desenvolvimento no qual expliques o modo como a temática da dor de pensar é tratada na
poesia de Fernando Pessoa ortónimo, fundamentando os aspetos apontados através de referên-
cias concretas a dois poemas;
• uma conclusão adequada ao desenvolvimento do tema.

Unidade 1.2 – Fernando Pessoa, Poesia dos heterónimos


Proposta A

Redige um texto expositivo sobre a oposição pensamentos/sensações na poesia de Alberto Caeiro.


A tua exposição deve incluir:
• uma introdução ao tema;
• um desenvolvimento no qual te refiras ao modo como a oposição pensamentos/sensações é
abordada na poesia de Alberto Caeiro, fundamentando a tua resposta através de referências
concretas a dois poemas;
• uma conclusão adequada ao desenvolvimento do tema.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 143


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

Proposta B
Redige um texto expositivo sobre a forma como, na obra de Ricardo Reis, o sujeito poético procura
combater a angústia provocada pela irreversibilidade da passagem do tempo.
A tua exposição deve incluir:
• uma introdução ao tema;
• um desenvolvimento no qual explicites o modo como o eu, na obra poética de Ricardo Reis, ten-
ta combater o sofrimento causado pela inexorabilidade da passagem do tempo, fundamentando
a tua resposta através de referências concretas a dois poemas;
• uma conclusão adequada ao desenvolvimento do tema.

Proposta C

Redige um texto expositivo sobre a nostalgia da infância na obra de Álvaro de Campos.


A tua exposição deve incluir:
• uma introdução ao tema;
• um desenvolvimento no qual expliques a forma como a temática da nostalgia da infância é abor-
dada na poesia de Álvaro de Campos, fundamentando a tua resposta através de referências
concretas a dois poemas;
• uma conclusão adequada ao desenvolvimento do tema.

144 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Unidade 1.3 – Fernando Pessoa, Mensagem


Proposta A

Redige um texto expositivo no qual abordes a importância da temática do sonho em Mensagem,


de Fernando Pessoa.
A tua exposição deve incluir:
• uma introdução ao tema;
• um desenvolvimento no qual expliques a importância da temática do sonho em Mensagem, de
Fernando Pessoa, fundamentando a tua resposta através de referências concretas a dois poemas
da obra;
• uma conclusão adequada ao desenvolvimento do tema.

Proposta B

Redige um texto expositivo no qual explicites a relação «Encoberto»/«Quinto Império» que é esta-
belecida em Mensagem, de Fernando Pessoa.
A tua exposição deve incluir:
• uma introdução ao tema;
• um desenvolvimento no qual clarifiques a relação «Encoberto»/«Quinto Império», que é estabe-
lecida em Mensagem, de Fernando Pessoa, fundamentando a tua resposta através de referên-
cias concretas a dois poemas da obra;
• uma conclusão adequada ao desenvolvimento do tema.

Unidade 2 – Contos
Proposta A
Fazendo apelo à tua experiência de leitura do conto «Sempre é uma companhia», de Manuel da
Fonseca, elabora um texto expositivo no qual expliques o impacto que o acesso à rádio teve no quoti-
diano dos habitantes da aldeia.
A tua exposição deve incluir:
• uma introdução ao tema;
• um desenvolvimento no qual explicites o impacto que o acesso à rádio teve no quotidiano
dos habitantes da aldeia, fundamentando a tua resposta através de exemplos significativos
da narrativa;
• uma conclusão adequada ao desenvolvimento do tema.

Proposta B

Redige um texto expositivo no qual te refiras ao papel do desprendimento no conto «George»,


de Maria Judite de Carvalho.
A tua exposição deve incluir:
• uma introdução ao tema;
• um desenvolvimento no qual explicites a função do desprendimento no conto «George»,
de Maria Judite de Carvalho, fundamentando a tua resposta através de exemplos significativos
da narrativa;
• uma conclusão adequada ao desenvolvimento do tema.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 145


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

Unidade 3 – Poetas contemporâneos


Proposta A
Atenta nos poemas de Miguel Torga que se seguem. Caso seja necessário, consulta as notas.

Dies irae1 Lamento


Apetece cantar, mas ninguém canta. Pátria sem rumo, minha voz parada
Apetece chorar, mas ninguém chora. Diante do futuro!
Um fantasma levanta Em que rosa dos ventos há um caminho
A mão do medo sobre a nossa hora. Português?
Um brumoso caminho
Apetece gritar, mas ninguém grita. De inédita aventura,
Apetece fugir, mas ninguém foge. Que o poeta, adivinho,
Um fantasma limita Veja com nitidez
Todo o futuro a este dia de hoje. Da gávea2 da loucura?
Apetece morrer, mas ninguém morre. Ah, Camões, que não sou, afortunado!
Apetece matar, mas ninguém mata. Também desiludido,
Um fantasma percorre Mas ainda lembrado da epopeia…
Os motins onde a alma se arrebata. Ah, meu povo traído,
Oh! maldição do tempo em que vivemos, Mansa colmeia
Sepultura de grades cinzeladas A que ninguém colhe o mel!...
Que deixam ver a vida que não temos Ah, meu pobre corcel
E as angústias paradas! Impaciente,
Alado
E condenado
A choutar3 nesta praia do Ocidente…

Miguel Torga, Antologia poética, Lisboa, Miguel Torga, op. cit., Lisboa,
Dom Quixote, 2014, p. 121. Dom Quixote, 2014, p. 428.

1
Dies irae: locução latina que significa «dia de ira». Alusão ao Dia do Juízo Final.
2
Gávea: plataforma situada no cimo do mastro.
3
Choutar: andar a trote.

Tendo em conta que o poema «Dies irae» foi escrito na época do Estado Novo e que o poema
«Lamento» foi criado após a revolução do 25 de Abril, redige um texto expositivo no qual compares
ambos os textos no que diz respeito à forma como é representada a época em que se enquadram.
A tua exposição deve incluir:
• uma introdução ao tema;
• um desenvolvimento no qual estabeleças uma comparação entre os dois poemas apresentados
no que concerne ao modo como representam o período histórico coevo;
• uma conclusão adequada ao desenvolvimento do tema.

146 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Unidade 4 – José Saramago, Memorial do convento


e O ano da morte de Ricardo Reis
Proposta A
Tendo em conta a tua experiência de leitura de Memorial do convento, de José Saramago, redige
um texto expositivo no qual explicites a importância que a temática do sonho assume na obra.
A tua exposição deve incluir:
• uma introdução ao tema;
• um desenvolvimento no qual explicites a importância que a temática do sonho assume em Me-
morial do convento, de José Saramago, fundamentando a tua resposta através de exemplos sig-
nificativos da narrativa;
• uma conclusão adequada ao desenvolvimento do tema.

Proposta B
Fazendo apelo à tua experiência de leitura de O ano da morte de Ricardo Reis, de José Saramago,
elabora um texto expositivo no qual enuncies duas críticas que são feitas, na obra, ao regime político
da época.
A tua exposição deve incluir:
• uma introdução ao tema;
• um desenvolvimento no qual apontes duas críticas que são feitas, na obra, ao regime político da
época, fundamentando a tua resposta através de exemplos significativos da narrativa;
• uma conclusão adequada ao desenvolvimento do tema.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 147


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Ficha de Escrita 3
dĞdžƚŽĚĞŽƉŝŶŝĆŽവ&ĂƐĞƐĚĞƉƌŽĚƵĕĆŽ

Nome N.° 12.° Data / /

Avaliação E. de Educação Professor/a

Na elaboração do texto de opinião, deves ter em conta as fases que se seguem.

1. Planificação

Antes de iniciares a escrita do texto, procede à sua planificação, tendo em conta as informações que
deverão ser apresentadas em cada uma das suas partes.

Introdução • Apresentação da tese que vai ser defendida.

• Enunciação de argumentos significativos que ilustrem o ponto de vista adotado.


Desenvolvimento
• Fundamentação de cada um dos argumentos através de um exemplo pertinente.

Conclusão • Sistematização da argumentação apresentada e reforço do ponto de vista defendido.

2. dĞdžƚƵĂůŝnjĂĕĆŽ

Utilizando como ponto de partida o plano que elaboraste, procede à escrita do texto, tendo em conta
as seguintes informações.
• Deves recorrer a um discurso valorativo – ou seja, a um discurso em que apresentes, de forma
explícita ou implícita, juízos de valor sobre a questão em causa.
• O texto pode ser redigido na primeira ou na terceira pessoa.
• A introdução, o desenvolvimento e a conclusão do texto devem ser demarcados de forma clara,
através de parágrafos.
• As ideias devem ser articuladas de forma clara e coesa, através da utilização de conectores
discursivos.

3. Revisão

Após a elaboração do texto, procede à sua revisão, verificando se:


• o tema foi tratado sem desvios;
• os argumentos e exemplos utilizados são válidos e diversificados;
• a informação foi apresentada de forma coerente;
• os parágrafos foram adequadamente marcados;
• foi utilizada uma linguagem valorativa;
• as ideias foram articuladas através de conectores discursivos;
• o vocabulário se adequa ao tema tratado;
• não existem incorreções a nível linguístico.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 149


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Ficha de Escrita 3
dĞdžƚŽĚĞŽƉŝŶŝĆŽവWƌŽƉŽƐƚĂƐ

Nome N.° 12.° Data / /

Avaliação E. de Educação Professor/a

hŶŝĚĂĚĞϭ͘ϭവ&ĞƌŶĂŶĚŽWĞƐƐŽĂ͕WŽĞƐŝĂĚŽŽƌƚſŶŝŵŽ
Proposta A
Na poesia de Fernando Pessoa ortónimo, os inconscientes são caracterizados como figuras suposta-
mente felizes, uma vez que se resignam à sua condição. Na tua opinião, a resignação é um sentimento
benéfico ou prejudicial para o ser humano?
Elabora um texto de opinião, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas e cinquenta
palavras, no qual defendas uma perspetiva pessoal sobre esta questão, fundamentando o teu ponto de
vista com dois argumentos e ilustrando cada um deles com um exemplo pertinente.

Proposta B
Uma das temáticas fundamentais na obra poética de Fernando Pessoa ortónimo é a da nostalgia da
infância. Do teu ponto de vista, a infância é a época mais feliz da nossa vida?
Elabora um texto de opinião, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas e cinquenta
palavras, no qual defendas uma perspetiva pessoal sobre esta questão, fundamentando o teu ponto de
vista com dois argumentos e ilustrando cada um deles com um exemplo pertinente.

Unidade 1.2 – Fernando Pessoa, Poesia dos heterónimos


Proposta A
No poema II de O Guardador de rebanhos, de Alberto Caeiro, é defendida a ideia de que o pensa-
mento nos impede de amarmos algo tal como é. Concordas com este ponto de vista?
Elabora um texto de opinião, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas e cinquenta
palavras, no qual defendas uma perspetiva pessoal sobre esta questão, fundamentando o teu ponto de
vista com dois argumentos e ilustrando cada um deles com um exemplo pertinente.

Proposta B
Na poesia de Ricardo Reis, uma das principais temáticas abordadas é a da fugacidade do tempo.
Na tua opinião, a consciência da transitoriedade da vida tem vantagens ou desvantagens na vida do
Homem?
Elabora um texto de opinião, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas e cinquenta
palavras, no qual defendas uma perspetiva pessoal sobre esta questão, fundamentando o teu ponto de
vista com dois argumentos e ilustrando cada um deles com um exemplo pertinente.

Proposta C
No poema «Datilografia», de Álvaro de Campos, a vida adulta é descrita como monótona e repetiti-
va. Do teu ponto de vista, a existência de uma rotina na vida do ser humano é benéfica ou prejudicial?
Elabora um texto de opinião, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas e cinquenta
palavras, no qual defendas uma perspetiva pessoal sobre esta questão, fundamentando o teu ponto de
vista com dois argumentos e ilustrando cada um deles com um exemplo pertinente.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 151


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

Unidade 1.3 – Fernando Pessoa, Mensagem


Proposta A
Em Mensagem, os sonhadores são perspetivados como aqueles que concretizam no mundo a von-
tade de Deus. Na tua opinião, os sonhadores têm um papel importante na sociedade?
Elabora um texto de opinião, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas e cinquenta
palavras, no qual defendas uma perspetiva pessoal sobre esta questão, fundamentando o teu ponto de
vista com dois argumentos e ilustrando cada um deles com um exemplo pertinente.
Proposta B
Na obra Mensagem, o sacrifício é visto como o preço a pagar pela concretização dos sonhos. Na tua
perspetiva, na sociedade contemporânea, a realização de sacrifícios em nome de determinados ideais
ainda faz sentido?
Elabora um texto de opinião, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas e cinquenta
palavras, no qual defendas uma perspetiva pessoal sobre esta questão, fundamentando o teu ponto de
vista com dois argumentos e ilustrando cada um deles com um exemplo pertinente.

Unidade 2 – Contos
Proposta A
No conto «Sempre é uma companhia», de Manuel da Fonseca, Batola vivia, numa primeira fase,
numa solidão profunda. Do teu ponto de vista, a solidão continua a ser um problema da sociedade
contemporânea?
Elabora um texto de opinião, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas e cinquenta
palavras, no qual defendas uma perspetiva pessoal sobre esta questão, fundamentando o teu ponto de
vista com dois argumentos e ilustrando cada um deles com um exemplo pertinente.
Proposta B
No conto «George», de Maria Judite de Carvalho, o processo de envelhecimento é perspetivado de
forma profundamente negativa. Do teu ponto de vista, na sociedade atual, o envelhecimento é inves-
tido de contornos negativos?
Elabora um texto de opinião, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas e cinquenta
palavras, no qual defendas uma perspetiva pessoal sobre esta questão, fundamentando o teu ponto de
vista com dois argumentos e ilustrando cada um deles com um exemplo pertinente.

Unidade 4 – José Saramago, Memorial do convento


e O ano da morte de Ricardo Reis
Proposta A
Em Memorial do convento, a música tocada por Domenico Scarlatti tem um papel fundamental não
só por acompanhar o processo de construção da passarola, como por salvar Blimunda quando esta fica
doente. Do teu ponto de vista, a música tem um papel importante na sociedade atual?
Elabora um texto de opinião, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas e cinquenta
palavras, no qual defendas uma perspetiva pessoal sobre esta questão, fundamentando o teu ponto de
vista com dois argumentos e ilustrando cada um deles com um exemplo pertinente.
Proposta B
No romance O ano da morte de Ricardo Reis, o protagonista tenta assumir uma atitude passiva em
relação à realidade que o rodeia. Na tua opinião, podemos, individualmente, contribuir para tornar a
sociedade melhor?
Elabora um texto de opinião, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas e cinquenta
palavras, no qual defendas uma perspetiva pessoal sobre esta questão, fundamentando o teu ponto de
vista com dois argumentos e ilustrando cada um deles com um exemplo pertinente.

152 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Ficha de Compreensão do Oral 1


Debate

Nome N.° 12.° Data / /

Avaliação E. de Educação Professor/a

Disponível para audição em

Escuta com atenção o excerto do programa Prós e contras – Os prós e contras do Facebook, que
foi emitido no dia 24 de fevereiro de 2014, e, de entre as opções apresentadas, seleciona a única
correta. Considera o excerto áudio desde os 4 min 20 s até aos 12 min 20 s.

01 1. Na perspetiva de Marinho Pinto,


A. a utilização do Facebook apenas tem desvantagens.
B. o Facebook é um instrumento utilizado para promover doutrinas religiosas.
C. as redes sociais comprometem a autenticidade das pessoas.
D. o Facebook é maioritariamente utilizado por aqueles que procuram estabelecer relações
amorosas.

2. Segundo Marinho Pinto, a internet e as redes sociais


A. têm um impacto na sociedade atual superior ao que teve o aparecimento da imprensa.
B. não têm qualquer impacto positivo na atualidade.
C. têm contribuído para aumentar a sabedoria das pessoas.
D. têm sido fundamentais no desenvolvimento do poder criativo das pessoas.

3. Na opinião de Rita Ferro,


A. nem todos deveriam ser autorizados a publicar as suas opiniões nas redes sociais.
B. seria benéfico que os media continuassem a selecionar os pontos de vista que podem ser
divulgados.
C. com o aparecimento das redes sociais, a televisão e a rádio deixaram de ser espaços de debate.
D. a possibilidade de todos expressarem as suas opiniões nas redes sociais contribuiu para
tornar a sociedade mais democrática.

4. Segundo Rita Ferro, a solidão


A. não deveria existir.
B. significa que as pessoas não têm amigos, que vivem isoladas ou que não deram o suficiente.
C. pode ser parcialmente combatida através do Facebook.
D. leva os indivíduos a exporem-se demasiado nas redes sociais.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 153


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Ficha de Expressão Oral 1


ĞďĂƚĞവWƌŽƉŽƐƚĂƐ

Nome N.° 12.° Data / /

Avaliação E. de Educação Professor/a

Proposta A
É legítimo o poder político ser considerado responsável pela intensificação das alterações
climáticas?
Debate esta questão com os restantes elementos da turma, tendo em conta os seguintes pontos.
• Seleciona o ponto de vista que pretendes defender.
• Realiza uma breve investigação, que servirá como ponto de partida para a identificação dos
argumentos que irás apresentar para corroborar a tua tese, bem como de exemplos pertinentes
e concretos que os corroborem.
• Durante a realização do debate, escuta com atenção e respeito a apresentação do ponto de vista
dos restantes elementos da turma, não os interrompendo.
• Expõe a tua opinião de forma respeitosa.
• Caso necessites de rebater argumentos, fá-lo de forma construtiva.

Proposta B
A realização de eventos de cariz internacional em países que não respeitam os direitos humanos é
algo aceitável?
Debate esta questão com os restantes elementos da turma, tendo em conta os seguintes pontos.
• Seleciona o ponto de vista que pretendes defender.
• Realiza uma breve investigação, que servirá como ponto de partida para a identificação dos
argumentos que irás apresentar para corroborar a tua tese, bem como de exemplos pertinentes
e concretos que os corroborem.
• Durante a realização do debate, escuta com atenção e respeito a apresentação do ponto de vista
dos restantes elementos da turma, não os interrompendo.
• Expõe a tua opinião de forma respeitosa.
• Caso necessites de rebater argumentos, fá-lo de forma construtiva.

Proposta C
A proibição da circulação de carros nas cidades é benéfica?
Debate esta questão com os restantes elementos da turma, tendo em conta os seguintes pontos.
• Seleciona o ponto de vista que pretendes defender.
• Realiza uma breve investigação, que servirá como ponto de partida para a identificação dos
argumentos que irás apresentar para corroborar a tua tese, bem como de exemplos pertinentes
e concretos que os corroborem.
• Durante a realização do debate, escuta com atenção e respeito a apresentação do ponto de vista
dos restantes elementos da turma, não os interrompendo.
• Expõe a tua opinião de forma respeitosa.
• Caso necessites de rebater argumentos, fá-lo de forma construtiva.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 155


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

Proposta D
O voluntariado deveria ser uma componente obrigatória na formação dos jovens?
Debate esta questão com os restantes elementos da turma, tendo em conta os seguintes pontos.
• Seleciona o ponto de vista que pretendes defender.
• Realiza uma breve investigação, que servirá como ponto de partida para a identificação dos
argumentos que irás apresentar para corroborar a tua tese, bem como de exemplos pertinentes
e concretos que os corroborem.
• Durante a realização do debate, escuta com atenção e respeito a apresentação do ponto de vista
dos restantes elementos da turma, não os interrompendo.
• Expõe a tua opinião de forma respeitosa.
• Caso necessites de rebater argumentos, fá-lo de forma construtiva.
Proposta E
Os jovens deveriam ter direito a votar a partir dos dezasseis anos?
Debate esta questão com os restantes elementos da turma, tendo em conta os seguintes pontos.
• Seleciona o ponto de vista que pretendes defender.
• Realiza uma breve investigação, que servirá como ponto de partida para a identificação dos
argumentos que irás apresentar para corroborar a tua tese, bem como de exemplos pertinentes
e concretos que os corroborem.
• Durante a realização do debate, escuta com atenção e respeito a apresentação do ponto de vista
dos restantes elementos da turma, não os interrompendo.
• Expõe a tua opinião de forma respeitosa.
• Caso necessites de rebater argumentos, fá-lo de forma construtiva.
Proposta F
Os jovens da época atual são mais cultos do que os de há trinta anos?
Debate esta questão com os restantes elementos da turma, tendo em conta os seguintes pontos.
• Seleciona o ponto de vista que pretendes defender.
• Realiza uma breve investigação, que servirá como ponto de partida para a identificação dos
argumentos que irás apresentar para corroborar a tua tese, bem como de exemplos pertinentes
e concretos que os corroborem.
• Durante a realização do debate, escuta com atenção e respeito a apresentação do ponto de vista
dos restantes elementos da turma, não os interrompendo.
• Expõe a tua opinião de forma respeitosa.
• Caso necessites de rebater argumentos, fá-lo de forma construtiva.
Proposta G
Os dispositivos tecnológicos acabarão por provocar o desaparecimento dos livros?
Debate esta questão com os restantes elementos da turma, tendo em conta os seguintes pontos.
• Seleciona o ponto de vista que pretendes defender.
• Realiza uma breve investigação, que servirá como ponto de partida para a identificação dos
argumentos que irás apresentar para corroborar a tua tese, bem como de exemplos pertinentes
e concretos que os corroborem.
• Durante a realização do debate, escuta com atenção e respeito a apresentação do ponto de vista
dos restantes elementos da turma, não os interrompendo.
• Expõe a tua opinião de forma respeitosa.
• Caso necessites de rebater argumentos, fá-lo de forma construtiva.

156 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Ficha de Expressão Oral 2


ƉƌĞĐŝĂĕĆŽĐƌşƚŝĐĂവ&ĂƐĞƐĚĞƉƌŽĚƵĕĆŽ

Nome N.° 12.° Data / /

Avaliação E. de Educação Professor/a

Na elaboração de uma apreciação crítica a ser apresentada oralmente, deves ter em conta as
fases que se seguem.

1. Planificação

Na planificação da apresentação da apreciação crítica, deverás ter em conta a seguinte estrutura.

Introdução • Breve apresentação do objeto da apreciação crítica.

Desenvolvimento • Comentário crítico fundamentado através de argumentos válidos.

Conclusão • Sistematização da apreciação elaborada e reforço da crítica apresentada.

• Caso tenhas a possibilidade de consultar o guião durante a apresentação, é muito importante


que este não seja constituído por um texto demasiado denso, para que seja fácil localizar
alguma informação de que necessites.
• É fundamental que, na elaboração da apreciação crítica, tenhas em conta o tempo de que dis-
pões para a apresentação do trabalho. Antes de procederes à sua apresentação em aula, deve-
rás ensaiá-lo com o auxílio de um cronómetro, de modo a verificares se é possível transmitir a
informação pretendida dentro do período estipulado.
• Se tal for solicitado ou autorizado, deverás procurar utilizar meios tecnológicos para apoiarem
a tua apresentação oral: o recurso a um suporte visual geralmente contribui para captar a aten-
ção do auditório.

2. Exposição oral

Aquando da apresentação do trabalho, o teu discurso deve obedecer às seguintes indicações.


• Deves recorrer a um discurso valorativo – ou seja, a um discurso em que apresentes, de forma
explícita ou implícita, juízos de valor sobre a questão em causa.
• O discurso pode ser enunciado na primeira ou na terceira pessoa.
• As ideias devem ser articuladas de forma clara e coesa, através da utilização de conectores dis-
cursivos.
• O registo de língua e o repertório lexical devem adequar-se ao tema.
Além disso, é muito importante que procures trabalhar a tua linguagem não verbal, isto é, aspetos
como a postura corporal, a expressão facial, a entoação, a fluência do discurso e a dicção.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 157


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Ficha de Expressão Oral 2


ƉƌĞĐŝĂĕĆŽĐƌşƚŝĐĂവWƌŽƉŽƐƚĂƐ

Nome N.° 12.° Data / /

Avaliação E. de Educação Professor/a

hŶŝĚĂĚĞϭ͘ϭവ&ĞƌŶĂŶĚŽWĞƐƐŽĂ͕WŽĞƐŝĂĚŽŽƌƚſŶŝŵŽ
Proposta A
Lê com atenção o seguinte poema de Ruy Belo.

Ei-lo que avança


de costas resguardadas pela minha esperança
Não sei quem é. Leva consigo
além do sob o braço o jornal
a sedução de ser seja quem for
aquele que não sou
E vai não sei onde
visitar não sei quem
Sinto saudades de alguém
lido ou sonhado por mim
em sítios onde não estive
Há uma parte de mim que me abandona
e me edifica nesse vulto que
cheio de ser visto por mim
é o maior acontecimento
da tarde de domingo
Ei-lo que avança e desaparece
E estou de novo comigo
sobre o asfalto onde quero estar

Ruy Belo, Todos os poemas, Lisboa, Assírio & Alvim, 2014.

Elabora uma apreciação crítica do poema apresentado, relacionando-o com a poesia de Fernando
Pessoa ortónimo.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 159


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

Proposta B
Observa a gravura que se segue, intitulada Jogo das escondidas, da autoria de James Jacques
Joseph Tissot.

Joseph Tissot, Jogo das escondidas, c. 1877.

Elabora uma apreciação crítica da gravura apresentada, relacionando-a com a poesia de Fernando
Pessoa ortónimo.

hŶŝĚĂĚĞϭ͘Ϯവ&ĞƌŶĂŶĚŽWĞƐƐŽĂ͕WŽĞƐŝĂĚŽƐŚĞƚĞƌſŶŝŵŽƐ
Proposta A
Lê o poema de Sophia de Mello Breyner que se segue.

Quando
Quando o meu corpo apodrecer e eu for morta
Continuará o jardim, o céu e o mar,
E como hoje igualmente hão de bailar
As quatro estações à minha porta.
Outros em abril passarão no pomar
Em que eu tantas vezes passei,
Haverá longos poentes sobre o mar,
Outros amarão as coisas que eu amei.
Será o mesmo brilho, a mesma festa,
Será o mesmo jardim à minha porta,
E os cabelos doirados da floresta,
Como se eu não estivesse morta.

Sophia de Mello Breyner Andresen, Obra poética,


Lisboa, Assírio & Alvim, 2018.

Elabora uma apreciação crítica do poema apresentado, relacionando-o com a poesia de Alberto
Caeiro.

160 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Proposta B
Observa a pintura que se segue, intitulada A barca de Caronte, de José Benlliure y Gil.

José Benlliure y Gil, A barca de Caronte, 1919.

Elabora uma apreciação crítica da pintura apresentada, relacionando-a com a obra poética de
Ricardo Reis.

Proposta C
Observa a pintura intitulada Arranha-céus e túnel, de Fortunato Depero.

Fortunato Depero, Arranha-céus e túnel, 1930.

Elabora uma apreciação crítica da pintura apresentada, relacionando-a com a obra poética de
Álvaro de Campos.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 161


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

hŶŝĚĂĚĞϭ͘ϯവ&ĞƌŶĂŶĚŽWĞƐƐŽĂ͕Mensagem
Proposta A
Lê o poema de Miguel Torga que se segue.

Sagres
Vinha de longe o mar...
Vinha de longe, dos confins do medo...
Mas vinha azul e brando, a murmurar
Aos ouvidos da terra um cósmico segredo.
E a terra ouvia, de perfil agudo,
A confidencial revelação
Que iluminava tudo
Que fora bruma na imaginação.
Era o resto do mundo que faltava
(Porque faltava mundo!).
E o agudo perfil mais se aguçava,
E o mar jurava cada vez mais fundo.
Sagres sagrou então a descoberta
Por descobrir:
As duas margens da certeza incerta
Teriam de se unir!
Miguel Torga, Antologia poética, Alfragide, Dom Quixote, 2014, p. 140.

Elabora uma apreciação crítica do poema apresentado, relacionando-o com Mensagem, de Fernando
Pessoa.

Proposta B
Observa o painel de azulejos intitulado D. Sebas-
tião: o Encoberto, de Lima de Freitas.
Elabora uma apreciação crítica do painel apresen-
tado, relacionando-o com Mensagem, de Fernando
Pessoa.

Lima de Freitas, D. Sebastião:


o Encoberto, 1996.

162 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Unidade 2 – Contos
Proposta A
Observa o quadro que se segue, intitulado Campo de trigo com ceifeiro, de Vincent van Gogh.

Vincent van Gogh, Campo de trigo com ceifeiro, 1890.

Elabora uma apreciação crítica da pintura apresentada, relacionando-a com o conto «Sempre é
uma companhia», de Manuel da Fonseca.

Proposta B
Lê o poema de Rupi Kaur que se segue.

não sou uma vítima da minha vida


aquilo por que passei
libertou em mim uma guerreira
e tenho muita honra em ser essa guerreira

Rupi Kaur, Corpo casa, Alfragide, Lua de Papel, 2021.

Elabora uma apreciação crítica do poema apresentado, relacionando-o com o conto «George»,
de Maria Judite de Carvalho.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 163


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

hŶŝĚĂĚĞϰവ:ŽƐĠ^ĂƌĂŵĂŐŽ͕Memorial do convento
e O ano da morte de Ricardo Reis
Proposta A
Observa a pintura que se segue, intitulada Noite da Inquisição, de Francisco de Goya.

Francisco de Goya, Noite da Inquisição, 1810.

Elabora uma apreciação crítica da gravura apresentada, relacionando-a com Memorial do convento,
de José Saramago.

Proposta B
Lê o seguinte poema de Ricardo Reis.

Saudoso já deste Verão que vejo,


Lágrimas para as flores dele emprego
Na lembrança invertida
De quando hei de perdê-las.
Transpostos os portais irreparáveis
De cada ano, me antecipo a sombra
Em que hei de errar, sem flores,
No abismo rumoroso.
E colho a rosa porque a sorte manda.
Marcenda, guardo-a; murche-se comigo
Antes que com a curva
Diurna da ampla terra.

Fernando Pessoa, Poemas de Ricardo Reis,


Lisboa, Pessoana Edições/INCM, 2015, p. 21.

Elabora uma apreciação crítica do poema apresentado, relacionando-o com O ano da morte de
Ricardo Reis, de José Saramago.

164 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Ficha de Expressão Oral 3


džƉŽƐŝĕĆŽƐŽďƌĞƵŵƚĞŵĂവ&ĂƐĞƐĚĞƉƌŽĚƵĕĆŽ

Nome N.° 12.° Data / /

Avaliação E. de Educação Professor/a

Na elaboração de uma exposição sobre um tema, a ser apresentada oralmente, deves ter em
conta as fases que se seguem.

1. Planificação

A planificação da exposição oral sobre um tema deverá ter a seguinte estrutura.

Introdução • Apresentação do tema que vai ser tratado.

• Exposição de informações sobre o tema.


Desenvolvimento
• Ilustração da informação apresentada através de exemplos significativos.

Conclusão • Sistematização das informações apresentadas.

• Caso tenhas a possibilidade de consultar o guião durante a apresentação, é muito importante que
este não seja constituído por um texto demasiado denso, para que seja fácil localizar alguma infor-
mação de que necessites.
• É fundamental que, na elaboração do plano da exposição oral, tenhas em conta o tempo de que
dispões para a apresentação do trabalho. Antes de realizares a exposição, deverás ensaiá-la com o
auxílio de um cronómetro, de modo a verificares se é possível transmitir a informação pretendida
dentro do período estipulado.
• Se tal for solicitado ou autorizado, deverás procurar utilizar meios tecnológicos para apoiarem
a tua exposição: o recurso a um suporte visual geralmente contribui para captar a atenção do
auditório.

2. Exposição oral

Aquando da apresentação do trabalho, o teu discurso deve obedecer às seguintes indicações.


• A linguagem deve ser objetiva, não podendo ter marcas de subjetividade.
• O discurso deve ser enunciado na terceira pessoa.
• As ideias devem ser articuladas de forma clara e coesa, através da utilização de conectores dis-
cursivos.
• O registo de língua e o repertório lexical devem adequar-se ao tema.
Além disso, é muito importante que procures trabalhar a tua linguagem não verbal, isto é, aspetos
como a postura corporal, a expressão facial, a entoação, a fluência do discurso e a dicção.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 165


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Ficha de Expressão Oral 3


džƉŽƐŝĕĆŽƐŽďƌĞƵŵƚĞŵĂവWƌŽƉŽƐƚĂƐ

Nome N.° 12.° Data / /

Avaliação E. de Educação Professor/a

hŶŝĚĂĚĞϭ͘ϭവ&ĞƌŶĂŶĚŽWĞƐƐŽĂ͕WŽĞƐŝĂĚŽŽƌƚſŶŝŵŽ
Proposta A
A oposição sonho/realidade na obra poética de Fernando Pessoa ortónimo.

Proposta B
Forma como a infância é perspetivada na poesia de Fernando Pessoa ortónimo.

hŶŝĚĂĚĞϭ͘Ϯവ&ĞƌŶĂŶĚŽWĞƐƐŽĂ͕WŽĞƐŝĂĚŽƐŚĞƚĞƌſŶŝŵŽƐ
Proposta A
Relação sujeito poético/Natureza na obra de Alberto Caeiro.

Proposta B
Influência do estoicismo e do epicurismo na poesia de Ricardo Reis.

Proposta C
A apologia da vida moderna na poesia futurista de Álvaro de Campos.

hŶŝĚĂĚĞϭ͘ϯവ&ĞƌŶĂŶĚŽWĞƐƐŽĂ͕Mensagem
Proposta A
Comparação entre a forma como o heroísmo é perspetivado em Mensagem e na época atual.

Proposta B
Comparação entre o modo como a sociedade portuguesa coeva do sujeito poético é perspetivada
em Mensagem e a forma como esta é vista na atualidade.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 167


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

Unidade 2 – Contos
Proposta A
Comparação entre o mundo rural dos anos 40 – tal como é descrito no conto «Sempre é uma com-
panhia», de Manuel da Fonseca – e o universo rural da sociedade contemporânea.

Proposta B
Comparação entre o modo como a figura feminina é perspetivada, no conto «George», de Maria
Judite de Carvalho, e o modo como é vista na atualidade.

Unidade 4 – José Saramago, Memorial do convento


e O ano da morte de Ricardo Reis
Proposta A
Comparação entre a relação Baltasar/Blimunda e as relações amorosas da atualidade.

Proposta B
A tentativa de emancipação de Ricardo Reis em relação a Fernando Pessoa em O ano da morte de
Ricardo Reis.

168 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Ficha de Expressão Oral 4


dĞdžƚŽĚĞŽƉŝŶŝĆŽവ&ĂƐĞƐĚĞƉƌŽĚƵĕĆŽ

Nome N.° 12.° Data / /

Avaliação E. de Educação Professor/a

Na elaboração de um texto de opinião a ser apresentado oralmente, deves ter em conta as fases
que se seguem.

1. Planificação

Na planificação da apresentação do texto de opinião, deverás ter em conta a seguinte estrutura.

Introdução • Apresentação da tese que vai ser defendida.

• Enunciação de argumentos significativos que ilustrem o ponto de vista adotado.


Desenvolvimento
• Fundamentação de cada um dos argumentos através de um exemplo pertinente.

Conclusão • Sistematização da argumentação apresentada e reforço do ponto de vista defendido.

• Caso tenhas a possibilidade de consultar o guião durante a apresentação, é muito importante que
este não seja constituído por um texto demasiado denso, para que seja fácil localizar alguma infor-
mação de que necessites.
• É fundamental que, na elaboração do plano do texto de opinião, tenhas em conta o tempo de
que dispões para a apresentação do trabalho. Antes de procederes à sua apresentação em aula,
deverás ensaiá-lo com o auxílio de um cronómetro, de modo a verificares se é possível transmitir a
informação pretendida dentro do período estipulado.
• Se tal for solicitado ou autorizado, deverás procurar utilizar meios tecnológicos para apoiarem
a tua apresentação oral: o recurso a um suporte visual geralmente contribui para captar a aten-
ção do auditório.

2. Apresentação oral

Aquando da apresentação do trabalho, o teu discurso deve obedecer às seguintes indicações.


• Deves recorrer a um discurso valorativo – ou seja, a um discurso em que apresentes, de forma
explícita ou implícita, juízos de valor sobre a questão em causa.
• O discurso pode ser enunciado na primeira ou na terceira pessoa.
• As ideias devem ser articuladas de forma clara e coesa, através da utilização de conectores dis-
cursivos.
• O registo de língua e o repertório lexical devem adequar-se ao tema.
Além disso, é muito importante que procures trabalhar a tua linguagem não verbal, isto é, aspetos
como a postura corporal, a expressão facial, a entoação, a fluência do discurso e a dicção.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 169


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Ficha de Expressão Oral 4


dĞdžƚŽĚĞŽƉŝŶŝĆŽവWƌŽƉŽƐƚĂƐ

Nome N.° 12.° Data / /

Avaliação E. de Educação Professor/a

hŶŝĚĂĚĞϭ͘ϭവ&ĞƌŶĂŶĚŽWĞƐƐŽĂ͕WŽĞƐŝĂĚŽŽƌƚſŶŝŵŽ
Proposta A
Na obra de Fernando Pessoa ortónimo, o pensamento é perspetivado como uma fonte de sofrimento.
Na tua opinião, a atividade reflexiva torna o ser humano infeliz?
Elabora um texto de opinião no qual defendas uma perspetiva pessoal sobre esta questão, fundamen-
tando o teu ponto de vista com dois argumentos e ilustrando cada um deles com um exemplo pertinente.

Proposta B
A oposição sonho/realidade é uma temática fundamental na poesia de Fernando Pessoa ortónimo.
Do teu ponto de vista, a capacidade de sonhar tem mais efeitos benéficos ou prejudiciais na vida do ser
humano?
Elabora um texto de opinião no qual defendas uma perspetiva pessoal sobre esta questão, fundamen-
tando o teu ponto de vista com dois argumentos e ilustrando cada um deles com um exemplo pertinente.

hŶŝĚĂĚĞϭ͘Ϯവ&ĞƌŶĂŶĚŽWĞƐƐŽĂ͕WŽĞƐŝĂĚŽƐŚĞƚĞƌſŶŝŵŽƐ
Proposta A
Na poesia de Alberto Caeiro, o sujeito poético defende que a felicidade se alcança através da comu-
nhão do Homem com a Natureza. Na tua opinião, a fixação de muitas pessoas no mundo rural que se
tem vindo a verificar na sociedade atual é, de facto, uma fonte de felicidade?
Elabora um texto de opinião no qual defendas uma perspetiva pessoal sobre esta questão, fundamen-
tando o teu ponto de vista com dois argumentos e ilustrando cada um deles com um exemplo pertinente.

Proposta B
Na obra de Ricardo Reis, a ataraxia é concebida como uma das formas de o ser humano alcançar a
felicidade. Do teu ponto de vista, esta atitude de imperturbabilidade tem vantagens ou desvantagens
na vida das pessoas?
Elabora um texto de opinião no qual defendas uma perspetiva pessoal sobre esta questão, fundamen-
tando o teu ponto de vista com dois argumentos e ilustrando cada um deles com um exemplo pertinente.

Proposta C
Na poesia futurista de Álvaro de Campos, a máquina é concebida como um dos expoentes máximos
da civilização moderna. Na tua perspetiva, o desenvolvimento tecnológico que se tem verificado recen-
temente tem tido mais consequências benéficas ou prejudiciais?
Elabora um texto de opinião no qual defendas uma perspetiva pessoal sobre esta questão, fundamen-
tando o teu ponto de vista com dois argumentos e ilustrando cada um deles com um exemplo pertinente.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 171


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

hŶŝĚĂĚĞϭ͘ϯവ&ĞƌŶĂŶĚŽWĞƐƐŽĂ͕Mensagem
Proposta A
Em Mensagem, a época dos Descobrimentos é recordada como o apogeu da História de Portugal. Na
tua opinião, a nostalgia que o nosso país demonstra em relação a esta fase é benéfica ou prejudicial?
Elabora um texto de opinião no qual defendas uma perspetiva pessoal sobre esta questão, fundamen-
tando o teu ponto de vista com dois argumentos e ilustrando cada um deles com um exemplo pertinente.

Proposta B
Na obra Mensagem, o messianismo tem um papel preponderante. Do teu ponto de vista, a crença na
vinda de um salvador é vantajosa ou desvantajosa para um país?
Elabora um texto de opinião no qual defendas uma perspetiva pessoal sobre esta questão, fundamen-
tando o teu ponto de vista com dois argumentos e ilustrando cada um deles com um exemplo pertinente.

hŶŝĚĂĚĞϮവŽŶƚŽƐ
Proposta A
No conto «Sempre é uma companhia», de Manuel da Fonseca, a chegada da rádio à aldeia veio alterar
profundamente o quotidiano dos seus habitantes. Na tua perspetiva, na época atual, os media conti-
nuam a ter um impacto desta dimensão?
Elabora um texto de opinião no qual defendas uma perspetiva pessoal sobre esta questão, fundamen-
tando o teu ponto de vista com dois argumentos e ilustrando cada um deles com um exemplo pertinente.

Proposta B
No conto «George», de Maria Judite de Carvalho, a protagonista recorda o facto de os pais desejarem
que ela casasse e tivesse filhos, pondo de lado a sua vocação artística. Na tua opinião, na atualidade, ain-
da é expectável que as mulheres coloquem a sua família à frente da sua vocação profissional?
Elabora um texto de opinião no qual defendas uma perspetiva pessoal sobre esta questão, fundamen-
tando o teu ponto de vista com dois argumentos e ilustrando cada um deles com um exemplo pertinente.

hŶŝĚĂĚĞϰവ:ŽƐĠ^ĂƌĂŵĂŐŽ͕Memorial do convento
e O ano da morte de Ricardo reis
Proposta A
Em Memorial do convento, a sociedade do século XVIII é descrita como profundamente violenta. Na
tua opinião, a sociedade contemporânea é igualmente marcada pela brutalidade?
Elabora um texto de opinião no qual defendas uma perspetiva pessoal sobre esta questão, fundamen-
tando o teu ponto de vista com dois argumentos e ilustrando cada um deles com um exemplo pertinente.

Proposta B
No romance O ano da morte de Ricardo Reis, o protagonista procura evitar imiscuir-se na vida política
do país. Também na atualidade se verifica em Portugal um certo distanciamento da sociedade civil em
relação ao poder político. Do teu ponto de vista, esta atitude é benéfica ou prejudicial para o nosso país?
Elabora um texto de opinião no qual defendas uma perspetiva pessoal sobre esta questão, fundamen-
tando o teu ponto de vista com dois argumentos e ilustrando cada um deles com um exemplo pertinente.

172 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

SOLUÇÕES
FICHAS DE TRABALHO 2.
Com as apóstrofes «ó claro céu» (v. 6), «Ó céu azul» (v. 8),
«Ó claro dia exterior, / Ó céu mais útil que o meu pranto?»
EDUCAÇÃO LITERÁRIA (vv. 23-24), o sujeito poético interpela o céu, pretendendo
obter uma resposta para a sua inquietação. Para isso, realiza
Ficha 1 – Fernando Pessoa, Poesia do ortónimo (p. 37) pedidos que possam, de alguma forma, atenuar a sua an-
gústia existencial – «Quando é que eu serei da tua cor, / Do
Texto A teu plácido e azul encanto» (vv. 21-22); isto é, questiona-se
1.1 sobre a possibilidade de alguma vez deixar de sofrer.
O sujeito poético revela, nestes versos, e ao longo de todo o
3. A.
poema, um estranhamento de si mesmo e do real que se lhe
apresenta, e que lhe é dado a entender. Ao mesmo tempo, há
um sentimento de inadequação do eu a esse real. Os versos Ficha 2 – Fernando Pessoa, Poesia dos heterónimos
revelam, em particular, uma falta de noção de como agir e, (Alberto Caeiro) (p. 39)
simultaneamente, uma pressão exercida pelo real, o campo
de ação do sujeito poético. A dificuldade de compreensão de Texto A
si mesmo e do real causa este sentimento de impossibilidade 1.
de viver nestas condições. O sujeito poético constata que ele se questiona acerca de
1.2 tudo e que as coisas não o fazem, porque não podem nem
Os sentimentos de cansaço, solidão e tristeza são acicatados faz sentido que o façam – a nossa capacidade de questio-
por uma noite de vigília, de insónia, uma noite fria, escura e namento não lhe atribui sentido por si só – e percebe que
silenciosa que se encontra em plena consonância com o inte- é absurda esta constante ânsia de saber, desnecessária e
rior do sujeito poético. A estética da corporização da solidão inesgotável.
no «momento insone» (v. 5) é a localização dos sentimentos 2.
no tempo e espaço desta noite fria. À escuridão desta noite e A Natureza funciona como elemento regulador na medida
dos próprios pensamentos do eu poético serve a adjetivação em que, através da sua simplicidade e autenticidade, sem
«Neste momento insone e tristeͫΈv͘ϱΉ͕sugerindo a insónia recurso a questionamentos, prova o quão inúteis são essas
e a tristeza do momento. A enumeração «Mas noite, frio, ânsias, ridículas até.
negror sem fim, / Mundo mudo, silêncio mudo» (vv. 10--11)
contribui para o estreitamento de laços entre a situação es- 3.
paciotemporal e a situação emocional do sujeito poético. Esta O sujeito poético tem a capacidade de se distanciar do ra-
enumeração afunila o raciocínio na direção do paradoxo final, ciocínio, de olhar para as coisas sem pensar, isolando esse
generalizante do sentimento de despersonalização e inade- procedimento do processo de pensamento que tem sobre
quação da personalidade ao real em que existe. elas decorrente da observação e recordação de um outro
processo de pensamento, o dos outros. Caeiro ri dos outros,
2.
menos por desdém e mais pelo sentimento de absurdo de
Tendo em conta que o sujeito poético, mais do que triste, está
quem, realmente, não compreende o questionamento.
frustrado e cansado de viver numa realidade à qual não con-
segue adaptar-se, sentindo que não pode viver mais assim, 4.
pois tudo lhe parece absurdo. Tal como esta noite é fria e ne- A temática abordada neste poema de Caeiro é a da recusa
gra, também os pensamentos do sujeito poético o são. do pensamento, a do misticismo naturalista que defende «o
amor pelas coisas em si mesmas». Como referido pelo eu na
3.
última estrofe, «As cousas não têm significação: têm existên-
A contradição que encerra o poema é revelador da desper-
cia.» (v. 16).
sonalização do sujeito poético e da sua dificuldade de ade-
quação ao real. Num raciocínio pessimista, e ao longo de Texto B
todo o poema, o sujeito poético parece tender para defender
uma opinião da vida em concordância com esse pessimismo. 1.
Contudo, depois de uma enumeração negativa, recua no seu O sujeito poético, na primeira estrofe, caracteriza-se como
argumento, como recua também nas suas ações, questionan- alguém que considera a rejeição do processo de pensamen-
do-se a si próprio, da mesma forma que questiona o real que to um seu traço distintivo. Por isto, sente-se distanciado da
se lhe apresenta, constante e dolorosamente. «gente que pensa» (v. 4), de quem ri, «sozinho» (v. 2), cons-
ciente não só do absurdo que é pensar como do seu próprio
Texto B posicionamento isolado.
1. 2.
Estabelece-se uma relação antitética entre o estado de es- O verso 8, «E então desagrado-me e incomodo-me», exprime
pírito do eu lírico e as condições atmosféricas envolventes. o descontentamento do eu lírico consigo mesmo por se ter
Apesar de o dia se apresentar com um clima agradável, como deixado enredar em pensamentos, traindo os seus princípios
se comprova com as expressões «Nenhuma chuva cai...»
e caindo no erro que critica nos outros. Ao aperceber-se da
(v. 1), «ante o sol e o azul do dia» (v. 13) e «a luz e a sua
contradição em que cai, sente um desconforto físico «Como
alegria» (v. 15), o interior do sujeito poético revela-se em
se desse por mim com um pé dormente…» (v. 9).
total desarmonia com esse sossego e essa felicidade, o que
é visível através das expressões como: «inútil agonia» (v. 4), 3.
«Eu quero sorrir-te, e não posso» (v. 7), «Ah, na minha alma A interrogação «Mas que me importa isso a mim?» (v. 15)
sempre chove.» (v. 17). encerra, sem mais discussão, o desenvolvimento do tema

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 173


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

da impossibilidade de as coisas terem capacidade de pensar, cumprir esse destino. E se a ideia de que temos de aceitar e
marcando o distanciamento do sujeito poético em relação a agradar-nos com a existência que nos foi dada perpassa todo
essa problemática. Depois de negar categoricamente essa hi- o poema, ela condensa-se na última parte, em jeito de con-
pótese («Nada pensa nada.» – v. 11), e de manifestar a sua in- selho epicurista, como uma proposta de fruição do momento
diferença perante a remota possibilidade de a «terra» pensar, presente.
o sujeito poético, através desta última interrogação, prescin-
2.
de de mais interrogações, à semelhança da própria Natureza,
Cada um vive consoante o que lhe coube em sorte, há uma
porque não tem a menor necessidade delas.
atitude de aceitação do Destino.
4.
O verso 21, «E assim, sem pensar, tenho a Terra e o Céu.», 3.
surge como conclusão do poema e, em particular, da argu- Há, nestes versos, uma estrutura invertida, para além da aná-
mentação relativa ao que o sujeito poético perderia se «pen- fora de «nem», que converge para uma mesma ideia: uma
sasse» e ao que ganha não pensando. Seguindo esta lógica, noção clara de incompatibilidade entre aquilo que se deseja
pensar significaria deixar de ver a realidade para «ver só» as e aquilo que se alcança.
construções abstratas dos «pensamentos», que se entrepo-
riam, como uma cortina, entre o eu e «as árvores», «as plan- Ficha 4 – Fernando Pessoa, Poesia dos heterónimos
tas» e a «Terra», deixando-o «às escuras». Pelo contrário, não (Álvaro de Campos) (p. 43)
pensando, nada se entrepõe entre o seu olhar e a realidade
das coisas. Em suma, não pensar é libertar de subjetivida- Texto A
de a visão do real, é restituir ao olhar a capacidade de ver o
1.
mundo na sua plenitude, com tal clareza que lhe desperta um
Ao longo do poema, encontramos as dicotomias passado-ver-
sentimento de posse relativamente à «Terra» e ao «Céu». A
dade/presente-máscara. Ao ver-se «ao espelho» (v. 1), isto é,
temática aqui abordada é, uma vez mais, a do apanágio da
quando faz uma introspeção efetiva, depondo a máscara, o
Natureza, do que nos é dado a ver, e a rejeição do processo de
eu lírico chega à conclusão de que aquilo que foi no passa-
pensamento como algo irrelevante, quando comparado com
do prevalece no seu presente («Era a criança de há quantos
a imensidão da Terra, do Céu, do Cosmos.
anos. / Não tinha mudado nada...», vv. 2-3). Assim, o seu pas-
sado de criança é a sua verdadeira essência, sendo o presente
Ficha 3 – Fernando Pessoa, Poesia dos heterónimos preenchido pela máscara, assumida como «personalidade»
(Ricardo Reis) (p. 41) (v. 11) atual («Assim sou a máscara. / E volto à personalida-
de», vv. 10-11).
Texto A
2.
1.
«Máscara» pode ter o valor simbólico de fingimento artístico,
Esta opção classicista reflete-se na forma (composição em
quer enquanto teoria de produção literária (intelectualização
ode) e nas temáticas (a ataraxia epicurista; a aceitação e a
das emoções, filtragem racional das vivências, com recurso à
autodisciplina estoicas; o carpe diem). Também a referência
memória) quer enquanto génese dos heterónimos. Na rea-
à mitologia e às tradições clássicas revelam o gosto pela Anti-
lidade, os heterónimos funcionam como «máscaras» literá-
guidade Clássica («Átropos», «Bacantes»).
rias, que acabam por se tornar personalidades «de papel»,
2. bem definidas e distintas do seu criador. Podemos apreciar as
A metáfora da morte tem como objetivo sublinhar o caráter várias «máscaras»: Alberto Caeiro, como o poeta «bucólico»;
avassalador do momento fatal, ao qual ninguém consegue Ricardo Reis, como o poeta «clássico» e Álvaro de Campos,
escapar. como poeta da modernidade.
3. 3. C.
No poema, estão implícitas várias perspetivas filosóficas.
Texto B
– Epicurismo: o presente é o tempo que nos é concedido,
privilegiando-se o prazer de cada momento, a busca da feli- 1.
cidade relativa e a ausência de perturbação (ataraxia) – «Sá- O sujeito poético está no seu «cubículo de engenheiro»
bio é o que se contenta com o espetáculo do mundo» (v. 1); (v. 1), confinado àquele espaço, encontrando-se a trabalhar,
«Para quem tudo é novo / E imarcescível sempre.» (vv. 4-5). numa atitude de isolamento e de distanciamento do mundo,
– Estoicismo: aceitação das leis do Destino e do Tempo – «E como podemos observar nos seguintes versos: «Firmo o pro-
ele espera, contente quase e bebedor tranquilo» (v. 16). jeto»; completamente só, alheio a si próprio, «aqui isolado,
/ Remoto até de quem eu sou.» (vv. 2-3). O sujeito poético
– Horacianismo: inutilidade do esforço e da indagação sobre
transmite-nos, na primeira pessoa, o seu estado de espírito,
o futuro – «Ele sabe que a vida / Passa por ele e tanto /
impregnado de negativismo («Que náusea da vida! / Que ab-
Corta a flor como a ele / De Átropos a tesoura.» (vv. 7-10);
jeção esta regularidade! / Que sono este ser assim!», vv. 6-8).
Carpe diem – «Mas ele sabe fazer que a cor do vinho es-
conda isto, / Que o seu sabor orgíaco / Apague o gosto às 2.
horas,» (vv. 11-13). Este verso enceta a reflexão sobre a nossa dualidade exis-
ƚĞŶĐŝĂůоĂǀŝĚĂͨƋƵĞƐŽŶŚĂŵŽƐŶĂŝŶĨąŶĐŝĂͩ;ǀ͘ϭϴͿʹĂƋƵĞůĂ
Texto B
que se alimenta do imaginário infantil, do mundo do faz de
1. conta, paradoxalmente (ou não) considerada a «verdadeira»,
Esta primeira parte, em que se tecem considerações gerais, porque é aquela que corresponde à nossa genuína identida-
corresponde a um discurso estoico de aceitação do Desti- de e aos nossos conceitos de felicidade e de sonho. Apesar
no. A segunda parte corresponde, logicamente, ao ato de de estar irreparavelmente perdida, é a que nos acompanha

174 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

durante toda a vida, «E que continuamos sonhando, adultos os medos do mar sem fundo» (v. 16), o que sugere que é um
num substrato de névoa» (v. 19). A outra vida remete para a ser horrendo e ameaçador.
idade adulta, a vida quotidiana e mecânica, que atraiçoou os
nossos sonhos de meninice e que terminará, fatalmente, na 2.
ŵŽƌƚĞ൞ͨ΀ǀŝĚĂ΁ĨĂůƐĂ͕ƋƵĞĠĂƋƵĞǀŝǀĞŵŽƐĞŵĐŽŶǀŝǀġŶĐŝĂ Às interpelações do «mostrengo», nas duas primeiras estro-
com outros, / Que é a prática, a útil, / Aquela em que acabam fes, o «homem do leme» começa por responder assustado –
por nos meter num caixão.» (vv. 20-22). («tremendo», «tremeu»), intimidado pelo tom aterrador das
suas palavras e pelo ambiente sinistro que o circunda, reagin-
3. do apenas com uma frase que invoca a autoridade de que foi
Os temas do poema são a reflexão existencial e a nostalgia investido: «El-Rei D. João Segundo!» (v. 9). Porém, à terceira
da infância — a consciência do sujeito de que a sua vida atual vez, parece tomar consciência de que não é apenas ele, «ho-
não passa de uma «náusea» abjeta, insuportável. Esta cons-
mem do leme», que ali está; assume-se como símbolo de um
tatação condu-lo à temática da nostalgia da infância, na qual
«Povo», como um herói coletivo que tem, naquele momento,
havia espaço para o sonho e a vida era ampla, desafogada,
uma missão patriótica a cumprir – a defesa da tripulação e da
plena de ilusão e de cor: «Eram grandes paisagens do Norte,
vontade de uma nação. O «homem do leme» responde, por
explícitas de neve: / Eram grandes palmares do Sul, opulentos
de verdes.» (vv. 12-13). fim, ao «mostrengo», em seis versos, mobilizando energias,
com a convicção e a determinação de um herói. Há, ainda,
uma clara gradação ascendente nas atitudes do «homem do
Ficha 5 – Fernando Pessoa, Mensagem (p. 45) leme» que nos permite adivinhar uma evolução que contraria
Texto A as do «mostrengo», que acaba neutralizado.

1. 3.
O «Ato» (v. 1) e o «Destino» (v. 1) surgem a par, ao longo do O «mostrengo» simboliza os medos dos navegadores que en-
poema, num equilíbrio de forças, simbolizado por duas mãos frentam o desconhecido e os perigos do mar; o «homem do
humanas e pela dualidade do corpo e da alma. O «Ato» cor- leme» é a figura do herói mítico, símbolo de um Povo, passan-
responde à ação do Homem, que ultrapassou os obstáculos do de herói individual a coletivo, com uma missão a cumprir.
do desconhecido, primeiro afastando «o véu» (v. 4), depois
rasgando esse mesmo «véu» (v. 4). Esta ação humana, a aven-
tura da navegação, só foi possível pela conjugação da alma,
Ficha 6 – Contos: «Sempre é uma companhiaͫ,
«a Ciência» (v. 7), e do corpo, «a Ousadia» (v. 7), dos navega- de Manuel da Fonseca (p. 47)
dores. O «Destino», equivalente à intervenção divina, a mão 1.
que «ergue o facho trémulo e divino» (v. 3), estava traçado, O velho Rata era um mendigo viajado, «chegava a ir a Ou-
por ser a vontade de Deus. Verifica-se, assim, uma relação rique, a Castro, à Messejana. Até fora a Beja» (ll. 11-13) e,
completa do corpo («Portugal», v. 11) e da alma («Deus», v. como tal, vinha sempre «cheio de novidades» (l. 13). Padecia
11) que conduziu ao desvendamento do mundo por descobrir. de reumatismo no último período da sua vida, «amarrando-o
2. à porta do casebre» (l. 18), prisioneiro da sua doença. Suicida-
A predestinação de Portugal está presente no cumprimen- ra-se e, entre os aldeãos, a sua memória vai-se apagando aos
to da vontade divina («Foi Deus a alma e o corpo Portugal», poucos, porém não na mente de Batola.
v. 11), sendo o «Ato» feito por desígnio de uma força ocul-
2.
ta que orientou, através da luz do «facho», os navegadores
Batola recorda-se de Rata, numa das muitas vezes em que a
portugueses. As palavras «Desvendámos» (v. 2), «afasta»
(v. 4), «véu» (v. 4), «rasgou» (v. 6), «desvendou» (v. 8) reme- melancolia da aldeia o toma e o fragiliza. Nesse momento, re-
tem, primeiro, para o mistério e, depois, para a revelação corda um amigo que já partiu, e de quem sente saudades por-
permitida pelo «facho que luziu» (v. 10), pela vontade divina. que, sendo viajado, Rata tinha sempre algo para contar. De tal
forma se entretinha Batola com os relatos de Rata que «só de
3. ouvi-lo parecia […] que andava a viajar por todo aquele mun-
Características épicas: a ação coletiva de um povo, de qua- do» (ll. 14-15). Assim, na solidão e no marasmo da aldeia,
lidades excecionais («Ciência», «Ousadia», v. 7), capaz de Rata era uma companhia e uma forma de entretenimento.
realizar feitos extraordinários, gloriosos e singulares «afasta
o véu» (v. 4), «o véu rasgou» (v. 6), «Desvendámos» (v. 2); 3.
revelação da vontade divina e da predestinação de Portugal Tomado pela doença, Rata ficara impedido de retomar as suas
(«Foi Deus a alma e o corpo Portugal», v. 11); o significado caminhadas que, além de lhe agradarem de modo especial,
superior e intemporal da busca: Portugal «que ao Ocidente o eram fonte de recolha de eventos que relatava, depois, espe-
véu rasgou» (v. 6). cialmente a Batola. Preso na venda, Batola sentia que percor-
Texto B ria os caminhos de Rata através das suas histórias. Quando a
voz de Rata se calou, Batola volta a sentir o isolamento que
1. só é mitigado com a chegada da rádio. As notícias, a música,
O «mostrengo» é caracterizado como um ser «imundo e o convívio proporcionado pela telefonia recordam a Batola a
grosso» (v. 13). Indiretamente, as suas ações caracterizam- animação do próprio mendigo. Daí Batola dizer que, se tives-
-no: realiza movimentos circulares intimidatórios e sitiantes se havido rádio, para trazer a Rata as notícias do mundo, por
à volta da nau («À roda da nau voou três vezes, / Voou três onde já não podia caminhar, talvez não se tivesse sentido tão
vezes a chiar», vv. 3-4), e profere palavras ameaçadoras: diz
frustrado e não tivesse cometido suicídio.
morar em locais remotos, «cavernas» (v. 6) que ninguém co-
nhece, de «tetos negros do fim do mundo» (v. 7), e «escorro 4. a) 1; b) 3; c) 1.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 175


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

Ficha 7 – Contos: «Sempre é uma companhiaͫ, resolução inabalável, apruma-se, muito alta, dominadora,
de Manuel da Fonseca (p. 49) e diz: — António, se isso aqui ficar eu saio hoje mesmo»
(ll. 38-40). Batola decide, ainda assim, ficar com a telefonia,
1. ao revés da vontade da sua mulher. Depois de uma prolonga-
António Barrasquinho, o Batola, é «um tipo bem achado. da ausência da venda, «a mulher olha-o com um ar submis-
Não faz nada, levanta-se quando calha e ainda vem dormin- so», seduzida também pelo poder de entretenimento e ser-
do lá dos fundos da casa» (ll. 1-4). É um homem sonolento, viço comunitário do rádio: «Então, ela desabafa, inclinando o
preguiçoso que vive numa «monotonia desolada»: «a vida rosto ossudo, onde os olhos negros brilham com uma quase
do Batola é uma sonolência pegada» (l. 28). Fisicamente é expressão de ternura: — Olha... Se tu quisesses, a gente fica-
«atarracado, as pernas arqueadas. De chapeirão caído para va com o aparelho. Sempre é uma companhia neste deser-
a nuca, lenço vermelho amarrado ao pescoço» (ll. 11-13). to.» (ll. 59-62). Este deserto a que se refere é a aldeia que
O olhar é descrito várias vezes da mesma forma: «olhos se- habitam, mas também no deserto em que se havia tornado
micerrados» (ll. 15-16). É um homem desajeitado: «vem tro-
aquela relação. O rádio é, assim, não só um estímulo à me-
peçando nos caixotes» (ll. 13-14). Bebe por tédio: «põe-se
lhoria do estilo de vida da comunidade, pelos benefícios que
a beber de manhã à noite, solitário, como um desgraçado»
o aparelho traz, como um estímulo individual para este casal,
(l. 24), sente-se só, completamente isolado: «não tem nin-
que deixa assim de estar isolado do mundo, minimizando os
guém para conversar, não tem nada que fazer. Está preso e
problemas, outrora acicatados pelo tédio.
apagado no silêncio que o cerca» (ll. 35-36).
A mulher de Batola é ativa e trabalhadora, é ela quem põe
o negócio de ambos a funcionar diariamente: «É a mulher Ficha 8 – Contos: «Georgeͫ, de Maria Judite
quem abre a venda e avia aquela meia dúzia de fregue- de Carvalho (p. 51)
ses todas as manhãzinhas. Feito isto, volta à lida da casa»
(ll. 4-6). É descrita, fisicamente, como «Muito alta, grave», 1.
com «um rosto ossudo». É «silenciosa e distante», dona de Nestes excertos identificamos três figuras femininas: Geor-
um «sossego de maneiras que se vê logo que é ela que ali ge e outras duas mulheres. Numa primeira parte, George
põe e dispõe» (ll. 7-9). encontra-se com Gi, uma jovem («jovem que se aproxima»,
l. 1), com um «lindo sorriso branco de 18 anos», (l. 20). No
2. último excerto, já no comboio e de partida, George encontra
A expressão «Que pessoas tão diferentes!» (l. 10), não diz Georgina, uma «senhora de idade», (l. 37). Percebemos, pelo
tudo, mas muito desta relação. A mulher, apesar de não ter modo misterioso e oculto como elas aparecem, comum nas
nome atribuído é, na parte inicial do conto, o elemento ativo evocações do passado ou nas projeções do futuro, que são
do casal, é ela quem tem «governado a casa» e a venda, e figurações da própria personagem principal.
«Tudo vem a fazer-se como ela entende que deve ser fei-
to.» (l. 22). Talvez por esta sensação de impotência, Batola 2.
revolta-se contra ela: «Tais momentos de ira são pedaços de Os encontros de George com estas duas figuras femininas
revolta passiva contra a mulher. É uma longa luta esta. A rai- parecem ter uma dimensão simbólica de alcance alargado,
va do Batola demora muito, cresce com o tempo, dura anos» apontando para as três idades da vida. Se notarmos, apesar
(ll. 19-20). O «Batola vai ruminando a revolta» (l. 23) e «O da estranheza e da falta de nitidez de contornos das perso-
fim daquelas crises tem dado que falar» (l. 25), já que tem nagens Gi e Georgina, estas acabam por parecer familiares
sido ouvido «a espancar a mulher» (ll. 26-27). Tolhidos pela a George, de algum modo. Efetivamente, o encontro com
solidão do lugar onde vivem e pela solidão a que a própria Gi corresponderá ao reviver de uma juventude para sempre
velhice os vai votando também, o casal apresenta sinais de perdida; George, tendo já 45 anos, está na sua meia idade;
desgaste da relação. e no diálogo que trava com Georgina, imagina-se com 70
anos, na velhice, ideia que a deixa incomodada, preferindo
3. voltar ao presente e ao seu estilo de vida.
O espaço físico onde se desenrola a ação, uma aldeia do
Alentejo, em muito contribui para o ambiente triste e de 3.
pouca convivialidade entre os elementos daquela comuni- Por exemplo: uso da ironia «triste» («A velha sorri de si para
dade. Contudo, esses parcos hábitos sociais mudam com a consigo, ou então partiu para qualquer lugar e deixou o sorri-
chegada da rádio. Com um simples toque de botão, a peque- so como quem deixa um guarda-chuva esquecido numa sala
na aldeia ligava-se ao mundo todo, às notícias de longe, que de espera.» (ll. 40-41); interrogações retóricas («[…] – que
geravam depois conversa e convívio em comunidade: «nessa terá sido que já não se lembra?», l. 31); reiterações («[…]
tarde vieram todos à venda, onde entraram com um olhar perder para todo o sempre árvores e casas da sua juventu-
admirado. Uma voz forte, rápida, dava notícias da guerra» e de, perder mesmo a mulher gorda, da passagem de nível»,
«Só de lá saíram depois de a voz se calar. Cearam à pressa, e ll. 27-28).
voltaram. Era já alta a noite quando recolheram a casa, discu- 4. a) 3; b) 1; c) 2.
tindo ainda, pelas portas, numa grande animação». A sensa-
ção de esperança renovada que toda a aldeia sente com um
simples rádio está sumarizada na expressão: «Um sopro de Ficha 9 – Contos: «A George e a Giͫ, de Maria Judite
vida paira agora sobre a aldeia». de Carvalho (p. 53)
4. 1.
Também na relação entre Batola e a sua mulher se notam George é pintora («pintora já com nome nos marchands
efetivas melhorias com a novidade que traz este avanço das grandes cidades da Europa», ll. 21-22). Expressões como
tecnológico. Na iminência de adquirir o aparelho, a reação «Agora está – estava –, até quando?» (l. 12) expressam o
da mulher é negativa: «Os olhos da mulher trespassam-no» caráter imprevisível e mutável de George. O seu nome, que
(l. 37), e «Vagarosa, no tom de quem acaba de tomar uma poderá causar estranheza e ambiguidade por se tratar de um

176 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

nome associado ao género masculino, embora a persona- local de trabalho dos pais. O que os separa é, de facto, o pro-
gem George seja, de facto, uma mulher, indicia tratar-se de longar do primeiro desentendimento numa série de outros
uma mulher forte e independente, querendo ser «senhora desentendimentos perpetuados por gerações, que alimen-
de si» (l. 18). O facto de viver «sempre em quartos aluga- tam um ódio comum. Foi por causa da «ânsia de convencer»
dos» (l. 13), isto porque queria estar sempre «disponível» (l. 25) do Dr. Pedro, que «atravessava muitas vezes a ruaͫ
para partir ou ficar, sem julgamentos de terceiros nem nada (ll. 25-26), que houve o primeiro desentendimento, pois
que a prendesse, aponta para um espírito aventureiro, para este, por considerar que o «semáforo complicava» (l. 26) a
a necessidade de se sentir livre, mas também para algum de- sua tarefa, foi rude com Ramon que, por não gostar «que
sapego pelos bens materiais que poderá estar associado a interferissem com o seu trabalho» (l. 28), «passou a dificul-
alguma inconstância. tar a passagem ao doutor» (ll. 28-29). «E eis duas famílias
desavindas» (l. 29).
2.
George há anos que «saiu da vila e partiu à descoberta da 3.
cidade grande» (l. 10). Este seu distanciamento físico, o tal A história da família dos semaforeiros remonta à história do
que a levava a não ter casa própria, é, sobretudo, expres- semáforo, recuando-se no tempo, com recurso à analepse,
são de um desapego ou vontade de desapego emocional do com o auxílio de expressões como «Por alturas da Segunda
passado. Grande Guerra» (l. 11) e «pouco depois da Revolução de
Abril» (ll. 12-13). As diversas personagens, seguindo uma ló-
3.1
gica cronológica, esclarecem e contribuem para o efeito de
Gi simboliza, por um lado, a resistência de George a reen-
passagem do tempo através da apresentação das diversas
contrar o seu passado e, por outro, a impossibilidade de o
gerações, trazendo o leitor para a ação do momento presen-
ressuscitar («como quem anda na água ou contra o vento»,
te, através de expressões como: «um dia destes» (ll. 13-14)
l. 26), a sua morte definitiva, marcada pela deslocação do
e «Há dias» (l. 36).
comboio em que George se afasta («Árvores, casas e mulher
acabam agora mesmo de morrer, deram o último suspiro,
adeus», ll. 30-31). Georgina surge com uma mensagem de Ficha 11 – Poetas contemporâneos: Miguel Torga (p. 57)
aviso para o futuro, a de que terá apenas a solidão por úni-
ca companhia certa na velhice. Esta coincidência de nomes, Texto A
de letras, de diminutivo e nome mais frequentemente asso- 1.
ciado a alguém mais velho, remete para três idades ou três O poeta «deitou-se e teve sono» porque nada motivava ou
épocas distintas da vida, efetivas e metafóricas, simbolizan- inspirava a sua arte poética: não tinha sentimentos amoro-
do o balanço de toda uma vida, a de George: o passado que sos («nenhum coração era seu dono», v. 4), estava incapaz
enterrou, o presente que passa depressa e a aproximação do de viver ilusões («Mais nenhuma ilusão lhe apetecia», v. 3);
futuro, da velhice, da solidão e da morte. tudo nele e à sua volta era decadência e abandono («Cada
fruto maduro apodrecia; / Cada ninho morria de abandono»,
vv. 5-6). Tudo aponta para o desaparecimento e para a morte
Ficha 10 – Contos: «Famílias desavindasͫ (p. 55)
do poeta.
1.
2.
A descrição da rua como sendo igual a tantas outras da cida-
No primeiro terceto, fica claro que o adormecimento do
de («uma dessas alongadas ruas do Porto», l. 1), sem quais-
poeta, referido anteriormente, se integra na «razão da vida»
quer pontos de interesse por ser banal (l. 3), contrasta com a
(v. 9) porque só esta é capaz de perspetivar a organização
descrição do dispositivo que é apresentado como «insólito»
cíclica, o ritmo das estações do ano. Assim, se no inverno
(l. 6), invulgar, pois eram «os únicos semáforos do mundo
a Natureza descansa, na primavera a Natureza acorda e os
movidos a pedal» (l. 7).
seus rebentos brotam. O mesmo acontece ao poeta que,
2.1 após ter como que adormecido, hibernado, desperta do seu
Os semaforeiros – Ramon, Ximenez, Asdrúbal e Paco – eram sono capaz de deitar os seus rebentos: o poema.
uma família de galegos, modesta, empenhada, com um amor
3.
ao seu trabalho fora do comum e quase obsessivo. A famí-
A metáfora associa o ofício do poeta à Natureza. O poeta,
lia dos médicos – João Pedro Bekett, João e Paulo – exercia
após ter adormecido (no período do inverno), acorda com a
a profissão perto do semáforo, «mesmo à esquina, [n]um
energia da Natureza em plena primavera: a sua seiva, cheia
primeiro andar» (l. 22). O Dr. João Pedro Beckett era exces-
de vitalidade, está pronta para gerar nova vida. Da mesma
sivamente zeloso no exercício da sua profissão, pretensioso
forma, a «seiva do poema» (v. 14) está pronta para dar vida à
e caprichoso por considerar que a sua vontade tinha de im-
nova arte poética que significará a ressurreição do poeta que
perar, mesmo colidindo com o desempenho profissional de
se anuncia no título.
Ramon. O Dr. João era um «médico muito modestoͫ (l. 31),
inseguro, que herdou «o ódio ao semáforo» (l. 32), revelan- Texto B
do-se infantil na sua relação com o semaforeiro. O Dr. Paulo
1.
aparenta ser mal-educado nos insultos que dirigia ao sema-
Os momentos dessa viagem correspondem aos preparati-
foreiro, mas, no final, revela ser altruísta, ao socorrer Paco,
vos para o embarque, com o aprontar do barco («Aparelhei
e arrependido pela postura anterior, quando o substitui no
o barco», v. 1) e ao reforço da tomada de decisão por par-
semáforo.
te do sujeito poético («E reforcei a fé de marinheiro», v. 2);
2.2 a partida («larguei a vela», v. 12); a despedida de quem fica
Ambas são famílias de trabalhadores que parecem realmen- («E disse adeus ao cais», v. 13) e, por fim, à navegação («cor-
te apreciar o que fazem, herdando os filhos a profissão e o to as ondas sem desanimar», v. 18).

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 177


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

2.1 2.
Estes elementos, associados aos vocábulos «ilusão» e «fé», O sujeito poético nota que o tempo passou por si, cruel e
constituem uma metáfora, através da qual o sujeito poético indiferente, como passa por todos, mas aos olhos da mãe,
dá conta do seu caráter sonhador e da sua determinação em como de qualquer mãe, parece que isso não é percetível:
enfrentar as vicissitudes da vida. Esta ideia é reforçada pelo «Tudo porque já não sou / o retrato adormecido / no fundo
facto de o sujeito poético se assumir como o comandante do dos teus olhos.» (vv. 3-5). Note-se como o sujeito poético
seu barco. É, assim, representada a luta sem tréguas do ser concentra a causa da sua dor e deste afastamento da mãe
humano pela conquista da felicidade. amada neste «tudo» que engloba crescer «todo o meu cor-
po cresceu», e, mais do que o corpo, o espírito daquele que
3.1
fora um menino adormecido a quem fotografaram, cresceu
Para além do seu caráter sonhador, expresso na primeira es-
e libertou-se («dei às aves os meus olhos a beber», v. 28). O
trofe («Aparelhei o barco da ilusão», «o meu sonho», «Pro-
eu lírico deixa claro, contudo, que a memória afetiva da mãe
curar / O velho paraíso», vv. 1,3,9 e 10), o sujeito poético
permanecerá para sempre dentro de si.
revela-se insatisfeito ao rejeitar um modelo de vida limitado,
expresso em «paz tolhida» (v. 13), e, deste modo, determi- 3.
nado, persistente na concretização do seu objetivo, apesar O sujeito poético mostra-nos a moldura como a visão da
das adversidades («traiçoeiro / O mar», vv. 3-4; «corto as mãe que tenta enclausurar o retrato, que é a imagem de um
ondas sem desanimar», v. 18). Revela, ainda, lucidez, uma filho que já foi menino, mas que cresceu entretanto. Esse
clara consciência de que nem mesmo a ilusão pode alterar a crescimento e as dificuldades de aceitação originam esse
precariedade da existência humana e, finalmente, declara o afastamento. As rosas brancas que o menino aperta contra
gosto pela aventura: «Em qualquer aventura / O que importa o peito, na fotografia, são símbolo de pureza da infância,
é partir, não é chegar.» (vv. 19-20). que ele diz carregar ainda consigo. Contudo, ao crescer, em
todos os sentidos, este filho «saiu da moldura», quebrou a
imagem que a mãe tinha de si, procurou a liberdade da ex-
Ficha 12 – Poetas contemporâneos: periência do mundo, simbolizada na metáfora das aves.
Eugénio de Andrade (p. 59)
4.
Texto A «Boa noite. Eu vou com as aves», diz o sujeito poético ao
1. fechar o poema. Este verso anuncia a quebra parcial dos
O poema intitula-se «Os amantes sem dinheiro» e, contudo, laços afetivos que guarda da infância. Recuperando a ló-
o verbo «ter», na forma de pretérito imperfeito do indica- gica de que a mãe queria conservar uma imagem passada
tivo, aparece repetido em todas as estrofes, em aparente de um menino que já é homem, este homem, sentindo-se
contraste com o sentido de escassez que o título anuncia. enclausurado e desejando a liberdade, anuncia uma partida
Contudo, o que o poema revela é que o amor pode trazer de dentro dessa figuração que a mãe idealiza para si, e se-
outras formas de riquezas, e tantas formas de «ter», que su- gue livre na experiência da vida, que é o ciclo irreversível do
plantam o lado financeiro. funcionamento da Natureza. Contudo, esta quebra é parcial
porque, antes do anúncio da partida, o sujeito poético deixa
2. claro que conservará em si, para a eternidade, a memória da
Personificação: «onde a lua passeava / de mãos dadas com mãe e dessa infância.
a água» (vv. 4-5), referindo-se aos espaços percorridos pelos
amantes, de noite, jardins com lagos ou fontes.
Metáfora: «Mas a cada gesto que faziam / um pássaro nascia Ficha 13 – Poetas contemporâneos: Ana Luísa Amaral
dos seus dedos» (vv. 16-17), no sentido de criarem emoções (p. 61)
ricas em conjunto, em casal, fruto do amor, mais valiosas do
1.
que o dinheiro, o qual, aos amantes, pouco importa.
O sujeito poético recorda um namorado que teve há muito
3. tempo, tanto que já nem consegue precisar há quanto («há
Este momento de intimidade do casal produz sentimentos quanto tempo foi?» – v. 2). O efeito do tempo na memória
tão ricos que são como aves que nascem dos seus gestos. Tão leva ao esquecimento, pelo que a memória do namorado
sublime é o sentimento que nasce dos gestos de amor que, ficou perdida «mais de vinte anos» (v. 6). Muitos pormeno-
quando metaforizado em ave, porque é livre, «deslumbrado res ficaram esquecidos para sempre porque o relacionamen-
penetrava nos espaços» (v. 18), porque é deslumbramento, to entre eles foi breve e também porque «há quinze anos»
adquire a expressão de enamoramento que conduz a esta (v. 15) o sujeito lírico rasgou as cartas dele e não guardou
sensação de liberdade. Todas estas ideias de riqueza senti- fotos. Até o nome foi esquecido. Todos estes elementos
mental, fruto deste relacionamento amoroso, são introduzi- indicariam que a memória acabaria por levar ao esque-
das, nestes versos, pela conjunção coordenativa adversativa cimento completo deste namorado. Todavia, o sujeito
«mas», em oposição à ideia falsamente sugerida no título. poético guarda algumas memórias desse namorado de
há «mais de vinte anos» (v. 6) que se justificam pelo pra-
Texto B
zer e pela transgressão, associados ao facto de ele lhe ter
1. dado a mão e um beijo no meio de uma pensão, onde
O tema do poema é o amor do sujeito poético pela mãe, e os pais do sujeito também se encontravam. Assim, per-
desenvolve-se na lógica da traição do crescimento e da ir- maneceram memórias daquele beijo, das conversas so-
reversibilidade do tempo. Ao longo do poema, enumeram- bre cinema e do calçado azul. O nome do «namorado»
-se uma série de memórias que, no presente, subsistem no (v. 4), que o sujeito esqueceu, fica por isso associado a expe-
sentimento de um amor interminável e, simultaneamente, riências e sensações positivas e, por isso, se afirma que ele
encarcerante e libertador. «tinha / um nome bom» (vv. 1-4).

178 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

2. expressão literária de estrutura fixa (duas quadras e dois ter-


Apontar três dos vários indícios de efemeridade: o facto de cetos), que este poema, apesar de possuir um final tão con-
se tratar de um relacionamento de férias, provavelmente clusivo como a «chave de ouro» do soneto (correspondente
resultante de um conhecimento de ocasião, numa pensão; ao último terceto). E a esperada conclusão enuncia-se da
a distância (ele escrevia-lhe cartas); o facto de eles nunca seguinte forma: «a conclusão: nem homem, nem mulher, /
terem falado de amor («um namorado sem falar / de amor» ou então: a “poeta” e o “poeto”» (vv. 35-36), apresentando
– vv. 21-22); a timidez que impediria um avanço da relação; alternativas ao uso cristalizado da palavra «poeta» como re-
a presença intimidante dos pais. ferente de um autor masculino. A primeira alternativa seria
3. a palavra passar por um processo de libertação de carga de
A luz aparece no título e no próprio poema associada à me- género, não tendo que significar «nem homem nem mu-
mória de coisas antigas, que sucederam no passado do eu lher» (v. 35) ou, no caso de se querer distinções, então que
poético, mas que não estão esquecidas. A luz funciona como se siga a regra básica de formação de masculino/feminino,
metáfora do não apagamento dessas memórias e associa- que é a adição do -o ou -a no final da palavra.
-se a sentimentos positivos que nascem da evocação dessas
memórias de experiências positivas e marcantes para o su-
jeito poético, as «coisas de luz antigas». Ficha 15 – José Saramago: Memorial do convento
(p. 65)
4. B.
1.
Baltasar e Blimunda vivem uma história de amor excecional,
Ficha 14 – Poetas contemporâneos: Ana Luísa Amaral estabelecem um relacionamento de dádiva incondicional
(2) (p. 63) e recíproca, de complementaridade, de união espiritual e
1. física, «ao voltar-se para Blimunda pode, com ele, cingi-la
O tema é a poesia, aqui abordada numa perspetiva entre o contra si, correr-lhe os dedos desde a nuca até à cintura,
alerta e o humor sobre o pano de fundo da questão da força mais abaixo ainda se os sentidos de um e do outro desper-
da palavra «poeta» nas suas formas feminina e masculina. taram no calor do sono e na representação do sonho, ou já
acordadíssimos iam quando se deitaram» (ll. 2-5); «se a ele
2. apeteceu, a ela apetecerá, e se ela quis, quererá ele» (l. 6).
Num primeiro momento, introdutório da temática a seguir, O seu amor puro vive à margem do convencional, está aci-
aponta-se o verso em língua inglesa, «a poet – it is that –» ma das leis sociais da época, possui uma dimensão especial
(v. 1), entre aspas porque é uma citação em outra língua. e única, «este casal, ilegítimo por sua própria vontade, não
No caso do uso do travessão em «– o que implicará sempre
sacramentado na igreja, cuida pouco de regras e respeitos»
mais limite.» (v. 4), apresenta-se uma explicação do que é
(ll. 5-6); «por primeira infração aos usos, nus como suas
dito, tal como faz o verso entre parênteses: «(invertendo-
mães os tinham parido» (ll. 9-10).
-se os termos da exceção),» (v. 6). Dentro da problemática
da assunção de género masculino para a palavra poeta, em 2.
português, o sujeito poético sugere uma leitura alternativa Baltasar não compreende o motivo pelo qual Blimunda
da palavra, e daí o valor das aspas na questão «porque não tem obrigatoriamente de comer pão em jejum. No entanto,
ler “poeta”, feminino, / e masculino:... vide conclusão?» (vv. pressente que guarda algum «mistério» e que poderá, por
7-8). E esta conclusão a que se alude surge nos dois últimos exemplo, ter herdado da mãe dons extraordinários. Descon-
versos da última quadra, propositadamente sublinhada, em fia também da maneira evasiva e estranha como Blimunda
destaque: «a conclusão: nem homem, nem mulher, / ou en- lhe tem respondido. Suspeita ainda de vários factos, nomea-
tão: a “poeta” e o “poeto”» (vv. 35-36), porque apresenta damente, o querer saber o seu nome no primeiro encontro;
estas duas alternativas não convencionais do uso da palavra. o fazer a persignação e a cruz no peito de Baltasar, com o
3. sangue da sua virgindade; apercebe-se da beleza extraordi-
Através do humor e de alguma ironia subtil, embora aguda nária dos seus olhos, entre outros aspetos. Por isso, chega
e com propósito crítico, o sujeito poético reivindica o lugar a dizer que Blimunda o enfeitiçou. Baltasar em breve des-
da mulher na literatura enquanto autora de poesia, mere- cobrirá que as suas suspeitas são fundadas e que Blimunda
cedora de que a palavra «poetaͫ ganhe uma outra dimen- tem a capacidade excecional de ver pessoas e objetos por
são, ao contrário da assunção de género masculino que a si dentro.
traz associada. A ironia começa com a comparação ou com
3.
o contraponto inicial da palavra «poetaͫ em língua inglesa,
cuja mesma forma serve os dois géneros, masculino e femi- Por exemplo: «Não me faças isso, e foi o grito tal que Balta-
nino, «que a gramática nossa o não permite / e precisa dois sar a largou, assustado, quase arrependido da violência, Eu
gumes do estilete» (vv. 2-3), «que de ridículo este definir» não te quero fazer mal, só queria saber que mistérios são,
(v. 26). Dá-me o pão, e eu digo-te tudo, Juras, Para que serviriam
juras se não bastassem o sim e o não, Aí tens, come, e Bal-
4. tasar tirou o taleigo de dentro do alforge que lhe servia de
Na última quadra, os dois primeiros versos jogam com a ex- travesseira.» (ll. 32-38) – a pontuação adequa-se ao ritmo
pectativa do cânone, com a sua descontrução, e com uma prosódico da oralidade, através de pausas de respiração, re-
alusão irónica que contribui, precisamente, para a lógica presentadas pela vírgula (pausa breve) e pelo ponto (pausa
de todo este pensamento desconstrutor do uso da palavra longa). As maiúsculas auxiliam a identificar as vozes presen-
«poeta» na língua portuguesa. Dizem esses versos: «E na
tes no texto.
ausência de final dourado, / tal como na ausência de terce-
to,» (vv. 33-34). O final conclusivo é próprio do soneto, que é 4. a) 3; b) 1; c) 2.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 179


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

Ficha 16 – José Saramago: Memorial do convento cobardia ao destino essa última oportunidade de voltar
(p. 67) atrás» (ll. 28-30). Podemos concluir que não há reciprocida-
de na relação amorosa: Lídia é sincera e espera o carinho de
1. Reis, porém este mostra-se incapaz de corresponder verda-
O narrador critica, em primeiro lugar e a partir do símbolo deiramente a essas expectativas.
da justiça, nomeadamente a venda nos olhos que, ao invés
de indicar que todos são iguais aos olhos da lei, a cegueira 2.
da justiça, ao ponto de castigar os justos ou com crimes me- Ricardo Reis limita-se a presenciar o mundo que o rodeia,
nores e premiar os que realmente pecaram aos olhos da lei. não intervindo no curso dos acontecimentos. Aceita os fac-
De seguida, ironicamente, refere a atuação do Santo Ofício tos como eles são e resigna-se perante o destino reserva-
que condena à fogueira quem «não honrar os fiéis defun- do ao mundo, dado que um dia esse mundo acabará e nós
tos», deixando impune quem pratica crimes maiores («apu- com ele — «isto é que seja o destino, sabermos o que vai
nhalar a mulher, por suspeita de infidelidade», ll. 17-18). acontecer, sabermos que não há nada que o possa evitar,
Aqui, surge nova crítica à aplicação da justiça, pois quem e ficarmos quietos, olhando, como puros observadores do
tiver «padrinhos que desculpem o homicídio e mil cruza- espetáculo do mundo, ao tempo que imaginamos que este
dos para pôr na balança» (ll. 19-20) facilmente é ilibado, ou será também o nosso último olhar, porque com o mesmo
seja, os poderosos que cometeram crimes, mesmo graves, mundo acabaremos» (ll. 25-28).
saem impunes («honre-se a gente de bem e de bens, não
3.
lhe exigindo que pague as dívidas contraídas, que renuncie
Por exemplo: «É que, interrompeu-se para enxugar os olhos
à vingança, que emende o ódio», ll. 22-23), e os mais desfa-
e assoar-se, é que os barcos vão revoltar-se, sair para o mar,
vorecidos são severamente castigados («Castiguem-se lá os
Quem to disse, Foi o Daniel em grande segredo, mas eu não
negros e os vilões para que não se perca o valor do exem-
consigo guardar este peso para mim, tinha de desabafar
plo», l. 21). A morosidade dos processos e a quantidade de
com uma pessoa de confiança, pensei no senhor doutor, em
recursos que têm de ser interpostos são igualmente visados
quem mais havia de pensar, não tenho ninguém, a minha
pelo narrador («correndo os pleitos, por não se poderem
mãe não pode nem sonhar.», ll. 20-24 – a pontuação ade-
evitar de todo, venham a rabulice, a trapaça, a apelação, a
qua-se ao ritmo prosódico da oralidade, através de pausas
praxe, os ambages, para que vença tarde quem por justa
de respiração, representadas pela vírgula (pausa breve) e
justiça deveria vencer cedo, para que tarde perca quem de-
pelo ponto (pausa longa). As maiúsculas auxiliam a identifi-
veria perder logo», ll. 23-25) e, a par, recorrendo à alegoria
car as vozes presentes no texto.
do leite da vaca, quem lucra com esta morosidade judicial
(«manjar de meirinho e solicitador, de advogado e inquiri- 4. a) 1; b) 2; c) 1.
dor, de testemunha e julgador», ll. 27-28).
2. Ficha 18 – José Saramago: O ano da morte de Ricardo
É estabelecida a intertextualidade com o «Sermão de San- Reis (p. 71)
to António aos Peixesͫ, de Padre António Vieira, com o ca-
pítulo das repreensões gerais aos peixes, quando chama a 1.
atenção para o facto de os homens se explorarem uns aos O narrador critica, ironicamente, a política de hegemonia
outros, nomeadamente no que diz respeito à aplicação da europeia levada a cabo pela Itália, Portugal, Alemanha e,
justiça, salientando-se os dividendos que muitos retiram da também, pela Espanha, onde esta ação estava a ser condu-
morosidade e da complexidade da justiça. zida através da violência («amanhã ceifaremos as messes» –
ll. 4-5). Critica, igualmente, a exploração e a alienação do povo
3. ao longo dos tempos, que sempre foi reduzido a «nada» («Nós
O narrador refere as justiças «invisíveis» que «são cegas não somos nada» – l. 6), desde «os escravos que construíram
e desastradas», ou seja, as injustiças do destino que sal- as pirâmides» (ll. 7-8), «os pedreiros e os boieiros de Mafra»
va quem pratica descaradamente o mal, como é o caso (ll. 8-9), «os alentejanos mordidos pelo gato raivoso» (l. 10),
do infante D. Francisco, e conduz à morte quem nada ou «os beneficiários dos bodos misericordiosos e nacionais»
pouco fez para ser castigado dessa forma, como o infante (ll. 11-12), «os do Ribatejo a favor de quem se fez a festa
D. Miguel. do Jockey Club» (ll. 13-14), «os sindicatos nacionais que em
4. B. maio desfilaram de braço estendido» (ll. 14-15), situação
que ainda se mantém.
2.
Ficha 17 – José Saramago: O ano da morte de Ricardo
As palavras de Lídia «acho que quanto mais alto se sobe,
Reis (p. 69)
mais longe se avista» (l. 22) pretendem ser um elogio ao
1. facto de Ricardo Reis ser privilegiado por ter estudos que
Apesar de ter prometido a si própria que não regressaria a lhe permitem ter uma perspetiva diferente do mundo. No
casa de Ricardo Reis, Lídia não resiste a vir desabafar com entanto, as mesmas palavras encerram, por parte do au-
ele a situação complicada em que se encontra o seu irmão tor-narrador, uma crítica à postura do protagonista que se
Daniel, «mas eu não consigo guardar este peso para mim, limita a observar esse mundo, não agindo, distanciando-se
tinha de desabafar com uma pessoa de confiança, pensei intencional e confortavelmente dos acontecimentos. Esta
no senhor doutor, em quem mais havia de pensar» (ll. 22- postura é evidente nos versos da sua ode, relativamente
24). Ricardo Reis consola-a com palavras banais e ocas de à posição da lua que brilha por se encontrar no alto, bem
sentimento («Ricardo Reis espanta-se por não reconhecer como nos restantes versos em que se exorta à ataraxia:
em si nenhum sentimento» (ll. 24-25); «Tens a certeza, per- «nada / Teu exagera ou exclui», «Põe quanto és / No míni-
guntou, mas disse-o somente porque é costume dar a nossa mo que fazes».

180 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

3. ͨĐŽŶƟŐŽ͕ͩ ͨƚƵĚŽ͕ͩ ͨůŚĞ͖ͩ f) YƵĂŶƟĮĐĂĚŽƌĞƐ ʹ ͨĂĚĂ͕ͩ


Lídia, ao afirmar não ser «nada», não ter instrução e de se «Nenhum», «Todos», «qualquer»; g) Preposições – «para»,
considerar um bom exemplo do que é ser o povo, revela ser «de», «consoante», «sob»; h) Conjunções – «e», «Mal»;
capaz de formar uma opinião própria, de ter o discernimen- i) Determinantes – meus, tal, cujo.
to e a inteligência necessários para compreender e analisar
o que se passa à sua volta, realçando-se, assim, a sua força 3.1
de caráter e a sua excecionalidade. a)ĐŽŶũƵŶĕĆŽƐƵďŽƌĚŝŶĂƟǀĂĐŽŵƉůĞƟǀĂ͖b) conjunção coor-
4. D. ĚĞŶĂƟǀĂ ĞdžƉůŝĐĂƟǀĂ͖ c) ƉƌŽŶŽŵĞ ƌĞůĂƟǀŽ͖ d) determinan-
ƚĞ ŝŶƚĞƌƌŽŐĂƟǀŽ͖ e) ĐŽŶũƵŶĕĆŽ ƐƵďŽƌĚŝŶĂƟǀĂ ĐŽŵƉĂƌĂƟǀĂ͖
f)ƉƌŽŶŽŵĞŝŶƚĞƌƌŽŐĂƟǀŽ͘
GRAMÁTICA
3.2
Ficha 1 – Processos fonológicos (p. 73) a) ĐŽŶũƵŶĕĆŽ ƐƵďŽƌĚŝŶĂƟǀĂ ĐŽŵƉĂƌĂƟǀĂ͖ b) conjunção su-
ďŽƌĚŝŶĂƟǀĂĐĂƵƐĂů͖c)ĂĚǀĠƌďŝŽŝŶƚĞƌƌŽŐĂƟǀŽ͘
1.
a) F – prótese; b) F – vocalização; c) V; d) F – metátese; 3.3
e) dissimilação; f) V. a)ĂĚǀĠƌďŝŽŝŶƚĞƌƌŽŐĂƟǀŽ͖b)ĂĚǀĠƌďŝŽƌĞůĂƟǀŽ͘
2. 3.4
a) palatalização; b) prótese; c) apócope; d) síncope de «dͫ a) ƋƵĂŶƟĮĐĂĚŽƌ ĞdžŝƐƚĞŶĐŝĂů͖ b) ĂĚǀĠƌďŝŽ ĚĞ ƋƵĂŶƟĚĂĚĞ Ğ
e crase; e) assimilação; f) metátese; g) vocalização; h) epên- grau.
tese; i) síncope de «dͫ e crase; j) sonorização; k) redução
vocálica; l) síncope de «gͫ e sinérese; m) palatalização; 3.5
n) síncope de «lͫ e crase; o) sonorização; p) palatalização; a)ĚĞƚĞƌŵŝŶĂŶƚĞĂƌƟŐŽĚĞĮŶŝĚŽ͖b) pronome pessoal; c) pre-
q) apócope; r) prótese; s) sonorização; t) sonorização; posição; d)ƉƌŽŶŽŵĞĚĞŵŽŶƐƚƌĂƟǀŽ͘
u) sonorização.
3.6
3. a)ĐŽŶũƵŶĕĆŽƐƵďŽƌĚŝŶĂƟǀĂĐŽŶĚŝĐŝŽŶĂů͖b) conjunção
a) 1; b) 8; c) 11; d) 3; e) 12; f) 4; g) 15; h) 13; i) 12; j) 10; k) 9; ƐƵďŽƌĚŝŶĂƟǀĂĐŽŵƉůĞƟǀĂ͖c) pronome pessoal.
l) 5; m) 14; n) 12; o); 11; p) 7.
3.7
a)ĐŽŶũƵŶĕĆŽƐƵďŽƌĚŝŶĂƟǀĂĐŽŶĚŝĐŝŽŶĂů͖b) nome comum.
Ficha 2 – Etimologia (valor semântico do étimo,
palavras divergentes e convergentes) (p. 75)
Ficha 4 – Funções sintáticas I (sujeito, predicado,
1. Cenários de resposta
a) ĂŶƚƌŽƉŽŵſƌĮĐŽ͖ b) arqueologia; c) ĂƵƚŽďŝŽŐƌĂĮĂ͖ vocativo) (p. 79)
d) ďŝďůŝſĮůŽ͖ e) biologia; f) ĐŽƐŵŽŐƌĂĮĂ͖ g) cronómetro; 1.
h) decassílabo; i) dissílabo; j) trissílabo; k) bisavô; l) tetravô; a) 4; b) 1; c) 4; d) 1; e) 1; f) 3; g) 1; h) 1; i) 2.
m) hexágono; n) heptassílabo; o) etnologia; p) hipódromo;
q) megalómano; r) misógino; s) mitologia; t) neologismo; 2.
u) neurologista; v)ŽŌĂůŵŽůŽŐŝƐƚĂ͖w) paleontologia; x) psico- B, F.
logia; y)ƚŽƉŽŐƌĂĮĂ͘
3.
2. a) «Ao longo da sua vida, visitou quase todos os países do
a) palavras divergentes; b) palavras convergentes. mundo.»; b) «Regressámos a casa por causa do mau tem-
3. po»; c) «era sempre um momento de grande entusiasmo»;
1. b) R; 2. a) S; 3. k) L; 4. o) F; 5. s) O; 6. c) T; 7. d) Q; 8. f) L; d)ͨĮƋƵĞŝƉƌŽĨƵŶĚĂŵĞŶƚĞĨĞůŝnjĐŽŵŽƐƵĐĞƐƐŽĚĂƉĞĕĂ͖ͩe)
9. g) N; 10. h) M; 11. t) A; 12. p) E; 13. q) C; 14. i) K; 15. r) B; ͨĐŽŶǀĞƌƐĂǀĂŵ ƚŽĚŽƐ ŽƐ ĚŝĂƐ ƐŽďƌĞ Ž ĮůŵĞ͖ͩ f) «ajudou os
16. n) D; 17. j) J; 18. m) G; 19. e) P; 20. l) H. seus companheiros ao longo de todo o campeonato».
4. Cenários de resposta
Ficha 3 – Classes de palavras (p. 77)
a) Manuel, podes abrir a porta, por favor?; b) Meu amigo,
1. estou a adorar esta viagem.; c) Mãe, muito obrigada por
a) eterno/eternizar; b)ĐŽŶĮĄǀĞůͬĐŽŶĮĂƌ͖c)ĚŝŐŶŽͬĚŝŐŶŝĮĐĂƌ͖ tudo o que tens feito por mim.; d) Caros espectadores, pe-
d) fácil/facilitar; e)ĐŽŶĐƌĞƟnjĄǀĞůͬĐŽŶĐƌĞƟnjĂƌ͖f)ŵşƟĐŽͬŵŝƟ- dia o favor de não se levantarem antes de as luzes da sala
ĮĐĂƌ͖g) durável/durar; h) belo/embelezar; i) simples/simpli- voltarem a acender; e) Meninos, falem mais baixo!
ĮĐĂƌ͖ j) humilde/humilhar; k) ƌĞŇĞdžŝǀŽͬƌĞŇĞƟƌ͖ l) sensível/
sensibilizar. 5.
a) F – O predicado é «No jantar, agradeci a todos os meus
2.
a) Nomes – «convidado», «jogadores», «vitória», «dimen- colaboradores o seu desempenho extraordinário.»; b) V;
são», «suspeito»; b) Verbos – «trouxe», «ir», «estava»; c)&ʹKĐŽŶƐƟƚƵŝŶƚĞƐƵďůŝŶŚĂĚŽĚĞƐĞŵƉĞŶŚĂĂĨƵŶĕĆŽƐŝŶ-
c)ĚũĞƟǀŽƐʹͨĐŽŶƐĐŝĞŶƚĞ͕ͩͨĚŝƐƉŽŶşǀĞů͕ͩͨĐŽŵŽǀĞŶƚĞ͖ͩd) ƚĄƟĐĂĚĞǀŽĐĂƟǀŽ͖d) V; e) V; f) V; g) V; h) V; i) F – O sujei-
Advérbios – «não», «nada», «nunca», «bem», «profunda- to é «Todas as pessoas que chegaram»; j) F – O sujeito é
mente»; e) Pronomes – «lo», «Ninguém», «Algo», «me», «A Mariana, que é muito trabalhadora,».

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 181


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

Ficha 5 – Funções sintáticas II (complementos Ficha 8 – Funções sintáticas (global) (p. 87)
do verbo, predicativo do sujeito, predicativo do 1. C; 2. B; 3. B; 4. B; 5. A; 6. A; 7. A; 8. B; 9. C; 10. C.
complemento direto, modificador do grupo verbal)
(p. 81) Ficha 9 – Orações Coordenadas (p. 89)
1. 1.
a) 1; b) 7; c) 1; d) 5; e) 3; f) 4; g) 7; h) 2; i) 6; j) 3; k) 5; l) 3; a) 7; b) 7; c) 5; d) 2; e) 1; f) 6; g) 3; h) 2; i) 7; j) 3; k) 6; l) 4.
m) 4; n) 5; o) 3.
2.
2. a) «Os jovens avançaram sem medo» – oração coordenada;
a) 3; b) 3); c) 3; d) 4; e) 5; f) 2; g) 1. ͨĂ ŇŽƌĞƐƚĂ ƚŽƌŶŽƵͲƐĞ ŵĞŶŽƐ ĚĞŶƐĂͩ ʹ ŽƌĂĕĆŽ ĐŽŽƌĚĞŶĂĚĂ
ĂƐƐŝŶĚĠƟĐĂ͖ ͨĞ ĚĞƐĐŽďƌŝƌĂŵ ƵŵĂ ĐůĂƌĞŝƌĂ ŵĂƌĂǀŝůŚŽƐĂͩ ʹ
Ficha 6 – Funções sintáticas III (modificadores do ŽƌĂĕĆŽ ĐŽŽƌĚĞŶĂĚĂ ĐŽƉƵůĂƟǀĂ͖ b) «Arrumem os livros» –
nome e complemento do nome) (p. 83) oração coordenada; «que a biblioteca vai encerrar» – oração
ĐŽŽƌĚĞŶĂĚĂĞdžƉůŝĐĂƟǀĂ͖c)ͨdĂŶƚŽƐĞŵŽƐƚƌĂǀĂơŵŝĚŽͩʹŽƌĂ-
1. ĕĆŽĐŽŽƌĚĞŶĂĚĂ ĐŽƉƵůĂƟǀĂ͖ͨĐŽŵŽƉĂƌĞĐŝĂĞdžƚƌŽǀĞƌƟĚŽͩʹ
a) 1; b) 2; c) 2; d) 1; e) 2; f) 1; g) 3; h) 1; i) 1; j) 2; k) 1; l) 1; ŽƌĂĕĆŽĐŽŽƌĚĞŶĂĚĂĐŽƉƵůĂƟǀĂ͖d) «A estrada está em obras» –
m) 1; n) 1; o) 2; p) 1. oração coordenada; «por conseguinte optaremos por um
2. ƉĞƌĐƵƌƐŽ ĂůƚĞƌŶĂƟǀŽͩ ʹ ŽƌĂĕĆŽ ĐŽŽƌĚĞŶĂĚĂ ĐŽŶĐůƵƐŝǀĂ͖
a) «de ele conseguir o emprego dos seus sonhos» – com- e) «Comprei vários livros» – oração coordenada; «mas não
plemento do nome, «dos seus sonhosͫ ʹ ŵŽĚŝĮĐĂĚŽƌ ĚŽ ĞŶĐŽŶƚƌĞŝŽƋƵĞƉƌŽĐƵƌĂǀĂͩʹŽƌĂĕĆŽĐŽŽƌĚĞŶĂĚĂĂĚǀĞƌƐĂƟ-
ŶŽŵĞ ƌĞƐƚƌŝƟǀŽ͖ b) ͨƋƵĞ ŶĆŽ ƐĂďŝĂ ĚĞ ŶĂĚĂͩ ʹ ŵŽĚŝĮĐĂ- va; f) «Comemos em casa» – oração coordenada; «ou vamos
ĚŽƌ ĚŽ ŶŽŵĞ ĂƉŽƐŝƟǀŽ͖ c) «do António» – complemento ĂƵŵƌĞƐƚĂƵƌĂŶƚĞͩʹŽƌĂĕĆŽĐŽŽƌĚĞŶĂĚĂĚŝƐũƵŶƟǀĂ͖g) «Todos
do nome; d) ͨĚĞ ĂůŐŽĚĆŽͩ ʹ ŵŽĚŝĮĐĂĚŽƌ ĚŽ ŶŽŵĞ ƌĞƐƚƌŝ- nos esforçámos muito» – oração coordenada; «assim, o pro-
ƟǀŽ͖ e) «da professora» – complemento do nome; f) «ex- jeto foi um sucesso» – oração coordenada conclusiva; h) «A
ƚƌĞŵĂŵĞŶƚĞ ĐĂŶƐĂĚŽͩ ʹ ŵŽĚŝĮĐĂĚŽƌ ĚŽ ŶŽŵĞ ĂƉŽƐŝƟǀŽ͖ caminhada é muito longa» – oração coordenada; «por isso
g) «do enigma» – complemento do nome; h) «de Cabo convém levarmos calçado adequado» – oração coordenada
Verde» – complemento do nome; i) ͨĚŽ ŵĞƵ ĮůŚŽͩ ʹ conclusiva.
complemento do nome; j) «da tartaruga» – complemento do 3.
nome; k) «de selos» – complemento do nome; l) «do Porto» – a) EĞŵ ƉĂƌĞŝ ƉĂƌĂ ĚĞƐĐĂŶƐĂƌ ŶĞŵ ĚĞƐŝƐƟ ĚĂ ƉƌŽǀĂ͘ b) Ora
ŵŽĚŝĮĐĂĚŽƌĚŽŶŽŵĞƌĞƐƚƌŝƟǀŽ͘ íamos à praia ora passeávamos nas montanhas. c) Entrei
3. ŶĂ ůŽũĂ Ğ ĂǀŝƐƚĞŝ ůŽŐŽ Ă ĂƌĐĂ ĂŶƟŐĂ͘ d) Eles estavam muito
a) complemento do nome; b)ŵŽĚŝĮĐĂĚŽƌĚŽŶŽŵĞĂƉŽƐŝƟ- cansados, mas decidiram permanecer na festa. e) A equipa
vo; c) complemento do nome; d)ŵŽĚŝĮĐĂĚŽƌĚŽŶŽŵĞƌĞƐ- permaneceu sempre unida, logo é digna de louvor. f) Não te
ƚƌŝƟǀŽ͖e) complemento do nome; f) complemento do nome; esqueças do casaco, que está muito frio. g) Decidimos feste-
g)ŵŽĚŝĮĐĂĚŽƌĚŽŶŽŵĞƌĞƐƚƌŝƟǀŽ͖h)ŵŽĚŝĮĐĂĚŽƌĚŽŶŽŵĞ ũĂƌŽƐĞƵĂŶŝǀĞƌƐĄƌŝŽ͕ĮnjĞŵŽƐƵŵďŽůŽĞĐŽŶǀŝĚĄŵŽƐǀĄƌŝŽƐ
ĂƉŽƐŝƟǀŽ͖i) complemento do nome; j)ŵŽĚŝĮĐĂĚŽƌĚŽŶŽŵĞ amigos.
ƌĞƐƚƌŝƟǀŽ͖k) complemento do nome; l)ŵŽĚŝĮĐĂĚŽƌĚŽŶŽŵĞ
ƌĞƐƚƌŝƟǀŽ͖m) complemento do nome. Ficha 10 – Subordinação (orações subordinadas
adverbiais) (p. 91)
Ficha 7 – Funções sintáticas IV (modificadores do 1.
nome, complemento do nome e complemento a) & ʹ  ŽƌĂĕĆŽ Ġ ƐƵďŽƌĚŝŶĂĚĂ ĂĚǀĞƌďŝĂů ĐŽŵƉĂƌĂƟǀĂ͖͘
do adjetivo) (p. 85) b) F – A oração é subordinada adverbial concessiva.; c) V;
d) V; e) F – A oração é subordinada adverbial causal.; f) F – A
1. ŽƌĂĕĆŽĠƐƵďŽƌĚŝŶĂĚĂĂĚǀĞƌďŝĂůĐŽŶƐĞĐƵƟǀĂ͖͘g) F – A oração
a) F – complemento do nome; b)&ʹŵŽĚŝĮĐĂĚŽƌĚŽŶŽŵĞ é subordinada adverbial condicional.
ƌĞƐƚƌŝƟǀŽ͖c)&ʹĐŽŵƉůĞŵĞŶƚŽĚŽĂĚũĞƟǀŽ͖d)&ʹŵŽĚŝĮĐĂĚŽƌ
ĚŽŶŽŵĞƌĞƐƚƌŝƟǀŽ͖e) V; f) F – complemento do nome; g) F – 2.
ĐŽŵƉůĞŵĞŶƚŽĚŽĂĚũĞƟǀŽ͘ a) «Embora esteja calor» – oração subordinada adverbial
concessiva; «a prova vai realizar-se» – oração subordinante;
2.
b) «Contanto que faças o trabalho» – oração subordinada
a)ĐŽŵƉůĞŵĞŶƚŽĚŽĂĚũĞƟǀŽ͖b)ŵŽĚŝĮĐĂĚŽƌĚŽŶŽŵĞĂƉŽ-
adverbial condicional; «permanecerás na equipa» – oração
ƐŝƟǀŽ͖c) complemento do nome; d) complemento do nome;
subordinante; c) «Ficamos aqui» – oração subordinante;
e)ŵŽĚŝĮĐĂĚŽƌĚŽŶŽŵĞƌĞƐƚƌŝƟǀŽ͖f) complemento do nome;
«até que alguém nos ajude» – oração subordinada adverbial
g) complemento do nome; h) ĐŽŵƉůĞŵĞŶƚŽ ĚŽ ĂĚũĞƟǀŽ͖
temporal; d) «Ainda que ele insista» – oração subordinada
i) ĐŽŵƉůĞŵĞŶƚŽ ĚŽ ĂĚũĞƟǀŽ͖ j) ŵŽĚŝĮĐĂĚŽƌ ĚŽ ŶŽŵĞ ƌĞƐ-
adverbial concessiva; «não entraremos na loja» – oração
ƚƌŝƟǀŽ͖ k) complemento do nome; l) ŵŽĚŝĮĐĂĚŽƌ ĚŽ ŶŽŵĞ
subordinante; e) «Íamos apanhando o lixo» – oração
ƌĞƐƚƌŝƟǀŽ͖ m) ĐŽŵƉůĞŵĞŶƚŽ ĚŽ ĂĚũĞƟǀŽ͖ n) ŵŽĚŝĮĐĂĚŽƌ ĚŽ
subordinante; «à medida que caminhávamos pela praia» –
ŶŽŵĞƌĞƐƚƌŝƟǀŽ͖o) complemento do nome; p) complemento
oração subordinada adverbial temporal; f) «Por mais que se
ĚŽĂĚũĞƟǀŽ͖q) complemento do nome; r) complemento do
esforçasse» – oração subordinada adverbial concessiva; «não
ĂĚũĞƟǀŽ͘
ultrapassava o adversário» – oração subordinante; g) «Ele
3. falava» – oração subordinante; «que nem um papagaio» –
a) 1; b) 1; c) 2; d) 2. ŽƌĂĕĆŽƐƵďŽƌĚŝŶĂĚĂĂĚǀĞƌďŝĂůĐŽŵƉĂƌĂƟǀĂ͘

182 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

3. ĐŽŵƉůĞƟǀĂ͖ i) ŽƌĂĕĆŽ ƐƵďŽƌĚŝŶĂĚĂ ƐƵďƐƚĂŶƟǀĂ ĐŽŵƉůĞƟǀĂ͖


a) 1; b) 2; c) 2; d) 4; e) 1; f) 4; g) 5. j) ŽƌĂĕĆŽ ƐƵďŽƌĚŝŶĂĚĂ ƐƵďƐƚĂŶƟǀĂ ĐŽŵƉůĞƟǀĂ͖ k) oração su-
ďŽƌĚŝŶĂĚĂƐƵďƐƚĂŶƟǀĂƌĞůĂƟǀĂ͖l) oração subordinada substan-
Ficha 11 – Subordinação (orações subordinadas ƟǀĂĐŽŵƉůĞƟǀĂ͖m)ŽƌĂĕĆŽƐƵďŽƌĚŝŶĂĚĂƐƵďƐƚĂŶƟǀĂƌĞůĂƟǀĂ͖
adjetivas) (p. 93) n)ŽƌĂĕĆŽƐƵďŽƌĚŝŶĂĚĂƐƵďƐƚĂŶƟǀĂĐŽŵƉůĞƟǀĂ͖o) oração su-
ďŽƌĚŝŶĂĚĂ ƐƵďƐƚĂŶƟǀĂ ƌĞůĂƟǀĂ͖ p) oração subordinada subs-
1. ƚĂŶƟǀĂĐŽŵƉůĞƟǀĂ͘
a) F – A oração subordinada é «que visitámos»; b) F – A
ŽƌĂĕĆŽƐƵďŽƌĚŝŶĂŶƚĞĠͨKǀŝnjŝŶŚŽ΀͙΁ĨŽŝŵƵŝƚŽƐŝŵƉĄƟĐŽ͖ͩ 2. Cenários de resposta
c) F – A oração subordinante é «Todos os anos, passo férias a) A professora recomendou-nos que lêssemos as pergun-
na praia»; d) V; e) F – A oração subordinada é «quanto en- tas com atenção. b) Entregámos as chaves a quem as pediu.
contrei». c) É imprescindível diminuir a emissão de gases que provo-
cam efeito de estufa. d) Quem quiser pode vir connosco ao
1.1 cinema. e) Ele estava certo de que chegaríamos a tempo.
a) ŽƌĂĕĆŽ ƐƵďŽƌĚŝŶĂĚĂ ĂĚũĞƟǀĂ ƌĞůĂƟǀĂ ƌĞƐƚƌŝƟǀĂ͖ b) oração f) Perguntaram-nos se queríamos sobremesa. g) Marcámos o
ƐƵďŽƌĚŝŶĂĚĂĂĚũĞƟǀĂƌĞůĂƟǀĂƌĞƐƚƌŝƟǀĂ͖ c) oração subordina-
encontro onde eles pediram. h) Todos disseram que sabiam a
ĚĂĂĚũĞƟǀĂƌĞůĂƟǀĂƌĞƐƚƌŝƟǀĂ͖d)ŽƌĂĕĆŽƐƵďŽƌĚŝŶĂĚĂĂĚũĞƟǀĂ
resposta. i) O facto de eles virem ao jantar é surpreendente.
ƌĞůĂƟǀĂƌĞƐƚƌŝƟǀĂ͖e)ŽƌĂĕĆŽƐƵďŽƌĚŝŶĂĚĂĂĚũĞƟǀĂƌĞůĂƟǀĂƌĞƐ-
j) Preciso de comprar um carro novo. k) Emprestei a revista a
ƚƌŝƟǀĂ͘
quem ma pediu.l) Recordei-me de quem me tinha apoiado.
2.
3.
a)ŽƌĂĕĆŽƐƵďŽƌĚŝŶĂĚĂĂĚũĞƟǀĂƌĞůĂƟǀĂĞdžƉůŝĐĂƟǀĂ͖b) oração
a) «Todos ambicionavam» – oração subordinante; «emigrar
ƐƵďŽƌĚŝŶĂĚĂĂĚũĞƟǀĂƌĞůĂƟǀĂĞdžƉůŝĐĂƟǀĂ͖c) oração subordina-
ƉĂƌĂ &ƌĂŶĕĂͩ ʹ ŽƌĂĕĆŽ ƐƵďŽƌĚŝŶĂĚĂ ƐƵďƐƚĂŶƟǀĂ ĐŽŵƉůĞƟǀĂ͖
ĚĂĂĚũĞƟǀĂƌĞůĂƟǀĂƌĞƐƚƌŝƟǀĂ͖d)ŽƌĂĕĆŽƐƵďŽƌĚŝŶĂĚĂĂĚũĞƟǀĂ
ƌĞůĂƟǀĂ ĞdžƉůŝĐĂƟǀĂ͖ e) ŽƌĂĕĆŽ ƐƵďŽƌĚŝŶĂĚĂ ĂĚũĞƟǀĂ ƌĞůĂƟǀĂ b) «Eles não sabem» – oração subordinante; «se os seus ami-
ƌĞƐƚƌŝƟǀĂ͖f)ŽƌĂĕĆŽƐƵďŽƌĚŝŶĂĚĂĂĚũĞƟǀĂƌĞůĂƟǀĂĞdžƉůŝĐĂƟǀĂ͖ ŐŽƐũĄĐŚĞŐĂƌĂŵͩʹŽƌĂĕĆŽƐƵďŽƌĚŝŶĂĚĂƐƵďƐƚĂŶƟǀĂĐŽŵƉůĞ-
g) ŽƌĂĕĆŽ ƐƵďŽƌĚŝŶĂĚĂ ĂĚũĞƟǀĂ ƌĞůĂƟǀĂ ƌĞƐƚƌŝƟǀĂ͖ h) oração ƟǀĂ͖c) «Encontrei as minhas chaves» – oração subordinante;
ƐƵďŽƌĚŝŶĂĚĂ ĂĚũĞƟǀĂ ƌĞůĂƟǀĂ ƌĞƐƚƌŝƟǀĂ͖ i) oração subordina- ͨŽŶĚĞ ĂƐ ƟŶŚĂ ĚĞŝdžĂĚŽͩ ʹ ŽƌĂĕĆŽ ƐƵďŽƌĚŝŶĂĚĂ ƐƵďƐƚĂŶƟǀĂ
ĚĂĂĚũĞƟǀĂƌĞůĂƟǀĂƌĞƐƚƌŝƟǀĂ͖j)ŽƌĂĕĆŽƐƵďŽƌĚŝŶĂĚĂĂĚũĞƟǀĂ ƌĞůĂƟǀĂ͖d) «Eles cumprimentavam sempre» – oração subordi-
ƌĞůĂƟǀĂƌĞƐƚƌŝƟǀĂ͖k)ŽƌĂĕĆŽƐƵďŽƌĚŝŶĂĚĂĂĚũĞƟǀĂƌĞůĂƟǀĂƌĞƐ- nante; «quem passava à frente da sua casa» – oração subordi-
ƚƌŝƟǀĂ͘ ŶĂĚĂƐƵďƐƚĂŶƟǀĂƌĞůĂƟǀĂ͖e) «Sabes» – oração subordinante;
«indicar-me o caminho para a praia» – oração subordinada
3. ƐƵďƐƚĂŶƟǀĂ ĐŽŵƉůĞƟǀĂ͖ f) ͨůĞƐ ĐŽŶĮĂŵͩ ʹ ŽƌĂĕĆŽ ƐƵďŽƌĚŝ-
a) «Este túnel era uma passagem secreta» – oração subordi- nante; «em quem trabalha na sua empresa» – oração subor-
ŶĂŶƚĞ͖ͨŽŶĚĞŶŽƐĞŶĐŽŶƚƌĂŵŽƐͩʹŽƌĂĕĆŽƐƵďŽƌĚŝŶĂĚĂĂĚũĞƟ- ĚŝŶĂĚĂƐƵďƐƚĂŶƟǀĂƌĞůĂƟǀĂ͖g) «Lembras-te» – oração subor-
ǀĂƌĞůĂƟǀĂĞdžƉůŝĐĂƟǀĂ͖b)ͨĄƌĞĂƐĞƌĄ͕ĞŵďƌĞǀĞ͕ƌĞŇŽƌĞƐƚĂĚĂͩ
ĚŝŶĂŶƚĞ͖ͨĚĞƋƵĞ͕ĚĂƷůƟŵĂǀĞnj͕ĞůĞƚƌŽƵdžĞƵŵďŽůŽĚĞůŝĐŝŽƐŽ
– oração subordinante; «onde decorreu o incêndio» – oração
ƉĂƌĂŽũĂŶƚĂƌͩʹŽƌĂĕĆŽƐƵďŽƌĚŝŶĂĚĂƐƵďƐƚĂŶƟǀĂĐŽŵƉůĞƟǀĂ͖
ƐƵďŽƌĚŝŶĂĚĂĂĚũĞƟǀĂƌĞůĂƟǀĂƌĞƐƚƌŝƟǀĂ͖c)ͨƐƉĞƐƐŽĂƐĂĮŶĂů
h) «Consegui» – oração subordinante; «terminar o trabalho
eram leais» – oração subordinante; «de quem duvidei» – ora-
ĚĞŶƚƌŽĚŽƉƌĂnjŽĞƐƟƉƵůĂĚŽͩʹŽƌĂĕĆŽƐƵďŽƌĚŝŶĂĚĂƐƵďƐƚĂŶƟǀĂ
ĕĆŽ ƐƵďŽƌĚŝŶĂĚĂ ĂĚũĞƟǀĂ ƌĞůĂƟǀĂ ƌĞƐƚƌŝƟǀĂ͖ d) «O Miguel é
ĐŽŵƉůĞƟǀĂ͖i) «O peregrino encontrou» – oração subordinan-
muito respeitado nesta vila» – oração subordinante; «cujas
te; «quem lhe desse guarida» – oração subordinada substan-
boas ações são reconhecidas por todos» – oração subordina-
ƟǀĂƌĞůĂƟǀĂ͖j) «Tínhamos urgência» – oração subordinante;
ĚĂĂĚũĞƟǀĂƌĞůĂƟǀĂĞdžƉůŝĐĂƟǀĂ͖
«em encontrar uma solução para aquele problema» – oração
4. Cenários de resposta ƐƵďŽƌĚŝŶĂĚĂƐƵďƐƚĂŶƟǀĂĐŽŵƉůĞƟǀĂ͖k)ͨŝŶƋƵĞƐƟŽŶĄǀĞůͩʹ
a) Esta rua, onde vivo há muitos anos, é muito sossegada. ŽƌĂĕĆŽƐƵďŽƌĚŝŶĂŶƚĞ͖ͨƋƵĞĞůĞĂƌŐƵŵĞŶƚŽƵŵƵŝơƐƐŝŵŽďĞŵ
b)ůĞĚĞƐƉĞĚŝƵͲƐĞĚĞĂůŐƵŶƐĂŵŝŐŽƐĚĞƋƵĞŵǀĂŝƐĞŶƟƌƐĂƵĚĂ- em defesa do seu ponto de vista» – oração subordinada subs-
des. c)KŶƚĞŵ͕ĨƵŝĂŽĐŝŶĞŵĂǀĞƌƵŵĮůŵĞĐƵũŽơƚƵůŽĠŵƵŝƚŽ ƚĂŶƟǀĂĐŽŵƉůĞƟǀĂ͖l) «Pedi indicações» – oração subordinan-
original. d) Aquela menina, a quem foi entregue a medalha, te; «a quem encontrei pelo caminho» – oração subordinada
ĠĮůŚĂĚĞƵŵĂĚĂƐŵŝŶŚĂƐĂŵŝŐĂƐ͘e) Recordo-me bem des- ƐƵďƐƚĂŶƟǀĂƌĞůĂƟǀĂ͖m) «Quem comeu a mousse de chocola-
se café, de que te falei várias vezes. f)KƟŐƌĞ͕ƋƵĞĞƌĂŵƵŝƚŽ ƚĞͩ ʹ ŽƌĂĕĆŽ ƐƵďŽƌĚŝŶĂĚĂ ƐƵďƐƚĂŶƟǀĂ ƌĞůĂƟǀĂ͖ ͨĮĐŽƵ ŵƵŝƚŽ
belo, era admirado por todos os visitantes do parque natural. ƐĂƟƐĨĞŝƚŽͩ ʹ ŽƌĂĕĆŽ ƐƵďŽƌĚŝŶĂŶƚĞ͖ n) ͨĞƐĐŽŶĮŽ ƐĞŵƉƌĞͩ ʹ
g) Nenhuma das pessoas que encontrei ao longo do caminho oração subordinante; «de quem é maledicente» – oração su-
se recusou a ajudar-me. ďŽƌĚŝŶĂĚĂƐƵďƐƚĂŶƟǀĂƌĞůĂƟǀĂ͘
4. Cenários de resposta
Ficha 12 – Subordinação (orações subordinadas
a) A professora pediu aos alunos que falassem em voz baixa.
substantivas) (p. 95)
b) ůĞƐ ƌĞĐŽƌĚĂǀĂŵͲƐĞ ĚĞ ƋƵĞŵ ƟŶŚĂ ƐŝĚŽ ŵƵŝƚŽ ŐĞŶĞƌŽƐŽ
1. com eles. c) Ele sonhava construir um poço na sua aldeia.
a)ŽƌĂĕĆŽƐƵďŽƌĚŝŶĂĚĂƐƵďƐƚĂŶƟǀĂĐŽŵƉůĞƟǀĂ͖b) oração su- d) Eles disseram a verdade a quem era seu amigo. e) Ele cons-
ďŽƌĚŝŶĂĚĂ ƐƵďƐƚĂŶƟǀĂ ĐŽŵƉůĞƟǀĂ͖ c) oração subordinada ƚƌƵŝƵĂĐĂƐĂŽŶĚĞůŚĞƟŶŚĂŵƌĞĐŽŵĞŶĚĂĚŽ͘
ƐƵďƐƚĂŶƟǀĂ ƌĞůĂƟǀĂ͖ d) ŽƌĂĕĆŽ ƐƵďŽƌĚŝŶĂĚĂ ƐƵďƐƚĂŶƟǀĂ ƌĞ-
ůĂƟǀĂ͖ e) ŽƌĂĕĆŽ ƐƵďŽƌĚŝŶĂĚĂ ƐƵďƐƚĂŶƟǀĂ ƌĞůĂƟǀĂ͖ f) oração
Ficha 13 – Coordenação e subordinação (global) (p. 97)
ƐƵďŽƌĚŝŶĂĚĂ ƐƵďƐƚĂŶƟǀĂ ĐŽŵƉůĞƟǀĂ͖ g) oração subordinada
ƐƵďƐƚĂŶƟǀĂ ĐŽŵƉůĞƟǀĂ͖ h) ŽƌĂĕĆŽ ƐƵďŽƌĚŝŶĂĚĂ ƐƵďƐƚĂŶƟǀĂ 1. C; 2. C; 3. B; 4. C; 5. A; 6. B; 7. B; 8. A.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 183


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

Ficha 14 – Modalidade epistémica, deôntica numa zona muito movimentada, onde há vários restaurantes
e apreciativa (valores modais) (p. 99) ſƟŵŽƐ͘e) A serra era muito alta. As suas montanhas esta-
vam cobertas de neve. f) Nós pedimos-lhe que nos contasse
1. uma história. Ele contou-no-la. g) Ele queria ser astronauta:
a) 3; b) 1; c) 5; d) 2; e) 4; f) 2; g) 3; h) 5; i) 2; j) 3; k) 4; l) 3; pretendia estudar Engenharia Aeroespacial e ambicionava ir
m) 3; n) 1. trabalhar na NASA. h)^ĞĞƵƟǀĞƐƐĞŽůŝǀƌŽ͕ŽĨĞƌĞĐĞƌͲto-ia.
2.
a)ŵŽĚĂůŝĚĂĚĞĂƉƌĞĐŝĂƟǀĂ͖b)ŵŽĚĂůŝĚĂĚĞĚĞƀŶƟĐĂ;ĐŽŵǀĂ- Ficha 17 – Processos de coesão (gramatical e lexical) |
lor de obrigação); c) modalidade epistémica (com valor de Cadeias referenciais (p. 105)
probabilidade); d) ŵŽĚĂůŝĚĂĚĞ ĚĞƀŶƟĐĂ ;ĐŽŵ ǀĂůŽƌ ĚĞ ƉĞƌ-
missão); e) modalidade epistémica (com valor de obrigação); 1.
f) modalidade epistémica (com valor de probabilidade); g) a) ĐŽĞƐĆŽ ŐƌĂŵĂƟĐĂů ŝŶƚĞƌĨƌĄƐŝĐĂ͖ b) ĐŽĞƐĆŽ ŐƌĂŵĂƟĐĂů ƌĞ-
ŵŽĚĂůŝĚĂĚĞ ĚĞƀŶƟĐĂ ;ĐŽŵ ǀĂůŽƌ ĚĞ ŽďƌŝŐĂĕĆŽͿ͖ h) modali- ferencial; c)ĐŽĞƐĆŽůĞdžŝĐĂůƉŽƌƐƵďƐƟƚƵŝĕĆŽ;ŚŝƉĞƌſŶŝŵŽͬŚŝ-
ĚĂĚĞ ĂƉƌĞĐŝĂƟǀĂ͖ i) modalidade epistémica (com valor de pónimo); d) coesão lexical por reiteração; e)ĐŽĞƐĆŽŐƌĂŵĂƟ-
certeza). cal interfrásica; f)ĐŽĞƐĆŽŐƌĂŵĂƟĐĂůƌĞĨĞƌĞŶĐŝĂů͘

3. 2.1
a) 4; b) 3; c) 3; d) 2; e) 4. a) i. «o descobridor» – ii. «sua» – iii. «seu» – iv. «ele» – V.
«seu». b) i. «tesouros» – ii. «estes». c) i. «[pel]a sua vaidade,
[pel]o seu orgulho » – ii. «aqueles».
Ficha 15 – Atos ilocutórios (p. 101)
2.2
1. anáfora por substituição (determinante – «sua»; «seu»; pro-
a)&ʹƐƚĄƉƌĞƐĞŶƚĞƵŵĂƚŽŝůŽĐƵƚſƌŝŽĂƐƐĞƌƟǀŽ͖͘b) F – É rea- nome – «ele»; «estes»; «aqueles».
lizado um ato ilocutório compromissivo.; c) F – É realizado
ƵŵĂƚŽĚĞĨĂůĂĚĞĐůĂƌĂƟǀŽ͖͘d) V; e) F – Está presente um ato 3.1
ŝůŽĐƵƚſƌŝŽ ĚŝƌĞƟǀŽ͖͘f) V; g) F – Está presente um ato ilocu- «sua».
tório compromissivo.; h) F – Está presente um ato ilocutó- 3.2
ƌŝŽ ĂƐƐĞƌƟǀŽ͖͘ i) & ʹ  ƌĞĂůŝnjĂĚŽ Ƶŵ ĂƚŽ ŝůŽĐƵƚſƌŝŽ ĚŝƌĞƟǀŽ͖͘ «[d]as personagens pessoanas».
j) V; k)&ʹƐƚĄƉƌĞƐĞŶƚĞƵŵĂƚŽŝůŽĐƵƚſƌŝŽĚĞĐůĂƌĂƟǀŽ͖͘l) V;
m)&ʹƐƚĄƉƌĞƐĞŶƚĞƵŵĂƚŽŝůŽĐƵƚſƌŝŽĂƐƐĞƌƟǀŽ͖͘n) F – Está 4.1
ƉƌĞƐĞŶƚĞƵŵĂƚŽŝůŽĐƵƚſƌŝŽĚŝƌĞƟǀŽ͘ «Não é verdade que Reis existiu, mas certamente, se Reis/ele
tivesse vivido, Reis/ele teria sido assim.»
2.
a)ĂƚŽŝůŽĐƵƚſƌŝŽĚŝƌĞƟǀŽ͖b) ato ilocutório expressivo; c) ato 4.2
ilocutório expressivo; d) ĂƚŽ ŝůŽĐƵƚſƌŝŽ ĚŝƌĞƟǀŽ͖ e) ato ilo- Anáfora por elipse.
ĐƵƚſƌŝŽ ĚŝƌĞƟǀŽ͖ f) ĂƚŽ ŝůŽĐƵƚſƌŝŽ ĚŝƌĞƟǀŽ͖ g) ato ilocutório 5.
compromissivo; h) ĂƚŽ ŝůŽĐƵƚſƌŝŽ ĚŝƌĞƟǀŽ͖ i) ato ilocutório a) 3; b) 5; c) 2; d) 4; e) 6; f) 1.
ĚŝƌĞƟǀŽ͖j)ĂƚŽŝůŽĐƵƚſƌŝŽĂƐƐĞƌƟǀŽ͖k) ato ilocutório compro-
missivo; l)ĂƚŽŝůŽĐƵƚſƌŝŽĚŝƌĞƟǀŽ͖m)ĂƚŽŝůŽĐƵƚſƌŝŽĚŝƌĞƟǀŽ͖
Ficha 18 – Referência deítica (deíticos) (p. 107)
n) ato ilocutório expressivo.
1.
3.
a) V; b) V; c) F – A palavra sublinhada é um ĚĞşƟĐŽƉĞƐƐŽĂů͖͘
a) 3; b) 3; c) 2; d) 2; e) 2.
d) V; e) F – A palavra sublinhada é um ĚĞşƟĐŽ ƉĞƐƐŽĂů͖͘
f) & ʹ ůĂƐƐŝĮĐĂͲƐĞ ĐŽŵŽ ĚĞşƟĐŽ ĞƐƉĂĐŝĂů͖͘ g) F – A palavra
Ficha 16 – Anáfora como mecanismo de coesão sublinhada é um ĚĞşƟĐŽƉĞƐƐŽĂů͘
e de progressão (p. 103)
2. Cenários de resposta
1. a) «senhor» (l. 1); b) «lhe» (l. 7); c) «aqui» (l. 3); d) «lá para
a) 2; b) 2; c) 9; d) 4; e) 8; f) 3; g) 1; h) 6; i) 7; j) 5; k) 4. dentro» (l. 3); e) «em cima» (l. 4); f) «subir» (l. 4); g) «este
aqui» (l. 4); h) «esta manhã» (l. 7).
2.
a) «estar de volta daí a um ano»; b) «A peça de teatro que 3.
estreou esta semana»; c) «a cúpula da catedral»; d) «O ator a a) 3; b) 1; c) 2; d) 2; e) 3; f) 2; g) 1; h) 2; i) 2; j) 1; k) 3; l) 2;
quem fui apresentado»; e) «toda a área circundante»; f) «Os m) 1; n) 3; o) 2; p) 2; q) 3; r) 3; s) 2; t) 3; u) 3; v) 2; w) 1; X) 3.
ĐŽůĞŐĂƐĞŵƋƵĞŵĐŽŶĮŽ͖ͩg) «combater as alterações climá-
ƟĐĂƐ͖ͩ h) ͨƐ ŽďƌĂƐ ƋƵĞ ǀĂŵŽƐ ĂŶĂůŝƐĂƌ ŶĞƐƚĞ ĂŶŽ ůĞƟǀŽ͖ͩ
Ficha 19 – Processos irregulares de formação
i) «receitas novas».
de palavras (p. 109)
3.
1.
a) A professora propôs aos alunos que realizassem o tra-
ONG – Organização Não Governamental; FCT – Fundação
balho em equipa. Esta forma de trabalhar ƉĞƌŵŝƟƌͲůŚĞƐͲŝĂ
para a Ciência e a Tecnologia; PPP – Parceria Público-Privada;
trocarem ideias entre si. b) Os jovens argumentaram muito
OCDE – Organização para a Cooperação e Desenvolvimento
bem em defesa do seu ponto de vista. Assim, conseguiram
Económico.
que a sua proposta fosse aprovada por unanimidade. c) A
Maria respondeu que não sabia. O Manuel retorquiu que ia 2.
tentar obter mais informações sobre o assunto. d) Ela vive ONU – Organização das Nações Unidas; PALOP – Países de

184 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

>şŶŐƵĂKĮĐŝĂůWŽƌƚƵŐƵĞƐĂ͖PIB – Produto Interno Bruto; OVNI 3.


ʹKďũĞƚŽsŽĂĚŽƌEĆŽ/ĚĞŶƟĮĐĂĚŽ͖SIDA – Síndrome de Imu- a) 3; b) 3; c) 3; d) 4; e) 4.
ŶŽĚĞĮĐŝġŶĐŝĂ ĚƋƵŝƌŝĚĂ͖ FIFA – Federação Internacional de
Futebol Associado.
3. LEITURA/GRAMÁTICA
a) 2; b) 5; c) 6; d) 1; e) 3; f) 4.
4. Ficha 1 – Apreciação crítica (p. 115)
a) 7; b) 4; c) 6; d) 2; e) 3; f) 5; g) 7; h) 1; i) 4; j) 6; k) 3; l) 3; Texto A
m) 5; n) 2; o) 7; p) 4; q) 3; r) 3; s) 2; t) 1; u) 5; v) 1; w) 4; 1. C; 2. B; 3. B; 4. A; 5. B; 6. A.
x) 2; y) 6.
Texto B
1. C; 2. C; 3. B; 4. C.
Ficha 20 – Modalidades de reprodução do discurso
(p. 111)

1.
Ficha 2 – Artigo de opinião (p. 119)
a) discurso indireto livre; b) discurso direto; c) discurso Texto A
indireto livre; d) discurso indireto. 1. B; 2. C; 3. B; 4. A; 5. C; 6. A.
2. Texto B
Texto A – Blimunda disse que não via nada. O padre, sorrin- 1. B; 2. C; 3. C; 4. A.
ĚŽ͕ƌĞƐƉŽŶĚĞƵƋƵĞƚĂůǀĞnjũĄŶĆŽƟǀĞƐƐĞǀŽŶƚĂĚĞ͘ĞƐĞŐƵŝĚĂ͕
pediu-lhe que procurasse melhor. A jovem retorquiu então
que via uma nuvem fechada sobre a boca do estômago. Ficha 3 – Exposição sobre um tema (p. 123)
KƉĂĚƌĞďĞŶnjĞƵͲƐĞĞĚĞƵŐƌĂĕĂƐĂĞƵƐ͕ĂĮƌŵĂŶĚŽƋƵĞ͕ĚĞƐ- Texto A
ta forma, lhe seria possível voar. Explicou que aquele âmbar, 1. D; 2. C; 3. B; 4. A; 5. A; 6. A.
também chamado eletro, atraía o éter, solicitando, de segui-
da, a Blimunda que andasse sempre com ele por onde an- Texto B
dassem pessoas, em procissões, em autos de fé, nas obras 1. B; 2. B; 3. D; 4. A; 5. B.
do convento e que, quando visse que a nuvem ia sair de
dentro delas, o que estava sempre a suceder, aproximasse
o frasco aberto, para que a vontade entrasse nele. A prota- ESCRITA
ŐŽŶŝƐƚĂƉĞƌŐƵŶƚŽƵŽƋƵĞĨĂƌŝĂƋƵĂŶĚŽĞƐƚĞĞƐƟǀĞƐƐĞĐŚĞŝŽ͘
K ƐĂĐĞƌĚŽƚĞ ĞdžƉůŝĐŽƵͲůŚĞ ƋƵĞ͕ ƋƵĂŶĚŽ ƟŶŚĂ ƵŵĂ ǀŽŶƚĂĚĞ
dentro, já estava cheio, acrescentando que esse era o misté-
Ficha 1 – Apreciação crítica (pp. 127-139)
rio das vontades: onde cabia uma, cabia milhões, o um era hŶŝĚĂĚĞϭ͘ϭവ&ĞƌŶĂŶĚŽWĞƐƐŽĂ͕WŽĞƐŝĂĚŽŽƌƚſŶŝŵŽ
ŝŐƵĂůĂŽŝŶĮŶŝƚŽ͘
Proposta A (p. 129)
Texto B – Ricardo Reis perguntou a Marcenda há quan-
ƚŽ ƚĞŵƉŽ ĞƐƚĂǀĂ ĂƐƐŝŵ͘ ƐƚĂ ƌĞƐƉŽŶĚĞƵ ƋƵĞ ĮnjĞƌĂ ƋƵĂƚƌŽ • Introdução:
anos no mês de dezembro anterior. De seguida, o protago- Nesta pintura, vemos um jovem ajoelhado no chão, con-
ŶŝƐƚĂƉĞƌŐƵŶƚŽƵƐĞĂƐƵĂŝŶƚĞƌůŽĐƵƚŽƌĂƟŶŚĂĂůŐƵŵĚĞƐŐŽƐ- templando a sua imagem na água. A proximidade a que
to, além do estado do seu braço. Chorando serenamente, se encontra do seu reflexo evidencia bem a sua obsessão
Marcenda respondeu que, desde que a sua mãe morrera, o consigo próprio. De facto, Narciso era um jovem muito
seu braço não se mexera mais. Ricardo Reis retorquiu que, belo que, por ter assumido uma atitude vaidosa e arro-
ŚĄ ƉŽƵĐŽ͕ ĞůĂ ůŚĞ ƟŶŚĂ ĚŝƚŽ ƋƵĞ ŽƐ ŵĠĚŝĐŽƐ ĐŽŶƐŝĚĞƌĂǀĂŵ gante para com todos aqueles que se apaixonaram por
que a paralisia do braço decorrera da sua afeção cardíaca. ele, nomeadamente a ninfa Eco, acabou por ser castigado
ũŽǀĞŵĐŽŶĮƌŵŽƵƋƵĞŽƐŵĠĚŝĐŽƐĚŝnjŝĂŵŝƐƐŽ͘KƉƌŽƚĂŐŽ- por Nemésis: ao avistar o seu reflexo, apaixonou-se por si
nista perguntou-lhe se não acreditava neles e se considerava próprio. Incapaz de deixar de olhar para si próprio, acabou
ƋƵĞ ŶĆŽ ƐŽĨƌŝĂ ĚŽ ĐŽƌĂĕĆŽ͘ DĂƌĐĞŶĚĂ ĐŽŶĮƌŵŽƵ ƋƵĞ ƟŶŚĂ por definhar e por morrer, transformando-se na flor com o
esse problema de saúde. Ricardo Reis perguntou-lhe então mesmo nome.
como poderia ter a certeza de que não havia relação entre os • Desenvolvimento:
dois factos: a morte da sua mãe e a imobilidade do seu braço. À semelhança de Narciso, também o eu, na obra de Fernando
 ƐƵĂ ŝŶƚĞƌůŽĐƵƚŽƌĂ ŐĂƌĂŶƟƵͲůŚĞ ƋƵĞ ĞƐƚĂǀĂ ĐŽŶǀŝĐƚĂ ĚŝƐƐŽ͕ Pessoa ortónimo, é incapaz de se libertar da contemplação
muito embora não soubesse explicá-lo. O médico quis então de si próprio, não a nível físico, mas a nível intelectual. De
ƐĂďĞƌƐĞŶĆŽĞƌĂƐƵĮĐŝĞŶƚĞ͕ƉĂƌĂĞƐƚĂƐĞƌĐĂƉĂnjĚĞŵĞdžĞƌŽ facto, compraz-se num permanente processo de intelectu-
braço, saber, contra a opinião dos médicos, que, se ele deixa- alização das emoções – ponto de partida para a criação da
ƌĂĚĞƐĞŵŽǀĞƌ͕ƚĂůĮĐĂƌĂƐſĂĚĞǀĞƌͲƐĞăŵŽƌƚĞĚĂƐƵĂŵĆĞ͘ realidade ficcional que está associada ao fingimento poéti-
co. Muito embora esta concentração no seu universo inte-
rior lhe provoque sofrimento – uma vez que o impede de
Ficha 21 – Valor aspetual (p. 113)
sentir as suas emoções e de fruir o momento presente –,
1.
é por ter a capacidade de refletir sobre si próprio que o su-
a) 1; b) 2; c) 2; d) 1; e) 1; f) 2.
jeito poético se enquadra no grupo dos seres conscientes,
2. algo que o enche de vaidade, uma vez que, na sua perspeti-
a) 2; b) 1; c) 3; d) 1; e) 3; f) 3; g) 1; h) 2; i) 3. va, estes são superiores àqueles que vivem na inconsciência.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 185


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

• Conclusão: associado à importância que, na poesia deste heterónimo,


Em suma, tal como Narciso, também o eu na poesia de é conferida a este elemento.
Fernando Pessoa ortónimo é como que amaldiçoado pela • Conclusão:
sua obsessão consigo próprio. No entanto, muito embora Em síntese, tanto nesta pintura como na obra poética do
este processo seja doloroso, enche-o simultaneamente de «mestre», a Natureza tem um papel primordial.
orgulho – característica que também o aproxima da figura
mitológica. Proposta B (p. 132)
Proposta B (p. 130) • Introdução:
Nesta gravura, temos, em primeiro plano, do lado esquer-
• Introdução:
do, dois relógios pousados sobre uma base retangular: um
No poema de Márcia, é feita referência a um sentimento
percorrido por formigas e o outro mole. Nesta base, encon-
de insatisfação que nunca abandona o eu. A obra poética
tra-se também uma árvore envelhecida da qual pende um
de Fernando Pessoa ortónimo é também marcada por uma
relógio, também maleável. No centro, em primeiro plano,
emoção semelhante.
há um perfil humano flexível sobre o qual se estende um
• Desenvolvimento: relógio mole. Em pano de fundo, destacam-se, além de uma
No texto da compositora, a inquietude presente no sujeito nova base geométrica do lado esquerdo, falésias e o mar.
poético contrasta com o mundo idealizado da infância – à
• Desenvolvimento:
semelhança do que sucede na poesia de Fernando Pessoa
O facto de os relógios e de a face humana perderem a sua
ortónimo.
firmeza pode ser entendido como uma referência à inexo-
Além disso, é de salientar o facto de, em ambos os tex-
rabilidade da destruição provocada pelo tempo. Esta inter-
tos, haver uma tentativa de libertação do desassossego
pretação é reforçada pelas formigas que percorrem o único
que marca o eu: no caso do poema de Márcia, através da
relógio que ainda tem consistência, aparentando desejar
crença de que este estado de espírito, embora repetitivo,
devorá-lo. De notar também que a árvore parece morta.
é passageiro, de que o futuro traz sempre uma possibili-
O suporte geométrico do lado esquerdo é reproduzido pelo
dade de renascimento, de que os obstáculos no percurso
que se encontra num plano mais recuado, o que pode ser
existencial nos conferem mais segurança e de que é um
entendido como uma alusão ao desaparecimento dos ob-
privilégio ter ao seu lado a figura amada; no que concerne
jetos em primeiro plano.
à obra poética de Fernando Pessoa ortónimo, através da
A temática da transitoriedade da vida é também funda-
aspiração à inconsciência, da tentativa de evasão através mental na poesia de Ricardo Reis: a constatação de que a
do universo onírico ou do desejo de regresso à infância. morte é inevitável provoca uma profunda angústia no eu.
• Conclusão: No entanto, as falésias e o mar introduzem uma nota posi-
Em síntese, em ambos os casos, o sujeito poético procura tiva na pintura: é possível considerar estes elementos como
combater a inquietude que o marca. No entanto, muito reproduções da paisagem da Catalunha, de onde o pintor
embora seja pontualmente mitigada, esta parece estar era natural, podendo a figura humana do centro ser enten-
sempre presente. dida como o seu perfil. Deste modo, podemos interpretar
esta paisagem como uma representação daquilo que per-
hŶŝĚĂĚĞϭ͘Ϯവ&ĞƌŶĂŶĚŽWĞƐƐŽĂ͕WŽĞƐŝĂĚŽƐŚĞƚĞƌſŶŝŵŽƐ manece no processo de voragem do tempo: a memória.
Ao contrário do que sucede na gravura, na poesia de Ricardo
Proposta A (p. 131)
Reis, o sujeito poético procura assumir uma atitude de ata-
• Introdução: raxia e de apatia, de modo a evitar qualquer tipo de ligação
Nesta imagem, é possível observar uma figura feminina no emocional com as memórias – mecanismo de defesa que,
meio de um campo de flores. Do lado esquerdo, encon- acredita, lhe permitirá evitar o sofrimento no momento em
tram-se dois renques de árvores e, do lado direito, uma que for privado de tudo pela morte.
planície com molhos de feno. Em plano de fundo, surge
• Conclusão:
uma serra de baixa altitude.
Enquanto na pintura as memórias positivas são perspetiva-
• Desenvolvimento: das como algo que nos permite combater a irreversibilida-
À semelhança do que sucede na poesia de Alberto Caei- de do tempo, na poesia de Ricardo Reis verifica-se uma ten-
ro, também nesta imagem a personagem humana se en- tativa de desprendimento de qualquer tipo de memória, de
contra imersa no meio de um cenário natural. O facto de forma a evitar-se o sofrimento.
envergar peças de roupa adequadas a um passeio num dia
de sol (um chapéu de palha e uma camisa branca) mostra Proposta C (p. 133)
alguma familiaridade no contacto com a Natureza, à se- • Introdução:
melhança do que sucede com o sujeito poético na obra de Tal como é característico no Cubismo (um dos movi-
Alberto Caeiro. Finalmente, a figura feminina parece estar mentos que influenciou a pintura de Amadeo de Souza-
a contemplar o cenário que a rodeia, sendo que o olhar é -Cardoso), nesta pintura-colagem, encontram-se sobre-
o sentido primordial a que, na poesia deste heterónimo de postos vários elementos. É possível identificar, no centro,
Fernando Pessoa, o eu recorre para apreender o mundo uma máquina registadora que parece estar disposta sobre
que o rodeia. um plano sólido. Em primeiro plano, vemos uma mão que
Para além da imagem que é representada no quadro, segura um papel com números. Considerando a máquina
é também possível relacionar o estilo da pintura com a registadora e o elemento sobre o qual esta parece estar
obra de Alberto Caeiro. Muito embora o Impressionismo colocada (possivelmente um balcão), é possível colocar a
parta da impressão e, portanto, da subjetividade do ob- hipótese de que a gravura represente uma transação co-
servador, a verdade é que coloca em destaque a cor da mercial e de que, consequentemente, este papel com nú-
paisagem representada – podendo, nesta medida, ser meros seja uma nota.

186 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

• Desenvolvimento: final do texto, dirige-se explicitamente aos poetas, propon-


Muito embora a riqueza cromática desta pintura pareça do-lhes que se libertem da crença em figuras messiânicas e
conferir-lhe um tom alegre, o facto de nela se destacarem que contribuam, através da sua obra, para a libertação dos
os números pode ser entendido como uma referência a portugueses.
uma sociedade marcada por um certo materialismo. Pelo contrário, em Mensagem, os conterrâneos do sujeito
No poema «Datilografia», é feita referência já não à má- poético são por ele convidados a terem fé na vinda do «En-
quina registadora, mas à máquina de escrever: o seu ruí- coberto», dimensão mítica de D. Sebastião, que haveria de
do monótono e contínuo é utilizado para caracterizar uma resgatar a pátria do estado de decadência em que se encon-
sociedade moderna caracterizada por um profundo prag- trava e instituir o Quinto Império.
matismo (à semelhança do que sucede na gravura). Neste • Conclusão:
texto, o eu revela desprezo por este universo que como que Em suma, no poema de Manuel Alegre, o Sebastianismo é
o sufoca – sendo configurado como uma espécie de morte visto como um fator de estagnação do país, enquanto em
em vida – e que contrasta profundamente com o mundo da Mensagem é nele que reside a possibilidade de ressurgi-
infância, associado ao sonho e à liberdade. De facto, muito mento da nação.
embora o Cubismo se caracterize pela utilização de figuras
geométricas na pintura, a verdade é que estas parecem Unidade 2 – Contos
apontar também para uma realidade marcada por uma cer-
ta rigidez. Proposta A (p. 136)
• Conclusão: • Introdução:
Tanto no quadro como no poema «Datilografia», é feita Tanto na pintura apresentada como no conto «Sempre é
referência a uma sociedade utilitarista, que é criticada no uma companhia» é abordada a temática da solidão.
poema de Álvaro de Campos. • Desenvolvimento:
Na pintura, podemos observar um homem sentado à fren-
hŶŝĚĂĚĞϭ͘ϯവ&ĞƌŶĂŶĚŽWĞƐƐŽĂ͕Mensagem te de uma fachada, aparentemente de uma loja. Esta figura
masculina encontra-se em mangas de camisa e, tendo em
Proposta A (p. 134)
conta a sua postura corporal, parece ser marcada pela soli-
• Introdução: dão e pelo desalento – impressão que é reforçada pelo facto
Nesta estátua de D. Sebastião, esta figura encontra-se de de não haver qualquer outra pessoa na imagem nem qual-
pé, vestida com uma armadura, tendo o elmo à sua frente, quer sinal de vida na rua em que esta se encontra. Tendo em
no chão. A posição deste objeto, a sua expressão facial, en- conta o facto de o título ser Manhã de domingo, é possível
tre a perplexidade e a tristeza, e os braços caídos sugerem considerar que, para esta personagem, este dia de descanso
uma derrota inesperada. Por outro lado, o aspeto impúbere não é um momento positivo, mas sim um tempo em que a
da estátua remete-nos para um rei imaturo que, de forma sua solidão se torna mais visível.
irrefletida, conduziu o país à desgraça. No conto «Sempre é uma companhia», a vida de Batola,
• Desenvolvimento: antes da chegada do aparelho de rádio à aldeia, também é
À semelhança do que sucede no caso da escultura, também marcada por uma profunda solidão: muito embora tivesse
em Mensagem D. Sebastião é configurado como um monar- uma mercearia, em conjunto com a sua mulher, mostra-
ca que procurou realizar algo de inesperado. Contudo, esta va-se sempre contrafeito quando era necessário realizar
necessidade de seguir um sonho aparentemente absurdo qualquer tipo de tarefa, tendo-se deixado contaminar pelo
é caracterizada como uma loucura de contornos profun- tédio, pela solidão e pelo desalento que marcavam todos
damente positivos. De facto, é exatamente por ter tido a os seus conterrâneos – e que o levavam, inclusivamente,
coragem de seguir a sua aspiração até à morte que este rei a beber demasiado.
se irá imortalizar, estando destinado a regressar sob a forma • Conclusão:
de «Encoberto» para liderar o Quinto Império. Em síntese, tal como sucede na gravura, o protagonista do
• Conclusão: conto também é marcado, numa primeira fase, por uma so-
Concluindo, enquanto a estátua parece transmitir uma ima- lidão profunda, que como que priva a sua vida de qualquer
gem de D. Sebastião como uma personagem imatura que sentido.
contempla com espanto a destruição provocada pelas suas
decisões irrefletidas, em Mensagem, estes atos são conce- Proposta B (p. 137)
bidos como gloriosos, acabando por lhe permitir elevar-se • Introdução:
ao estatuto de mito. Na pintura, destacam-se, em primeiro plano, três figuras
que se encontram num baile: um par que dança no centro e,
Proposta B (p. 135) de ambos os lados, duas mulheres. A do lado esquerdo en-
• Introdução: verga um vestido branco e tem uma expressão sorridente,
O poema de Manuel Alegre e Mensagem apresentam duas tendo os braços um pouco afastados, como se se preparas-
visões antagónicas do Sebastianismo. se para dançar; ao seu lado, encontram-se algumas flores.
• Desenvolvimento: A do lado direito do par está vestida de negro e tem uma
No poema de Manuel Alegre, a crença no regresso do «De- expressão profundamente triste, tendo as mãos juntas,
sejado» é concebida como algo irreal e doentio, uma vez num gesto de fechamento. As duas figuras do par olham-se
que mantém os portugueses presos a um passado morto. apaixonadamente, sendo que a sugestão deste sentimento
Assim, o sujeito poético incita os seus compatriotas a aban- se prolonga na cor vermelha do vestido da mulher.
donarem a fé num rei que associa ao «desastre» e à «loucu- • Desenvolvimento:
ra», convidando-os a procurarem, eles próprios, fazer renas- Tendo em conta o título A dança da vida, é possível con-
cer o país, através da revolta contra quem os humilha. No siderar que as três figuras femininas correspondem a

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 187


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

três fases da vida da mesma mulher: a primeira repre- crueldade a que as classes mais altas sujeitavam as classes
senta a sua juventude, período de inocência (simbolizado mais baixas.
pela brancura do seu vestido e também pelas flores que
Proposta B (p. 139)
crescem junto a ela), no qual esta ainda tem esperanças;
a segunda, a fase adulta, vivida de forma intensa em con- • Introdução:
junto com o seu amado; a terceira, a velhice, período em Nesta fotografia é possível observar os marinheiros que
que a mulher se encontra sozinha, vestida de negro, pos- participaram na revolta de 1936 a serem escoltados pela
sivelmente por o seu amado ter morrido. A sua expres- polícia até ao porto de onde partiriam para a prisão do
são marcada pelo desalento ilustra o fim de todas as suas Tarrafal, em Cabo Verde. O facto de os guardas levarem
esperanças. consigo espingardas mostra que consideram os revoltosos
No conto «George», a protagonista também é confrontada como indivíduos ameaçadores, muito embora estes se en-
com duas figuras femininas que representam outras duas contrem desarmados. A sua escolta é também constituída
fases da sua vida: Gi, jovem de dezoito anos na qual esta por duas figuras masculinas que, num carro, do lado es-
revê as suas aspirações de sair da aldeia onde morava e de querdo da imagem, supervisionam a operação. No entan-
triunfar no mundo da arte, e Georgina, mulher com quase to, a pose corporal dos detidos parece evidenciar que estes
setenta anos, que prenuncia o seu futuro de velhice e de são inofensivos, uma vez que se mostram cabisbaixos.
solidão. A diferença encontra-se no modo como a idade • Desenvolvimento:
adulta é configurada: ao contrário do que sucede no qua- No desenlace de O ano da morte de Ricardo Reis, são narra-
dro, George nunca se apega verdadeiramente a nenhum dos os eventos da revolta dos marinheiros, sendo que esta
dos seus amantes, dada a sua obsessão em viver totalmen- tentativa de rebelião, desde logo caracterizada por Lídia
te livre. como uma atitude ingénua, é facilmente gorada pelos me-
• Conclusão: canismos do Estado Novo. A desproporção de forças entre
Em ambos os casos, é apresentada uma visão pessimista os revoltosos e as forças do regime visível no momento do
da existência – no primeiro caso, por causa da morte de al- conflito é como que corroborada pela fotografia, na qual
guém que se ama; no segundo, em virtude de uma atitude os marinheiros indefesos são escoltados por polícias forte-
de desapego. mente armados.
Além disso, é ainda de salientar o facto de, no romance, a
Unidade 4 – José Saramago, Memorial do convento revolta dos marinheiros levar o protagonista a libertar-se
e O ano da morte de Ricardo Reis pontualmente da atitude de ataraxia que assumiu ao longo
da vida, reduzindo-o a lágrimas – comportamento que não
Proposta A (p. 138)
só resulta do facto de saber que Daniel, o irmão de Lídia,
• Introdução: era um dos revoltosos, mas também do facto de ter criado
Nesta imagem é possível observar uma procissão reli- empatia com o desejo de liberdade que os levou a rebela-
giosa. No entanto, ao contrário do que seria expectável, rem-se contra um regime opressor. Também a fotografia é
o centro da gravura é ocupado não pela representação da passível de criar naqueles que observam um sentimento de
cerimónia, mas sim pela atitude cruel dos seus organizado- compaixão pelos marinheiros, cuja humildade é evidencia-
res e das autoridades em relação aos mais humildes. Em da não apenas pela sua pose corporal, mas também pelo
primeiro plano, do lado direito, um andor é carregado por seu vestuário degradado e pelo facto de se encontrarem
vários homens, sendo que, mais atrás, se destaca um casal descalços.
claramente oriundo de uma classe alta, cuja mulher exibe
• Conclusão:
um objeto sagrado. No entanto, ao seu lado, caminha uma
Em suma, tanto na fotografia como no romance, os ma-
figura que empunha um varapau e que parece estar prestes
rinheiros revoltosos surgem como figuras dignas de
a espancar um pedinte que se encontra na sua retaguarda.
compaixão.
Esta figura é replicada por um guarda a cavalo que, do lado
direito, açoita alguns dos elementos da procissão e, do lado
esquerdo, por uma figura que, com um varapau, impede os Ficha 2 – Exposição sobre um tema (pp. 141-148)
mendigos de se aproximarem da procissão.
hŶŝĚĂĚĞϭ͘ϭവ&ĞƌŶĂŶĚŽWĞƐƐŽĂ͕WŽĞƐŝĂĚŽŽƌƚſŶŝŵŽ
• Desenvolvimento:
À semelhança do que sucede na gravura, também o povo, Proposta A (p. 143)
em Memorial do convento, é profundamente maltratado • Introdução:
pelas classes altas da sociedade: o seu sacrifício torna- Na obra de Fernando Pessoa ortónimo, a criação artística
-se bem evidente aquando da necessidade de transporte não é perspetivada como um processo que se baseia numa
de uma pedra de enormes dimensões de Pero Pinheiro expressão sincera de sentimentos, mas sim no fingimento
para Mafra – processo que causou a morte de Francisco artístico.
Marques. É também de destacar o facto de que, quando • Desenvolvimento:
se torna necessário apressar as obras do convento, os ho- Como é explicitado no poema «Autopsicografia» (que se
mens são recrutados à força para reforçar o número de institui como uma arte poética), o poeta não exprime com
trabalhadores. sinceridade as emoções vividas, mas a sua obra poética re-
De notar ainda que, em ambos os casos, a Igreja não só sulta de um processo de intelectualização dos seus senti-
nada faz em prol dos mais pobres, como contribui para a mentos, com base no qual este procederá à criação de uma
sua humilhação. situação ficcional.
• Conclusão: No poema «Isto», é apresentada uma resposta a todos
Tanto a gravura de Ilya Repin como o romance de Sara- aqueles que acusam o sujeito poético de mentir: na reali-
mago têm claramente uma intenção crítica: denunciar a dade, aquilo que lhe interessa não é exprimir fielmente as

188 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

suas emoções, mas usá-las como um ponto de partida para se limita a atribuir-lhes falsos significados simbólicos que,
um processo de racionalização e de posterior ficcionaliza- na realidade, apenas refletem o seu mundo interior.
ção que lhe permitirá criar uma obra literária.
• Conclusão:
• Conclusão: A oposição pensamentos/sensações estabelecida na poe-
Na perspetiva de Fernando Pessoa ortónimo, o objetivo de sia de Alberto Caeiro propõe a libertação do sofrimento as-
uma obra poética não é exprimir, de forma fiel, os senti- sociado à capacidade reflexiva através da sua substituição
mentos vividos, mas sim transfigurá-los através da razão, pelas perceções veiculadas através dos sentidos.
para que a situação ficcional tenha qualidade literária.
Proposta B (p. 144)
Proposta B (p. 143)
• Introdução:
• Introdução: Na poesia de Ricardo Reis, a consciência da fugacidade da
Na obra de Fernando Pessoa ortónimo, o pensamento é vida causa no eu um sofrimento profundo.
algo fundamental; contudo, a atividade reflexiva é simul-
taneamente perspetivada como uma fonte de sofrimento • Desenvolvimento:
permanente para o sujeito poético. Para combater a angústia causada pela irreversibilidade da
passagem do tempo, o sujeito poético recorre aos princí-
• Desenvolvimento: pios de dois movimentos filosóficos da Antiguidade Clássi-
Muito embora a capacidade de pensar seja encarada como ca: o epicurismo e o estoicismo. Tal é visível, por exemplo,
algo essencial na vida do eu, dado que é aquilo que lhe per- no poema «Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio», no
mite ter consciência das suas próprias emoções, a reflexão qual se verifica uma oscilação entre uma exortação a uma
a que permanentemente se entrega mergulha-o num pro- fruição moderada dos prazeres característica do epicuris-
cesso de fragmentação que o impede não só de sentir as mo (no momento em que solicita à sua interlocutora que
suas emoções, como também de desfrutar da sua existên- deem as mãos) e a defesa de uma atitude de apatia, ca-
cia. É por esse motivo que nos poemas «Ela canta, pobre racterística do estoicismo (quando, consciente de que tudo
ceifeira» e «Gato que brincas na rua», o sujeito poético
na vida converge para a morte, sendo, consequentemente,
manifesta simultaneamente desprezo por ambas as perso-
inútil, lhe pede que desenlacem as mãos). Também no po-
nagens que observa (uma vez que estas, por não pensa-
ema «Prefiro rosas, meu amor, à pátria» o sujeito poético
rem, se resignam com alegria a uma existência miserável)
defende a assunção de uma atitude epicurista em relação
e inveja-as pelo facto de estas não serem acometidas pela
à vida: dada a transitoriedade da existência humana, deve-
dor de pensar.
mos focar-nos em prazeres moderados (como os propor-
• Conclusão: cionados pela fruição da beleza das rosas), em detrimento
Na obra de Fernando Pessoa ortónimo, o pensamento, da adesão a grandes ideais (como é o caso da pátria), que
apesar de ser perspetivado como algo que torna o eu supe- inevitavelmente nos perturbarão a alma. Além disso, nes-
rior a todos os seres inconscientes, é também visto como te segundo texto, o eu também sublinha a importância de
algo penoso. uma atitude de imperturbabilidade em relação à vida ca-
racterística da ataraxia.
hŶŝĚĂĚĞϭ͘Ϯവ&ĞƌŶĂŶĚŽWĞƐƐŽĂ͕WŽĞƐŝĂĚŽƐŚĞƚĞƌſŶŝŵŽƐ
• Conclusão:
Proposta A (p. 143) Na obra de Ricardo Reis, o eu vai socorrer-se dos princípios
• Introdução: filosóficos do estoicismo e do epicurismo para procurar li-
Nos poemas de Alberto Caeiro, é estabelecida uma opo- bertar-se do receio que a fugacidade da vida e a aproxima-
sição entre os pensamentos e as sensações, sendo aque- ção da morte lhe provocam.
les considerados nefastos e estas perspetivadas como Proposta C (p. 144)
benéficas.
• Introdução:
• Desenvolvimento: Na fase intimista da poesia de Álvaro de Campos, o presen-
O objetivo a que o «mestre» se propõe é o de ser feliz; te do sujeito poético caracteriza-se pelo tédio e pela abulia.
para tal, busca o contacto com a Natureza. Contudo, este Dado que a sua vida adulta é marcada por uma profunda
processo de proximidade com o mundo natural deve ape- negatividade, o eu procura refugiar-se na época da sua
nas ser feito através das sensações, uma vez que estas lhe infância.
permitem desfrutar da realidade que o rodeia sem que os
pensamentos funcionem como um obstáculo a uma liga- • Desenvolvimento:
ção que se pretende que seja o mais espontânea possível. A nostalgia da infância é visível em poemas como «Aniver-
Com efeito, a atividade reflexiva leva o sujeito poético a sário» e «Datilografia». No primeiro caso, o sujeito poético
atribuir significados simbólicos aos elementos da Nature- recorda o modo como o dia do seu aniversário era celebra-
za e a utilizá-la como ponto de partida para reflexões filo- do pela sua família quando era criança, contrapondo-o ao
sóficas que o impedem de apreender a realidade na sua que sucede no presente: enquanto no passado este dia era
dimensão objetiva. É possível comprová-lo, por exemplo, celebrado como um evento muito especial, no qual se reu-
através dos poemas II e X de O guardador de rebanhos. niam vários elementos da família, no presente o eu encon-
No primeiro caso, refere-se ao pensamento como algo que tra-se totalmente só, tendo a sua existência perdido todo
nos impede de aceitar o mundo tal como se nos apresenta, o sentido. Além disso, na época da infância, tinha ainda a
sendo, portanto, algo que se opõe aos sentidos que, em vantagem de ser inconsciente, não sendo, consequente-
contrapartida, nos permitem amar a realidade, ao invés de mente, acometido pela dor de pensar – algo que sucede no
a questionar. No segundo poema, recusa terminantemente presente. No segundo poema, a vida profissional é descrita
a projeção da subjetividade do indivíduo nos elementos da como algo profundamente monótono, que como que en-
Natureza que o rodeiam, na medida em que, desta forma, clausura o sujeito poético. A este quotidiano sufocante se

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 189


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

contrapõe a vida da infância, associada ao universo onírico sujeito poético pergunta quem virá liderar este novo impé-
e, portanto, a uma verdadeira vida. rio após a morte de D. Sebastião, pressupondo-se que tal
• Conclusão: será feito aquando do regresso desta figura na sua dimen-
A nostalgia da infância, na poesia de Álvaro de Campos, são espiritual.
surge como uma tentativa de evasão de um presente mar- • Conclusão:
cado por um profundo tédio existencial. Em Mensagem, o estado de estagnação em que Portugal se
encontrava mergulhado é perspetivado como algo transitó-
hŶŝĚĂĚĞϭ͘ϯവ&ĞƌŶĂŶĚŽWĞƐƐŽĂ͕Mensagem rio, que será revertido no momento da vinda do «Encober-
Proposta A (p. 145) to», que trará consigo o Quinto Império.
• Introdução: hŶŝĚĂĚĞϮവŽŶƚŽƐ
O sonho tem um papel fundamental em Mensagem, uma
vez que, nesta obra, os sonhadores são perspetivados como Proposta A (p. 145)
figuras eleitas por Deus para cumprirem os Seus desígnios. • Introdução:
• Desenvolvimento: No conto «Sempre é uma companhia», de Manuel da
Em Mensagem, os sonhadores são aqueles que se elevam Fonseca, o acesso à rádio teve um impacto profundo no
em relação a todos os homens que não sonham, uma vez quotidiano dos habitantes da aldeia.
que estão dispostos a sacrificar-se e, se necessário, a dar • Desenvolvimento:
a própria vida em nome da «febre» que lhes foi incutida Numa primeira fase, esta localidade encontrava-se mergu-
por Deus. É possível comprová-lo, por exemplo, através do lhada num estado de profunda estagnação e obscurantis-
poema «D. Sebastião, Rei de Portugal», no qual a loucura é mo, como é possível verificar através da descrição do dia a
perspetivada como algo positivo, uma vez que é aquilo que dia de Batola, marcado pela inércia e pela monotonia, bem
impele o Homem a libertar-se da sua condição animal e a como pela referência ao facto de os ceifeiros não terem
buscar a concretização do seu ideal até às últimas conse- qualquer tipo de vida social, indo diretamente para casa no
quências. É por este motivo que D. Sebastião conseguirá final do dia.
atingir a imortalidade. Também no poema «O Infante» é Com o acesso à rádio, todo o quotidiano da aldeia se alte-
feita referência ao sonho, que surge como a origem da ra: os habitantes passaram a juntar-se na mercearia para
concretização da vontade de Deus no mundo. Através do escutarem as notícias, discutindo posteriormente os assun-
sonho que Deus lhe colocou na alma, o Infante D. Henri- tos que marcavam a época, nomeadamente a guerra. Por
que acabou por se elevar a um plano sagrado, uma vez que vezes, ouviam as melodias transmitidas, tendo até, certa
cumpriu o desejo divino de que o mar passasse a ser um noite, sido organizada uma festa. O próprio protagonista al-
fator de união e não de separação no mundo. terou radicalmente o seu comportamento: deixou de beber
• Conclusão: (algo que fazia para combater o tédio) e passou a acordar
Nesta obra de Fernando Pessoa, os heróis são aqueles que, cedo e a trabalhar com entusiasmo, de forma a poder con-
graças ao seu sonho, se destacam da turba anónima; muito tinuar as conversas com os clientes.
ĞŵďŽƌĂƉĂŐƵĞŵƵŵƉƌĞĕŽƉĞůĂƐƵĂŶĂƚƵƌĞnjĂĚĞƐŽŶŚĂĚŽƌĞƐവ • Conclusão:
Ă ƐŽůŝĚĆŽ Ğ Ž ƐŽĨƌŝŵĞŶƚŽ വ͕ ĂĐĂďĂŵ ƉŽƌ ƐĞƌ ůĂƌŐĂŵĞŶƚĞ A chegada da rádio operou uma mudança tão positiva
recompensados, uma vez que se elevam ao estatuto de na aldeia e em Batola que, no final do conto, a mulher
mitos. do protagonista acaba por concordar com a aquisição do
Proposta B (p. 145) aparelho.
• Introdução: Proposta B (p. 145)
Mensagem surge como uma obra que, numa época de de-
• Introdução:
cadência da nação, vem anunciar o seu ressurgimento, que
No conto «George», a percurso de vida da protagonista é
seria concretizado através da vinda do «Encoberto» e da
marcado por uma atitude de profundo desprendimento.
consequente chegada do Quinto Império – um império já
não terreno, mas de caráter espiritual. • Desenvolvimento:
George, quando confrontada com Gi, figura que representa
• Desenvolvimento:
simbolicamente a sua juventude, reflete sobre a sua existên-
No poema «António Vieira», este orador surge como a se-
cia, sendo possível verificar que esta se caracteriza por um
gunda figura dos «Avisos», isto é, como um dos profetas
gosto permanente por uma atitude de desprendimento –
que viria anunciar a vinda do «Encoberto» e a consequente
em relação a pessoas, locais e objetos. É por esse motivo
chegada do Quinto Império. De facto, D. Sebastião, por ter
que nunca compra uma casa, que se desfaz de quase todos
dado a vida em nome do seu sonho, acabou por se mitifi-
car, sendo que há de regressar sob a forma de «Encober- os seus bens e que recusa estabelecer uma relação amoro-
to» para resgatar Portugal da fase de decadência em que sa de caráter duradouro. Contudo, a satisfação temporária
se encontra. É por esse motivo que surge nas profecias de provocada pelo sentimento de liberdade que esta atitude
António Vieira referidas no poema homónimo enquanto fi- lhe traz acabará por converter-se numa profunda solidão,
gura que prenuncia o surgimento do Quinto Império, que é como é anunciado por Georgina, prefiguração de quem há
configurado como uma madrugada, isto é, uma época de de ser quando tiver setenta anos.
renascimento da nação. Também no poema «Quinto Im- • Conclusão:
pério» é feita referência às quatro eras que antecederam A atitude de desapego que caracteriza a vida de George,
a chegada nesta nova época, que, mais uma vez, é pers- graças à qual esta conseguiu alcançar independência, ri-
petivada como um dia claro (por oposição à noite em que queza e sucesso, acabará por lançá-la numa infelicidade
a pátria se encontrava mergulhada). No final do texto, o profunda.

190 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Unidade 3 – Poetas contemporâneos obrigadas a permanecer durante horas à chuva para rece-
berem uma esmola por parte daquela instituição; além dis-
Proposta A (p. 146)
so, sujeitam-se a ser maltratadas pelos guardas, que não os
• Introdução: respeitam pelo facto de serem de um baixo estrato social.
Em ambos os poemas, o sujeito poético assume uma atitu- No momento em que Ricardo Reis se dirige à sede da PVDE
de muito crítica em relação a Portugal. para ser interrogado, é feita uma crítica aos agentes da po-
• Desenvolvimento: lícia política, que, através das suas atitudes autoritárias e
No primeiro caso, é feita referência à repressão que, na despóticas, evidenciam a arbitrariedade que dominava o
época do Estado Novo, como que estrangulava a socieda- modo de atuação dos organismos repressores do Estado.
de portuguesa, provocando a sua estagnação e morte. No • Conclusão:
segundo poema, muito embora seja aludido o período do Através de O ano da morte de Ricardo Reis, o protagonista
pós-25 de Abril, o marasmo referido no primeiro texto ainda acaba por se confrontar com uma sociedade profundamen-
se mantém. Com efeito, o eu manifesta o seu desalento em te repressiva, sendo convidado, desta forma, a libertar-se da
relação a uma pátria sem rumo, cujo potencial se encontra atitude de indiferença que, até aí, regera a sua existência.
claramente subaproveitado.
• Conclusão: Ficha 3 – Texto de opinião (pp. 149-152)
Nos dois textos poéticos, é visível o profundo desalento do
eu em relação a um país que parece estar continuamente hŶŝĚĂĚĞϭ͘ϭവ&ĞƌŶĂŶĚŽWĞƐƐŽĂ͕WŽĞƐŝĂĚŽŽƌƚſŶŝŵŽ
mergulhado na estagnação. Proposta A (p. 151)
Unidade 4 – José Saramago, Memorial do convento • Introdução:
e O ano da morte de Ricardo Reis A resignação tanto pode ter consequências prejudiciais
como benéficas na vida do ser humano. Na verdade, cabe a
Proposta A (p. 147) cada indivíduo gerir de forma sensata a sua capacidade de
• Introdução: resignação, em função da situação com a qual é obrigado a
A temática do sonho é fundamental em Memorial do con- confrontar-se.
vento, assumindo contornos opostos nos dois sonhos que • Desenvolvimento:
vão conduzindo a narrativa: o de D. João V e o do Padre Com efeito, caso estejamos perante uma situação reversí-
Bartolomeu Lourenço de Gusmão. vel, não faz qualquer sentido resignarmo-nos e aceitarmos
• Desenvolvimento: um contexto que não nos satisfaz.
Em virtude da promessa que fizera para garantir o nascimen- Por exemplo, caso Martin Luther King se tivesse resignado
to de um filho, D. João V tinha o sonho de construir o Con- a ser alvo de discriminação nos Estados Unidos da América,
vento de Mafra. Contudo, para concretizá-lo, recorrerá à ex- este país não teria feito qualquer esforço para se libertar
ploração do povo (como é visível no episódio da epopeia da deste tipo de preconceitos e nunca teria sido possível assis-
pedra), não hesitando, inclusivamente, em mandar recrutar tir à eleição de Barack Obama como presidente.
homens à força para que o processo de construção fosse No entanto, por vezes, confrontamo-nos com situações
agilizado. Por seu lado, o Padre Bartolomeu Lourenço de que são irreversíveis, nomeadamente no caso da morte de
Gusmão tem o sonho de construir uma passarola e de fazê- alguém.
-la voar. No entanto, ao contrário do que sucede com o mo- Neste caso, a atitude mais sensata é resignarmo-nos, isto
narca, irá trabalhar em conjunto com Baltasar e Blimunda, é, aceitarmos a realidade, por mais dolorosa que esta seja.
não os tratando como subalternos, mas como amigos. Tal não significa, contudo, que tenhamos de viver mergu-
É graças a esta «trindade terrestre» que o seu sonho se lhados no sofrimento: alguns pais que tiveram a infelicidade
concretizará: enquanto o sacerdote se dedica à investigação de perder os seus filhos decidiram criar fundações em seu
científica, Blimunda recolherá as vontades e Baltasar será nome – uma forma de os homenagear e de, simultanea-
responsável pela construção da máquina. Este trabalho de mente, mitigar a dor através da criação de algo positivo.
equipa permitir-lhes-á elevarem-se, num voo simbólico que • Conclusão:
se contrapõe ao peso da exploração que marca a sociedade Concluindo, a resignação pode ter consequências positivas
profundamente estratificada da época. ou negativas na vida do ser humano. O fundamental é agir-
• Conclusão: mos evidenciando inteligência emocional.
O contraponto entre o sonho de D. João V e o do Padre
Proposta B (p. 151)
Bartolomeu Lourenço de Gusmão evidencia claramente a
proposta que é apresentada na obra para o rumo a seguir • Introdução:
pela humanidade: não o da opressão característica de uma A infância pode ser uma época muito feliz da nossa vida.
sociedade hierarquizada, mas o da cooperação e da solida- No entanto, em muitos casos, tal não sucede, sendo que a
riedade entre os seus elementos. felicidade apenas é conquistada mais tarde.
• Desenvolvimento:
Proposta B (p. 147)
A infância pode ser um dos períodos mais felizes da nossa
• Introdução: existência, dado que, em princípio, nesta fase, somos mais
No romance O ano da morte de Ricardo Reis, o narrador, inocentes e somos protegidos pela nossa família, não tendo
através de um discurso profundamente irónico, tece duras de assumir muitas responsabilidades. Deste modo, é pos-
críticas ao regime do Estado Novo. sível concentrarmo-nos em atividades lúdicas muitas vezes
• Desenvolvimento: associadas a um plano onírico.
Esta crítica é visível, por exemplo, no episódio do bodo Esta é, por exemplo, a imagem da infância que surge na po-
de O século, no qual as famílias mais desfavorecidas são esia de Fernando Pessoa ortónimo: época em que o eu não

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 191


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

era acometido pela dor de pensar, em que era acarinhado «Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio». A inevitabili-
pela família e em que vivia mergulhado no mundo do so- dade da morte leva-o a sugerir que ambos se abstenham de
nho. Contudo, por ser inconsciente, não tinha consciência qualquer gesto de afeto, limitando-se a aguardar, de forma
da sua suposta felicidade. passiva, o seu fim. É possível que seja esse o motivo por
Por outro lado, a infância pode também ser uma fase de que Lídia é descrita como uma «pagã triste». Com efeito,
enorme infelicidade, uma vez que, em princípio, somos esta atitude de abdicação, muito embora vise pacificar a
mais vulneráveis e temos uma menor capacidade de nos angústia provocada pela proximidade da morte, acaba por
defender. mergulhar os que a assumem numa profunda melancolia.
Tal é visível, por exemplo, em muitos dos casos em que Em contrapartida, a consciência da fugacidade da vida pode
crianças são vítimas de bullying. Incapazes de se defende- também levar o ser humano a aperceber-se do quão valiosa
rem, sofrem durante muito tempo em silêncio, apenas con- esta é, impelindo-o a desfrutar da melhor forma do tempo
seguindo denunciar a situação muito mais tarde na vida, de que ainda dispõe.
numa fase em que já trabalharam a sua autoestima. Foi o É possível exemplificá-lo através do percurso biográfico
que sucedeu com Steven Spielberg, que utilizou a experiên- de Stephen Hawking. Diagnosticado aos vinte e um anos
cia de ser vítima de bullying para, posteriormente, realizar com esclerose lateral amiotrófica, era expectável que não
filmes sobre figuras que se sentiam marginalizadas. vivesse durante muito mais tempo. Na realidade – e apesar
• Conclusão: de todas as dificuldades que marcaram a sua existência –,
A infância pode, ou não, ser uma das fases mais felizes da manteve sempre uma atitude otimista, cultivando o senti-
nossa vida. No entanto, cabe-nos a nós conquistarmos a fe- do de humor e acabando por viver até aos setenta e seis
licidade nos restantes períodos da nossa existência. anos.
• Conclusão:
hŶŝĚĂĚĞϭ͘Ϯവ&ĞƌŶĂŶĚŽWĞƐƐŽĂ͕WŽĞƐŝĂĚŽƐŚĞƚĞƌſŶŝŵŽƐ Em síntese, a consciência da fugacidade da vida pode ter
Proposta A (p. 151) um efeito positivo ou negativo na vida do ser humano. É da
• Introdução: responsabilidade de cada indivíduo decidir como atuar face
A atividade reflexiva pode, efetivamente, impedir-nos de à inevitabilidade da morte.
amar algo tal como é, uma vez que nos impele a questio- Proposta C (p. 151)
narmos o objeto do nosso amor, o que pode vir a pôr em • Introdução:
causa o próprio sentimento. A rotina pode ser prejudicial ou benéfica na vida do ser hu-
• Desenvolvimento: mano, uma vez que é um princípio essencial na organização
Com efeito, a tendência para refletirmos permanentemen- quotidiana, mas também pode ser uma fonte de monoto-
te sobre o mundo que nos rodeia pode constituir uma bar- nia e de tédio.
reira entre nós e a realidade, dado que as questões que
• Desenvolvimento:
levantamos nos levam a pô-la em causa, podendo impedir-
Sem rotina, dificilmente é possível o ser humano organizar
-nos eventualmente de desfrutar de algo belo e agradável.
a sua vida do dia a dia. De facto, muito embora o inespe-
É possível comprová-lo, por exemplo, através da poesia de
rado seja, por vezes, algo muito agradável, os indivíduos
Pessoa ortónimo, na qual o sujeito poético é impedido de
necessitam de planificar a sua vida diária com alguma an-
desfrutar dos momentos vividos por uma atividade reflexi-
tecedência para que lhes seja possível respeitarem os seus
va constante, que o mergulha continuamente num proces-
compromissos, tanto a nível profissional como pessoal.
so de intelectualização do qual não se consegue libertar.
A importância da rotina é visível, por exemplo, através da
Do mesmo modo, uma racionalização permanente dos sen-
necessidade que os trabalhadores têm de que seja estabe-
timentos pode impedir-nos de estabelecermos qualquer
lecido um horário de trabalho e de que, sempre que seja
tipo de relação amorosa.
necessário realizar um evento ocasional (como uma reu-
Foi o que sucedeu, por exemplo, na vida de Fernando Pes-
nião), este seja marcado atempadamente.
soa, que estava permanentemente a intelectualizar as emo-
Contudo, caso os indivíduos vivam o seu quotidiano sempre
ções que sentia em relação a Ofélia Queirós – tendo sido
da mesma forma, sem fazerem algo que, de algum modo,
este um dos fatores que o levaram a terminar a sua relação.
os liberte de uma existência rotineira, acabarão por mergu-
• Conclusão: lhar num tédio profundo.
Em suma, a tendência para uma reflexão permanente pode É possível exemplificá-lo através do «Poema dum funcio-
pôr em causa qualquer tipo de afeto. nário cansado», de António Ramos Rosa. Com efeito, neste
Proposta B (p. 151) texto, o sujeito poético sente-se enclausurado num quoti-
diano sempre igual, no qual não há espaço para a poesia.
• Introdução:
A consciência da transitoriedade da vida pode ter vanta- • Conclusão:
gens ou desvantagens na vida do ser humano, em função Concluindo, a rotina pode ter efeitos muito positivos na vida
da forma como nos posicionamos face a esta questão. do ser humano, desde que seja equilibrada com momentos
dedicados a atividades que o libertem do seu quotidiano.
• Desenvolvimento:
Com efeito, caso a noção de que a vida é fugaz leve o indiví- hŶŝĚĂĚĞϭ͘ϯവ&ĞƌŶĂŶĚŽWĞƐƐŽĂ͕Mensagem
duo a assumir uma atitude niilista em relação à sua existên-
cia e a abster-se de qualquer iniciativa, limitando-se a espe- Proposta A (p. 152)
rar a morte, tal consciência será profundamente prejudicial • Introdução:
na sua vida. Os sonhadores têm, de facto, um papel fundamental na
É possível exemplificá-lo através dos conselhos que o su- sociedade, uma vez que são eles que, muitas vezes, contri-
jeito poético dirige à sua interlocutora no final do poema buem para a sua evolução a vários níveis.

192 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

• Desenvolvimento: contemporânea, como é uma das suas grandes fragilidades.


Com efeito, pela sua capacidade visionária, os sonhadores • Desenvolvimento:
conseguem, mesmo nas situações mais adversas, manter- Na atualidade, pelo facto de a sociedade valorizar apenas
-se fiéis aos seus ideais e lutar com determinação pela sua os indivíduos que trabalham, muitas pessoas idosas aca-
concretização. bam por ser votadas ao abandono, caindo numa profunda
Foi o que sucedeu, por exemplo, no caso de Nelson
solidão.
Mandela. Numa época em que o sistema do «apartheid»,
É possível comprová-lo, por exemplo, pelo facto de a socie-
que vigorava na África do Sul, parecia ser invencível, so-
dade civil ter sentido necessidade de criar uma associação
nhou derrubá-lo e criar um país onde os indivíduos fossem
como a Coração Amarelo, cujo objetivo é promover o con-
respeitados independentemente da sua etnia. Pagou um
tacto entre voluntários e pessoas idosas.
preço muito elevado pela sua ousadia, tendo estado preso
durante vinte e sete anos. Contudo, no final, a sua deter- No entanto, não são só os mais velhos que vivem, muitas
minação foi recompensada: não só foi libertado, como se vezes, mergulhados na solidão. Com efeito, a dependência
tornou no primeiro presidente negro do país. de aparelhos tecnológicos (como telemóveis ou tablets)
Além disso, os sonhadores, pela sua capacidade criativa, tem levado indivíduos de todas as faixas etárias a isolarem-
contribuem muitas vezes para o avanço da sociedade a ní- -se uns dos outros e até mesmo dos restantes membros do
vel científico. seu núcleo familiar.
É possível exemplificá-lo através da biografia do Padre Um exemplo que vem corroborar esta realidade é o fac-
Bartolomeu Lourenço de Gusmão, que, graças às suas ex- to de, neste momento, já haver destinos turísticos que, de
periências científicas com balões, se instituiu como um dos forma propositada, não têm wi-fi, para que aqueles que os
precursores da aeronáutica. visitam sejam obrigados a libertar-se, ainda que de forma
• Conclusão: temporária, da sua dependência da tecnologia – e, desta
Em síntese, os sonhadores sempre tiveram um papel fun- forma, sejam incentivados a conviver socialmente.
damental no processo evolutivo da sociedade. • Conclusão:
Em suma, muito embora a solidão seja um dos grandes pro-
Proposta B (p. 152)
blemas que afetam a sociedade contemporânea, a verdade
• Introdução: é que têm vindo a ser tomadas medidas para a combater.
Na sociedade contemporânea, a realização de sacrifícios
em prol da concretização de ideais ainda faz todo o sentido. Proposta B (p. 152)
• Desenvolvimento: • Introdução:
Na atualidade, ainda existem países em que a conquista de Na sociedade contemporânea, o envelhecimento é visto
direitos exige a realização de sacrifícios por parte dos que como um processo profundamente negativo.
ůƵƚĂŵƉĞůĂ ƐƵĂ ŽďƚĞŶĕĆŽ വĞƋƵĞ͕ƉŽƌ ǀĞnjĞƐ͕ĂĐĂďĂŵ ƉŽƌ
• Desenvolvimento:
pagar a sua coragem com a própria vida.
Numa sociedade em que os indivíduos são valorizados em
Por exemplo, no Irão, Mahsa Amini, uma jovem de vinte
e dois anos, foi morta pela Polícia da Moral após ter sido função da sua produtividade, muitas vezes, o contributo
detida por, supostamente, ter o hijab mal colocado. Este que os mais velhos deram, ao longo da sua vida, é esque-
evento provocou a revolta de muitas pessoas do país, que cido, sendo estes considerados pelos mais novos como um
se têm manifestado continuamente. Apesar de a sua ou- fardo indesejável do qual é necessário libertar-se o mais
sadia ter levado muitos manifestantes a serem detidos e rapidamente possível.
alguns a serem feridos ou até mortos, a verdade é que os É possível exemplificá-lo através do número assustador
protestos não cessaram, tendo, em consequência disso, de idosos que são abandonados em hospitais pelos seus
a Polícia da Moral sido abolida. familiares.
Do mesmo modo, há casos, na sociedade contemporânea, É também de considerar o facto de os elevadíssimos pa-
em que a revelação de factos que regimes não democráti- drões de beleza da sociedade contemporânea não terem
cos procuram ocultar exige a realização de sacrifícios por em conta as diversas fases de vida dos indivíduos, incenti-
parte dos que lutam em defesa da verdade. vando-os a permanecerem eternamente jovens, sob pena
Foi o que sucedeu, por exemplo, com Anna Politkovskaya, de não serem amados nem valorizados.
jornalista russa que, por ter criticado fortemente Vladimir Esta realidade é bem visível nos anúncios publicitários:
Putin e o seu governo, acabou por ser assassinada em Mos- salvo honrosas exceções, procuram transmitir a ideia de
covo. Muito embora tenha perdido a vida, os resultados que é possível manter eternamente a juventude, graças ao
das suas investigações jornalísticas têm continuado a ser recurso a produtos de cosmética desenvolvidos nos me-
publicados, tendo contribuído para a intensificação das crí- lhores laboratórios ou, no caso de estes já não resultarem,
ticas a este regime. a cirurgias estéticas. A crença de que é possível tornar real o
• Conclusão: mito da eterna juventude leva muitas pessoas a recusarem
Em síntese, a realização de sacrifícios em nome de ideais o processo de envelhecimento. Ao constatarem que este
faz todo o sentido na sociedade atual: mesmo que, numa é irreversível, acabam, por vezes, por cair em depressões.
primeira fase, estes pareçam ser feitos em vão, na verdade, • Conclusão:
acabam sempre por dar frutos. Em suma, a desvalorização dos mais velhos na sociedade
Unidade 2 – Contos atual é uma fonte de problemas, pelo que é fundamental
reverter esta situação, levando as pessoas a compreende-
Proposta A (p. 152) rem que o processo de envelhecimento corresponde a um
• Introdução: crescimento a nível da sabedoria, devendo, consequente-
A solidão não só continua a ser um problema na sociedade mente, os idosos ser valorizados.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 193


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

Unidade 4 – José Saramago, Memorial do convento mais seguidores em Portugal, tendo sido convidado para
e O ano da morte de Ricardo Reis palestras e entrevistas.
Proposta A (p. 152) • Conclusão:
Em suma, ainda que, por vezes, não tenhamos oportunida-
• Introdução:
de de nos aperceber de todo o alcance dos nossos gestos,
A música tem um papel fundamental na sociedade atual,
a verdade é que todos temos o poder de mudar o mundo.
fazendo parte do quotidiano da maioria das pessoas, tanto
no espaço doméstico como no espaço público.
• Desenvolvimento:
COMPREENSÃO DO ORAL
Com efeito, muito embora as plataformas online tenham
retirado importância aos objetos físicos através dos quais
Ficha de compreensão do oral 1 – debate (p. 153)
a música era divulgada, o que levou algumas pessoas a
preverem, numa primeira fase, o fim da possibilidade de 1. C; 2. A; 3. D; 4. C.
alguém sobreviver com base numa carreira musical, a ver-
dade é que tal não aconteceu. Consciente de que as pes-
EXPRESSÃO ORAL
soas necessitam de ouvir música frequentemente, como
forma de evasão ou de catarse de sentimentos reprimidos,
a indústria musical soube adaptar-se a esta nova época. Ficha 1 – Debate (pp. 155-156)
É possível comprová-lo, por exemplo, através de platafor-
mas de streaming, como o Spotify – pelas quais pessoas de Proposta A (p. 155)
todo o mundo estão dispostas a pagar. Aspetos que podem ser abordados:
Além disso, a indústria musical tem consciência de que a • o poder político tem responsabilidade no processo de
música é também uma ponte para o convívio social. Por combate às alterações climáticas, uma vez que a definição
esse motivo – e para compensar a perda de lucros decor- de estratégias conjuntas por parte dos governos das dife-
rente do fim dos objetos físicos que anteriormente eram rentes nações terá um grande impacto nesta questão (tem
ŶĞĐĞƐƐĄƌŝŽƐ ƉĂƌĂ Ă ƐƵĂ ƌĞƉƌŽĚƵĕĆŽ വ͕ Ƶŵ ŐƌĂŶĚĞ ŶƷŵĞ- sido este o objetivo de eventos como a 27.ª Conferência
ro de músicos tem intensificado a realização de tournées das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas, realizada
mundiais, sendo que muitos dos espetáculos esgotam, em novembro de 2022);
devido à vontade que os fãs têm não só de assistir a con-
• no entanto, não devemos responsabilizar unicamente o
certos ao vivo, mas também de conviver com pessoas que
poder político por esta questão: cada indivíduo deve con-
apreciam o mesmo estilo musical.
tribuir quotidianamente para o combate às alterações cli-
• Conclusão: máticas, por exemplo, através da poupança de energia, da
Concluindo, a música tem um papel absolutamente funda- diminuição do consumo de carne, da utilização de trans-
mental na sociedade contemporânea. portes públicos ou da reciclagem.
Proposta B (p. 152) Proposta B (p. 155)
• Introdução: Aspetos que podem ser abordados:
Muito embora muitas pessoas julguem que não têm qual-
• não deviam realizar-se eventos de cariz internacional
quer impacto no mundo, a verdade é que, mesmo a título
(como, por exemplo, o Mundial de Futebol), em países
individual, podemos contribuir para tornar a sociedade
que não respeitam os direitos humanos, dado que, desta
melhor.
forma, lhes é possível transmitirem aos restantes países
• Desenvolvimento: uma imagem de cariz positivo que não se coaduna com a
A atitude de apenas um indivíduo pode contribuir para a realidade;
resolução de problemas graves da atualidade.
• em contrapartida, é também possível argumentar que a
É possível exemplificá-lo através da história de Greta
realização destes eventos contribui para enriquecer estes
Thunberg: preocupada com as alterações climáticas, deci-
diu manifestar-se individualmente em frente ao parlamen- países, sendo que tal pode promover o seu desenvolvi-
to sueco. O seu gesto foi posteriormente seguido, numa mento e, consequentemente, o respeito pelos direitos
primeira fase, por outros jovens do mesmo país e, numa humanos.
segunda fase, por jovens de todo o mundo, acabando por Proposta C (p. 155)
culminar num movimento de greve dos estudantes pelo Aspetos que podem ser abordados:
clima. Graças a esta ativista, as inquietações dos jovens em
relação às alterações climáticas foram, pela primeira vez, • a proibição da circulação de carros nas cidades é benéfica,
ouvidas nas Nações Unidas. uma vez que contribui para a diminuição da poluição at-
Além disso, pequenos gestos de bondade podem contri- mosférica, que tem um grande impacto na saúde pública;
buir para melhorar a sociedade. além disso, desta forma, é possível promover o recurso a
É possível exemplificá-lo através da história de Lucas meios de locomoção não poluentes (como as bicicletas e
Rodrigues, um jovem português que, depois de um assalto as trotinetas); finalmente, o fim da circulação de veículos
de consequências traumáticas, decidiu começar a interagir permite que parte das estradas e alguns parques de esta-
com estranhos na rua, tendo, numa fase posterior, opta- cionamento sejam convertidos em jardins.
do por começar a perguntar-lhes o que os faria felizes e a • contudo, a proibição da circulação de carros nos centros
concretizar os seus desejos. Estes vídeos são apresentados urbanos tem a desvantagem de dificultar muito o acesso a
no TikTok, no canal Lucas with strangers. Em consequência estes locais, o que é uma grande desvantagem, sobretudo
da sua bondade, Lucas tornou-se num dos tiktokers com para a população que lá trabalha.

194 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Proposta D (p. 156) tédio, regista como maior acontecimento de uma tarde de
Aspetos que podem ser abordados: domingo a observação das costas de um homem, processo
que o leva a sonhar ter uma vida diferente da sua;
• o voluntariado tem um papel fundamental na formação dos
jovens, visto que contribui para o desenvolvimento de ca- • contudo, ao contrário do que sucede na obra de Fernando
racterísticas essenciais, como a bondade, o altruísmo e o Pessoa, no final deste poema, o eu parece estar satisfeito
respeito pelo outro; além disso, o trabalho de caráter vo- por regressar à sua existência.
luntário promove também o desenvolvimento da sua ma- Proposta B (p. 160)
turidade e leva-os a terem uma visão mais abrangente da
Aspetos que podem ser abordados:
sociedade;
• nesta gravura, é possível observar três crianças a brincarem
• todavia, ao tornar-se obrigatório, o voluntariado acaba por
ao jogo das escondidas: as duas mais velhas encontram-se
perder a característica que dá origem à própria palavra: o
do lado esquerdo, atrás de um sofá, enquanto a mais nova,
facto de ser realizado por vontade própria e não por obriga-
em primeiro plano, gatinha à sua procura;
ção; deste modo, pode acabar por se converter numa obri-
gação fastidiosa que é necessário cumprir, ao invés de ser, • as suas caras sorridentes sugerem a felicidade característica
como era suposto, um ato livre de generosidade. deste período da vida marcado pelas atividades lúdicas e
pela inconsciência;
Proposta E (p. 156)
• na poesia de Fernando Pessoa ortónimo dedicada à temá-
Aspetos que podem ser abordados: tica da nostalgia da infância, o eu exprime o seu desejo de
• se os jovens tivessem direito a votar a partir dos dezasseis regressar a esta fase da vida, na qual, graças à sua incons-
anos, interessar-se-iam mais cedo pela política; além disso, ciência, ainda não era afetado pela dor de pensar.
idealmente, esta hipótese poderia vir a contribuir para o
hŶŝĚĂĚĞϭ͘Ϯവ&ĞƌŶĂŶĚŽWĞƐƐŽĂ͕WŽĞƐŝĂĚŽƐŚĞƚĞƌſŶŝŵŽƐ
desenvolvimento do seu espírito cívico e para a promoção
da sua responsabilidade; Proposta A (p. 160)
• contudo, é possível considerar que, aos dezasseis anos, al- Aspetos que podem ser abordados:
guns jovens ainda não têm maturidade suficiente para refle- • no poema de Sophia de Mello Breyner Andresen, muito
tirem criticamente sobre as diferentes propostas políticas. embora o primeiro verso configure a morte de uma forma
Proposta F (p. 156) abjeta e angustiante, em termos globais, o fim da vida é
perspetivado como um processo natural, que em nada al-
Aspetos que podem ser abordados:
terará o ciclo da Natureza: com efeito, o facto de a beleza
• tendo em conta que, na época atual, os jovens têm um do mundo se manter após a sua morte parece apaziguar o
acesso rápido a todo o tipo de informação, graças à inter- sujeito poético;
net, há quem considere que estes são muito mais cultos do
• da mesma forma, na obra de Alberto Caeiro, o fim da vida
que os de há trinta anos;
é encarado com grande serenidade, dado que, enquanto
• todavia, muitas vezes, o acesso à informação não é sinóni- evento que se enquadra na ordem natural das coisas, ocor-
mo de cultura, traduzindo-se, ao invés, num conhecimento rerá no tempo devido e em nada alterará o mundo natural.
superficial sobre vários temas ou na apropriação acrítica
de dados recolhidos na internet sem confirmação da sua Proposta B (p. 161)
veracidade. Aspetos que podem ser abordados:
Proposta G (p. 156) • nesta imagem, a barca de Caronte é representada a atra-
vessar o rio Estige, com algumas almas a bordo, sendo que
Aspetos que podem ser abordados:
o seu aspeto aterrorizado ou cabisbaixo confere à gravura
• os dispositivos tecnológicos têm a vantagem de permitir um um tom sombrio, que é reforçado pelas inúmeras almas
rápido acesso a informação que, no passado, tinha necessa- que flutuam como cadáveres no rio ou que procuram, em
riamente de ser recolhida em várias obras, implicando um vão, subir para a embarcação; o facto de a barca ter na proa
processo de investigação complexo e moroso; além disso, uma coruja, animal tipicamente associado à noite, contribui
têm ainda a vantagem de poder guardar na sua memória também para esta tonalidade lúgubre; no entanto, destaca-
várias obras literárias, o que facilita muito o seu transporte; -se, acima de tudo, uma enorme figura espectral que surge
• no entanto, enquanto a informação apresentada num livro do lado direito, em plano de fundo, conferindo à imagem
foi, em princípio, revista a nível científico, por vezes, os da- um aspeto aterrorizador; finalmente, são ainda de salientar
dos a que temos acesso através da internet não têm qual- as cores sombrias utilizadas, que contribuem também para
quer fundamento; é ainda de salientar, a nível das obras a criação de uma atmosfera sinistra;
literárias, o facto de muitos leitores apreciarem ainda mui- • também na obra de Ricardo Reis a morte é configurada
to o formato em papel, afirmando que torna a leitura mais como um evento profundamente angustiado, que provoca
agradável e menos cansativa. a descida das almas ao Hades — submundo do universo pa-
gão, marcado pelas trevas e pelo desespero.
Ficha 2 – AprĞĐŝĂĕĆŽĐƌşƟĐĂ (pp. 159-164)
Proposta C (p. 161)
hŶŝĚĂĚĞϭ͘ϭവ&ĞƌŶĂŶĚŽWĞƐƐŽĂ͕WŽĞƐŝĂĚŽŽƌƚſŶŝŵŽ
Aspetos que podem ser abordados:
Proposta A (p. 159)
• nesta gravura, é possível observar um espaço noturno
Aspetos que podem ser abordados: no qual vários arranha-céus se erguem sobre dois túneis.
• tal como na poesia de Fernando Pessoa ortónimo, está Os quatro edifícios que se encontram na frente estão in-
presente, neste poema, a temática do sonho e realidade: o clinados, o que transmite a impressão de que se trata de
sujeito poético, mergulhado numa existência marcada pelo um espaço muito preenchido com construções. Além da

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 195


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

monumentalidade dos arranha-céus, destaca-se ainda a encontrando-se nas Ilhas Afortunadas à espera do momen-
abundância de luzes, evidenciada pelos semáforos que, do to adequado para regressar a Portugal sob a forma de Enco-
lado direito da imagem, lançam luzes em diversas direções. berto e para liderar o Quinto Império.
A iluminação repete-se ainda em feixes de luz que se proje-
Unidade 2 – Contos
tam entre os prédios e também por trás de dois dos edifí-
cios. Desta forma se configura um espaço citadino marcado Proposta A (p. 163)
pelo progresso, que se reflete nas enormes dimensões dos Aspetos que podem ser abordados:
prédios e na iluminação abundante. De salientar ainda o
• nesta gravura, é possível observar um ceifeiro a trabalhar
anúncio publicitário que se encontra na fachada do edifício
num campo de trigo; à sua volta, encontram-se vários far-
que se encontra no centro – e que aponta para o consumis-
dos de trigo, o que sugere que também outros homens cei-
mo característico dos centros urbanos. Finalmente, o facto
farão naquele local. Em plano de fundo, encontra-se uma
de em ambos os lados dos túneis se observar canos pode
pequena localidade, possivelmente uma aldeia;
ser interpretado como uma alusão à canalização pública ins-
talada nas cidades – outra consequência benéfica do pro- • no conto «Sempre é uma companhiaͫ, muitos dos habitan-
gresso técnico. No mesmo sentido parece ir a estrada que tes da aldeia são ceifeiros. Até à chegada do rádio, todos se
surge no plano intermédio entre os túneis e os edifícios; limitavam a intercalar o trabalho nos campos e a vida do-
méstica; quando Batola fica com este aparelho à experiên-
• à semelhança do que sucede nesta gravura, também na
cia, a sua vida muda radicalmente: passam a ir à mercearia
poesia de Álvaro de Campos pertencente à fase futurista
ouvir as notícias, discutir a atualidade e até mesmo, em al-
(nomeadamente na «Ode triunfalͫ), o sujeito poético pro-
gumas ocasiões, dançar ao som da música emitida.
cede à exaltação do progresso técnico e do desenvolvimen-
to a nível urbano que lhe está associado, descrevendo as Proposta B (p. 163)
cidades como locais onde se aglomeram os edifícios, onde Aspetos que podem ser abordados:
se promove o consumismo e onde a iluminação pública
• no poema apresentado, o sujeito poético afirma-se como
transformou a vivência noturna.
uma figura feminina que, graças às dificuldades por que
Unidade 1.3 വ&ĞƌŶĂŶĚŽWĞƐƐŽĂ͕Mensagem passou, se tornou numa «guerreiraͫ, estatuto que exibe
com muito orgulho;
Proposta A (p. 162)
• também no conto «Georgeͫ a protagonista se conseguiu
Aspetos que podem ser abordados: libertar das imposições da sociedade, tornando-se numa
•neste poema, o eu configura o mar como um elemento que mulher livre e independente; contudo, neste segundo caso,
procura seduzir a terra a ir descobri-lo; a referência a «Sa- esta condição, por ser associada a um extremo desapego a
gresͫ remete para o local lendário onde, segundo a lenda, nível afetivo, há de levá-la a uma profunda solidão.
teria existido a escola do Infante D. Henrique; Unidade 4 – José Saramago, Memorial do convento
•em Mensagem, a temática dos Descobrimentos é também e O ano da morte de Ricardo Reis
abordada: no poema «D. Dinisͫ, por exemplo, a terra surge
como um elemento que anseia pelo mar; além disso, em Proposta A (p. 164)
poemas como «O Infanteͫ e «Padrãoͫ, o elemento maríti- Aspetos que podem ser abordados:
mo é configurado como algo que era necessário desvendar • nesta gravura, é possível observar várias figuras de costas
para a revelação do mundo na sua totalidade. que assistem a um auto de fé (visível apenas pelas chamas
Proposta B (p. 162) que dominam o plano de fundo). Entre estas personagens,
destacam-se dois frades que empunham cruzes.
Aspetos que podem ser abordados:
• em Memorial do convento, é feita uma severa crítica à In-
• a gravura de Lima de Freitas divide-se em dois painéis que quisição, responsável não só pela morte de várias pessoas
podem ser entendidos como uma sequência: no da esquer- (como é evidenciado através do episódio do auto de fé que
da, é possível observar a armadura vazia de D. Sebastião é descrito), como também pela perseguição de todos aque-
em cima de um pedestal num campo plano que pode ser les que procurassem, de alguma forma, libertar-se do seu
entendido como uma representação de Alcácer-Quibir. De pesado jugo (como sucede com o Padre Bartolomeu Lou-
salientar que, no céu, é representada a passagem de um co- renço de Gusmão que, por pôr em causa a Trindade Santa e
meta. Esta imagem pode ser interpretada como uma alusão por construir a passarola, acaba por ser perseguido).
à morte de D. Sebastião no Norte de África. No entanto, a
representação do cometa pode apontar para um aconteci- Proposta B (p. 164)
mento sobrenatural que marcou este momento: o facto de Aspetos que podem ser abordados:
o monarca, muito embora tendo morrido, se ter mitificado. • neste poema de Ricardo Reis, o sujeito poético, ao obser-
É para isso que parece apontar o painel da direita, no qual var as flores que o rodeiam no verão, sente uma angús-
este é representado em tronco nu (uma vez que perdeu a tia antecipada por ter consciência de que, após a morte,
sua armadura, associada à vivência física, no campo de ba- no sombrio reino de Hades, lhe será impossível desfrutar
talha), com o peito cravado de duas flechas. O facto de se- deste prazer. Assim, seguindo o princípio horaciano do car-
gurar na mão esquerda a terceira flecha pode ser entendido pe diem, opta por colher uma rosa. Muito embora tendo
como um sinal de que conseguiu vencer a morte – hipótese consciência de que esta está destinada a murchar (fac-
que é corroborada pelo céu estrelado que se encontra atrás to que é anunciado pela utilização do gerúndio do verbo
de si; marcere – «Marcendaͫ –, que significa «a que murchaͫ),
• em Mensagem, a morte de D. Sebastião também é confi- o eu prefere que esta o faça nas suas mãos, uma vez que lhe
gurada como um processo transitório: por ter sacrificado a confere algum prazer, em vez de se degradar por ação da
sua vida em nome do seu sonho, o monarca mitificou-se, passagem do tempo;

196 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

• em O ano da morte de Ricardo Reis, esta forma verbal é uti- Proposta C (p. 167)
lizada para denominar uma das protagonistas: Marcenda, Aspetos que podem ser abordados:
à semelhança da rosa, também há de murchar, uma
• na sua fase futurista – nomeadamente na «Ode triunfalͫ –,
vez que, tendo oportunidade de escolher entre a morte
Álvaro de Campos faz uma apologia da vida moderna, exal-
(o seu bloqueio afetivo representado pelo seu lado esquer-
tando as máquinas, a vida nos centros urbanos e meios de
do paralisado) e a vida (o amor de Ricardo Reis), acaba por
transporte mais recentes na época;
repudiá-lo.
• no entanto, tal não significa que não tenha um espírito
Ficha 3 – Exposição sobre um tema (pp. 167-168) crítico em relação à sociedade coeva: de facto, em «Ode
triunfalͫ, faz uma crítica feroz à decadência, à violência e à
hŶŝĚĂĚĞϭ͘ϭവ&ĞƌŶĂŶĚŽWĞƐƐŽĂ͕WŽĞƐŝĂĚŽŽƌƚſŶŝŵŽ
hipocrisia que a marcavam.
Proposta A (p. 167)
hŶŝĚĂĚĞϭ͘ϯവ&ĞƌŶĂŶĚŽWĞƐƐŽĂ͕Mensagem
Aspetos que podem ser abordados:
Proposta A (p. 167)
• na obra poética de Fernando Pessoa ortónimo, o sonho é
sempre considerado como superior à realidade. Mergulha- Aspetos que podem ser abordados:
do numa existência marcada pelo tédio e pela abulia, o eu • em Mensagem, os heróis são perspetivados como figuras
privilegia o universo onírico, que pode ser configurado não escolhidas por Deus para concretizarem os Seus planos,
só como um local idealizado que lhe permitiria evadir-se do que lhes eram incutidos na alma através do sonho;
quotidiano, mas também como uma aspiração que não foi • assim, enquanto sonhadores, não se satisfazem com a
concretizada; existência quotidiana, destacando-se da turba, que apenas
• incapaz de se libertar de um processo permanente de inte- vive para a satisfação dos seus instintos básicos; por este
lectualização e da inércia que o corrói, o sujeito poético aca- motivo, acabam por viver na solidão;
ba por nada fazer para tentar tornar os seus sonhos reais; • além disso, o preço a pagarem para se mitificarem é o
• a tentativa de fuga para o mundo onírico também fracassa, sofrimento ou mesmo a morte (como sucedeu com D.
dado que a razão interfere no processo, evidenciando a sua Sebastião);
dimensão irreal. • atualmente, os heróis não são necessariamente aqueles
Proposta B (p. 167) que se destacam do resto dos homens: muitas vezes são
indivíduos que, de forma discreta (por exemplo, através do
Aspetos que podem ser abordados:
voluntariado), procuram fazer o que está ao seu alcance
• a poesia de Fernando Pessoa ortónimo é marcada pela nos- para melhorarem um pouco o mundo;
talgia da infância, período em que o eu era inconsciente,
• além disso, na sociedade contemporânea, o sofrimento
não sendo, consequentemente, ainda acometido pela dor
não é uma condição obrigatória para se alcançar o estatuto
de pensar;
de herói.
• contudo, graças à sua inconsciência, este não tinha cons-
ciência das suas emoções, razão pela qual não era, na reali- Proposta B (p. 167)
dade, verdadeiramente feliz: com efeito, a felicidade deste Aspetos que podem ser abordados:
período resulta da forma idealizada como é perspetivado no • em Mensagem, o sujeito poético considera que a socieda-
presente. de portuguesa da sua época se encontra marcada pela de-
hŶŝĚĂĚĞϭ͘Ϯവ&ĞƌŶĂŶĚŽWĞƐƐŽĂ͕WŽĞƐŝĂĚŽƐŚĞƚĞƌſŶŝŵŽƐ cadência e pela estagnação: daí a necessidade da vinda do
Encoberto para reerguer o país e torná-lo líder do Quinto
Proposta A (p. 167) Império;
Aspetos que podem ser abordados: • do mesmo modo, a sociedade atual não é vista como muito
• na obra de Alberto Caeiro, o sujeito poético deseja liber- próspera: o país tem estado à mercê de crises económicas
tar-se do pensamento e fruir do mundo na sua dimensão e ainda há bastantes famílias a viverem na pobreza.
objetiva;
Unidade 2 – Contos
• para tal, concentra-se nas sensações que o mundo natural
que o rodeia lhe proporciona, nomeadamente na visão, pro- Proposta A (p. 168)
curando libertar-se de ideias preconcebidas e de todo o tipo Aspetos que podem ser abordados:
de pensamento filosófico; • nos anos 40, o universo rural português praticamente não
• de facto, na sua perspetiva, esta era a única forma de amar a tinha contacto com o mundo exterior, encontrando-se a sua
Natureza: não a questionando, mas aceitando-a plenamen- vivência muito distante da dos centros urbanos; este iso-
te como é. lamento é visível no conto «Sempre é uma companhiaͫ: a
partir do momento em que o rádio chega à aldeia, os seus
Proposta B (p. 167)
habitantes começam a receber informação do mundo exte-
Aspetos que podem ser abordados: rior. Deste modo, deixam de ser meros seres passivos, que
• o Epicurismo está presente na poesia de Ricardo Reis sobre- se limitam a trabalhar, e passam a refletir sobre os aconteci-
tudo através do ideal da ataraxia, isto é, da defesa de uma mentos internacionais da sua época;
fruição moderada dos prazeres e de uma vivência tranquila, • na atualidade, a realidade no mundo rural é bem diferen-
em nada afetada pelos acontecimentos exteriores; te: os meios de comunicação social e, posteriormente,
• o Estoicismo manifesta-se através da referência à apatia, ou a internet permitiram a qualquer indivíduo ter acesso a in-
seja, à libertação de todo e qualquer sentimento e à aceita- formação de todo o mundo; deste modo, houve uma unifor-
ção, de forma disciplinada, do destino. mização da mentalidade e das vivências nos diversos locais;

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 197


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

• de salientar ainda que, atualmente, o teletrabalho tem Ficha 4 – Texto de opinião (pp. 169-172)
permitido que muitos habitantes das cidades se deslo-
hŶŝĚĂĚĞϭ͘ϭവ&ĞƌŶĂŶĚŽWĞƐƐŽĂ͕WŽĞƐŝĂĚŽŽƌƚſŶŝŵŽ
quem para o mundo rural: desta forma, as diferenças a
nível da mentalidade entre o espaço citadino e o espaço Proposta A (p. 171)
campestre têm cada vez mais tendência a esbater-se. Aspetos que podem ser abordados:
• a atividade reflexiva pode ser uma fonte de infelicidade
Proposta B (p. 168)
quando se torna obsessiva, impedindo o ser humano de
Aspetos que podem ser abordados: desfrutar da realidade;
• tanto no conto «Georgeͫ, como na atualidade, a figura fe- • é o que sucede, por exemplo, no caso do sujeito poético
minina é perspetivada como um ser emancipado, que luta de Fernando Pessoa ortónimo: a sua incapacidade de se li-
bertar de uma razão que o leva a intelectualizar permanen-
pelos seus sonhos e se recusa a depender economicamen-
temente as suas emoções impede-o de fruir do presente,
te de um cônjuge; levando-o a ser vítima da dor de pensar;
• contudo, enquanto na sociedade contemporânea estas ca- • no entanto, se tiver o propósito de levar o indivíduo a me-
racterísticas são perspetivadas como positivas, no conto ditar sobre a realidade que o rodeia, não a aceitando passi-
«Georgeͫ surgem associadas a um desapego a nível afeti- vamente e procurando transformá-la de forma positiva, a
reflexão pode ser um instrumento fundamental ao serviço
vo que trará muita infelicidade à protagonista.
da evolução da humanidade;
hŶŝĚĂĚĞϰവ:ŽƐĠ^ĂƌĂŵĂŐŽ͕Memorial do convento • é possível exemplificá-lo através do caso de Marie Curie,
e O ano da morte de Ricardo Reis cientista que foi levada, pela sua capacidade reflexiva, a de-
senvolver pesquisas inovadoras na área da radioatividade.
Proposta A (p. 168)
Proposta B (p. 171)
Aspetos que podem ser abordados: Aspetos que podem ser abordados:
• a relação entre Baltasar e Blimunda, muito embora o ro- • a capacidade de sonhar pode ter efeitos muito benéficos na
mance tenha lugar no século XVIII, reveste-se de contor- vida do ser humano, dado que, sem aspirações, não seria
nos muito atuais: ao contrário do que sucedia na época, possível ao ser humano evoluir e transformar a realidade;
estes não são casados e não têm filhos, vivendo exclusi- • o sonho foi fundamental, por exemplo, no caso de Martin
vamente um para o outro; além disso, Blimunda não se Luther King – foi graças à sua ambição de combater a discri-
minação racial nos Estados Unidos que os negros começa-
submete à autoridade de Baltasar nem este é adúltero;
ram a lutar pela igualdade neste país;
• por todos estes motivos, esta relação contrasta fortemen- • o sonho pode também ser associado a um plano onírico,
te com a relação entre D. João V e D. Maria Ana, marcada que muitas vezes é utilizado como uma forma de evasão de
pelo adultério (por parte do rei) e por uma enorme infeli- uma realidade percecionada como decetiva; contudo, caso
cidade por parte da figura feminina; este local idealizado seja configurado como inacessível, tal
pode gerar sentimentos de frustração no indivíduo;
• na sociedade atual, muito embora ainda haja relações
• é, por exemplo, o que sucede no poema de Fernando
abusivas, a tendência é que, na sua maioria, estas se pau- Pessoa ortónimo intitulado «Não sei se é sonho, se realida-
tem pelo amor e pelo respeito entre ambos os elementos. de», no qual a razão omnipresente do eu o impede de acre-
ditar na existência do local idealizado que evoca, levando-o
Proposta B (p. 168)
a manifestar um profundo desalento.
Aspetos que podem ser abordados:
hŶŝĚĂĚĞϭ͘Ϯവ&ĞƌŶĂŶĚŽWĞƐƐŽĂ͕WŽĞƐŝĂĚŽƐŚĞƚĞƌſŶŝŵŽƐ
• em O ano da morte de Ricardo Reis, o protagonista, após a
morte do seu criador, tem hipótese de se tornar autónomo Proposta A (p. 171)
em relação a ele: para tal, deveria tornar-se num Ricardo Aspetos que podem ser abordados:
Reis saramaguiano: libertar-se dos seus preconceitos so- • a fixação de pessoas no mundo rural pode ser uma fonte de
ciais, casando-se com Lídia, e afastar-se dos seus ideais de profunda felicidade – uma vez que propicia o contacto com
a Natureza, algo que é fundamental, tanto para os adultos
ataraxia e de apatia, juntando-se aos opositores do regime
(uma vez que permite um estilo de vida mais sereno e sau-
(como fez Daniel); dável), como para as crianças (dado que, além dos benefí-
• contudo, o heterónimo de Fernando Pessoa, muito em- cios anteriormente apontados, promove uma vida em liber-
bora sofra bastantes alterações ao longo da obra (visíveis, dade, na qual as atividades lúdicas podem ser desenvolvidas
ao ar livre);
por exemplo, no facto de se indignar com o bodo do Sécu-
• por estes motivos que muitas pessoas têm optado, na atua-
lo, com a forma como a PVDE tratava os suspeitos e de, no
lidade, por se deslocarem para as áreas rurais;
final, chorar após a derrota dos marinheiros revoltosos),
• algo que foi possibilitado pelo teletrabalho –, sendo que vá-
acaba por abdicar da possibilidade de ser tornar autóno-
rias reportagens apresentadas nos media têm dado conta
mo em relação ao seu criador, decidindo, assim, acompa- de que esta experiência tem tido, na maioria dos casos, um
nhá-lo até ao cemitério no momento em que terminam os balanço muito positivo;
nove meses de que este dispunha para estar presente no • no entanto, para que este processo de fixação no campo te-
mundo após a morte. nha resultados inequivocamente positivos, será necessário

198 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

que o governo fomente o desenvolvimento destas áreas, futuro – iniciativa que teve um impacto muito positivo na
nomeadamente através da construção de infraestruturas imagem internacional de Portugal;
essenciais; • no entanto, a evocação da época dos Descobrimentos pode
• com efeito, há locais no país em que é ainda necessário des- ter também consequências profundamente negativas, uma
locar-se ao longo de vários quilómetros para se aceder aos vez que pode levar os portugueses a refugiarem-se numa
serviços hospitalares. nostalgia do passado que se configura como um processo
paralisante, na medida em que os impede de procurarem
Proposta B (p. 171)
fazer algo para melhorar o presente, dado que este se lhes
Aspetos que podem ser abordados: afigura sempre como um tempo de decadência;
• a assunção de uma atitude de imperturbabilidade pode ter • é possível exemplificá-lo através de grupos saudosistas que
consequências positivas na vida do ser humano, caso esta idealizam a época dos Descobrimentos, considerando que,
seja assumida de forma moderada – isto é, como um meio apesar de se ter verificado uma enorme evolução, sobretu-
para não se deixar afetar em demasia por obstáculos encon- do a nível dos direitos humanos, a sociedade atual é marca-
trados no percurso de vida; da por uma degradação irreversível – ou que apenas pode
• é possível alcançar um comportamento mais sereno, por ser solucionada através do retorno a ideais manifestamente
exemplo, através de técnicas como a meditação. Com efei- ultrapassados.
to, está comprovado que a serenidade obtida através desta
prática permite ao indivíduo distanciar-se dos seus proble- Proposta B (p. 172)
mas e, consequentemente, refletir posteriormente sobre Aspetos que podem ser abordados:
eles de forma muito mais serena e ponderada; • a crença na vinda de um salvador pode ter consequências
• todavia, caso o ser humano se mostre totalmente indiferen- benéficas para o país, na medida em que pode levar os por-
te em relação à realidade que o rodeia, tal atitude poderá tugueses a terem esperança de que um determinado líder
ter consequências profundamente negativas na sua vida; permita ao país entrar numa época de prosperidade;
• tal é claramente demonstrado, por exemplo, em O ano da • é este tipo de expectativas que leva muitos portugueses a
morte de Ricardo Reis – na medida em que, neste roman- envolverem-se nas campanhas eleitorais em torno de um
ce, o protagonista é desafiado a libertar-se da atitude de determinado candidato;
ataraxia em que se encontrava mergulhado – e que, entre • no entanto, o facto de os portugueses esperarem a che-
outros aspetos, o impedia de se revoltar contra um regime gada de um elemento externo que mude o rumo das suas
ditatorial manifestamente autoritário e opressivo. vidas pode levá-los a caírem numa inércia profundamente
Proposta C (p. 171) prejudicial;
Aspetos que podem ser abordados: • é o que sucede, por exemplo, com muitos indivíduos que,
• o desenvolvimento tecnológico que se tem verificado tem semana após semana, apostam no Euromilhões, esperan-
tido, maioritariamente, consequências profundamente po- do que uma eventual fortuna que daí venha lhes permita
sitivas – uma vez que está associado a um enorme progres- transformar as suas vidas – ao invés de se empenharem ati-
so que tem contribuído de forma decisiva para aumentar o vamente num processo de mudança.
bem-estar da humanidade;
hŶŝĚĂĚĞϮവŽŶƚŽƐ
• é possível exemplificá-lo, a nível dos cuidados de saúde: dis-
positivos como os membros biónicos têm tido um impacto Proposta A (p. 172)
profundamente positivo na vida de pessoas que têm mem- Aspetos que podem ser abordados:
bros amputados; • atualmente, os media ainda têm um grande impacto na so-
• contudo, a evolução tecnológica pode também ter um im- ciedade, uma vez que têm uma enorme influência na forma-
pacto profundamente negativo, em virtude da adição que ção da opinião pública;
pode provocar; • é possível comprová-lo, por exemplo, pelo facto de os movi-
• é o que sucede sobretudo no que diz respeito aos jovens. De mentos cívicos procurarem sempre divulgar as suas reivindi-
facto, estes, muitas vezes, sofrem de privação do sono pelo cações através da imprensa, da rádio e da televisão;
facto de ficarem acordados durante muitas horas, devido à • contudo, as redes sociais vieram roubar algum protagonis-
necessidade de se manterem constantemente em contacto mo aos media, acabando por influenciar a opinião de mui-
com os seus pares. tos indivíduos;
hŶŝĚĂĚĞϭ͘ϯവ&ĞƌŶĂŶĚŽWĞƐƐŽĂ͕Mensagem • tal é visível, por exemplo, através de fake news que, circu-
lando nestas redes, acabam por dar origem a teorias da
Proposta A (p. 172) conspiração que podem ter consequências muito nefastas
Aspetos que podem ser abordados: na sociedade.
• a nostalgia demonstrada por Portugal em relação à época Proposta B (p. 172)
dos Descobrimentos pode ter consequências positivas, uma
vez que a recordação de uma época de glória pode incenti- Aspetos que podem ser abordados:
var os portugueses a confiarem no seu potencial e a realiza- • na sociedade atual, muito tem sido feito a nível da igual-
rem grandes eventos; dade de género, sendo que as mulheres e os homens têm
• tal foi exemplificado através da Expo 98: exposição mundial cada vez mais tendência a partilhar tarefas no contexto
realizada em Lisboa que teve o objetivo de comemorar os doméstico;
quinhentos anos dos Descobrimentos portugueses e de • é possível exemplificar este facto através dos casais mais
pensar no papel dos oceanos enquanto património para o jovens: na maioria dos casos, dado que ambos têm uma

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 199


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

carreira profissional, os membros do casal organizam- Proposta B (p. 172)


-se para que nenhum deles fique sobrecarregado a nível Aspetos que podem ser abordados:
familiar;
• o distanciamento da sociedade civil em relação ao poder
• contudo, em contextos mais conservadores, a figura femi- político pode ter consequências muito negativas, uma vez
nina ainda é perspetivada como a única responsável pelo que se traduz numa atitude de alheamento em relação à
lar e pela prole; atuação do poder que pode fazer com que este deixe de ser
• é o que sucede, por exemplo, em algumas zonas rurais, nas escrutinado;
quais as mulheres que não desempenham adequadamente • é o que sucede, por vezes, na atualidade: a indiferença dos
as tarefas domésticas são duramente criticadas ou mesmo cidadãos em relação ao Governo permite que este, por ve-
rejeitadas pela comunidade. zes, tome medidas polémicas ou mesmo nefastas que, no
contexto de uma população mais atenta e interventiva, não
hŶŝĚĂĚĞϰവ:ŽƐĠ^ĂƌĂŵĂŐŽ͕Memorial do convento
passariam impunes;
e O ano da morte de Ricardo Reis
• contudo, o facto de a sociedade civil ter deixado de depo-
Proposta A (p. 172) sitar todas as suas esperanças no poder político pode ter
Aspetos que podem ser abordados: consequências positivas: os seus elementos podem passar
• a sociedade contemporânea ainda é marcada por uma cul- a assumir a responsabilidade de transformar a sociedade;
tura de violência; • é possível exemplificá-lo através do aparecimento de vários
• é possível comprová-lo, por exemplo através do que sucede movimentos cívicos que têm contribuído de forma decisiva
em muitos filmes, séries ou mesmo desenhos animados: para melhorar o país.
muito embora haja um grande cuidado em impedir o aces-
so das crianças a conteúdos de carácter erótico, o mesmo
não sucede em relação a cenas de brutalidade – que aca-
bam por ser exibidas, com alguma naturalidade, até em fil-
mes ou séries de animação;
• no entanto, atualmente tem-se verificado o aumento de
uma resistência à violência;
• com efeito, tendo em conta o crescimento da agressividade
nas crianças, muitos pais têm tido o cuidado de não permi-
tir aos seus filhos assistirem a cenas de violência ou adqui-
rirem brinquedos que replicam armas.

200 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

NOVO

MENSAGENS
PORTUGUÊS 12.º ANO

Testes

Testes de avaliação
de avaliação
• Testes de avaliação
da Compreensão do Oral
• Testes de avaliação escrita
• Transcrições
• Soluções

Disponível em formato
editável em

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

IV
TESTES DE AVALIAÇÃO DA COMPREENSÃO DO ORAL
Testes de
avaliação
Teste 1 – Fernando Pessoa, Poesia do ortónimo ................................... 203
Teste 2 – Fernando Pessoa, Poesia dos heterónimos ............................ 205
Teste 3 – Fernando Pessoa, Mensagem ................................................ 207
Teste 4 – Contos .................................................................................... 209
Teste 5 – Poetas contemporâneos ........................................................ 211
Teste 6 – José Saramago ........................................................................ 213

TESTES DE AVALIAÇÃO ESCRITA


Teste 1 – Fernando Pessoa, Poesia do ortónimo, e Padre
António Vieira, «Sermão de Santo António [aos Peixes]» ..... 215
Teste 2 – Fernando Pessoa, Poesia dos heterónimos e do ortónimo .... 223
Teste 3 – Fernando Pessoa, Mensagem, e Fernão Lopes,
Crónica de D. João I ................................................................ 231
Teste 4 – Fernando Pessoa, Mensagem e Poesia dos heterónimos
(Ricardo Reis) ......................................................................... 239
Teste 5 – Manuel da Fonseca, «Sempre é uma companhia»,
e Almeida Garrett, Frei Luís de Sousa .................................... 247
Teste 6 – Manuel da Fonseca, «Sempre é uma companhia»,
e Fernando Pessoa, Mensagem ............................................. 255
Teste 7 – Maria Judite de Carvalho, «George», e Gil Vicente, Farsa
de Inês Pereira ....................................................................... 263
Teste 8 – Maria Judite de Carvalho, «George», e Fernando Pessoa,
Poesia do ortónimo................................................................ 271
Teste 9 – Miguel Torga e Poesia trovadoresca ....................................... 279
Teste 10 – Manuel Alegre e Fernando Pessoa, Mensagem ................... 287
Teste 11 – José Saramago, Memorial do convento, e Luís de Camões,
Os Lusíadas ........................................................................... 295

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 201


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

Teste 12 – José Saramago, Memorial do convento,


e Ana Luísa Amaral ............................................................... 303
Teste 13 – José Saramgo, O ano da morte de Ricardo Reis,
e Luís de Camões, Rimas ...................................................... 311
Teste 14 – José Saramago, O ano da morte de Ricardo Reis,
e Eugénio de Andrade .......................................................... 319

SOLUÇÕES ............................................................................................... 327

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Teste de avaliação da Compreensão do Oral 1


Fernando Pessoa, Poesia do ortónimo

Nome N.° 12.° Data / /

Avaliação E. de Educação Professor/a

Disponível para audição em


Antes de ouvires o texto, lê todos os itens com atenção.
Enquanto o ouves, podes tomar notas ou responder diretamente neste enunciado.
Responde aos itens que se seguem, de acordo com as orientações que te são dadas.

01 1.a audição:
Ouve o episódio «Vamos desmontar os mitos sobre Fernando Pessoa?», do programa Convidado Extra,
da Rádio Observador. Considera o excerto áudio desde o 00 min e 47 s até aos 06 min e 45 s.

1. Assinala como verdadeira (V) ou falsa (F) cada uma das afirmações seguintes. 75 pts.

V F

a) A obra sobre Fernando Pessoa anunciada no programa abordará apenas a sua


faceta mais pública.
b) João Paulo Sacadura recorre a adjetivos contraditórios para descrever Fernando
Pessoa.
c) João Pedro George corrige João Paulo Sacadura quanto ao número de páginas do
seu novo livro.
d) O livro Super Camões apresenta-nos Pessoa como alguém que era extremamente
melancólico e taciturno.
e) George refere que aquilo que descobriu sobre Pessoa foi apenas a confirmação do
que já sabia.
f) A sobrinha de Fernando Pessoa ainda se recorda, com muita nitidez, da vida do tio.

1.1 Corrige as afirmações que assinalaste como falsas. 20 pts.

2. Seleciona a opção que completa corretamente cada uma das afirmações. 105 pts.

2.1 Segundo crê João Pedro George, Manuela Nogueira será


A. figura assídua de toda a poesia ortónima pessoana.
B. a menina mencionada na «Tabacaria» de Campos.
C. sempre uma personagem dos contos pessoanos.
D. um exemplo de virtude para o seu tio Fernando.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 203


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

2.2 Segundo os relatos da sobrinha, Fernando Pessoa


A. era um tio ausente e pouco cúmplice.
B. primava pelo tédio e pelo distanciamento.
C. demonstrava atitudes muito cómicas.
D. pautava a sua conduta pelo recato.

2.3 As atitudes de Fernando Pessoa, em frente a casa, despertam


A. a ira e a raiva dos que por ele passavam.
B. a indiferença de todos os que o conheciam.
C. o tédio existencial na sua sobrinha mais nova.
D. o estranhamento e a preocupação dos outros.

2.4 Manuela Nogueira considera o seu tio um exemplo de «desponderação» por


A passear vestido com o seu fato na praia.
B. se apresentar semelhante a Vasco Santana.
C. não cumprir com as convenções sociais.
D. se limitar a escrever incessantemente.

2.5 João Gaspar Simões e José Régio foram a Lisboa,


A. tendo sido recebidos magnificamente por Pessoa.
B. todavia Pessoa apresenta-se como Álvaro de Campos.
C. mas não conseguiram estabelecer contacto com Pessoa.
D. uma vez que Fernando Pessoa lhes endereçou um convite.

2.6 João Paulo Sacadura menciona que Super Camões


A. se torna um livro cansativo pela sua extensa dimensão.
B. se demarca das demais obras sobre este génio literário.
C. se revela como um texto intenso e exaustivo sobre poesia.
D. é uma das biografias de Pessoa escritas por um português.

2.7 Nos mais diversos estudos pessoanos, nomeadamente nas obras publicadas,
A. sempre se abordou, com insistência, o seu amor por Ofélia.
B. destaca-se o caráter humanista e pessoal de Fernando Pessoa.
C. não se constata uma centralidade das situações pessoais.
D. a família é sempre convocada para emitir um parecer.

2.a audição:
Depois da segunda audição do texto, verifica as tuas respostas.

204 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Teste de avaliação da Compreensão do Oral 2


Fernando Pessoa, Poesia dos heterónimos

Nome N.° 12.° Data / /

Avaliação E. de Educação Professor/a

Disponível para audição em


Antes de ouvires o texto, lê todos os itens com atenção.
Enquanto o ouves, podes tomar notas ou responder diretamente neste enunciado.
Responde aos itens que se seguem, de acordo com as orientações que te são dadas.

02 1.a audição:
Ouve o episódio dedicado a Fernando Pessoa, do programa Turismo de lés a lés, da RDP Internacional.

1. Assinala como verdadeira (V) ou falsa (F) cada uma das afirmações seguintes. 75 pts.

V F

a) A ronda turística pelos autores apresentada no programa passou apenas pelos


poetas clássicos.
b) Cristina Siza Vieira considera que aquilo que se sabe de Pessoa foi o que este deu a
conhecer.
c) Pessoa era alguém com interesses unicamente centrados na literatura e na escrita.
d) As cartas astrológicas foram breves exemplos do interesse fugaz de Pessoa pela
astrologia.
e) Pessoa não se encontrou com Cecília Meireles devido a questões astrais.
f) Siza Vieira define Pessoa como uma figura una e que leva a um questionamento
constante.

1.1 Corrige as afirmações que assinalaste como falsas. 20 pts.

2. Seleciona a opção que completa corretamente cada uma das afirmações. 105 pts.

2.1 É determinante começar por referir o Largo de São Carlos, uma vez que
A. o autor viveu aí uma grande parte da vida.
B. é onde se situa a casa onde Pessoa nasceu.
C. se associa ao Teatro frequentado por Pessoa.
D. é onde Pessoa conheceu Ofélia Queirós.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 205


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

2.2 O batismo de Pessoa foi feito na Basílica dos Mártires,


A. espaço barroco recuperado após o Terramoto.
B. local religioso que é visitado por pessoanos.
C. lugar de arquitetura neoclássica e gótica.
D. conhecida pelo seu gradeamento de ferro.

2.3 Cristina Siza Vieira afirma que a escolha de Pessoa por Campo de Ourique
A. tem razões muito próximas de um recolhimento bucólico.
B. associa-se a um desejo de se afastar da turba citadina lisboeta.
C. não tem uma motivação que seja sobejamente conhecida.
D. funda-se no desejo de viver com a família da irmã.

2.4 N´A Brasileira estão expostos os óculos de Fernando Pessoa, que


A. foram adquiridos pelo Estado aquando do seu centenário.
B. fazem parte do espólio pessoano que o café comprou.
C. estiveram perdidos na sua casa, durante largos anos.
D. o Museu do Pão comprou e cedeu a este espaço pessoano.

2.5 O café A Brasileira está associado a várias curiosidades, nomeadamente a criação de


A. uma revista inovadora de cariz literário.
B. um slogan que se associava ao chocolate.
C. várias tertúlias de caráter literário.
D. espaços mais recolhidos para os poetas.

2.6 O Martinho da Arcada e A Licorista


A. eram espaços esporadicamente frequentados por Fernando Pessoa.
B. detinham uma importância marcante na vida de Pessoa em Lisboa.
C. associam-se a uma homenagem que Lisboa fez ao poeta.
D. já não possuem marcas da passagem de Pessoa por lá.

2.7 O túmulo de Fernando Pessoa no Mosteiro dos Jerónimos


A. revela a pluralidade da produção poética pessoana.
B. apresenta-se como uma homenagem à obra Mensagem.
C. distingue-se de todos os outros jazigos lá existentes.
D. evidencia a excentricidade e a unidade da figura do poeta.

2.a audição:
Depois da segunda audição do texto, verifica as tuas respostas.

206 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Teste de avaliação da Compreensão do Oral 3


Fernando Pessoa, Mensagem

Nome N.° 12.° Data / /

Avaliação E. de Educação Professor/a

Disponível para audição em


Antes de ouvires o texto, lê todos os itens com atenção.
Enquanto o ouves, podes tomar notas ou responder diretamente neste enunciado.
Responde aos itens que se seguem, de acordo com as orientações que te são dadas.

03 1.a audição:
Ouve o episódio «A Mensagem», do programa Serviço Público – Bloco de Notas, da Antena 1. Considera
o excerto áudio desde o 01 min e 28 s até aos 07 min e 47 s.

1. Assinala como verdadeira (V) ou falsa (F) cada uma das afirmações seguintes. 75 pts.

V F

a) Mensagem é o título que Fernando Pessoa sempre desejou para a sua obra.

b) O título da obra surge de um jogo linguístico descoberto no acervo pessoano.


c) A obra Mensagem não apresenta um cariz épico, apesar de abordar temas
nacionais.
d) No ano de 1905, Pessoa não fica agradado com o que observa no seu país.
e) Os poemas, publicados por Pessoa na Contemporânea, surgem apresentados em
Mensagem.
f) Teresa Rita Lopes sempre considerou Pessoa como defensor da ditadura salazarista.

1.1 Corrige as afirmações que assinalaste como falsas. 20 pts.

2. Seleciona a opção que completa corretamente cada uma das afirmações. 105 pts.

2.1 Fernando Pessoa não esteve presente na entrega de prémios,


A. apesar de lhe ter sido atribuído o prémio Antero de Quental.
B. por ter pudor em se apresentar em público para ser galardoado.
C. embora tenha ficado em êxtase por ter sido reconhecido.
D. já que discordava do lugar que lhe tinha sido designado.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 207


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

2.2 António Ferro foi a figura a quem Pessoa


A. indicou como responsável do seu espólio.
B. dedicou várias composições poéticas satíricas.
C. ficou a dever a atribuição de um prémio literário.
D. agradeceu todo o entusiasmo criado à sua volta.

2.3 O Sebastianismo surge, em Mensagem,


A. como a pedra basilar de toda a obra.
B. de modo extremamente linear e casual.
C. para dar sentido ao texto pessoano.
D. com um caráter nacionalista intencional.

2.4 Com a edição deste livro, o objetivo máximo de Pessoa


A. passava por recuperar o apogeu do período das descobertas.
B. tinha como propósito obter lucro financeiro para sobreviver.
C. era exclusivamente criticar o panorama político nacional.
D. foi unicamente narrar os feitos heroicos dos portugueses.

2.5 Para Teresa Rita Lopes, Fernando Pessoa


A. apresentava um espírito livre e descomprometido.
B. ambicionava conquistar um lugar de destaque nacional.
C. vivia em prol de uma sociedade inovadora e desenvolvida.
D. possuía um espírito de missão que norteava a sua escrita.

2.6 Apesar de combater a Igreja Católica Romana, Pessoa


A. acreditava piamente num Deus omnipotente.
B. era uma figura extremamente religiosa e mística.
C. deixou-se levar pelas crenças do povo português.
D. demonstrou, ao longo da vida, a sua fé em Cristo.

2.7 Teresa Rita Lopes considera que o fim do poema «O Infante»


A. é marcado por uma visão derrotista da vida.
B. possui uma sonoridade marcante para ser musicado.
C. pode ser considerado extremamente interessante.
D. nos leva a questionar a ação marítima lusitana.

2.a audição:
Depois da segunda audição do texto, verifica as tuas respostas.

208 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Teste de avaliação da Compreensão do Oral 4


Contos

Nome N.° 12.° Data / /

Avaliação E. de Educação Professor/a

Disponível para audição em


Antes de ouvires o texto, lê todos os itens com atenção.
Enquanto o ouves, podes tomar notas ou responder diretamente neste enunciado.
Responde aos itens que se seguem, de acordo com as orientações que te são dadas.

04 1.a audição:
Ouve um excerto do podcast de Isabel Lucas, Grandes Leitores, uma parceria Antena 3/Público, com Inês
Fraga, neta de Maria Judite de Carvalho. Considera o excerto áudio desde os 02 min e 50 s até aos 12 min
e 05 s.

1. Assinala como verdadeira (V) ou falsa (F) cada uma das afirmações seguintes. 75 pts.

V F

a) As circunstâncias da vida de Inês ditam o seu interesse pela leitura e pelos livros.
b) A biblioteca dos avós de Inês Fraga era um mundo imenso, inacessível aos mais
novos.
c) O facto de os pais serem leitores compulsivos permitiu que Inês também se fasci-
nasse pela leitura.
d) Inês Fraga menciona que o seu gosto pelas atividades ao ar livre não se coadunava
com o ato de ler.
e) Maria Judite de Carvalho foi uma das maiores influências leitoras para Inês Fraga.
f) Inês refere que Maria Judite de Carvalho acreditava que as obras de Eça só deveriam
ser lidas uma vez.

1.1 Corrige as afirmações que assinalaste como falsas. 20 pts.

2. Seleciona a opção que completa corretamente cada uma das afirmações. 105 pts.

2.1 A influência que Maria Judite de Carvalho exerceu sobre Inês Fraga
A. permitiu o seu desenvolvimento afetivo de forma plena.
B. levou a neta a diferentes decisões pessoais e profissionais.
C. centrou-se no domínio familiar e na relação com os outros.
D. associou-se a um domínio meramente literário e cultural.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 209


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

2.2 Foi o momento da morte da sua avó que potenciou


A. uma reformulação da área que Inês iria seguir.
B. um desejo de questionamento permanente.
C. uma vontade súbita de reler Eça de Queirós.
D. uma fuga para o domínio imaginativo de Inês.

2.3 A escola do paraíso, de José Rodrigues, foi determinante na adolescência de Inês, já que
A. possibilitou a criação de um mundo imaginário.
B. tornou reais os desejos que ansiava concretizar.
C. propiciou uma viagem temporal imagética.
D. lhe facultou as ferramentas para a escrita.

2.4 Inês Fraga defende que o papel do leitor


A. é anulado perante a importância do escritor.
B. acaba por se sobrepor a todos os outros.
C. é dinâmico e determina a conclusão da ação.
D. passa por descobrir todos os pormenores textuais.

2.5 Pela sua família apresentar uma genealogia de escritores, Inês


A. fez da escrita a sua maior bandeira.
B. tentou afastar-se do mundo literário.
C. editou vários livros na sua juventude.
D. sentiu também o impulso para escrever.

2.6 A entrevistada confessa a Isabel Lucas que


A. tem dificuldade em autoanalisar-se.
B. apresenta uma autocrítica intensa.
C. se define sempre negativamente.
D. tem uma visão de si própria depreciativa.

2.7 As interlocutoras do podcast concordam relativamente


A. à definição de escritor.
B. ao conceito de leitor.
C. à aceção de livro.
D. ao sentido da escrita.

2.a audição:
Depois da segunda audição do texto, verifica as tuas respostas.

210 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Teste de avaliação da Compreensão do Oral 5


Poetas contemporâneos

Nome N.° 12.° Data / /

Avaliação E. de Educação Professor/a

Disponível para audição em


Antes de ouvires o texto, lê todos os itens com atenção.
Enquanto o ouves, podes tomar notas ou responder diretamente neste enunciado.
Responde aos itens que se seguem, de acordo com as orientações que te são dadas.

05 1.a audição:
Ouve a entrevista da TSF a Eduarda Freitas, criadora da ópera Mátria – Aqui na Terra, inspirada nos con-
tos de Miguel Torga.

1. Assinala como verdadeira (V) ou falsa (F) cada uma das afirmações seguintes. 75 pts.

V F

a) Eduarda Freitas menciona que passar o Marão é visto como um desafio psicológico.
b) Quando criaram a ópera, já pensavam que iria ser um espetáculo de grande
dimensão.
c) O projeto apresentado por Eduarda Freitas foi sendo maturado ao longo de vários
anos.
d) Mátria é um espetáculo que destaca as vivências típicas numa zona rural.
e) As personagens da ópera são extremamente complexas e dotadas de uma super-
ficialidade atroz.
f) Cada nova récita da ópera traz consigo a permanente descoberta de algo diferente.

1.1 Corrige as afirmações que assinalaste como falsas. 20 pts.

2. Seleciona a opção que completa corretamente cada uma das afirmações. 105 pts.

2.1 O convite, endereçado pelo Coliseu do Porto, para a apresentação da Mátria


A. foi recebido há vários anos e com pouco entusiasmo.
B. é visto como uma grande dificuldade para a produtora.
C. foi célere, mas bem acolhido pelos elementos da equipa.
D. adulterou a dinâmica de concretização do espetáculo.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 211


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

2.2 Eduarda Freitas revela a sua felicidade, já que a Mátria e o Coliseu do Porto
A. partilham uma característica comum.
B. podem estar para sempre relacionados.
C. possibilitarão um espetáculo único.
D. seriam, à partida, inconciliáveis.

2.3 O objetivo máximo de todos os que participam na ópera é


A. a apresentação de um espetáculo até agora inacessível.
B. concretizar a adaptação dos textos de Miguel Torga.
C. desenvolver algo singular que merece reconhecimento.
D. a comunhão do que estão a concretizar com os outros.

2.4 Por trás da consecução da Mátria está


A. uma instituição com múltiplos recursos.
B. um grupo em que todos dão o seu melhor.
C. uma equipa de gestão de espetáculos.
D. um conjunto de atores profissionais.

2.5 Para que o espetáculo surja em cena,


A. a ajuda e a responsabilidade dos envolvidos são fundamentais.
B. a orquestra vai comprando todos os instrumentos necessários.
C. o cenário é desenvolvido por um cenógrafo muito conhecido.
D. o apoio da Câmara Municipal de Vila Real tem sido determinante.

2.6 A aposta na internacionalização da ópera Mátria deve-se


A. ao sucesso obtido no panorama nacional.
B. ao dinamismo da produtora do espetáculo.
C. à musicalidade singular criada pela orquestra.
D. à universalidade dos textos de Miguel Torga.

2.7 Segundo Eduarda Freitas, a Mátria será bem recebida nos outros países, pois
A. ilustra o modo como o sonho pauta a nossa ação.
B. celebra as maiores conquistas do ser humano.
C. cada um de nós consegue rever-se nas personagens.
D. traduz o que é intraduzível no nosso quotidiano.

2.a audição:
Depois da segunda audição do texto, verifica as tuas respostas.

212 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Teste de avaliação da Compreensão do Oral 6


José Saramago

Nome N.° 12.° Data / /

Avaliação E. de Educação Professor/a

Disponível para audição em


Antes de ouvires o texto, lê todos os itens com atenção.
Enquanto o ouves, podes tomar notas ou responder diretamente neste enunciado.
Responde aos itens que se seguem, de acordo com as orientações que te são dadas.

06 1.a audição:
Ouve a entrevista de Fernando Alves a Carlos Reis, no programa Manhã da TSF.

1. Assinala como verdadeira (V) ou falsa (F) cada uma das afirmações seguintes. 75 pts.

V F

a) No seu discurso na entrega do Nobel, José Saramago defendeu a coerência entre os


direitos e deveres.
b) Carlos Reis defende que o legado de Saramago não foi imposto por ele, mas são
propostas aos leitores.
c) A comemoração do Centenário do Nobel português centrar-se-á mais na sua
dimensão literária.
d) Para Carlos Reis, a valorização da leitura da obra saramaguiana deve ser a base de
todas as comemorações.
e) Os jovens estudantes, segundo Carlos Reis, não desempenham um papel deter-
minante na valorização de Saramago.
f) As Leituras Centenárias marcam, internacionalmente, o início das comemorações.

1.1 Corrige as afirmações que assinalaste como falsas. 20 pts.

2. Seleciona a opção que completa corretamente cada uma das afirmações. 105 pts.

2.1 No contexto das comemorações do Centenário de José Saramago, a escola


A. surge como um espaço restrito, mas de celebração.
B. dará prioridade aos anseios dos organizadores.
C. torna-se o amplo palco para diversas atividades.
D. problematiza todas as questões levantadas pelo Nobel.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 213


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

2.2 Nas Leituras Centenárias, estão também outras formas de ler Saramago, tais como
A. o bailado e o teatro, uma vez que o autor também foi um dramaturgo.
B. o cinema e o desenho, já que o escritor valorizava a representação artística.
C. o teatro e o cinema, pois o Nobel sempre desejou ver as suas obras adaptadas.
D. o bailado e a ópera, com o destaque para a adaptação do compositor Azio Corghi.

2.3 O livro Levantado do chão é protagonista de um percurso temático


A. por abordar temas associados à vida dos trabalhadores.
B. já que revela a deambulação, um motivo saramaguiano.
C. que tem por base os espaços paradigmáticos nacionais.
D. pela singularidade temática, típica de José Saramago.

2.4 Segundo Carlos Reis, Viagem a Portugal permite ao leitor


A. conhecer um país que só se desvenda pela literatura.
B. descobrir regiões que foram pouco valorizadas.
C. transpor para a sua realidade um mundo recriado.
D. dialogar com a visão de Saramago sobre o seu país.

2.5 O ciclo de conferências, organizadas por Alberto Manguel, versarão sobre


A. temas diversos associados às preocupações mundiais.
B. reflexões em torno da vida e obra de José Saramago.
C. experiências pessoais dos herdeiros do autor.
D. temáticas que emergem da literatura nacional.

2.6 José Saramago foi uma figura determinante


A. na análise crítica dos talentos literários que iam aparecendo.
B. na divulgação das linhas temáticas que seriam difundidas.
C. no apoio concedido aos novos autores que foram surgindo.
D. no valor e na difusão das competências leitoras nacionais.

2.7 A nível editorial, o Centenário de José Saramago será pautado


A. pela participação em Feiras do Livro e noutros eventos literários.
B. pela reedição nacional e internacional das obras do Nobel nacional.
C. pela apresentação de inéditos da autoria do escritor português.
D. pelo empenho demonstrado pelas várias entidades participantes.

2.a audição:
Depois da segunda audição do texto, verifica as tuas respostas.

214 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Matriz do teste de avaliação escrita 1


Fernando Pessoa, Poesia do ortónimo, e Padre António Vieira,
«Sermão de Santo António [aos Peixes]»

ŽŵşŶŝŽƐʹĚƵĐĂĕĆŽ>ŝƚĞƌĄƌŝĂൟ>ĞŝƚƵƌĂൟ'ƌĂŵĄƚŝĐĂൟƐĐƌŝƚĂ

Descritores (AE) Conteúdos Estrutura Itens – cotação

ĚƵĐĂĕĆŽ>ŝƚĞƌĄƌŝĂͬ>ĞŝƚƵƌĂ
A – Texto de leitura Parte A A
Interpretar obras literárias
literária: poema 2 itens de resposta 1. 16 pontos
portuguesas.
de Fernando Pessoa restrita 2. 16 pontos
Reconhecer valores
ortónimo 1 item de seleção 3. 10 pontos
culturais, éticos e estéticos
manifestados nos textos.
Analisar o valor de recursos B – Texto de leitura
expressivos para literária: excerto Parte B B
a construção do sentido de «Sermão de 2 itens de resposta 4. 16 pontos
do texto. Santo António [aos Grupo I restrita 5. 16 pontos
Peixes]», de Padre 1 item de seleção 6. 10 pontos
Leitura António Vieira
Interpretar o texto, com
especificação do sentido
global e da intencionalidade C – Exposição sobre Parte C
comunicativa. um tema da poesia 1 item de resposta C
Escrita de Fernando Pessoa restrita: produção 7. 16 pontos
Escrever uma exposição ortónimo de uma exposição
sobre um tema.

Total – 100 pontos

Leitura 1. 8 pontos
Ler textos de diferentes Texto de leitura 4 itens de escolha 2. 8 pontos
géneros e graus de não literária múltipla 3. 8 pontos
complexidade. 4. 8 pontos

Gramática
Usar de modo intencional
diferentes valores modais Grupo II
atendendo à situação 1 item de escolha
Modalidade 5. 8 pontos
comunicativa (epistémicos, múltipla
Funções sintáticas 6. 8 pontos
deônticos e apreciativos). 2 itens de resposta
Subordinação 7. 8 pontos
Identificar a função sintática curta
de constituintes
da frase.
Classificar orações.
Total – 56 pontos

Escrita
Escrever textos de opinião,
respeitando as marcas de
1 item de resposta
género.
Texto de opinião Grupo III extensa (200 a 350 Item único
Redigir com desenvoltura,
palavras)
consistência, adequação
e correção os textos
planificados.

Total – 44 pontos
Total – 200 pontos

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 215


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Teste de avaliação escrita 1


Fernando Pessoa, Poesia do ortónimo, e Padre António Vieira,
«Sermão de Santo António [aos Peixes]»

Nome N.° 12.° Data / /

Avaliação E. de Educação Professor/a

Grupo I
PARTE A
Lê o poema.

Contemplo o que não vejo.


É tarde, é quási escuro,
E quanto em mim desejo
Está parado ante o muro.
5 Por cima o céu é grande;
Sinto árvores além;
Embora o vento abrande,
Há folhas em vaivém.
Tudo é do outro lado,
10 No que há e no que penso.
Nem há ramo agitado
Que o céu não seja imenso.
Confunde-se o que existe
Com o que durmo e sou
15 Não sinto, não sou triste,
Mas triste é o que estou.

Fernando Pessoa, Vinte anos de poesia ortónima III — 1921-1930,


edição de Ivo de Castro, Lisboa, INCM, 2020, p. 146.

1. Explica o sentido do verso 1, tendo em conta o contexto em que ocorre.

2. Explica o conteúdo dos versos 15 e 16 e relaciona-o com a temática pessoana em evidência no poema.

3. Seleciona a opção de resposta adequada para completar a afirmação abaixo apresentada.


Neste poema, estão patentes características temáticas e estilísticas da poesia de Fernando Pessoa
ortónimo, nomeadamente a nos versos 9 e 10.
A nível formal, é evidente a regularidade estrófica, com a presença de quadras e de rima .
A. influência da racionalização … cruzada
B. fuga para o domínio onírico … cruzada
C. influência da racionalização … interpolada
D. fuga para o domínio onírico … interpolada

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 217


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

PARTE B
Lê o texto e as notas.

Começando pois pelos vossos louvores, irmãos peixes, bem vos pudera eu dizer que entre to-
das as criaturas viventes, e sensitivas, vós fostes as primeiras, que Deus criou. A vós criou primeiro
que as aves do ar, a vós primeiro que aos animais da terra, e a vós primeiro que ao mesmo ho-
mem1. Ao homem deu Deus a monarquia, e o domínio de todos os animais dos três elementos,
5 e nas provisões2, em que o honrou com estes poderes, os primeiros nomeados foram os peixes
[…]. Entre todos os animais do mundo, os peixes são os mais, e os peixes maiores. […]. Estes,
e outros louvores, estas, e outras excelências de vossa geração, e grandeza vos pudera dizer, ó pei-
xes; mas isto é lá para os homens, que se deixam levar destas vaidades, e é também para os lugares,
em que tem lugar a adulação3, e não para o púlpito4.
10 Vindo pois, irmãos, às vossas virtudes, que são as que só podem dar o verdadeiro louvor;
a primeira, que se me oferece aos olhos hoje, é aquela obediência, com que chamados acudistes
todos pela honra de vosso Criador, e Senhor, e aquela ordem, quietação, e atenção, com que
ouvistes a palavra de Deus da boca de Seu servo António. Oh, grande louvor verdadeiramente
para os peixes, e grande afronta, e confusão para os homens! Os homens perseguindo a António,
15 querendo-o lançar da terra, e ainda do mundo, se pudessem, porque lhes repreendia seus vícios,
porque lhes não queria falar à vontade, e condescender5 com seus erros; e no mesmo tempo os
peixes em inumerável concurso acudindo à sua voz, atentos; e suspensos às suas palavras, escu-
tando com silêncio, e com sinais de admiração, e assenso6 (como se tiveram entendimento) o que
não entendiam. Quem olhasse neste passo para o mar, e para a terra, e visse na terra os homens tão
20 furiosos, e obstinados, e no mar os peixes tão quietos, e tão devotos, que havia de dizer? Poderia
cuidar que os peixes irracionais se tinham convertido em homens, e os homens não em peixes,
mas em feras. Aos homens deu Deus uso de razão, e não aos peixes: mas neste caso os homens
tinham a razão sem o uso, e os peixes o uso sem a razão. Muito louvor mereceis, peixes, por este
respeito, e devoção, que tivestes aos Pregadores da palavra de Deus; e tanto mais quanto não foi
25 só esta a vez, em que assim o fizestes.
Padre António Vieira, «Sermão de Santo António», in Obra completa
(Direção de José Eduardo Franco e Pedro Calafate),
Tomo II, Volume X, Lisboa, Círculo de Leitores, 2014, pp. 140-141.

1
Ao mesmo homem: ao próprio homem.
2
Provisões: documentos; decretos.
3
Adulação: elogio interesseiro e exagerado.
4
Púlpito: lugar de pregação.
5
Condescender: ceder; consentir.
6
Assenso: assentimento; concordância.

4. Explicita a expressividade da apóstrofe «irmãos peixes» presente na linha 1.

5. Relaciona o louvor aos peixes apresentado nas linhas 10 a 13 com o segmento «grande afronta,
e confusão para os homens!» (linha 14).

218 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

6. Seleciona a opção de resposta adequada para completar as afirmações abaixo apresentadas.


Entre as linhas 13 e 25, colocando em prática os objetivos da eloquência, nomeadamente a sua
dimensão persuasiva, o orador recorre a diferentes estratégias discursivas. A interação com o seu
auditório está evidente no , levando-o a refletir sobre as ações nefastas do Homem.
O paralelismo presente nas demonstra uma construção geométrica do discurso, colo-
cando em prática a função estética da eloquência.
A. uso da interrogação retórica … linhas 14 e 15
B. recurso ao imperativo … linhas 21 e 22
C. uso da interrogação retórica … linhas 21 e 22
D. recurso ao imperativo … linhas 14 e 15

PARTE C

7. Para Fernando Pessoa ortónimo, o sonho é um refúgio que se revela ilusório.


Escreve uma breve exposição na qual comproves esta afirmação, baseando-te na tua experiência
de leitura dos textos do poeta.
A tua exposição deve incluir:
• uma introdução ao tema;
• um desenvolvimento no qual explicites dois aspetos que comprovem o caráter ilusório do domí-
nio onírico, fundamentando cada um desses aspetos em, pelo menos, um exemplo pertinente;
• uma conclusão adequada ao desenvolvimento do tema.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 219


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

Grupo II
Lê o texto e as notas.

As relíquias de São Fernando Pessoa


Sou daqueles a quem custa desfazer-se do que quer que seja e guardo desordenadamente
roupa que não uso, cartas, fotografias, agendas e todo o tipo de inutilidades sem valor. A ex-
pressão «desfazer-se de» exprime bem, aliás, o sentimento de culpa que, para algumas pessoas,
acompanha sempre o gesto de deitar fora algo que pertenceu à sua vida, o pronome reflexo parece
5 significar que se perde, assim, um pouco dessa vida, daquilo de que se é «feito». E é curioso que
um dos sinónimos de «desfazer-se de» seja «livrar-se de», como se um móvel, uma camisa, uma
página de jornal guardada por qualquer motivo, que, para uns, se tornaram parte da sua própria
identidade, fossem, para outros, um peso ou um ónus1 de que se libertam, de que «se livram».
Nos antípodas2 tanto dos que «se desfazem» como dos que «se livram» de objetos, estão aque-
10 les que procuram a todo o custo, não raro um bem alto custo, «fazer-se» ou «prender-se» deles.
São seres, estes, de natureza mais difusa e movem-nos motivações frequentemente febris que vão
da vulgar ostentação ao não menos vulgar (mas que sei eu?) fetichismo3.
Não é, pois, surpreendente que a secretária a que em tempos se sentou, no escritório de uma
firma em que trabalhou, o correspondente comercial Fernando António Nogueira Pessoa, junta-
15 mente com a máquina de escrever que aí usou, tenham sido leiloadas por dezenas de milhares de
euros. Já que tenha sido um escritor a comprá-las pode talvez afigurar-se mais singular, e não só
por um escritor ter meios para dar dezenas de milhares de euros por uma velha secretária e uma
velha máquina de escrever, mas por coincidir esse correspondente comercial ter ao mesmo tempo
sido, em outra ou na mesma vida, um poeta maior e, daí, poder acontecer que, nas gavetas da se-
20 cretária, tenham estado guardados versos e prosas e as teclas da máquina de escrever tenham sido
tocadas pelos dedos imateriais de outros poetas igualmente maiores: Álvaro de Campos, Alberto
Caeiro, Ricardo Reis, Bernardo Soares e sabe-se lá quantos mais.
Que motivo terá levado um escritor a desejar tanto a secretária a que Fernando Pessoa ganhava
a vida e a máquina em que escrevia cartas comerciais? Há várias hipóteses menos patológicas do
25 que o comum fetichismo, mesmo sendo o universo das patologias ainda mais disperso e múltiplo
do que a obra pessoana. Em primeiro lugar, a hipótese mística: talvez, o fantasma de Pessoa tenha
ido como extra com as preciosas relíquias e o seu feliz adquirente possa agora, em noites propí-
cias, entabular4 inspiradoras negociações literárias com Ele. Segunda hipótese, a criminal: o escri-
tor pode, tomado da angústia da influência na sua versão mais edipiana5, ter querido encontrar-se
30 a sós com o fantasmático6 antecessor-opressor para matá-lo (se possível, para a coisa ser perfeita,
casando depois com a mãe). A terceira hipótese é, se possível, ainda mais bárbara: o escritor quis
a secretária e a máquina de escrever para fazer um altar e orar diante delas ou então para as exibir
deslumbradamente às visitas apontando com o dedo: «Exatamente aqui e aqui pousou Fernando
Pessoa os cotovelos de Ricardo Reis», ou: «Vejam a tecla do ponto de exclamação um pouco gas-
35 ta. E a do "e". E a do "h". Quem sabe se Álvaro de Campos não escreveu aqui a Ode marítima?»
Depois só lhe faltará deixar crescer bigode, pôr óculos redondos, chapéu, laço e gabardina e,
como alguns fanáticos de Elvis, ir por aí proclamando ao mundo que o Rei não morreu.

Manuel António Pina, in Diário de Notícias


(texto adaptado, com supressões, consultado em https://www.dn.pt, em dezembro de 2022).

1
Ónus: encargo; obrigação.
2
Antípodas: opostos; contrários.
3
Fetichismo: culto ou adoração a uma pessoa ou a uma ideia.
4
Entabular: iniciar; estabelecer.
5
Edipiana: relativa ao complexo de Édipo (conjunto de desejos amorosos que um menino pode nutrir pela sua mãe).
6
Fantasmático: relativo a fantasma.

220 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

1. A relação que o autor do texto estabelece com algo material que pertenceu à sua vida é marcada
A. pelo desprendimento.
B. pela obsessão.
C. pela nostalgia.
D. pelo fetichismo.

2. Tendo em conta o segundo parágrafo do texto, aqueles que tentam adquirir objetos que pertence-
ram a outros são
A. levados unicamente pelo desejo de ostentar o que agora é seu.
B. movidos pela necessidade de acumular tudo o que possa ter interesse.
C. conduzidos por múltiplos intuitos associados a estados arrebatados.
D. orientados pelo culto que prestam à pessoa que antes os possuía.

3. No contexto em que ocorre, a expressão «as teclas da máquina de escrever tenham sido tocadas
pelos dedos imateriais de outros poetas igualmente maiores» (linhas 20-21) constitui um exemplo de
A. metáfora.
B. ironia.
C. hipérbole.
D. perífrase.

4. Ao apresentar as várias possibilidades que terão levado um escritor a adquirir os bens de Fernando
Pessoa, o autor
A. critica a atitude de desprendimento apresentada.
B. recorre aos exemplos mais comuns de obsessão.
C. evidencia os reais motivos de se adquirir algo.
D. satiriza com o provável motivo para a sua compra.

5. As frases «o pronome reflexo parece significar que se perde, assim, um pouco dessa vida» (linhas 4-5)
e «o escritor pode […] ter querido encontrar-se a sós com o fantasmático antecessor-opressor para
matá-lo» (linhas 28-30) exprimem a modalidade epistémica
A. com valor de probabilidade, no primeiro caso, e com valor de certeza, no segundo.
B. com valor de certeza, no primeiro caso, e com valor de probabilidade, no segundo.
C. com valor de certeza, em ambos os casos.
D. com valor de probabilidade, em ambos os casos.

6. Identifica a função sintática desempenhada pelas expressões:


a) «do que quer que seja» (linha 1);
b) «de escrever» (linha 15).

7. Indica o valor da oração «que o Rei não morreu» (linha 37).

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 221


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

Grupo III

Serão tão enriquecedoras as experiências de leitura como as de uma viagem que poderemos fazer?
Num texto de opinião bem estruturado, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas
e cinquenta palavras, defende uma perspetiva pessoal sobre a questão apresentada.
No teu texto:
• explicita, de forma clara e pertinente, o teu ponto de vista, fundamentando-o em dois argumen-
tos, cada um deles ilustrado com um exemplo significativo;
• formula uma conclusão adequada à argumentação desenvolvida;
• utiliza um discurso valorativo (juízo de valor explícito ou implícito).

Observações:
1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco, mesmo quando esta integre ele-
mentos ligados por hífen (ex.: /dir-se-ia/). Qualquer número conta como uma única palavra, independentemente do número de algarismos
que o constituam (ex.: /2023/).
2. Relativamente ao desvio dos limites de extensão indicados – entre 200 e 350 palavras –, há que atender ao seguinte:
оum desvio dos limites de extensão indicados implica uma desvalorização parcial (até 5 pontos) do texto produzido;
оum texto com extensão inferior a 80 palavras é classificado com 0 pontos.

FIM

Grupo /ƚĞŵͬŽƚĂĕĆŽ (em pontos)


1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.
I 100
16 16 10 16 16 10 16
1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.
II 56
8 8 8 8 8 8 8
III Item único 44
Total 200

222 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Matriz do teste de avaliação escrita 2


Fernando Pessoa, Poesia dos heterónimos e do ortónimo

ŽŵşŶŝŽƐʹĚƵĐĂĕĆŽ>ŝƚĞƌĄƌŝĂൟ>ĞŝƚƵƌĂൟ'ƌĂŵĄƚŝĐĂൟƐĐƌŝƚĂ

Descritores (AE) Conteúdos Estrutura Itens – cotação

ĚƵĐĂĕĆŽ>ŝƚĞƌĄƌŝĂͬ>ĞŝƚƵƌĂ A – Texto de leitura


Interpretar obras literárias Parte A A
literária: poema
portuguesas. 2 itens de resposta 1. 16 pontos
de Alberto Caeiro
Reconhecer valores restrita 2. 16 pontos
(heterónimo de
culturais, éticos e estéticos 1 item de seleção 3. 10 pontos
Fernando Pessoa)
manifestados nos textos.
Analisar o valor de
recursos expressivos para a B – Texto de leitura Parte B B
construção do sentido literária: poema de 2 itens de resposta 4. 16 pontos
do texto. Fernando Pessoa restrita 5. 16 pontos
Grupo I
ortónimo 1 item de seleção 6. 10 pontos
Leitura
Interpretar o texto, com
especificação do sentido C – Exposição
global e da intencionalidade sobre um tema da Parte C
comunicativa. poesia de Álvaro de 1 item de resposta C
Campos restrita: produção 7. 16 pontos
Escrita (heterónimo de de uma exposição
Escrever uma exposição Fernando Pessoa)
sobre um tema.

Total – 100 pontos

Leitura
1. 8 pontos
Ler textos de diferentes Texto de leitura 3 itens de escolha
2. 8 pontos
géneros e graus de não literária múltipla
3. 8 pontos
complexidade.

Gramática Grupo II
Classificar orações. Subordinação 2 itens de escolha 4. 8 pontos
Identificar a função sintática Funções sintáticas múltipla 5. 8 pontos
de constituintes da frase. Coesão textual 2 itens de resposta 6. 8 pontos
Analisar processos de curta 7. 8 pontos
coesão textual.

Total – 56 pontos

Escrita
Escrever textos de opinião,
respeitando as marcas de
1 item de resposta
género.
Texto de opinião Grupo III extensa (200 a 350 Item único
Redigir com desenvoltura,
palavras)
consistência, adequação
e correção os textos
planificados.

Total – 44 pontos
Total – 200 pontos

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 223


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Teste de avaliação escrita 2


Fernando Pessoa, Poesia dos heterónimos e do ortónimo

Nome N.° 12.° Data / /

Avaliação E. de Educação Professor/a

Grupo I
PARTE A
Lê o poema.

Ontem o pregador de verdades dele


Falou outra vez comigo.
Falou do sofrimento das classes que trabalham
(Não do das pessoas que sofrem, que é afinal quem sofre).
5 Falou da injustiça de uns terem dinheiro,
E de outros terem fome, que não sei se é fome de comer,
Ou se é só fome da sobremesa alheia.
Falou de tudo quanto pudesse fazê-lo zangar-se.
Que feliz deve ser quem pode pensar na infelicidade dos outros!
10 Que estúpido se não sabe que a infelicidade dos outros é deles.
E não se cura de fora,
Porque sofrer não é ter falta de tinta
Ou o caixote não ter aros de ferro!
Haver injustiça é como haver morte.
15 Eu nunca daria um passo para alterar
Aquilo a que chamam a injustiça do mundo.
Mil passos que desse para isso
Eram só mil passos.
Aceito a injustiça como aceito uma pedra não ser redonda,
20 E um sobreiro não ter nascido pinheiro ou carvalho.
Cortei a laranja em duas, e as duas partes não podiam ficar iguais.
Para qual fui injusto – eu, que as vou comer a ambas?

Fernando Pessoa, Poemas de Alberto Caeiro,


edição de Ivo de Castro, Lisboa, INCM, 2020, p. 66.

1. Clarifica a utilização do discurso parentético no verso 4.

2. Relaciona a interrogação final com a afirmação «Haver injustiça é como haver morte.» (verso 14).

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 225


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

3. Seleciona a opção de resposta adequada para completar as afirmações abaixo apresentadas.


O poema apresenta as temáticas nucleares da poesia de Alberto Caeiro, uma vez que se constata a
, nomeadamente nos versos 19 e 20 ao não questionar o facto de uma pedra ser redon-
da e um sobreiro não ser outra árvore qualquer. O eu nega a utilidade do pensamento, adotando
uma postura antimetafísica, evidente no , quando faz uma observação irónica.
A. rejeição de convenções e de racionalizações … verso 9
B. adoção de uma postura deambulatória e contemplativa … verso 14
C. rejeição de convenções e de racionalizações … verso 14
D. adoção de uma postura deambulatória e contemplativa … verso 9

PARTE B
Lê o texto e as notas.

Qualquer música, ah, qualquer,


Logo que me tire da alma
Esta incerteza que quer
Qualquer impossível calma!
5 Qualquer música – guitarra,
Viola, harmónio, realejo1...
Um canto que se desgarra...
Um sonho em que nada vejo...
Qualquer coisa que não vida!
10 Jota2, fado, a confusão
Da última dança vivida...
Que eu não sinta o coração!

15 de março de 1928

Fernando Pessoa, Poemas publicados em vida. I . Dispersos,


edição de Luiz Fagundes Duarte, Lisboa, INCM, 2020, p. 94.

1
Realejo: instrumento musical.
2
Jota: (regionalismo) pouca coisa; bocadinho.

4. Explicita o sentido dos versos 3 e 4, no contexto em que ocorrem.

5. Relaciona a repetição do quantificador «Qualquer» (versos 1, 4, 5 e 9) com o sentido do último verso


do poema.

6. Seleciona a opção de resposta adequada para completar a afirmação.


Na segunda estrofe, o sentido dos versos 7 e 8 remete para o domínio do sonho, pautado pela
A. angústia de não superar a dor provocada pelo pensamento.
B. inconsciência e pela ausência de racionalização constante.
C. angústia e pela ausência de racionalização constante.
D. inconsciência de não superar a dor provocada pelo pensamento.

226 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

PARTE C

7. Álvaro de Campos é o heterónimo que sintetizou em si diferentes vertentes do Modernismo.


Escreve uma breve exposição na qual comproves esta afirmação, baseando-te na tua experiência
de leitura dos textos deste heterónimo pessoano.
A tua exposição deve incluir:
• uma introdução ao tema;
• um desenvolvimento no qual explicites dois aspetos que comprovem a presença do Modernismo
na poesia de Álvaro de Campos;
• uma conclusão adequada ao desenvolvimento do tema.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 227


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

Grupo II
Lê o texto e a nota.

Cientistas conseguem «entrar» em sonhos e obter respostas


de quem dorme
Responder a perguntas de sim ou não ou fazer contas de somar não parece difícil – mas um
grupo de voluntários conseguiu fazê-lo enquanto dormia, ao ouvir e compreender indicações
que lhes eram dadas fora dos sonhos. Foi a primeira vez que se conseguiu estabelecer comuni-
cação nos dois sentidos, para dentro e fora do sonho: são «sonhos interativos», como se lê num
5 estudo publicado na revista científica Current Biology. «Mostramos que é possível aperceber-
mo-nos e responder a questões complexas durante o sonho, e que os sonhadores conseguem
responder corretamente a estas questões sem que soubessem previamente o que lhes seria per-
guntado», referem os investigadores.
O estudo foi feito em quatro laboratórios (nos EUA, Alemanha, França e Holanda), com
10 36 participantes. Os investigadores descobriram que estes sonhadores conseguiam fazer con-
tas simples de matemática (como «oito menos seis?»), responder a perguntas de sim ou não,
e distinguir estímulos sensoriais – tudo isto enquanto dormiam. Para responder, usavam mo-
vimentos nos olhos, sorrisos, movimentos do rosto ou até padrões similares ao código Morse
(no laboratório alemão).
15 Como explica o neurocientista Ken Paller ao Público, «as pessoas não conseguem falar ou me-
xer os seus corpos durante o sono REM», daí que os voluntários adormecidos tenham usado estes
sinais. O REM (rapid eye movement, movimento rápido dos olhos) corresponde à fase do sono
mais associada ao sonho em que, como o nome indica, os olhos se movimentam rapidamente.
Nesta fase, há paralisia de quase todos os músculos, mas o cérebro fica num estado ativo.
20 É como tentar falar com um astronauta noutro mundo, escrevem os cientistas. «Mas, neste
caso, o mundo é fabricado inteiramente com base nas memórias armazenadas no cérebro.»
Neste caso, os cientistas decidiram comunicar com pessoas que estavam num estado de so-
nho lúcido, um «fenómeno raro» em que é conservado algum grau de consciência ou controlo
consciente durante o sono. O filósofo grego Aristóteles foi um dos primeiros a escrever sobre
25 este tipo de sonhos. Segundo um estudo de 2016, cerca de 55% dos adultos dizem já ter tido
pelo menos um sonho lúcido na vida. Das três dezenas de participantes, um deles tinha nar-
colepsia1 e sonhos lúcidos frequentes. Outros tinham também sonhos lúcidos com frequência,
outros nem tanto – o critério era lembrarem-se de, no mínimo, um sonho por semana.
Há muito ainda por explicar no mundo científico dos sonhos. A própria memória que temos
30 dos sonhos é pouco confiável: «Quase tudo o que sabemos sobre sonhos baseia-se nos relatos
da pessoa já acordada e podem estar deturpados», com partes esquecidas, disse à revista Science
Karen Konkoly. Já se sabia que comunicar num sentido era possível – como integrar o som do
despertador no sonho –, mas noutros estudos a comunicação só era feita posteriormente, com
os participantes já acordados.
35 O estudo também dá a entender que é possível aprender durante o sono, já que os parti-
cipantes acordaram a saber informações externas ao sonho que não possuíam antes de ador-
mecerem. No futuro, este método pode ser útil para ajudar a tratar o trauma, a ansiedade e a
depressão.

Cláudia Carvalho Silva, in Público, (texto adaptado, com supressões,


consultado em https://www.publico.pt, em dezembro de 2022).

1
Narcolepsia: crise brusca e passageira de sono.

228 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

1. De acordo com o primeiro parágrafo, os «"sonhos interativos"» (linha 4) permitem


A. estabelecer, de forma inequívoca, uma comunicação unilateral definida.
B. comunicar de forma extremamente clara com quem está a dormir.
C. obter respostas que, antes da experiência, eram impossíveis de alcançar.
D. conhecer melhor os desejos e as expectativas de quem está a sonhar.

2. A comparação presente na linha 20 realça


A. a facilidade com que se consegue entabular uma conversação.
B. o caráter fantasioso dos relatos que os sonhadores faziam do sonho.
C. a semelhança entre o mundo onírico e a realidade física.
D. a analogia entre o relato do sonho e o contacto com alguém distante.

3. Do ponto de vista científico, os sonhos ainda necessitam de exploração, uma vez que
A. a memória que persiste do sonho nem sempre é confiável.
B. é uma área que ainda necessita de muitos estudos criteriosos.
C. os sonhadores poderão corrigir futuramente o que experienciaram.
D. os relatos são sempre fidedignos, mas nunca ficarão completos.

4. Em «Já se sabia que comunicar num sentido era possível» (linha 32), o pronome encontra-se antepos-
to ao verbo porque está
A. integrado numa oração subordinante.
B. dependente de uma oração coordenada.
C. dependente de um advérbio.
D. integrado numa oração subordinada.

5. As orações subordinadas iniciadas por «que» na linha 32 e na linha 36 classificam-se como


A. substantiva completiva, no primeiro caso, e adjetiva relativa restritiva, no segundo.
B. adjetivas relativas restritivas, em ambos os casos.
C. substantiva completiva, no primeiro caso, e adjetiva relativa explicativa, no segundo.
D. substantivas completivas, em ambos os casos.

6. Identifica a função sintática desempenhada pelas expressões:


a) «o neurocientista Ken Paller» (linha 15);
b) «no cérebro» (linha 21).

7. Indica o processo de coesão textual assegurado pela reiteração do pronome indefinido «outros»
(linhas 27-28).

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 229


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

Grupo III

«Ao homem deve ensinar-se primeiro o que são as coisas em si mesmas e depois o que são aos nossos
olhos; é assim que ele será capaz de comparar a opinião à verdade.»
Jean-Jacques Rousseau

Num texto de opinião bem estruturado, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas
e cinquenta palavras, defende uma perspetiva pessoal sobre a questão apresentada.
No teu texto:
• explicita, de forma clara e pertinente, o teu ponto de vista, fundamentando-o em dois argumen-
tos, cada um deles ilustrado com um exemplo significativo;
• formula uma conclusão adequada à argumentação desenvolvida;
• utiliza um discurso valorativo (juízo de valor explícito ou implícito).

Observações:
1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco, mesmo quando esta integre ele-
mentos ligados por hífen (ex.: /dir-se-ia/). Qualquer número conta como uma única palavra, independentemente do número de algarismos
que o constituam (ex.: /2023/).
2. Relativamente ao desvio dos limites de extensão indicados – entre 200 e 350 palavras –, há que atender ao seguinte:
оum desvio dos limites de extensão indicados implica uma desvalorização parcial (até 5 pontos) do texto produzido;
оum texto com extensão inferior a 80 palavras é classificado com 0 pontos.

FIM

Grupo /ƚĞŵͬŽƚĂĕĆŽ (em pontos)


1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.
I 100
16 16 10 16 16 10 16
1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.
II 56
8 8 8 8 8 8 8
III Item único 44
Total 200

230 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Matriz do teste de avaliação escrita 3


Fernando Pessoa, Mensagem, e Fernão Lopes, Crónica de D. João I

ŽŵşŶŝŽƐʹĚƵĐĂĕĆŽ>ŝƚĞƌĄƌŝĂൟ>ĞŝƚƵƌĂൟ'ƌĂŵĄƚŝĐĂൟƐĐƌŝƚĂ

Descritores (AE) Conteúdos Estrutura Itens – cotação

ĚƵĐĂĕĆŽ>ŝƚĞƌĄƌŝĂͬ>ĞŝƚƵƌĂ
Interpretar obras literárias Parte A A
A – Texto de leitura
portuguesas. 2 itens de resposta 1. 16 pontos
literária: poema
Reconhecer valores restrita 2. 16 pontos
de Mensagem
culturais, éticos e estéticos 1 item de seleção 3. 10 pontos
manifestados nos textos.
Analisar o valor de
recursos expressivos para a Parte B B
B – Texto de leitura
construção do sentido 2 itens de resposta 4. 16 pontos
literária: excerto da Grupo I
do texto. restrita 5. 16 pontos
Crónica de D. João I
Leitura 1 item de seleção 6. 10 pontos
Interpretar o texto, com
especificação do sentido
global e da intencionalidade Parte C
comunicativa. C – Exposição sobre
1 item de resposta C
um tema da Crónica
Escrita restrita: produção 7. 16 pontos
de D. João I
Escrever uma exposição de uma exposição
sobre um tema.
Total – 100 pontos
Leitura 1. 8 pontos
Ler textos de diferentes Texto de leitura 4 itens de escolha 2. 8 pontos
géneros e graus de não literária múltipla 3. 8 pontos
complexidade. 4. 8 pontos
Gramática
Usar de modo intencional
diferentes valores modais Grupo II
1 item de escolha
atendendo à situação Modalidade 5. 8 pontos
múltipla
comunicativa (epistémicos, Funções sintáticas 6. 8 pontos
2 itens de resposta
deônticos e apreciativos). Subordinação 7. 8 pontos
curta
Identificar a função sintática
de constituintes da frase.
Classificar orações.
Total – 56 pontos
Escrita
Escrever apreciações
críticas, respeitando as
1 item de resposta
marcas de género.
Apreciação crítica Grupo III extensa (200 a 350 Item único
Redigir com desenvoltura,
palavras)
consistência, adequação
e correção os textos
planificados.
Total – 44 pontos
Total – 200 pontos

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 231


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Teste de avaliação escrita 3


Fernando Pessoa, Mensagem, e Fernão Lopes, Crónica de D. João I

Nome N.° 12.° Data / /

Avaliação E. de Educação Professor/a

Grupo I
PARTE A
Lê o poema e as notas.

Sexto
1
D. Diniz
Na noite escreve um seu Cantar de Amigo
O plantador de naus a haver,
E ouve um silêncio múrmuro consigo:
É o rumor dos pinhais que, como um trigo
5 De Império, ondulam sem se poder ver.
Arroio2, esse cantar, jovem e puro,
Busca o oceano por achar;
E a fala dos pinhais, marulho3 obscuro,
É o som presente desse mar futuro,
10 É a voz da terra ansiando pelo mar.

Fernando Pessoa, Poemas publicados em vida II – Mensagem,


edição de Luiz Fagundes Duarte, Lisboa, INCM, 2020, p. 30.

1
D. Diniz: D. Diniz foi o rei da primeira dinastia que mandou plantar o pinhal de Leiria.
2
Arroio: pequeno regato.
3
Marulho: som provocado pela agitação do mar.

1. Relaciona o sentido dos versos 2 e 3 com o dos versos 4 e 5.

2. Neste poema, o sujeito poético apresenta uma dupla faceta de D. Dinis. Comprova esta afirmação,
recorrendo a dois exemplos pertinentes mencionados no texto.

3. Seleciona a opção de resposta adequada para completar a afirmação abaixo apresentada.


O poema termina com a caracterização dos «pinhais» (verso 8), estabelecendo-se uma íntima rela-
ção com o
A. presente que, na terra, permite impulsionar o porvir marítimo.
B. passado que, na terra, dá sentido à atualidade do rei D. Dinis.
C. porvir que, na terra, permite impulsionar o presente marítimo.
D. futuro que, na terra, dará sentido à atualidade do rei D. Dinis.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 233


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

PARTE B
Lê o excerto do capítulo XI da Crónica de D. João I, de Fernão Lopes, e as notas.

Soarom as vozes do arroido1 pela cidade ouvindo todos braadar que matavom o Meestre; e
assi como viuva que rei nom tiinha, e como se lhe este ficara em logo2 de marido, se moverom
todos com mão armada, correndo a pressa pera u3 deziam que se esto fazia, por lhe darem vida
e escusar morte. Alvoro Paaez nom quedava4 d'ir pera alá, braadando a todos:
5 – Acorramos ao Meestre, amigos, acorramos ao Meestre que matam sem por quê!
A gente começou de se juntar a ele, e era tanta que era estranha cousa de veer. Nom cabiam
pelas ruas principaes, e atrevessavom logares escusos5, desejando cada XNJ de seer o primeiro; e
preguntando uNJs aos outros quem matava o Meestre, nom minguava6 quem responder7 que o
matava o Conde Joam Fernandez, per mandado da Rainha.
10 E per voontade de Deos todos feitos duNJ coraçom com talente8 de o vingar, como9 forom
aas portas do Paaço que eram já çarradas10, ante que chegassem, com espantosas palavras come-
çarom de dizer:
– U matom o Meestre? que e do Meestre? quem çarrou estas portas?
Ali eram ouvidos braados de desvairadas11 maneiras. Taes i havia que certeficavom12 que
15 o Meestre era morto, pois as portas estavom çarradas, dizendo que as britassem13 pera entrar
dentro, e veeriam que era do Meestre, ou que cousa era aquela.
Deles14 braadavom por lenha, e que veesse lume pera poerem fogo aos Paaços, e queimar o
treedor e a aleivosa15. Outros se aficavom16 pedindo escaadas pera sobir acima, pera veerem que
era do Meestre; e em todo isto era o arroido atam grande que se nom entendiam uNJs com os
20 outros, nem determinavom neNJa cousa.

Fernão Lopes, Crónica de D. João I (apresentação crítica, seleção, notas e sugestões para
análise literária de Teresa Amado), 2.a edição, Lisboa, Comunicação, 1992, pp. 96-97.

1
Arroido: ruído; algazarra. 7
Responder: respondesse. 13
Britassem: arrombassem.
2
Logo: lugar. 8
Talente: desejo; vontade. 14
Delles: alguns (deles).
3
U: onde. 9
Como: quando. 15
Aleivosa: traidora.
4
Quedava: parava. 10
Çarradas: fechadas. 16
Afficavom: teimavam
5
Escusos: escuros; recônditos. 11
Desvairadas: várias; diversas.
6
Mimguava: faltava. 12
Çerteficavõ: asseguravam; afirmavam.

4. Explicita dois dos sentimentos manifestados pela população, justificando a resposta com segmentos
textuais.

5. Refere por que motivo D. Leonor Teles é apresentada como «aleivosa» (linha 18).

6. Seleciona a opção de resposta adequada para completar a afirmação.


Neste excerto do capítulo XI da Crónica de D. João I, o recurso às sensações visuais e auditivas
permite percecionar, com realismo e detalhe, o que é descrito, como é possível observar em
A. «Soarom as vozes do arroido pela cidade ouvindo todos braadar » (linha 1).
B. «as portas estavom çarradas, dizendo que as britassem» (linha 15).
C. «Outros se aficavom pedindo escaadas pera sobir acima» (linha 18).
D. «e em todo isto era o arroido atam grande que se nom entendiam» (linha 19).

234 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

PARTE C

7. D. João, Mestre de Avis, é o protagonista da Crónica de Fernão Lopes. No entanto, o ator central
deste texto é, na verdade, o povo anónimo.
Escreve uma breve exposição na qual comproves esta afirmação, baseando-te na tua experiência
de leitura da Crónica de D. João I.
A tua exposição deve incluir:
• uma introdução ao tema;
• um desenvolvimento no qual explicites dois aspetos que evidenciem a simultaneidade dos atores
individuais e coletivos na Crónica de D. João I;
• uma conclusão adequada ao desenvolvimento do tema.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 235


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

Grupo II
Lê o texto e as notas.

D. Dinis na vanguarda da sustentabilidade


A espada de D. Dinis, que foi descoberta no seu túmulo no Mosteiro de Odivelas, dá-nos
pistas para contar uma parte importante da vida deste monarca. Esse legado1 são as políticas e
decisões em prol do ambiente implementadas durante o seu reinado, que originaram o desen-
volvimento agrícola, comercial e económico do Portugal dos séculos XIII e XIV. Se olharmos
5 com atenção para a espada e repararmos no quadrão, contemplamos dois peixes posicionados
de forma oposta. Na bainha2 e no pomo3 distinguimos claramente a representação do leão. No
pomo ainda nos é possível distinguir dois animais importantes para a caça, o cão e o coelho, o
amigo do Homem e o seu alimento lado a lado.
O reinado de D. Dinis foi norteado por uma maior preocupação com a preservação da na-
10 tureza e a ocupação territorial. Estas duas características conduziram ao crescente aforamento4
de terras e à criação de legislação sobre a proteção da vegetação autóctone, a manutenção e
exploração dos mares e a defesa da fauna.
Com o propósito de aumentar a produção agrícola e ocupar regiões recentemente integra-
das na Coroa, ou de fronteira, o rei instituiu aforamentos com benefícios muito atrativos. Nos
15 primeiros anos de plantação havia isenção de foro. Desta forma, existia um progresso assinalável
da agricultura, da criação de gado, da caça e da pesca. O rei também deixava indicações das da-
tas, técnicas e métodos mais apropriados para gerar uma colheita rica e abundante, sem esgotar
os solos. Estas condições vantajosas possibilitaram o abastecimento de alimentos imprescindí-
veis às necessidades da população, como o cereal, a fruta, os legumes e o vinho. A extração de
20 sal, monopólio comercial do rei, teve um papel de destaque nesta época, sendo um produto
muito exportado.
A par com a preocupação pelo estado da agricultura no território, também é visível a atenção
do monarca pela preservação de algumas árvores autóctones, como o sobreiro e a azinheira,
mantendo a flora preexistente e contribuindo para a sua disseminação.
25 Ao longo da vida de D. Dinis encontramos documentos que nos remetem para a caça e
pesca, atividades que o monarca praticava frequentemente, mas também para o bem-estar ani-
mal. No ano de 1288 foi outorgada uma lei que punia, através de uma multa avultada, quem
encontrasse uma ave de caça e não o anunciasse publicamente.
O conjunto das políticas ambientais adotadas e a preocupação pela preservação da fauna e
30 flora neste período é de extrema relevância para compreender o pensamento sustentável medie-
val, numa sociedade em busca da autossuficiência e da defesa do território. Estas ações e vivên-
cias parecem-nos extremamente atuais e possíveis de pôr em prática, só nos falta saber aprender
as boas lições do passado e caminhar em frente.

Francisco Teles da Gama, in Observador


(texto adaptado, com supressões, consultado em https://observador.pt, em dezembro de 2022).

1
Legado: aquilo que deixou para as gerações futuras.
2
Bainha: estojo onde se coloca a lâmina de uma arma branca.
3
Pomo: extremidade da espada mais próxima do espadachim; bola de aço.
4
Aforamento: ato de dar o domínio de uma propriedade ou terra.

236 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

1. Segundo Francisco Teles da Gama, D. Dinis é um rei


A. magnânimo e intransigente.
B. permissivo e controverso.
C. progressista e inquieto.
D. rigoroso e atento.

2. A iconografia representada na espada de D. Dinis


A. contradiz o seu verdadeiro espírito de inovação e de vanguarda.
B. corrobora a atenção que sempre prestou ao mundo natural.
C. confirma as vivências associadas a um mundo pouco desenvolvido.
D. exemplifica as características que devem dominar um monarca.

3. De acordo com o terceiro parágrafo, o desenvolvimento agrícola deveu-se


A. unicamente à criação de foros atrativos criados pelo monarca.
B. apenas a medidas sustentáveis de desenvolvimento dos solos.
C. a benefícios para a nobreza impulsionados pelo poder régio.
D. a uma pluralidade de intervenções que tiveram o cunho real.

4. O «pensamento sustentável medieval» (linhas 30-31) associa-se a


A. uma busca pela hegemonia territorial portuguesa.
B. uma sociedade incapaz de suprir as suas necessidades.
C. uma comunidade que se pretende autónoma e protegida.
D. um país que luta para impor a vontade do seu monarca.

5. Em «Estas ações e vivências parecem-nos […] possíveis de pôr em prática» (linhas 31-32) está presente
a modalidade
A. apreciativa.
B. deôntica, com valor modal de permissão.
C. epistémica, com valor modal de certeza.
D. epistémica, com valor modal de probabilidade.

6. Identifica a função sintática desempenhada pelas expressões:


a) «monopólio comercial do rei» (linha 20);
b) «que» (linha 25).

7. Classifica a oração introduzida por «Se» na linha 4.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 237


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

Grupo III

Num texto bem estruturado, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas e cinquenta pa-
lavras, faz a apreciação crítica do cartoon abaixo apresentado, da autoria de Agim Sulaj.

Agim Sulaj, Diferentes classes, s/d.

O teu texto deve incluir:


• a descrição do objeto apresentado, destacando elementos significativos da composição da
imagem;
• um comentário crítico, fundamentando a tua apreciação em, pelo menos, três aspetos relevan-
tes e utilizando um discurso valorativo;
• uma conclusão adequada aos pontos de vista desenvolvidos.

Observações:
1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco, mesmo quando esta integre ele-
mentos ligados por hífen (ex.: /dir-se-ia/). Qualquer número conta como uma única palavra, independentemente do número de algarismos
que o constituam (ex.: /2023/).
2. Relativamente ao desvio dos limites de extensão indicados – entre 200 e 350 palavras –, há que atender ao seguinte:
оum desvio dos limites de extensão indicados implica uma desvalorização parcial (até 5 pontos) do texto produzido;
оum texto com extensão inferior a 80 palavras é classificado com 0 pontos.

FIM

Grupo /ƚĞŵͬŽƚĂĕĆŽ (em pontos)


1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.
I 100
16 16 10 16 16 10 16
1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.
II 56
8 8 8 8 8 8 8
III Item único 44
Total 200

238 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Matriz do teste de avaliação escrita 4


Fernando Pessoa, Mensagem e Poesia dos heterónimos (Ricardo Reis)

ŽŵşŶŝŽƐʹĚƵĐĂĕĆŽ>ŝƚĞƌĄƌŝĂൟ>ĞŝƚƵƌĂൟ'ƌĂŵĄƚŝĐĂൟƐĐƌŝƚĂ

Descritores (AE) Conteúdos Estrutura Itens – cotação

ĚƵĐĂĕĆŽ>ŝƚĞƌĄƌŝĂͬ>ĞŝƚƵƌĂ
Interpretar obras literárias Parte A A
A – Texto de leitura
portuguesas. 2 itens de resposta 1. 16 pontos
literária: poema
Reconhecer valores restrita 2. 10 pontos
de Mensagem
culturais, éticos e estéticos 1 item de seleção 3. 16 pontos
manifestados nos textos.
Analisar o valor de
B – Texto de leitura
recursos expressivos para a Parte B B
literária: poema
construção do sentido 1 item de seleção 4. 10 pontos
de Ricardo Reis Grupo I
do texto. 2 itens de resposta 5. 16 pontos
(heterónimo de
Leitura restrita 6. 16 pontos
Fernando Pessoa)
Interpretar o texto, com
especificação do sentido
global e da intencionalidade Parte C
comunicativa. C – Exposição
1 item de resposta C
sobre um tema de
Escrita restrita: produção 7. 16 pontos
Mensagem
Escrever uma exposição de uma exposição
sobre um tema.
Total – 100 pontos
Leitura 1. 8 pontos
Ler textos de diferentes Texto de leitura 4 itens de escolha 2. 8 pontos
géneros e graus de não literária múltipla 3. 8 pontos
complexidade. 4. 8 pontos

Gramática Grupo II
Classificar orações. Subordinação 1 item de escolha
5. 8 pontos
Identificar a função sintática Funções sintáticas múltipla
6. 8 pontos
de constituintes da frase. Aspeto 2 itens de resposta
7. 8 pontos
Distinguir frases com curta
diferentes valores aspetuais.
Total – 56 pontos
Escrita
Escrever apreciações
críticas, respeitando as
1 item de resposta
marcas de género.
Apreciação crítica Grupo III extensa (200 a 350 Item único
Redigir com desenvoltura,
palavras)
consistência, adequação
e correção os textos
planificados.
Total – 44 pontos
Total – 200 pontos

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 239


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Teste de avaliação escrita 4


Fernando Pessoa, Mensagem e Poesia dos heterónimos (Ricardo Reis)

Nome N.° 12.° Data / /

Avaliação E. de Educação Professor/a

Grupo I
PARTE A
Lê o poema e as notas.

Terceira
D. Pedro1, Regente de Portugal
Claro em pensar, e claro no sentir,
E claro no querer;
Indiferente ao que há em conseguir
Que seja só obter;
5 Dúplice2 dono, sem me dividir,
De dever e de ser –
Não me podia a Sorte dar guarida
Por não ser eu dos seus.
Assim vivi, assim morri, a vida,
10 Calmo sob mudos céus,
Fiel à palavra dada e à ideia tida.
Tudo mais é com Deus!

Fernando Pessoa, Poemas publicados em vida II — Mensagem,


edição de Luiz Fagundes Duarte, Lisboa, INCM, 2020, p. 37.

1
D. Pedro: um dos infantes mais cultos do seu tempo; assume a regência do reino
com a morte do rei D. Duarte. Vai ser assassinado na Batalha da Alfarrobeira.
2
Dúplice: duplo.

1. Explicita a expressividade da repetição do adjetivo «claro» (versos 1-2), inferindo a caracterização de


D. Pedro.

2. Seleciona a opção de resposta adequada para completar a afirmação abaixo apresentada.


Os versos 5 e 6 deste poema destacam a postura do Infante D. Pedro ao longo da sua vida, revelando
que
A. pautou a sua conduta por uma contradição entre o «ser» e o «dever».
B. orientou sempre a sua ação pelo equilíbrio entre o «ser» e o «dever».
C. nunca se questionou sobre a sua oposição entre o «ser» e o «dever».
D. a sua ação teve como pressuposto um paradoxo entre o «ser» e o «dever».

3. Evidencia a presença do herói histórico e a presença do herói mítico na segunda estrofe do poema,
fundamentando a resposta com a referência a um elemento textual para cada um dos tipos de
herói.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 241


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

PARTE B
Lê o poema e as notas.

IV
Não tenhas nada nas mãos
Nem uma memória na alma,
Que quando te puserem
Nas mãos o óbolo1 último,
5 Ao abrirem-te as mãos
Nada te cairá.
Que trono te querem dar
Que Átropos2 to não tire?
Que louros que não fanem3
10 Nos arbítrios de Minos4?
Que horas que te não tornem
Da estatura da sombra
Que serás quando fores
Na noite e ao fim da estrada?
15 Colhe as flores mas larga-as,
Das mãos mal as olhaste.
Senta-te ao sol. Abdica
E sê rei de ti próprio.

19-6-1914

Fernando Pessoa, Poemas de Ricardo Reis,


edição de Luiz Fagundes Duarte, Lisboa, INCM, 2015.

1
Óbolo: moeda colocada pelos gregos nos mortos para pagar a viagem para a morte.
2
Átropos: uma das três Moiras, deusas que regiam os destinos, era ela que cortava o fio da vida.
3
Fanem: murchem.
4
Minos: rei semideus da ilha de Creta, filho de Zeus e da princesa fenícia Europa.

4. Seleciona a opção de resposta adequada para completar a afirmação.


Os versos 1 e 2 remetem para a filosofia epicurista defendida por Ricardo Reis, que apela à
A. moderação das emoções, numa atitude contemplativa perante a vida.
B. moderação das emoções, numa atitude de revolta perante a vida.
C. sobrevalorização das emoções, numa atitude contemplativa perante a vida.
D. sobrevalorização das emoções, numa atitude de revolta perante a vida.

5. Explicita a expressividade das interrogações retóricas presentes nos versos 7 a 10.

6. Interpreta o sentido das duas últimas estrofes, à luz da filosofia de vida de Ricardo Reis.

242 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

PARTE C

7. Em Mensagem, sobressaem duas figuras femininas às quais o eu pede proteção.


Escreve uma breve exposição na qual comproves esta afirmação, baseando-te na tua experiência
de leitura de Mensagem, de Fernando Pessoa.
A tua exposição deve incluir:
• uma introdução ao tema;
• um desenvolvimento no qual explicites dois aspetos que evidenciem a presença das figuras femini-
nas protetoras em Mensagem;
• uma conclusão adequada ao desenvolvimento do tema.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 243


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

Grupo II
Lê o texto e as notas.

Como é que a ciência explica o apelo dos horóscopos


Quando era miúdo queria ser Leão – talvez por ser um animal majestoso ou por influência
clubística –, mas quis o destino que, por uns míseros dias, fosse Caranguejo. Em parte, por
isso, como Leão renegado, nunca liguei à astrologia. Não posso deixar de confessar que já dei
uma vista de olhos num ou outro horóscopo. Confesso também que quase percebo o apelo – é
5 impossível não vermos num horóscopo algo que «explica» o nosso momento pessoal, ou algo
que cada um de nós vê como especificamente seu –, aquela sensação do «isto sou mesmo eu»!
Mas será que a ciência consegue explicar este apelo dos horóscopos?
Qual golpe de magia bem orquestrado, os horóscopos (e outras coisas que tal) casam às mil
maravilhas com a nossa necessidade de, como seres humanos, procurarmos explicações para os
10 fenómenos do nosso dia a dia. É aqui que entram a psicologia e a ciência cognitiva, o estudo
das heurísticas1 que a nossa mente usa para facilitar o processo de compreender o nosso mundo,
e os erros cognitivos (a que chamamos «vieses2 cognitivos») que decorrem da necessidade de
fazermos todo este processo de forma rápida e dentro das limitações da nossa mente.
Para começar, há que olhar para o modo como os horóscopos são escritos – são tipicamente
15 uma descrição suficientemente vaga que inclui eventos e traços de personalidade aplicáveis ao
comum dos mortais num ou noutro ponto da sua vida, referindo aspetos positivamente trans-
formativos. De forma interessante, o psicólogo Bertram Forer, em 1948, demonstrou, precisa-
mente, que este tipo de descrições é interpretado como sendo verdadeiro e único de quem as
lê. A isto chamamos o «efeito de Barnum».
20 Este efeito relaciona-se com um dos vieses cognitivos do qual a nossa mente é vítima – o
viés da validação subjetiva. Este viés leva a que uma afirmação (falsa ou verdadeira) seja vista
como tão mais verídica quanto mais significado pessoal tiver e quanto mais positivamente for
apresentada. […]
Mas há, claro, outros processos mentais que conferem «veracidade» à leitura de um horós-
25 copo, e que se aplicam na mesma medida às fake news ou ao populismo político que nos tem
assolado. Um exemplo é a tendência para explicar o nosso comportamento como dependente
de fatores externos – «Eu não fui sair porque estava a chover» – e o comportamento dos outros
como traços de personalidade – «Ele não foi sair porque é preguiçoso». Este viés de atribuição
confere à astrologia ainda mais poder – que melhor fator externo do que o alinhamento dos
30 astros para explicar os nossos comportamentos? […]

Jorge Almeida, in Público (texto adaptado, consultado em


https://publico.pt, em dezembro de 2022).

1
Heurísticas: capacidades de inventar ou descobrir.
2
Vieses: desvios ou deformações na maneira de ver, julgar ou agir.

244 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

1. De acordo com o primeiro parágrafo, o autor evidencia uma


A. crença clara no poder da astrologia para explicar os comportamentos.
B. postura crítica relativamente aos horóscopos por motivações pessoais.
C. incompreensão absoluta quanto à procura que é feita pela astrologia.
D. revolta pelas previsões feitas não corresponderem às suas expectativas.

2. A expressão «Qual golpe de magia bem orquestrado, os horóscopos (e outras coisas que tal) casam
às mil maravilhas com a nossa necessidade» (linhas 8-9) apresenta
A. uma comparação e uma metáfora, respetivamente.
B. uma metáfora e uma comparação, respetivamente.
C. duas metáforas.
D. duas comparações.

3. Relativamente ao quarto parágrafo, o quinto parágrafo


A. retoma a ideia anterior e introduz uma ideia nova.
B. contradiz a ideia anterior, fundamentando com exemplos.
C. retoma a ideia anterior e ilustra-a com exemplos.
D. contradiz a ideia anterior, citando um especialista no assunto.

4. Ao longo do texto, predomina um tom


A. condescendente.
B. formal.
C. pessimista.
D. irónico.

5. Em «nos tem assolado» (linhas 25-26), o pronome encontra-se anteposto ao verbo, porque está
A. integrado numa oração subordinante.
B. dependente de uma oração coordenada.
C. dependente da expressão «populismo político» (linha 25).
D. integrado numa oração subordinada.

6. Identifica a função sintática desempenhada pelas expressões


a) «de compreender o nosso mundo» (linha 11);
b) «à astrologia» (linha 29).

7. Indica o valor aspetual veiculado por cada uma das expressões seguintes:
a) «Quando era miúdo queria ser Leão» (linha 1);
b) «o psicólogo Bertram Forer, em 1948, demonstrou» (linha 17).

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 245


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

Grupo III

Num texto bem estruturado, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas e cinquenta pa-
lavras, faz a apreciação crítica do cartoon abaixo apresentado, da autoria de Alireza Pakdel.

Alireza Pakdel, Sem título, s/d.

O teu texto deve incluir:


• a descrição do objeto apresentado, destacando elementos significativos da composição da
imagem;
• um comentário crítico, fundamentando a tua apreciação em, pelo menos, três aspetos relevan-
tes e utilizando um discurso valorativo;
• uma conclusão adequada aos pontos de vista desenvolvidos.

Observações:
1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco, mesmo quando esta integre ele-
mentos ligados por hífen (ex.: /dir-se-ia/). Qualquer número conta como uma única palavra, independentemente do número de algarismos
que o constituam (ex.: /2023/).
2. Relativamente ao desvio dos limites de extensão indicados – entre 200 e 350 palavras –, há que atender ao seguinte:
оum desvio dos limites de extensão indicados implica uma desvalorização parcial (até 5 pontos) do texto produzido;
оum texto com extensão inferior a 80 palavras é classificado com 0 pontos.

FIM

Grupo /ƚĞŵͬŽƚĂĕĆŽ (em pontos)


1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.
I 100
16 10 16 10 16 16 16
1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.
II 56
8 8 8 8 8 8 8
III Item único 44
Total 200

246 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Matriz do teste de avaliação escrita 5


Manuel da Fonseca, «Sempre é uma companhia», e Almeida Garrett,
Frei Luís de Sousa

ŽŵşŶŝŽƐʹĚƵĐĂĕĆŽ>ŝƚĞƌĄƌŝĂൟ>ĞŝƚƵƌĂൟ'ƌĂŵĄƚŝĐĂൟƐĐƌŝƚĂ

Descritores (AE) Conteúdos Estrutura Itens – cotação

ĚƵĐĂĕĆŽ>ŝƚĞƌĄƌŝĂͬ>ĞŝƚƵƌĂ
Interpretar obras literárias A – Texto de leitura Parte A A
portuguesas. literária: excerto 2 itens de resposta 1. 16 pontos
Reconhecer valores de «Sempre é uma restrita 2. 16 pontos
culturais, éticos e estéticos companhia» 1 item de seleção 3. 10 pontos
manifestados nos textos.
Analisar o valor de
recursos expressivos para a Parte B B
B – Texto de leitura
construção do sentido 2 itens de resposta 4. 16 pontos
literária: excerto de Grupo I
do texto. restrita 5. 16 pontos
Frei Luís de Sousa
Leitura 1 item de seleção 6. 10 pontos
Interpretar o texto, com
especificação do sentido
global e da intencionalidade C – Exposição Parte C
comunicativa. sobre um tema de 1 item de resposta C
Escrita «Sempre é uma restrita: produção 7. 16 pontos
Escrever uma exposição companhia» de uma exposição
sobre um tema.
Total – 100 pontos
Leitura 1. 8 pontos
Ler textos de diferentes Texto de leitura 4 itens de escolha 2. 8 pontos
géneros e graus não literária múltipla 3. 8 pontos
de complexidade. 4. 8 pontos

Gramática Grupo II
Classificar orações. 1 item de escolha
Subordinação 5. 8 pontos
Identificar a função sintática múltipla
Funções sintáticas 6. 8 pontos
de constituintes da frase. 2 itens de resposta
Dêixis 7. 8 pontos
Conhecer a referência curta
deítica.
Total – 56 pontos
Escrita
Escrever textos de opinião,
respeitando as marcas de
1 item de resposta
género.
Texto de opinião Grupo III extensa (200 a 350 Item único
Redigir com desenvoltura,
palavras)
consistência, adequação
e correção os textos
planificados.
Total – 44 pontos
Total – 200 pontos

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 247


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Teste de avaliação escrita 5


Manuel da Fonseca, «Sempre é uma companhia», e Almeida Garrett,
Frei Luís de Sousa

Nome N.° 12.° Data / /

Avaliação E. de Educação Professor/a

Grupo I
PARTE A
Lê o texto e as notas

Um sopro de vida paira agora sobre a aldeia. Todos sabem o que acontece fora dali. E sen-
tem que não estão já tão distantes as suas pobres casas. Até as mulheres vêm para a venda depois
da ceia. Há assuntos de sobra para conversar. E grandes silêncios quando aquela voz poderosa
fala de cidades conquistadas, divisões vencidas, bombardeamentos, ofensivas. Também silêncio
5 para ouvir as melodias que vêm de longe até à aldeia, e que são tão bonitas!...
Acontece até que, certa noite, se arma uma festa na venda do Batola. Até as velhas dançaram
ao som da telefonia. Nos intervalos, os homens bebiam um copo, junto ao balcão, os pares na-
moravam-se, pelos cantos. Por fim, mudou-se de posto para ouvir as notícias do mundo. Todos
se quedaram, atentos.
10 – Ah! – grita de repente o Batola. – Se o Rata ouvisse estas coisas não se matava!
Mas ninguém o compreende, de absorvidos que estão.
E os dias passam agora rápidos para António Barrasquinho, o Batola. Até começou a levan-
tar-se cedo e a aviar os fregueses de todas as manhãzinhas. Assim, pode continuar as conversas
da véspera. Que o Batola é, de todos, o que mais vaticínios faz sobre as coisas da guerra. Muito
15 antes do meio-dia já ele começa a consultar o velho relógio, preso por um fio de ouro ao colete.
Só a mulher quase deixou de aparecer na venda. E ninguém sabe que pensa ela do que con-
tam as vozes desconhecidas aos homens da aldeia, pois, através do tabique1 de ripas separadas
por grandes fendas, ouve-se tudo que se passa na venda. Ouve-se e vê-se, querendo, a alegria
que certas notícias trazem aos ceifeiros, o gosto e o propósito que eles têm ao ouvir determina-
20 da voz que é de todas a mais desejada e acreditada.
E os dias custaram tão pouco a passar que o fim do mês caiu de surpresa em cima da aldeia da
Alcaria. Era já no dia seguinte que a telefonia deixaria de ouvir-se. Iam todos, de novo, recuar
para muito longe, lá para o fim do mundo, onde sempre tinham vivido.
Foi a primeira noite em que os homens saíram da venda mudos e taciturnos2. Fora espera-
25 va-os o negrume fechado. E eles voltavam para a escuridão, iam ser, outra vez, o rebanho que
se levanta com o dia, lavra, cava a terra, ceifa e recolhe vergado pelo cansaço e pela noite. Mais
nada que o abandono e a solidão. A esperança de melhor vida para todos, que a voz poderosa
do homem desconhecido levava até à aldeia, apagava-se nessa noite para não mais se ouvir.

Manuel da Fonseca, «Sempre é uma companhia»,


in O fogo e as cinzas, 23.a edição, Lisboa, Caminho, pp. 158-159.

1
Tabique: divisória; tapume.
2
Taciturnos: reservados; melancólicos.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 249


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

1. Explicita o sentido da metáfora «Um sopro de vida paira agora sobre a aldeia.» (linha 1).

2. Atenta nas linhas 12 a 20.


Compara o comportamento de Batola com o da sua «mulher» (linha 16).

3. Seleciona a opção de resposta adequada para completar a afirmação abaixo apresentada.


As expressões textuais «fim do mundo» (linha 23), «negrume fechado» e «escuridão» (linha 25) são
usadas no seu sentido
A. denotativo e acentuam o facto de já ser muito tarde quando os homens saem da venda.
B. conotativo e revelam o regresso a um mundo repleto de isolamento e de desconhecimento.
C. denotativo e revelam o regresso a um mundo repleto de isolamento e de desconhecimento.
D. conotativo e acentuam o facto de já ser muito tarde quando os homens saem da venda.

PARTE B
Lê o texto e a nota.

Cena IV

Madalena, Maria

MARIA – Quereis vós saber, mãe, uma tristeza muito grande que eu tenho? – A mãe já não
chora, não? Já se não enfada comigo?
MADALENA – Não me enfado contigo nunca, filha; e nunca me afliges, querida. O que tenho
é a preocupação que me dás, é o receio de que…
5 MARIA – Pois sim; tendo-me tanto amor que nunca houve que vos vejo andar sempre
por minha causa. Eu não tenho nada; e tenho saúde, olhai que tenho muita saúde.
MADALENA – Tens, filha… Se Deus quiser, hás de ter; e hás de viver muitos anos para
consolação e amparo de teus pais que tanto te querem.
MARIA – Pois olhai: passo noites inteiras em claro a lidar nisto, e a lembrar-me de quantas
10 palavras vos tenho ouvido, e a meu pai… e a recordar-me da mais pequena ação
e gesto – e a pensar em tudo, a ver se descubro o que isto é, o porque, tendo-me
tanto amor… que, oh! isso nunca houve decerto filha querida como eu!…
MADALENA – Não, Maria.
MARIA – Pois sim; tendo-me tanto amor, que nunca houve outro igual, estais sempre num
15 sobressalto comigo?…
MADALENA – Pois se te estremecemos1?
MARIA – Não é isso, não é isso; é que vos tenho lido nos olhos… Oh!, que eu leio nos olhos,
leio, leio!… e nas estrelas do céu também – e sei coisas…

Almeida Garrett, Frei Luís de Sousa (Ato Primeiro), texto fixado por Maria João Brilhante,
3.a edição, Lisboa, Comunicação, 1994, pp. 103-108.

1
Estremecemos: amamos com ternura.

250 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

4. Explicita duas características psicológicas de Maria de Noronha, justificando a resposta com ele-
mentos do texto.

5. Refere dois efeitos de sentido provocados pela utilização das reticências na réplica de Maria, pre-
sente nas linhas 9 a 12.

6. Seleciona a opção de resposta adequada para completar a afirmação.


Neste excerto de Frei Luís de Sousa, as duas personagens femininas apresentam um discurso pauta-
do por um vocabulário expressivo e por interjeições, que
A. evidencia o suspense da ação e o afeto entre ambas as personagens.
B. revela o suspense da ação e confere um tom epocal ao texto garrettiano.
C. evidencia a tensão emocional e o afeto entre ambas as personagens.
D. revela a tensão emocional e confere um tom epocal ao texto garrettiano.

PARTE C

7. O conto «Sempre é uma companhia» ilustra a passagem da solidão à convivialidade.


Escreve uma breve exposição na qual comproves esta afirmação, baseando-te na tua experiência
de leitura deste conto de Manuel da Fonseca.
A tua exposição deve incluir:
• uma introdução ao tema;
• um desenvolvimento no qual explicites dois aspetos que evidenciem a passagem da solidão à con-
vivialidade no conto «Sempre é uma companhia»;
• uma conclusão adequada ao desenvolvimento do tema.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 251


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

Grupo II
Lê o texto.

Tempo, esse implacável Tempo


Sabes o que é certo neste momento? O facto de estares a ler estas palavras. A certeza de
estares a partilhar este momento da tua vida com estas linhas escritas. O minuto anterior já
não te pertence. Somente a memória dele. O passado é feito de momentos irrepetíveis. Uns,
guardados em lenços de veludo para que nunca se estraguem; outros, espalhados em gavetas
5 desarrumadas, presas ao armário do teu corpo.
O futuro? Uma arrogância. Será sempre uma arrogância julgá-lo nosso, pensá-lo adquiri-
do. O Tempo leva-nos tudo e leva-nos com ele sem darmos conta, sem nos dar a garantia do
momento, da hora, do dia seguinte.
Apaga-nos a luz e adormece-nos todos os dias para nos envelhecer o corpo devagarinho.
10 Acende-nos de novo o sol e empurra-nos para a vida como se não nos tivesse tirado nada.
Mas o que mais dói é quando esse egoísta Tempo nos leva as pessoas que sempre foram
nossas sem nos pedir autorização. A umas leva-as, porque chegou a hora de partirem; a ou-
tras, porque as desvia do nosso caminho. E ficamos com a sensação de vazio de cada vez que
uma parte. É como se tivessem levado um pedaço de nós. É como se tivéssemos espaços em
15 branco dentro da alma, lugares onde viviam essas pessoas connosco no dia a dia. Sentimo-nos
impotentes perante o poder desse Tempo capaz de fazer tudo o que lhe apetece. É nesse mo-
mento que o passado passa a ser memória, imagens retidas na retina do coração. O cheiro da
pele, esse, esvai-se. Se o sentimos algures entre as gentes, avivam-se as recordações. É como
se ressuscitássemos as pessoas em nós. E procurámos, em vão, um odor que conhecemos de
20 cor outrora, mas que sabemos que não pertence à pessoa que perdemos. Esse será sempre
único e inigualável.
O Tempo leva sem pudor o som, o timbre da voz. Os nossos ouvidos não são capazes de o
guardar por muito tempo. Salva-nos, muitas vezes, o atendedor de chamadas. E ligamos mil
vezes até à exaustão, até decidirmos apagar o número para não endoidecer.
25 Contudo, o Tempo, esse implacável Tempo, nunca nos levará o presente. O Tempo pode
julgar-se dono de tudo, pode dominar tudo, levar-nos tudo e levar-nos com ele. Mas, quanto
ao presente... Ai! Este presente! Este presente em que podemos decidir Ser, decidir Ir, decidir
Dar. Quanto a este tempo nada poderá o Tempo fazer, porque nos pertence. É o tempo de
ouvir as pulsações da vida, daquela que temos enquanto estamos vivos.
30 O presente, um dia, será recordado, será o nosso passado, que, se for bem vivido, vamos
guardar na memória como um tesouro e ouvirmos como uma caixinha de música no nosso
pensamento até ao nosso fim. Neste tempo que ainda é nosso, aproveitemos as pessoas que
nos enchem os dias, as que nos fazem sorrir, as que nos ouvem e nos compreendem, as que
caminham ao nosso lado. Neste tempo que nos pertence, sejamos gratos aos que nos ensi-
35 nam, aos que nos amparam, a todos aqueles com quem tivemos o privilégio de nos cruzar,
semeando um pouco da memória de nós.
Sabes, o Tempo pode tirar-nos tudo amanhã.

Lúcia Vaz Pedro, in Público


(texto consultado em https://publico.pt, em dezembro de 2022).

252 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

1. O primeiro parágrafo evidencia, predominantemente, a


A. centralidade do momento presente na vida humana.
B. importância que as memórias assumem na nossa existência.
C. dificuldade que persiste em mantermos as lembranças.
D. relevância que o momento presente assume para o futuro.

2. As interrogações formuladas por Lúcia Vaz Pedro, nas linhas 1 e 6, permitem


A. levar o leitor a questionar a pertinência do que refere.
B. introduzir ideias que considera erróneas sobre o tempo.
C. apresentar as suas convicções sobre o modo como vemos o tempo.
D. formular juízos de valor sobre tudo aquilo que já vivenciou.

3. No quarto parágrafo (linhas 11 a 21), a cronista menciona que quando as recordações se «avivam» (linha
18), surge uma lembrança de caráter

A. visual.
B. tátil.
C. gustativo.
D. olfativo.

4. Relativamente ao momento presente, a autora apresenta uma visão


A. desvirtuada.
B. derrotista.
C. nostálgica.
D. otimista.

5. No segmento «Neste tempo que ainda é nosso, aproveitemos as pessoas que nos enchem os dias»
(linhas 32-33), as orações subordinadas iniciadas por «que» classificam-se como

A. substantiva completiva, no primeiro caso, e adjetiva relativa restritiva, no segundo.


B. adjetivas relativas restritivas, em ambos os casos.
C. substantiva completiva, no primeiro caso, e adjetiva relativa explicativa, no segundo.
D. substantivas completivas, em ambos os casos.

6. Identifica a função sintática desempenhada pelas expressões:


a) «o que é certo» (linha 1);
b) «o atendedor de chamadas» (linha 23).

7. Indica o tipo de dêixis apresentado na frase «Sabes, o Tempo pode tirar-nos tudo amanhã.» (linha 37).

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 253


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

Grupo III

Será que, nos nossos dias, a felicidade humana é tangível por uma vivência serena ou azafamada?
Num texto de opinião bem estruturado, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas
e cinquenta palavras, defenda uma perspetiva pessoal sobre a questão apresentada.
No teu texto:
• explicita, de forma clara e pertinente, o teu ponto de vista, fundamentando-o em dois argumen-
tos, cada um deles ilustrado com um exemplo significativo;
• formula uma conclusão adequada à argumentação desenvolvida;
• utiliza um discurso valorativo (juízo de valor explícito ou implícito).

Observações:
1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco, mesmo quando esta integre ele-
mentos ligados por hífen (ex.: /dir-se-ia/). Qualquer número conta como uma única palavra, independentemente do número de algarismos
que o constituam (ex.: /2023/).
2. Relativamente ao desvio dos limites de extensão indicados – entre 200 e 350 palavras –, há que atender ao seguinte:
оum desvio dos limites de extensão indicados implica uma desvalorização parcial (até 5 pontos) do texto produzido;
оum texto com extensão inferior a 80 palavras é classificado com 0 pontos.

FIM

Grupo /ƚĞŵͬŽƚĂĕĆŽ (em pontos)


1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.
I 100
16 16 10 16 16 10 16
1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.
II 56
8 8 8 8 8 8 8
III Item único 44
Total 200

254 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Matriz do teste de avaliação escrita 6


Manuel da Fonseca, «Sempre é uma companhia», e Fernando Pessoa,
Mensagem

ŽŵşŶŝŽƐʹĚƵĐĂĕĆŽ>ŝƚĞƌĄƌŝĂൟ>ĞŝƚƵƌĂൟ'ƌĂŵĄƚŝĐĂൟƐĐƌŝƚĂ

Descritores (AE) Conteúdos Estrutura Itens – cotação

ĚƵĐĂĕĆŽ>ŝƚĞƌĄƌŝĂͬ>ĞŝƚƵƌĂ
Interpretar obras literárias A – Texto de leitura Parte A A
portuguesas. literária: excerto 2 itens de resposta 1. 16 pontos
Reconhecer valores de «Sempre é uma restrita 2. 10 pontos
culturais, éticos e estéticos companhia» 1 item de seleção 3. 16 pontos
manifestados nos textos.
Analisar o valor de
recursos expressivos para a Parte B B
B – Texto de leitura
construção do sentido 2 itens de resposta 4. 16 pontos
literária: poema de Grupo I
do texto. restrita 5. 16 pontos
Mensagem
Leitura 1 item de seleção 6. 10 pontos
Interpretar o texto, com
especificação do sentido
global e da intencionalidade C – Exposição sobre Parte C
comunicativa. um tema de 1 item de resposta C
Escrita «Sempre é uma restrita: produção 7. 16 pontos
Escrever uma exposição companhia» de uma exposição
sobre um tema.
Total – 100 pontos
Leitura
1. 8 pontos
Ler textos de diferentes Texto de leitura 3 itens de escolha
2. 8 pontos
géneros e graus de não literária múltipla
3. 8 pontos
complexidade.
Gramática
Classificar orações.
Usar de modo intencional
diferentes valores modais Grupo II
Subordinação 2 itens de escolha 4. 8 pontos
atendendo à situação
Modalidade múltipla 5. 8 pontos
comunicativa (epistémicos,
Funções sintáticas 2 itens de resposta 6. 8 pontos
deônticos e apreciativos).
Coesão textual curta 7. 8 pontos
Identificar a função sintática
de constituintes da frase.
Analisar processos de
coesão textual.
Total – 56 pontos
Escrita
Escrever textos de opinião,
respeitando as marcas de
1 item de resposta
género.
Texto de opinião Grupo III extensa (200 a 350 Item único
Redigir com desenvoltura,
palavras)
consistência, adequação
e correção os textos
planificados.
Total – 44 pontos
Total – 200 pontos

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 255


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Teste de avaliação escrita 6


Manuel da Fonseca, «Sempre é uma companhia», e Fernando Pessoa,
Mensagem

Nome N.° 12.° Data / /

Avaliação E. de Educação Professor/a

Grupo I
PARTE A
Lê o texto e a nota.

António Barrasquinho, o Batola, é um tipo bem achado. Não faz nada, levanta-se quando
calha, e ainda vem dormindo lá dos fundos da casa.
É a mulher quem abre a venda e avia aquela meia dúzia de fregueses de todas as manhãzi-
nhas. Feito isto, volta à lida da casa. Muito alta, grave, um rosto ossudo e um sossego de ma-
5 neiras que se vê logo que é ela quem ali põe e dispõe.
Pois quando entra para os fundos da casa, vem saindo o Batola com a cara redonda amarfa-
nhada num bocejo. Que pessoas tão diferentes! Ele quase lhe não chega ao ombro, atarracado,
as pernas arqueadas. De chapeirão1 caído para a nuca, lenço vermelho amarrado ao pescoço,
vem tropeçando nos caixotes até que lá consegue encostar-se ao umbral da porta. Fica assim
10 um pedaço, a oscilar o corpo, enquanto vai passando as mãos pela cara, como que para afastar
os restos do sono. Os olhos, semicerrados, abrem-se-lhe um pouco mais para os campos. Mas
fecha-os logo, diante daquela monotonia desolada.
Dá meia volta, enche a medida com o melhor vinho que há na venda, coloca-a sobre o
balcão. Ao lado, um copo. Puxa o caixote, senta-se e começa a beber a pequenos goles. De
15 quando em quando, cospe por cima do balcão para a terra negra que faz de pavimento. Enterra
o queixo nas mãos grossas e, de cotovelo vincado na tábua, para ali fica com um olhar mortiço.
Às vezes, um rapazito entra na venda:
– Tio Batola, cinco tostões de café.
O chapeirão redondo volta-se, vagaroso:
20 – Hã?...
– Cinco tostões de café!
Batola demora os olhos na portinha que dá para os fundos da casa. Mas é inútil esperar mais.
«Ah, se a mulher não vem aviar o rapazito é porque não quer, pois está a ouvir muito bem o que
se passa ali na loja!» Quando se assegura que é esta e não outra a verdade dos factos, Batola tem
25 de levantar-se. Espreguiça-se, boceja, e arrasta-se até à caixa de lata enferrujada. Mede o café a
olho, um olho cheio de tédio, caído sobre o canudinho de papel.
Volta a encher o copo, atira-se para cima do caixote. E, no jeito que lhe fica depois de vazar
vinho goela abaixo, num movimento brusco, e de ter cuspido com uns longes de raiva, parece
que acaba de se vingar de alguém.
30 Tais momentos de ira são pedaços de revolta passiva contra a mulher. É uma longa luta, esta.
A raiva do Batola demora muito, cresce com o tempo, dura anos. Ela, silenciosa e distante,
como se em nada reparasse, vai-lhe trocando as voltas. Desfaz compras, encomendas, negócios.
Tudo vem a fazer-se como ela entende que deve ser feito. E assim tem governado a casa.

Manuel da Fonseca, «Sempre é uma companhia», in O fogo e as cinzas,


23.a edição, Lisboa, Caminho, pp. 149-151.

1
Chapeirão: chapéu grande de abas.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 257


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

1. Explicita dois aspetos da caracterização de Batola e da sua mulher que levam o narrador a exclamar,
na linha 7, «Que pessoas tão diferentes!».

2. Seleciona a opção de resposta adequada para completar a afirmação abaixo apresentada.


Uma evidência da conceção psicológica do espaço está presente no recurso à expressão
A. «diante daquela monotonia desolada» (linha 12), que revela o distanciamento entre o que
Batola faz e o que deseja fazer.
B. «os fundos da casa» (linha 6), que revela o distanciamento entre o que Batola faz e o que de-
seja fazer.
C. «os fundos da casa» (linha 6), que demonstra a forma como Batola vê a sua aldeia.
D. «diante daquela monotonia desolada» (linha 12), que demonstra a forma como Batola vê a sua
aldeia.

3. «Tais momentos de ira são pedaços de revolta passiva contra a mulher. É uma longa luta, esta.
A raiva do Batola demora muito, cresce com o tempo, dura anos.» (linhas 30-31).
Explica as afirmações do narrador acima transcritas.

PARTE B
Lê o poema e as notas.

O dos Castelos
A Europa jaz1, posta nos cotovelos:
De Oriente a Ocidente jaz, fitando,
E toldam-lhe românticos cabelos
Olhos gregos, lembrando.
5 O cotovelo esquerdo é recuado;
O direito é em ângulo disposto.
Aquele diz Itália onde é pousado;
Este diz Inglaterra onde, afastado,
A mão sustenta, em que se apoia o rosto.
10 Fita, com olhar esfíngico2 e fatal,
O Ocidente, futuro do passado.
O rosto com que fita é Portugal.

Fernando Pessoa, Poemas publicados em vida II – Mensagem,


edição de Luiz Fagundes Duarte, Lisboa, INCM, 2020, p. 21.

1
Jaz: está deitada.
2
Esfíngico: enigmático; misterioso.

258 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

4. Explicita, com base em dois aspetos significativos, o modo como o sujeito poético perspetiva a «Eu-
ropa» (verso 1).

5. Relaciona a repetição da forma verbal «fita» (versos 10-12) com o sentido da expressão «olhar esfíngi-
co e fatal» (verso 10).

6. Seleciona a opção de resposta adequada para completar a afirmação.


No título deste poema, Portugal surge como um território protegido por sete castelos que
A. foram conquistados aos mouros e ajudaram a definir a geografia do país.
B. simbolizam as sete colinas de Lisboa e acentuaram a identidade nacional.
C. foram conquistados aos mouros e acentuaram a identidade nacional.
D. simbolizam as sete colinas de Lisboa e ajudaram a definir a geografia do país.

PARTE C

7. No conto «Sempre é uma companhia», Manuel da Fonseca denuncia os problemas sociais típicos de
um Alentejo rural da primeira metade do século XX.
Escreve uma breve exposição na qual comproves esta afirmação, baseando-te na tua experiência
de leitura de «Sempre é uma companhia».
A tua exposição deve incluir:
• uma introdução ao tema;
• um desenvolvimento no qual explicites dois aspetos que evidenciem os problemas sociais denun-
ciados pela ação do conto de Manuel da Fonseca;
• uma conclusão adequada ao desenvolvimento do tema.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 259


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

Grupo II
Lê o texto.

Para o infinito e mais além


A biblioteca municipal da minha cidade foi inaugurada quando eu tinha uns oito ou nove
anos. Era um edifício moderno, que me lembrava o número oito, com paredes rasgadas por
muitas janelas e um chão de madeira escura tão perfeitamente envernizado que quase feria a
vista de quem por ele caminhava. Ainda hoje me lembro do cheiro que se respirava em cada
5 sala, acreditam? Passei horas da minha infância e adolescência dentro daquele espaço que era,
a anos-luz de distância, o que mais me fascinava no mundo todo que eu conhecia.
Hoje, quando olho para aquele edifício, já não é um oito que vejo, mas o sinal matemático
de infinito. O mesmo infinito que aquela biblioteca me deu. Foi ali, no silêncio, que realizei
as minhas primeiras viagens, mesmo sem nunca sair da cadeira forrada de azul que preferia em
10 detrimento de todas as outras. Foi ali que li as minhas primeiras revistas, quase sempre ladea-
da por dois senhores já avançados na idade que se debruçavam sobre os jornais desportivos.
Foi ali, naquele espaço de oito vezes infinito, que ouvi CD inteiros enquanto me entregava à
mágoa dos desgostos do amor adolescente.
A minha biblioteca tinha dentro o meu mundo todo. E aquele mundo era muito maior do
15 que eu podia compreender e agarrar. Mas eu queria e não desistia. Queria saber tudo o que
aqueles livros tinham para me dizer, queria ler todas e cada uma das histórias, queria conhe-
cer cada uma das músicas. Foi ali que li Fernando Pessoa pela primeira vez, muito antes de
poder sequer compreender um décimo da beleza da sua poesia. Foi ali que fiz, sozinha e à
mão, a análise do livro O Cavaleiro do Vento, de José Jorge Letria, que me valeu um prémio
20 num concurso da escola. Foi ali que vi a primeira exposição da minha vida. Foi ali que per-
cebi que o mundo estava todo dentro dos livros e que, quase sem querer, me apaixonei pelo
seu cheiro.
Há umas semanas, voltei à biblioteca da minha vida com os meus filhos. E sabem o
que me aconteceu quando cruzei aquela porta pesada que tão bem conheço? Nostalgia
25 e tristeza.
Nostalgia porque o cheiro continua igual e porque me vi, outra vez, menina e reverente.
Nostalgia porque o chão ainda brilha e há funcionários que não mudaram. Tristeza porque a
biblioteca estava quase vazia. Tristeza porque o mundo que existe naqueles livros não merece
que as mãozinhas pequeninas desistam de o procurar. E então prometi a mim mesma que vou
30 voltar com os meus filhos tantas vezes quantas puder. Recuso-me a ser conivente com o defi-
nhar de uma magia mais forte do que a praticada nos corredores de Hogwarts. Recuso-me a
fazer parte do grupo que se esqueceu de retribuir às bibliotecas o mundo que elas, tivessem
ou não a forma física do infinito, lhes entregou como quem abraça.

Carmen Garcia, in Público (texto adaptado, com supressões,


consultado em https://publico.pt, em dezembro de 2022).

260 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

1. Tendo em conta o primeiro parágrafo, a relação da cronista com a biblioteca municipal da sua cida-
de foi pautada
A. pelo acesso a um mundo onírico.
B. por um deslumbramento avassalador.
C. por uma descoberta permanente.
D. pelo estranhamento inicial.

2. O facto de associar o edifício da biblioteca ao «sinal matemático de infinito» (linhas 7-8), Carmen
Garcia pretende destacar
A. a pluralidade das vivências que lá experienciou ao longo da vida.
B. o prazer e a fruição de todas as atividades que eram lá promovidas.
C. a pertinência que a biblioteca assume no contexto social da cidade.
D. multiplicidade de experiências que muito marcaram a sua mocidade.

3. A metáfora «A minha biblioteca tinha dentro o meu mundo todo.» (linha 14) revela
A. o poder que a literatura assumiu na vida de Carmen Garcia.
B. as memórias que a cronista guarda do seu percurso escolar.
C. a simbologia de um lugar marcado pela fantasia e pela paixão.
D. a riqueza do acervo literário que aquele espaço possuía.

4. Em «me apaixonei pelo seu cheiro» (linhas 21-22), o pronome encontra-se anteposto ao verbo, porque
está
A. integrado numa oração subordinante.
B. dependente de uma oração coordenada.
C. dependente de um advérbio.
D. integrado numa oração subordinada.

5. A frase iniciada por «Foi ali que li» (linha 17) e a frase iniciada por «Recuso-me a ser conivente» (linha 30)
exprimem
A. a modalidade epistémica, em ambos os casos.
B. a modalidade apreciativa, em ambos os casos.
C. a modalidade epistémica, no primeiro caso, e a modalidade apreciativa, no segundo.
D. a modalidade apreciativa, no primeiro caso, e a modalidade epistémica, no segundo.

6. Identifica a função sintática desempenhada pelas expressões:


a) «que o mundo estava todo dentro dos livros» (linha 21);
b) «pelo seu cheiro» (linhas 21-22).

7. Indica o processo de coesão textual assegurado pela reiteração da conjunção «porque», nas linhas
26 a 28.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 261


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

Grupo III

Será que, em todas as situações, os objetivos materiais prevalecem na escolha do futuro dos mais
jovens?
Num texto de opinião bem estruturado, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas
e cinquenta palavras, defende uma perspetiva pessoal sobre a questão apresentada.
No teu texto:
• explicita, de forma clara e pertinente, o teu ponto de vista, fundamentando-o em dois argumen-
tos, cada um deles ilustrado com um exemplo significativo;
• formula uma conclusão adequada à argumentação desenvolvida;
• utiliza um discurso valorativo (juízo de valor explícito ou implícito).

Observações:
1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco, mesmo quando esta integre ele-
mentos ligados por hífen (ex.: /dir-se-ia/). Qualquer número conta como uma única palavra, independentemente do número de algarismos
que o constituam (ex.: /2023/).
2. Relativamente ao desvio dos limites de extensão indicados – entre 200 e 350 palavras –, há que atender ao seguinte:
оum desvio dos limites de extensão indicados implica uma desvalorização parcial (até 5 pontos) do texto produzido;
оum texto com extensão inferior a 80 palavras é classificado com 0 pontos.

FIM

Grupo /ƚĞŵͬŽƚĂĕĆŽ (em pontos)


1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.
I 100
16 10 16 16 16 10 16
1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.
II 56
8 8 8 8 8 8 8
III Item único 44
Total 200

262 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Matriz do teste de avaliação escrita 7


Maria Judite de Carvalho, «George», e Gil Vicente, Farsa de Inês Pereira

ŽŵşŶŝŽƐʹĚƵĐĂĕĆŽ>ŝƚĞƌĄƌŝĂൟ>ĞŝƚƵƌĂൟ'ƌĂŵĄƚŝĐĂൟƐĐƌŝƚĂ

Descritores (AE) Conteúdos Estrutura Itens – cotação

ĚƵĐĂĕĆŽ>ŝƚĞƌĄƌŝĂͬ>ĞŝƚƵƌĂ
Interpretar obras literárias Parte A A
A – Texto de leitura
portuguesas. 2 itens de resposta 1. 16 pontos
literária: excerto de
Reconhecer valores restrita 2. 16 pontos
«George»
culturais, éticos e estéticos 1 item de seleção 3. 10 pontos
manifestados nos textos.
Analisar o valor de
recursos expressivos para a B – Texto de leitura Parte B B
construção do sentido literária: excerto 2 itens de resposta 4. 16 pontos
do texto. da Farsa de Inês Grupo I restrita 5. 16 pontos
Leitura Pereira 1 item de seleção 6. 10 pontos
Interpretar o texto, com
especificação do sentido
global e da intencionalidade C – Exposição sobre
Parte C
comunicativa. um tema de
1 item de resposta C
«George»
Escrita restrita: produção 7. 16 pontos
e da Farsa de Inês
Escrever uma exposição de uma exposição
Pereira
sobre um tema.
Total – 100 pontos
Leitura
1. 8 pontos
Ler textos de diferentes Texto de leitura 3 itens de escolha
2. 8 pontos
géneros e graus não literária múltipla
3. 8 pontos
de complexidade.

Gramática Grupo II
Classificar orações. 2 itens de escolha 4. 8 pontos
Subordinação
Identificar a função sintática múltipla 5. 8 pontos
Funções sintáticas
de constituintes da frase. 2 itens de resposta 6. 8 pontos
Dêixis
Conhecer a referência curta 7. 8 pontos
deítica.
Total – 56 pontos
Escrita
Escrever textos de opinião,
respeitando as marcas de
1 item de resposta
género.
Texto de opinião Grupo III extensa (200 a 350 Item único
Redigir com desenvoltura,
palavras)
consistência, adequação
e correção os textos
planificados.
Total – 44 pontos
Total – 200 pontos

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 263


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Teste de avaliação escrita 7


Maria Judite de Carvalho, «George», e Gil Vicente, Farsa de Inês Pereira

Nome N.° 12.° Data / /

Avaliação E. de Educação Professor/a

Grupo I
PARTE A
Lê o texto e as notas.

Sem voz e sem perder o sorriso diz:


– Verá que há de passar, tudo passa. Amanhã é sempre outro dia. Só há uma coisa, um crime,
que ninguém nos perdoa, nada a fazer. Mas isso ainda está longe, muito longe, para quê pensar
nisso? Ainda ninguém a acusa, ainda ninguém a condena. Que idade tem?
5 – Quarenta e cinco anos. Porquê?
– É muito nova – afirma. – Muito nova.
– Sinto-me velha, às vezes.
– É normal. Eu tenho quase 70 anos. Como estava a chorar, pensei…
Encolhe os ombros, responde aborrecida:
10 – Não tive desgosto nenhum, nenhum. Um encontro, um simples encontro…
– Também tenho muitos encontros, eu. Não quero tê-los mas sou obrigada a isso, vivo tão só. Che-
guei à ignomínia1 de pedir a pessoas conhecidas retratos da minha família. Não tinha nenhum,
só um retrato meu, de rapariguinha. – E retratos de amigos, também. De amigos desaparecidos,
levados pelas tempestades, os mais queridos, naturalmente. Porque… o tal crime de que lhe falei, o
15 único sem perdão, a velhice. Um dia vai acordar na sua casa mobilada…
– Como sabe que…
– E verá que está só e olhará para o espelho com mais atenção e verá que está velha. Irremedia-
velmente velha.
– Tenho um trabalho que me agrada.
20 – Não seja tonta, menina. Outro dia vai reparar, ou talvez já tenha dado por isso, que está a ver
pior, e outro ainda que as mãos lhe tremem. E, se for um pouco sensata, ou se souber olhar em volta,
descobrirá que este mundo já não lhe pertence, é dos outros, dos que julgam que Baden Powell2 é um
tipo que toca guitarra e que Levi Strauss3 é uma marca de calças.
– Isso é ignorância, não tem nada a ver com a idade.
25 – Talvez seja ignorância, também. Talvez seja. Estou a incomodá-la, parece-me.
– Dói-me simplesmente a cabeça.
– Desculpe.
George fecha os olhos com força e deixa-se embalar por pensamentos mais agradáveis,
bem-vindos: a exposição que vai fazer, aquele quadro que vendeu muito bem o mês passado,
30 a próxima viagem aos Estados Unidos, o dinheiro que pôs no banco.

Maria Judite de Carvalho, «Georgeͫ, Seta despedida – Obras completas – vol. V,


Lisboa, Minotauro, Almedina, 2019, pp. 224-225.

1
Ignomínia: infâmia; vergonha.
2
Baden Powell: inglês, fundador do movimento escutista.
3
Levi Strauss: antropólogo francês.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 265


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

1. Explicita o sentido das palavras de Georgina nas linhas 2 a 4.

2. Refere o motivo pelo qual «George fecha os olhos com força» (linha 28).

3. Seleciona a opção de resposta adequada para completar a afirmação abaixo apresentada.


A futura solidão de George é explorada pelo narrador, entre as linhas 11 a 15, com o recurso a vo-
cábulos com , a repetições do advérbio de negação e a frases .
A. valor icónico … suspensas ou inacabadas
B. sentido depreciativo … exclamativas
C. valor icónico … exclamativas
D. sentido depreciativo … suspensas ou inacabadas

PARTE B
Lê o texto e as notas.

Escudeiro – Olha cá Fernando1 eu vou Moço – Sapatos me daria ele


ver a com que hei de casar se me vós désseis dinheiro.
visa-te que hás de estar Escudeiro – Eu o haverei agora
sem barrete onde eu estou. e mais calças te prometo.
5 Moço – Como a rei corpo de mi 25 Moço – (Homem que nam tem nem
mui bem vai isso assi. preto3 casa muito na màora4.)
Escudeiro – E se cuspir pola ventura,
põe-lhe o pé e faze mesura. Chega o Escudeiro onde está Inês Pereira [...]:
Moço – Ainda eu isso nam vi. Escudeiro – Antes que mais diga agora
10 Escudeiro – E se me vires mintir Deos vos salve fresca rosa
gabando-me de privado2 30 e vos dê por minha esposa
está tudo dissimulado por molher e por senhora.
ou sai-te pera fora a rir. Que bem vejo
Isto te aviso daqui nesse ar nesse despejo5
15 faze-o por amor de mi. mui graciosa donzela
Moço – Porém senhor digo eu 35 que vós sois, minh'alma, aquela
que mau calçado é o meu que eu busco e que desejo.
pera estas vistas assi.
Escudeiro – Que farei que o sapateiro
20 nam tem solas nem tem pele?

Gil Vicente, As obras de Gil Vicente, direção científica de José Camões, vol. II, Lisboa,
Centro de Estudos de Teatro/INCM, 2022, p. 579.

1
Fernando: moço, criado do Escudeiro.
Ϥ
Privado: íntimo do Rei.
3
Preto: vintém.
4
Casa muito na màora: homem sem dinheiro não deveria casar.
5
Despejo: naturalidade.

266 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

4. Explicita dois dos traços caracterizadores do Escudeiro, justificando a resposta com elementos
textuais.

5. Comenta um dos efeitos de sentido produzidos pela utilização dos parênteses em «(Homem que
nam tem nem preto casa muito na màora.)» (versos 25-26).

6. Seleciona a opção de resposta adequada para completar a afirmação.


Para colocar em prática a máxima vicentina – «ridendo castigat mores» –, ou seja, a rir se castigam
os costumes, neste excerto da Farsa de Inês Pereira, o dramaturgo recorre a
A. personagens alegóricas e a construções frásicas complexas.
B. personagens-tipo e diferentes tipos de cómico.
C. personagens-tipo e a construções frásicas complexas.
D. personagens alegóricas e diferentes tipos de cómico.

PARTE C

7. George, no conto homónimo, partilha características com a protagonista da Farsa de Inês Pereira,
de Gil Vicente.
Escreve uma breve exposição na qual comproves esta afirmação, baseando-te na tua experiência
de leitura de ambos os textos.
A tua exposição deve incluir:
• uma introdução ao tema;
• um desenvolvimento no qual explicites dois aspetos em que as figuras femininas se aproximam;
• uma conclusão adequada ao desenvolvimento do tema.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 267


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

Grupo II
Lê o texto.

Inéditos de Maria Judite de Carvalho


O título do livro que reúne poemas desta voz importante da literatura do século XX é uma
frase retirada do texto Mais ou menos. «Se ele fosse tão pequenino / que aquele arbusto / lhe
parecesse uma grande árvore verde, // ou se ele fosse tão alto / que aquela grande árvore ver-
de / lhe parecesse um arbusto // as coisas não estavam nada certas. // Felizmente as árvores
5 são grandes, / as pessoas médias, / os arbustos pequenos. // E tudo é sempre assim, / mais
ou menos.»
Nele se percebe a habilidade no uso das palavras e a contemplação que caracteriza a obra
de Maria Judite de Carvalho. Outros poemas, como A terra, O elevador, Fim de férias ou
A varanda transmitem a sua capacidade de observação e de imaginar para lá do que é visível.
10 Afinal, é isso que se espera da poesia.
Também se encontra o pôr em causa ideias feitas (O astronauta), o desejo por um mundo
melhor (Sabes lá, menina) e as diferentes formas de o encarar (Os óculos). «Ponho óculos azuis /
e todos têm asas / e voam, cantando, / por cima das casas. // Ponho óculos doirados /
e o mundo é um tesouro / onde os corações / são de puro ouro. // Ponho os óculos verdes /
15 de seguir em frente / e logo a esperança / faz tudo diferente. // Mas atiro os óculos / para
longe de mim. // E há o bem e o mal / e o assim-assim.»
Cátia Vidinhas ilustra os textos com delicadeza e imaginação, num registo coerente, ape-
sar dos temas diversos. Há elementos que se repetem nas imagens e que são usados nas guar-
das, produzindo um efeito bonito.
20 É também aqui, nas guardas do livro, que podemos ver algumas frases manuscritas dos
poemas, digitalizadas a partir de um caderno que Inês Fraga, neta da escritora, encontrou e
que deu origem à obra.
«No momento em que publicamos este livro, faz quase cem anos que a minha avó nasceu.
Cem anos são um século. Que melhor maneira haverá de celebrar esse nascimento do que
25 publicando estas palavras que ela escreveu para crianças, que ela escreveu mesmo para ti, que
hoje as lês?», conta a neta numa breve apresentação do livro, logo nas primeiras páginas.
No final, uma curta biografia da autora de Tanta gente, Mariana e armários vazios dá-nos
conta de que nasceu em setembro de 1921, em Lisboa, «mas esses tempos de menina não
foram de uma felicidade inteira», pois cedo perdeu os pais e o irmão.
30 «Muito nova encontrou refúgio na escrita e nos animais, nomeadamente na sua cadelinha
Genica e, mais tarde, no imponente e felpudo gato Fritz. Foi uma escritora discreta, embora
das mais importantes da literatura nacional do século XX.»
A escritora Agustina Bessa-Luís chamou-lhe «flor discreta». Uma descrição feliz.

Rita Pimenta, in Público (texto adaptado, com supressões,


consultado em https://www.publico.pt, em dezembro de 2022).

268 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

1. O novo livro de Maria Judite de Carvalho


A. sintetiza todas as características da autora num registo infantil.
B. revela a singularidade de um estilo novo criado pela escritora.
C. evidencia a sua análise do real e o recurso ao domínio da fantasia.
D. denuncia as problemáticas levantadas por um pensamento crítico.

2. O trabalho desenvolvido pela ilustradora é dominado pela


A. simplicidade e pela diversidade.
B. consistência e pelo realismo.
C. singularidade e pela espontaneidade.
D. coerência e pela multiplicidade.

3. A expressão que Agustina Bessa-Luís usou para definir Maria Judite de Carvalho é considerada uma
«descrição feliz» (linha 33), já que salienta
A. a sua beleza e extrema emotividade.
B. a discrição e a fragilidade que a dominou.
C. o desejo por viver afastada da vida quotidiana.
D. as adversidades que dominaram a sua infância.

4. Em «se encontra o pôr em causa ideias feitas» (linha 11), o pronome encontra-se anteposto ao verbo,
porque está
A. integrado numa oração subordinante.
B. dependente de uma oração coordenada.
C. dependente de um advérbio.
D. integrado numa oração subordinada.

5. As orações subordinadas iniciadas por «que» na linha 18 classificam-se como


A. substantiva completiva, no primeiro caso, e adjetiva relativa restritiva, no segundo caso.
B. adjetivas relativas restritivas, em ambos os casos.
C. substantiva completiva, no primeiro caso, e adjetiva relativa explicativa, no segundo caso.
D. substantivas completivas, em ambos os casos.

6. Identifica a função sintática desempenhada pelas expressões:


a) «do texto» (linha 2);
b) «que a minha avó nasceu» (linha 23).

7. Indica o tipo de dêixis apresentado na frase «que ela escreveu mesmo para ti» (linha 25).

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 269


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

Grupo III

«O grande mistério não é termos sido lançados aqui ao acaso, entre a profusão da matéria e das
estrelas: é que, da nossa própria prisão, de dentro de nós mesmos, conseguimos extrair imagens sufi-
cientemente poderosas para negar a nossa insignificância.»
André Malraux

Num texto de opinião bem estruturado, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas
e cinquenta palavras, defenda um ponto de vista pessoal sobre a importância da ação do Homem no
mundo.
No teu texto:
• explicita, de forma clara e pertinente, o teu ponto de vista, fundamentando-o
em dois argumentos, cada um deles ilustrado com um exemplo significativo;
• formula uma conclusão adequada à argumentação desenvolvida;
• utiliza um discurso valorativo (juízo de valor explícito ou implícito).

Observações:
1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco, mesmo quando esta integre ele-
mentos ligados por hífen (ex.: /dir-se-ia/). Qualquer número conta como uma única palavra, independentemente do número de algarismos
que o constituam (ex.: /2023/).
2. Relativamente ao desvio dos limites de extensão indicados – entre 200 e 350 palavras –, há que atender ao seguinte:
оum desvio dos limites de extensão indicados implica uma desvalorização parcial (até 5 pontos) do texto produzido;
оum texto com extensão inferior a 80 palavras é classificado com 0 pontos.

FIM

Grupo /ƚĞŵͬŽƚĂĕĆŽ (em pontos)


1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.
I 100
16 16 10 16 16 10 16
1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.
II 56
8 8 8 8 8 8 8
III Item único 44
Total 200

270 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Matriz do teste de avaliação escrita 8


Maria Judite de Carvalho, «George», e Fernando Pessoa, Poesia do ortónimo

ŽŵşŶŝŽƐʹĚƵĐĂĕĆŽ>ŝƚĞƌĄƌŝĂൟ>ĞŝƚƵƌĂൟ'ƌĂŵĄƚŝĐĂൟƐĐƌŝƚĂ

Descritores (AE) Conteúdos Estrutura Itens – cotação

ĚƵĐĂĕĆŽ>ŝƚĞƌĄƌŝĂͬ>ĞŝƚƵƌĂ
Interpretar obras literárias Parte A A
A – Texto de leitura
portuguesas. 2 itens de resposta 1. 16 pontos
literária: excerto de
Reconhecer valores restrita 2. 16 pontos
«George»
culturais, éticos e estéticos 1 item de seleção 3. 10 pontos
manifestados nos textos.
Analisar o valor de
recursos expressivos para a B – Texto de leitura Parte B B
construção do sentido literária: poema de 2 itens de resposta 4. 16 pontos
do texto. Fernando Pessoa Grupo I restrita 5. 16 pontos
Leitura ortónimo 1 item de seleção 6. 10 pontos
Interpretar o texto, com
especificação do sentido
global e da intencionalidade Parte C
comunicativa. C – Exposição sobre
1 item de resposta C
um tema de
Escrita restrita: produção 7. 16 pontos
«George»
Escrever uma exposição de uma exposição
sobre um tema.
Total – 100 pontos
Leitura
1. 8 pontos
Ler textos de diferentes Texto de leitura 3 itens de escolha
2. 8 pontos
géneros e graus de não literária múltipla
3. 8 pontos
complexidade.
Gramática
Distinguir frases com Grupo II
diferentes valores aspetuais. Aspeto 4. 8 pontos
Classificar orações. Subordinação 4 itens de escolha 5. 8 pontos
Analisar processos de Coesão textual múltipla 6. 8 pontos
coesão textual. Funções sintáticas 7. 8 pontos
Identificar a função sintática
de constituintes da frase.
Total – 56 pontos
Escrita
Escrever textos de opinião,
respeitando as marcas de
1 item de resposta
género.
Texto de opinião Grupo III extensa (200 a 350 Item único
Redigir com desenvoltura,
palavras)
consistência, adequação
e correção os textos
planificados.
Total – 44 pontos
Total – 200 pontos

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 271


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Teste de avaliação escrita 8


Maria Judite de Carvalho, «George», e Fernando Pessoa,
Poesia do ortónimo

Nome N.° 12.° Data / /

Avaliação E. de Educação Professor/a

Grupo I
PARTE A
Lê o texto e as notas.

A outra está perto. Se houve um momento de nitidez no seu rosto, ele já passou, George
não deu por isso. Está novamente esfumado. A proximidade destrói ultimamente as imagens de
George, por isso a vai vendo pior à medida que ela se aproxima. É certo que podia pôr os óculos,
mas sabe que não vale a pena tal trabalho. Param ao mesmo tempo, espantam-se em uníssono,
5 embora o espanto seja relativo, um pequeno espanto inverdadeiro, preparado com tempo.
− Tu?
− Tu, Gi?
Tão jovem, Gi. A rapariguinha frágil, um vime, que ela tem levado a vida inteira a pintar,
primeiro à maneira de Modigliani1, depois à sua própria maneira, à de George, pintora já com
10 nome nos marchands2 das grandes cidades da Europa. Gi com um pregador de oiro que um dia
ficou, por tuta e meia, num penhorista qualquer de Lisboa. Em tempos tão difíceis.
− Vim vender a casa.
− Ah, a casa.
É esquisito não lhe causar estranheza que Gi continue tão jovem que podia ser sua filha.
15 Quieta, de olhar esquecido, vazio, e que não se espante com a venda assim anunciada, tão su-
bitamente, sem preparação, da casa onde talvez ainda more.
− Que pensas fazer, Gi?
− Partir, não é? Em que se pode pensar aqui, neste cu de Judas, senão em partir? Ainda não me
fui embora por causa do Carlos, mas... O Carlos pertence a isto, nunca se irá embora. Só a ideia o
20 apavora, não é?
− Sim. Só a ideia.
− Ri-se de partir, como nós nos rimos de uma coisa impossível, de uma ideia louca. Quer com-
prar uma terra, construir uma casa a seu modo. Recebeu uma herança e só sonha com isso. Creio
que é a altura de eu...
25 − Creio que sim.
− Pois não é verdade?
− Ainda desenhas?
− Se não desenhasse dava em maluca. E eles acham que eu tenho muito jeitinho, que hei de um
dia ser uma boa senhora da vila, uma esposa exemplar, uma mãe perfeita, tudo isso com muito jeito
30 para o desenho. Até posso fazer retratos das crianças quando tiver tempo, não é verdade?
− É o que eles acham, não é?

Maria Judite de Carvalho, «Georgeͫ, Seta despedida, – Obras completas – vol. V,


Lisboa, Minotauro, Almedina, 2019, pp. 221-222.

1
Modigliani: artista figurativo francês, tornou-se célebre pelos seus retratos femininos
caracterizados por rostos e pescoços alongados.
2
Marchands: pessoas que negociam obras de arte.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 273


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

1. Explicita dois aspetos da caracterização de Gi.

2. Explica o sentido da expressão «embora o espanto seja relativo, um pequeno espanto inverdadeiro,
preparado com tempo» (linha 5).

3. Seleciona a opção de resposta adequada para completar a afirmação abaixo apresentada.


Este excerto apresenta um diálogo entre George e Gi, que conversam sobre a venda da casa,
a relação de Gi com Carlos e sobre a
A. descrença total dos pais sobre os seus dotes para o desenho.
B. desvalorização familiar da importância do ato de desenhar para Gi.
C. crença convicta dos pais nos seus dotes para o desenho.
D. valorização familiar que o ato de desenhar assume para Gi.

PARTE B
Lê o poema e a nota.
Olha-me rindo uma criança
E na minha alma madruga1.
Tenho razão, tenho esperança
Tenho o que nunca me basta.
5 Bem sei. Tudo isto é um sorriso
Que é nem sequer sorriso meu.
Mas para meu não o preciso
Basta ser de quem mo deu.
Breve momento em que um olhar
10 Sorriu ao certo para mim...
És a memória de um lugar,
Onde já fui feliz assim.

Fernando Pessoa, Poesias inéditas – 1919-1930, nota prévia de Vitorino


Nemésio e notas de Jorge Nemésio, Lisboa, Ática, 1956, p. 171.

1
Madruga: alvorece; amanhece.

4. Explica por que motivo o sujeito poético refere «Tenho o que nunca me basta.» (verso 4).

5. Explicita o conteúdo da segunda estrofe e relaciona-o com a temática pessoana em evidência no


poema.

6. Seleciona a opção de resposta adequada para completar a afirmação.


Neste poema, o predomínio da dêixis pessoal revela a . A nível formal, é evidente a
regularidade estrófica, com a presença de quadras e de rima .
A. revelação da interioridade do eu … cruzada
B. fuga para o domínio do sonho … cruzada
C. revelação da interioridade do eu … interpolada
D. fuga para o domínio do sonho … interpolada

274 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

PARTE C

7. Maria Judite de Carvalho coloca George em confronto com o seu passado, no momento em que
regressa à sua terra natal.
Escreve uma breve exposição na qual comproves esta afirmação, baseando-te na tua experiência
de leitura do conto «George».
A tua exposição deve incluir:
• uma introdução ao tema;
• um desenvolvimento no qual explicites dois aspetos que evidenciem o confronto de George com o
seu passado;
• uma conclusão adequada ao desenvolvimento do tema.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 275


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

Grupo II
Lê o texto.

Estratégia para prevenir e combater a solidão


Nós comunicamos sobretudo pela linguagem, organismos vivos em perene transformação.
Há palavras que, bem sabemos, são peculiares e não encontram equivalentes em outra língua.
A palavra Saudade deveria ser declarada património universal, ainda que imaterial, do nosso
idioma. Quando tentamos traduzir, aqueles que têm outras como língua materna pensam
5 que estamos apenas a referir-nos a sentimentos tristes que nos fazem sofrer. Nem sempre é
assim… Há saudades tanto no fado quanto no samba. Muitas vezes, a saudade vem associada
a lembranças ternas, reconfortantes, uma mistura de nostalgia, bem-querer, um fundo de
tristeza, de tempos ou pessoas amadas que agora pertencem ao passado, mas que também
podem deixar a expectativa do retorno. Só quem comeu um bacalhau à moda do Brás na
10 infância pode entender o que é «saudade» com este significado de não ser apenas algo irrecu-
perável, que dói e sem possibilidade de retorno.
Nós quase que perdemos a perceção de uma palavra que, embora exista nos dicionários,
já é pouco usada em Português. Solitude não é o mesmo que solidão. O clássico de Gabriel
García Márques não foi traduzido como One hundred years of loneliness, mas sim Cem anos de
15 solitude. A língua inglesa preserva as duas palavras, mas não como sinónimos.
Na campanha para combater loneliness, do Reino Unido, a palavra é definida como «um
sentimento subjetivo, incómodo, não bem-vindo, que resulta de uma discrepância ou desa-
juste entre a qualidade e a quantidade de relações sociais que temos e as que gostaríamos de
ter» (The psychology of loneliness, campaign to end loneliness, UK 2020). Solitude é, no entanto,
20 um estado de ser ou estar só que pode ser deliberado ou imposto. Não é necessariamente um
sentimento que nos faz sofrer. Pode muito bem ser um tempo de introspeção, de crescimento
e desenvolvimento, de reflexão e de maior empatia com quem nos cerca e de nós necessita.
Com a pandemia, a solidão, digamos não desejada, ter-se-á agravado e visibilizado. Um
fenómeno preocupante, que afeta novos ou não, mas que tem um impacto mais significativo
25 nas pessoas mais velhas. A questão é antiga, mas só tende a aumentar pelo envelhecimento
populacional e também em consequência de outros fatores: famílias nucleares; aumento no
número de imigrantes; mães solteiras; longos períodos de «exclusão» consequentes a uma
vida pós-reforma muito mais longa do que quando, após esta, tínhamos poucos anos de
vida; períodos longos também de viuvez; proporção de pessoas que vivem sós e, até mesmo,
30 o uso crescente da tecnologia. De que vale ter 3657 amigos no Face e ninguém para lhe tocar,
abraçar, olhar face a face?
O combate à Solidão não será fácil, é uma questão que já tarda em ser resolvida.

José Carreira e Alexandre Kalache, in Observador


(texto adaptado, com supressões, consultado em https://observador.pt, em dezembro de 2022).

276 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

1. No contexto em que ocorre, o adjetivo «perene» pode ser substituído por


A. constante.
B. efémera.
C. díspar.
D. singular.

2. Para os autores do texto, a palavra «Saudade» (linha 3)


A. permite revelar apenas aquilo que diz respeito às idiossincrasias portuguesas.
B. associa-se a sentimentos de cariz negativo que revelam a ligação ao passado.
C. cria, em nós, a oportunidade de recuperar fisicamente as memórias infantis.
D. traduz recordações marcantes do nosso passado, quer positivas quer negativas.

3. A campanha britânica para combater «loneliness» (linha 16) define este termo como a
A. disparidade entre o que desejamos e o que conseguimos na interação social.
B. divergência que se constata entre a ansiedade de querer e a alegria de ter.
C. oposição entre o tempo que usamos para conviver e aquele em que estamos sós.
D. relutância em aceitar as relações positivas ou negativas que criamos com os outros.

4. Tal como em «são» (linha 2), o valor aspetual genérico está presente em
A. «comunicamos» (linha 1).
B. «têm» (linha 4).
C. «estamos» (linha 5).
D. «necessita» (linha 22).

5. Na frase «pensam que estamos apenas a referir-nos a sentimentos tristes que nos fazem sofrer»
(linhas 4-5), a palavra «que» introduz

A. uma oração subordinada substantiva completiva, no primeiro caso, e uma oração subordina-
da adjetiva relativa, no segundo.
B. uma oração subordinada adjetiva relativa, no primeiro caso, e uma oração subordinada
substantiva completiva, no segundo.
C. orações subordinadas adjetivas relativas, em ambos os casos.
D. orações subordinadas substantivas completivas, em ambos os casos.

6. No contexto em que ocorre, o recurso ao adjetivo «imposto» (linha 20) contribui para a coesão
A. lexical por substituição por antonímia.
B. lexical por reiteração.
C. gramatical frásica.
D. gramatical referencial.

7. Na expressão «expectativa do retorno» (linha 9), «do retorno» não desempenha a mesma função sintá-
tica que
A. «do Brás» (linha 9).
B. «de uma palavra» (linha 12).
C. «de uma discrepância» (linha 17).
D. «de imigrantes» (linha 27).
Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 277
Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

Grupo III

Vivemos rodeados de pessoas, mas, muitas vezes, a solidão marca a existência humana.
Será que o ser humano consegue, em todas as circunstâncias, vencer a solidão que possa sentir?
Num texto de opinião bem estruturado, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas
e cinquenta palavras, defenda uma perspetiva pessoal sobre a questão apresentada.
No teu texto:
• explicita, de forma clara e pertinente, o teu ponto de vista, fundamentando-o em dois argumen-
tos, cada um deles ilustrado com um exemplo significativo;
• formula uma conclusão adequada à argumentação desenvolvida;
• utiliza um discurso valorativo (juízo de valor explícito ou implícito).

Observações:
1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco, mesmo quando esta integre ele-
mentos ligados por hífen (ex.: /dir-se-ia/). Qualquer número conta como uma única palavra, independentemente do número de algarismos
que o constituam (ex.: /2023/).
2. Relativamente ao desvio dos limites de extensão indicados – entre 200 e 350 palavras –, há que atender ao seguinte:
оum desvio dos limites de extensão indicados implica uma desvalorização parcial (até 5 pontos) do texto produzido;
оum texto com extensão inferior a 80 palavras é classificado com 0 pontos.

FIM

Grupo /ƚĞŵͬŽƚĂĕĆŽ (em pontos)


1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.
I 100
16 16 10 16 16 10 16
1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.
II 56
8 8 8 8 8 8 8
III Item único 44
Total 200

278 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Matriz do teste de avaliação escrita 9


Miguel Torga e Poesia trovadoresca

ŽŵşŶŝŽƐʹĚƵĐĂĕĆŽ>ŝƚĞƌĄƌŝĂൟ>ĞŝƚƵƌĂൟ'ƌĂŵĄƚŝĐĂൟƐĐƌŝƚĂ

Descritores (AE) Conteúdos Estrutura Itens – cotação

ĚƵĐĂĕĆŽ>ŝƚĞƌĄƌŝĂͬ>ĞŝƚƵƌĂ
Interpretar obras literárias Parte A A
A – Texto de leitura
portuguesas. 2 itens de resposta 1. 16 pontos
literária: poema
Reconhecer valores restrita 2. 16 pontos
de Miguel Torga
culturais, éticos e estéticos 1 item de seleção 3. 10 pontos
manifestados nos textos.
Analisar o valor de
recursos expressivos para a Parte B B
B – Texto de leitura
construção do sentido 2 itens de resposta 4. 16 pontos
literária: cantiga Grupo I
do texto. restrita 5. 16 pontos
de amigo
Leitura 1 item de seleção 6. 10 pontos
Interpretar o texto, com
especificação do sentido
global e da intencionalidade Parte C
comunicativa. C – Exposição sobre
1 item de resposta C
um tema da poesia
Escrita restrita: produção 7. 16 pontos
de Miguel Torga
Escrever uma exposição de uma exposição
sobre um tema.
Total – 100 pontos
Leitura 1. 8 pontos
Ler textos de diferentes Texto de leitura 4 itens de escolha 2. 8 pontos
géneros e graus não literária múltipla 3. 8 pontos
de complexidade. 4. 8 pontos
Gramática
Classificar orações. Grupo II
Identificar a função sintática 1 item de escolha
Subordinação 5. 8 pontos
de constituintes da frase. múltipla
Funções sintáticas 6. 8 pontos
Usar de modo intencional 2 itens de resposta
Modalidade 7. 8 pontos
diferentes valores modais restrita
atendendo à situação
comunicativa.
Total – 56 pontos
Escrita
Escrever apreciações
críticas, respeitando as
1 item de resposta
marcas de género.
Apreciação crítica Grupo III extensa (200 a 350 Item único
Redigir com desenvoltura,
palavras)
consistência, adequação
e correção os textos
planificados.
Total – 44 pontos
Total – 200 pontos

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 279


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Teste de avaliação escrita 9


Miguel Torga e Poesia trovadoresca

Nome N.° 12.° Data / /

Avaliação E. de Educação Professor/a

Grupo I
PARTE A
Lê o poema e as notas.

Livro de Horas1
Aqui, diante de mim, Me confesso de ser charco
Eu, pecador, me confesso E luar de charco, à mistura.
De ser assim como sou. De ser a corda do arco
Me confesso o bom e o mau 25 Que atira setas acima
5 Que vão ao leme da nau E abaixo da minha altura.
Nesta deriva em que vou.
Me confesso de ser tudo
Me confesso Que possa nascer em mim.
Possesso De ter raízes no chão
De virtudes teologais2, 30 Desta minha condição.
10 Que são três, Me confesso de Abel e de Caim3.
E dos pecados mortais,
Que são sete, Me confesso de ser Homem.
Quando a terra não repete De ser um anjo caído
Que são mais. Do tal Céu que Deus governa;
35 De ser um monstro saído
15 Me confesso Do buraco mais fundo da caverna.
O dono das minhas horas.
O das facadas cegas e raivosas Me confesso de ser eu.
E o das ternuras lúcidas e mansas. Eu, tal e qual como vim
E de ser de qualquer modo Para dizer que sou eu
20 Andanças 40 Aqui, diante de mim!
Do mesmo todo.
Miguel Torga, Antologia poética, 7.a edição,
Alfragide, Dom Quixote, 2014, pp. 60-61.

1
Livro de Horas: livro de oração.
2
Virtudes teologais: virtudes que têm Deus por objeto, isto é, a fé, a esperança e a caridade.
3
Abel e Caim: são os dois primeiros filhos de Adão e Eva depois de terem sido expulsos do Jardim do Éden,
de acordo com o livro bíblico do Génesis. Caim matou Abel porque Deus aceitou os sacrifícios
de Abel e rejeitou os de Caim. Com este ato de ciúmes, Caim assassinou o irmão.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 281


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

1. Apresenta a imagem que o eu constrói de si próprio ao longo do poema, com base em dois aspetos
significativos.

2. Refere de que modo se pode considerar que o poema tem uma estrutura circular.

3. Seleciona a opção de resposta adequada para completar a afirmação abaixo apresentada.


O poema «Livro de Horas» revela a problemática teológica que dominou Miguel Torga. Através de
diferentes referências religiosas, o eu evidencia
A. a extrema revolta que o reprime na relação que estabelece com a sua identidade.
B. o conflito interior que o domina na relação que estabelece com a sua identidade.
C. a extrema revolta que o reprime na sua relação com a transcendência.
D. o conflito interior que o domina na sua relação com a transcendência.

PARTE B
Lê a cantiga e as notas.
Fui eu, madre, lavar os meus cabelos
a la fonte e paguei-m'eu delos1
e de mi, louçana2.
Fui eu, madre, lavar mias garcetas3
5 a la fonte e paguei-m'eu delas
e de mi, louçana.
A la fonte [e] paguei-m'eu deles;
aló4 achei, madr', o senhor deles
e de mi, louçana.
10 [E] ante que m'eu d'ali partisse,
fui pagada5 do que m'el [e] disse
e de mi louçana.

João Soares Coelho, in Cantigas medievais galego-portuguesas


(consultada em https://cantigas.fcsh.unl.pt).

1
Paguei-m'eu delos: senti-me satisfeita com eles. 4
Aló: lá.
2
Louçana: formosa. 5
Pagada: contente
3
Garcetas: tranças.

4. Explicita o estado psicológico do sujeito poético, justificando a resposta com elementos textuais.

5. Comenta a relação entre o sujeito poético e a mãe que a cantiga evidencia.

6. Seleciona a opção de resposta adequada para completar a afirmação.


Esta cantiga manifesta a temática amorosa, em que o eu assume o papel de uma donzela, tendo
. Quanto à forma, embora não se possa falar de paralelismo perfeito, trata-se de uma
.
A. a coita de amor como característica dominante … cantiga de refrão
B. a coita de amor como característica dominante … cantiga de mestria
C. o amigo como objeto do amor … cantiga de refrão
D. o amigo como objeto do amor … cantiga de mestria

282 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

PARTE C

7. No seu poema «Orfeu rebelde», Miguel Torga defende que ergue «a voz assim, num desafio», para
denunciar os problemas que assolam o ser humano.
Escreve uma breve exposição na qual comproves esta afirmação, baseando-te na tua experiência
de leitura da poesia de Miguel Torga.
A tua exposição deve incluir:
• uma introdução ao tema;
• um desenvolvimento no qual explicites dois aspetos que evidenciem a denúncia dos problemas
sociais na poesia de Miguel Torga;
• uma conclusão adequada ao desenvolvimento do tema.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 283


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

Grupo II
Lê o texto.

Feliz Ano Novo


Hoje acordei com o barulho da chuva e, sozinha na cama, sorri. De repente lembrei-me
da minha avó que, quando me ouvia reclamar do tempo, olhava para mim muito séria e dizia
«não protestes com o ouro que cai do céu». E quase a senti ao meu lado enquanto abria a
janela e olhava fascinada as grossas gotas que deslizavam pelos vidros. Lá fora o cheiro era de
5 terra molhada e nunca hei de associar este odor a outra coisa que não vida e recomeço.
Espero que esta chuva, que durou pouco, mas que me regou a alma, seja um prenúncio
do que aí vem. Precisamos do ouro líquido da minha avó. Os nossos campos estão secos e as
barragens assustadoramente vazias.
Num dos caminhos que faço para o trabalho existe um açude que, a cada dia que passa,
10 parece mais e mais pequeno. Já o marcador do nível da água tornou-se uma espécie de gigan-
te molhado pelos joelhos. E é impossível passar por ali e não sentir medo. Medo de que, um
dia destes, o fundo do açude passe a dizer-nos bom dia enquanto, à sua volta, o campo seco
definha.
Mas por agora, neste exato momento, não me apetece alimentar preocupações. A chuva
15 matinal animou-me e encheu-me a alma da esperança que pede o recomeço.
Quando queimei fitas, uma amiga escreveu-me um poema de Miguel Torga que nunca
mais esqueci. Em primeiro lugar porque o título tinha o nome da minha figura preferida da
mitologia grega e em segundo porque o poema, tão simples, me pareceu sempre o lema de
vida mais bonito que podemos escolher.
20 «Recomeça / Se puderes / Sem angústia / E sem pressaͫ, escreveu Miguel Torga no seu
poema «Sísifoͫ. E o que é a nossa vida se não uma eterna sucessão de recomeços?
Na primeira vez que me contaram o mito de Sísifo achei-o de uma crueldade atroz. Como
é que os deuses puderam ser tão cruéis com um homem tão astuto que aprisionou a morte
uma vez e a enganou outra? Mas aparentemente os deuses não eram muito impressionáveis
25 com quem os ludibriava e se rebelava e, por isso, quando morreu, Sísifo foi condenado ao
que, durante muito tempo, me pareceu um castigo pior do que a morte: durante toda a eter-
nidade, Sísifo teve de empurrar uma grande pedra de mármore até ao topo de uma montanha,
sendo que, sempre que quase o atingia, a pedra rolava de volta até ao ponto de partida.
Durante a adolescência ficava angustiada sempre que me lembrava deste mito. Numa al-
30 tura da vida em que tudo o que desejamos é novidade, descoberta e adrenalina, pensar que
alguém tinha de fazer a mesma coisa durante toda a eternidade provocava-me uma sensação
de claustrofobia que roçava o pânico. Mas com a idade e, acima de tudo, com a maternidade,
a repetição de tarefas deixou de me parecer uma coisa assim tão horrível e a rotina começou
a trazer-me o conforto que antes me parecia impossível.
35 Setembro, este que começou com gotas de chuva alegre, é por definição o mês dos re-
começos. É em setembro que celebramos o verdadeiro Ano Novo, que, acredito, acontece
muito mais no recomeço das nossas rotinas do que no dia em que a Terra completa mais uma
volta em torno do Sol.

Carmen Garcia, in Público


(consultado em https://publico.pt, em dezembro de 2022).

284 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

1. No contexto em que ocorre, a metáfora «ouro que cai do céu» (linha 3) destaca
A. a importância que a água tem nesta altura do ano.
B. o valor que a chuva tem para que a Natureza prospere.
C. a pertinência que há em agradecer os momentos de chuva.
D. a relevância que a gratidão assume no contexto de seca.

2. No primeiro parágrafo, para mostrar que a chuva tem, em si, um efeito positivo, a cronista recorre
a sensações
A. visuais e táteis.
B. gustativas e táteis.
C. gustativas e olfativas.
D. visuais e olfativas.

3. O mito de Sísifo tem, para Carmen Garcia,


A. um valor que se foi atualizando ao longo da vida.
B. um sentido desumano que se aplica à sua atualidade.
C. uma interpretação que se conserva inalterada.
D. uma correspondência total com o que vivencia.

4. Ao longo do texto, predomina um tom


A. derrotista.
B. complacente.
C. confiante.
D. alarmista.

5. As orações subordinadas «enquanto abria a janela» (linhas 3-4) e «sempre que me lembrava deste
mito» (linha 29) podem ser classificadas como
A. adverbial concessiva, no primeiro caso, e adverbial temporal, no segundo.
B. adverbias concessivas, em ambos os casos.
C. adverbial temporal, no primeiro caso, e adverbial concessiva, no segundo.
D. adverbiais temporais, em ambos os casos.

6. Identifica a função sintática desempenhada pelas expressões:


a) «que» (linha 16);
b) «que» (linha 32).

7. Indique a modalidade e o valor modal expressos em «alguém tinha de fazer a mesma coisa durante
toda a eternidade» (linha 31).

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 285


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

Grupo III

Num texto bem estruturado, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas e cinquenta pa-
lavras, faz a apreciação crítica do quadro abaixo apresentado, da autoria de Paula Rego.

Paula Rego, A dança, 1988.

O teu texto deve incluir:


• a descrição do objeto apresentado, destacando elementos significativos da composição da
imagem;
• um comentário crítico, fundamentando a tua apreciação em, pelo menos, três aspetos relevan-
tes e utilizando um discurso valorativo;
• uma conclusão adequada aos pontos de vista desenvolvidos.

Observações:
1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco, mesmo quando esta integre ele-
mentos ligados por hífen (ex.: /dir-se-ia/). Qualquer número conta como uma única palavra, independentemente do número de algarismos
que o constituam (ex.: /2023/).
2. Relativamente ao desvio dos limites de extensão indicados – entre 200 e 350 palavras –, há que atender ao seguinte:
оum desvio dos limites de extensão indicados implica uma desvalorização parcial (até 5 pontos) do texto produzido;
оum texto com extensão inferior a 80 palavras é classificado com 0 pontos.

FIM

Grupo /ƚĞŵͬŽƚĂĕĆŽ (em pontos)


1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.
I 100
16 16 10 16 16 10 16
1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.
II 56
8 8 8 8 8 8 8
III Item único 44
Total 200

286 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Matriz do teste de avaliação escrita 10


Manuel Alegre e Fernando Pessoa, Mensagem

ŽŵşŶŝŽƐʹĚƵĐĂĕĆŽ>ŝƚĞƌĄƌŝĂൟ>ĞŝƚƵƌĂൟ'ƌĂŵĄƚŝĐĂൟƐĐƌŝƚĂ

Descritores (AE) Conteúdos Estrutura Itens – cotação

ĚƵĐĂĕĆŽ>ŝƚĞƌĄƌŝĂͬ>ĞŝƚƵƌĂ
Interpretar obras literárias Parte A A
A – Texto de leitura
portuguesas. 2 itens de resposta 1. 16 pontos
literária: poema de
Reconhecer valores restrita 2. 16 pontos
Manuel Alegre
culturais, éticos e estéticos 1 item de seleção 3. 10 pontos
manifestados nos textos.
Analisar o valor de
recursos expressivos para a Parte B B
B – Texto de leitura
construção do sentido 2 itens de resposta 4. 16 pontos
literária: poema de Grupo I
do texto. restrita 5. 16 pontos
Mensagem
Leitura 1 item de seleção 6. 10 pontos
Interpretar o texto, com
especificação do sentido
global e da intencionalidade C – Exposição Parte C
comunicativa. sobre um tema 1 item de resposta C
Escrita dos poetas restrita: produção 7. 16 pontos
Escrever uma exposição contemporâneos de uma exposição
sobre um tema.
Total – 100 pontos
Leitura 1. 8 pontos
Ler textos de diferentes Texto de leitura 4 itens de escolha 2. 8 pontos
géneros e graus de não literária múltipla 3. 8 pontos
complexidade. 4. 8 pontos

Gramática Grupo II
Distinguir frases com 1 item de escolha
Aspeto 5. 8 pontos
diferentes valores aspetuais. múltipla
Funções sintáticas 6. 8 pontos
Identificar a função sintática 2 itens de resposta
Subordinação 7. 8 pontos
de constituintes da frase. restrita
Classificar orações.
Total – 56 pontos
Escrita
Escrever apreciações
críticas, respeitando as
1 item de resposta
marcas de género.
Apreciação crítica Grupo III extensa (200 a 350 Item único
Redigir com desenvoltura,
palavras)
consistência, adequação
e correção os textos
planificados.
Total – 44 pontos
Total – 200 pontos

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 287


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Teste de avaliação escrita 10


Manuel Alegre e Fernando Pessoa, Mensagem

Nome N.° 12.° Data / /

Avaliação E. de Educação Professor/a

Grupo I
PARTE A
Lê o poema.

Uma flor de verde pinho


Eu podia chamar-te pátria minha
dar-te o mais lindo nome português
podia dar-te um nome de rainha
que este amor é de Pedro por Inês.
5 Mas não há forma não há verso não há leito
para este fogo amor para este rio.
Como dizer um coração fora do peito?
Meu amor transbordou. E eu sem navio.
Gostar de ti é um poema que não digo
10 que não há taça amor para este vinho
não há guitarras nem cantar d'amigo
não há flor não há flor de verde pinho.
Não há barco nem trigo não há trevo
não há palavras para dizer esta canção.
15 Gostar de ti é um poema que não escrevo.
Que há um rio sem leito. E eu sem coração.

Manuel Alegre, Poesia, 1960-90, Lisboa,


Dom Quixote, 2009, pp. 276-277.

1. Identifica o destinatário deste poema e infere os sentimentos que o eu manifesta por esse tu.

2. Explicita a expressividade da repetição do segmento «não há» ao longo do poema.

3. Seleciona a opção de resposta adequada para completar a afirmação abaixo apresentada.


No poema, a musicalidade é conseguida através de diferentes recursos, como a repetição e as frases
sem vírgulas. Além disso, para concretizar de modo mais evidente a sua mensagem,
A. o eu utiliza diversas classes de palavras no seu sentido conotativo.
B. o sujeito poético utilizou apenas nomes no seu valor denotativo.
C. o eu utiliza diversas classes de palavras no seu valor denotativo.
D. o sujeito poético utilizou apenas nomes no seu sentido conotativo.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 289


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

PARTE B
Lê o poema e as notas.

Horizonte
Ó mar anterior a nós, teus medos
Tinham coral e praias e arvoredos.
Desvendadas a noite e a cerração1,
As tormentas passadas e o mistério,
5 Abria em flor o Longe, e o Sul sidério2
Splendia3 sobre as naus da iniciação.
Linha severa da longínqua costa –
Quando a nau se aproxima ergue-se a encosta
Em árvores onde o Longe nada tinha;
10 Mais perto, abre-se a terra em sons e cores:
E, no desembarcar, há aves, flores,
Onde era só, de longe a abstrata linha.
O sonho é ver as formas invisíveis
Da distância imprecisa, e, com sensíveis
15 Movimentos da esperança e da vontade,
Buscar na linha fria do horizonte
A árvore, a praia, a flor, a ave, a fonte –
Os beijos merecidos da Verdade.

Fernando Pessoa, Poemas publicados em vida – II, Mensagem,


edição de Luiz Fagundes Duarte, Lisboa, INCM, 2020, p. 56.

1
Cerração: escuridão; trevas.
2
Sidério: sideral.
3
Splendia: sobressaía.

4. Relaciona a apóstrofe do verso 1 com o conteúdo da primeira estrofe.

5. Relê a segunda estrofe.


Explica de que modo se evidencia a aproximação da «nau» à «costa».

6. Seleciona a opção de resposta adequada para completar a afirmação.


Na última estrofe, há uma clara valorização do sonho, ou seja, este é ver o invisível, evidente no
recurso . Por outro lado, o uso da forma verbal é no presente do indicativo confere ao
sonho .
A. ao paradoxo … um sentido intemporal e universal
B. à antítese … um valor datado e nacional
C. ao paradoxo … um valor datado e nacional
D. à antítese … um sentido intemporal e universal

290 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

PARTE C

7. Os autores contemporâneos usaram a sua pena para refletir sobre o papel do poeta.
Escreve uma breve exposição na qual comproves esta afirmação, baseando-te na tua experiência
de leitura da poesia de Miguel Torga e de Eugénio de Andrade.
A tua exposição deve incluir:
• uma introdução ao tema;
• um desenvolvimento no qual explicites dois aspetos que evidenciem o modo como o tema das
figurações do poeta se concretiza na poesia de Miguel Torga e na de Eugéno de Andrade.
• uma conclusão adequada ao desenvolvimento do tema.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 291


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

Grupo II
Lê o texto.

Carta de Hugo van der Ding a Quino


Senhor Quino,
Se me permite, vou tratá-lo por tu. Espero que não te importes. Bom, se te importares, ago-
ra é tarde, porque estou a escrever-te esta carta no dia em que morreste, o que é um bocadinho
triste, não só por teres morrido, claro, mas porque gostava de te ter escrito esta carta há muitos
5 anos. Desculparás se o meu tom te parecer um pouco infantil, mas estar a escrever-te leva-me
atrás no tempo. Ao tempo em que eu ainda era criança e tinha de ir passar os fins de semana a
casa do meu pai, o que era quase sempre uma chatice, porque o meu pai não tinha muito jeito
para crianças.
Quando fiz sete anos, deu-me para ler um livro chamado Nome de guerra, de um senhor
10 chamado Almada Negreiros, que é um escritor modernista português, e ficou um bocado ir-
ritado porque eu não percebi grande coisa. Depois, tentou um livro com bonecos, mais para
a minha idade. Chamava-se Histoire de la peinture européenne. O livro era bonito, e os bone-
cos, de facto, muito interessantes. Mas foi pior a emenda que o soneto (que é uma expressão
portuguesa que quer dizer que mais valia ter estado quieto). O meu pai, que é pintor, ficou
15 ainda mais pior que estragado (quer dizer zangado) que eu, já com sete anos de vida e dois de
escolaridade, não soubesse distinguir o traço de Matisse do traço de Modigliani, depois de ter
mostrado um quadro de cada um. Ou que eu não soubesse que o Manet e o Monet não eram
a mesma pessoa. «Mas o que é que vocês aprendem na escola, afinal?», perguntou-me, com um
certo desdém que, anos depois, não deixo de reconhecer em mim próprio. «Aprendemos a ler,
20 a escrever, a fazer contas», respondi-lhe. «Está bem, mas isso é na primeira classe, não é?».
Até que, certo dia, o meu pai teve a boa ideia de ir à estante livros buscar um calhamaço
encarnado, que atirou para cima da mesa. «Isto é a coisa mais divertida que vais ler», vaticinou.
Foi nesse dia que entraste na minha vida, Quino. O livro, claro, era Toda a Mafalda. E des-
cobrimos finalmente uma coisa que éramos capazes – eu que o achava um bocado estranho e
25 ele que me achava vagamente atrasado mental – de fazer juntos sem nos aborrecermos.
Durante muitos meses, era esse o nosso programa, quando se acabava a conversa de circuns-
tância. Depois de lhe contar a minha semana, que incluía uma queda de bicicleta ou mais um
animal de estimação que a minha mãe me tinha deixado levar para casa – e de lhe explicar que
não, que na escola primária não tínhamos exames nem havia disciplinas opcionais, pelo que
30 não podia escolher Noções Básicas de História de Arte –, sentávamo-nos à mesa a ler as tiras
da Mafalda do princípio ao fim, à vez. «Agora sou eu!», dizia-lhe, cheio de vontade de ler, e
com o mesmo entusiasmo infantil com que dizia ele quando chegava a sua vez. E ríamos muito,
com umas gargalhadas muito escandalosas, que ainda tenho, e ele também. Quando achávamos
mesmo muita graça, líamos outra vez. E outra vez. E fazíamos vozes.
35 E tantas vezes repetimos aquele momento só nosso, nessa intimidade possível entre um filho
que era uma criança e um pai que não tinha muito jeito para crianças, que te posso dizer, sem
exagerar, que sei as tiras todas do teu livro de cor.
Só falta então explicar porque é que te estou a escrever. Queria agradecer-te do fundo do
coração por teres escrito a Mafaldinha. Por teres tanta graça. Por a tua graça ter sido o diapasão
40 por que medi tantas vezes a graça dos outros. Por teres sido parte da cola que me ligou a pessoas
tão importantes na minha.
O meu pai e eu não nos falamos muito. Hoje, o Nome de guerra é um dos meus livros
preferidos. Tenho uns quadros (falsos, claro) do Matisse e do Modigliani na parede em frente
à secretária de onde te estou a escrever, não adoro particularmente o Manet nem o Monet.

292 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

45 Mas o meu pai vê as minhas tiras e ri-se.


«Às vezes, faz lembrar a Mafalda, só que mal desenhado», já me disse.
Obrigado, Quino.
Até sempre,
Hugo van der Ding
Hugo van der Ding, in Observador (texto adaptado, com supressões,
consultado em https://observador.pt, em dezembro de 2022).

1. As primeiras memórias que Hugo van der Ding tem do livro Toda a Mafalda
A. contrastam com a relação conflituosa que tinha com o pai durante a infância.
B. advêm da tentativa paterna para que ele pudesse ter acesso a algo engraçado.
C. revelam a cumplicidade que gostaria de ter criado, ao longo da vida, com o pai.
D. mostram que o pai era alguém que queria desenvolver o seu sentido de humor.

2. A leitura conjunta do livro de Quino potenciou


A. a ligação afetiva que van der Ding desejava ter com o pai.
B. a descoberta de um mundo que o pai não lhe queria mostrar.
C. a cumplicidade que pai e filho até então não possuíam.
D. o acompanhamento escolar que o pai passou a dar a Hugo.

3. No sétimo parágrafo (linhas 38 a 41), para se referir à importância de Quino na sua vida, o autor recorre à
A. metáfora e à repetição.
B. anáfora e à personificação.
C. metonímia e à repetição.
D. metáfora e à personificação.

4. No contexto em que ocorre, o vocábulo «diapasão» (linha 39) pode ser substituído por
A. registo.
B. referência.
C. ritmo.
D. alcance.

5. No quinto parágrafo (linhas 26 a 34), predominam formas verbais com o valor aspetual
A. perfetivo.
B. genérico.
C. iterativo.
D. imperfetivo.

6. Identifica a função sintática desempenhada pelas expressões:


a) «de ter mostrado um quadro de cada um» (linhas 16-17);
b) «de circunstância» (linhas 26-27).

7. Classifica a oração «só que mal desenhado» (linha 46).

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 293


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

Grupo III

Num texto bem estruturado, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas e cinquenta pa-
lavras, faz a apreciação crítica do quadro abaixo apresentado, da autoria de José Malhoa.

José Malhoa, Praia das Maçãs, c. 1926.

O teu texto deve incluir:


• a descrição do objeto apresentado, destacando elementos significativos da composição da
imagem;
• um comentário crítico, fundamentando a tua apreciação em, pelo menos, três aspetos relevan-
tes e utilizando um discurso valorativo;
• uma conclusão adequada aos pontos de vista desenvolvidos.

Observações:
1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco, mesmo quando esta integre ele-
mentos ligados por hífen (ex.: /dir-se-ia/). Qualquer número conta como uma única palavra, independentemente do número de algarismos
que o constituam (ex.: /2023/).
2. Relativamente ao desvio dos limites de extensão indicados – entre 200 e 350 palavras –, há que atender ao seguinte:
оum desvio dos limites de extensão indicados implica uma desvalorização parcial (até 5 pontos) do texto produzido;
оum texto com extensão inferior a 80 palavras é classificado com 0 pontos.

FIM

Grupo /ƚĞŵͬŽƚĂĕĆŽ (em pontos)


1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.
I 100
16 16 10 16 16 10 16
1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.
II 56
8 8 8 8 8 8 8
III Item único 44
Total 200

294 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Matriz do teste de avaliação escrita 11


José Saramago, Memorial do convento, e Luís de Camões, Os Lusíadas

ŽŵşŶŝŽƐʹĚƵĐĂĕĆŽ>ŝƚĞƌĄƌŝĂൟ>ĞŝƚƵƌĂൟ'ƌĂŵĄƚŝĐĂൟƐĐƌŝƚĂ

Descritores (AE) Conteúdos Estrutura Itens – cotação

ĚƵĐĂĕĆŽ>ŝƚĞƌĄƌŝĂͬ>ĞŝƚƵƌĂ
Interpretar obras literárias A – Texto de leitura A
Parte A
portuguesas. literária: excerto 1. 10 pontos
3 itens de resposta
Reconhecer valores de Memorial do 2. 16 pontos
restrita
culturais, éticos e estéticos convento 3. 16 pontos
manifestados nos textos.
Analisar o valor de
recursos expressivos para a B
B – Texto de leitura Parte B
construção do sentido 4. 16 pontos
literária: excerto Grupo I 3 itens de resposta
do texto. 5. 16 pontos
de Os Lusíadas restrita
Leitura 6. 10 pontos
Interpretar o texto, com
especificação do sentido
global e da intencionalidade C – Exposição sobre Parte C
comunicativa. um tema de 1 item de resposta C
Escrita Memorial restrita: produção 7. 16 pontos
Escrever uma exposição do convento de uma exposição
sobre um tema.
Total – 100 pontos
Leitura 1. 8 pontos
Ler textos de diferentes Texto de leitura 4 itens de escolha 2. 8 pontos
géneros e graus de não literária múltipla 3. 8 pontos
complexidade. 4. 8 pontos
Gramática
Identificar a classe de Grupo II
2 itens de escolha
palavras. Funções sintáticas 5. 8 pontos
múltipla
Identificar a função sintática Classes de palavras 6. 8 pontos
1 item de resposta
de constituintes da frase. Dêixis 7. 8 pontos
curta
Conhecer a referência
deítica.
Total – 56 pontos
Escrita
Escrever textos de opinião,
respeitando as marcas de
1 item de resposta
género.
Texto de opinião Grupo III extensa (200 a 350 Item único
Redigir com desenvoltura,
palavras)
consistência, adequação
e correção os textos
planificados.
Total – 44 pontos
Total – 200 pontos

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 295


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Teste de avaliação escrita 11


José Saramago, Memorial do convento, e Luís de Camões, Os Lusíadas

Nome N.° 12.° Data / /

Avaliação E. de Educação Professor/a

Grupo I
PARTE A
Lê o texto e as notas.

Vem chovendo, mas não tanto que o trabalho tenha de parar, exceto o dos pedreiros, pois
a água desfaz a argamassa, empoça nas larguíssimas paredes, por isso recolhem-se os operários
aos telheiros, à espera que levante, enquanto os canteiros, que são gente fina, batem abrigados
o mármore, tanto para a cantaria como para o lavrado, provavelmente prefeririam descansar.
5 A estes tanto faz que as paredes cresçam depressa como devagar, têm o risco da pedra a seguir,
caneluras1, acantos, festões, acrotérios2, grinaldas, estando acabada a obra logo a levam os car-
regadores a pau e corda, para o telheiro onde com outras ficará guardada, chegando a hora a
irão buscar do mesmo modo, salvo se for tão pesada que requeira cabrestante3 e plano inclina-
do. Mas têm os canteiros o privilégio de trabalhar pelo seguro, quer chova, quer faça sol, com o
10 jornal sempre garantido, ali debaixo de telha, brancos do pó do mármore, parecem fidalgos de
cabeleira, truca-truca, truca-truca, com o cinzel e a maceta, trabalho de duas mãos. Esta chuva
de hoje não tem sido tão forte que mandassem os olheiros recolher toda a gente, sequer os
dos carros de mão, menos afortunados que as formigas, que essas, estando o céu de aguagem,
levantam a cabeça a farejar os astros, e recolhem aos buracos, não são nenhuns homens para te-
15 rem de trabalhar à chuva. Enfim, vem do lado do mar, caminhando sobre os campos, uma escu-
ra cortina de água, largam os homens, mesmo sem ordem, os carros de mão, e debandam para
os telheiros ou chegam-se à revessa das paredes, se vale a pena, mais molhados do que estavam
não podem ficar. As mulas atreladas ficam quietas sob o grande chuveiro que cai, o pelo empa-
pado de suor está agora ensopado da contínua água, os bois ruminam jungidos e indiferentes,
20 quando a chuva bate com mais força sacodem as cabeças, quem haverá aí capaz de dizer o que
sentem estes animais, que fibras lhes estremecem, e até onde, se no movimento que fazem se
tocam os cornos luzidios, porventura apenas, Estás aí. Quando a chuva se afasta ou se tornou
aturável, voltam os homens e tudo recomeça, carregar e descarregar, puxar e empurrar, arrastar
e levantar, hoje não há tiros de pólvora por causa desta geral humidade, melhor para os solda-
25 dos que gozam a folga debaixo dos telheiros, de gorra com as sentinelas também recolhidas,
é a alegria da paz. E como a chuva voltou novamente, caindo de um céu escuríssimo, tão cedo
não vai acabar, deu-se ordem para largarem os homens o trabalho, só os canteiros continuaram
a bater a pedra, truca-truca, truca-truca, são largos os telheiros, nem os salpicos soprados pelo
vento vêm macular o grão do mármore.
30 Baixou Baltasar à vila pelo carreiro escorregadio, um homem que descia à sua frente esta-
telou-se na lama e todos riram, de riso caiu outro, o que vale são estas distrações, que nesta
terra de Mafra não há pátios de comédias, não há cantarinas4 nem representantes, ópera só em
Lisboa, para vir o cinema ainda faltam duzentos anos, quando houver passarolas a motor, muito
custa o tempo a passar, até que chegue a felicidade, olá.

José Saramago, Memorial do convento, Lisboa, Porto Editora, 2022, pp. 239-241.

1
Caneluras: cada um dos sulcos no fuste de colunas. 3
Cabrestante: mecanismo ou máquina para manobrar
2
Acrotérios: pedestais das figuras que encimavam um frontão. ou levantar a âncora e outros pesos.
4
Cantarinas: cantoras.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 297


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

1. Refere dois dos recursos utilizados pelo narrador na caracterização do ambiente em que decorrem
as obras do convento. Ilustra a resposta com segmentos textuais pertinentes.

2. Explica a intenção do narrador ao aludir aos «canteiros» (linha 9) como «fidalgos de cabeleira»
(linhas 10-11).

3. Interpreta a transgressão temporal presente no último parágrafo do texto.

PARTE B

Lê o texto e as notas.

151 154
Os Cavaleiros tende em muita estima, Mas eu que falo, humilde, baxo e rudo,
Pois com seu sangue intrépido1 e fervente2 De vós não conhecido nem sonhado?
Estendem não sòmente a Lei de cima, Da boca dos pequenos sei, contudo,
Mas inda vosso Império preminente3. Que o louvor sai às vezes acabado.
Pois aqueles que a tão remoto clima Nem me falta na vida honesto estudo,
Vos vão servir, com passo diligente4, Com longa experiência misturado,
Dous inimigos vencem: uns, os vivos, Nem engenho, que aqui vereis presente,
E (o que é mais) os trabalhos excessivos. Cousas que juntas se acham raramente.
152 155
Fazei, Senhor, que nunca os admirados Pera servir-vos, braço às armas feito,
Alemães, Galos5, Ítalos6 e Ingleses, Pera cantar-vos, mente às Musas dada;
Possam dizer que são pera mandados, Só me falece8 ser a vós aceito,
Mais que pera mandar, os Portugueses. De quem virtude deve ser prezada.
Tomai conselho só d' exprimentados, Se me isto o Céu concede, e o vosso peito
Que viram largos anos, largos meses, Dina9 empresa tomar de ser cantada,
Que, posto que em cientes7 muito cabe, Como a pres[s]aga10 mente vaticina
Mais em particular o experto sabe. Olhando a vossa inclinação divina,
[…]

Luís de Camões, Os Lusíadas (leitura, prefácio e notas de Álvaro Júlio da Costa Pimpão,
apresentação de Aníbal Pinto de Castro), Lisboa, 2000, pp. 477-478.

1
Intrépido: corajoso. 4
Diligente: dedicado. 8
Falece: falta.
2
Fervente: fervoroso; ardente. 5
Galos: Franceses. 9
Dina: digna.
3
Preminente: proeminente; distinto; 6
Ítalos: Italianos. 10
Pressaga: que pressagia, prevê
superior. 7
Cientes: conhecedores; sábios. ou pressente.

4. Explicita dois dos conselhos que o poeta dirige a D. Sebastião.

5. Relaciona o sentido dos versos 1 e 2 da estância 155 com o conteúdo da estrofe anterior.

6. Identifica duas marcas linguísticas que comprovam a presença do interlocutor, D. Sebastião. Ilustra
a resposta com segmentos textuais pertinentes.

298 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

PARTE C

7. Os trabalhadores da construção do convento assumem o estatuto de heróis no romance Memorial


do convento.
Escreve uma breve exposição na qual comproves esta afirmação, baseando-te na tua experiência
de leitura da obra de José Saramago.
A tua exposição deve incluir:
• uma introdução ao tema;
• um desenvolvimento no qual explicites dois aspetos que comprovem que os trabalhadores da
construção do convento assumem o estatuto de heróis em Memorial do convento;
• uma conclusão adequada ao desenvolvimento do tema.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 299


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

Grupo II
Lê o texto e a nota.

A insuportável igualdade
Em O Homem Duplicado, Saramago retoma uma das mais antigas questões da humanidade:
como viver com o outro.
Numa primeira leitura, imediata, O homem duplicado, o novo romance de José Saramago,
editado pela Caminho, parece uma história de clones: numa noite, um solitário e depressivo
5 professor de História, tentando distrair-se com o visionamento de um filme em vídeo, descobre
alguém exatamente igual a si. Um dos atores desse filme é o seu duplo absoluto, o seu dupli-
cado. Essa súbita revelação muda totalmente a vida de Tertuliano Máximo Afonso (assim se
chama o tal professor), que vai então visionar os restantes filmes em que aparece o mesmo ator,
apenas para confirmar que existe alguém igual a si.
10 Clones? Essa dedução seria demasiado simples – e José Saramago, aliás, confirmou em en-
trevista que o romance nada tem a ver com essa questão. Na verdade, a minha obra O homem
huplicado parece-me ser uma reflexão sobre a identidade, sobre a relação eu-outro, sobre a
própria condição humana.
Tertuliano, homem só, paralisado pelo tédio, interroga-se: «Às vezes tenho a impressão de
15 não saber exatamente o que sou, sei quem sou, mas não o que sou». E quando finalmente co-
nhece o outro que é como ele, coloca a «inquietante questão de se saber quem é o duplicado
de quem.» Pior: vem a descobrir que o tal outro igual a si nasceu no mesmo dia do mesmo mês
e ano, mas meia hora antes, ou seja, o original é o outro e não ele... E o outro ainda lhe lembra
que «de cada vez que se olhar num espelho nunca terá a certeza de que se o que o está vendo
20 é a sua imagem visual, ou se a minha imagem real.»
Mas este «extraordinário caso do homem duplicado» é, afinal, o retomar de uma interro-
gação muito antiga, imemorial, desde que «um rosto humano se apercebeu pela primeira vez
de si mesmo na superfície lisa de um charco e pensou, Este sou eu?», embora agora a pergunta
seja «Este quem é?». Ontem como hoje, as relações humanas são «autênticos labirintos creten-
25 ses», sobretudo a comunicação entre mim e o outro: ainda que se desenvolvam as tecnologias
de comunicação em autêntica progressão geométrica, «a outra comunicação, a propriamente
dita, a real, a de mim a ti», continua, incompreensivelmente, a ser «esta confusão cruzada de
becos sem saída». E, porque não nos entendemos, eu concluo, como os dois homens iguais
deste romance, que «um de nós está a mais neste mundo.» «Diz-se que só odeia o outro quem
30 a si mesmo se odiar, mas o pior de todos os ódios deve ser aquele que leva a não suportar a
igualdade do outro, e provavelmente será ainda pior se essa igualdade vier a ser alguma vez
absoluta.» Talvez seja esta a «chave» deste romance, se esta leitura estiver certa. O que me leva
a pensar num outro caso de homem duplicado, escrito num outro livro: a história de Caim e
Abel, contada no Génesis1 – Caim descobre que existe um outro e que não está só no mundo.
35 Desde então até hoje, como Saramago nos recorda, a questão por resolver é a da construção
da fraternidade.

António Carvalho, in Diário de Notícias


(texto adaptado, em https://www.dn.pt, em dezembro de 2022).

1
Génesis: primeiro livro da Bíblia.

300 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

1. O Homem Duplicado, obra de José Saramago, exclui


A. uma análise particular do gregarismo humano.
B. um debate sobre as singularidades da condição humana.
C. uma atenta reflexão sobre a clonagem humana.
D. uma visão de características intrínsecas ao ser humano.

2. A expressão «desde que "um rosto humano se apercebeu pela primeira vez de si mesmo na super-
fície lisa de um charco e pensou, Este sou eu?"» (linhas 22-23) evoca
A. o mito narcisista na análise do eu.
B. a felicidade do ser humano, ao reconhecer-se.
C. a sedução do homem perante o que vê.
D. a incerteza da verdadeira identidade humana.

3. Nas expressões «nunca terá a certeza de que se o que o está vendo é a sua imagem visual, ou se a
minha imagem real» (linhas 19-20) e «autênticos labirintos cretenses» (linhas 24-25), o autor utiliza
A. a antítese e a metáfora, respetivamente.
B. a metáfora, em ambos os casos.
C. a antítese e a hipérbole, respetivamente.
D. a metáfora e a hipérbole, respetivamente.

4. No último parágrafo, o enunciador defende que a questão levantada pela obra saramaguiana é
A. levar o ser humano a refletir sobre a sua ação no mundo.
B. encontrar o verdadeiro sentido para a sua existência.
C. revelar a complexidade das relações entre os homens.
D. evidenciar as incompatibilidades na vivência em sociedade.

5. O segmento «quem sou» (linha 15) desempenha a função sintática de


A. sujeito.
B. complemento direto.
C. predicativo do sujeito.
D. predicativo do complemento direto.

6. As palavras sublinhadas no segmento «de cada vez que se olhar num espelho nunca terá a certeza
de que se o que o está vendo é a sua imagem visual» (linhas 19-20) são
A. conjunção, em ambos os casos.
B. pronome, em ambos os casos.
C. conjunção e pronome, respetivamente.
D. pronome e conjunção, respetivamente.

7. Refere o tipo de dêixis assegurado pelo determinante possessivo presente na linha 11.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 301


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

Grupo III

«A esperança é um alimento da nossa alma, ao qual se mistura sempre o veneno do medo.»


Voltaire

Num texto de opinião bem estruturado, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas
e cinquenta palavras, defenda uma perspetiva pessoal sobre a afirmação apresentada.
No teu texto:
• explicita, de forma clara e pertinente, o teu ponto de vista, fundamentando-o em dois argumen-
tos, cada um deles ilustrado com um exemplo significativo;
• formula uma conclusão adequada à argumentação desenvolvida;
• utiliza um discurso valorativo (juízo de valor explícito ou implícito).

Observações:
1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco, mesmo quando esta integre ele-
mentos ligados por hífen (ex.: /dir-se-ia/). Qualquer número conta como uma única palavra, independentemente do número de algarismos
que o constituam (ex.: /2023/).
2. Relativamente ao desvio dos limites de extensão indicados – entre 200 e 350 palavras –, há que atender ao seguinte:
оum desvio dos limites de extensão indicados implica uma desvalorização parcial (até 5 pontos) do texto produzido;
оum texto com extensão inferior a 80 palavras é classificado com 0 pontos.

FIM

Grupo /ƚĞŵͬŽƚĂĕĆŽ (em pontos)


1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.
I 100
10 16 16 16 16 10 16
1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.
II 56
8 8 8 8 8 8 8
III Item único 44
Total 200

302 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Matriz do teste de avaliação escrita 12


José Saramago, Memorial do convento, e Ana Luísa Amaral

ŽŵşŶŝŽƐʹĚƵĐĂĕĆŽ>ŝƚĞƌĄƌŝĂൟ>ĞŝƚƵƌĂൟ'ƌĂŵĄƚŝĐĂൟƐĐƌŝƚĂ

Descritores (AE) Conteúdos Estrutura Itens – cotação

ĚƵĐĂĕĆŽ>ŝƚĞƌĄƌŝĂͬ>ĞŝƚƵƌĂ
Interpretar obras literárias A – Texto de leitura Parte A A
portuguesas. literária: excerto 2 itens de resposta 1. 16 pontos
Reconhecer valores de Memorial do restrita 2. 10 pontos
culturais, éticos e estéticos convento 1 item de seleção 3. 16 pontos
manifestados nos textos.
Analisar o valor de
recursos expressivos para a Parte B B
B – Texto de leitura
construção do sentido 2 itens de resposta 4. 16 pontos
literária: poema de Grupo I
do texto. restrita 5. 16 pontos
Ana Luísa Amaral
Leitura 1 item de seleção 6. 10 pontos
Interpretar o texto, com
especificação do sentido
global e da intencionalidade C – Exposição Parte C
comunicativa. sobre um tema 1 item de resposta C
Escrita de Memorial do restrita: produção 7. 16 pontos
Escrever uma exposição convento de uma exposição
sobre um tema.
Total – 100 pontos
Leitura 1. 8 pontos
Ler textos de diferentes Texto de leitura 4 itens de escolha 2. 8 pontos
géneros e graus de não literária múltipla 3. 8 pontos
complexidade. 4. 8 pontos
Gramática
Usar de modo intencional
diferentes valores modais Grupo II
2 itens de escolha
atendendo à situação Modalidade 5. 8 pontos
múltipla
comunicativa (epistémicos, Coesão 6. 8 pontos
1 item de resposta
deônticos e apreciativos). Subordinação 7. 8 pontos
curta
Analisar processos
de coesão textual.
Classificar orações.
Total – 56 pontos
Escrita
Escrever textos de opinião,
respeitando as marcas de
1 item de resposta
género.
Texto de opinião Grupo III extensa (200 a 350 Item único
Redigir com desenvoltura,
palavras)
consistência, adequação
e correção os textos
planificados.
Total – 44 pontos
Total – 200 pontos

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 303


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Teste de avaliação escrita 12


José Saramago, Memorial do convento, e Ana Luísa Amaral

Nome N.° 12.° Data / /

Avaliação E. de Educação Professor/a

Grupo I
PARTE A
Lê o texto e as notas.

Estão os três voadores à proa da máquina, vão na direção do poente, e o padre Bartolomeu
Lourenço sente que a inquietação regressou e cresce, é pânico já, enfim vai ter voz, e essa voz é
um gemido, quando o sol se puser, descerá irremediavelmente a máquina, talvez caia, talvez se
despedace e todos morrerão, É Mafra, além, grita Baltasar, parece o gajeiro1 a bradar do cesto
5 da gávea, Terra, nunca comparação alguma foi tão exata, porque esta é a terra de Baltasar, reco-
nhece-a, mesmo nunca a tendo visto do ar, quem sabe se por termos no coração uma orografia2
particular que, para cada um de nós, acertará com o particular lugar onde nascemos, o côncavo
meu no teu convexo, no meu convexo o teu côncavo, é o mesmo que homem e mulher, mu-
lher e homem, terra somos na terra, por isso é que Baltasar grita, É a minha terra, reconhece-a
10 como um corpo. Passam velozmente sobre as obras do convento, mas desta vez há quem os
veja, gente que foge espavorida, gente que se ajoelha ao acaso e levanta as mãos implorativas de
misericórdia, gente que atira pedras, o alvoroço toma conta de milhares de homens, quem não
chegou a ver, duvida, quem viu, jura e pede o testemunho do vizinho, mas provas já ninguém
as pode apresentar porque a máquina afastou-se na direção do sol, tornou-se invisível contra o
15 disco refulgente, talvez não tivesse sido mais que uma alucinação, já os céticos triunfam sobre a
perplexidade dos que acreditaram.
Em poucos minutos, a máquina atinge a costa do mar, parece que a está puxando o sol para
a levar ao outro lado do mundo. […] Mas de súbito Blimunda solta-se de Baltasar, a quem
convulsa se agarrara quando a máquina precipitou a descida, e rodeia com os braços uma das
20 esferas que contêm as nuvens fechadas, as vontades, duas mil são mas não chegam, cobre-as
com o corpo, como se as quisesse meter dentro de si ou juntar-se a elas. A máquina dá um salto
brusco, levanta a cabeça, cavalo a que puxaram o bridão, suspende-se por um segundo, hesita,
depois recomeça a cair, mas menos depressa, e Blimunda grita, Baltasar, Baltasar, não precisou
chamar três vezes, já ele se abraçara com a outra esfera, fazia o corpo com ela, Sete-Luas e
25 Sete-Sóis sustentando com as suas nuvens fechadas a máquina que baixava, agora devagar, tão
devagar que mal rangeram os vimes quando tocou o chão, só bandeou3 para um lado, não havia
ali espeques4 para a receber, é que não se pode ter tudo. Frouxos de membros, extenuados, os
três viajantes escorregaram para fora, tentaram ainda segurar-se à amurada, não o conseguiram,
e, rolando, acharam-se estendidos no chão, sem sequer feridos de raspão, é bem verdade que
30 não se acabaram os milagres, e este foi dos bons, nem foi preciso invocar S. Cristóvão, ele lá
estava, vigiando o trânsito, viu aquele avião desgovernado, deitou-lhe a grande mão e evitou a
catástrofe, para seu primeiro milagre aéreo não esteve nada mal.
José Saramago, Memorial do convento, Lisboa, Porto Editora, 2022, pp. 221-223.

1
Gajeiro: marinheiro que vigia na gávea. 3
Bandeou: inclinou.
2
Orografia: estudo das montanhas. 4
Espeques: estacas; escoras.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 305


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

1. Atenta nas linhas 1 a 10.


Relaciona as palavras de Baltasar, nas linhas 4 e 9, com os comentários que suscitam por parte do
narrador.

2. Seleciona a opção de resposta adequada para completar a afirmação abaixo apresentada.


Perante o voo da máquina, Baltasar reage com . Ao passarem «velozmente sobre as
obras do convento» (linha 10), as gentes de Mafra demonstram , revelando-o de diversas
formas.
A. euforia e alvoroço … temor e excitação
B. euforia e temor … excitação e incredulidade
C. euforia e excitação … temor e incredulidade
D. euforia e incredulidade … temor e excitação

3. Explica em que medida, no segundo parágrafo, Blimunda e Baltasar demonstram a complementari-


dade evidente em «Sete-Luas e Sete-Sóis» (linhas 24-25).

PARTE B

Lê o poema.

Criação sonhada
Tanto tempo a pensar
divino esforço
que adormecendo
Deus sonhou consigo:
5 Sonhou braços e pernas
e cabeças,
sonhou paisagens
de mental pudor,
conversas calmas
10 com o quase feito
E esforçado ficou
e exausto se quedou
ao ver-se assim traído
pela obra criada

15 só em sonho

Ana Luísa Amaral, Inversos, Poesia 1990-2010,


Lisboa, Dom Quixote, 2010, p. 313.

4. Relaciona os versos 1 a 3 com o sentido da penúltima estrofe do poema.

5. Interpreta o sentido da segunda estrofe.

306 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

6. Seleciona a opção de resposta adequada para completar a afirmação abaixo apresentada.


Este poema de Ana Luísa Amaral é pautado pela liberdade formal. Assim, o eu despreza a rigidez es-
trófica, métrica e rimática, como está patente
A. na classificação variável das estrofes, apostando também num estilo prosaico.
B. na classificação invariável das estrofes, apostando também num estilo prosaico.
C. na classificação variável das estrofes, recorrendo também a vocabulário onírico.
D. na classificação invariável das estrofes, recorrendo também a vocabulário onírico.

PARTE C

7. O narrador, em Memorial do convento, assume o papel de um comentador crítico que nos vai acom-
panhando na leitura da obra.
Escreve uma breve exposição na qual comproves esta afirmação, baseando-te na tua experiência
de leitura de Memorial do convento.
A tua exposição deve incluir:
• uma introdução ao tema;
• um desenvolvimento no qual explicites dois aspetos que comprovem a presença de um narrador
crítico e subjetivo em Memorial do convento;
• uma conclusão adequada ao desenvolvimento do tema.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 307


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

Grupo II
Lê o texto e a nota.

«Entre falar e fazer há muito que fazer»


O tradicional provérbio «Entre falar e fazer há muito que dizer» foi aqui modificado para
«há muito que fazer». Ora, a localização desta frase justificará o seu conteúdo. Encontrei-a no
Parque Mayer, de que há muito se fala e onde, que se veja, pouco está feito.
A subtileza do provérbio está na distinção entre «falar» e «dizer» que, tendo semelhanças,
5 são ações bem diferentes. Como todos bem sabemos, pode-se falar muito e dizer muito pouco
ou quase nada. Sendo subtil, esta é uma diferença substancial.
E, ao modificar o provérbio, o seu autor altera também o seu efeito, se considerarmos como
verdadeira a curiosa definição de «provérbios» dada por José Saramago: «fórmulas de sabedoria
condensadas, para uso imediato e efeito rápido, como os purgantes»… Esta frase convida-nos,
10 assim, a parar por momentos para pensar sobre o seu significado. E esta «proposta» de um
novo provérbio visa mostrar uma evidência que, bem vista, é óbvia – é que «entre falar e fazer»,
entre dizer que se vai concretizar um determinado projeto ou alcançar qualquer objetivo e a
sua concretização, «há muito que fazer», há uma longa cadeia de ações a empreender. Entre
dizer que vou construir uma casa, exceto se for uma casa de sonhos e vento como a do poeta,
15 e fazê-la, tenho muito que fazer: tenho de pensar como a quero, identificar quem a desenhe tal
como eu a idealizo, definir que materiais são necessários, fazer um orçamento, contratar quem
se encarregue de a construir… – há mesmo muito a fazer.
Para além de tudo isto, há ainda que definir o local onde pretendo construir a minha casa.
Tenho de decidir se a quero numa rua com muito trânsito, onde possa chegar à janela e ver
20 quem passa; se a quero no meio da serra para, à noite, observar as estrelas; se à beira da praia,
para ser embalada pelo som das ondas; ou se prefiro erguê-la numa vasta planície de onde con-
temple o infinito.
Aquilo que eu vir da minha janela definirá em muito a forma como me vou sentir, aquilo que
vou pensar quando passar a soleira da minha porta, aquilo que vou ser. Porque poderei ser ape-
25 nas mais uma gota no vasto oceano ou a rosa única que nasce num planeta deserto e distante.
Poderei certamente ser do tamanho daquilo que vejo…

Maria Eugénia Leitão, in Sol


(texto adaptado, com supressões, consultado em https://sol.sapo.pt, em dezembro de 2022).

1. Segundo a cronista, a adulteração do provérbio original para entre falar e fazer «há muito que fa-
zer» (linha 2) evidencia a
A. supremacia que deve assumir a ação.
B. superioridade da vontade em detrimento da ação.
C. centralidade da materialização do que se diz.
D. primazia da concretização do que se deseja.

2. Com a comparação dos provérbios a «purgantes» (linha 9), destaca-se a


A. exemplaridade que assumem na explicitação de situações de vida.
B. celeridade da sua eficácia na ilustração de diferentes situações de vida.
C. simplicidade que assumem na ilustração de diferentes situações de vida.
D. abrangência do exemplo que constituem para diferentes situações de vida.

308 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

3. Relativamente à frase anterior, quando diz «Porque poderei ser apenas mais uma gota no vasto
oceano ou a rosa única que nasce num planeta deserto e distante.» (linhas 24-25), o enunciador
A. sintetiza a singularidade de cada um de nós.
B. apresenta a constatação da sua insignificância.
C. justifica a singularidade dos objetivos individuais.
D. concretiza o seu afastamento total da realidade.

4. A utilização de dois pontos nas linhas 8 e 15 serve para introduzir, respetivamente,


A. uma explicação e uma enumeração.
B. uma citação e uma explicação.
C. uma enumeração e uma explicação.
D. uma citação e uma enumeração.

5. No contexto em que ocorre, o complexo verbal «pode-se falar» (linha 5) exprime uma
A. possibilidade.
B. certeza.
C. permissão.
D. obrigação.

6. Relativamente ao vocábulo «provérbio» (linha 7), o recurso ao vocábulo «seu» na linha 7 constitui
uma anáfora
A. por substituição (sinónimo).
B. por substituição (expressão adverbial).
C. por substituição (pronominal).
D. conceptual.

7. Classifica a oração «se a quero numa rua com muito trânsito» (linha 19).

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 309


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

Grupo III

Terão os jovens de hoje consciência cívica e política capaz de trazer uma mudança ao mundo como
o vemos hoje?
Num texto de opinião bem estruturado, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas
e cinquenta palavras, defenda uma perspetiva pessoal sobre a questão apresentada.
No teu texto:
• explicita, de forma clara e pertinente, o teu ponto de vista, fundamentando-o em dois argumen-
tos, cada um deles ilustrado com um exemplo significativo;
• formula uma conclusão adequada à argumentação desenvolvida;
• utiliza um discurso valorativo (juízo de valor explícito ou implícito).

Observações:
1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco, mesmo quando esta integre ele-
mentos ligados por hífen (ex.: /dir-se-ia/). Qualquer número conta como uma única palavra, independentemente do número de algarismos
que o constituam (ex.: /2023/).
2. Relativamente ao desvio dos limites de extensão indicados – entre 200 e 350 palavras –, há que atender ao seguinte:
оum desvio dos limites de extensão indicados implica uma desvalorização parcial (até 5 pontos) do texto produzido;
оum texto com extensão inferior a 80 palavras é classificado com 0 pontos.

FIM

Grupo /ƚĞŵͬŽƚĂĕĆŽ (em pontos)


1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.
I 100
16 10 16 16 16 10 16
1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.
II 56
8 8 8 8 8 8 8
III Item único 44
Total 200

310 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Matriz do teste de avaliação escrita 13


José Saramago, O ano da morte de Ricardo Reis, e Luís de Camões, Rimas

ŽŵşŶŝŽƐʹĚƵĐĂĕĆŽ>ŝƚĞƌĄƌŝĂൟ>ĞŝƚƵƌĂൟ'ƌĂŵĄƚŝĐĂൟƐĐƌŝƚĂ

Descritores (AE) Conteúdos Estrutura Itens – cotação

ĚƵĐĂĕĆŽ>ŝƚĞƌĄƌŝĂͬ>ĞŝƚƵƌĂ
Interpretar obras literárias A – Texto de leitura Parte A A
portuguesas. literária: excerto 2 itens de resposta 1. 16 pontos
Reconhecer valores de O ano da morte restrita 2. 10 pontos
culturais, éticos e estéticos de Ricardo Reis 1 item de seleção 3. 16 pontos
manifestados nos textos.
Analisar o valor de
recursos expressivos para a B – Texto de leitura Parte B B
construção do sentido literária: poema de 2 itens de resposta 4. 16 pontos
do texto. Rimas, de Luís Grupo I restrita 5. 16 pontos
Leitura de Camões 1 item de seleção 6. 10 pontos
Interpretar o texto, com
especificação do sentido
global e da intencionalidade C – Exposição sobre Parte C
comunicativa. um tema de 1 item de resposta C
Escrita O ano da morte restrita: produção 7. 16 pontos
Escrever uma exposição de Ricardo Reis de uma exposição
sobre um tema.
Total – 100 pontos
Leitura 1. 8 pontos
Ler textos de diferentes Texto de leitura 4 itens de escolha 2. 8 pontos
géneros e graus de não literária múltipla 3. 8 pontos
complexidade. 4. 8 pontos

Gramática Grupo II
Classificar orações. 1 item de escolha
Subordinação 5. 8 pontos
Identificar a função sintática múltipla
Funções sintáticas 6. 8 pontos
de constituintes da frase. 2 itens de resposta
Dêixis 7. 8 pontos
Conhecer a referência curta
deítica.
Total – 56 pontos
Escrita
Escrever textos de opinião,
respeitando as marcas de
1 item de resposta
género.
Texto de opinião Grupo III extensa (200 a 350 Item único
Redigir com desenvoltura,
palavras)
consistência, adequação
e correção os textos
planificados.
Total – 44 pontos
Total – 200 pontos

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 311


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Teste de avaliação escrita 13


José Saramago, O ano da morte de Ricardo Reis, e Luís de Camões, Rimas

Nome N.° 12.° Data / /

Avaliação E. de Educação Professor/a

Grupo I
PARTE A
Lê a contextualização, o texto e as notas.
 ŽŶƚĞdžƚƵĂůŝnjĂĕĆŽ͗Ricardo Reis recebe, pela primeira vez, a visita de Fernando Pessoa, desde
que se instalara numa casa arrendada no Alto de Santa Catarina.

[...] Deixe lá, não tome as minhas palavras como uma censura, deu-me até muito gosto que tives-
se aparecido, esta primeira noite, provavelmente, não ia ser fácil, Medo, Assustei-me um pouco
quando ouvi bater, não me lembrei que pudesse ser você, mas não estava com medo, era apenas
a solidão, Ora, a solidão, ainda vai ter de aprender muito para saber o que isso é, Sempre vivi só,
5 Também eu, mas a solidão não é viver só, a solidão é não sermos capazes de fazer companhia a
alguém ou a alguma coisa que está dentro de nós, a solidão não é uma árvore no meio duma
planície onde só ela esteja, é a distância entre a seiva profunda e a casca, entre a folha e a raiz,
Você está a tresvariar1, tudo quanto menciona está ligado entre si, aí não há nenhuma solidão,
Deixemos a árvore, olhe para dentro de si e veja a solidão, Como disse o outro, solitário andar
10 por entre a gente2, Pior do que isso, solitário estar onde nem nós próprios estamos, Está hoje de
péssimo humor, Tenho os meus dias, Não era dessa solidão que eu falava, mas doutra, esta de
andar connosco, a suportável, a que nos faz companhia, Até essa tem que se lhe diga, às vezes não
conseguimos aguentá-la, suplicamos uma presença, uma voz, outras vezes essa mesma voz e essa
mesma presença só servem para a tornar intolerável, É isso possível, É, no outro dia, quando nos
15 encontrámos ali no miradouro, lembra-se, estava você à espera daquela sua namorada, Já lhe disse
que não é minha namorada, Pronto, não se zangue, mas pode vir a sê-lo, sabe lá você o que o dia
de amanhã lhe reserva, Eu até tenho idade para ser pai dela, E daí, Mude de assunto, conte o resto
da sua história, Foi a propósito de você ter estado com gripe, lembrei-me de um pequeno episódio
da minha doença, esta última, final e derradeira, O que aí vai de pleonasmos3, o seu estilo piorou
20 muito, A morte também é pleonástica, é mesmo a mais pleonástica de todas as coisas, O resto, Foi
lá a casa um médico, eu estava deitado, no quarto, a minha irmã abriu a porta, A sua meia-irmã,
aliás a vida está cheia de meios irmãos, Que quer dizer com isso, Nada de especial, continue, Abriu
a porta e disse para o médico entre senhor doutor está aqui este inútil, o inútil era eu, é claro, como
vê a solidão não tem nenhum limite, está em toda a parte, Alguma vez se sentiu realmente inútil,
25 É difícil responder, pelo menos não me lembro de me ter sentido verdadeiramente útil, creio mes-
mo que é essa a primeira solidão, não nos sentirmos úteis, Ainda que os outros pensem que nós os
levemos a pensar o contrário, Os outros enganam-se muitas vezes, Também nós. Fernando Pessoa
levantou-se, entreabriu as portadas da janela, olhou para fora, Imperdoável esquecimento, disse,
não ter posto o Adamastor na Mensagem, um gigante tão fácil, de tão clara lição simbólica, Vê-o
30 daí, Vejo, pobre criatura, serviu-se o Camões dele para queixumes de amor que provavelmente lhe
estavam na alma, e para profecias menos do que óbvias, anunciar naufrágios a quem anda no mar,
para isso não são precisos dons divinatórios particulares, Profetizar desgraças sempre foi sinal de
solidão, tivesse correspondido Tétis ao amor do gigante e outro teria sido o discurso dele.
José Saramago, O ano da morte de Ricardo Reis, Lisboa, Porto Editora, 2021, pp. 262-264.

1
Tresvariar: delirar; disparatar. 3
Pleonasmos: recursos expressivos em que se verifica
2
Solitário andar por entre a gente: referência a uma parte de a repetição de uma ideia na mesma frase.
um verso do soneto de Luís de Camões — «Amor é um fogo
que arde sem se ver».

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 313


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

1. Atenta nas linhas 1 a 14.


Compara o conceito de solidão para Ricardo Reis e para Fernando Pessoa.

2. Seleciona a opção de resposta adequada para completar a afirmação abaixo apresentada.


Neste excerto da obra de José Saramago, a atitude de «espetador do espetáculo do mundo» e de
inação perante a realidade de Ricardo Reis está patente tanto na
A. sabedoria que evidencia como na deambulação pelo espaço citadino.
B. recusa de assunção de um compromisso como na incapacidade de se definir.
C. recusa de assunção de um compromisso como na deambulação pelo espaço citadino.
D. sabedoria que evidencia como na incapacidade de se definir.

3. Explica por que motivo Fernando Pessoa considera não ter incluído «O Adamastor» em Mensagem
um «Imperdoável esquecimento» (linha 28).

PARTE B

Lê o poema e a nota.

Que poderei do mundo já querer,


que naquilo em que pus tamanho amor,
não vi senão desgosto e desamor,
e morte, enfim; que mais não pode ser?
5 Pois vida me não farta de viver,
pois já sei que não mata grande dor,
se cousa há que mágoa dê maior,
eu a verei, que tudo posso ver.
A morte, a meu pesar1, m'assegurou
10 de quanto mal me vinha; já perdi
o que perder o medo m'ensinou.
Na vida desamor sòmente vi,
na morte a grande dor que me ficou:
parece que para isto só nasci!

Luís de Camões, Rimas


(texto estabelecido, revisto e prefaciado por Álvaro J. da Costa Pimpão),
Coimbra, Almedina, 1994, p. 160.

1
Pesar: desgosto.

4. Explicita dois dos sentimentos manifestados pelo sujeito poético ao longo do poema.

5. Interpreta a exclamação final do soneto.

314 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

6. Seleciona a opção de resposta adequada para completar a afirmação abaixo apresentada.


Este soneto apresenta uma natureza autobiográfica, dado que o eu lírico aborda a sua experiência
de vida. Conseguimos comprovar através da utilização de pronomes pessoais e determinantes na
primeira pessoa do singular nos , assim como com as formas verbais na primeira pes-
soa nos .
A. versos 1 e 2 … versos 10 e 11
B. versos 10 e 11 … versos 1 e 2
C. versos 4 e 7 … versos 9 e 12
D. versos 9 e 12 … versos 4 e 7

PARTE C

7. Ricardo Reis, na obra de José Saramago, deambula indefinidamente pelo espaço citadino lisboeta.
Escreve uma breve exposição na qual comproves esta afirmação, baseando-te na tua experiência
de leitura de O ano da morte de Ricardo Reis.
A tua exposição deve incluir:
• uma introdução ao tema;
• um desenvolvimento no qual explicites dois aspetos que comprovem a presença da deambulação
geográfica e da viagem literária em O ano da morte de Ricardo Reis;
• uma conclusão adequada ao desenvolvimento do tema.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 315


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

Grupo II
Lê o texto.

Três paixões e as outras mulheres de um escritor


Do amor de José Saramago e Pilar del Río já tudo foi contado. De como em 1986 ela, jor-
nalista, 36 anos, ficou maravilhada ao ler O ano da morte de Ricardo Reis quis vir a Lisboa fazer
o percurso aí descrito entre o Hotel Bragança e o Cemitério dos Prazeres. De como telefonou
ao autor para o felicitar e se encontraram e continuaram a trocar correspondência. E de como
5 assim se foram apaixonando até se casarem em 1988. Ela, que já era fã de Saramago, tornou-
-se também a primeira leitora dos seus livros, corrigindo-os e traduzindo-os para castelhano.
«Comecei pelos livros», contou numa entrevista em 2001. «Colecionei-os antes de conhecer
José. Posso dizer que gosto de falar dos livros de José Saramago porque já o fazia antes de o
conhecer. Recomendei-os antes. Agora só tenho mais motivos para o dizer porque são os livros
10 da minha vida.» Saramago transformou a vida de Pilar, primeiro com os seus livros e depois com
o seu amor, explicava.
A cumplicidade do casal, que aparecia constantemente de mão dada, era visível. Com Pilar,
José Saramago encontrou a paz e pôde, também, reconciliar-se com o passado. Embora se recu-
sasse sempre, nas entrevistas que dava, a falar das suas anteriores paixões. Duas grandes paixões.
15 Com Ilda Reis esteve casado durante 26 anos. Conheceram-se quando ambos tinham 20
anos e nem ele era escritor nem ela era artista plástica. Saramago edita o primeiro livro em 1947,
o mesmo ano do nascimento da sua única filha, Violante. Após o divórcio, pai e filha separam-
-se. Ela fica magoada pelo facto de o pai sair de casa para ir viver com Isabel da Nóbrega: «Foi
uma situação muito complicada para mim, de tal forma que há momentos que pura e simples-
20 mente não guardei e não me lembro», contaria mais tarde a filha. Entretanto, Violante foi para
a Madeira, Saramago encontrou Pilar. O tempo curou as feridas. Lentamente. Em 1998, depois
do Nobel e da morte de Ilda Reis, a relação entre pai e filha já estava normalizada.
Antes disso, já tinha nascido Ana, filha de Violante, que aos 18 anos veio estudar para
Lisboa, instalando-se na casa do avô na Estrela. Apesar de Saramago e Pilar viverem já em
25 Lanzarote, Ana pôde finalmente conhecer o avô. «Quando nos aproximámos eu já era madu-
ra [...], o que acabou por tornar a nossa relação muito sólida, muito próxima e muito de igual
para igual», contou a Céu e Silva. Podiam «ter conversas, discutir, argumentar, concordar e
discordar». «Para além de escrever como escreve, é um prazer ouvi-lo falar», dizia a neta.
O irmão, 12 anos mais novo do que ela, já não teve oportunidade de o conhecer assim, antes
30 do boom do Nobel.
Depois de Ilda, antes de Pilar, houve ainda outra mulher: a escritora Isabel da Nóbrega. Co-
nheceram-se no jornal A Capital, em 1968, e ela ficou logo caída por aquele olhar «de quem
estava a sofrer». «Aos poucos começou a haver um certo encantamento entre nós», contou ela,
mais tarde. «Um dia disse-lhe: agora você vai escrever crónicas» – e terá sido assim que nasceu
35 um escritor e uma paixão.

Maria João Caetano, in Diário de Notícias


(texto com supressões, em https://www.dn.pt, em dezembro de 2022).

316 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

1. Pilar del Río e José Saramago têm uma história de amor marcada
A. pela dificuldade em manifestarem carinho em público.
B. pela atração que surgiu logo no primeiro dia em que se viram.
C. pelo recato e pela discrição no modo como foi sempre relatada.
D. pelo contacto epistolar inicial que fez com que se aproximassem.

2. No que respeita as «suas anteriores paixões» (linha 14), José Saramago


A. revela uma atitude de anuência.
B. mostra-se relutante em evidenciá-las.
C. manifesta desagrado ao recordá-las.
D. não possui lembranças marcantes.

3. Ana e o avô Saramago


A. construíram uma relação de cumplicidade e de carinho desde sempre.
B. conheceram-se na vida adulta da neta e desenvolveram uma ligação formal.
C. desenvolveram uma proximidade marcada pela equidade e proximidade.
D. reconheceram que perderam momentos felizes pela ausência de diálogo.

4. A escritora Isabel da Nóbrega teve o papel de


A. vaticinar o futuro de José Saramago.
B. apoiar o escritor na sua relação com a filha.
C. incentivar Saramago a trabalhar n´A Capital.
D. encantar alguém que não a via da mesma forma.

5. As orações subordinadas iniciadas por «que» nas linhas 5 e 8 classificam-se como


A. substantiva completiva, no primeiro caso, e adjetiva relativa restritiva, no segundo.
B. adjetivas relativas restritivas, em ambos os casos.
C. adjetiva relativa explicativa, no primeiro caso, e substantiva completiva, no segundo.
D. substantivas completivas, em ambos os casos.

6. Identifica a função sintática desempenhada pelas expressões:


a) «do casal» (linha 12);
a) «de casa» (linha 18).

7. Indica o tipo de dêixis apresentado no segmento «Quando nos aproximámos eu já era madura»
(linhas 25-26).

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 317


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

Grupo III

Será que a cultura e os eventos culturais são determinantes para se afirmar a identidade de um país?
Num texto de opinião bem estruturado, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas
e cinquenta palavras, defende um ponto de vista pessoal sobre a questão apresentada.
No teu texto:
• explicita, de forma clara e pertinente, o teu ponto de vista, fundamentando-o em dois argumen-
tos, cada um deles ilustrado com um exemplo significativo;
• formula uma conclusão adequada à argumentação desenvolvida;
• utiliza um discurso valorativo (juízo de valor explícito ou implícito).

Observações:
1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco, mesmo quando esta integre ele-
mentos ligados por hífen (ex.: /dir-se-ia/). Qualquer número conta como uma única palavra, independentemente do número de algarismos
que o constituam (ex.: /2023/).
2. Relativamente ao desvio dos limites de extensão indicados – entre 200 e 350 palavras –, há que atender ao seguinte:
оum desvio dos limites de extensão indicados implica uma desvalorização parcial (até 5 pontos) do texto produzido;
оum texto com extensão inferior a 80 palavras é classificado com 0 pontos.

FIM

Grupo /ƚĞŵͬŽƚĂĕĆŽ (em pontos)


1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.
I 100
16 10 16 16 16 10 16
1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.
II 56
8 8 8 8 8 8 8
III Item único 44
Total 200

318 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Matriz do teste de avaliação escrita 14


José Saramago, O ano da morte de Ricardo Reis, e Eugénio de Andrade

ŽŵşŶŝŽƐʹĚƵĐĂĕĆŽ>ŝƚĞƌĄƌŝĂൟ>ĞŝƚƵƌĂൟ'ƌĂŵĄƚŝĐĂൟƐĐƌŝƚĂ

Descritores (AE) Conteúdos Estrutura Itens – cotação

ĚƵĐĂĕĆŽ>ŝƚĞƌĄƌŝĂͬ>ĞŝƚƵƌĂ
Interpretar obras literárias A – Texto de leitura Parte A A
portuguesas. literária: excerto 2 itens de resposta 1. 16 pontos
Reconhecer valores de O ano da morte restrita 2. 16 pontos
culturais, éticos e estéticos de Ricardo Reis 1 item de seleção 3. 10 pontos
manifestados nos textos.
Analisar o valor de
recursos expressivos para a Parte B B
B – Texto de leitura
construção do sentido 2 itens de resposta 4. 16 pontos
literária: poema de Grupo I
do texto. restrita 5. 16 pontos
Eugénio de Andrade
Leitura 1 item de seleção 6. 10 pontos
Interpretar o texto, com
especificação do sentido
global e da intencionalidade C – Exposição sobre Parte C
comunicativa. um tema de 1 item de resposta C
Escrita O ano da morte restrita: produção 7. 16 pontos
Escrever uma exposição de Ricardo Reis de uma exposição
sobre um tema.
Total – 100 pontos
Leitura 1. 8 pontos
Ler textos de diferentes Texto de leitura 4 itens de escolha 2. 8 pontos
géneros e graus de não literária múltipla 3. 8 pontos
complexidade. 4. 8 pontos

Grupo II
Gramática 2 itens de escolha
Funções sintáticas 5. 8 pontos
Classificar orações. múltipla
Classes de palavras 6. 8 pontos
Identificar a função sintática 1 item de resposta
Subordinação 7. 8 pontos
de constituintes da frase. curta

Total – 56 pontos
Escrita
Escrever textos de opinião,
respeitando as marcas de
1 item de resposta
género.
Texto de opinião Grupo III extensa (200 a 350 Item único
Redigir com desenvoltura,
palavras)
consistência, adequação
e correção os textos
planificados.
Total – 44 pontos
Total – 200 pontos

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 319


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Teste de avaliação escrita 14


José Saramago, O ano da morte de Ricardo Reis, e Eugénio de Andrade

Nome N.° 12.° Data / /

Avaliação E. de Educação Professor/a

Grupo I

PARTE A
Lê o texto e a nota.

Ricardo Reis vai aos jornais, ontem tomou nota das direções, antes de se deitar, afinal não foi
dito que dormiu mal, estranhou a cama ou estranhou a terra, quando se espera o sono no silêncio
de um quarto ainda alheio, ouvindo chover na rua, tomam as coisas a sua verdadeira dimensão,
são todas grandes, graves, pesadas, enganadora é sim a luz do dia, faz da vida uma sombra apenas
5 recortada, só a noite é lúcida, porém o sono a vence, talvez para nosso sossego e descanso, paz à
alma dos vivos. Vai Ricardo Reis aos jornais, vai aonde sempre terá de ir quem das coisas do mundo
passado quiser saber, aqui no Bairro Alto onde o mundo passou, aqui onde deixou rasto do seu
pé, pegadas, ramos partidos, folhas pisadas, letras, notícias, é o que do mundo resta, o outro resto
é a parte de invenção necessária para que do dito mundo possa também ficar um rosto, um olhar,
10 um sorriso, uma agonia, Causou dolorosa impressão nos círculos intelectuais a morte inesperada
de Fernando Pessoa, o poeta do Orfeu, espírito admirável que cultivava não só a poesia em moldes
originais mas também a crítica inteligente, morreu anteontem em silêncio, como sempre viveu,
mas como as letras em Portugal não sustentam ninguém, Fernando Pessoa empregou-se num
escritório comercial, e, linhas adiante, junto do jazigo deixaram os seus amigos flores de saudade.
15 Não diz mais este jornal, outro diz doutra maneira o mesmo, Fernando Pessoa, o poeta extraordi-
nário da Mensagem, poema de exaltação nacionalista, dos mais belos que se têm escrito, foi ontem
a enterrar, surpreendeu-o a morte num leito cristão do Hospital de S. Luís, no sábado à noite,
na poesia não era só ele, Fernando Pessoa, ele era também Álvaro de Campos, e Alberto Caeiro,
e Ricardo Reis, pronto, já cá faltava o erro, a desatenção, o escrever por ouvir dizer, quando muito
20 bem sabemos, nós, que Ricardo Reis é sim este homem que está lendo o jornal com os seus pró-
prios olhos abertos e vivos, médico, de quarenta e oito anos de idade, mais um que a idade de
Fernando Pessoa quando lhe fecharam os olhos, esses sim, mortos, não deviam ser necessárias
outras provas ou certificados de que não se trata da mesma pessoa, e se ainda aí houver quem
duvide, esse vá ao Hotel Bragança e fale com o senhor Salvador, que é o gerente, pergunte se não
25 está lá hospedado um senhor chamado Ricardo Reis, médico, que veio do Brasil, ele dirá que sim,
O senhor doutor não vem almoçar, mas visse que jantaria, se quiser deixar algum recado, eu pessoal-
mente me encarregarei de lho transmitir, quem ousará duvidar agora da palavra de um gerente de
hotel, excelente fisionomista e definidor de identidades. Mas, para que não fiquemos somente com
a palavra de alguém: que conhecemos tão pouco, aqui está estoutro jornal que pôs a notícia na página
30 certa, a da necrologia, e extensamente identifica o falecido, Realizou-se ontem o funeral do senhor
doutor Fernando António Nogueira Pessoa, solteiro, de quarenta e sete anos de idade, quarenta
e sete, notem bem, natural de Lisboa, formado em Letras pela Universidade de Inglaterra, escritor
e poeta muito conhecido no meio literário, sobre o ataúde1 foram depostos ramos de flores natu-
rais, o pior é delas, coitadas, mais depressa murcham.

José Saramago, O ano da morte de Ricardo Reis,


Lisboa, Porto Editora, 2021, pp. 35-37.

1
Ataúde: caixão funerário.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 321


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

1. Esclarece o sentido da expressão «só a noite é lúcida, porém o sono a vence» (linha 5) no contexto em
que ocorre.

2. Apresenta dois aspetos da caracterização de Fernando Pessoa, tendo em conta o que é relatado nas
notícias sobre a sua morte.

3. Seleciona a opção de resposta adequada para completar a afirmação abaixo apresentada.


Este excerto de O ano da morte de Ricardo Reis ilustra diversas características da escrita de José
Saramago: o tom oralizante do discurso do narrador, que é acentuado, nomeadamente, ,
e a presença constante de comentários e reflexões críticas, como se verifica nas .
A. pela transgressão das regras de reprodução do discurso direto … linhas 2 a 6
B. pelo uso recorrente de construções anafóricas … linhas 2 a 6
C. pela transgressão das regras de reprodução do discurso direto … linhas 23 a 27
D. pelo uso recorrente de construções anafóricas … linhas 23 a 27

PARTE B

Lê o poema.

Sei agora como nasceu a alegria,


como nasce o vento entre barcos de papel,
como nasce a água ou o amor
quando a juventude não é uma lágrima.
5 É primeiro só um rumor de espuma
à roda do corpo que desperta,
sílaba espessa, beijo acumulado,
amanhecer de pássaros no sangue.
É subitamente um grito,
10 um grito apertado nos dentes,
galope de cavalos num horizonte
onde o mar é diurno e sem palavras.
Falei de tudo quanto amei.
De coisas que te dou
15 para que tu as ames comigo:
a juventude, o vento e as areias.

Eugénio de Andrade, Poesia, prefácio de José Tolentino Mendonça,


Lisboa, Assírio & Alvim, 2012, p. 61.

4. Relaciona o verso «Sei agora como nasceu a alegria» (verso 1) com o sentido da segunda estrofe.

5. Interpreta o sentido da enumeração presente no último verso do poema.

322 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

6. Seleciona a opção de resposta adequada para completar a afirmação abaixo apresentada.


Este poema de Eugénio de Andrade revela o seu cuidado com as palavras e com o seu valor simbó-
lico. Deste modo, socorre-se de diferentes recursos expressivos que conferem um valor conotativo
às palavras selecionadas pelo eu, particularmente a no verso 8. Por outro lado, a mu-
sicalidade do poema é visível na enumeração assindética presente nos .
A. metáfora … versos 2 e 3
B. metáfora … versos 7 e 8
C. personificação … versos 2 e 3
D. personificação … versos 7 e 8

PARTE C

7. O ano da morte de Ricardo Reis é uma obra saramaguiana repleta de referências que viajam pela
diacronia literária portuguesa.
Escreve uma breve exposição na qual comproves esta afirmação, baseando-te na tua experiência
de leitura de O ano da morte de Ricardo Reis.
A tua exposição deve incluir:
• uma introdução ao tema;
• um desenvolvimento no qual explicites dois aspetos que comprovem a presença de referências
intertextuais em O ano da morte de Ricardo Reis;
• uma conclusão adequada ao desenvolvimento do tema.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 323


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

Grupo II
Lê o texto e as notas.

Cem anos de José Saramago, o autor que se dedicou a escrever


o desgoverno do mundo
Assinala-se esta quarta-feira o centenário do nascimento de José Saramago (1922-2010),
o primeiro e único Nobel da Literatura português (e da língua portuguesa), um militante cons-
trutor de alegorias políticas que foi, no seu próprio país, tão polémico quanto reverenciado. No
coroar de um ano de acontecimentos comemorativos que extravasaram o universo dos livros e
5 da academia, passando também pelo teatro e pela dança, pela música e pelo cinema, inclui-se a
chegada às livrarias, há escassas semanas, de uma nova biografia do escritor, As 7 vidas de José
Saramago (Companhia das Letras), um projeto de Miguel Real e Filomena Oliveira que acres-
centa novos dados a um retrato em construção.
É uma biografia singular: apresenta a vida de Saramago a partir das suas palavras, dos textos
10 por ele escritos, das entrevistas, dos discursos aquando da entrega do Nobel, a que os autores
juntam as suas interpretações. De resto, escrevem logo nas primeiras páginas que apenas lhes
«interessava aquilatar1 o verdadeiro estatuto de Saramago no seio da literatura e da cultura por-
tuguesa, a vida de José Saramago como a de um destino literário, originado na adolescência».
E também nessas páginas deixam um aviso ao leitor, para que este não vá ao engano: «Quem
15 comprar este livro com o espírito de curiosidade mesquinha não encontrará nem uma visão
épica da vida de Saramago, como um herói solitário lutando contra os males do mundo («A
revolução ou é coletiva ou não é», diria ele), nem uma visão aviltante2 da sua vida, aquela que
reza que, sem as três mulheres que o acompanharam, nada Saramago teria realizado de impor-
tante.» E esclarecem ainda: «Não se trata de uma biografia recheada de pretensos escândalos e
20 bisbilhotices, fruto de pequeninas intrigas políticas e de imensa coscuvilhice.»
Outro dos pontos singulares deste projeto, não tanto pela sua originalidade, mas pela ma-
neira clara como a ideia é exposta, é a evidência posta no facto de que, desde a década de 70,
o destino literário do escritor começou a cruzar-se com o seu destino político, e que «a revolução
socialmente ambicionada é igualmente assumida como uma revolução literária e cultural». […]
25 Escrita sem «incensos e panegíricos3», sem «censuras de boa ou má-fé», As 7 vidas de José
Saramago é a biografia de um homem controverso, crítico, que passou a vida a pôr o dedo na
ferida do desgoverno do mundo, as iniquidades que se espalhavam na sua paisagem. Sobre isto
dizem Miguel Real e Filomena Oliveira que «a existência de Saramago foi construída segundo
dois motes maiores: a Literatura e a Injustiça», ou seja, «a denúncia das desigualdades sociais e
30 das instituições e personalidades que lhes dão cobertura».

José Riço Direitinho, in Público


(texto com supressões, consultado em https://www.publico.pt, em dezembro de 2022).

1
Aquilatar: avaliar; apreciar.
2
Aviltante: desonrosa.
3
Panegíricos: elogios.

324 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

1. No primeiro parágrafo do texto, apresenta-se


A. a dicotomia em que se baseia a imagem nacional de Saramago.
B. a visão dos portugueses desde que Saramago recebeu o Nobel.
C. o olhar crítico a que Saramago esteve sujeito ao longo da vida.
D. o reconhecimento público de toda a militância política saramaguiana.

2. No contexto em que ocorre, o vocábulo «coroar» (linha 4) pode ser substituído por
A. premiar.
B. encimar.
C. agraciar.
D. complementar.

3. A singularidade da obra As 7 vidas de José Saramago reside


A. no modo objetivo e frio de olhar para a biografia do autor.
B. na forma clara e imparcial de apresentar a vida do escritor.
C. na tentativa de revelar a intimidade do Nobel português.
D. na demarcação do autor relativamente ao contexto nacional.

4. No último parágrafo, para caracterizar José Saramago, o autor recorre à


A. ironia e à enumeração.
B. adjetivação e antítese.
C. ironia e à metáfora.
D. adjetivação e metáfora.

5. Na expressão «pontos singulares deste projeto» (linha 21), «deste projeto» não desempenha a mes-
ma função sintática que
A. «das suas palavras» (linha 9).
B. «da sua vida» (linha 17).
C. «do escritor» (linha 23).
D. «de Saramago» (linha 28).

6. As duas ocorrências do vocábulo «que» na expressão «aquela que reza queͫ (linhas 17-18) pertencem
à classe
A. dos pronomes.
B. das conjunções.
C. dos pronomes e das conjunções, respetivamente.
D. das conjunções e dos pronomes, respetivamente.

7. Classifica a oração «Quem comprar este livro com o espírito de curiosidade mesquinha» (linhas 14-15).

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 325


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

Grupo III

Será possível desenvolver uma consciência cívica plena com ausência de leitura e questionamento?
Num texto de opinião bem estruturado, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas
e cinquenta palavras, defende um ponto de vista pessoal sobre a questão apresentada.
No teu texto:
• explicita, de forma clara e pertinente, o teu ponto de vista, fundamentando-o em dois argumen-
tos, cada um deles ilustrado com um exemplo significativo;
• formula uma conclusão adequada à argumentação desenvolvida;
• utiliza um discurso valorativo (juízo de valor explícito ou implícito).

Observações:
1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco, mesmo quando esta integre ele-
mentos ligados por hífen (ex.: /dir-se-ia/). Qualquer número conta como uma única palavra, independentemente do número de algarismos
que o constituam (ex.: /2023/).
2. Relativamente ao desvio dos limites de extensão indicados – entre 200 e 350 palavras –, há que atender ao seguinte:
оum desvio dos limites de extensão indicados implica uma desvalorização parcial (até 5 pontos) do texto produzido;
оum texto com extensão inferior a 80 palavras é classificado com 0 pontos.

FIM

Grupo /ƚĞŵͬŽƚĂĕĆŽ (em pontos)


1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.
I 100
16 16 10 16 16 10 16
1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.
II 56
8 8 8 8 8 8 8
III Item único 44
Total 200

326 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

SOLUÇÕES

TESTES DE AVALIAÇÃO humana; e) As personagens da ópera são simples, mas extre-


mamente profundas.
2.
COMPREENSÃO DO ORAL
2.1 C; 2.2 A; 2.3 D; 2.4 B; 2.5 A; 2.6 D; 2.7 C.

Teste 1 – Fernando Pessoa, Poesia do ortónimo (p. 203) Teste 6 – José Saramago (p. 213)
1. a) F; b) V; c) V; d) F; e) F; f) V.
1. a) V; b) V; c) F; d) V; e) F; f) V.
1.1
1.1
a) O livro em causa versará sobre a faceta mais intimista c) As comemorações do Centenário possuem quatro eixos
de Fernando Pessoa; d) O livro Super-Camões mostra-nos programáticos: o da biografia, o da leitura, o das publicações
Fernando Pessoa como alguém com sentido de humor; e o académico; e) Os alunos, desde os mais novos aos mais
e) João Pedro George considera que o que descobriu sobre velhos, são os responsáveis futuros da divulgação de José
Pessoa foi surpreendente. Saramago.
2. 2.
2.1 B; 2.2 C; 2.3 D; 2.4 A; 2.5 B; 2.6 D; 2.7 C. 2.1 C; 2.2 A; 2.3 B; 2.4 D; 2.5 A; 2.6 C; 2.7 B.

Teste 2 – Fernando Pessoa, Poesia dos heterónimos


(p. 205)
ESCRITA
1. a) F; b) V; c) F; d) F; e) V; f) F.
1.1 Teste 1 – Fernando Pessoa, Poesia do ortónimo,
a) A ronda turística abordará vários autores nacionais; e Padre António Vieira, «Sermão de Santo António
c) Pessoa era alguém com múltiplas facetas, não só literárias; [aos Peixes]» (p. 215)
d) No espólio pessoano foram descobertas mais de 300 car-
GRUPO I
tas astrológicas; f) Siza Vieira define Pessoa como uma figura
plural e fascinante. Parte A

2. 1.
No primeiro verso do poema, o sujeito poético revela que
2.1 B; 2.2 A; 2.3 C; 2.4 D; 2.5 A; 2.6 B; 2.7 A. observa o que não lhe é possível ver, o que denota uma pos-
sível contradição, que poderá estar associada ao contraste
Teste 3 – Fernando Pessoa, Mensagem (p. 207) entre o sonho e a realidade. Assim, o eu, ao recorrer à forma
verbal «contemplo», evidencia o seu desejo de permanecer
1. a) F; b) V; c) F; d) V; e) V; f) F. no domínio onírico.
1.1 2.
a) O primeiro nome da obra foi Portugal; c) Mensagem é Nos dois últimos versos do poema, o sujeito poético apre-
uma obra com características épicas; f) Teresa Rita Lopes senta o seu estado de espírito dominado pela angústia
descobriu que Pessoa era muito crítico em relação ao regime («Mas triste é o que estou.», v. 16), uma vez que não con-
ditatorial. segue definir-se — «Não sinto, não sou triste» (v. 15) – nem
2.1 A; 2.2 C; 2.3 B; 2.4 A; 2.5 D; 2.6 B; 2.7 C. permanecer no sonho, o que lhe poderia trazer algum apa-
ziguamento. Deste modo, torna-se evidente que a temática
pessoana presente no poema é a dicotomia entre o sonho e
Teste 4 – Contos (p. 209) a realidade, já que o eu deseja evadir-se para o mundo oní-
1. a) V; b) F; c) V; d) F; e) V; f) F. rico, mas essa ilusão não permite afastar-se totalmente da
realidade.
1.1
b) O seu avô não acreditava em restrições no que toca à 3.
leitura; d) Inês é uma pessoa voltada para a vida interior; A.
f) Maria Judite de Carvalho defendia que se deveria sempre
voltar às obras de Eça de Queirós. Parte B
2. 4.
Vieira interpela diretamente os peixes, servindo-se desta
2.1 C; 2.2 B; 2.3 A; 2.4 D; 2.5 D; 2.6 B; 2.7 C. apóstrofe que os identifica, pois eles são os destinatários do
seu discurso. Contudo, dado o caráter alegórico do sermão,
Teste 5 – Poetas contemporâneos (p. 211) os peixes surgem como ouvintes atentos que apresentam
qualidades que os homens não evidenciam, já que o perse-
1. a) V; b) F; c) V; d) F; e) F; f) V.
guiram em vez de o ouvirem e o seguirem. Por outro lado,
1.1 esta apóstrofe contribui também para a surpresa do auditó-
b) O espetáculo acabou por ultrapassar a ideia inicial; rio, fazendo-o estar mais atento e mais próximo do pregador.
d) Mátria é uma ópera que evidencia a experiência universal Ao interpelar o seu auditório, Padre António Vieira considera

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 327


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

os peixes como «irmãos», demonstrando a proximidade que não possuímos. Ao viajar, temos a necessidade de sair da
pretende que exista entre ele e os peixes e que também nossa área de conforto e, ao depararmo-nos, muitas vezes,
deveria existir entre os homens e o orador. Deste modo, é com contratempos e circunstâncias adversas, as nossas vi-
realçado, alegoricamente, o afastamento que mantém rela- vências serão muito pertinentes e significativas.
tivamente aos homens. – …
5.
A obediência, a ordem, a quietação e a atenção com que ou- Teste 2 – Fernando Pessoa, Poesia dos heterónimos
vem a palavra de Deus são as diferentes qualidades que o e do ortónimo (p. 223)
pregador, primeiramente, louva nos peixes. Além disso, com GRUPO I
esta atitude virtuosa, evidenciam o respeito e a devoção que
Parte A
dedicam à sua pregação. No entanto, este louvor leva o Padre
António Vieira a exclamar «grande afronta e confusão para 1.
os homens!», porque, sendo irracionais, os peixes compor- A frase, em discurso parentético, apresenta o esclarecimento
tam-se racionalmente, escutando a sua pregação, compor- irónico do sujeito poético face ao verso anterior e, nomeada-
tamento incompreendido e até ofensivo para os homens. mente, à postura do pregador, não dando uma significação
Contrariamente, os homens não ouvem a palavra de Deus e subjetiva ao conceito de «sofrimento». Assim, tudo aquilo
perseguem Santo António, querendo lançá-lo ao mar, mos- que apropriamos pelos sentidos é verdadeiro, mesmo que
trando-se furiosos e obstinados. seja a injustiça, que aqui deve ser encarada de forma concre-
ta e objetiva, pois as pessoas que sofrem são «afinal quem
6.
sofr[e]».
C.
2.
Parte C
A interrogação do final do poema evidencia que o conceito
7. Tópicos de resposta de injustiça não deve ser analisado, uma vez que este é natu-
– Para Fernando Pessoa ortónimo, a fuga para o mundo oní- ral, imutável, inevitável e concreto, ou seja, «Haver injustiça
rico é uma tentativa de superar a sua angústia existencial. é como haver morte.» (v. 14), é uma certeza como a morte.
– O eu tenta refugiar-se no domínio do sonho, que conside- Deste modo, questionar a injustiça é inútil, pois esta ocorrerá
ra ser mais positivo e reconfortante do que a realidade, sempre, mesmo que em situações que não passem para o
já que esta impossibilita a concretização da sua felicidade. domínio metafísico, como o corte de uma laranja.
Este desejo do eu está evidente no poema «Não sei se é so-
3.
nho, se realidade», no qual também defende que o refúgio
A.
onírico poderá ser ilusório, pois só reconfortará aqueles
que nele acreditam.
Parte B
– Ao constatar que é difícil distinguir estados reais dos ilusó-
rios, o sujeito poético defende que o sonho é um espaço 4.
de felicidade, mas simultaneamente inacessível. Esta im- Os versos 3 e 4 evidenciam a angústia existencial do sujeito
possibilidade de influenciar a realidade com o sonho é de- poético, uma vez que este deseja que «Qualquer música»
fendida no poema «Bem sei que há ilhas lá ao sul de tudo». (v. 1) o afaste de uma «incerteza» (v. 3) que pretende uma
«impossível calma» (v. 4). Assim, o eu constata que esse seu
GRUPO II desejo da «alma» (v. 2) é difícil de ser concretizado, já que
deseja algo que afirma ser «impossível» (v. 4).
1. D; 2. C; 3. A; 4. D; 5. D.
5.
6. A repetição do quantificador «Qualquer» enfatiza a tentativa
a) complemento oblíquo; b) complemento do nome. de afastamento da realidade e da angústia existencial que
7. domina o sujeito poético. Assim, este deseja que «Qualquer
Oração subordinada substantiva completiva. coisa» (v. 9) permita que este «não sinta o coração» (v. 12),
ou seja, a «música» (v. 5) ou outra «coisa que não vida» (v. 9)
o levem a um estado de maior inconsciência e, consequente-
GRUPO III
mente, de maior felicidade.
Tópicos de resposta
6.
– Uma leitura poderá ser tão enriquecedora como uma via-
B.
gem se o leitor se deixar levar e imbuir plenamente naqui-
lo que se encontra a ler. No entanto, a vivência física de
Parte C
uma viagem poder-se-á também tornar determinante para
nós. 7. Tópicos de resposta
– Acredita-se que a imaginação é uma fonte inesgotável de – Álvaro de Campos é o heterónimo representante das van-
criação de imagens, cenários e, até, de personalidades. Por guardas do início do século XX, ou seja, um dos defensores
isso, viajar para outros locais através de um livro poderá do Modernismo português.
ser bastante rico e permitir-nos-á criar uma imagem men- – Evidencia uma deliberada postura provocatória e trans-
tal mais positiva de um espaço que não será tão idealizado gressora da moral, com o propósito de escandalizar e cho-
na realidade. car, fazendo também a apologia da civilização contempo-
– Estar fisicamente num espaço e poder contemplá-lo, ab- rânea moderna, industrial e tecnológica. Esta celebração
sorvendo a sua cultura e as suas características, permite- de uma nova sociedade, inovadora e industrial, é visível na
-nos evoluir, conhecer realidades distintas e hábitos que «Ode triunfal», extenso poema em tom laudatório.

328 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

– Por outro lado, o sensacionismo, tipicamente modernista, 3.


é evidente na poesia de Campos, através da exacerbação A.
e simultaneidade das sensações, com o objetivo de «sen-
tir tudo de todas as maneiras», congregando em si toda a Parte B
complexidade sensitiva. 4.
A população da cidade de Lisboa encontrava-se unida na
GRUPO II defesa do seu Mestre, uma vez que, pela vontade de Deus,
ĞƐƚĂǀĂŵ ͨƚŽĚŽƐ ĨĞŝƚŽƐ ĚƵƹ ĐŽƌĂĕŽŵͩ ;ů͘ ϭϬͿ͘ ŽŶƚƵĚŽ͕ ĞƐƚĂ
1. C; 2. B; 3. A; 4. C; 5. A. união leva à fúria e ao desejo de vingança perante a possibi-
6. lidade do assassínio de D. João, como se constata em «com
a) Sujeito; b) Complemento do adjetivo. talente de o vingar» (l. 10). Perante o Paço fechado, o povo
apresentava-se desconfiado e desorganizado, pois todos
7. desejavam acudir ao Mestre, fazendo um ruído tão grande
Coesão gramatical referencial. ͨƋƵĞƐĞŶŽŵĞŶƚĞŶĚŝĂŵƵƹƐĐŽŵŽƐŽƵƚƌŽƐ͕ŶĞŵĚĞƚĞƌŵŝŶĂ-
ǀŽŵŶĞƹĂĐŽƵƐĂͩ͘;ůů͘ϭϵͲϮϬͿ͘
GRUPO III
5.
Tópicos de resposta Fernão Lopes apresenta a Regente do Reino como «aleivo-
– O ser humano deve ser capaz de distinguir factos de opi- sa», evidenciando as suspeitas de traição para com o rei-
niões. Deste modo, é necessário que este conheça a rea- no e a reprovação do seu envolvimento com o Conde João
lidade de forma concreta e objetiva e, só depois, formule Fernandes, apelidado de «treedor» (l. 18) nobre galego, após
uma opinião sobre o que está à sua volta. a morte de D. Fernando.
– O conhecimento objetivo da realidade deve ser a base da 6.
ação humana. Os factos devem ser valorizados em detri- B.
mento da opinião que se possa formular sobre eles, já que
só seremos justos, livres e verdadeiros se os princípios que Parte C
pautarem a nossa conduta tiverem a certeza e a realidade 7. Tópicos de resposta
como ponto de partida. – No capítulo XI da Crónica de D. João I, o cronista relata um
– É fundamental que cada um de nós saiba formular ade- momento de indecisão política em Portugal, com a amea-
quadamente a sua opinião e que a consiga defender com ça à independência nacional e o consequente assassínio
rigor e precisão. No entanto, esta capacidade só poderá do Conde Andeiro. D. João, Mestre de Avis, protagoniza
advir se, anteriormente, tenha sido desenvolvida a sua este momento marcante e destaca-se como um dos atores
análise objetiva da realidade que nos circunda. individuais da Crónica. Assim, é descrito como alguém que
– … revela, por vezes, atitudes de grande humanidade, aspe-
to que torna este ator individual da Crónica de D. João I
inesquecível para o leitor. Além disso, todas as suas ações
Teste 3 – Fernando Pessoa, Mensagem,
como estratega e executor fazem dele um líder carismáti-
e Fernão Lopes, Crónica de D. João I (p. 231)
co e determinado, respeitado por todos.
GRUPO I – O povo, enquanto ator coletivo, constitui a força arma-
Parte A da e braçal em que se apoiou o Mestre de Avis, pois a
população de Lisboa resistiu ao cerco do rei de Castela.
1. De facto, no capítulo CXV, aquando do cerco castelhano,
Nos versos 2 e 3, é revelado o caráter mítico e profético des- o povo, enquanto figura coletiva, preparou mantimentos,
te monarca, uma vez que mandou plantar as «naus a haver» recolhendo e salgando víveres e transportando gado mor-
(v. 2) e ouviu «um silêncio múrmuro» (v. 3), ou seja, conse- to em embarcações. Também planeou formas de defesa,
guiu perceber que a sua ação, no seu presente, iria ser deter- pois colocou material bélico nas torres, atribuiu áreas
minante para o «Império» que viria a surgir, o expansionis- de defesa, combinando um alarme comum, entre outras
mo português. A madeira dos pinhais seria «como um trigo» ações proativas de defesa da cidade. O povo respeitava as
(v. 4), serão a base da criação desse império. Entre os ver- ordens de D. João, ator individual, e envolvia-se nas tare-
sos 2 e 3 e os versos 4 e 5 estabelece-se, assim, uma rela- fas propostas. Na verdade, os diferentes grupos sociais, os
ção de causalidade, pois foi a capacidade premonitória de membros do clero e até raparigas se envolveram na de-
D. Dinis que permitiu também a edificação do império marí- fesa da cidade, evidenciando o seu papel coletivo como
timo português. protagonistas num momento tão crucial para garantir a
independência nacional.
2. – …
O poema ilustra a dupla faceta de D. Dinis, uma vez que este
«escreve um seu Cantar de Amigo» (v. 1) e é «O plantador de GRUPO II
naus a haver» (v. 2). Deste modo, logo no início do poema, 1. C; 2. B; 3. D; 4. C; 5. D.
é destacada a sua vertente artística e literária, já que compõe
poesia. Por outro lado, o verso 2 evidencia a preocupação 6.
a) modificador do nome apositivo; b) sujeito.
que revelou com a agricultura e com a plantação do pinhal
de Leiria, cuja madeira iria ser fundamental para a constru- 7.
ção das naus, no período dos Descobrimentos. Oração subordinada adverbial condicional.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 329


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

GRUPO III os «louros» desaparecerão na hora da morte. Por este mo-


tivo, o sujeito poético coloca em causa a validade de tudo
Tópicos de resposta
o que perecerá, ou nas mãos de «Átropos» (v. 8) ou nos
– O cartoon de Agim Sulaj expõe, de forma objetiva e sim-
«arbítrios de Minos» (v. 10).
ples, as desigualdades sociais ou a problemática do aces-
so às oportunidades. 6.
– Descrição do cartoon: a imagem surge apenas em tons Nestas duas estrofes, o eu apresenta um discurso exortativo
cinzentos, apresentando, em reflexo, o final de umas per- marcado pela abdicação e pela serenidade face à vida. As-
nas com uns sapatos calçados e calças vestidas. No lado sim, num tom coloquial, pede ao seu interlocutor que colha
contrário, surgem uns pés descalços e umas pernas des- as flores, mas que abandone logo de seguida. Nos versos
nudadas, que parecem suster as pernas anteriormente 17 e 18, aconselha novamente à abdicação e à resignação
referidas. com o uso da forma verbal no imperativo («Abdica», v. 17).
– Comentário crítico: a imagem denuncia o aproveitamento Desta forma, ao defender «sê rei de ti próprio» (v. 18), o
dos mais poderosos face aos mais vulneráveis, já que os sujeito poético evidencia uma postura estoica e de recusa
pés descalços apoiam os que se encontram calçados. Além de quaisquer compromissos. Assim, estão presentes, nestas
disso, evidencia também as desigualdades sociais, uma estrofes, a negação dos compromissos e o estoicismo, com
vez que aqueles que mais necessitam são os que se encon- a defesa da abdicação voluntária dos compromissos e das
tram numa situação mais precária e difícil de ultrapassar. emoções.
É de salientar também que as vivências dos que se im-
põem socialmente são mais marcantes e sobrepõem-se Parte C
às dos que sofrem e se encontram em situações precá-
7. Tópicos de resposta
rias, como se evidencia pelo facto de os pés desnudados
– Em Mensagem, estão presentes duas figuras femininas
estarem, de certo modo, ocultos pelos outros.
que são vistas como mediadoras da vontade divina.
– «D. Tareja», ou D. Teresa, é a primeira figura a quem o
Teste 4 – Fernando Pessoa, Mensagem e Poesia dos sujeito poético se dirige, pedindo-lhe proteção e apeli-
heterónimos (Ricardo Reis) (p. 239) dando-a de «mãe de reis e avó de impérios», uma vez que
GRUPO I foi mãe do primeiro rei de Portugal e, da sua genealogia,
descenderam as figuras que deram origem ao período áu-
Parte A
reo das descobertas. A sua ação e a sua «prece», para o
1. eu, irão orientar Portugal para um destino maior.
A repetição do adjetivo «claro» realça uma faceta relevan- – A segunda figura feminina de Mensagem é D. Filipa de
te de D. Pedro, no contexto da obra Mensagem. O sujeito Lencastre, casada com D. João I, ventre da Ínclita Geração
poético descreve D. Pedro como sendo um homem honesto que deu origem ao império marítimo português. O sujeito
(«claro no sentir», v. 1), harmonioso e extremamente inte- poético termina o poema a si dirigido com o verso «Ma-
ligente e culto («Claro em pensar», v. 1) que sabia o que drinha de Portugal!», pois, segundo se crê, era adorada
queria e como fazê-lo («Claro em pensar, e claro no sentir, pelo povo, que acreditava que, mesmo após a sua morte,
E claro no querer;», vv. 1-2) Com efeito, as várias ocorrên- D. Filipa estaria a velar pelos portugueses.
cias do vocábulo «claro» apontam para a importância dada
a valores morais, à honra, ao compromisso, à dignidade e à GRUPO II
justiça em detrimento dos bens materiais.
1. B; 2. A; 3. A; 4. D; 5. D.
2.
6.
B.
a) Complemento do nome. b) Complemento indireto.
3.
7.
– Herói histórico: referência ao facto de ter vivido serena-
a) Valor imperfetivo. b) Valor perfetivo.
mente, apesar de nunca ter sido bafejado pelo Destino.
D. Pedro, enquanto homem que cumpriu os seus deveres
GRUPO III
e foi fiel à sua palavra – «Fiel à palavra dada e à ideia
tida.» (v. 11). Tópicos de resposta
– Herói mítico: colocou em prática tudo aquilo que era su- – O cartoon de Alireza Pakdel apresenta a capacidade de
posto ser feito, para mais, só se Deus quisesse. D. Pedro movimentar e guiar as massas. No entanto, nem sempre
fez tudo aquilo que deveria ser feito consoante a vontade surge com os motivos mais determinantes e válidos.
divina e, por isso, a sua memória deve perdurar imacula- – Descrição do cartoon: uma imagem dividida em qua-
da como mito, como se verifica no verso 12 — «Tudo mais tro tiras, o que permite criar uma ação, mesmo que de
é com Deus!». modo incipiente. Assim, consegue-se observar um grupo
crescente de figuras humanas, semelhantes entre si, que
Parte B seguem, em tom reivindicativo, outra figura que segura
4. uma bandeira vermelha. No entanto, quando esta figura
enrola a bandeira e a transforma numa bolsa para a levar
A.
às costas, o grupo diminui consideravelmente e fica com
5. um ar incrédulo e perdido.
As duas interrogações retóricas evidenciam a recusa estoica – Comentário crítico: a imagem ilustra o que, muitas ve-
dos compromissos e das emoções intensas e a consciência zes, acontece na sociedade atual, pois as pessoas defen-
da efemeridade da vida, uma vez que tanto o «trono» como dem ideias e opiniões que não compreendem, seguindo

330 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

apenas aqueles que têm voz ou uma presença marcante, de recuperar o que sonhara durante a noite, revelando a
como se evidencia por aquele que segura a bandeira. sua hesitação ao tentar referir-se à sua situação de saú-
Quando este perde a força e desiste, o grupo perde tam- de. As reticências revelam também a sua emotividade ao
bém a sua força e não compreende o motivo pelo qual evocar o amor e o carinho que os pais revelam ao presta-
luta, o que revela a falta de convicções e de orientação rem-lhe tantos cuidados e atenção, mostrando também a
da vida pelos verdadeiros valores. Pode também consi- sua inquietação por sentir que não consegue amenizar as
derar-se que este cartoon denuncia a força de regimes preocupações reveladas pelos pais.
totalitários em que a voz de um só é determinante para
6.
levar os outros a agir, mesmo que as suas razões não
C.
sejam válidas ou corretas.
– … Parte C
Teste 5 – Manuel da Fonseca, «Sempre é uma 7. Tópicos de resposta
companhia», e Almeida Garret, Frei Luís de Sousa – Em «Sempre é uma companhia», o sentimento de soli-
(p. 247) dão inicial, potenciado pela imensidão do espaço e pelo
silêncio dos campos sem fim, acompanha os sentimen-
GRUPO I
tos de vazio e inércia, vividos pelas personagens, no-
Parte A meadamente Batola, que vive num marasmo e solidão
1. tão grandes que se entrega totalmente à bebida.
Esta metáfora que inicia o excerto evidencia que a aldeia – Após a chegada da telefonia, a venda de Batola, espaço
se transformou num espaço muito mais vivo e enérgico, re- de tristeza e solidão, transforma-se num espaço privi-
velado pelo recurso ao vocábulo «agora». De facto, os ha- legiado de convivialidade, onde as pessoas se sentem
bitantes de Alcaria já sabem o que acontece fora da aldeia livres e felizes, com vontade de viver. Após o jantar, reú-
e dialogam entre si sobre estes acontecimentos, algo que nem-se e comunicam sobre as notícias do mundo e dan-
não ocorria no passado. Fazem silêncio para ouvir notícias çam ao som da música. Batola transforma-se e adquire
e «melodias» para poderem ter assunto para dialogar. Des- hábitos que mostram uma rotina e ação muito maiores.
ta forma, acabam também por se sentir mais próximos e
cúmplices. GRUPO II

2. 1. A; 2. C; 3. D; 4. D; 5. B.
Com a chegada da telefonia, o comportamento de Batola e 6.
da sua mulher modificou. Assim, Batola passou a levantar- a) Complemento direto. b) Sujeito.
-se cedo e a atender os clientes na venda, para poder con-
tinuar a dialogar sobre o que tinha conversado na véspera. 7.
Além disso, passou a «consultar o velho relógio» (l. 15), o Dêixis pessoal e temporal.
que evidencia um maior cuidado com as suas rotinas e os
seus compromissos. Por outro lado, a sua mulher «qua- GRUPO III
se deixou de aparecer na venda» (l. 16), não contactando Tópicos de resposta
com ninguém e não permitindo que as pessoas saibam o – A nossa vivência atual é marcada, maioritariamente,
que «pensa ela do que contam as vozes desconhecidas» pela azáfama e pelo movimento. No entanto, será que,
(ll. 16-17), apresentando um extremo recato e isolamento, nos nossos dias, é possível atingir a felicidade nesta vi-
após a chegada do aparelho. vência agitada ou seremos mais felizes se pautarmos a
3. nossa vida pela serenidade?
B. – Muitas pessoas, imbuídas no espírito citadino e agitado,
consideram que só se sentem felizes e completas se a
Parte B sua vida tiver todo o conforto e acesso a bens e serviços
que uma cidade movimentada permite ter. A sua felici-
4.
dade advém da pluralidade de atividades e de compro-
Neste excerto, Maria de Noronha revela a sua preocupa-
missos que a poderão fazer sentir-se mais completa.
ção e consciência relativamente aos cuidados que os seus
– Porém, é cada vez mais comum ver-se pessoas que tro-
progenitores evidenciam pelo seu estado de saúde, como
cam a vida citadina agitada por uma vivência mais se-
está apresentado na sua segunda réplica, «Pois sim; ten-
do-me tanto amor que nunca houve que vos vejo andar rena. Podem manter-se na cidade e afastar-se das inú-
sempre por minha causa (ll. 5-6). Por outro lado, é obses- meras solicitações que esta oferece ou poderão optar
siva e determinada em compreender o motivo que leva às por uma mudança para um espaço mais rural, onde a
constantes preocupações que os pais manifestam, nomea- serenidade é tangível de modo mais evidente.
damente pelo facto de passar «noites inteiras em claro» – …
(l. 9) a tentar entender as motivações familiares, como se
Teste 6 – Manuel da Fonseca, «Sempre é uma
evidencia em «a pensar em tudo, a ver se descubro o que
companhia», e Fernando Pessoa, Mensagem (p. 255)
isto é, o porque» (l. 11).
GRUPO I
5.
Parte A
A utilização das reticências na réplica de Maria, entre as
linhas 9 a 12, marca uma pausa da personagem para re- 1.
fletir sobre as palavras e ações afetuosas da mãe e do pai. O narrador considera que Batola e a sua mulher são pes-
Além disso, as reticências permitem evidenciar a tentativa soas muito diferentes. De facto, António Barrasquinho

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 331


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

«Não faz nada, levanta-se quando calha» (ll. 1-2), o que GRUPO III
denuncia a sua inércia e falta de ação. Além disso, vive
Tópicos de resposta
numa constante preguiça e sonolência, tentando «afastar
– Na escolha do seu futuro, os jovens tendem a seguir aqui-
os restos do sono» (ll. 10-11). Por seu lado, a mulher de
lo que os pais aconselham, nomeadamente numa verten-
Batola é uma pessoa enérgica, já que é ela que abre a ven-
te mais materialista e de conforto financeiro.
da, atende os clientes e faz a «lida da casa» (l. 4). Apesar
– De facto, muitas vezes, seguindo tradições familiares ou
de ser uma pessoa «grave» e discreta, é «ela quem ali põe pensando naquilo que, materialmente, poderão obter no
e dispõe» (l. 5), evidenciando a sua determinação em ter futuro, muitos jovens optam por uma carreira profissio-
tudo organizado. nal que lhes traga esta estabilidade do que concretizar a
2. profissão com que sempre sonharam.
D. – Por outro lado, o sonho que acalenta muitos jovens é
concretizado com a escolha da profissão. Assim, as es-
3. colhas para o futuro estarão determinadas por objetivos
Estas afirmações do narrador enfatizam a revolta que a pessoais, sem interferência de questões materiais ou fi-
monotonia de Alcaria e a forma de agir da mulher desper- nanceiras, deixando que o que sempre desejaram seja
tam em Batola. Este recorre à bebida e cospe de forma concretizado, sem que haja qualquer interferência do que
agressiva, já que a mulher lhe troca as voltas e faz tudo materialmente poderá daí advir.
«como ela entende que deve ser feito» (l. 33). Assim, Ba- – …
tola torna-se agressivo e a sua revolta intensifica-se com a
passagem do tempo. Teste 7 – Maria Judite de Carvalho, «George»,
e Gil Vicente, Farsa de Inês Pereira (p. 263)
Parte B
GRUPO I
4. Parte A
No poema «O dos Castelos», o sujeito poético perspetiva a
«Europa» como uma figura feminina, deitada e que se sus- 1.
tenta sobre os cotovelos. O rosto da «Europa» é Portugal e As palavras de Georgina apresentam o sentido da vida para
a sua atitude revela estagnação e adormecimento. esta figura feminina. Assim, defende que na vida tudo é
transitório e que um novo dia será sempre um recomeço.
5. No entanto, considera que há algo que ninguém perdoa,
A repetição da forma verbal «fita» revela a forma atenta e algo que vê como «um crime» (l. 2), mas que não revela
determinada como o rosto da Europa olha para ocidente. diretamente a George.
Assim, Portugal está preparado para seguir este caminho,
já que o seu «olhar esfíngico e fatal» (v. 10) é enigmático e 2.
determinado pelo Destino a fazer algo de grandioso. George fecha os olhos com força, uma vez que o diálogo que
estabelece com Georgina afasta-se do que lhe possa trazer
6. felicidade. Assim, ao fechar os olhos, afasta-se dos pensa-
A. mentos negativos que a assolaram durante aquele hipoté-
tico diálogo, nomeadamente a solidão e o envelhecimento.
Parte C 3.
7. Tópicos de resposta A.
– O conto «Sempre é uma companhia», de Manuel da
Parte B
Fonseca, denuncia diferentes problemas sociais da pri-
meira metade do século XX, nomeadamente a solidão e 4.
o isolamento vivenciados nas zonas rurais recônditas do O Escudeiro é um nobre falido, como constatamos na de-
Alentejo. António Barrasquinho é a figura que incorpora núncia feita pelo Moço nos versos «(Homem que nam tem
ausência de convívio e a falta de objetivos, o que o leva nem / preto casa muito na màora.)» (vv. 25-26), que nos
a entregar-se ao álcool como forma de suprir aquilo que diz que Brás da Mata não tem dinheiro para se casar. Além
o faz sofrer. disso, é arrogante, mentiroso e dissimulado, pois pede a
– É também o protagonista do conto que concretiza a vio- Fernando que corrobore as suas mentiras, dizendo a Inês
lência e a agressividade no seio do ambiente familiar. que é íntimo do Rei, como constatamos em «E se me vires
Como não possuía força anímica necessária para vencer mintir / gabando-me de privado / está tudo dissimulado»
as decisões da sua mulher, a solução encontrada por (vv. 10-12). Por fim, é um falso galanteador, dado que é ex-
Batola era a violência física que exercia contra esta. A tremamente simpático e elogia Inês quando esta se encon-
sua ação associa-se à incapacidade para resolver os seus tra na sua presença «nesse ar nesse despejo / mui graciosa
problemas pela via do diálogo. donzela» (vv. 33-34).
5.
GRUPO II Os parênteses, nesta fala da personagem, evidenciam um
1. B; 2. D; 3. A; 4. D; 5. C. aparte do Moço que, em tom cómico, apresenta a carac-
terização jocosa do Escudeiro, denunciando a sua difícil si-
6. tuação económica e o desejo de casar para recuperar a sua
a) Sujeito. b) Complemento oblíquo. estabilidade financeira.
7. 6.
Coesão gramatical interfrásica. B.

332 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Parte C «inverdadeiro» (l. 5), pois a figura com a qual George se de-
para é o seu eu da juventude.
7. Tópicos de resposta
– Inês Pereira, protagonista da Farsa de Inês Pereira, parti- 3.
lha características com George, do conto de Maria Judite B.
de Carvalho. As duas figuras femininas pautam a sua con-
duta por um desejo de libertação do jugo familiar. Assim, Parte B
Inês, para se afastar das tarefas domésticas impostas pela
4.
Mãe, pretende arranjar um casamento com um marido
O sujeito poético faz uma afirmação em que revela que a
«avisado e discreto», com o qual julga poder atingir uma
vida mais livre; «esperança» que possui nunca será suficiente, pois a «ra-
– George é também uma figura feminina que deseja atingir zão» irá sobrepor-se a tudo o resto. Assim, aquilo que pos-
uma vida marcada pela autonomia e pela liberdade, de sui será sempre inferior ao que deseja, pois o seu objetivo
modo a poder viver da sua atividade enquanto pintora, é atingir um estado de inconsciência e de inocência que só
atividade da qual os pais discordavam. Por esse motivo, será acessível às crianças.
foge de casa e vai atrás do seu sonho. 5.
A segunda estrofe do poema concretiza a nostalgia da infân-
GRUPO II
cia, tema recorrente na poesia ortónima pessoana. Deste
1. C; 2. D; 3. B; 4. C; 5. B. modo, «Tudo isto é um sorriso / Que é nem sequer sorriso
6. meu.» (vv. 5-6) faz alusão ao riso da criança mencionado
a) Complemento do adjetivo. b) Sujeito. no verso 1, que serve de inspiração ao sujeito poético para
se recordar da infância, momento da vida humana em que
7. somos mais felizes. De facto, o eu não deseja recordar a sua
Dêixis pessoal. própria infância, mas a fase prototipicamente associada à
inconsciência e à inocência.
GRUPO III
Tópicos de resposta 6.
– O ser humano é um ser entre muitos outros que habitam A.
o planeta Terra. Porém, devido à sua racionalidade e ca-
pacidade de ação, o Homem assume um papel determi- Parte C
nante no mundo.
7. Tópicos de resposta
– Por um lado, a sua ação pode levar a uma evolução positi-
va e determinante para um mundo melhor, com decisões – George, após vários anos de ausência, regressa à sua ter-
conscientes e pautadas pela orientação no sentido de se ra natal para vender a casa dos seus pais. Neste momen-
atingir um bem-estar comum a todos os seres e ao pró- to, confronta-se com o seu eu do passado, revendo-se e
prio planeta. Tome-se como exemplo as inúmeras ações «dialogando» com a jovem que fora e com os objetivos
de reflorestação da Amazónia como forma de recuperar o que possuía nesse momento da sua vida.
«pulmão» do mundo. – O confronto com o seu passado associa-se também ao
– Por outro lado, a ação humana poderá ter um papel deter- modo como George passou a olhar para a vida, as rela-
minante, mas no sentido negativo, já que, muitas vezes, ções familiares foram desvalorizadas e a conceção de fu-
o homem tende a desejar a satisfação imediata e fácil das turo que os pais tinham criado para ela foi adulterada.
suas necessidades, não tendo consciência ou não valo-
rizando que aquilo que pretende vai colocar em causa a GRUPO II
vida ou o bem-estar de outrem. Um exemplo desta atitu-
1. A; 2. D; 3. A; 4. B; 5. B; 6. A; 7. C.
de egoísta é o uso desenfreado de recursos naturais, sem
prever as consequências nefastas de tal ação.
– … GRUPO III
Tópicos de resposta
Teste 8 – Maria Judite de Carvalho, «George», – A solidão é um sentimento cada vez mais dominante nas
e Fernando Pessoa, Poesia do ortónimo (p. 271) sociedades contemporâneas. Este sentimento tem domi-
GRUPO I nado o ser humano, mas só a este cabe a tomada de de-
cisão para não se deixar abater pela solidão.
Parte A
– Por um lado, se nos esforçarmos para combater este sen-
1. timento, a solidão poderá ser residual na nossa vida. De
Gi é uma figura feminina marcada pela fragilidade física, ca- facto, podemos viver sozinhos, mas devemos saber tirar
racterística que leva o narrador a compará-la a «um vime» partido destas situações e não nos sentirmos sós.
(l. 8). Além disso, denota-se a sua juventude e o seu va- – Por outro lado, muitas vezes devido a estados depressi-
zio existencial, revelado pelo «olhar esquecido, vazio» (l. vos, a solidão apodera-se das pessoas, mesmo que estas
15), que será colmatado com a partida da localidade onde estejam rodeadas dos que lhe são mais queridos. Assim,
habita. temos de possuir a resiliência e a força de vontade para
2. contornar as situações negativas e perceber que, quando
No encontro entre ambas as figuras femininas, o espanto é estamos sozinhos, não temos, obrigatoriamente, de nos
relativo, uma vez que este é apenas imaginário e permite o sentir solitários.
confronto de George com o seu passado. Assim, torna-se – …

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 333


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

Teste 9 – Miguel Torga e Poesia trovadoresca (p. 279) 7.


Modalidade deôntica com valor de obrigação.
GRUPO I
Parte A GRUPO III
1. Tópicos de resposta
Ao longo do poema, o sujeito poético apresenta-se como um – Esta pintura de Paula Rego apresenta um contexto festivo
ser marcado pela dualidade entre o Bem e o Mal. Assim, con- num ambiente noturno junto ao mar.
fessa-se «pecador» (v. 2), mas, simultaneamente, «Possesso / – Descrição da pintura: o quadro apresenta cores escuras
De virtudes teologais» (vv. 8-9). Além disso, no desenvol- que dominam o fundo da pintura, o que recria um ambien-
vimento do poema, revela-se como uma figura ora cega e te marítimo noturno, visível também através das sombras
raivosa ora terna e serena, defendendo também que pos- das figuras humanas projetadas pela luz da lua, que sur-
sui tanto características humanas como divinas e transcen- ge em destaque no céu. Além disso, no fundo do quadro,
dentes («ser um anjo caído / Do tal Céu que Deus governa» está também representada uma fortaleza no alto de uma
(vv. 33-34). Desta forma, enfatiza-se a sua totalidade, marca- colina. As figuras que surgem em primeiro plano encon-
da por facetas antagónicas. tram-se a dançar, revelando cumplicidade e partilhando
um ambiente festivo.
2.
– Comentário crítico: é um ambiente que convida também a
A estrutura do poema apresenta um caráter circular, uma vez
comungar da festividade dos participantes, os olhares das
que o sujeito poético termina com um verso igual ao que
figuras humanas evidenciam o seu efetivo envolvimento
inicia a composição poética. Assim, a confissão que faz no
nos festejos e a serenidade que paira no ar revela a cum-
início do texto é desenvolvida ao longo das diversas estrofes
plicidade entre eles. Por outro lado, é de salientar a diver-
e é sintetizada na última, onde conclui que tudo o que referiu
sidade de dançarinos, o que demonstra que a música que
anteriormente faz parte da sua essência e identidade.
possa estar a ser tocada é do agrado de todos. Destaca-se
3. também que o tempo que se faz sentir parece ser agradá-
D. vel e convidativo a um serão como o ilustrado pela pintura
de Paula Rego.
Parte B
Teste 10 – Manuel Alegre e Fernando Pessoa,
4.
Mensagem (p. 287)
Nas primeira e segunda estrofes ou coblas, a amiga, o sujeito
poético, sente-se feliz e satisfeita, pois foi à fonte lavar os GRUPO I
cabelos, o que a levou a considerar-se «louçana» (v. 3). Nas Parte A
terceira e quarta estrofes, o seu estado de espírito mantém-
-se, referindo que toda essa felicidade, satisfação e alegria 1.
advinham do encontro com o seu amigo, que lhe dissera que O destinatário do poema é Portugal. Pela sua pátria, o sujeito
estava muito formosa (vv. 8-9). poético evidencia um intenso amor que extravasa, como se
constata no verso 8 – «Meu amor transbordou». Além disso,
5. revela a sua admiração e a sua incapacidade de correspon-
A mãe assume o papel de confidente do sujeito poético: der àquilo que a sua pátria possui.
a amiga transmite à mãe a sua alegria por ver o amigo na
fonte onde foi lavar as tranças. 2.
Com a repetição do segmento «não há» ao longo de todo
6. o poema, o eu evidencia a impossibilidade de demonstrar,
C. de forma clara e objetiva, o amor que nutre pela sua pátria.
Considera que não existe nada que consiga fazer jus ao seu
Parte C amor pelo seu país.
7. Tópicos de resposta 3.
– Na poesia de Miguel Torga, sobressaem, nomeadamente, D.
as temáticas de cariz social, principalmente a figura do
poeta como um ser agónico que tenta combater as injus- Parte B
tiças sociais que dominam a humanidade. Esta denúncia 4.
social é evidente no poema «Dies Irae», no qual revela Na primeira estrofe, o desconhecido é interpelado com o re-
que, durante o período ditatorial, vivia-se num clima de curso à apóstrofe «Ó mar anterior a nós» (v. 1), local onde,
opressão e repressão profundo. antes das descobertas, existiam elementos que não eram
– A atitude de revolta e de luta contra o que se encontra ins- desvendados, sendo, por isso, caracterizado pelo mistério
tituído socialmente está também evidente no seu questio- e pelos perigos, causadores de medos. No entanto, surge o
namento constante, fazendo da poesia e da palavra uma conhecido, o «Longe», que, depois de descoberto, se revela,
forma de denúncia e de rebeldia sociais, como se constata perante os descobridores, como brilhante.
no poema «Orfeu rebelde».
5.
GRUPO II A gradação ascendente que ocorre na sequência «aproxima» /
«mais perto» / «no desembarcar» traduz a aproximação
1. B; 2. D; 3. A; 4. C; 5. D.
progressiva da «nau» à «terra». Também a apreensão visual
6. e auditiva atesta a aproximação da «nau» à «costa», pois
a) Complemento direto. b) Sujeito. fornece mais informação, já que primeiro veem-se apenas a

334 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

«encosta» e as «árvores»; «mais perto» os sentidos da visão Teste 11 – José Saramago, Memorial do convento,
e da audição dão acesso aos «sons e [à]s cores» e, «no de- e Luís de Camões, Os Lusíadas (p. 295)
sembarcar», «há aves, flores». GRUPO I
6. Parte A
A. 1.
De forma a caracterizar o ambiente de grande azáfama em
Parte C que decorrem as obras do convento que, mesmo sob condi-
7. Tópicos de resposta ções adversas não cessam, o narrador utiliza diferentes re-
– Em Miguel Torga, o poeta surge ora com pudor ora numa cursos, tais como a enumeração presente em «têm o risco da
pedra a seguir, caneluras, acantos, festões, acrotérios, grinal-
espécie de revelação. É um ser revoltado, que usa a poe-
das» (ll. 5-6) e em «carregar e descarregar, puxar e empurrar,
sia como arma de denúncia, com um canto marcado pela arrastar e levantar» (ll. 23-24), que evidenciam tanto o traba-
rebeldia e pela revolta, tal como é apresentado no poema lho árduo dos canteiros, como as diferentes tarefas que eram
«Orfeu rebelde». levadas a cabo nas obras do convento. A onomatopeia em
– Para Eugénio de Andrade, o poeta projeta, medindo cada «truca-truca, truca-truca» (ll. 11 e 28) que reproduz o som
traço, o seu retrato, a sua própria imagem, como quem contínuo do trabalho dos canteiros no seu esculpir da pedra.
deixa um legado no poema. É um sujeito criador, na medi- A comparação em «os dos carros de mão, menos afortuna-
da em que procura transformar o mundo, dotando a pala- dos que as formigas» (ll. 12 e 13) que realça a fragilidade da
vra de várias significações possíveis. A sua criação literária vida dos trabalhadores que, mesmo sob a chuva teriam de
trabalhar, contrariamente às formigas, que se abrigam das
é marcada pelo rigor e pela obstinação, como se evidencia
intempéries. A metáfora em «uma escura cortina de água»
no poema «A sílaba».
(ll. 15-16) que demonstra a dimensão do temporal que asso-
lava Mafra, durante as obras do convento. A ironia presente
GRUPO II ao longo do excerto ao apresentar situações penosas e que
1. B; 2. C; 3. A; 4. B; 5. D. exigem sacrifício para os trabalhadores «que são gente fina»
(l. 3); «provavelmente prefeririam descansar» (l. 4); «têm os
6. canteiros o privilégio de trabalhar pelo seguro» (l. 9).
a) Complemento do advérbio. b) Complemento do nome.
2.
7. Ao referir-se aos «canteiros» como «fidalgos de cabeleira»,
o narrador pretende salientar o facto de estes se encontra-
Oração coordenada adversativa.
rem a trabalhar arduamente o mármore, mesmo sob con-
dições atmosféricas adversas, demonstrando a quantidade
GRUPO III excessiva de pó libertado pela tarefa de lavrar a pedra. Por
Tópicos de resposta outro lado, evidencia a sua função importante e o cará-
– Esta pintura de José Malhoa apresenta uma ambiência de ter privilegiado dos «canteiros» nas obras de construção
do convento, uma vez que os apelidara anteriormente de
serenidade junto ao mar.
«gente fina» (l. 3).
– Descrição da pintura: a pintura apresenta uma esplanada
junto ao mar, marcada pelo despojamento e pela simplici- 3.
dade dos elementos que a compõem, como se verifica nos No último parágrafo do texto, o narrador concretiza uma
transgressão temporal, já que pretende colocar em contras-
bancos, na mesa com a toalha branca e no telhado feito de
te as diversões que se viviam no século XVIII e o cinema (sé-
colmo, cujas aberturas permitem a entrada do sol, o que
culo XX), realçando a escassez de divertimentos que havia
possibilita a concretização de um jogo de sombras. A con- na época em que se estava a construir o convento. Discorre
trastar com o singelo ambiente, o casal que se destaca no sobre o futuro em relação ao tempo figurado na narrativa,
quadro, principalmente a figura feminina, é marcado pela em prolepse, através da referência feita ao cinema («para vir
elegância e pelo requinte. A elegância da mulher revela-se o cinema ainda faltam duzentos anos», l. 33) e aos avanços
pela forma como se encontra sentada, pelo corte e cor do tecnológicos, como os aviões («passarolas a motor», l. 33).
vestido bem como pelo chapéu de abas largas que usa. Além disso, o narrador tece um comentário sobre a morosa
A figura masculina parece alheada a tudo o que rodeia, passagem do tempo e a associação da felicidade às diver-
centrando a sua atenção na mulher que se encontra à sua sões, dirigindo-se assim ao leitor.
frente.
Parte B
– Comentário crítico: a simplicidade e beleza do espaço per-
mitem criar uma atmosfera que convida o casal à cumpli- 4.
cidade e ao diálogo sussurrado, parecendo que se encon- Perante tão extraordinárias qualidades, o rei deve recom-
tram a confidenciar ou a trocar juras de amor. O facto de pensar os seus súbditos e apoiá-los sem distinção. Camões
aconselha D. Sebastião a promover os que dilatam a Fé e o
ser uma esplanada coberta junto ao mar evidencia uma
Império, sem temer os inimigos nem poupar esforços (est.
frescura e uma serenidade de um ambiente descontraí-
151). O poeta pede ao rei que não permita que os estrangei-
do. A tonalidades cromáticas são também extremamente ros desvalorizem a capacidade de os portugueses gerirem o
marcantes, já que o branco misturado com os azuis e com seu destino (est. 152). Aconselha-o também a dar ouvidos
o castanho-claro da terra conferem uma naturalidade con- aos mais experientes, que sabem mais do que os teóricos
vidativa ao ócio e ao lazer. (est. 152).

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 335


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

5. Teste 12 – José Saramago, Memorial do convento,


Nos versos 1 e 2 da estância 155, o poeta apresenta total e Ana Luísa Amaral (p. 303)
disponibilidade para servir o rei, nomeadamente no que res-
GRUPO I
peita aos domínios bélico e literário. Para conseguir cumprir,
de forma exímia, esta disponibilidade para com D. Sebastião, Parte A
na estância 154, o poeta centra o discurso em si próprio, 1.
evidenciando as suas capacidades, que «juntas se acham A voz narrativa de Baltasar — «É Mafra, além»; «É a minha
raramente», uma vez que tem «engenho», experiência e terra» — evidencia a sua alegria ao reconhecer a terra natal,
«honesto estudo», para poder servir totalmente o Rei, numa ainda que fosse difícil de reconhecer àquela distância, «nun-
atitude subserviente. ca a tendo visto do ar». Esta reação pueril de Baltasar suscita
uma reflexão por parte do narrador sobre a natureza, a vera-
6. cidade e a força da ligação de cada um à terra natal: umbilical
As marcas linguísticas que evidenciam que D. Sebastião é o («reconhece-a como um corpo»); como a relação entre um
interlocutor do poeta são os determinantes possessivos e os homem e uma mulher. Assim, segundo o narrador, uma liga-
pronomes pessoais na segunda pessoa do plural, como se ção genuína, baseada nos sentimentos, é inconsciente, natu-
verifica em «Pera servir-vos» (v. 1, est. 155) e «Olhando a ral, percebe-se a qualquer distância, em qualquer momento,
vossa inclinação divina» (v. 8, est. 155). Além disso, a articu- em quaisquer condições.
lação entre a utilização do modo imperativo («Fazei») com 2.
o recurso ao vocativo na apóstrofe, «Senhor», presente no C.
verso 1 da estância 152.
3.
Parte C No segundo parágrafo do excerto, é visível a complemen-
taridade do casal, uma vez que ambos atuam em sintonia
7. Tópicos de resposta para que a máquina desça de forma mais serena e não cho-
– Os trabalhadores recrutados para a construção do con- que com o solo. Assim, sabem como devem agir, e Blimunda
vento são os verdadeiros heróis para o narrador, tal como nem tem de explicar a Baltasar que é necessário abraçar-se
é apresentado na «epopeia da pedra», que simboliza o a uma esfera para que a máquina não atinja uma velocidade
esforço sobre-humano dos trabalhadores e as péssimas desenfreada.
condições de trabalho e de segurança. Assim, o narrador
Parte B
vai enumerar de A a Z os nomes dos trabalhadores como
forma de perpetuar a sua memória, já que muitos sucum- 4.
biram durante as obras, como foi o caso de Álvaro Diogo, Entre os versos 1 a 3 e a penúltima estrofe do poema existe
cunhado de Baltasar. uma relação de consequência. Deste modo, o criador levou
– O recrutamento brutal e desumano, conduzindo ao des- «Tanto tempo» (v. 1) e empreendeu tanto esforço para criar
membramento familiar e à perdição de muitos homens a sua obra que esta o traiu e levou-o a um estado de esforço
são também os motivos que levam o narrador a prestar e fadiga por perceber que aquilo que desejou não foi o que
totalmente concretizou.
a sua homenagem às figuras que sofreram e perece-
ram para que se concretizassem os objetivos de um rei 5.
megalómano. A segunda estrofe do poema revela o teor do sonho de
«deus». Este sonhou com a concretização de corpos humanos
GRUPO II com «braços e pernas / e cabeças» (vv. 5-6) e com a capacida-
de intelectual que permitisse «conversas calmas» (v. 9).
1. C; 2. A; 3. A; 4. C; 5. B; 6. D.
6.
7. C.
Dêixis pessoal.
Parte C
GRUPO III 7. Tópicos de resposta
– Em todo o Memorial do convento, o narrador tem a fun-
Tópicos de resposta
ção de ridicularizar e dessacralizar o poder régio e o po-
– O ser humano é marcado pela dualidade entre a esperan-
der religioso, revelando a sua solidariedade para com os
ça que alimenta a sua alma e pelo medo que o inibe de
oprimidos.
concretizar, muitas vezes, o que idealiza. – A crítica e o olhar mordaz do narrador enfatizam a escra-
– De facto, perante a realidade atual, o ser humano deve vidão a que foram sujeitos quarenta mil portugueses, para
pautar a sua existência pela esperança e pela resiliên- alimentar o sonho de um rei megalómano ao qual se atri-
cia, acreditando que as adversidades são meros obstá- bui a edificação do convento de Mafra. Além disso, o nar-
culos que se devem ultrapassar para se atingir o que se rador resgata do esquecimento histórico os verdadeiros
pretende. heróis da construção do convento: o «memorial de A a Z»
– No entanto, muitas vezes, o medo apodera-se de nós e em homenagem àqueles que sentiram o peso do acrósti-
impede a concretização de tudo aquilo que possa parecer co: Mortos, Assados, Fundidos, Roubados, Arrastados.
impossível. Deve-se, assim, ultrapassar este sentimento e
GRUPO II
fazer com que este não domine a nossa existência.
– … 1. A; 2. B; 3. A; 4. B; 5. A; 6. C.

336 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

7. amor, não conseguiu obter nada de positivo. A mágoa e des-


Oração subordinada substantiva completiva. gosto por tudo o que sofreu ao longo da vida, mesmo tendo
investido no seu sentimento, estão presentes nos versos sete
GRUPO III e oito — «se cousa há que mágoa dê maior, / eu a verei, que
Tópicos de resposta tudo posso ver.».
– Atualmente, os jovens são capazes, se assim o desejarem,
5.
de trazer uma mudança significativa ao mundo, desde que
O tom exclamativo do último verso do soneto apresenta a
a sua forma de pensar e agir seja também orientada nesse
sentido. constatação resignada do seu sofrimento amoroso. Poderá
– Por um lado, é na camada mais jovem da população que apresentar também a sua revolta perante o excessivo sofri-
deve residir a esperança de um mundo melhor. Se os mais mento de que sempre foi alvo.
jovens se preocuparem com as questões cívicas e políticas 6.
que dizem respeito a todos nós, a sua ação para um futuro B.
mais promissor tornar-se-á mais significativa e permitirá
uma evolução mais positiva. Tome-se como exemplo a ati- Parte C
vista paquistanesa Malala Yousafzai que foi vítima de um
7. Tópicos de resposta
atentado por defender os direitos femininos no seu país.
– Por outro lado, o predomínio das redes sociais e a apre- – Com a deambulação de Ricardo Reis pelo espaço citadino,
sentação de um estilo de vida marcado pelo materialismo é possível visualizar a cidade de Lisboa nos anos de 1935
e pela aparência que se constatam na sociedade atual po- e 1936, recuperando paisagisticamente este espaço, em
derão ser determinantes para que os jovens se afastem que mortos e vivos circulam. Além disso, possibilita tam-
das preocupações sociais e não manifestem o seu interes- bém o mapeamento geográfico e social do centro urbano
se por questões politicamente pertinentes. Se a sua orien- da metrópole, sugerindo um jogo entre a realidade e a
tação não for feita de forma adequada, os seus objetivos irrealidade: itinerários reais definidos contrastam com as
de vida poderão divergir de uma preocupação por fazer do recriações labirínticas e simbólicas da cidade.
mundo um lugar melhor. – A deambulação geográfica catalisa a viagem literária. As-
– ... sim, os monumentos, as ruas, o rio Tejo e a população
lisboeta sugerem escritores e ficções literárias, levando
Teste 13 – José Saramago, O ano da morte de Ricardo
também a encontros com o fantasma de Pessoa, que pro-
Reis, e Luís de Camões, Rimas (p. 311)
porcionam discussões de índole filosófica, literária, exis-
GRUPO I tencialista, entre outras. Por fim, a deambulação geográfi-
Parte A ca permite a revisitação da própria obra de Ricardo Reis.
1.
GRUPO II
No início do excerto, Ricardo Reis e Fernando Pessoa discu-
tem sobre o conceito que ambos possuem sobre a solidão. 1. D; 2. B; 3. C; 4. A; 5. C.
Assim, Reis acredita que viver sozinho se associa à solidão.
No entanto, Fernando Pessoa defende que o seu heterónimo 6.
ainda tem muito a aprender sobre solidão, uma vez que de- a) Complemento do nome. b) Complemento oblíquo.
fende que não se trata de viver sozinho, mas será a distância 7.
entre o mais íntimo de nós e o nosso eu exterior. Para evi- Dêixis pessoal e temporal.
denciar esta conceção, Pessoa recorre à metáfora da árvore,
referindo que a solidão «é a distância entre a seiva profunda
GRUPO III
e a casca, entre a folha e a raiz» (l. 7). Defende que a solidão
é algo dentro de nós e não se associa ao ato de estar com o Tópicos de resposta
outro. – A identidade de um país é determinada por diferentes fa-
2. tores, sendo um deles a sua cultura. Por esse motivo, a sua
B. concretização e os múltiplos eventos culturais definem,
neste caso, o que é ser português e o que é Portugal.
3. – De facto, um país não possui a sua identidade completa se
Pessoa considera que não ter incluído «O Adamastor» em não se valorizar a sua cultura. As suas tradições, os seus
Mensagem foi um «Imperdoável esquecimento», já que esta costumes, a sua literatura, a sua música e outras verten-
figura mitológica está associada à solidão e ao amor incor-
tes culturais levam à afirmação das idiossincrasias de cada
respondido por Tétis. Defende que o seu papel em Os Lusía-
país. Portugal tem os seus eventos culturais e outras mani-
das foi óbvio e de concretização do sofrimento amoroso do
festações artísticas e não se tornaria único se não possuís-
próprio poeta.
se uma cultura que o distinguisse dos demais.
Parte B – Por outro lado, não é apenas a cultura que leva à afirma-
4. ção da identidade de uma nação. Porém, esta torna-se ful-
Ao longo do poema, podemos constatar a presença da re- cral para que todas as outras vertentes também possam
signação perante a constatação disfórica da sua situação ser afirmadas e defendidas. A cultura e tudo o que lhe é
amorosa, como se verifica no verso quatro «que mais não inerente permite elevar um país ao nível da individuali-
pode ser!». Por outro lado, o desapontamento também está dade, sem nunca desvalorizar aquilo que os outros países
presente, pois, apesar de tudo o que o eu fez em prol do possuem de único e identitário.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 337


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

Teste 14 – José Saramago, O ano da morte de Ricardo GRUPO III


Reis, e Eugénio de Andrade (p. 319) Tópicos de resposta
GRUPO I – Para que alguém possa ser um cidadão de pleno direito,
Parte A com a sua consciência cívica devidamente desenvolvida,
tem, necessariamente, de ler e de se questionar sobre o
1. que a realidade envolvente lhe oferece.
O narrador apresenta uma reflexão sobre a dimensão real – Por um lado, a leitura e interpretação não só de jornais e
que a noite confere ao mundo à nossa volta. Assim, a «luz de documentos informativos, mas também de textos lite-
do dia» (l. 4) é enganadora e «faz da vida uma sombra ape- rários permitem a cada um de nós desenvolver a sua ca-
nas recortada» (ll. 4-5). Por seu lado, a noite traz a lucidez pacidade crítica e de análise. Assim, terá uma legitimidade
à realidade, no entanto, o sono acaba por suplantar a dura maior para reivindicar os seus direitos e cumprir com os
certeza conferida pela noite, para que consigamos estar mais seus deveres.
sossegados e para que tenhamos descanso. – Por outro lado, além da informação consciente, um ci-
2. dadão ativo é também alguém que se questiona sobre o
Os jornais que relatam a morte de Fernando Pessoa ora con- que ouve, o que vê e o que lê no meio onde se encontra
cordam ora divergem na apresentação da informação sobre inserido. Deste modo, será alguém com uma verdadeira
o poeta. Assim, os jornais referem que era um «espírito ad- consciência cívica e com discernimento suficiente para fa-
mirável» (l. 11), com uma inteligência vocacionada não só zer escolhas adequadas para o seu futuro e o da sociedade
para a poesia como também para a crítica, valorizando a sua de que faz parte.
excecionalidade na escrita de Mensagem. Por outro lado, – …
apenas um dos jornais menciona o silêncio que pautava a
sua conduta e o facto de a sua atividade literária não lhe per-
mitir viver apenas da escrita.
3.
A.
Parte B
4.
A segunda estrofe do poema concretiza a forma como nasceu
a alegria, tendo em conta o que o eu defende. Assim, com o
recurso à forma verbal «é», o sujeito poético enumera todas
as circunstâncias que envolvem o surgimento da alegria.
5.
A enumeração presente no último verso do poema revela
aquilo que o eu pretende partilhar com o tu a quem se di-
rige, para que as possam amar em conjunto. Deste modo,
«a juventude, o vento e as areias» (v. 16) são elementos de-
terminantes para que o sujeito poético e o seu interlocutor
possam vivenciar a alegria.
6.
B.
Parte C
7. Tópicos de resposta
– Ao longo de toda a obra, há uma evocação constante, pela
voz do narrador ou inerente ao discurso das duas perso-
nagens principais, da obra de Fernando Pessoa ortóni-
mo e heterónimo e semi-heterónimo, da lírica e da épica
camonianas, da poética de Cesário Verde (sobretudo de
«O sentimento dum ocidental»).
– A intertextualidade recorrente através da imitação cria-
tiva, alusão, paráfrase e paródia surge como mecanismo
para convocar outras obras que dão sentido à narrativa.
Destaca-se a imitação criativa do verso de Os Lusíadas com
que a obra inicia e termina.

GRUPO II
1. A; 2. D; 3. B; 4. D; 5. A; 6. C.
7.
Oração subordinada substantiva relativa.

338 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

NOVO

MENSAGENS
PORTUGUÊS 12.º ANO

Questões de aula
• Educação Literária
• Gramática
• Leitura
• Soluções

Questões de aula

Disponível em formato
editável em

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

V
EDUCAÇÃO LITERÁRIA
Questões
de aula
Questão de aula 1 – Fernando Pessoa, Poesia do ortónimo ................. 341
Questão de aula 2 – Fernando Pessoa, Poesia dos heterónimos
(Alberto Caeiro) .................................................... 343
Questão de aula 3 – Fernando Pessoa, Poesia dos heterónimos
(Ricardo Reis) ........................................................ 345
Questão de aula 4 – Fernando Pessoa, Poesia dos heterónimos
(Álvaro de Campos) .............................................. 347
Questão de aula 5 – Fernando Pessoa, Mensagem .............................. 349
Questão de aula 6 – Manuel da Fonseca, «Sempre é uma
companhia» .......................................................... 351
Questão de aula 7 – Maria Judite de Carvalho, «George» .................... 353
Questão de aula 8 – Poetas contemporâneos (Miguel Torga) ............... 355
Questão de aula 9 – José Saramago, Memorial do convento ................ 357
Questão de aula 10 – José Saramago, O ano da morte
de Ricardo Reis ................................................... 359

GRAMÁTICA
Questão de aula 1 – Fernando Pessoa, Poesia do ortónimo ................. 361
Questão de aula 2 – Fernando Pessoa, Poesia dos heterónimos
(Alberto Caeiro) .................................................... 363
Questão de aula 3 – Fernando Pessoa, Poesia dos heterónimos
(Ricardo Reis) ........................................................ 365
Questão de aula 4 – Fernando Pessoa, Poesia dos heterónimos
(Álvaro de Campos) .............................................. 367
Questão de aula 5 – Fernando Pessoa, Mensagem .............................. 369
Questão de aula 6 – Manuel da Fonseca, «Sempre é uma
companhia» .......................................................... 371
Questão de aula 7 – Maria Judite de Carvalho, «George» .................... 373

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 339


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

Questão de aula 8 – Poetas contemporâneos


(Ana Luísa Amaral)................................................ 375
Questão de aula 9 – José Saramago, Memorial do convento ................ 377
Questão de aula 10 – José Saramago, O ano da morte
de Ricardo Reis ................................................... 379

LEITURA
Questão de aula 1 – Fernando Pessoa, Poesia do ortónimo
e dos heterónimos ................................................ 381
Questão de aula 2 – Fernando Pessoa, Mensagem .............................. 383
Questão de aula 3 – Contos .................................................................. 385
Questão de aula 4 – Poetas contemporâneos ....................................... 387
Questão de aula 5 – José Saramago ...................................................... 389

SOLUÇÕES .................................................................................................... 391

Disponível em formato editável em

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Questão de aula 1
Educação Literária – Fernando Pessoa, Poesia do ortónimo

Nome N.° 12.° Data / /

Avaliação E. de Educação Professor/a

Lê o poema e as notas.

Ó sino da minha aldeia


Ó sino da minha aldeia,
Dolente1 na tarde calma,
Cada tua badalada
Soa dentro da minha alma.
5 E é tão lento o teu soar,
Tão como triste da vida,
Que já a primeira pancada
Tem o som de repetida.
Por mais que me tanjas2 perto,
10 Quando passo, sempre errante,
És para mim como um sonho,
Soas-me na alma distante.
A cada pancada tua,
Vibrante no céu aberto,
15 Sinto mais longe o passado,
Sinto a saudade mais perto.
Fernando Pessoa, Poemas publicados em vida. I . Dispersos,
edição de Luiz Fernandes Duarte, Lisboa, INCM, 2020, pp. 79-80.

1
Dolente: triste.
2
Tanjas: toques.

1. Relaciona a apóstrofe presente no verso 1 com o sentido dos versos 3 e 4. 70 pts.

2. Explica o conteúdo da segunda estrofe e relaciona-o com a temática pessoana em evidência no 70 pts.

poema.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 341


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

3. Seleciona a opção de resposta adequada para completar as afirmações abaixo apresentadas. 60 pts.

Na última estrofe do poema, estão presentes alguns recursos expressivos característicos da poesia
ortónima pessoana, nomeadamente a nos versos 15 e 16, que revela a dolorosa pas-
sagem do tempo para o eu e a frustração de não conseguir recuperar um tempo irremediavelmente
perdido.
A nível formal, é evidente o uso das formas da lírica tradicional portuguesa, como a regularidade
estrófica, com a presença de quadras, de rima cruzada e de versos em .
A. comparação … redondilha menor
B. antítese … redondilha maior
C. comparação … redondilha menor
D. antítese … redondilha maior

342 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Questão de aula 2
Educação Literária – Fernando Pessoa, Poesia dos heterónimos
(Alberto Caeiro)

Nome N.° 12.° Data / /

Avaliação E. de Educação Professor/a

Lê o poema.

O guardador de rebanhos
XLVI
Deste modo ou daquele modo,
Conforme calha ou não calha,
Podendo às vezes dizer o que penso,
E outras vezes dizendo-o mal e com misturas,
5 Vou escrevendo os meus versos sem querer,
Como se escrever não fosse uma cousa feita de movimento,
Como se escrever fosse uma cousa que me acontecesse
Como dar-me o sol de dentro.
Procuro dizer o que sinto
10 Sem pensar em que o sinto.
Procuro encostar as palavras à ideia
E não precisar dum passaporte
Do pensamento para as palavras.
Nem sempre consigo sentir o que sei que devo sentir.
15 O meu pensamento só muito devagar atravessa o rio a nado
Porque lhe pesa o fato que os homens o fizeram usar.
Procuro despir-me do que aprendi,
Procuro esquecer-me do modo de lembrar que me ensinaram,
E raspar a tinta com que me pintaram os sentidos,
20 Desencaixotar as minhas emoções verdadeiras,
Desembrulhar-me e ser eu, não Alberto Caeiro,
Mas um animal humano que a Natureza produziu.
E assim escrevo, querendo sentir a Natureza, nem sequer como um homem,
Mas como quem sente a Natureza, e mais nada.
25 E assim escrevo, ora bem, ora mal,
Ora acertando com o que quero dizer, ora errando,
Caindo aqui, levantando-me acolá,
Mas indo sempre no meu caminho como um cego teimoso.
Ainda assim, sou alguém.
30 Sou o Descobridor da Natureza.
Sou o Argonauta das sensações verdadeiras.
Trago ao Universo um novo Universo
Porque trago ao Universo ele-próprio.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 343


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

Isto sinto e isto escrevo


35 Perfeitamente sabedor e sem que me engane
Que são cinco horas do amanhecer
E que o Sol, que ainda não mostrou a cabeça
Por cima do muro do horizonte,
Ainda assim já se lhe veem as pontas dos dedos
40 Agarrando o cimo do muro
Do horizonte cheio de montes baixos.

Fernando Pessoa, Poemas de Alberto Caeiro,


edição de Ivo Castro, Lisboa, INCM, 2020, pp. 49-51.

1. Clarifica o processo de criação poética defendido no poema, tendo em conta as comparações pre- 70 pts.

sentes nos versos 6, 7 e 8.

2. Interpreta o sentido dos versos 15 e 16 e relaciona-os com a temática caeiriana em evidência. 70 pts.

3. Seleciona a opção de resposta adequada para completar a afirmação abaixo apresentada. 60 pts.

O poema apresenta as temáticas nucleares da poesia de Alberto Caeiro, uma vez que se constata o
desejo de integração total e plena no espaço natural, nomeadamente .A
é outra das características da poesia de Alberto Caeiro evidentes neste poema, como se pode ob-
servar nos versos 23 e 24.
A. nos versos 21 e 22 … vivência tranquila no tempo presente
B. nos versos 34 e 35 … vivência tranquila no tempo presente
C. nos versos 21 e 22 … postura antimetafísica e sensacionista
D. nos versos 34 e 35 … postura antimetafísica e sensacionista

344 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Questão de aula 3
Educação Literária – Fernando Pessoa, Poesia dos heterónimos
(Ricardo Reis)

Nome N.° 12.° Data / /

Avaliação E. de Educação Professor/a

Lê o poema.

Não quero recordar nem conhecer-me


Não quero recordar nem conhecer-me.
Somos de mais se olhamos em quem somos.
Ignorar que vivemos
Cumpre bastante a vida.
5 Tanto quanto vivemos, vive a hora
Em que vivemos, igualmente morta
Quando passa connosco,
Que passamos com ela.
Se sabê-lo não serve de sabê-lo
10 (Pois sem poder que vale conhecermos?),
Melhor vida é a vida
Que dura sem medir-se.
2-9-1923

Fernando Pessoa, Poemas de Ricardo Reis,


edição de Luiz Fagundes Duarte, Lisboa, INCM, 2015, p. 88.

1. Interpreta o sentido da primeira estrofe, à luz da filosofia de vida de Ricardo Reis. 70 pts.

2. Explicita, com base nos versos 5 a 12, dois aspetos que evidenciem o modo como o sujeito poético 70 pts.

perceciona a passagem do tempo.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 345


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

3. Seleciona a opção de resposta adequada para completar a afirmação abaixo apresentada. 60 pts.

Neste poema, evidenciam-se diversas características da linguagem e do estilo de Ricardo Reis. Duas
dessas características são a musicalidade, para a qual contribuem tanto a aliteração, por exem-
plo nos , como a própria estrutura métrica da ode, na qual se verifica a existência de
.
A. versos 2 e 9 … decassílabos conjugados com hexassílabos
B. versos 10 e 12 … decassílabos conjugados com hexassílabos
C. versos 2 e 9 … versos todos eles com um número de sílabas diferente
D. versos 10 e 12 … versos todos eles com um número de sílabas diferente

346 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Questão de aula 4
Educação Literária – Fernando Pessoa, Poesia dos heterónimos
(Álvaro de Campos)

Nome N.° 12.° Data / /

Avaliação E. de Educação Professor/a

Lê o poema e a nota.

Na véspera de não partir nunca


Na véspera de não partir nunca
Ao menos não há que arrumar malas
Nem que fazer planos em papel
Com acompanhamento involuntário de esquecimentos,
5 Para o partir ainda livre do dia seguinte.
Não há que fazer nada
Na véspera de não partir nunca.
Grande sossego de já não haver sequer de que ter sossego!
Grande tranquilidade a que nem sabe encolher ombros
10 Por isto tudo, ter pensado o tudo
É o ter chegado deliberadamente a nada.
Grande alegria de não ter precisão de ser alegre,
Como uma oportunidade virada do avesso.
Há quantas vezes vivo
15 A vida vegetativa do pensamento!
Todos os dias sine linea1 – com
Sossego, sim, sossego...
Grande tranquilidade...
Que repouso, depois de tantas viagens, físicas e psíquicas!
20 Que prazer olhar para as malas fitando como para nada!
Dormita, alma, dormita!
Aproveita, dormita!
Dormita!
É pouco o tempo que tens! Dormita!
25 É a véspera de não partir nunca!
27-9-1934

Fernando Pessoa, Poesias de Álvaro de Campos,


Lisboa, Ática, 1944, p. 62.

1
Sine linea: sem (uma) linha [alusão aos pintores e escritores,
que deverão pintar ou escrever todos os dias alguma coisa].

70 pts.
1. Este poema evidencia uma atitude apática por parte do sujeito poético.
Justifica esta afirmação, explicando de que modo esta atitude do eu se concretiza ao longo do poema.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 347


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

2. Explicita o sentido da repetição da forma verbal «dormita» nos versos 21 a 24. 70 pts.

3. Seleciona a opção de resposta adequada para completar a afirmação abaixo apresentada. 60 pts.

Ao longo do poema, estão presentes vários processos que contribuem para lhe conferir ritmo e
cadência, destaca-se, nomeadamente, a presença, em simultâneo
A. da alternância entre versos longos e curtos e do predomínio de frases interrogativas.
B. de um esquema rimático fixo em todas as estrofes e do predomínio de frases interrogativas.
C. da alternância entre versos longos e curtos e da repetição de um verso como refrão.
D. de um esquema rimático fixo em todas as estrofes e da repetição de um verso como refrão.

348 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Questão de aula 5
Educação Literária – Fernando Pessoa, Mensagem

Nome N.° 12.° Data / /

Avaliação E. de Educação Professor/a

Lê o poema.

Os Colombos
Outros haverão de ter
O que houvermos de perder.
Outros poderão achar
O que, no nosso encontrar,
5 Foi achado, ou não achado,
Segundo o destino dado.
Mas o que a eles não toca
É a Magia que evoca
O Longe e faz dele história.
10 E por isso a sua glória
É justa auréola dada
Por uma luz emprestada.

Fernando Pessoa, Poemas publicados em vida II — Mensagem,


edição de Luiz Fagundes Duarte, Lisboa, INCM, 2020, p. 60.

1. Relaciona o título do poema com o sentido da anáfora do pronome indefinido «Outros» nos ver- 70 pts.

sos 1 e 3.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 349


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

2. Explicita o sentido dos versos 10 a 12, tendo em conta o contexto em que surgem. 70 pts.

3. Seleciona a opção de resposta adequada para completar a afirmação abaixo apresentada. 60 pts.

Este poema de Mensagem concretiza a exemplaridade dos navegadores lusos. De facto, a predesti-
nação dos portugueses para grandes feitos marítimos está evidente através da utilização
A. do conector «por isso» (verso 10) associado à maiusculização de vocábulos com valor metafórico.
B. do conector «por isso» (verso 10) associado ao nome «glória» (verso 10) e ao adjetivo «justa»
(verso 11).

C. da conjunção adversativa articulada com o nome «glória» (verso 10) e como adjetivo «justa»
(verso 11).

D. da conjunção adversativa articulada com a maiusculização de vocábulos com valor metafórico.

350 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Questão de aula 6
Educação Literária – Manuel da Fonseca, «Sempre é uma companhia»

Nome N.° 12.° Data / /

Avaliação E. de Educação Professor/a

Lê o texto e as notas.

Batola
Está nestes pensamentos o Batola quando, de súbito, lhe vem à ideia o velho Rata. Que belo
companheiro! Pedia de monte a monte, chegava a ir a Ourique, a Castro, à Messejana. Até fora
a Beja. Voltava cheio de novidades. Durante tardes inteiras, só de ouvi-lo parecia ao Batola que
andava a viajar por todo aquele mundo.
5 Mas o velho Rata matara-se. Na aldeia, ninguém ainda atina ao certo com a razão que levou
o mendigo a suicidar-se. Nos últimos tempos, o reumatismo tolhera-lhe as pernas, amarrando-
-o à porta do casebre. De quando em quando, o Batola matava-lhe a fome; mas nem trocavam
uma palavra. Que sabia agora o Rata? Nada. Encostado à parede de pernas estendidas, errava o
olhar enevoado pelos longes. Veio o verão com os dias enormes, a miséria cresceu. Uma tarde,
10 lá se arrastou como pôde e atirou-se para dentro do pego1 da ribeira da Alcaria.
Aos poucos o tempo apagou a lembrança do Rata, o mendigo. Só o Batola o recorda lá de
vez em quando. Mas, agora, abandonou a recordação e o vinho, e vai até ao almoço. Nunca
bebe durante as refeições.
Depois, o sol desanda para trás da casa. Começa a acercar-se a tardinha. Batola, que acaba
15 de dormir a sesta, já pode vir sentar-se, cá fora, no banco que corre ao longo da parede. A seus
pés, passa o velho caminho que vem de Ourique e continua para o sul. Por cima, cruzam os fios
da eletricidade que vão para Valmurado, uma tomada de corrente cai dos fios e entra, junto das
telhas, para dentro da venda.
E o Batola, por mais que não queira, tem de olhar todos os dias o mesmo: aí umas quinze
20 casinhas desgarradas e nuas; algumas só mostram o telhado escuro, de sumidas que estão no
fundo dos córregos2. Depois disso, para qualquer parte que volte os olhos, estende-se a solidão
dos campos. E o silêncio. Um silêncio que caiu, estiraçado3 por vales e cabeços, e que dorme
profundamente. Oh, que despropósito de plainos4 sem fim, todos de roda da aldeia, e desertos!
Carregado de tristeza, o entardecer demora anos. A noite vem de longe, cansada, tomba tão
25 vagarosamente que o mundo parece que vai ficar para sempre naquela magoada penumbra.
Lá vêm figurinhas dobradas pelos atalhos, direito às casas tresmalhadas da aldeia. Nenhu-
ma virá até à venda falar um bocado, desviar a atenção daquele poente dolorido. São ceifei-
ros, exaustos da faina, que recolhem. Breve, a aldeia ficará adormecida, afundada nas trevas.
E António Barrasquinho, o Batola, não tem ninguém para conversar, não tem nada que fazer.
30 Está preso e apagado no silêncio que o cerca.

Manuel da Fonseca, «Sempre é uma companhia»,


in O fogo e as cinzas, Lisboa, Caminho, p. 151.

1
Pego: parte mais funda de uma ribeira.
2
Córregos: caminhos apertados entre montes.
3
Estiraçado: estendido ao comprido.
4
Plainos: planícies.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 351


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

1. O velho Rata era um «belo companheiro» (linhas 1-2) para Batola. 70 pts.

Explicita por que motivo é só o Batola que «o recorda lá de vez em quando» (linhas 11-12).

2. Refere os efeitos que «a solidão dos campos» (linhas 21-22) provoca em Batola. 70 pts.

3. Seleciona a opção de resposta adequada para completar a afirmação abaixo apresentada. 60 pts.

Este conto de Manuel da Fonseca apresenta António Barrasquinho aprisionado na solidão dos mon-
tes alentejanos. Efetivamente, esta solidão é descrita, com pormenor, pelo narrador que, no sexto
parágrafo, recorre à hipérbole e à personificação para destacar
A. a rápida passagem do tempo, que acentua a o isolamento dos habitantes da aldeia de Alcaria.
B. a morosa passagem do tempo, que acentua o isolamento dos habitantes da aldeia de Alcaria.
C. a morosa passagem do tempo, que reduz o isolamento dos habitantes da aldeia de Alcaria.
D. a rápida passagem do tempo, que reduz o isolamento dos habitantes da aldeia de Alcaria.

352 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Questão de aula 7
Educação Literária – Maria Judite de Carvalho, «George»

Nome N.° 12.° Data / /

Avaliação E. de Educação Professor/a

Lê o texto e as notas.

George
Agora estão mais perto e ela encontra, ainda sem os ver, dois olhos largos, semicerrados,
uma boca fina, cabelos escuros, lisos, sobre um pescoço alto de Modigliani1. Mas nesse tempo,
dantes, não sabia quem era Modigliani e outros que tais, não eram lá de casa, os pais tinham
sido condenados pelas instâncias supremas à quase ignorância, gente de trabalho, diziam como
5 se os outros não trabalhassem, e sorriam um pouco com a superioridade dessa mesma ignorân-
cia se a ouviam falar de um livro, de um filme, de um quadro nem pensar, o único que tinham
visto talvez fosse a velha estampa desbotada do Angelus2 que estava na casa de jantar. Com
superioridade, pois, e também com certa indignação. Ou seria mesmo vergonha? Como quem
ouve um filho atrasado dizer inépcias3 diante de gente de fora, que depois, Senhor, pode ir
10 contar ao mundo o que ouviu. E rir. E rir.
Já não sabe, não quer saber, quando saiu da vila e partiu à descoberta da cidade grande,
onde, dizia-se lá em casa, as mulheres se perdem. Mais tarde partiu por além-terra, por além-
-mar. Fez loiros os cabelos, de todos os loiros, um dia ruivos por cansaço de si, mais tarde
castanhos, loiros de novo, esverdeados, nunca escuros, quase pretos, como dantes eram. Teve
15 muitos amores, grandes e não tanto, definitivos e passageiros, simples amores, casou-se, di-
vorciou-se, partiu, chegou, voltou a partir e a chegar, quantas vezes? Agora está – estava –, até
quando?, em Amsterdão.
Depois de ter deixado a vila, viveu sempre em quartos alugados mais ou menos modestos,
depois em casas mobiladas mais ou menos agradáveis. As últimas foram mesmo francamente
20 confortáveis. […]
Uma casa mobilada, sempre pensou, é a certeza de uma porta aberta de par em par, de mãos
livres, de rua nova à espera dos seus pés. As pessoas ficam tão estupidamente presas a um móvel,
a um tapete já gasto de tantos passos, aos bibelots acumulados ao longo das vidas e cheios de
recordações, de vozes, de olhares, de mãos, de gente, enfim. Pega-se numa jarra e ali está algo
25 de quem um dia aparecem com rosas. Tem alguns livros, mas poucos, como os amigos que
julga sinceros, sê-lo-ão? Aos outros livros, dá-os, vende-os a peso, que leve se sente depois!

Maria Judite de Carvalho, «George», in Seta despedida – Obras completas – Vol. V,


Lisboa, Minotauro, 2019, pp. 220-221.

1
Modigliani: artista figurativo francês, tornou-se célebre pelos seus retratos
femininos caracterizados por rostos e pescoços alongados.
2
Angelus: Arcanjo Gabriel.
3
Inépcias: tolices; imbecilidades.

1. Relaciona a expressão «dantes, não sabia quem era Modigliani» (linha 3) com a situação familiar des- 70 pts.

crita no primeiro parágrafo.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 353


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

2. Explica de que modo «Uma casa mobilada» (linha 21) permite a George manter o seu estilo de vida. 70 pts.

3. Seleciona a opção de resposta adequada para completar a afirmação abaixo apresentada. 60 pts.

No segundo parágrafo do texto, são apresentadas as mutações, quer físicas quer psicológicas, que
George foi sofrendo ao longo dos anos. Assim, o narrador destaca as diversas mudanças da cor do
cabelo, que revelam
A. o seu grito de revolta contra a sociedade e uma forma conservadora de ver a vida.
B. o seu grito de revolta contra a sociedade e uma assunção da sua liberdade.
C. um rompimento com o passado e uma forma conservadora de ver a vida.
D. um rompimento com o passado e uma assunção da sua liberdade.

354 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Questão de aula 8
Educação Literária – Poetas contemporâneos (Miguel Torga)

Nome N.° 12.° Data / /

Avaliação E. de Educação Professor/a

Lê o poema e as notas.

Regresso
Regresso às fragas1 de onde me roubaram.
Ah! minha serra, minha dura infância!
Como os rijos carvalhos me acenaram,
Mal eu surgi, cansado, na distância!
5 Cantava cada fonte à sua porta:
O poeta voltou!
Atrás ia ficando a terra morta
Dos versos que o desterro2 esfarelou.
Depois o céu abriu-se num sorriso,
10 E eu deitei-me no colo dos penedos
A contar aventuras e segredos
Aos deuses do meu velho paraíso.

Miguel Torga, Diário VI, in Antologia poética, Lisboa,


Dom Quixote, 2001, p. 290.

1
Fragas: rochas escarpadas; penhascos.
2
Desterro: lugar onde vive a pessoa que foi obrigada
a abandonar a sua terra.

1. O sujeito poético estabelece uma relação de intimidade e familiaridade com os elementos naturais. 70 pts.

Justifica esta afirmação, explicando de que modo esta relação se concretiza ao longo do poema.

2. Explicita de que modo o papel de poeta do eu se torna evidente no poema. 70 pts.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 355


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

3. Seleciona a opção de resposta adequada para completar a afirmação abaixo apresentada. 60 pts.

O poema «Regresso», de Miguel Torga, está dominado pelo seu forte sentimento telúrico. Esta
intensa relação com a sua terra natal é demonstrada através do recurso a
A. adjetivos reveladores da emotividade do eu e à metaforização do seu regresso.
B. vocábulos associados à Natureza e à personificação de várias referências naturais.
C. adjetivos reveladores da emotividade do eu e à personificação de várias referências naturais.
D. vocábulos associados à Natureza e à metaforização do seu regresso.

356 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Questão de aula 9
Educação Literária – José Saramago, Memorial do convento

Nome N.° 12.° Data / /

Avaliação E. de Educação Professor/a

Lê o texto e as notas.

Baltasar pertencia a Blimunda


Milhares de léguas andou Blimunda, quase sempre descalça. A sola dos seus pés tornou-se
espessa, fendida como uma cortiça. Portugal inteiro esteve debaixo destes passos, algumas
vezes atravessou a raia de Espanha porque não via no chão qualquer risco a separar a terra de
lá da terra de cá, só ouvia falar outra língua, e voltava para trás. Em dois anos, foi das praias e
5 das arribas do oceano à fronteira, depois recomeçou a procurar por outros lugares, por outros
caminhos, e andando e buscando veio a descobrir como é pequeno este país onde nasceu, Já
aqui estive, já aqui passei, e dava com rostos que reconhecia, Não se lembra de mim, chama-
vam-me Voadora, Ah, bem me lembro, então achou o homem que procurava, O meu homem,
Sim, esse, Não achei, Ai pobrezinha, Ele não terá aparecido por aqui depois de eu ter passado,
10 Não, não apareceu, nem nunca ouvi falar dele por estes arredores, Então cá vou, até um dia,
Boa viagem, Se o encontrar.
Encontrou-o. Seis vezes passara por Lisboa, esta era a sétima. Vinha do Sul, dos lados de
Pegões. Atravessou o rio, quase noite, na última barca que aproveitava a maré. Não comia há
quase vinte e quatro horas. Trazia algum alimento no alforge1, mas, de cada vez que ia levá-lo à
15 boca, parecia que sobre a sua mão outra mão se pousava, e uma voz lhe dizia, Não comas, que
o tempo é chegado. Sob as águas escuras do rio, via passar os peixes a grande profundidade,
cardumes de cristal e prata, longos dorsos escamosos ou lisos. A luz interior das casas coava-se
através das paredes, difusa como um farol no nevoeiro. Meteu-se pela Rua Nova dos Ferros,
virou para a direita na igreja de Nossa Senhora da Oliveira, em direção ao Rossio, repetia um
20 itinerário de há vinte e oito anos. Caminhava no meio de fantasmas, de neblinas que eram gen-
te. Entre os mil cheiros fétidos da cidade, a aragem noturna trouxe-lhe o da carne queimada.
Havia multidão em S. Domingos, archotes, fumo negro, fogueiras. Abriu caminho, chegou-se
às filas da frente, Quem são, perguntou a uma mulher que levava uma criança ao colo, De três
sei eu, aquele além e aquela são pai e filha que vieram por culpas de judaísmo, e o outro, o da
25 ponta, é um que fazia comédias de bonifrates2 e se chamava António José da Silva3, dos mais
não ouvi falar.
São onze os supliciados. A queima já vai adiantada, os rostos mal se distinguem. Naquele
extremo arde um homem a quem falta a mão esquerda. Talvez por ter a barba enegrecida,
prodígio cosmético da fuligem, parece mais novo. E uma nuvem fechada está no centro do seu
30 corpo. Então Blimunda disse, Vem. Desprendeu-se a vontade de Baltasar Sete-Sóis, mas não
subiu para as estrelas, se à terra pertencia e a Blimunda.

José Saramago, Memorial do convento, Lisboa,


Porto Editora, 2022, pp. 398-399.

1
Alforge: saco que se traz ao ombro ou sobre a montada.
2
Bonifrates: marionetas; fantoches.
3
António José da Silva: poeta, comediógrafo e advogado, dito «O Judeu», foi queimado num auto de fé, em 1739.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 357


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

1. Explicita o sentido da expressão «Portugal inteiro esteve debaixo destes passos» (linha 2), tendo em 70 pts.

conta o contexto em que ocorre.

2. Interpreta o motivo que levou Blimunda a não comer o que levava no alforge. 70 pts.

3. Seleciona a opção de resposta adequada para completar a afirmação abaixo apresentada. 60 pts.

O excerto final de Memorial do convento ilustra diversas características da escrita de José Saramago:
o tom oralizante do discurso do narrador, que é acentuado, nomeadamente, , e o recurso a
hipérboles e comparações, que evidenciam a resiliência e a tenacidade de Blimunda, nas .
A. pela transgressão das regras de reprodução do discurso direto … linhas 1 e 2
B. pelo uso recorrente de construções anafóricas … linhas 1 e 2
C. pela transgressão das regras de reprodução do discurso direto … linhas 11 e 12
D. pelo uso recorrente de construções anafóricas … linhas 11 e 12

358 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Questão de aula 10
Educação Literária – José Saramago, O ano da morte de Ricardo Reis

Nome N.° 12.° Data / /

Avaliação E. de Educação Professor/a

Lê o texto e as notas.

Marcenda
E aquela rapariga simpática, fina, a do braço paralítico, você chegou a dizer-me como ela se
chamava, Marcenda, É um gerúndio bonito, tem-na visto, Encontrei-a da última vez que es-
teve em Lisboa, o mês passado, Você gosta dela, Não sei, E da Lídia, gosta, É diferente, Mas
gosta, ou não gosta, Até agora o corpo não se me negou, E isso que é que prova, Nada, pelo
5 menos de amores, mas deixe de fazer perguntas sobre a minha intimidade, diga-me antes por
que é que não tornou a aparecer, Usando uma só palavra, por enfado, De mim, Sim, também
de si, não por ser você, mas por estar desse lado, Que lado, O dos vivos, é difícil a um vivo
entender os mortos, Julgo que não será menos difícil a um morto entender os vivos, O morto
tem a vantagem de já ter sido vivo, conhece todas as coisas deste mundo e desse mundo, mas os
10 vivos são incapazes de aprender a coisa fundamental e tirar proveito dela, Qual, Que se morre,
Nós, vivos, sabemos que morreremos, Não sabem, ninguém sabe, como eu também não sabia
quando vivi, o que nós sabemos, isso sim, é que os outros morrem, Para filosofia, parece-me
insignificante, Claro que é insignificante, você nem sonha até que ponto tudo é insignificante
visto do lado da morte, Mas eu estou do lado da vida, Então deve saber que coisas, desse lado,
15 são significantes, se as há, Estar vivo é significante, Meu caro Reis, cuidado com as palavras, viva
está a sua Lídia, viva está a sua Marcenda, e você não sabe nada delas, nem o saberia mesmo que
elas tentassem dizer-lho, o muro que separa os vivos uns dos outros não é menos opaco que
o que separa os vivos dos mortos, Para quem assim pense, a morte, afinal, deve ser um alívio,
Não é, porque a morte é uma espécie de consciência, um juiz que julga tudo, a si mesmo e à
20 vida, Meu caro Fernando, cuidado com as palavras, você arrisca-se muito, Se não dissermos
as palavras todas, mesmo absurdamente, nunca diremos as necessárias, E você, já as sabe, Só
agora comecei a ser absurdo, Um dia você escreveu Neófito1, não há morte, Estava enganado,
há morte, Di-lo agora porque está morto, Não, digo-o porque estive vivo, digo-o, sobretudo,
porque nunca mais voltarei a estar vivo, se você é capaz de imaginar o que isto significa, não
25 voltar a estar vivo, Assim Pero Grulho2 ensinaria, Nunca tivemos melhor filósofo.

José Saramago, O ano da morte de Ricardo Reis, Lisboa, Porto Editora, 2021, pp. 322-323.

1
Neófito: pessoa que aderiu recentemente a uma religião, causa, doutrina, entre outros.
2
Pero Grulho: figura literatura tradicional cuja origem histórica é difícil de determinar, contador de banalidades
ou de tautologias retóricas.

1. Atenta nas linhas 1 a 15.


Compara a visão de Ricardo Reis e de Fernando Pessoa sobre a efemeridade da vida humana. 70 pts.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 359


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

2. Explicita o sentido da expressão «o muro que separa os vivos uns dos outros não é menos opaco 70 pts.

que o que separa os vivos dos mortos» (linhas 17-18), tendo em conta o contexto em que surge.

3. Seleciona a opção de resposta adequada para completar a afirmação abaixo apresentada. 60 pts.

Este excerto de O ano da morte de Ricardo Reis ilustra diversas características da escrita de José
Saramago: o tom oralizante do discurso do narrador, que é acentuado, nomeadamente, ,
e o jogo linguístico entre palavras para evidenciar as perspetivas individuais das personagens, nas
.
A. pela transgressão das regras de reprodução do discurso direto … linhas 1 a 3
B. pelo uso recorrente de construções anafóricas … linhas 1 a 3
C. pela transgressão das regras de reprodução do discurso direto … linhas 13 a 15
D. pelo uso recorrente de construções anafóricas … linhas 13 a 15

360 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Questão de aula 1
Gramática – Fernando Pessoa, Poesia do ortónimo

Nome N.° 12.° Data / /

Avaliação E. de Educação Professor/a

Lê o texto.

Fernando Pessoa «voltou» à Terceira para encontrar


um Arquipélago de Escritores
Quando desembarcou em Angra do Heroísmo, nos Açores, a 7 de maio de 1902, o jovem
Fernando Pessoa contava então 13 anos. A chegada à ilha onde nascera a sua mãe aconteceu
um dia depois do previsto devido ao mau tempo, uma circunstância tipicamente insular.
Explorar o capítulo açoriano de Pessoa ajuda a compreender a intrigante vida do poeta,
5 conhecido por raras vezes ter saído de Lisboa. Também por se tratar de um episódio menos
conhecido do maior autor moderno português, o festival Arquipélago de Escritores, que se
realizou no último fim de semana na Terceira depois de ter decorrido em São Miguel, incenti-
vou a discussão sobre um Pessoa revisitado, contando, para tal, com Richard Zenith, autor da
monumental Pessoa. Uma biografia.
10 Depois de Durban e Lisboa, «conhecer a Terceira foi mais um contraste» para o jovem,
assinala Zenith em conversa com o Público, após a sessão no evento. A passagem por Angra
decorreu durante umas férias de família, que se tornaram importantes para o poeta retomar o
contacto com a língua portuguesa.
Na Terceira, criou o jornal caseiro A palavra (já tinha criado O Palrador em Lisboa), ba-
15 seado em notícias reais, outras inventadas, poesia, charadas e humor. «Há sempre humor em
Pessoa.» Numa das três edições, por exemplo, escreveu uma reportagem fictícia sobre um nau-
frágio provocado por um ciclone, provavelmente inspirado pela tempestade que assolava a ilha.
É n’A palavra que é publicado o poema Quando ela passa, assinado por Dr. Pancrácio, que
evoca a morte de uma mulher que passava rotineiramente pela janela do sujeito poético. Se a
20 morte de uma irmã foi apresentada por muitos como a justificação para o tom do texto, Zenith,
corroborando Jorge de Sena, acredita que se tratava de uma espécie de exercício de escrita:
«Nota-se muito a influência do poema Pobre tísica, de António Nobre. Também notei influên-
cias de poetas ingleses. Nessa altura, Pessoa fazia muito isso: imitava poemas de que gostava,
transformando-os. Era uma forma de se ensinar.»

Rui Pedro Paiva, in Público


(texto consultado em https://www.publico.pt, em dezembro de 2022).

1. A oração subordinada «onde nascera a sua mãe» (linha 2) classifica-se como 20 pts.

A. adjetiva relativa restritiva e exerce a função sintática de modificador do nome restritivo.


B. adjetiva relativa explicativa e exerce a função sintática de modificador do nome apositivo.
C. substantiva relativa e exerce a função sintática de complemento do nome.
D. substantiva completiva e exerce a função sintática de complemento do adjetivo.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 361


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

2. Em «acredita que se tratava de uma espécie de exercício de escrita» (linha 21) está presente a mo- 20 pts.

dalidade
A. apreciativa.
B. deôntica, com valor modal de permissão.
C. epistémica, com valor modal de certeza.
D. epistémica, com valor modal de probabilidade.

3. Tal como em «desembarcou» (linha 1), o valor aspetual perfetivo está presente em 20 pts.

A. «contava» (linha 2).


B. «nascera» (linha 2).
C. «assinala» (linha 11).
D. «Há» (linha 15).

4. A frase «Explorar o capítulo açoriano de Pessoa ajuda a compreender a intrigante vida do poeta» 20 pts.

(linha 4) concretiza um ato ilocutório

A. assertivo.
B. compromissivo.
C. diretivo.
D. expressivo.

5. No segmento «transformando-os» (linha 24), a retoma do antecedente «poemas de que gostava» 20 pts.

(linha 23) é feita através de uma anáfora

A. por substituição.
B. por repetição.
C. conceptual.
D. por elipse.

6. Identifica a função sintática desempenhada pelas expressões seguintes. 80 pts.

a) «importantes» (linha 12)

b) «pela janela do sujeito poético» (linha 19)

c) «Jorge de Sena» (linha 21)

d) «de se ensinar» (linha 24)

7. Indica o tipo de dêixis apresentado no segmento «Também notei influências de poetas ingleses.» 20 pts.

(linhas 22-23).

362 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Questão de aula 2
Gramática – Fernando Pessoa, Poesia dos heterónimos (Alberto Caeiro)

Nome N.° 12.° Data / /

Avaliação E. de Educação Professor/a

Lê o texto.

Editora norte-americana New Directions publica obra completa


de Alberto Caeiro
A New Directions, importante editora de Nova Iorque, vai publicar, a 28 de julho, uma edi-
ção em inglês da obra completa de Alberto Caeiro. A edição é de Jerónimo Pizarro e Patricio
Ferrari, responsáveis pelo volume publicado em 2016 pela portuguesa Tinta-da-China, em que
este é baseado. A tradução é de Margaret Jull Costa, premiada tradutora de português para a
5 língua inglesa, condecorada com a Ordem do Infante D. Henrique em 2018, e de Ferrari.
Com poemas em português e inglês, esta edição bilingue, em capa mole, inclui uma intro-
dução escrita por Pizarro e Ferrari, fac-símiles dos cadernos de Pessoa e excertos sobre Caeiro
e a sua obra do ortónimo e heterónimos, nomeadamente Álvaro de Campos, Ricardo Reis, An-
tónio Mora e I. I. Crosse. Na altura do lançamento da edição em português, Jerónimo Pizarro
10 explicou ao Observador que, tanto para si como para Patricio Ferrari, «era muito importante
publicar a poesia e os muitos, muitos textos que Pessoa tinha escrito sobre Caeiro. Não havia
necessidade de separar a compreensão de Caeiro da leitura de Caeiro».
Sobre o papel de Caeiro na obra de Pessoa, o especialista explicou que o heterónimo está
no centro da ficção pessoana, não por ser o «mestre», mas por «ter sido direcionado para estar
15 no centro». «Uma das coisas mais apaixonantes em ler a poesia e a componente da prosa juntas
é perceber Caeiro não como um centro, mas como um centro em processo», explicou. Isto
porque, até à morte de Fernando Pessoa, o autor de O guardador de rebanhos nunca deixou de
ser um work in progress. «Caeiro pode parecer uma coisa constituída, fixa, mas foi a vida toda de
Pessoa uma personagem que estava a ser construída. Em 1935, ainda não tinha acabado de ser
20 construído.» É isso que a edição pretende apresentar.
The Complete Works of Alberto Caeiro surge na sequência da publicação, em 2017, pela New
Directions de The Book of Disquiet: The Complete Edition, também com edição de Pizarro e tra-
dução de Jull Costa. Muito elogiada pela crítica, foi considerada por alguns a melhor tradução
do Livro do desassossego alguma vez feita para inglês. A editora nova-iorquina, fundada em 1936
25 por James Laughlin depois de uma sugestão feita por Erza Pound, pretende ainda lançar dois
volumes dedicados à poesia de Ricardo Reis e Álvaro de Campos.

Rita Cipriano, in Observador


(texto adaptado, consultado em https://observador.pt, em dezembro de 2022).

1. O pronome relativo «que» na oração «que Pessoa tinha escrito sobre Caeiro» (linha 11) desempenha 20 pts.

a função sintática de
A. sujeito.
B. complemento direto.
C. complemento indireto.
D. complemento oblíquo.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 363


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

2. As frases «esta edição bilingue, em capa mole, inclui uma introdução escrita por Pizarro e Ferrari» 20 pts.

(linhas 6-7) e «“Uma das coisas mais apaixonantes em ler a poesia e a componente da prosa juntas, é
perceber Caeiro não como um centro, mas como um centro em processo”» (linhas 15-16) exprimem a
modalidade
A. epistémica, no primeiro caso, e a modalidade apreciativa, no segundo caso.
B. apreciativa, no primeiro caso, e a modalidade epistémica, no segundo caso.
C. epistémica, em ambos os casos.
D. apreciativa, em ambos os casos.

3. Nas linhas 7 a 21, o recurso à palavra «Caeiro» contribui para a coesão 20 pts.

A. gramatical frásica.
B. gramatical referencial.
C. lexical por reiteração.
D. lexical por substituição por meronímia.

4. A frase «Caeiro pode parecer uma coisa constituída, fixa, mas foi a vida toda de Pessoa uma perso- 20 pts.

nagem que estava a ser construída.» (linhas 18-19) concretiza um ato ilocutório
A. assertivo.
B. compromissivo.
C. diretivo.
D. expressivo.

5. No segmento «o especialista explicou que o heterónimo está no centro da ficção pessoana» (linhas 20 pts.

13-14), a retoma do antecedente «Caeiro» (linha 13) é feita através de uma anáfora

A. conceptual.
B. por repetição.
C. por elipse.
D. por substituição.

6. Identifica a função sintática desempenhada pelas expressões seguintes. 80 pts.

a) «a 28 de julho» (linha 1)

b) «esta edição bilingue» (linha 6)

c) «muito importante» (linha 10)

d) «da leitura de Caeiro» (linha 12)

7. Classifica a oração subordinada presente na frase «É isso que a edição pretende apresentar.» (linha 20). 20 pts.

364 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Questão de aula 3
Gramática – Fernando Pessoa, Poesia dos heterónimos (Ricardo Reis)

Nome N.° 12.° Data / /

Avaliação E. de Educação Professor/a

Lê o texto.

A vida não é uma comunhão solene


Tarcísio era o protagonista do discurso que me escreveram para ler no púlpito da igreja
quando fiz a Comunhão Solene. Era um símbolo de estoicismo e coragem. Talvez nenhum
miúdo em dia de festa tenha prestado atenção ao discurso, mas falava da sua valentia e das ca-
tacumbas para onde foi recolhido já morto.
5 Eu tinha 9 anos quando fui incumbida de ler as memórias de Tarcísio, mas fiquei doente.
Uma hepatite varria o ciclo preparatório e eu fui apanhada na correnteza.
Lembro-me de ter saído à noite para festejar o São João com os meus pais. Talvez a última
noite em que saímos os três e me pareceu ser um tempo feliz com o meu pai sempre exuberan-
te a meter-se com as miúdas e a minha mãe contida (como sempre foi) a desculpá-lo. A nossa
10 noite a três. De manhã acordei e já não consegui ir à casa de banho. Era o fígado em contrição.
A hepatite apanhou-me fraca e manteve-me ali cativa na minha pequena cama branca de
ferro, um mês. Quando por fim me levantei o meu peso não tinha existência quase. Nesse mês
vi-me privada de muitos sabores e descobri o prazer de comer coisas que antes não tinham
importância nenhuma: eu esperava com expectativa o momento de poder comer um pedaço
15 de pão com marmelada ou goiabada. Ganhava o dia com isso. E com a salada fresca temperada
com limão.
Na cama branca de ferro com uma saúde nada férrea sonhei com tudo e com Tarcísio: tinha-
-me comprometido a decorar o discurso que falava sobre a coragem dele, mas faltavam-me
as forças todas. E a memória empurrava-me o texto para depois. Longo esse discurso sobre o
20 miúdo que a fúria romana trucidara sem compaixão.
Quando por fim me levantei, já recomposta, voltei para os últimos dias de escola e fui tam-
bém tocar à campainha do padre para lhe dizer (agora penso que a voz já era esta, séria para a
idade) que aquele discurso era demasiado longo para uma criança como eu. E ele concordou
em reduzi-lo.
25
Quando 40 anos depois olho para uma fotografia que guarda esse dia, vejo-me com um pen-
teado de Princesa Leia e mãos abertas num púlpito que expunha a minha magreza e a tentativa
de descrever o feito estoico do pequeno Tarcísio.
Tantas coisas pode contar uma fotografia. Uma fotografia a sério de papel levemente tocada
pelo tempo, e onde se condensa não um dia, mas décadas, uma forma de vida.

Inês Meneses, in Público (texto com supressões, consultado em https://publico.pt, em dezembro de 2022).

1. Na expressão «para ler no púlpito da igreja quando fiz a Comunhão Solene» (linhas 1-2), os vocábulos 20 pts.

«para» e «quando» introduzem


A. orações subordinadas adverbiais finais, em ambos os casos.
B. orações subordinadas adverbiais temporais, em ambos os casos.
C. uma oração subordinada adverbial final, no primeiro caso, e uma oração subordinada
adverbial temporal, no segundo.
D. uma oração subordinada adverbial temporal, no primeiro caso, e uma oração subordinada
adverbial final, no segundo.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 365


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

2. Em «Quando por fim me levantei» (linha 12), o pronome encontra-se anteposto ao verbo, porque está 20 pts.

A. integrado numa oração subordinante.


B. integrado numa oração subordinada.
C. dependente de um advérbio.
D. dependente de uma oração coordenada.

3. Tal como em «falava» (linha 3), o valor aspetual imperfetivo está presente em
20 pts.
A. «escreveram» (linha 1).
B. «fiquei» (linha 5).
C. «consegui» (linha 10).
20 pts.
D. «era» (linha 22).

4. No segmento «mas faltavam-me as forças todas. E a memória empurrava-me» (linhas 18-19), o prono-
me pessoal «me» desempenha a função sintática de
A. complemento direto.
B. complemento indireto.
C. complemento indireto e de complemento direto, respetivamente.
20 pts.
D. complemento direto e de complemento indireto, respetivamente.

5. Os vocábulos sublinhados no segmento «tinha-me comprometido a decorar o discurso que falava


sobre a coragem dele» (linhas 17-18) pertencem à classe
A. dos determinantes.
B. das preposições.
C. dos determinantes e das preposições, respetivamente.
80 pts.
D. das preposições e dos determinantes, respetivamente.

6. Identifica a função sintática desempenhada pelas expressões seguintes.


a) «de estoicismo e coragem» (linha 2)

b) «de ler as memórias de Tarcísio» (linha 5)

c) «com as miúdas» (linha 9)

d) «que» (linha 20)


20 pts.

7. No segmento «vejo-me com um penteado de Princesa Leia» (linhas 25-26), há a presença de deíticos
A. temporais e pessoais.
B. espaciais e pessoais.
C. espaciais e temporais.
D. pessoais.

366 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Questão de aula 4
Gramática – Fernando Pessoa, Poesia dos heterónimos
(Álvaro de Campos)

Nome N.° 12.° Data / /

Avaliação E. de Educação Professor/a

Lê o texto.

Fernando Pessoa: porque é que o mundo se apaixonou por ele?


O colombiano Jorge Uribe conheceu Fernando Pessoa da forma mais improvável: «A pri-
meira vez que li Pessoa tinha 15 anos e li-o numa edição pirata» em espanhol. Pode parecer
estranho, mas, naquela época, em Bogotá, a sua cidade natal, era hábito os alfarrabistas pro-
duzirem obras de autores que eram de difícil acesso. E Pessoa era um deles. «Era uma edição
5 muito má, que não tinha uma nota introdutória. Não tinha nada, era uma coisa muito precá-
ria», recordou, sentado no café Flagrante Delitro, da Casa Fernando Pessoa, em Lisboa. «Tinha
sido feita por um alfarrabista que imprimiu umas folhas, reuniu uns poemas, e eu nem sequer a
comprei! Foi-me dada por um amigo que a tinha lido e que me disse “olha, isto aqui é bom!”.»
O livro tinha dois ou três poemas de Álvaro de Campos, poemas de Fernando Pessoa,
10 Ricardo Reis e Alberto Caeiro. «Mas não tinha mais nada!» E Jorge Uribe, então com 15
anos, deixou-se enganar pelas assinaturas: leu-o como se os poemas tivessem sido escritos por
quatro autores diferentes e não por um escritor só, com várias pessoas dentro de si. «Eu não
era propriamente a figura mais informada acerca da literatura europeia… Foi um luxo que só
uma pessoa com um contacto muito marginal com a literatura portuguesa poderia ter. Nin-
15 guém em Portugal pode ler Pessoa dessa forma porque essa informação existe há muito tempo.
A primeira coisa que se diz sobre Fernando Pessoa é que é um autor que tem heterónimos,
como se fosse uma doença qualquer», disse meio a brincar. «Eu não.»
Enganado pela edição pirateada, Uribe tirou as suas próprias conclusões. «O resultado foi
muito simples: gostei muito de Álvaro de Campos, fiquei muito impressionado; gostei de um
20 poema ou dois de Fernando Pessoa (achei interessante, que tinha umas frases bem feitas) e de-
testei Ricardo Reis. Achei aquilo insuportável. O Alberto Caeiro não me disse nada. A pergunta
que me fiz naquele momento foi porque é que meteram quatro autores, que não tinham nada
a ver uns com os outros, no mesmo livro. E uns eram tão bons e outros tão maus! Achei que
era um problema editorial.»
25 Jorge Uribe andou enganado durante cerca de um ano. Até porque «naquela época não
havia Google». «Até que, finalmente, fui falando com pessoas, em círculos mais informados,
e disseram-me que «não, isso não é assim, ele é todos esses [autores]». «E aí fiquei muito im-
pressionado!», contou ao Observador. «Em boa parte porque não consegui entender porque é
que um homem que podia escrever daquela forma escolheu voluntariamente escrever da outra,
30 que não era boa. Isso causou-me muita perplexidade.»
ncultura (texto com supressões, consultado em https://ncultura.pt, em dezembro de 2022).

1. No segmento «li-o numa edição pirata» (linha 2), a retoma do antecedente «Fernando Pessoa» 20 pts.

(linha 1) é feita através de uma anáfora

A. por substituição.
B. por repetição.
C. conceptual.
D. por elipse.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 367


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

2. Nas orações «que não tinha uma nota introdutória» (linha 5) e «que era um problema editorial» (linhas 20 pts.

23-24), as palavras sublinhadas são

A. uma conjunção, no primeiro caso, e um pronome, no segundo.


B. um pronome, no primeiro caso, e uma conjunção, no segundo.
C. pronomes, em ambos os casos.
D. conjunções, em ambos os casos.

3. Através das expressões «Pode parecer estranho» (linhas 2-3) e «escolheu voluntariamente escrever da 20 pts.

outra» (linha 29), transmite-se uma ideia de


A. possibilidade, em ambos os casos.
B. certeza, em ambos os casos.
C. possibilidade, no primeiro caso, e certeza, no segundo.
D. certeza, no primeiro caso, e possibilidade, no segundo.

4. A oração iniciada por «que» em «achei interessante, que tinha umas frases bem feitas» (linha 20) é 20 pts.

subordinada substantiva
A. completiva, com função de sujeito.
B. completiva, com função de complemento direto.
C. relativa, com função de complemento direto.
D. relativa, com função de sujeito.

5. O segmento «gostei muito de Álvaro de Campos, fiquei muito impressionado» (linha 19) concretiza 20 pts.

um ato ilocutório
A. assertivo.
B. compromissivo.
C. diretivo.
D. expressivo.

6. Identifica a função sintática desempenhada pelas expressões seguintes. 80 pts.

a) «os alfarrabistas produzirem obras de autores que eram de difícil acesso» (linhas 3-4)

b) «por um alfarrabista que imprimiu umas folhas» (linha 7)

c) «insuportável» (linha 21)

d) «muita perplexidade» (linha 30)

7. Indica o tipo de dêixis apresentado na frase «O Alberto Caeiro não me disse nada.» (linha 21). 20 pts.

368 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Questão de aula 5
Gramática – Fernando Pessoa, Mensagem

Nome N.° 12.° Data / /

Avaliação E. de Educação Professor/a

Lê o texto.

Os Portugueses
As nossas raízes são Celtas, Lusitanas, Judaicas, Fenícias, Cartaginesas, Gregas, Romanas,
Suevas, Visigóticas, Muçulmanas. Da soma destes povos emergiu um povo celtibérico, latino,
católico, com laivos mouros, judaicos e germânicos.
De todos os povos pré-Portugal, apropriámo-nos acima de tudo dos Lusitanos, embeveci-
5 dos com a contenda de Viriato contra o Império Romano. Dessa lenda viva e de outros feitos,
em que, apesar de pequenos nos fizemos grandes, brotou este nosso complexo de um misto de
inferioridade e de superioridade.
Volvidos mais de mil anos, uma outra personagem deu fulgor a esta narrativa, quando
D. Afonso Henriques se autointitulou Rei dos Portugueses e fundou uma das mais antigas na-
10 ções do mundo, com um território e uma língua quase milenares.
Por causa das nossas origens e das nossas viagens, apesar de nos situarmos no canto da
Europa, não temos uma identidade periférica. Somos uma grande mistura, mas uma mistura
unida pela nossa língua e pelos feitos gloriosos do nosso passado, dos nossos navegadores, tão
bem descritos pelos nossos poetas mortos.
15 Sabemos que somos Portugueses porque somos Camões. Somos Pessoa. Somos saudade.
Somos caravelas ao vento, eternamente rumo a um destino por descobrir. Somos o homem do
leme e a padeira de Aljubarrota. Somos chico-espertos, mas com honra, plenos da sabedoria dos
nossos provérbios populares e dos escritos dos nossos antigos pensadores como Fernão Lopes,
Sena, Herculano, Gil Vicente, Teófilo, Antero, Garrett, Oliveira Martins, Eça, Aquilino, António
20 Vieira, António Sérgio, Torga, Camilo, Régio, Sophia, Augustina, e tantos outros.
Apesar de carregarmos na alma a melancolia de um passado nobre e grandioso, somos um
povo amistoso, de sorriso fácil. Haja saúde e esperança, porque quem espera sempre alcança,
dizemos nós. Como se estivéssemos sempre à espera de um milagre, de um Euromilhões, de-
masiado apostados na sorte. Parte dessa característica derivará do nosso catolicismo por oposi-
25 ção a um protestantismo mais devoto do trabalho e da acumulação de riqueza.
Adoramos a nossa História e temos orgulho nas nossas origens. Sabemos receber como nin-
guém e estamos sempre prontos para mostrar as nossas mil e uma maravilhas. O fado, o futebol
e as praias, recebendo quem vem de fora nas nossas mesas carregadas de pão, azeite, queijo,
azeitonas, vinho e outras tantas iguarias.

Nuno Medeiros Carrapatoso, in Observador


(texto com supressões, consultado em https://observador.pt, em dezembro de 2022).

1. O pronome pessoal «nos» no segmento «apesar de pequenos nos fizemos grandes» (linha 6) 20 pts.

desempenha a função sintática de


A. sujeito.
B. complemento direto.
C. complemento indireto.
D. complemento oblíquo.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 369


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

2. No contexto em que ocorre, o recurso aos vocábulos «mas» (linha 17) e «porque» (linha 22) contribui 20 pts.

para a coesão
A. gramatical interfrásica.
B. gramatical referencial.
C. gramatical frásica.
D. lexical.

3. Em «se autointitulou Rei dos Portugueses» (linha 9), o pronome encontra-se anteposto ao verbo, 20 pts.

porque está
A. integrado numa oração subordinante.
B. dependente de um advérbio.
C. dependente de uma oração coordenada.
D. integrado numa oração subordinada.

4. A frase «Adoramos a nossa História e temos orgulho nas nossas origens» (linha 26) concretiza um ato 20 pts.

ilocutório
A. assertivo.
B. expressivo.
C. diretivo.
D. compromissivo.

5. A oração iniciada por «quem» em «recebendo quem vem de fora nas nossas mesas» (linha 28) é su- 20 pts.

bordinada substantiva
A. completiva, com função de sujeito.
B. completiva, com função de complemento direto.
C. relativa, com função de complemento direto.
D. relativa, com função de sujeito.

6. Identifica a função sintática desempenhada pelas expressões seguintes. 80 pts.

a) «Da soma destes povos» (linha 2)

b) «de inferioridade e de superioridade» (linhas 6-7)

c) «um povo amistoso» (linhas 21-22)

d) «sempre alcança» (linha 22)

7. Classifica a oração iniciada por «para» na linha 27. 20 pts.

370 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Questão de aula 6
Gramática – Manuel da Fonseca, «Sempre é uma companhia»

Nome N.° 12.° Data / /

Avaliação E. de Educação Professor/a

Lê o texto.

Raiva, de Sérgio Tréfaut: aconteceu no Alentejo


A história parte de um caso real, no Alentejo profundo, nos anos 30. As notícias dos jornais
falavam de um louco que, sem motivo aparente, matara um lavrador e a sua família, e que, de
seguida, oferecera grande resistência à guarda, matando, mesmo, o chefe da polícia. E estranha-
va-se o facto de este impiedoso assassino ter tantos homens no seu funeral. Manuel da Fonseca,
5 grande expoente do neorrealismo português, correu atrás da história, nos anos 50, para lhe
descobrir a verdade escondida: na base estava uma luta de classes, o assassino era afinal vítima
do senhor das terras, que, por vingança, lhe bloqueara todos os caminhos para sustentar a sua
família numerosa. Perante o desespero e a miséria, num sistema em que o senhor controlava
tudo e todos, vingara-se num aparatoso tiroteio. Ingredientes de um faroeste à portuguesa,
10 convertidos no romance Seara de vento, agora adaptado ao cinema por Sérgio Tréfaut, com o
nome Raiva.
Tréfaut tem o olhar preciso sobre o Alentejo, com um respeito absoluto sobre a essência da
obra. Mas apenas ao primeiro olhar pode parecer que este é um filme tardio de neorrealismo.
Há uma certa artificialidade estética assumida, contrária ao naturalismo neorrealista dos italia-
15 nos. Os enquadramentos são perfeitos, a montagem precisa, a fotografia deslumbrante (magní-
fico trabalho de Acácio de Almeida). Há uma contenção de gestos, um tratamento magnífico
do silêncio, típico da maneira de estar alentejana. O filme é feito de um poderoso jogo de silên-
cios e sombras, de esgares que valem por mil palavras, mas também da dureza do quotidiano,
da miséria e de Bento, filho deficiente em que se centram todas as emoções.
20 O filme, a preto-e-branco, constrói-se com lentidão e ponderação, mas sem nada de supér-
fluo. Estruturalmente, é um spoiler de si próprio. Começa-se pelo final, a cena do tiroteio, e de-
pois percorre-se a história em analepse, deixando o espetador desperto para o lado psicológico
das personagens, descolando-se aí do pendor idealista romântico do romance.

Manuel Halpern, in Visão


(texto com supressões, consultado em https://visao.sapo.pt, em dezembro de 2022).

1. Em todas as orações subordinadas adjetivas relativas apresentadas, o pronome «que» desempenha 20 pts.

a função sintática de sujeito, exceto na oração


A. «que […] matara um lavrador e a sua família» (linha 2).
B. «que […] oferecera grande resistência à guarda» (linhas 2-3).
C. «que o senhor controlava tudo e todos» (linhas 8-9).
D. «que valem por mil palavras» (linha 18).

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 371


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

2. Em «no seu funeral» (linha 4), «seu» remete para 20 pts.

A. «um lavrador e a sua família» (linha 2).


B. «o chefe da polícia» (linha 3).
C. «este impiedoso assassino» (linha 4).
D. «tantos homens» (linha 4).

3. No contexto em que ocorrem, o recurso ao vocábulo «lhe» (linha 7), por um lado, e o uso de «de 20 pts.

seguida» (linhas 2-3) e de «mas também» (linha 18), por outro lado, contribuem para a coesão gramatical
A. interfrásica, em ambos os casos.
B. referencial, em ambos os casos.
C. interfrásica, no primeiro caso, e para a coesão lexical por reiteração, no segundo caso.
D. referencial, no primeiro caso, e para a coesão gramatical referencial, no segundo caso.

4. A palavra «olhar» em «Mas apenas ao primeiro olhar» (linha 13) exemplifica o mesmo processo de 20 pts.

formação de palavras que se verifica em


A. Ele tem um olhar rigoroso sobre o Alentejo profundo.
B. Muitos realizadores desejam olhar para a beleza do texto.
C. É fundamental olhar para a dureza de toda a narrativa.
D. Manuel da Fonseca foi o primeiro a olhar para a história.

5. Em «Perante o desespero e a miséria, num sistema em que o senhor controlava tudo e todos, vin- 20 pts.

gara-se num aparatoso tiroteio.» (linhas 8-9) está presente um valor aspetual
A. perfetivo, no primeiro caso, e imperfetivo, no segundo.
B. imperfetivo, no primeiro caso, e perfetivo, no segundo.
C. genérico, no primeiro caso, e imperfetivo, no segundo.
D. imperfetivo, no primeiro caso, e genérico, no segundo.

6. Identifica a função sintática desempenhada pelas expressões seguintes. 80 pts.

a) «de um caso real» (linha 1)

b) «grande expoente do neorrealismo português» (linha 5)

c) «o olhar preciso sobre o Alentejo» (linha 12)

d) «do silêncio» (linha 17)

7. Indica a modalidade e o valor modal expressos em «Começa-se pelo final, a cena do tiroteio, e depois 20 pts.

percorre-se a história em analepse» (linhas 21-22).

372 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Questão de aula 7
Gramática – Maria Judite de Carvalho, «George»

Nome N.° 12.° Data / /

Avaliação E. de Educação Professor/a

Lê o texto.

A escrita certeira da angústia feminina


Escritora do íntimo, observadora do quotidiano que relatava sobretudo através do deses-
pero e da solidão femininos, Maria Judite de Carvalho é autora de uma das mais complexas e
estimulantes obras literárias da segunda metade do século XX português. Nos 13 livros que
publicou, soube dar ao privado um caráter político; os seus contos e as suas novelas, o teatro,
5 as crónicas e a poesia compõem um quadro social e de costumes difícil de superar. Pertence
a um tempo, mas vai além dele, conseguindo a intemporalidade no modo como narra a dor,
a desolação, a ruína privada, mergulhando no profundo das suas personagens, gente à deriva
no dia a dia da cidade. Agustina Bessa-Luís chamou-lhe «flor discreta»; Jacinto do Prado
Coelho dizia-a de uma «febre lúcida» e, no seu livro de ensaios Ao contrário de Penélope
10 (1976), escreveu: «O estilo de Maria Judite não apresenta um sinal de rebusca ou uma palavra
a mais. Pelo contrário: sugere, penetra, define, magoa, pela estrita economia das palavras, por
uma admirável contenção.»
Urbano Tavares Rodrigues (1923-2013), seu primeiro leitor, e seu marido durante mais
de 40 anos, descodificou o projeto literário de Maria Judite de Carvalho: um projeto em que
15 «as palavras não se pronunciam, mas se sugerem apontando para o mistério.» Na sua História
da literatura portuguesa, António José Saraiva e Óscar Lopes sublinharam a «desapiedada
denúncia da frustração e solidão humanas» daquela escrita. E, no dia da morte da autora, José
Cardoso Pires definiu-a como «uma das personalidades mais notáveis da literatura portuguesa
dos nossos dias», acrescentando: «Se não foi, durante muito tempo, devidamente destacada,
20 foi pelo próprio feitio e comportamento. Era uma pessoa profundamente recolhida e antiexi-
bicionista, mas com uma escrita de grande qualidade.» E agora, 20 anos depois, Inês, neta de
Urbano e de Maria Judite, resume: «Ninguém lê a minha avó sem entrever a mulher que ela
foi. Há na sua escrita uma profundidade a que pressentimos que só se chega pela vivência.»

Isabel Lucas, in Público (texto com supressões,


consultado em https://www.publico.pt, em dezembro de 2022).

1. No segmento «Pertence a um tempo, mas vai além dele, conseguindo a intemporalidade no modo 20 pts.

como narra a dor» (linhas 5-6), as palavras sublinhadas são


A. determinantes.
B. preposições.
C. preposições e determinantes, respetivamente.
D. determinantes e preposições, respetivamente.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 373


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

2. Nos segmentos «que publicou» (linhas 3-4) e «que ela foi» (linhas 22-23), a palavra «que» introduz 20 pts.

A. orações subordinadas adjetivas relativas, em ambos os casos.


B. orações subordinadas substantivas completivas, em ambos os casos.
C. uma oração subordinada substantiva completiva, no primeiro caso, e uma oração subordina-
da adjetiva relativa, no segundo.
D. uma oração subordinada adjetiva relativa, no primeiro caso, e uma oração subordinada subs-
tantiva completiva, no segundo.

3. No contexto em que ocorrem, o recurso aos vocábulos «seus» e «suas» (linha 4), por um lado, e o uso 20 pts.

de «Pelo contrário» (linha 11), por outro lado, contribuem para a coesão gramatical
A. interfrásica, em ambos os casos.
B. referencial, em ambos os casos.
C. interfrásica, no primeiro caso, e para a coesão lexical por reiteração, no segundo.
D. referencial, no primeiro caso, e para a coesão gramatical interfrásica, no segundo.

4. Em «descodificou o projeto literário de Maria Judite de Carvalho» (linha 14) e em «Ninguém lê a mi- 20 pts.

nha avó sem entrever a mulher que ela foi.» (linhas 22-23) está presente um valor aspetual
A. genérico, no primeiro caso, e imperfetivo, no segundo.
B. imperfetivo, no primeiro caso, e genérico, no segundo.
C. perfetivo, no primeiro caso, e genérico, no segundo.
D. genérico, no primeiro caso, e perfetivo, no segundo.

5. Na frase «Ninguém lê a minha avó sem entrever a mulher que ela foi.» (linhas 22-23), há a presença de 20 pts.

um deítico
A. temporal e pessoal.
B. espacial.
C. temporal.
D. pessoal.

6. Identifica a função sintática desempenhada pelas expressões seguintes. 80 pts.

a) «um caráter político» (linha 4)

b) «de superar» (linha 5)

c) «de Maria Judite» (linha 10)

d) «para o mistério» (linha 15)

7. Classifica a oração «como narra a dor» presente na linha 6. 20 pts.

374 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Questão de aula 8
Gramática – Poetas contemporâneos (Ana Luísa Amaral)

Nome N.° 12.° Data / /

Avaliação E. de Educação Professor/a

Lê o texto.

Ana Luísa Amaral, a grande Ana Luísa


Em nossa casa chamávamos-lhe Grande Ana Luísa – porque temos uma filha com o mes-
mo nome, a quem podíamos chamar «Ana Luísa pequena» quando era preciso distinguir uma
da outra. Mas, sem precisarmos de o dizer, todos soubemos sempre que não era esta a razão
mais verdadeira: chamávamos-lhe Grande Ana Luísa porque lhe conhecíamos por extenso a
5 grandeza de alma, no avesso de qualquer forma de mesquinhez. Uma grandeza toda feita
de bondade, inteligência e sensibilidade, em doses variáveis conforme se fazia mais preciso.
E sempre certas por isso mesmo, por poderem variar nas percentagens, sem rigidez nenhuma.
Para mim, a Ana Luísa era – prefiro dizer é, será sempre – o puro entusiasmo, uma energia
invulgar, toda feita de paixão, de emoção e entrega ao momento, e aos outros. Uma alegria
10 absoluta (que podia, é claro, transformar-se em grande sofrimento se virada do avesso). Creio
que a poesia da Ana Luísa traduz esta vibração que lhe era natural, refletida na música das pa-
lavras que tanto amava. Palavras certas com o amor de que era capaz sem medos nem razões,
e certas também com a sua insaciável curiosidade e gosto de se maravilhar. Ana Luísa era,
acima de tudo, a alegria de estar viva, declinada em múltiplos gestos de atenção pelas pessoas
15 com quem se ia cruzando. E tudo lhe interessava, das coisas máximas às coisas mínimas, pelo
que, numa conversa (como nos poemas), podia mudar muito rapidamente de escala e passar
de uma recente descoberta da astrofísica a uma receita culinária, ou do olhar da cadela Millie
a um verso que achava difícil traduzir.
Detestava a arrogância, a prosápia balofa, a indiferença, a crueldade e podia repudiá-las
20 vivamente sem deixar margem para dúvidas, pois sempre acreditou que valia a pena lutar por
um mundo mais justo. Extasiava-se com a humana capacidade de invenção e escrevia sempre
como quem parte à descoberta. Tinha um extraordinário sentido de humor, ao qual não era
alheia uma surpreendente candura. Era impossível não se gostar da Ana Luísa, não pressentir
de imediato o ser humano raro que ela era. É esta mesma pessoa que está nos poemas que
25 escreveu, íntegra, completa e verdadeira. Pelo muito imaginar.

Rosa Maria Martelo, in Público


(texto com supressões, consultado em https://www.publico.pt, em dezembro de 2022).

1. A oração iniciada por «quem» em «a quem podíamos chamar "Ana Luísa pequena"» (linha 2) é 20 pts.

A. subordinada substantiva relativa, com função de sujeito.


B. subordinada substantiva relativa, com função de complemento direto.
C. subordinada adjetiva relativa explicativa, com função de complemento direto.
D. subordinada adjetiva relativa explicativa, com função de complemento indireto.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 375


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

2. Em «lhe conhecíamos por extenso a grandeza de alma» (linhas 4-5), o pronome encontra-se anteposto 20 pts.

ao verbo, porque está


A. integrado numa oração subordinante.
B. integrado numa oração subordinada.
C. dependente de uma oração coordenada.
D. dependente de um advérbio.

3. Através das expressões «poderem variar nas percentagens» (linha 7) e «podia repudiá-las vivamente» 20 pts.

(linhas 19-20), transmite-se uma ideia de

A. possibilidade, em ambos os casos.


B. certeza, em ambos os casos.
C. possibilidade, no primeiro caso, e certeza, no segundo.
D. certeza, no primeiro caso, e possibilidade, no segundo.

4. No contexto em que ocorrem, o recurso ao vocábulo «lhe» (linha 11), por um lado, e o uso de «quan- 20 pts.

do» (linha 2) e de «pois» (linha 20), por outro lado, contribuem para a coesão gramatical
A. interfrásica, em ambos os casos.
B. referencial, em ambos os casos.
C. interfrásica, no primeiro caso, e para a coesão lexical por reiteração, no segundo.
D. referencial, no primeiro caso, e para a coesão gramatical interfrásica, no segundo.

5. No segmento «Para mim, a Ana Luísa era – prefiro dizer é, será sempre – o puro entusiasmo» (linha 8), 20 pts.

há a presença de deíticos
A. temporais e pessoais.
B. espaciais.
C. pessoais.
D. temporais.

6. Identifica a função sintática desempenhada pelas expressões seguintes. 80 pts.

a) «Grande Ana Luísa» (linha 4)

b) «de alma» (linha 5)

c) «de bondade, inteligência e sensibilidade» (linha 6)

d) «que» (linha 11)

7. Classifica a oração iniciada por «como» na linha 22. 20 pts.

376 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Questão de aula 9
Gramática – José Saramago, Memorial do convento

Nome N.° 12.° Data / /

Avaliação E. de Educação Professor/a

Lê o texto.

Discurso de Saramago ilustrado por João Fazenda


Jerónimo Melrinho e Josefa Caixinha. Assim se chamavam os avós de José Saramago, dois
analfabetos sábios. Deles nos fala este livro, que reproduz parte do discurso que o escritor leu na
Academia Sueca, no dia 7 de dezembro de 1998.
Começa assim: «O homem mais sábio que conheci em toda a minha vida não sabia ler nem
5 escrever.» E, algo paradoxalmente, logo nos conquista para a leitura. Numa descrição comovente
do quotidiano dos avós e do seu próprio, José Saramago retrata a dureza dos trabalhos do campo,
mas também momentos de reconforto e ternura.
O escritor diz ter tido consciência de «que estava a transformar as pessoas comuns que eles ha-
viam sido em personagens literárias e que essa era, provavelmente, a maneira de não os esquecer».
10 Palavras que podem ser lidas e entendidas por crianças e por adultos e que aparecem agora am-
pliadas de sentido pelas ilustrações de João Fazenda.
«Quis chegar a um equilíbrio entre o lado pessoal e o lado universal do texto», diz o ilustrador
ao Público, contando que «não foi fácil o processo de pesquisa até encontrar o tom visual certo».
Diz ainda que não conhecia o discurso, mas logo se identificou com ele. «No entanto», lembra,
15 «demorei até perceber que ambientes queria que tivesse, quis limpar um pouco o imaginário
neorrealista».
Também levou tempo a chegar «às figuras, às personagens que vivem naquela paisagem» e
evitou que a obra se tornasse «um álbum de família, quase documental».
A pensar no público mais novo, «não sendo o livro propriamente uma história com princípio,
20 meio e fim», João Fazenda teve a preocupação de que essa «falta de narrativa fosse visualmente
compensada com a sucessão dos dias e das noites». E explica: «Tentei que o livro tivesse uma his-
tória e, como há ali a questão do tempo, que eles [os miúdos] percebessem esse encadeamento.»
Conseguiu chegar ao tom que procurava através «de aguarelas e de um registo mais fluido do
que é habitual», descreve.
25 Sobre a responsabilidade de ilustrar um texto «famoso e recordado» de um escritor tão impor-
tante, João Fazenda diz: «Não podemos pensar muito nisso, sob pena de não conseguirmos fazer
nada. Mais do que ser de um Nobel, o que interessa sempre é a magia do texto, identificarmo-nos
com ele e sentirmos vontade de o ilustrar.» Foi o que aconteceu. E ainda bem.

Rita Pimenta, in Público (texto com supressões,


consultado em https://www.publico.pt, em dezembro de 2022).

1. Em «nos conquista» (linha 5), o pronome pessoal desempenha a função sintática de 20 pts.

A. complemento direto.
B. complemento indireto.
C. complemento oblíquo.
D. sujeito.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 377


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

2. Em todas as orações subordinadas adjetivas relativas apresentadas, o pronome «que» desempenha 20 pts.

a função sintática de sujeito, exceto na oração


A. «que reproduz parte do discurso» (linha 2).
B. «que o escritor leu na Academia Sueca» (linhas 2-3).
C. «podem ser lidas e entendidas por crianças e por adultos» (linha 10).
D. «que aparecem agora ampliadas de sentido pelas ilustrações de João Fazenda» (linhas 10-11).

3. Tal como em «leu» (linha 2), o valor aspetual perfetivo está presente em 20 pts.

A. «sabia» (linha 4).


B. «conhecia» (linha 14).
C. «identificou» (linha 14).
D. «interessa» (linha 27).

4. A frase «Assim se chamavam os avós de José Saramago, dois analfabetos sábios.» (linhas 1-2) concre- 20 pts.

tiza um ato ilocutório


A. assertivo.
B. compromissivo.
C. diretivo.
D. expressivo.

5. No segmento «Conseguiu chegar ao tom que procurava» (linha 23), a retoma do antecedente «João 20 pts.

Fazenda» (linha 20) é feita através de uma anáfora


A. por substituição.
B. por repetição.
C. conceptual.
D. por elipse.
80 pts.
6. Identifica a função sintática desempenhada pelas expressões seguintes.
a) «os avós de José Saramago, dois analfabetos sábios» (linhas 1-2)

b) «para a leitura» (linha 5)

c) «de sentido» (linha 11)

d) «de o ilustrar» (linha 28)

20 pts.
7. Classifica a oração subordinada presente no segmento «um registo mais fluido do que é habitual»
(linhas 23-24).

378 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Questão de aula 10
Gramática – José Saramago, O ano da morte de Ricardo Reis

Nome N.° 12.° Data / /

Avaliação E. de Educação Professor/a

Lê o texto.

O que aprendi com José Saramago?


Saramago tinha a característica de não dissociar o escritor do cidadão. Como ele disse, na altura
do Nobel: «não precisei de deixar de ser comunista para ganhar um prémio Nobel e se precisasse
preferia não ter o prémio». Era um escritor que não dissociava a sua arte literária da sua interven-
ção ativista, cívica e política, e do ideal pelo qual sempre se bateu, contra as desigualdades. Há este
5 lado muito singular de alguém que nunca teve de escolher entre o ético e o estético. Por outro
lado, tinha esta característica única de possuir uma voz própria quando escreve, que é algo que
muito poucos conseguem alcançar. Muito fiel à sua própria verdade e que desobedecia, quando
queria, até aos próprios cânones literários. Além de introduzir uma certa forma de oralidade na
escrita, tinha um vício de pensar historicamente as questões, ou seja, de subverter e colocar a
10 questão de «e se as coisas não tivessem acontecido exatamente assim?». Aprendi com ele que tudo
isto era possível: uma nova maneira de escrever, que era possível desobedecer sem infringir regras
sintáticas, que era possível que o discurso oral fosse introduzido no discurso indireto e que era
possível fazer esta mistura entre o que é facto histórico e o que é totalmente imaginário.
Enquanto leitores e escritores, muitos de nós tivemos o privilégio enorme de sermos contem-
15 porâneos de um escritor que viria a ser prémio Nobel. Ou seja, íamos acompanhado à medida que
os livros iam saindo. Comecei a ler pela ordem, naqueles anos gloriosos, em que dois anos depois
do Levantado do chão já estava a publicar o Memorial do convento. Foram anos de grande pujan-
ça. Escolheria O ano da morte de Ricardo Reis, pela ideia genial de pegar no facto de Fernando
Pessoa não nos ter deixado o ano da morte do seu heterónimo. Disse-nos só que ele era um
20 médico exilado no Brasil, por ser monárquico. O que Saramago faz neste livro é aproveitar essa
lacuna na biografia do Ricardo Reis e a partir dela construir o ano em que ele morre, justamente
um ano terrível, em 1936, em que estavam a acontecer coisas terríveis, num regresso em que
obriga a personagem a contemplar o espetáculo do mundo. Chega a Lisboa e acha tudo opressor
e sujo, mas não toma posição. Apenas deambula e observa. É uma total ficção com elementos,
25 em que surge uma assombração misturada com a revolta dos marinheiros, que é um facto real,
e com a observação que ele tem da cidade de Lisboa e da formação das milícias fascistas. Temos
aqui um lado absolutamente fantasista, com um heterónimo que ganha vida, e um lado realista,
características muito marcantes e fundamentais da sua escrita.

Ana Margarida Carvalho, in Observador


(texto com supressões, consultado em https://observador.pt, em dezembro de 2022).

1. Os vocábulos sublinhados no segmento «obriga a personagem a contemplar o espetáculo do mun- 20 pts.

do» (linhas 22-23) pertencem à classe


A. dos determinantes.
B. das preposições.
C. das preposições e dos determinantes, respetivamente.
D. dos determinantes e das preposições, respetivamente.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 379


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

2. Todas as orações seguintes são subordinadas adjetivas relativas, exceto a oração 20 pts.

A. «que não dissociava a sua arte literária da sua intervenção ativista» (linhas 3-4).
B. «que era possível desobedecer sem infringir regras sintáticas» (linhas 11-12).
C. «que ele tem da cidade de Lisboa» (linha 26).
D. «que ganha vida» (linha 27).

3. Tal como em «tinha» (linha 1), o valor aspetual imperfetivo está presente em 20 pts.

A. «desobedecia» (linha 7).


B. «Aprendi» (linha 10).
C. «tivemos» (linha 14).
D. «Temos» (linha 26).

4. Através das expressões «era possível fazer esta mistura» (linhas 12-13) e «Foram anos de grande pu- 20 pts.

jança» (linha 17), transmite-se uma ideia de


A. possibilidade, em ambos os casos.
B. apreciação, em ambos os casos.
C. possibilidade, no primeiro caso, e apreciação, no segundo.
D. apreciação, no primeiro caso, e possibilidade, no segundo.

5. No contexto em que ocorrem, a repetição da palavra «escritor» (linhas 1, 3, 15), por um lado, e o uso 20 pts.

de «Por outro lado» (linhas 5-6) e de «Ou seja» (linha 15), por outro lado, contribuem para a coesão
A. lexical por reiteração, em ambos os casos.
B. gramatical interfrásica, em ambos os casos.
C. gramatical interfrásica, no primeiro caso, e para a coesão lexical por reiteração, no segundo.
D. lexical por reiteração, no primeiro caso, e para a coesão gramatical interfrásica, no segundo.

6. Identifica a função sintática desempenhada pelas expressões seguintes. 80 pts.

a) «que nunca teve de escolher entre o ético e o estético» (linha 5)

b) «que tudo isto era possível» (linhas 10-11)

c) «que o discurso oral fosse introduzido no discurso indireto» (linha 12)

d) «que é um facto real» (linha 25)

7. Classifica a oração subordinada desempenhada pelo segmento «O que Saramago faz neste livro» 20 pts.

(linha 20).

380 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Questão de aula 1
Leitura – Fernando Pessoa, Poesia do ortónimo e dos heterónimos

Nome N.° 12.° Data / /

Avaliação E. de Educação Professor/a

Lê o texto.

O vento da Estrela
Relembro com clareza e paixão uma fria manhã de janeiro em que caminhava pelos lameiros
que ladeiam as estradas desertas entre Gouveia e Folgosinho, observando o feno a dançar com
o vento que me fustigava a pele do rosto. Fecho os olhos para o sentir e aceno ao milhafre que
vigia todos os meus movimentos, desenhando círculos por cima de mim.
5 Ao fim de meia hora de caminho, sentei-me no meio da estrada abraçado às pernas e com
o queixo pousado nos joelhos. Não me cruzei com vivalma desde que comecei a caminhada a
partir de Gouveia, a Princesa da Serra, em direção a Folgosinho. Sempre a subir na ida, sempre
a descer no regresso. Se tudo na vida fosse assim tão certo. Fechei os olhos para ouvir o vento.
À lembrança, chegaram-me as palavras de Alberto Caeiro: «Outras vezes oiço passar o
10 vento, / E acho que só para ouvir passar o vento vale a pena ter nascido.» A dada altura, senti
uma presença junto a mim. Resisti a abrir os olhos, acreditando tratar-se do espírito da serra
que me invadia. Respirei fundo, preenchendo-me daquele vento ímpar.
Os ventos são sempre iguais e sempre diferentes (como as pessoas). O vento da serra não é
igual ao vento do mar ou do rio, ao vento da planície ou do deserto, e muito menos ao da cidade.
15 Diferenciam-se na voz, na intensidade, no cheiro, no rumo. Aproximam-se no livre-arbítrio.
Quando abri os olhos, um enorme cão serra da Estrela mirava-me a menos de meio metro.
Chegara silencioso, certamente intrigado por ver-me imóvel no meio da estrada, e aproximou-
-se para me cheirar. Mantive-me quieto, sentindo-lhe também o cheiro, até que se desinteres-
sou e seguiu estrada abaixo. Voltei a fechar os olhos. Pensei no cão e na lembrança já enraizada
20 da sua brevíssima presença. Nunca é a duração do evento que deixa marcas.
Desde miúdo que gosto de andar ao vento, ao contrário da maioria das pessoas que conhe-
ço, que preferem apontar-lhe os defeitos. Que os tem, e muitos. Mas eu sempre preferi olhar
para o seu sentido figurado: vassouradas que separam o trigo do joio, levando o supérfluo e o
lixo, separando o essencial. Discutível, claro.
25 O contrário também sucede – poucas coisas na vida são tão «pão, pão, queijo, queijo» como
as subidas e as descidas de uma serra. E, por vezes, o vento leva mesmo para longe aquilo que é
importante, a saúde, a alegria ou o amor, deixando o superficial, a doença, a tristeza, o desamor.
Lembro-me de gostar de correr na rua quando estava vento. «Não vás lá para fora, João, está
muito vento», ralhava a minha mãe. «É por isso mesmo que vou», pensava eu, correndo contra
30 o vento com as lágrimas a fugirem dos olhos e o cabelo penteado pela ventania. Quando me
cansava, montava-me às cavalitas do vento e voava.

João da Silva, in Público


(texto com supressões, consultado em https://www.publico.pt, em novembro de 2022).

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 381


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

1. Relativamente ao género, este é um texto de opinião, dado que 40 pts.

A. consiste na descrição sucinta de aspetos relativos ao vento, acompanhada de rigor e objeti-


vidade.
B. possui concisão e caráter demonstrativo, visando elucidar sobre as características do vento.
C. apresenta um ponto de vista sobre o vento, baseado em argumentos e exemplos.
D. expõe uma análise objetiva sobre o vento, fundamentada em diferentes exemplos.

2. O modo como João Silva inicia o texto revela 40 pts.

A. a sua tristeza ao recordar a caminhada que fizera a partir de Gouveia.


B. uma intensa nostalgia por relembrar um momento feliz da sua infância.
C. uma felicidade contagiante por se sentir um elemento do espaço envolvente.
D. o entusiasmo de um percurso que permitia o contacto com a Natureza.

3. No primeiro parágrafo, para evidenciar os efeitos do vento, o cronista recorre a sensações 40 pts.

A. visuais e táteis.
B. gustativas e táteis.
C. gustativas e olfativas.
D. visuais e olfativas.

4. No quarto parágrafo, para evidenciar, simultaneamente, a singularidade e a pluralidade dos ventos, 40 pts.

João Silva socorre-se da


A. comparação e da hipérbole.
B. comparação e da antítese.
C. metáfora e do paradoxo.
D. metonímia e da antítese.

5. O gosto por «andar ao vento» (linha 21) leva João Silva a 40 pts.

A. não lhe encontrar quaisquer contrariedades.


B. concordar com os outros que o desprezam.
C. alhear-se totalmente da realidade que o circunda.
D. perceber também o seu lado mais negativo.

382 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Questão de aula 2
Leitura – Fernando Pessoa, Mensagem

Nome N.° 12.° Data / /

Avaliação E. de Educação Professor/a

Lê o texto.

Os 4 avisos de D. Pedro: 600 anos de atualidade


A descolonização (inevitável, mas tardia) e a entrada (necessária e urgente) na União Eu-
ropeia recolocaram uma controvérsia que tem percorrido os séculos, que dividiu e continua
a dividir henriquistas e pedristas.
Todas as homenagens foram prestadas ao infante D. Henrique, mas está por fazer a re-
5 paração devida à memória de D. Pedro, traído e assassinado, às portas de Lisboa, o cadáver,
entregue à voracidade dos cães e dos milhafres, a apodrecer dias e dias seguidos, nos campos
de Alfarrobeira. Só muito depois teve sepultura, ao lado dos pais e dos irmãos, na Capela do
Fundador, no mosteiro da Batalha.
Ínclita geração de altos infantes assim celebraram Os Lusíadas, os filhos legítimos masculi-
10 nos de D João I e de Filipa de Lencastre. Além deste verso emblemático, Camões tem outras
referências ao Infante D. Henrique e ao Infante D. Pedro, ambos classificados de «genero-
sos», na aceção peculiar atribuída a esta palavra, entendida como genuína estirpe e elevada
linhagem. Mas Fernando Pessoa, na Mensagem, já definiu particularidades que singularizaram
cada um dos infantes. D. Henrique, surge n'A Cabeça do Grifo «entre o brilho das esferas /
15 tem aos pés o mar novo e as mortas eras, / o globo mundo em sua mão». D. Pedro, o infante
das «sete partidas», destaca-se «fiel à palavra dada e à ideia tida, / claro no pensar e claro no
sentir / e claro no querer / indiferente ao que há em conseguir / que seja só obter».
A justiça era outra das causas que mobilizavam D Pedro. Tinha a convicção (e provas ine-
quívocas) de que a Justiça «só parece reinar em Portugal no coração do rei [D. João I] e de
20 D. Duarte; e dá ideia de que de lá não sai, porque, se assim não fosse, aqueles que têm por
encargo administrá-la comportar-se-iam mais honestamente. A justiça deve dar a cada qual
aquilo que lhe é devido, e dar-lho sem delonga. É principalmente deste último ponto de vista
que as coisas deixam a desejar: o grande mal está na lentidão da justiça».
Revejo D. Pedro, nestes momentos de crise e incerteza, no poema que lhe consagrou
25 Sophia: «nunca choraremos bastante nem com pranto / assaz amargo e forte / aquele que fun-
dou glória e grandeza / e recebeu em paga insulto e morteͫ. Este foi e é o meu D. Pedro que
regulamentou o povoamento da ilha de S. Miguel, que sempre o desconheceu e levantou ou-
tras estátuas. Reencontro-o, mais uma vez, tão vivo quanto o seu legado permanece por cum-
prir. Modelo de cidadania ativa, de aposta contínua no futuro e luta aberta contra as mãos sujas
30 da corrupção.

António Valdemar, in Público


(texto adaptado, com supressões, consultado em https://www.publico.pt, em novembro de 2022).

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 383


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

1. Na perspetiva do cronista, o infante D. Pedro 40 pts.

A. foi uma figura da monarquia portuguesa reconhecida pelos seus feitos.


B. tinha uma consciência cívica e vanguardista, que foi pouco reconhecida.
C. permaneceu, ao longo da vida, em quezílias e disputas com os outros infantes.
D. manifestou, desde cedo, uma preocupação com o estado da governação régia.

2. Os descendentes de D. João I foram alvo 40 pts.

A. de homenagens iguais por vários poetas de língua portuguesa.


B. do louvor na perspetiva camoniana e de crítica na visão pessoana.
C. da atenção de Pessoa, que detalhou os atributos de cada um deles.
D. de manifestações pouco elogiosas, nomeadamente por Camões.

3. De acordo com os versos do poema pessoano sobre D. Pedro (linhas 16-17), este pautava 40 pts.

a sua ação pela


A. mutabilidade constante dos seus pensamentos e das suas ações.
B. ambição materialista de conquistar novos territórios.
C. indiferença perante a defesa de todos os valores humanos.
D. constância em todas as vertentes da sua personalidade.

4. De acordo com o quarto parágrafo, a centralidade que D. Pedro atribuía à justiça pode ser considerada 40 pts.

A. progressista.
B. retrógrada.
C. parcial.
D. desajustada.

5. Ao evidenciar a veneração de António Valdemar por D. Pedro, no último parágrafo do texto pre- 40 pts.

domina um tom
A. irónico.
B. exortativo.
C. condescendente.
D. formal.

384 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Questão de aula 3
Leitura – Contos

Nome N.° 12.° Data / /

Avaliação E. de Educação Professor/a

Lê o texto.

O direito à solidão
Pus-me à conversa com um ajudante de cozinha que estava encostado às traseiras de um
hotel, a fumar um cigarro.
Ofereceu-me um, eu disse-lhe que já não fumava e ele respondeu que também já não gos-
tava de fumar, mas que não passava sem estar sozinho uns minutos, longe da algazarra da cozi-
5 nha. Mas se o vissem ali sozinho, sem um cigarro na mão, iam achar estranho, iam levar a mal.
Percebi o que ele me estava a querer dizer e afastei-me, sentindo-me culpado pela intromis-
são e pelos momentos de solidão que lhe tinha roubado.
É um dos vários direitos humanos que não estão consagrados em nenhuma constituição:
o direito à solidão.
10 Sem solidão ninguém vive, mas há muitas pessoas que simplesmente não têm acesso à so-
lidão: não têm espaço, não têm tempo, não têm transporte. Pior do que tudo é quando nem
sequer têm consciência da necessidade da solidão.
A solidão é um intervalo. Até as ilhas estão no meio do mar: mar que leva até outras ilhas.
Uma ilha é como uma casota à beira de uma autoestrada. O que falta não é um meio de comu-
15 nicação: é um barco ou um carro.
É preciso saber de um campo escondido no meio da cidade, ou de um pinhal longe de
onde passam os carros. Mas é preciso ter maneira – tempo, autorização, vagar, transporte –
para lá chegar.
É preciso poder fugir – mas ter onde voltar. A solidão feliz é sempre temporária. Não rejeita
20 ninguém: refresca toda a gente.
Estar sozinho onde não está mais ninguém, olhando para as árvores e para a linha do mar,
é matar uma saudade. É matar a saudade da solidão antes de nascermos – e da solidão com que
vamos morrer.
«Não tenho tempo para mim»: é esta a queixa de quem foi espoliado da solidão que merece,
25 da solidão de que precisa para poder viver em sociedade.
Bem ou mal.

Miguel Esteves Cardoso, in Público


(texto consultado em https://www.publico.pt, em novembro de 2022).

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 385


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

1. O ato de fumar, na perspetiva do «ajudante de cozinha» (linha 1) 40 pts.

A. é visto como uma atividade social.


B. permite o afastamento dos outros.
C. leva ao questionamento de quem vê.
D. contribui para a exclusão social.

2. Para Miguel Esteves Cardoso, a solidão é 40 pts.

A. um direito humano reconhecido por todos nós.


B. vista como algo a que todos acedem facilmente.
C. inalienável, mas nem sempre devidamente reconhecida.
D. fácil de aceder por quem quer estar isolado do mundo.

3. No contexto em que ocorre, a frase «Uma ilha é como uma casota à beira de uma autoestrada.» 40 pts.

(linha 14) constitui uma

A. comparação que secundariza a pertinência da solidão.


B. comparação que evidencia a centralidade da solidão.
C. metáfora que secundariza a pertinência da solidão.
D. metáfora que evidencia a centralidade da solidão.

4. A «solidão feliz» (linha 19) concretiza-se quando 40 pts.

A. a sua perenidade se sobrepõe a tudo.


B. sentimos que há momentos eufóricos.
C. sentimos uma nostalgia da nossa infância.
D. compreendemos que deve ser transitória.

5. Na expressão «é esta a queixa de quem foi espoliado da solidão que merece» (linha 24), o vocábulo 40 pts.

«espoliado» remete para a ideia de


A. privação.
B. renúncia.
C. necessidade.
D. reclamação.

386 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Questão de aula 4
Leitura – Poetas contemporâneos

Nome N.° 12.° Data / /

Avaliação E. de Educação Professor/a

Lê o texto.

Poetas & trovadores


Metade de minha infância gastei-a a pensar num encontro de poetas. Hoje sei que um
encontro de poetas é coisa pouco emocionante, mas quando criança imaginava-me rumo ao
Gerês de carrinha, de bicicleta, talvez a pé. A força de ir, julgava eu, era maior do que a força
de ficar. E havia a desmesura do que estava por ler, que era igual em tamanho da serra.
5 Agora irritam-me as ideias flácidas sobre livros, os êxtases tiktokianos louvando romances
que se ordenam na prateleira pela cor da lombada, e vejo mais poesia séria em frases pop des-
compensadas e feridas de sentido, como uma da Rita Blanco no podcast da má-língua: «O
polvo tem sete cérebros e não sei quantos corações».
A voz de Rita Blanco (manteiga barrada em quem a ouve) dá lagareiros inesperados à
10 imagem. O polvo queremos prová-lo. Esta frase, sim, merecia uma ida ao Gerês para um en-
contro de polvos – num certame de quatro moluscos assistiríamos ao debate de vinte e oito
cérebros e não sei quantas dezenas de corações.
Mas na altura bastavam-me os poetas, que são o oposto dos polvos. Até me bastava o jor-
nal Poetas & trovadores, fortemente trimestral. Esta publicação assinava-a eu desde os onze
15 anos, e talvez fosse a única nacional onde havia poesia muita, poemas em lista, Tetris de poe-
mas. Isto metade do jornal, onde também publiquei versos, as minhas primeiras coisas pela
primeira vez.
A outra metade era sobre o encontro de poetas. Numa edição, anunciavam que acontece-
ria daí a umas semanas. Noutra edição, descreviam como acontecera – com fotografias baças
20 de poetas e suas mesas. Numa outra, avisavam que estavam abertas as inscrições.
E eu ia inscrever-me. E pedalar até ao Gerês para assistir à literatura, que pelos vistos nidi-
ficava nessa serra durante o inverno. Que magia eles iam fazer eu não sabia, parecida porven-
tura com o que eu encontrava nos livros: maravilhosa de mais para mim, tão grande que me
atirava em cheio para fora da minha pequenez. Enigmática, exigia que eu apertasse a mão a
25 quem a fazia.
Mas a literatura, como o polvo da Rita Blanco, embora tenha um certo número de cé-
rebros e uns tantos corações, só nidifica num sítio. É um bicho solitário de toca profunda,
e raramente se reproduz ao vivo.
O jornal acabou e eu nunca fui ao encontro do Gerês. Embora hoje já não queira pedalar
30 para junto de poetas e me canse o discurso repetitivo à volta da literatura, há sempre uma
parte de mim por descobrir num livro que ainda não li. E isso é maravilha suficiente.

Afonso Reis Cabral, in Jornal de Notícias


(texto adaptado, consultado em https://www.jn.pt, em janeiro de 2023).

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 387


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

1. No primeiro parágrafo do texto, a frase «A força de ir, julgava eu, era maior do que a força de 40 pts.

ficar.» (linhas 3-4)


A. revela que Afonso Reis Cabral desenvolveu aí a sua tenacidade.
B. associa-se à vontade de conhecer o mundo pela voz dos outros.
C. permite compreender a capacidade imaginativa do cronista.
D. evidencia que o sonho se tornou mais forte do que a realidade.

2. Ao recorrer ao adjetivo «flácidas» (linha 5) para caracterizar as ideias sobre os livros, o autor manifesta 40 pts.

A. o seu desagrado por não valorizarem os seus livros.


B. a sua inquietação perante a desvalorização da leitura.
C. a sua revolta por ler citações suas nas redes sociais.
D. a sua impaciência perante a falta de seriedade nas análises.

3. Relativamente ao segundo parágrafo, o terceiro parágrafo 40 pts.

A. retoma a ideia anterior e introduz uma ideia nova.


B. contradiz a ideia anterior, fundamentando com um exemplo.
C. retoma a ideia anterior e ilustra-a com um exemplo.
D. contradiz a ideia anterior, justificando com testemunhos.

4. O jornal «Poetas & trovadores» (linha 14) suscitou no cronista 40 pts.

A. a aspiração de contactar com quem partilhava o mesmo gosto pela poesia.


B. a vontade de conhecer a literatura consagrada pela voz de outrem.
C. a intenção de conhecer um mundo que nunca lhe seria acessível.
D. o desejo de aproximar a literatura e a poesia aos jogos eletrónicos.

5. No último parágrafo do texto, Afonso Reis Cabral mostra-se 40 pts.

A. agradado com tudo o que gira em torno da literatura.


B. entusiasmado com a perene descoberta literária.
C. resignado perante a circularidade do diálogo literário.
D. intransigente quanto ao fim que o jornal poético teve.

388 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Questão de aula 5
Leitura – José Saramago

Nome N.° 12.° Data / /

Avaliação E. de Educação Professor/a

Lê o texto.

O outro lado
Como serão as coisas quando não estamos a olhar para elas? Esta pergunta, que cada
dia me vem parecendo menos disparatada, fi-la eu muitas vezes em criança, mas só a fazia
a mim próprio, não a pais nem professores porque adivinhava que eles sorririam da minha
ingenuidade (ou da minha estupidez, segundo alguma opinião mais radical) e me dariam a
5 única resposta que nunca me poderia convencer: «As coisas, quando olhamos para elas, são
iguais ao que parecem quando não estamos a olhar». Sempre achei que as coisas, quando
estavam sozinhas, eram outras coisas. Mais tarde, quando já havia entrado naquele período
da adolescência que se caracteriza pela desdenhosa presunção com que julga a infância donde
proveio, acreditei ter a resposta definitiva à inquietação metafísica que atormentara os meus
10 tenros anos: pensei que se regulasse uma máquina fotográfica de modo a que ela disparasse
automaticamente numa habitação em que não houvesse quaisquer presenças humanas, con-
seguiria apanhar as coisas desprevenidas, e desta maneira ficar a conhecer o aspeto real que
têm. Esqueci-me de que as coisas são mais espertas do que parecem e não se deixam enganar
com essa facilidade: elas sabem muito bem que no interior de cada máquina fotográfica há
15 um olho humano escondido… Além disso, ainda que o aparelho, por astúcia, tivesse podido
captar a imagem frontal de uma coisa, sempre o outro lado dela ficaria fora do alcance do
sistema ótico, mecânico, químico ou digital do registo fotográfico. Aquele lado oculto para
onde, no derradeiro instante, ironicamente, a coisa fotografada teria feito passar a sua face
secreta, essa irmã gémea da escuridão. Quando numa habitação imersa em total obscuridade
20 acendemos uma luz, a escuridão desaparece. Então não é raro perguntar-nos: «Para onde foi
ela?» E a resposta só pode ser uma: «Não foi para nenhum lugar, a escuridão é simplesmente
o outro lado da luz, a sua face secreta». Foi pena que não mo tivessem dito antes, quando eu
era criança. Hoje saberia tudo sobre a escuridão e a luz, sobre a luz e a escuridão.

José Saramago, in Outros cadernos de Saramago


(texto consultado em https://caderno.josesaramago.org, em dezembro de 2022).

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 389


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

1. A pergunta formulada no início do texto 40 pts.

A. é pertinente para as reformulações que Saramago lhe fará ao longo do texto.


B. é o mote para todas as considerações que vai apresentar no seu discurso.
C. é a ideia fulcral que orienta o leitor para um texto meramente expositivo.
D. descodifica, desde logo, o que o cronista pretende apresentar.

2. José Saramago refere que a pergunta apresentada na linha 1 40 pts.

A. mantém, ao longo do tempo, um caráter puramente pueril.


B. foi uma das questões que mais foi formulando aos outros.
C. permanece como uma dúvida que é cada vez mais categórica.
D. perdeu, com o tempo, a sua pertinência e o valor atribuídos.

3. Os dois pontos presentes na linha 5 introduzem 40 pts.

A. uma resposta que Saramago efabulou.


B. aquilo que os adultos lhe disseram.
C. a frase que o autor desejava ouvir.
D. uma informação que foi reveladora.

4. O recurso à «máquina fotográfica» (linha 10) foi uma 40 pts.

A. exploração de um objeto que tinha disponível.


B. recriação das tentativas de resposta infantis.
C. experiência que levou o autor a rever a sua dúvida.
D. tentativa frustrada de obter a resposta desejada.

5. Na última frase do texto, José Saramago 40 pts.

A. responde indiretamente à pergunta inicial.


B. cria outra questão geradora de dúvida.
C. defende que a luz e a escuridão são díspares.
D. apresenta uma visão inovadora sobre a luz.

390 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

SOLUÇÕES
QUESTÕES DE AULA Questão de aula 3 – Fernando Pessoa, Poesia dos
heterónimos (Ricardo Reis) (p. 345)
1.
EDUCAÇÃO LITERÁRIA A primeira estrofe do poema evidencia a recusa do eu em
se deixar dominar pelas emoções e pelas recordações que a
Questão de aula 1 – Fernando Pessoa, Poesia vida possa trazer. Deste modo, está evidenciada uma atitu-
do ortónimo (p. 341) de estoica, típica da filosofia defendida por este heterónimo
pessoano.
1.
O sujeito poético dirige-se ao «sino», através da apóstrofe, o 2.
que permite uma maior proximidade entre ambos. O toque O eu perceciona a passagem do tempo como inexorável e
do sino estimula a memória do sujeito poético (v. 4), no sen- unilateral, tendo também um fim, tal como acontece com
tido em que o faz recordar a sua infância, passado distante a vida humana. De facto, defende que essa passagem não
que se associa a um sonho (vv. 11-12). É um eco do passado deve ser racionalizada nem controlada por nós, uma vez que,
que, longe de alegrá-lo, desperta nele a saudade de um tem- como refere nos versos 9 e 10, «Se sabê-lo não serve de sa-
po irrecuperável (vv. 15-16). bê-lo / (Pois sem poder que vale conhecermos?)».

2. 3.
O sujeito poético pretende mostrar a influência que o sino, A.
símbolo da dolorosa passagem do tempo, tem no seu esta-
do de espírito. Começa por afirmar que as memórias de um Questão de aula 4 – Fernando Pessoa, Poesia dos
passado saudoso assolam a sua alma tão lentamente como heterónimos (Álvaro de Campos) (p. 347)
a tristeza da vida (vv. 5-6), comparando, deste modo, a len- 1.
tidão do soar do sino com o seu próprio estado de espírito Neste poema, a atitude apática e de desistência por parte
nostálgico. Para além disso, à medida que o sino toca, acen- do sujeito poético está no conforto de não ter de fazer algo
tua-se, no sujeito poético, a saudade de tempos passados e associado a um compromisso. Deste modo, sente-se apazi-
«[…] a primeira pancada / Tem o som de repetida.», pois soa guado por não ter de arrumar as malas ou de «fazer planos
tanto no espaço exterior como também no espaço interior, em papel» (v. 3) na véspera de partir para uma viagem. Além
na alma do eu. Deste modo, torna-se evidente a presença da disso, como não estabelece o compromisso de partir em via-
temática da nostalgia da infância nesta composição poética,
gem, declara que «não há que fazer nada» (v. 6). A sua abulia
uma vez que o eu associa o toque do sino a esse momento
revela-se também na possibilidade de estar alegre e sossega-
da vida humana.
do por não ter necessidade de ser sentir assim (vv. 8-12), o
3. que constitui uma «oportunidade virada do avesso» (v. 13).
B. O seu objetivo máximo passa, assim, pelo «repouso» físico
e mental e pelo facto de «ter chegado deliberadamente a
Questão de aula 2 – Fernando Pessoa, Poesia dos nada» (v. 11), como se concretiza no verso 16 («Todos os dias
sine linea»), ou seja, todos os dias sem produzir nada.
heterónimos (Alberto Caeiro) (p. 343)
2.
1.
Com a reiteração da forma verbal «dormita», o eu eviden-
O processo de criação poética é visto como um ato involun-
cia o adormecimento e a sonolência associados a um estado
tário/espontâneo, como é referido no verso 5 e comprovado
de apatia que o domina. Repetindo a forma verbal do verbo
com as comparações dos versos 7 e 8, nas quais o sujeito
dormitar no modo imperativo, o sujeito poético aconselha a
poético menciona que «escrever» é «uma coisa» que lhe
sua alma a sossegar e a permanecer neste estado de descan-
acontece, como dar-lhe «o sol de dentro», o que confirma a
so, uma vez que é «pouco o tempo» (v. 24) que tem para se
naturalidade com que encara o ato de escrita. A poesia não
resignar face à vida e considera ser esta a solução plausível
tem por base o recurso ao pensamento, mas apenas às sen-
para o seu desassossego.
sações, tal como se constata nos versos 9 e 10, sendo o sen-
sacionismo reiterado com a comparação «Como se escrever 3.
não fosse uma cousa feita de movimento», ou seja, não é C.
algo premeditado ou pensado.
2.
Questão de aula 5 – Fernando Pessoa, Mensagem
(p. 349)
Ao mencionar que o seu pensamento «só muito devagar
atravessa o rio a nado», o eu evidencia a sua lentidão, logo a 1.
sua dificuldade em concretizar o que, comummente, se de- O título do poema faz referência a todos aqueles que, como
fine como pensamento, o que é confirmado pela forma me- Cristóvão Colombo, se inspiraram na ação marítima dos por-
tafórica com que se refere ao pensamento de qualquer ser tugueses. Deste modo, a anáfora do pronome indefinido «Ou-
humano – «lhe pesa o fato que os homens o fizeram usar». tros», nos versos 1 e 3, evidencia que os portugueses foram
Estes versos destacam a recusa caeiriana da abstração e do precursores das descobertas e agora os outros que se lhes se-
pensamento como forma de apreender a realidade, conside- guem nunca irão atingir a mesma glória e hegemonia, já que
rada comum e convencional pelo ser humano, ou seja, a sua «haverão de ter / O que houvermos de perder.» (vv. 1-2).
posição antimetafísica.
2.
3. Os versos 10 a 12 revelam que os outros navegadores como
C. Cristóvão Colombo nunca conseguirão ter a grandeza e a

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 391


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

«Magia» que tocaram os nautas lusos. De facto, a «glória» dos seus poemas foi uma forma de superar um desterro
que conseguirem alcançar advém sempre de uma «luz em- avassalador.
prestada», ou seja, será apenas um reflexo da verdadeira luz
3.
que é intrínseca aos portugueses.
B.
3.
D. Questão de aula 9 – José Saramago, Memorial
do convento (p. 357)
Questão de aula 6 – Manuel da Fonseca, «Sempre é
1.
uma companhia» (p. 351)
Esta expressão hiperbólica evidencia o árduo caminho per-
1. corrido por Blimunda em busca de Baltasar. Esta figura femi-
O mendigo recordado por Batola era aquele que, por sair da nina percorreu o país inteiro descalça, com o único objetivo
aldeia, lhe contava novidades, trazendo alguma alegria ao de voltar a ver Sete-Sóis. Além da busca incessante, esta ex-
protagonista. Além disso, com os relatos das suas viagens, pressão textual demonstra a sua perseverança e tenacidade,
fazia com que António Barrasquinho pensasse «que andava já que não desistiu do seu propósito.
a viajar por todo aquele mundo» (ll. 3-4).
2.
2. Blimunda acaba por não ingerir o alimento que levava no al-
A solidão que se evidencia em Alcaria e nos campos envol- forge, já que «de cada vez que ia levá-lo à boca, parecia que
ventes leva Batola a sentir-se também cada vez mais solitá- sobre a sua mão outra mão se pousava» (ll. 14-15). Tendo
rio, sem possibilidade de diálogo com alguém. Além disso, em conta os seus poderes sobrenaturais, Blimunda poderia
acaba por se sentir sem um propósito de vida. deduzir que estava a chegar o momento de ver Baltasar e
que, nesse momento, o iria olhar por dentro.
3.
B. 3.
A.
Questão de aula 7 – Maria Judite de Carvalho,
«George» (p. 353) Questão de aula 10 – José Saramago, O ano da morte
1. de Ricardo Reis (p. 359)
No período em que ainda vivia com os seus pais, George não 1.
tinha conhecimentos que lhe permitissem saber quem eram Para Fernando Pessoa, «os vivos», ou seja, os que ainda não
os pintores como Modigliani, uma vez que a sua família era morreram, não possuem a capacidade de compreender que
«gente de trabalho» (l. 4) e, devido às duras circunstâncias a vida termina, o que sabem é que a dos que morrem acaba
da vida, seriam pessoas condenadas «à quase ignorância» e não a sua, levando-os a não saber tirar partido da sua mor-
(l. 4). Não valorizavam a cultura e sorriam se a ouvissem talidade. Deste modo, tudo o que se vivencia é relativizado,
«falar de um livro, de um filme, de um quadro» (l. 6). uma vez que refere que «tudo é insignificante visto do lado
2. da morte» (ll. 13-14). Na perspetiva de Ricardo Reis, quem
A «casa mobilada» (l. 21) permite a George manter a liber- está vivo tem a certeza da sua efemeridade e considera que
dade e a autonomia por que tanto lutou. Como é adepta o facto de estar «vivo é significante» (l. 15), evidenciando
do desapego, o facto de viver numa casa já mobilada não a uma opinião contrária à de Fernando Pessoa.
levará a ficar presa aos bens materiais, a não ser a «alguns 2.
livros, mas poucos» (l. 25). Por este motivo, metaforiza a casa Esta frase, proferida por Fernando Pessoa no seu diálogo
mobilada como uma «certeza de uma porta aberta de par com Reis, revela que os vivos não se conseguem conhecer
em par» (l. 21). verdadeiramente uns aos outros, que se encontram tão dis-
3. tantes como os vivos dos mortos. Neste contexto, Pessoa
D. quer alertar Reis sobre o facto de não conhecer o verdadeiro
íntimo de Lídia ou de Marcenda, pois tal é insondável.
Questão de aula 8 – Poetas contemporâneos 3.
(Miguel Torga) (p. 355) C.
1.
Ao longo do poema, os diferentes elementos naturais sur-
GRAMÁTICA
gem personificados como se fossem receber o sujeito poéti-
co, que regressa às suas «fragas». Deste modo, estabelece-se
uma relação de intimidade na forma como os carvalhos lhe Questão de aula 1 – Fernando Pessoa, Poesia do
«acenam», as fontes cantam e o céu se abre num sorriso ortónimo (p. 361)
para que este se deite «ao colo dos penedos» (v. 10) e conte
1. A; 2. C; 3. B; 4. A; 5. A.
as suas «aventuras e segredos» (v. 11).
6.
2.
a) Predicativo do sujeito. b) Complemento oblíquo. c) Com-
O papel do sujeito poético como poeta está explícito na se-
plemento direto. d) Complemento do nome.
gunda estrofe quando as fontes anunciam «O poeta voltou!»
(v. 6). Ainda na mesma estrofe, com a referência à «terra 7.
morta / Dos versos» (vv. 7-8), o eu evidencia que a escrita Dêixis pessoal e temporal.

392 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

Questão de aula 2 – Fernando Pessoa, Poesia dos Questão de aula 8 – Poetas contemporâneos
heterónimos (Alberto Caeiro) (p. 363) (Ana Luísa Amaral) (p. 375)
1. B; 2. A; 3. C; 4. A; 5. D.
1. D; 2. B; 3. A; 4. D; 5. A.
6.
a) Modificador. b) Sujeito. c) Predicativo do sujeito. d) Com- 6.
plemento oblíquo. a) Complemento direto. b) Complemento do nome. c) Com-
7. plemento do adjetivo. d) Sujeito.
(Oração subordinada) substantiva completiva.
7.

Questão de aula 3 – Fernando Pessoa, Poesia dos Oração subordinada adverbial comparativa.
heterónimos (Ricardo Reis) (p. 365)
1. C; 2. B; 3. D; 4. B; 5. D. Questão de aula 9 – José Saramago, Memorial do
convento (p. 377)
6.
a) Complemento do nome. b) Complemento do adjetivo. 1. A; 2. B; 3. C; 4. A; 5. D.
c) Complemento oblíquo. d) Complemento direto.
6.
7.
a) Sujeito. b) Complemento oblíquo. c) Complemento do ad-
A.
jetivo. d) Complemento do nome.
Questão de aula 4 – Fernando Pessoa, Poesia dos
heterónimos (Álvaro de Campos) (p. 367) 7.
Oração subordinada adverbial comparativa.
1. A; 2. B; 3. C; 4. B; 5. D.
6.
a) Sujeito. b) Complemento agente da passiva. c) Predicativo Questão de aula 10 – José Saramago, O ano da morte
do complemento direto. d) Complemento direto. de Ricardo Reis (p. 379)
7. 1. D; 2. B; 3. A; 4. C; 5. D.
Dêixis pessoal.
6.
Questão de aula 5 – Fernando Pessoa, Mensagem a) Modificador do nome restritivo. b) Complemento direto.
(p. 369)
c) Sujeito. d) Modificador do nome apositivo.
1. B; 2. A; 3. D; 4. B; 5. C.
7.
6. (Oração subordinada) substantiva relativa.
a) Complemento oblíquo. b) Complemento do nome. c) Pre-
dicativo do sujeito. d) Predicado.
7. LEITURA
Oração subordinada adverbial final.

Questão de aula 1 – Fernando Pessoa, Poesia do


Questão de aula 6 – Manuel da Fonseca, «Sempre é
uma companhia» (p. 371) ortónimo e dos heterónimos (p. 381)

1. C; 2. C; 3. D; 4. A; 5. B. 1. C; 2. D; 3. A; 4. B; 5. D.
6.
a) Complemento oblíquo. b) Modificador do nome apositivo. Questão de aula 2 – Fernando Pessoa, Mensagem
c) Complemento direto. d) Complemento do nome. (p. 383)
7.
1. B; 2. C; 3. D; 4. A; 5. B.
Modalidade epistémica com valor de certeza.
Questão de aula 3 – Contos (p. 385)
Questão de aula 7 – Maria Judite de Carvalho,
«George» (p. 373) 1. B; 2. C; 3. B; 4. D; 5. A.

1. C; 2. A; 3. D; 4. C; 5. D. Questão de aula 4 – Poetas contemporâneos (p. 387)


6.
a) Complemento direto. b) Complemento do adjetivo. 1. C; 2. D; 3. C; 4. A; 5. B.
c) Complemento do nome. d) Complemento oblíquo.
Questão de aula 5 – José Saramago (p. 389)
7.
Oração subordinada adjetiva relativa restritiva. 1. B; 2. C; 3. A; 4. D; 5. A.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 393


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

NOVO

MENSAGENS
PORTUGUÊS 12.º ANO

Ensino
diferenciado
• Fichas de trabalho
• Testes de avaliação
• Questões de aula
• Transcrições e soluções

Ensino diferenciado

Disponível em formato
editável em

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

VI Fichas de trabalho
Ensino
diferenciado

Testes de avaliação
Questões de aula
Transcrições e soluções

Os recursos assinalados com asterisco * serão disponibilizados na


Aula Digital, em formato editável e na íntegra, aos professores utilizadores do projeto.
Com esta medida, procuramos contribuir para a sustentabilidade ambiental.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 395


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

396 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

NOVO

MENSAGENS
PORTUGUÊS 12.º ANO

Avaliação
por rubricas

Avaliação por rubricas

Disponível em formato
editável em

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

VII Avaliação
por rubricas

Os recursos assinalados com asterisco * serão disponibilizados na


Aula Digital, em formato editável e na íntegra, aos professores utilizadores do projeto.
Com esta medida, procuramos contribuir para a sustentabilidade ambiental.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 397


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

398 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

NOVO

MENSAGENS
PORTUGUÊS 12.º ANO

Materiais
de apoio
• Didatização do conto «Famílias
desavindas»
• Didatização de poemas de poetas
contemporâneos
• Roteiros de estudo autónomo
• Projetos de interdisciplinaridade
• Projeto de Leitura
• Transcrições dos recursos
áudio/vídeo do Manual

Disponível em formato
Materiais de apoio

editável em

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)


lOMoARcPSD|36464565

VIII Didatização do conto «Famílias desavindas»


Materiais
de apoio

Didatização de poemas de poetas contemporâneos


Roteiros de estudo autónomo
Projetos de interdisciplinaridade
Projeto de Leitura
Transcrições dos recursos áudio/vídeo do Manual

Os recursos assinalados com asterisco * serão disponibilizados na


Aula Digital, em formato editável e na íntegra, aos professores utilizadores do projeto.
Com esta medida, procuramos contribuir para a sustentabilidade ambiental.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 399


Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)
lOMoARcPSD|36464565

De acordo com o Art.º 21.º da Lei Saiba mais em


n.º 47/2006, de 28 de agosto, este www.mensagens12.te.pt
exemplar destina-se ao órgão da
escola competente para a adoção
de manuais escolares.

Descarregado por Ramalho 10 (ramalhex.10@gmail.com)

Você também pode gostar